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Sob tal óptica, o autor faz uma série de críticas acerca deste período, como por exemplo a
famosa “ditabranda", em que Napolitano refere-se no livro como o “mito da ditabranda".
Este termo, posteriormente, tornar-se popular no senso comum e no conservadorismo da
sociedade. Além disso, o autor utiliza o Ai-5 como exemplo para fazer uma crítica, já que
se no período de 1964-1968 as classes populares foram severamente punidas pelo aparato
estatal e pela violência do Estado, a ditadura esteve longe de ser branda.
O autor também destaca o papel da imprensa durante o golpe, que filiada historicamente à
linha liberal-conservadora insistiu em bater na tecla de que as “reformas de base”
defendidas pelo governo não passavam de um ensaio para o comunismo, preparando assim,
o território para os golpistas entrarem em ação. Porém, segundo Napolitano, a imprensa
abandonou o lado golpista poucos meses após o golpe por se dar conta de que aquela não
era uma mera “intervenção temporária” que iria “melhorar” o ambiente político e puco
tempo depois devolver o poder aos civis, mas sim um projeto de poder à longo prazo.
Sendo assim, conclui-se que a obra do autor Marcos Napolitano contesta várias
especulações errôneas que se consolidaram no senso comum da época e que se estendem
até os dias atuais. Por isso, criticar a veracidade dos fatos, contrastando com as informações
falsas é sinônimo de abrir espaço para a possibilidade do avanço e da evolução de uma
sociedade.