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I I
'
I
Birger Lohse
Universidade de Copenhagen. Dinamarca
111-1/)464 CDD-4\S.02
A grafia deste li"ro segue as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
:\OT.\ l'IÜ:\'I.\ 15
II ORTOGR.\FL\ E FO:\ÉTIC.\
2.1. O alfabeto e a pronúncia do espanhol.. ..........JS
2.1.1. Oalfahetoespanhol.. 35
2.1.2. O acento tônico e o acento gráfico .... .....35
2.1.3. Valor fonético das letras 36
2.1.3.1. As consoantes . J6
2.1.3.2. As vogais .,18
2 .1.4. Fenômenos de pontuação. 39
2.2. O alfabeto e a pronúncia do italiano .... J9
2.2.1. O alfabeto italiano ... J9
2.2.2. O acento tônico e o acento gráfico . . ........ 39
2.2.3. Valor fonético das letras ... ............... ......... .40
2.2.3.1. As consoantes . .... 40
2.2.3.2. As vogais ... .... .41
2.3. O alfabeto e a pronúncia do francês ... 42
2.3.1. O alfabeto francês 42
2.3.2. O acento tônico e o acento gráfico .... 43
2.3 .3. Valor fonético das letras 43
2.3.3.1. As consoantes .43
2.3.3.2. As vogais ............ .47
mo U::x,co
J.1. O vocabulário das quatro línguas românicas . 5J
3.2. Léxico acumulado e vocabulário utilizado 55
3.3. Estrutura da fonnação de palavras 55
3.4. Pseudoafixos ........ .58
3.5. Vocábulos "populares" e vocábulos "eruditos" ... 59
3.6. Conclusão 60
Índice 9
8 (;ram:itic,1 comparari,·a llou:1i~~ qllatn1 lín.~11;1:,; rnmt\11il...':1s
do grau dos adje tivos.... .102 10.2.2. Formas dos pronomes .lJJ
6.4.2. Comparativos e superlativos sinté ticos ... .... ... .... l0J 10.2.2.1. Formas variáveis . I JJ
6.5. Posição do adjetivo qualificativo ......... lOJ 10.2.2.2. Formas invariáveis 1J4
10.2.3. Observações quanto ao uso de dete rminantes e pronomes . 1J4
10.2.4. Os advérbios demonstrativos "localizadores" 135
lndiú.' 11
X\' Dll'REGO E SI'.'iT.\XE D.\S FOll\l.\S \'ERB.\IS 16.2.5. Temporais .... ············· 219
15.1. A pmpósito de certas fom1as verbais simples ... .. .. ... 195 16.2.6. Co ndicionais ou hipotéticas... 220
15.1.1. O infinitivo ... . . 195 16.2.7. Concessivas ......... . ······ ··· 220
15.1.2. O geníndio e formas afins ... . 196 16. 2.8 . A conjunção como ..... . 221
15.1.3. As formas em -ra do português e do espanhol ...... . .. ······ 196
15.2. Relações entre te mpos simples e tempos compostos ....... 197 X\11 .\S PREPOSIÇÕES
15.2.1. A escolha do auxiliar .... 1 97 17.1. Aspectos gerais ·········· 225
15.2.2. Concordância do particípio nas formas compos tas . ..... . 1 98 17.2. As preposições mais frequentes .. .. ........... .................... .. 225
15.2.3. Condic ionais simples e composto 199 17.2.1. A preposição de e seus equivalentes ........ 226
15.2.4. Pretérito perfeito simples (ou preté rito indefinido) 17 .2.2. A preposição a e seus equivale ntes . 228
e pretérito pe rfeito composto (ou pretérito pe rfeito) .. . 1 99 17.2.3 . A preposição em e seus equivale ntes... 229
15.2.5. Os três mais-que-perfeitos do indicativo do português ... .. 201 17 .2.4. As preposições para , por e seus equivalentes. . 2J0
15.2.6. O preté rito a nterior .. 201 17.2.5. A preposição com e seus equivalentes ..... .. 2.J2
15.3. A voz e outras perífrases verbais .. ...... .. 202 17.J. Outras preposições e locuções prepositivas ..... 2J2
15.3.1 . Ser e estar .. ... 202
15.3.2. Outras perífrases verbais ···· ···202 xvm os Aov,::Rmos
15.3 .2 .1. Perífrases aspectuais .. 202 18.1. Aspectos gerais .. 2J7
15.3.2.2. Perífrases modais ...... 204 18.2. Adjetivos e advérbios 237
15.4. As relações verbais no período composto ... ... 204 18.3. Formação dos advérbios em -mente .... .. 238
15.4.l. Princípios gerais ..... 204 18.4. Alguns advérbios e locuções adverbiais de modo ... . .. 2J9
15.4.2. Nas orações substantivas ..... ..... 205 18.5. Advérbios e locuções adverbiais de lugar. . . 240
15.4.2.1. Casos de convergê ncia das quatro línguas ···· ••··· 205 18.6. Advérbios e locuções adverbiais d e tempo ... 241
15.4.2.2. Variação da atitude e respectiva expressão modal . 206 18. 7. Quadros comparativos... ... 241
15.4.2.3. O verbo esperar .... .... 206 18.7.1. Pares antitéticos... ....... , ..... 241
15 .4.2.4 . Ve rbos de opinião ... ... .. . 207 18.7.2. Sequência dos dias na linha <lo tempo. ..... 241
15.4.2.5. A concordância dos tempos . 207 18. 7.3. Advérbios e locuções que expressam a frequência da ação 242
15.4.3. Nas orações adjetivas ... 208 18.7.4. Já, mais e ainda... ... 243
15.4.4. Nas orações adverbiais .... .... .. 209 18.8. Advérbios e locuções adverbiais de quantidade e de intensidade .. 244
15.4.4 .1. Subordinadas temporais introduzidas por quando 209 18.9. A negação e a afirmação.. ..... 246
15.4.4.2. Subordinadas condicionais introduzidas por se ... . 210 18.9. 1. A negação proposicional e p redicativa .. 246
15.4.S. O futuro do subjuntivo do português .. 211 18.9.2. A negação de constituintes 248
18.9 .3: Afirmação e negação como respostas a um
X\'J .\S CO'.'i.11 .:\<,:ÜES enunciado ante rior .. 249
16.1. Conjunções coordenativas . 215 18.9.3.1. Resposta positiva .... ····· ··· 2 49
16. 1.1. Aditivas ou copula tivas ...... 215 18.9.3.2. Resposta negativa .. 250
16. 1.2. Alternativas. ..... 216
16.1.3. Adversativas ..... . .. 216 A'1EXO I Tabela de símbolos fonéticos utilizados 255
16.1.4. Conclusivas. .... 217 A11,EX0II Confronto prático das fonnas lexicais .. ······· 257
16.1.S. Explicativas .. ······ 21 7 A'IEXO Ili Paradigmas verbais . 268
16.2. Conjunções subordinativas .. .218 llEFERtscus .... 289
16.2.1. Integrantes . ... 218
16 .2.2. Finais . .. .... 218
16.2.3. Consecutivas . ········· 218
16.2.4. Causais ........ . .219
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o projeto que deu origem a este livro é o produto da minha experiência de pro-
fessor de línguas românicas na Universidade de Aarhus, Dinamarca.
A ideia inicial foi-me sugerida pela situação linguística do meu país. O di-
namarquês pertence, como se sabe, à família das línguas escandinavas, que são
a continuação do antigo nórdico, o ramo setentrional do germânico. Esta família
compreende dois grupos, entre os quais a intercompreensão não é possível: de
um lado, o islandês e o feroico, do outro, o dinamarquês, o norueguês e o sueco.
Mas um dinamarquês, um norueguês e um sueco podem compreender-se entre si
falando cada um a própria língua. Uma aprendizagem prévia muito simples per-
mite observar, entre as nossas três línguas, semelhanças evidentes e diferenças
sistemáticas. Sabemos também que, em condições normais de diálogo, certos
termos devem ser evitados e que convém uma expressão clara e sem pressa
excessiva. Atinge-se tanto mais a intercompreensão quanto mais os locutores
possuírem um nível cultural elevado, sobre tudo se viverem numa região onde
se pode captar diretamente a televisão dos outros países. Os nossos programas
de ensino ret1etem esta situação. Há cerca de um século que se apresentam aos
estudantes das nossas escolas as bases da gramática das outras línguas. O que
importa, não é demais repeti-lo, é compreender estas línguas soh a sua forma
escrita e oral e não falá-las ou escrevê-las.
Pusemos então a questão de saber se este tipo de intercomprecnsão podia
também funcionar entre as línguas românicas e, para começar, entre o portu-
guês, o espanhol, o italiano e o francês , línguas que são ensinadas nas nossas
universidades. Colocam-se aqui algumas questões, uma vez que as diferenças
que separam estas quatro línguas são talvez maiores do que as que constatamos
entre as nossas línguas escandinavas. Fizemos a experiência com os estudantes
e apercebemo-nos rapidamente que funcionava. Um estudante formado numa
dessas quatro línguas românicas conseguia, através de uma aprendizagem apro-
priada, compreender rela tivamente depressa uma das outras três. Um trimestre
basta em geral para conseguir ler enunciados escritos simples. E pode -se, con-
tinuando a aprendizagem, te r acesso à imprensa, a textos literários e à língua
falada. Criamos então cursos e redigimos manuais baseados nestes princípios.
Vimos assim construir-se uma nova pedagogia. Por exemplo, as correspon-
dências fonéticas entre as quatro línguas podiam ser expostas em sincronia,
a partir do uso atual e sem exigir dos estudantes um estudo prévio do latim:
quando se observa, por exemplo, que ao português cheio corresponde plein em
francês, pieno em italiano, lleno cm espanhol, deduz-se facilmente que onde o
português tem o grupo inicial çh- as outras três línguas têm respectivamente
pl-, Pi- e li-, o que faz com que se possam reter imediatamente outras palavras
da mesma série, por exemplo, o português chover, o francês pleuvoir, o italiano
Existem inúmeras correspondências deste gênero entre as quatro línguas elas devo exprimir aqui o meu reconhecimento, com um pensamento particular
românicas, dizendo respeito não só à fonética, mas tamhém à morfologia, à sin- de gratidão para o Professor Lehman, Reitor da Universidade de Aarhus.
taxe e à organização do léxico. A análise destes domínios constitui uma espécie O presente volume é o fruto da cooperação de todos os membros da equi-
de nova "gramática comparatíva" sem recurso ao latim. E vemos que a procura pe, que conceberam o plano geral do livro e prepararam os dossiês dos diversos
da "intercompreensão românica" não tem apenas um interesse prático: ela pode capítulos. O primeiro livro a ser concluído foi o volume francês, cuja redação foi
constituir por si só uma disciplina de uma grande riqueza e contribuir para a confiada ao Professor Paul Teyssier; por essa razão, esse volume influenciou, de
formação de uma verdadeira cultura. Foi por isso que desenvolvemos as nossas maneira decisiva, os outros volumes - editados em outros países . Além do livro
análises num nível elevado, com a finalidade de construir uma obra que possa francês e do português, foram redigidos um em espanhol e outro em italiano.
ser útil não só aos leitores desejosos de adquirir as hases necessárias à intercom-
preensão, mas também, de modo geral, a todos aqueles que se interessam pelas J0rgen Schmitt Jensent
línguas românicas. Coordenador-Geral do Projeto
Este foi o projeto que, por ocasião de uma estadia em Paris, apresentei ao Universidade de Aarhus (Dinamarca)
Sr. Maurice Aymard, administrador da Maison des Sciences de l'Homme. Ime-
diatamente se mostrou interessado e a Maison des Sciences de l'Homme trouxe-
-nos, cm todos os momentos do nosso trabalho, um apoio constante, que foi
precioso. Reunimos uma equipe internacional que compreendia universitários
romanistas dinamarqueses: Svend Bach (da Universidade de Aarhus) para o ita-
liano e Birger Lohse (então da Universidade de Copenhagen) para o português;
e universitários dos próprios países românicos: Carmen Hernandez Gonzàlez
(da Universidade de Valladolid), Jack Schmidely (da Universidade de Rouen) e,
a partir de 1993, Manuel Alvar Ezquerra (da Universidade Complutense de Ma-
drid) para o espanhol; Jacqueline Brunet (da Universidade de Franche-Comté),
Cario Alberto .Mastrelli (da Universidade de Florença e da Accademia dclla Crus-
ca) para o italiano; Paul Teyssier (da Universidade de Paris IV-Sorbonne) para
o francês; Ana .Maria Brito ( da Universidade do Porto) e Godofredo de Oliveira
Neto (da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e , a partir de 2002, José Carlos
de Azeredo (da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) para o português.
Outros colegas deram uma contribuição durante a lguma das fases da reali-
zação do projeto: Gerhard Boysen (Aarborg), John Kuhlman Madsen (Copenha-
gen) , .Maurizio Dardano (Roma) e .Michael Metzeltin (Viena).
A Professora Gendreau Massaloux, então Reitora Chanceler das Universi-
dades de Paris, Harald Weinrich (professor e m Munique e no College de France)
e Bernard Darhord (professor de espanhol em Paris X-Nanterre) apoiaram o nos-
so projeto.
A primeira reunião da nossa equipe - para a qual convidamos Claire-Blanche
Benveniste, responsável pelo projeto EUROM4, e na qual Allan Karker (Universi-
dade de Aarhus) expôs a situação das línguas escandinavas, de que é especialista -
realizou-se em Paris, na Maison des Sciences de l'Homme, em janeiro de 1992.
Outras sessões de trabalho tiveram lugar em Paris, na Universidade de Aa rhus (Di-
namarca), na Accademia della Crusca (Florença), na Universidade de Valladolid
(Espanha), na Universidade do Porto (Portugal) e n a Universidade Federal do Rio
de Janeiro (Brasil). Todas estas instituições nos deram um grande apoio e a todas
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INTRODt·ç.\o
remetem para.francês. As frases apresentam algumas diferenças gráficas que Lugar do francês no conjunto românico
é fácil detectar: em espaiíol (esp.), spagnolo (it.), espagnol (fr.) escreve-se ií Apesar de o francês estar próximo do italiano por algumas afinidades nos planos
em espanhol aquilo que em italia no e francês se escreve gn. Em cuatro (esp.), lexical e morfológico, não há dúvida de que a a nálise das quatro línguas aqui es-
quattro (it.) e quatre (fr.) é só a grafia do grupo inicial que isola o espanhol tudadas mostra que o francês ocupa um lugar à parte, por ser mais diferente das
das outras três línguas. Outras vezes, o paralelismo desaparece: enquanto o outras três línguas do que estas entre si. Por isso, a inte rcompreensão funcionará
português, o espanhol e o italiano usa m derivadas e derivate, o francês em- mais facilmente e ntre o português, o espanhol e o italiano do que com o francês.
prega o termo issues. Para os equivalentes de compreender, a situação é iguàl- No entanto, estamos convencidos da validade da nossa tarefa. As seme-
mente complicada. O lusófono compreenderá facilmente o espanhol entender lhanças e as a nalogias que existem entre as qua tro línguas são tão numerosas
e o francês entendre porque na sua língua existe entender, mas já capire do e tão profundas que as difere nç as que as separam não destroe m a unidade fun-
italiano é uma palavra opaca. De modo que por vezes deverá recorre r a um damental do modelo românico. Ilá mesmo alguma vantagem nesta situação:
dicionário. na medida em que o francês se separa das outras línguas, aproxima-se, no seu
O falante lusófono notará facilmente que a sua língua está muito próxima vocabulário e e m parte na sua sintaxe, do inglês, da língua germânica. Um a
do espanhol, como mostram as semelhanças entre também e también , entre grande parte <lo vocabulário do inglês é românico, derivado do francês . Visto
quem e quien , enquanto sabe é comum. Pelo contrário, o italiano e o francês desta maneira, o fra ncês aparece como uma espécie de pon te entre o mundo
são as únicas que apresentam as partículas ne e en ("per chinesa una" e "pour românico e o mundo germânico.
celui qui en sait une"). Uma aprendizagem prévia é indispensável para dominar
estas diferenças, mesmo quando não criam dificuldades à compreensão. Por sua l'ma polític:1 linguística a longo prazo
vez, no texto italiano o artigo aparece sob três formas diferentes: "lo spagnolo", A presente obra tem també m uma finalidade de política linguística a longo pra-
"il franccse" e "!'italiano". Por quê? zo. A diversidade d as línguas europeias deve ser preservada. Daí derivam a ori-
É este tipo de informações que a presente obra se propõe dar. O leitor pode- ginalidade e a sobrevivê ncia das c ulturas das quais estas línguas são o meio de
rá assim adquirir relativamente depressa cm espanhol, em italiano e em francês expressão. Esta causa interessa não só os europeus, mas també m todos aque les
uma competência suficiente pa ra compreender textos simples n a forma escrita. que, no mundo inteiro, utilizam estas mesmas línguas.
Poderá numa segunda etapa compreender enunciados orais. O objetivo é permi- A intercompreensão, como a entendemos, é um meio de resistir ao n ivela-
tir aos falantes de cada uma das quatro línguas entenderem-se ou conversarem mento cultural e à dominação de algumas línguas sobre todas as outras. O por-
entre si sem precisarem recorre r a uma terceira língua. tuguês, o espanhol, o italiano e o francês são usados no seu conjunto por várias
· centenas de milhões de hom ens e mulheres, na Europa e fora dela. Dão acesso a
culturas ricas e dive rsificadas. Ora tudo o que contribui para aproximar os povos
E o latim? que as falam vai no sentido do progresso huma no.
Todo o estudo histórico verdade iramente aprofundado das línguas românicas
exige o conhecimento do latim. As semelhanças e as diferenças que existem l'ma noYa pedagogia
entre as nossas quatro línguas tornam-se infinitamente mais claras qua ndo se Mas não é tudo. Pensamos que a investigação que deu orige m a este livro pode
recupera sua origem comum. Os escritores portugueses dos séculos XVI, XVII e conduzir a uma verdadeira ren ovação da pedagogia. A comparação das línguas re-
XVIII que tinham recebido uma educação clássica liam facilmente o espanhol, o vela o seu funcionamento, mostra uma parte da sua história e ajuda a compreen-
italiano e o francês. Para e les, a intercompreensão românica, graças ao conheci- der o modo como os h omens, através delas, ap reendem o mundo. O conheci-
mento do latim, era uma realida de. mento aprofundado de apenas uma língua tem os seu s limites. O estudo paralelo,
Mas no nosso tempo os falantes do português, na sua grande maioria, nunca mesmo s upe rficial, de várias línguas é fato r de incomparável riqueza. Pode cons-
estudaram a língua de C ícero. Por isso, escrevemos a presente obra. O recurso tituir a base de uma cultura, como antigamente proporcionava a aprendizagem
ao latim está reduzido ao mínimo. Quando isso nos pareceu indispensável, pro- do latim. O ponto de vista que aqui adotamos pode, por tanto, contribuir para
cedemos de maneira a que os leitores que nunca estudaram essa língua pudes- uma nova pedagogia, cujo fim será, em última instân cia, para além da aquisiçã o
sem acompanhar o texto. prática de um instrumento útil, a formação do espírito .
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1.2..\ ORTO(iR\FL\ E.\ FO\"l~TIC.\ E, no entanto, estas grafias aparentemente arhitrárias são uma ajuda pre-
ciosa para a intercompree nsão românica. O arcaísmo da ortografia francesa
1.2.1. . \ ortografia permite encontrar semelhanças que a pronúncia dissimula. Algumas palavras
Numa ortografia ideal cada uma das unidades distintivas que na pronúncia de da nossa lista anterior oferecem-nos exemplos muito claros : bane e camp evo-
uma língua permitem opor as palavras entre si, os fonemas, devia ser repre- cam banco e campo, que aparecem nas outras línguas, dent aproxima-se do
sentada por uma le tra. Conhecendo a pronúncia duma palavra saher-se-ia ime- espanhol diente, do português e do italiano dente, lent lembra lento (igual nas
diatamente escrevê-la e ve ndo uma palavra escrita saber-se-ia imediatamente três línguas) , sang pouco se distingue do espanhol sangre e d o português e
pronunciá-la. italiano sangue. Em todos estes exemplos, a ortografia francesa conserva a vo-
Esta situação ideal não existe em nenhuma língua; mas o português, o espa- gal e as consoantes etimológicas, permitindo assim perceber as analogias com
nhol e o italiano aproximam-se mesmo assim mais desse ideal do que o francês . o português, o espanhol e o italiano. A situação seria mais difícil se o francês
Neste aspecto, a língua mais "perfeita" é o italiano (ver 2.2). O código gráfico tivesse adotado uma ortografia puramente fonética, escrevendo, por exemplo,
desta língua permite em geral estahelecer entre as letras e os fonemas relações bâ em vez de bane ("banco"), dã cm vez de dent ("dente"), lã em vez de Iene
biunívocas muito rigorosas. Há, contudo, um problema: exceto nas palavras oxí- ("lento"), e assim por diante. Acrescentemos que este caráter conservador da
tonas (i. e., acentuadas na última sílaba) como em 'Virtu ("virtude"), nada per- ortografia francesa permite igualmente identificar grande número de palavras
mite saher que sílaba leva o acento tônico: ancora, por exemplo, pode ler-se inglesas de o rigem românica, cuja pronúncia é bem diferente: religion ("re-
ancôra ("ainda") e áncora ("âncora"). ligião"), parliament ("parlame nto"), intelligence ("inteligência"). Assim se
Em espanhol (ver 2.1), quando se vê uma palavra escrita sabe-se pronun- constitui, para além da diversidade das línguas faladas , graças à complicação
ciá-la, mas o inverso não é verdadeiro, sobretudo no que diz respeito às conso- da ortografia francesa, uma espécie de "europe u comum" que mostra certa
antes. Por exemplo, duas letras, o b e o v, correspondem a um único fonema: unidade cultural do Ocidente.
barón ("barao - ") e varon
' ("hornem") são rigorosamente idênticos na pronúncia
(tecnicamente há uma neutralização, em favor do arquifonema /B/). O mesmo 1.2.2 .. \ fouétit:a
ocorre com og antes de e e dei e com oj. Assim, a sílaba final de coger ("pegar") Se, fazendo abstração da ortografia, analisarmos o sistema fonético das nossas
e de mujer ("mulher") têm a mesma pronúncia. quatro línguas românicas, constatamos uma vez mais que o francês se isola das
Quanto ao francês, a sua ortografia é arcaica, complicada e muitas vezes outras três.
incoerente. As relações entre a grafia das palavras e a sua pronúncia são impre- O espanhol, o português e o italiano possuem um acento tônico que pode
visíveis. Os grupos ph (que se pronuncia [f]), th (pronunciado [t]) e eh (soan- recair sobre uma das três últimas sílabas de uma palavra (e mesmo sobre a quar-
do [k]), provenientes d o grego, conservam-se numa série de palavras cultas, ta em italiano): quando o acento recai sobre a última diz-se que é oxítona (ou
como em philosophe ("filósofo"), mathématiques ("matemática") choré~raphie aguda), quando recaí sobre a penúltima é paroxítona (ou grave) e quando recai
("coreografia"), enquanto as outras línguas as substituem porf, te e. Escrevem- sobre a antepenúltima é proparoxítona (ou esdrúxula). Este acento tônico pode
-se no fim das palavras muitas consoantes que desapareceram na pronúncia, ter um valor distintivo: em espanhol, cântara ("cântara"), cantara (imperfeito
como em prét ("pronto") e pres ("perto"), palais ("palácio") e palet ("pate- do conjuntivo de cantar) e cantará (futuro do mesmo verbo) só se distinguem
la"). As desinências verbais distinguem-se graficamente, como emje chance, tu pelo lugar do acento (a situação não é exatamente igual em português porque
chantes, ils chantent ("canto, cantas, cantam"), mas deixaram de se pronunciar as vogais não acentuadas não são abertas e por isso entre as três formas verbais
há alguns séculos. A mesma vogal é escrita o em piano ("piano" ), au cm hauc correspondentes há distinção não só de acentuação, mas também de timbre vo-
("alt?"), eau em beau ("belo"), sem contar os plurais pianos, hauts e beaux, cálico) . Em português, dúvida é um nome, duvida é uma forma do verbo duvi-
que foneticamente não se distinguem dos singulares. A vogal nasal representada dar. O italiano, como vimos, é menos explícito: o acento gráfico só é obrigatório
lã] pode corresponder na grafia a an , am , en, em, ean e mesmo a aon. Eis al- nas oxítonas - um exemplo, canterà ("cantará")-, mas nada permite distinguir
guns exemplos de palavras com este som: ban ("bando"), bane ("banco"), pan a paroxítona ancora ("ainda"), acentuada sobre a sílaha co, da proparoxítona
("aba"), (il) pend ("pende", "pendura"), quand ("quando"), quanc ("quanto"), ancora ("âncora"), acentuada em an. Nada disto se passa em francês: todas as
sang ("sangue"), (il) senc ("sente"), tant ("tanto''), caon ("moscardo") , cemps palavras são acentuadas na última sílaba pronunciada. Esta diferença fundame n-
("tem~o"), (il) tend ("estende", "tende"), van ("joeira"), (il) vend ("vende"), tal confere à frase francesa uma entoação particular, que a distingue radicalmen-
<oent ( vento"). te das outras três línguas românicas.
1 O portu~t1ê'.'I .._, a~ outra:-- lín,!.!.uas romfmic;ts 29
É possivelmente o fato de os sufixos serem pouco produtivos em francês . , des1·gnadas "populares" opõem-se as palavras ditas "cultas", que
muitas vezes ' . ,
que justifica que nesta língua haja tão poucos nomes que designam profissões a - lat·,nas ressuscitadas nas nossas línguas cm d1vcrsos penodos <la
são palavras , - ' · .
terem a forma feminina. Se directeur te m o feminino dírectrice, já profe sseur sua história. Como aqui a forma latina foi conservada no essc'.1c1al'. com algu-
não tem e diz-se Madame le professeur. As outras três línguas c riam formas - es ess·ts palavras são muito semelhantes entre s1: assim, ocular,
mas ad ap taço
' , , -' - ' '
femininas com muito ma is liberdade (ver 6.1.2). comum ao português e ao espanhol, é praticamente idêntica ao italiano oculare
Poderíamos ilustrar este traço do francês com muitos outros exemplos. Ko e ao francês oculaire, de rivando todas do latim oculare. ..
francês oral o "passé composé" (forma analítica) suplantou completamente o Reencontramos aqui uma ideia já refe rida a propósito da ortogratta. As
"passé simple" (forma sinté tic a):j'aijait ("fiz") substituijefis ("fiz") (ver XIV). palavras cultas, transcritas numa ortografia largamente etimoló~ica, apro~im~~
Em italiano esta evolução está e m curso mas ainda não se generalizou. Em espa- francês das outras três línguas, ao mesmo tempo que o aproximam do mgles.
0
nhol, tal como em português, cste fenômeno não aconwce. Assim se constitui uma espécie de "europeu" médio que "corrige" de certa ma-
Ta mbém os superlativos e m -issimus foram introduzidos sem prohlemas neira e com certos limites os inconvenientes resultantes da "maldição de Babel".
nestas três línguas: altíssima (port.), altísima (esp.), altissima (it.). f,,fas em
francês falar de uma torre altissime St!ria ridículo; dir-se-á que é tres haute,fort
haute ou extrêm ement haute (ver 6.4).
Existe, assim, sempre esta recusa do francês em usar a derivação e uma
tendência em exprimir por morfemas situados "a montante" (construção ana-
lítica) o que as outras três línguas exprimem por sufixos situados "a jusante"
(construção sintética).
1.--1-. O 1,1::.\ICO
No que diz respe ito ao léxico, constata-se muitas vczcs que o português, o es-
panhol e o italiano são semelhan tes entre si e opõem-se em bloco ao francês:
assim, ao francês dan~er correspondi:! perigo t!m português, peli~ro em espanhol
e pericolo em italiano. Ao francês maison corresponde nas três línguas casa.
f: frequente o espanhol e o português aproximarem-se, constituindo um
grupo à parte no conjunto românico . Assim, o verbo matar, comum ao portu-
guês e ao espanhol, distingue-se do francês tuer e do italiano uccidere.
Noutros casos um subgrupo franco-italiano faz frente ao subgrupo hispano-
-português. Te mos, por exemplo, comer em português e espanhol, ao lado de
man~er do francês e mangiare do italiano.
O francês distingue-se frequente mente das outras três línguas pelo seu lé-
xico, como se distingue pela fonética e pela morfossintaxe (ver III). Mas em
re lação a grande número de palavras a origem latina é ainda perceptível e a
afinidade é visível: as palavras parte e muro, comuns ao português, espanhol e
italiano, aproximam-se de parte murem francês. Outras vezes, a origem latina
não é facilmente identificável, mesmo quando os quatro termos tê m um vago
a r de família: é o caso de olho, esp. ojo, it. occh-io e fr. oeil. É que esta palavra
pertence ao fundo mais antigo das quatro línguas, a essa parte do léxico que
foi transmitida de geração em geração e que foi "gasta" pelos homens como
as pedras que rolam na praia com a força das ondas. As palavras deste tipo,
35
A a H hache N ei'íe u u
B be I o o V uve
e ce J jota p pe w uve doble
D de K ka Q cu X equis
E e L ele R erre y ye (ou i griega)
F efe M eme s ese z ceta
G ge N ene T te
agudo. Com as seguintes exceções, as regras de acentuação espanholas asseme- e antes de e e i representa [01, com pronúncia igual ao th no inglês thing:
lham-se às portuguesas: ceniza ("cinza"), ciento ("cento"). No espanhol do sul da Espanha e da Amé-
• e m palavras que terminam em ditongo crescente, ia, ie, io , ua, ue, uo, rica, a letra e representa [s i, como em português. Além de correspon~cr ao e
o espanhol não coloca acento na vogal da sílaba anterior: familia(s), rtuguês, 0 c em espanhol pode corresponder a um z na palavra eqm valente
palacio(s) , mas coloca-o quando o acento tônico cai no i ou no u des- :::rtuguesa: cero ("zero"), hacer ("fazer") , jueccs ("juízes"). ~ão conhecendo ç ,
tas combinações e não formam ditongo:jilosqfia(s) , vendía(s), vendian 0
e alterna e m espanhol com z , que representa o m esmo som: vencer - v enzo
("vendiam"), mío(s) ("meu(s)"), gnía(s) ; ( "vencer - venço"). Antes de a, o e u e consoante, c representa (kl, como em
• i eu em final de palavra (seguida ou não por s) precisam de acento escri- português: camino ("caminho" ), costa, cuanw (" quanto ") , el aro, cru.d o (" cru ") .
to para indicar que a última sílaba leva o acento tônico: vendí ("vendi"), Ch representa (tJI, como também em certos dialetos do norte de Portugal,
Jesús; sendo este som equivalente à pronúncia de t a ntes de [i) no português do Bra-
• palavras polissilábicas que terminam em n têm acento tônico na pe núl- sil, como em tio e dente: muchach o ( " rapaz ") , n och e (" n01te
· ") , h ccI10 ("f,·to"
e1 ,
tima sílaba: cantan ("cantam"), cancaron ("cantaram"), venden ("ven- "fato").
dem"), precisando de acento gráfico quando o ace nto tônico cai na últi- D tem duas realizações fonéticas, como no português europeu: um valor
ma sílaba: cantarán ("cantarão"), desdén, corazón ("coração"), algún oclusivo (d) e um valor fricativo [õ), dando-se a pronúncia oclusiva (em paralelo
("algum"); com O caso de blv) cm posição inicial absoluta (depois de pausa) e depois de l e
• o acento serve para distinguir homônimos, p. ex.: mas ("mas") - más n : Diós! ("Deus!"), caldo, biando ("brando"). A realização fricativa ocorre nos
("mais"), qtte ("que") - qué ("quê" e "que" interrogativo/exclamativo), outros casos, mais marcadamente entre vogais, onde a articulação se to rna tão
si ("se" conjunção) - sí ("si", "sim"), tu ("teu") - tú ("tu"), mas a falta fraca que d tende a desaparecer foneticamente, sobretudo na desinência -ado:
de acento não implica, como e m português, que a palavra seja átona, p. lafJado [lal3aóo] , nada, piedra ("pedra"), izquierda ("esquerda").
ex.: da ("dá"), ve ("vê"), o ("ou"); G antes de e e i representa (x) , igual ao eh no alemão ach e aproximando-se
• não se usa acento cm dio (djo ) e viu (vjo) ("deu" e "viu"); o mesmo da pronúncia carioca de r em cantar: gente, girasol ("girassol"). Antes de a, o
acontece quando as formas verbais aparecem ligadas a pronome clítico: eu e consoante, a letra g, como em po rtuguês, representa [g), tendo valor frica-
violo ("viu-o"). tivo, [~), sobretudo entre vogais, como no caso de b e d : gallo ("galo") , gordo ,
guarda, guía ("guia"), grave, luego ("logo'').
2.1 .•l. \ ':tlor fonético das letras J representa [x], equivalente ao g espanhol antes de e e i:jamás ("jamais"),
2. 1..1. l . .\s co11soa11tcs jefe ("chefe"), caja ("caixa"), hijo ("filho''),justo.
Como o quadro a presentado no início do capítulo já revela, o sistema das conso- L representa [li, que é mais semelhante ao l no português do Brasil do que
antes espanholas difere bastante do português, que, neste domínio, exibe maio- ao l velar no português europeu : leche (''leite"), maio ("mau"), hilo ("fio"), também
res semelhanças com o francês e o italiano. As particularidades do espanhol re- em final de sílaba onde diferentemente da pronúncia brasileira, nunca sofre vo-
' '
s idem, sobretudo, nas fricativas: o espanhol conhece apenas uma sibilante, (s], calização:jaltar, cunel ("túnel") e mal, todos com (t), p. ex., [mall (e não [maw)).
em contraste com as quatro do português ( (s], (z), (J] e [31). Em contrapartida, Ll representa [Á] , equivalente a ih em po rtuguês e gli em italiano, ou sim-
existem duas fricativas, [8) e [x], desconhecidas no português comum. plificado a um [j J, equivalente a y em espanhol e ili e y em francês: llamar
B e V não se distinguem na pronúncia, como també m acontece em certas ("chamar"), calle ("rua" ), bello ( "belo"), canalla ("canalha", it . "canaglia", fr.
zonas d o norte de Portugal, representando ambas as letras os mesmos valores "canaille").
fonéticos, oscilando entre um valor oclusivo [bj e um valor fricativo bilabial ,U e X são sempre articulados como consoantes e não servem para indicar a
IP) . .Assim, não h á diferença de pronúncia entre, p . ex. , la bandera ("a ban- nasalidade de uma vogal, como em português e francês : campo l'kampo), canto
deira") e lavandera ("lavandeira"). A pronúncia oclusiva de b e v ocorre em ['kanto), e não ['ki?puj, ('kfüul; igualmente e m final de palavra, pan ("pão"), en
posição inicial a bsoluta (depois de pausa) e depois de consoante nasal: Bien! ("em"), fin ("fim"), son ("são"), estación ("estação"), un ("um"), que se pro-
("Bem " ), Venga ("Venha" ); también ("também"), envidia ("inveja"). Nos ou- nunciam como se escrevem ([pan), lun) etc.). É raro terminar uma palavra em
tros casos, b e v realizam-se com valor de fricativa, sobretudo entre vogais: m, que, nesta posição, não se distingue de n na pronúncia: álbum ['albun] .
cantaba ("cantava"), caballo ("cavalo"), yerba ("erva"), nieve ("neve"), sal- N representa [Jl), equivalente a nh cm português egn em italiano e francês:
vaje ("selvagem"). ano("ano") , cana ("cana'), , espafwl.
11 ( )r<o~rafi a e t'nnécil';I 39
..lS (iram:ítk'a \.'Olllp:Lr.iti,·;1 ll(,11ais~ tJuatrti lí1igu;1~ romfi.11ic:1s
, . ação e fe-
ão existe em cspanh o l ' nasaliz
R é sempre alveolar, como na pronúncia do norte de Portugal, tanto sim- · om o portugues, n - ' . b ' aber
Em contraste c ai As voõ-1is mantêm o t1m rc -
. . t s de consoante nas • , E>' '
pies: caro, como múltiplo: Cierra ("terra"). Nunca é r uvular como em nui e a:mento das vogais an e, - de modo que o a em cama, campo,
carro na pronúncia de Lisboa e do Rio de Janeiro. cb , d seõui<las por m , n ou n,
também quan o , E> 1 tem o som de a em caro.
to -a ("cana"), por exemp o, ,
S é sempre alveolar, ligeiramente palatalizado tanto em posição inicial ualianD, canto e can
como final de sílaba: santo, espaiiol, listo ("esperto"), más ("mais"). No sul da
Espanha e na América, porém, soa como os português em "sete". Em espanhol, ~ . de pontuacüo •ct
2.1.4, Fenomcnm, . . - ponto de exclamação invertl os no
em contraste com o português, não existe distinção entre s surdo e s sonoro, e o nto de mterrogaçao e o "
O espanhol usa o po . lamativa: riQué quieres? ( O que que-
s entre vogais é sempre surdo: mesa, masa ("massa"), ambas com [s]. oração interrogauva ou exc -
começo da
Z representa (01, equivalente ao e espanhol antes de e e i: zapato ("sapato"), res.?"), j·Qué mara'Oilla!.
mozo ("moço"),juez ("juiz"). No espanhol do sul da Espanha e da América, a letra
z representa [s]. Além de corresponder ao z português, o z cm espanhol pode cor-
responder a ç ou s na palavra equivalente portuguesa: azúcar ("açúcar"), mozo
O ALF.\BETO E .\ PRO'.\'l''.\'CL\ 1)0 IT,\Ll.\'.\'0
2.2.
("moço"), zapato ("sapato"). Antes de e e i não se encontra z, sendo substituído
- ó a)õumas características fonéticas e ortográficas do italiano em
por e, nas seguintes alternâncias: luz - luces ("luzes"), rezar - rece ("reze"). Vejamos aE,ora E, · _
Y tem, em espanhol, valor de consoante, de semivogal e de vogal. Quan- confronto com o portugues.
do funciona como consoante, representa (j): ya ("já"), yegua ("égua"), mayor
("maior"),yo ("eu"), podendo chegar a ter uma pronúncia africada semelhante a
[d3], comog em italiano antes de e ei (Giovanni) ou d antes de {i] no português
do Brasil (dia). É semivogal nos ditongos decrescentes: ley ("lei"), hoy ("hoje"),
e vogal, pronunciada [i], cm um único caso, a palavray ("e"). H acca
A a
p pi w vu doppio
B bi l
2.1.J.2 .. \s \'(1g:1b ics
Em espanhol, o número de vogais (fonemas) é apenas cinco, número menor e ci
., i lungo Q qu (ku] X
y
erre ipsilon
do que em português por não haver distinção fonológica entre timbre aberto e K cappa R
D di
fechado em e e o (entre, p. ex., port. pode e pôde). Em contrapartida, as vogais s esse z zeta [dz-]
L elle
espanholas são pronunciadas com a mesma clareza tanto em sílaba tônica como E e
emme T ti
em sílaba átona e as vogais átonas não sofrem "redução", como frequentemente F effe M
acontece em português, sobretudo na variante europeia. Assim, pela oposição
gi N enne u u
G
entre o eu átonos distinguem-se romano e rumano ("romeno"), contraste que
não seria possível estabelecer no português europeu. do suhstituída por i, com valor de Li] ou
Os ditongos iu e ui, também escrito uy, são ditongos crescentes, [ju) e [wij: A letra_; é de pouco uso atual, sen ,k - , en1 palavras estrangeiras:
t } como as letras , w, X ey,
viuda ("viúva"),.fui, muy ("mui(to)"), diferentemente <lo português, onde são de- {i). Aparece, no entanto, ª t m um som semelhante
. fiax, k ayak , ª"'Cltt
Jeep, ...., · • Neste
• , caso ' estas. letras represen a
crescentes ([iw], [uj] em "viu" , "fui"). Os ditongos ie e ue, crescentes também,
ao que se atribui il letra na língua de ongem.
correspondem muitas vezes (sobretudo ic) a e e o abertos em português: piedra
("pedra"), ciego ("cego"), níega ("nega"), siete ("sete"), dicz ("dez"); puerca , • , 0 ,,cento grúfico
("porta"), mue'Oe ("move"), nue-ve ("nove"), luego ("logo"). Esta correspondên- 2.2.2. O acento tmnco e ' •. . d tro últimas
'nico pode cair cm uma as qua
cia, no entanto, não se verifica no masculino singular dos substantivos e adjetivos, Em palavras italianas, o acento to b ' ó , • n1arcar o acento tônico por
, . íl ba é o n"atono
onde o português normalmente tem o fechado: puerto ("porto"), hueso ("osso"), sílabas, mas apenas na u 1uma s1 a 1 • t, o acento grave. Quando se
, •· , . neste caso gera men e
nue'Oo ("novo"), cm contraste com o plural e o feminino de o aberto em português: um acento grahco, e usa-se, ,b g 1fechada pode-se empregar
-puertos ("portos"), huesos ("ossos"), nue'Vos, nueva(s) ("novos", "nova(s)"). Fal- quer fazer distinção gráfica entre vogalfa ehrtda c(v?lªl o' [ol) ,diferentemente do
. dº timbre ec a o e c , ,
ta de correspondência é também o caso em certas formas verbais (primeira pessoa o acento agudo para lil icar 0
do singular do presente do indicativo e as formas derivadas): muevo ("movo"). português:
li Orrnl!ratia l: t'unétl1.:a 41
ca no masculino sinóular dos . b, . , encia, no entanto, não se veri- ferenciar graficamente palavras homônimas, p. ex.: délégué ("delegado"), éleve
• . IS • su stant1vos e ad· . • .
ma mente tem o fechado: uovo (" ") Jct1vos, onde o português nor- ("aluno"), même ("mesmo"), mur - mur ("muro" - "maduro").
l 1 I . ovo ' nuo-vo ("n . ")
ura e o feminino de o aberto ovo ' em contraste com o
A
p" ( )" em portugues· uo-va (" ")
nova s ). Falta de corresponde'n . . b . ovos ' nuovi, ("novos" 2.J.J. \'ator fonético das letras
. . · eia e tam ém O • ,
pnmc1ra pessoa do singular do r •. . . caso em certas formas verbais
(muovo ("movo"). p esente do md1cativo e as formas derivadas): 2.3.J. l . .\s consoantes
Os sistemas das consoantes em francês e em português coincidem cm grande
parte, faltando ao francês, no entanto, a distinção entre r e rr ("caro", "carro")
e um fonema que corresponda ao fonema escrito Ih em português ("velho"). A
pronúncia das consoantes francesas é profundamente semelhante à das portu-
2 ..1. O ,\LF.\BETO E.\ PRO:\('.'íCL\ DO FR\:\CtS guesas, de modo que a exposição a seguir se concentra, paralelamente ao que
se fez com o espanhol e o italiano, apenas nos casos em que o valor fonético das
Finalmente, analisemos algumas p r opnedades
. fonéticas e ortográficas do f ,
~ . ra~~- letras diverge entre o francês e o português. O ponto mais complicado, e que difi-
culta bastante a interpretação ortoépiea do francês, é o elevado número de con-
__ ,1,1. O alfabeto francês
soantes "mudas", letras que não têm correspondência fonética ou que apenas a
• •• , • • ' • " . -:' ._: • • ,. - 'J • •
têm de maneira indireta. Em certos casos, porém, uma consoante que é "muda"
A [a) H (aJ) o [oi V [ve] quando a palavra se pronuncia isoladamente aparece como "latente", podendo
B (be] [i) p [pe] w [dubl 've] ganhar valor fonético se se lhe segue uma vogal, como, p. ex. : les [le) ("os"),
í mas les enfants (lEZÕ 'fõ] ("as crianças"), les hommes [\c'z:,m] ("os homens").
e [se] J [3ij Q [kyl X (iksl 1-
Este fenômeno tão característico da pronúncia francesa, a "liaison", ocorre em
D [de] K [kaJ R y f-'"'
[cR) [i'grck] determinados contextos linguísticos, dependendo, fora dos casos obrigatórios,
E [~] L [EI] s [cs] z [zcd] também da situação comunicativa e do registro sociolinguístico se uma "Jiaison"
F (d) M le:ml T (te) se realiza ou não.
B é "mudo" na combinação gráfica mb em final de palavra: plomb [plõ]
G [3el N 1e:nl u [y]
("chumbo") , tendo, noutros casos, valor fonético de [b\: bombe [bSbj ("bom-
ba"), ou {pi, antes de consoante surda: observer [:,pscR'vel("observar" ).
Não tendo, em francês, os nomes d . I . C e m posição final (de palavra e sílaba) representa [k): accent {ak'sõl
apenas a pronúncia destes nom A l as etras uma íorma gráfica, damos aqui
ge·Jfas, w com o valor de [v]
· oues.
( f k e w, sao
s etras - usadas em palavras estran-
· acento"), respecter ("respeitar") , lac ("lago"), mas não tem valor fonético
menos requente) de (w) : kayak , waó
..,on, watt. ("
ue impede que elisão e "liaison" se realizem: la hache ("o machado''), lcs ha•
em certas palavras, p ex. blan • [bl:ij " "
("porco"), tabac ("tabaco·;,) e a ( hranco ), estomac ("estômago"), porc
, como ct também n;-
:h,es (le'aJ] ("os machados"). Muitas das palavras com "h aspirado" são de ori-
pecto"), instinct [cs'tc] ("instinto") , respect ,, ª? o tem
[Rcs pc] , aspect
("r em • ") [aspc] ("as-
gem gennânica, mas também se encontram algumas palavras herdadas do latim:
com distinct [dis'tckt) ("d· t· ") espeito , em contraste la haine ("o ódio"), lc harem, le haricot ("o feijão"), la harpe ("a harpa"), le
is mto exact [egzaktj (" "
peito"), em que ct se pode p '. -, exato ) e suspect ("sus- h,asard ("o azar"), la hauteur ("a altura"), le héros ("o herói", mas não as pa-
. ronunc1ar [kt) Na palavr- d (" . ,
pronuncia-se o e sob ênfase e a t d 1· e a onc pms ', "então") lavras derivadas, como l'héro'ine e l'héro'isme), la honre ("a vergonha"), junto
, ' · n es e voga . com hardi ("audacioso"), haut ("alto"), ha'ir ("odiar"), hausser ("alçar"), huit
Ch e uma combinação gráfica que antes d
cm português ([s]), correspo~d d ' . e vogal, tem o mesmo valor que ("oito"), hors ("fora") e palavras compostas com hors (p. ex.: hors-d'oeuvre).
en o, em mmtos casos a , ,
Il e Ill depois de vogal r1:presentam [j], correspondendo não raramente a
V ,
. , no portugues "s . ,, dix-neu/ (diznref), deu.xieme [dozjEm) ("segundo"), si.xieme ("sexto"), di.xieme
como final: sens [sãs ] ("sentido") . (" , enso ' tanto em posição inicial
f J , rester restar") ("décimo") e em caso de "liaison": deux hommes [d0z:>m] , dix hommes ("dois/
ma como no português euro eu , ·. , nunca palatal em posição
Em final de palavra no :nt e na pronuncia carioca ("bons", "restar") dez homens"). Em posição final, x é "mudo", p. ex.: prix (pri) ("preço"), voix
Pas ( " passo " ' " não") les fie) ' anto, o s é normalme t " d " . [vwa) ("voz") ,faux [foi ("falso"), deux [d.o) ("dois"), tendo, no entanto, valor fo-
("o ·"/" " . n e mu o em francês·
[nu] ("nós" "nos") .' f s as ), ils [iJ) ("eles"), elles fel) ("elas") ,. nético de [ks] em alguns casos, p . ex.: índex, lynx [lcks ) ("lince"), sphinx, Aix,As-
, ,Jours 3uR) ("dias") san [ " • , nous
nos"). Também não tem valor,. ' t· , ' s sq ( sem"), petits (p:;,ti) ("peque- térix, e valor de [s) em six ("seis") e dix ("dez") quando têm valor de substantivo.
/esquel(le)s e desquel(le)s ("os/as ione JCo nos seõuint Z não te m valor fonético em posição final: n ez [nc J ("nariz"), riz ("arroz"),
quais" , "dº es casos: (il) est [e ] ("(ele) é "),
("minhas senhoras") mesd . li ' os/das quais"), mesdames [medamJ (vou s) allez ("(vós) ides", "vocês vão"), chez ("cm casa de"), pronunciando-se
J, ' ' em01.se es [med;)mw I] (" [z], no entanto, em gaz [goz ) ("gás") e em caso de "líaison ": chez eux [JeZ0)
esus-Christ [3ezykRistJ (mas /e CI . [I . azc meninas"), Descartes
· irise :;,k,ustl) ' ("em casa deles").
Em ce rtas palavras, porém, s tem valor de [ .
autobus ("autocarro" "ô 'b ") b. . s ] em posição final, p. ex.: atlas
("osso"), os pronuncia-se ' m us is J1ls {fi s] ("flh ")
no sin~ular'. :,s , _1 o ' ours ("urso"). Em os
·· ' 2.J ..1.2 .. \s vo_gais
português, s pronuncia-se [z] . [ ._J. mas nao no plural: os (o). Como em O sistema das vogais francesas difere bastante do sis te ma português: o francês
'T . " e ntre vogais o que ta bé . tem vogais orais [a, o, e, e, i, ce, 0, o, o , y, u], das quais o português não conh ece
1a1son : rose {rozJ ("rosa") l h ' m 'm e o caso quando há
[n uzavo-1 ("(nós) temos") . ' es ommes - (lez:>mJ
, ("os, h omens") ' nous avons a série de vogais an terio res a rredondadas {re, 0, y] fora da pronúncia dialetal de
Se antes de e . r
'sans argent sozaR3ã 1("sem dinheiro") certas zonas (Beira Baixa e Alto A]entcjo, os Açores) . Estas vogais são escritas
' ' l e Y representa [sJ· :'ICCn, (" ") .
conscience, e antes de a 0 , ., e cena ' science ("ciência") u e euloeu: tu \ty],Jeu [fo] ("fogo"), boeuf [bcefJ ("boi"), sendo o som [u] repre-
" b ,,
( o scuro '"escuro") scrup· l (" , eu e consoante repre f k) ' sentado pela grafía ou: ours ("urso").
senta s : scandale ubscur
' u e escrúpulo") ' · A distinção entre (oi e [a i, que muitos franceses atualmente deixam de
Sch pro nunc1a-se · normalmente [J) . h , ·
nas derivações de schizo. . se ema {femaJ ("esquema"), mas [skJ observar, também não existe no português, onde a oposição entre "a fechado" e
T não tem valor i , · . _ ''a aberto" de, p . ex., "aquele" [e] vs. "àquele" [a) e "contamos" vs. "contámos"
(" " onet1co em pos1çao final· l . (1 " . "
pequeno ), cent {sã] ("cento"), Vingt [v- J (" : a~~ ~] ( leite ), petit [p;)ti) no português europeu é fonetica mente muito diferente de [oi vs. [a] em francês.
pronunciando-se, no entanto . - . e . vmte ), (1/) part ( "(ele) parte") Nesta língua, a nunca é "fechado" como em português, tendo [o] uma pronúncia
to") d (" ' nos seguintes casos· co [k- ' mais "aberta" do que [a ).
, ot dote"), l'est [lest] ("o 1 ·t ") l' • . ncept :>scptJ ("concei-
"t· "
( impo ), cet ("este "), se t (set " cs e ouest (" " A vogal [a], chamada e caduc ou efém inin , é bastante semelhante ao "e
,; o oeste ), mat ("mate"), net
et un (21), vingc-deu.x (2~ vctJ0( sete ) e_nos_ nu~erais 21 a 29, p. ex., v ingt reduzido" no português europeu, em, p. ex., "me", "que", "levar", embora p ro-
consoante: huitfrancs [ ifR~ " 1: Em huu l,~1tJ ( oito"), t é "mudo" antes de nunciado mais aberto em francês do que o [:;,) português, que muitas vezes se
[fe(t) 1("fato") é facultati~o r] ( mt_o francos ); em but [by(t)) ("alvo") e fait aproxima de (i] .
rt] · .
. petu ami fp(a)titami) ("
P onunc1ar o t No caso d "J· .
. .
,,
e iarson 't tem valor de Em contraste com o português, o francês conhece apenas ditongos cres-
pequen o amigo", "amiguinho"). centes, [qi}, (wil e [waj em, p. ex.: lui ("ele", "lhe"), Louis, loi ("lei"), dos quais
48 lir:11nrir ic:l cornp:1rarh·.1 110 11:ti~:,,. quatro língu a:- n,mt11rn: ;1s
Tal como o português, m as diferente me nte do espanhol e do italiano, 0 "falarofem"). l , ·f hada [e]: délégué ("delegado"), école [ek::>I)
francês tem a oposição entre vogais orais e vogais nasais. As vogais nasais, po- É representa a voga semi ec
1(" ")
rém , n ão são fone ticamente as mesmas no francês e no português: em francês, ("escola"), c~Jé , année [anel l· an~ .(" mãe") pres [pRc] ("per co"),fêce ("fest a" ) ,
são de timb re aherto; em português, de timbre fechado: .fin [fc] vs. "fim" [fi},
E te E representam E . mere ,.
' " ,, ,. [ tR] ("ser", "est ar''). "
atenda [a3i:da] vs. "agenda" [e], un [reJ vs. "um" [uJ, bon [b5] vs. "bom " [bõ], ~ t [pRC] ( pronto ), etre e , . . [Rcn} ("rainha"), seize [s1oz ) ( dezes-
. e é raro, representa [e]. reine - " . ")
bane [bõ] vs. "banco" [e]. Também e m contraste com o português, o francês Et , qu n· . [
C] ("seio") peintre [pCtR] ( pintor .
desconhece os dito ngos nasais, c omo "ãc" e "ão", representando as grafias ain, seis") e , quando nasal, e . sem s confo~me o contexto fonético em que se
ein monotongos nasais. Eu e Eu representam [0~ e [re][, 1 ("º m ") 1·eune [30n] ("jejum" ), seul
. [ ] (". g ") 3eune 30:n JOVe '
A representa [aj e (o], ocorrendo este último apenas antes de s em cer- encontram:JeU 30 JO o , d . ("h aver" "ter") a grafia eu tem
, ,, [ etR] Em formas e avoir , '
tas palavras: pas (pa) ("passo", "n ão"), gras [gRa}, grasse [gRos) ("go rdo/a "), e [sal] (' só ) , neutre ~, . . [ 1 ("f ,, "tenho tido"). Quando nasal, eu. tem o
fa j nos outros casos, p. ex.: ma ("minha"), patte fpatJ ("pa ta"), année ("ano"). ovalorde[y],p. ex.:Jateu 3cy ive'
Antes de me nem final de sílaba, a torna-se nasal, [õ}, como em champ [fã] valor de[&): à jeun [a3re] ("cm j~J(·~m")_-") 'mes ("vi·mos" pret. de "ver" ), na'(l
..
I , 1 e I re presentam 1 ·
1·1· ici aqui 'vi , '
gal tônica ou entre vo-
("campo "), an [õ] ("ano"), Zangue (lõg] ("língua"). " t·] ando se lhe segue um a vo
 representa [a) : âne (onJ ("asno") , pâte fpot} ("m assa") , mât [ma) ("mas- [na'if] ("ingê nuo ), mas J qu . _ ' " . ,, "l ") ate ("aí"). Antes de m
. . " '") fi .. nce [faJos] ( faiança
gais: pied (pJe ] ( pe ' ate I
' ouça ,
em português m as represen-
tro") , exceto nas desinências verbais: parlâmes ("falamos"), parlâces ("falas-
··nal de sílaba i (e t) torna-se nasa , como '
tes"), onde é pronunc iado [a ]. e n em t 1
- , ] . (" . ho" ) vinmes ( " viemos . ")
.
Ai representa (e]: lait [le) ("leite"), quai [ke) reais"), aim er ("amar"), que, tando [ê]: timbre [tcbR ' vin vm ' d. ó ·do po r apenas uma consoante,
6 1 ente quan o se6 UI
a ntes de me n cm fina l de sílaba, se nasalíza:faim [fi:] ("fome"), ainsi ("assim"). O representa [ o ] , 1,,era m ") l o] ("órosso" ) rose [Roz],
] (" palavra gros 9R
e [:,] nos outros casos: mot l~o
& • '
Au representa [o] e [:,]:jaux [ fo) ("falso"), autre (otR] ("outro/a"), m awvais ,' , [bt] ("quota") . Antes de m e n
l ] ("coluna ) port [p::>R], cote [- ]
[m::>vc] (" mau"), maure fm::>R] ("mouro/a"). mas colonne [k::i :,n ' guês mas representando ::i :
em final de sílaba, o to rna-se nasal, com o em ~o rt~' - "'
Ay represe nta [e j + UI antes de vogal: payer [peje) ("pagar"), m as [a )+ Li] -1(" ") oncle [:,kl] ( n o ) .
em mayonnaise [maj:,m:zJ, (e j + [i) em abbaye [abeil ("abadia") e pays ("país") nom ombre [3bR], mon [m::> m eu ' " ' t ")
' ) ("l d ") •ôte [kotl ( cos a ·
e em de rivados desta última pala vra. Ôreprescnta[o] : côté [kote ~ o ,e , [ ct] masnãoemoeil[a:j]
Oe represe nta no rmalmen te dois sons: poete po '
E re presenta [E) normalmente antes de consoante (gráfica) em final de sílaba:
("olho") e poêle [pwal] ("fogão", "frigideira"). , . . . , [ ] ("voto"),
f er (''ferro" ) , respect [RcspcJ ("respeito" ), mas [ej antes der e z: parler ("falar"),
[ ] conforme o contexto fo neuco. voeu v 0
parlez ("falais"), a mbos [paRleJ, na palavra et ("e") e nas palavras mo nossilábi- Oeu representa [01 e a: . [ f] (" vo") boeu/[brefJ ("boi" ),
noeud {n0] ("nó") , oeufs [0f] ("ovos"), mas oeuj re o '
cas em -es {-e) : ces [se] ("es tes"/ "estas"), les ("os"/ "as") etc., exceto em (tu)
es (e]. Em poucos casos e tem valor de (aj:Jemme [faml ("mulhe r") , solennel coeur [kreR] ( " coraçao
- ") • . (" . ,,.) oi·seau (wa zo] (" pássaro " ),
d . g0 [wal moi mim , ·
(s:,lancl) e nos advérbios cm -emment [-amõ]. Na grafia ge c je antes de vogal , Oi representa o 1ton _ · · _ . (" ha" ) moindre [mwêdR]
croire [kRwaR] ("crer" ) e , quando nasal, [wc]: com cun ,
e não tem valor fonético: Georges [3::>R3], Jean f3õJ, o que também é o caso e m
asseoir (aswaR) ("sentar") e na grafia eau: eau [o] ("água"), beau [bo] ("be lo"). ("menor" ). o em o rtuguês): coup [ku] ("gol-
Ou e Ou representam [u] (nunca [o] , com ,p.' . 1 . , [lwe] ("alugar",
Antes de m e n cm final de s ílaba, e to rna-se nasal, como cm português, pe"), cour [kur), ou ("onde"), [wl a ntes de vogal tomca. ouer
mas representando [õJ : membre [mãbR], vent [vã] , en [õ), naturellement [-mõ].
Em certos casos, porém, tem va lor de [e], como depois de i : bien [bjc], v ient "louvar"), oui [wi] ("sim"). l [I . I) ("leal") moyen [mwajê]
Oy representa [waj] antes de vogal: loya wap '
[vje) ("vem"), e em européen [0R::>pec], examen , moyen [mwajc] ("médio" ) e
dtoyen [sit wajc] ("cidadão ") . Poré m, nos substa ntivos e adjetivos e m -iene e ("médio"). . (" b e" ) súr ("seguro" ), Saül
U Ü O representam a vogal [y]: tu, sur s o r ' . [\ ·1 (" l •" "lhe")
-ience e os seus derivados, o e n asal tem valo r de [õ]: client [klijõ], science [sjõs] ' ' . d I· . , no rmalmente: lui 4 1 ee , '
("ciência"), scientifique [s jõtifík]. [sayl], mas a semivogal [4] antes e e)
50 Gramática comparativa Jlouaiss quatro língu.-is românicas
fruit [fRqi] ("fruto"), appui [apqi] ("apoio"), appuyer [apqije] ("apoiar"). Antes
de m e n em final de sílaba, u toma-se nasal, como em português, mas repre-
sentando [&]: par.fum [paRfre], humble [rebl] ("humilde"), un [&], brun lbRã:I
("castanho", "marrom").
Y representa [i]: type ("tipo"), rythme [Ritm] , ou [j] antes de vogal:~
[j0] ("olhos"), payer [peje] e, quando nasal, (ê]: symbole [sêb:,l], symphonie
[sêbni].
5J
Logo à primeira vista, é fácil perceber que existe grande semelha nça entre o vo-
cabulário das quatro línguas românicas e sua origem comum é evidente.
Sucede, ainda, por vezes, que as quatro palavras não possua m semelhança
alguma entre elas.
fechado cerrado chiuso fermé
Numa comparação u m pouco mais abrangente, pode-se notar que das qua-
tro é o francês que se distancia ma is da nossa língua.
111 O kxkn 55
54 (;r:1111:ÍÜê<l comp.ir.iti\··,
' 11ou,u:-.s
, , , , qw11 n, l m~uas
, rom:inü:as
alegria
vocabulário característico dos diversos grupos socioculturais e o vocabulário
alegria allegria joie
0
regional). O contingente vocabular contemplado por um dicionário varia segundo
cuspir escupir sputare cracher a extensão do público a que a obra se destina. Dicionários da língua portuguesa
cansado cansado stanco fatigué para público escolar reúnem em média 30 mil palavras. O Dicionário da língua
O
portuguesa contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa (Lishoa: Verbo
, 1<:m contrapartida, a semelhança entre o v , . [20011), tendo em vista as 70 mil entradas que o constituem, pertence à categoria
e notória. Em alguns casos o 't I' f .ºc~bulano espanhol e o português
L a iano e o rances sao s Ih dos dicionários médios. Já os grandes dicionários, como o Aurélio (FERREIRA
o par português/espanhol· , . , eme antes, mas diferentes
d , noutros ao par port 6 •s1 [1999] e FERREIRA l2009I) e o Houaiss (llOUAISS l20011 e HOUAISS [2009])
vocábulos diferentes entre o f • ' . . Usue espanhol correspondem
rances e o italiano. superam a cifra dos 160 mil itens. Em sua primeira edição (2001), o Dicionário
Houaiss registra aproximadamente 229 mil verbetes. Esse contingente vocabular
pode atingir a cifra de 300 mil palavras relativamente a qualquer das quatro lín-
bigode bigote baffi moustache guas. O usuário românico de cultura média, habitante dos centros urhanos, em-
esquerda izquierda sinistra gauche prega, na modalidade oral, em tomo de 4 mil palavras, e até 8 mil, quando se inclui
sapatos zapatos scarpe
a modalidade escrita. Quanto à frequência das palavras na modalidade escrita, se-
souliers
gundo os especialistas, as cem palavras mais frequentes num texto recobrem 60%
cerveja cerveza birra biere do vocabulário utilizado nesse te xto; as mil palavras mais frequentes reeohrem
primo primo cugino cousin 85% e as quatro mil representam quase a totalidade, 97 ,5%, das palavras do texto.
comer comer mangiare manger
encerra o significado de compreender, o sufixo -fvel, que indica possibilidade, e 0 Sufüws formando substantivos:
-.,::· ...., ... ,_ •;.;• ..
~• " ~ . . ··,
prdi.xo in-, indicando a negação. Há, pois, unidades significativas menores que as
palavras: esses elementos morfológicos são denominados morfemas. Se analisada
historicamente, porém, poder-se-á decompor a palavra incompreensível de outra funzionario fonctionnaire
maneira. Com efeito, compreen-, o núcleo central, é ele próprio um derivado da barbero barbiere barbier
palavra latina comprehensum. Em latim, o núcleo central é prehens (captar, pegar), liberalismo libéralisme
liberalismo liberalismo
com a desinência gramatical um e o prefixo com. Comprec,-71der é "captar a totalida- .JSMUS
riqueza riccezza richesse
de". Em português contemporâneo, entretanto, esse recorte da palavra não é mais -ITIA riqueza
justicia giustizia justice
percebido pelo falante. São apenas notados os elementos in-compreens-ível. Os afi- justiça
varietà variété
xos (in =prefixo e ível =sufixo) modificam o sentido e a classe gramatical <la palavra -TAS variedade variedad
e, por isso, são unidades significativas. O plural de incompreen.<,ível é uma marca multitude moltitudine multitude
-ITUDO multidão
do código da língua. A simples presença dos indica pluralidade. Essa desinência (no splendore splendeur
esplendor esplendor
caso os, desinência de plural) é um morfema chamado morfema gramatical, como -OR
personaje personaggio personnage
o é, por exemplo, a desinência -mos, de cantamos, que indica estar o verbo no -ATICUS personagem
presente e na primeira pessoa do plural. Os afixos c as desinências gramaticais per- abundancia abbondanza abondance
-ANTIA abundância
mitem a criação de um número ilimitado de derivados. Os prefixos e os sufixos da armamento armamento armement
-MENTUM armamento
língua portuguesa são basicamente os mesmos das outras três línguas românicas es- sentimiento sentimento sentiment
sentimento
tudadas. Em função do seu número relativamente reduzido - e, ademais, comum às ff distribuidor distributore distributeur
distribuidor
quatro línguas - pode-se conhecer muito das línguas espanhola, italiana e francesa I
J
-TOR
scrittura écriture
a partir desse aspecto comparativo. Vejamos alguns exemplos de prefixos e sufixos. -TURA escritura escritura
1 abolizione abolition
;;"' -TIO abolição abolición
evasione évasion
:f,' -810 evasão evasión
IN- inanimado inanimado inanimato inanimé
RE- reanimado reanimado rianimare réanimé Sufixos formando adjetivos:
INTER- internacional internacional internazionale international
BI(S)- bicéfalo bicéfalo bicefalo bicéphale mortale morte!
-ALIS mortal mortal
villano villano vilain
-ANUS vilão
sintético sintetico synthétique
ANTI- antipático antipático antipatico -ETICUS sintético
antipathique sauvage
selvagem salvaje selvaggío
PERI- periódico periódico periodico périodique -ATICUS
herboso erboso herbeux
PARA- paralisia paralisis paralisi paralysie -OSUS ervoso
visible visibile visible
-BILIS visível
tardio tardivo tardif
-IVUS tardio
DIS- desagradável desagradable sgradevole désagréable
EX- expedição expedición spedizione expédition Sufixos formando verbos:
EXTRA- extraordinário extraordinario straordinario extraordinaire IITf&pJI½, i a ~ ' ; · . ~:
guerreggiare guerroyer
-IDIARE guerrear guerrear
Apenas os prefixos italianos s-, no exemplo acima, cm que se fundiram os latinizar latinizzare latiniser
latinizar
prefixos latinos dis- e ex-, e str-, transformação do latim extra-, desfazem a re- mortificar mortificare mortifier
-IZ mortificar
gularidade das correspondências.
l li o 10xi@ 59
.......
catálogo
Etpmhol
catálogo
u.u.o
catalogo
Fraóh
catalogue
3.6. CONCLUSÃO
A introdução de vocábulos greco-latinos não é o único processo de criação lexi-
cal. Termos estrangeiros foram ao longo do tempo - e ainda são - introduzidos
regularmente nas nossas línguas (e pensemos, ainda, nos empréstimos mútuos
entre as próprias línguas românicas). Evoluções semânticas vêm se acrescen-
tar às modificações da forma do vocábulo e provocam o surgimento de novos
termos. Encontram-se, também, nas línguas românicas vocábulos com formas
abreviadas - fenômeno universal- , particularmente com os compostos greco-la-
tinos, por exemplo:foto (fotografia), ônibus (auto-ônibus), pneu (pneumático),
quilo (quilograma). Essas formas abreviadas têm o sentido pleno, como assina-
lam Celso Cunha e Lindley Cintra (Nova gramática do português contemporâ-
neo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984). Esse fenômeno é comum nas quatro
línguas. Novos vocábulos também surgem através da criação e vulgarização de
uma sigla que "passa a ser sentida como uma palavra primitiva, capaz, portanto,
de formar derivados" (Cunha e Cintra, obra cit.).
O vocabulário útil necessário para a intercomunicação românica é limitado.
O conhecimento de algumas dezenas de prefixos e sufixos facilita sobremodo a
intercompreensão entre essas línguas. Algumas dificuldades podem surgir quan-
do se trata de vocábulos do patrimônio hereditário. Alterações fonéticas distin-
tas segundo as regiões deram origem a significantes diferentes. Faz-se então uso
da diacronia com o objetivo de favorecer a leitura dessas diferenças.
6J
Como se pode ver, ou final de murum sobreviveu com a forma o, bem como
o e, de partem, em português, espanhol e italiano; já cm francês essas duas vogais
latinas desapareceram. Quanto ao a de c:,ymam, ele permanece em português,
espanhol e italiano , e nquanto em francês transformou-se em e "mudo". Essas
vogais átonas finais do latim sobrevivem em italiano, espanhol e português, mas
desaparecem em francês ou se distanciam da sua forma primitiva.
64 Cr:1.m:ítica c o m parnciv:1 l lt>11aiss 1.1u.:1tn) lí11~uas romú 11ic a "
. ~ s ,irupos consonân-
. ode ver o trances conservou o. é>
Observemos algumas consoantes, como, por exemplo, nas palavras 't.JÍtam · Nesse caso, como se p , 1 tal· ção - o l dos grupos pl , cl c.f1 se
'. ·cos. Nas
. rtn5õuas deu-se
demais .
a pa a iza
Essa palatalização continuou cm
amicum e 'Videre. tt . d O ·tahano m anteve-a. . ..
transformou em to e. ' hc l a uma consoante palatal tnca-
l d d \ gar cm cspan > ,
português e espanh o ' an .º u ll, ll , llama) e em português, à fricativa
i..] escnta ll ( eno, ave, ' ' . ha
VITAM vida vida vita vie tiVa lateral sonora l ' . . , ,i ·d· à fricativa escrita eh (chew, e -
palatal [tfl do português antigo - e em se1,m a
AMICUM amigo amigo amico ami
tie, chama), com a pronúncia lfl.
VIDERE ver ver vedere voir
. 1 , ct no interior de pah1,-ras
J) Os grupos e e
Trata-se das consoantes t , e e d situadas e ntre duas vogais. O italia no con-
servou-as. Em português e em espanhol as surdas te e intervocálicas se sonori-
zaram e m d e~ nas palavras vitam > vida e em amicum > amigo, e d, já sonoro, OC(U)LUM olho
lait
desapa rece em v idere > veer (forma usada na Idade Média) > ver . Em francês leche latte
LACTEM leite
houve o desaparecimento completo - vie, ami , 'VOir. Assim, no exemplo citado, - " ' de alatalização tão forte que a alteraçao tomou
pode-se notar que o português e o espanhol se mantiveram em posição interme- Houve, nesse caso, fenomeno
· p·r • com cxceça-o do ·1tal1'ano occhio e latte.
irreconhecível as palavras latinas pnm1 ivas,
diária, e nquanto o francês inovou e o ita liano conservou a forma primitiva.
PEDEM pé pie piede pied Assim, por excmp o , o atim . . , , h l deu-se a sua eliminação - ai-
• . t . ,e Em 1tahano e espan o
essa sequencia se m an e, · h É que se chama dissimilação.
BENE bem bien bene bien
bero em italiano e árbol em espan o1. , O
CERVUM cervo ciervo cervo cerf
NOVUM novo nuevo nuovo neuf 4 _1.2 . .\lgumas particul:1ri<ladcs
FORTEM forte fuerte fort fort .,) Do 1•01tn·<a 1:.s .• hrc•,,es não se ditongam. Em
• drão as vogais e e 0
Como sabemos, no portugues pa h" 1 ) novo (espanhol nue<L-'O) , sete
· rta ( espan o puerca ,
Nessas situações a ditongação modificou, por vezes, a vogal. Não ocorreu português pronuncrn-se po . ) N . l ' ó a conhece ainda dois fenôme-
. ) b ( panhol bien . ossa tn1,u
ditonga ção em português e, quando ocorre em qualquer uma das três outras (espanhol s zete , em es d d z e do n intervocálicos.
línguas, o e breve se transforma em ie. O o breve, por sua vez , passa a ue em nos que a tornam diferente das outras: a que a o .
espanhol, uo em italiano e eu em francês. A evolução se dá, pois, de o breve se
ditongando em uo em italiano, ue em espanhol e eu em francês. 1) Queda do / intc n ·oc:ílko
português. Sua queda provoca um hiato que
Essa consoante desaparece em
2 ) Os gn1pos pi. d e _f7 cm início d e palaHa pode, por vezes, ser eliminado . .
2) Consoantes
4.2. ,\ CRL\TIVID,\DE LEXICAL
~ Palatalização do e em eh antes de a
As palavras do patrimônio hereditário constituem uma pequena parte do léxico
E um d os fenomenos mais característicos da língua francesa.
A
atual das nossas línguas. Inúmeras palavras novas vieram enriquecer o acervo
• .. ;· ·~ .• ~ : ... ~:· . ' ~::·: ' "j... .. ... ~~ •
lexical através do processo de derivação (prefixos e sufixos), do retorno à fonte
. .
latina (palavras eruditas), hem como pelos empréstimos de outras línguas. Tal
CARRUM carro carro carro char
criatividade lexical é ilimitada e constitui um dos aspectos mais fascinantes da
CASTELLUM castelo castillo castello château história das línguas. Tomemos como exemplo as palavras derivadas do latim
CABALLUM cavalo caballo cavallo cheval pars (acusativo PARTEM), parte em português.
,t.l.2• os e1npréstin1os
()Utr8 maneira corrente de enriquecer o acervo lexical é o recurso aos emprésti-
pesar pesar pesare Sll(l8• Na época dos descobrimentos, os portugueses, por exemplo, forneceram a
pensar pensar pensare penser .í toda a Europa grande número de vocábulos exóticos, como mandarim , banana e
ct#' (este último é um antigo vocábulo português, com sentido de "bicho-papão",
, Em latim, em todos os grupos ns a conso ,. que para os marinheiros de Vasco da Gama passou a designar o fruto da palmeira
na epoca do Império Romano A . . ante [s] desapareceu da pronúnn.1-:
. )' . ss1m se explicam ....... eJJl {unção da semelhança com uma cabeça). A França medieval, por sua vez,
ita iano); mensem > mês (português m , por exemplo, insulam> isol,a
( forneceu grande número de palavras às três outras línguas românicas (dama em
(francês). Pensare foi pron . d ), es (espanhol), mese (italiano) ...,,>l_·
, . uncta o pesare daí , , .,..,..,
romamcas (português pesar espanh 1 , as quatro formas "populares" • espanhol e português bem como mangiare em italiano são galicismos). A partir
. ' 0 pesar italia f do século XV a Itália foi particularmente dinâmica como fonte exportadora de
que mantiveram o sentido de pesar ( como em , p t no pesare,
, rancês peser),
emprega o substantivo pesar no sent·d d " , or ugues, o espanhol também vocábulos. Assim, soldato se transforma em soldado em espanhol e em por•
, 1 o e magoa") A, . ~uês e soldat em francês. Palavras italianas passam a designar as novidades
- o portugues e o espanhol pens . 1· . s quatro formas em ns
'd ar, o ita iano pensa f , renascentistas no mundo das letras e das artes, como sonetto, dando origem ao
o senti o de pensar ("ava 1·tar o peso no esp' . ,, d re , " e o rances penser - t'em
coexistiam, na época latina , ~nto ' ai pensar"). É de supor que espanhol e português soneto, sonnet em francês. Na música o italiano reina até o
eru ita . pensare. , uma pronuncia popu 1ar pesare e uma pronúncia século XIX. O espanhol também intlucnciou consideravelmente nos séculos XVI
d e XVII e invade o francês - bravoure (bravura), camarade, tabac - e o italiano -
.. ~.~.. ~ piccaro (pícaro), disinvoltura. O século das luzes vai, por sua vez, inundar com
TEGRUM mteuo entero intero entier palavras francesas todas as línguas europeias.
Um aspecto interessante dessa permuta lexical verifica-se na relação do
íntegro íntegro integro integre
português com o espanhol. Durante dois séculos e meio - de meados do século
PARABOLAM palavra palabra parola parole XY ao fim do século XVII - o espanhol serviu de segunda língua para todos os
parábola parábola parabola parabole
portugueses cultos. Era de esperar, pois, a existência de grande número de his-
LEGALEM leal leal leale loyal panismos na nossa língua. Tal fato, porém, não ocorreu. Os hispanismos identi-
legal legal legale légal ficados com segurança são poucos. Pode-se registrar, por exemplo,Jrente , termo
A(U) escutar escuchar ascoltare écouter originariamente militar, que, para designar a parte da frente de um objeto, subs-
SCULTARE
. auscultar auscultar auscultare ausculter tituiu o antigo.fronte, e castelhano , que veio substituir o antigo castelão (de Cas-
A simetria das quatro línguas românicas tela). Os empréstimos podem vir de fora do mundo românico. Grande número
de uma para a outra. pode ser rompida por empréstimos de arabismos foi introduzido pelos mouros durante a ocupação da península Ibé-
rica (em Portugal de 711 a 1249, com a tomada de Faro; na Espanha até 1492,
!,,.., •. .
com a retomada de Granada, ou 1610, com a expulsão dos últimos muçulmanos
empregar impiegare employer do país). Há cerca de mil palavras de origem árabe em português e em espanhol.
implicar implicar implicare impliquer Duas mil se considerarmos as derivadas, como atesta a edição do Dicionário
Aurélio de 1999. Em muitos desses vocábulos manteve-se o artigo árabe al (se
espanhol emplear foi tomado de empréstimo ao francês empleiier na
IdadeOMédia. a consoante for dental, o l se assimila à consoante inicial da palavra seguinte) .
Por exemplo, o português almotacé (hoje em desuso) e o espanhol almotacén ,
Às vezes esses pares só ocorrem em d , do árabe al-muhtacib; o português azeite e o espanhol aceite , do árabe az-zait.
• ~'J>.- ~ ~ ~
,,, ·-~·-•· -,;· .. . . . .
....:e .~ . ,. • , •·• •. •
uas ou tres das línóuas estudad
. ó .. .. as.
Um novo extrato lexical oriundo da África do Norte e do oceano Índico veio se
- ...,,,_
acrescentar ao português na época das grandes navegações , de que é um exem-
LITARJUM solteiro soltero solitario solitaire
plo o vocábulo almadia . O francês e o italiano também possuem arabismos, mas
solitário solitario
em menor número e, em geral, não guardam o artigo al. Resultam daí, às vezes,
LIBERARE livrar librar liberare livrer pares, como no caso de açúcar (árabe sukkar, donde o artigo as-sukkar), que
liberar liberar libérer
entrou na Europa por duas vias:
i\" .-\ h ish)ri:1 d a s pal.1,·ra s 77
Certos grupos de palavras formam sistemas organizados: os meses do ano, os el inviemo !'inverno l'hiver
o inverno . .
dias da semana, as estações do ano, os pontos cardeais etc. Tais m ic rossistemas
A origem la tina desses voca ~ :
.
' b los é clara. Pnma'Dera é a " p rimeira pnma- .
ordenam as p a rtes do universo n o tempo e n o espaço. Analisemos a lguns deles 't 'da do neutro la tim 'Der, 'Dens
nas nossas qua tro línguas. ~ , femmma recons rui
vera" , de prima e 'Dera,
(p . . tem s é a "primeira estaça~o" , de primum. tempus.
~, ,orma .
rimave ra). Em frances pnn p . ( estação primavenl). As for-
1 ) Os dias da sc111a11:1 ) Ade 'Oeranum tem.pus a ' - )
Verão e -verano (esp . provem . tamente o latino aestatem (verao .
, , t· ncesa trad uze m d ire d"
Contrariamente aos doze meses do a no, que mantiveram os nomes herdados da mas estate italiana e ete ra l' A . m do latinismo e ru ito autu-
Ou outras tres mguas sae
antiguidade pagã, os dias da semana em português constituíram um s istema que tono e os equivalentes nas . . tes "semieruditas" autuno,
afasta a nossa língua das outras três. guês antigo as vanan ,
mnus. Encontram-se, em portu . ' ' ortu.suês e nas suas correlatas
h p a origem de inverno cm P é, 1·)
autonho
r
e outon o. ara .b t nnus (a estaçã o inverna .
I t"m hi ernum e, ,-=. .d
omânicas, basta remontar ao a l . ta uma modificação de senti o
domingo
domingo !, "béricas aprcsen
do~nica A história das duas mguas l l 'm a evolução do espanhol:
segunda-feira dimanche que merece registro. O português passou pc ames
!unes
luned1
terça-feira lundi
martes
marted1 mardi
quarta-feira verano
miércoles
mercoledi
quinta-feira mercredi estío verano
jueves
giovedl jeudi
sexta-feira otofio estío otoiío
viemes venerdl
sábado vendredi inviemo otofio ínvíemo
sábado
fillbato samedi
invíemo
Como se pode ver, o domingo é, nas quatro línguas, o "dia do Senhor" (dies
Domínica ou dies Dominicus), e o sábado também é, para todos, o sabbat (sab- - s em português era 'Derão' estio (do
batum), do hebraico sha bbath . Em francês, em italiano e em espanhol os outros Na Idade Média, o sis te ma das e_staçoe I ") outono e in'Derno. Em espa-
. " t mpo de forte ca o r , .
cinco dias conservam o nome de origem pagã. Segunda-feira é o dia da Lua, te rça latim tem.pus aeswvum , e A vera 'Verano (com a vanante
• , •
tema para a língua italiana, é publicada pelo abade Bencirechi em Paris. Para
espanhol, José Lopez de la Huerta e Manuel Dendo y Ávila publicam, em 1756
1789, respectivamente, obras semelhantes. Em Portugal, frei Francisco de
Luís (1766-1845), o futuro cardeal Saraiva, patriarca de Lisboa, monge be
ditino, escreve, no tomo VII das suas Obras completas, "Ensaio sobre alg
synonymos da Língua Portugueza", só publicado em 1877, após a sua mo
Nesse trabalho vem aplicado o método de Girard para o vocabulário português,;
Quando há paralelismo nas duas línguas, ele faz a mesma distinção em por-
tuguês. Assim, desculpa e perdão são a tradução de excuse e pardon (Girard
fazia a diferença entre excuse, para um erro aparente, e pardon, para um erro
real);futuro e porvir sãofutur e avenir; enamorado e amante são amoureu.,c e
amant. O esforço de racionalização e de organização do léxico português de frei
Francisco de São Luís, pelo método de Girard, é utilizado com tal ênfase que, por
vezes, há até alguns deslizes etimológicos, como, por exemplo, ao vir apontado
dis, ditis (rico) como etimologia de ditoso, adjetivo derivado, na verdade, do
substantivo latino dita (fortuna).
4.5. CONCLUSÃO
_; 5.
r\ •
t • ANALISE LEXICAL
5.1.1. Generalidades
Ji vimos que nossas quatro línguas têm vocabulários muito semelhantes. Tais
aemelhanças são evidentes: cantar - cantare - chanter; mão - mano - main;
mteli&ente - intelligente - intelligent. As regras sintáticas que determinam as
condições de emprego das palavras são, igualmente, semelhantes. Por exemplo,
as modificações de sentido obtidas através da anteposição ou posposição do ad-
jetivo, como em pobre homem e homem pobre, também ocorrem nas outras lín-
guas românicas. Mas há, às vezes, diferenças. Observemos os vocábulos abaixo:
f ;.
riviere
melancia sandía an~ria pasteque
co~mero
peixe pez pesce poisson
pescado
IAbio labio labbro levre
beiço
Em cada um dos quatro exemplos uma das línguas possui dois vocábulos
enquanto as outras três possuem apenas um. Ressalte-se que esses dois vocá-
bulos não têm exatamente o mesmo sentido. Em português, l.ábio e beiço; em
francêsflewve e riviere (rio menor que desemboca em outro rio, contrariamente
a.fleuve, maior e que desemboca no mar); em italiano an~ria e coQQmero (de-
signação de melancia, com vocábulos de origem dialetal diferentes); em espa-
nhol pez e pescado (peixe para fins alimentares). Outras vezes uma das línguas
dispõe de três vocábulos, enquanto as demais possuem apenas um, o que leva à
necessidade de precisões suplementares.
O que torna mais complexa a comparação do léxico, porém, é a polissemia Exemplo: esperar, cm espanhol, será definido com dois sentidos, como em por-
dos vocábulos. Excluídos os termos científicos, que fazem parte de nomenclatu- tuguês (tener esperanza e a.guardar). Só a partir dessa análise se torna possível
ra especializada, os vocábulos são em geral polissêmicos, isto é, têm vários senti- encontrar o equivalente de esperar nas outras línguas românicas (os dicionários
dos. A polissemia é uma regra universal. Por exemplo, o substantivo secretaria- bilíngucs utilizam, pois, os dois processos de análise). Daí:
do designa a função de secretário, o local onde trabalha o secretário e o coletivo
>. . . ..... ' . · ' . ,_ ·: .. ~.
de secretários de Estado. Ao se diversificar infinitamente, os sentidos de certos
vocábulos vão se distanciando uns dos outros, a ponto de o falante esquecer que
1 ,
~
..• •••
.. . . .
',"•"' ••
,,
·,
.'
'
...
. . . -.
:~
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.. ' .'
~
a) O italiano é, das quatro, a língua que permaneceu m ais fiel ao latim. Ele pos-
sui três verbos: essere, cujas formas são originárias de esse, com exceção dos
SOMNUM sono sueí'ío sonno somme tempos compostos que fazem o particípio a partir de stare (scato , ex.: sono stato,
SOMNIUM sonho sueí'ío sogno songe "eu fui"; ero stato, "eu tinha sido" ). Sedere, "estar sentado", derivado direto de
sedere. Stare, "estar de pé", derivado diretamente de stare latino, cujos tempos
As duas formas latinas convergiram em espanhol para uma única palavra. compostos (sono stato, ero stato etc.) se confundem com os de essere. Ademais,
A evolução fonética criou essa homonímia que sugere a fusão de sono e sonho , stare m ais gerúndio se emprega com o mesmo sentido do português, por exem-
particularidade semântica, lembremo-nos, presente cm La vida es su eiio, de plo, sta teggendo: "está le ndo". Finalmente, stare se emprega como verbo de
Calderón <le la Barca. estado para exprimir um estado duradouro ou permanente como em sto a Roma
Os exemplos poderiam ser multiplicados ao infinito. Não é esse, já se disse, ("moro em Roma"), stare ai sole ( ' 'ficar
' ao sol") , stare bene (" senr·ir-se b em ") ,
o escopo da presente obra. Servem eles, no entanto, como ilustrações para que le cose scanno cosi ("isto é assim"), state attenti! ("estejam/fiquem atentos!").
se tenha uma ideia da repartição semântica e da variedade de recortes operados Em todos esses empregos srare tem um sentido muito semelhante ao de estar
pelas nossas quatro línguas. !\fois que enfatizar as diferenças, sen1em essas varie- nas línguas ibé ricas.
dades - derivadas de um patrimônio comum - para reforçar a ideia de unidade
da cultura românica. h) Em francês o verho être ("ser" e "estar" ) se formou com a combinação de for-
mas derivadas de esse e de stare. Daí, o particípio passado été (>stato ), como em
italiano (sono stato ), mas também o particípio presente étant ("sendo" e "estan-
5.2 .. \LCL\1.\S FROYfEIR\S LEXIC.\IS do") e o imperfeito j'étais ("cu estava" ou "eu era"). Stare desapareceu em fran-
cês como verbo independe nte. Em contrapartida, sedere sobreviveu sob a forma
Como pudemos verificar em vários capítulos, nossas quatro línguas se asseme- . do asseotr
arcaica seoir ("convir", "assentar" ), que deu lugar ao dcnva . (" sentar" ) .
lham e se diferenciam de maneiras diferentes. Na formação de plural de subs-
tantivos e adjetivos, o italiano se separa das três outras línguas; na utilização dos e) Em português e em espanhol foi sedere que veio a completar a conjugação
pronomes de tratamento de terceira pessoa, o espanhol, o português e o italiano originária de esse. Origina-se de sedere o infinitivo ser(< sedere), bem como o
se afastam do francês; nos anafóricos ylen e ci-vilne é o francês e o italiano fut~ro e o condicional, o gerúndio sendo (< sedendo) e o presente do subjunti-
que se unem e se afastam das duas línguas ihéricas. Acabamos de ver como a vo espanhol sea e português seja(< sedeam). A conjugação de ser nessas duas
organização lexical permite agrupamentos ou oposições entre as quatro línguas línguas resulta, pois, da confluência das formas originárias de esse e de sedere.
estudadas. Não foi difícil notar, outrossim, a solidariedade entre o espanhol e o Como se pode ve r, duas fronteiras se constituíram na România: uma iso-
português, e o isolamento do francês . Estudemos quatro casos particulares de lou o italiano, que permaneceu fiel aos três verbos latinos, outra separa hoje o
"fronteiras lexicais". francês (com os dois verbos être e seoir) das duas línguas ibéricas (com os dois
verbos ser e estar).
5.2 . l. Os , ·crhos ser e estar
.Já vimos que os verbos ser e estar, presentes no espanhol e no português, corres-
pondem a um único verbo em francês (êcre) e em italiano (essere). Poderíamos
traçar, e ntão, uma fronteira lexical e ntre a Ibé ria e o resto da România. Convém , Português e espanhol ser estar
entretanto, dar algumas explicações a respeito dessa particularidade do espa-
Italiano sedere essere stare
nhol e do português, e, assim , analisar a evolução dos três verbos latinos esse,
sedere e stare nas línguas românicas . Francês seoir (asseoir) être
Esse é o verbo latino significando "ser". Sua conjugação era irregular e
mesclava raízes verhais de origem diferente. Sum ("sou"), es, est etc., eram
("eu e ra"),fui ("eu fui"). Sedere e stare significavam cm latim, respectivamente, 5.2.2 . O pai + a mik = os pais
"estar sentado" e "estar de pé". Esses três verhos evoluíram da seguinte maneira O exemplo seguinte diz respeito à organização estrutural do léxico. Veja-
nas quatro línguas: 1 mos o caso do português e do espanhol:
1
'>
1
90 (~r:im,ítie:t comp:1rntiva llouaiss qLmtni línguas romlluiL-,1:--
Ressalte-se que em espanhol e em português o sistema funciona para todos -uelo, -uela.
• -ito, -ita, ex.: hijo ("filho") > hijito, caja ("caixa")> c:ajita.
os "pares" do mesmo gênero,
• -ilia, -illa, ex.:jardín ("jardim")> jardinillo.
~;:f!ii;':\;.,,i:.,;_~.;F.,~~;<,·~ ...·..·,•~' :.-.•·.:, ·r .. ·.<r•:.:e;~y,t ':e"· ;:,,..:, ·: \ ·/
;,._,~f;i~ • -ico, -ica, ex.: ave ("ave") > avecíca.
• -uelo, -uela, ex.: mozo ("moço")> mozuelo, moza ("moça") > mozuela.
o tio + a tia = os tios el tío + la tía = los tios
o primo + a prima = os primos el primo + la prima = los primos O sufixo aumentativo por excelência é-ón, ex.: hombre ("homem")> hom-
o irmão + a irmã = os irmãos el hermano + la hermana - los hennanos brón, mujer ("mulher")> mujerón (no gênero masculino, como em português).
Esse sufixo pode se combinar com outros elementos, ex.: mozo > mocetón, hom-
Em francês, ao contrário, o conjunto de l'oncle (o tio) e la tantc (a tia) não
bre > hombrazón, voz > vozarron.
será jamais Ies aneles (e ssa forma designaria plural de tios), no masculino. Dir- Há, finalmente, em espanhol, grande número de sufixos pejorativos, como
-se-á,_ então, l'onde et la tante, bem como lefrere et la soeur (o irmão e a irmã) nos exemplos: casa> casucha, animal> animalejo, gente> gentualla.
ou, ainda, se há mais de dois, lesfreres et soeurs. Mas para conjuntos mais ex- Esses sufixos ocasionam muitas derivações livres, de que é um bom exem-
tensos e menos individualizados será adotado o mesmo sistema que em espanhol plo o vocábulo chico ("pequeno"), segundo descrição de Dámaso Alouso.
e em português. Por exemplo, o conjunto de cousins (primos) e cousines (pri-
mas) será chamado les cousins.
Sufixos simples: • -etto . -etta, ex.: giardino ("jardim") > giardinetw , stanza ("quarto" ) >
1) Dimi11utiH>s: chiquito, chiquillo, chiquete, chicuelo, chiquín. stanzetta , vecchia ("velha") > vecchieu a.
2) .\u111c11tatin,s: chicazo , chicote. • -ino, ina, ex.: tavola ("mesa") > tavolino, città ("cidade")> cittadina .
.1) Pejorati\·os: chicuco , chicajo, chicujo. Esse sufixo também vem com outras combinações. Ex.:fiume ("rio")>
fiumicino, leone ("leão")> leoncino, sasso ("pedra")> sassolino,fettuc-
Sufixos repetidos: cia ("fita ") > fettucina,fiore ("flor" )> fiorellino.
chiquitiw, chiquinin, chiquitinín. • -(u)olo, -(u)ola, e x.: sasso ("pedra") > sassuolo,.figlio (''filho") > figlio-
lo , montagna ("montanha") > montagnola.
Combina','.iio de sufixos: • -uccio, -uzzo, ex.: bocca ("boca'') > Jare boccucce ("simular timidez") ,
1) Diminutivo + diminutin>: chiquitillo , chiquitín , chiquitico, chiquil/in. pietra ("pedra") > pietruzza.
2) l>iminutini + aumentativo: chicarr6n .
.1) Diminuth-o + p ejoratin,: chiquituco, chiquitajo, chiquitu:.fo . Todos esses de rivados são chamados vezzegiati'vi , do verbo vezzel,!iare
..i) . \umentativo + pejomth o: chicarrón. ("mimar, acariciar"). Trazem um toque de simpatia e de amabilidade. Para o
aumentativo, sublinhemos principalmente -one, t!X.: libro ("livro") > librone
Dámaso Alonso acrescenta a essa lista outras formas em que se reconhe- ("livrão") , voce ("voz")> vocione ("vozão, vozeirão"), donna ("mulher") > d on- 1
e) 0 FR..\ l'iClt$
A língua francesa contemporânea praticamente só mantém como sufixo produ-
tivo diminutivo a forma -ette. Com esse sufixo criaram-se vocábulos inteiros,
como oalculette ("calculadora de bolso"), em que o sentido contido no sufixo
vai, pouco a pouco, desaparecendo. Muitos vocábulos franceses contemporâneos
eram, originariamente, diminutivos, ex.: chevalet (como ca'Valete, em portu-
guês) ou pommette ("maçã do rosto"). Para o falante contemporâneo, a noção do
diminutivo de origem se pe rdeu. O diminutivo está totalmente lexicalizado. Por
exemplo, pardal (o pássaro) traduz-se pormoineau em francês. Poucos falantes
lembrar-se-ão de que, à letra, se trata de um pequeno monge (moine, português
"monge" + eau, sufixo diminutivo). Subsistem, entretanto, em francês, dois ti-
pos particulares de derivação que remetem à noção de diminutivo e aumentati-
vo: os hipocorísticos e as formas verbais diminutivas e pejorativas.
t
98 <.. iram:itlC..' a <.-ompantiv·i . quatro lín.~um, rom:lnk:a!'-
• • • 11uua1ss
102 (ira m :itie a comp;1rat i\'a llou:1b~ qu:itro lingua., rom :i111'--·a!'-
Comparatin, de igualdade
A Maria é tão Maria es tan Maria e COSI Marie est aussi Português o pior péssimo
mau pior máximo
inteligente como o inteligente como intelligente come intelligente que o maior
grande maior mínimo
Pedro. Pedro. Pietro. Pierre. o menor
pequeno menor
lo mejor óptimo
bueno mejor pésimo
Comparati\·o de supc,;ori<la<lc/<lc inferioridade Espanhol el peor
malo peor máximo
mayor lo mayor
grande mínimo
A Maria é mais/ Maria es más/ Maria e piu/ Marie est plus/ menor lo menor
pequeno
menos inteligente menos inteligente meno intelligente moins intelligente il mi~iore ottimo
buono mi~iore pessimo
que o Pedro. que Pedro. di Pietro. que Pierre. Italiano il peggiore
cattivo peggiore
il maggiore massimo
grande maggiore
il minore mínimo
Superlatin, relativo piccolo minore
meilleur le meilleur
Francês bon
A Maria é a mais/ Maria es la más/ Maria e la piu/ Marie est la plus/ pire le pire
mauvais
menos inteligente menos inteligente me no intelligente di moins intelligente
de todas. de todas. tutti. de toutes. • h 1 o italiano conservam formas do latim de
Tal como o portugues, o espan o e
. em -•ssimo· em francês são raras:
SupcrlatÍ\'o ahsolulo (analítico e si11tético) super1at 1vo • '
L_ Na]· indica~!~º de hora ou na introdução de um título, o português o espanhol e Em italiano, a variante uno do masc. sing. usa-se nos mesmos casos cm que
o 1ta iano ut1 1zam O artigo d f 'd . ' se emprega lo cm vez de il (uno zio, uno scherzo, mas un amico) . A forma un'
. ., e 1111 o, enquanto cm francês não se usa o artigo· , .
~;;':: ~ ~ª;_cmcoR; ali~ cin~ue; à einq heures. Chef1a O Sr. Afoca; /lega el Se~:; em vez de una (feminina) emprega-se (como / ') antes de palavra começada por
eia, t ' 1gnor ossz arnva; Monsieur Durand arri't'e. vogal (un'immagine).
Em espanhol, a ntes de palavra feminina começada por vogal, pode usar-se
~:t Para indicar a idade, o italiano e o francês não empregam o artigo definido a forma un: un agua.
i ewntemen te do português e do , , , 1 1 . '
• . , espan 10: aos tnnta anos; a los treinta ano .. Em francês, tal como no a rtigo definido, há uma só forma do artigo no
a trent anni; a crente ans. s,
plural, des.
,1. Com os nomes próp · - , - ,
, - n o~, nao so nao ha sistema ticidade no interior de uma í .2.2. Obsern1çõcs sobre o emprego dos artigos indefinidos
mesma lmgua como nao ha parafolismos e ntre as quatro línguas: Para exprimir uma quantidade plural não determinada de uma entidade, o por-
tuguês e o espanhol usam o artigo indefinido plural (Tenho uns livros para
asférias. Tengo unos libros para las vacaciones) ou não empregam qualquer
artigo ou quantificador (Tenho livros para as ferias. Tengo libros para las vaca-
la France
Portugal Portugal ciones) ou utilizam o quantificador alguns (Tenho a lgum; livros para asférias .
il Portogallo le Portugal
o Brasil Tengo algunos libros para las -vacaciones) .
(el) Brasil iJ Brasile le Brésil A afinidade e ntre os a rtigos indefinidos um (port.), un (csp.), un, uno (it.)
em França/ en Francia in Francia en France e un (fr.) explica-se pe lo fato de serem derivados do numeral latino unus.
na França
O artigo indefinido serve ai nda para exprimir um valo r aproximativo: O
Pedro tem uns 50 anos. Pedro ti.ene unos 50 anos.
-t. Também as expressões idiomáticas podem apresentar v ·, -
do artigo: · anaçao no emprego
Os pronomes pessoais, tais como os possessivos (ver cap. IX), variam, entre outros
fatores, em função do sistema da pessoa: daí as formas de ia pessoa (Pl), 2ª pessoa
(P2), 3ª pessoa (P3). Além disso, exibem diferentes formas consoante o número
(Pl, P2 e P3 para o singular e P4, PS e P6 para o plural) e o gênero (nas formas de
sujeito e de complemento direto de 3ª pessoa dos pronomes pessoais e nos pos-
sessivos). Os pronomes pessoais variam também consoante as funções sintáticas;
conforme a ligação ao verbo e a consequente configuração morfológica, há ainda
a distinguir entre formas fortes (tônicas, não clíticas) e fracas (átonas, clíticas).
s Pl eu yo io je
P2 tu tú tu tu
Em idênticos contextos, o francês utiliza as formas fortes moi, toi, lui, elle,
now,, vous, eux, elles (comuns às formas complemento): Même moije le connais. k.2.2.2. Form as de P.1 e P6 (acusatin, e dath·o)
.\ cusatin>:
:l. Para exprimir um sujeito não específico, o espanhol e o italiano dispõem, à
PJ o lo lo* le*
se melh ança do português, de um se/si nominativo (se "impessoal"), e nqua nto o a la la* Ja•
francês e mprega o pronom e on:
P6 os los li Jes
Aqui se fala Aqui se habla as las le
Qui si parla lei on parle
português. espafiol. italiano. français.
Oati\'o:
-t. Em construções de tipo impessoal, o francês, diferente m e nte d as outras três PJ lhe Ie gli / le lui
línguas românicas, exige um sujeito suporte de 3ª pessoa (il) ou o demonstra tivo
ceou ça: P6 lhes les )oro leur
Vejo-a. La veo. La vedo. Je la vois.
Chove. Llove. Je !ui donne un
Piove. II pleut. Dou-lhe um Le doy un libro. GJílle do un
É duro Es duro livro. Les doy libros. libro. livre.
Êduro II est dur de
trabalhar. trabajar. Dou-lhes livros. Do toro dei libri. Je leur donne
laborare. travailler. des livres.
C'est dur de
tra vailler.
r
;
él
ella
ello
te•
lui, esso
lei, essa
toi
lui
elle
i;
~
J
'
terminada em ditongo nasal tomam a forma no , na, nos, nas.
• próclise, o clítico antes do V (CL + V) Pronomes da l" pessoa do singular (eu , y o, io, j e). f 1. . •lusão
, . n ous) ode ser o u uma o rma e e me
• m esóclise (posição no interior da forma verbal) O uso de P4 (nos, nosotros, noi, p 'd d (" , ·" m ajes-
do alocutário num conjunto plural ou manifestação da auton a e nos
O português e uropeu é a única língua rom ânica que exibe os três padrões tático) ou de modéstia:
de ordem dos pronomes c líticos. A m esóclise usa-se nos tempos futuro e con - (Noi) abbiamo visto Nous avons vu au
(Nós) vimos na aula (Nosotros) habemos cours de la leçon
dicional, ocupa ndo os pronomes a posição medial entre a forma infinitiva e os nell'ultima lezione
passada que... visto en la última précedente que ...
afixos flexion ais: dir-te-ei; vê-la-iam. classe que ... che ...
Em português europeu a ênclise é a posição dos prono m es em frases decla- . um sujeito plural em
A fonna a gente pode expressar, em portugues, o 1ocutor ou " . l" o
ra tivas afi rmativas (A Maria encontrou-o na r ua); a próclise é utilizada q uando d er dado pelo chamado se ,mpessoa ,
algum tipo de operado r (negação, quantificadores, certos advé rbios, o operador de que o locutor se inclui; este mesmo_val_or po e_ s r d' ~ do pronome uno e o francês
interrogação, entre outros) ocupa uma posição à esque rda da frase, tendo escopo mesmo acontecendo em espanhol e ,tahano. O ,ta iano ,spoe
sobre ela: A Maria não a en controu . Alguém o encontrou. Quem o encontrou? de on, um pronome derivado do étimo latino homo-:
\'II I O:,. pn.•J1 CJ11H.::- p, ..·ss,,:1i!-i 123
A gente está bem aqui. Se está bien aqui. Si sta bene qui.
Está-se bem aqui. On est hien ici. . 1 A f rma de cortesia
. mais
. , t'renuente
--. para exprimir o interlocutor singular
Se está bem aqui. (PB) ferenc1a . o . l
é o pronome lei; o pronome oro et m vindo a tomar-se cada vez mais forma1:
H.5.2. O tratamento do interlocutor Para designar o inte rlocutor, o frances serve-se que r da forma .familiar
A tu
. chez
(P2 ), quer da forma cortes vous (PS)·, nos dois casos o plural é vous. tu es
• A
Na América de língua espanhola, há três situações distintas: ou o sistema Vi, ci pensi Tu y penses (Pensas nele/a, nisso)
do espanhol se mantém nas esferas acadêmicas; ou as formas de PS desapare- Non ci capisco niente Je n'y comprends rien (Não compreendo nada disso)
ceram (zonas de "tuteo"); ou perderam o seu valor de plural (zonas de "voseo") Me nevado Je m'en vais (Vou-me embora daqui)
[América Central e estados do Rio da Prata] .
Ne veniamo Nous en venons (Vimos dali)
O quadro seguinte sintetiza o que acaba de ser dito para o espanhol americano:
Non ne parliamo piu N'en parlons plus (Não falemos mais acerca disso)
Sing. tu (tuteo)
Sendo átonas, estas formas sofrem a ênclise ou a próclise de acordo com os
vos (voseo) usted mesmos princípios apresentados em 8.4:
Plur. ustedes
Per andarei Pour y aller (para ir ali)
Em italiano, o tu (para o interlocutor sing.) e o voi (para o interlocutor plural) Andandovi/ci En y allant (indo ali)
mantêm-se vivos, apesar dos esforços do período fascista para generalizar o vai re- Parliamone Parlons-en (falemos disso)
127
9.2. l. As fomms il
;,
;i
../
Umposs.
Pl masc. meu mi mio moo meus mis miei mes
fem. minha mi mia ma minhas mis mie mes ·k
Vár. poss.
P4masc. nosso nuestro nostro notre nossos nuestros nostri nos
fem. nossa n uestra nostra notre nossas nuestras nostre nos
2. Tal corno em português, no italiano o artigo definido precede os possessivos: Em português, espanhol e italiano há posposição do possessivo em vocati-
i miei libri ("miei libri) vos e frases exclamativas:
la nostra automobile enoscra UUl<Jmobile)
Deus meu! Dios mío! Signori miei!
Nestas duas línguas o artigo é frequen temente omitido com nomes que de- Fig)io mio non far(e)
signam relações de parentesco: Filho meu não faz isso! Hijo mío no lo hajas!
questo/non farlo!
Minha irmã chegou. Mia sorella e arrivata.
No português do Brasil, o artigo definido é também muitas vezes omitido: <i No espanhol e no italiano, tal como em portuguê~, os posse~si~os de PJ e p~
Meus livros estão sobre a mesa. ;,dem referir-se ao interlocutor. Por isso, para evitar a amb1gmdade ~ue ex
ressões como la casa es suya, la casa e sua podem causar, _us~~-se as ormas
.1. Em francês e em espanhol a coocorrência entre artigo definido e possessivo P .
analíticas: la casa es d e e'l/c'de usted (esp.)·' la casa e dilui/ di lei (1t.) (ver VIII) .
é impossível:
mes livres ("lesmes livres) 9 -, 1 ( )s p ronom es possessi\'os .
mis libros ("los mis libras) C;~o· foi .dito, o português e o italiano têm form~s dos chamados pronomes pos-
sessivos idênticas às dos dete rminantes possessivos:
Nestas duas línguas, o único elemento que pode antepor-se ao possessivo é A minha (det.) casa e a tua (pron.) são no centro .
o quantificador todos, tous: La mia (det.) casa e la tua (pron.) sono in centro.
todos mis libras
tous mes livres O francês e o espanhol dispõem de formas próprias de pronomes:
. .. .·, .
~- Em fran cês o artigo definido pode ser usado em vez do possessivo se na frase
um pronome ou um nome an tecedente forem suficientes para indicar a relação
de pertença: Umposs.
Il se lave les mains. Pl masc. el mio le mien los mios les miens
fem. la mia la mienne las mias les miennes
P2 masc. el tuyo le tien los tuyos les tiens
O espanhol e o italiano podem fazer o mesmo:
(Lui) si lava le mani. fem. la tuya la tienne las tuyas les tie nnes
(El) se lava Las manos. PJ masc. el suyo le sien los suyos les siens
fem. la suya la sien ne las suyas les siennes
1:_é.
130 Gramática c.-omparativa llouaiss quatro línguas românicas
no, o sistema ternário existe, mas está cada vez mais em desuso, sendo o sistema
binário o dominante.
Na linearidade do discurso, o sistema é nas quatro línguas binário, reme-
tendo as formas como este para uma expressão nominal mais próxima e aquele
para uma expressão nominal mais distante .
O francês é a língua em que existem diferenças mais nítidas entre formas
de determinantes e formas de pronomes demonstrativos. Nas quatro línguas,
os demonstrativos exibem formas variáveis (conforme o número e o gênero do
objeto referido) e invariáveis. Destas, destacam-se os demonstrativos "localiza-
dores", que do ponto de vista morfossintático são advérbios.
t.~-·· ·
este, esta,
estes, estas
llpenhnl .
este, esta,
estos, estas
. ...,
questo, questa,
questi, queste
...
.,. ~
i
1
i
· ~· 3 ceei]
isto esto to nominal.
isso eso É de notar que cio aparece em certas locuções: cioe (isto é), percio (por
(codesto) ció
aquilo ça esta razão), acc.:ioché (a fim de que).
aquello quel(lo) cela
E" rn.,:-.cf.~:
10 . .2.J. Ohsc n ·,lí;Ücs qua n to ao w,o dL· 1. . . 1. Os valores de "vizinhança do locutor/não vizinhança do locutor" são dados
E\I F.,.;J•.,., 1101.: . ( CICI 11111iantcs L' J)l"OIIOIIJCS
pelas partículas ci e là pospostas ao N: (ces liv res-ci; ces gens-là), ou incorpora-
1. Nesta língua as formas de pronomes d'f das a ce, nas formas de pronomes invariáveis (ceei, cela).
re m fortes acentua,fas (emb . terem das dos determinantes por se-
' ' ora o acento <1 ' f -
confusão). óra ico so seja obrigatório em caso de 2. Antes de oração relativa ou de um compleme nto nominal, enquanto o portu-
guês e o espanhol usam as formas o , a , os, as ou el , lo, la, los, las, o francês e o
2. O pronome e/lo pode usar-se co italiano usam as formas de demonstrativos ce, e', cio:
O
más de ello . m mesmo sentido que aquello: No hablemos
Faz o que te digo. Hace lo que te digo. Fa ciô/quello/ Fais ce que je te
E.,, IT.\1.1\.'\(); quel che ti dico. dis.
1. As dife rentes variantes dos demonstrativos . . . . Os do Porto são mais Los de Porto son Quelli di Porto sono Ceux de Porto sont
ção da natureza do som d- I . . cm italia no d1stnbucm-se em fun- conservadores. m as conservadores. piu conservatori. plus conservateurs.
a pa avra seguinte exata
a rtigos il, lo, l' (sing.) e i, gli (plural): ' mente como as formas dos
quesco, questa, quella antes de consoant .
quest' antes de palavra com d e. quesco ra_gazzo, quella tazza; 10.2.--1. Os advérbios demonstrativos " localizadorcs"
cça a por vogal· quest' . '
quello (pl quegl') d · amico, ques t amica·
que/ (pi q.ue•)· t tantdes e (z], fps), (gn], [skj: quello scrittore , quegli
· • an es e consoante dif d . '
z;ri·
ruma nzo, quei romanzi· erente as menc10nadas acima: que/ aqui, cá aquí, acá qui, qua ici
quell' (pi. masc. quegli ' 1 fem aí ahí
quell'invenzione. ' p· · quelle) antes de vogal: quell' episodiu ,
ali, lá allí, allá li, là là
(Refira-se que questi e qued{i só . - d
º sao usa as como sujeito.)
Nas formas "localizadoras" que designam um espaço mais circunscrito (em
") Nesta língua há formas de refor o d . .
e lillà pa ra quellu que r no se ç os demonstrativos: qui/qua para questo -i) o português e o espanhol têm um sistema ternário: aqui ( em relação ao lo-
' · u uso como determina t cutor), ai (em relação ao alocutário), ali (um espaço que não pe rtence n em à
questi libri qui/qua, questi qui/qua. n es, quer como pronomes:
vizinha nça do locutor nem à do interlocutor); n as formas que designa m a locali-
.1. A forma sta, variante de questa sur e a 1 zação de forma mais vaga (em -a) , o sistema é binário.
sera , scan otte . ' ' g ma gamada ao Nem stamattina, sta- O italiano e o francês têm um sistema binário: qui/qua, íci para o locutor;
lVlà, là indicando uma localização vaga, podend o ou não incluir o locutor (veja-
..J. As formas cudesto ai e na or,· em 1· , se um exemplo como Je suis là pour vous d ire que... , em que là inclui o espaço
' '' , g 1gadas a f'. d ·
regionais usadas na "'osca na , es e ra o m tcrlocu tor, são formas do locutor). Os mesmos valores podem se r en contrados n as formas com postas
•
1
' ' e cm certos g· .f
fato de ternm praticame nte de . .d re istros . o rmais da língua escrita . O quaggiit e quassu (it.), ici-bas (fr.) (proximidade em relação ao locutor); laMiu,
trativos binário e n ão ternário. saparec1 o torna o siste ma italiano dos demons-
lassu (it.), là-bas, là -hauc (fr.) (distância relativamente ao locutor). Note-se, no
As formas costui (m .s .), costei (f s ) c . . e ntanto, relativamente ao italiano a existência na Toscana das formas costi , cos-
este ou esse) e colui (m s) e 0 1, . (f ) ·· · ' UStaro (m. e f. pi.) (com o valor de tà (com valor de aí), o que mostra que a este nível houve uma certa "resistência"
· · , ci .s. coloro (m f l)(
são literárias. A primeira pod ' . · _e · P · com o valor de aquele ) ao desaparecimento de um sistema ternário.
e te r um sentido peJorativo: Chi e custui?
139
11. l. OS REL\Tl\'OS
1 l. l. l. . \s formas
O. de PREP
(dativo ou oblíquo)
[+ humano) quem/o qual quien/el cual cui/il quale qui/lequel
[-humano] que/o qual que/e) cual cui/il quale Jequel
(el) que
Comp. nominal cujo/do qual cuyo/del cual il cui/del quale dont/duquel
(genitivo)
A menina que está a jogar La niiia que juega en el La ragazza che gioca nel
no parque ... parque ... parco ...
A menina que vi no La niiia que/a quien vi en La ragazza che ho visto nel
parque ... el parque ... parco...
O francês distingue-se das outras três línguas por empregar qui como sujei-
to e que como objeto direto:
Lafille quijnue dans le pare estjolie. (qui = sujeito)
Lafille quej'ai vue dans le pare estjnlíe. (que= objeto direto)
Quando o antecedente da relativa é /+ humano] . El pais donde nací... 11 paese dove sono nato ... Le pays ou je suis né...
g uas, d esd e que precedidos de preposição os pronomes, usam-se nas quatro Jín-
qu . .
( em bo ra a forma
· ' '
italiana se empregue também p a ra 1- h
em, quien cui qui
J) A' ,
l' g ct· - umano . s quatro As relativas apositivas (que se d iferencia m das restritivas pela natureza do
_m uas ispoem das formas variáveis e m número e em gênero o qual l l
il quale leque[ que só , e cua ' antecedente e pela marcação por pa usa) carac terizam-se pela possibilidade de
. '_ ' se empregam (em relativas restritivas) precedidas d emprego das formas o qual, el G'Ual, il quale, lequel com o sujeito e objeto direto:
prepos1çoes: e
O autor ao qual O pai dos meus El padre de mis II padre dei miei Le pere de mes
El autor ai cual L' autore ai quale
entregamos o L'auteur auquel amigos, o qual vive amigos, el cuaV amici, il quale vive amis, lequeVqui vit
entregamos el abblamo dato il
primeiro prêmio ... nous avons donné na América, ... quien vive en in America,... en Amérique, ...
primer premio ... primo premio... '1
le premier prix... América, ...
.: j
.!
Nas construções de complem t - . Como os exemplos mostram, este aspecto só se verifica quando o antece-
d • ) en açao nommal , o espanhol
, ('a semeIh ança 1
Para es te tipo de construção, o francês dispõe da forma invariá vel dane· O João é simpático, Juan es simpático, Giovanni e Jean est
La revue dont j'ai écrit l'éditorial.. . . o que não se pode lo cual (lo que) no simpatico, li che sympathique, ce
dizer da Maria. se puede decir de non si puõ dire di qu'on ne peut pas
Ao contrário d · Maria. Maria. dire de Marie.
. . .d e CUJO e cuyo, dont não pode ser precedido de preposição n em
vir msen o nfuma expressão nomina l por sua vez precedido de preposição· ~esse
caso surge a o rma leque[: , ··
Le garçon avec les parencs duque/ je veux parler...
11.2. OS I~TERROGATIYOS
Da revue au directeur de laquelle je m e suis adress
, . ée ...
O quadro seguinte ilustra o e ' d f . . Mas depois de uma preposição e an tes de verbo o francês usa exclusiva-
línguas: mprego as ormas mterrogauvas nas qua tro
mente a forma quoi:
De quoi s'agil-il?
Quem são estes ê Quiénes son Chi sono Qui sont ces Quoi usa-se ainda antes da forma de + adjetivo:
rapazes? esos chicos? questi ragazzi? garçons? Quoi de n eef?
Com quem ê,Con quién Con chi stavi Avec qui h) tal como nas expressões de quantidade cm geral em francês, combien
estavas a falar? hablabas? parlando? parlais-tu? leva ao emprego da pre posição de:
De que estavas Combien de livres as-tu'?
e.De qué Di che (di che De quoi
a falar? hablabas? cosa) stavl parlais-tu?
11.2.J. Ordem de palavras nas intcrrogatin,s
parlando?
Tanto as interrogativas inde pendentes como as subordinadas podem apresentar
Que horas são? êQué hora es? Che ora ê? Quelle heure nas línguas românicas alterações à ordem básica d e palavras.
est-il? Em português, a inversão nas interrogativas independentes opera em fun-
ção da natureza dos morfemas que as iniciam: O que f ez a Maria? '"O que a
Que livros lês? êQué libros Che/ quali libri Quels livres Maria fez ? /Que livros a Ma ria comprou? Que livros comprou a Maria ?
lees? leggi? lis-tu? Como construção alternativa, e mprega-se a expressão é que geralmente
Quantos são?
sem inversão: O que é que a Maria fez ?/ Que livros é que a Maria comprou?
ê Cuántos son? Quanti sono? Combien Em francês, fenômenos de certo modo paralelos se passam nas interrogati-
sont-ils? vas, mas nesta língua o que é determinan te é a natureza do sujeito. Assim, opera
Onde estamos? a inversão do sujeito quando este é um pronome; ocorre a "inversão complexa"
ê,Dónde Dove siamo? Ou
estamos?
(com uma forma de pronome pessoal associada ao verbo) ou uma inversão op-
sommes-nous?
cion al, estilística quando o sujeito é uma expressão nominal "plena". O emprego
de est-ce que é uma alternativa à inversão: Qui aimes-tu ? Quand Pierre ei:;t-il
arrivé? / Quand est arrivé Pierre? Qui est-ce que tu aimes?
144 Gramática comparativa llouaiss quatro línguas românicas
11.3. OS EXCLAMATIVOS
Quantos livros tens! jCuántos libros Quanti libri hai! Que de livres tu as!
Tantos livros que tu tienes! Tu en as des livres!
tens!
Quanto me alegro! jCuánto me alegro! Quanto me rallegro! Comme je me
Come mi fa piacere! réjouis!
todos os livros todos los libros tutti i libri tous les livre s
Ohs.: l. No português do Brasil bastante não flexio na e é comumente Ohs.: Em português, a forma a lgum, qua ndo posposta ao N, toma valor
empregado como forma de quantificar nomes m assivos: bastance dinheiro· negativo: Pessoa alguma chegou ;:: Não chegou nenhuma pessoa.
imenso só se usa como adjetivo e nunca como advérbio de quantidade: ess~ Em espanhol, a construção existe mas é lite rária: No llegà pensona a lguna.
imenso Portugal .
" ~- ~s dois se,?tidos de bastante c m português ("em elevado número" ( 1) e 12.-1.2. Pro11omes itl\'ad:h-e is
0
suÍI<.!iente para (2)) são dados nas outras línguas por palavras distintas:
[+ hum.) ninguém nadie nessuno personne
(1) Ele bebeu El ha bebido lia bevuto troppo II a bu trop de vin.
bastante vinho. demasiado vino. [- hum.J nada nada nulla rien
vino.
niente
(2) É bastante peixe. Es bastante pez. C'e abbastanza C'est assez de
Sobre a sintaxe das frases contendo palavras de sentido nega tivo veja-se o
pesce per tutti. poisson pour tout le
monde . capítulo XVIII.
12.-L Ql'.\:\'TIFIC.\Ç.\O DE COXJl":\'TO \ ~\ZIO Em português e espanhol o indefinido um pode combinar-se com o cardinal
exprimindo a quan tidade a proximada:
12A. 1. . \djcti\'(IS e fo1111as ntrüh·cis de pronomes Li uns dez livros nas férias.
He leído unos diez libras en. v acac'iones.
nenhurn,a,uns,umas ninguno,a,os,as nessuno,a aucun,e,s,es
ningún: ningún sitio nul, nulle ,1. Em francês, des não pode surgir isolado, mesmo numa construção com o c lí-
pas un, pas une tico en ao c ontrário dos seus correspondentes nas outras línguas:
Destes livros não li Destos libros no he Oi questi libri
'
De ces livres je n'en "'J 'en ai mangé des.
nenhum.
leído ninguno. non n e ho letto lu auc un. .l'en ai ma ngé plusieurs.
nessuno/alcuno
Gramática comparativa Houaiss quatro línguas românicas
J.1.J.l. Formas
88 oitenta e oito Ftt"d:s: sept cent vingt-six millions trais cent quarante-deux mille sept cent
ochenta y ocho ottantaotto quatre-vingt-huit
quatre-vingt-trois
90 noventa noventa novanta quatre-vingt-dix
99 noventa e nove noventa y nueve novantanove quatre-vingt-dix- l.1.1.2. Fonnação e emprego
-neuf 1. De 22 a 99, os numerais apresentam formação regular nas quatro línguas: em
100 cem cien cento cent português e em espanhol, os elementos são unidos por meio de um coordenante;
em francês , por meio de um traço de união (com exceção dos numerais com un,
101 cento e um ciento uno, -a centuno cent um, -e -e de 21 a 71); em italiano, por mera justaposição. Somente em português se
102 cento e dois ciento dos centodue centdeux conserva a conjunção depois de cento e seus múltiplos.
Observa-se essa mesma distribuição das línguas em relação à concordância
111 cento e onze ciento once centoundici cent onze
(port. e esp.) e à não concordância (it. e fr. ) em gênero dos nomes de centenas
123 cento e vinte e ciento veintítrés centoventitré cent vingt-trois a partir de 200.
três
200 duzentos, -as doscientos, -as duecento deux cents 2. O espanhol e o português apresentam as variantes ciento/cien e cento/cem
300 trezentos, -as trescíentos, -as trecento
nos mesmos contextos: cien vezes/cem -oezes, cien miVcem mil, mas ciento y
trois cents
dos/cento e dois , cinco por cientolcinco por cento.
400 quatrocentos, -as cuatrocientos, -as quattrocento quatre cents As poucas variantes entre os usos brasileiro e europeu estão indicadas no
500 quinhentos, -as quinientos, -as cinquecento cinq cents quadro anterior.
600 seiscentos, -as seiscientos, -as seicento six cents
.1. Somente em italiano há um plural para mille: milla. Diante de uno e otto,
700 setecentos, -as setecientos, -as settecento sept cents 'Venti perde o -i final e trenta, quaranta etc. o -a final.
800 oitocentos, -as ochocientos, -as ottocento
Nos cardinais compostos com uno, -a é frequente a queda da vogal final,
huit cents
qualquer que seja a palavra seguinte; ex.: -oentun libri (vinte e um livros), tren-
900 novecentos, -as novecientos, -as novecento neuf cents
tun navi (trinta e um navios).
1.000 mil mil mille mille
--1. O francês distingue-se das línguas meridionais na formação dos numerais 70, 80
15.000 quinze mil quince mil quindicimila quinze mille
e 90: procede-se a uma adição em 70, 75 (soixante-dix == 60 + 10; soixante-quinze
100.000 cem mil cien mil centomila cent mille = 60 + 15), a uma multiplicação em 80 (quatre-vingts = 20 x 4), ou à combinaç ão
158 <ir a mâ!íca i.:t11llp:1rath·a llou:ds.-. quatru lin~u;1s romún ie.a~
das duas operações em 90 (quatre-vingt-dix = (20 x 4) + 10). Na Bélgica e na Também no que se refere à formação dos ordinais, as quatro línguas se organi-
Suíça, entretanto, usam-se as formas septante, huitante (ou octante ) e nonante. zam em dois grupos, de um lado o português e o espanhol, de outro o italiano e
o francês:
De 1 .100 a 1.999 é possível escolher entre as formas "regulares" (mille • as duas primeiras adotam a forma ordinal para os algarismos justapostos;
cent ... , mille neuf cent ... ) e as formas onze cent... dix-neuf-cent ... ex.:
Algumas particularidades gráficas: a) usa-se um traço de união entre os trigésimo sexto (36º) octogésimo quinto (85º)
algarismos das dezenas e os das unidades ( com exceção de un, -e); b) não se es- • nas duas últimas, as formas cardinais são simplesmente acrescidas de
creve o -s do plural que ocorre em quacre-vingts ou em deux cents, trois cencs um sufixo específico após perderem a vogal átona final:
etc. qua ndo estes são seguidos de outro algarismo; c) na designação das da tas, a • f.tsimo e m italiano a partir de 11°; ex. :
forma mille dá lugar à forma breve mil. trentasei~simo ottantacinquf:.simo
• ieme e m francês a partir de 2º; ex.:
trente-sixieme quatre-vingt-cinquieme
IJ.2. 'il -~IER.\IS ORDl'i.\lS
Ohs.: O italiano (a partir de 11º) també m possui ordinais compostos, me-
1.1.2. l. Formas nos usados; ex.: v igf.simoprimo (21º).
·/1,ff
0
:·:i1•1ii,1:'
s;~, ->,-- _,·, _7j__ lk1,
0
'- ·., -· " ' · • •· , _ · ;:
Os ordinais variam em gênero e número nas quatro línguas, concordando
1º primeiro primero primo premier com os nomes ou pronomes a que se referem; em francês, poré m , em virtude da
2º segundo segundo secondo terminação, a marca feminina só se manifesta em premiere e seconde.
second, deuxieme
3º terceiro tercero terzo troisieme
4º quarto cuarto quarto quatrieme IJ.2 .2 . E mprc~o
5º quinto quinto quinto cinqule me 1. Se e m italiano e em francês empregam-se sem dificuldade todas as formas
6º sexto sexto sesto sixieme ordinais, nas línguas ibéricas as formas compostas são de emprego raro. Por
7º sétimo séptimo s.e.ttimo septieme exemplo, para traduzir
8° oitavo octavo ottavo il centocinquantaquattrf.simo giomo dell'anno (it.) e
huitieme
9º nono noveno nono le cent-cinquante-quatrieme jour de l 'ann ée ( fr.),
neuvieme
10º décimo décimo d~cimo dixieme costuma-se dizer simplesmente
11º décimo primeiro undécimo undic~simo onzieme o dia cento e cinquenta e quatro do ano (port.) e
12º décimo segundo duodécimo dodic~simo douzieme el dia ciento cincuenta y cuatro dei ano (esp.) .
13º décimo terceiro décimo tercero tredic~simo treizieme
20º vigésimo vigésimo ven~simo vingtieme Para indicar a ordem das páginas de um livro, e m espanhol e em português
21º vigésimo primeiro vigésimo primero ventun~simo també m se empregam normalme nte as formas cardinais: página d os/página
vingt et unieme
30º trigésimo trigésimo trent~simo trentieme dois .
400 quadragésimo cuadragésimo quarant~simo quarantieme
50º quinquagésimo quincuagésimo cinquant.e_simo 2. Essa resistência às formas latini zantes também se ma nifesta na numeração
cinquantieme
60º sexagésimo sexagésimo sessant~simo soixantieme dos séculos, dos sobe ranos e dos papas, de diferentes maneiras nas quatro
70º septuagésimo septuagésimo settant~simo soixante-dixieme línguas.
80º octogésimo octogésimo ottant~simo quatre-vingtieme
90º nonagésimo nonagésimo novant~simo Nesses casos, em português como em espan hol não se e mpregam os o rdi-
quatre-vingt-
-dL~ieme nais nas referências numéricas acima de décimo. Diz-se El siglo VI (sexto)/O
100º centésimo centésimo cent~simo centieme século VI (sexto), Aljonso N (c:uarto)/Afonso N (quarto), m as El si~lo XVIII
1.000º milésimo milésimo mill~simo (dieciocho )/0 século XVIII (dezoito), León XIII ( trece )/Leão XIII (treze).
millieme
160 Gramática comparativa 1-fouaiss quatro línguas romfuücas
1-t.l. I:\'"TRODC~:.\o
...-:r_;;•.·->~-
Formas impessoais
Infinitivo impessoal Infinitivo Infinito Infinitif
(PB)
Infinitivo ( ou
infinito) não
flexionado (PE)
Geníndio Gerundio Gerundio/ Gérondif/
L
l
Particípio Participio
Particípio presente
Particípio passato
Participe présent
Participe passé
■
}'onnas pessoais
i . .JI
j . :\. .
Infinitivo
. :•=~--
l: ,_·t~ pessoal (PB)
• e outros casos como: -duzir: <luzido -ducir: ducido -durre: dotto -duire: duit
prendre (tomar) prenant meter: metido meter: metido m~ttere: messo mettre: mis
1-1.2 ..l. O particípio morrer: morrido/ morir: muerto morire: morto mourir: mort
1-1-.2 .•1.1. Particípio ..passado.. e particípio ..presente•· morto
Em italiano e em francês . _ , nascer: nascido/ nacer: nacido/
. , por opos,çao ao partic1pio passato ou passé nascere: nato naitre: né
menc10na-se a existência de u " • , . ,, ' nato nato
• m partic1p10 presente , que em francês é expres-
s o pe1a mesma forma do ge , d' . .
pôr: posto poner: puesto porre: posto
t.ormais . propnas:
, . run 10, mas em italiano se apresenta com marcas
Outras irrcgulmidadcs:
• a desinência própria d Esta ocorrência do pro no me na conjugação fran cesa justifi ca-se plenamente
itali . . e um grupo passa a outra conjugação, por exemplo: em
na comunicação oral, j á que as três formas verbais do singular e a última do plu-
• I ano es1st110 para esistere, venuto para venire... e em francês été para être·
a gumas que não admitem sistematização, como nos exemplos: , ral, apesar de suas dife renças gráficas, têm ordinariamente a mesma pronúncia.
Assim, no presente do indicativo e do subjuntivo
je chance, tu chances , iVelle chante, ils/elles chantent
1-Ll.-l.-l.-l. Outras irrc.i,!11laridadcs Como se vê, a formação do imperativo reúne, mais uma vez, as duas línguas
ibéricas:
Alé m das irregularidades que aparecerão no anc , , .
comporta mento peculia r de, 1 , ,. . xo 1, assmalaremos aqui o • P2 te m parentesco com o presente do indicativo, mas sem m arca pessoal;
·~
smcncias da primeira con · g .-
ª guns \i erbos, franceses. em -tr· que adotam as de- • PS apresenta desinência específica;
• , ·11 · .. Ju açao no presente do ind· ·, . . . , . . • PJ, P4 e P6 são tomadas ao presente do suhjuntivo.
c u e 1 1r, offrir 011 q,n•,. S( ,;,·• . reativo. assaill,r couvrir
· ' '"' , '" >uJ... nr· ex . ' ,
cuillir (recolher)· · • ' ·:
. · Je c:u e1lle, -es -e -enc A inte rloc ução cerimon iosa em português e cm espanhol é expressa por
m1vnr (abrir)· •• ' ' ' naus c:ueillons, -ez
· J ouvre, -es, -e, -ent,
nous ouvrons, -ez me io de PJ e P6. Em a lgumas á reas do Brasil, porém , como o Rio de Janeiro, as
l-L,.:;. O impcratin> formas você e v ocês são bem coloquiais, ao contrário das formas usted e uscedes
As qua tro língua . espanholas, que são cerimoniosas. No uso coloquial mais descontraído, o portu-
. • s possuem um imperativo afirmativo:
guês do Hrasil e mprega, n as frases imperativas, a forma da PJ (você) do presente
do indicativo; ex.: l cm c:omi~o , Faz isso pra mim , Deixa de ser bobo.
Em francês, por outro lado, uma vez que a cortesia se expressa por me io da
pluralização de P2 (isto é , com PS, cf. 8.5.2), as formas se lim ita m a três, todas
clarame n te indicativas (sem -s gráfico para a P2 dos verbos em -er , embora torne
180 (:ram:i ric;1 comp.irati,·:i llouuiss quatro lín~ua,-. rom.i"tni(:as
XI\" ~1nrfr,s!-tillt:1xL' do \'Crbo 1.Sl
mas d o "passato remo t o " (-- pretfaito perfeito simples) e(bh)i, a-vesti , eb/Je ... :
XI\. ~torfos~intaxc Jo n.:rhu 18.l
..
As outras conjugações conservam as respectivas vogais temiíticas: vende- •• ~ '
••' J,-
.•
}~ • ' • ~
'
- . .. .
rei, ve-nderesti... ; unirei, uniresti ... Devido à particularidade de sua origem, este
Primeira l'onj ugaçâo
tempo não apresenta cm P6 o -no tão característico de quase todos os demais
tempos. Pl cantava cantaha cantavo je chantais
Em português, a origem perifrástica desses dois futuros é nitidamente re- P2 cantavas cantahas cantavi tu chantais
velada pela inserção possível dos pronomes átonos ("' clíticos) e ntre o infinitivo PJ cantava cantaba cantava il chantait
e a desinência - a mesóclise. Construções do tipo Nós nos encontraremos em P4 cantávamos cantábamos cantavamo nous chantions
Lisboa e Eu o receberia com muito praz er, com pronome s ujeito exp resso, apre-
PS cantáveis cantahais cantavate vous chantiez
sentam as seguintes variantes, típicas do registro escrito do português europeu:
Encontrar-nos-emos em Lisboa. P6 cantavam cantahan cantavano ils chantaient
Recebê-lo-ia com muito prazer.
Segunda conjugação
<~ italiano apresenta uma terminação distinta para cada conjugação: -avo , vendi(, vendé* il vendit i1 pourvut
PJ vendeu
-evo, -mo. ,\lé m disso, diferentemente das demais línguas peninsulares, o acento vendimos vendemmo nous vcndimes nous
P4 vendemos
muda de sílaha nas P4 e PS. pourvumes
O francês utiliza a mesma desinência e m todas as conjugações, sendo que vendeste vous ventites vous
PS vendestes vcndisteis
uma parw dos verbos da terceira tem o tema ampliado pelo infixo -iss- antes de pourvutes
recebe r a desinência. ils pourvurent
vendierun vend~rono• ils vendirent
P6 venderam
1-Ll.7.2 . . \lg11111as irregularidades • Em italiano, para PI . P3 e 1'6 existem também 1:e11decti , 't-"<!H<Íctcc e ·vend(.'.tiem .
1-1..1.H.2. Irrcgulal'idadcs
correre (correr), corsi
A.'l irregularidades, relativamente poucas em português e em espanhol, mas nu. diressi
diri_4ere (dirigir),
merosas em italiano e em francês, dizem respeito sobretudo a verbos da segunda persi
conjugação. pr;.rdere (perder),
valere (valer), valsi
1-1.J.8.2. I. Pretéritos fracos e prct1:ritos fortes
14 ) S ".2. l'ma partic11. 1 . 1 1 . lo" n:rhos franceses
A oposição entre pretéritos perfeitos "fracos" (com desinências tônicas em todas anu1<.1.: <. . . .s , que não tem aplica-
..., ·- , . . . . . ' ·a formação obcdccc a uma re6ra ' , .
6
A}õuns verbo:; franceses , cu.1 . 1 ,. , t -'e de parte dos verbos que,
as pessoas) e "fortes" (com acento no radical em certas pessoas) manifesta-se . , · derados 1 rregu ares, tra a s
Ção geral, são por isso eons1 , . re no infinitivo apresentam,
nos quatro idiomas, de forma parecida nas línguas meridionais; em francês, dada . , . diferente do que ocor '
a frequência de "passés simples" monossilábicos, não é fácil determinar onde tendo no genmd10 um tema d g rúndio (cf. 14.2.2); são eles:
termina o radical e começa a desinência. rém, no pretérito perfeito o mesmo tema o e
po • os verbos em -indre, ex.: . craignis tu crai~nis ...
craíndre {temer) -+ craignant -+ Je . •'
Tomemos um exemplo de pretérito forte: o verbo saber e seus equivalentes:
saber saber sapere saooír • os verbos em
. ( con
conduire
-uire,
. • ) ex.:
d uzir .
-+ conduisant
~
~
.,·e conduisis, tu conduisis ...
soube supe
e
seppi j e sus écrire (escrever) -+ écrivant ..... .f'écrivis, tu écrivis ...
soubeste supiste sapesti tu BUS
soube supo seppe il sut 1-½.,,.,-,,_
soubemos supimos , -, ... -, .•.,,. Outras irrci,t11lai;<.1:1des · rtas irre
. gulari'dade's de difícil
sapemmo nous silmes Encerrando esta pa rte, apresentam-se a segulf ce .
soubestes supisteis sapeste vous siltes
souberam supieron sistematização: bere/bevvi boire/je bus
swpero ils surent b beberlbebí •
beberlbe i
cres crescerelcrebbi croitre/je crus
"er;./cresci crecer/crecí · /;'e mus
Do ponto de vista acentual, vê-se que em todas as línguas ibéricas as pessoas m -... " muoverelmossi mouvm·r.J '
fortes são duas (PI e PJ) e cm italiano três (PI , P2 e Pó). Nestas mesmas pessoas =·erlmovi mover/movi nliitrcl:J·e naquis
" ..,
nascer/nasci nacerlnací nascerelnacqui
fortes, nos três idiomas, nota-se uma modificação da desinência; assim é que o resolver/ resolví risolverelrisolsi résoudre/je résolus
resol'i.>er/resolvi
pretérito forte italiano perde o -nu característico de P6. Quanto ao radical, acha- vivere/vissi vi'ore/je vécus
viver/vivi v ivirlviví
-se mais ou menos alterado em todas as pessoas no português, no espanhol e no
francês, ao passo que no italiano a variação se produz a penas nas pessoas fortes. , •
1--1.J.9. Os p rctcntos .nnpcr
' f'cttos
.- . e<.
• >S futuros do suh,iuntin1
Em português a homonímia entre Pl e PJ com um -e final não é uma cons-
tante; mesmo sem o -e final, a identidade das duas pessoas ainda persiste em 14.,1.9.1 . Pn.•té,;tos impi.:rfcitos
quis (querer); já emfizlfez (fazer) ou em pus/pôs (pôr), Pl e P.3 se distinguem
pela mudança da vogal.
Seria ocioso reproduzi r a longa lista dos mais de cem "passati remoti" for- P1; mci ra conjui,ta','.iO
tes do italiano; a lém dos que figurarão no a nexo lII, oferecemos aq ui apenas Pl cantasse cantase cantara cantassi je chantasse
a lguns poucos exemplos que ilustram a diferença relativamente ao português, cantases cantaras cantassi tu chantasses
P2 cantasseS
uns com o pretérito forte francês correspondente, outros específicos do italiano:
PJ cantasse cantase cantara cantasse il chantât
conQscere (conhecer), conobbi... j e connus...
l!:Agere (ler), lessi j e /us P4 cantássemos cantásemos cant3SSimo nous
mç_ttere (colocar), cantáramos chantassions
misi jemis
parere (parecer), PS cantásseis cantaseis cantaste vous chantassiez
par-vi j e parus
prf.ndere (pegar), cantarais
presi je pris
chiy._dere (fechar), P6 cantassem cantasen canq!Ssero ils chantassent
chiusi
cantaran
188 Cram;íti~:1 co mpar:lli\·a llnu:tiss 4 wuro líugu:is rom;1nh.:a.-.;
XI\' Mo r/os.sintaxe d, , \'crbo 189
Sc_g1111d:1 l'onj11~:1<;:io
• Em italia no, a filiação à P6 do pre térito perfe ito só é pe rceptível em ver-
PI vendesse vendiese bos muito irregulares como essere (-+ fossi ), d.are (-+ dessi ), stare ( -+
vendessi je vendisse
vendiera scessi ); para esta língua, a regra geral de formação seria partir da P2 do
P2 vendesses vendieses vendessi tu vendisses pretérito perfeito do indica tivo, substituindo o elemento final -ti por -si:
vendieras "Vendesti -+ vend essi, 'Vendessi...
PJ vendesse vendiese facesti -+ facessi, facessi...
vendesse il vendit
vendiera
P4 vendêssemos vendiésemos vend~ssimo nous vendissions Ohscrn1c.iks:
vendiéramos • O bimorfismo deste subjuntivo é exclusivo do espanhol; a forma em -ra
PS vendêsseis vendieseis existe também em português, especialmente no uso escrito formal , mas
vendeste vous vendissiez
vendierais perte nce ao modo indicativo.
P6 vendessem vendiesen • Enquanto o espanhol e o francês não distinguem as desinências da se-
vend~ro ils vendissent
vendieran gunda e da terceira conjugações, o português e o italiano separam bem
os três grupos .
• Há homonímia entre Pl e P3 no português e no espanhol, e e ntre Pl e
P2 no italiano.
Tcrl'l'Ír:t l'Ollju~:u,:lo
• A desinência ita liana de P6 não tem o -no tão caracte rís tico dos demais
Pl unisse urúese tempos.
unissi j'unisse
urúera • Nos verbos fra nceses do tipo unir (com infixo) , as PI , P2 e P6 coinci-
je courusse
P2 unisses urúeses dem com as formas do presente do subjuntivo: nesta língu a o acento
unissi tu unisses
urúeras circunflexo da P3 é característico deste tempo e permite, na segunda e
tu courusses
PJ unisse urúese na te rceira conju~ações, assinala r a diferença relativame nte ao preté rito
unisse il unit
urúera perfeito do indicativo.
il counlt
P4 uníssemos uniésemos un,issimo nous unissons
uniéramos l-t.J.9.2. O futuro do snhj1111tin1
nous courussions O italiano e o francês desconhecem este tempo. Ele já existiu no espanhol e so-
PS unísseis unieseis uniste vous unissiez mente se conserva em textos a rcaicos ou que adotam um estilo a rcaizante, com o
unierais
vous courussiez certos textos jurídicos ou exageradamente cultos. O por tugu ês, ao contrá rio, o
P6 unissem uniesen unissero ils unissent mantém vivo e m qualquer re~istro de língua, embora sintaticamente ele só possa
unieran
ils courussent ocorrer em orações subordinadas (cf. 15.4.5). A base de sua formação é a m esm a
Est e te mpo e.! formado a partir elo pre té rito perfeito do indicativo· do pre térito impe rfeito do subjuntivo (cf. 14 ..3.9.1). Exemplit'icamo-lo a seguir
• Em P~)rtugu~s, espanhol e fra ncês o mecanis mo é simples: a. forma de com os verbos cantar, unir (regulares) efazerlhâc:er (irregular ):
base e P6, seJa para os verbos regulares, seja para os irregulares:
PoRT.
E-.,..
venderam
fizeram
vendieron
-
-+
vendesse, vendesses...
fizesse ,fizesses...
cantar
cantares
fizer
fizeres
unir
unires
cantare
cantares
hiciere
hicieres
uniere
uniere
-+ 'Oendiese, vendieses... cantar fizer unir cantare hiciere urúere
hicieron -+ híciese, hic:ieses...
ht ils 'Oendirent cantarmos fizermos unirmos cantáremos hiciéremos uniéremos
-+ j e 't.'endisse, tu vendisses...
ilsfirent -+ cantardes fizerdes unirdes cantareis hiciereis urúereis
jefisse, tufisses...
cantarem fizerem unirem cantaren hicieren unieren
XI\' Morfos~intaxc do \'crho 191
Para os verbos regulares e para os verbos irregulares fracos - cujo pretérito Dispondo de u m único auxiliar (haber) para essa relação, o espanhol moder-
perfeito segue o paradigma dos verbos regulares - confundem-se as formas do no exemplifica a situação mais simples no conjunto das quatro línguas românicas.
futuro do subjuntivo e as do infinitivo flexionado, inclusive na PS, cuja desinên- Em português a questão é um pouco mais complexa. A história da língua
cia é -des (cf. 14.J.J). registra dois auxiliares para essa função - ter e haver-, mas o português moder-
no dá ampla preferência a ter. Por essa razão, apresentaremos nossos exemplos
1-L\. 1O. Pretérito mais-411c-pcrtcito simples do imlh:ath'o do português unicamente com o auxiliar ter: tenho falado, tínhamos saído, teremos chegado.
O português é a única das quatro línguas que possui uma forma simples com Uma consequência dessa dupla possibilidade é que o pretérito mais-que-perfeito
o valor <le mais-que-perfeito, caracterizada pela desinência -ra. Assim como o pode apresentar três formas: cantara, tinha cantado e havia cantado. Outra
pretérito imperfeito e o futuro do suhjuntivo, este tempo é formado a partir do evidência da complexidade do português acha-se no emprego peculiar do cha-
tema do pretérito perfeito. Oferecemos a seguir um exemplo do paradigma regu- mado "pretérito perfeito composto" (ex.: tenho saído, temosfalado), cujo con-
lar em cada conjugação (cantar, vender, unir) e um exemplo de verbo irrcguÍar teúdo temporal é distinto do das formas espanholas correspondentes: he salido
forte (fazer): e habemos hablado equivalem às formas simples saí e falamos . Por outro lado,
0 português não conhece o pretérito anterior (cf. 15.2.6).
cantara vendera unira fizera Peculiar é também a situação do italiano e do francês, idiomas que utilizam
cantaras venderas uniras fizeras dois verbos (it. avere ou essere, fr. a'VOir ou être) Enquanto o português e o espa-
cantara vendera unira fizera nhol empregam o mesmo verbo para formar seus tempos compostos (cf. tenho co-
cantáramos vendêramos uníramos fizéramos midothe comido, tenho viru.úYhe wni.do), o italiano e o francês escolhem auxiliares
cantáreis vendêreis uníreis fizéreis distintos segundo a classe do verbo principal: a maioria, aqui exemplificada pelos
cantaram venderam unircnn fizeram correspondentes ao português comer, se constrói com avere/a'(..'Oir (ho mangiatol
j'ai mangé), mas alguns outros, aqui representados pelos correspondentes ao por-
( )hscrnt~<>cs: tuguês vir, se constroem com essere/être (sono venutolje suis venu) .
• Ilá homonímia entre o pretérito perfeito e o pretérito mais-que-perfeito Relevadas as peculiaridades já referidas, é inegável a simplicidade do me-
em P6. canismo geral de formação dos tempos compostos, ilustrada exemplarmente a
• Os verbos regulares e os irregulares fracos apresentam pessoas (P2, P,l e seguir pelo pretérito perfeito, seja com o mesmo auxiliar nas quatro línguas:
PS) que só se distinguem das correspondentes no futuro do presente pela
posição do acento. tenho lavado helavado ho lavaco j 'ai lavé
• Embora tenham a mesma origem histórica, o pretérito mais-que-perfeito tens lavado haslavado hai lavaco tu as [avé
simples do português e o subjuntivo espanhol em -ra expressam atual- tem lavado halavado ha lavaw il a lavé
mente conteúdos temporais e modais diferentes (cf. 15.1.3, 15.2.5). temos lavado hemos lavado abbiamo lavato nous avons !avé
tendes lavado habéis lavado avete lav ato vous avez [avé
têm lavado hanlavado hanno lavaco ils ont lavé
1-l.-l .. \S F0IOL\S C(HIP0S'L\S
seja através de um vcrho em forma pronominal, a qual impõe uma mudança de
1-l.-L 1. Os .. tempos compostos·· auxiliar em italiano e em francês:
Nas quatro línguas, a uma série de formas simples corresponde uma série para-
lela de "tempos compostos". O português e o espanhol dispõem, por exemplo, tenho-me lavado me he lavado mi sono lavato je me suis /avé
de um infinitivo simples (cantar/cantar) e um infinitivo composto (ter cantado/ tens-te lavado te has lavado ti sei lavuco tu t'es la<cé
haber cantado), de um gerúndio simples (cantandolc:antando) e um gerúndio tem-se lavado se ha lavado s'ê lavato il s 'est /av é
composto (tendo cantado/habendo cantado), de um futuro simples (cantare- temo-rws /a'(..'W.lo nos hemos lavado ci siamo lavati nous nous sommes lai,-és
mos/cantaremos) e um futuro composto (teremos c:antadolhabremos cantado). tendes-vos lavado os habéis lavado vi siete lavati vous vous êtes lwvés
Esse paralelismo vale para qualquer forma simples, com exceção do imperativo têm-se lavado se han lavado si sono lavati ils se sont lavés
e do próprio particípio.
192 Gramática comparali\'3 llouaiss quatro línguas românic.'IS
Assim como no capítulo anterior, neste nos limitaremos a chamar atenção para
as disparidades mais notáveis entre as quatro línguas, nas quais intervêm não só
o valor próprio de cada forma, suas relações com outras, mas ainda o registro de
língua escolhido.
15. l. 1. O infinitiYo
A natureza simultaneamente verbal e nominal do infinitivo se revela diferen te-
mente nas quatro línguas. O português, o espanhol e o italiano admitem q ue ao
infinitivo se anteponham os mesmos determinantes que precedem o substanti-
vo, especialmente o artigo:
. ~ , -~ ., i.;, :-.~~ ~
-v ... t., ~ •
1 ' ,
'
~-- ,.,_ '
-·
Ao sair de casa ... A1 sallr de casa... Nell'uscire di casa...
O suceder dos El sucederse los
li succedersi degli eventí...
acontecimentos ... acontecimientos ...
O francês exclui tal possibilidade, salvo nos poucos casos em que o infini-
tivo se tenha transformado em legítimo substantivo (ex. : le déjeuner, le boire [o
jantar, a bebida)). Os exemplos ante riores seriam traduzidos em francês como:
'
1
é porque se di z ha telefonato com a'Vere. No entanto, haverá discrepância entre Jls ont ouvert la fenêtre.
Cario e dovuto uscire (embora também se admita Cario ha dovuto uscire) e
Charles a du sortir (Carlos teve de sair), porque o verbo italiano uscire se cons- I :=; -, 1 Condicio11ais simples e composto d f
trói com o auxiliar gssere. Na. ·- .. . ,ã
express o od "futuro do passado" ' o italiano se distingue pelo uso a d.
onna
·
De modo geral, quando há diferença de auxiliar entre as duas línguas, o composta, enquanto o português, o espanhol e o francês empregam o con 1c10-
avoir francês ocorre com mais frequência que o gssere italiano. nal (no Brasil, futuro do pretérito):
Nas construções atributivas cm geral, os verbos ser e estar do português e Trata se de um estad o que .se prolonga numa dada extensãodde tempo.d (b
do espanhol expressam a distinção entre uma propriedade constitutiva, ineren- -
No port d O Bras1•·1 es'ses• usos
, são comuns com advérbios e mo o , em, .
te - com ser - e um aspecto relacionado a uma dada circunstância - com estar. mal) e com .expressoes - preposicionadas
. que denotam estado: Os negocios
Exemplos:
-oi'. daml'Vêmlcorrem bem. _ .
'Va an b.
Em italiano, os ver os a ndare e venire ocorrem em eonstruçoes como.
(port.) O corredor é escuro (trata-se de uma característica constitutiva
do corredor)/0 corredor está escuro (trata-se de uma situação I documentl. andarono .smarriti. (Perderam-se
. os documentos.)
circunstancialmente motivada) , l mmirata. (Foi muito admuada.),
lennemo to a
1.'i..L:? .2. 1\.-lifrnses modais parece lógica); 1 t . Admito que ela esteja feliz ( = Admito sua
no papel de comp emen o.
Expressam a necessidade ou a obrigação e se constroem com um infinitivo.
Exemplos: felicidade); d' r , ,.
• , ad'etivas ou relativas, que atuam como a Je !\OS .
as J b lha bem(= um rapaz trabalhador);
rapaz que tra a d •)·
É preciso dormir. Hay que dormir. ... um édico
. que possa curar-me . , (-- um médico capaz e curar-me
.. '
Risognu dormire. Ilfuut dormir.
Hei de trabalhar. ... um m , dvérbios ou complementos circunstanc1a1s, chama-
He de trabajar. Ho da lw,,,orare. J'ai à travai/ler. • as que atuam como a . '. . ..
De-vesfalar. .
das por isso, . . adverbiais ou c1rcunstanc1ms. . ,. - )
Tienes que/ De-vi parlare. Tu dois parler.
Debes hablar.
• • '.
finais: para que e'U· ·saiba ( = para minha mjormaçao , )· ;
.
causais: porque . choveu(= por causa d a chuva ' • , )·
A casa está La casa está La casa e da La maison est . . to ela viajava (= clunmte sua vwgem ,
por pintar. por pintar. dipi_ngere. temporais: enquan d;f· /d d,·)·
à peindre. .
concessivas: ., . dtifi''cil ( = apesar das v teu a es ,
embora. seJa
- • ., •~·ts
1 ;",.--t:.-• e. onwücs
"r
suhstantint~
l~.--1 ..\S REL.\ÇÜES \'ERR\JS :\'O PERÍODO CO~IPOSTO
- • 'l__ I . Caso~ de eom·crgêneia das quatro línguas
1:,,-,,
I .~- ➔. l. Princípios gerais . ..
As principais diferenças que se observam entre as quatro línguas dizem respeito
. , . ~ . . ,(
,,,
. ..
,
ao emprego dos modos verbais indicativo e subjuntivo. Recordemos q ue, gra- Sabemos que Sappwmo che Nous sa'!.lOns que
Ind. Sabemos que
ças ao modo, o falante expressa sua atitude relativamente ao processo verbal:
Paulo está em Pablo está en Paolo e a Roma. Paul est à Rome.
com o modo indicativo, ele assume plenamente a afirmação do processo; com o Roma. Roma.
modo suhjuntivo, ele não a assume plenamente. Se este princípio geral parece
Quero que me Quiero que me Vuglio che tu mi Je veux que
simples, sua aplicação a cada um dos idiomas apresenta matizes, diversifica-se, Subj.
digas a '!.lerdade. digas la '!.lerdad. dica la '!.lerità. tu me dises la
já que não se mostra com nitidez, em todas as partes, a linha de fronte ira entre
vérité.
os dois modos.
r
] 206 '1r:md1ic :1 1-;0111p~trt1 ti , ·:1 ll uu·ii-.s
· ·· ljll'· l t r ,, 1,·11c,u
- :l:,i. rm 11a n u.:as
A •
~X\' Emp rc ~o l' si nrnxi.;.• da:,; t'n r 111:1s n:rh :tb 207
indicativo; o italiano, por sua vez, admite a opção entre os do is modos. Com a
de deNd~s:~:~:~~:~~u:;:od~:g:ras aqu~ ~studadas se _afastam também e m virtu- negação - vale dizer, descartada a esperança - as qua tro línguas recorrem ao
do verbo (ou outro el! mc nto) s ba , md?tl\•adas por vá nos fatores, como o sentido subjuntivo.
u or mante e seu context ( • , Esses qua tro verbos só podem se r com parados relativamente a pa rte de seu
ou presença de negação etc.). o seu tempo, ausencia
conteúdo semântico, já que o sperare italiano e o espérer francês ignora m o valor
Como não é nossa intenç - , · de "aguardar" que o esperar das línguas ibéricas também expressa.
que a ape nas alguns ~xe mplos : : :~~~~;;:enorizar este estudo, daremos desta-
• • • " p • • ~ • '
Duvido/Não creio que Dudo/No creo Dubito/Non credo Je doute/Je ne crois 15.-l.-l. l . Suhordinadas temporais introduzidas por <11wmlo
seja/fosse verdade. que sea/fuera ou che sia/fosse pas que ce soit/fút Se contexto é de presente ou de passado, a construção é idêntica nas quatro
O
fuese verdad. vero. vrai. línguas:
:-,Ja língua escrita mais elaborada ainda se podem encontrar estes dois tem-
pos quando se trata dos verbos être e avoir e da terceira pessoa do singular de
Quando puder, Cuando pueda,
qualquer outro verbo. \lo que se refere à concordância dos tempos, tanto quanto useiro. sortirai.
sairei. saldré.
e m outros aspectos, o francês se revela me nos conservador do que as três línguas
meridionais. Enquanto O espanhol requer o presente do subjuntivo, o português _adota
futuro do mesmo modo - solução que era conhecida no espanhol antigo. O
15.-L). ~as orw.;ücs adjctirns 0
italiano e O francês, por seu turno, empregam o m esmo tempo (futuro) e modo
As poucas diferenças se observam, sobretudo, nas o rações que qualificam um
antecedente indeterminado, especialmente cm contexto de futuro: (indicativo) da oração principal.
X\' Em prego L' ~inta,._. <Lts fonu,,~ n:rh :1i:-. 211
210 <~rnrn:irica L'<>tHp;1 r:1ti\•:1 llouaiss quatro línguas romftn ic:,~
15.--l.4.2. Suhordina<las co ndicionais introduzidas por se téticos, prováveis, que ordinariamente se situam no futuro, mas também podem
Partamos dos três enunciados seguintes: situar-se no presente . Por esta razão, é frequente a permuta entre o futuro e o
presente do subjuntivo na expressão do mesmo conteúdo temporal.
Além das orações relativas (cf. 15.4.3), temporais (cf. 15.4.4 .1) e condicionais
Si je peux, je sors.
(cf. 15.4.4.2), podemos citar outras suhordinadas:
Se puder, sairei. Si puedo, saldré. Se potro/posso, Sije peux, a) relativas: co m que, ex.: As p essoas qu.e quisere m (ou queiram) infor·
useiro. je sortirai. mação poderão pôr-se em contato comigo;
h) comparativas: com como, ex.: Será como <1uiseres (ou queiras);
Se pudesse, Si pudiese/pudiera, Se pot ess1,· uscirei. Si je pouvais,
sairia/saía. saldría. je sortirais. e)temporais:
• com depois que, logo que, ex.: Logo que puder (ou possa), apareço;
Uma ~ez_ ma_is, as diferenças se manifestam em contexto de futuro. Com este • com sempre que, ex.: Pode chamar-me sempre que quiser (ou queira);
tempo
d ddo md1cat1vo . bor d.mante, somente em português há alte ração
- no ve. r bo su · • com enquanto, ex.: Enquanto estfoer aqui, fico à sua disposição.
~-mo ~ na oraçao subordinada, com o emprego do futuro do subjuntivo· o fran-
ccs, assim como o espanhol
' modem 0 , conserva o modo indicativo mas no, tempo É interessante lemhrar que ao lado das conjunções e locuções conjuntiva s
~r:~en~e, enquanto o italiano é o único dos quatro idiomas que ad~te o futuro do temporais dos e xemplos a nteriores existem outras que introduzem verhos no
m icat1vo na subordinada como construção preponderante. prese nte, mas não no fu turo do subjuntivo: antes que (Antes que ama nheça,
, P~ra ª. r~laç~o com o conteúdo condicional da oração principa l as três vou-me embora); até que (Não descansarei a té que acabe este trabalho).
1mguas
. mend10na1s
. requerem , na su , b ord'm a d a, o preteri
, to impe rfeito do' subiun· Esta dupla sintaxe, que corresponde à do espanhol antigo, tem sua explica·
tivo;
. somente o tra ncês , que perd cu esta forma
, , recorre ao imperfeito d . dJ ' . ção. Com as c onjunções do primeiro grupo, as que regem o futuro do subjuntivo,
t1vo Esta me s , . b o m 1ca a ação expressa na subordinada temporal 6 anterior à que se declara na principal
·"e' ;,ma pratica se O serva n as comparativas hipotéticas introduz1'das
Por orno se : · (Podes <L-ir quando quiseres implica que o desejo de vir precede à vinda). Com as
do segundo grupo, as que se constroem com o presente do subjuntivo, ocorre o
como se fosses rico. como si fueras/ come se (tu) commesi tu contrário: a ntes implica que a ação significada pela oração subordinada é poste•
fueses rico. fossi rico. étais riche.
rior à que vem expressa na principal.
215
e y/e e/ed et
nem ni né ni
nem... nem ni...ni né ... né ni. .. ni
nem... tampouco ni. .. tanpoco ni. .. non plus
I
e... também não e/ed ...neanche et...non plus ·-'~,
1
Eis alguns exemplos ilustrativos:
_Em espanhol, mas é menos frequente que pero; sino usa-se depois de um termo poiché car
pois pues
negativo: No era el, sino su hermano.
giacché
porquanto
in fatti en effet
Outros exemplos: com efeito en effecto
Gosto desta casa, mas Me gusta esta casa, Mi piace questa Cette maison me Exemplos:
parece-me muito cara. pero me parece muy casa, ma mi pare plait, mais elle me Parli pio forte, Parlez plus fort, car
Fale mais alto, Hable más fuerte,
cara. molto cara. semble bien chere. in fatti sento male. j'entends mal.
pois ouço mal. pues oigo mal.
giacché comme
Disse-me que viria. Mi dijo que vendría. Mi disse che 11 m'a dit qu'il já que yaque
sarebbe venuto. viendrait.
como siccome
como
J <,.2.2. Fiuais dado que dato che étant donné que
dado que
Para introduzir uma oração que exprime a finalidade ou o propósito do conteúdo
dai momento che du moment que
expresso pela primeira oração, as conjunções e locuções mais frequentes são: uma vez que desde el momento
enque
para que para que perché pour que
a fim de que a finde que affinché à finque Ohs.: Como os quadros revelam, o italiano dispõe de uma conjunção per-
ché que tem valor de finalidade (ver 16.2.2) e de causa.
Exemplos:
Non potrà venire II ne pourra pas
Não pode vir No podrá venir
Telefono-lhe para Le telefoneo, para Le telefono, perché Je vous téléphone venir, parce qu'il est
porque está perché e maiato.
que seja o primeiro que sea el primero sia il primo a pour que vous soyez porque está
malade.
doente. enfermo.
a saber a notícia. en saber la noticia. sapere la notizia. le premier à savoir la
nouvelle. Porque está Perché e maiato, non Parce qu'il est
Porque está malade, il ne pourra
doente, não pode enfermo, no podrá potrà veníre.
pas venir.
l 6.2 ..1. Consecutirns vir. venir.
de maneira que de manera que in maniera che prima che avant que
antes que antes de que
de sorte que de suerte que talmente che de (telle) sorte que apres que
despues de que dopo che
depois que
16.2.7. Conccssi\'as
,\ o ração concessiva, tal com o a advcrsatin1 , exprime uma s ituação inesperada
ou uma s ituação 4ue não é con forme a s expectativas, relativamente ao com cúdo
da o utra oração:
Podem-se notar as semelhanças com a preposição a (à, em francês), a pre- II est connu de tous
posição de (di, em italiano) e a preposição em (italiano in, francês e espanhol É conhecido de/por Es conocido de/por E conosciuto da
todos tutti
en). É de nota r, ainda, a diferença do equivale nte de com em francês (avec). A todos
Dai martedl al Du mardi au jeudi
preposição de se desdobra em italiano em di e da. Os equivalentes das preposi- De terça a quinta Del martes a
ções para e por do português se uniform izam e m italiano (per) e se "alternam" jueves giovedi
Dare del ladro a Traiter quelq'un de
em fra ncês (pour!par). Analisemos, então, de maneira mais precisa, o conte údo Tachar a uno de
semântico e as condições de emprego das seis preposições apresentadas.
Chamar alguém de
qualcuno voleur [
ladrão ladrón J
E vietato fumare ll est défendu de
É proibido fumar Está proibido
17.2. 1.. \ prcposi-;ão e/e c seus cquh·alcntcs fumer
fumar
Esta preposição tem emprego variado, devendo-se distinguir, numa comparação
das quatro línguas, principalmente os seguintes tipos de ocorrência: Como se pode depreender do quadro comparativo, o ita liano da rompe o
:1) expressão de "genitivo", relacionador nominal com diferentes significa- . N·, l 'nóua a preposição da é empregada nos seguintes casos:
para1e 1ismo. essa 1 "' , . • (Ch d
dos (casa de Pedro, "posse"; anel de ouro, "matéria"; lista de telejonR-s, • Para indicar O lugar de onde se vem: E arri'vato da Pangi egou e
"conteúdo");
Paris ). d
h ) preposição dependente de verbos e de substantivos e adjetivos correspon- • Como equivalente de por para introduzir um co','1~leme~to e a~c~te:
dentes a esses verbos, geralmente com valor locativo (veio de Paris/vinda de L'ultimo libro pubblicato da questo autore (O ulumo livro publicado
Paris; apro.>.,"imou-se de alguém;Niu da cadeia/fuga da cadeia/fugitivo da por este autor). . __
cadeia), e ocasionalmente com outros significados (falar de política); • ~o se ntido de em casa d e: Hahita dai fratello (Mora com o 1rmao [ = na
l') preposição que assinala um atributo (chamar a lguém de ladrão );
casa do irmão 1).
d) preposição que assinala uma causa (morrer de sede/morto de sede, cair
· - da se opo~e a
de podre); ,
nprepos1ça 0 . , •, adi , criando dife renças semânticas
, ' •s vezes . .·inte-
l') preposição que assinala um modo, um meio (dormir de pijama, viajar rcssantes. Em un bicchiere divino (um copo de vinho), por exem~_lo, C~l asSmala
de avião) ; o conte údo do copo; já em un hicchiere da v i110, da expressa a hnahdade: um
f) preposição que assinala um agente (ser conhecido de [=por) todos). copo utilizado para servir/beher vinho.
228 ( ir~rm;.íth:a '-'o mpar:1ri\·:1 11<,uais)\ c..,uarn, JíJJ!!tws n1m :i11ic:1s
17.2.2. ,\preposição" e seus equirnlcntcs Conheço o seu amigo Conozco a su amigo Conosco il suo Je connais son
amico ami
1a~i:p~iç~o ;. tem também diferentes valores, destacando-se o a expressão do
o. ~ o ivro a Pedro), o a locativo (Vou a Paris) e o a temporal (S . .
ao meio-dia) Em <1eral h . . airei
• · o , a eqmva1entes nas quatro línguas românica .
;::pt;:~::::;e:. A prepos!ção a em francês, porém, distingue-se de
e de dete . m__ portugues, espanhol e italiano por exprimir valores de posse
:::;ªe:;~ No português brasileiro, alguns valores Iocativos da preposição a (Chega-
mos a casa; Sentei-me à m esa; Vou a Petrópolis) perte ncem às variedades for-
mais da língua; nos usos informais ou coloquiais, falados e escritos, o normal é o
. rmmaçao que nessas línguas são expressos por de em emprego de em (Chegamos em casa; Sentei na mesa; Vou em Petrópolis).
eqmvalentes. , , com e seus
Em português diz-se Vou an cabeleireiro, como em espanhol Voy a la pelu-
Vejamos o quadro abaixo:
queria. Para a mesma construção, o italiano emprega dai e o francês chez: Vado
dal parruchiere; Je vais che~ le coiffeur.
Com o infinitivo introduzido por um verbo de movimento, como ir, o espa-
Je donne ce livre à nhol e o italiano empregam a preposição a, enquanto em português e em francês
Pierre tal preposição não é usada.
Este carro é Este coche es de Questa macchina e Cette voiture est à
de/do João Juan di Giovanni Jean
Volta a/para Vuelve a casa Vou visitar a cidade Voy a visitar Ia Vado a visitare la Je vais visiter la
Toma a casa II rentre à la
casa ciudad città ville
maison
Fica em casa Se queda en casa rumane ann casa II reste à Ia maison
17.2.J.. \ preposição em e seus equivalentes
Às três (horas) A lastres Alle (ore) tre À trois heures O sentido locativo (interiorização espacial, temporal ou mais abstrato) encontra
o seu equivalente nas preposições en em espanhol, in em italiano e enldans cm
Papel de cartas Papel de cartas francês. Esse paralelismo, entretanto, nem sempre se dá perfeitamente, como
Carta da lettere Papier à lettres
se pode observar no quadro abaixo, devendo destacar-se os valores de algumas
Torta de maçã Tarta de manzana preposições: danslen, em francês, pode ter valor temporal igual a de (port./esp.)
Torta di mele Tarte a~ pommes e in (it.). Ao português como podem corresponder o da (it.) e o en (fr.). Note-se
O homem com ainda o en (fr.) na expressão de intensidade de plus en plus.
EI hombre L'uomocom
(a)lde (a) barba L'homme à la barbe
com/de barba laldalla barba - ' - • ~' - • • ·~ 'J.;.
branca blanche . . . ·~ . . ~·
bianca bianca . . ,. . :··
De joelhos De rodillas Nesta cidade En esta ciudad ln questa città Dans cette ville
ln ginocchio À genoux
Na caixa En lacaja Nellacassa Dans la caísse
Pensa em tudo Piensa en todo Pensa a tutto Dentro da caixa Dentro de la caja Dentro alia cassa
li pense à tout
Dentro la cassa
X\'11 .\:-. prL'posiçcll..'s 231
2JO {;ram:ítlL":t l:ompar;1{i\·;~ 11,,uaiss qu:1tn) línguas r,mlr111k·:1s
Falar em francês Hablar en francés Parlare in francese Parler en français Partiu para Paris Paris
A sátira social em La sátira social en La satire sociale La satire sociale Ho comprato (dei) J'ai acheté des
Comprei flores para He comprado
Bocage Bocage in Bocage che,o Bocage fiori per lei fleurs pour elle
ela flores para ella
Vai a/à França Vaa Francia Va in Francia II va en France L'ho apprezzato Je l'ai apprécié
Apreciei-o por Le he apreciado
Comportar-se como Portarse como Comportarsi da Se conduire en per le sue qualità pour ses qualités
(pelas) suas por sus cualidades
uma pessoa bem una persona bien persona educata personne bien
qualidades
educada educada élevée Chiuso per lutto Fenné pour cause
Fechado por motivo Cerrado por
É cada ve,o mais Escadave,omás Esempre piu C'est de plus en de déces
de falecimento defunción
difícil difícil diffícile plus difficile
Dentro de dois dias Dentro de dos días Fra/tra due giomi Dans deux jours Hanno spedito la Ils ont expédié la
Despacharam a Despacharon la
lettera per posta lettre par la poste
carta pelo correio carta por el correo
Caso típico da língua francesa a ser considerado é o emprego de chez, que, Sacrificarsi per la Se sacrifier pour la
Sacrificar-se Sacrificarse por la
patria patrie
como vimos em quadro anterior, significa em casa de, mas que pode , conforme pela pátria patria
o exemplo acima, significar também na obra de. L'ho comprato per Je l'ai acheté pour
Comprei-o por Lo compré por mil
mille franchi mille francs
mil francos francos
l 7 .2.--l .. \s prcposi1,•ôcs pw·tt. por e seus c4nin1lcntcs Oiez por ciento Dieci per cento Dix pour cent
Dez por cento
Os valores expressos pela preposição para estão relacionados a dois significados
fundamentais: direção (Viajou para São Paulo) e finalidade (Viajou para des· Per quanto sai Pour intelligent
Por mais inteligente Por más inteligente
cansar). Por, entretanto, serve a uma gama de sentidos bem mais variada, entre intelligente qu'il soit
que seja quesea
os quais vale destacar causa, meio e substituiçãdpermuta.
Embora à primeira vista as ideias de causa e finalidade sejam noções opos· Sono stato J'ai été trompé par
Fui enganado Fui enganado por
tas, as preposições por (port. e esp.) e para (port. e esp.), que as exprimem ingannato da lei elle
por ela ella
respectivamente, se equivalem algumas vezes (Faça algo por/para mim, isto J'éprouve beaucoup
Siento mucha Provo moita
é "em meu favor", "no meu interesse"). O que motiva um movimento, um ato Sinto muita simpatia de sympatie puur
simpatía por elle simpatia per lei
ou uma atitude tanto pode ante cedê-los no tempo (causa) como vir após eles por ela elle
(finalidade), donde a confusão cognitiva dessas duas áreas de significado. Essa
sobreposição de sentidos só é absorvida, porém, pela preposição por (cf. o fran· As semelhanças entre o português, o espanhol e o italiano são cl~ras. O
cês pour e o italiano per), conforme se comprova em Eles brigam por qualquer italiano distingue-se no grupo pelo uso de da, que é empregado para assinalar o
coisa (causa) e Eles lutam por melhores salários (finalidade). complemento de agente: Sono stato ingannato da leí (Fui enganado por ela). As
Vejamos os empregos dessas preposições nas quatro línguas. diferenças mais evidentes, porém, aparecem em francês, que emprega ora par,
ora pour.
X\'ll .\s preposições 2,13
232 (jram,ítü.•a
. cnmp~1r~1ti\·:1 llou:lis.~ q11:1tro língu:is rom:ink'a~
Na mesa En la mesa
17.2.;:i .. \ preposição com e seus equin1le11tes Parler sur un
Falar sobre/acerca de Hablar sobre/acerca de Parlare su/sopraldil
A preposição com tem os equivalentes con em espanhol, con em italino e
un tema in torno a un tema sujet
um tema
avec em francês. Entre os seus valores, destacam-se os de companhia e de
instrumento. l - repositivas em portu-
Vejamos, finalmente, outras preposi7ões e ocuçoes p
guês e seus equivalentes nas três outras hnguas:
que em outros empregos, nomeadamente com verbos recíprocos (colaborar contro contre
contra contra
com, concordar com,jogar com), tal permuta é impossível. dopo apres
desde después de
(fin) da depuis
depois de desde
davanti a devant
17.,1. Ol"TR\S PREPOSIÇÕES E LOCL ·çüES PREPOSITJ\'.\S diante de delante de
durante pendant
durante durante
As quatro línguas românicas estudadas dispõem de um vasto conjunto de prepo- vers
bacia verso
sições e locuções prepositivas. Ainda que com menor ocorrência, tais conjuntos em direção a
audehors de
têm significado mais preciso e, como regra geral, a correspondência entre o fuera de fuori de hors de
fora de
português, o espanhol, o italiano e o francês se torna mais regular. Assim, por
pressa aupres de/chez
exemplo: junto a/de junto a
lontano da Ioin de
longe de lejos de
vicino a pres de
perto de cerca de
senza sans
sem sin
237
Muitos advérbios são formados a partir de adjetivos, seja media nte a conversão
do adjetivo em forma invariável (ex.: As nuvens passavam baixo), seja pelo
acréscimo do sufixo -mente à forma feminina do adjetivo (ex.: Eles conversa-
vam calmamente).
Nas quatro línguas é possível empregar adjetivos em função adverbial, por
exemplo:
IS.5 .. \D\'ÜUlIOS E LOCL'ÇÜES .\DVERllL\IS DE Ll'G.\R 18.6. ADVÉRBIOS E LOCl' :úES .\DYERBl.\lS DE TE,IPO
Ilá dois tipos de advérbios de lugar: os dêiticos , . - - Os advérbios de tempo pertencem a três subclasses: a primeira subclasse abran-
mente ao lugar em que se encontra a , . , qfuel denotam pos1çoes relativa- ge os que denotam momentos ou ocasiões relativamente a um dado ponto de
. , . pessoa que a a/escreve (aqui , t ·)
ant1tet1cos, geralmente orõanizad
E, os na 1-mgua como pares que d , ai, ai e os referência. Este ponto pode ser:
zações opostas (dentro/fora ' perco/lo."Se,
.,...,1 • -/
acimwabmxo) •
Os pr·enotam
. locali-
f a) o instante em que se fala/escreve, ou algum outro ponto de referência
apresentados
1 em quadro comparativ d l'
o as quatro mguas juntame t . imeuos oram instituído no próprio discurso (agora, antes, depois, então, logo);
avras demonstrativas (ver cap. X). , n e com aspa- h) o dia mesmo da enunciação (hoje, ontem, amanhã);
Apresenta-se a seguir uma relação de advérb· - e) um ponto de referência implícito, subentendido pelos interlocutores
exprimem posições no espaço e com frequên ,· t·10s e locuçoes adverbiais que
eia ormam pares antitéticos: (cedo/tarde).
atrás, detrás detrás, atrás dietro derriere 18.7 .1. Pares antitéticos
à esquerda a la izquierda à gauche 18. 7 .2. Sequência dos dias na linha do tempo
em nenhum lugar, en ninguna parte da nessuna parte nulle part
em lugar algum, ieri l'altro avant-hier
em nenhuma parte, anteontem anteayer
l'altro ieri
em parte alguma, ieri hier
ontem ayer aujourd'hui
em parte nenhuma oggi
hoje hoy
domani demain
amanhã maõana apres-demain
pasado maiiana dopodomani
depois de amanhã
i_s. 7 .., ..\d\'érhios e loeuçücs que expressam a frequência da ação 18. 7 .4. Já. 11uâs e uindu
sempre toujours já ya
ancora encore
ainda todavía, aún
nunca, jamais nunca, jamás mai jamais
piu plus
talvolta, a volte parfois mais ya
às vezes, por vezes a veces
algumas vezes algunas veces certe volte quelquefois Egià arrivato li est déjà arrivé
Ele já chegou Ya ha lle~ado
uma vez una vez una volta une fois
duas vezes dos veces due volte <leux fois N,mmwlepiit Il ne veut plus
Ele já não quer Ya no quiere
lavorare travailler
várias vezes varias veces parecchie volte plusieurs fois trabalhar (PE) trabajar
( )h:-.en a\ües:
Ya no duerme/No Non dorme piit II ne dort plus
a) O a<lv~rbio jamais tem sempre sentido negativo no português mo- Ele já não dorme (PE)
derno. Ja o advérbio francêsjamais pode ter um sentido positivo e um Ele não está mai.s duermeya
sentido negativo. Equivalentes dejamais positivo: dormindo (PB)
Os advérbios já, mais (frases negativas) e ainda servem para enfatizar que
Ele desapareceu para Ha desaparecido E scomparso per II a disparu o fato expresso na frase é um acontecimento que se estende na linha do tempo,
sempre/para nunca para siempre sempre jamais sujeito a mudança, em relação ao qual existem um antes e um depois.
mais Um enunciado como A água já está quente expressa, implicitamente, a
existência, na consciência prévia dos interlocutores, de uma água em processo
a) Em fr~ncês diz-se si jamais e em espanhol sijamás para o sentido <la de aquecimento. Com o advérbio ainda -A á.4ua ainda está quente -, o dado
expressao se alguma vez , do português. anterior, partilhado, é A á.4ua está quente. Por outro lado, consideradas as
ª l ~m po~tuguês, tanto quanto no e~panhol e no italia no, a partícula n e- frases O médico já 'Vem (at'irmação categórica sohre um fato iminente) e O
gativa (nao, no, non) desaparece quando jamais/nunca (port.) , jamásl médico ainda 'Vem (formulação de uma expectativa sohrc fato futuro}, está
nunca (csp.} e mai (iL) - e , de resto, qualquer outra palavra negativa - claro que a ação de vir só é potencial cm ambas por causa do tipo do vcrho (ir,
ocorrem antes <lo verbo. No uso padrão, o francês exige a presença de ne vir, chegar e tc.); o que as difere é o grau de compromisso do enunciador com a
em todos os casos. Observem-se as variantes no quadro abaixo: veracidade da proposição O MÉDICO VE~l .Já e ainda são, por isso, advérbios f.
~~ ~;,, <' , • ~. ~r r,~.._ ,, ~ ~ •~~•• - ~. ~ , • que assinalam não as épocas ou etapas do acontecimento, mas duas repre- 1
~ ~. ' . . . - , ' . . ... ' .'
sentações mentais da realidade das coisas que são objeto de nosso raciocínio: i·
Nã,o o encontrei No le he encontrado Nonl'homai Je ne l'aijamais representação como dado categórico (jâ está), ainda que não consumado (iá 1
nuncaljamais nunca/jamás incontrato rencontré 'Vem) , e representação como dado provisório, cm processo (ainda está), ou ,1
Nunca/jamais o Nunca/jamás le he Mai l'ho Jamais je ne l'ai
simplesmente pote ncial (ainda ·vem).
encontrei encontrado incontrato rencontré
->44 (' ..
- ,rmnarit':1 i,.'Omparnrh·a llo1mi~s quacro Jin.111·1, r''
1
. .
-~ •. 11:m1c.1s
Prefiro não encontrá- Prefiero no Preferisco no Je préfere ne pas le Um exemplo de tais acidentes históricos é que ao enunciado Não sei (port.)
-lolPrefiro não o encontrarlo incontrarlo rencontrer podem corresponder, cm francês, três versões: uma, arcaizante: Je ne sais; a do
encontrar padrão formal e escrito: Je ne sais pas; e a coloquial e familiar, que se limita a
um único elemento negativo, o segundo: .Te sais pas.
O português, o espanhol e o italiano dispensam essa partícula quando o Conforme acaha~os de ver ( cf. Personne ne ~,:iene. .. ), o ne se associa a
verbo já vem precedido de outra palavra negativa. Diz-se e escreve-se, portanto: outros morfemas negativos e, neste caso, também tende a desaparecer na língua
popular. Exemplos:
Ninguém vem Nadie viene Nessuno viene Novamente encontramos ne nas fórmulas restritivas correspondentes à
Também em relação a este aspecto o francês se distingm: das outras três construção não.. .a não ser/senão do português:
línguas. Se uma outra palavra negativa ocorre na frase, antes ou depois do vcrho,
o pas desaparece, mas o ne é mantido:
48 lir~1111:í1h:a <.•nmp.ir: Hh'a llot1:1iss quatro língu:ts ro m ,lnic:1~
Não falava No hablaba más No parlava che II ne parlait que de cela, que, na'. Ele é médico, não
ingeniero. lngegnere.
a não ser/senão que/sino de eso di questo linguagem coloquial, pode passar engenheiro
disso a: Il parlait que de ça
Je veux du fromage,
Eu quero queijo, não Yo quero queso, no lo voglio il pas des fruits.
formaggio, non la
fruta fruta.
Esse mesmo ne ocorre nas orações subordinadas que dependem de um ver- fruta.
bo como craindre (temer, recear), que implica um desejo negativo (temer que
algo aconteça - desejar que algo não aconteça). É o chamado "n e expletivo".
Um exemplo:
Ohsc,-rnçücs: nstituinte·
Je crains qu'il ne vienne pas. (Receio que ele não venha.) • Em francês quer non, quer pas podem negar um co .
["' Ma crainte, c'est qu 'il vienne. j ll esc médecin, non ingénieur.
Je veu.x dujromage, pas desfruits.
Por sua vez, a segunda partícula pas é suprimida com os verbos powuoir, C'est elle et pas lui queje veux voir. d o termo é
savoir, oser: Il ne peut se décider à partir. • Pas precede em geral o termo contrastado; contudo, quan o
breve, pas (ou non) pode segui-lo:
Obscr-Ya~fü 1:
Tu l'a•mes
•
moi nortlmoi paslpas moi. b
' - do t1·po Você está aqui para d escansar, não para tra a-
O advérbio fr. guere, primitivamente sinônimo de muito, somente é empre- • Nas construçoes · . , ·
gado em enunciados negativos. Exemplo: lhar em que se enfatiza a afirmação ao negar-se a altemauv~ contr;1a,
o rido ocorre frequentemente precedido de e: Você está aqui para es-
ll ne parle guere. (Ele não fala muito). cansar. e não para trabalhar. . l
Il n 'est guere bavard. (Ele não é muito falante). • Em nã~ poucas expressões, o francês usual admite um s1mp es pas em
vez de non ou de non pas. Exemplos:
Na linguagem coloquial, os enunciados <leste tipo se constroem sem o ne: Pas loin de là-C'est une comédie, pas un drame .
Il parle guere. (É uma comédia, e não um drama.)
Il est guere ba'Vard.
·t· .. u m cnundado anterior
18.9.J..\finnaçfio e negação como rcspos ,Is ,1
18.9.2 .. \ negação de constituintes
Para negar constituintes , utiliza-se em português, espanhol e italiano a mesma 18.9 . .1.1. Resposta positiva ~ .. nidade afirmativa para
~ h l e frances ut1hza-se a mesma u
partícula que acompanha o verbo. Em francês, porém, utiliza-se non ou non pas Em portugues, es~an o - a pergunta sejam estas positivas ou nega-
em vez de ne pas. Exemplos: responder a uma informaçao ou a um '
tivas. Exemplos:
normalmente repe te-se o verbo ou o advérbio Já, quando este ocorre na pergun- Que sí Ma sl Mais oui/si
ta. Se a pergunta contém uma locução verbal, repete-se apenas o verbo auxiliar. Que non Ma no Mais non
Exemplos:
Claro que sim Claro que sí Certo che s1 Bien súr que oui
Sabe onde ele está? - Sei. Caro que não Claro que non Certo Che no Bien súr que non
Pode m e ajudar?-Posso.
Pues sí Eh bien oui
Jâ conhece o Rio de Janeiro? - Já ( ou Conheço)
- Não (, não está) - No(, no está) - No(, non c'e) - Non (, il n'y est pas)
!
. 1
255
ANEXO f
TABEL.\ DE S1'1BOLOS FO~ETICOS l ..flLIZ.\DOS
1. As consoantes
~~~ .~. .. ~ ~· 1
, " - _,. ' ., - • ·"? ~-
!"":'~ .
, . ....
~
.,,
·,
257
1 . .\s n,gais
A.~EXO li
êO~FRO~TO PR.c\TICO Oc\S FOR~L\S LEXICAIS
Sl~fETRL\S RECORRE!\'.TES
A evolução das línguas românicas fez com que seus léxicos se distanciassem
Anteriores [e] terra tierra da base comum latina, seguindo percursos às vezes idênticos, às vezes diver-
[e] rede terra terre
red sos. Em meio às diferenças, entretanto, relevantes simetrias são frequentemente
Posteriores
~ ~ ~ : - -[aJ
[iJ fio hüo
7 ~ - -- -- - - - - - - - ~ ~ -- _ Jli~t~(l~e,;•to~)~-
rete
filo ;:::~o) ~~ reconhecíveis. A simples consciência desse fato possibilita o domínio imediato
de vasta parte do léxico, tanto do antigo como do mode rno, mesmo que não
se disponha de conhecimentos etimológicos. A coluna latina das tabelas abai-
fol pó
forma pâte (massa) xo é somente um ponto de referência; não constitui base necessá ria à compa-
[o] lobo forte fort
lobo ração. Exemplificaremos as simetrias formais que, do ponto de vista atual, são
[uJ puro amore
puro faux (falso) as mais importantes. Ressalve-se que os vocábulos aqui utilizados como exem-
puro
Anteriores [re] loup (lobo)
plo nem sempre têm significados totalmente idênticos.
arredondadas [0] peur (medo)
i. [yJ jeu (jogo)
Nasais [õJ pur (puro) SI~IETRL\S OBSER\~\D.\S NAS VOGAIS
[à] lã, blanc
campo (branco) l . VOG,\IS ATO~AS
[reJ
brun l. l. ~as sílabas finais
[i:J J. l. J. Particularidade s do frm1l·ês
(moreno)
a) À unidade final grafada e, o e i corresponde 0 (= zero):
fio (fim)
[êJ vento
plein (cheio)
liJ fim
[5] MURU- muro muro muro mur
[õJ bomba bon SEPTEM sete siete sette sept
[ii] algum
O fenômeno pode influenciar a consoante precedente: ao it./esp./port. -vo
e -ve corresponde o fr. -f:
,1 .. \s scmin,g,tis
-~-- -
Cf ·
, • as lormas masculinas
· · e, fermnmas
. . d O Ir.
. vifi'v i·?:e e clurlclure co 1·
d emonstram as corrcspondeA
•
,· • .
11 mas anteriores.
• , n orme no espanhol, iw no italiano e eu/a.'11 ( l 01, l ce1) no francês:
siecle
a) A um e (fechado) port./esplit. corresponde o ditongo oi {wa):
secolo
freixo frassino frêne
pera poire
pera pera
1.3. Em sílaha inicial PIRA tela toile
teia tela
A um i átono italiano corres• pond e f requentemente um e nas demais línguas: TELA avere avoir
haver haber
HABERE
h) O o longo latino geralmente deu lugar a um o simples , fechado e m espanhol
mejor mig)iore meilleur
e em italiano, e fechado ou excepcionalmente aberto em português. No francês,
receber recebir ricevere recevoir
porém, geralmente corresponde a eu {ce], às vezes ou {u\; a última quando a
sílaba é fechada por um grupo consonantal (originário) nas outras três línguas:
As preposições' átonas• 1·t· d·1 , m
· corresponde m , 1 6 •
e nas demais línguas· fr es d . , ana o1:,amente, tormas com
· · ·, · p. e, en; port. de, em.
ora heure
hora hora
HORA fiore fleur
flor flor
2. VOGAIS TÔ~IC.\S FLOR- corte cour
corte corte
CO(HO)RT-
2 . 1. O e e o o ttmicos. do port ugucs
línguas . e seus cqui\"alcntcs nas demais
A
arte arte arte art Fenômenos análogos ocorrem às vezes também na posição inte rna:
. ' .. -. ~~· .-;~ ...-~.{
. . . " . ~ '
2.-l. O português ou/oi tem como equirnlcntc nas demais línguas uma DUPLU- dobre doble doppio double
vogal simples (normalmente o):
IMPLJCARE empregar emplea impiegare employer
.1 .•1. Os cqui\'·tlc
' 11 t es f ranccscs , , .- /
(cm síhtha fechada) ( ,f '.> '},d. ~o cu s e le (cm sílaba aberta) e cha ªº -l. E~I POS IÇ.\O t:\TER~.\
e · - ··' este .\nexo):
-l. l. Os cquin 1lentcs 11s consoa ntes duplas italia nas são. na pronúncia
das demais línguas. consoantes simple s: na cscritn. encontramos. i1s
CANTARE caro cher vezes . uma consoante dupla. noutras \'CZCs uma consoa nte simples:
ADCAPTARE cantar cantare chanter
(1)
accattare ache ter
ARCA arca (comprare) PASSARE passar {J)R'sarl pasar passare passer (pa'seJ
CABALLU- arca
cavalo arca arcbe MITTIT mete mete mette il met
' . caballo cavallo cheval
(1 ) Existe um verbo no h
espan o1 e no portudu '
totalmente diferentes (" . ,, '-' es, acatar , mas com significados
.
( respeita .
I e sedu
, respe11ar e outros)· .A
, p. ex.· caca os conselhos dos pais Ao it. -rr- corresponde, no entanto, uma consoante dupla no espanhol
' · ·, '-' e, os conselhos). · (p. ex.: it./esp. carro). No português, a pronúncia do -rr- é generalizadamen te
velar, correspondendo a uma consoante simples .
.1.-1. O equivalente espanhol ' t >J' .. .
(mudo): • < • imcial + vogal é nonnalmc nte li-
Em muitos casos ocorrem, em port., fr. e esp., formas semie ruditas que
re produzem grupos consonan tais da forma latina:
,\\'EXO Ili
P.\H.\l}J(;.\L\S YERB.\IS lmpcrati\'O aíirmatiYo
n1 H
.\11c• xo Ili 271
Futuro do subjuntivo/conjuntivo
cantar cantare Particípio passado
cantares cantares
cantar vendido vendido venduto vendu
cantare
cantarmos cantáremos
cantardes Presente do indicativo
cantareis
cantarem cantaren vendo vendo vendo je vends
'. j vendes vendes vendi tu vends
:; Futuro do presente do indicativo vende vende vende il vend
cantarei vendemos vendemos vendiamo nous vendons
cantaré cantero
cantarás je chanterai vendeis vendéis vendete vous vendez
cantarás canterai
cantará tu chanteras vendem venden vendono ils vendent
cantará canterà
cantaremos il chantera
cantaremos canteremo
cantareis nous chanterons Presente do subjuntivo/conjuntivo
cantaréis canterete
cantarão vous chanterez
cantarán canteranno venda venda venda je vende
ils chanteront
vendas vendas venda tu vendes
Futuro do pretérito do indicativo (condicional) venda venda venda il vende
cantaria vendamos vendamos vendiamo nous vendions
cantaría canterei
cantarias je chanterais vendais vendáis vendiate vous vendiez
cantarias
canteresti tu chanterais vendam vendan vendano ils vendent
cantaria cantaria canterebbe il chanterait
cantaríamos cantaríamos canteremmo nous chanterions Imperativo afirmativo
cantaríeis cantaríais cantereste vous chanteriez
cantariam cantarían vende vende vendi vends
canterebbero ils chanteraient
venda venda venda
vendamos vendamos vendiamo vendons
vendei vended vendete vendez
1.2. Equi\'alcntcs aos ,·crhos n:gularcs portugueses cm -er vendam vendan vendano
vendiérem os
venderdes vendiereis
venderem Presente d o indicativo
vendieren
uno s irvo uno unisco servo j'unis je sers
Futuro do prt:!senre do indicativo unes serves unes unisci servi tu unis tu scrs
venderá tu vendras
venderemos venderà unem servem unen uniscono servono ils unissent vous servez
venderemos il vendra
vendereis venderemo ils servent
venderéis nous vendrons
venderão vendc rete vous vendrez
venderán
vende ranno ils vendront Presente do suhj untivo/conjuntivo
Futuro do pretérito do indicativo (condicional) una sirva una unisca serva j'unL'iSC je serve
venderia venderia unas sirvas una..,;; unisca serva tu unisses tu serves
venderias ve nde re i je vendrais una sirva una unisca serva .il unisse il sen·e
venderías
venderia venderes ti tu vendrais unamos sirvamos unamos uniamo serviamo nous unissions naus
vendería
venderíamos vende rebbe il vendr ait unais sirvais unáis uniate serviate vous unissiez servions
venderíamos
vende ríeis venderemmo nous vendrions unam sirvam unan uniscano sen·ano ils unissent vous serviez
venderíais ·
venderiam vendereste vous vendriez !Is sen•ent
venderían
vende rebbero ils vendraient
,\nexo li 1 275
Futuro do ~ubjuntivo/conjuntivo
Impe rativo afirmativo
unir servir uniere
une serve une unisci servi unis sers
unires etc. unieres
una sirva una unisca serva
unir uniere
unamos sirvamos unamos uniamo serviamo unissons servens
unirmos uniéremos
uni servi unid unite servite unissez servez
unirdes unierels
unam sirvam unan uniscano servano
unirem unieren
unira servira
uniras etc.
unira
uníramos
uníreis
uniram
.\1w , ,, 111 277
~ .:.·.?-•\•,~~\~';~;-.;::~.;;;•~~~::1~· !,~· •:-~:~~~:~}::_,. ·it~• ,;::t;,::_.'_ : ..~ era era ero j'étais
eri tu étais
eras eras
Infinitivo impessoal e ra il était
era era
eravamo nous é tio ns
ser ser essere être éramos éramos
eravate vous étiez
éreis erais
Infi ni ti vo pessoal erano ils étaient
eram eran
ser
Pretérito perfeito do indicativo
seres
ser fui je fus
fui fui
sermos fosti tu fus
foste fuiste
serdes fue fu il fut
foi nous fumes
serem fuimos furnmo
fomos
foste vous ffttes
fostes fuisteis
Gerúndio furono ils furent
foram fueron
sendo siendo esscndo étant
Pretérito impcrt'eito do suhjuntivo/conjuntivo
Particípio passado fuera fossi je fusse
fosse fuese
fueras fossi tu fusses
fosses fueses
sido sido stato été fosse il fut
fosse fuese fuera
fuéramos fossimo nous fussions
Presente do indicativo fôssemos fuésemos
fuerais foste vous fussiez
fôsseis fuese is
sou soy sono je suis fueran fossero ils fussent
fossem fuesen
és ercs sei tu es
é es e il est Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
somos somos siarno nous sommes
sois sois sietc vous êtes fora
são son sono ils sont foras
fora
Presente do suhjuntivo/conjuntivo fôramos
fôreis
seja sea sia je sois foram
sejas seas sia tu sois
seja sea sia il soit
sejamos seamos siamo nous soyons
sejais seáis siate vous soyez
sejam sean siano ils soient
27~ (;ram:ítk•.i "-'01t1p:Jrnti,·a f[omtiss qu:1tro lín.~u:ts ro111fln icas
.\nexo Ili 279
Futuro do subjuntivo/conjuntivo
for Particípio passado
fuere
fores fueres estado estado stato
for fuere
formos fuéremos Presente do indicativo
fordes fuereis
forem estou estoy sto
fueren
estás estás stai
Futuro do presente do indicativo está está sta
estamos estamos stiamo
serei seré estais estáis state
saro je serai
serás serás estão están stanno
sarai tu seras
será será sarà il sera
seremos seremos Presente do subjuntivo/conjuntivo
saremo nous serons
sereis seréis sarete vous serez esteja esté stia
serão serán saranno ils seront estejas estés stla
Futuro do pretérito do indicativo (condicional) esteja esté stla
estejamos esternos stlamo
seria seria estejais estéis stiate
sarei je serais
serias senas estejam estén stiano
saresti tu serais
seria seria sarebbe il serait
seríamos seríamos Imperativo afirmativo
saremmo nous serions
seríeis seriais sareste vous seriez está está sta/stai/sta'
seriam serían sarebbero ils seraient esteja esté stia
estejamos esternos stiamo
estai estad state
2.2. Os equivalentes morfol1,gieos do português estar estejam estén stiano
Imperativo afirmativo
Futuro do subjuntivo/conjuntivo
há
haja abbi aie houver hubiere
hajamos abbia
houveres hubieres
havei abbiamo ayons houver hubiere
hajam abbiate ayez houvermos hubiéremos
a bbiano houverdes hubiereis
Pretérito impe rfeito do indica tivo houverem hubieren
havia había
avevo Futuro do presente do indicativo
havias habías j'avais
havia avevi tu avais
había haverei habré avrõ j'aurai
havíamos aveva il avait
habfamos haverás habrás avrai tu auras
havíe is avevamo nous avions haverá habrá
habfais avrà il aura
haviam avevate vous aviez haveremos habremos avremo
habían nous aurons
avevano ils avaient havereis habréis avre te vous aurez
Pretérito perfei to do indicativo haverão habrán avranno ils auront
houve hube
ebbi j'eus Futuro do pretérito do indicativo (condicional)
houveste hubiste
h ouve avesti tu e us
hubo haveria habría avre i j'aurais
houvemos ebbe U e ut haverias
hubimos habrías avresti tu aurais
houvestes avemmo nous e umes haveria habría avrebbe il aurait
hubis teis
houveram aveste vous eutes
hubieron havería mos habríamos avremmo nous aurions
e bbero ils eurent haveríeis habríals avreste vous auriez
Pre térito im perfeito do subj untivo/conjuntivo haveriam habrían avrebbero ils auraient
houvesse hubiese hubiera avessi
houvesses hubiese s j'eusse
hubieras avessi 2.-l. Os cquiYalcntcs mo rfoló gicos do português ter
houvesse hubiese tu eusses
hubiera avesse
houvéssemos il eut
hubiésemos hubié ramos ,.
houvésseis avessimo nous eussions
hubieseis hubie rais
houvessem aveste vous eussiez
hubiesen hubieran avessero ils eussent Infinitivo impessoal
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
ter tener te nere tenir
houvera
houveras Infinitivo pessoal
houve ra
houvéramos ter
houvéreis teres
houveram ter
termos
terdes
terem
---
Gerúndio
tendo teniendo tenendo tenant
Pretérito imperfeito do subjuntivo/con_juntivo
Particípio passa do je tinsse
tuviera tenessi
tivesse tuviese tu tinsses
tido tenido ttmuto tenu tuvieras tenessi
tivesses tuvieses il tint
tuviera tenesse
tivesse tuviese nous tinssions
Presente do indicativo tuviéramos tenessimo
tivéssemos tuviésemos vous tinssiez
tuvieseis tuvierais teneste
tenho tengo tengo je tiens tivésseis ils tinssent
tuvieran tenessero
tens tienes tieni tu tiens tivessem tuviesen
tem tie ne tiene il tient
temos tene mos teniamo nous tenons Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
tendes tenéis tenete vous tenez
têm tienen tengono ils tiennent tivera
tiveras
Presente do subjuntivo/conjuntivo tivera
tivéramos
tenha tenga tenga je tienne tivéreis
tenhas tengas tenga tu tiennes tiveram
tenha tenga tenga il tienne
tenhamos tengamos teniamo nous tenions Futuro do subjuntivo/conjuntivo
tenhais tengáis teniate vous teniez tuviere
tenham tengan tengano ils tiennent tiver
tiveres tuvieres
tiver tuviere
Imperativo afirmativo
tivermos tuviéremos
tem ten tieni tiens tiverdes tuviereis
tenha tenga te nga tiverem tuvieren
tenhamos tengamos teniamo tenons
tende tened te niate te nez Futuro do presente do indicativo
tenham tengan tengano terro je tiendrai
terei tendré tu tiendras
cerrai
terás tendrás i1 tiendra
Pretérito imperfeito do indicativo terrà
terá tendrá nous tiendrons
tendremos terremo
tinha tenfa tenevo je tenais teremos vous tiendrez
te rrete
tinhas tenías tenevi tu tenais tereis tendréis ils tiendront
terranno
tinha tenía teneva il tenait terão tendrán
tínhamos teníamos tenevamo nous tenions
tínheis teníais tenevate vo us teniez Futuro do pretérito do indicativo (condicional)
tinham tenían tenevano ils tenaient terrei je tiendrais
teria tendria tu tiendrais
terresti
terias tendrías il tiendrait
Pretérito perfeito do indicativo te rrebbe
teria tendría nous tiendrions
tendríamos te rremmo
tive tuve tenni je tins teríamos vous tiendriez
tendríais terreste
tiveste tuviste tenesti tu tins teríeis ils tiendraient
terrebbero
teve tuvo tenne il tint teriam tendrian
tivemos tuvimos tene mmo nous tinmes
tivestes tuvisteis teneste vous tin tes
th·eram tuvieron tennero ils tinrent
.\nc., 11 !li 2H7
21,')
Futuro do subjuntivo/conjuntivo
REFEHÊ:\'(:I .\S
for
fuere
fores
fueres
for
fucre
formos ALARCOS LLORACII, Emilio. Gramática de la Le11gua Rspafiola. Madrid:
fuéremos
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fucreis
forem
fueren ALI, :M anuel Said. Gramática 1/istóricu da Lín!!.ua Portuguesa. Brasília:
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Fmuro do prcscntt:!
•
d<>.111J·1cat1vo
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irás j'ira i
irá andrai tu iras
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Ana Maria Brito
Doutora em Linguíst ica e Professora Ca-
tedrática da Faculdade de Let ras da Uni-
versidade do Porto, Portu gal
Birger Lohse
Professor da Universidade de Copenha-
gue, Dinam arca. Mestre em Filologia Por-
t ugu esa e Espanhola .
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e Antônimos