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O MÉTODO DE SIMPSON

Se notarmos bem, no Método dos Trapézios o que nós fizemos foi aproximar a
função 𝑓, em cada intervalo, por uma reta coincidente com a função nos extremos. O
Método de Simpson é um melhoramento dessa estratégia, pois considera polinômios
quadráticos como forma de aproximar a função.
Vejamos como ele funciona:

Como no Método dos Trapézios, a primeira coisa a fazer é dividir o intervalo


de integração em intervalos, só que agora em um número par de intervalos. Ou seja,
denominar 𝑥! = 𝑎, 𝑥!! = 𝑏 e escolher pontos intermediários

𝑎 = 𝑥! < 𝑥! < 𝑥! < ⋯ < 𝑥!!!! < 𝑥!!!! < 𝑥!! = 𝑏

Depois para cada 𝑖   =  0, . . . , 𝑛 − 1 considerar os três pontos 𝑥!! , 𝑥!!!! , 𝑥!!!! e
os valores respectivos da função avaliada nesses três pontos:
𝑓(𝑥!! ), 𝑓(𝑥!!!! ), 𝑓(𝑥!!!! ) . Para simplificar a notação, chamar esses valores de
𝑦!! , 𝑦!!!! , 𝑦!!!! .
Em seguida encontrar o único polinômio quadrático 𝑝! (𝑥) tal que

𝑝! 𝑥!! = 𝑦!! , 𝑝! 𝑥!!!! = 𝑦!!!! , 𝑝! 𝑥!!!! = 𝑦!!!!

e usar esse polinômio 𝑝! 𝑥 como aproximação para a função no intervalo[𝑥!! , 𝑥!!!! ]


(o polinômio pode ser achado com qualquer um dos métodos já descritos/ estudados
anteriormente.
Assim a integral
!!!!!
𝑓 𝑥 𝑑𝑥
!!!

é aproximada pela integral


!!!!!
𝑝! 𝑥 𝑑𝑥
!!!

1
Finalmente, há que se somar as aproximações obtidas em cada intervalo para
se obter a aproximação de
!
𝑓 𝑥 𝑑𝑥
!

Vejamos como fica o caso em que todos os intervalos da partição têm o


mesmo tamanho h.
Resultará daí uma fórmula bastante elegante para a aproximação da integral
(parecida com a fórmula de integração pelo Método dos Trapézios), conhecida como
fórmula de Simpson.
Em primeiro lugar, temos que desenvolver em detalhe o passo do
procedimento que consiste em achar o polinômio interpolador pelos três pontos
(𝑥!! , 𝑦!! ), (𝑥!!!! , 𝑦!!!! )  𝑒  (𝑥!!!! , 𝑦!!!! ).
Como não estamos interessados no polinômio em si mas sim na sua integral
definida no intervalo [𝑥!! , 𝑥!!!! ], será mais simples trabalharmos no intervalo [−h, h],
interpolando os pontos (−ℎ, 𝑦!! ), (0, 𝑦!!!! )  e (ℎ, 𝑦!!!! ).
O polinômio interpolador 𝑝(𝑥)   =   𝑝! 𝑥 pode ser calculado com o auxílio dos
polinômios de Lagrange:

𝑥(𝑥 − ℎ) (𝑥 + ℎ)(𝑥 − ℎ) (𝑥 + ℎ)𝑥


𝑝 𝑥 = 𝑦!! + 𝑦!!!! + 𝑦!!!!
(−ℎ)(−2ℎ) ℎ(−ℎ) (2ℎ)(ℎ)

isto é,
1
𝑝 𝑥 = 𝑥 𝑥 − ℎ 𝑦!! − 2 𝑥 + ℎ 𝑥 − ℎ 𝑦!!!! + 𝑥 𝑥 + ℎ 𝑦!!!!
2ℎ!

Daí que

! !
1
𝑝 𝑥 𝑑𝑥 = ! 𝑦!! 𝑥 𝑥 − ℎ 𝑑𝑥
!! 2ℎ !!
! !
− 2𝑦!!!! 𝑥 + ℎ 𝑥 − ℎ 𝑑𝑥 + 𝑦!!!! 𝑥 𝑥 + ℎ 𝑑𝑥
!! !!

Fazemos então uma a uma cada uma das três integrais:

2
!
𝑥 𝑥 − ℎ 𝑑𝑥
!!

! ! !
!
𝑥! 𝑥!
= 𝑥 − ℎ𝑥 𝑑𝑥 = −ℎ
!! 3 !!
2 !!
! ! ! !
ℎ −ℎ ℎ −ℎ 2
= − −ℎ − = ℎ!
3 3 2 2 3

Semelhantemente,

! !
4
𝑥 + ℎ 𝑥 − ℎ 𝑑𝑥 = 𝑥 ! − ℎ! 𝑑𝑥 = − ℎ!
!! !! 3
e
!
2
𝑥 + ℎ 𝑥𝑑𝑥 = ℎ!
!! 3

Com esses valores, voltamos à integral de 𝑝(𝑥):


!

𝑝 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑦 + 4𝑦!!!! + 𝑦!!!!
!! 3 !!

Observe como, à semelhança do Método dos Trapézios, essa fórmula facilita o


cômputo geral da aproximação, mesmo com uma subdivisão em muitos intervalos.
Se, como acima, tivermos a partição do intervalo [a, b] em 2n intervalos, todos com
tamanho h, então a soma de todas as aproximações será

 {(𝑦!   +  4𝑦!   +   𝑦! )   +   (𝑦!   +  4𝑦!   +   𝑦! )  +  . . . +  (𝑦!!!!   +  4𝑦!!!!   +   𝑦!! )}
3

que é igual a


 {𝑦   +  4𝑦!   +  2𝑦!   +  4𝑦!   +  2𝑦!  +  . . . +  2𝑦!!!!   +  4𝑦!!!!   +   𝑦!! }
3 !

3
Exemplo:
1) Calcule pelo método dos trapézios e o método 1/3 de Simpson:
!
1
𝑑𝑥
! 1 + 𝑥!

Exercícios:

Calcule as integrais definidas a seguir pelo método 1/3 de Simpson e compare


com os resultados obtidos na resolução pelo método dos trapézios.

!,!
1) !
𝑥 𝑑𝑥
utilizando os dados da tabela a seguir:
𝑥 1 1 1 1 1 1 1
,05 ,1 ,15 ,2 ,25 ,3
𝑥 1

Calcular:
!,!
𝑐𝑜𝑠𝑥 𝑑𝑥
!

pela regra do trapézio sabendo que:


𝑥 0 0 0 0 0 0 0 0 0
,1 ,2 ,3 ,4 ,5 ,6 ,7 ,8
𝑐𝑜𝑠𝑥 1 0
,995

e h sendo:
h = 0,4
h = 0,2
h = 0,1

Calcular:

4
𝑥 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6
𝑠𝑒𝑛  𝑥

Calcular, com h = 0,2


!,!
𝑥. 𝑒 ! 𝑑𝑥
!

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