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voltemosaoevangelho.com/blog/2019/06/como-o-amor-agape-transcende-tudo/
*O trecho abaixo foi extraído com permissão do livro Renovadas, de Jen Wilkin, Editora Fiel.
Embora nossa noção trivial de amor seja a de que é uma emoção a ser vivenciada, ágape é
um ato de vontade, “uma atitude inteligente, proposital, de estima e devoção; uma atitude
altruísta, proposital, que deseja fazer bem à pessoa amada”.5 Em outras palavras, ágape
não apenas sente; ele age. E a Bíblia descreve 259 vezes um amor que age.
Ágape é a palavra que o apóstolo Paulo usa para descrever por que Deus enviou seu Filho:
“Mas Deus prova o seu próprio amor [ágape] para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por
nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
Ágape é a palavra que Jesus usa para instruir seus discípulos sobre aqueles que os odeiam:
“Amai [Ágape], porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga;
será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os
ingratos e maus” (Lc 6.35).
Não somos deixadas a indagar qual é o escopo ou a natureza de ágape. É ágape que 1
Coríntios 13.4-8 (a passagem conhecida que lemos nos casamentos) descreve:
“O amor [ágape] é paciente, é benigno; o amor [ágape] não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se
exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor [ágape] jamais acaba.”
O que torna bela essa passagem para um casamento é que ela desafia o casal a
transcender o simples eros, ou mesmo filos, e expressar um pelo outro o tipo exato de
amor que Deus expressa em relação a eles — ágape incondicional, altruísta, ativo, sacrificial,
incansável, infindável. Mais Jack e Lucille, menos Jack e Rose.
Claramente, esse é um amor sobrenatural, e não algo que qualquer ser humano possa
praticar sem o poder do Espírito Santo. Como tem sua origem em Deus e é capacitado por
Deus, ágape não é cerceado pelos limites mundanos que são enfrentados por outras
formas de amor. O amor terreno — seja eros, seja filos, seja storge — sempre será limitado
em sua capacidade por pelo menos três razões.
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Primeiro, o amor terreno se baseia em necessidade. Os amantes necessitam de
intimidade; os amigos precisam de companheirismo; os membros de uma família precisam
de apoio. Mas ágape é oferecido livre de qualquer carência , estendido por uma pessoa
cuja maior necessidade foi satisfeita em Cristo e tem origem em um Deus que não precisa
de nada. Com o amor terreno, quanto maior for a necessidade, mais cautelosos teremos de
ser em doar, pois o risco de rejeição é muito elevado. Mas, como ágape não está preso a
necessidades, pode ser doado livre e abundantemente, sem receio de que possa ser
gasto com mais sabedoria em outro lugar.
Por último, o amor terreno considera o valor de seu objeto. Escolhemos quem amar com
base em alguma medida de merecimento. Direcionamos nosso amor à beleza, ao poder, à
riqueza, à inteligência ou à força física. Mas ágape se firma sobre aqueles que o mundo
considera indignos. Tem olhos para os pobres, aleijados, deficientes ou cegos. Ágape olha
para além daquilo que, em geral, é valorizado como “amável” e resolve amar o que não é
amado, inclusive pagando um alto preço pessoal. É expresso com maior pureza quando o
damos àqueles de quem nada obteremos em troca. Quando demonstramos amor por
quem nada pode fazer por nós, refletimos o amor de Deus que nos é demonstrado em
Cristo.
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze
que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos
os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se
não tiver amor, nada serei. E, ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda
que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me
aproveitará” (1Co 13.1-3).
Se eu procuro ser santa sem ter ágape, não acrescento nada, não sou nada e não
ganho nada.
Assim como acontece com os Dez Mandamentos, o Grande Mandamento tem início com
o relacionamento vertical, movendo-se, em seguida, para os relacionamentos
horizontais. E, a menos que amemos a Deus com todo o nosso coração, nossa alma, nossa
mente e nossas forças, amaremos a nós mesmas e ao nosso próximo de forma inadequada.
O amor certo em relação a Deus é o que nos capacita a amar , de forma correta, a nós
mesmas e aos outros.
Quando devotamos coração, alma, mente e força para amar a Deus, percebemo-nos de
uma forma correta — sem espaço para orgulho ou autoexaltação —, uma forma que nos
prepara para amar com toda a liberdade nosso próximo. E, quando nos percebemos
corretamente, como destinatários indignos do ágape de Deus, dispomo-nos a amar nosso
próximo a despeito dele mesmo, porque Deus nos amou primeiro a despeito de nós
mesmas. Não esperamos para sentir amor; pelo contrário, nós mesmas agiremos com
amor, quer o sintamos, quer não. Ágape transcende nossos sentimentos.
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Quando encontramos dificuldade em amar o próximo, frequentemente tentamos corrigir o
problema nos esforçando mais nessa tarefa. Contudo, eventual deficiência em nosso amor
ao próximo sempre aponta para uma deficiência de nosso amor a Deus. Primeiro, temos de
amar a Deus da maneira certa. E, quando restauramos esse relacionamento vertical, damos
o primeiro passo para corrigir o relacionamento horizontal.
Quando hesito em demonstrar amor ágape por meu marido, por ele ter ferido meus
sentimentos ou me haver desapontado, revelo que acredito que o ágape tem de ser
merecido. Ao lembrar o amor incondicional e sacrificial de Deus por mim, sou movida a
amar mais a Deus, e sou estimulada a estender livremente meu amor ao meu esposo, pois
recebi livremente o amor de Deus. Amo porque Deus me amou primeiro. O
relacionamento vertical correto com Deus corrige meu relacionamento horizontal com meu
próximo.
E como é esse relacionamento vertical correto? É a entrega plena de coração, alma, mente e
força — a totalidade de nosso ser — no amor ativo de Deus. O que nós desejamos,
procuramos fazer como se fosse para o Senhor. Qualquer coisa que queiramos fazer, nós
nos propomos a fazer como se fosse para o Senhor. Qualquer que seja nosso
pensamento, nós o arrazoamos como se estivéssemos diante do Senhor. O que quer que
façamos, devemos fazer como se fosse para o Senhor.
Renovadas
Com boa teologia e uma pitada de humor, Jen Wilkin nos mostra que a principal pergunta
que devemos fazer a nós mesmas não é ‘Qual é a vontade de Deus para minha vida?’, mas,
sim, ‘Quem eu devo ser?’. E a Bíblia tem a resposta: seja como a própria imagem de
Deus. Ao explorar dez atributos comunicáveis de Deus – santo, amoroso, bom, justo,
misericordioso, gracioso, fiel, paciente, verdadeiro e sábio –, Wilkin nos ajuda a entender
quem Deus quer que sejamos. Por meio de Cristo, o reflexo perfeito da imagem de Deus,
descobrimos como esses atributos afetam a maneira como vivemos, levando-nos à
liberdade e ao propósito que ele tem para as nossas vidas quando seguimos sua vontade e
nos conformamos à sua imagem.
Confira
Por: Jen Wilkin. © Editora Fiel. Website: editorafiel.com.br. Trecho extraído com permissão
do livro: Renovadas.
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