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FARMACOLOGIA MÉDICA - Tóxico ou Veneno (droga que possui um

efeito maléfico, ex.: veneno de cobra)


CONCEITO
- Fármaco (estrutura química conhecida e
“Ciência que estuda a interação de princípio ativo identificado)
substâncias químicas de natureza animal,
vegetal, mineral ou sintética com os - Remédio (qualquer substância química ou
organismos vivos; qualificando e procedimento que traga benefício ao
quantificando as alterações orgânicas paciente)
induzidas por estes compostos na fisiologia - Especialidade Farmacêutica (nome,
destes organismos”. propaganda, laboratório... obs.: genérico não
ALOPATIA X HOMEOPATIA é especialidade farmacêutica)

Alopatia são os fármacos de indústrias/ - Placebo (substância que não é droga,


laboratórios, já a homeopatia são fármacos normalmente alimento, utilizado para
naturais. Há algumas doenças que não é testagem de um medicamento)
possível o tratamento apenas com a FÓRMULAS FARMACÊUTICAS
homeopatia, por exemplo, uma pneumonia
grave. “ É a descrição dos constituintes químicos de
um determinado preparado farmacêutico.
FITOTERAPIA Podem ser Oficinais, Magistrais ou
São medicamentos com princípios vegetais e Especializadas. ”
com princípio ativo, diferente da homeopatia - Fórmulas Oficinais: Fórmulas constantes da
que não tem princípio ativo. E diferente farmacopeia brasileiras ou de outros
também da alopatia que muitas vezes além compêndios oficiais reconhecidos pelo
do princípio ativo possui componentes Ministério da Saúde. Não devem ser
sintéticos. alteradas.
DEFINIÇÕES BÁSICAS - Fórmulas Magistrais: Fórmulas constantes
- Dose (quantidade de droga por peso) de uma prescrição médica que estabelece a
composição, a forma farmacêutica e a
- Dose Efetiva (dose necessária para posologia. Podem variar constituintes e
produzir o efeito em x% da população – DEx) doses de acordo com a terapia.
- Dose Letal (dose necessária para matar x% CONSTITUIÇÃO
da população – DLx)
- Princípio Ativo (base medicamentosa)
- Índice Terapêutico (relação entre a dose
efetiva e a dose letal – DE50/DL50) – Quanto - Coadjuvante Terapêutico (Trimetoprima +
mais baixo mais perigoso/letal Sulfametoxazol) – dar estabilidade química a
medicação
- Posologia (forma como o medicamento vai
ser administrado – 8/8h - 12/12h) - Coadjuvante Técnico

- Forma Farmacêutica (comprimido, pílula, - Corretivo ou Edulcorane (deixar o


pomada, spray, xarope, colírio, creme...) medicamento com um gosto mais agradável,
ex.: xaropes)
- Droga (substância, exceto alimentos, que
seja capaz de produzir efeito farmacológico – - Veículo (líquidos) Ou Excipiente (sólidos) –
altera e modifica o funcionamento de um servem para dar volume ao medicamento,
sistema orgânico aumentando ou diminuindo) não tem efeito farmacológico. Ex.: água,
álcool, lactose, amido....
- Medicamento (droga que possui efeito
benéfico)
EXEMPLO seca, podendo ter aplicação interna ou
externa.
São quimicamente mais estáveis: são
convenientes para dispensar altas
concentrações de fármacos: pós de fármacos
solúveis apresentam velocidade de
dissolução mais rápida e têm melhor
biodisponibilidade que comprimidos e
cápsulas (vai ser absorvido e começar a
fazer efeito de forma mais rápida).
Pós a granel, sachet, para inalação, pós
efervescentes ou pós para reconstituição
(ex.: pós que precisam de diluentes para ser
aplicado na hora – a exemplo de alguns
FORMAS FARMACÊUTICAS antibióticos – para não perder estabilidade
“É a apresentação final de um preparado química).
farmacêutico, devendo ser estável química e  Aglomerados:
biologicamente; ter de preferência odor,
sabor e aspecto atraente e possuir exatidão - Pílulas: pequenas, coloridas, lisas e com
nas concentrações de seus constituintes, em baixa quantidade de princípio ativo (ex.:
especial do Princípio Ativo. O anticoncepcional)
desenvolvimento de uma forma farmacêutica - Pastilhas: balas medicamentosas,
visa facilitar o seu fracionamento, posologia, coadjuvantes em tratamentos (ex.: para dor
administração, absorção e conservação. ” de garganta)
CLASSIFICAÇÃO - Comprimidos: podem ser sulcados ou não,
 Uso Interno não se deve partir comprimidos não
sulcados, caso seja necessária a dosagem
- Sólidos menor deve ser manipulada
- Líquidos - Cápsulas: gelatinosas ou amiláceas
- Pastosos Gelatinosas (são envolvidas por gelatina e
desmancham muito facilmente no estômago
 Uso Externo
e libera o princípio ativo) e cápsulas
- Tópico (cutâneo) amiláceas (é feita de amido, amolecem na
boca – são pouco usadas).
- Retal
Cápsulas gelatinosas podem conter micro
- Vaginal
granulados dentro – bolinhas coloridas –
- Intrauterina liberam o princípio ativo em tempos
diferentes.
- Cavidade Oral
Cada bolinha tem o envólucro mais ou
- Oftalmológicos/ Otorrinolaringológicos menos resistente, portanto, vão sendo
- Especiais degradados aos poucos, dando efeito
prolongado.
SÓLIDOS
A cápsula comum é com pó.
 Pós
Existem ainda cápsulas com óleo, que
É uma mistura de fármacos e ou substâncias geralmente contém vitaminas. Também são
químicas finamente divididas e na forma gelatinosas.
- Drágeas Xarope tem uma excelente conservação pelo
alto teor de açúcar (qualquer microrganismo
Drágeas são mais lisas que os comprimidos,
que cai no xarope não sobrevive, pois como
normalmente coloridas
o xarope é hipertônico, ele desidrata o
Gastroresistente: resiste à ação do suco microrganismo)
gástrico (por um tempo)
ELIXIR
E o princípio ativo está no núcleo, pois não
São preparações líquidas, mas que tem
deve ser absorvido no estômago, deve ser
como veículo álcool e água (elixir é uma
absorvido apenas no intestino (pH do
solução hidroalcóolica)
intestino vazio 5,5 / pH do estômago vazio
1,5) Usa-se álcool quando existe um ou mais
componentes da reação que não se dissolve
➔ Ter um pH muito ácido, pode favorecer a bem em água, então pega-se essa
absorção de alguns medicamentos, mas substância, mistura-se com álcool, formando
também desfavorece de outras drogas uma solução alcoólica e depois para diminuir
➔ Drágeas não podem ser cortadas ao meio o álcool, dissolve em água

Ex.: neosaldina Ex.: biotônico

FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS DISPERSÕES

SOLUÇÕES Não são soluções, pois não ocorre


dissolução perfeita entre soluto e solvente
Solução: quando temos o soluto
completamente dissolvido no solvente Emulsões
(veículo) Mistura de óleo e água, na presença de um
Significa dizer que independentemente da agente emulsionante (responsável por
porção que eu pegar daquela solução, a permitir a “mistura” entre a parte oleosa e
concentração de soluto será sempre a aquosa)
mesma Agente emulsionante é uma molécula que vai
Ex.: dissolvi 100g de sal em 1000 ml de água servir como um gancho, ligando as gotículas
de óleo às gotículas de água. O agente
➔ Se eu tirar 100 ml da solução, terei 10g de emulsionante é uma molécula anfipática (tem
sal uma parte hidrofílica e uma parte lipofílica)

➔ Se eu tirar 200 ml de solução, terei 20g de Todas as emulsões possuem uma parte
sal oleosa e uma parte aquosa

Soluções simples Depois que uma emulsão se quebra, ela não


se reconstitui mais
Só tem 1 princípio ativo
Os cremes são emulsões. O leite é uma
Soluções compostas emulsão natural e o agente emulsionante é a
Tem mais de 2 princípios ativos, sendo que 1 caseína (principal proteína do leite) – no leite
não reage com o outro existem vitaminas hidrossolúveis e
lipossolúveis, as hidro estão dissolvidas na
XAROPE água e as lipo estarão dissolvidas no óleo (se
É uma solução com uma grande quantidade o leite não tivesse gordura, ele só poderia
de sacarose (pelo menos 2/3 do peso da carregar nutrientes hidrossolúveis)
preparação tem que ser de açúcar) SUSPENSÕES
O princípio ativo e os outros componentes da Não há dissolução completa do soluto no
fórmula têm que ser todos compatíveis solvente
É caracterizada pela formação de um facilidade) à pomada tem um tempo de ação
precipitado dentro do frasco maior que cremes
Normalmente, antes de tomar tem que agitar CREMES
vigorosamente a você vai dispersar o
São emulsões (parte aquosa e oleosa) e,
princípio ativo em todo o volume do veículo
portanto, são mais hidrofílicos que as
Se não fazer a agitação, só tomaríamos o pomadas
sobrenadante (pouquíssima quantidade de
A parte oleosa do creme é feita de cera de
droga)
abelha (é um pouco mais caro)
Ex. de suspensão que não pode ser agitada
Unguentos
vigorosamente: insulina (é uma molécula
muito grande.: agitar vai quebrar a proteína Pomadas com extratos vegetais (a base
por choque mecânico e isso vai desnaturá-la) também é vaselina)
FORMAS FARMACÊUTICAS CUTÂNEAS ou LOÇÕES
USO TÓPICO
São preparações mais líquidas do que
Normalmente, essas formas farmacêuticas pastosas
são de uso limitado na pele (usado em
superfície pequena) Tem água, mas também tem uma quantidade
de óleo (menos que o creme)
A finalidade de administração.: é um efeito
local, por isso é muito raro ocorrer uma Tem uma constituição menos fina que o
resposta tóxica sistêmica pelo uso tópico de creme, mas pode ter sais não dissolvidos
uma preparação (tem aspecto menos agradável que um
creme)
➔ Uma das exceções: Sulfadiazina de Prata
CATASPLASMA
é uma pomada utilizada em grandes
queimados (se tiver que passar em 80% do Preparação, em que uma parte é
corpo, vai passar) adesiva/colante e outra parte que tem uma
bolsinha onde está o medicamento, onde há
➔ Quando há destruição do tecido pela microporos que vão liberando
queimadura grave, os vasos sanguíneos
também foram destruídos, portanto não tem Tem alguns adesivos que tem objetivo de
circulação para levar um antibiótico até uso sistêmico (ex.: anticoncepcional em
aquele local adesivo / adesivo de nicotina para parar de
fumar)
➔ Até esse tecido reconstituir minimente,
não adianta tomar medicamentos por via USO RETAL
oral.: a presença da pomada inibe a SUPOSITÓRIOS
ocorrência de infecções
Tem como base manteiga de cacau, pois ela
POMADA se dissolve à temperatura corporal
Preparação pastosa/semisólida que tem Depois que introduzido, ele amolece e libera
como base a vaselina.: toda pomada tem o princípio ativo que cai na corrente
como base a vaselina sanguínea e vai ser distribuído na corrente
A vaselina é inerte farmacologicamente (não sanguínea
tem nenhuma ação farmacológica) Também existe supositório de glicerina que é
Pomada permanece no local em que foi usado para prisão de ventre (também se
passada por um período maior (vaselina é desmancha facilmente, facilitando a
hidrofóbica.: a água não a retira com tanta passagem das fezes)
Existem supositórios com diferentes tipos de Se o colírio estiver hipertônico em relação às
medicamento células da conjuntiva, a água vai sair das
células da conjuntiva (desidratar). Se o colírio
Às vezes a pessoa tem uma lesão gástrica
estiver hipotônico em relação às células da
que o uso oral de um medicamento é
conjuntiva, a água vai entrar nas células da
contraindicado, nesse caso o médico pode
conjuntiva. Por isso a viscosidade tem que
preferir usar um supositório ou injetável
ser muito bem controlada
ENEMA (CLISTER, CLISMA)
▪ Pomadas
Uso vai se indicado quando a pessoa tem
▪ Cremes
dificuldade de defecação maior (4,5,6 dias
sem evacuar) OTORRINOLARINGOLÓGICAS
Depois de muitos dias sem evacuar, existe o ▪ Gotas auriculares: tem controle de pH, mas
risco de formação de fecaloma: quando as a questão da viscosidade já não é tão
fezes sofrem processo de petrificação à vai importante
obstruir a passagem das fezes pelo intestino
▪ Pomadas
grosso à pode romper alça intestinal e
desenvolver uma peritonite (fezes ▪ Cremes
extravasam para a cavidade abdominal) à
tem que retirar aquela porção do intestino e ▪ Colírios
juntar as outras extremidades *efeito do creme é sempre mais rápido que o
USO VAGINAL das pomadas

▪ Cremes PARENTERAL

▪ Comprimidos: normalmente maiores que o AMPOLAS


de uso oral Aplicação de pequenos volumes
▪ Geleias/gel Necessitam de um controle de qualidade
▪ Óvulos muito grande (não pode ter nenhum grau de
contaminação biológica e química)
O pH dessas preparações tem que ser
compatível com o do aparelho reprodutor CONTRASTES RADIOLÓGICOS
feminino, pois se for incompatível, pode Usados como contraste em exames (emitem
produzir lesões radiação que são captadas e transformadas
A liberação dos princípios ativos vai ser local em imagem)

CAVIDADE ORAL Sulfato de bário ou iodo em exames de


imagens renais, gastrointestinais, vasculares
Não podem ser engolidas e tomografias
▪ Gargarejo (antissépticos bucais) *bário é cardiotóxico e neurotóxico (não pode
sair do sistema gastrointestinal)
▪ Colutório: gel que é espalhado pela língua
(menos agressivo que gargarejo) RMN – ressonância magnética nuclear
(gadolínio)
OFTALMOLÓGICAS
Qualquer contraste pode dar reação alérgica
▪ Colírios: tem que ter pH e viscosidade
compatíveis com a da lágrima FARMACOCINÉTICA
Normalmente tem um prazo de validade Estudo quantitativo da cronologia dos
pequeno (com o tempo altera o pH e processos metabólicos de absorção,
viscosidade) distribuição, biotransformação,
eliminação/excreção da droga de um Cada droga tem seu tempo de metabolismo,
organismo. excreção, distribuição etc (mesmo dentro do
mesmo grupo de medicamentos)
Para todos esses processos, é necessário
um tempo adequado para ocorrer (absorção, VIA DE ADMINISTRAÇÃO
distribuição etc)
Tudo acima depende da via de administração
A quantidade também influencia muito
Ex.: uma injeção intramuscular estará
Medicamento foi administrado, foi bem biodisponível mais rápido que um supositório
absorvida (passou do local onde ela foi
Vias de administração: representa as
depositada, para o sangue/líquidos corporais)
diferentes formas de aplicação de uma droga
A substância pode estar no sangue de forma no organismo
livre ou de forma conjugada (ligada às
▪ Vias entereais: utilizam uma cavidade
proteínas plasmáticas)
natural do organismo (oral | retal)
Algumas moléculas da substancia vão
▪ Vias parenterais: não utilizam cavidades
chegar até o sítio ativo (local onde elas vão
naturais do organismo
atuar)
Parenteral por difusão (sem injeção):
➔ As moléculas que conseguem atingir o
transdérmica, transmucosa, inalatória
sítio ativo, precisam estar necessariamente
na forma livre Parenteral por infusão (com injeção):
intradérmica, subcutânea, submucosa,
➔ A droga que está ligada à proteína intramuscular, intravenosa, intra-arterial,
também não pode ser metabolizada, nem intracardíaca, intravesical, intracavernosa,
excretada.: as drogas conjugadas acabam intraóssea, intracraniana etc
servindo como reservatório (uma hora serão
usadas) VIA ORAL

Depois que fazem o efeito no sítio ativo, as Via de acesso à circulação sistêmica através
moléculas saem de lá e voltam para o do trato gastrointestinal
sangue Pode ser absorvido no estômago ou no
Uma hora a droga vai passar pela circulação intestino delgado (existem variáveis
hepática. Se ela for suscetível à ação de importantes que influenciam na absorção,
enzimas dos hepatócitos, ela vai ser bio como pH do meio e área disponível)
transformada (mudança da estrutura
➔ Algumas drogas são absorvidas melhor
química)
em meio ácido, outras em meio mais alcalino
➔ A biotransformação pode significar uma
➔ Área do intestino é muito maior que do
redução parcial da atividade farmacológica
estômago
(metabólito ativo), pode significar um
aumento da atividade farmacológica Comprimidos, pós, cápsulas, drágeas,
(exceção) ou pode inativar totalmente a xaropes, emulsões, soluções, suspensões
atividade farmacológica
Vantagens:
Uma vez transformada em metabólito
▪ Comodidade para o paciente
(inativo) ela vai ser excretada
▪ É possível a retirada do medicamento em
Existem algumas drogas que podem ficar
caso de superdosagem (lavagem estomacal,
sequestradas por algumas partes do
carvão ativado)
organismo, mesmo sem estar metabolizadas
(quando há afinidade) (pode ser sequestrada ▪ Preços mais baixos
pelo tecido adiposo, ósseo etc)
Desvantagens:
▪ Droga em forma sólida só estará disponível .: o metabolismo de primeira passagem
após sofrer alguns processos diminui a biodisponibilidade da droga
biofarmacêuticos (desintegração, dissolução
*o ideal é que nenhuma molécula seja
e absorção)
metabolizada antes de chegar ao sítio ativo
*desintegrar = fragmentar
Contraindicações:
*dissolver = moléculas se dissolvendo no
▪ Na presença de vômitos ou irritações
meio
graves do TGI (úlcera, gastrite)
*absorção = passar para o sangue
▪ Quando enzimas do TGI inviabilizam a ação
*qualquer forma farmacêutica líquida vai ser do fármaco, a droga tem alto peso molecular
absorvida mais rápida do que a forma sólida (não consegue atravessar a membrana do
e, consequentemente, o efeito vai ser mais intestino) e/ou é tóxica por via sistêmica
rápido (não tem que passar pela (insulina, adrenalina, polimixina, bacitracina)
desintegração, nem pela dissolução – já está
*adrenalina não é administrada por via oral,
dissolvido)
pois é degradada por enzima (MAO) do TGI
▪ Absorção dependerá do pH local,
*bacitracina = nebacetin
temperatura corporal, motilidade
gastrointestinal, presença ou ausência de *insulina tem alto peso molecular (por isso
alimentos no TGI, características não tem via oral) e é uma proteína.: sofre
farmacotécnicas da preparação farmacêutica desnaturação no estômago
(existem produtos farmacêuticos de melhor
ou pior qualidade) etc ▪ Na presença de alimentos que formem
quelatos com medicamentos (ex.:
*corpo mais quente absorve mais rápido o tetracilcinas formam quelatos com magnésio,
medicamento cálcio, zinco, alumínio e ferro)
*se o peristaltismo estiver muito aumentado, *vão se juntar com íons – moléculas com
não dá tempo que os processos ocorram de muitas cargas – íons tem muita dificuldade
forma plena, já a constipação facilita a de atravessar membranas
absorção
▪ Leite e derivados, preparações vitamínicos,
*a presença ou ausência de alimentos no TGI antiácidos e catárticos (laxantes) podem
altera o pH prejudicar a absorção desses fármacos
▪ Requer a cooperação do paciente (paciente Neurônio só se alimenta e glicose, por isso
inconsciente não pode tomar medicamento tem que dar glicose para bêbados
por via oral)
VIA RETAL
▪ Normalmente há “metabolismo de primeira
passagem” Supositório: objetivo de ação sistêmica

*metabolismo = processo de transformação Clisteres: ação local


da molécula V. Cava Inferior à átrio direito à distribuição
*metabolismo de primeira passagem = droga Se a droga for absorvida em quantidades
(parte) vai ser metabolizada antes de ser maiores pela região superior do reto, a
distribuída e chegar no tecido onde ela tem biodisponibilidade da droga será menos, pois
que agir (tem que considerar essa perda para irá direto pro fígado
determinar a dose) – não tem como as
moléculas fugirem do sistema porta hepático Tanto que tumor primário na região superior
(ele não tem um filtro para drogas) – as do reto, dá metástase hepática
moléculas chegam no fígado, algumas VIAS PARENTERAIS POR DIFUSÃO
conseguem já ser metabolizadas, outras não
Vantagens: - Poucas drogas podem ser utilizadas
(nitratos orgânicos, analgésicos, ansiolíticos)
- Reduz-se a possibilidade de efeitos
pois a absorção é irregular, errática.
sistêmicos
- O sabor nem sempre é agradável.
- Metabolização sistêmica da droga é
desprezível - Nem todos os pacientes aderem ao
tratamento.
- Pode-se medicar pessoas com distúrbios do
TGI VIA INALATÓRIA
- Evita-se tratamentos dolorosos com - Via de acesso rápido aos pulmões com
injetáveis. promoção de efeitos sistêmicos e/ou locais.
Cuidados: - Usada para administração de anestésicos
gerais, broncodilatadores, anticolinérgicos,
- Deve-se observar a existência de lesões de
antiinflamatórios, etc.
pele que podem aumentar significativamente
a taxa de absorção e produzir intoxicação em OBS: Uso muito útil para pessoas asmáticas.
nível sistêmico.
VIAS PARENTERAIS - COM INJEÇÕES
OBS: bebês e crianças têm capacidade de
VIA INTRADÉRMICA
absorção maior do que adultos.
- Administração de certas vacinas (BCG) e
TRANSMUCOSA
testes de alergia.
- Mucosa conjuntival: antiinflamatórios,
- Absorção errática, lenta, pequena, derme é
antibióticos, drogas colinérgicas (Glaucoma).
muito pouco vascularizada.
- Mucosa vaginal: antibacterianos,
- Aplicação lenta com ângulo de 15° e bisel
antimicóticos, antiinflamatórios…
para cima.
- Mucosa nasal: vasoconstritores
OBS.: Região muito dolorosa por ter muitas
adrenérgicos, antihistamínicos H1,
terminações nervosas nessa área. Porém
antiinflamatórios, antisépticos…
evita muitos sangramentos.
- Mucosa do assoalho bucal: analgésicos,
VIA SUBCUTÂNEA
ansiolíticos e vasodilatadores coronarianos
(Sublingual- Via muito específica, - Útil para preparações cuja absorção a partir
desenvolvida com determinado objetivo). do tecido subcutâneo deve ser lenta
(formação de depósitos); Insulina (a insulina
VIA SUBLINGUAL
não deve cair diretamente na corrente
Vantagens: sanguínea pode produzir choque insulínico,
podendo causar riscos à vida. O choque
- Acesso à circulação sistêmica pelo
insulínico era usado antigamente para conter
assoalho bucal.
pessoas esquizofrênicas).
- Rápida absorção.
- Se não há depósitos, a absorção é mais
- Evita-se o metabolismo de primeira rápida; GH.
passagem (as veias que passam pela região
- Usada na anestesia local infiltrativa com ou
sublingual drenam o sangue diretamente
sem vasoconstritor.
para o coração).
- Pode se produzir dor, sensibilização, fibrose
- Não sofre influência do suco gástrico.
e necrose.
Desvantagens:
VIA SUBMUCOSA
- Utilizada para administração de anestésicos - Permite a administração de grandes
locais em Odontologia. volumes (soros, plasma, soluções nutritivas).
- Pode ser usada com vasoconstritores. - A via endovenosa é possível fazer a pulsão
também, para exames laboratoriais, por
VIA INTRAMUSCULAR
exemplo.
- Utilizada quando uma absorção rápida é
FARMACOCINÉTICA I
desejada.
ABSORÇÃO DE DROGAS
- A velocidade de absorção depende da
vascularização local; músculos muito “É o fenômeno de transferência de uma
vascularizados (deltóide) a absorção é mais droga de onde foi depositada para os fluidos
rápida; Músculos menos vascularizados corporais, em especial para a corrente
(glúteos) a absorção é mais lenta. sanguínea”.
- Pode-se utilizar veículos oleosos, aquosos Processos Passivos: não utilizam energia e
e preparações depot (suspensões). vão a favor do gradiente de concentração.
- Pode-se usar vasoconstritores, analgésicos, - Difusão simples pela membrana (através do
antibióticos, ansiolíticos, contraceptivos, lipídio)
antipsicóticos e anticonvulsivantes.
- Difusão simples por canais (através do
- Recomenda-se aspiração por 5 a 10s. canal aquoso)
- Absorção é mais lenta em mulheres (mais - Difusão facilitada (através de uma proteína
gordura). especializada)
- Dúvida: por que o anticoncepcional injetável Processos Ativos: utilizam energia para
deve ser muscular, não faria mais sentido ele serem realizados, vai contra o gradiente de
ser liberado mais lentamente no organismo, concentração.
como no caso da subcutânea?
- Transporte ativo
- R: o anticoncepcional não é intramuscular
Processos pela Membrana: utilizam energia
por conta da quantidade de medicamento
para serem realizados e são variações da
injetado (o tecido subcutâneo não aguenta
membrana celular.
grandes quantidades) e também o
anticoncepcional injetável possui um princípio - Pinocitose (invaginação)
ativo em sua formulação ligado a
aminoácidos que permitem que o - Fagositose (pseudópodes)
medicamento seja liberado mais lentamente, A grande maioria das drogas são absorvidas
para que tenha o efeito de 30, 60, 90 dias. por difusão simples.
VIA ENDOVENOSA Fatores que determinam essa absorção:
- Não há absorção - a droga já está 100% no - Solubilidade (hidro/lipossolubilidade)
vaso, disponível!
50%/50% são drogas ideais
- Absorção: passagem do local depositado
para os líquidos orgânicos. Se complementam: +hidro = -lipo

- Pode-se administrar drogas irritantes. - Área de superfície (tamanho e peso)

- Permite que se calcule a dose exata - Circulação sanguínea local


disponível no sangue. - pH do sítio de ativação
- Ação farmacológica é imediata. - pKa da droga
- Concentração da droga no local
- Interação com alimentos (via oral)
TEORIA ÁCIDO-BASE
Ácido: substância que tende a doar um
próton

EX.: Estômago vazio – ácido, toma droga


ácida (aspirina), tem melhor absorção (meio
hidrossolúvel), a aspirina em meio básico fica
hidrossolúvel, sendo pouco absorvida e
tendo reduzido o efeito medicamentosos. Por
Ácido forte: grande tendência em doar seu
meio desse princípio indicamos ao paciente o
próton
melhor horário para tomar determinados
Ácido fraco: pouca tendência em doar seu medicamentos. Quanto maior o grau de
próton ionização da droga no meio maior será seu
“aproveitamento”.
Quanto mais forte um ácido maior sua
capacidade reativa. Droga ácida: estômago vazio
Droga básica: estômago cheio
- F: concentração da droga no local
- G: interação com alimentos
 Concentração da droga no meio:
Quanto maior a concentração da droga mais
rápida vai ser a difusão e sua absorção

pKa: pH no qual 50% das moléculas estão


ionizadas e 50% não ionizadas (não
molecular)
EX.: O pKa da morfina é 8, então em um
meio onde o pH é 8, metade das suas
moléculas estão ionizadas e metade não.
A morfina é uma base. Se colocada em um
meio ácido pH 3, ela receberá prótons.
S1- difusão simples
Quanto maior for o pKa mais forte é a base
(acima de 7) e quanto menor for o pKa mais S2 – pode ser difusão facilitada
forte é o ácido (abaixo de 7).
Movimentos Brownianos: movimento que Distribuição:
todas as moléculas apresentam de se chocar
- Órgãos Suscetíveis são os que sofrerão
de forma aleatória, favorecendo a passagem
ação da droga (depende da função da droga
do meio mais concentrado para o meio
– ex.: SNC para os ansiolíticos)
menos concentrado.
- Órgãos Ativos são os que metabolizam a
 Interação com alimentos:
droga (principalmente fígado)
Pode favorecer ou desfavorecer a absorção,
- Órgãos Inativos ou Indiferentes são os que
dependendo da droga usada, da quantidade
servem como reservatórios temporários
e do tipo do alimento.
(tecido adiposo principalmente)
- Órgãos Enunctórios são os que eliminam a
droga (rins e aparelho digestivo)
Fatores que influenciam a distribuição:
- Fluxo sanguíneo tecidual
- Propriedades físico-químicas da droga
- Características das membranas
- Taxa de ligação às proteínas plasmáticas e
teciduais
Quanto maior a vascularização do órgão,
maior será a distribuição da droga naquele
Verapamil: se a pessoa tomar o remédio e tecido.
tomar suco de laranja, a pressão da pessoa
pode abaixar mais do que deveria. O papel dos vasos sanguíneos é levar as
moléculas até aquele tecido, se ela vai ficar
Griseofulvina: antimicótivo muito tempo ou pouco naquele tecido
Hidroclorotiazida: é um diurético, se tomada depende da capacidade da droga de deixar o
com carboidratos, ela é capaz de aumentar a sangue e passar para o tecido, as
absorção de açúcares, levando a um quadro propriedades físico-químicas ajudam ou
hiperglicêmico. atrapalham as moléculas atravessarem a
membrana (quanto mais lipossolúvel e
Benzodiazepínicos é um grupo de menor, mais fácil ela vai passar pela
ansiolíticos (não devem ser tomados com membrana).
café, pois eles têm atividade antagonista) e a
cafeína inibe a atividade de um receptor Membranas mais espessas dificultam a
inibitório (adenosina). passagem das moléculas.

FARMACOCINÉTICA II Esquema: a droga entra pela via oral e vai


para o TGI, parte é absorvida e cai direto no
DISTRIBUIÇÃO DAS DROGAS sangue e parte sofre metabolismo de
“Processo no qual as moléculas de uma primeira passagem para o fígado.
droga – após a absorção – são transportadas As moléculas que foram pro sangue, parte
pelo sangue até os tecidos corporais”. estarão livres, parte estarão ligadas a
Se o medicamento for administrado por via transportadores no sangue.1
endovenosa, não se aplica “após absorção”, Distribuição:
pois não tem absorção nesse caso.
- É muito difícil quantificar a distribuição de
A distribuição vai ocorrer em todos os uma droga em um tecido.
sistemas, em maior ou menor quantidade.
- É possível se quantificar no sangue, no C (concentração plasmática): 0,1 mg/ml
plasma e no LCR.
VD é 4L, isso significa na prática que essa
Volume de distribuição (VD): é o volume no droga se distribui pouco pelo organismo (tem
qual a droga deve dissolver-se para que sua dificuldade de sair do sangue, atravessar
concentração seja igual à do plasma. membranas e entrar nos tecidos).
Volume aparente de distribuição (VAD): é o Se a concentração plasmática da droga é
volume de líquido do corpo no qual o fármaco muito baixa, significa dizer que a droga
está aparentemente dissolvido. entrou quase toda nos tecidos.
VD = Dose (Q) / Concentração Plasmática Quanto maior o volume de distribuição (VD),
(C) maior a capacidade da droga de atingir os
tecidos.
A concentração da droga nos tecidos será
igual a concentração no plasma.
EX.: Pessoa de 70kg tem aproximadamente
42L de água no corpo, fazendo a conta do
VD eles perceberam que tem algumas
drogas que precisam de mais de 42L para
serem distribuídas. Logo, essa medida do VD
só serve para drogas que tem o volume de
distribuição menor que 42.
Quanto maior o volume de distribuição, mais
distribuível ela é no organismo, com maior
facilidade ela vai ser absorvida pelos tecidos
(até no máximo 42L).
Ligação da droga:
O VAD foi criado para ser usado nessas
drogas que o VD é maior que 42. A ligação das drogas é feita geralmente por
proteínas plasmáticas.
EX.: droga que tem VD de 1000L, se nós
tivéssemos 1000L de água no nosso O sangue possui as drogas livres que são
organismo ela estaria distribuída por todo dissolvidas no plasma e conseguem
organismo. atravessar as membranas e as drogas
ligadas às proteínas plasmáticas, são elas:
Cálculo do Volume de Distribuição da Droga:
- Albumina (ácidos fracos)
Dose (Q) / Concentração Plasmática (C)
- Transferrina (ferro)
- Transcortina (esteroides)
- Trascobalamina (vitamina B12)
- Ceruloplasmina (Cobre)
- Alfa-1-glicoproteína ácida
OBS.: Albumina é a principal transportadora
ALFA- 1 -GLICOPROTEÍNA ÁCIDA
- 41 a 121 mg/dl de sangue 
- Elevada na artrite reumatóide, doença de
Droga X:
Crohn, queimaduras, infarto no miocárdio,
Q (dose): 400 mg lúpus eritematoso sistêmico, neoplasias
(especialmente com metástase), exercício branca). Grande quantidade de moléculas
físico vigoroso.  conseguirão sair do vaso sanguíneo para a
- Diminuída na desnutrição, hepatopatias célula. Deixam os capilares sinusóides com
graves, enteropatias com perdas proteicas. facilidade também e entram nos hepatócitos
O resultado não deve ser usado para serem transformadas.  Depois, vão para
isoladamente para diagnóstico.  os rins, onde também vão ser excretadas
com facilidade. 
SOBRE LIGAÇÕES DA DROGA COM A consequentemente > A concentração
PROTEÍNA PLASMÁTICA plasmática sobe rapidamente e cai
- Porcentagem Baixa de Ligação às rapidamente. 
proteínas: menor que 30% Conclusão: uma droga que se liga pouco a
- Porcentagem Média de Ligação às proteínas plasmáticas, terão efeito rápido
proteínas: 30 a 75% mas serão metabolizadas e excretadas
- Porcentagem Elevada de Ligação às rapidamente, tendo o tempo de ação efetiva
proteínas: acima de 80% reduzido. 
O contrário acontece na imagem 2. 

FATORES QUE INTERFEREM NA


LIGAÇÃO DROGA-PROTEÍNA
PLASMÁTICA 

A. Afinidade Química entre a droga e


as proteínas. 
Se não tiver afinidade química entre a droga
e algum ponto da proteína, as substâncias
não vão se ligar. Existe uma grande
quantidade de sítios de ligação entre a
proteína e a droga, se ligando em grandes
proporções, de forma muito intensa. Podem
OBS.: Warfarin - 99,5% das moléculas no existir até competições por sítio de ligação
plasma estão ligados a proteínas plasmática, entre drogas. 
e relembrando que tem VD baixo, ficando no Droga A - adm primeiro 
vaso sanguíneo (efeito anticoagulante - ideal Droga B - adm uma semana depois 
que não saia do vaso).  Droga A e B competem pelo mesmo sítio de
ligação, sendo a B mais potente do que a A.
Dessa forma, a B irá se ligar bem mais a
proteína e fazendo com que a A seja
deslocada e  irá ficar livre no sangue, tendo
seu efeito aumentado. 

B. Concentração sanguínea da droga 


A diminuição de albumina plasmática leva a
uma maior concentração sanguínea da
droga, assim como a capacidade de ligação
está diretamente relacionada à quantidade
livre de droga no sangue e potencialização
Imagem 1 - poucas moléculas ligadas às de efeito. 
proteínas plasmáticas (bolinhas azuis/bola
C. Concentração das proteínas
plasmáticas 
> Hipoalbuminemia a fração livre estará
aumentada: Cirrose , hepatites, síndrome
nefrótica, desnutrição grave, hemorragias
prolongadas, velhice e gestação
(hemodiluição). 
OBS: cirrose e hepatite - hepatopatias
importantes que levarão a uma diminuição da LIGAÇÃO DROGA - PROTEÍNAS TECIDUAIS 
síntese de proteínas plasmáticas.  Se o “ SEQUESTRO PELOS TECIDOS”
indivíduo tem uma doença grave no fígado
ele terá uma consequência em decorrência  Tetraciclina, Chumbo, Sais
da diminuição da síntese de albumina Ferrosos - Tecido Ósseo
plasmática e isso vai implicar no uso de Ex: grávidas tomavam tetraciclina para
medicamentos (diminuição do metabolismo infecção, o bebe nascia e com 8, 9 anos,
hepático). O médico deve ficar atento aos apresentavam a dentição permanente
efeitos que a droga vai apresentar nesse manchada pelo sequestro da substância pelo
indivíduo e tomar cuidado com certos tecido ósseo da criança. Por isso, gestante
medicamentos.   não deve tomar tetraciclina.
Alcoólatra com comprometimento hepático
(cirrose) - diminuição da albumina circulante  Inseticidas Organoclorados - Tecido
que gera uma maior quantidade de álcool adiposo.
circulante no sangue, fazendo com que o Isso é um problema. Existe um índice
indivíduo se embriague de forma muito mais preocupante de intoxicações por essas
fácil, pela maior quantidade de álcool livre  no substâncias em agricultores, por não
SNC.  utilizarem de forma correta os EPIs.
Pacientes mais magros têm menos efeito
OBS 2: O indivíduo com síndrome nefrótica pois tem pouco tecido adiposo. Pacientes de
perde albumina na urina (albuminúria), maior tecido adiposo tem mais efeitos.
refletindo na quantidade de droga livre no Quando o tecido adiposo não absorve mais a
plasma.  substância, ela vai para o sangue e isso gera
OBS 3: indivíduo com desnutrição - se ele consequências ainda mais graves. 
está desnutrido, não tem aminoácido para
fazer a síntese das proteínas, diminuindo a  Digitálicos - Rins 
pressão coloidosmótica, ocorrendo o LSD - “flashback” - uso de LSD e em 6
extravasamento de água.  meses após o uso o LSD volta pro sangue e
volta para o SNC e tem o efeito como se
OBS 4: velhice - insuficiência renal em
tivesse acabado de fazer o uso da droga.
diferentes graus e insuficiência hepática por
Digitálicos são renotóxicos e pacientes que
conta da idade, mesmo que não tenha pré
fazem uso devem ser acompanhados. 
requisitos para essas insuficiências. 
 Lítio - Rins e coração 
D. Competição pelas proteínas Uso de medicamentos psiquiátricos. 
plasmáticas 
 Mercúrio e Bismuto - Rins, fígado e
baço. 
Pessoal de garimpo tem consequências pela SNC de apenas 20 min. Usado como indutor
aspiração de mercúrio usado para fazer de anestesia (depressor do SNC). 
amálgama.

DISTRIBUIÇÃO E BARREIRAS BIOLÓGICAS   Hematoliquórica (endotélio capilar +


Barreiras que existem para proteger o órgão. epitélio do plexo coróide) 

 Placentária
 Hematoencefálica (endotélio capilar
+ bainha dos astrócitos) Pouco seletiva, permite a passagem de
Barreira glial onde os capilares são diversas drogas (antibióticos, álcool, morfina,
recobertos por prolongamentos dos heroína, nicotina, cocaína, fenobarbital, etc.) 
Astrócitos.
O estudo começou depois da tragédia com a
Células endoteliais são unidas por junções Talidomida, que causou muitas deformidades
muito íntimas, ou seja, os poros dos capilares nas crianças nos anos 60. Era um
são pouco e muito estreitos.  medicamento utilizado para enjoos. 

Isômeros ópticos da Talidomida. 


A talidomida é um medicamento com isômero
S antiangiogênico. A antiangiogênese não
permite a formação de vasos sanguíneos e
consequentemente não permite a formação
dos MMSS e MMII.  
OBS: A parede endotelial (com 3 núcleos em
azul - células endoteliais) envolvido pelos pés Hoje em dia ainda tem a tentativa de separar
dos astrócitos. Para uma molécula conseguir apenas o isômero com efeitos desejados, no
atingir o neurônio, tem que atravessar essas caso o R. Porém isso tem um alto custo. 
barreiras. Ou a molécula é muito pequena ou
BIODISPONIBILIDADE
tem ótima lipossolubilidade (psicotrópicos
tem que ser muito lipossolúveis).  “É a relação ente a quantidade e a
velocidade de absorção de uma droga a
Possui importância clínica no combate de partir da forma farmacêutica de apresentação
infecções do SNC e para a ação de e suas características farmacotécnicas.”
psicotrópicos. 
EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA X
Penicilina não atravessa a BHE facilmente, BIOEQUIVALÊNCIA
pois é um ácido orgânico muito ionizado e
sua fração não ionizada é pouco lipossolúvel Duas ou mais preparações possuem
“equivalência farmacêutica” quando estão
(a lipossolubilidade depende do arranjo
na mesma forma farmacêutica, são utilizadas
atômico da molécula).   
pela mesma via e apresentam a mesma dose
Drogas muito lipossolúveis atravessam a do princípio ativo.
BHE rapidamente (anestésicos, álcool, Duas ou mais preparações terão
ansiolíticos, etc).  “bioequivalência” quando as
OBS: Barbitúrico tem uma lipossolubilidade biodispnibilidades das drogas em cada uma
MUITO alta, tendo um tempo de ação no delas não forem significativamente
diferentes.
Ex.: Medicamento de Referência X - Interações droga/droga e droga/alimento
Medicamento Genérico
FATORES DE INFLUÊNCIA
 Propriedades Físico-Químicas:
- Tamanho das partículas
- Forma cristalina ou amorfa
- Grau de hidratação
- PKa
- Grau de hidratação
- Solubilidade
A concentração aumenta, atinge seu pico de
VARIÁVEIS FARMACOTÉCNICAS concentração plasmática e vai decaindo pois
- Qualidade, tipo e quantidade de não tem mais droga a ser absorvida. 
aglutinantes, diluentes, estabilizantes,
AUC - Area Under Curve - área abaixo da
flavorizantes, corantes, excipiente ou veículo.
curva - pode ser calculada. 
- Forma farmacêutica (a biodisponibilidade é
NPE - Nivel plasmático efetivo - dose mínima
decrescente da: solução > emulsão >
suspensão > cápsula > comprimido > de droga que tem que existir no plasma para
dráguea) que o efeito possa ser observado. 

- Condições de manufatura, embalagem e Pouco acima do 2 (reta)  - 2,5 nG/ml de


armazenamento. sangue a droga já começa a fazer efeito.
Quando a curva estiver abaixo dessa linha
- Dose administrada
significa que a droga está no plasma mas
- Via de administração não faz efeito.  
OBS.: Não se deve armazenar
medicamentos no banheiro, pois é quente e
úmido. 
FATORES FISIOLÓGICOS E
Abaixo dessa linha (próxima do 2) o
CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE
medicamento não faz mais efeito. 
- Peso, idade e sexo
- O medicamento faz efeito mais ou menos
- Ansiedade e grau de estresse durante 3 horas e meia. Considerando que o
(Cortisol, mobilização de Ác. Graxos, 0 seja meio dia, a partir das 16 horas não faz
interferência nos sítios de ligações das mais efeito. Assim, em torno das 16 horas,
proteínas plasmáticas, aumento da devo administrar uma nova dose da droga.
biodisponibilidade) Porém na nova administração, o pico
plasmático será maior, pois ocorre a
Ex.: anticoagulantes orais, betalactamatos e
somatória das drogas que ainda
anestésicos locais.
permanecem no plasma + nova dose da
- Patologias e características genéticas droga.  Assim, por meio dessas curvas,
- Velocidade do trânsito intestinal podemos determinar a periodicidade de ser
administrado o medicamento. 
- Metabolismo de primeira passagem
- Dúvida: se a droga for muito tóxica, não é - ex: As 4 indústrias enviaram para a ANVISA
perigoso ter essa somatória das drogas no esses medicamentos para serem estudados
organismo? em sua bioequivalência: 
Resposta:  se a droga for muito tóxica ela Estipulado pelo professor, cmt = 2 e npe = 1 
será administrada em ambiente hospitalar, e
- Preto - ultrapassou a concentração máxima
não em casa, não tendo risco para o
tolerada (crescimento da curva de forma
paciente ter problemas com toxicidade. O
muito rápida) 
acúmulo não pode chegar em nível tóxico =
CMT!  Se não estiver chegando no nível - Cinza - absorção um pouco mais lenta, pico
tóxico, não tem problemas.  de concentração plasmática em torno de 1,5
e começa a decair.
- CMT - concentração máxima tolerada. 
- Azul escuro e Azul claro - absorção muito
ex: o CMT é 15, o paciente pode tomar os
lenta e não atingem o NPE (que é 1). 
medicamento e ter a readministração até que
chegue perto da CMT pela somatória das - Laudo: lab n1 - absorção muito rápida,
administrações.  porém ultrapassa a cmt; lab n2 - absorção
rápida e não atinge cmt e age acima do npe,
1ª dose - chegou em 10 
sendo ideal e aprovada. Labs 3 e 4 -
2ª dose - chegou em 12 reprovados por não atingirem o npe e
também terem absorção muito lenta. 
3ª dose - chegou em 14
Nessas 4 formulações NÃO EXISTE
4ª dose - chegou em 14,5 
BIOEQUIVALÊNCIA elas têm apenas
5ª dose - chegou em 14,75 equivalência farmacêutica.  E apenas a
formulação do laboratório 2 é viável. 
A indústria farmacêutica sabe quando estará
perto do cmt então as doses devem ser
tomadas no horário certo determinado, para
que não ultrapasse a cmt ou ultrapasse. Pois
mesmo que ocorra somatória, vai ocorrendo
eliminação das drogas anteriores, então ao
mesmo tempo que tem a somatória das
doses também está correndo subtração. 

Gráfico comparativo de níveis terapêutico e


tóxico de duas diferentes formas
farmacêuticas (ampolas e comprimido). 
Tempo de concentração do comprimido:
pode ser calculado pela área e podemos ver
que tem mais durabilidade que o meio
intravenoso. Porém demora mais para
Uma mesma droga, na mesma dose, pela
começar a agir. O intravenoso pode dar
mesma via, com mesma forma farmacêutica,
desconforto no início da aplicação, mas
mas com fórmula farmacêutica diferente. 
passa rápido. 
Não tem equivalência farmacêutica e nem - Dos 20 medicamentos mais prescritos em
bioequivalência.  2019, 15 foram com indicação do princípio
ativo genérico
- Os 5 genéricos mais vendidos em 2019
foram: losartana, hidroclorotiazida, amoxilina,
sinvastatina e atenolol.
A REALIDADE DO MEDICAMENTO GENÉRICO
NO BRASIL

Gráfico de Níveis terapêuticos de duas


diferentes fórmulas farmacêuticas (x e y) de
uma forma, de uma mesma droga, pela
mesma via e na mesma dose. 
Não existe bioequivalência entre esses dois
medicamentos, apenas equivalência Nem todos os genéricos são de má
farmacêutica.  qualidade, devemos comprar de laboratórios
confiáveis.
REALIDADE DO MEDICAMENTO GENÉRICO
NO BRASIL EM 2019
Curvas de Concentração Plasmática X
- Lei Federal em 1999 Tempo (medicamento referência x
genérico)
- Atualmente são 85 laboratórios licenciados
- Existem 3325 registros e 21700
apresentações
- Em 2019 foram comercializados 1,482
bilhões de unidades (6,5% maior que em
2018)
- Similares cresceram 4,4% e os de
referência 2,2%
OBS.: se um medicamento não pode ser
classificado como genérico, ele pode ser
classificado como similar.  Análise de Estudo da Bioequivalência da
Ranitidina (referência X genérico) na mesma
Similar - não é uma medicação que não faz
dose, pela mesma via (oral), com a mesma
efeito, é uma medicação que não tem
forma farmacêutica (comprimido) mas com
características farmacocinéticas muito
fórmula farmacêutica diferente. 
semelhantes ao genérico ou ao medicamento
de referência. OBS.: Medicamento com ótima
bioequivalência (curvas de decaimento muito
- Hoje o genérico representa 34% do
mercado total de medicamentos (9,8 bilhões próximas).
em 2019) GRÁFICO COMPARATIVO 
Análise da Curva de Concentração - Aumentar a hidrossolubilidade (polaridade)
Plasmática X tempo de droga por via oral.  das moléculas (ao fazer isso facilita a
excreção pelos rins). 

- Inativar parcialmente (formará um


metabólito ativo - ação farmacológica inferior
a droga em questão) ou totalmente
(metabólito inativo) a atividade farmacológica
das drogas.

Ex: penicilina sai da mesma forma que entrou


no organismo, pois não é metabolizada. A
maior parte dos antibióticos são difíceis de
serem metabolizados. 
OBS: existem medicamentos que são
O aumento da diurese (principalmente com ativados ao invés de inativados no fígado,
uso de bebidas alcoólicas) faz com que o sendo chamado de pró fármacos ou pró
medicamento seja eliminado do organismo droga. Dependem do fígado para ter seu
mais rapidamente. efeito farmacológico. 

CYP - Citocromo P 1A2 (grupo de enzimas


que trabalham em conjunto) - quando agem
sobre a cafeína, 4% das moléculas de
cafeínas são convertidas em teofilina, 12%
D = dose de ataque - ponto de equilíbrio em teobromina e 84% em paraxantina. Esses
são os 3 primeiros metabólitos da cafeína,
BIOTRANSFORMAÇÃO DE DROGAS - sendo eles ativos e estimulantes do SNC. A
METABOLISMO
última parte que indicam as setas, por
CONCEITO exemplo o ácido 7 metilúrico, não são mais
ativos. Para investigar se você tomou cafeína
“ Processos de alterações químicas que as
no dia, deve ser investigado na urina então,
drogas sofrem no organismo, seja através de
atividade enzimática ou por simples esses últimos metabólitos da cafeína. 
interações físico-químicas.”
OBJETIVO
Em um exame antidoping, será investigado - Executadas pelo Sistema P- 450 (CYP450),
os metabólitos formados a partir da droga Monooxigenases, Oxigenases de Função
que pode ter sido usada pelo atleta.  Mista, Proteínas Heme; exige Oxigênio,
NADPH2 e NADH.
Ex: Atletas começaram a usar furosemida
(antidiurético) como doping para acelerar a  Fase 2:
excreção dos metabólitos dos anabolizantes.  - Conjugações, acoplamento da droga ou
A partir daí a droga começou a ser metabólito a um substrato endógeno (ácido
investigada nos exames antidoping. Se der glicurônico, glutationa, ácido sulfúrico,
no exame qualquer metabólito de radicais acetato, radicais metila e radicais
aldosterona o atleta é suspenso.  fosfato).
- Glucuronidação, sulfonação, metilação,
conjugação com a glutationa e acetilação.
OBS.: Velocidade das Acetilações depende
do “fenótipo acetilador” do indivíduo, ou seja,
existem “Acetiladores Rápidos” e
“Acetiladores Lentos” (forma menos ativa da
NAT-2). EX: ionizada
OBS.: Não é porque existe a fase 1 e a fase
2 que obrigatoriamente tem que se passar
pelas duas e em ordem, pode passar
somente pela 1, somente pela 2, primeiro
pela 1 depois pela 2 ou primeiro pela 2
depois pela 1.
ÓRGÃOS METABOLIZADOS
- Fígado
- Pulmões
- Intestino
- Rins
- Placenta
- Pele
ETAPAS DA BIOTRANSFORMAÇÃO
 Fase 1:
- Conversão das moléculas em metabólitos
mais polares (introdução de OH, COOH, Exemplo de um processo metabólico que
NH2...) temos reações de fase 1 e fase 2. 
- Mecanismos de Oxidação, Hidroxilação, Geralmente as drogas tem muitos
Dealquilação, Deaminação e Hidrólise (não metabólitos.
hepáticas).
ETAPAS DA BIOTRANSFORMAÇÃO
- Reações ocorrem no Retículo
Endoplasmático Liso (Sistema Microssomal
Hepático).
paraminofenol, que sofre processos de
conjugação com ac. graxos. Existe uma
conjugação com ac. glicurônico, conjugação
com ácido sulfúrico e uma conjugação que
forma a N-acetil-p-benzoquinoneimina, sendo
esse um metabólito tóxico. O fígado conjuga
esse metabólito na tentativa de eliminar,
tentando formar glutationa. No entanto, ainda
sobram metabólitos tóxicos, causando um
processo de hepatotoxicidade. Por isso, com
esses pacientes devemos tomar cuidado e
Fase 1: não usar esse medicamento por longos
Aspirina - medicamento para dor, sofre períodos de tempo. 
oxidação hidroxilação, deaminação, hidrólise OBS.: Alguns pediatras intercalam
e se transforma em: paracetamol com dipirona, para evitar esse
Ácido salicílico - ainda é um metabólito ativo  processo de toxicidade (sobrecarregar a
atividade metabólica hepática). 
Fase 2: 
O ácido salicílico perde a hidroxila sofrendo
conjugação e se torna o glucuronide , um
metabólito que não tem mais efeito
farmacológico. 
Esse é o principal metabólito da aspirina. 
OBS.: Em alguns casos o glucuronide reage
com o ferro e a urina se torna roxa. Pode ser
identificado, portanto, por meio do sulfato de
ferro. 
Hepatopatas não devem tomar paracetamol.
FATORES QUE INTERFEREM NA
BIOTRANSFORMAÇÃO
 Genéticos:
Alterações nas concentrações
(metabolizadores rápidos e metabolizadores
lentos) e/ou no tipo das enzimas
(pseudocolinesterase succinilcolina inativa)
no organismo.
 Patológicos:
Metabólitos do Paracetamol:
Desnutrição, hepatopatias, alcoolismo,
Medicamento que deve ter cuidado para causas idiopáticas (antidepressivos).
pacientes que desejem fazer uma overdose. 
OBS: 
Cerca de 1 a 4% do paracetamol é excretada
sem sofrer alterações, 1 a 2% sofre excreção Desnutrição - sem proteínas não
biliar, cerca de 3% sofre conjugação com a conseguimos sintetizar enzimas na
cisteína, no SNC é convertido em
quantidade e na qualidade que o organismo Rins, Pulmões (anestésicos voláteis, etanol),
precisa para metabolizar os medicamentos.  Saliva, Suor, intestinos (via biliar ou fecal),
Lágrimas, Secreções nasais, Leite. 
Alcoolismo - desenvolvimento de
hepatopatia  (cirrose hepática).  Via Renal 
Elimina metabólitos (produtos do
Causas idiopáticas - antidepressivos
metabolismo) e drogas não biotransformadas
produzem alteração na biotransformação
(antibióticos, bloqueadores neuromusculares,
(processo muito individual, não é comum). 
diuréticos).
Fisiológicas: Compostos com baixa lipossolubilidade e
ionizados são mais rapidamente excretados. 
idade, sexo, período neonatal, gestação
Eletrólitos orgânicos (parcialmente não
OBS.:  ionizados e lipossolúveis) são mais
lentamente excretados. 
Crianças não têm o mesmo metabolismo
hepático que adultos - ex: síndrome do bebe OBS.: Hidrossolubilidade maior - dificuldade
cinzento;  em atravessar os túbulos renais para serem
reabsorvidas. 
Idosos têm o fígado “cansado” já do
metabolismo. 

Farmacológicos 

 Ph urinário 
 Indução enzimática:
Fenômeno que decorre do uso crônico - 15 a
20 dias -  de determinados tipos de
medicamentos que vão comprometer o
metabolismo de outras. Ex: esteróides -
corticóides, barbitúricos, fenilbutazona,
tolbutamida, etanol, nicotina…)   A droga está na corrente sanguínea, entrou
 Inibição enzimática: pela artéria renal e começaram a se distribuir
ex: neostigmina, fenelzina, metronidazol… pelo parênquima renal, que chegam aos
túbulos renais sendo filtradas. Se elas forem
OBS.: Relação entre níveis de TGO e TGP e muito lipossolúveis ou a porcentagem de
fenobarbital, mas pode ser também por moléculas ionizadas seja muito pequena,
lesões hepáticas prévias e não pela indução elas poderão ser reabsorvidas pois irão
enzimática.  passar mais facilmente pela membrana. Já
aquelas com hidrossolubilidade maior
EXCREÇÃO DE DROGAS  possuem dificuldade em atravessar a
Conceito: Processo pelo qual o organismo membrana  dos túbulos renais para serem
elimina as drogas; essas estarão reabsorvidas, sendo assim, excretadas. 
preferencialmente alteradas quimicamente Fatores que Influenciam a Excreção Renal
(metabólitos), mas não necessariamente.  de Drogas
Vias de Excreção  A. pH do meio 

 Urina ácida (pH 5 a 7) 


Alcalinização da urina favorece a eliminação diminuição do transporte de ácidos
de drogas ácidas e desfavorece a eliminação orgânicos).
de drogas básicas. 
Obs.: Pronto atendimento, paciente tomou
uma caixa de gardenal, droga ácida, tendo
sua urina, portanto, muito ácida. O que fazer
para acelerar a eliminação desses
metabólitos? Devemos alcalinizar o meio
(torná-lo mais básico) favorecendo a
eliminação da droga ácida, por estar ionizada
e ter dificuldade de atravessar a membrana e
voltar para o sangue. Como alcalinizar?
usando bicarbonato de sódio.  Via Lactífera
 Urina Básica (pH 7 a 8)  - Geralmente a concentração da droga no
leite é igual à do sangue.
A acidificação da urina favorece a eliminação
de drogas básicas e desfavorece a - Crianças recém-nascidas não possuem
eliminação de drogas ácidas.  atividade biotransformadora hepática plena;
mais susceptíveis às intoxicações. Perigoso
Obs.: Intoxicação por droga básica -
nos 2 primeiros meses.
Devemos fazer ao contrário, nesse caso,
acidificar para eliminar a droga básica. É - Risco de intoxicação humana por ingestão
utilizado ácido ascórbico (vitamina C).  de leite (vaca, cabra) contendo antibióticos,
praguicidas organoclorados, hormônios etc.
B. Influência da Taxa de ligações às
proteínas plasmáticas - Inviabiliza a amamentação do bebê cuja
mãe faz uso crônico de certas drogas
A taxa de ligação acima de 80% 
(antipsicótico, ansiolítico, anticonvulsivantes,
compromete a filtração glomerular. 
anticoagulantes, etc).
C. Filtração glomerular 
Via Biliar/fecal
Drogas de peso molecular mais baixo são
Via preferencial para moléculas com mais de
mais facilmente eliminadas. 
300 daltons, portanto útil na eliminação de
D. Secreção tubular de drogas  moléculas de alto peso molecular.
Proteínas carreadoras, ocorre nos túbulos FARMACODINÂMICA
proximais, distais e ducto coletor.
Definição
Clorotiazida, Anfetaminas, Procaína,
Estudo quantitativo dos efeitos biológicos -
Hexametônio, (penicilina x probenecida).
tóxicos e terapêuticos - das drogas,
E. Idade  abordando os mecanismos pelos quais
alteram o funcionamento normal ou
Recém-nascidos e prematuros têm fluxo
patológico dos sistemas orgânicos, tanto em
plasmático e ritmo de Filtração Glomerular
nível macroscópico quanto em nível
(clearance) de 30 a 40% menor que a do
molecular. 
adulto. Somente aos 3 meses de idade será
aproximado.  OBS.: estudo quantitativo = possibilidade de
dar números as respostas farmacológicas.
Idosos têm redução de excreção renal.
Porém, em muitos medicamentos não existe
(Insuficiência renal, diminuição do fluxo,
como quantificar, a exemplo dos
medicamentos para ansiedade, depressão, Domínio - porção da cadeia polipeptídica que
dor. está atravessando a membrana.
Tipos de Atividades das Drogas
- Estimulantes (cafeína, adrenalina,
anfetaminas)
- Depressão (fenobarbital, morfina, heroína)
- Irritativas (ácido salicílico, purgativos)
- Repositoras (insulina, hormônio tireoideano)
- Anti-infecciosas (penicilina, cloranfenicol)
Ação: Alterações bioquímicas produzidas
pela molécula da droga e que alteram as Interação Droga-Receptor
funções celulares.
 Especificidade Química da Droga:
Efeitos: Produto da ação das drogas,
observável ou mensurável, podendo ser - Quanto maior, maior a interação com o
detectado pela diminuição dos sintomas ou receptor; menor o potencial em provocar
surgimento dos efeitos indesejados. efeitos indesejados; em geral o aumento da
Forma de Atividade das Drogas – dose reduz a especificidade.
Aspectos Moleculares

 Alvos Farmacológicos:
- Receptores
- Canais Iônicos
- Enzimas
- Moléculas Transportadoras
- Membranas
- DNA - Diferentes isômeros ópticos não possuem a
mesma especificidade química. Ex.: dos
RECEPORES
quatro isômeros do Cloranfenicol apenas um
é ativo; apenas o isômero D da Tlidomida é
teratogênico.

 Potência Farmacológica:
- Dose da droga necessária para produzir
50% de sua resposta máxima; quanto menor
a dose, maior a potência.
Ex.: Toxina Botulínica A: DL50=
OBS.: Cada receptor desse possui 7 0,00000003mg/Kg
domínios. - Estima-se que 28g mate 100.000.000 de
pessoas
 Eficácia Farmacológica:
- Resposta máxima que uma droga produz
- É proporcional ao número de complexos
droga-receptor formados e da atividade
intrínseca da droga.
 Especificidade Biológica:
- Fármaco tem efeito sobre um tecido e
pequeno ou nenhum sobre outros tecidos. 3. Membranas 

Interação Droga - Canal iônico  Inespecífica 

Bloqueadores: anestésicos locais Éter - Primeiro anestésico geral que existiu 


(Procaína), Anti Hipertensivos (Nifedipina). 
Anestésico geral
Moduladores: Dihidropiridina (canais de
4. DNA 
sódio) 
Pensamos em drogas antineoplásicas -
Enorme variabilidade de efeitos adversos. 
Catharanthus roseus - origem vegetal
Cisplatina (1978) - origem vegetal 

Obs: Nifedipina - bloqueia os canais de


cálcio, ainda mais no músculo liso, para que
a contração aconteça tem que ter influxo de
cálcio externo. 
Formas de Ação das Drogas - Aspectos
1. Enzimas  Gerais 

Ácido Acetilsalicílico  Introdução:

Captopril  Antagonismo - divergente 

Neostigmina - atua sobre enzima Sinergismo - convergente 


acetilcolinesterase (inativa acetilcolina na
*interação entre drogas/moléculas
fenda sináptica). 
Fenômenos Farmacológicos
2. Proteínas Transportadoras 
Classificação Farmacodinâmica 
Proteínas que atravessam a membrana
levando ou buscando molécula, jogando no Agonistas 
meio intra ou extracelular. 
 Totais (100% da resposta celular) 

 Parciais (Menos de 100% da


resposta) 

 Inversos (Diminuem o nível da


atividade celular)
Antagonistas (não existe essa Droga que se liga ao receptor e é incapaz de
subdivisão)  ativá-lo, impedindo a ligação de ligantes
naturais (hormônios, neurotransmissores) o
Agonistas 
que também caracteriza uma resposta
Droga que se liga ao receptor e é capaz de farmacológica. 
ativá-lo, promovendo alterações na atividade
O antagonista depende de sua afinidade
celular e caracterizando uma resposta
química pela proteína receptora para atuar,
farmacológica. 
mas a sua eficácia (atividade intrínseca) ou
A potência do Agonista depende de sua seja, sua capacidade de desencadear as
afinidade química pela proteína receptora e alterações bioquímicas intracelulares que
de sua eficácia (atividade intrínseca) ou seja, levarão ao efeito, é zero. 
sua capacidade de desencadear as
Tipo de Antagonismos:
alterações bioquímicas intracelulares que
levarão ao efeito farmacológico.  1. Químico 
Agonista total  2. Farmacocinético 
atividade intrínseca = 1  3. Competitivo (reversível ou
irreversível) 
Agonista parcial
4. Não competitivo 
atividade intrínseca >0 e <1 
5. Fisiológico 
Agonista Inverso 
1. Antagonismo Químico 
atividade intrínseca menor que 0 
Reação Química entre duas substâncias,
Ex: beta-carbonilas e Ro15-4513
acaba por inviabilizar a atividade biológica
(tóxica ou terapêutica) de uma delas ou de
ambas. 
a. Quelação - EDTA/Cálcio,
Dimercaprol/Chumbo (usada na
intoxicação por chumbo, impedindo
que ele atravesse as membranas e
chegue até os tecidos),
Protamina/Heparina (reversão de
hemorragias). 
b. Adsorção - Carvão Ativado/Droga 

Observações do Gráfico c. Neutralização - HCl/NaHCO3

Agonista inverso - à medida que aumenta, a


resposta celular diminui. A ponto de ser
menor que a resposta celular basal. Produz OBS: Co2 sai na forma de eructação, NaCl é
diminuição da atividade celular.  reabsorvido. Hipertenso/Cardiopata que tem
Antagonista neutro - mesmo que aumente a gastrite e toma bicarbonato para melhorar,
dose não altera a atividade. Chamado assim mas ao mesmo tempo acaba acumulando
pois não possui atividade intrínseca, porém NaCl na corrente sanguínea. Não se deve
como tem efeito de bloquear uma ligação, tomar bicarbonato de sódio.
possui efeito farmacológico. Antagonistas  2.  Antagonismo Farmacocinético 
O antagonista reduz efetivamente a Agonista e antagonista competem pelo
concentração da droga ativa no seu sítio de mesmo receptor, sendo que o aumento da
ação concentração de um deles é capaz de
deslocar o outro da biofase. 
Tipos:
 Metabólico (Fenobarbital/Warfarin e
Etanol/Imipramina) 
 Absortivo (Tetraciclina/Sais de Cálcio,
Ferro e Zinco)
 Excretor (Penicilinas/Probenecida) 

OBS.: reta antes de subir a curva -


medicamento atingindo a dose mínima
efetiva. 
Reta depois da curva - todos os receptores
ocupados. 
OBS 2.: Agonista e Antagonista tem
afinidade com o mesmo receptor. 
Existem antagonistas naturais e sintéticos. 

Ex: Penicilina e Probenecida 


Fármaco no sangue - Entra pela arteríola
aferente 
1- Filtração Glomerular 
2- Secreção Tubular (transportadores vão
tirar a penicilina da circulação e jogar nos
túbulos) 
3- Reabsorção Tubular 
4- Urina 
Associação com probenecida - penicilina e
Aumentar a dose - efeito máximo sempre
probenecida competem pelo transportador,
desde que tenha mais agonistas do que
deixando a penicilina por mais tempo na
antagonistas. 
corrente sanguínea, ocorrendo acúmulo no
sangue, diminuindo a secreção tubular e b. Irreversível 
diminuindo a necessidade de novas
A afinidade química do antagonista pelo
administrações do medicamento. 
receptor é maior que a do agonista e esse (o
3.  Antagonismo Competitivo  agonista) não consegue deslocar o
antagonista mesmo com o aumento da dose. 
a. Reversível 
OBS.: A presença do antagonista interfere na
OBS.: Embora esteja repetindo as doses, resposta do agonista mas não compete pelo
não consigo chegar a 100%, o máximo que receptor. 
chego é a 50% (do agonista). A curva azul
não vai subir, continuará se deslocando para
a direita, mas nunca atingindo os 100% da
resposta. 
OBS 2.: O antagonista forma reações
covalentes com o receptor, sendo muito
estáveis e difíceis de serem quebradas.
Assim, o agonista não consegue mais se
ligar naquele receptor. 
Ex de antagonistas fortes: Venenos -
bloqueiam o metabolismo da célula por
ocupar receptores. 

OBS.: A abertura do canal não depende do


antagonista, mas é modulada por ele.
4. Antagonismo Não Competitivo  Conforme ele se liga, "diminui" o diâmetro do
canal, deixando menos partículas de cálcio
O antagonista bloqueia em algum ponto a passarem. 
corrente de eventos biológicos que leva à
produção de uma resposta pelo agonista. 
Sinergismo 
Processos em que a associação de drogas
incrementa quantitativamente a resposta
farmacológica. 

 Somação - o efeito farmacológico é


igual a soma dos dois efeitos. Agem
sobre receptores distintos, mas
produzem o mesmo efeito. 
Ex: morfina + haloperidol - depressão do
SNC 
5. Antagonismo Fisiológico
 Potenciação - o efeito farmacológico
Ocorre quando duas drogas agem em células de ambos usados simultaneamente, é
separadas ou sistemas fisiológicos maior que a soma dos efeitos
separados para produzir ações contrárias e individuais. 
que tendem a se cancelar. 
Ex: Salbutamol + Ipratrópio - broncodilatação
Ex: Adrenalina/Histamina 
Butilescopolamina/Metoclopramida: a
butilescopolamina reduz o peristaltismo e a
metoclopramida produz aumento do
peristaltismo. Os dois receptores não se
conhecem. 
Dessensibilização e Taquifilaxia 
O efeito de uma droga diminui gradualmente
quando administrada contínua e
repetidamente. 
Causas:

 Alteração de receptores (Placa


Motora)  Autacoides - Histamina 
 Perda de receptores (beta Definição
adrenérgicos diminui 10% em 8 horas/
Autacóides - derivada do grego Autos
alfa adrenérgicos) 
(próprio) e AKOS (remédio). 
 Esgotamento do neurotransmissor
“Substâncias produzidas pelo organismo  e
(anfetaminas)
que desempenham papel farmacológico -
 Degradação metabólica aumentada drogas endógenas”. 
(barbitúricos e etanol). 
 Mediadores inflamatórios (aminas
Ex: Descongestionantes nasais e vício. Afrin, biogênicas, mediadores derivados de
Naridrin, Neosoro.  fosfolípedes de membrana e
citocinas). 

 Neurotransmissores 
 Hormônios (peptídeos endógenos e
demais hormônios). 

Mastócitos e Células Parietais 


Molécula da Histamina:

OBS.: Estudiosos identificaram a estrutura da


histamina em alguns tecidos, e observaram OBS: Cada bolinha branca na figura 1, são
que ela possuía um grupo amina, decidindo vesículas de armazenamento. 
colocar o nome de histamina. Ainda não
sabiam a função da histamina no organismo.  Funções Fisiológicas da Histamina 

Síntese e Depósito   Participar de respostas inflamatórias,


de regeneração tecidual e alérgicas
 Sítios Mastocitários  (sinalização). 
Pele, mucosa do aparelho respiratório e OBS: porque a dor aparece ? para sinalizar
digestório.  que algo está errado com o organismo
OBS: não é atoa que as reações alérgicas depois de ter sido exposto a algum agente
acontecem nesses locais, pois é onde há lesivo. 
contato com o ambiente.  Secreção de HCL
Mastócitos = onde tem histamina.   Grande  Neurotransmissão 
quantidade.
Receptores de Histamina:
 Sítios Não Mastocitários 

Neurônios, células parietais, tecidos em


regeneração. 
OBS: a histamina produzida é sintetizada
apenas para o momento que ela é
necessária, não fica sendo produzida e
armazenada constantemente.  Quantidades
pequenas, 

OBS: 4 receptores (H1, H2, H3 E H4). 


H1 - sistema nervoso central, aparelho
OBS: síntese muito simples, basta apenas respiratório, coração e vasos sanguíneos
uma única enzima histamina-descarboxilase (membrana das células endoteliais e irão
(HDC) que transformará histidina em participar do processo de vasodilatação ). 
histamina.  H2 - células da musculatura lisa dos vasos
sanguíneos (embaixo das células
endoteliais), tecido adiposo e estômago (no
estômago os receptores para produção do
HCL são do tipo H2). 

H3 - coração, neurônios, pulmões e intestino


(tanto delgado quanto grosso). 
H4 - células do sistema imunológico, timo e
intestino. 
Primeira foto - As vesículas contendo
Mais importantes para nós: H1 e H2  heparina foram degranuladas e a histamina
foi jogada no meio externo. É um processo
Resposta Alérgica 
controlado, as membranas serão refeitas. 
Reação Anafilática Segunda foto - liberação citotóxica, as
Não é desencadeada em primeiro contato, é membranas e a célula não vão se recuperar. 
necessário que haja uma sensibilização No choque anafilático uma grande parte de
mastocitária.
mastócitos e basófilos irão liberar a histamina
de forma citotóxica, pois é uma resposta
violenta. 
OBS: Os basófilos são mastócitos na
corrente sanguínea. 

 Choque anafilático: Resposta de


hipersensibilidade do tipo I mediada
por anticorpos em indivíduos
sensibilizados (já tiveram contato
prévio com o antígeno). É uma
resposta sistêmica, caracterizada por
queda abrupta e significativa da
pressão arterial, edema (glote, língua
etc.), prurido, pulsação rápida,
OBS: Anafilaxia é uma reação alérgica dificuldade respiratória, inconsciência
aguda potencialmente fatal mediada por IgE e morte, caso não ocorra tratamento
que ocorre em pessoas previamente emergencial. 
sensibilizadas quando são expostas OBS: Choque se refere a uma
novamente ao antígeno sensibilizador.  descompensação grave no organismo. 
Resposta de caráter qualitativo e não Sintomas do choque anafilático: 
quantitativo, essa resposta independe da
quantidade de antígeno, mas depende da
qualidade dele. 
Ex: pessoa que teve choque anafilático com
a picada de uma abelha. 
Histamina age sobre receptores H2 nas
células parietais. 
Acetilcolina (M3) e Gastrina (CCK 2) também
participam. 

OBS: problema - a pessoa pode morrer por


falta de ar por conta do edema de glote e
não necessariamente pelo choque
anafilático. Em alguns casos é necessário
traqueostomia de emergência. 
Tratamento - Choque anafilático 
1. Vasoconstritor 
HISTAMINA COMO NEUROTRANSMISSOR
Adrenalina 0,5 a 1 mL IV (OBS***), IM (faz
com que a adrenalina caia mais devagar na
corrente sanguínea, tendo menor RCV) ,
subcutânea (casos menos graves),
sublingual ou endotraqueal. Antagonismo
Fisiológico. 
Soro fisiológico. 
OBS: é importante avaliar se o paciente é
cardiopata, pois a adrenalina desencadeia
um esforço excessivo do miocárdio. Por
outro lado existe a vantagem da resposta ser
mais rápida. 
2. Corticóide  Antagonistas da Histamina 

Prednisona, Hidrocortisona, 100 mg IV por 6  Antagonistas de H1


horas.  Antagonismo Competitivo Reversível 
3. Bloqueador H1  Antagonismo competitivo reversível (quem
Difendidramina, 25-50 mg IV por 4 a 6 horas.  tiver maior dose, ganha)

4. Bloqueador H2  Os antagonistas H1 de primeira geração são


usados como antialérgicos (são usados para
Cimetidina, 300 mg IV por 8 horas  urticária, rinite e reversão da hipotensão –
5. Oxigênio  agindo nos receptores H1 endotelial)

Secreção Gástrica  Os de 1ª geração são tão úteis como


antialérgicos (urticária, rinite alérgica,
broncoconstrição); controle de cólicas
intestinais e na reversão da hipotensão bloqueia a membrana do mastócito e
(fracos).  basófilo, impedindo que libere mais
histamina. Os bloqueadores de H1
Possuem efeito sedativo e antiemético
competem com a histamina pelos receptores
(cinetose). 
H1 de histamina (produz um bloqueio parcial,
Dexclorfeniramina (Polaramine), Prometazina de acordo com a dose).
(Fenergan), Difenidramina (Difenidrin) etc. 
O mais potente para controlar uma crise
Os de 2ª Geração não possuem ação alérgica é o corticoide, não o bloqueador H1.
sedativa. 
*Um dos efeitos de quando a histamina se
Mais sedativos, menos efeitos colaterais.  liga ao receptor H1 é o de prurido/coceira. O
anti histamínico bloqueia a ligação da
Loratadina. 
histamina nas terminações nervosas
O efeito sedativo decorre do fato de as sensitivas que dariam a sensação de coceira.
drogas de primeira geração serem muito
*Os receptores H1 estão envolvidos no
lipossolúveis – atravessam a barreira
prurido. Por isso tem ação antialérgica.
hematoencefálica. Além disso, a histamina
como NT participa do ciclo sono-vigília *Os receptores H2 estão envolvidos na
(deprime o SNC). vasodilatação (localizados nas células
musculares lisas). Para causar efeito
Cinetose é o enjoo de movimento e os
vasoconstritor, a dose teria que ser muito
antialérgicos de primeira geração agem
alta. Por isso não tem ação antialérgica.
contra essa cinetose. O dramin na verdade é
um anti-histamínico, mas não é muito seletivo  Antagonistas de H2 
para receptores histamínicos H1, também
Antagonismo Competitivo Reversível 
age sobre receptores colinérgicos. A
acetilcolina também está envolvida no Indicados no controle da secreção gástrica
processo de cinetose (juntamente com a (gastrite, úlcera péptica, esofagite de refluxo);
histamina). coadjuvante na reversão do Choque
Anafilático. 
 Primeira geração: Polaramina,
Fenergan, Difenidrin Não possuem ação no SNC. 
Os antialérgicos de 2 geração não induzem Cimetidina (Tagamet), Ranitidina (Antak),
sono, pois eles não têm lipossolubilidade Nizatidina (Axid), Famotidina (Famox). 
suficiente para atravessar a barreira
hematoencefálica. Eles também não têm
ação anticolinérgica.: não servem para tratar
cinetose.
Antagonistas H2  controle de secreção de
Quando a crise alérgica já está instalada, o HCl (usado para gastrite, úlcera gástrica,
uso desses medicamentos dificilmente esofagite do refluxo)
reverte o quadro (já tem muita histamina
liberada), para resolver precisa usar o  Cimetidina, Ranitina, Nizatina,
corticoide. O ideal é tomar o antialérgico Famotidina (são as drogas antiácidas)
(bloqueador H1) antes  já ocupa os Essas drogas bloqueiam os receptores H2 no
receptores e quando entrar em contato com o estômago, assim a histamina não se liga
alérgeno, ela não vai ter a crise. tanto às células parietais, comprometendo
O corticoide consegue reverter a crise depois assim a secreção de HCl  hipocloridria (se
que ela já está instalada. o corticoide a dose for muito alta  acloridria)
Bloqueador H2 NÃO TEM AÇÃO Leucotrienos (LT)
ANTIALÉRGICA. São anti-histamínicas, mas quimiotaxia e envolvimento em doenças
não são anti-alérgicas. inflamatórias 

 Antagonistas de H3  Lipoxinas 


Antiinflamatório
Antagonismo Competitivo Reversível 
É um antagonista competitivo reversível
Usado no tratamento da desordem de sono
(receptores H3 de histamina também estão
ligados ao controle do ciclo sono-vigília)
Ex. de agonista H3: Tioperamide (bloqueia
receptores H3 do SNC)
Thioperamide 
Usado no tratamento das desordens do
sono. 

 Antagonistas de H4 

Antagonismo Competitivo Reversível 


Bloqueia a quimiotaxia de Mastócitos e
Eosinófilos induzida pela Histamina
Útil em doenças alérgicas e inflamatórias
autoimunes 
Reforço do tratamento da Rinite Alérgica 

P2 - EICOSANÓIDES 
Prostaglandinas (PG)
Medeia a sensibilidade a dor, inflamação e
febre 
Identificadas por Von Euler em 1934 
Isoladas por Bergstrom & Sjovall em 1957
Tromboxanos (TX) 
vasoconstritoras e participam da coagulação
do sangue 
Pequenas doses de um inibidor da
Ciclooxigenase (+/- 200mg/dia) atua mais
seletivamente sobre a cicloxigenase
plaquetária e menos sobre a ciclooxigenase
endotelial; isso provoca um desequilíbrio  na
síntese homeostática PGI2/TXA2 e a
atividade antitrombogênica da primeira
(PGI2) passa a prevalecer. 
Doses elevadas (4000 mg/dia) inibem ambas
as ciclooxigenases e não há ação
antitrombogênica. 
Efeitos Biológicos 
OBS: desequilíbrio da atividade
 Hemodinâmica 
antitrombogênica (diminuir) - sangue com
Atividade vasodilatadora ou vasoconstritora menor densidade - função dos AAS. 
nos diversos leitos vasculares, permitindo o
A ingestão de ácidos graxos da Classe
controle circulatório local. 
ômega 3 (EPA) favorece a biossíntese de
TXA3 e PGI3. O primeiro é um pequeno
estimulador da agregação plaquetária e o
segundo possui forte ação antiplaquetária. 
OBS: os esquimós possuem muito menor
incidência de doenças cardiovasculares
comparados com nós. Possuem grande
consumo de peixes e com isso, consequente
consumo de ácidos graxos da classe ômega
OBS.: A prostaglandina desempenha 3.  
controle local - diferente do papel que a
adrenalina desempenha. A adrenalina  Rins 
promove vasodilatação/constrição de forma PGE2 e PGI2 são vasodilatadoras e
sistêmica. A prostaglandina faz controle aumentam ou mantêm o fluxo sanguíneo
pontual, naquele determinado ponto apenas.  renal. 
OBS2: sempre existirão prostaglandinas e PGF2 alfa e TXA2 são vasoconstritoras e
tromboxanos envolvidos nesse controle reduzem o fluxo sanguíneo renal
hemodinâmico.  (clinicamente aparentes na glomerulonefrite e
 Coagulação  na rejeição a transplantes - aparecem na
insuficiência renal).  
PGI2 (síntese endotelial) é o mais potente
inibidor da agregação plaquetária e  Sistema Respiratório 
potente vasodilatador.  PGE2 e PGI2 são broncodilatadoras
TXA2 (síntese plaquetária) é o mais potente presentes na crise asmática. 
indutor da agregação plaquetária e da OBS: são capazes de controlar
trombogênese; potente vasoconstritor.  broncoconstrições mais leves, as mais
OBS: tem ações antagônicas  graves não. 

Hipótese de Moncada & Vane:  Processos Inflamatórios 

Atuam modulando a inflamação 


Rubor (eritema) 
Calor (vasodilatação) 
Tumor (edema) 
Dor 
Perda de Função 

Dor 
Provocam hiperalgesia (sensibilização dos
nociceptores para estímulos mecânicos e/ou
químicos desencadeados por histamina,
Rubor (eritema)  Serotonina, Bradicinina, Substância P entre
outros mediadores). 
Provocado pela vasodilatação local
PG’s da série E e PGI2. 
Participação da PG’s da série E e PGI2. 
PGE1 e PGE2 geram hiperalgesia mais
Calor  lentamente, mas mais duradoura e menos
Perda de calor na região decorrente da intensa (artrite). 
aproximação dos vasos (dilatados) da PGI2, ação mais imediata, hiperalgesia mais
superfície corporal.  potente mas menos duradoura (cefaléia). 
OBS: Os gregos tinham uma certa noção
que a dor era carregada até a cabeça para
ser percebida. Nos dias atuais temos
conhecimento de que a dor só é sentida
quando é percebida pelo encéfalo, quando
temos consciência da dor. 

Tumor (edema) 
Provocado pelo extravasamento de líquido
com exsudato ou sem proteínas plasmáticas
(transudato). 
Participação de PGE2 e PGI2 que potenciam
a vasodilatação iniciada pela Histamina,
Bradicinina, entre outros. 
OBS.: Bacilo de Hansen (hanseníase) as
terminações são destruídas e a pessoa não
sente a dor. Isso é um grande problema, pois
a dor serve para nos proteger, como evitar a
destruição do tecido, por exemplo. 

 Migração Celular 
PGE e PGI2 estimulam a migração
leucocitária para a região inflamada (ação
quimiotáxica) com o intuito de combater uma
possível infecção. 

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