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DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ÁREA DE FITOTECNIA
CULTURA DO CAFEEIRO
RECIFE, PE,
ATUALIZADO EM 2012
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1. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL
Em 2006, os 57 países cafeicultores produziram 123,8 milhões de sacas (7,4 milhões de toneladas),
das quais o País foi responsável por 34,3%.
Os maiores consumidores mundiais são os Estados Unidos, com uma média anual entre 18 e 20
milhões de sacas, seguidos pelo Brasil, com 16,3 milhões – o que equivale a 70 litros por pesso-
a/ano.
O nosso País é o maior exportador, com 32% dos negócios, arrecadando US$ 3,3 bilhões.
Os principais importadores do café brasileiro são Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Bélgi-
ca.
No Brasil, o café é produzido em 300 mil propriedades de 11 estados (1.850 municípios), empre-
gando 8,4 milhões de pessoas e gerando uma renda bruta de US$ 5 bilhões.
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a) Produtores Mundiais
b) Produtores no Brasil:
Espirito Santo, Sul da Bahia, Rondônia, Leste de Minas Gerais, Oeste de São Paulo.
O segundo, o ESPIRITO SANTO, com 25,3% do todo nacional, e SÃO PAULO, o terceiro no ran-
2. ORIGEM
O café é uma planta nativa da Etiópia, país do leste da África – antiga Absínia.
3. PROPAGAÇÃO
Os árabes foram também os primeiros a beber café – em vez de comer ou mascar, como os pionei-
ros.
De Caiena foram então trazidas em 1727 pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta algumas
sementes e 5 mudinhas para o Estado do Pará.
No ano seguinte, o cafeeiro foi plantado no Maranhão, de onde foi finalmente levado para o Rio de
Janeiro.
O cafeeiro se propagou em direção ao vale do rio Paraíba (RJ) e de lá se presume que por volta de
1790 tenha penetrado no Estado Bandeirante.
No Brasil, o café foi primeiramente plantado no Pará em 1727 e demorou a constituir-se em artigo
de exportação. Também foi cultivado no Maranhão, Pernambuco, Ceará (mudas provenientes de
Paris) e Bahia (mudas provenientes do Espírito Santo), mas sua produção no Nordeste não chegou a
ser significativa.
Em São Paulo, tem-se referência das primeiras plantações no distrito de Bananal em 1782, mas sem
descartar a hipótese de que possam ter sido nos distritos de Ubatuba ou São Sebastião. Dessas áreas
a cultura foi levada para o Oeste da Capitania, onde foram feitos ensaios em várias localidades. No
ano de 1806, São Paulo exportava 23 420 arrobas.
No final do século XIX o café correspondia a 70% das exportações brasileiras e era responsável por
cerca de 70% da produção mundial.
Atualmente, o maior produtor de café no país é o Estado de Minas Gerais, que detém em torno de
50% da produção brasileira e o Brasil é o maior produtor mundial responsável por mais de 40 % da
produção total.
Nos arredores de Recife, em Pernambuco, por volta do ano de 1824, cultivou-se muito pouco café.
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4. BOTÂNICA DO CAFEEIRO
• Classe: Dicotiledoneae
• Subtribo: Coffeiae
• Tribo: Coffeae
• Família: Rubiacea
• Gênero: Coffea
• Secções: Eucoffea, Mascarocoffea, Argocoffea e Paracoffea, com 24, 18, 11 e 13 espécies,
respectivamente, totalizando 66 espécies.
• A secção Eucoffea é a mais importante, pois encerra as espécies mais cultivadas nos grandes
centros produtores de café. Ela é dividida nas subsecções:
Diferentemente das demais espécies do gênero, Coffea arabica L. é autógama e alotetraplóide segmen-
tal (tetraplóide originado da hibridação de duas espécies diplóides diferentes, com homologia parcial de
seus cromossomos), apresentando 44 cromossomos (2n = 44) (Krug, 1936).
As variedades comerciais de café arábica apresentam pequena variabilidade genética, confirmada pelos
estudos com marcadores de DNA.
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Coffea canephora Pierre é uma espécie alógama, diplóide, com 2n = 22 cromossomos. Apresenta auto-
incompatibilidade e é considerada por alguns autores como auto-estéril.
No Brasil, cultiva-se a variedade Conillon, representante dessa espécie, proveniente da África. Essa
variedade apresenta grande variabilidade fenotípica em diversas características botânicas e agronômi-
cas. É cultivada em regiões de clima mais quente e baixas altitudes (Fazuoli, 1986).
1) Coffea arabica - é conhecida por café-arábico, arbusto de folhas persistentes, em que as folhas
são opostas, elípticas, acuminadas inteiras por vezes onduladas, glabras e com estípulas pequenas
persistentes. A planta é cultivada em larga escala no continente americano, é um arbusto de 2 a 4
metros de altura. Os ramos laterais, também chamados primários, são longos e flexíveis, contendo
ramificações secundarias e terciárias. As flores são bracteadas e dispostas em fascículos auxiliares
de quatro. A corola é tubulosa-assalveada, branca ou ligeiramente rosada. Os estames são em
número de cinco. O ovário é ínfero, o fruto é uma pseudo-drupa com cerca de um centímetro e meio
de comprimento, de cor vermelha ou amarela, tornando-se com a maturação castanho-anegrado, em
geral com duas sementes. No café moca o fruto só tem uma semente com uma fenda longitudinal
profunda. É uma planta autógama e possui 44 cromossomos, sendo por isto tetraplóide. Seu produto
é de qualidade superior (aroma e sabro mais apreciados no mundo inteiro) e de maior aceitação em
todos os mercados consumidores.
2) Coffea canephora - conhecida como café-robusta ou conilon, difere da espécie anterior por ser
um arbusto ou pequena árvore, geralmente multicaule, com folhas marcadamente elípticas,
onduladas mais ou menos atenuadas nas extremidades. As flores agrupam-se em fascículos de seis,
desenvolvendo-se em geral duas ou quatro. O limbo da corola apresenta-se com cinco a sete lobos.
Os estames são isômeros. O fruto mede cerca de doze milímetros de comprimento e é vermelho.
Esta espécie é espontânea desde a África Ocidental até ao Uganda. A produção é destinada a
indústria do café solúvel. Face ao tamanho pequeno dos grãos e sabor da bebida não tem
expressividade comercial.
3) Coffea liberica, conhecida por café-libérica, é um arbusto ou pequena árvore, de folhas coriáceas,
grandes, elíptico-oblongadas ou elíptico-ovadas. As flores agrupam-se em fascículos de uma a
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quatro flores. O limbo da corola tem seis a nove lobos. Os estames são isômeros. O fruto tem um
comprimento compreendido entre os dois e três centímetros. A espécie é originária da África
tropical. Não é cultivada no Brasil.
6) Coffea dewevrei, um dos cultivares mais conhecidos dessa espécie é o Excelsa, caracterizado
pelo porte elevado e pelas folhas grandes e coriáceas. Produz café de qualidade inferior, razão pela
qual não é cultivado. O florescimento ocorre em várias épocas do ano. As sementes são afiladas nas
extremidades e de cor amareladas, com endocarpo espesso e película bem aderente.
7) Coffea stenophylla, o arbusto não é muito desenvolvido. Tem folhas longas, estreitas e espessas.
Os frutos têm coloração vermelha escura, quase preta, quando maduros. A produção é extremamen-
te baixa, as sementes pequenas e sem valor comercial. Apresenta resistência ao bicho mineiro.
8) Coffea congensis, apresenta características semelhantes ao café Robusta, podendo constituir uma
das espécies ancestrais do Coffea arabica. Os frutos, quando maduros, são pequenos, ovóides e de
intensa cor vermelha. As sementes são de tamanho médio e de coloração verde. É uma espécie pou-
co cultivada, porém bem estudada pelos holandeses em Java.
FOLHAS expansão
cor do fruto
a) Raiz
O sistema radicular é bem desenvolvido. A raiz principal cresce bastante nos terrenos profundos e
relativamente pouco nos solos recém-desbravados e muito ricos. Da raiz pivotante surgem inúmeras
raízes que crescem horizontalmente e se ramificam bastante com a formação de uma abundante
trama de raízes capilares que se dirigem para a parte mais superficial do solo à procura de humo. As
raízes primárias não crescem além de 0,5m de profundidade.
O sistema radicular é constituído de vários componentes conforme representação esquemática da
Figura 1.
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O sistema de raízes do cafeeiro é bastante plástico e varia em função da interação da carga genética
da planta com várias condições do ambiente, tais como textura, estrutura, arejamento, fertilidade e
reação do solo, temperatura, umidade, idade da planta, produção de frutos, sistemas de cultivo, pra-
gas e doenças (Figura 2).
Raízes permanentes aquelas raízes que, juntamente com suas ramificações, têm um diâmetro
maior que 3,0 mm;
Raízes axiais raiz ou raízes que crescem verticalmente no sentido descendente, logo abaixo do
tronco;
Raízes verticais aquelas raízes, ou porções radiculares, que, após certo crescimento lateral, mu-
dam o curso do crescimento para o sentido vertical descendente;
Placa superficial formada pelo sistema de raízes que se estende próximo à superfície do solo;
Raízes suportes das raízes absorventes radicelas que se formam sobre as raízes permanentes,
com diâmetro inferior a 3,0 mm, com pequeno espessamento secundário cutinizadas e desprovidas
de pelos absorventes;
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Raízes absorventes curtas, delgadas, esbranquiçadas, túrgidas e possuindo pelos absorventes
bem desenvolvidos, normalmente formam-se nos suportes, mas podem também originar-se as por-
ções distais e jovens das permanentes.
b) Porte da planta
O cafeeiro é uma planta perene, de porte arbustivo ou arbóreo, de caule ou tronco lenhoso. A altura
da planta depende da cultivar e das condições ambientais. O tronco pode atingir de 8 a 12 cm de
diâmetro. Em Coffea arabica, a altura das plantas é muito influenciada pelas condições de ambiente.
O cafeeiro é um arbusto de, aproximadamente, 3 a 4 metros de altura.
c) Ramificação
C. Arabica As gemas que se encontram nas axilas dos primeiros pares de folhas da haste principal
só dão origem a ramos produtivos (plagiogeotrópicos). Os laterais ou produtivos só começam a apa-
recer das axilas dos 70 aos 100 pares de folhas em diante. Só há gema para a formação de ramo
produtivos nas axilas das folhas da haste principal onde ocorrem. Nestes ramos (produtivos) somen-
te formam gemas florais.
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Figura 3 - Representação esquemática das gemas axilares do cafeeiro e dos órgãos que delas têm
origem. Gemas cabeça-de-série normalmente não estão presentes as ramificações laterais do cafeei-
ro arábico; assim, as ramificações secundárias originam-se de gemas seriadas (Adaptado de Wor-
mer & Gituana, 1970).
As folhas são oval-oblongas, com pecíolos curtos, opostas e com bordos inteiros. São coriáceas, de
coloração verde-escuro, brilhantes e estipuladas (Figura 4).
O aparecimento de folhas está intimamente associado com o crescimento dos caules, especialmente
dos ramos laterais, tendo-se em vista que os primórdios foliares resultam diretamente da atividade
da gema apical. A produção de folhas (formação de nós) é um processo contínuo durante todo o
ano, mas sua taxa varia com as condições climáticas (temperaturas altas ou baixas e fotoperíodo).
A expansão das folhas é maior em estações chuvosas do que em estações secas e segue o modelo
sigmóide, mas a taxa de crescimento e a área final dependem da época em que se verifica a expan-
são. A radiação solar e a temperatura são os principais fatores que controlam a expansão foliar.
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A queda da folha se intensifica na época da seca. O cafeeiro é uma planta perene, de crescimento
mais menos contínuo, e normalmente não perde todas as folhas de uma só vez. As secas e altas
temperaturas afetam acentuadamente a duração foliar por promoverem uma diminuição dos níveis
de carboidratos das folhas. Sendo os frutos importantes drenos de carboidratos, desfolhamentos
causados por secas e altas temperaturas tornam-se mais severos durante a frutificação e após a co-
lheita. Sem dúvida, a queda de folhas é uma maneira de conservar água em período críticos.
O café é uma espécie tropical de floração gregária, ou seja, todas as plantas individuais, numa certa
extensão geográfica, florescem simultaneamente (Fig. 5).
No Brasil podem ocorrer duas a três floradas de intensidades decrescentes; na Costa Rica verifica-
ram-se até 12 e 15. As flores são curtamente pediceladas, brancas e aromáticas e o botão é verde.
A flor é completa. O cálice é pequeno e gamossépalo e a corola gamopéla, com 10 a 12 mm de
comprimento, terminando em 5 lóbulos. Os 5 estames, implantados na parte superior da corola, al-
ternam-se com as pétalas. O pistilo tem de 10 a 15 mm de comprimento com dois lobos estigmáti-
cos. Ovário ínfero-bilocular, verde e com duas lojas, normalmente com 2 óvulos cada uma; geral-
mente, porém, só um se desenvolve em cada loja.
As inflorescências têm pedúnculos curtos, e os vários botões florais estão comprimidos uns contra
outros, formando um conjunto compacto, recoberto por um calículo constituído de dois pares de
bractéolas, conjunto que se denomina glomérulo. Na axila de cada folha aparecem 4 glomérulos - só
raramente mais.
As flores abrem 8 a 10 dias após as primeiras chuvas e a florada dura de 2 a 3 dias. A polinização é
natural, auxiliada pelos ventos e pelos insetos.
A autofecundação é predominante em 90% das flores na Coffea arabica. Portanto, o cafeeiro arábi-
ca é autofértil e as autofecundações sucessivas não têm causado efeito desfavorável no vigor e na
produtividade das plantas.
A fertilidade se dá 24 horas após a polinização, a primeira divisão da célula do endosperma ocorre
de 21 a 27 dias após a fertilização e a primeira divisão do zigoto, 60-70 dias após a polinização
(Mendes, 1958).
A espécie C. canephora e várias outras espécies diplóides com 2n=22 cromossomos são autocom-
patíveis e multiplicam-se exclusivamente por fecundação cruzada.
As flores estão reunidas em cimeiras em número de 4 a 16, na axila dos ramos laterais (Fig. 6 e 7).
Em Coffea arabica, as inflorescências são formadas nas axilas das folhas dos ramos laterais (plagi-
ogeotrópicos) crescidos na estação anterior. Os nós produzem flores apenas uma vez.
Desse modo, a floração depende estreitamente do crescimento dos ramos laterais, em especial dos
primários (que surgem do eixo principal; na muda, aparecem a partir do 6o aos 100 nós e daí para
frente continuamente).
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A floração ocorre em três fases distintas:
• iniciação floral;
Com relação à maturação, cor, densidade e teor de umidade, o fruto recebe as seguintes denomina-
ções: verdes (50 a 70% de umidade); cerejas (45 a 55% de umidade); passa (35 a 50% de umidade);
bóia (25 a 35% de umidade); coco (menos de 25% de umidade).
CLONES INCAPER:
Conilon Vitória 13 clones
Robusta Capixaba 10 clones (tolerantes à seca)
EMCAPE 8111 Precoce 9 clones
EMCAPE 8121 Médio 14 clones
EMCAPE 8131 Tardio 9 clones
As cultivares mais plantadas são do tipo arábica, cerca de 75 % da área total cultivada, sendo 40%
da variedade com “Catuaí vermelho e amarelo” (lançadas 1972) 45% da “Mundo Novo e acaiá”,
lançadas, respectivamente em 1952 e 1977.
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS
. Resistentes à ferrugem;
. Produtividade média entre 40 e 60 sacas/ha de café beneficiado em áreas irrigadas.
. Porte baixo
• Bourbon Vermelho, Bourbon Amarelo, Mundo Novo, Acaiá, Icatu Vermelho, Icatu Amare-
lo, Icatu Precoce, Caturra Vermelho, Caturra Amarelo, Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo,
Ouro Verde, Obatã, Tupi.
5. FENOLOGIA DA PLANTA
Em todas as áreas da cafeicultura comercial do Brasil, os cafeeiros exibem um ciclo fenológico pra-
ticamente bem definido, ou seja:
a) florescimento na primavera; b) frutificação no verão; c) maturação no outono e crescimento; d)
colheita e repouso no inverno; e) renovação da folhagem ocorre na primavera e o crescimento (ple-
na vegetação) no verão e no outono.
Nas principais áreas cafeeiras do Centro-Sul do Brasil em latitudes superiores a 20o, o clima, carac-
terizado pela estação chuvosa de primavera-verão, seguida da relativamente seca de outono-
inverno, favorece bastante a frutificação e produção do cafeeiro.
As fases críticas do chumbinho e da granação são beneficiadas pela primavera e verão úmidos e as
de maturação e colheita, pelo outono e inverno relativamente secos.
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Nas áreas cafeeiras do Nordeste, a estação chuvosa é normalmente defasada de seis meses, o que
prejudica enormemente a frutificação dos cafeeiros.
A estação seca coincide com a fase crítica de florescimento e chumbinho de outubro a fevereiro.
Somente quando ocorrem as conhecidas “chuvas-do-caju”, os aguaceiros ocasionais de outubro a
janeiro, a frutificação fica menos prejudicada e obtém-se razoável produção.
A fase reprodutiva é marcada pela capacidade da planta em produzir flores e resultante de mudan-
ças que ocorrem no meristema das gemas.
No cafeeiro, o desenvolvimento reprodutivo começa com a iniciação floral e termina com a queda
dos frutos.
O ciclo fenológico completo do cafeeiro é subdividido em seis fases distintas: 1) vegetação e gemas
foliares; 2) indução e maturação das gemas florais; 3) florada; 4) granação dos frutos; 5) maturação
dos frutos; 6) repouso e senescência dos ramos terciários e quaternários.
Escala das fases fenológicas reprodutivas do cafeeiro com base em números: 0 (gema dormente); 1
(gema intumescida); 2 (abotoado); 3 (florada); 4 (pós-florada); 5 (chumbinho); 6 (expansão dos
frutos); 7 (grão verde); 8 (verde-cana); 9 (cereja); 10 (passa); 11 (seco).
O desenvolvimento reprodutivo do cafeeiro (Figura 11) foi dividido em quatro grandes fases:
• desenvolvimento da gema floral (G), floração (FL), frutificação (F) e maturação (M), as
quais são denominadas com suas letras iniciais, a exemplo de método adotado por MARUR
e RUANO (2001) para a
• determinação dos estádios de desenvolvimento do algodoeiro.
• A fase G foi subdividida tendo como variável o tamanho das gemas; a fase F foi subdividida
de acordo com o tamanho dos frutos e para a fase M o critério adotado foi coloração dos fru-
tos.
6.1. OBJETIVOS
• O melhoramento genético do cafeeiro visa à obtenção de novos cultivares, adaptados às di-
ferentes regiões cafeeiras e aos sistemas de cultivo, com elevada produtividade de grãos, boa
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qualidade de bebida, maturação uniforme em épocas diferenciadas de colheita e resistência
e, ou, tolerância a doenças, pragas e a condições adversas de meio ambiente.
• Retrocruzamentos
O cafeeiro C. arabica é planta tropical de altitude, adaptada a clima úmido com temperaturas
amenas, típicas dos altiplanos da Etiópia, região considerada de origem da espécie.
As exigências térmicas das espécies arábicas podem ser definidas pelas temperaturas médias
anuais.
Com respeito ao fator térmico, os parâmetros adotados para o mapeamento das aptidões climáti-
cas, associados às temperaturas médias anuais (Tma) foram os seguintes:
O café robusta está adaptado a regiões com temperaturas elevadas, entre 220C e 260C de mé-
dias anuais.
Efeitos da Temperatura
O cafeeiro arábica, quando cultivado em condições de temperaturas elevadas, acima de 230C, apre-
senta frutos com desenvolvimento e maturação demasiado precoces.
As temperaturas elevadas na estação do florescimento poderão dificultar, por sua vez, o pegamento
das flores e provocar a formação das “estrelinhas”, ou seja, das flores abortadas, o que implica a
quebra de produção.
Temperaturas médias anuais muito baixas inferiores a 180C provocam atrasos demasiados no de-
senvolvimento dos frutos, cuja maturação pode sobrepor-se ou ultrapassar a florada seguinte, preju-
dicando a vegetação e a produção do cafeeiro.
A freqüência de geadas é outro fator a considerar. Este está estreitamente ligado às condições topo-
climáticas do terreno destinado à cafeicultura.
É outro fator fundamental para a definição das exigências climáticas de uma cultura. Pode-se consi-
derar que as duas espécies têm exigências muito semelhantes.
O cafeeiro, para vegetar e frutificar normalmente, necessita encontrar umidade suficiente no solo
durante o período de vegetação e frutificação, que vai de setembro-outubro a maio-junho.
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Na estação de colheita e abotoamento da planta, julho-setembro, a umidade do solo pode cair bas-
tante e aproximar-se do ponto de murchamento, sem maiores problemas à cafeicultura, nas condi-
ções de São Paulo e de Minas Gerais.
Para o cafeeiro o regime pluviométrico mínimo situa-se entre 1.200 a 1.500mm de chuvas. Todavia,
precipitações menores do que a mínima podem satisfazer, quando existem outros fatores capazes de
garantir um bom suprimento de umidade do solo.
Quanto às exigências hídricas do cafeeiro, torna-se difícil estabelecer um padrão ótimo anual de
precipitação pluvial, pois depende também de outros fatores, principalmente da distribuição dessas
chuvas ao longo do ano. Porém, precipitações anuais acima de 1.200 m são suficientes para o café
(Thomaziello et al., 2000; Matiello, 1991).
O cafeeiro para vegetar e frutificar, normalmente, necessita encontrar umidade suficiente no solo
durante o período vegetativo e frutificação. Na fase de colheita e abotoamento da planta, julho-
setembro, a umidade do solo pode reduzir bastante e aproximar-se do ponto de murcha permanente,
em alguns casos, sem maiores problemas à cafeicultura (Camargo, 1985).
O cafeeiro arábica tolera bem e pode ser beneficiado por deficiências hídricas de até 150 m/ano,
principalmente se estas coincidirem com o período de dormência da planta, não se estendendo até a
fase de floração e início da frutificação (Thomaziello et al., 2000).
8. EXIGÊNCIAS EDÁFICAS
A escolha de um solo ideal para o desenvolvimento do cafeeiro é feita com base nas exigências
fisiológicas da planta e nas condições agrícolas do solo.
As principais características físicas e químicas a serem consideradas na escolha do solo para o
cultivo do cafeeiro, devido à sua influência direta no crescimento, desenvolvimento e manuten-
ção da lavoura, são: relevo, profundidade efetiva, textura, estrutura, suprimento de nutrientes, de
água e ar.
Além das mencionadas propriedades dos solos, outros fatores, como temperatura, luz, ambiente
biológico, aspectos econômicos e sociais, são importantes na avaliação do potencial do solo pa-
ra o cultivo do cafeeiro (aptidão agrícola do solo).
O cafeeiro prefere terrenos profundos, de topografia plana ou ondulada, de boa estrutura e textu-
ra com porosidade e permeabilidade capazes de torná-los bem arejados e facilmente receptíveis
às águas das chuvas.
Deve ser relativamente fértil, drenável, pH neutro ou pouco ácido, em torno de 6.
São indesejáveis os solos alcalinos.
A planta é mais exigente quanto às propriedades físicas do que quanto às propriedades quími-
cas.
Isto porque as raízes do cafeeiro exploram mais a parte superficial: a grande maioria delas ocu-
pa os primeiros 30 cm e as restantes, inclusive a pivotante, passam de 1,0m de profundidade.
No Brasil, a grande maioria dos cafezais são plantados em solos pertencentes às subordens La-
tossolos e solos Podzólicos.
O cafeeiro é uma planta exigente em macro e micro nutrientes, havendo apenas variação no grau
de exigência.
Os macronutrientes exigidos em maiores quantidades são: macronutrientes: nitrogênio (N), fós-
foro (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S).
Os micronutrientes, os cafeeiros são mais sensíveis às deficiências de boro (B), cloro (Cl), co-
balto (Co), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni), selênio (Se),
silício (Si) e zinco (Zn).
A diagnose foliar também pode e deve ser empregada na formulação e orientação de adubações
em cafezais.
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DEFICIÊNCIA NUTRICIONAIS
a) Deficiência real – é aquela que ocorre quando realmente, há deficiência no nutriente no solo.
b) Deficiência induzida – é aquela deficiência causada por fatores físicos (adensamento do so-
lo), biológicos (pragas e doenças) e climáticos (frio e/ou calor excessivo).
PRÁTICAS CULTURAIS:
PREPARO DO TERRENO Calagem
Adubação mineral e orgânica
LOCAÇÃO DO CAFEZAL no plantio, na formação e pro-
dução da planta
COVEAMENTO Capinas
Arruação e esparramação
DIMENSÕES DA COVA Podas e condução
Pragas e controle
ABERTURA DAS COVAS Doenças e controle
irrigação
PREPARO DAS COVAS
SISTEMAS DE PLANTIO
A produção de mudas de café pó ser por sementes ou por estacas. Por sementes podem ser usa-
dos para os tipos de café arábica e conilon. No caso do café conilon o mais recomendado é pro-
dução de mudas por estaca. O café conilon é uma planta de polinização cruzada, sendo assim, é
mais recomendado este tipo de produção de mudas devido evidentemente a variabilidade gené-
tica produzida pela hibridação natural.
Procedimentos para produção de mudas por sementes: primeiramente deve-se obter as sementes
da seguinte maneira:
5. Semeadura das sementes e/ou tratamento no controle da broca e armagenagem por 6 meses.
VIVEIRO
• COBERTURA OU RIPADO - O viveiro deve ser instalado debaixo de uma cobertura ou ri-
pado, devendo essa ser construída com 2 metros de altura. Na construção, empregam-se es-
teios de madeira ou bambu gigante, fincados no terreno, guardando-se entre eles a distância
de 3 metros e 60 centímetros nos dois sentidos. Usam-se, normalmente, esteios de 2.80 me-
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tros de comprimento e 20 centímetros de diâmetro. Os esteios deverão ser dispostos de mo-
do a formarem fileiras paralelas, no mesmo sentido do movimento do Sol (sentido leste-
oeste) e no sentido norte-sul. A cobertura deve proporcionar uma insolação de 50% até a é-
poca da aclimatação das mudas.
• Como travessas de sustentação da cobertura, podem ser usadas linhas de eucalipto ou de
bambu gigante com 8 centímetros de diâmetro aproximadamente.
• A cobertura será completada com varas de bambu colocadas sobre as travessas, deixando-se
um espaço de 4 a 5 centímetros entre uma vara e outra. As varas deverão ser dispostas no
sentido transversal ao movimento do Sol.
• CERCA DE PROTEÇÃO - O viveiro deverá ser protegido por uma cerca de bambu bem ta-
pada, construída, em toda a extensão do ripado, para barrar a passagem do vento e evitar o
excesso de Sol sobre as mudas das beiradas.
TAMANHO DO VIVEIRO
Número de mudas de café de meio ano para diferentes tamanhos de viveiro ou área de ripado, con-
siderando-se as larguras de 1,20 m para os canteiros e 0,60m para as ruas entre canteiros.
COMPRIMENTO NÚMERO
ÁREA DO RIPADO NÚMERO DE
DOS CANTEIROS DE
(mXm) CANTEIROS
(m) MUDAS
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Esse quadro serve também de referência para a instalação de viveiros maiores, sendo oportuno lem-
brar que não é aconselhável o uso de carreadores internos para entrada de veículos, recomendando-
se fazer a retirada das mudas pelas laterais do viveiro.
Os canteiros devem ter no máximo 1,2 m de largura por 20 m de comprimento, para facilitar as re-
gas e os tratos culturais. São delimitados por bambus amarrados a estacas e uma altura de 10 a 15
cm. Os corredores de circulação devem ter de 40 a 60 cm de largura.
A área útil do viveiro pode ser calculada usando-se o índice de 200 mudas de meio ano/m2 de can-
teiro e para a área total, 150 mudas de maio ano/m2 de viveiro.
RECIPIENTES - Os saquinhos plásticos, usados como recipientes da terra para semeadura e desti-
nados à produção de mudas de meio ano, deverão ter as seguintes dimensões: 20 - 22 centímetros de
altura, 11 centímetros de largura e 0,006 centímetros de espessura. Devem possuir 30 a 36 furos na
metade inferior. Depois de receberem a terra de enchimento, ficam com 7 centímetros de diâmetro.
Podem ser usados outros recipientes como tubetes e laminados de madeira. Os laminados de madei-
ra são usados na pré-germinação das sementes.
A mistura da terra e esterco deverá ser obrigatoriamente desinfectada com brometo de metila, para
matar as sementes de ervas daninhas e evitar o aparecimento de moléstias, especialmente do nema-
tódeo.
Para enchimento dos saquinhos, a mistura de terra deve estar seca. Depois de enchidos, os saqui-
nhos são encarreirados, devendo receber regas diárias durante 20 dias, para completar a fermenta-
ção da matéria orgânica e acamar a terra de enchimento.
Os saquinhos devem ser bem compactados e cheios de maneira que o substrato ultrapasse o limite
superior dos mesmos. O encanteiramento deve ser a posição vertical e de forma organizada, que
facilita a contagem das mudas durante a retirada das mesmas do viveiro.
SEMEADURA
A semeadura é feita diretamente nos saquinhos, sem necessidade de repicagem ou transplante.
Semeiam-se duas sementes com profundidade máxima de 1 cm em cada saquinho.
Depois de semeadas, as sementes deverão ser cobertas com meio centímetro de terra ou areia gros-
sa, peneirada sobre os saquinhos. Em seguida, cobre-se todo o canteiro com palha de arroz ou ca-
pim seco sem sementes e rega-se.
A época de semeadura para produção de mudas de meio ano vai de abril a julho. Semeando-se nessa
época, as mudas estarão prontas para o plantio aos 6 meses de idade, inicio da estação chuvosa.
As mudas de ano são semeadas em outubro-novembro, e plantadas no início da estação das chuvas
do próximo ano.
1 kg de café despolpado e seco contém em média 6 mil sementes. Para a semeadura de 30 mil sa-
quinhos são necessários 10 kg de sementes com poder germinativo de 80 %.
As mudas estarão boas para o plantio quando apresentarem 3 a 6 pares de folhas definitivas.
39
TRATOS CULTURAIS NO VIVEIRO
• Durante o desenvolvimento das mudas, o produtor deverá:
• Fazer regas;
• Retirar a cobertura de capim de cima dos saquinhos, logo que iniciar a germinação;
• Logo depois da aplicação do sulfato de amônio, deve-se regar bem as plantas com água
pura, para evitar queimaduras nas folhas.
Adubação foliar
Após o surgimento do primeiro par de folhas verdadeiras podem ser aplicadas adubações com ni-
trogênio em cobertura, regando-se as mudas com uma solução contendo 30 g de sulfato de amônio
em 10 litros de água, suficientes para 1000 mudas.
Para que não haja "queima" das mudas recomenda-se a rega com água pura em seguida. A aduba-
ção nitrogenada em cobertura não deve ser aplicada mais do que 2 ou 3 vezes, respeitando-se um
intervalo de 15 dias entre as aplicações , evitando-se dessa forma estiolamento das mudas.
O controle de doenças deve ser realizado, sempre que possível, de forma preventiva. A principal
doença é a Rhuzictoniose ou tombamento, que ataca as mudas novas na altura do colo; a preserva-
ção é obrigatória e tem início no tratamento do substrato com brometo de metila, seguido de rega
dos canteiros antes da semeadura com uma solução de pentacloronitrobenzeno (PCNB) contendo 70
g do produto comercial por 10 1 de água, quantidade suficiente para 1000 saquinhos.
40
Após a emergência, de 15 em 15 dias fazer pulverização revezando fungicidas cúpricos com orgâ-
nicos.
As pragas que podem atacar as mudas, são: Bicho-mineiro, ácaros, cochonilhas, Lagartas e grilos.
• Logo depois que as sementes germinarem, a cobertura do viveiro deve ser manejada, de
modo a fornecer 50% de luz.
• No final do processo, a cobertura do viveiro deve ser mínima, possibilitando cerca de 70-
80% de insolação, com função apenas de proteção parcial das mudas a chuvas torrenciais ou de
granizo.
• A freqüência das regas deve aumentar, à medida que se aumenta a instalação no viveiro.
• Quando as mudas apresentaram de 3 a 6 pares de folhas, devem ser levadas para o campo e
plantadas em local definitivo.
Seleção de mudas
Antes do plantio definitivo as mudas devem passar por um processo seletivo, eliminando-se as ra-
quíticas, doentes, fracas e mal desenvolvidas que não apresentem condições de melhoria. As mudas
com possibilidade de melhor de desenvolvimento, devem voltar ao viveiro e serem submetidas a um
tratamento especial.
Limpeza da área - No preparo do solo para instalação de uma lavoura de café, a primeira operação
consta da limpeza da área, que depende da cobertura vegetal ou de seu uso anterior e de outras con-
dições, tais como: mata natural, cerrado, capoeira, culturas permanentes, pastagens e culturas anu-
41
ais. A limpeza da área deve ser feita na estação seca; no Centro-Sul, por exemplo, é realizada de
abril a agosto.
Revolvimento do solo - Consiste na aração e gradagem e subsolagem do terreno. Nos solos com-
pactos, a aração deve ser feita à profundidade de 25 a 30cm, usando os tradicionais arados de discos
ou grade pesada. Para os terrenos de ótimas propriedades físicas, profundas, dispensa-se a aração.
Faz-se a limpeza da faixa de plantio com rotativa ou enxada.
A gradagem é feita com grades de discos, após aplicação do calcário e da aração, para ajudar a in-
corporação do calcário ao solo, dando melhores condições para sua reação.
A subsolagem é uma prática recomendável para terrenos compactos e de má drenagem. Usa-se o
subsolador individual ou um conjunto de dois ou três paralelos com a finalidade de quebrar, a cerca
de 40 cm de profundidade, a compacidade do solo.
Compreende a marcação das niveladas básicas, ruas de café, covas e carreadores. As niveladas
básicas são marcadas de acordo com a declividade, uniformidade e conformação do terreno e
dimensão da área.
10.4. COVEAMENTO
Uma vez preparado o terreno e feita a demarcação das niveladas básicas e carreadores, procede-
se à abertura das covas.
No caso da abertura mecânica, posteriormente, com os sulcos abertos, completa-se a feitura das
Após a marcação dos carreadores, colocam-se na área a matéria orgânica e adubos minerais, distri-
buídos em quantidades proporcionais a cada talhão, em pontos estratégicos que facilitem a distribu-
ição após a abertura das covas. Coloca-se manualmente junto às covas a matéria orgânica e por ci-
ma desta os adubos minerais.
No preparo das covas mistura-se os adubos com a terra retirada das covas. Em seguida esta mistura
é colocada dentro das covas até o nível do solo, de modo que a mesma fique firme, sem excesso de
porosidade, ou seja, as covas ficam fechadas, prontas para receber as mudas.
10.5.4.1. SEMI-ADENSADO que normalmente usa espaçamento de 2,5 – 3,0 X 0,5m e o super
adensado que usa 1,3 a 1,5 X 0,3-0,5 m.
O semi-adensado é o ideal para produtores pequenos que não querem podar no curto prazo e pa-
ra o sistema de safra zero, onde cada 2-3 safras se faz o esqueletamento.
10.5.4.2. SUPER ADENSADO se aplica em pequenas áreas com podas de recepa em ciclos
curtos, cada 3-4 safras, visando ter, sempre, plantas baixas, que facilitem a colheita manual.
Finalmente, volta-se a lembrar de que cada sistema é adequado desde que seja utilizado com as
condições de manejo também apropriadas. Por exemplo, se a escolha for por um sistema aden-
sado ou super-adensado, em área com déficit hídrico, ele deve ser manejado com irrigação.
O espaçamento depende de uma série de fatores tais como: cultivar a ser plantado, declividade e
exposição do terreno, fertilidade do solo, número de covas a serem tomadas e área existente,
disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos a serem utilizados no cafezal.
A exemplo com as variedades mais plantadas e com base, pode-se indicar os seguintes espaça-
mentos:
Livre crescimento:
Mundo Novo: 4,0 x 1,5 a 2,5 m (2 mudas) ou 4,0 x 0,5 a 1,5 m (1 muda)
Catuaí: 3,5 x 1,5 a 2,0 m (2 mudas) ou 3,5 x 0,5 a 1,5 m (1 muda)
Em áreas não mecanizáveis e em propriedades pequenas, pode-se optar pelo espaçamento entre
as ruas de 3,5 m para Mundo Novo e 3,0 m para o Catuaí, respectivamente.
Distância nas ruas: 1,5 a 1,75 para cultivar de porte, como a Catuaí, após a 4a colheita trans-
formar em 3,0 a 3,5 m.
Para a Mundo Novo 1,8 a 2,0 m, em condições semelhantes a conversão seria para 3,6 a 4,0 m.
Distância entre covas: Catuaí de 0,5 a 1,0 m entre covas na linha (com 1 planta/cova). Mundo
Novo de 0,5 a 0,8 m.
Cultivares para plantio adensado: Dentro das cultivares de café arábica comerciais atualmente
disponíveis destacam-se basicamente a Catuaí e a Mundo Novo.
Características das cultivares:
A Catuaí, de porte baixo e folhagem mais densa, tem maturação mais desigualada e mais tardia.
A Mundo Novo, apesar do porte alto, apresenta vantagem para o sistema de plantio denso pelo
bom vigor e pela maturação mais igualada e precoce.
O plantio manual deve ser feito durante o período chuvoso de cada região de cultivo de café.
Quanto mais próximo ao final das chuvas, maior probabilidade de perda no plantio.
O plantio deve ser realizado com mudas com 4 a 6 pares de folhas aclimatadas ao sol, em solo
úmido.
O plantio é feito abrindo-se covetas nas covas anteriormente preparadas, colocado-se o colo das
mudas ao nível do solo ou um pouco abaixo.
Decorridos 20 ou 30 dias, inicia-se o processo de replantio, com a substituição das mudas mor-
tas e daquelas mais fracas ou defeituosas.
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10.7. PRÁTICAS CULTURAIS NO CAFEZAL
A erosão é, sem dúvida, a médio e longo prazo, um dos grandes inimigos da cafeicultura. Nor-
malmente, são empregados nos cafezais dois tipos de práticas conservacionistas:
(a)Vegetativas: capinas alternadas, roçadas do mato, redução das capinas, cultura intercalar, ve-
getação dos carreadores, renque de vegetação permanente e herbicidas em pós-emergência;
b) Mecânicas: plantio em nível, locação do cafezal, terraços de base larga, terraços de base es-
treita ou cordões de contorno, subsolagem, canais escoadores, patamares e banquetas individu-
ais, encordoamento do mato em contorno, caixas de retenção e sulcamento em nível.
Em síntese, para a grande maioria das áreas mecanizáveis, a adoção do plantio em nível, e de
capinas alternadas conjugadas com roçadas de mato, resolve muito bem o problema de conser-
vação do solo.
10.8.1. CAPINAS - No período da seca o cafezal deve ser mantido completamente livre das
ervas, porém no período chuvoso deve-se evitar esta situação, sob pena de favorecer a erosão.
Controle do mato - manuais, com enxada, mecânicas, com tração animal e motorizada (cultiva-
dores, grades, enxadas rotativas e roçadeiras) e químicas, com aplicação de herbicidas de pré-
plantio, pré-emergência e pós-emergência.
10.8.2. ARRUAÇÃO - Também chamada de coroação, é a operação feita antes da colheita pa-
ra evitar que o café venha a se perder em mistura com a terra e restos vegetais. Facilita também
a operação de colheita, tal como a varrição ou varredura do café seco caído após a derriça, e
possibilita maior rendimento dos trabalhos.
Limpa-se o chão embaixo da saia e nas imediações do cafeeiro, e arrasta-se o “cisco” e a terra
para o meio da rua, formando leiras ou coroas que isolam covas individuais ou grupos de covas.
47
Utilizam-se rodos ou rastelos para evitar uma destruição prejudicial de radicelas do cafeeiro. O
terreno deve permanecer firme. Também podem ser usados implementos mecânicos.
Dosagens de calcário - O caminho certo para definição mais correta da dose de calcário a ser a-
plicada é a análise prévia do solo. Com os resultados analíticos dos teores de Ca, Mg, K, Al e H
(meq/100 g de solo), obtidos pela análise de solo, e o uso da fórmula: NC = PT(V2 - V1)/PRNT,
chega-se à dosagem de calcário por hectare.
Em lavoura adulta, o calcário é aplicado em cobertura sob e na projeção dos ramos plagiogeo-
trópicos, dada a impossibilidade de incorporação pelos tratos culturais normais.
Para aplicação em área total, nas áreas mecanizáveis, incorporar o calcário em meia dose antes
da aração, que deve ser profunda nos solos argilosos, e meia dose antes da gradagem.
Nos solos arenosos, em que não é recomendável a aração para o plantio do cafeeiro, incorporar
com gradagem. Em áreas não mecanizáveis (pela topografia impeditiva ou pouca extensão), a-
plicar em cobertura e incorporar com os cultivos subseqüentes (capinas).
48
Na cova ou banqueta, misturar manualmente o calcário com a terra e com outros insumos (maté-
ria orgânica e adubos).
Nos sulcos, distribuir no fundo dos mesmos e misturar mecanicamente com o “tombamento” ou
com o misturador tipo Patrocínio acoplado ao trator.
Época: Aplicar 30 a 60 dias antes do plantio. Esse período de espera é de máxima importância
para o calcário calcinado.
b) Para lavouras adultas: Modo de aplicação: De preferência, aplicar o calcário antes da espar-
ramação do cisco, nos cafezais arruados.
Em lavouras mecanizáveis aplicar o calcário mecanicamente, em cobertura, em área total ou
com regulagem em faixa para lavouras novas (2-3 anos), de forma que o calcário atinja as áreas
sob a saia do cafeeiro.
Em lavouras não mecanizáveis, aplicar manualmente, em cobertura, em faixa ou ao redor dos
cafeeiros, atingindo as áreas sob a saia do cafeeiro.
c) Na fase de formação
Por ocasião da primeira produção econômica, é conveniente a amostragem do solo, a fim de de-
tectar eventuais falhas na correção do solo. Nesta fase, a relação folhas/frutos é estreita e há o
perigo de depauperamento do cafeeiro.
Pelo menos de 2 em 2 anos deve-se proceder à análise do solo, visando a calagem de manuten-
ção, para a correção da acidez fisiológica e para o equilíbrio do Ca e Mg na relação 3:1.
O cafeeiro pode receber adubação via solo e foliar utilizando-se de diferentes fontes de nutrien-
tes (adubos químicos e orgânicos); porém não dispensa a adubação química via solo pois, de ou-
tra forma, dificilmente consegue o equilíbrio nutricional adequado, quantitativa e qualitativa-
mente, para o suprimento dos nutrientes exigidos.
É mais eficiente e rápida no suprimento dos nutrientes ao cafeeiro. Sua maior eficiência é obtida
quando, além de se fornecer as quantidades exigidas, os adubos são aplicados na época certa,
com o parcelamento correto e de modo e localização perfeitos.
b) Adubação pós plantio com N (0 aos 6 meses de campo). Aplicar 2,5 g de N por vez, 30 dias
pós plantio e repetir até 4 vezes enquanto durar o período chuvoso. Em cobertura, 10 a 15 cm do
caule do cafeeiro e alternando os lados na linha de café. Doze 2,5 a 10,0 gramas de N /cova.
f) Adubação de produção com N, P2O5 e K2O (acima de 4 anos de campo) - A partir do 4o ano
considera-se a lavoura adulta, e a adubação deve ser feita com base na produção anual e vegeta-
ção de crescimento/reposição.
Aplicar as doses com as chuvas e parcelar 3 a 4 vezes iguais. Em cobertura sob a projeção dos
ramos da saia do cafeeiro distante 30 a 60 cm (faixa) do tronco para cafeeiros com 4 a 5 anos,
50 a 70 cm (faixa) do tronco para cafeeiros com 6 a 8 anos e 60 a 100 cm (faixa) do tronco para
cafeeiros com 9 para mais anos. Alternar os lados ou dividindo a dose de cada parcelamento pe-
la metade e aplicar em ambos os lados na linha de café.
A adubação orgânica não dispensa a química. A associação das duas, de forma equilibrada, é al-
tamente benéfica, pelos bons efeitos da matéria orgânica no solo (promove a melhoria das pro-
priedades físicas, químicas e biológicas do solo, propicia maior retenção da umidade, aumenta
o aproveitamento dos adubos químicos e fornece nutrientes de forma mais lenta e constante).
Das fontes de matéria orgânicas (M.O) que podem ser utilizadas para adubação do cafeeiro,
tem-se: restos de culturas, adubos verdes, resíduos industriais e urbanos, compostos e estercos.
No caso das “palhas” a relação C/N alta (> 30), ou seja, com pouco nitrogênio, como nas de ar-
roz e milho, é necessária uma suplementação na adubação nitrogenada do cafeeiro, para evitar
deficiência temporária, que promove o amarelecimento de suas folhas.
Recomendações e uso
Embora se possa aplicar o Zn, B e Cu pelo solo, meio mais econômico é o via foliar, através de
pulverizações com sais, ácidos ou ainda adubos quelatizados foliares.
O Zinco, o Boro e o Cobre são micronutrientes importantes para o cafeeiro, tanto na fase de
formação, como na fase de plantas adultas, com cafeeiro em produção.plantas adultas, com ca-
feeiro em produção.
Recomendações da lavoura
Nas condições de Pernambuco é recomendado aplicar uma solução de 600g de sulfato de zinco
+ 300g de ácido bórico + 1.000 g de uréia em 100 litros de água, nos meses de agosto/setembro,
janeiro/fevereiro e maio/junho.
Diagnose foliar
No cafeeiro, a coleta de folhas deve ser feita ao acaso, de plantas que representem o talhão que
está sendo amostrado. Coleta-se o 30 par de folhas, contando da extremidade para a inserção,
dos ramos localizados meia altura dos cafeeiros e ao seu redor. Trinta pares de folhas são sufici-
entes para realizar análise. As folhas devem ser colocadas num saco plástico e enviadas ao labo-
ratório.
3) Adubação de produção
Os níveis de adubação para cafeeiros adultos pode variar de; N = 120 a 200 g; P2O5 = 30 a 50 g
e K2O = 150 a 300 g. Modo de aplicação: deve-se parcelar o N em 4 vezes nas proporções de
20%, 20%, 30% e 30%; e o K em 2 vezes iguais, com o 10 e 30 parcelamentos do N, e o P de
uma só vez, junto com o 10 parcelamento do N, e K durante o período chuvoso.
Baseando-se na distribuição das chuvas, pode-se sugerir as seguintes épocas de adubação para o
Nordeste brasileiro:
53
10.9.1. OBJETIVOS
• A poda deve ser feita para ajustar a arquitetura e o porte da planta, buscando aumentar a
produtividade e facilitar as operações relativas a tratamentos fitossanitários e a colheita.
• Existem várias razões que justificam podar o café:
• i) necessidade de recuperar uma planta que já não atende técnica e economicamente ao pa-
drão da cultura;
• ii) manter uma relação adequada de colheita/área foliar;
• iii) estabilizar o nível da produção;
• iv) ajudar na eficiência do controle fitossanitário;
• v) evitar a morte descendente de raízes, tronco e ramas;
• vi) facilitar e adequar lavouras para colheita.
• Alguns fatores condicionantes do cafeeiro sugerem sua poda, tais como: fechamento da la-
voura (rua e linha), depauperamento, geada ou chuvas de granizo, idade, altura das plantas e
em plantios adensados .
A principal é eliminar toda parte vegetativa improdutiva, cuja impossibilidade de recuperação seja
praticamente nula.
54
55
c) DESPONTE
É a eliminação da gema terminal do ramo vertical.
Ë utilizado quando se deseja limitar a altura da planta ou forçar o desenvolvimento dos ramos late-
rais, secundários e terciários.
O desponte é efetuado manualmente, no início do período chuvoso em cafeeiros novos desde re-
cém-plantados até atingirem 1,20 m de altura.
O esqueletamento deve ser feito associado a um corte superior (1,7- 2,0 m) para quebrar a dominân-
cia apical e estimular a brotação lateral.
É uma modalidade de poda que exige muito da planta após o corte por isso uma nutrição adequada e
cuidados com doenças, principalmente ferrugem, Phoma e Aschochyta são importantes.
É uma variante que é executada após a análise individual de cada planta, preservando-se o potencial
O rendimento desta prática depende dos diferentes tipos de podas que serão realizados.
10.9.4.6. PODA BF
Este sistema consiste em aplicar poda apenas nas plantas que apresentarem ramos secos e não pro-
Nas lavouras superadensadas a poda por planta é aplicada todos os anos, desde a primeira colheita.
Pode haver combinação de vários tipos de poda (decote, recepa e esqueletamento), dependendo do
estado do cafeeiro.
É uma poda de condução realizada para dar forma e melhorar o aspecto da planta.
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É um sistema de poda por planta.
Consiste em retirar todos os troncos e ramos improdutivos, com pouca ramificação, secos ou doen-
tes.
Neste tipo de poda apenas alguns troncos ou parte dos troncos são podados, não existindo altura
definida de corte.
Até o inicio dos anos 60 era uma das únicas podas adotada nas lavouras brasileiras.
As podas do tipo decote e esqueletamento podem ser aplicadas em todas as plantas do talhão, no
Recepa por talhão - A recepa em plantas normais, sem dano por geada ou outro fator, deve ser apli-
cada apenas em parte do talhão, nas regiões mais sujeitas à geadas, para evitar dano às plantas nos
anos seguintes.
Poda-se uma linha e deixa a outra para podar após um ano de grande produção, e assim por diante;
ou poda-se uma linha e deixa a outra para podar no ano seguinte, e assim por diante
60
10.9.4.6. PODA BF
Distribuição dos ramos do cafeeiro (Melles e Guimarães, 1985): a – ramo ortogeotrópico (prin-
cipal) b – ramo plagiogeotrópico primário c – ramo plagiogeotrópico secundário d – ramo orto-
geotrópico (ladrão)
61
Dependendo do estado da lavoura, ela pode ser total em ruas alternadas, ou ainda alternada com
decote. A recepa baixa é feita a 30 a 40 cm de altura.
É indicada nos casos de fechamento adiantado, onde houve perda total da “saia”. A recepa alta é
feita a 0,8 a 1,2 m, deixando-se as ramificações existentes abaixo do corte, as quais funcionarão
como “pulmão”, beneficiando a recuperação da planta. Esse tipo de recepa deve ser preferido
sempre que possível.
A recepa deve ser recomendada apenas quando os cafeeiros sofrerem danos severos em toda sua
extensão da parte aérea, causadas por geadas ou chuvas de granizo, fechamentos ou perda total
da saia, e deve ser feita, preferencialmente, após um ano de alta produção, ou seja, após a co-
lheita, até o mês de setembro. Nos casos em que há possibilidade de deixar as ramificações infe-
riores, denominadas “pulmões”, inseridas abaixo do corte da recepa, obtém-se comprovadamen-
te excelentes resultados na brotação, quando comparados às plantas que não possuem os ramos
pulmões.
62
• 10.10. 2. OPERAÇÃO DE RECEPA - A maneira mais prática de se fazer a recepa é pri-
meiramente desgalhar o cafeeiro com uma foice, deixando somente os troncos. Em seguida,
corta-se, em bisel, os troncos à altura de 40 cm.
• Para eliminar tronco em excesso (mais de dois pés por cova), basta cortá-lo ao nível do solo
ou um pouco abaixo e cobri-lo com terra, pois desta maneira eles não brotarão. Na recepa
com ramos pulmões, o corte pode ser feito a 50 a 60cm de altura do solo para conservá-los.
Desbrota - Deve ser iniciada quando os brotos já estiverem cerca de 15-30 cm de altura. Efetuar
desbrotas periódicas e conduzir 1 broto por tronco se o espaçamento entre plantas for inferior a
1,0m, ou 2 brotos por tronco se superior a 1,0m, quando os brotos atingirem 20 a 30 cm, esco-
lhendo-se os mais vigorosos e situados no sentido da linha de café.
Adubação na recepa - Nas ruas podadas a adubação vai depender da brotação. Se esta estiver
normal, não se aduba no primeiro ano, caso contrário, usa-se somente adubo nitrogenado em
dose nunca inferior a 1/3 daquela usada para o café em produção, efetuada quando os brotos es-
tiveram com mais ou menos 30 cm de altura.
Desbrota e poda de limpeza - A desbrota consiste na eliminação de ramos ortogeotrópicos que
se desenvolvem ao longo do tronco. Esses ramos, se não eliminados, consumirão energia para
vegetação, em detrimento da produção, podendo ainda vergar para o centro das linhas nos anos
posteriores, provocando o fechamento precoce da lavoura.
Deve-se efetuar as podas no período entre o término da colheita e o reinício das chuvas, normal-
tarde.
ÉPOCA DE PODAS - As podas, no geral, devem ser efetuadas sempre após uma safra alta ou na
perspectiva de safra baixa no ano seguinte. Com isso, aproveitando o ciclo bienal de produção nos
Nos cafeeiros conilon, onde se faz a poda de produção, as hastes fracas, com pouca capacidade pro-
As podas leves em cafeeiros arábica e as podas de produção no Conilon devem ser realizadas, tam-
bém, o mais cedo possível, para promover a abertura das plantas, e, assim, melhorar as floradas.
As podas, no geral, devem ser efetuadas sempre após uma safra alta ou na perspectiva de safra bai-
xa no ano seguinte. Com isso, aproveitando o ciclo bienal de produção nos cafeeiros arábica, a per-
Nos cafeeiros conilon, onde se faz a poda de produção, as hastes fracas, com pouca capacidade pro-
As podas leves em cafeeiros arábica e as podas de produção no Conilon devem ser realizadas, tam-
bém, o mais cedo possível, para promover a abertura das plantas, e, assim, melhorar as floradas.
Bicho mineiro
DANOS - É uma praga que danifica as folhas (com minas ou lesões), provoca desfolha das
plantas, e causa prejuízos na produção.
CONTROLE - pode ser feito com o uso de inseticidas organo-fosforados (Bidrin, Ethion, etc)
na base de 1 litro/ha ou piretróides (Decis, Ambush, Belmark, etc, conforme rótulo), em pulve-
rizações, devendo o controle ser efetuado quando cerca de 20 a 30% das folhas novas estiverem
65
minadas. Empregam-se também os inseticidas sistêmicos granulados (Desyston GR 50) para
controlar a praga, aplicados por incorporação ao solo, sendo uma aplicação por ano.
Cigarrinhas
DANOS - As ninfas das cigarrinhas fixam-se nas raízes da planta, onde sugam a seiva, provo-
cando redução na produção do cafeeiro.
CONTROLE - Pode ser mecânico (catação das ninfas e adultos), controle cultural (eliminação
do cafezal e plantio de novos cafeeiros), controle biológico (o fungo Metarhizium anisopiae) e
químico . Tem sido indicado o uso de inseticidas sistêmicos granulados, aplicados em torno das
plantas.
Broca do café
DANOS - A broca do café é um pequeno besouro preto que perfura os frutos do café geralmente
na região da coroa, fazendo uma galeria no seu interior, onde se reproduz e onde as larvas cau-
sam a destruição das sementes que são utilizadas na sua alimentação.
Cochonilhas
CONTROLE - O controle pode ser feito eficazmente com inseticidas fosforados; porém a mis-
tura de óleo emulsionável a 1% com esses inseticidas proporciona um controle mais eficiente
das cochonilhas.
Finalmente, outras pragas podem ocorrer no cafeeiro, como o ácaro vermelho e as lagartas que
se alimentam das folhas.
FERRUGEM
DANOS - A ferrugem do cafeeiro é considerada a principal doença do cafezal. O fungo ataca as
folhas, provoca manchas amarelo-alaranjadas, cobertas por uma massa de esporos (na fase infe-
rior), e evolui para a morte do tecido, ficando o centro das lesões de coloração marrom-escura.
O ataque causa danos pela desfolha prematura e pela seca de ramos laterais, que afetam o flo-
rescimento, o pegamento de frutos e a safra do ano seguinte.
CERCOPORIOSE
DANOS - A cercosporiose é uma doença que ataca as folhas e frutos. Nas folhas causa lesões e
provoca a queda prematura. Nos frutos causa lesões, que podem evoluir até tomar toda a super-
fície, provocando a maturação forçada, com a perda de peso, redução do rendimento no benefí-
cio, e ainda ocasiona a queda dos frutos, que se perdem no chão.
CONTROLE - Para regiões muito sujeitas à cercosporiose, como na Bahia e Pernambuco indi-
cam-se 2 a 3 aplicações de Benlate na dose de 200 g, no período janeiro/março.
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PHOMA
DANOS - O fungo Phoma costarricensis ataca folhas, flores e frutos novos, extremidades de
ramos e botões florais. A penetração do fungo pode também ocorrer no ponto de abscisão das
folhas, nos cinco primeiros nós, em desfolhas causadas por outras pragas e doenças.
Como a doença apresenta uma evolução muito rápida, é conveniente fazer aplicações preventi-
vas.
Os fungicidas mais recomendados para o controle são: · Iprodione - Rovral: 1,0 kg/há; · Foset-
yl-Al - Aliette: 2,0 kg/hA; · Fentin Acetate - Brestan PM: 1,0 a 1,5 kg/há; Hokko Suzu 200: 1,0
a 2,0 kg/hA; · Tebuconazole - Folicur PM: 1,0 kg/hA; Constant: 1,0 l/ha. Efetuar uma ou duas
pulverizações em intervalos de 30 dias em cada período de maior ocorrência do ataque.
NEMATÓIDES
DANOS - Os nematóides Meloidogyne exígua estão disseminados por quase todas as regiões
cafeeiras do país. O M. incognita é encontrado principalmente nos Estados do ES, PR e SP e o
M. coffeicola, nos Estados do PR e SP. Os nematóides apresentam geralmente ataques mais se-
veros em regiões de solo arenoso e de baixo teor de M.O Estes parasitas atacam as raízes das
plantas, definhando-as.
CONTROLE - é feito com mudas sadias, práticas culturais (revolvimento do solo em dias se-
cos), adubação verde com Crotolaria spectabilis ou com mucuna preta (Stilozobium aterrinum),
utilização de matéria orgânica e aplicação no solo com inseticidas fumigante.
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13. COLHEITA DO CAFEZAL
13.2.1. MANUAL:
a) a dedo ou seletiva - Os frutos são colhidos um a um, no estádio de cereja. Ela é utilizada em
locais onde o florescimento ocorre durante o ano todo, provocando grande desuniformidade na ma-
turação, como na Colômbia.
as seguintes etapas:
No mesmo dia, recolhe-se este café, para que não tenha muito contato com a terra.
Os dois lotes assim obtidos devem ser preparados separadamente, pois terão qualidades diferentes.
O café derriçado no chão, embora sujeito a maiores riscos, poderá dar origem a um produto com a
O café quando colhido em uma única vez, por derriça no pano ou no chão é constituído por uma
mistura de frutos verdes, verdoengos, cerejas (maduros), passas (mais que maduros), bóias (quase
No caso da derriça no chão, o café contém impurezas, tais como torrões, pedras, folhas, pauzinhos
etc.
ESPARRAMAÇÃO.
DERRIÇA NO PANO
Antes da derriça é colocado um anteparo é estendido previamente sobre o solo para que os frutos
Os panos usados são, em geral, de tecido grosso ou mesmo lona, medindo normalmente 3,5 a 4,5m
de comprimento por 2,0 a 3,0m de largura. Em geral são colocados dois panos, um de cada lado do
pé de café.
A seguir é feita a varrição, operação de colher o café existente no chão, rastelando-o ou varrendo-o
e depois, juntando-o e separando-o da terra e folhas. Este café de varrição será ensacado separada-
mente, pois pelo contato com a terra a sua qualidade poderá estar comprometida.
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Neste tipo de colheita são efetuadas as seguintes operações:
ABANAÇÃO
A derriça é feita com auxílio das derriçadeiras portáteis, manejadas por manualmente e acionadas
Atualmente já existe uma colheitadeira mecânica de café, que trabalha a cavaleiro na fileira, derri-
a) Preparo por via seca, sem eliminação da casca resultando no café natural.
b) Preparo por via úmida, com eliminação da casca e da mucilagem resultando no café des-
polpado.
c) Preparo por via semi-úmida, com eliminação da casca resultando no café cereja descasca-
do.
No preparo pós-colheita do café, podem-se adotar práticas variadas, de acordo com as condições do
produtor, a disponibilidade de água, o tamanho da lavoura, etc.
Tradicionalmente, temos dois processos no preparo industrial: via úmida ou com despolpamento
( mais indicado para produção de cafés finos) e via seca ou café de terreiro.
No processo por via seca, as fases de seu processamento poderão prescindir do emprego de água,
muito embora tecnicamente seja recomendada.
No processo por via úmida, é indispensável o uso de água.
O preparo de café no Brasil é feito predominantemente por via seca ou café em coco, ou seja, a
mistura de frutos colhidos por derriça é levada ao terreiro e secador para secagem, podendo antes
passar por um lavador.
A melhor qualidade do café seria obtida se fosse processado somente o café cereja (correspondente
ao ponto ideal de maturação dos frutos, no qual a casca, a polpa, e a semente encontram-se com
composição química completa).
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No preparo por via seca, atualmente o mais comum no Brasil, o fruto é seco na sua forma integral
(com casca). Este tipo de preparo é constituído das seguintes operações:
a) Lavagem do café
O lavador é uma das estruturas mais importantes na fase de preparo do café, uma vez que propor-
ciona a separação não só das impurezas como também dos frutos nos seus diferentes estádios de
maturação (verdes, cerejas e seco).
A lavagem proporciona uma pré-limpeza do produto ao separar as impurezas, e aumenta conse-
quentemente a vida útil dos secadores e das máquinas de beneficiamento por diminuir a abrasão,
excluindo pedras, terras, folhas e paus, que vêm da lavoura com os frutos colhidos.
A separação dos frutos é feita pela densidade, dependendo dos diferentes estádios de desenvolvi-
mento, ou dos diferentes teores de umidade (verde 60 a 70%, cereja 45 a 55%; passa 30 a 40% e
coco 20 a 30%).
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Assim, a fração constituída pelos frutos verdes e cereja afunda na água, saindo por uma bica do
lavador, sistema maravilha, recebendo simplesmente a denominação de “cereja”. A outra fração,
constituída por frutos passa e seco, que são mais leves e não afundam, recebe a denominação de
“bóia”, e sai por outra bica.
Por apresentarem tempo de secagem diferente, estas duas frações deverão ser sacadas separadamen-
te, para que se obtenha um produto final mais uniforme e de melhor qualidade.
A lavagem deve ocorrer no mesmo dia da colheita do café. É importante nunca deixá-lo amontoado
para ser lavado nos dias seguintes. Em lavadores tipo maravilha, gastam-se 3 litros de água por litro
de café; em lavadores mecânicos, com recuperação de água, gasta-se bem menos (0,3 litros de água
por litro de café).
O processo de secagem pode ser feito em terreiros ou com auxílio de secadores podendo se obter,
em ambos os casos, um produto final de qualidade semelhante, contanto que se observem alguns
cuidados. É aconselhável trabalhar com lotes homogêneos.
A secagem em terreiros pavimentados - são mais eficientes e apresentam menores riscos de com-
prometimento da qualidade, não havendo diferença entre os tipos de pavimento utilizados. Deve-se
evitar a construção deles em lugares úmidos, com baixadas e próximas a represas ou locais sombre-
ados e com construções adjacentes.
SECAGEM EM TERREIROS
A secagem corresponde à fase complementar a todos os processos de preparo do café, sendo que
método de secagem escolhido, com sua estrutura e manejo, tem efeito marcante nas determinações
do índice de qualidade, nível de classificação e valor comercial do produto.
TIPOS DE SECADOR
1. Terreiro de chão batido – não é recomendável pois este tipo de terreiro além de ter menor rendi-
mento de secagem, favorece a ocorrência de sujeiras e fermentações indesejáveis, originando um
produto de má qualidade.
2. Terreiro de piso revestido – Considera-se recomendável por proporcionar uma secagem mais
eficiente, mais uniforme e com menos riscos de contaminação de impurezas e fermentações, garan-
tindo um produto de melhor qualidade e com maior rendimento de secagem do que o terreiro de
chão batido.
3. Terreiro de tela suspensa – atualmente vem sendo muito recomendado, pois consiste de uma es-
trutura suspensa, que evita o contato do café com o solo, recebe maior aeração tanto por cima como
por baixo, impede o ataque de micoorganismos e garante um produto com secagem uniforme e de
melhor qualidade. Além desses benefícios este tipo de terreiro proporciona maior redução de mão-
de-obra, diminuição do tempo de secagem, é de construção simples, rápida e barata.
SECAGEM EM SECADORES
SECAGEM MISTA
A secagem mista é considerado um sistema de secagem muito comum, através da utilização combi-
nada do terreiro-secador, no sentido de proporcionar uma maior uniformidade de seca dos grãos e
maior redução do tempo e secagem. Neste sistema, geralmente o café quer seja ele café da roça ou
café despolpado, passa por uma primeira secagem chamada de pré-secagem, feita em terreiro de
preferência revestido, para em seguida ser completado o processo de secagem em secador mecâni-
co.
O beneficiamento é a operação que tem por finalidade separar os grãos de café da polpa seca.
As máquinas, nas quais são feitas essas operações, são denominadas máquinas de benefício.
2) O tempo mínimo para isto é de 4 dias para café proveniente de terreiro, e 6 dias para café prove-
niente de secadores mecânicos;
3) Os lotes, antes ou após o beneficiamento, não devem ser misturados; a umidade, para beneficia-
mento, é de 10 a 12%, estando a umidade ideal entre 11 e 11,5%;
4) Abaixo de 10%, haverá quebra de grãos, e acima de 12%, o produto não terá boa conservação
durante o armazenamento;
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5) A máquina de beneficiar o café deve ser regulada antes do uso, a fim de evitar a quebra de grãos,
a saída de grãos junto a palha ou a saída de palhas junto com os grãos.
d) Armazenamento do café
O armazenamento do café produzido pode ser feito tanto na propriedade, como em armazéns-
padrão.
Na propriedade, só se deve armazenar café coco, pois se houver ganho ou perda de umidade a-
pós a secagem, pode-se, com facilidade, secar o café novamente ou aumentar a sua umidade. No
café beneficiado, isso não é mais possível.
No armazenamento do café coco na propriedade devem-se tomar certos cuidados: não misturar
lotes diferentes; tomar cuidado com pragas; não deixar no armazém produtos que possam passar
gosto ou cheiro ao café; só se deve deixar café beneficiado na propriedade o tempo necessário
para a sua remessa a um armazém-padrão especializado.
Os armazéns-padrão (tulhas de madeira) são utilizados para o café já beneficiado, uma vez que
permitem uma boa conservação do produto a uma temperatura máxima de 210 C, umidade rela-
tiva do ar máxima de 70%, ventilação adequada, proteção contra a incidência de luz solar dire-
tamente sobre o produto, evitando-se seu branqueamento.
É o processo através do qual, após a lavagem, o café é despolpado. Este processo dá origem aos
cafés lavados ou despolpados, bastante comuns entre os produtores da América Central, México,
Colômbia, Quênia e África, e alcança boas cotações no mercado.
2) Degomagem - Após o despolpamento, o café vai para tanques com água onde sofre uma fermen-
tação lenta (com duração aproximada de 12 horas) visando eliminar a mucilagem (degomagem).
3) Lavagem - Após este período, os grão são lavados até que não se perceba qualquer sinal desta
mucilagem. O término da degomagem é reconhecido pelo ruído característico, quando os grãos,
colocados entre os dedos, são esfregados.
4) Secagem – Após a lavagem é feita a secagem. Como no caso do café preparado por via seca -
pode ser realizada em terreiro ou em secadores ou ainda através do sistema misto, no qual os grãos
são submetidos a uma pré-secagem em condições de terreiro, completando-se o processo em seca-
dores mecânicos. A secagem deve ser processada cuidadosamente, evitando temperaturas elevadas
por muito tempo e fazendo o descanso necessário do café a fim de lhe conferir uniformidade e cor
azulada, características dos bons despolpados.
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5) Armazenamento das sementes – As sementes são armazenadas em sacos da 60 kg, em geral nas
tulhas (armazéns de madeiras, notadamente no Sudeste do Brasil), conforme descrito anteriormente.
O aspecto é influenciado pela coloração dos grãos, que pode ser prejudicada pelo contato do café
com a terra ( grãos com cor de terra ) e por uma secagem drástica ou desuniformidade (grãos
manchados).
A bebida do café é influenciada pela presença de grãos verdes, verde-pretos, pretos ou ardidos, ou
ainda, pela ocorrência de fermentações nos grãos, durante a fase de colheita ou preparo.
A ocorrência de fermentações é o fator que mais prejudica a bebida do café, sendo facilitada não só
pela falta de cuidados no preparo, como também por condições climáticas adversas, tais como tem-
peraturas elevadas ou locais muito úmidos, como aqueles próximos a barragens, que permitem en-
contrar grãos lesionados, já fermentados quando ainda na planta.
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A incidência de microorganismos nas fases pré e pós-colheita tem sido um dos principais fatores
envolvidos na qualidade do café, principalmente na modalidade de colheita e preparo adotados no
Brasil. Isto é, colheita de uma mistura de frutos em diferentes estádios de amadurecimento e prepa-
ro “via seca”, ao contrário de outros países, como a Colômbia, em que o processo de colheita é sele-
tivo (colheita a dedo) e os frutos são despolpados (via úmida).
Não há dúvida de que o fator mais importante na determinação da qualidade é a bebida. Essa avali-
ação é feita pelos degustadores, em função, principalmente, dos sentidos do gosto, do olfato e do
tato.
Classificação Características
Estritamente mole Bebida de sabor suavíssimo e adocicado
Mole Bebida de sabor suave, acentuado e adocicado
Apenas mole Bebida de sabor suave, porém com leve adstringência
Dura Bebida com sabor adstringente, gosto áspero
Riada Bebida com leve sabor de iodofórmio ou ácido fênico
Rio Bebida com sabor forte e desagradável, lembrando
iodofórmio ou ácido fênico
Rio zona Bebida de sabor e odor intoleráveis ao paladar e ao
olfato
O Brasil, por produzir um terço de toda a produção cafeeira mundial e ser o maior país exportador e
o segundo maior consumidor desse produto, abono o estudo do mercado do café, em suas duas
dimensões: interno e externo.
No momento em que o País marcha para a conquista de mercados cada vez mais globalizados e
exigentes, a importância de gerar novos conhecimentos sobre esse assunto fica ainda mais evidente,
tornando imprescindível que se apontem alternativas para melhor inserção comercial da produção
brasileira de café.
Boa parte deste café é direcionado ao mercado exterior, onde quem consome nossos produtos são:
Alemanha, Espanha, Reino Unido, Noruega, Dinamarca e muitos outros; o restante da produção é
destinada ao mercado nacional. Possuímos café de variadas classificações.
No Brasil, o café, principalmente o café verde, é um dos produtos agrícolas de maior relevância no
comércio internacional.
Apesar dessa grande importância, as exportações do café verde brasileiro também são afetadas pela
barreira imposta pelos custos de transporte, uma vez que o País exporta o produto para diversas
localidades em todo o mundo. Suas exportações vão tanto para países vizinhos, como Argentina,
Paraguai e Uruguai, quanto para países distantes, como Japão e Austrália. Além disso, assim como
outras tantas commodities agrícolas, o café caracteriza se pela baixa relação entre valor das exporta-
ções do produto e seu volume correspondente. Em outras palavras, o transporte internacional de
certo valor de café corresponde a volume e peso maiores do que de muitos produtos industrializa-
dos, por exemplo. Tal fato influencia, de forma direta, o custo de transporte do produto.
No mercado externo, o maior consumidor de café continua sendo os Estados Unidos, onde a planta
não é cultivada. Os norte-americanos, assim como alemães e italianos, compram o café verde, co-
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mercializado como produto primário. Posteriormente, através de grandes empresas, transformam o
café em um artigo sofisticado, reexportando pelo mundo afora, até mesmo para o Brasil, ficando
com o verdadeiro lucro que o café pode gerar.
Uma novidade no mercado mundial de café aparece na Ásia, pois o Japão aos poucos vem substitu-
indo o chá e se tornando um grande consumidor de café, principalmente entre os jovens. A China,
também se apegando a hábitos ocidentais é um almejado mercado para os países reexportadores.
O Complexo do café é de grande importância para geração de renda e de divisas resultantes de ex-
portação. O Brasil mantém-se como maior produtor e exportador mundial, embora sua participação
no mercado internacional tenha decrescido.
O mercado mundial de café não depende mais significativamente do Brasil, como ocorria até o
passado recente. Com o ingresso dos novos produtores, diminuiu bastante o poder de influên-
cia de que o país dispunha. Mesmo considerando que nas últimas três safras o Brasil tenha
apresentado um grande aumento de participação no mercado internacional, numa perspectiva de
longo prazo a cafeicultura brasileira perdeu participação, permitindo o crescimento de seus concor-
rentes. No início do século, o país era responsável por cerca de 80% das exportações mundiais de
café. Na década de 50, essa fatia cada de 80, encontra-se na casa dos 25%. Mesmo assim o Brasil
ainda tem participação média de 25% nas exportações mundiais. O produto representa 2,4% de tudo
o que o país vende para o exterior.
Apenas no final dos anos 90, com a desvalorização do real em relação ao dólar, houve uma recupe-
ração parcial da importância do Brasil no comércio internacional do produto. Na década de 1990
houve uma mudança importante no cenário mundial dos países produtores do café. Esta mudança
reflete um aumento considerável da produção para exportação dos países asiáticos, com destaque
para o Vietnã. O decréscimo da produção brasileira foi resultado de uma política de erradicação de
pés e controle de estoques, empreendia pelo governo brasileiro, até a década de 90. A partir daí,
com a desregulamentação, a produção de café passou a ser definida por produtores ou por grupos de
produtores. A redução da produção de café em grãos afetou também o comportamento do segmento
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de produção de café solúvel, que teve perda de participação no mercado internacional.
Nos últimos anos percebemos que nos tradicionais mercados importadores de café do Brasil ocorreu
o crescimento da demanda por cafés especiais frente a demanda por café commodity, ou café verde.
Embora já houvesse sinais de mudança na demanda externa nesta direção, o Brasil pouco investiu,
enquanto país produtor, neste segmento de café de qualidade. A movimentação do Brasil e dos go-
vernos foi sempre no sentido de controle da produção e dos estoques nacionais e internacionais e
não na diferenciação das exportações. Por outro lado, os produtores brasileiros, acostumados ao
peso das exportações brasileiras no mercado de café commodity, também pouco investiram neste
segmento de cafés especiais, que apresentam preços diferenciados e mais elevados no mercado ex-
terno.
Apesar das grandes dificuldades enfrentadas no momento pelos agricultores brasileiros, o Brasil é
hoje muito competitivo, produzindo Arábica com um dos custos de produção mais baixos do mundo
e oferecendo um novo produto, de qualidade diferenciada e preço competitivo: o cereja descascado,
que vem conquistando novos mercados, principalmente dos países centro-americanos. Os custos
diretos de produção de Robusta não são muito superiores aos do Vietnã. O sistema de derriça ma-
nual, usado pela maioria dos cafeicultores brasileiros, principalmente na agricultura familiar, permi-
te colher, por pessoa, mais do que o sistema de colheita seletiva utilizada pela maioria dos países
produtores de Arábica e muitos produtores de Robusta.
Infelizmente, exportamos commodities e importamos marcas. É costume exportar o nosso café ver-
de e importar as pastilhas de café expresso a preços alucinantes, se comparados com aquilo que o
produtor brasileiro recebe.
A debilidade da cadeia do agronegócio favorece alguns poucos em detrimento de muitos e faz com
que haja fortes distorções, como o fato da Alemanha ser um dos maiores re-exportadores de café,
sem condições climáticas para plantar o produto, aproveitando-se dos preços extremamente depri-
midos na ponta produtora da cadeia, reexportando, então, o grão processado.
As economias de alguns países mais pobres do mundo são extremamente dependentes da cafeicultu-
ra, especialmente em alguns países africanos – como Uganda, Etiópia e Guatemala. No Brasil, ainda
que o café responda por menos de 5% das divisas geradas pela exportação, o produto sustenta de
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250 a 300 mil produtores, empregando no setor um contingente de três milhões de trabalhadores
diretamente dependentes da cafeicultura.
A utilização de coeficientes técnicos tem o intuito de auxiliar o técnico ou o cafeicultor no seu pla-
nejamento ou no gerenciamento de sua lavoura, orientando-o quanto à demanda dos fatores de pro-
dução.
As lavouras devem ser instaladas em regiões climáticas aptas à cultura, para minimizar os riscos
inerentes a exploração da cafeicultura.
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