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SÃO PAULO
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Rota, tropa mais letal da PM de SP, vai usar pela 1ª vez câmera nos uniformes policiais, como mostra policial militar feminina
acima de outro batalhão — Foto: Marcelo S. Camargo/Frame/Estadão Conteúdo (Arquivo) e Divulgação PM de SP
As Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), umas das tropas de elite da Polícia
Militar (PM) que mais matam em São Paulo, usará pela primeira vez câmeras
portáteis nos uniformes de seus policiais para tentar conter eventuais desvios de
conduta, abusos de autoridade e violência policial.
Segundo a corporação, a novidade agora é que essas câmeras gravam tudo
automaticamente e ininterruptamente, sem que o agente precise acioná-la, o que
daria mais transparência às ações policiais.
A Polícia Militar informou que, a partir do próximo dia 20 de maio, irá receber 2.500
aparelhos que vão gravar imagens e áudios por 12 horas seguidas. Esse é o tempo
do turno de trabalho de cada agente que usa veículos em patrulhamentos
ostensivos que visam garantir a segurança da população nas ruas das cidades. Mas
nem sempre é isso o que acontece.
Por esse motivo e outros, que tratam de monitorar a atividade policial, as câmeras
norte-americanas Axon Body 3 serão acopladas na parte frontal dos coletes à prova
de balas dos policiais militares da Rota e de outros 14 batalhões.
“As imagens vão para uma ‘nuvem’ ou podem ser acompanhadas em tempo real
por uma central de monitoramento da PM”, explicou Cabanas.
Segundo ele, cada aparelho conta ainda com um geolocalizador que dará a posição
exata de cada agente durante uma operação policial. “Funcionará como um GPS do
próprio policial.”
A letalidade da Rota
O Batalhão Tobias de Aguiar da Polícia Militar de São Paulo, sede da Rota — Foto: Fabio Tito/G1
“Essa visibilidade será boa para a população e para o policial também”, falou
Cabanas. “Será uma maneira de provar, por exemplo, que uma vítima de violência
doméstica realmente foi agredida assim que a PM atender um flagrante, por
exemplo. E também vai validar que o que o policial falou foi o que de fato ocorreu.”
Especialistas
O Instituto Sou da Paz, que atua fazendo análises sobre segurança pública no país,
entende que a medida de colocar câmeras na Rota é positiva para reduzir a
letalidade do batalhão.
“O fato de a Polícia Militar ter escolhido uma tecnologia que
grava ininterruptamente e decidido incluir batalhões com
mais mortes, como a Rota, aumenta a expectativa positiva
sobre o programa”, falou ao G1 Bruno Langeani, gerente do
Sou da Paz.
Pela lei, todo cidadão pode gravar uma ação policial que está ocorrendo, até para
garantir a legalidade dela ou denunciar eventuais desvios de conduta.
Além das câmeras, a PM vem adotando há um tempo outras medidas para diminuir
os casos de letalidade e violência policial. Entre elas estão novos treinamentos para
os policiais saberem empregar armas menos letais, como eletrochoque e gás
pimenta.
Polícia proíbe o "mata-leão"
Mas, diferentemente das novas aquisições, essas antigas ainda precisam ser
acionadas e desligadas pelos comandos feitos pelo próprio agente. O que, segundo
especialistas em segurança e ativistas de direitos humanos, coloca em dúvida sua
eficácia em garantir transparência ao trabalho policial, principalmente durante
abordagens policiais.
“É importante ressaltar que é preciso máxima transparência e forte monitoramento
desta implantação, uma vez que há histórico em São Paulo e em outras polícias de
unidades boicotarem a iniciativa, esvaziando seu potencial”, disse o gerente do Sou
da Paz.
Policial militar usa câmera nova que será usada pela corporação para gravar ininterruptamente o trabalho policial
durante 12 horas de serviço em São Paulo — Foto: Divulgação/PM de SP
A PM ainda tem 30 câmeras portáteis mais antigas, que são de uma marca chinesa,
e estão guardadas. Elas eram de um lote de 120 câmeras que foram testadas por
um batalhão da Zona Sul da capital em 2016. Atualmente, as que sobraram são
utilizadas pelos policiais em situações pontuais, como acompanhar uma
manifestação nas ruas da cidade.
A corporação também pretende comprar mais 7 mil câmeras em uma nova licitação
marcada para 15 de maio. A expectativa é que até 2022 todos os batalhões na
capital e na Grande São Paulo tenham os equipamentos.
O plano da PM de usar câmeras em viaturas, como foi anunciado em 2010, foi
abandonado. O entendimento da corporação é de que as câmeras presas ao
uniforme são mais eficientes para registrar a ação policial.
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