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Nome:Nicolas Ferreira dos Santos

N:24
Haka e tribos Maori
Haka é o nome genérico pelo qual é conhecida toda a dança dos maoris,
uma etnia procedente da Polinésia. Os All Blacks (e muitas outras equipes
neozelandesas) a utilizam em suas partidas para mostrar sua força e
unidade. A seleção é considerada um exemplo de integração racial e
cultural, que contribui à unidade de neozelandeses de diferentes origens,
simbolizado na haka.

Das tribos maoris aos Originals All Blacks

O Ka Mate, o haka que os All Blacks praticam há mais de um século, foi


criada em 1820 pelo chefe maori Te Rauparaha. Como explica o site dos
All Blacks dedicado à história dessa dança, a canção comemora a vida
sobre a morte, escrita após Te Rauparaha conseguir escapar de uma tribo
rival. Apesar da dança não ter um caráter intimidatório, seu nome, Ka
Mate, significa “é a morte”.

A primeira vez que foi realizada antes de uma partida de rúgbi foi no
século XIX, e longe da Nova Zelândia. Foi feita por uma equipe formada
por jogadores de origem maori em excursão pelo Reino Unido, em 1888.
Essa equipe, germe dos All Blacks, foi pioneira tanto em utilizar a haka
antes da partida como em utilizar o clássico uniforme negro. Os que a
popularizaram na Europa, entretanto, foram os Original All Blacks, a
equipe que fez história no rúgbi com sua excursão de 1905.

A equipe, formada por sapateiros, ferreiros, operários, agricultores e


mineiros, tal como mostra essa reportagem do EL PAÍS, quase não era
conhecida antes daquela excursão. Eles se transformaram em um
fenômeno após ganharem todas as partidas com exceção de uma. “A
Nova Zelândia sempre teve uma certa insegurança sobre seu lugar no
mundo”, conta o historiador neozelandês Jock Philips ao The Guardian.
“Essa turnê deu aos neozelandeses a sensação de que tinham um papel no
Império”.
      

Os All Blacks e seu próprio haka

Desde os Originals, o haka se transformou na marca registrada da equipe


sempre que realizava uma excursão por outros países. Mas não era
praticada nas partidas jogadas na Nova Zelândia e não se parecia muito
com a dança que pode ser vista hoje no começo de uma partida dos All
Blacks: apesar de ser ensaiada pelos jogadores, não era a dança precisa e
enérgica vista atualmente.

Foram dois jogadores, em 1987, que se propuseram a aperfeiçoá-la e


institucionalizá-la: “Wayne Shelford e Hika Reid [ambos de origem maori]
foram fundamentais para introduzir o Ka Mate em todas as partidas,
assegurando-se de que fosse realizada com a precisão e a intensidade que
não existia até então”, conta a instituição.

O Ka Mate foi, até o ano 2005, o haka feita pelos All Blacks. Nesse ano,
acrescentaram uma nova dança ao repertório: o Kapa O Pango. Foi escrita
para a equipe por um especialista em cultura maori, e seu título pode ser
traduzido como “a equipe de negro”. Desde então, costumam realizar
ambas antes das partidas.

 Do campo de rúgbi à rede

Graças à difusão feita pelos All Blacks, o haka se transformou em um


fenômeno global, protagonista de muitos vídeos virais. Algumas não têm
nada a ver com o rúgbi, como a gravada em um casamento em 2016 que
superou 32 milhões de reproduções no Facebook em 48 horas.

Também existem com os próprios All Blacks como protagonistas, como a


realizada em 2015 no funeral de um de seus jogadores mais famosos,
Jonah Lomu, e que está no começo desse artigo.

Outra que foi popularizada nos últimos anos foi a interpretada por um
colégio neozelandês, o flashmob dos torcedores dos All Blacks durante a
Copa do Mundo de Auckland, a versão do futebol do A.C. Milan… Hoje em
dia, já existem mais buscas no Google sobre essa dança do que sobre a
macarena.

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