Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Maquetes de Papel para Arquitetos
Maquetes de Papel para Arquitetos
MAQUETES DE PAPEL
UM MÉTODO PARA ARQUITETOS
João Guedes
1ª edição
2
3
Aos colegas de profissão:
Que das suas mais profundas frustrações
brote a luz das ideias transformadoras.
4
5
MAQUETES DE PAPEL
UM MÉTODO PARA ARQUITETOS
João Guedes
6
7
Sumário
Apresentação 11
Pré-requisitos 14
Preparação 16
Modelagem Virtual 19
Texturização Digital 23
Exportação do Modelo 26
Planificação 28
Preparar impressão 46
Execução da maquete 53
Considerações finais 64
8
9
10
Apresentação
11
difícil consolidação prática. Introduzi-la no dia-a-dia da
profissão não é uma tarefa fácil.
A produção de protótipos associada a
ferramentas tecnológicas de alto desempenho, como as
máquinas automáticas de corte e impressoras 3D, já é
bastante difundida e tem facilitado o trabalho de
muitos projetistas. Porém, os modos operacionais e os
custos envolvidos na manutenção e aquisição destes
equipamentos acabam muitas vezes inviabilizando a
sua aplicação. Uma alternativa acessível e amplamente
adotada por estudantes é a utilização do papel.
Material versátil, barato e de fácil manuseio que por
estar associado a metodologias antiquadas, entre
outros motivos, tem sido pouco explorada em seu vasto
potencial de aplicação.
O objetivo deste pequeno manual é incentivar a
cultura do desenvolvimento de protótipos de baixo
custo, servindo a profissionais e estudantes que
pretendem inserir em suas atividades diárias a
produção de modelos práticos e de qualidade. Isto é
possível através da introdução de um método
alternativo que alia as técnicas manuais às ferramentas
12
digitais para a produção de maquetes em papel, e que
envolve, entre outros aspectos, maior controle sobre a
organização da produção, economia de material e
rapidez na execução. Para compreender melhor estas
possibilidades basta acompanhar passo-a-passo o
tutorial a seguir.
Bons estudos!
13
Pré-requisitos
14
da produção, dando suporte ao planejamento do
trabalho e ao uso otimizado dos materiais.
Os softwares básicos que compõem as ferramentas
digitais utilizadas são:
Autocad 1
Pepakura Designer 2
Sketchup Pro 3
Os softwares que pressupõem conhecimento avançado
prévio são:
Autocad
Sketchup Pro
1
Na versão 2012 ou superior. Software utilizado para desenvolvimento
de desenhos técnicos. Mais informações:
www.autodesk.com.br/products/Autodesk-autocad/overview
2
Na versão 3 ou superior. Software responsável pelo principal recurso
desenvolvido pelo método (Planificação e organização das peças
componentes do modelo virtual que servirão de base para a execução da
maquete física). Mais informações: www.tamasoft.co.jp/pepakura-en/
3
Na versão 8 ou superior. Software destinado a modelagem virtual e
planejamento da maquete. Mais informações: www.sketchup.com
15
Fonte da imagem: www.film-obrasdearq.com.ar
Preparação
16
a elaboração de desenhos que guiarão os primeiros
passos para modelagem virtual do projeto.
Utilizamos como referência um projeto para
uma habitação individual, denominado Pilar House, do
estúdio de arquitetura argentino, Film Obras de
Arquitectura (figura 1).
4
A vetorização consiste em reproduzir as informações gráficas contidas
nos arquivos de imagem através das ferramentas de desenho vetorial - no
nosso exemplo, o programa Autocad.
17
processo contêm apenas as informações essenciais
para a elaboração de uma maquete simplificada.
Pormenores foram omitidos pois não serão
representados na maquete final.
18
Modelagem Virtual
19
Os desenhos técnicos desenvolvidos na etapa
anterior deverão ser salvos na extensão .dwg e
inseridos no Sketchup através do comando de
importação5 (figura 3).
20
Figura 4 - Exemplo de organização das camadas (Layers).
21
planos que definem as características gerais dos
diversos componentes (figuras 6 e 7). A representação
das espessuras será definida na etapa de execução da
maquete física, com a escolha de materiais mais ou
menos espessos7.
22
Texturização Digital
23
No painel de criação de materiais (figura 9) é
possível editar texturas e adaptá-las às condições
específicas do projeto.
24
É importante observar que a aplicação das
texturas deve ser feita fora do grupo selecionado. Deste
modo elas serão aplicadas simultaneamente às faces
anteriores e posteriores das superfícies. Utilize apenas
texturas baseadas em imagens. Cores chapadas
poderão gerar erros de visualização na etapa de
planificação.
25
Exportando o modelo
26
adequadamente as opções de exportação conforme a
figura 11. Assim finalizamos esta etapa8.
8
Vale ressaltar que a etapa de modelagem é crucial para o bom
desenvolvimento do método, pois permite a simulação da organização
hierárquica dos elementos que compõem o modelo a ser executado.
27
Planificação
28
da maquete, obter melhores resultados no acabamento
final e proporcionar mais realismo na representação
das texturas.
Ao iniciar o programa, nos deparamos com uma
interface amigável e sintética, semelhante a do
programa SketchUp Pro (Figura 12).
29
Figura 13 – Primeiro passo da importação do modelo. Selecionar "flip"
(girar) para inverter a orientação das faces.
30
visualizadas. Neste caso selecionando a opção flip
(figura 13).
31
solicitará o ajuste da orientação geral a partir de um
cubo com faces coloridas, através das quais serão
relacionadas as faces correspondentes do modelo.
Primeiro deve-se ajustar a orientação da face frontal
(Figura 16). Caso a seta indique a orientação correta,
correspondente à face frontal, basta clicar em "Next",
do contrário será necessário escolher a cor
correspondente à face frontal do modelo indicada por
uma das faces do cubo colorido. Na sequência configure
a orientação da face inferior do modelo.
32
modelo não seja espelhado, mantendo sua aparência
original (Figura 18).
33
Figura 19 – Resultado do modelo sem espelhamento.
34
A interface de trabalho do programa é composta
basicamente de dois planos. O plano da esquerda
corresponde à janela de visualização do modelo 3d (3d
model window), enquanto o plano da direta
corresponde à janela de edição dos padrões em duas
dimensões (2d pattern window).
35
d. Botão do meio (Clique): Mover o plano de
visão (Pan).
Para iniciar o próximo passo clique em unfold
(Figura 21). "Unfold" significa literalmente "desdobrar".
Este recurso corresponde à ação de separação do
modelo em partes planificadas independentes. É a
ferramenta mais importante do programa. Após alguns
segundos a janela de visualização 2d, à direita, será
preenchida com todas as peças que compõem o modelo
(Figura 22).
modelo.
36
Figura 22 – Peças planificadas do modelo.
37
A partir daqui iniciaremos a organização do
quebra-cabeça que dará origem à maquete física.
Clique com o botão esquerdo sobre o plano de
trabalho 2D até que apareça uma caixa de diálogo com
diversas opções de edição (Figura 23). Clicando na
opção Select and Move é possível selecionar as peças e
movimentá-las livremente sobre o plano de trabalho.
38
Figura 24 – Seleção do ponto notável do objeto 2d.
39
A opção Join/Disjoin Face (Figura 23) permite
unir fragmentos de objetos que encontram-se
desconectados. Ao posicionar o mouse sobre a aba de
união de qualquer peça, uma linha vermelha aparecerá
e indicará a peça correspondente à conexão em
questão. Clique uma vez para selecionar a linha de
interseção e em seguida mova o mouse para a região de
destino até que a seta indique a direção correta. Clique
novamente para unir as peças. Repita este
procedimento até unir todos os fragmentos isolados
(Figura 26).
40
maquete. Na montagem da maquete física, estas abas
têm a função de facilitar a colagem quando da utilização
de papéis de baixa gramatura. Não utilizaremos estas
abas no desenvolvimento do método abordado. Para
eliminar as abas existentes selecione o comando Edit
Flaps (Figura 27) e marque a opção Change Shape para
editar a forma da aba. Em seguida selecione a opção
Height e insira o valor "0" (zero). Desta forma nenhuma
aba de colagem será mostrada.
41
Selecione a opção de edição check
Corresponding Face (Figura 28) e clique sobre qualquer
componente no plano de trabalho 2D para identificar a
sua posição correspondente no modelo tridimensional
(Plano 3D). Assim fica fácil organizar as peças do plano
2D em função da hierarquia do modelo.
42
Figura 30 – Inserindo de textos.
43
programa. Para isso selecione o ícone indicado na figura
32 e clique sobre as linhas que deseja apagar.
Figura 32
44
Figura 34 - Moldes da maquete organizados para a definição posterior da
escala e formato da folha de impressão.
45
Preparar impressão
46
simplificado com escala que permita a apreensão das
características gerais do projeto, em termos de
proporção, volume e texturas.
Para definir a escala do objeto, no menu
2DPatternWindow da barra principal, clique em Change
the scale of development, e em seguida em Specify the
scale. Na caixa de diálogo denominada Change Pattern
Size (Figura 35), insira o valor do fator de escala
desejado na campo Scale e selecione Change Font Size
of text para manter as proporções dos textos inseridos.
Para obter o fator de escala desejado basta
dividir o numerador pelo denominador da escala
escolhida e multiplicar o resultado por 1000 para obter
o valor em milímetros. Abaixo estão exemplos de
fatores de escala, em milímetros, das escalas mais
utilizadas:
1. Escala 1/20
1 : 20 = 0,05
0,05 x 1000 = fator de escala 50
2. Escala 1/25
fator de escala 40
47
3. Escala 1/50
fator de escala 20
4. Escala 1/75
fator de escala 13,33
5. Escala 1/100
fator de escala 10
6. Escala 1/200
fator de escala 5
Figura 35
48
configuração da escala, outras páginas de mesmo
formato são criadas automaticamente para conter as
partes do desenho que excedem os limites da página
padrão (Figura 36).
Figura 36
49
Settings da barra principal selecione o item Print and
Paper Settings. O tamanho do papel (Paper Type) está
configurado, por padrão, no formato A4.
50
Margem Lateral da página de impressão (Side
Margin) = 10 mm.
Margens superior e inferior (Top/Bottom
Margin) = 10mm.
Espessura da linha de contorno (Thickness of
line) = manter o padrão "3".
Marcar a opção Print lines clearly (Vector Print)
para imprimir linhas bem definidas.
Marcar a opção Print page number para a
impressão da numeração das páginas (indicado
para arquivos com mais de uma página para
impressão).
Definir a impressão em alta resolução (High) no
item Resolution (for bitmap print), para melhor
visualização impressa das texturas aplicadas ao
modelo.
51
do formato da página de impressão, selecionando a
impressora desejada e ajustando o formato do papel
em conformidade com as definições de ajuste do
formato da folha, adotadas na etapa anterior. Salve no
formato .pdf ou imprima o projeto a partir do menu File
clicando em Print ou utilizando o atalho “CTRL+P”, no
teclado.
52
Execução da maquete
53
Papel Paraná, em diversas espessuras, para
estruturação da maquete.
Estilete pequeno para cortes delicados.
Cola de isopor para fixação das peças.
Palito de dente ou haste pontiaguda para
colagem delicada.
Cola bastão para fixação da folha de impressão
sobre a base estrutural da maquete (Papel
Paraná).
Régua metálica e esquadros de diversos
tamanhos para guiar os cortes das peças.
Base apropriada para corte.
54
Figura 39 – Imagem superior mostra a colagem da folha de impressão
sobre o papel de estruturação da maquete (Papel Paraná). A imagem
inferior mostra a etapa de corte dos moldes sobre base adequada.
55
Sobre uma base adequada, inicie o corte das
peças utilizando um estilete pequeno (Figura 40). Para
guiar os cortes utilize esquadros em diversos tamanhos
ou uma régua metálica.
Figura 40
56
Antes de iniciar a montagem da maquete
certifique-se de que todas as peças estão devidamente
cortadas e organizadas.
57
Figura 42 - Processo de colagem entre as diversas peças da maquete.
58
Figura 43 - Maquete montada a partir de 2 conjuntos independentes.
59
Figura 44 - Maquete finalizada.
60
Figura 45 - Maquete finalizada. Perspectivas internas.
61
Figura 46 – Maquete finalizada.
62
quando necessário. Maquetes são recursos essenciais para o
enriquecimento do processo criativo.
63
Considerações finais
64
prática manual é possível aplicar a técnica de corte e colagem
de forma satisfatória e alcançar bons resultados sem
utilização de ferramentas tecnológicas sofisticadas.
65
servindo como exemplo concreto. Com isso, desejo a todos
um ótimo trabalho.
66
Figura 50 - Workshop Maquetes de papel 2012.
67
Figura 51 - Workshop Maquetes de papel 2012.
68
Figura 52 – Workshop Maquetes de papel 2012.
69
Figura 53 - Workshop Maquetes de papel 2012.
70
Figura 54 - Workshop Maquetes de papel 2012.
Mãos à obra!
71
72