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CELTAS

Celtas é a designação dada a um conjunto de povos, organizados em múltiplas tribos,


pertencentes a família linguística indo-européia que se espalhou pela maior parte do
oeste da Europa a partir do segundo milenio antes de Cristo. A primeira referência
literária aos celtas (Κελτοί) foi feita pelo historiador grego Hecateu de Mileto no século
VI a.C.

Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias celtas até a eventual
conquista daqueles territórios pelo Império Romano. Organizavam-se em tribos, que
ocupavam o território desde a península Ibérica até a Anatólia. A maioria dos povos
celtas foi conquistada, e mais tarde integrada, pelos romanos, embora o modo de vida
Celta tenha sobrevivido em grande parte do território por eles ocupado.

Existiam diversos grupos celtas compostos de várias tribos, entre eles os bretões, os
gauleses, os escotos, os eburões, os batavos, os belgas, os gálatas, os trinovantes e os
caledônios. Muitos destes grupos deram origem ao nome das províncias romanas na
Europa, as quais que mais tarde batizaram alguns dos estados-nações medievais e
modernos da Europa.

Os celtas são considerados os introdutores da metalurgia do ferro na Europa, dando


origem naquele continente a Idade do Ferro. Do ponto de vista da independência
política, grupos celtas perpetuaram-se pelo menos até ao século XVII na Irlanda, país
onde por seu isolamento, melhor se preservaram as tradições de origem celta.

Outras regiões europeias que também se identificam com a cultura celta são o País de
Gales, a Cornualha, a Gália, o norte de Portugal e a Galiza. Nestas regiões os traços
linguísticos celtas sobrevivem nos topônimos, nalgumas formas linguísticas, no folclore
e nas tradições.

A influência cultural celta, que jamais desapareceu, tem mesmo experimentado um


ciclo de expansão em sua antiga zona de influência, com o aparecimento de música de
inspiração celta e no reviver de muitos usos e costumes conhecidas hoje como
Celtismo.

DEUSAS CELTAS

Abnoba: Deusa da Floresta negra (Forêt-Noire, Schwarzwald).

Aine: Aine é uma deusa primária da Irlanda, soberana da terra e do sol, associada ao
Sostício de Verão, que sobreviveu na forma de uma Fada Rainha. Seu nome significa:
prazer, alegria, esplendor. Ela é irmã gêmea de Grian, a Rainha dos Elfos e era também
considerada um dos aspectos da Deusa Mãe dos celtas Ana, Anu, Danu ou Don. Juntas
Grian e Aine, alternavam-se como Deusas do Sol Crescente e Minguante da Roda do
Ano, trocando de lugar a cada solstício.

Os pagãos acreditam que na entrada do Solstício de Verão, todos os Povos pequenos


vêm a Terra em grande quantidade, pois é um período de equilíbrio entre Luz e Trevas.
Se estiver em paz com eles, acredita-se que, ao ficar de pé no centro de um anel-das-
fadas é possível vê-los. É um período excelente para fazer amizade com as fadas e
outros seres do gênero.

Rainha dos reinos encantados e mulher do Lado, ela é a Deusa do amor, da fertilidade
e do desejo. É filha de Dannann, e esposa e algumas vezes filha de Manannan Mac Liir,
e mãe de Earl Gerald. Como feiticeira poderosa, seus símbolos mágicos são "A égua
vermelha", plantações férteis, o gado e o ganso selvagem.

Existem duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa, onde ainda hoje
ocorrem ritos em honra a fada Aine. Uma, a três milhas a sudoeste, é chamada
Knockaine, em homenagem a esta deusa. Nessa colina possui uma pedra que dá
inspiração poética a seus devotos meritórios e a loucura à aqueles que são por Ela
rejeitados.

Esta é uma Deusa-Fada que segundo a tradição celta ajudava os viajantes perdidos nos
bosques irlandeses. Diziam que para chamá-la bastava bater três vezes no tronco de
uma árvore com flores brancas. Sempre que se sentir "perdido", faça o mesmo, chame
por Aine batendo três vezes no tronco de uma árvore de flores brancas. Ela não vai
tardar em ajudar.

Andrasta: Deusa guerreira. Aparece com a rainha Budica. Tinha um esposo de que foi
identificado com Marte (deus da guerra) romano.

Arduina: Deusa de Ardennes. Foi identificada pelos romanos como Diana, a Ártemis
grega.

Arianrhod: Ela é a guardiã da "roda de prata" que circunda as estrelas, considerada


símbolo do tempo e do carma. É igualmente deusa da reencarnação, da Lua Cheia dos
namorados e a Grande mãe Frutuosa.

Arianrhod aparece no Mabinogion, uma coleção de relatos escritos entre o século XI e


XIII d.C., como filha do deus Don e mãe dos gêmeos Lleu Llow Gyffes e Dylan.

Esta deusa é a figura primal de poder e autoridade feminina, considerada a Deusa dos
Ancestrais Celtas. Vive em um reino estelar, Caer Arianrhod, na constelação Corona
Borealis, com suas sacerdotisas e de lá decide o destino dos mortos, carregando-os
para a Lua ou para a sua constelação.

É também uma deusa da fertilidade e de tudo que é eterno. O espírito de Arianrhod é


símbolo de profecia e sonhos. Ela controla a dimensão do tempo. O viajante que a
seguir deve estar com o coração e a mente aberta para seus ensinamentos. Convide-a
para ajudar-lhe com dificuldades passadas e para contatar o povo das estrelas.

Na Tradição Avalônica ela corresponde ao elemento Fogo e seu chakra correspondente


é o cardíaco. Já na tradição celta esta deusa apresenta três aspectos: donzela, mãe e
crone, representando os três estágios da vida de uma mulher.

A Arianrhod é atribuído os poderes da coruja, que através de seus olhos vê o


subconsciente da alma humana. A coruja é um pássaro nocturno que simboliza a
morte, renovação, sabedoria, a magia da lua e as iniciações.

Armid: Airmid é a Deusa da Cura dos celtas. É filha de Daincecht, avô de Lugh, e
possuía quatro irmãos: Miach, Cian, Cethe e Cu.

Lugh foi o guerreiro que tinha uma lança mágica que disparava fogo e rugia e libertou
o rei Nuada e os Tuatha Dé Danann das mãos dos Formori, os demônios da noite que
tinham um só olho. Nuada perdeu sua mão direita durante um combate e, para que
pudesse continuar a ser rei, ele precisava estar inteiro, então, o médico Dianchecht
construiu uma maravilhosa prótese de prata, o que rendeu a Nuada o apelido de "Mão
de Prata".

A estória da Deusa Airmid inicia-se quando faz uma visita ao castelo do rei Nuada.

Conta-se que os portões do castelo do rei Nuada era guardado por um homem que
não tinha um dos olhos e trazia escondido em sua capa um gato. Quando Airmid e seu
irmão Miach, em visita ao castelo, apresentaram-se como curandeiros, o tal homem
pediu-lhes para reconstituir o olho perdido. Os deusemédicos concordaram e
transplantaram o olho do gato para o espaço do olho vazio do porteiro. Entretanto,
não tinham como mudar as características do olho do animal. Sendo assim, a noite ele
ficava aberto em busca de caça e durante o dia fechava-se exausto. Mas o porteiro
ficou muito feliz por ter novamente os dois olhos.

Banba, Eriu e Fodla:Trio de deusas filhas de Fiachna que personificam o Espírito da


Irlanda.

Blodeuwedd: Seu nome foi traduzido como "flor branca", sendo representada, muitas
vezes, com um lírio branco nas cerimônias de iniciação celtas de Gales. Criada por
Math e Gwydion, o Druida, para ser esposa de Lleu, foi transformada em coruja por
causa do seu adultério e da conspiração para a morte do marido. Aspecto virginal da
Deusa Tríplice dos galeses, Blodeuwed tinha por símbolo uma coruja. Seu domínio é o
das flores, sabedoria, mistérios lunares e iniciações.

Boann: Deusa da água e da fertilidade, seu animal sagrado é a vaca branca.

Branwen: Irmã de Bran e esposa do rei irlandês Matholwch. Vênus dos Mares do
Norte, filha de Llyr, uma das três matriarcas da Grã-Bretanha. Branwen é chamada
Dama do Lago, sendo a deusa do amor e da beleza no panteão galês.

Brigit: Irmã do deus Oengus, o Cupido irlandês, divindade do amor. Brigit é uma deusa
tríplice, a menos que haja três irmãs com o mesmo nome. É venerada pelos poetas,
ferreiros e pelos médicos. Enquanto deusa das estações do ano, seu culto se celebrava
no
primeiro dia de fevereiro, dia do Imbolc, a grande festa de purificação.

Cerridwen / Ceridwen / Caridwen: Deusa da Lua do panteão galês, sendo chamada de


Grande Mãe e A Senhora. Deusa da natureza, Cerridwen era esposa do gigante Tegid e
mãe de uma linda donzela, Creirwy, e de um feio rapaz, Avagdu. Os bardos galeses
chamavam a si mesmos de Cerddorion, filhos de Cerridwen. Há uma lenda que diz que
o grande bardo Taliesin, druida da corte do rei Arthur, nascera de Cerridwen e se
tornara grande mago após tomar algumas gotas de uma poderosa poção de inspiração
que Cerridwen preparava no seu caldeirão. Cerridwen é ainda a deusa da Morte, da
fertilidade, da regeneração, da inspiração, magia, astrologia, ervas, poesia,
encantamentos e conhecimento.

Cliodna: Deusa da beleza e do Outro mundo, mais tarde se tornou uma Rainha-fada.

Cuchulainn: As aventuras de Cuchulainn (diz-se Cu-hu-lim) constituem a epopéia


principal do ciclo heróico de Ulster. Ao nascer, chamava-se Setanta; era filho de
Dechtiré, irmã do rei Conchobar, casada com Sualtan, o profeta. Seu pais verdadeiro,
porém, era o deus Lug, mito solar dos Tuatha Dê Danann. Foi criado entre os demais
filhos dos vassalos e guerreiros do rei. Com sete anos matou o terrível cão de guarda
de Culann, chefe dos ferreiros de Ulster; vem daí o nome Cuchulainn, "Cão de Culann".
O menino possuia uma força incrível e, quando dominado pela ira, lançava calor
intenso e suas feições transformavam-se, pavorosamente. Algum tempo depois de
matar o cão, massacrou três guerreiros mágicos gigantes, que tinham desafiado os
nobres do Ramo Vermelho (uma milícia ou ordem primitiva de cavaleria de Usler,
provavelmente). Depois, mandam-no para Scâthach, a Rainha das Trevas, epônima da
ilha Skye, onde conclui sua educação. A feiticeira ensina a ele a arte da magia. Antes de
voltar para casa, decide matar uma inimiga de sua professora, a amazona Aiffé, uma
mortal. Não só a derrota mas deixa-a grávida. Volta, assim, para Ulster, munido de
armas prodigiosas. Pouco tempo passado, se apaixona por Emer (diz-se Avair), filha de
Forgall Manach, mágico poderoso. Este não permite o relacionamento; Cuchulainn,
então, rapta-a, depois de ter matado toda a guarnição e o pai da moça. Neste período
é que as grandes batalhas e aventuras tomam lugar.

Dama Branca: Conhecida em todos os países celtas, era identificada como Macha,
Rainha dos Mortos, a forma idosa da Deusa. Simbolizava a morte e a destruição.
Algumas lendas chamam-na de Banshee, aquela que traz a morte.

Dana: Segundo uma lenda, Dana nasceu em uma Clã de Dançarinos que viviam ao
longo do rio Alu. Seu nome foi escolhido por sua avó, Kaila, Sacerdotisa do Clã. Foi ela
que sonhou com uma barca carregando seu povo por mares e rios até chegarem em
uma ilha, onde deveria construir um Templo, para que a paz e a abundância fossem
asseguradas. Ao despertar, Danu relatou seu sonho ao conselho e a grande viagem
começou então a ser planejada.

Também conhecida como Danu, é a maior Deusa Mãe da mitologia celta. Seu nome
"Dan", significa conhecimento, tendo sido preservada na mitologia galesa como a
deusa Don, enquanto que outras fontes equipararam-na à deusa Anu. Na Ibéria, a
divindade suprema do panteão celta é considerada a senhora da luz e do fogo. Era ela
que garantia a segurança maetrial, a proteção e a justiça. Dana ou Danu também é
conhecida por outros nomes: Almha, Becuma, Birog, ou Buan-ann, de acordo com o
lugar de seu culto.

O "Anuário da Grande Mãe" de Mirella Faur, nos apresenta o dia 31 de março como o
dia de celebrar esta deusa da prosperidade e abundância. Conta ainda, que os celtas
neste dia, acreditavam que dava muito azar emprestar ou pegar dinheiro emprestado,
por prejudicar os influxos da prosperidade. Uma antiga, mas eficaz simpatia, mandava
congelar uma moeda, fazendo um encantamento para proteger os ganhos e evitar os
gastos.

Os descendentes da Dana e seu consorte Bilé (Beli) eram conhecidos como os "Tuatha
Dé Dannan" (povo da Deusa Dana), uma variação nórdica de Diana, que era adorada
em bosques de carvalhos sagrados.O nome "Dana"é derivado da Palavra Céltica
Dannuia ou Dannia. É significativo que o rio Danúbio leve seu nome, pois foi no Vale do
Danúbio, que a civilização Celta se desenvolveu. A ligação Celta com o vale do rio
Danúbio também é expressa em seu nome original. "Os filhos de Danu", ou "Os filhos
de Don".

Dana é irmã de Math e seu filho é Gwydion. Sua filha é Arianrhod, que tem dois filhos,
Dylan e Llew. Os dois outros filhos de Dana são Gobannon e Nudd.

É certo que Dana deveria ser considerada a Mãe dos Deuses, depois de ter lhes dado
seu nome. Há várias interpretações do seu nome, sendo que uma delas é "Terra
Molhada" e o mais poética, "Água do Céu".

Danu é uma das Dea Matronae da Irlanda e a Deusa da fertilidade. Seu símbolo mágico
é um bastão.

Seu personagem foi cristianizado na figura de Santa Ana, mãe da Virgem Maria, pois
sua existência é proveniente de uma antiga divindade indo-européia. Também é
conhecida na Índia, como o nome de "Ana Purna" e em Roma toma o nome de "Anna
Perenna".

Druantia: Na mitologia britânica, Druantia era a deusa druida do nascimento,


sabedoria, morte e metempsicose. É a mãe do alfabeto das árvores irlandês.

Épona: "A Cavaleira" ou "A Amazona". É representada sempre a cavalo, sentada de


lado, como as amazonas do século passado; na cabeça tras um diadema; ao seu lado
vê-se uma jumenta ou um poldro, que, às vezes, é alimetado pela deusa. Seus
atributos eram a cornucópia, uma pátera e frutos. Presidia, também, à fecundidade do
solo, fertilizado pelas águas.

Elaine: Na mitologia celta, Elaine (Lily-Maid) era a deusa virgem da beleza e da lua.

Eriu / Erin: Filha do Dagda, Erin era uma das três rainhas dos Tuatha de Dannan da
Irlanda.

Flidais: Deusa da floresta, dos bosques e criaturas selvagens do povo irlandês. Viajava
numa carruagem puxada por veados e tinha a capacidade de mudar de forma.

Mm: Na mitologia celta, Mm era a deusa do pensamento dos povos independentes do


Norte.

Morgana: Morgana representa na lenda arturiana, a figura de uma Deusa Tríplice da


morte, da ressureição e do nascimento, incorporando uma jovem e bela donzela, uma
vigorosa mãe criadora ou uma bruxa portadora da morte. Sua comunidade consta de
um total de nove sacerdotisas (Gliten, Tyrone, Mazoe, Glitonea, Cliten, Thitis, Thetis,
Moronoe e Morgana) que, nos tempos romanos, habitavam uma ilha diante das costas
da Bretanha. Falam também das nove donzelas que, no submundo galês, vigiam o
caldeirão que Artur procura, como pressagiando a procura do Santo Graal. Morgana
faz seu debut literário no poema de Godofredo de Monntouth intitulado "Vita
Merlini", como feiticeira benigna. Mas sob a pressão religiosa, os autores a convertem
em uma irmã bastarda do rei, ambígua, freqüentemente maliciosa, tutelada por
Merlim, perturbadora e fonte de problemas.

Nenhum personagem feminino foi tão confusamente descrito e distorcido como


Morgana ou Morgan Le Fay. A tradição cristã a apresenta como uma bruxa perversa
que seduz seu irmão mais novo, Artur, e dele concebe o filho. Entretanto, nesta época,
em outras tribos celtas, como em muitas outras culturas, o sangue real não se
misturava e era muito comum casarem irmãos, sem que isso acarretasse o estigma do
incesto.

Morgana e Artur tiveram um filho fruto de um Matrimônio Sagrado entre a Deusa


(Morgana encarna como Sacerdotisa) e o futuro rei.

O "Matrimônio Sagrado" era um ritual, no qual a vida sexual da mulher era dedicada à
própria Deusa através de um ato de prostituição executado no templo. Essas práticas
parecem, sob o ponto de vista da nossa experiência puritana, meramente licenciosas.
Mas não podemos ignorar que elas faziam parte de uma religião, ou seja, eram um
meio de adaptação ao reino interior ou espiritual. Práticas religiosas são baseadas em
uma necessidade psicológica. A necessidade interior ou espiritual era aqui projetada
no mundo concreto e encontrada através de um ato simbólico Se os rituais de
prostituição sagrada fossem examinados sob essa luz, torna-se evidente que todas as
mulheres devessem, uma vez na vida, dar-se não a um homem em particular, mas à
Deusa, a seu próprio instinto, ao princípio Eros que nela existia. Para a mulher, o
significado da experiência devia residir na sua submissão ao instinto, não importando
que forma a experiência lhe acontecesse.

Morrigan: Morrigan era a deusa celta da guerra e da morte.

Rhiannon: Grande rainha dos galeses, Rhiannon era a protectora dos cavalos e das
aves. Rege os encantamentos, a fertilidade e o submundo. Aparece sempre montando
um veloz cavalo branco.

Rosmerta: Na mitologia celta gaulesa, deusa do fogo, calor, prosperidade e


abundância.

Scathach / Scota / Scatha / Scath: Seu nome traduzia-se como A Sombra, Aquela que
combate o medo. Deusa do submundo, Scath era a deusa da escuridão, aspecto
destruidor da Senhora. Mulher guerreira e profetisa que viveu em Albion, na Escócia, e
que ensinava artes marciais para os guerreiros que tinham coragem suficiente para
treinar com ela, pois era tida como dura e impiedosa. Não foi à toa que o
adestramento do herói Cu Chulainn foi levado a cabo por ela mesma, considerada a
maior guerreira de toda a Irlanda. Scath era ainda a patrona dos ferreiros, das curas,
magia, profecia e artes marciais.

Sulis: Na mitologia celta, deusa de profecia, inspiração, sabedoria e morte

A CRIAÇÃO
Os astecas acreditavam que, antes do presente, existiam outros mundos formados por
quatro sóis, cada um com um tipo de habitante:
Gigantes, que foram mortos por jaguares enviados por Tezcatlipoca;
Humanos que foram assomados por um grande vento feito por Quetzalcóatl, e então
eles precisaram agarrar-se a árvores, transformando-se em macacos;
Humanos que viraram pássaros para não morrerem na chuva de fogo enviada por
Tlaloc;
Humanos que viraram peixe para não morrerem no diluviu causado pela deusa
Chalchiuhtlicue;
e os humanos atuais, predestinados a sumir pela destruição empreendida por Deus do
sol pelos terremotos.
No quinto sol, tudo era negro e morto. Os deuses se reuniram em Teotihuacán para
discutir a quem caberia a missão de criar o mundo, tarefa que exigia que um deles
teria que se jogar dentro de uma fogueira. O selecionado para esse sacrifício foi
Tecuciztecatl. No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o
segundo, um pequeno Deus, humilde e pobre (usado como metáfora do povo asteca
sobre suas origens), Nanahuatzin, se lança sem vacilar à fogueira, convertendo-se no
Sol. Ao ver isto, o primeiro Deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se
na Lua.
Ainda assim, os dois astros continuam inertes e é indispensável alimentá-los para que
se movam. Então outros deuses decidiram sacrificar-se e dar a “água preciosa”,
necessária para criar o sangue. Por isso se os homens são obrigados a recriar
eternamente o sacrifício divino original.
Eles acreditavam que os deuses gostavam destes sacrifícios. Eles eram geralmente
praticados com prisioneiros de guerras. Para eles era uma honra dar a vida por um
deus.

A CRIAÇÃO
Na mitologia maia, Tepeu e Gucumatz (o Quetzalcoatl dos astecas) são referidos como
os criadores, os fabricantes, e os antepassados. Eram dois dos primeiros seres a existir
e se diz que foram tão sábios como antigos. Huracán, ou o ‘coração do céu’, também
existiu e se lhe dá menos personificação. Ele atua mais como uma tempestade, da qual
ele é o deus.
Tepeu e Gucumatz levam a cabo uma conferência e decidem que, para preservar sua
herança, devem criar uma raça de seres que possam adorá-los. Huracán realiza o
processo de criação enquanto que Tepeu e Gucumatz dirigem o processo. A Terra é
criada, junto com os animais. O homem é criado primeiro de lama mas este se desfaz.
Convocam a outros deuses e achem ao homem a partir da madeira, mas este não
possui nenhuma alma. Finalmente o homem é criado a partir do milho por uma
quantidade maior de deuses e seu trabalho é completo.
A CRIAÇÃO
O princípio do universo é a formação única de Deus, que não se fez do nada, e sim,
autocriou seus aspectos. Os aspectos de Deus, como dito anteriormente, chamam-se
neteru (no singular: neter no masculino e netert no feminino). Tudo vem a início de um
líquido infinito cósmico chamado Nun (Nu ou Ny), este é o ser subjetivo. Quando esse
líquido se autocria e torna-se real, é Atum, o ser objetivo. Essa passagem é semelhante
a passagem de inconsciente para consciente do ser humano. Atum criou uma massa
única universal, que deu origem há uma explosão, porém pré-planejada. Atum
também tem o poder de “tornar-se a si mesmo”, que segundo os antigos egípcios, é
algo muito complicado para um humano, seria uma “obra divina”. Mas isto é o
princípio da Terra. A oração para a transformação de Atum, é a seguinte:
Salutamos a vós, Atum!
Salutamos a vós, aquele que torna a si mesmo!
Vós sois em vosso nome o altíssimo!
Vós tornais em vosso nome Khepri, aquele que se torna si mesmo!
Khepri, é um nome dado ao primeiro neter da Terra, Rá, o que é outra forma de Atum.
Para criar a Terra, Rá deu origem ao Sol da manhã, enquanto o Sol da tarde era Atum.
Cuspiu Chu e Tefnut, que deram origem a ar e a umidade. A seguir outro texto de
“obra divina”:
Fui anterior aos dois anteriores que criei, pois tinha prioridade sobre os dois anteriores
que criei.
Visto que meu nome é anterior ao deles, porque criei-os antes dos dois anteriores.
Os próximos neteru a serem gerados eram Geb e Nut, que criaram os dois ambientes
da Terra: o céu e a terra (plana). Estes também deram origem aos quatro neteru da
vida: Osíris, Ísis, Seth e Néftis. Osíris criou a vida no além e todo o processo de jornada
até o céu. Ísis é responsável por todos os seres vivos. Seth representa os opostos, mas
também coisas más, como ódio e caos. Néftis representa o deserto, a orientação, e o
ato de morte. A história desses quatro neteru é a origem do próximo a ser gerado.
Lembrando que as próximas histórias são semelhantes aos humanos porque esses
neteru eram de espécies bem próximas aos humanos. Existem milhares de versões, no
geral a história é a seguinte: Osíris era o neter que criou o ciclo de vida e morte, por
isso governava a terra. Seth, movido a inveja, resolveu armar uma forma de matá-lo.
Então, de forma incerta, provavelmente mostrando outra intenção, o trancafiou em
um caixão e jogou no Nilo para se perder e ninguém nunca achar. Néftis percebeu isso
e avisou Ísis, quando começaram a procurar e encontraram um caixão, e recuperaram
Osíris. Seth como era uma forma do mal, esquartejou a forma material de Osíris em 40
pedaços e espalhou-os por todo o deserto e no Nilo. Ísis, depois de muito tempo,
conseguiu encontrar todos eles, exceto o pênis, que foi devorado por três peixes.
Então, Osíris uniu-se a Ísis e gerou um filho, a primeira ideia de “imaculada
concepção”, ela ficou conhecida com “Virgem Ísis”. O filho era Hórus, o herdeiro que
então lutou contra Seth, perdendo um olho na batalha, mas consegui vencê-lo. Esse
olho ficou conhecido como “Olho de Hórus”, que foi reconhecido como símbolo de
proteção pelos egípcios. A seguir uma oração relacionada a isso:
Ó benevolente Ísis
que protegeu o seu irmão Osíris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
Ela, que lhe proporcionou sombra com suas asas
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o desesperançado, estava morto,
que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era…
Hórus também era conhecido como o “salvador da humanidade”. Depois disso, Seth se
tornou um neter menor. Também há histórias dizendo que Hórus encarnou na terra e
mostrou ensinamentos à humanidade. Ele seria guiado pela estrela Sirius e
presenteado em seu nascimento por três reis, que seriam representados pelas Três
Marias. Também fez milagres na terra, como andar sobre as águas do Nilo. Em outra
versão, teria ressuscitado um homem chamado El-Azar-Us. Foi morto pelo faraó (por
inveja deste) e também teria ressuscitado alguns dias depois. Fora da terra, teria se
casado com Hator.
A CRIAÇÃO
De acordo com a mitologia nórdica, no início, antes do despertar dos deuses, havia
apenas um grande precipício vazio chamado Ginnungagap. Ao norte do vazio estava a
região de névoa e gelo chamada Nifleheim, e ao sul a região de fogo Muspelheim. No
meio de Nifleheim corre Hvergelmir, uma cascata de onde saem onze rios conhecidos
coletivamente como Elivagar. Conforme estes afastavam-se de sua fonte até as bordas
do Ginnungagap, o frio congelou suas águas e vapores transformando-os em gelo e
neve. Quando as labaredas de Muspelheim encontraram-se com os Elivagar, o calor
derreteu o gelo e formou um grande gigante de gelo, Ymir. Enquanto ele dormia, o
suor de seu corpo formou o primeiro de sua prole de gigantes de gelo glacial. Tempos
mais tarde, o derretimento do gelo criou uma vaca chamada Audhumla, e de seu
ubere corriam quatro rios de leite, de onde se alimentavam Ymir e seus filhos. Para se
alimentar, a vaca lambia as pedras de gelo salgado, e após três dias ela descobriu no
gelo um homem forte e esbelto chamado Buri. Buri casou-se com uma das filhas de
Ymir e teve um filho, Bor, que teve três filhos com outra donzela gelada, chamados
Odin, Vili e Ve, os primeiros Aesires. Logo que os gigantes tornaram-se cientes dos
deuses eles começaram uma guerra, que acabou quando os três deuses mataram Ymir,
cujo sangue afogou todos os gigantes de gelo exceto Bergelmir, do qual teve origem
uma nova raça de gigantes de gelo. Odin e seus irmãos carregaram o corpo de Ymir
para fora do Ginnungagap e fizeram a Terra de seu corpo e as rochas de seus ossos.
Pedras e cascalho originaram-se dos dentes e ossos esmigalhados do gigante morto, e
seu sangue preencheu o Ginnungagap, dando origem aos lagos e mares. A abóbada
celeste foi formada de seu crânio esfacelado. Dos parasitas do corpo de Ymir, eles
criaram os anões, e quatro anões chamados Nordri, Sudri, Austri e Vestri sustentam o
crânio de Ymir. Do cabelo de Ymir formou-se a flora, e de seu cérebro originaram-se as
nuvens. Tições de Muspelheim foram colocados no céu, e assim surgiram as estrelas. A
Terra era um grande círculo rodeado pelo oceano, e os deuses haviam construído uma
grande muralha a partir das pestanas de Ymir, que circundavam este local que eles
nomearam Midgard. Uma enorme serpente chamada Jormungandr, a Serpente de
Midgard, rodeia toda a extensão do círculo da Terra, devorando qualquer homem que
queira sair de Midgard. Após isso, Odin e seus irmãos criaram o lar dos deuses, Asgard
a Cidade Dourada. Em seguida Odin criou mais deuses, os Aesires, para povoar Asgard.
Um outro grupo de deuses, os Vanires, surgiu exatamente antes ou após os Aesires.
Suas origens são muito misteriosas, mas eles parecem povoar Vanaheim, uma terra
próxima de Asgard. Os Aesires são claramente deuses da guerra e do destino,
enquanto os Vanires aparentam ser deuses de fertilidade e prosperidade. Por um
longo tempo uma terrível guerra ocorreu entre estas duas raças divinas, causada pelo
rapto de uma Vanir, Gullveig, que guardava o segredo de criar riquezas, fato este que
atiçou a cobiça dos Aesires. Nenhum dos lados parecia próximo de alcançar a vitória. A
paz foi finalmente arranjada quando os dois grupos concordaram em trocar reféns. Os
Vanires mandaram Njord e seus filhos gêmeos Frey e Freya para viver com os Aesires,
e estes mandaram Hoenir, um homem grande que eles disseram ser um de seus
melhores líderes, e Mimir, o mais sábio dos Aesires, para viver com os Vanires. Os
Vanires ficaram desconfiados de Hoenir, acreditando que ele era menos capaz do que
os Aesires disseram e percebendo que suas respostas eram menos autoritárias quando
Mimir não estava presente para aconselhá-lo. Quando eles perceberam que haviam
sido trapaceados, os Vanires cortaram a cabeça de Mimir e mandaram-na de volta aos
Aesires. Aparentemente, os Aesires consideraram isto como um preço justo por terem
enganado os Vanires, pois os dois lados permaneceram em paz. Com o passar do
tempo, as duas raças foram se integrando e tornaram-se grandes aliadas. Após
estabelecerem controle sobre Asgard, Odin criou o primeiro homem, Ask, de um freixo
e a primeira mulher, Embla, de um olmo. Odin deu a cada um dos dois um espírito,
Hoenir presenteou eles com seus cinco sentidos e a habilidade de se mover, e Lodur
deu a eles vida e sangue.
FONTE: pt.shvoong.com
O FIM
Na mitologia nórdica, Ragnarök (Destino Final dos Deuses) é a batalha que levará ao
fim do Mundo (igual ao apocalipse no cristianismo), na região de Midgard. Será
travada entre os deuses ( Aesires e Vanires, liderado por Odin) e as forças do mal (os
gigantes de fogo, os Jotuns entre outros monstros, liderados por Loki). Esta batalha
não levaria apenas à destruição dos deuses, gigantes e monstros: o próprio universo
seria despedaçado irreversivelmente em partes.
Estes dois grupos foram rivais desde o início dos tempos, mas os Aesir conseguiram ao
longo de sua existência, prender alguns dos principais gigantes e o própio Loki, que
ficou atado em tortura eterna numa caverna. Mas pela influência das mentiras de Loki,
Rune-Midgard começa a sofrer grandes males, como um rigoroso inverno, batalhas e
caos entre os seres humanos.
O sol e a lua -Sol e Mani- são finalmente consumidos pelos dois lobos místicos, Skoll,
perseguidor do Sol, e Hati, perseguidor da Lua (ou Mani). Estes lobos, de acordo com a
mitologia, são os causadores dos eclipses solares e lunares. Quando Sol e Mani são
devorados pelos lobos, a terra treme, e assim vários seres, incluindo Loki e Fenrir (um
de seus muitos filhos, um gigantesco lobo) são soltos, desencadeando o Ragnarök.
Os Aesir, alertados, juntam-se aos Einhejar, os valorosos guerreiros mortos, e aos
vanas, os espíritos naturais, e rumam ao campo de Vigrid, onde há muito tempo havia
sido predito que a última batalha tomaria forma.
De um lado, os Aesir, Vanas e Einhejar, e do outro os gigantes do gelo, o exército de
mortos de Hel (deusa do inferno)e Loki e seus seguidores. Uma grande batalha
acontece, marcando o fim dos deuses e dos gigantes: Odin é morto por Fenrir, mas o
fere mortalmente; Thor mata Jomungard, a serpente gigante que habita os mares de
Midgard, mas é envenenado por ela; Loki é morto e mata Heimdall, um dos mais
valentes Aesir.
O céu escurece e as estrelas caem em Midgard, que é consumido pelo fogo e depois
tragada pelo mar. Pouco dos antigos Aesir sobrevivem, e o Ragnarök destrói também
Midgard. Das ruinas da batalha, um novo sol subirá aos céus, e uma nova terra se
erguerá dos mares. Lif e Lifthrasir, os dois únicos humanos sobreviventes,que se
esconderam sob as raízes de Yggdrasil, a árvore que sustentava os nove mundos,
repovoarão o mundo, agora livre de seus males, num tempo de harmonia entre deuses
e homens.

A CRIAÇÃO
Os deuses começaram a habitar primeiramente em um lugar chamado Takamagahara.
Quando chegou a sétima geração desses deuses, o deus chamado Izanagi, ou o Pai do
Céu, e a deusa chamada Izanami, ou a Mãe da Terra, receberam do Senhor do Céu
uma lança e, sobre uma ponte flutuante do céu (Ama-no-ukihashi), mexeram o mar
com essa lança. Das gotas de sal que caíam e se solidificavam, formou-se uma ilha
chamada de Onokoro. Os dois desceram até a ilha, escolheram a coluna celeste e
construíram um palácio.
Izanami deu uma volta na coluna celeste e, ao ver Izanagi, falou: “Que homem
bonito!”. A seguir, Izanagi disse: “Que mulher bonita!”. E assim os dois se tornaram um
corpo só e começaram a criar outras ilhas. Porém, quando olharam para elas,
perceberam que não estavam muito boas. Então, voltaram ao céu para consultar os
outros deuses. Eles explicaram aos dois que não é bom que uma mulher dite as
primeiras palavras. Assim, o casal retornou ao palácio e, dessa vez, foi Izanagi quem
dirigiu as primeiras palavras à Izanami. Unidos dessa forma, começaram a nascer belas
ilhas, uma após a outra. Primeiro nasceu a ilha de Awaji, depois a de Shikoku, em
seguida a de Honshu e as demais, totalizando oito ilhas. Além delas, Izanami procriou o
Deus da Montanha, do Mar, do Vento, e mais 35 deuses. Ao dar à luz ao seu último
deus, o Deus do Fogo, morreu queimada.
Não conseguindo esquecer Izanami, Izanagi vai até o mundo dos mortos para
encontrá-la. Izanami fica feliz e deseja muito retornar à Terra, mas pede a Izanagi para
não olhá-la até que o Deus da Morte lhe dê permissão para retornar. Ansioso demais
para revê-la, Izanagi quebra a promessa e acaba olhando para sua amada. Qual não foi
o seu susto! O corpo dela estava coberto de vermes e com oito tipos de trovão.
Assustado, Izanagi começa a fugir. A mulher tenta aprisioná-lo enviando a tropa dos
deuses do trovão. Na fuga, Izanagi apanha três pêssegos e atira-os contra os
perseguidores, que são afugentados pelo seu poder mágico. Ele fecha a entrada do
Mundo dos Mortos com uma pesada rocha que demandaria a força de mil homens
para removê-la. Bastante irada, Izanami roga uma praga, dizendo de trás da rocha:
“Para me vingar de você, matarei por dia, 1 mil homens do seu país!”. Izanagi retruca:
“Então farei com que nasça 1,5 mil crianças por dia!”.
Izanagi purifica o seu corpo maculado por ter ido até o mundo dos mortos, através de
outros relacionamentos. Nessa ocasião também nasceram muitos deuses. Por último,
enquanto ele lavava seu rosto, do olho esquerdo nasceu a Deusa Amaterasu (a Deusa
do Sol) a quem concede o domínio de Takamagahara e, do olho direito nasce
Tsukuyomi-no-mikoto, a quem concede o domínio da noite, e do nariz nasce Susano-
no-mikoto a quem concede o domínio do mar. Para a Deusa Amaterasu, ele ofereceu
um colar feito de pedras. Com o nascimento desses deuses, que fornecem energia
para o sol, para a lua e para o mar, dando-lhes vida e movimento, iniciam-se as
atividades do universo.
A Deusa Amaterasu é a figura central e de maior importância na mitologia japonesa.
Foi ela quem deu origem à família imperial. Ela é cultuada no Templo Ise, pertencente
à família imperial. Até antes da Segunda Guerra, os japoneses acalentavam o desejo de
visitar o local menos uma vez na vida. Não por ser o templo da família imperial, mas
para rezar e pedir por uma farta colheita à deusa Amaterasu, fonte da vida, ao Deus da
Água Sarutahiko, e à Deusa dos Cereais, Toyouke.

A CRIAÇÃO
No início dos tempos havia dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que
seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo,
o orixá Oduduá veio à Terra trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre
eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para garantir morada e sustento aos
homens. Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de
Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já lhe
pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove espaços do
Orun.
Olorum criou o mundo, todas as águas e terras e todos os filhos das águas e do seio
das terras. Criou plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que
Oxalá criasse o homem.
Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois da madeira, mas ambos eram rígidos
demais. Criou o homem de pedra – era muito frio. Tentou a água, mas o ser não
tomava forma definida. Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo.
Fez um ser de ar que depois de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda,
o azeite e o vinho sem êxito.
Triste pelas suas tentativas infecundas, Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde Nanã
emergiu indagando-o sobre a sua preocupação. Oxalá fala sobre o seu insucesso. Nanã
mergulha e retorna da profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha novamente e
lhe traz mais lama. Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de
mover os olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.

A CRIAÇÃO
Essa, com certeza, é uma das mitologias mais importantes quando abordamos o
criacionismo. Isso porque, foi a partir da mesma que outras culturas e religiões
tomaram forma. Embora muitos não admitam, muitos textos sagrados de diversas
culturas são cópias de textos sumerios.
A mitologia da criação em geral é dividida em dois tipos: a) Cosmogonia, relativa à
criação do cosmos, e b) Antropogonia, relativa à criação da humanidade. Esta distinção
é importante, porque enquanto que existem textos específicos relatando a
antropogonia suméria, não existem textos diretos tratando somente sobre a
cosmogonia. Ou seja, o que sabemos sobre as crenças dos sumérios sobre o assunto
deve freqüentemente ser apreendido a partir de textos que não se relacionam entre si.
Apesar das cosmogonias apresentadas nestes textos apresentarem variações, alguns
padrões distintos podem ser estabelecidos, e estes fornecem uma compreensão mais
ampla a respeito das crenças sumérias relativas à criação do cosmo.
Duas abordagens bastante diferentes podem ser vistas em textos sumérios. A
primeira, chamada de Modelo de Eridu, está relacionada às crenças dos habitantes das
regiões ao Sul da Mesopotâmia. A esfera do ser divino primordial aqui não é o céu ou a
terra, mas as águas, definidas pelo termo Engur. Este termo tem como sinônimo
Abzu/Abpsu, “as águas doces das profundezas”, e é definido como a fonte subterrânea
das águas que emergem das profundezas da terra. Acreditava-se serem estas águas a
fonte das terras férteis dos pântanos que deram vida a esta região da Terra Entre os
Rios. O símbolo usado para Engur pode também ser usado para Namu, a deusa-mãe
dos primeiros tempos da teologia da Mesopotâmia. Os textos descrevem Namu/Engur
como ¨a mãe, a primeira, que deu à luz aos deuses do universo ¨ Ela é uma deusa sem
consorte, o útero auto-procriador, a matéria primordial, inerentemente feminina, as
águas férteis do abzu*. O Modelo do Norte substitui a primazia das águas pela
dualidade céu-terra. Neste modelo, ¨o Céu e a Terra são os dois vistos como a matéria-
prima que gerou a vida, e este fato é feito ainda mais explícito ao fazer o símbolo de
Céu e Terra ser igual ao de Engur. Algumas vezes, um ou outro vem primeiro. Na lista
de deuses, por exemplo, Anu nasce da Terra, ou seja, Uras (a terra masculina), e
Ninuras (a terra feminina) Em uma das genealogias de Enlil, a terra também aparece
primeiro, mas o enfoque está apenas no seu aspecto feminino, relativo à agricultura. O
texto relativo à origem das cáries (que se pensava ser a origem das dores de dente)
mostra o céu como o primogênito:
Depois que Anu tinha criado os céus, o céu criado a terra, a terra criado os rios, os rios
criado os canais, os canais, criado os pântanos, os pântanos criado as minhocas …
A versão mais aceita da cosmologia, entretanto, é aquela encontrada no texto
Gilgamesh, Enkidu e o Mundo Subterrâneo, na qual nos é contado:
Nos primeiros dias, nos distantes primeiros dias, nas primeiras noites, nas distantes
primeiras noites, nos primeiros anos, nos distantes primentos anos. Nos dias de
outrora, quando tudo o que era vital foi trazido à existência, nos dias de outrora,
quando tudo o que tinha vida era bem criado. Quando o pão era degustado nos
templos desta terra, Quando o pão era cozido nos fogões desta terra, Quando o Céu
havia se separado da Terra, Quando o nome do homem [e da mulher] foi fixado,
Quando Anu carregou consigo os céus, Quando Enlil carregou consigo a Terra
A criação do cosmos foi, portanto, produto da separação da massa primordial sem
forma, constituída pelo Céu e a Terra. Esta massa, segundo o que podemos
depreender, foi criada por Namu/Engur. Infelizmente, não possuímos nenhuma fonte
suméria para explicar como surgiu Nammu/Engur, se ela foi criada, ou se, pelo
contrário, foi sempre uma força pré-existente. Pode ser neste ponto que o mito da
Criação Babilônica tenha auxiliado os antigos escribas semíticos, pois entre os semitas
as “Águas Primordiais Pré-Existentes” deram origem a Mumu (Namu). Numa tábua que
traz a listagem dos deuses sumérios, Namu é descrita como ” a mãe que deu à luz aos
céus e à Terra ” . Segue-se daí que a união de Anu com Ki (céu e terra), que produziu os
Grandes Deuses, os Anunaki, e que Enlil, o primeiro dos Anunaki, o deus do Ar,
separou o céu da Terra, as duas forças cósmicas que deram origem a tudo o que existe.
Enlil, o jovem deus do Ar, decide então tomar conta para sempre, de sua mãe, a Terra
em flor.
É importante salientar, entretanto, que Céu e Terra não devem ser vistos neste
contexto como entidades separadas, mas sim como seres numa Unidade Essencial que
compreende esta dualidade. Para os mesopotâmicos, a terra e os céus não constituíam
domínios separados, mas eram duas partes de um mesmo todo. A Terra e o Céu eram
complementares, um dependendo do outro e ambos igualmente importantes. Desta
forma, a força criadora inicial, de acordo com o ponto-de-vista dos sumérios, era
muito atômica em sua natureza: a criação vinha de um todo, que, entretanto, era feito
de partes constituintes; e foi a separação destas forças, ou seja, a fusão do átomo, que
provocou esta criação. É por esta razão que tanta atenção é dada ao ato de separação
no esquema do universo. Este poder, que os antigos sumérios viam como inerente
nesta separação de forças, iria continuar a ser muito importante no contexto religioso,
onde encantos eram geralmente fundamentados pela sentença ” pelo Céu e pela
Terra”.
A criação e propagação da vida vegetal após estes fatos, foi vista, em contraste, como
resultado da união, ao invés da separação da Terra e do Céu. A mesma união que
trouxe à vida os Grandes Deuses:
A Grande Terra fez-se gloriosa, seu corpo floreceu com pastagens verdes. A Terra
Ampla adornou-se com ornamentos de prata e lápis lazuli, diorita, calcedônia,
cornalina e diamantes. O Céu cobriu as pastagens com irresistível atração sexual, e
apresentou-se em toda majestade. A jovem terra, deusa e mulher mostrou-se para o
puro Céu, e o vasto Céu copulou com a Terra. As sementes dos heróis Madeira e Junco
o Céu derramou no útero da Terra. Que recebeu a semente do Firmamento dentro de
si…
Portanto, vemos como as energias da criação transformaram-se de energia atômica
(energia de separação) em energia sexual (energia da união) ao longo do processo de
concepção do universo. O movimento na direção desta forma de imagens sexuais iria
continuar nos relatos sumérios sobre a criação do homem. O mito de Etana dá-nos
algumas indicações sobre a forma deste universo. Neste mito, o herói, Etana, foi
carregado até os céus por uma águia. Desta forma, Etana pôde descrever a forma de
mundo. A forma do mundo seria semelhante a uma nau de cabeça para baixo num
grande oceano. A grande montanha que constituía a Terra tinha a forma hemisférica.
Este hemisfério flutuava sobre o mar da terra, descansando sobre as Profundas Águas
do Apsu, que suportavam tudo. A alguma distância da Terra, estendiam-se os céus,
que também tinham a forma de um hemisfério. E mais:
Acima da cúpula dos céus havia uma outra massa de águas, o oceano celestial, que
suportava a cúpula dos céus e a mantinha firme em seu lugar, para que não quebrasse
e caísse tal qual enchente sobre a Terra. Do lado de baixo da cúpula, as estrelas tinham
os seus cursos, e o deus da Lua seguia o seu caminho. Na cúpula, ainda, havia dois
portais, um ao Leste e o outro a Oeste, para uso do deus Sol.
Utu então salta da terra por sobre a terra das montanhas do extremo Leste do
hemisfério da Terra ao pôr-do-sol, voltando para as Grandes Profundezas das
montanhas do pôr-do-sol, localizadas na extremidade oeste. Sabemos a partir do mito
da Descida de Inana que este Mundo era cercado por sete muralhas e sete portais, o
primeiro deles sendo o portal de Ganzir. No centro destas muralhas estava
Egalkurzagin, ” o palácio da montanha lustrosa”, que abrigava os seres do Mundo
Subterrâneo. Entre os céus e a Terra (apesar de ser classificado como parte da Terra)
havia uma região na qual a atividade atmosférica da terra tomava lugar. A Fundação
do Firmamento, entretando, descansava sobre as extremidades da Terra. Acima desta
Fundação, estava a região inferior dos Céus, onde se pensava ocorrer a moção
periódica dos planetas. Acima desta região, estava e-sara, onde residiam as estrelas
fixas. O firmamento celeste, por seu turno, suportava o oceano das águas celestiais, o
Ziku.
A fonte da antropogonia suméria é mais direta do que as que temos para a
Cosmogonia. Esta pode ser encontrada em um texto conhecido chamado ¨O
nascimento do Homem ¨, onde nos é contado que os deuses menores carregavam
toda a carga da criação, e que os deuses maiores trabalhavam bem menos, ou seja, nas
palavras literais do mito:
Quando os deuses agiam como homens, eles faziam todo trabalho, e muito labutavam.
O trabalho era enorme, grande o esforço, pois os deuses do céu, os Anunaki, faziam os
Igigi, os deuses mais jovens da Terra, carregar uma carga sete vezes maior.
Mas esta vida de labuta logo traz dissenção entre os deuses, e os deuses menores
ameaçam revolta. Namu, a mãe de Enki, escuta o clamor dos deuses menores e leva
tais palavras até seu filho. Enki resolve criar um substituto para fazer os trabalhos para
os deuses. Através da mágica de Enki e de seus ajudantes, uma delas a escolhida de
Enki, Ninhursag, tem origem a humanidade:
Enki, ao ouvir a voz de sua mãe Namu, levanta-se do seu leito em Halankug, seu
espaço para reflexão,” o sábio e ardiloso deus, o habilidoso guardião do céu e da terra,
e construtor de todas as coisas, chamou Imma-en and Imma-shar. Enki então estendeu
seu braço na direção delas, e viu que o feto estava crescendo, e Enki viu que o bebê se
acordava com a consciência no coração
Enki então chama por Namu, para que ela “molhe o núcleo da argila do Apsu” , a partir
da qual nasceram todos os deuses. Lá, Enki deposita o feto, e portanto em Namu foi o
embrião da humanidade criado. Esta parte do mito é elaborada em maiores detalhes
no mito de Atrahasis. Neste mito, a criação dos homens e mulheres também é fruto da
necessidade dos deuses de terem quem possa trabalhar para eles. Em resposta ao
pedido dos deuses de que lhes sejam rendidos seus trabalhos, Enki é chamado para
dar origem aos homens e mulheres, com a ajuada de Nintu (Ninhursag). Enki responde:
No primeiro, no sétimo e no décimo-quinto dia do mês, devo fazer um ritual de
purificação por lavagem. Então, um deus deverá ser sacrificado. E os deuses poderão
ser purificados por imersão. Nintu deverá então misturar a argila com a carne e sangue
[deste deus]. Então, homem e deus irão existir juntos na argila. Que o rufar dos
tambores seja ouvido para sempre, que o espírito venha a existir a partir da carne do
Deus, que a deusa proclame então este ser como um símbolo vivo dela mesma. Que a
deusa ensine ao ser que viver desta grande dádiva. E que para tal fato jamais seja
esquecido, que o espírito permaneça para sempre
Creio ser esta uma das mais impressionantes passagens da literatura suméria. Mesmo
começar a querer penetrar nas suas profundezas é uma tarefa de monta.
Primeiramente, gostaria de salientar ” o espírito/fantasma” que nasce do ritual de Enki
aqui descrito. Estudiosos modernos geralmente crêem que este termo mostra um
trocadilho entre as palavras etemmu (fantasma) e temmu (inteligência). Eles ignoram,
entretanto, o fato de que temmu também é um termo usado para descrever o espírito
sem corpo de homens e mulheres e que sobrevive à morte, ou seja, a Alma. Portanto,
é importante de que entendamos de que do corpo do deus sacrificado foi criada a
Alma, e não apenas uma criatura terrena nascida da argila transformada do Apsu.
Além do mais, esta Alma deveria servir a um propósito maior do que o citado no mito
¨A criação do Homem”, ou seja, enquanto ainda que os homens e mulheres estivessem
destinados a preencher os trabalhos anteriormente exigidos dos deuses para o
desenvolvimento da criação na Terra, a alma destes mesmos homens e mulheres
surgiu, foi criada para servir como um sinal vivo do sacrifício do deus, que cedeu o seu
espírito para a humanidade. E para que tal dádiva jamais fosse esquecida, a Alma a
partir de então existiria para sempre, e os sacerdotes e sacerdotisas escribas
descreveram tal fato poeticamente da seguinte forma:
E que o rufar dos tambores [energia, o pulsar do universo, grifo da tradutora] seja
ouvido para sempre
Portanto, os homens e mulheres foram criados tanto como seres físicos, nascidos da
argila fértil das águas doces das profundezas da terra, e também como criaturas do
espírito, com o sangue dos deuses e donos de uma alma imperecível e imortal, para
servir aos deuses e aos seus irmãos e irmãs da criação, na lembrança eterna do
sacrifício de vida mundana e eterna que criou a humanidade.
A CRIAÇÃO
Bai-Ulgan e Esege Malan são as divindades criadoras. Ot é a deusa do casamento.
Tung-ak é o deus padroeiro dos chefes tribais. Os Uliger são narrativas épicas
tradicionais, e o Epic do Rei Gesar é partilhado por muitos povos da Ásia Central e do
Tibete. Erlig Khan (Erlik Khan) é o Rei do Mundo Inferior. Daichin Tengri é o deus da
guerra, vermelho, a quem os soldados inimigos eram por vezes sacrificados durante
batalhas e campanhas militares. Zaarin Tengri é um espírito que dá a Khorchi (na
História Secreta dos Mongóis) uma visão de uma vaca que mugia: “O céu e a Terra
concordaram em fazer de Temujin (posteriormente Gengis Khan) senhor da nação”. O
lobo, o falcão, o cervo e o cavalo também eram animais com uma importante
simbologia.
Existiam diversos mitos de criação mongóis. Num deles, a criação do mundo era
atribuída a um lama. No início existia apenas água, e este lama desceu dos céus
empunhando um bastão de ferro, com o qual começou a mexer a água. O movimento
gerou vento e fogo, e do centro das águas a Terra foi formada. Outra narrativa
também atribui a criação do céu e da Terra a um lama, chamado Udan. Udan primeiro
separou as terras dos céus, e então dividiu ambos em nove andares, criando nove rios.
Após a criação da própria Terra, o primeiro homem e a primeira mulher foram criados
a partir da argila, tornando-se os progenitores de toda a humanidade.
Outra teoria sobre o início do mundo menciona um gás em agitação, que teria ficado
cada vez mais quente e úmido, precipitando uma forte chuva que criou os oceanos.
Poeira e areia teriam subido à superfícia, e formado a Terra. Já outro relato menciona
o Buda Sakyamuni procurando sobre a superfície do mar uma maneira de criar a Terra,
quando ele teria visto um sapo dourado. Buda então perfurou com uma flecha o lado
leste do sapo, fazendo com que ele se voltasse para o norte; de sua boca então saiu
fogo, e de parte traseira saiu água. Buda jogou então areia dourada sobre suas costas,
que se transformaram na terra firme. Assim então teriam surgido os cinco elementos
terrenos: a madeira e o metal da flecha, fogo, água e a areia. Todos estes mitos datam
do século XVII, quando o chamado ‘xamanismo amarelo’ (variante do budismo
tibetano que utiliza formas xamanísticas) se estabeleceu na Mongólia. O xamanismo
negro, do período pré-budista, sobrevive apenas no extremo norte da Mongólia, em
torno do lago Khuvsgul, e na região em torno do lago Baikal, onde a perseguição
empreendida pelos lamaístas não foi tão eficaz.
A CRIAÇÃO
O poderoso Marduk dos cinqüenta nomes era o deus da guerra e do céu dos antigos
Babilônios. Ele criou a Babilônia como seu lar e os seres humanos para viver lá e
trabalhar para os deuses, depois de derrotar a maligna Tiamat.
Filho de Ea e Dumkina, Marduk começa sua existência no abismo profundo, no coração
de Apsu. Ele nasceu já maduro, forte e belo, com quatro olhos e quatro orelhas e
cuspia fogo sempre que falava. Ele tinha o dom da mágica e comandava os ventos.
Marduk era um herói, líder desde o nascimento, pertencendo a geração de deuses
jovens e eleito rei dos Igigi para destruir Tiamat.
Tiamat era a terrível deusa da terra, do caos primordial. Ela pertence às fileiras dos
antigos deuses, dos quais ela estava abusando. E é Marduk quem é escolhido para
matá-la, no mito babilônico da criação. Este mito narra a batalha entre Marduk e
Tiamat, o bem e o mal. Foi escrito entre os séculos 8 e 12 a.C. mas origina-se de
tempos anteriores, da mitologia suméria, no Enuma Elish.
Marduk, maior entre os deuses, foi feito rei e sua tarefa heróica era matar Tiamat. Ele
confeccionou uma rede para prendê-la e então chamou os ventos, subiu em sua biga e
partiu para a batalha. Seguiu o som da fúria de Tiamat e encontrou-a. Esta tentou
persuadi-lo com feitiços e palavras, mas Marduk era muito esperto para ela. Ele a
desafiou para uma batalha somente entre eles e ela aceitou.
Eles tiveram uma longa e árdua batalha e finalmente Marduk a aprisionou em sua rede
usando os ventos contra ela. Tiamat então tentou engolir Marduk mas este ordenou
ao vento Imhullu adentrar sua boca mantendo-a aberta. O deus então disparou uma
flecha que a perfurou por dentro matando-a. Depois perseguiu os seguidores de
Tiamat para recurar a Tábua dos Destinos. Os deuses comemoraram a derrota de
Tiamat e presentearam Marduk com seus cinqüenta nomes.
Retornando à carcaça de Tiamat ele usou as partes de seu corpo para criar os céus, as
montanhas e os rios. Criou então a Babilônia para ser seu lar na Terra e os humanos
para trabalhar para os deuses. Esta é a história da criação segundo os babilônios. Ela
tem similaridades com outras histórias incluindo a violenta versão dos nórdicos,
embora seja bastante anterior a esta.
Este mito mostra um pouco da filosofia dos antigos babilônios, eles reverenciavam
Marduk como seu grande criador, mas mostra também o que pensavam sobre eles
próprios. Foram criados pelo deus para trabalhar o solo e servir aos deuses e não
tinham expectativas de salvação eterna. Eles estavam à mercê dos deuses durante a
vida, sendo seus servos e escravos. No entanto por isso mesmo aproveitavam a vida e
o que ela tinha a oferecer.
FONTE: http://cultura.culturamix.com/

A CRIAÇÃO
“Mitos de origem” ou “mitos de criação”, na mitologia grega, são termos alusivos à
intenção de fazer com que o universo torne-se compreensível e com que a origem do
mundo seja explicada. Além de ser o mais famoso, o relato mais coerente e mais bem
estruturado sobre o começo das coisas, a Teogonia de Hesíodo também é visto como
didático, onde tudo se inicia com o Caos: o vazio primitivo e escuro que precede toda a
existência. Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais: Eros (atração
amorosa), Tártaro (escuridão primeva) e Érebo. Sem intermédio masculino, Gaia deu à
luz Urano, que então a fertilizou. Dessa união entre Gaia e Urano, nasceram
primeiramente os Titãs: seis homens e seis mulheres (Oceano, Céos, Créos, Hiperião,
Jápeto, Téia e Reia, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e Cronos); e logo os Ciclopes de um
só olho e os Hecatônquiros (ou Centimanos).
Contudo, Urano, embora tenha gerado estas divindades poderosas, não as permitiu de
sair do interior de Gaia e elas permaneceram obedientes ao pai. Somente Cronos, “o
mais jovem, de pensamentos tortuosos e o mais terrível dos filhos”, castrou o seu pai–
com uma foice produzida das entranhas da mãe Gaia–e lançou seus genitais no mar,
libertando, assim, todos os irmãos presos no interior da mãe. A situação final foi que
Urano não procriou novamente, mas o esperma que caiu de seus genitais cortados
produziu a deusa Afrodite, saída de uma espuma da água, ao mesmo tempo que o
sangue de sua ferida gerou as Ninfas Melíades, as Erínias e os Gigantes, quando atingiu
a terra. Sem a interferência do pai, Cronos tornou-se o rei dos titãs com sua irmã e
esposa Reia como cônjuge e os outros Titãs como sua corte. Quando Cronos tomou o
lugar de Urano, tornou-se tão perverso quanto o pai. Com sua irmã Reia, procriou os
primeiros deuses olímpicos (Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseídon e Zeus), mas logo
os devorou enquanto nasciam, pelo medo de que um deles o destronasse. Mas Zeus, o
filho mais novo, com a ajuda da mãe, conseguiu escapar do destino e travou uma
guerra contra seu progenitor, cujo vencedor ganharia o trono dos deuses. Ao final,
com a força dos Cíclopes–a quem libertou do Tártaro–Zeus venceu e condenou Cronos
e os outros Titãs na prisão do Tártaro, depois de obrigar o pai a vomitar seus irmãos.
Para a mitologia clássica, depois dessa destituição dos Titãs, um novo panteão de
deuses e deusas surgiu. Entre os principais deuses gregos estavam os olímpicos- cuja
limitação de seu número para doze parece ter sido uma idéia moderna, e não antiga –
que residiam no Olimpo abaixo dos olhos de Zeus. Nesta fase, os olímpicos não eram
os únicos deuses que os gregos adoravam: existiam uma variedade de divindades
rupestres, como o deus-cabra Pã, as ninfas— Náiades (que moravam nas nascentes),
Dríades (espíritos das árvores) e as Nereidas (que habitavam o mar) —, deuses de rios,
Sátiros e outras divindades que residiam em florestas, bosques e mares. Além dessas
criaturas, existiam no imaginário grego seres como as Erínias (ou Fúrias) (que
habitavam o submundo), cuja função era perseguir os culpados de homicídio, má
conduta familiar, heresia ou perjúrio.
Prometeu, filho do titã Jápeto, criou artesanalmente a raça humana – homens e
mulheres – moldando-os com argila e água. E então Atena, deusa da sabedoria, ao ver
essas criaturas, insuflou em seu interior alma e vida.

A CRIAÇÃO
Uma característica original da cultura chinesa é a aparição relativamente tardia na
literatura chinesa de mitos envolvendo a criação. Aqueles que existem, aparecem bem
depois da fundação do Confucionismo, do Taoísmo, e de religiões populares. As
histórias têm diversas versões, não raro opostas entre si, com a criação dos primeiros
seres humanos sendo atribuída a Shangdi, ao Céu, a Nu Kua, a Pan Ku ou Yu Huang. As
versões mais comuns da história da criação são as seguintes, em ordem cronológica
aproximada:
Shangdi , aparecendo na literatura em aproximadamente 700 a.C, ou antes, (a datação
destas ocorrências depende da data do Shujing). Não há narrativas orientadas no
sentido de dar a Shangdi a autoria da “criação”, embora o papel de criador seja uma
interpretação possível. Embora Shangdi pareça ter os atributos de uma “pessoa”,
referências a ele como o criador não são explicitadas até a Dinastia Han.
Tian (ou Céu), aparecendo na literatura em cerca de 700 a.C, ou antes (a datação
destas ocorrências depende da data do Shujing). Igualmente, não há um papel de
criador para o Céu, embora essa interpretação seja possível. As qualidades do Céu e de
Shangdi parecem se fundir em uma literatura posterior (sendo, por isso, adorados
como uma entidade única, por exemplo, no Templo do Céu em Pequim). A extensão da
distinção (se houver alguma) entre eles é debatida.
Nu Kua , aparecendo na literatura não antes de 350 a.C, diz-se que recriou ou criou a
humanidade. Seu companheiro — irmão e marido — era Fu Xi . Estes dois seres às
vezes são adorados como os primeiros antepassados dos seres humanos. Eles são
muitas vezes representados como criaturas metade-serpente, metade-humanas. Nüwa
também foi a responsável por consertar o céu depois que Gong Gong danificou uma
das colunas que suportam o céu.
Há muito tempo atrás houve um grande dilúvio e os únicos sobreviventes foram Nu
Kua e Fu Xi. Quando as águas baixaram, eles se transformaram num casal de serpentes
de cabeça humana. Seus filhos foram as plantas e animais do mundo. Em outro boato
diz-se que Nu Wa formou as pessoas com bolas de lama.
Pan Ku , aparecendo na literatura não antes de 200 a.C, foi o primeiro ser consciente e
criador. No começo não havia nada além do Caos. Fora desse Caos um ovo foi chocado
por 18 mil anos. Quando as forças do Yin yang igualaram-se, Pan Ku emergiu do ovo e
empreendeu a tarefa de criar o mundo. Ele separou o Yin Yang com um golpe de seu
machado. O Yang, mais pesado, afundou e transformou-se na Terra, enquanto o Yin,
mais leve, elevou-se para formar os céus. Pan Ku ficou entre eles e empurrou o céu. Ao
fim de 18 mil anos, Pan Ku descansou. Sua respiração tornou-se o vento, sua voz o
trovão, o olho esquerdo o Sol e o direito a Lua.
Seu corpo transformou-se nas montanhas e extremos do mundo, seu sangue formou
os rios, seus músculos as terras férteis, sua barba as estrelas e a Via-Láctea, sua pele os
arbustos e as florestas, seus ossos os minerais preciosos, sua medula diamantes
sagrados, seu suor caiu como chuva e as pequenas criaturas em seu corpo (em
algumas versões, pulgas), carregadas pelo vento, tornaram-se os seres humanos sobre
todo o mundo.
Yu Huang , ou Imperador de Jade), incluindo representações como Yuanshi Tianzun,
Huangtian Shangdi, aparece na literatura bem depois do estabelecimento do Taoísmo
na China.
Como ficaria extenso demais, relatar a história de cada versão, foi resumido e exibidos
abaixo os principais conceitos:
A criação explica-se através do yin e do yang, energias que se fundem para criar o
Universo.
O yang é uma energia masculina, ativa, clara e ímpar; o yin é considerado o princípio
feminino, em repouso, escuro e par. São representados pelas metades preta e branca
de um círculo e constituem todos os aspetos da vida. No Universo, estas energias
podem estar em expansão e diluírem-se, ou, pelo contrário, aproximarem-se e
concentrarem-se. São simbolizadas por dois traços: contínuo para o yang, descontínuo
para o yin.
Existem dois tipos de lendas sobre a origem do mundo:
sobre a abertura do céu e da terra, e a formação do mundo e todas as coisas;
sobre a origem dos humanos, incluindo a origem das etnias.
As lendas sobre a abertura do céu (Yang) e da terra (Yin) são divididas em três tipos:
um ou vários deuses criaram o mundo;
um gigante que se transforma em todas as coisas do mundo;
o mundo nascendo da transformação da natureza.
Diversas etnias têm suas lendas sobre a origem do mundo. Na mitologia Han, é um
gigante chamado Pan Gu quem cria o mundo.
Depois, surgem os primeiros senhores do Céu e da Terra, cada um dando o seu
contributo ao Homem. Os principais são:
Nü Wa (Mãe da Humanidade), deusa que criou o homem e as regras de casamento.
Fu Hsi (ou Pao Hsi) (Pai da Escrita), mítico primeiro imperador da China. É reputado por
ser o inventor da escrita, da pesca e da caça.
Shen Nong (ou Tian Zu) (Divino Lavrador), a lenda diz que o deus Jiang Shen Nong foi
imperador na antiguidade. Inventou a agricultura e a medicina. É normalmente
representado por dois cornos, que simbolizam a sabedoria.
Mais tarde, surge na mitologia chinesa o Imperador de Jade, chamado também de
“Imperador do Céu”, que é o deus mais supremo no budismo e no taoismo, e tem
controle sobre todos os deuses dos três mundos: o mundo humano, o mundo celestial
e o mundo subterrâneo.
Segundo a mitologia chinesa da criação, nos seus princípios o universo era um caos na
forma de um imenso ovo cósmico. Ao cabo de 18.000 anos, da parte superior do ovo –
Yang – resultou o Céu e da parte inferior – Yin – resultou a Terra. Estes dois pólos
cósmicos simbolizam também, tanto a origem como a essência de todas as coisas.
De acordo com a lenda, destes dois pólos saiu Pan Ku (Pan Gu), que depois de ter
passado por nove metamorfoses, adquiriu as qualidades divinas e sábias do Céu e da
Terra. Passados mais 18.000 anos surgiu a trindade composta pelo Céu, Terra e
Homem, ( as três esferas do pensamento chinês) que viriam a estar mais tarde na
origem dos três monarcas da sua mitologia. Há quem entenda por monarcas simples
regentes, outros dinastias ou casas reais.
De acordo com a mitologia chinesa Pan Ku (Pan Gu) tinha a figura de um anão. Depois
da sua morte o seu olho esquerdo transformou-se no Sol e o direito na Lua. Dos seus
cabelos vieram a resultar as estrelas e do resto do corpo elementos da Terra. Da sua
respiração veio o vento.
Mas há outras versões míticas para o que aconteceu depois da sua morte. E então
temos que da sua cabeça resultaram as quatro montanhas sagradas, do seu sangue os
mares e os rios, o seu cabelo transformou-se em ervas e árvores, o seu suor em chuva
e a sua voz em trovões. As pulgas que viviam no seu corpo estiveram na origem dos
antepassados da raça humana.
Já outra vertente bastante aceita na mitologia chinesa atribui a criação da raça
humana à solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um
rio, resolveu criar seres à sua semelhança.

A CRIAÇÃO
A palavra raiz “brih” significa crescer, aumentar ou expandir e “an” significa produzir
então Brahman é o começo que expande e se torna o universo inteiro.
Brahman é o absoluto, supremo, impessoal, infinito, eterno, a fonte pré-cósmica da
divindade, a causa de todas as causas, sem começo e sem fim, do qual todo emana e
ao qual todo retorna. Ele não se manifesta mas está presente no maior corpo celestial
e em também na indivisível partícula em todo animado e não-animado. Ele é a razão
da consciência e da substância.
Na literatura védica o Parabrahm é chamado de “tat” – aquele e tudo que é manifesto
é chamado de “idam” – este. A palavra Brahman mais se aproxima da palavra
absoluto. Existe uma diferença entre “Brahman” e “Parabrahma” – além do Brahman,
então tudo aquilo que é além do absoluto é Parabrahma. Dentro do nosso propósito,
no momento nos podemos desconsiderar esta sutil diferença, assim podendo trocar os
nomes com segurança.
Conforme os textos hindus não existe um conceito de começoou de fim do universo.
Se assim fosse teria uma data marcada para o começo e outra para o fim do universo.
Os textos dizem que o universo segue um processo contínuo de expansão e retração.
Assim, quando o ciclo começa, o universo começa existir, expande, no fim da expansão
começa retrair e se dissolve para começar tudo de novo. A duração deste ciclo é de
311,04 trilhões de anos que está além da nossa imaginação por isso para assimilar
melhor trataremos o presente ciclo como único.
Antes da criação do universo só existia o Brahman na forma não-manifesta e mais
nada, nem espaço e tempo, nem sóis e planetas. Por vontade própria, ele se
manifestou e sua energia operativa entrou em ação começando o ciclo da expansão.
Na opinião de pesquisadores contemporâneos este momento corresponde ao
momento de grande explosão do “Big Bang” – a mais recente teoria sobre a criação do
universo aceita no Ocidente. Esta teoria é bastante conhecida no Ocidente, por isso,
pode ser usada para melhor compreensão do assunto, porque não é conflitante com o
tema, mas sim complementar, oferecendo subsídios interessantes quando se trata de
valores metafísicos.
Em sânscrito, o fenômeno Big Bang chama-se Bindu Visphot, traduzindo literalmente,
explosão do ponto.
Nesse momento, liberou-se enorme quantidade de energia radioativa e vibratória e
começaram existir espaço e tempo. A dinâmica da energia radioativa tinha uma forma
típica que foi denominada na mitologia indiana como “Swastica” e a energia vibratória
foi simbolizada pelo “Om”. Esses símbolos são usados para o bem estar e prosperidade
e podem ser vistos distintamente em todas as cerimonias auspiciosas.
Assim, começou mais um ciclo de expansão e retração, que não foi o primeiro nem
será o último. Após o fim do ciclo da expansão haverá retração, quando o universo se
dissolverá no Brahman para regenerar de novo.
A evolução do universo acontece em 14 fases, que são chamadas de Manvantaras,
cada uma com a duração de 4,32 bilhões de anos. Esse período corresponde a um
Kalpa ou um dia do Brahma. A vida do universo é 100 anos ou 36000 dias do Brahma.
Um Manvantar é constituído de 71 ciclos menores – Mahayuga, 4,32 milhões de anos,
mais um período de inatividade de 25,92 milhões de anos formam um Manvantar e no
fim de cada ciclo existe uma devastação parcial.
A primeira fase da evolução, chamada de Svyambhoo Manvantar, foi precedida por
uma longa noite de energias radiativas e vibratórias. Não havia céu, nem terra, nem
luz, nem escuridão, nada além de absoluto silêncio.
Essa noite foi seguida por um amanhecer com nevoeiro, que formou um grande disco
nebular e giratório, dando origem as primeiras galáxias. Isso aconteceu
automaticamente, sem uma razão ostensiva, por isso essa fase chama-se Svyambhoo –
“aquele que nasceu por si.”
O segundo Manvantar foi Svarochisha que significa próprio brilho. Nesse estágio,
começaram a se formar os objetos com a própria energia, emitindo luz como nossa
estrela, o sol.
Durante o terceiro Manvantar – Uttama, o melhor, o sol que tinha brilho próprio e
grande fonte de energia, atingiu a melhor forma e temperatura para criar e manter sua
família de planetas.
A expansão do universo não pára por aí e com o tempo, o planeta terra foi abençoado
para oferecer condições de gerar várias formas de vida.
Há várias teorias sobre a evolução do universo mas, a mais aceita, no mundo ocidental
e entre os cientistas, é a teoria do “Big Bang”. Ela se assemelha com a teoria que foi
proposta pelos sábios indianos nos tempos antigos, quando não haviam equipamentos
de medição, computadores e telescópios, mas os sábios tinham desenvolvido outros
sentidos e métodos de conhecimento. A proposta acima é uma tentativa de
conciliação entre os dois pontos de vistas.
Conforme a opinião dos cientistas, a base de tudo que existe no universo, desde as
galáxias, as estrelas, os sóis, até o ser humano, a formiga ou a menor partícula
existente, é o hidrogênio e helium, que foi criado nos primeiros 100 segundos após o
Big Bang.
Assim, todas as formas de matéria, que nos vemos no universo e inclusive no nosso
planeta, são meramente diferentes aspectos desses elementos e isto não nos exclui.
Adi Shakti (a energia primordial) através de seus três principais aspectos – a trindade
divina, rege o universo.
o Criação por Brahma
o Preservação por Vishnu
o Transmutação por Shiva
Fundamentalmente os três são unos e interdependentes, isto é, um não pode existir
sem o outro, porque são as diferentes formas da mesma energia inicial. O mais
importante é entender os atributos, não as formas ou figuras que foram criadas
posteriormente pela imaginação humana.
A “Trindade Divina” é o fundamento do hinduísmo, todas as outras divindades e
deidades são uma ou outra forma aliadas a ela, por exemplo, Saraswati – deusa da
sabedoria é esposa do Brahma; Laxmi – a deusa da riqueza é a esposa do Vishnu;
Ganesh é o filho de Shiva; Rama e Krishna são encarnações de Vishnu.
O Brahma – o primeiro da trindade divina, deu o primeiro impulso na criação do
universo. Tudo que observamos, através dos nossos sentidos, é obra dele.
Cosmologicamente ele é Hiranya Garbha – o ovo dourado, a bola de fogo, a partir da
qual o universo se desenvolve.
Conforme a mitologia, na forma personificada ele tem quatro cabeças representando o
controle sobre o tempo (quatro yugas) e espaço universal, a moringa na mão – água da
vida, o símbolo da fertilidade e criação; na outra mão, os quatro Vedas, simbolizando o
conhecimento e a consciência.
O tempo de duração da vida do Brahma, inclusive da trindade, é idêntico ao ciclo do
universo. Durante esse período, são provocadas varias devastações parciais, que são
denominadas como as noites do Brahma e ao acordar, ele começa o próximo ciclo de
vida.
Vishnu, vem da palavra raiz “vis” – entrar, penetrar, difundir, e é assim, que ele
sustenta e preserva o universo, integrando-se a sociedade. Ele se manifestou na terra
através de suas nove encarnações, demostrando para a humanidade a moral e como
viver em harmonia cósmica. Rama, Krishna e Buddha são consideradas suas três
últimas aparições na terra.
Nas imagens personificadas, ele aparece com quatro maõs carregando a concha –
energias vibratórias, o disco – chakra – o tempo, gada – o terror dos maus, o lótus –
amor e fertilidade. Também, aparece deitado nas profundas águas em cima da
serpente, demostrando a serenidade, a calma, o ambiente a doméstico, felicidade e o
domínio sobre tempo.
O terceiro aspecto do Trimúrty – trindade divina, é o Shiva, cuja função é de
destruição, como popularmente é conhecido mas o termo apropriado deve ser
regeneração ou transmutação, porque quando as reformas não proporcionam
resultados satisfatórios, o velho deve ser derrubado para dar espaço a um novo. Shiva,
como regenerador, evita e elimina doenças e como transmutador, eleva o ser aos
níveis superiores de consciência. Foi através dele que os sábios receberam o
conhecimento do yoga.
Na sua personificação, ele é descrito nas várias formas, principalmente sentado na
posição de yogi, emanando paz e tranqüilidade. Os três olhos representam passado,
presente e futuro; a lua crescente, na cabeça, indica o tempo medido pelas fases da
lua; a serpente, na garganta, o tempo em ciclos e a imortalidade espiritual; a garganta
dele é azul, por tomar o veneno para bem da humanidade; o Ganges, saindo da
cabeleira significa a água da vida; o damroo (pequeno tambor), indica energias
vibratórias e o tridente é o terror dos maus elementos.

A CRIAÇÃO
Não há um deus criador no budismo, a religião não se inicia no começo dos tempos,
mas com o despertar de Buda. O universo tal como é simplesmente sempre foi assim
“desde o tempo sem início”.
O budismo considera todas as coisas como fenômenos. E nenhum fenômeno possui
natureza imutável ou independente. É isso o que expressa o conceito de KUU (shunya
ou shunyata, em sânscrito), comumente traduzido como vácuo, vazio, não-
substancialidade, latência ou nada.
O conceito budista de kuu está associado a outro chamado de origem dependente, isto
é, de que todos os fenômenos ou entidades ocorrem somente por meio do
relacionamento com outros e, conseqüentemente, não possuem uma natureza isolada
nem existem por si só.
Portanto, a verdadeira natureza de todos os fenômenos é a da não-substancialidade e,
estes, não podem ser definidos somente sob a ótica dos conceitos de existência e
inexistência.
A síntese da cosmovisão budista, é o das três marcas da existência: a insatisfação
(Dukkha), a impermanência (Anicca) e a ausência de um “eu” independente (Anatta).
Aos olhos do Buddha, o mundo nada mais é que samsara – o ciclo de repetidos
nascimentos e mortes. Para Ele, o começo e o fim do mundo estão no samsara. Uma
vez que elementos e energias são relativos e interdependentes, não tem sentido
especificar qualquer coisa como sendo o início. Seja qual for a especulação que
fizermos sobre a origem do mundo, não haverá uma verdade absoluta nesse nosso
conceito.
Infinito é o céu, infinito é o número de seres,
Infinitos são os mundos no vasto universo,
Infinito em sabedoria o Buddha ensina assim,
Infinitas são as virtudes Dele que assim ensina.
A CRIAÇÃO
Segundo Zoroastro, o mundo teria sido criado por um deus chamado Ahura-Mazda, ou
Ormuz. Tal deus teria criado tudo o que há de bom no mundo. Porém tal criação teria
sido maculada por um deus chamado Angra Manyu, ou Arihman. Este deus teria criado
a dor, a infelicidade e as trevas. O mundo seria então um grande campo de batalha
entre as forças de Ahura-Mazda, representadas simbolicamente pela luz e o fogo, e as
forças de Angra Manyu, representadas pelas trevas. Como Ahura-Mazda é mais forte
que Angra Manyu, a vitória final de Ahura-Mazda seria inevitável. Os seres humanos
teriam então a missão de acelerar a vitória de Ahura-Mazda através de ações
eticamente corretas, como a caridade, a justiça, a verdade, os bons pensamentos e
sentimentos. A vitória completa de Ahura-Mazda se daria no final dos tempos, quando
então Angra-Manyu seria completamente destruído e o mundo conheceria uma
felicidade completa e eterna.
As ideias de Zoroastro foram reunidas no texto sagrado do Zoroastrismo, o Zend-
Avesta.

A CRIAÇÃO
A história da criação encontrada nos dois primeiros capítulos do livro da Gênesis
descreve um começo sobrenatural para a Terra e a vida.
O capítulo 1 descreve a criação do mundo por Deus (Elohim) através da fala divina
culminando com a criação da humanidade à imagem de Deus e a designação do sétimo
dia como Sabbath, um dia de descanso ordenado por Deus. No segundo capítulo, Deus
(Iavé) cria primeiro o homem, na figura de Adão e, depois, a mulher, Eva, que é criada
a partir de uma costela de Adão. Termina com uma afirmação referente ao casamento
entre o homem e a mulher. A visão de mundo por trás desta história é o da cosmologia
comum no Antigo Oriente Médio, que concebe a Terra como disco plano com infinita
água acima e abaixo. Acreditava-se que o céu era formado por um firmamento sólido e
metálico (lata de acordo com os sumérios e ferro conforme os Egípcios) separando o
mundo habitado das águas que o rodeavam. As estrelas estavam incrustadas na
superfície inferior deste domo, com portões que permitiam a passagem do Sol e da
Lua. O disco da Terra era visto como um continente-ilha único rodeado por um oceano
circular, que era ligado aos mares conhecidos – Mar Mediterrâneo, Golfo Pérsico e o
Mar Vermelho. Como mito de criação, é similar a outras histórias da mitologia
babilônica antiga, como o Enuma Elish diferindo delas em sua aspecto monoteísta.
As passagens têm uma longa e complexa história de interpretação. Até a última
metade do século 19, ela eram vistas como um contínuo uniforme: Gênesis 1:2:6
descrevendo as origens do mundo e Gênesis 2:2:25 mostrando uma pintura mais
detalhada da criação da humanidade. Estudos modernos observaram o uso de nomes
distintos para Deus nas narrativas (Elohim versus Iavé), diferentes ênfases (física
versus moral) e divergência na ordem de criação (ex. plantas antes de humanos versus
humanos antes de plantas) e concluíram que estes textos possuem origens distintas.
PRIMEIRO RELATO DA CRIAÇÃO
O primeiro relato da criação começa com o período indeterminado em que Deus (aqui
chamado de Elohim) cria os céus e a terra a partir do nada (ex nihilo) ou das águas
primordiais (tehom)/caos. Depois descreve a transformação da criação em seis dias do
caos até o estado de ordem que culmina com a criação do humanos à sua própria
imagem. O sétimo dia é santificado com um dia de descanso.
A semana de criação consistem em 8 comandos divinos em seis dias, seguido de um
dia de descanso.
Primeiro dia: Deus cria a luz (O primeiro comando é “Haja luz”). A luz é dividida da
escuridão.
Segundo dia: Deus cria um firmamento (o segundo comando é “Faça-se um
firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas”).
Terceiro dia: Deus manda as águas se juntarem em um lugar e a terra seca aparecer (o
terceiro comando é “Ajuntem-se num só lugar as águas, que estão debaixo do céu, e
apareça o elemento seco”). Deus manda a terra fornecer ervas, plantas e árvores
frutíferas (o quarto comando é “Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e
árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua
semente, sobre a terra”).
Quarto dia: Deus cria luzes no firmamento para separar a luz da escuridão e marcar
dias, estações e anos. Dois grandes luzeiros são criados (provavelmente o Sol e a Lua) e
as estrelas. (o quinto comando é “Haja luzeiros no firmamento do céu, que façam
separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais, e para tempos determinados, e
para dias e anos; e sejam para luzeiros no firmamento do céu a fim de alumiar a
terra”).
Quinto dia: Deus manda o mar se encher de criaturas vivas e pássaros voarem pelos
céus (o sexto comando é “Produzam as águas enxames de seres viventes, e voem as
aves acima da terra no firmamento do céu.”). Deus cria pássaros e criatura e os manda
serem frutíferos e se multiplicarem (o sétimo comando é “Frutificai, multiplicai-vos e
enchei as águas nos mares, e multipliquem-se as aves sobre a terra.”)
Sexto dia: Deus manda a terra produzir criaturas vivas (o oitavo comando é “Produza a
terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis e animais
selvagens segundo as suas espécies”), fez feras selvagens, animais e répteis. Cria,
então, a humanidade à sua própria imagem e semelhança (o nono comando é
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança: domine ele sobre
os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a
terra e sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra.”). O décimo comando é
“Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar,
sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” Deus
descreve a criação como “muito boa”.
Sétimo dia: Deus descansa e abençoa o sétimo dia.
O relato se aproxima mais intimamente dos contos mesopotâmicos, detalhando a
formação de características únicas a partir da separação das águas, um entendimento
que se refletiria no Novo Testamento, em II Pedro 3:4-7, onde é entendido que “a
Terra foi formada de água e por água” À luz da mitologia Jungiana (ou comparada),
acadêmicos como Joseph Campbell acreditam que esta criação a partir da água pode
ser reminiscência de religiões neolíticas de deusas matriarcais, onde o universo não é
criado, mas parido. (i.e., as águas representam o fluido amniótico).
De acordo com o acadêmico sobre o Velho Testamento Gordon Wenhm, este relato
evidencia marcas de uma criação literária cuidadosamente escrita com uma agenda
teológica distinta: a elevação de Iavé, o Deus dos israelitas, sobre todos os outros
deuses, notavelmente Marduk,o deus dos babilônios.
As formas plurais em “Façamos o homem à nossa imagem” indicam, segundo estudos
acadêmicos modernos, o reflexo da visão comum no Antigo Oriente Médio de um deus
supremo (ver o deus El rodeado de um corte divina, os Filhos de Deus). Alguns Cristãos
trinitários interpretam esta forma plural como uma evidência da doutrina da
Santíssima Trindade.
Atualmente, para muitos cristãos e judeus, os sete dias da criação do mundo, de que
fala a Bíblia, não devem ser entendidos literalmente e representam apenas uma forma
metafórica e alegórica de explicar a criação do Universo. Mas, mesmo assim, algumas
correntes cristãs, denominadas fundamentalistas, originárias em certas regiões dos
Estados Unidos, defendem leitura literal da Bíblia e, motivadas por este relato de
criação e outros trechos da bíblia, rejeitam a idade do universo e da Terra estipulada
pela ciência moderna e defendem que o universo surgiu em apenas seis dias há menos
de 10 mil anos. Este movimento é chamado de criacionismo cristão e se apresenta de
diversas formas, variando desde o criacionismo da Terra plana, que defende um
modelo de Terra plana, até a aceitação dos teorias científicas modernas sem conflito
com a leitura da Bíblia.
SEGUNDO RELATO DA CRIAÇÃO
O segundo relato da criação descreve Deus (chamado de Iavé) formando o primeiro
homem (Adão) da poeira e assoprando-lhe vida pelas narinas, plantando o jardim,
formando os animais e pássaros e, finalmente, criando a primeira mulher, Eva, para ser
sua companheira. Iavé tendo criado o jardim do Éden, manda que o homem o trabalhe
e tome conta dele, permite que coma de todas as árvores exceto da árvore do
conhecimento do bem e mal porque no dia que o homem dela comesse certamente
morreria. Iavé já havia criado os animais e, então, apresenta-lhes todos a Adão e este é
incapaz de encontrar uma auxiliar satisfatória entre eles, então Iavé adormece Adão e
retira-lhe uma costela, da qual cria a mulher, que adão nomeia Eva (heb. ishshah,
“mulher”) porque foi tirada do homem (heb. ish, “homem”). Por causa disso, “deixará
o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne”. Genesis 2 termina com a nota de que homem e mulher estavam nus e não se
envergonhavam.
Genesis 3 introduz a serpente, “a mais astuta dos animais do campo”, a serpente
convence a mulher a comer da árvore do conhecimento, dizendo-lhe que não
morreriam, mas tornar-se-iam como deuses. Eva aquiesce e oferece o fruto ao
homem, que também come do fruto e “seus olhos foram abertos” e deram-se conta
de que estavam nus. Cobriram-se então com folhas de figueira e esconderam-se de
Iavé. Iavé pergunta o que fizeram. Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. Iavé
amaldiçoa a serpente e então amaldiçoa Adão e Eva como trabalho pesado e dores de
parto. Iavé fez túnicas de peles para ambos e, sendo o homem “como um de nós,
sabendo o bem e o mal” e para impedir-lhe de comer da árvore da vida, os expulsa do
jardim e coloca um querubim armado com uma espada de fogo a cuidar as portas da
terra de onde haviam sido expulsos.
Este segundo relato é estimado ser muito mais antigo que o primeiro e reflete um
contexto literário e histórico distinto. Sua apresentação usa imagens provenientes da
antiga tradição pastoral de Israel e trata da criação do primeiro homem e da primeira
mulher no Jardim do Éden e encontra paralelos na história de Atrahasis, uma epopéia
acadiana do século XVIII AEC. Os povos da antiguidade observam a decomposição dos
corpos das pessoas mortas, que se convertia em pó, em sua interpretação. Esse fato os
levou a postular que o homem era feito essencialmente de pó. Esse conceito era
compartilhado por diversos povos como os babilônicos, egípcios, gregos e romanos. De
fato, um grande número de mitos de criação de toda as partes do mundo descrevem
criação a partir de material do solo, normalmente, argila. O mais antigos dos mitos de
criação conhecido, o dos sumérios da Mesopotânia, conhecido como Eridu Genesis,
descreve a criação dos homens a partir de barro por deuses embriagados, que os
deixaram cheios de imperfeições.
A história de Adão e Eva, embora superficialmente diferente, encontra íntimos
paralelos com a história de Enkidu, um selvagem esculpido pelos deuses a partir de
argila, e Shamhat, uma rameira contratada para seduzi-lo. Após seis dias e sete noites
com a rameira, Enkidu não mais é servido pelos animais e plantas da floresta e
“perdera sua força pois agora tinha o coração dentro de si, e os pensamentos do
homem ocupavam seu coração” e Shamhat lhe disse “És sábio, Enkidu, e agora te
tornaste semelhante a um deus”. Na cultura do Antigo Oriente Médio, as palavras
“fruto” e “conhecimento” carregam ambas forte conotação sexual, inbu, por exemplo,
siginifica tanto “fruto” como “sexo” em babilônico enquanto “conhecimento” em
hebreu pode siginificar “relação sexual”.
A serpente era uma figura amplamente difundida na mitologia do Antigo Oriente
Médio. Diversos objetos de culto foram descobertos por arqueólogos no estrato da
Idade do Bronze em diversas cidades pré-Israelitas em Canaã: dois em Megiddo, um
em Gezer, um no sanctum sanctorum da área do templo H em Hazor, e dois em
Shechem. Na região circundante, o santuário Hitita da baixa idade do bronze continha
estátuas em bronze de um deus segurando uma serpente em uma mão e um bastão
em outra. Na Babilônia do século XI AEC, um par de serpentes de bronze emoldurava
cada uma das entradas do templo de Esagila. Os antigos mesopotâmicos e semitas
acreditavem que a serpente era imortal por ser capaz de mudar de pele. Na Epopeia
de Gilgamesh, Gilgamesh obtém a a flor de uma “maravilhosa planta” que poderia
“devolver ao homem toda a sua força perdida”, uma serpente, no entanto, roubou-lhe
a flor e imediatamente trocou de pele.
A doutrina do pecado original, defendida por alguns cristãos, segundo a qual o homem
nasce com pecados tem origem neste relato da Gênesis, em especial na desobediência
de Adão e Eva ao comer do fruto proibido por Iavé.

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