Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nota Técnica #038 - 2005-SRT - ANEEL em 14 de Novembro de ...
Nota Técnica #038 - 2005-SRT - ANEEL em 14 de Novembro de ...
Em 14 de novembro de 2005.
Processo: 48500.002105/04-78.
I –DO OBJETIVO
A presente nota técnica tem por objetivo complementar com as contribuições advindas da
Audiência Pública 046/2004, de 24 de fevereiro de 2005, os procedimentos de prestação dos serviços de
transmissão e contratação de acesso, para contemplar nos Contratos de Prestação de Serviços de
Transmissão – CPST e Contratos de Conexão à Transmissão – CCT as capacidades operativas das
instalações de transmissão, as Funções Transmissão e os Pagamentos Base correspondentes.
II – DOS FATOS
2. A partir da disciplina legal para concessões de serviço público, serviço adequado é aquele que
satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia
na sua prestação e modicidade das tarifas. O resultado traduz-se na necessidade de que as instalações
vinculadas ao serviço público de transmissão de energia elétrica devam ser projetadas em conformidade com
as normas técnicas brasileiras e, complementarmente, com as normas internacionais, devendo ser capazes de
manter a continuidade do serviço prestado em regime normal de operação e durante emergências, sem
colocar em risco vidas humanas ou a integridade dos equipamentos.
9. Finalmente, tendo verificado que os termos aditivos aos CPST ainda assim não haviam sido
assinados em razão de dificuldades de preenchimento das FT e dos PB, alegadas tanto pelo ONS quanto
pelas transmissoras, a ANEEL, por meio do Ofício Circular nº 009/2003-SRT, apresentou novas orientações
que complementaram ou eventualmente alteraram aquelas encaminhadas pelos Ofícios Circulares nºs 002,
003 e 007/2003-SRT, determinando como data limite o dia de 29 de setembro de 2003 para que os termos
aditivos aos CPST tivessem sido assinados pelas partes com os seus anexos devidamente preenchidos.
10. Mesmo decorridos os prazos estabelecidos pelo Ofício nº 009, os Anexos dos CPST não
foram adequadamente preenchidos, gerando por parte das concessionárias de transmissão juntamente com o
ONS, questões complementares sobre as orientações apresentadas nos supracitados Ofícios. Estas se
manifestaram por meio da CARTA ONS 526/200/2003, de 8 de setembro de 2003, solicitando novos
detalhamentos referentes a questões que foram previamente identificadas em discussões com os agentes de
transmissão, durante o processo de preparação dos referidos anexos.
Instalações de Transmissão não integrantes da Rede Básica – DIT. A resultante foi consubstanciada na Nota
Técnica SRT/ANEEL nº 024, de 16 de setembro de 2004.
12. Por fim, a Audiência Pública no 046/2004, de 24 de fevereiro de 2005, que tratou desta
temática, apresentou inúmeras manifestações por parte de diversos agentes do setor de energia elétrica, bem
como da sociedade em geral, que estão sendo catalogadas e respondidas pela ANEEL no documento
“RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA/CONSULTA
PÚBLICA Nº 046/2004”.
III – DA ANÁLISE
14. Para este fim, é necessário que a operação em condições de regime normal e de emergência
seja efetuada de modo a permitir sua continuidade operacional, flexibilizando a operação do Sistema
Interligado Nacional, induzindo a utilização racional dos sistemas e minimizando os custos de ampliações e
reforços das redes.
18. Assim, no que se refere à metodologia para regime de operação de longa duração de linhas
de transmissão, obteve-se as seguintes contribuições:
Revista Electra 144, de outubro de 1992. A avaliação da ANEEL foi no sentido de aceitá-lo, pois é de aplicação
mais simples, e perfeitamente aderente ao modelo de Morgan, para velocidades de vento superiores a 0,5 m/s.
- quanto aos coeficientes de emissividade e absortividade “não refletirem a realidade das referências
existentes”, estes na realidade são os recomendados pelo CIGRÉ, cujo modelo foi escolhido para a
determinação da capacidade operativa. Estes coeficientes, iguais a 0,5, se aplicam às situações mais comuns,
excetuando-se os casos de ambientes industriais ou condutores muito velhos. Caso um concessionário
entenda que não deve aplicá-los em algumas de suas LT´s, pode efetuar uma proposição -mediante Relatório
Técnico fundamentado com prova documental - de outros valores para esses coeficientes, conforme
procedimento previsto no artigo 6º da Resolução.
19. Quanto à metodologia para regime de operação de curta duração de linhas de transmissão,
houve as seguintes considerações:
- ocorrência de objeções quanto à variabilidade do aumento da flecha por grau Celsius de elevação na
temperatura superficial dos condutores, e conseqüente redução das distâncias de segurança para o solo,
aumentando o risco de acidentes. Neste aspecto, o enfoque estabelecido está baseado na redução das
distâncias de segurança para o solo nos regimes de Curta Duração. Os aumentos de flecha que possam
ocorrer deverão obedecer rigorosamente a distância de segurança admitida. É a redução das distâncias que
está diretamente ligada ao risco de acidentes.
- esta metodologia, por ser de caráter geral, refere-se a um método comumente utilizado desde a década
de 70, conhecido como o método do vão básico. Este método pode resultar em erros consideráveis no cálculo
das trações e flechas, conforme relatado pelos agentes, mas apenas em casos especiais de locação das
estruturas em perfil, não ocorrendo nos casos mais comuns, razão pela qual é utilizado até hoje pelos
projetistas. As diferenças de flechas que podem ocorrer pela utilização do método, sempre foram do
conhecimento dos projetistas, que adotavam condições especiais de segurança nos tramos em que isto
ocorria, normalmente com a utilização de maiores distâncias para o solo. Por outro lado, o modelo determina a
verificação das distâncias de segurança para o solo, considerando que estas não devem ser violadas. Esta
verificação deve ser efetuada em campo, já que a insuficiência das distâncias de segurança não ocorre sempre
que houver acréscimos nas flechas devido a grandes diferenças nos comprimentos de vãos de um mesmo
tramo. Para tanto, torna-se necessário que os agentes efetuem um inventário de suas linhas, objetivando o
conhecimento de todos os possíveis vãos em que haja violação das distâncias de segurança, previamente à
aplicação do modelo proposto. Este inventário permitirá a detecção dos vãos em que, efetivamente, haverá a
(Fls. 5 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
violação. O inventário é um dos pontos focais do modelo, e não se pode dizer sem um efetivo levantamento
efetuado nas condições reais, que em um determinado vão um aumento de flecha superior a 0,59 m se
traduzirá em uma redução da distância de segurança ao solo abaixo da mínima admissível.
- outro aspecto motivador de objeção pelos participantes, refere-se ao suporte legal e inexistência de
fatores técnicos para a utilização de fatores multiplicativos. Porém, a norma brasileira, em seu item 3.5 não
explicita que a utilização da linha em emergência está limitada a níveis de tensão até 242 kV, ou seja, que em
níveis de tensão de EAT o projeto das linhas não deva considerar a operação em emergência. Todavia, como
a NBR 5422 não prescreve os critérios para tal uso em tensões acima de 242 kV, foram considerados valores
para distâncias de segurança em emergência constantes de uma norma de aceitação mundial, a NESC
(National Safety Code – USA), em sua edição de 2002.
- foi trazido o argumento de que há uma “mistura” da metodologia da NBR com outras metodologias,
dentro de um mesmo contexto, para a justificativa de ampliação da validade para tensões acima de 242 kV,
não lhes parecendo ser esta uma solução adequada para uma boa engenharia. No entanto, a Agência
acompanha a praxe utilizada na engenharia nacional, que é a de suplementar as normas existentes, no que
elas forem omissas, com normas internacionais, dentre as quais se pode citar a NESC, a IEEE, a IEC. Outro
aspecto refere-se ao grau de contribuição de uma norma internacional na elaboração de uma norma brasileira.
É comum a utilização quase que integral de outras normas como, por exemplo, a IEC 80826 no projeto de
revisão da NBR 5422. A ANEEL, ao efetuar leilões para licitação de Linhas de Transmissão promulga editais
(aceitos pelos licitantes) que suportam esta argumentação.
- a opção pelo valor de 0,59 metros, o menor valor calculado para os níveis de tensão até 242 kV e para
locais acessíveis a pedestres ou máquinas agrícolas (99% das situações), quando estiver sendo comparada
com o caso de linhas antigas, projetadas pela NBR 182/1972, vigente entre 1972 e 1985 (englobando,
portanto, uma parte substancial das LT da Rede Básica), indica, para a mesma situação em uma linha de
transmissão em 230 kV, uma distância de segurança em regime normal de operação 0,6 metros superior
àquela definida pela NBR 5422/1985. Esta folga adicional, totalizando 1,19 metros, implica regimes de
operação ainda mais conservativos e, portanto, mais seguros.
20. Para a finalidade de emissão do relatório técnico fundamentado, este deverá contemplar, pelo
menos:
a) diretrizes básicas do projeto da LT, dispostas no memorial descritivo, tais como trações,
temperaturas, e dados meteorológicos utilizados;
(Fls. 6 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
21. Também ficou definido que, por iniciativa da própria concessionária de transmissão, esta
poderá implementar adequações em determinada LT de modo a obter uma capacidade operativa para o
regime de operação de longa duração superior à estabelecida nesta Resolução, sendo necessária a
comprovação mediante relatório técnico justificativo ao ONS, o qual emitirá laudo técnico fundamentado a ser
encaminhado à ANEEL. Neste caso, a concessionária fará jus a uma parcela adicional da receita anual
permitida - RAP, proporcional à capacidade ampliada na LT, desde que as adequações evitem ou posterguem
ampliações ou reforços na Rede Básica ou nas Demais Instalações de Transmissão e não sejam decorrentes
de ações ou omissões da própria concessionária.
22. Quanto aos aspectos jurídicos de responsabilidade civil e penal, citados pelas concessionárias
de transmissão por utilizar os limites de carregamento de linhas aéreas de transmissão com base nos modelos
de capacidade operativa descritos nesta resolução, a Agência entende que o concessionário, em qualquer
circunstância, desde que operando sob as Normas e a Legislação Brasileira, exercerá a plena
responsabilidade originada dos contratos de concessão de serviços públicos de transmissão. A resolução não
fere o disposto em Norma, sendo a metodologia para a condição de emergência conservativa e segura,
contemplados, inclusive, os dispositivos do art. 6º, que permitem, mediante relatório técnico fundamentado, a
caracterização prévia das exceções pela Concessionária.
23. O Parecer nº 289/2005-PF/ANEEL, de 20 de julho de 2005, que avalia, entre outros aspectos,
a responsabilidade civil e penal das concessionárias em face do conteúdo constante desta Resolução, conclui
que a incorporação dos limites operativos de curta e longa duração nas instalações de transmissão do Sistema
Interligado Nacional, na forma estabelecida pela ANEEL, não altera o panorama destas responsabilidades aos
quais hoje já se submetem as concessionárias do serviço público de transmissão.
capacidade, de modo a possibilitar o uso otimizado da Rede Básica. Até que sejam implementados estes
procedimentos, as Instruções de Operação, que dispõem sobre este tema, permanecerão vigentes.
27. Portanto, utilizando-se os limites de carregamento de linhas de transmissão obtidos por estas
metodologias, a operação do sistema interligado nacional poderá ser feita de forma flexível e segura, inclusive
em condições de emergência. Os limites estabelecidos poderão, complementarmente, ser ainda reduzidos por
outros fatores restritivos de caráter temporário correspondentes a componentes e acessórios associados à
função linha de transmissão e/ou fatores restritivos de caráter sistêmico como limite de estabilidade e nível de
tensão, assim como por fatores restritivos do tipo interferências na faixa de passagem, os quais necessitarão
ser justificados pelas transmissoras e suportados pelo correspondente laudo técnico elaborado pelo ONS.
28. Da mesma forma, a norma ABNT-NBR 5416, de julho de 1997, estabelece critérios e condições
para aplicação de carga em unidades transformadoras de potência, em Regime de Operação Normal e de
Emergência de Longa e Curta Duração, que permitem ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
coordenar de forma segura a operação do sistema elétrico interligado. Este marco técnico é considerado como
adequado para garantir a operação dos transformadores de potência do sistema interligado brasileiro, e
contempla os limites de carregamento nos quais estes equipamentos das transmissoras podem ser operados
em condições normais de operação e em emergências.
29. A partir das contribuições dos Agentes a respeito das diferentes condições de carregamento e
da metodologia estabelecida pela norma ABNT-NBR 5416/97, conforme prevista nos Procedimentos de Rede,
as curvas diárias de carga e de temperatura ambiente dos transformadores do sistema interligado nacional,
deverão ser incorporadas aos documentos operativos dos Procedimentos de Rede, e dispostas nos Contratos
de Conexão quando atinentes aos transformadores pertencentes às Demais Instalações de Transmissão.
30. As manifestações trazidas à audiência informam que não há prática no Brasil para operação de
transformadores de potência com correntes superiores àquelas correspondentes ao carregamento nominal. No
entanto, nos documentos de critérios e procedimentos do GCOI e do GCPS das décadas de 80 e 90, há uma
clara indicação para carregamento dos transformadores acima da corrente nominal em emergência (veja-se os
relatórios: GCOI de agosto de 1986, Critérios e Procedimentos para a Determinação de Limites de
Carregamento em Unidades Transformadoras. Relatório Nº SCEL/GTEE – 02/86 e GTCP/GCPS de março de
1989 - Critérios e Procedimentos para a Determinação de Limites de Carregamento em Unidades
Transformadoras de Dois Enrolamentos ).
31. Argumentam, outrossim, que “não é especificado pelas empresas brasileiras o ensaio de
sobrecarga em fábrica, o qual não é normatizado pela ABNT, deixando de ser verificadas e garantidas a
adequabilidade do projeto e a qualidade do processo de fabricação para o transformador operar em regime de
sobrecarga”. No entanto, o ensaio de elevação de temperatura é executado pelo fabricante conforme a norma
ABNT-NBR 5356/93 para qualquer transformador, até a aplicação de corrente nominal. Por extrapolação,
podem ser obtidos os valores para as correntes acima da nominal até atingir-se a temperatura do ponto mais
quente do enrolamento. Se o transformador foi fabricado atendendo a essa Norma de 1993, é porque o
fabricante está assegurando que para este valor limite de carregamento não haverá para o equipamento e
seus acessórios elevações anormais de temperatura e formação de bolhas que levem à perda total da
unidade. Não é determinado nesta resolução superar as temperaturas limites dispostas em Norma.
32. Caso a Norma não tenha sido seguida, o que não implica qualquer concordância da
ANEEL com o descumprimento das Normas Brasileiras, aplicar-se-á o disposto nas alíneas a) e b), inciso IV, §
5º do art. 4º da Resolução 513, de 16 de setembro de 2002, quais sejam:
(Fls. 8 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
“a) Serão usados os valores limites de carregamento informados pelo fabricante a partir dos ensaios
realizados em fábrica.
b) Se não estiverem disponíveis os referidos ensaios de fábrica, serão utilizados os valores dispostos
nas Tabelas A1 ou A2 da Norma ABNT- NBR 5416/97, de natureza conservativa.”
33. O monitoramento do transformador deverá estar sob controle em qualquer situação, pois a
Resolução aqui proposta determina que o ONS e a Transmissora estabelecerão valores máximos
de carregamento para as condições de emergências de Curta e Longa Duração para o ciclo de carga do
equipamento, previamente à aplicação de carga com correntes superiores à nominal. A Transmissora deverá
fornecer, no mínimo, os dados do ciclo de carga diário, os parâmetros e a temperatura ambiente para propiciar
a simulação da temperatura limite do transformador.
34. Trata-se da aplicação de carga sem ultrapassar as temperaturas limites do óleo e do ponto
mais quente dos enrolamentos, isto é, não ultrapassa os principais limites conforme Tabelas I e II da Norma
Técnica ABNT-NBR 5416/ 1997.
35. Informam ainda os agentes que “os transformadores, ainda hoje, não possuem dispositivos de
medição de temperatura confiáveis para aplicação e gerenciamento do processo de aplicação de sobrecarga
pela NBR-5416/97, que está fundamentada principalmente no acompanhamento on-line das temperaturas de
óleo e enrolamentos, que crescem rapidamente (exponencial com a corrente)”. No entanto, a ANEEL entende
que é possível o acompanhamento adequado da temperatura dos enrolamentos de transformadores de
potência de forma indireta, mediante o monitoramento da corrente dos enrolamentos, bem como por meio
direto, utilizando tecnologias já disponíveis no mercado. Na Resolução fica estabelecido o acompanhamento
acordado entre concessionária e ONS para as situações extremas de emergência de curta duração de até 30
minutos, acatando, nesta situação, a sugestão dos agentes.
(Fls. 9 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
36. Assim, conforme já estabelecido nos Procedimentos de Rede, deverá ser utilizado o método
para cálculo da capacidade de carga de um transformador de potência descrito na Norma Técnica ABNT- NBR
5416/97, inclusive para as situações em que o transformador opera com corrente acima do valor nominal,
resguardadas as condições limites de temperaturas no topo do óleo e no ponto mais quente dos enrolamentos.
Em caráter excepcional, nas situações em que possa ocorrer perda adicional de vida útil quando comparada à
expectativa final de vida útil de 40 anos, será avaliada pelo ONS a condição técnico-econômica mais adequada
para a operação do referido transformador, e, em caso afirmativo, aplicada a Resolução ANEEL nº 513/2002 e
utilizado o método de cálculo, valores e procedimentos para aplicação de carga em transformadores de
potência conforme estabelecido na Resolução, respeitados os limites de temperatura estabelecidos na Norma
Técnica ABNT-NBR 5416/97.
38. Conforme relato enviado à audiência pública, a administração da cobrança e da liquidação dos
encargos referentes à prestação dos serviços de transmissão da Rede Básica, em atendimento à
regulamentação do art. 12 da Resolução no 247, com vistas à cobrança de encargos sobre as
indisponibilidades das instalações da Rede Básica e ao carregamento de transformadores, torna necessário
um referencial descritivo para o tratamento das Funções Transmissão e seus respectivos Pagamentos Base.
39. Neste sentido, visando a utilização nos CPST, nas reclassificações de instalações da Rede
Básica, nos CCT e nos Procedimentos de Rede e contando com as contribuições dos agentes, ficam definidas
e caracterizadas:
MG- MÓDULO GERAL Malha de aterramento, terreno, sistemas de Equipamentos de conexão e aqueles
telecomunicações, supervisão e controle associados ao equipamento principal.
comuns ao empreendimento, cerca,
terraplenagem, drenagem, grama,
embritamento, arruamento, iluminação do
pátio, proteção contra incêndio, sistema de
abastecimento de água, esgoto, canaletas,
acessos, edificações, serviços auxiliares, área
industrial, sistema de ar comprimido comum às
funções, transformador de aterramento e de
potencial e reator de barra não manobrável sob
tensão, e equipamentos de interligação de
barra e barramentos.
III – Para as instalações de transmissão que tenham sido objeto de outorga de concessão,
mediante licitação: valores declarados pela concessionária de transmissão no CPST. Neste caso, será objeto
de fiscalização pela ANEEL a proporcionalidade dos valores informados.
40. Com relação às ponderações dos agentes, principalmente quanto aos valores de PB,
esclarecemos que estes estarão sendo alterados a cada ciclo tarifário e serão compatíveis com o processo e
critérios de revisão tarifária a serem instaurados pela ANEEL no decorrer do atual ciclo tarifário 2005-2006. Já
os conceitos descritos nesta Resolução, tendo em vista as Funções Transmissão- FT e seus respectivos
Pagamentos Base- PB, independem de sua aplicação.
41. Dados todos estes aspectos, as orientações para preenchimento dos Anexos do CPST
relativos à alocação de equipamentos, bem como seus respectivos PB, nas FT caracterizadas pela Tabela III,
estão consubstanciadas na Nota Técnica nº 028/2004 da SRT/ANEEL, de 07 de dezembro de 2004, de forma
a alterar, consolidar e/ou complementar as informações amplamente tratadas com os agentes desde 2003,
através dos Ofícios Circulares mencionados nos itens 05 a 10 desta Nota Técnica, além de promover os
esclarecimentos solicitados na CARTA ONS 526/200/2003.
42. O exaustivo detalhamento para o tratamento a ser dado aos equipamentos de reserva,
instalações cedidas para uso à Transmissora, modificações e implementações de novos equipamentos em
instalações existentes, autorizadas por resoluções específicas, fica modificado em seu item 26, subitem II da
referida Nota Técnica:
(Fls. 11 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
“b) Às Conexões em terciários de transformadores que são usados para suprir carga de serviços
auxiliares da SE e equipamentos de controle de tensão ou somente equipamentos de controle de
tensão – os PB devem ser alocados na coluna “Bay ” da FT – Controle de Reativo do CPST, de
acordo com modelo que consta no exemplo anexado. Para os demais casos onde o terciário atender
carga da concessionária de distribuição, acompanhada ou não de equipamentos de controle de
tensão e/ou carga de serviços auxiliares, o PB da conexão será apropriado na FT Módulo Geral. A
FT transformação deverá ser representada independentemente de ser transformador de 2 ou 3
enrolamentos, por “bay de” (enrolamento primário), “equipamento” e “bay para” (enrolamento
secundário ou o de maior potência).”
IV – DO FUNDAMENTO LEGAL
43. O parágrafo 1º do art. 6o da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, dispõe sobre o serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, desde que satisfaça as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação, modicidade tarifária;
o parágrafo 2º do mesmo artigo, requer atualidade, contemplando a modernidade das técnicas e a
conservação do equipamento e das instalações, bem como a melhoria e expansão do serviço.
45. O Parágrafo único do art 9º da Lei nº 9648, de 27 de maio de 1998, atribui à ANEEL o
estabelecimento das condições gerais de contratação do acesso e uso dos sistemas de transmissão e
distribuição de energia elétrica; os incisos IV e V do artigo 7º do Decreto nº 2655, de 2 de julho de 1998,
determinam à ANEEL o estabelecimento das condições gerais de acesso e uso dos sistemas de distribuição e
transmissão, com vistas a induzir a utilização racional dos sistemas e a minimização dos custos de ampliação
ou utilização dos sistemas elétricos.
48. Os incisos VII e XVI do Art 4º do Anexo I do Dec 2355, de 06 de outubro de 1997, determinam
à ANEEL aprovar metodologias e procedimentos para otimização da operação dos sistemas interligados, e
estimular a melhoria do serviço prestado, zelando pela sua qualidade.
(Fls. 12 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
V – DA CONCLUSÃO
VI - DA RECOMENDAÇÃO
51. Do ponto de vista técnico e regulamentar, a SRT recomenda que esta minuta de Resolução
Normativa seja encaminhada à aprovação pela Procuradoria Geral da ANEEL acompanhada por esta Nota
Técnica, e submetida posteriormente à apreciação da Diretoria, pois cumpre seus objetivos regulamentares.
De acordo:
ANEXO A
O modelo desenvolvido utiliza a equação clássica do equilíbrio térmico, onde todo o calor
recebido (ganho) é igual ao calor perdido (perda).
Entende-se como Ampacidade de uma Linha de Transmissão com condutores aéreos, a sua
capacidade de carregamento em períodos de longa duração, com os condutores submetidos às condições
geo-ambientais específicas.
Os termos usados nas equações do modelo, descritas adiante, estão definidos nas legendas
abaixo.
Re Número de Reynolds
Nu Número de Nusselts
Gr Número de Grashof
Q j + Q s = Pc + Pr
ou (1)
Q j = Pc + Pr − Q s
2. Cálculo de Qj :
Os ganhos de calor por efeito Joule (Qj) podem ser calculados a partir dos valores de
Resistência fornecidos pelos fabricantes de condutores, a partir das equações seguintes:
2
Q j = I CA * R TC AC (2)
2
Q j = I DC * R TC DC (4)
3. Cálculo de Pc :
A perda de calor por convecção pode ser determina através das equações seguintes:
Pc = π * λ f * (Tc − Ta ) * Nu (6)
Tc + Ta
Tf = (8)
2
Nu = B 2 * Re m 2 (9)
D * V * DRA
Re = (10)
υf
onde:
−4
DRA = e −1,16*10 *H
(11)
Para que se possa utilizar a tabela, a rugosidade (RR) é calculada em função do diâmetro do
cabo e do diâmetro do tento de alumínio:
(Fls. 16 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
d
RR = (13)
2 * (D − 2 * d)
(
Nu δ = Nu δ =90 A1 + B 2 * (senδ )
m1
) (14)
onde:
D 3 * (Tc − Ta ) * g
Gr = (16)
(Tf + 273) *ν f
2
NU = A 2 * (G r *N PRA ) m2 (18)
Gr*NPRA A2 m2
De Até
100 10000 0,850 0,188
10000 1000000 0,480 0,250
3.3 – Número de Nusselts para Convecção mista - a baixas velocidades do vento (V < 0,5 m/s)
(Fls. 17 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
Para velocidades de vento entre 0 m/s e 0,5 m/s, o valor de Pc deve ser o maior que for
calculado por um dos três processos a seguir:
4. Cálculo de Pr :
O valor de ε varia entre 0,27 para cabos novos e 0,95 para cabos envelhecidos em ambiente
industrial. O valor sugerido pelo CIGRÉ é de 0,50.
5. Cálculo de Qs:
Para calcular o ganho de calor por aquecimento, deve-se utilizar o valor da radiação incidente
global na altura da LT, obtido através de medição. Este valor já engloba todas as possíveis correções, e resulta
em correção zero para a altitude da LT. Caso não se tenham valores medidos, deverá ser utilizado o valor de
1000W/m2 conforme previsto no item 5.2.2 da NBR 5422. A equação para o cálculo do ganho de calor por
aquecimento devido à radiação solar é:
Qs = αs * D * I B (20)
O valor de αs varia entre 0,27 para cabos novos e 0,95 para cabos envelhecidos em ambiente
industrial. O valor sugerido pelo CIGRÉ é de 0,50.
I DC
I AC = (21)
1,0123 + 2,36 *10 −5
6.2. Para condutores com 1 ou 2 camadas de tentos de alumínio calcula-se:
(Fls. 18 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
I DC
Ik = (22)
A
• Se Ik ≤ 0,742:
• Se 0,742 ≤ Ik ≤ 2,486:
I DC
I AC = (24)
[1 + 0,02(25,62 − 133,9 Ik + 288,8 Ik − 334,5Ik + 226,5 Ik 4 − 89,73Ik 5 + 19,31Ik 6 − 1,744 Ik 7 )]1 / 2
2 3
• Se 2,486 ≤ Ik ≤ 3,908:
I DC
I AC = (25)
[1 + 0,02(2,978 − 22,02 Ik + 24,87 Ik − 11,64 Ik 3 + 2,973Ik 4 − 0,4135 Ik 5 + 0,02445 Ik 6 )]1 / 2
2
• Se Ik > 3,908:
I DC
I AC = (26)
(1,1)1 / 2
7. Ampacidade
Finalmente, tendo sido calculados os valores de Pc, Pr e Ps, bem como o valor de RTc, obtém-
se a ampacidade a partir da equação seguinte:
Q c + Q R − QS
I AC = (27)
R TC AC
(Fls. 19 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
ANEXO B
1. Conceituação de Emergência
As condições de emergência são conceituadas no item 10.4 da NBR 5422. Segundo este item,
os períodos de emergência devem obedecer aos seguintes critérios:
a) Ter duração inferior a 4 dias, e
b) O somatório das emergências em base anual não deve exceder a 5% do total de horas em
regime normal de operação (aproximadamente 432 horas).
A temperatura máxima admissível nos cabos condutores está definida na seção 5.2.2 da NBR
5422.
(Fls. 20 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).
4. Metodologia
Esta metodologia define fatores multiplicativos para o cálculo dos valores dos limites de
corrente em regimes de operação de curta duração embasados na NBR 5422.
Está sendo considerada, para todas as classes de tensão, a menor redução da distância de
segurança vertical para o solo admitida na NBR 5422, para regiões accessíveis apenas a máquinas agrícolas
determinada para as LT´s da classe de 230 kV, (igual a 0,59 m, representativo do pior caso, já que todas as
demais são superiores a 1,0 m).
Temperatura
de Projeto Mantendo TA – V – RS
Distâncias de Distâncias de
Segurança Segurança
Longa Duração (Regime de Emergência)
Redução de Distância
Admitida em Norma
Considerando, finalmente, que além das distâncias de segurança, nenhum outro fator
envolvido no cálculo é função da classe de tensão da LT, pode-se concluir que os fatores multiplicativos
(fatores de sobrecorrente) determinados para a operação das LT´s em regime de Operação de Curta Duração
(Emergência) para as LT´s de classe de tensão até 230 kV, pode ser estendido para todas as classes de
tensão de forma conservativa.
5. Conclusão
Com base nos resultados obtidos, são estabelecidas as seguintes determinações para a
operação em Regime de Curta Duração (Emergência):
a) Os limites de carregamento das LT´s de qualquer classe de tensão entre 69 e 750 kV,
para operação em regimes de curta duração, serão dados pelos limites de carregamento
obtidos através da metodologia descrita no Anexo “A” desta Nota Técnica em regime
normal de operação, multiplicados pelo fator multiplicativo (fator de sobrecorrente),
conforme a Temperatura de Projeto (Temperatura do Condutor) utilizada para o projeto da
LT, de acordo com a tabela a seguir:
b) Estes fatores independem da bitola dos condutores utilizados ou do seu tipo (AAC, ACSR
ou ACAR);