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Nota Técnica nº 038/2005–SRT/ANEEL

Em 14 de novembro de 2005.

Processo: 48500.002105/04-78.

Assunto: - Procedimentos para a determinação da


capacidade operativa das instalações de transmissão
integrantes da Rede Básica e das Demais Instalações
de Transmissão pertencentes ao Sistema Interligado
Nacional, das Funções Transmissão e dos Pagamentos
Base correspondentes.

I –DO OBJETIVO

A presente nota técnica tem por objetivo complementar com as contribuições advindas da
Audiência Pública 046/2004, de 24 de fevereiro de 2005, os procedimentos de prestação dos serviços de
transmissão e contratação de acesso, para contemplar nos Contratos de Prestação de Serviços de
Transmissão – CPST e Contratos de Conexão à Transmissão – CCT as capacidades operativas das
instalações de transmissão, as Funções Transmissão e os Pagamentos Base correspondentes.

II – DOS FATOS

2. A partir da disciplina legal para concessões de serviço público, serviço adequado é aquele que
satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia
na sua prestação e modicidade das tarifas. O resultado traduz-se na necessidade de que as instalações
vinculadas ao serviço público de transmissão de energia elétrica devam ser projetadas em conformidade com
as normas técnicas brasileiras e, complementarmente, com as normas internacionais, devendo ser capazes de
manter a continuidade do serviço prestado em regime normal de operação e durante emergências, sem
colocar em risco vidas humanas ou a integridade dos equipamentos.

3. As situações vivenciadas pelas empresas concessionárias de transmissão e distribuição de


energia elétrica, registradas em cartas e documentos recebidos pela ANEEL, levaram à necessidade de
implementação de procedimentos normativos complementares para disciplinar esta questão, como: o Plano
Qüinqüenal de Expansão 2003-2007, de março de 2003, que contempla critérios diferentes por parte das
Transmissoras e Distribuidoras quanto ao carregamento admissível de Linhas de Transmissão, representando
custos adicionais para permitir a expansão do sistema; o relatório PAR 2004-2006 de 26 de maio de 2003 do
ONS, que traz alternativas de expansão, oneradas por desconsideração do limite de emergência em linhas de
transmissão; a carta Elektro CT/R/230/2004, de 27 de agosto de 2004, que expressou a desconformidade da
Elektro quanto à limitação de capacidade operativa imposta pela Transmissora CTEEP nas instalações de
transmissão que atendem aquela Distribuidora; o relatório CCPE- CTET – 039.2004, de setembro de 2004, que
redefiniu alternativas para o suprimento do Vale do Paraíba, face às limitações de capacidade operativa das
linhas de transmissão com valores inferiores aos contratados no CPST, informados pela Transmissora CTEEP.
(Fls. 2 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

4. Torna-se, portanto, necessário que as capacidades reais das instalações de transmissão


sejam disponibilizadas para prestação do serviço público, em qualquer regime de operação, para permitir a
flexibilização da operação do Sistema Interligado Nacional, maximizar a continuidade dos serviços públicos de
energia elétrica, induzir à utilização racional dos sistemas e minimizar os custos de ampliações e reforços das
redes;

5. Ainda, com vistas a implementar a regulamentação da qualidade da prestação de serviços


públicos de transmissão, faz-se necessário definir as Funções Transmissão (FT) e os respectivos Pagamentos
Base (PB), de modo a viabilizar o disposto no Art. 12, parágrafo primeiro da Resolução ANEEL nº 247, de 13
de agosto de 1999, no que se refere aos critérios para estabelecimento dos valores dos duodécimos da receita
anual permitida das instalações de transmissão de cada concessionária de transmissão.

6. A partir de 14 de março de 2003 a ANEEL encaminhou para o ONS e todas as


concessionárias de transmissão, o Ofício Circular nº 002/2003-SRT contendo instruções para preenchimento
dos Anexos I e II do Contrato de Prestação dos Serviços de Transmissão - CPST.

7. Na seqüência, em vista da necessidade expressa pelos agentes de transmissão para maiores


esclarecimentos sobre as orientações expressas no Ofício Circular nº 002/2003, por meio do Ofício Circular nº
003/2003-SRT, de 1 de abril de 2003, a Agência solicitou a presença de técnicos das concessionárias de
transmissão, seguindo um cronograma de reuniões estabelecido no anexo do referido Ofício, para
caracterização das FT e seus respectivos PB, com orientações sobre o preenchimento desses elementos nos
Anexos dos CPST.

8. Esclarecimentos complementares àqueles providos em reuniões realizadas com os agentes de


transmissão, nos quais foram discutidos detalhes sobre o preenchimento dos Anexos do CPST, resultaram no
Ofício Circular nº 007/2003-SRT, de 08 de julho de 2003, contendo novos esclarecimentos relativos à
reclassificação das instalações que compõem na Rede Básica.

9. Finalmente, tendo verificado que os termos aditivos aos CPST ainda assim não haviam sido
assinados em razão de dificuldades de preenchimento das FT e dos PB, alegadas tanto pelo ONS quanto
pelas transmissoras, a ANEEL, por meio do Ofício Circular nº 009/2003-SRT, apresentou novas orientações
que complementaram ou eventualmente alteraram aquelas encaminhadas pelos Ofícios Circulares nºs 002,
003 e 007/2003-SRT, determinando como data limite o dia de 29 de setembro de 2003 para que os termos
aditivos aos CPST tivessem sido assinados pelas partes com os seus anexos devidamente preenchidos.

10. Mesmo decorridos os prazos estabelecidos pelo Ofício nº 009, os Anexos dos CPST não
foram adequadamente preenchidos, gerando por parte das concessionárias de transmissão juntamente com o
ONS, questões complementares sobre as orientações apresentadas nos supracitados Ofícios. Estas se
manifestaram por meio da CARTA ONS 526/200/2003, de 8 de setembro de 2003, solicitando novos
detalhamentos referentes a questões que foram previamente identificadas em discussões com os agentes de
transmissão, durante o processo de preparação dos referidos anexos.

11. Por oportuno, tendo em vista a necessidade de aprimorar a regulamentação da transmissão,


de modo a assegurar que a expansão das instalações localizadas na fronteira entre as redes de distribuição
ocorresse com a qualidade e confiabilidade requerida pelos consumidores, e em consonância com os critérios
de planejamento setorial, a ANEEL, em junho de 2004, publicou as Resoluções nºs 067/2004 e 068/2004, em
substituição às Resoluções 433/2000 e 489/2002, respectivamente, que definem os novos critérios de
composição da Rede Básica e estabelecem as condições gerais para implementações de reforços nas Demais
(Fls. 3 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

Instalações de Transmissão não integrantes da Rede Básica – DIT. A resultante foi consubstanciada na Nota
Técnica SRT/ANEEL nº 024, de 16 de setembro de 2004.

12. Por fim, a Audiência Pública no 046/2004, de 24 de fevereiro de 2005, que tratou desta
temática, apresentou inúmeras manifestações por parte de diversos agentes do setor de energia elétrica, bem
como da sociedade em geral, que estão sendo catalogadas e respondidas pela ANEEL no documento
“RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA/CONSULTA
PÚBLICA Nº 046/2004”.

III – DA ANÁLISE

III.1 – Determinação da Capacidade Operativa

13 Na prestação do serviço público de transmissão, as instalações de transmissão integrantes da


Rede Básica são disponibilizadas ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS por meio do CPST ou,
quando integrantes das Demais Instalações de Transmissão, a disponibilização se processa diretamente aos
usuários interessados por meio do CCT.

14. Para este fim, é necessário que a operação em condições de regime normal e de emergência
seja efetuada de modo a permitir sua continuidade operacional, flexibilizando a operação do Sistema
Interligado Nacional, induzindo a utilização racional dos sistemas e minimizando os custos de ampliações e
reforços das redes.

15. As instalações vinculadas ao serviço público de transmissão, projetadas em conformidade com


as normas técnicas brasileiras ou, na sua falta, com as normas internacionais, devem ser capazes de manter a
continuidade do serviço prestado em regime normal de operação e durante emergências, não colocando em
risco vidas humanas ou a integridade dos equipamentos.

16. Neste sentido, a ANEEL apresentou em audiência as metodologias de cálculo de


carregamento de linhas de transmissão para operação em condições de carregamento normal de longa
duração e regime de operação de curta duração, para emergências.

17. As posições apresentadas em audiência estão sistematizadas a seguir, principalmente no que


se refere às metodologias apresentadas. Foi solicitado por alguns agentes o encaminhamento do tema para
ser tratado no âmbito da ABNT, porém é do entendimento da Agência que no espaço da ABNT o projeto das
linhas de transmissão, enquanto diretriz básica e fundamental deste processo, está devidamente tratado. No
tocante aos modelos para operação de linhas, a ABNT não entra no mérito específico do carregamento das
linhas de transmissão ou sua operação. A Audiência Pública pressupõe a participação de todos os
interessados, sem circunscrevê-los ao Setor Elétrico, mas admitindo a participação de qualquer segmento da
sociedade e de qualquer cidadão interessado (conforme demonstrado pelas apresentações trazidas ao
debate).

18. Assim, no que se refere à metodologia para regime de operação de longa duração de linhas
de transmissão, obteve-se as seguintes contribuições:

- foi sugerida a utilização de um modelo único de ampacidade, o Modelo para Avaliação do


Comportamento Térmico do Condutor, desenvolvido no âmbito do CIGRÉ WG 22-12, conforme descrito na
(Fls. 4 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

Revista Electra 144, de outubro de 1992. A avaliação da ANEEL foi no sentido de aceitá-lo, pois é de aplicação
mais simples, e perfeitamente aderente ao modelo de Morgan, para velocidades de vento superiores a 0,5 m/s.

- quanto aos coeficientes de emissividade e absortividade “não refletirem a realidade das referências
existentes”, estes na realidade são os recomendados pelo CIGRÉ, cujo modelo foi escolhido para a
determinação da capacidade operativa. Estes coeficientes, iguais a 0,5, se aplicam às situações mais comuns,
excetuando-se os casos de ambientes industriais ou condutores muito velhos. Caso um concessionário
entenda que não deve aplicá-los em algumas de suas LT´s, pode efetuar uma proposição -mediante Relatório
Técnico fundamentado com prova documental - de outros valores para esses coeficientes, conforme
procedimento previsto no artigo 6º da Resolução.

19. Quanto à metodologia para regime de operação de curta duração de linhas de transmissão,
houve as seguintes considerações:

- ocorrência de objeções quanto à variabilidade do aumento da flecha por grau Celsius de elevação na
temperatura superficial dos condutores, e conseqüente redução das distâncias de segurança para o solo,
aumentando o risco de acidentes. Neste aspecto, o enfoque estabelecido está baseado na redução das
distâncias de segurança para o solo nos regimes de Curta Duração. Os aumentos de flecha que possam
ocorrer deverão obedecer rigorosamente a distância de segurança admitida. É a redução das distâncias que
está diretamente ligada ao risco de acidentes.

- as distâncias de segurança em regime de operação de curta duração (emergência) estão previstas na


NBR 5422 de fevereiro de 1985, sendo escolhida para tanto a redução na distância entre o condutor e
máquinas agrícolas, que corresponde à menor redução determinada pela NBR 5422 (para circuitos até 242
kV). Efetuando os cálculos para classe de tensão 230kV, através da metodologia proposta pela NBR 5422,
encontra-se como resultados para distâncias de segurança, os valores de 7,39m para a condição de regime
normal e de 6,80m para regime de emergência, que resultou na redução de 0,59m, valor este utilizado na
metodologia proposta. Esta redução leva a um aumento de 16,4ºC na temperatura superficial dos condutores,
ao passar do regime de longa duração para o de curta (emergência) conforme a metodologia apresentada no
Anexo B desta nota técnica. Este aumento deve ser considerado como uma regra geral, não devendo ser
utilizado em situações singulares que forem detectadas em levantamentos de situações reais em campo. A
resolução, conforme o art. 6º, prevê com toda clareza os critérios para encaminhamento e análise de exceções
encontradas.

- esta metodologia, por ser de caráter geral, refere-se a um método comumente utilizado desde a década
de 70, conhecido como o método do vão básico. Este método pode resultar em erros consideráveis no cálculo
das trações e flechas, conforme relatado pelos agentes, mas apenas em casos especiais de locação das
estruturas em perfil, não ocorrendo nos casos mais comuns, razão pela qual é utilizado até hoje pelos
projetistas. As diferenças de flechas que podem ocorrer pela utilização do método, sempre foram do
conhecimento dos projetistas, que adotavam condições especiais de segurança nos tramos em que isto
ocorria, normalmente com a utilização de maiores distâncias para o solo. Por outro lado, o modelo determina a
verificação das distâncias de segurança para o solo, considerando que estas não devem ser violadas. Esta
verificação deve ser efetuada em campo, já que a insuficiência das distâncias de segurança não ocorre sempre
que houver acréscimos nas flechas devido a grandes diferenças nos comprimentos de vãos de um mesmo
tramo. Para tanto, torna-se necessário que os agentes efetuem um inventário de suas linhas, objetivando o
conhecimento de todos os possíveis vãos em que haja violação das distâncias de segurança, previamente à
aplicação do modelo proposto. Este inventário permitirá a detecção dos vãos em que, efetivamente, haverá a
(Fls. 5 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

violação. O inventário é um dos pontos focais do modelo, e não se pode dizer sem um efetivo levantamento
efetuado nas condições reais, que em um determinado vão um aumento de flecha superior a 0,59 m se
traduzirá em uma redução da distância de segurança ao solo abaixo da mínima admissível.

- outro aspecto motivador de objeção pelos participantes, refere-se ao suporte legal e inexistência de
fatores técnicos para a utilização de fatores multiplicativos. Porém, a norma brasileira, em seu item 3.5 não
explicita que a utilização da linha em emergência está limitada a níveis de tensão até 242 kV, ou seja, que em
níveis de tensão de EAT o projeto das linhas não deva considerar a operação em emergência. Todavia, como
a NBR 5422 não prescreve os critérios para tal uso em tensões acima de 242 kV, foram considerados valores
para distâncias de segurança em emergência constantes de uma norma de aceitação mundial, a NESC
(National Safety Code – USA), em sua edição de 2002.

- foi trazido o argumento de que há uma “mistura” da metodologia da NBR com outras metodologias,
dentro de um mesmo contexto, para a justificativa de ampliação da validade para tensões acima de 242 kV,
não lhes parecendo ser esta uma solução adequada para uma boa engenharia. No entanto, a Agência
acompanha a praxe utilizada na engenharia nacional, que é a de suplementar as normas existentes, no que
elas forem omissas, com normas internacionais, dentre as quais se pode citar a NESC, a IEEE, a IEC. Outro
aspecto refere-se ao grau de contribuição de uma norma internacional na elaboração de uma norma brasileira.
É comum a utilização quase que integral de outras normas como, por exemplo, a IEC 80826 no projeto de
revisão da NBR 5422. A ANEEL, ao efetuar leilões para licitação de Linhas de Transmissão promulga editais
(aceitos pelos licitantes) que suportam esta argumentação.

- a opção pelo valor de 0,59 metros, o menor valor calculado para os níveis de tensão até 242 kV e para
locais acessíveis a pedestres ou máquinas agrícolas (99% das situações), quando estiver sendo comparada
com o caso de linhas antigas, projetadas pela NBR 182/1972, vigente entre 1972 e 1985 (englobando,
portanto, uma parte substancial das LT da Rede Básica), indica, para a mesma situação em uma linha de
transmissão em 230 kV, uma distância de segurança em regime normal de operação 0,6 metros superior
àquela definida pela NBR 5422/1985. Esta folga adicional, totalizando 1,19 metros, implica regimes de
operação ainda mais conservativos e, portanto, mais seguros.

- a redução utilizada para as distâncias de segurança em emergência, embora não referenciada na


referida NBR para níveis de EAT, já foi aprovada pelo GCPS (Grupo Coordenador do Planejamento do
Sistema Elétrico), em relatório de dezembro de 1984, com recomendações que estabelecem carregamento
limite para a condição de emergência que não provoque abaixamento dos condutores superior a um (1) metro
em relação à posição que ocupam quando submetidos ao carregamento limite em condição normal.
Estabelece ainda, que “as linhas existentes deverão ter examinados seus vãos críticos e determinado seus
abaixamentos máximos admissíveis; a temperatura e o limite de carregamento em condição normal e de
emergência serão então função destes abaixamentos máximos admissíveis”. Este documento – “ Critérios e
Procedimentos para a Determinação de Limites de Carregamento de LTs Aéreas em Corrente Alternada”-
emitido pelo Comitê Técnico de Estudos do Sistema de Transmissão – CTST do GCPS, foi o guia de
carregamento de linhas de transmissão que estão até hoje em operação no Sistema Interligado Nacional, com
tensões entre 138 e 500 kV.

20. Para a finalidade de emissão do relatório técnico fundamentado, este deverá contemplar, pelo
menos:
a) diretrizes básicas do projeto da LT, dispostas no memorial descritivo, tais como trações,
temperaturas, e dados meteorológicos utilizados;
(Fls. 6 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

b) levantamento de planta e perfil em campo, de toda a LT ou do trecho que apresenta a


restrição limitante da capacidade operativa;
c) cálculo da ampacidade atual da LT utilizando o modelo definido nesta Resolução, e
levando em conta a restrição limitante;
d) propostas de soluções para restabelecer a capacidade operativa original da LT contendo
orçamentos e cronogramas detalhados para cada solução proposta.

21. Também ficou definido que, por iniciativa da própria concessionária de transmissão, esta
poderá implementar adequações em determinada LT de modo a obter uma capacidade operativa para o
regime de operação de longa duração superior à estabelecida nesta Resolução, sendo necessária a
comprovação mediante relatório técnico justificativo ao ONS, o qual emitirá laudo técnico fundamentado a ser
encaminhado à ANEEL. Neste caso, a concessionária fará jus a uma parcela adicional da receita anual
permitida - RAP, proporcional à capacidade ampliada na LT, desde que as adequações evitem ou posterguem
ampliações ou reforços na Rede Básica ou nas Demais Instalações de Transmissão e não sejam decorrentes
de ações ou omissões da própria concessionária.

22. Quanto aos aspectos jurídicos de responsabilidade civil e penal, citados pelas concessionárias
de transmissão por utilizar os limites de carregamento de linhas aéreas de transmissão com base nos modelos
de capacidade operativa descritos nesta resolução, a Agência entende que o concessionário, em qualquer
circunstância, desde que operando sob as Normas e a Legislação Brasileira, exercerá a plena
responsabilidade originada dos contratos de concessão de serviços públicos de transmissão. A resolução não
fere o disposto em Norma, sendo a metodologia para a condição de emergência conservativa e segura,
contemplados, inclusive, os dispositivos do art. 6º, que permitem, mediante relatório técnico fundamentado, a
caracterização prévia das exceções pela Concessionária.

23. O Parecer nº 289/2005-PF/ANEEL, de 20 de julho de 2005, que avalia, entre outros aspectos,
a responsabilidade civil e penal das concessionárias em face do conteúdo constante desta Resolução, conclui
que a incorporação dos limites operativos de curta e longa duração nas instalações de transmissão do Sistema
Interligado Nacional, na forma estabelecida pela ANEEL, não altera o panorama destas responsabilidades aos
quais hoje já se submetem as concessionárias do serviço público de transmissão.

24. Assim, aplicando-se a metodologia do “Cálculo da Capacidade Operativa de Longa Duração


de Linhas Aéreas de Transmissão”, conforme descrição no Anexo A, poderá ser obtida a corrente de projeto a
partir da Temperatura de Projeto de uma linha de transmissão para as condições de regime normal de
operação, em conformidade com a Norma Técnica NBR 5422, de fevereiro de 1985.

25. Adicionalmente, a partir do documento “Metodologia para Definição do Limite de Carregamento


de Linhas de Transmissão para Regime de Operação de Curta Duração” – com descrição no Anexo B, foram
contempladas as condições caracterizadas na citada NBR como “operação em emergência”, isto é, “situação
em que a linha transporta corrente acima do valor nominal de projeto, durante períodos de tempo considerados
curtos em relação ao período anual de operação” (item 3.5 da atual NBR 5422).

26. Com relação à capacidade operativa sazonal de linhas de transmissão, correspondente ao


carregamento de linhas de transmissão para as condições verão-dia, verão-noite, inverno-dia e inverno-noite,
caberá ao ONS estabelecer os valores correspondentes a partir das metodologias contempladas nesta
resolução, através do desenvolvimento de critérios compatíveis com estas condições operativas. Os
documentos operativos constantes dos Procedimentos de Rede deverão incorporar estes valores sazonais de
(Fls. 7 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

capacidade, de modo a possibilitar o uso otimizado da Rede Básica. Até que sejam implementados estes
procedimentos, as Instruções de Operação, que dispõem sobre este tema, permanecerão vigentes.

27. Portanto, utilizando-se os limites de carregamento de linhas de transmissão obtidos por estas
metodologias, a operação do sistema interligado nacional poderá ser feita de forma flexível e segura, inclusive
em condições de emergência. Os limites estabelecidos poderão, complementarmente, ser ainda reduzidos por
outros fatores restritivos de caráter temporário correspondentes a componentes e acessórios associados à
função linha de transmissão e/ou fatores restritivos de caráter sistêmico como limite de estabilidade e nível de
tensão, assim como por fatores restritivos do tipo interferências na faixa de passagem, os quais necessitarão
ser justificados pelas transmissoras e suportados pelo correspondente laudo técnico elaborado pelo ONS.

28. Da mesma forma, a norma ABNT-NBR 5416, de julho de 1997, estabelece critérios e condições
para aplicação de carga em unidades transformadoras de potência, em Regime de Operação Normal e de
Emergência de Longa e Curta Duração, que permitem ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
coordenar de forma segura a operação do sistema elétrico interligado. Este marco técnico é considerado como
adequado para garantir a operação dos transformadores de potência do sistema interligado brasileiro, e
contempla os limites de carregamento nos quais estes equipamentos das transmissoras podem ser operados
em condições normais de operação e em emergências.

29. A partir das contribuições dos Agentes a respeito das diferentes condições de carregamento e
da metodologia estabelecida pela norma ABNT-NBR 5416/97, conforme prevista nos Procedimentos de Rede,
as curvas diárias de carga e de temperatura ambiente dos transformadores do sistema interligado nacional,
deverão ser incorporadas aos documentos operativos dos Procedimentos de Rede, e dispostas nos Contratos
de Conexão quando atinentes aos transformadores pertencentes às Demais Instalações de Transmissão.

30. As manifestações trazidas à audiência informam que não há prática no Brasil para operação de
transformadores de potência com correntes superiores àquelas correspondentes ao carregamento nominal. No
entanto, nos documentos de critérios e procedimentos do GCOI e do GCPS das décadas de 80 e 90, há uma
clara indicação para carregamento dos transformadores acima da corrente nominal em emergência (veja-se os
relatórios: GCOI de agosto de 1986, Critérios e Procedimentos para a Determinação de Limites de
Carregamento em Unidades Transformadoras. Relatório Nº SCEL/GTEE – 02/86 e GTCP/GCPS de março de
1989 - Critérios e Procedimentos para a Determinação de Limites de Carregamento em Unidades
Transformadoras de Dois Enrolamentos ).

31. Argumentam, outrossim, que “não é especificado pelas empresas brasileiras o ensaio de
sobrecarga em fábrica, o qual não é normatizado pela ABNT, deixando de ser verificadas e garantidas a
adequabilidade do projeto e a qualidade do processo de fabricação para o transformador operar em regime de
sobrecarga”. No entanto, o ensaio de elevação de temperatura é executado pelo fabricante conforme a norma
ABNT-NBR 5356/93 para qualquer transformador, até a aplicação de corrente nominal. Por extrapolação,
podem ser obtidos os valores para as correntes acima da nominal até atingir-se a temperatura do ponto mais
quente do enrolamento. Se o transformador foi fabricado atendendo a essa Norma de 1993, é porque o
fabricante está assegurando que para este valor limite de carregamento não haverá para o equipamento e
seus acessórios elevações anormais de temperatura e formação de bolhas que levem à perda total da
unidade. Não é determinado nesta resolução superar as temperaturas limites dispostas em Norma.

32. Caso a Norma não tenha sido seguida, o que não implica qualquer concordância da
ANEEL com o descumprimento das Normas Brasileiras, aplicar-se-á o disposto nas alíneas a) e b), inciso IV, §
5º do art. 4º da Resolução 513, de 16 de setembro de 2002, quais sejam:
(Fls. 8 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

“a) Serão usados os valores limites de carregamento informados pelo fabricante a partir dos ensaios
realizados em fábrica.
b) Se não estiverem disponíveis os referidos ensaios de fábrica, serão utilizados os valores dispostos
nas Tabelas A1 ou A2 da Norma ABNT- NBR 5416/97, de natureza conservativa.”

33. O monitoramento do transformador deverá estar sob controle em qualquer situação, pois a
Resolução aqui proposta determina que o ONS e a Transmissora estabelecerão valores máximos
de carregamento para as condições de emergências de Curta e Longa Duração para o ciclo de carga do
equipamento, previamente à aplicação de carga com correntes superiores à nominal. A Transmissora deverá
fornecer, no mínimo, os dados do ciclo de carga diário, os parâmetros e a temperatura ambiente para propiciar
a simulação da temperatura limite do transformador.

34. Trata-se da aplicação de carga sem ultrapassar as temperaturas limites do óleo e do ponto
mais quente dos enrolamentos, isto é, não ultrapassa os principais limites conforme Tabelas I e II da Norma
Técnica ABNT-NBR 5416/ 1997.

Tabela I – Cargas Máximas Admissíveis


Tipo de Carregamento Transformador até Transformador >
100VA 100VA
Condição Normal 150% 130%
Emergência de longa duração 150% 130%
Emergência de curta duração 150% 140%

Tabela II - Temperaturas Máximas


TIPO DE ENROLAMENTO TEMPERATURA DO TEMPERATURA DO
TOPO DO ÓLEO PONTO MAIS QUENTE
ENROLAMENTO
tr.55°C tr.65°C tr.55°C tr.65°C
Condição Normal 95°C 105°C 105°C 120°C
Emergência de Longa Duração 105°C 110°C 120°C 130°C
Emergência de Curta Duração 105°C 110°C 130°C 140°C

35. Informam ainda os agentes que “os transformadores, ainda hoje, não possuem dispositivos de
medição de temperatura confiáveis para aplicação e gerenciamento do processo de aplicação de sobrecarga
pela NBR-5416/97, que está fundamentada principalmente no acompanhamento on-line das temperaturas de
óleo e enrolamentos, que crescem rapidamente (exponencial com a corrente)”. No entanto, a ANEEL entende
que é possível o acompanhamento adequado da temperatura dos enrolamentos de transformadores de
potência de forma indireta, mediante o monitoramento da corrente dos enrolamentos, bem como por meio
direto, utilizando tecnologias já disponíveis no mercado. Na Resolução fica estabelecido o acompanhamento
acordado entre concessionária e ONS para as situações extremas de emergência de curta duração de até 30
minutos, acatando, nesta situação, a sugestão dos agentes.
(Fls. 9 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

36. Assim, conforme já estabelecido nos Procedimentos de Rede, deverá ser utilizado o método
para cálculo da capacidade de carga de um transformador de potência descrito na Norma Técnica ABNT- NBR
5416/97, inclusive para as situações em que o transformador opera com corrente acima do valor nominal,
resguardadas as condições limites de temperaturas no topo do óleo e no ponto mais quente dos enrolamentos.
Em caráter excepcional, nas situações em que possa ocorrer perda adicional de vida útil quando comparada à
expectativa final de vida útil de 40 anos, será avaliada pelo ONS a condição técnico-econômica mais adequada
para a operação do referido transformador, e, em caso afirmativo, aplicada a Resolução ANEEL nº 513/2002 e
utilizado o método de cálculo, valores e procedimentos para aplicação de carga em transformadores de
potência conforme estabelecido na Resolução, respeitados os limites de temperatura estabelecidos na Norma
Técnica ABNT-NBR 5416/97.

III.2 – Caracterização das Funções de Transmissão e dos Pagamentos Base

37. Complementarmente, foi considerado o disposto na Resolução no 247, de 13 de agosto de


1999, que alterou as condições gerais da prestação dos serviços de transmissão e contratação do acesso,
compreendendo os Contratos de Prestação de Serviços de Transmissão – CPST, Contratos de Uso do
Sistema de Transmissão – CUST e dos Contratos de Conexão à Transmissão – CCT.

38. Conforme relato enviado à audiência pública, a administração da cobrança e da liquidação dos
encargos referentes à prestação dos serviços de transmissão da Rede Básica, em atendimento à
regulamentação do art. 12 da Resolução no 247, com vistas à cobrança de encargos sobre as
indisponibilidades das instalações da Rede Básica e ao carregamento de transformadores, torna necessário
um referencial descritivo para o tratamento das Funções Transmissão e seus respectivos Pagamentos Base.

39. Neste sentido, visando a utilização nos CPST, nas reclassificações de instalações da Rede
Básica, nos CCT e nos Procedimentos de Rede e contando com as contribuições dos agentes, ficam definidas
e caracterizadas:

a) FT- Funções Transmissão: que correspondem às instalações de transmissão agrupadas


em conjuntos funcionais solidários, compreendendo o equipamento principal e os complementares, definidas
na Tabela IIII desta Nota Técnica.
Tabela III - Caracterização das Funções Transmissão
FT- FUNÇÃO EQUIPAMENTO PRINCIPAL EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES
TRANSMISSÃO
Linha de Transmissão Equipamentos das entradas de LT,
Reator em derivação, equipamento de
LT- LINHA DE
compensação série, não manobráveis
TRANSMISSÃO
sob tensão, a ela conectados e aqueles
associados ao equipamento principal.
TR- TRANSFORMAÇÃO Transformador de potência e conversor de Equipamentos de conexão, limitadores de
freqüência corrente e de aterramento de neutro,
reguladores de tensão e defasadores, e
demais equipamentos associados ao
equipamento principal.
CR- CONTROLE DE Reator em derivação e compensador série Equipamentos de conexão e
REATIVO manobráveis sob tensão, banco de capacitor, transformador de potência e aqueles
compensador síncrono e compensador associados ao equipamento principal.
estático.
(Fls. 10 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

MG- MÓDULO GERAL Malha de aterramento, terreno, sistemas de Equipamentos de conexão e aqueles
telecomunicações, supervisão e controle associados ao equipamento principal.
comuns ao empreendimento, cerca,
terraplenagem, drenagem, grama,
embritamento, arruamento, iluminação do
pátio, proteção contra incêndio, sistema de
abastecimento de água, esgoto, canaletas,
acessos, edificações, serviços auxiliares, área
industrial, sistema de ar comprimido comum às
funções, transformador de aterramento e de
potencial e reator de barra não manobrável sob
tensão, e equipamentos de interligação de
barra e barramentos.

b) PB - Pagamentos Base: que correspondem a um duodécimo da parcela da Receita Anual


Permitida - RAP que cabe às instalações de transmissão que a compõem. Os Pagamentos Base
correspondentes às Funções Transmissão, definidas acima, são constituídos conforme descrição a seguir:

I – Para as instalações de transmissão abrangidas pelas Resoluções nº 166 e 167, de 31 de


maio de 2000, cujas receitas correspondentes estão incluídas nas parcelas denominadas RBSE e RPC: rateio
destas parcelas de receita de forma proporcional ao custo de reposição das instalações associadas, conforme
Nota Técnica SRT/ANEEL nº 024, de 16 de setembro de 2004, para o ciclo tarifário 2004-2005 e para os
subseqüentes reajustes ou revisões conforme as respectivas Resoluções específicas;

II – Para as instalações de transmissão autorizadas por Resolução específica, cujas receitas


correspondentes denominam-se RBNIA ou RCDM: valor especificado na própria resolução ou, na falta deste,
rateio da RBNIA ou RCDM total de forma proporcional ao custo de reposição dos equipamentos autorizados;

III – Para as instalações de transmissão que tenham sido objeto de outorga de concessão,
mediante licitação: valores declarados pela concessionária de transmissão no CPST. Neste caso, será objeto
de fiscalização pela ANEEL a proporcionalidade dos valores informados.

40. Com relação às ponderações dos agentes, principalmente quanto aos valores de PB,
esclarecemos que estes estarão sendo alterados a cada ciclo tarifário e serão compatíveis com o processo e
critérios de revisão tarifária a serem instaurados pela ANEEL no decorrer do atual ciclo tarifário 2005-2006. Já
os conceitos descritos nesta Resolução, tendo em vista as Funções Transmissão- FT e seus respectivos
Pagamentos Base- PB, independem de sua aplicação.

41. Dados todos estes aspectos, as orientações para preenchimento dos Anexos do CPST
relativos à alocação de equipamentos, bem como seus respectivos PB, nas FT caracterizadas pela Tabela III,
estão consubstanciadas na Nota Técnica nº 028/2004 da SRT/ANEEL, de 07 de dezembro de 2004, de forma
a alterar, consolidar e/ou complementar as informações amplamente tratadas com os agentes desde 2003,
através dos Ofícios Circulares mencionados nos itens 05 a 10 desta Nota Técnica, além de promover os
esclarecimentos solicitados na CARTA ONS 526/200/2003.

42. O exaustivo detalhamento para o tratamento a ser dado aos equipamentos de reserva,
instalações cedidas para uso à Transmissora, modificações e implementações de novos equipamentos em
instalações existentes, autorizadas por resoluções específicas, fica modificado em seu item 26, subitem II da
referida Nota Técnica:
(Fls. 11 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

“b) Às Conexões em terciários de transformadores que são usados para suprir carga de serviços
auxiliares da SE e equipamentos de controle de tensão ou somente equipamentos de controle de
tensão – os PB devem ser alocados na coluna “Bay ” da FT – Controle de Reativo do CPST, de
acordo com modelo que consta no exemplo anexado. Para os demais casos onde o terciário atender
carga da concessionária de distribuição, acompanhada ou não de equipamentos de controle de
tensão e/ou carga de serviços auxiliares, o PB da conexão será apropriado na FT Módulo Geral. A
FT transformação deverá ser representada independentemente de ser transformador de 2 ou 3
enrolamentos, por “bay de” (enrolamento primário), “equipamento” e “bay para” (enrolamento
secundário ou o de maior potência).”

IV – DO FUNDAMENTO LEGAL

43. O parágrafo 1º do art. 6o da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, dispõe sobre o serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, desde que satisfaça as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação, modicidade tarifária;
o parágrafo 2º do mesmo artigo, requer atualidade, contemplando a modernidade das técnicas e a
conservação do equipamento e das instalações, bem como a melhoria e expansão do serviço.

44 O inciso I do art 3º e o parágrafo 6º do art. 15 da Lei 9074, de 07 de julho de 1995, determina


a garantia da continuidade dos serviços públicos de transmissão prestados e a necessidade do
estabelecimento de critérios, pela ANEEL, para o cálculo do preço do serviço envolvido.

45. O Parágrafo único do art 9º da Lei nº 9648, de 27 de maio de 1998, atribui à ANEEL o
estabelecimento das condições gerais de contratação do acesso e uso dos sistemas de transmissão e
distribuição de energia elétrica; os incisos IV e V do artigo 7º do Decreto nº 2655, de 2 de julho de 1998,
determinam à ANEEL o estabelecimento das condições gerais de acesso e uso dos sistemas de distribuição e
transmissão, com vistas a induzir a utilização racional dos sistemas e a minimização dos custos de ampliação
ou utilização dos sistemas elétricos.

46. Os parágrafos 2o e 3º do Art. 6º do Decreto 2655, de 02 de julho de 1998, determinam a


disponibilização das instalações e equipamentos considerados integrantes da Rede Básica de Transmissão
para o Operador Nacional do Sistema Elétrico, mediante Contratos de Prestação de Serviços de Transmissão
– CPST, e as demais instalações de transmissão, não integrantes da Rede Básica, diretamente aos
acessantes interessados, contra o pagamento dos encargos correspondentes.

47. Os incisos I e II do Art 3º do Anexo I do Dec. nº 2355, de 06 de outubro de 1997, determinam


à ANEEL proporcionar condições favoráveis para o desenvolvimento do mercado de energia elétrica,
prevenindo potenciais conflitos entre agentes do setor de energia elétrica e demais agentes da sociedade, bem
como regulando e fiscalizando com vistas ao atendimento das necessidades dos consumidores e ao pleno
acesso aos serviços de energia elétrica.

48. Os incisos VII e XVI do Art 4º do Anexo I do Dec 2355, de 06 de outubro de 1997, determinam
à ANEEL aprovar metodologias e procedimentos para otimização da operação dos sistemas interligados, e
estimular a melhoria do serviço prestado, zelando pela sua qualidade.
(Fls. 12 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

49. O Parecer Nº 289/2005-PF/ANEEL da Procuradoria Federal – ANEEL, de 20 de julho de 2005,


caracteriza induvidosa a competência da ANEEL para promover alterações nos CPST e CCT relativas à
incorporação de limites operativos de longa e curta duração nas instalações de transmissão do SIN, mormente
quando estas alterações têm por escopo garantir a prestação do serviço adequado.

V – DA CONCLUSÃO

50. Em face do exposto, das contribuições oriundas da Audiência Pública nº 046/2004, de 24 de


fevereiro de 2005, e julgadas pertinentes por esta Agência, vis-à-vis o interesse público, o que dispõem os
documentos intitulados “Cálculo da Capacidade Operativa de Longa Duração de Linhas Aéreas de
Transmissão”, “Metodologia para definição do Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão para Regime
de Operação de Curta Duração”, Anexos A e B desta Nota Técnica, a metodologia para a determinação dos
limites de carregamento de transformadores de potência estabelecida pela NBR 5416/1997, bem como os
critérios técnicos para a determinação das Funções Transmissão com seus respectivos Pagamentos Base,
consideramos satisfatória para ser submetida à Diretoria da ANEEL a aprovação da Resolução Normativa, em
anexo.

VI - DA RECOMENDAÇÃO

51. Do ponto de vista técnico e regulamentar, a SRT recomenda que esta minuta de Resolução
Normativa seja encaminhada à aprovação pela Procuradoria Geral da ANEEL acompanhada por esta Nota
Técnica, e submetida posteriormente à apreciação da Diretoria, pois cumpre seus objetivos regulamentares.

ROBERTO KNIJNIK REINALDO DA CRUZ GARCIA


Matrícula 2282009 Matrícula 1282006

De acordo:

DAVI ANTUNES LIMA


Superintendente de Regulação dos Serviços de Transmissão
(Fls. 13 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

ANEXO A

Cálculo da Capacidade Operativa de Longa Duração


de Linhas Aéreas de Transmissão

Apresenta-se a seguir o modelo para cálculo da capacidade operativa de longa duração de


linhas aéreas de transmissão, cujos critérios estão baseados nas recomendações do WG 22-12 do CIGRÉ,
publicado na Revista ELECTRA número 144 de Outubro de 1992.

O modelo desenvolvido utiliza a equação clássica do equilíbrio térmico, onde todo o calor
recebido (ganho) é igual ao calor perdido (perda).

Entende-se como Ampacidade de uma Linha de Transmissão com condutores aéreos, a sua
capacidade de carregamento em períodos de longa duração, com os condutores submetidos às condições
geo-ambientais específicas.

Considerando a obrigatoriedade da utilização de valores normatizados, os valores de Ta, V e


RS (ver definições abaixo) deverão ser definidos de acordo com o item 5.2.2 da NBR 5422, norma vigente.

Os termos usados nas equações do modelo, descritas adiante, estão definidos nas legendas
abaixo.

Pc Perda de calor por convecção (W/m)


Pr Perda de calor por radiação (W/m)
Qs Ganho de calor por aquecimento solar (W/m)
Qc Ganho de calor por efeito Joule (W/m)
Resistência elétrica (AC ou DC) do condutor na
RTC
temperatura Tc ( /m)
Coeficiente de variação da Resistência DC por unidade de
αAC Grau Celsius
Coeficiente de variação da Resistência AC por unidade de
αDC Grau Celsius
V Velocidade do vento (m/s)
Ta Temperatura ambiente (oC)
Tc Temperatura de projeto (oC)
RS Radiação global (W/m2)
IAC Corrente de projeto em CA (ampacidade) (A)
IDC Corrente de projeto em DC (ampacidade) (A)
RDC Resistência elétrica do condutor em DC a 20oC( /m)
RAC Resistência elétrica do condutor em AC a 20oC( m)
D Diâmetro do cabo (m)
d Diâmetro dos fios de alumínio da camada externa (m)
(Fls. 14 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

ε Coeficiente de emissividade do condutor


αs Coeficiente de absorção do condutor
RR Rugosidade do cabo
Tf Média entre as temperaturas do condutor e do ar (oc)
λf Condutividade térmica do ar na temperatura Tf (W/m.K)
νf Viscosidade cinemática do ar na temperatura Tf (m2/s)

Re Número de Reynolds

Nu Número de Nusselts

Gr Número de Grashof

Npra Número de Prandl

DRA Densidade Relativa do Ar

H Altura média da LT (m)

δ Ângulo de incidência (ataque) do vento (o)

G Aceleração da gravidade (9,81 m/s2 )

1.Equação de equilíbrio térmico no condutor:

A partir da equação de equilíbrio térmico, tem-se:

Q j + Q s = Pc + Pr
ou (1)
Q j = Pc + Pr − Q s

2. Cálculo de Qj :

Os ganhos de calor por efeito Joule (Qj) podem ser calculados a partir dos valores de
Resistência fornecidos pelos fabricantes de condutores, a partir das equações seguintes:

2
Q j = I CA * R TC AC (2)

R TCAC = R AC * [1 + α AC * (TC − 20)] (3)

onde R TC AC = Resistência do Condutor (AC) para a temperatura de projeto (TC)

Caso se disponha apenas de valores de Resistência e Coeficiente de Variação para corrente


contínua, a expressão pode ser reescrita como:

2
Q j = I DC * R TC DC (4)

R TCDC = R DC * [1 + α DC * (TC − 20)] (5)


(Fls. 15 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

Neste caso, deve-se proceder à conversão da Corrente em DC para Corrente em AC,


conforme descrito no item 6 deste anexo.

3. Cálculo de Pc :

A perda de calor por convecção pode ser determina através das equações seguintes:

Pc = π * λ f * (Tc − Ta ) * Nu (6)

λ f = 2,42 * 10 −2 + 7,2 * 10 −5 * Tf (7)

Tc + Ta
Tf = (8)
2

3.1 – Número de Nusselts para Convecção Forçada (v > 0,5 m/s)

O Número de Nusselts (Nu) é calculado em função de dois coeficientes, de acordo com a


equação 9:

Nu = B 2 * Re m 2 (9)

onde Re é o número de Reynolds.

O número de Reynolds pode ser calculado pela expressão 10 abaixo:

D * V * DRA
Re = (10)
υf

onde:
−4
DRA = e −1,16*10 *H
(11)

e υf é a viscosidade cinemática, determinada pela expressão 12:


υ f = 1,32 *10 −5 + 9,5 *10 −8 * Tf (12)

Os coeficientes B2 e m2, usados na equação 9, são obtidos a partir da tabela a seguir:

Faixa de Rugosidade Faixa de Re B2 m2


0,05< RR < 0,718 100 < Re < 2650 0,641 0,471
RR < 0,05 2650 < Re < 50 000 0,178 0,633
0,05< RR< 0,718 2650 < Re < 50 000 0,048 0,800

Para que se possa utilizar a tabela, a rugosidade (RR) é calculada em função do diâmetro do
cabo e do diâmetro do tento de alumínio:
(Fls. 16 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

d
RR = (13)
2 * (D − 2 * d)

O número de Nusselts (equação 9) é calculado para um ângulo de incidência do vento sobre o


eixo da LT igual a 90 graus. Caso se tenha valores medidos do ângulo de incidência do vento diferentes de
90º, o Número de Nusselts deve ser corrigido pela expressão:

(
Nu δ = Nu δ =90 A1 + B 2 * (senδ )
m1
) (14)

onde:

para 0o. <= δ <= 24º.


A1 = 0,42, B2 = 0,68 e m1 = 1,08

para 24o. < δ <= 90º.


A1 = 0,42, B2 = 0,58 e m1 = 0,90

3.2 – Número de Nusselts para Convecção natural (v = 0)

No caso de se considerar convecção natural, o Número de Nusselts passa a ser calculado em


função dos Números de Prandl e Grashof:

N PRA = 0,715 − 2,5 *10 −4 * Tf (15)

D 3 * (Tc − Ta ) * g
Gr = (16)
(Tf + 273) *ν f
2

Definidos estes números, o Número de Nusselts é calculado pela equação (18):

NU = A 2 * (G r *N PRA ) m2 (18)

Os valores de A2 e m2 são obtidos pelas tabelas a seguir:

Gr*NPRA A2 m2
De Até
100 10000 0,850 0,188
10000 1000000 0,480 0,250

3.3 – Número de Nusselts para Convecção mista - a baixas velocidades do vento (V < 0,5 m/s)
(Fls. 17 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

Para velocidades de vento entre 0 m/s e 0,5 m/s, o valor de Pc deve ser o maior que for
calculado por um dos três processos a seguir:

1) Fixa-se um ângulo de incidência igual a 45º, e calcula-se Pc conforme equações 6 e 14;


2) Calcula-se o valor de Pc com a equação 6 e com NU = 0,55*NU90;
3) Usa-se a equação 6 com NU calculado pela equação 18.

4. Cálculo de Pr :

Para o cálculo da perda de calor por radiação, utiliza-se a seguinte equação:

Pr = σ * ε * π * D * ((Tc + 273) − (Ta + 273) )


4 4
(19)

onde σ = 5,67 x 10-8 (constante de Stefan-Boltzmann)

O valor de ε varia entre 0,27 para cabos novos e 0,95 para cabos envelhecidos em ambiente
industrial. O valor sugerido pelo CIGRÉ é de 0,50.

5. Cálculo de Qs:

Para calcular o ganho de calor por aquecimento, deve-se utilizar o valor da radiação incidente
global na altura da LT, obtido através de medição. Este valor já engloba todas as possíveis correções, e resulta
em correção zero para a altitude da LT. Caso não se tenham valores medidos, deverá ser utilizado o valor de
1000W/m2 conforme previsto no item 5.2.2 da NBR 5422. A equação para o cálculo do ganho de calor por
aquecimento devido à radiação solar é:

Qs = αs * D * I B (20)

O valor de αs varia entre 0,27 para cabos novos e 0,95 para cabos envelhecidos em ambiente
industrial. O valor sugerido pelo CIGRÉ é de 0,50.

6. Conversão do valor da Corrente em DC para Corrente em AC

No caso de se utilizar valores de Resistência e Coeficiente de Variação para corrente


contínua, para o cálculo dos ganhos de calor por efeito Joule (Qj), conforme descrito no item 2 anterior, deve-
se proceder à conversão da Corrente em DC para Corrente em AC. Este procedimento é feito conforme o tipo
de condutor, conforme descrição abaixo:

6.1. Para condutores com 3 camadas de tentos de alumínio:

I DC
I AC = (21)
1,0123 + 2,36 *10 −5
6.2. Para condutores com 1 ou 2 camadas de tentos de alumínio calcula-se:
(Fls. 18 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

I DC
Ik = (22)
A

• Se Ik ≤ 0,742:

IAC = IDC (23)

• Se 0,742 ≤ Ik ≤ 2,486:

I DC
I AC = (24)
[1 + 0,02(25,62 − 133,9 Ik + 288,8 Ik − 334,5Ik + 226,5 Ik 4 − 89,73Ik 5 + 19,31Ik 6 − 1,744 Ik 7 )]1 / 2
2 3

• Se 2,486 ≤ Ik ≤ 3,908:

I DC
I AC = (25)
[1 + 0,02(2,978 − 22,02 Ik + 24,87 Ik − 11,64 Ik 3 + 2,973Ik 4 − 0,4135 Ik 5 + 0,02445 Ik 6 )]1 / 2
2

• Se Ik > 3,908:

I DC
I AC = (26)
(1,1)1 / 2

7. Ampacidade

Finalmente, tendo sido calculados os valores de Pc, Pr e Ps, bem como o valor de RTc, obtém-
se a ampacidade a partir da equação seguinte:

Q c + Q R − QS
I AC = (27)
R TC AC
(Fls. 19 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

ANEXO B

Metodologia para Definição do Limite de Carregamento de Linhas de Transmissão em


Regime de Curta Duração

1. Conceituação de Emergência

A definição de operação em emergência encontra-se no item 3.5 da NBR 5422: “situação em


que a linha transporta corrente acima do valor nominal do projeto, durante períodos de tempo considerados
curtos em relação ao período anual de operação”.

As condições de emergência são conceituadas no item 10.4 da NBR 5422. Segundo este item,
os períodos de emergência devem obedecer aos seguintes critérios:
a) Ter duração inferior a 4 dias, e
b) O somatório das emergências em base anual não deve exceder a 5% do total de horas em
regime normal de operação (aproximadamente 432 horas).

2. Delimitação da Condição de Emergência

O carregamento de linhas de transmissão – LT´s, na condição de emergência, não deve violar


os dispositivos contidos na NBR 5422. Assim, os condicionantes a serem observados na definição dos limites
de carregamento de curta duração são:
a) A corrente em condição de emergência deve ser um valor superior à corrente normal,
limitada em sua duração; e
b) As distâncias de segurança especificadas para as condições de emergência devem ser
respeitadas durante a operação nestas condições.

3. Temperatura Máxima nos Cabos Condutores

O carregamento na LT, associado a um conjunto de variáveis meteorológicas, onde


predominam a temperatura ambiente, a velocidade e direção do vento e a radiação solar, deve levar os
condutores a operarem em uma temperatura estável, desenvolvendo uma determinada flecha e,
conseqüentemente, uma distância vertical para o solo ou elementos conflitantes sob os condutores (máquinas
agrícolas, pessoas, veículos, etc).

A temperatura máxima admissível nos cabos condutores está definida na seção 5.2.2 da NBR
5422.
(Fls. 20 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

4. Metodologia

O projeto de uma LT deve considerar a operação em regimes de curta duração, chamados de


“operação em emergência”, nos quais se admite uma redução nas distâncias de segurança verticais.

Esta metodologia define fatores multiplicativos para o cálculo dos valores dos limites de
corrente em regimes de operação de curta duração embasados na NBR 5422.

Está sendo considerada, para todas as classes de tensão, a menor redução da distância de
segurança vertical para o solo admitida na NBR 5422, para regiões accessíveis apenas a máquinas agrícolas
determinada para as LT´s da classe de 230 kV, (igual a 0,59 m, representativo do pior caso, já que todas as
demais são superiores a 1,0 m).

Este valor está associado a um aumento de temperatura nos cabos condutores e,


conseqüentemente, às correntes máximas admissíveis, considerando as condições ambientais determinadas
para o regime de longa duração (o que torna ainda mais conservativo o resultado). Este encadeamento é
ilustrado na figura 1, abaixo:

Longa Duração Corrente de Curta


(Regime Normal) Duração
TA – V – RS
Corrente Longa Duração
Temperatura
de Curta Duração

Temperatura
de Projeto Mantendo TA – V – RS

Distâncias de Distâncias de
Segurança Segurança
Longa Duração (Regime de Emergência)

Redução de Distância
Admitida em Norma

Figura 1: Metodologia para Determinação da Corrente de Curta Duração


(TA = Temperatura Ambiente; V = Velocidade do Vento; RS = Radiação Solar)

Utilizando-se este modelo, foi determinado o aumento de temperatura associado à redução


das distâncias de segurança verticais em 0,59 m, obtendo-se um valor de 16,4 ºC superior ao considerado
para o projeto da LT. Este valor definiu o valor da corrente a considerar na Operação em Regime de Curta
Duração (emergência).

A partir desta Corrente, determinou-se um fator multiplicativo (fator de sobrecorrente),


apresentado de forma generalizada e determinado pela relação entre os dois valores de corrente: o de Curta
Duração e o de Longa Duração, obtidos para diversos tipos de cabos condutores e diversas temperaturas de
projeto.
(Fls. 21 da Nota Técnica n° 038/2005-SRT/ANEEL, de 14/11/2005).

Considerando a necessidade da metodologia abranger todas as LT´s do sistema elétrico


brasileiro e a inexistência de determinações para o estabelecimento das distâncias de segurança para LT´s de
classes de tensão superiores a 230 kV na NBR 5422, foi efetuada uma análise adicional baseada nos
seguintes pontos principais:
a) A NBR 5422, em seus itens 3.5 - caracterizador do regime de operação em emergência -
e 5.2.2.1 - que determina a verificação da ocorrência de temperaturas superiores à de
projeto, estabelece a existência de correntes de emergência independentemente da classe
de tensão da LT;
b) O National Electrical Safety Code - NESC, em sua edição 2002, extensamente utilizado no
projeto de Linhas de Transmissão em nível mundial, permite o uso de distâncias reduzidas
de segurança, conforme as tabelas 232-3 e 232-4 do documento NESC;
c) Com base nestas tabelas e dados típicos relativos às classes de tensão superiores a 230
kV, determinaram-se as distâncias de segurança, aplicando-se o modelo apresentado na
figura 1;

Os valores de redução de distâncias de segurança obtidos através desta metodologia


resultaram, para as classes de tensão superiores a 230 kV, em valores superiores ao de 0,59 m proposto, o
que torna conservativo o seu uso.

Considerando, finalmente, que além das distâncias de segurança, nenhum outro fator
envolvido no cálculo é função da classe de tensão da LT, pode-se concluir que os fatores multiplicativos
(fatores de sobrecorrente) determinados para a operação das LT´s em regime de Operação de Curta Duração
(Emergência) para as LT´s de classe de tensão até 230 kV, pode ser estendido para todas as classes de
tensão de forma conservativa.

5. Conclusão

Com base nos resultados obtidos, são estabelecidas as seguintes determinações para a
operação em Regime de Curta Duração (Emergência):
a) Os limites de carregamento das LT´s de qualquer classe de tensão entre 69 e 750 kV,
para operação em regimes de curta duração, serão dados pelos limites de carregamento
obtidos através da metodologia descrita no Anexo “A” desta Nota Técnica em regime
normal de operação, multiplicados pelo fator multiplicativo (fator de sobrecorrente),
conforme a Temperatura de Projeto (Temperatura do Condutor) utilizada para o projeto da
LT, de acordo com a tabela a seguir:

Temperatura de Projeto (Graus Celsius)


50 55 60 64 65 70 75 80 90
Fator 1,42 1,33 1,26 1,24 1,23 1,19 1,17 1,15 1,12

b) Estes fatores independem da bitola dos condutores utilizados ou do seu tipo (AAC, ACSR
ou ACAR);

c) Os valores de fatores multiplicativos acima definidos devem ser considerados como


valores mínimos, independentemente de qualquer outra condição de projeto ou operação.

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