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UNICAMP
UNICAMP
BIBLIOTECA CENTRAL
O TANBOR DAS FLORES :
€ dos
o Espirita Umbandista
Uma analise da Federaçã
rá (1965-1975)
cultos Afro-Brasileiros do Pa
do apresentada
Dissertação de Mestra
aduação em An-
no Programa de Pãs-Gr
Universidade
tropologia Social da
.
Estadual de Campinas
F
UNICAMP
1976
Indolele Seu Cauiza
Indolele Cauizau
ajudaria na profissionaliza
morreu sem saber que isto
INTRODUÇÃO Rn no E e E e DO O DA a ad E O OO | | a a 0 A 0 4 + q
“CAPÍTULO 1
A pesquisa - vivência ....ccccrercecos e
A cidade vê os terreiros ....c.cccreeso
Os terreiros vêem a si mesmos .........
Significado das “nhigrinhagens" ...... .
Disputando o poder:"pai-de-santo” X bu
rocrata ....0.00.. .. 18
CONCLUSÕES 202
BIBLIOGRAFIA 209
220
EXPLICAÇÃO PRÉVIA
(1mD Os nomes dos espíritos são escritos com letra inicial mai
uscula, e são grifados;
Este ponto & muito importante pela razão de que neste tra
balho se enfatiza a criatividade das pessoas em relação !
ao sistema religioso.
'
do sinal
(3) Todas as vezes em que aparecer um termo, seguido
no '
(+), isto significa que o mesmo se encontra definido
Glossario.
NOTA
a Federação era
mesma: “quando nôs visitamos a cidade em 1965,
um corpo eclesiastico!
mais uma sociedade de ajuda mútua do que
a intenção de
(...). Os fundadores da Federação pareciam ter
a para reduzir as disr
que a organização fizesse alguma tentativ
senções dentro do Batuque. Criara-se um Conselho Ritual, compos
independentes, cujo
to de varios lideres proeminentes e mediuns
e produzir alguma padroniza
encargo era o de resolver conflitos
ção no ritual...”
o em que esti
E sobre ela predisseram; "Durante o temp
considerando um caso
vemos em Belém, em 1965 o Conselho estava
a disposição com que .o
de possessão simultanea, mas, com a pouc
era de se prever bons resulta -
Conselho fazia seu trabalho não
de conflitos similares no
dos (o grifo e meu) para à resolução
ais aos lideres *
futuro. Cogitava-se também em dar testes ritu
mento; mas nenhum teste !
antes de dar-lhes Yicenças de funciona
a da amarga discordancia./
tinha sido dado atê então, e. em visit
o provavel que acontecesse
sobre detalhes do ritual, parece pouc
algum daqueles". (Leacocks, 1972:245.6)
decorrencia de suas ob
0 prognostico dos Leacocks era
etição e conflito (por renda
servações a respeito da grande comp
eles mesmos admi -
e pretígio) intra e inter-terreiros; embora,
uma camaradagem e solidarie
tissem a concomitante existencia de
dade entre os membros do culto. Tal simultaneidade foi inter -
ambivalencia dos relacionamen -
pretada por eles em termos de “
s termos:
tos interpessoais” nos seguinte
ou pelo menos aiguns O fa -
uMôdiuns estimam-se uns aos outros,
o. Frequentemente os mê
zem, mesmo se eles competem por prestígi
mas ao mesmo tempo eles se
diuns são dedicados ao seu “pai",
pelos "filhos" e temem sua ex
queixam de sua falta de interesse
ajudar seus segui-
ploração. Alguns "pais" honestamente querem
nu
sobrenatural, mas O "pai" fica
dores atingirem sucesso com O
-
tentando controlar seus seguido
ma posição sumamente dificil,
a
sem contar com sanções reaís
res, frequentemente rebeldes,
itavelmente da vazão de vez
sua disposição, e sua frustação inev
em quando" (Idem, 1972:249).
Os Leacocks aceitam
Em se tratando da homogeneidade,
-
8), de tal modo que suas posi
as colocações de Ribeiro (1952:11
Bastide que citando Ribeiro diz:
ções igualmente concordam com
i
saiba, o unico africanista bras
“Renê Ribeiro que €&, ao que eu
0 observa, depois de uma analise
teiro a assinalar o fato e que
pelas seitas sobre seus
das sanções e dos controles exercidos
membros, escreve a respeito:
sobre serem forças de -
“A competição e a rivalidade,
sintegradoras e fontes de atrito entre os membros do culto,saão
par-
também elementos de integração por incentivarem sua maior
com o
ticipação, determinarem a opção por conduta mais regular
e a busca
objetivo de acesso a posições na escala hierarquica,
de influencia e prestígio no grupo (...) Por outro tado, com-
cul
petição € rivalidade que existem entre os varios grupos de
e fieis
to, como entre os indivíduos, mantem alerta sacerdotes
'
sobre as possíveis infrações as normas sancionadas e aceitas
ou
tradicionalmente e prontos a censurar a casa menos ortodoxa
o membro mais irregular”
Essas lutas e essas rivalidades sempre se verificam
le. Por
em relação às normas africanas e à estrutura do candomb
impe -
isso mesmo, dão vida a esse grupo em vez de destruí-lo,
co de
dem-no de se esclerosar, permitem o funcionamento harmôni
suas partes integrantes" (Bastide, 1971: 327).
Não h5 dúvida de que a competição, de uma certa for-
Gluckman (1963)
ma, provoca “homogeneidade e integra um grupo.
alos"”, enquan-
por exemplo, mostrou como às “fofocas” e "escand
elemento de inte -
to formas de controle social, agiam como um
m !
gração. Igualmente aceito que. aceitação e rejeição caminha
conforme mostraram'
pari-passu nos relacionamentos dos médiuns
sem
os Leacocks. Não obstante, seguindo suas colocações fico
confiitos internos
saber como age um “pai-de-santo" diante dos
"sanções reais”
de sua casa de culto, jã que ele não dispõe de
?.
de controle. Pergunto entao: quais seriam as suas sanções
a meu
Por outro lado, uma situação de conflito supõe
a existencia de horimas antagonicas ao mesmo tempo que sub
ver,
escolhem se comportar'
entende o fato de que, enquanto pessoas
y, outras pes -
em função de uma norma x e detrimento de outra
soas fazem o inverso. Se assim o for, Os trabalhos de Ribeiro
não colocam uma si-
e Bastide, conquanto falem em "conflitos",
r aonde se articu -
tuação social em que O Teitor possa observa
foram escolhidas pe -
lam esses conflitos, quais as normas que
aquelas, as pessoas!
las pessoas, ou ainda o "porque" de serem
E, na minha opinião, apesar da otima
envolvidas no conflito.
os Autores tomam as
percepção do problema (sobretudo Ribeiro),
em bases idiossinciaticas, guiados
pessoas (quando o fazem),
por suas abordagens particulares.
de tal idios
Em se tratando de conftito, uma excessao
(1973), onde
sincrasia & o recente trabalho de Yvonne Velho
como exemplos que se
ela dã enfase aos indivíduos, não tomados
como pessoas a-
encaixam em sua abordagem, porêm considerados
gindo num determinado momento social. Trata-se do cisma e ex-
a
5.
tipos de auto
tinção de um terreiro, razão do conflito de dois
cratica -
ridade - uma carismática (“pai-de-santo") e uma buro
os,
("presidente"). “A Autora acompanha o curso dos aconteciment
rai os modelos que segun
e da observação dos eventos e que abst
situações com a mes-
do a mesma, talvez possam explicar outras
ma equivalencia estrutural.
armen-
seu trabalho, bem como o dos Leacocks particul
te deles, a existencia
te me interessam, pelo fato de que, dian
. Acompa-
da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO PARÁ se torna um paradoxo
que, dez anos após, ela aín
nho a Federação desde 1965, e vejo
contrários. Ela possui um
da existe, apesar dos prognósticos
de seleção" para os can
Conselho do Ritual] que realiza "testes
no mesmo clima de com
didatos a "pai-de-santo”; e ela funciona
que falaram Ribeiro, Bastide
petição, conflito e camaradagem de
tório e o
e os Leacocks. No entanto, seu aspecto mais contradi
um burocrata - seu Tesoureiro.
fato dela vir sendo liderada por
ado de "ditador" pelos me -
Este, ao mesmo tempo em que e acus
os da Federação) nunca
diuns ("pais" e "filhos-de-santo” sóci
o até aqui, tem sido gover-
perdeu uma eteição, pois à Federaçã
Temos assim, a predominancia
nada apenas por seus candidatos.
e uma autoridade "carisma-
de uma autoridade "burocrática" sobr
"carismática".
tica! numa Instituição essencialmente
explicar a con
0 objetivo deste estudo serã portanto
& um trabalho limitado
tinuidade da Federação, e assim sendo
ser tratados tais como: explicar
Nele, alguns pontos deixam de
a maior parte de seus adeptos
o crescimento do Batuque; porque
e
ue a maioria dos proselitos
pertence ao Sexo feminino; porq
baixa"; ou ainda, as funções
oriunda de uma - chamada "classe
sócios, enquanto sociedade!
que a Federação preenche para seus
trabalhando ao nível do siste-
beneficente. Tambem, eu poderia,
o um estudo das representa -
ma de crenças do Batuque, ter feit
ao nivel
ções do grupo. Todavia, meu interesse é, me deter
-
situações de competição e con
das relações sociais e estudar
flito.
abordagens estatisti
Metodologicamente, eu abandonei
fossem formulários ou questio-
cas e técnicas de pesquisa como
utilizado o segundo como tecnica
nários, muito embora eu tenha
'
complementar (Anexo 6 e 7). Todavia, achei que ambas seriam
análise, uma vez que eles pouco
de pouca utilidade para minha
s de interação amistosos e/
ou nada falariam sobre os processo
o
no qual eu estava interessada
ou conflituosos da Federação,
lise situacional” (Van Velsen,
Assim, optei pelo metodo da “aná
analítico trabalhei à base do
1967:129-49), e como instrumento
6.
"NALGRINHAGENS" (+)
A PESQUISA - VIVÊNCIA
Passamos à
estarem participando do "toque" (+), batiam papo.
torno das programa -
tomar parte na corniversa, € esta girava em
O nime
ções do terreiro de cada um deles... Voltamos ao salão.
o ambiente. Nas, cadei
ro de assistentes havia crescido e lotado
sentados dois homens : um
vas de braço, melhores lugares, estavanl
vermelha. O outro,
gordo, usando calça branca e camisa esporte
branco, baixo e magro...
No outro extremo do salão deram entrada os médiuns...
de ambos ...
Reconheci Pai Belmiro, Mãe Juliana e os “filhos”
iou a chamada da “Ii
Pai Belmiro começou a “puxada” (+)... anunc
oscilou. . Sua fisiono
nha da mata” (+)... de repente, Seu corpo
ofegante. As sanda -
mia contraiu-se. A respiração tornou-se
Caboclo Sete Fle -
Vias foram jogadas longe... E reconheceram:
imenta-lo... as filhas,
xas... Mãe Juliana foi a primeira a cumpr
caboclo... muitas pessoas
com o corpo imóvel beijavam os pês do
m cumprimentã-lo...
da assistência, do Conselho do Ritual fora
aram alguns Car
Mas não foi essa a Unica posse... baix
vinda, quando as cabeças e -
boclos dos quais apenas se sabia a
ram jogadas para tras...
uído. Retorcendo-
... um espectador (homem) ficou poss
-
se todo, entrou no salão. Sua posse não teve uma âgil expres
fa-se todo, mais parecendo
são corporal. No meio da roda contra
momento as mediuns vacilaram.
uma odalisca em evoluções. Por um
, qual "espada" (+) usar por-
Sentia-se que não sabiam como agir
posse "não conferia”. Talvez
que o “santo” (+) nada falava e a
esperassem a atitude da mãe". A "mãe" parecia ignorar o fato.
istência. A pergunta veio
Então, uma indagação percorreu à ass
por nôs, chegou ao Conselho. Na
da ponta do nosso banco, passou
va cheque-chegque. Alguem
da. Terminou na preta velha que toca
E ela com voz bem alta: “Car
the perguntou: “Comadre, quem E?
todas as pessoas simplesmente 19
boclo Frescura!” Diante disso,-
como veio, voltou: no anonima-
noraram o possuído, e O “santo!,
to.
um as -
ane mas situação inversa foi constatada, onde
..
or que o “pai” dentro do salão.
sistente pareceu ter status mai
Chamaram Vansã...
estava suando e seu
... O homem de camisa vermelha
s. Seu pulso direito estava
corpo tremia em rapidas contraçõe
Era visível
atado com um lenço. Parecia querer Se controlar.
s-
médiuns para com ele. Esta cre
que havia uma expectativa dos
Nós mesmos professores,ja
ceu com as atenções da assistência.
carregávamos nossos flashes. De repente, ele ficou de pê, sol
ente entrou na "gira" (+). Foi
tou um suspiro profundo e finalm
12.
oa na a e + 2 dE
nan re cara na
renan re
de vivencia, eu ja identi-
“Após cinco anos desse tipo
de Belém .
s no ambito dos terreiros
ficava os nomes mais famoso por
nem
ciam à Federação, mas que
Mesmo aqueles que não perten
entados.
isso deixavam de ser com
pinas, e mesmo que por tal
Em 1972 eu viajava para Cam
ícia
não hou ves se me des ped ido de meus amigos, à not
ta de tempo eram,
sos contactos não se interromp
circulou na Irmandade, e nos
ntemente.
pois trocâvamos cartas freque com
ava à Belem, desta vez
No ano seguínte eu retorn
a Fede-
no de pes qui sa a ser des envolvido cujo objeto era
um pla atém
va de outras tecnicas,
ração. A coleta de dados necessita Is
ação.
atê ent ão, tai s com o entrevistas e/ou observ
das usadas
cada informan
imp lic ava em que s, dor avante, eu precisaria que
so udo consi
horario controlado - sobret
te me atendesse debaixo de ia em
o que eu dis pun ha de ape nas três meses de permanenc
derand da Federa -
ontro oficial com à cupula
Belêm. Decidi ter um enc i-
fiz por oca siã o de uma reunião da piretoria Execut
ção, o que Con-
do Ritual. piante dos presidentes;
va e Superior conselho -
ais mem bro s, fiz um ret rospecto de nossa vivên
selheiros e dem
meus objetivos, sintetiza
vidades, expus
cia, relatej minhas ati ajuda
enderia da
no seg uin te: esc rev er uma tese, a qual dep
dos dis -
mes sê de aju da foi imediata, e pelo breve
de todos. À pro
foi evi -
fer ido pel o pre sid ent e do Conselho do Ritual
curso pro da
a cuputa
decorrência da visão que
dente que a promessa era e, mi-
ha de min ha pes soa . Como citei anteriorment
Federação tin à publi.
pos içã o de ens ino . e pes quisa, havia me condicionado
nha re O assunto
s sob
estras; aulas ou debate
cação de trabalhos, pal latinamen»
s que , uma Vez div ulg adas pela Imprensa, pau
atividade de que
ideia
para aquelas pessoas, à
te criaram ou reforçaram
13.
Mas existi
eu era sua "defensora" aos olhos do grande publico.
ma-
am outras razões que-garantiam o exito na obtenção das infor
s re-
ções. Em primeiro lugar, entrevistas, fotografias e outro
pessoas
cursos mecânicos de pesquisa, significavam para aquelas
a preparação de um livro. E havia o desejo por parte dos inte-
“ga-
grantes em "sair no livro" e tambêm "ganhar um livro". Mas
ou prova de a -
nhar um livro”, não era simples ato de cortesia
gradecimento pela ajuda. Acontece que meus primeiros trabalhos
ca do
haviam sido escritos, todos eles, dentro da linha teóri
sobrevivências a-
"culturalismo" e neles eu tentava identificar
fricanas nos terreiros de Betem. Aqueles trabalhos - Yidos não
Conselho do Ritu-
por todos, mas por alguns membros. do Superior
como “entendi-
at da Federação - fizeram com que eu fosse-vista
um dos Conselhei -
da na semente africana”, expressão usada por
Percebi então que o in=
ros no referido dia de nosso encontro.
Vivro” significava para
teresse vinha do fato de que “ganhar um
seus conhecimentos a res -
eles a possibilidade de aprofundarem
ficava um aumento de
peito da crença; evidentemente, isto signi
seu cabedal enquanto “pai-de-santo”
erpre-
quanto à tese propriamente dita, esta foi reint
também definida como
tada como sendo “missão” (+), tendo sído
ão como a de pes -
"demanda! (+), se era considerada minha posiç
- no caso, outra Universi
soa que se defrontava com adversarios
pessoas. Enfim, um pro-
dade, outro Estado, e até mesmo outras
ivo, segundo me escreveu
cesso de competição, com o unico objet
a verdade sobre nos»
um informante: “Jevares aos olhos do mundo
sa sofrida Umbanda”
tatações vieram:
Novamente no campo, as primeiras cons
ica ou religiosa da Fede
as pessoas em cargos de chefia burocrát
ente sem nenhum acrescimo
ração continuavam as mesmas, praticam
eleições
ou mudança. O assunto palpitante do momento eram as
-Presidência da Federação
para os cargos de Presidência e Vice
. Duas candidaturas lança
a serem realizadas no agosto seguinte
senhora na casa
das: a de dona Natalina Maia ("Mae Natalia"),
de relações publicas, co -
dos seus sessenta anos, temperamento
uia; e François Ferrei-
nhecida pela grande "seara" (+) que poss
da Bahia. Ambos eram
ra, babalorixa "feito" (+) no candobjé
AR chapa contrária era for
candidatos do Tesoureiro Mirandinha.
re de cura" (+) maranhen-
mada por Alcides de Carvalho, ex-"mest
; e "Madame Dulcineia",pa
se, radicado no Para ha quase dez anos
como ocultista.Meses mais
raibana, que gozava de GStimo conceito
do Tesoureiro, que seus can-
tarde eu saberia; através de carta
Isto significava que o mes
didatos haviam vencido as eleições.
14.
as casas
(2) O mesmo tipo de empenho vinha acontecendo em todas e O
de culto que eu frequentava. Isto era entendivel porqu
(aquela '
“pai-de-santo” que conseguisse fazer a proressora
a
que tinha estudo) “cair no santo” (+) evidentemente seria
quele "pai-de-santo” ("medium") de mais “força” (+)
I5.
ras. Mas esta & uma conceituação apenas para fins de análise
pois reconheço que, como auto-denominação, € pouco usual.
Em Belém, mineiras juntamente com umbandistas, perfa-
zem um conjunto de pessoas que têm um experimento religioso co-
mum, isto &, a possessão. Este conjunto por sua vez nao tem um
termo próprio para sua auto-identificação. Em algumas ocasiões
durante a pesquisa, registrei o termo Irmandade para designar !
esse conjunto. E nesse sentido uso o termo nesta analise, sem
(8) - Fry (1974 : mns) emprega o termo macumba, termo que não u
tilizo por constatar que macumba e um termo enpregado com k
de gozação.
ma conotação ou depreciativa ou
21.
30VCNYNDI
I H H H H H = Ly HDD
+
GRÁFICO !
22.
tuída por pessoas que se vestem bem, possuem carro e tem dife -
rentes profissões c ocupações. Via de regra, tais casas,nao se
apercebem da existência de associações umbandistas em Belém.
A grande diferença entre todas essas categorias resi-
de na presença ou ausência dos “abatas". Enquanto se constata
a fregliência de "abatas" nas casas categorizadas como FEDERALI
ZADAS e AUTÔNOMOS, nas demais categorias a existência de"“aba
tas" dificilmente ou nunca é registrada.
As duas associações ou casas autonomas e isoladas
quase sempre não mantêm relações de amizade entre si, isto 8,
não hã freglência e visitas recíprocas por ocasiao das cerimo-
nias das mesmas. E, no conjunto do que observei, comportam-se
como rivais - enquanto tomadas como um todo. Sua rivalidade
caso (categoria dos isolados), esses leem, mas não se deixam '
alterar com o proposto, adotando uma atitude de tolerancia den
tro do princípio de que cada um é livre para fazer o que quei-
ra.
Resumindo, eu proporia para Belem a seguinte catego-
rização dos umbandistas ou adeptos dos cultos afro-brasileiros:
FEDERALIZADOS, DISSIDENTES, AUTÔNOMOS, ISOLADOS e TEÓRICOS. Em
se tratando de instituição, eu diria que, numericamente, a Fe
deração €& a ala mais expressiva, enquanto núcleo que conseguiu
aglutinar e manter o mator número de casas. Dentre essas alas
ram acusados como "aquela gente que não queria evoluir; e uma
vez que a maioria dos terreiros estavam concentrados na Federa-
ção, os terreiros e seus frequentadores passavam a ser aqueles
sem nenhum atributo, valor ou importancia. Algum terreiro, co-
mo o do "pai" Euclides, que tinha entre seus frequentadores“gen
te da Universidade”, havia se desligado da Federação talvez "pa
ra com porcos não se meter e farelos não comer", Pode-se, no en
“tanto, argumentar que, mesmo os terreiros se concentrando na Fe
deração “inferior” podia ser qualquer casa de culto que fizesse
parte da Federação, uma vez que as ressalvas feitas pelas pes-
soas eram contra a Instituição propriamente dita, e nao estrita
mente contra 05 terreiros. Todavia, quando Euclides fazia ques
tão de ressaltar o nível intelectual de seus médiuns, ou quando
Vidigal se referia à baixa condição dos sócios da Federação, is
to significava dizer que, na verdade, “inferiores” não eram Os
recia, como nos parece, Ser mais viável dizermos que os terrei-
ros sao, na verdade, os estereotipados como "inferiores" ; mas
são assim considerados, porque se tem como certo que grande par
te de seus frequentadores são pessoas sem instrução e de classe
social "baixa". Por outro lado, esta visão estereotipada não é
privativa das facções dissidentes da Federação, pois ela ê tam-
bêm encontrada na sociedade envolvente, como se vera a seguir,
A CIDADE VÊ OS TERREIROS
seita religião
folclore ciencia
ferioridade perioridade
analfabetismo instrução
barulho. silêncio
suburbig centro
aberração normalidade
Iansã como santos, apenas serviu para umá coisa: para que o po
vo desse vasão a esse sentimento, e hoje, a festa de Ogum e 1-
ansã multiplicou o entusiasmo, e os terreiros superlotados pe-
los assistentes...”.
Havia tambêm a queixa de que a religião católica não
dava a “resignação precisa para aceitar os dissabores e reve -
zes da vida..." A Igreja local era severamente criticada pelo
t”
maia
UM BARDISTA
DRANCGaA/40-40
BRANCO/20-45
FUNCIONÁRIO PÚBLICO FEGERAL
"PPAI-DE-SANTOS
“pal-pt-ganyo”
MEMBRO QO SUPERIOR CONSELHO
DO RITGAL
VNBANDISTA
UMRANDISTA
BRASKEO/40"-47 à ARANGE/ 13-40
CONERCIARNTE
PRETIDENTE GROEM PARAENSE CPaAI-DEL-SANTOS
RA UMBANDA CRISTÃ rererer PRESIDENTE DO EVPERIOR CORNSELNO
RITUAL
——
CATELICS/UMDANOISTA , VUAARSISTA
RESKEG/ 00-05 PRANCO/16-40
CQNATIAA FUFCO PUSLICOS TRIDUREINO FLUCASR
POSSIDENTE BOLHA VALORES Pe, VELEGACO NO PARA DA CONFLOERAÇÃO
ESPIFITA UNEANDISTA NO SRASIL
ENDLREISTA
CATOLICO/ PO-PS/
nRANÇçaA/40-45
BLANSD/SIRCTOR GAL,
LavaDRIMA
BEXIGA ACADEMIA LETRAS, INDTOTETO
VISTÓNICS SROSRÁFICO, CONSELHO
ESTADUAL BE CULTURA
FLRRATHDTA
CATOLICA/ BRANCA
RELAFO/QU- TA
AS“ DO / PROP. UNIVERUITÁRIO
TURLICRÁRIO PEQLICO FEDTRAL eCRP4
APOSSETADO e
CATOLICA/SRAREO
4F-S2/ PROP sRIVERTITARIO
CMEG/ReTARY/IRLTITEUTO ,
CONVENÇÃO
NITTOLICO GRASRAFICO PARA eommenacareere resta MEDE
DE ARLAÇÕES DOCIAIS PACK A FASE
ermare——
mt GIRGUITO FECHADO BE QELACIONAM ro.
us ptmo cr o e to TRAMA DAS NAS NNAGENE
te em o mm A USAÇÕES VE DESVIOS
ta
37.
CAPÍTULO TI
A CARREIRA DO “PAI-DE-SANTO!
TRAJETÓRIA IDEAL
(9) Uma outra forma de se inovar, das mais usadas pelos “pais”
e "maes-de-santo" e submeter uma inovação ao julgamento de
seu'santo!. Na casa de "mae" Edithe registrei uma serie
de doutrinas (+) diferentes e que eram particulares de
sua casa. Ela me explicou que, durante as noites, ela com
punha novas "doutrinas! para seus "encantados" e que pela
manhã ela “jogava para o santo” para “ver se 0 santo a-
ceitava". Geralmente dizia ela: “o santo gosta e aceita”,
e assim sendo, sua casa de culto era diferente das demais
nesse particular.
53.
vamos fazer uma coisa: joga Ole Ogun Ede, bota Oxum pra Oxuma-
re que é o que ele senta porque e grande, bota Oxum como a ge
nitora dele. E foi assim que fiz... eu raspei Oxumare e sen -
tei Oxum como a genitora e 01e Ogum Ede ficou parte. “A guer-
“ra de santo todavia não lhe deu nenhum problema. Sobre sua
-
"feitura", relembra que sofreu "o que o diabo enjeitou no in
não
ferno por causa desse santo, porque eu não tinha dinheiro,
Eu la-
tinha nada e meu "pai-de-santo" exigia coisas absurdas.
tudo
vei roupa, dava banho nas filhas dele. cozinhava, fazia
E eu passei tres anos
por causa do santo que eu tinha feito.
na roça do candomblê prá pegar o santo que eu tinha feito de
graça. Ja "feito", um dia seu "pai-de-santo" o chamou e díis-
se: “-Heu filho, você já estã homem feito no santo, agora va
procurar sua vida". François, que nao tinha para onde ir, aca
bou indo morar com uma irmã-de-santo que vendia pato no Forte
de São Pedro. . Depois andou pela casa de outra irma-de-santo
de Ja
atê que "me dei com um rapaz amigo que tinha casa no Rio
vais em-
neiro e que me disse: "-Olha, Gorense, por que tu não
62,
bora para o Rio ? Aqui na Bahia não esta dando mais pra ti". O
amigo lhe deu passagem e ele seguiu para o Rio de Janeiro, onde
permaneceu um bom tempo la, "fazendo" duas "filhas-de-santo".Con
ta que na Bahia e no Rio de Janeiro dançou nos maiores candom -
blês, e lã se deu com “muita gente boa": Tancredi Nunes,Átila Nu
nes, Tancredi Oliveira, Jose Ribeiro, pessoas que ele considera
“grandes no candomblé" e com quem ele "“combatia". Outra grande
amizade sua foi Jose Ribeiro, reporter da revista "O CRUZEIRO"
Naquele tempo, Jose Ribeiro fazia viagens para a África, e numa
CASO 2:
Seu nome é Belmiro da Silva, mais conhecido por "pai
Belmiro". É solteiro, tem 44 anos, paraense de Belem. Mora em
“barraca de palha", numa das passagens de um dos bairros mais
havia um "pessoal" que "se tratava” la, o rapaz achou que Belmi
ro devia continuar atendendo âquelas pessoas, o que Belmiro fez
“Nesse ínterim, a casa foi pedida pela senhoria e Belmiro resol-
ve então retornar à casa de sua mãe, e la continuar atendendo à
sua clientela, que a essas alturas aumentava, pois ele "ja esta
va ficando conhecido de pessoas mais elevadas. Uma senhora a-:
chou que eu devia nessas alturas sair daquele emprego de pensão
porque não ficava bem para mim... eu sai do emprego... comecei
a fazer uma sessãozinha. Dona Mariana sempre fazendo uns remê
dios, passando um banho, eu fazendo conforme ela mandava, que &
que estou aqui até agora”
Belmiro não tem nenhuma espécie de "desenvolvimento",
de -
nem tampouco frequentou nenhuma casa de culto na categoria
médium. Diz que tudo que faz é "por intuição dos guias", por -
que sua mediunidade & do tipo "inconsciente". Mesmo a “abertu-
gen
ra" de 'sua casa foi feita com o auxílio dos "guias": “muita
devia, por
te queria vir abrir a minha casa e eu achava que nao
tinha
que o pessoal de fora não me conhecia, nao sabia que eu
isso. Então eu achava que eles vinham para me humilhar, dizer
eu pedi
que eu não era de nada e jã ja abrir casa e tudo, então
tanto que eu comecei a mi-
aos meus guias que me orientassem...
bo; Do-
nha casa com o toque de Avereguete, não abria com Embara
ndo pras
na Jarina foi que me ensinou, fez várias sessões ensina
gente abrir
meninas como era que se cantava e tudo, que. era pra
a casa” o
tratar
“Quanto às minhas filhas, elas começaram a se
proble-
- uma por causa de uma coisa, outra por causa de outra,
eu fazia nas
ma de marido, problema de doença - nas sessoes que
pela noite e
segundas e sextas que começavam de tarde, entravam
tres horas da madrugada, e eu ja não
as vezes, jam nelas duas,
se
tinha sossego. Esse pessoal morava por aqui e ja andavam
ram a procurar
tratando com À, B, LC, e não ficavam bom e começa
o pes-
aqui. Foi correndo um boato que tinha um paje por aqui,
santo e iam se a-
socla começaram a vir e nesse interim pegavam
costumando e ficando. Tinha gente que vinha para ca com proble
trabalhava
ma de doença, desenganado de medico; ai, Dona Jarina
ou nesse tempo era atê mais Dona Jarina, que ajeitava, e com is
so o pessoal ia seguindo”.
as":
Belniro não sendo "feito", nao "faz" as suas "filh
na sua "cabeça".
suas "filhas" são "feitas" pela "mão-do-guia”
as demais tem
Alias, ele diz que nfilha feita" tem apenas duas,
m bem”.
apenas "banhos de cabeça" “pra elas se desenvolvere
66.
em o status de pai-de
(20) A possibilidade de médiuns alcançar -se ào surgimento
-canto” mesmo não tendo "feitura, deve
Landes(1967:290)-
dos chamados "candomblês do caboclo”.
registra que “os cultos caboclos relaxaram grandemente
"sustentam o direis
as restrições que cercam as mães" que iços anteriormen-
to de funcionar sem haver prestado serv que "o seu
te e muitas vezes sem terem sido “feitas ; ee que os homens
afastamento mais radical da tradição nago
clo”. e
podem tornar-se chefes de culto cabo cand ombl e e diz
Carneiro (1959:17) também comenta esse
fica r-se de todo (can
“a iniciação pode... deixar de veri a se dese nvol ve
iand
domblês de caboclo, Bahia) ou a inic anti gas das ce-
as mais
ao mesmo tempo que participa com ta pode ser sa
vestimen
rimonias religiosas (macumbas): a divindade, se para men-
cerdotal (o crente, possuído pela sem
como na Bahia), ou
ta com as vestes sagradas desta,
qualquer destas coisas (Belêm e Manaus).as duas modalida...
veis
Assim sendo, são perfeitamente cabí
“derrubações"(pais-
des de carreira, o que não exclui as feitura"). Todavias,
de-santos, "feitos" depreciam os “sem s as carreiras co
mesmo isto ocorrendo, eu considero amba “re
domblês de caboclo"
mo válidas, sem achar que os “cannago .
lJaxaram"de um “modelo original”
69.
(21) Caso- que aconteceu com Jair, militar que servia na ÁÃero-
re-
náutica, que, por haver se "incorporado" no quartel,
cebeuy baixa com atestado de insanidade mental. Atualmen
te é "pai-de-santo” dos mais renomados de Belem.
71.
ntarias" de a -
(22) Cada “pai-de-santo” ajusta também as "encaois,
Franç por exemplo
cordo com a sua "marca registrada”.
realiza "curas" sob a forma de "desc argas " e substitui os
mestres por exus. Outros “pais -de-s anto” , principalmente
os umbandistas, "trabalham" na "cura! com os pretos- ve -
lhos e erês. Outros, ainda, se dao apratica de rituais
mistos: TErabalham" na-!cura" com caboclos e exus,atem de
os
realizarem ainda uma "sessão de mesa”, onde "baixam
a carre a
“doutrinadores". Como o nimero de "pais" que faz
almente
da” de eres, pretos-velhos e "doutrinadores" seman essas
mos
é menor, quando traçamos o Quadro IV, representa
s que as
"forças do Bem" um pouco mais distantes dos homen
demais.
UNIVERSO SOBRENATURAL
tz
ESPÉUTOS
DE
SANTOS
ENCANTADOS
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GRÁFICO 1V
72.
lhos" recebem são sempre dados pelos "guias" e nunca pelos “pa
is", Observa-se também que controlar e castigar e uma atribui
- ção do "guia" de comportamento mais rispido dentre aqueles com
os quais O "pai-de-santo" "trabalha". Por isso, sao muito sin
tomaticos os fatos de que todo "pai-de-santo” possui “guias"de
personalidades opostas entre si e tambêm "trabalha" com “guias”.
que perfazem pares opostos em termos de integridade e ambiva -
lTencia, como sejam: um senhor e um caboclo; um doutrinador e
píritos que agem como forças que se equilibram, nada mais: são
a
do que uma estratégia do “pai”, que sabe que devera manter
sabe -
“disciplina de sua casa de culto de qualquer forma, mas
pena
também que essa disciplina não podera ser excessiva sob
de ele perder os "filhos" de quem tanto precisa.
u-
Finalmente, vejamos de que forma O "pai-de-santo”
sarã o sistema para reforçar seu “poder no santo”.
menina nao su
(24) No “terreiro” de Belmiro, por exemplo, "uma
ela”, Naque-
porta Seu Joao da Mata porque ele briga com
quando
la casa elas "so gostam de Dona Mariana porque ela em
r
quer ralhar "arreia" e vai pra dentro e manda chama
particular”.
77.
de do -
"Competência:-material” significa a capacida
que o cerca , nã me
"pai-de-santo” em conseguir apoio do grupo
social.
dida em que sabe usar o mecanismo. de troca
Vimos, por exemplo, O "pai-de-santo" Belmiro dedi-
tes, recebendo ou não
car-se oito horas por dia aos seus clien
seus trabalhos. E, embora se declarando "can-
pagamento pelos
i
sado do pau-de-arara” ele agia daquela maneira porque à prat
pois ele devia
ca da caridade "fazia parte de sua missão”,
Alias, a prati
“dar de graça o que de graça havia recebido".
"pais-de-santo”, e ca
ca da "missão" era umaação comum dos
da um deles, manifestado" ou “puro”, a semelhança de 8el-
e
niro e François, dava proteção espiritual, apoio moral
a todas aquelas pessoas que a ele
atê mesmo ajuda material
19.
recorriam. (26)
Sucede que a "missão" daqueles “pais”, se bem prati-
cada, transformar-se-ia em vantagem para eles mesmos, na medi-
da em que as pessoas que os procuravam e eram atendidas, se
sentiam na obrigação de agradecer, de algum modo, aos favores
e atenções recebidas. (27)
Vimos, por exemplo François / Seu Juremeira resol -
w
e surgia sempre que o princípio do “dar de graça o que de gra
ça se recebeu" era cumprido. Se um “pai-de-santo” cumpria es
te princípio, ele dava início a um circuito de circulação de
bens de ordens diversas, com pessoas diversas e isto lhe era
recebi-
retribuir, na primeira oportunidade, aquilo que havia
do. Geralmente essa retribuição era feita em termos de dadi-
a
vas materiais, onde muitas vezes O proprio cliente recorria
uma terceira ou quarta pessoa sua amiga. Era o caso que ob -
UI. bota mm db
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premmeema nos
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A -AMIGOS CLIENTES ——> DÁDIVAS MATERIAIS
AA -ÂMIGO DOS AMIGOS IRMÃOS DE SANTO O | ESPIRITUAIS
— Li
ram jovens que possuíam problemas mentais, mas cujos pais, sem
coragem de interna-los em asilos de alienados, aceitavam à O-
CAPÍTULO III
A LEGALIDADE COMPULSÓRIA
s IV, V
De acordo com os dispositivos dos Capítulo
a Federação são
Vi e VII, os Poderes ou Órgãos que representam
maximo da Federação,
os seguintes: a) Assembléia Geral - poder
, possuindo uma
constituída pelos sócios fundadores e efetivos
idente, Vice-Presi
mesa diretora dos trabalhos composta de Pres
dente, 19 e 29 Secretarios; b) Conselho Deliberativo, composto
92,
ORGANOGRAMA
ASSEMBLEIA j e— CONSELHO E
GERAL
ARESR
| CONSELHO SUPERIOR CONSE-
DELIBERATIVO LHO DO RITUAL
PRESIDENTE
(Escoperesemarnam
VICE PRESIDENTE
DIRETORIA DIRETORIA
IDE PATRIMORNIO DE TESOURARIA LAÇÕES PÚBLICAS É
BIBLIQTECA
GRÁFICO Vi
EXPANSÃD INTERIDAANA DA FLUCAS
1964 - 1974
irama cem
ÃO
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1B.senia CASEL DO PRÁ
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DES SHASTUO OA BOA VISA
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94.
A LEGALIDADE OFICIOSA
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* 5
Es BATISTA CASOS,
“ss À
“
CULTO DA FEDERAÇÃO
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS CASAS DE
NOS BARROS DE ESLEM
96.
CAME
ROO rEMTRAL
101.
u
por exemplo, esperavam que suas “especializações”, mesmo irreg
ia
“lares, fossem reconhecidas e respeitadas. A Presidente parec
m que
esperar que os poderes coercitivos da Federação entendesse
“ca-
ela era uma profissional, que não podia se desligar de sua
“profissão".Do
"sa", sob pena de prejudicar sua "carreira" e sua
ho do Ritual
mesmo modo, os socios pareciam esperar que O Consel
o di
entendesse que, como profissionais que eram, também tinham
dai esperan
reito de terem suas "especializações" reconhecidas,
do que os cultos que praticavam, ainda que fugissem aos Estatu
tos, fossem aceitos pela Federação. O Tesoureiro parecia espe-
na verdade, to-
rar que todos entendessem que sua posição era,
da Federação , era
talmente irregular, mas que ser assalariado
seu modo de ganhar a vida.
da Federação,
Como decorrência desse carãter ofi doso
Instituição virtualmen-
“e desua conjuntura interna, tinhamos a
que aparentemente sobrepuja
te governada por um leigo burocrata
to") e se tornara
va os governantes de direito (os "pais-de-san
que todas as realiza -
o elemento atuante da Federação, uma vez
iniciativa, como veremos à
ções daquela Instituição eram de sua
mostrar de que for
seguir. Inicialmente faremos um relato para
, mos traremos como à-
ma ele entrou para a Federação e, a seguir
tuava naquela Instituição.
A SUPREMACIA DO BUROCRATA.
seus quarenta e
0 Tesoureiro era um homem na casa dos
assinar 0.
poucos anos. Descendente de portugueses, dizia não
avo paterno, mas fazia,
nome de sua mãe porque herdara o nome do
imônio”. Quando ele re-
questão de ressaltar “ser filho de matr
insistência em salien -
Jatava sua infância, percebia-se nele a
pois contava que, tendo fi
tar que havia nascido de "gente boa”,
para a companhia dos tios.
cado Grfão aos 11 anos de idade, fora
paternos que o criaram (7).
a instrução
Na casa de seus tios, ele teria recebido
pois segundo ele dizias, "Ta
que possui (comercial incompleto),
lar Benjamim Constant, e
tirei meu curso primário no Grupo Esco
a idade de 16 anoss;e co
logo em seguida comecei a trabalhar com
o Comercial Portugues, ate q
mecei a estudar no Gremio Literári
eu perdi
20 ano Comercial. Logo em seguida começou à gazeta, e
das ruas onde havia mora-
(7) Ele fazia questão de citar o nome dos bairros centrais da ci
do e que eram ruas do Reduto, um "comerciantes 7/7
ncia de
dade e naquele tempo área de reside
fortes" (bem sucedidos).
106.
loso".
Hã dez anos que o Tesoureiro & mantido na Tesouraria
A ultima
da Federação pelas Diretorias que se vem sucedendo,
, de mo
delas, eleita em agosto de 74, tambêm o manteve no cargo
frente” da Federa-
do que ele permanecerã ainda como "pessoa de
ção, atê pelo menos, 1977. Ele explica sua entrada na Institui
Eu não to -
ção da seguinte forma: “Eu era um amigo do Colaço.
Eu so fui tomar
mei parte na Junta Governativa "da Federação.
, 39 Secretario.
parte motivado pela Federação não ter Secretario
Houve certos proble-
Então eu fui apontado como 39 Secretario.
mas dentro da Federação. Houve renúncia de pessoas que queriam
“ne
e acabou-se
fui para ele me dar uma ajuda, porque ele ja me conhecia daqui
direito de fa-
dizer que não faz O enterro quando o sócio tiver
sou o Tesou -
zer. Se passa pela minha mão, depende de mim que
Ja se fez
reiro. E quanto ao casamentos, ainda não fiz nenhum.
seara umbandis-
um batizado na Federação. Que é justo que toda
dentro da Federa -
ta filiada na Federação deva batizar e casar
registro”.
ção, que e aonde pode, e não nos terreiros sem
m legal
Mas o Tesoureiro falava ao nível de linguage
rante.
da Federação, uma vez que, como dissemos, ele era preponde
onde
na Instituição. Suas realizações eram a medida de sua prep
, isto ê
rancia. A primeira delas eram as festas beneficentes
“tambores” que ele promovia. Os "tambores" eram organizados de
es “tambores” constitui o ob
(13) A montagem e estruturação dess de um
se faz a analise
jetivo do capítulo seguinte, onde
deles ("Tambor das Flores").
(14) Através de seus contactos par ticulares, as caixas de fosfo
a, na Universidade, em clubes
ros foram vendidas na Políci
n, e chegaram mesao a ser
de serviço da Comunidade, no Foru Ú
sidentes da Federação.
vendidas nas casas de culto dis ira , se con si
da Cabocla Yac
"pai-de-santo” Euclides, da Ten
eir o (Cap . 1), mas em compensação
derava inimigo do Tesour
Conselho do Nitual da Fe-
era úuito amigo do Presidente do
erá arigo Íntiuo do Te -
deração (Cap. 1), que por sua vez Assiij sendo, O Tesourei
).
soureiro (cowuo verenos a seguir
ro mandou a Secretêria do Con sei ho (que cra filha do Presi
pacote de fosforos nã ten-
dente), deixar em noxe ceste um
0 favor de passar". Eucli-
da Yacira, "para Euclides fazer
oureiro arrecacou € sinitei
des "passou" os fósforos e o Tes
ro sem nenhum prodlena.
Na.
concluir
sobre a doutrina e ritual da umbanda, de onde se podia
transformava numa tentativa infruti-
Que, por vezes, O curso se
ue a-
fera, pois os alunos tentavam entender o sistema do Batuq
través do sistema de crenças da umbanda. Surgiam, por conse -
sérios en
guinte, discordâncias que teriam resultado em atritos
caso nao houvesse pronta intervenção do
tre alunos e professor,
es, demonstrando
Tesoureiro, que usava de argumentos convincent
ser conhecedor .daquilo que discutia. 16º
zando tes-
Hã cerca de-um ano, a Federação vinha reali
entrada em pedidos
tes para selecionar os candidatos que davam
. As casás de
de Alvarãs para funcionamento de casas de culto
& o Conselho do
culto vinham novamente sendo foco de desordens,
o a falta de qua-
Ritual, reunido, concluiu que aquilo era devid
-de-santo" improvi-
lYificação dos dirigentes; muitos deles "pais
testes que
sados. Por esta razão, votou-se pela instituição de
modalidade de culto pre -
selecionassem os candidatos dentro da
sentante da Confedera
tendida pelo mesmo. la qualidade de repre
exames; e, mesmo fazendo
ção, o Tesoureiro participava daqueles
ele chegou uma vez à discutir
o papel de um simples secretario,
rios de julgamento dos can
con o Presidente a respeito dos crité
dato (a abrir /
didatos. O Tesoureiro propunha que, Se O candi
pedir, enquanto esperava no-
terreiro) fosse reprovado, poderia
onar sua seara. OQ Presidente
vo exame, licença para fazer funci
era reprovado", e se O
discordava, pois achava que “reprovado
nada deveria entender de se
candidato não entendia de terreiro,
nto, enquanto que “0
ara. O Presidente argumentava em tom viole
e, apesar de discutir, diri
Tesoureiro mostrava-se subserviente
ndo-o respeitosamente de “pai”
gia-se sempre ao Presidente trata
da Fe-
e "senhor", dizendo: “Eu estou falando por causa do nome
reprovamos aqui, e
deração. O que esta acontecendo e que nos
consegue um pistolao dentro da
tem gente reprovada que se vira,
Central, e faz atê toque. É nos & que ficamos desmoralizados”.
aula, surgiu a discussão so-
(16) Certa vez, no decorrer de uma ência da mediunidade inconsci
bre a existencia ou não-exist idade inconsciente nao
ente. OD professor achava que mediun ncia /
existia, o que existia era um estado de semi-consciê
ra, diz ia que
do medium. Uua alunas renomada chefe de sea
ifestada de seus “guias” À
ela era inconsciente quando man len ta e pes so-
a momento nais vio
“discussão tornava-se à cad do
al, quando o Tesoureiro int erronçeu,. dizendo, eim defesa
cando O "trabalho ! de nin -
professor: “Ele não esta modifi ina, à parte teorica, pra
rot
gue, ele estã dando apenas a de pai-de-santo
ai; /
como se ve por
se evitar aberrações
os. caboclos, Ou que'cha
que não sabe fazer à “virada para 1 iias nos não queremos
r"
na" caboclo misturado com "senho
contrariar trabalho de ninguém 1º
ne.
“Quer ver uma coisa ? Ele nunca me chama a mesa”. (19) Quando
as de
meus juízes eu tenho por habito escolher entre as pesso
minha amizade. Quando um dos juízes não. pode tomar parte , no
a-
outro ano esse juiz & cortado, pois se a festa e p'rã gente
não posso
judar a Federação e mostrar ao povo, sem dinheiro eu
fazer nada *.
As desatenções do Tesoureiro, alegadas pelo Conse -
lheiro, foram, no entanto, a causa do nrimeiro desentendimento
de um “to
mais sério entre os dois, e que ocorreu por ocasião
e realizado na Federação. o
ue" promo
P vido pelo Tesoureiro
costumava e à-
(19) Nas festas promovidas pelo Tesoureiro, ele de partici
uma servir seus convidad os conf orme o grau
inda cost
pação desses em relação à festa. À primeira mesa, por exemplo,
os pro-
e chamada “mesa da Diretoria”, e para ela sao chamados
de honra que apare -
motores da festa e mais alguns convidados e mais far
socia l,
cem pela Federação. À mesa e posta no salão as que funci o -
ta, mais bem arrumada, alem de contar com. pesso egui nte, es-
cons
nam como garçons, servindo Os convidados. Por s "pais - de
ta E uma especie de "mesa de la. classe'. Os demai
social, porem
santo" presentes a festa, sao servidos no salão
farta, em que muitas vezes eles mes -
numa Segunda mesa, menos
pois nao ha quem
mos ter que pedir copos, pratos ou talhzres, urei ro par
cnama O Teso
os sirva. Para o "grosso do povo” (cono panelas
preparar
ra os demais associados), o Tesoureiro nanda doses indi
ha ei
de caruru ou vatapa, que são servidos na cozin
viduais.
120.
s em dias de
tar a Federação, ainda que esporadicamente, e apena
reuniões políticas. Mas, por outro lado, começou à desconfiar/
votos para a outra candidata , ao
de que o Tesoureiro cabalava
porque e-
mesmo tempo em que custava a acreditar numa "jogada"
desco -
ram todos dó partido da situação. Porem, no dia em que
a de posi -
briu que aquilo realmente acontecia, houve uma tomad
Presiden -
ção em que o Tesoureiro se confessou do lado da Vice-
de esco -
cia, justificando que ele era sócio e tinha o direito
a coisa a
tha; e alêm do mais, dizia ele: "enquanto eu for algum
dirigente re -
qui dentro a Federação não vai ser governada por
saboeira”. O
lapso, nem "pai-de-santo” veado ou "mae-de-santo"
pso" não so
Conselheiro se viu e sabia que era visto como “rela
em toda sua
porque, como Presidente do Conselho Deliberativo,
m porque ele
gestão, o Conselho so se reunia uma vez, como tambê
do Ritual. À Vice-Pre
jamais comparecia ãs reuniões do Conselho
mais avançada, com mai
sidente, pelo contrario, embora de idade
nenhuma reu
or número de ocupações, não deixava de comparecer a
casas associadas(pa
nião, sessões solenes ou mesmo "toques" das
Presidente da Ins
ra os quais era convidada em virtude de ser a
tituição). |
estigiado e
Mais uma vez o Conselheiro se sentiu despr
nha surda
espoliado. Por essa razão, passou a encetar uma campa
“praga da ditadura da Fe
para depor o Tesoureiro, segundo ele a
no sentido
deração". Ele tentava aliciar a cúpula da Federação
ção em Assembleia Geral,
de que, juntos, fizessem uma representa
“elemento desonesto que
para colocar fora da Federação aquele
(21) e estava ali
não era “pai-de-santo”, que não tinha moral
deles”.
querendo ser muita coisa e tomando o lugar
a da Fe
Não se sabe quem, dentre os elementos de cúpul
reiro. Sabe-se que este
deraçao, denunciou O movimento ao Tesou
va €, possivelmente a-
veio a tomar conhecimento do que se passa
(22) ou por não sã -
temorizado com as proporções do movimento
era realmente seu ami-
ber quem, dentro da cupula da Federação,
e dos “pais-de-santo“no pri
go, não hesitou emse retratar diant
oria Executiva e do Conse -
meiro dia de reunião mensal da Diret
Tesourei
lho do Ritual. Antes de se discutir a pauta do dia, o
seu pedico de demissão do
ro pediu a palavra para apresentar
particularidades do Tesou
(21) O Conselheiro que dizia conhecer
um "ycado” que vivia em
reiro, falava que o Tesoureiro era
dos”, seus amigos.
bacanais com um grupo de outros “vea
o da OPUC (Orden Paraen
(22) O Conselheiro ja contava coin O apoi idente vidigal. (ver
se de Umbanda Crista) atraves do diss
Cap. 1).
122.
que ele & um rapaz esforçado, que se mata por esta Federação .
Eu, por exemplo, sou uma pessoa que não posso targar minha ca-
sa e ficar aqui fazendo o que ele faz, e acredito que os "ir -
mãos" tambêm não podem". Alguns Conselheiros não se manifesta
ram nem contra nem a favor do Tesoureiro, nas quando o Presi -
-
dente do Conselho e a Presidente da Diretoria Executiva pedi
ram que o Tesoureiro tivesse calga e reconsiderasse seu ato,
natureza das
Inicialmente, procederemos 3 análise da
Isolaremos tres propriedades das
interações dos disputantes.
de multiplicidade e a
interações, a saber: O conteúdo, o grau
entre aquelas pessoas;
direção das trocas de favores existentes
o Conselheiro não tinha rela-
(24) Conforme veremos a seguir,
iros.Pelo con
ções cortadas com neniui dos deiais Conselhe inclusive a e
ando
trario,as relações eram estreitas, cheg
entr e ele e o Conselheiro Fran-
xistir laços de compadrio o. O Tesou -
cois, candidato a Vice-Presidente da Foderaçã
ao inverso, era “de nal* com dois conselneiros.
reiro,
127.
pois do mesmo modo que Kapferer, acreditamos que "is that throu
gh an analysis of the exchange- content in a relationship, and,
particularly the degree of multiplexity and directional flow of
this exchange content, sone indication is given of the extent /
of social investiment which an individual has in those persons
to whom he is directly connected relative to other persons ho
are linked to the same persons". (1969:215).
Chamo de conteúdo das trocas à qualidade ou natureza
das transações sociais. Tomando os depoimentos coletados, agru
pei taís conteudos em cinco categorias que chaneí de 1) -trocas
formais; 2) - trocas informais; 3) - favores pessoais; 4) - fa-
vores no culto; 5) - companheirismo. Trocas formais significam
a obrigatoriedade do cumprimento de um dever social e, na Fede-
ração, este dever & decorrente do status oficial que as pessoas
desfrutam dentro da Instituição. Cita-se como exemplo a obriga
ção que um indivíduo investido nas funções de Presidente da Fe-
deração, tem em comparecer as Festas ("toques") das casas de
culto, inaugurações de "barracões" e demais cerimônias particu-
lares, pelo fato de ser ele o Presidente de um Orgão de classe.
O mesmo pode acontecer com qualquer uma das pessoas que façam /
narte da cúpula da Instituição, no nosso caso, à Federação. Ao
lado desta obrigatoriedade, existe um segundo tipo de gentileza
trocada que, embora ocorrendo no plano pessoal, não deixa de /
anteriormente co
O cumprimento em datas de aniversário (citado
um dever soci
mo exemplo) não sera considerado neste caso como
riante sera um
al. Haja recepção ou não, a visita ao aniversa
casa de outra sim -
ato íntimo em que uma pessoa comparecerã à
. E, uma vez na
“plesmente dizendo “vim passar O dia contigo"
e bastante para se
casa do aniversariante, gozara de liberdad
de ter uma rede atada para /
sentir com o direito de almoçar,
mesmo abrir a geladei-
“dormir a sesta", de usar o chuveiro ou
que merendar". No caso de
ra e a "petisqueira para orocurar o
do “santo” do aniver
o aniversário ser no mesmo dia do festejo
a visita prontamente
sariante, e estar planejado um “toque”,
da festa, e trabalharã
participara do putírum do preparatório
o quanto for necessário.
o visitante /
burante a realização do “toque”, o amig
ariante que estara ocupa-
podera ajudar O dono da casa (anivers
anfitrião da casa e/ou orga-
do com o ritual, funcionando como
tante /
nizador da recepção. Dependendo de sua vontade, o visi
da festa, permanecendo mais
poderá ficar para a "varrição” (+)
nsas do dono da casa, de modo
um dia comendo e dormindo as expe
uma pessoa desfruta na car
que, a maior ou menor liberdade que
da intimidade entre ambas. No
sa de outra passa a ser a medida
o, a major ou wenor intinida-
caso dos Conselheiros da Federaçã
/
rios discursos, pela forma
de entre eles surgia em seus próp
outros durante as entrevistas
comu que eles se referiam uns aos
Conselheiro di
que tivemos. Quando as trocas eram formais, um
fulano apenas da Federação"
zia a respeito de outo: “conheço
ami
pela.parte do culto"; “nossa
"nosso conhecimento é somente
"fulano vem nos meus toques Í
zade nao term particularidades”;
costumo ir a casa de fulano e
nas a gente não se visita”; “não
1a". o caso das trocas in
ele até reclama porque ninguem vai
entre as pessoas, estas díizi
formais em que existia intimidade
dias de toques, fora de to-
am: "fulano vem na minha casa nos
à
conhecimento ê& antigo e nossa
ques, a qualquer hora"; "nosso
de fulano & mesmo que ser mi
mizade & mais adiantada”; “a casa
muitos e muitos anos"
nha". Ou ainda: "somos amigos de muitos,
entre OS Conse
uma consequência dos laços de amizade
nessoais, ou soja, /
Theiros & eles passarem à trocar favores
serviços ou ajuda na solu-
prestação recíproca € voluntaria de
em
Este tipo de troca tambem não
ção de prooleias domBsticos.
pois E sempre um ato de motu -
volve dever e obrigatoriedades,.
obsêquio. Via de resra, cada Con
prôprio uaquele que presta O
suã
-atarvfado cor 05 deveres da
selnciro ? um sacerdote scapre
não dispõe de tenpo para ir
casa de culto, e que muitas vezes
129.
“na parte do santo”. Por sua vez, Luz diz que se dê com 0
2 IDE qem
DIREÇÃO para
GRÁFICO Vi
132.
(26) Lucival nora nua sitio (chá cara) cortado de riachos (iga-
ravvs) dó nos arredores da cidade.
e que fica Yocaliza
133.
em casos de doen-
auiga da Presidente, que era queil a socorria
ordem pessoal.
ça e lhe prestava uma série de outros favores de
do Tesoureiro;a
Quer dizer que, sendo a Presidente muito amiga
ponto de considerã-lo um “filho”, votar-se contra o Tesoureiro
e, por conseguin-
“era o mesmo que se indispor com a Presidente
de. O mesmo
te, deixar de receber os beneficios daquela amiza
Ritual, a Conse
sucedia entre a Vice-Presidente do Conselho do
oO “pai” Belmiro. Vo
lheira Dadinha e o Presidente do Conselho,
Dadinha uma quebra
tar contra o Tesoureiro representaria para
da aliança com Belmiro. Edith era "amicissima" de Françoissen
va no passado, que
tre os dois havia existido uma ligação afeti
existentes. Se conti
as “nhigrinhagens"” ainda comentavam como
de somenos importancia,pois
nuava ou nao, isto era uma questão
Edith votasse contra o Tesou
o relevante era o fato de que, Se
a o risco de discutir /
reiro, na pior das hipóteses ela corri
Belmiro e Nono, consideravam
com seu amigo, que juntamente com
se "irmãos e tudo" para o Tesoureiro.
ficavam que O Te -
Deste modo, essas colocações signi
três Conselheiros, levava
soureiro, apesar de estremecido com
Otimas relações de amizar
vantagens na disputa porque mantinha
(Consideramos"pessoas-
de com as pessoas - chave da Federação.
r-na Instituição). Tal po-
chave" aquelas pessoas de maior pode
de uma posição estrutural o-
der, por sua vez, era decorrência
iada a um poder mistico(mai
cupadana Federação (cargos), assoc
e. controle de um san
or ou menor valor de uma "especialização"
as "pessoas-chave” eram aquelas
to") e tambêm pelo fato de que
multiplas (por conse -
que mantinham maior numero de ligações
s conselheiros. Podiamos as
quencia, mais solidas) com os demai
ta como à que estamos
sim intuir que, numa situação de dispu
de ligações multiplas que
considerando, quanto. maior o número
as importantes do contexto
um disputante tivesse com às pesso
ele receberia no mesmo. Com isso
tanto maior seria o apoio que
foi mais inflvente-do que 0 /
queremos dizer que O Tesoureiro
a
timentos sociais que ele fizer
Conselheiro, em razão dos inves
no consenso da Federação e,
nos Conselheiros de maior peso
possivelmente, da Irmandade. O maior ou menor peso das pesso-
Tesoureiro, era aferido atraves
as que faziam parte da rdde do
es de um cargo ocupado, do pres-
da observação da soma dos valor
do significado místico de prô
tígio de uma "especialização", e
prio “santo” ("guia do medium").
tende a possuir rela -
Verifica-se que o Tesoureiro
re-
O Conselheiro tende a possuir
ções multiplas, enquanto que
ação. Assims à medida em
lações mínimas com a cupula da Feder
jãs.
ro,
fica das relações de um e out
que se faz a representação grá /
afi co VII I) obs erv a-s e que as relações do Tesoureiro são
(Gr
"fortes". O
Os Conselheiros mais
mais intensas justamente con
ona-se mais intimamente e é de-
Tesoureiro, por exemplo, relaci
s que sao me-
finido como "amigo! justamente por aquelas pessoa
se -
ais (como por exemplo, os Con
Thor relacionadas com as dem O
o), O que não sucede com
jheiros François, Natalia; Belmir
mo" da-
se considerar como “amicissi
Conselheiro, apesar de ele ei-
pes soa s. Aji as, dir eta ou indiretamente, O Tesqur
quelas
sivos, e
Os Conselheiros mais expres
ro se relacionava mais com
dade de
is ele não tinha possibili
as duas líderes, com as qua €
to, era m jus tam ent e as men os expressivas - uma vez que
contac as
dã Federação. Por sua vez, O
ram as mais ausentes da vida
da natureza
inha, era uma decorrencia
poio que O Tesoureiro obt to” .
ele e 05 demais “pais-de-san
dos laços de interação entre iros
exe mplo: ele tin ha rel açõ es informais com os "Conselhe
Por algum fa-
ha liberdade para alcançar
chave", e assim sendo, tin êe -
um pedido feito a ela por interm
vor de Dadinha, atravês de intimos que
de Bel mir o, por que ele e Belmiro eram amigos
dio
Quer dizer,à grande mobilidade que.o
“não se negavam favores. imidade /
eir o tin ha sob re sua rede era em função da int
Tesour á o caso
par
que,
com seus "pares", Este fato vinha comprovar
orrência de
er de uma pessoa era dec
da Federação a base do pod
seus laços de amizade. quê
ainda não explica O por
Sucede que este argumento
ula da
eir o ter sid o apo iad o unanimemente péla cup
de o Tesour o vinha
a do Tesoureir
Federação. Em nossa opinião, à influênci
Federação.
curava se legitimar na
das bases em que ele pro era ape
stão de enfatizar que
vimos que ele fazia que /
dos Estatutos
Tes our eir o, que fal ava apenas. a linguagem
nas sua compe -
medida em que demonstrava
que procurava cumprir na Isto tinha que,
sua responsabilidade.
tencia, sua eficiencia, e
rec onh eci do, mes mo com pulsoriamente, como o fiz
no final, ser Federa-
do Conselho, ou 05 Presidentes da
ra a Vice-Presidente ou * passou
que afi rma vam : “El e nunca nos desrespeitou"
ção , mava:
nos sáã aut ori dad e". O que O Tesoureiro confir
por cima de pessoas
aquelas
se faz aqu i den tro , Sei que eu comunique
“nada cou O
ord ina do” . Mes mo assim o Conselheiro ata
a quem estou sub que este
cha man do- o de "di tador", querendo dizer
Tesoureiro,
mesmo tanto defen
va uma das nor mas estatutárias que ele
que bra xou com -
qua ndo O Tes our eir o contra-argumentou, dei
dia. lias,
cima da
o con trá rio , ist o &, que ele "não passava por
provado um “ditar
, de modoque, mesmo sendo ele
autoridade de ninguem"
RELAÇÕES MÍNIMAS E MULTIPLAS EXISTENTES
ENTRE OS DIRIGENTES DA FEDERAÇÃO
ERIGIDAa“es
HÚLTIPLOS LAÇOS
meme LAÇOS Mivmos
. ?
GRÁFICO Vil
146.
CAPÍTULO IV
ração
No capítulo anterior ficou implicito que a Fede
, cuja organização
Umbandista do Parã era uma instituição fraca
ro. Mas vimos que
viva sSQ era concreta graças ao seu Tesourei
crático, intransigente
o Tesoureiro representava um poder buro
estatutâário. Por sua
quanto ao cumprimento de um regulamento
outro - o religio-
vez, esse poder era conflitante com um
es da figura do
so - igualmente legitimado na Federação, atrav
daquela Instituição.
Presidente do Superior Conselho do Ritual
nas divergências /
0 choque de poderes era nitidamente visivel
por ocasião do “vesti
havidas entre Mirandinha e "Pai" Belmiro
Enquanto para a Presi-
bular" dos candidatos a "pai-de-santo”.
O Tesoureiro pouco im-
dente - "reprovado era reprovado”, para
santo” que um medium
portava a maior ou menor competência "no
era se evitar que aFede-
apresentasse; o importante para ela,
“desmoratizada", Mas, se
ração fosse vista como instituição
ão da "ditadura" do Te
pensamos que a Federação existia em funç
da Federação, signifi-
soureiro, temos que, à "desmoralização"
ureiro. E, como seu po
cava a "desmoralização” do próprio Teso
interesse em defender sem
der repousava na burocracia, daí seu
cracia sobre o poder
pre, e fazer valer sempre o poder da buro
a
dos "pais-de-santo”. Isto ele conseguia, pois, durante toda
stimos à opinião do buro
analise que fizemos da Federação, assi
anto”; o que significa-
. crata sobrepujar a opinião do “"pai-de-s
ica” sobre uma “ordem
va preponderância de uma “ordem burocrát
os. por
no santo” (1). Portanto, do conflito dos codigos falad
o surgimento, crise e
(1) Yvonne Velho, em seu estudo sobre am dua s for mas
que existi
: extinção de um terreiro, mostra “à “ordem no santo” (en-
de ordenar intername nte o mes mo:
"mágico"), e a “ordem bu
fase e controle num/pelo aspecto /pelo “estatuto”, l.e.
rocratica (enfase e controle num
as). À primeira era defini
regras racionalmente organizad - o “co-
ava um codigo:
da pelo “pai-de-santo” que fal pelo. “presidente” /
digo do santo”. À segunda defendidaburocrático". Ela de-
do terreiro, que falava o “codigo
dois códigos, se ori-
monstra que, do conflito entre oscomo consequencia a de-
ginou uma crise interna que teve
sagregação e o fim do terreiro.
148.
ORGANIZAÇÃO DA FESTA
a de carã -
OQ Tambor das Flores, representa una fest
na sede da Federa -
ter publico levada a efeito todos os anos
de maio de cada ano. Ela
ção, nos dias que oscilam de 25 a 28
Tesoureiro, e por não
&, como se viu, uma das “nromoções" do
da Federação, O Tesou
constar do calendário Yitúrgico oficial
ção especial da Dire
reiro tem que obter, anualsente, autoriza
para poder realizar
toria Executiva e do Conselho do Ritual,
a que sua
o Tambor. ta sua exposição de motivos, ele argument
uma vez que todos os aà-
festa traz vantagens para à Federação
da Federação, graças
nos, são feitos reparos na sede social
a Federação lucra, porque se
aos seus "juízes". Quer dizer,
149.
a
Temos o imenso prazer de comunicar
....cceve. (2) e
Vv. Sss, que foi escolhido para
e Tambor, a
contamos com vossa cooperação. para est
maio de 19....5
realizar-se nos dias.... € ec. de
da Pedreira, no
3 Travessa Itororo nº 697, bairro
TA UMBANDIS-
TERREIRO DE RITUAL DA FEDERAÇÃO ESPÍRI
compare -
ra “, deste espera-se apenas que prestigie a festa,
cendo à mesma. Ele podera dar alguma contribuição, mas esta
sera inesperada (5). |
O número de pessoas & sempre constante: um “presi -
um ou dois /.
dente de honra”, trinta a quarenta "diretores",
s do cul -
“juízes da capela” e do “barracão”, dois "dirigente
be-se assim, que
to", e dois “patrocinadores da festa", Perce
, e, apesar do
o Tambor é organizado para se pagar a si mesno
que entra, sai em des
Tesoureiro afirmar que “todo o dinheiro
coisa ele conse -
pesa”, a afirmativa é relativa porque muita
Assim sendo, somos capazes de supor
gue de suas "virações".
uma pequena parce
que, do dinheiro arrecadado ainda lhe sobra
lidade cos sócios
la, que, somada ao que ele arrecada da mensa
que ele reves
(ainda que seja pouco) se torna uma importância
te nas suas outras “promoções”. Es, assim fazendo, se promove
teríamos o Tesoureiro e não a
cada. vez mais. Desta forma,
lucra das "promnoções"“da
Instituição, como o elemento que mais
Federação.
o da festa Ccor-
- Wão sendo oficializada, a organizaçã
—
Tesoureiro faz en sua rede
re por conta da manipulação que o
registrar seu dia
de relações sociais. E eu me permito. aqui,
o Tambor (6):
rio na semana que antecedeu 0 penúltim
e meia da manhã. És
-
recorro a:
bem procurei de Santo Ramiro, pois eu sempre
o Paí
o proteção no meu setor de
vários Pais e Mães de Santo pedínd
, pois todos nos devemos /
trabalho e para mim particularmente
este deu -
ter proteções. Quando sai da casa do Pai Norberto,
o faz todas as vezes. O
me dinheiro para o meu transporte, com
fome tem passado e conver
Pai Ramiro veio pedir ajuda pois ate
ele voltar no dia 2 de junho,que
sei muito com ele e pedi para
para ver o que se faz por e-
eu irei falar com os Conselheiros
ia para pagar o.trans -
je. Dei para ele uma pequena importanc
Mandei chama-lo e
porte dele. RecebJ denúncia do Pai Loris.
eu tive denúncia que ele
ele veio atender O meu chamado pois
É Seara e porisso nao pode
tinha tocado tambor e a casa dêle
e prometeu nao tocar /
tocar. Ele disse-me que tinha tocado
Atendi vários sócios
mais. O mesmo trouxe a cota da Festa.
trabalha
idades e como a moça que
que vieram pagar suas mensal
ba
filhinha que estã doente eu tra
comigo foi ao medico levar a /
a Sede e fui para a minha
As 5,30 fechei
Thei sozinho hoje.
e e Jeronimo (8) ate as 6,30
casa assistir Paladino do Dest /
mora junto de casa. Ele foi
Falei com o Neco, um rapaz que 0
para
as camisas dos tamboreiros
comprar fazenda para fazer
dos tambo-
do Tam bor das Flor es. pois nôs damos as camisas
dia
mas, não pude conversar /
reiros. Fui procurar O Pai François
mo me
tomando umas biritas e 0 mes
com o mesmo pois ele estava
el devi
ou mas eu não acei tei pois esta semana é impossiv
con vid
ate o final e
do muitos afazeres. Fiquei assistindo televisão
deitei-me a 1 hora”.
píintu
ei com Hãe Deuza assunto da
rop de maio (3a. feira) - Fal
alhes do festejo. pepois fui à Se-
ra do Barracão e outros det 10
untos referentes à festa. Sai às
de para resolver vários ass
e -
fui a ENA SA fal ar com O Sr. Lucival Luz assunto ref
horas e varios
€
a Presidencia da Federação
rente a Candidatura dele /
Fed era ção . O Sr. Luc iva l infelizmente não pode
assuntos da
aumentaram.
candid ato dev ido seus afazeres na ENASA que
ser meu a à
Mai
de apoiar a senhora Natalina
Acertei então com o mesmo
Fed era ção . Umb and ista. Da ENASA fui à Polícia
Presidencia da
a Teobal do, para receber Os Alva
falar com o escrivão de Políci com
Searas. Fui a Cidade velha falar
ras de funcionamento das O
a pois
rica de produtos de Unband
o Sr. Jorge dono de uma fáb
o que fez.
que ria dar uma aju da para O Tanbor das Flores,
mes mo
cansado .? 1
m 12 1/2? e eu estava super
Apanhei um carro pois era
mocei e fui para a Sede pois a moça que trabalha comigo estã /
doente. A Senhora Celina veio falar comigo e varios socios eu
atendi. Hãe Deuza voltou pela parte da tarde tratar da píintu-
ra de Xangô e lansã na parede da Federação. Estiveram tambêm
Fernan-
na Sede meu primo Fernandinho e minha irmã mais nova.
fazer
dinho queria saber varias coisas sobre a Umbanda para
um trabalho do Colégio ilazarê, onde estuda. Estiveram também
fazer uma /
falando comigo o doutor e a professora que vieram
pessõa. Às 6
gravação sobre algumas coisas referentes a minha
horas fechei a Sede e fui para casa. Assist7 Jeronimo (nove -
s meus vi
la) na televisão e em casa vieran somente como visita
chamado Luiz.Vie
zinhos, o Pae de Santo François e um amigo meu
como visitas. iiã
ram tambêm João de ilariana e Nezinho, somente
chegou co Quartel as
rio, & um rapaz que mora em casa comigo,
6 1/2 e foi ao cinema. Ele estã servindo no 29 BIS."
comprar material pa
zer na rua e não posso sair. Mandei o Neco
os. As 12 horas /
ra a Obrigação do Exu. Atendi tres associad
ar assunto
fui Sat a 1/2 hora e fui a Pariquis trat
para casa.
ade de D. Constancia, Fui
da Federação sobre atrazo da mensalid
De la fuj a casa da /
procurar a D. Wilma mas ela não estava.,
com a encantada Jarina .
Presidente mas ela estava manifestada
Sal de la as 2 horas, fui
Tratei assunto do Tambor das Flores.
Sede. mãe Deuza veio ver . o
almoçar as 2 1/2 e as 3 fui para a
. Tive uma tarde cansativa.Fui
andamento da Pintura do Barracão
24 horas”
para casa, assisti Televisão atê as
nada pois a
iuiza da Festa não randou
“27 de laio (Domingo) - 4
que ha-
na fanília ce por isso tudo
mesna teve problema de morte
cancla não veio. O dia todo eu não
via prometido mandar para & à
Falei con dqutor e
narei pois não tenho tenpo narocnada.
SP. Luci
sor as vãe Jul ian a, Dao François, “astro Alcidoas,
pro fes
154.
o dar os
val Luz e esposa.A noite deu tanta gente que não poss
pessoas. O toque começou /
nomes todos pois tinha perto de 400
entrar no sarracão
as 9 horas. bDurantê.o toque eu não consegui
O Tambor parou as 2 horas,
pois atê na sala não se podia andar.
5 horas da manha”,
mas eu fiquei atendendo gente atê as
CRRRKEERRARRAXE A
da situação social,
Antes de passar para à descrição
comentários sôbre o diario a -
gostaria de fazer alguns: breves
o quadro dos contactos do Tesou-
qui transcrito, tendo por base
reiro.
to -
soas 4, 12 e 14. Outras pessoas como O estudante, os “dou
Irmandade é "gente de /
res" e a "professora" que aos olhos da
em são vistas indo procu-
outra categoria" (Cap. 1), essas tamb
almente "gente de outra
rar 0 Tesoureiro. E o comerciante (igu
nte, ele não deixa de se
categoria"), embora não indo fisicame
em que voluntariamente da aju
dirigir ao Tesoureiro, na medida
da para sua promoção (9).
o II, verifica-se um
Quanto as demais pessoas do grup
Ou seja, agora e o Tesou -
inverso,
relacionamento com sentido
depende da ajuda ("proteção").
reiro quem vai procurá-las porque
seu Tambor, depende da coope
das mesmas. Também, o sucesso de
a. "proteção", seja pelas suas /
ração delas, seja por esta nesm
e 28 que fazem a “matança” —.
"especializações" - pessoas 24
cuja participação no contexto
Mas, excetuando-se à pessoa 23,
fica-se que, embora seja o Te
tem outro significado (10), veri
elas, em relação a ele, não dei-
soureiro quem va procurá-las,
-
sub serviencia, porque, cooperan
xam de estar numa posição de
ndo /
ro, estão no final, trabalha
do com a promoção do Tesourei
stão, o Tesou-
para o Tesoureiro: Portanto, no contexto em que
mais im
derante, e aquete elemento
reiro é o centro, é o prepon
vitam importancias menores. Â
portante, em torno do qual, gra
ida no
o, somente pode ser perceb
sua preponderância, no entant
em ques,
asp ect o sub jac ent e, poi s ele a encobre, na medida
seu
pei-
alterna, trata as pessoas res
se colocando numa posição sub
claro
"dona", "senhor" e deixa bem
tosamente por “pai”, “mãe,
a-s e sua s “pr ote ções” Has, a mesma preponderância
que pre cis
o se-
deixar de usar: expressões com
aflora, quando ele não pode
r con
: “ma nde i cha mar ", "vi era m falar comigo", “veio presta
jam
comprar". Em outras situações, on-
tas", "autorizei”, "mandei
ourei-
ifesta assintosamente, O Tes
de sua preponderância se man
E o caso
conscientemente, tentar neutraliza-la.
“a
ro parece,
, vai à Federação pa
por exemplo, do "pai-de-santo” Raniro, que
heiro de
o ajuda, e recebendo o din
ra se humilhar a eles, pedind
atenuar sua /
lesse caso, vemos o Tesoureiro
seu transporte.
oteção” tambên a Ramiro, ou ainda
preponderancia ao pedir “pr a
te
ição de suda tterno (igualmen
quando, Se colocando nura pos /
ino (auxílio) para alguen
Ramiro), remete 0 pedido deste últ
"Conselheires").
quesoria sunerior a anhos (as -
r hebraico" citado pelo Te
(2) O comorciante E o nesno "senho
soureiro no capítulo anterior.
nantido cos o Escrivão da Poli»
(13) O significado do contacto na analise.
. (5es sva 23) e discutido
cia
QUADRO DOS CONTACIOS DO TESOURELTO”
GRUPO II GRUPO III
GRUPO 1
pai-de-santo pede"proteção"
Deusa mãe-de-santo pintura Barracão 21 pai Ramiro
to
r—
sobre Tambor.
cr.fProfa. professores " informações 27 Presidente
Em
n
João de ilariana
oO
nezinho oai-de-santo
om
156.
157.
A SITUAÇÃO SOCIAL
a
Talvez a diferença mais
. ,
+ .
ritualistica, como veremos
-.
a seguir.
eira noite e
marcante entre às duas, E o fato de que, à prim
fessores, medicos
que comparecenr Os convidados de honra (pro
advogados) do Tesoureiro. E, comparando-se as duas, dirTamos
eira noite (“parte /
que, vistas como encontro social, a prim
do santo") seria mais requintada do que à segunda (“parte dos
brincantes").
a à descri
Feitas essas considerações, passemos agor
ção da festa (12).
te do dia
A “parte do santo” teve início a meia-noi
(+), ritual feito por"pai”
27, e consistiu no “corte para exu”
Fede-
Belmiro (Dirigente), auxiliado pelo “ogan de cortar” da
- Houve ini
ração. Às 21:00 hrs. do dia 27, à festa começou:
ex-presidente Lucival
cialmente um discurso proferido pelo
em exercício, e os demais
Luz, que saudou a Vice-Presidente
o 1). À seguir, a Vice =
convidados e pessoas presentes (fot
u a palavra, agradeceu 05 elo-
Presidente ('mãe" Hatalia) tomo
r sobre as eleições que se apro
gios recebidos e passou à fala
o fosse eleita. Encerrou
ximavam, bem como de suas metas cas
e proteção de Oxala” para to
seu discurso pedindo as "bençãos
uma
aberta a "sessão". “Quviu-se
dos os presentes, e deu por
salva de palmas. Foguetes. Os tambores iniciaram o “toque”.
ram no salão os'"me
Vindos do outro extremo, ingressa
Primeiro pirigente(“pai”
diuns": - o Presidente do conselho e
Conselheira ('mãe" Juliana) .
Beluiro), a Segunda Dirigente e
seguidos por “poi” François (13)
Em fila indiana, eles vinham
2). A fila indiana das "fi-
e demais "filhas-de-santo" (foto
De-
cargo que ocupava: começava
lhas" era arrunada segundo o
Belniro e terminava cor
o
&
R
Foto 2
Foto 1
UNICAMP
BIBLIOTECA CENTRAL
I61.
162.
asmados, respon
diuns em coro e pastante entusi
repente a voz do "nai" ficou
"marcha", quando, Ce
diam aquela
começava à sentir as "aproxima
ur? pouco embarcada. É que elo
ser ha n cornas
cões" do "quia". Logicanente, O "quia" deveria
cs "aproxinações” de um de seus
não era, "Pai" Selmiro sentia
« cuo tebocou” reoicanes
"agias” narticularesi Toii
do
nosir o o desnecir a "gatançel
tu vuis Jogo coricau a Se dog
e cilôncio. C1ãs 0582 rãpit-
gen Do Porcas uas elis iitutos
rc onto. Sã cur ndo cra mais
do intervalo, Deluiro cantou nov
cesso vclkiro ajuda neo estava
veluiro foodscol
contado, puito euicr 2802
tsurot, É à
163.
164.
Foto 13
Foto 14
165.
na ja
ta" cantada para qualquer orixã, era sinal que Donailaria
estava chegando na "guma" (fotos 15, 16, 17). Jovamente Belini
na final-
ro foi "cambonado" pelas suas "filhas", e Dona ileria
por um dos
mente foi aprumada (foto 13) e conduzida à Capela
"filhos" da casa do Presidente. Ja Capela, Belniro/Dona lHari-
que iam ajoe
ana ficou recebendo as nomnenagens dos assistentes
as.
lhar-se a seus pes pedindo-lhe as suas bençãos divin
houve
Depois da "incorporação" do Presidente 3elmiro
*
uma pausa no "toque". Chamou-se à Diretoria da Festa para “ir
os ronpendo o aglo
3 mesa, Como faziamos parte da mesma, sairm
edor ca sede social.
morado da porta do harracão, cozinha e corr
de "pais" e "maes -
io percurso encontravamos um grande número
qualquer motivo .:
de-santo" que normalmente não ian 3 sede por
moravam fora da ci-
ou porque fossem nuito ocupados, ou porque
a fazer na se-
dade. Ou ainda por acharem que não tinham nada
de.
en -
Na sala da frente havia um clima de amabilidade
tre as pessoas. tlãe" Natalia (Vice-Presidente da Federação e
tria. Aprovei-
Presidente de Honra do Tambor), servia de anfil
da Diretoria" — (foto
tamos para tirar uma fotografia da “mesa
19 05%), o
Dona Hariana
Quando regressamos ao barracão, Belmiro/
sendo cumprinentada pe-
tinha retornado ao salão e continuava
s" presentes - (fotos
tos presentes: - outros "pais" e "doutore
20, 21). |
vam hã “gi-
subitamente, uma das mêdiuns das que esta
ou, não foi "cambonada”
ra! se "incorporou". Todavia, não cant
que era dificil se sa
(portanto-.não recebeu "espada”), de modo
A médium/entidade então cruzou
ber que entidade era aquela.
(fotos 22, 23) sob as
as "guias" no peito e se pos à dançar
demais mediuns que passavam (foto 24).
vistas indiferentes dos
ém, e pelo contrários,
flotei que eta não foi “salvada” por ningu
ns graduados presen -
ela mesma começou a cumprimentar os médiu
e pre-
tes (foto 25). Como Dona Mariana/Belmiro ainda estivess
ambiente pois as duas
sente na “guma” houve um transtôrno no
por vezes quase se davam de encon-
entidades, em seus volteios
Tanbêm a entiídace avançava ate
tro naquele espaço pequeno,
eu que Done ciariana es
aos tambores como que, invadindo a ãrea mrameira
Foto 15 — Foto 16
“
Foto 18
167.
oia, dia
Estou no Para irã
“eu pei é Rei da nina
Estou no Para ira
dire Mr
n bis
Pen pen Y
senta
Quando Selmiro/Zonallariana tersinou sua apre
ção ja eram quase 23:00 hrs. François teou a direção do “to-
Foto 20 Foto 21
16
Foto 23
Foto 25
170.
lhas” que estava próxima, tomou as “guias” das mãos de seu “pai”
(foto 26). François agora livre, bradou (fotos 27 e 28):
Ma - Bt Et eres
Hã 1 Ha! Hai
Sou eus,
Boiadeiro
Caboclo...
“Para baiar...
tã na Hungria
Lã na Hungria bis
Seu Boiadeiro na Hungria
É “oria
Foto 27-
Foto 28
172.
se despedir.
º Tão logo Belmiro/Dona “ariana” se despediu, um jovem
cnefe de seara que se trajava todo de setim azul se "incorpo -
identificando-se a seguir:
Legua na terra
Turco é,
Meu pai & turco
Turco é
e a
0 jovem/Seu Legua ainda chegou a dançar um pouco
cantou , dois
“puxar" sua segunda "doutrina". - ias, quando ele
dos assistentes,
conselheiros que estavam nos lugares de honra
! cantando pra
imediatamente comentaram em voz alta: "essa não
Seu Lêgua a essa hora ?º Alguns médiuns da “gira” que estavam
pessoas entendi-
ali por perto diante do comentârio ouvido (de
das) vaciláram em responder. Desse modo, Seu Légua não teve O
Belmiro (a es-
previlêgio de um côro forte, mesmo porque "pai"
ois/Seu Boia -
sas alturas "puro") anunciava o retorno de Franç
ns de maior sta
deiro. Este entrou, tambem “salvado” por mediu
tus ali presentes. foi recebido à porta por "mae" Juliana (fo
ro que conduzia
to 35) e tinha as honras feitas por "nai" Belmi
desfilando /
ao som do "adja" (foto 36) Seu Boiadeiro entrou
onado. La
sua roupa característica (foto 37.e 38), e foi ovaci
0 novo se compri
fora .escutava-se foguetes em sua nomenageis.
|
mia para ve-lo.
Após ser triunfalmente hosenageado, ele dançou e fi-
l. wvapo-
(16) Na sua “espada haviam três letras pintadas: S.R.
o sobre o sig
leão indagou ao “ogan de cortar” da Federaçã “in
respondeu:
nificado daquelas letras, ao que O "ogan"
doutor, nem pergunte porque ne ale sabe”.
173.
Foto 29
Foto 30
Foro 31
174.
Foto 33
Foto 34
175.
maior parte das pessoas deixou a sede aquela hora, muitas po-
rem, ainda ficaram conversando, tomando cerveja, ou bebendo
cafe. Maria da Jurema e algumas outras mulheres que a ajuda-
Foto 35 Foto 36
Foto 37 Foto 38
177.
quele anterior.
Graças a Deus
Ora meu Deus
Louvado seja Deus
Dra meu Deys
Ogun fã
1 - ne fa |
Ogum nika & - fã
Ogum fã
I- ne fa
Ogum nik à e - fã
No - e Aq
«x
tá sv2rad
Foto 41 Foto 42
181.
Foto 43 Foto 44
Foto 45 Foto 46
182.
E a seguir:
Toia Le
Toia Lê
Toia Le
Toia Lê - e -e-&
Beija-Flor ja chegou :
Toia. Le.!
vescência na
Wo,
"gumna". aquela efervescencia, "pai" Jair se “in-
Eu vin formar
At - e Beija-Fiór tocos
Venho nas ondas do mar
dr.
(24) Francisco Caldeira Castelo Sranco, fundador ca cidade
faça parte da cossol onia vo Satu que
Belem que cmbora nao
2 cantado nos rituais.
184.
marcava agora,
De modo geral, a “virada dos caboclos"
uma alteração total no “toque”. Começava à não existir mais
- santo" no que eu via co-
nenhuma disposição rígida dos "pais-de
entre
mo “areas privativas". Tamb Em não havia sequencia rígida
"pai" Belmiro se “incorporava” com
os dirigentes do "toque”.
era tão imperceptivel que
Seu Pequenino (foto 48) e sua “posse”
Agora que os cirigentes ja esta-
aparentemente nada acontecia.
49) cada vez que um "santo
vam quase todos umanifestados" (foto
sem cerimônia. Hais mediuns
queria dirigir o "toque", o fazia
continuavam entrando na "gira". Marques de Pombal/Juliana brin
ersava,
cava com o triangulo. À assistencia mais rejaxada, conv
erias para pessoas da platéia.
enquanto os “santos” jogavam nilh
Lagua. Sançou um pouco e saiu
François se “incorperou” com Seu
ido com sua vou
da "guna”. Passada una meia-hora voltou ja vest
istência cantando:
pa (foto 50) o se exibia cera a ass
Tinio, Sinic, tínin
Aa -
Cado Neler do Para
Tinin, tinim, tinin
Sualã
Cadê BelEm do Parã
pingaia. Seu corpo inteiro era rijo, porém não dava ideia de
tensão. Todavia, em nenhum monento ele parecia relaxar o tron
de /
co, de modo que, ao deslocar uma perna, todo aguele lado
como
seu córpo acorpanhava a mesa, Cono se tivesse a coluna
gixo.
-
os "santos": - "vã brincar, aproveitem perque nós varios encer
ão,
rar 3 1172 1" Os "santos" não The nrestavam a menor atenç
ou tentavam segu
e cavar leves tapas no corpo de ""irandinha",
tã-lo.' Depois
rar seu queixo, com a nítida intenção de irri
faziai poses, e pediam que eu /
corno se nada tive ssom ouvido
=
o
Foto 47 Foto 48.
187.
.
- “Meninas, deixem a branca cantar
enfatisava a
Evidentemente, quando Jair/Guapindaia
deboche, pois nenhum medium /
palavra “branca!” ele o fazia por
r diante de uma "branca! ou
dos ali presentes, acreditava esta
-
havia- feito a "virada dos cabo
“senhora”, pois ha muito ja se
clos"
aquele ritual,
A médium, estava patente, não conhecia
com uma voz baixa e quase i-
pois mesmo assim cantou ainda que
naudiível:
Cabaceira chia
et
"o
SS
“aria Darbassuera
outra
Apagada por tantos gritos, Sarbassuera não teve
de on
". para as suas “encantarias"
alternativa senão a de "subir =
Leguas, Jair/Guapin
de vieran + Ficaram no salão: François/Seu
iana/Barão norê (novamente).
daia, Belniro/Seu Pequenino e Jul
ante” dançava como queria
A essas alturas, cada "brinc
s tin ha de circular, Às mediuns paravam, Se
ea "gi ra" nad a mai
Ágora todosos
abanavamn entre si. Outras entravam e saiam.
pux ado s eral i “co rri dos ". Con a repetição cos "corri -
"ponto s"
( foto-
m, unas atras das outras
dos" as mediuns sé “incorporava
s con
mne diu ns ain da che gar am a ser "cambonadas” poi
52). Pou cas
mes
cor por açã o" de qua se tod as elas, algumas tiravan, elas
a "in s (fo-
eça o jogavam O cabelo para tra
nas os grampos de sua cab ui
"chegado".
to 53). Era o sinal de que seu "caboclo" havia
em seguida /
ent ida des “"s aix ava n”, dançavan e desapareciali
tas um
arem. de quando em quando fervia
sem ao menos se identific do /
o na ass ist ênc ia: - era m pessoas que não conseguin
borborinh
au em transe. dutras, ficavam apenas
mais seu auto-controle cai
pre ssa s do recinto. “pais-de-santo” se
“"alunbradas "” e caf an às
tava as “areas
tur ava m aos seu s “ri lho s“ e nincuês mais respei
mis voz que
to S%). “aquela bacunça, una
privativas: do ninguên (fo “bora&-
co quer, falava um DOuco alto:
eu não sabia identificar
GQ que de nagã adiantava. varias
cabar“comessaanarquiaaí mo e
cas eça ” de pód iun s cra duccos davari carcalhadas
enticades "na CO a the
tos ous cen os Coi ias Eos, sui SC juporteruis
faziciui ges
sli presente.
ta assistência” quo esvave
Foto 52
Foto 54 —
Foto 53
190.
Rufar RA [ bis
Eu quero baia
passarinho, rouxinol
pombo roxo |
abre ole.
Eu tambem sou um caboclo
Da ilha de Haracassumê
ANÁLISE
(26) "Juiz de Barracão" cargo que nao havia existido ais então.
194.
padronização diferenciação
— (xire) | (tnareas | registradas”)
uniao e desuniao
(aparente) : (competição latente)
burocracia 4 carisma
(estatutos) ("carreiras")
defini o Tambor das Flores como uma festa que atê as 23:00 hrs.
& um congresso para Phd. (François), ia. (Juliana e Jair), Pg.
bor das Flores & uma inversão da ordem social vivida pelos mê-
rela
diuns, quer em relação a "ditadura" da Federação, quer em
Nos dias do Tambor das Flores os
ção a sociedade envolvente.
médiuns anônimos do fichario da Federação tem finalmente opor-
ano,mos
tunidade de se fazerem conhecer publicamente, e a cada
,
trar ao consenso, que eles também possuem competência, quando
apos a “virada” se tornam tão notórios quanto os mais famosos
"pais-de-santo”.
as* -
(20) ilem todos cs "oncontados" soben nara suas "encantari
quando finda o "tongue. Eles ficam “em terra ” esner ando
a "varricao” (+) Go Tarcor que é sennr e feito na cesa do
Tesoureiro; o, CGursctc toda a noite não icixen o Tesouroi
ro descansar, nois Ticern
í exigindo cicarros,curvedos ico,e >
no cor palavroes,
198,
CONCLUSÕES
GRvl +
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tags rem
Spas A “ e
A sá
É 4
e
E
",
N
x
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&y ” 1
2º a %
" pus RAIOS FESenaç USTIA nf “4
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DO
RAMO E CLASSE DE Ay
PESSIA E TvBEM
AP) EFETRO
Bota
CONVENÇÕES
VoraMivesyr
vCaLE
Vossy
—rmeto
203.
BIBLIOGRAFIA
GLOSSÁRIO
DEMANDA - Luta.
DESENVOLVER - Processo de aprendizado que visa aumentar a capaci
dade mediunica de um médium, e que implica no conheci -
mento gradativo da crença..
ANEXO I
FILHOS
Flecheiro (1)
Laurencino (1)
Mariano (1)
“Caboguinho (1)
Guapindaia
Guerreiro
Guido Jatorana (Jatinorana ou Jatuarana
)
João Fama =?
Nilo Fama
Joaquinzinho (2)
Mensageiro de Roma (Amim) (3)
Miriam |
Pinda
Pindaiê (Tata)
Rondado
Sentinela (4)
Tabajara (5)
Tapinare = ?
Ita (6)
Ubirajara (7)
Ubiratan (8)
ZLizue =?
Seu Risca
Seu Lera
João da Mata Anataa
Seu Jurema
Tapindare
221.
FILHAS
Flecheira
Lauyrenciana
Mariana (9)
Ana Joaquina =?
Siriaki
Ciganina (10)
Menina Doleira
Princesa Dora
Princesa Flora
Jaguarema (11)
Juraçcema
Noxinina (Bela Cigana)
Jarina Anaiza
IRMÃO
(irmão ?) =?
Jandira (12)
IRMÃ
Floripe =?
Flor do Ceu
Flor. do Ouro
Flor das Nuvens
Flor do-Mar
Flor do Vinho
(1) Gêmeos.
(2) Filho de Legua.
(3) Vem na Umbanda e na Cura.
(4) Falange e Parentesco com a Bahia.
(5) Linha Superior de Oxala.
(6) Filha adotiva.
Anaiza (7) Vem na Hina com o nome de Rei da Turquia.
(8) Linha Superior de Oxala
(9) Pode vir na Mina com o nome de Maria de Maria.
(nome legítimo). Vem na Cura com o nome de -
Arara Cantadeira,
(10) Familia dos Ciganos.
(11) Vem na Tinha da Mata e da Cura. Nesta, com o
mesmo nome.
(12) É da linha de Jurema,
222.
Menino Agudui
Conceição Sueira
Joao de Ouro
Joãozinho Sueira
Leovergildo Sueira
Basilio Bom (1)
Sebastino
Jarina (2)
Esmeralda Edite
Moça da Guia -
Angacino
Bombeiro
Floriano
Pedro Estrelo
Legua Bogi (Boa) da Trindade = ?
Y
Anaraa
us
aa
tt
Japetequara (1) = ?:
Belo Encanto
Dur encanto
Dona Ina
Joao de Lima
Parazito
Boto Malhado
Mestre Buiuçu
Mestre Jaboti
Mestre Papagaio
Mestre Jacarezinho
Mestre Jacareaçu
Mestre Jacarandir
? =?
Mestre Marinheiro de Norato (2) Anaiza
Seu Marinheiro Fernando
Marinheiro Júlio Galego
Ricardinho Rei do Mar
t = ?
Mestre Puraque
Mestre Jandia
Cobra Grande
Cobra Coral
Principe Rio Negro
João de Una
Tango do Para
Dom Carlos (3)
7? = ?
Caboclo Marajoara
Mestre Harajo
226.
Seu Taculumi
? = ?
2 = 9
Zezinho (1)
Rainha Eowa = ?
FAMÍLIA
Seu Pequenino
Barao de Gore = 9
Seu Gorezinho
Baruanhinha Anaíiza
(tambêm apurei o termo de tratament
o "seu!)
João da Mata = ?
Dorina
Tambacêe
Princesa Dorimar
Joãc de Ronda Anatãa,
LINHA . DE OGUM
OGUM
Ogum Beira-Mar = Oxu
ânatea
Ogum de Ronda
Ogum-iara
Ogum-mege
Ogum Sete Ondas
Ogum Naruê
. Anaiza
Ogum Oia /
Cavalheiro Jorge
LINHA DE OXOSSIE
Oxossi
Dora da Mata
Pena VErde (1)
Sete Fiechas
Aldeia da Tribo Orumbã (2)
João da Mata (3)
Seu Tamandare
Seu Pena Branca
Seu Pena Amarela
Seu Pena Azul, Anaiza
Seu Pena Cinzenta
Cabocla Ita
Cabocla Iracema
Cabocla Erundina
Cabocla Jaciara
Velha Jurema (4)
Cabocla Bartira (5)
Dom Manuel
Toia Dossu Caja Bobeçã
“Rei Cigano = Dona Cigana
Ciganinho
Dona Ciganinha
Toia Cigano
Mulheres
Nana Buroco
Rainha Barbra (Inhaçan)
lemanja
Jamaina
Oxum
Princesa Sinha Bê (Senhora Be)
ânatza
Seu Flexeiro
7 = 2
Seu sentinela
Toda Falange de Cosme e Damião
Seu Rio Negro (1)
Seu Pena Cinzenta
Caboclo Marinheiro
Cabocla Jamaína
Seu Balanço (2)
(1) Caboclo
(2) So vem na “mina”
Pai Miguel
Homens
Caboclo Bravo
Caboclo Luar.
Caboclo Olho d'Água
Cidalino
Constantino (Baiano Grande)
Seu Gavião
Jurupari
Marabã
Marinheiro
Mestre Marajo
Pombo do Ar
Ricardino
Seu Rísca
Tubian
Canguruçu (1) Anaiga
Mulheres:
Herondina (2)
Indaiêé
Iracema
Maria Mineira da Luz
Preta da Mina
ANEXO 11
RITUAL DE UMBANDA
o? Que e Orixa ?
03 Que entende por ARUANDA ?
04 Que E um EGUM ?
05 QUEM são seus Orixas ?
RITUAL JUREMA
RITUAL NAGÔ
02 É feito no Santo ?
04 QUE E um XERÊ ?
05 O que é um ACHEORI ?
09 Que e AMACY ?
14 Que e OBÊ ?
quais são ?
camarinha ?
19 Que um AXEXÉ ?
Di
20 Que é VUMBY ?
2s Que e OTÃ ?
22 Possui assentamento ?
28 Que
Mi
um ASSENTAMENTO ?
29 Que e OLO ?
31 Que é ENTOTO-AZABÃ ?
Nome: H. N. M.
Procedência: Icoaraci
02 - QUE É ORIXÃ ?
Candidata em silencio. Interferência da examinadora:-"Não fi-
que nervosa. Diga o que a Senhora entende. Se é pedra, imagem...”
Resp:- Um Orixa & Oxala.
03 - QUE ENTENDE POR ARUANDA ?
Candidata em silencio. Interferência de Mãe Edith :- “Tem mui-
ta doutrina a esse respeito...”
Resp:- Não sei...
- À Conselheira 5:
04 - QUE É EGUM ?
Resp:- Nao sei...
O Conselheiro 4:
À Conselheira 2:
13 - EM QUE LINHAS E FALANGES BAIXAM OS PRETOS VELHOS ? e con-
tinucou formulando a pergunta jã em termos proprios: "A se
nhora vai chamar, p'ra quem canta ? Ou a Senhora não can-
ta, atrai por preces..."
Resp:- Atraio por preces. A prece da Fraternidade.
A Vice-Presidente do Conselho:
O Presidente:
(Março/Dezenbro 1954)
GERAL
VUNTA EXECUTÍVA
JUNTA GOVERRATIVA
oBS: X participação
- sem participação
+ dissidente abril/1965
++ cassado p/ desfalque
00s: X participação
som participação
“Ly
248,
ANEXO VI
ENTREVISTA N9
DATA : / /
NOME |
ENDEREÇO | BAIRRO |
DATA DO NASCIMENTO /4 SEXO COR
ESTADO CIVIL, o ESCOLARIDADE
E - SITUAÇÃO DA ENTREVISTA
11 - HISTÓRIA DE VIDA
TAPE Nº | LADO N9
249.
b) Nome da Casa
e) Atividades paralelas
pagos
gratuitos
IV) Levantamento da
a) Planta Baixa
251.
b) Assentos
252,
C) ETNOGRAFIA DO RITUAL
b) FUNERÁRIAS -
Com tambor
Sem tambor
264,
D) ESTRUTURA SOCIAL
“da casa
NOME
CASA DE CULTO
IDADE SEXO ESTADO CIVIL
QUANDO COMEÇOU A FREQUENTAR A CAS
A
CATEGORIA NA CASA
. QUE É
ESPIRITISMO
UMBANDA
BATUQUE
ESPIRITISMO
UMBANDA
BATUQUE
OS CENTROS ESPÍRITAS
AS SEARAS DE UMBANDA
OS TERREIROS DE BATUQUE
AS NOTÍCIAS QUE CIRCULAM EM REPORTAGENS DE JORNAIS LOCAIS SO
Nivel de escolaridade
PROFISSÃO
IDADE
BAIRRO El QUE RESIDE
268.
TX
ANEXO
SgH 1
W 03 IITva YNVHIS VC vIQ
ANEXO . 269.
X
DADINHA
FRANÇOIS
JULIANA
NATALIA
DULCINÉIA
270.
EDITH
BRIGIDA
ALCIDES
LOURDES
NONO
271.
- REGINA
LUCIVAL LUZ
HIRANDINHA
EUCLIDES
JOÃO SOUZA
272.
VIDIGAL
PEIXOTO
CLOTILDE