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Resumo
O artigo pretende apresentar uma contex- de os capacitar para estes novos desafios
tualização relativa à dinâmica do proces- proporcionando-lhes condições para que
so de envelhecimento com uma reflexão possam usufruir de um melhor e mais ade-
acerca das suas diferentes valências. Tendo quado envelhecimento.
em consideração o aumento da esperan-
ça de vida, torna-se importante promo- Palavras-chave: Envelhecimento humano.
ver uma aprendizagem ao longo da vida Educação gerontológica. Gerontagogia.
‘para’ e ‘com’ os cidadãos mais idosos. Inclusão digital. Universidades da terceira
Neste âmbito, é realizada uma abordagem idade.
multidisciplinar onde se destaca a impor-
tância da gerontologia e da gerontagogia,
num contexto de formação que se preten- Preâmbulo introdutório
de ser mais ajustada às necessidades dos
cidadãos mais idosos. Neste particular, de Através da Resolução do Conselho
formação ao longo da vida, é dado um de Ministros do Conselho Europeu, que
particular realce às Universidades da Ter- se concretizou em 1995, com o lança-
ceira Idade a funcionar em Portugal, rela- mento do Livro Branco sobre Educação
tivamente ao seu contributo educativo e,
ao mesmo tempo, o seu contributo social.
e Formação: ensinar e aprender, rumo
Atendendo ao facto de cada vez mais a à sociedade cognitiva (COMISSÃO
presente sociedade do século XXI assentar EUROPEIA, 1995), foram postuladas
em serviços e plataformas digitais, o artigo bases para uma formação que pudesse
visa ainda promover uma reflexão crítica congregar toda a população.
relativamente aos designados ‘nativos digi-
Um ano mais tarde, em 1996, o «Re-
tais’ e aos ‘imigrantes digitais’, no que res-
peita às respetivas competências digitais latório Delors» (DELORS et al., 1996)
que lhes permitem exercer os seus direitos reforça o conceito de uma educação e
e os seus deveres como cidadãos. Neste aprendizagem ao longo da vida, ao con-
novo contexto digital, torna-se importante siderar que a missão da educação deve
incluir os cidadãos mais idosos no sentido promover quatro diferentes tipos de
*
PhD em Educação. Professor Adjunto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo
Branco. Membro do Centro de Administração e Políticas Públicas do Instituto Superior de Ciências Sociais
e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa e no Centro de Investigação do Instituto de Educação da
Universidade de Lisboa, Portugal. E-mail: hteixeiragil@ipcb.pt
http://dx.doi.org/10.5335/rbceh.v12i3.6005
Recebido em: 03/11/2015. Aceito em: 30/11/2015.
pessoas idosas se mantenham sempre dos cidadão mais idosos que pode incluir
intelectualmente ativas através de lei- três diferentes vertentes: atividades
turas, através da argumentação e da educativas para os cidadãos mais idosos;
resolução de problemas); b) Educação pode ainda incluir propostas de educação
personológico-axiológica (uma educação para todo o tipo de público; formação
com valores e para os valores dando-se dos profissionais de educação acerca do
enfase às questões relacionadas com a processo de envelhecimento. Lemieux e
felicidade, com a sabedoria e com o senti- Martinez referem ainda que:
do d vida); c) Educação social (encontrar […] the interest is placed on the study and
novas formas de viver e de conviver e of the educational practice not as a part of
de ocupar o seu tempo e de promover the aging processes, but firstly, as part of
uma reflexão relativa à adaptação para teaching and learning of people, distinct be-
a nova de fase de vida: aposentação); d) tween each other, in relation with a context
Educação para a saúde (promoverem-se and with a personal and social life that they
try to develop with the most quality and the
condições para uma saúde mais lata e
most happiness (2000, p. 482).
abrangente que não se restrinja apenas
à ausência de doenças e de enfermidades Talvez o expoente máximo ou a mais
mas que seja capaz de criar condições clara evidência da posta em prática da
para um bem-estar físico, mental e Gerontagogia se possa relacionar com as
social); e) Educação tanatalógica (nes- designadas Universidades para a Tercei-
te domínio é pretendido que o idosos ra Idade (UTI) que tiveram a sua origem
se deva ir confrontando com a própria na Universidade de Toulouse em 1973.
morte e também com a possibilidade de Os principais objetivos tiveram por base
se poder confrontar com alguma perda um conjunto de metas mais ou menos
mais significativa). ecléticas e que se passam a enunciar:
Quando se discute uma formação ou promover uma abertura da universidade
educação que inclua, de forma preferen- para cidadãos que na sua grande maioria
cial, os cidadãos mais idosos é comum se encontravam já aposentados e, como
falar-se de Gerontagogia, dado que tem tal, muito afastados das instituições de
por objeto a operacionalização de um ensino; promover, desta forma, condições
conjunto de métodos e de técnicas orien- para uma melhor inserção e participação
tadas para estes cidadãos. Na opinião cívica; contribuir para a diminuição do
de Lemieux e Martinez, a Gerontagogia isolamento e, consequentemente, para
deve ser considerada como um melhor equilíbrio psicossociológico;
criar contextos para novos desafios e
[…] a new hibrid science resulting from the
prolofic combination of educational geron- objetivos de vida; e, ao mesmo tempo,
tology – multidisciplinar specialization in constituir um meio propício para se in-
itself – and education of aging (2000, p. 482). vestigar acerca do processo de envelhe-
cimento. Pode-se referir-se que as UTI
A Gerontagogia, tal como refere
evoluíram de acordo com três gerações
Zolotow (2012), deverá criar condições
(PINTO, 2008 apud RODRIGUES, 2012,
para o incremento da melhoria de vida
feliz possível e não entendido como uma pragmático, com a criação de condições
etapa que antecede a morte. Este último para melhores níveis de bem-estar. Neste
considerando tem a ver com os próprios perspetiva, Carreras (2005) é de opinião
alunos onde, para além de poderem ad- que sejam identificadas as necessidades
quirir novos conhecimentos, devem apro- das pessoas mais idosas e, para o efeito,
veitar a possibilidade de estabelecerem propõe alguns dos princípios que devem
novos vínculos, em particular, uma outra ser considerados: em primeiro lugar,
dimensão relacionada com as relações tem que existir uma relação íntima
intergeracionais. Neste aspeto concorda- entre o processo educativo/formativo a
-se com Serra (2009), ao referir que este implementar e uma consequente me-
é um grande desafio e um compromisso lhoria nas condições de vida das pessoas
onde devem ser fortalecidos valores, tais idosas; em segundo lugar, é a promoção
como, o respeito, a amizade e a solida- de um envolvimento total das pessoas
riedade entre gerações. Desta forma, o idosas em todas as fases processuais;
processo de ensino e de aprendizagem em terceiro lugar, deve prevalecer um
deve ser um ‘espaço mediador’ que venha clima de respeito mútuo e de prudência
a permitir a troca de conhecimentos e de forma a não poder expor as pessoas
de experiências entre os mais jovens, os idosas a situações constrangedoras; por
adultos e os cidadãos mais idosos. último, em quarto lugar, deve-se passar
De acordo com Zolotow (2012), o à prática, não basta elencar uma série
gerontagogo deve, pois, ter a preocu- de prioridades e de fases se não existir
pação de ser um transformador que a sua posta em prática.
tem como principal objetivo fomentar A dimensão horizontal presente
e promover a autodeterminação dos numa formação de cidadãos mais idosos
alunos. Para o efeito, os cidadãos mais significa também educar para a parti-
idosos terão que possuir uma maior e cipação e com a participação de todos
real consciência da sua situação pessoal para que, em simultâneo, se inclua um
e individual para que se possa adaptar paradigma em que todos são produto-
e requerer os recursos de que necessita res e reprodutores de conhecimentos,
para que possa ampliar os seus níveis tendo por base índices elevados para a
culturais, sociais, cognitivos e as suas promoção de uma maior socialização. É
relações interpessoais. Desta forma, os neste sentido que Alencar (2002) refere a
cidadãos mais idosos poderão ter uma pedagogia de uma educação emancipató-
participação mais crítica e reflexiva e, ria onde o professor/formador privilegie
como consequência, mais interventiva o princípio da autonomia. Na opinião
e mais focalizada em relação às suas de Ferreira, Honório e Batista (2013),
necessidades e interesses. Por esta para além de a Gerontagogia ser um
razão, os programas de ensino devem campo que estuda as pessoas idosas em
privilegiar estas dimensões porque a situação educativa deve ser também uma
motivação é incrementada sempre que se prática, uma prática social que deve ser
aprende algo que tenha um significado orientada para a formação dos cidadãos
mais idosos. Como ainda é referido por e com descontinuidades constantes o que
Zolotow (2012), terão que ser criados faz com que a educação seja processual
contextos onde se aprende por simples e inacabada. Ou como é afirmado por
prazer de uma forma que os integre e os Patto, “baseado num pensamento que
inclua nas suas redes de contactos com problematiza o existente” (2000, p. 179).
um aprofundamento de relações de cará- Particularizando o contexto de Por-
ter humanístico. Quer isto dizer que uma tugal, Jacob (2012), ao questionar se as
formação que assente na Gerontagogia UTI constituem uma resposta social ou
permita uma melhor adaptação dos cida- formativa, não têm dúvidas em afirmar
dãos mais idosos na presente sociedade que a resposta é unanimemente de
para que possam exercer a sua cidadania caráter social, encarando as valências
e, consequentemente, a sua inclusão so- (disciplinas) de cariz educativo, cultural
cial de uma forma crítica e participativa. ou formativas como sendo o meio que
A aprendizagem terá como preocupação permitem alcançar um fim social. O
a complementaridade, a emancipação, o mesmo autor adianta ainda que as UTI
esclarecimento e uma instrumentaliza- possuem como grande objetivo retirar
ção crítica. Do mesmo modo, Lemieux as pessoas idosas das suas casas e do
e Martinez (2000), referem o modelo seu isolamento para poderem usufruir
piagetiano ao mencionarem a ‘re-equili- de atividades saudáveis, de convívio e,
bration’ como forma destes estudantes fundamentalmente, fomentar e estimu-
mais idosos se poderem adaptar às novas lar a sua participação social, ao acres-
realidades, o que significa que a focaliza- centarem também serem as UTI redes
ção não se deve centrar na aquisição de sociais alternativas. Esta opinião vai ao
novas aprendizagens mas antes numa encontro do afirmado por Clavijo (1999
atualização e contextualização dos seus apud CACHIONI; NERI, 2004), ao fazer
conhecimentos. A este propósito, Le- referência a três principais objetivos que
mieux e Martinez (2000) priorizam a ‘sa- devem fazer parte de qualquer programa
piência’ e a ‘competência’ em detrimento formativo:
da ‘ciência’ porque o que se pretende é a) relação professor/aluno: o professor
que os cidadãos mais idosos façam uma tem a função de orientador e de fa-
melhor gestão dos seus conhecimentos cilitador, sendo o processo centrado
em termos pessoais e sociais, onde deve em torno do educando;
ter lugar uma ‘aprendizagem reflexiva’ b) paradigma didático: o espaço da
e não uma ‘aprendizagem cumulativa’. sala de aula deverá ser encarado
Atendendo à opinião de Moraes (2000) mais como um espaço de encontro,
o novo paradigma educacional tem que onde prevaleçam as relações inter-
ser holístico pela razão de que o mundo pessoais com as respetivas trocas
em que vivemos não ser linear nem de experiências que levem à cons-
sequencial. Pelo contrário, o mundo em trução de novos conhecimentos;
que vivemos é volátil, transforma-se c) aprendizagem significativa: a ne-
quase a cada minuto, com continuidades cessidade dos novos conhecimen-
tos gerados e adquiridos possam existe uma idade limite que impossibilite
ter uma concretização imediata e a participação em espaços educativos/for-
prática com reflexos na melhoria mativos mas, pelo facto desta formação
da qualidade de vida das pessoas não ter como prioridade a obtenção de
idosas. um diploma ou certificado para efeitos
Neste contexto, acrescenta-se ainda laborais há, no entanto, a preferência
a proposta apresentada por Barros-Oli- para se abordarem ‘temas humanos y
veira (2006) ao se referir a uma educação existenciales’ em vez de temáticas orien-
interativa ou participativa onde se inclua tadas para um conhecimento técnico ou
uma colaboração intergeracional que para o exercício de uma dada profissão.
não se restrinja apenas aos educadores/ Quer isto dizer que se rompe uma certa
formadores (geralmente mais jovens) lógica ‘educativa ou universitária’ num
mas que possa envolver os mais novos. sentido unívoco da teoria para a prática,
Por um lado, que se consiga levar as mas antes num processo dialético onde
pessoas idosas a aprender a envelhecer a prática poderá ‘pressionar’ a teoria.
e os mais novos a aprenderem a conhe- Neste contexto, a sequencialidade dos
cer e a apreciar as pessoas idosas para conteúdos e das atividades deixam de ter
que se possa levar a uma maior e mais sentido, optando-se por uma abordagem
extensa solidariedade intergeracional. educativa, defendida por Paulo Freire,
Uma outra proposta, apresentada por onde a aposta se deve focalizar na par-
Carreras (2005, p. 30) sugere três tipos ticipação e no diálogo. Esta opção leva a
de modelos, paradigmas ou orientações encarar o processo educativo/formativo
educativas: “a conductista, tecnológica como sendo um processo colaborativo:
o tecnoacadémica y reproductiva; la […] en donde la acción educativa se lleva a
hermenêutica, interpretativa o comuni- cabo com (y no sobre) la implicación y com-
cativa; y la crítica, sociocrítica o política”. promisso de todos los que se involucran en
No primeiro caso, há toda uma prescri- él, especialmente de las personas mayores
ção de conhecimentos e de atividades cuyas voces personales, testimonios, expe-
conduzidas pelos educadores/formadores riencias, relatos adquieren una dimensión
inigualable en estos processos (CARRERAS,
que será seguida pelas pessoas idosas.
2005, p. 47).
No segundo caso, já se pretende uma
colaboração entre o educador/formador Desta forma, podem e devem criar-se
e as pessoas idosas. No terceiro caso, espaços que possam e venham a promo-
as pessoas idosas ganham um maior ver processos de autoaprendizagem onde
protagonismo e preponderância, uma se deverão concretizar competências de
vez que o processo de educação/formação análise crítica, de mobilização pessoal
está centrado nas pessoas idosas, onde do conhecimento, da posta em prática de
se pretendem satisfazer as suas neces- estratégicas que permitam a valorização
sidades num contexto onde as mesmas e a decisão. Esta dinâmica irá permitir
desenvolvem as suas atividades. Como a autoapropriação e o controlo das suas
é defendido por Carreras (2005), não realidades e consequentes intervenções.
em Almeirim, no distrito de Santarém. Tabela 1 – Número de UTI por NUTS II, com
Os seus principais objetivos, de acordo indicação por distrito
com o disposto no Diário da República NUTS II Distritos (Nº de UTI)
– III Série, N.º 11, p. 1120-1127, são os Norte Braga 13
seguintes: Bragança 2
a) Promoção do envelhecimento ativo Porto 21
Viana do Castelo 5
em todas as suas vertentes; Vila Real 4
b) Fomentar a educação e o ensino, Total: 45
a formação e a aprendizagem ao Centro Aveiro 17
longo da vida; Castelo Branco 5
Coimbra 9
c) Incentivar a investigação acadé- Guarda 6
mica e científica na área do enve- Leria 12
lhecimento e da cidadania; Viseu 9
d) Fomentar a cooperação para o Total: 58
Lisboa Lisboa 32
desenvolvimento para a defesa Setúbal 14
dos direitos humanos, para a ci- Total: 46
dadania e para a igualdade e na Alentejo Beja 6
solidariedade; Évora 6
Portalegre 6
e) Atuar na prevenção e na promoção Santarém 20
da saúde; Total: 38
f) Promover atividades solidárias e Algarve Faro 8
de desenvolvimento comunitário. Total: 8
De acordo com dados recolhidos no Região Pico 1
Autónoma São Miguel 1
site da RUTIS, pode-se verificar que pos- dos Açores (Ponta Delgada) 1
suem 202 instituições associadas, repar- Terceira
tidas por todo o país. A sua distribuição (Angra do Heroísmo)
por NUTS II, com a indicação de UTI Total: 3
Região Câmara de Lobos 1
por cada distrito, é a seguinte (Tabela 1): Autónoma Funchal 2
da Madeira Machico 1
Total: 4
Fonte: RUTIS (Disponível em: <www.rutis.org>).
rem os diferentes media numa dimensão das tecnologias digitais não só promove a
que é multimédia; e a “generation V” por sua inclusão como também vêm oferecer
interagirem num meio virtual. e a promover relações intergeracionais.
Coexistindo com os nativos digitais Neste contexto, Dias (2012) refere ainda
encontram-se os restantes cidadãos que o conceito de envelhecimento produtivo
nasceram numa época onde as tecnolo- dado que as práticas decorrentes no
gias eram praticamente inexistentes, seio das redes digitais promovem para
mas que hoje as utilizam tendo-se adap- os cidadãos mais idosos a realização de
tado a um novo ambiente e contexto atividades significativas que vêm a ter
muito diferente daquele que esteve na um impacto positivo não apenas nas
base da sua educação e desenvolvimento, suas próprias vidas mas também junto
que são apelidados por «imigrantes digi- dos demais criando condições para uma
tais». Como adverte Silveira (2014), ao inclusão simultaneamente social e digi-
referir estudos e reflexões mais recentes tal. Presentemente, tal como é afirmado
de Prensky, não se podem antagonizar por Castells e Cardoso (2005), vem-se
os «nativos digitais» com os «imigrantes instalando uma sociedade ‘hipersocial’,
digitais», dado que houve uma primeira onde se privilegiam as trocas e as rela-
tendência em se assumir que os primei- ções de forma quase ininterrupta ao se
ros incorporavam naturalmente todos os integrarem as tecnologias em todos os
aspetos positivos inerentes ás tecnolo- atos diários, onde a realidade virtual
gias. Pelo contrário, Silveira (2014) vem e a virtualidade real cada vez mais se
reforçar a tese de que tem que haver uma confundem e onde também cada um é
aprendizagem e uma ‘sabedoria’ capaz de consumidor e produtor de conhecimento.
promover e possibilitar uma adequada Para o efeito, as pessoas idosas terão que
integração e não uma mera exposição a ter uma maior e mais sistemática expo-
um ambiente tecnológico: sição às tecnologias para que possam
Digital wisdom can be, and must be, learned rentabilizar ao máximo estes recursos
and taught. As we offer more courses in di- digitais, como é defendido por Alex,
gital literacy, we should also offer students Autry e Zane:
guidance in developping digital wisdom.
Individuals in a culture that is exposed to
Parents and educators are digital wise
and uses technology routinely will most
when they recognize this imperative and
likely program theis brains to process tech-
prepare the children in their care for the
nology inputs differently than a person who
future (PRENSKY, 2009 apud SILVEIRA,
was not raised in a technology environment
2014, p. 14).
and has had limited experiences using digi-
Como se pode verificar tem-se, por tal instruments (2011, p. 464).
um lado, os mais jovens (nativos digitais) E, para finalizar, após tudo o que
e, por outro, num outro extremo etário, já foi referido, é preciso reforçar o que
as pessoas mais idosas, onde apenas uma Alencar (2002) afirma ao reforçar o facto
pequena minoria poderá ser apelidada de que as instituições de ensino devem
de ‘imigrante digital’. O envolvimento reconhecer que dadas as aceleradas
dos cidadãos mais idosos na utilização
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more and more based on digital services
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and digital platforms, the article aims to
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promote a critical reflection regarding the
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designated ‘digital natives’ and ‘digital im-
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