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Tudo Sobre os Sinais


Analógicos de Entrada e
Saída do CLP e
Programação
Publicado em 27 de maio de 2019

"All About PLC Analog Input and Output Signals and Programming"​de www.plcacademy.com

Matheus Ferreira
Operador Técnico de DMA Pl. na Fugro | Pós- 10 artigos Seguir
graduando em Engenharia de Redes e Sistemas de…

Você sabe como converter a escala da sua entrada analógica? Ou ligar a


sua saída analógica?

Muitas pessoas lutam contra os sinais analógicos na programação do


CLP. A ligação e como usar uma entrada ou saída analógica no
programa do seu CLP podem ser complicados. Na maioria das vezes,
você verá exemplos com variáveis digitais em programas de CLP, e
no meu Tutorial de Texto Estruturado, a maioria dos exemplos são
programas com variáveis digitais.

Estou escrevendo este artigo porque muitos de vocês queriam aprender


como usar sinais analógicos na programação do CLP. Os sinais
analógicos são amplamente utilizados em programas de CLP, mas
também são usados com frequência em um sistema de supervisão
SCADA. Então, como você conecta um transmissor analógico de 4-20
mA ao seu CLP e o utiliza em seu programa do CLP? Como você
converte a escala de um sinal analógico em um Diagrama de Blocos
de Função? Este artigo lhe dará respostas para isso e muito mais.
Neste artigo você aprenderá sobre:

Sinais Analógicos no CLP

○ Representando Sinais Analógicos com Números Binários

○ Bits e Bytes

○ Conversor A/D

○ Resolução de Sinais Analógicos

○ Faixa do Sinal Analógico

Entradas Analógicas

○ Ligação das Entradas Analógicas no CLP

◾ Entradas Analógicas de Tensão

◾ Entradas Analógicas de Corrente

◾ Entrada Analógica a 2 Fios

◾ Entrada Analógica a 3 Fios

◾ Entrada Analógica a 4 Fios

○ Conversão de Escalas de Entrada Analógica

Saídas Analógicas

○ Ligação das Saídas Analógicas no CLP

◾ Saídas Analógicas de Tensão

◾ Saídas Analógicas de Corrente

○ Conversão de Escalas de Saída Analógica

Mas primeiro, deixe-me começar com algumas noções básicas sobre


sinais analógicos e como eles funcionam em um CLP.

Sinais Analógicos no CLP

Em primeiro lugar, nós iremos olhar para alguns números. Se você leu
meu artigo sobre lógica combinacional, você vai saber que um CLP
trabalha com valores booleanos. Um CLP só pode trabalhar com os
valores 0 e 1.
Isso é ótimo para sinais digitais. Eles são ou 0 ou 1 e, portanto,
relativamente fáceis de se trabalhar. Mas e os sinais analógicos? Como
escreve a Wikipédia, os sinais analógicos são sinais contínuos que
podem variar com o tempo.

Por exemplo, você pode ter um sinal analógico de 0-10 volts. Este sinal
pode variar de 0 a 10 volts e ter qualquer nível de tensão entre eles. E
como os sinais analógicos são contínuos, este sinal vai sempre
representar, a qualquer momento, um nível de tensão. Se você olhar
para o diagrama abaixo, verá que o sinal analógico pode ter qualquer
valor entre 0 e 10 volts.

A questão agora é: como um CLP lida com todos esses valores


diferentes? Digamos que você tenha um sinal analógico de 5 volts indo
para o CLP. Nós não podemos representá-lo com valores booleanos,
porque eles só podem ter os valores 0 e 1.

A resposta é números binários!

Representando Sinais Analógicos com Números Binários

Como mencionado antes, um CLP só pode trabalhar com os dois


valores 0 e 1. Mas isso nos impede de trabalhar com sinais analógicos.
Porque o que realmente acontece é que o CLP trabalha com números
binários. Isso se deve ao fato de que um CLP ou um microcontrolador
são, na verdade, apenas circuitos elétricos avançados feitos de
transistores. Como um transistor só pode estar ou ligado ou desligado,
estes dois estados vão então representar os valores 0 e 1.

Mas isso só nos dá dois estados. Muito útil para sinais digitais, mas não
para analógicos. Para entender como as entradas analógicas funcionam
em um CLP, você tem que entender números binários.

O número binário é o sistema de numeração usado por um CLP ou


qualquer outro computador. O sistema tem apenas dois números, em
comparação com o nosso sistema de numeração de base 10, onde nós
temos 10 números de 0 a 9. O binário é só outra maneira de escrever
números. Eu recomendo que você dê uma olhada neste tutorial sobre
números binários se você não sabe como eles funcionam.
Bits e Bytes

Um número binário com um dígito é chamado de bit. Um bit pode


conter um 0 ou um 1. Como mencionado, é assim que funcionam as
entradas digitais. Mas se você combinar esses bits e, assim, criar
números de múltiplos dígitos, as coisas começam a ficar interessantes.

Em muitos CLPs, um sinal analógico é representado por uma word.


Uma word em binário são 16 zeros em sequência ou dois bytes (8
zeros)[1]. Bem assim:

00000000 00000000

Se você lembrar um pouco sobre números binários, saberá que um


número binário com 16 dígitos pode representar valores de 0 a 65.535.
Isso é apenas metade da verdade para os CLPs. Porque o primeiro bit é
usado para sinalizar o número, dando-lhe um valor positivo ou
negativo.

Então, com 1 bit para sinal, nós temos 15 bits restantes para representar
o valor analógico. O número binário pode, portanto, representar valores
de -32.768 a 32.767.

Conversor A/D

Quando o sinal de entrada analógica entra no CLP, ele passa por um


conversor A/D ou conversor analógico/digital. Este é o componente no
cartão de entrada analógica do CLP que transforma o sinal analógico
em sinais digitais. São esses sinais digitais que finalmente fornecerão
nossa representação de valor binário no CLP.

Antes de conhecer o conversor A/D, é importante entender com que


tipo de sinal analógico você está lidando. Neste artigo vou focar nestes
três tipos de sinais analógicos na programação de CLP:

Tensão

Corrente

Resistência

A razão pela qual nós precisamos conhecer o tipo de sinal é porque


precisamos saber a faixa do sinal.

Um tipo muito usado de sinal analógico é o de 4-20 mA.


Nós temos que conhecer o nosso tipo de sinal. Pois agora sabemos que
o sinal analógico tem uma faixa de 16 mA neste exemplo. Um valor
analógico é, na maioria da vezes, colocado em uma double word de 32
bits em um CLP. Isso é porque o conversor A/D converte o sinal
analógico em um valor digital de 32 bits[2].

Você pode comprar cartões de entrada analógica com diferentes


resoluções. Isso depende de quantos bits o conversor A/D precisa para
trabalhar. Mais bits nos dão mais números para representar o sinal
analógico.

Resolução de Sinais Analógicos

O número de bits que você tem para salvar o valor analógico é, na


verdade, chamado de resolução. Pense nisso como a sua TV. Ela
também possui apenas uma certa quantidade de pixels para representar
uma imagem. O mesmo acontece com a conversão analógico/digital.

Assim como chamamos de resolução quando falamos sobre o número


de pixels em nossa televisão, também chamamos de resolução quando
falamos sobre valores analógicos representados com um número.

A resolução é muito importante quando se lida com sinais analógicos


na programação do CLP. Ao entrar no cartão de entrada analógica, o
sinal analógico será dividido em um valor entre 0 e 32.767. Dividir o
valor analógico em 32.767 nos dá uma certa resolução.

Toda vez que nosso valor aumenta em 1, significa que o sinal analógico
aumentou x mA.

Ainda não podemos calcular o mA. Pois a maioria dos CLPs tem algo
chamado sobre- e sob faixa, quando se fala em sinais analógicos.
Vamos dar uma olhada mais de perto nas faixas de sinais analógicos na
programação de CLP.

Faixa do Sinal Analógico

Agora as coisas começam a se tornar específicas do fornecedor. Neste


artigo, eu tomarei a Siemens como exemplo. Mas não se preocupe. Este
princípio se aplica à maioria dos fornecedores de CLP.
Sinais analógicos tendem a ser muito sensíveis. Embora seja nossa
intenção que a faixa do sinal seja de 4-20 mA, o sinal pode às vezes
atingir o pico ou cair. Quando isso acontece, nós queremos ser capazes
de ver isso no CLP. Embora não seja sempre o caso, esses picos e
quedas podem significar que há algo errado. Para ser capaz de detectá-
los em nosso programa de CLP, precisamos do que é chamado sobre- e
sob faixa.

Nossa faixa normal ou faixa nominal é de 4-20 mA. Mas acima e


abaixo disso, a Siemens adicionou alguns mA extras na faixa. Eles
dividem a sobre faixa nestas duas categorias:

• Faixa de sobre-sinal (sobrefaixa) [3]

• Transbordo [3]

E a sob faixa nestas duas:

• Faixa de resposta inversa (sobfaixa) [3]

• Subfluxo [3]

O que isto significa é que ao invés de uma faixa de 4-20 mA, nós temos
agora uma faixa de 1.185 - 22.96 mA. O mesmo se aplica aos outros
tipos de sinais analógicos. Ex.: a faixa de 0-10 V é a faixa de 0 - 11.852
V.

Em suma, isso significa que nossas faixas de sinal analógico podem ser
ilustradas assim:
Com o transbordo e o subfluxo em mente, agora nós podemos começar
a calcular a resolução real do nosso sinal analógico. Mas ao invés de só
usar as faixas de 22.96-1.185 mA ou 11.852 V, há um número que você
deve observar aqui:

27.648

Como você pode ver na tabela acima, é onde nossa faixa nominal
termina. Nossa resolução para um sinal de 0-10 V deve, portanto, ser
calculada assim:

10 V / 27658 = 361.7 μV

Ou para nosso sinal de 4-20 mA

16 mA / 27648 = 578.7 nA

Estes dois números são os valores mínimos que podemos representar


em nosso CLP com o valor digital. Na maioria dos casos, esses degraus
são pequenos e precisos o bastante. Também tenha em mente que
quanto maior resolução você quiser, mais caros os módulos de entrada
e saída analógicas do CLP serão.

Entradas Analógicas

Com um pouco de teoria em mente, vamos analisar as entradas


analógicas em um CLP.

As entradas analógicas podem vir de uma variedade de sensores e


transmissores, ou ambos. Por exemplo, um dos tipos de termopares
conectados a um transmissor, que é então conectado a uma entrada
analógica do CLP. Você pode medir um monte de coisas diferentes. O
trabalho do sensor ou transmissor é transformar isso em um sinal
elétrico. Aqui estão algumas das coisas que você pode medir com
sensores analógicos:

• Nível

• Vazão

• Distância

• Viscosidade

• Temperatura

É claro que há muitas outras coisas que você pode medir. O ponto
principal aqui é que nós (o sensor ou o transmissor) iremos transformar
esses valores físicos em um sinal analógico. É esse sinal que podemos
usar em nosso CLP como uma entrada analógica.

Um exemplo aqui poderia ser um transmissor de temperatura com uma


saída de 4-20 mA. Conectado ao transmissor está um sensor de
temperatura. O transmissor é então calibrado para a faixa de, por
exemplo, 0-100 graus. O que isso quer dizer é que quando a
temperatura é de 0 graus, a saída do transmissor será de 4 mA, e 20 mA
para 100 graus.

Na maioria das vezes, um transmissor é necessário porque o sensor em


si não pode nos fornecer um sinal analógico. Ou pelo menos não aquele
que se encaixa em uma entrada analógica de CLP. É possível comprar
módulos de entrada analógica onde você pode conectar um sensor de
temperatura diretamente, por exemplo. Mas, na maioria das vezes, você
terá um módulo de entrada de tensão ou corrente onde você conecta um
transmissor.

A calibração é muito importante quando se fala em transmissores. Você


tem que saber quanto esses mA ou volts representam em valor físico.

Ligação de Entradas Analógicas


Antes de você começar a ligar qualquer módulo analógico do CLP, eu
recomendo fortemente que você não apenas leia o manual, mas também
saiba com que tipo de sinal está lidando. Ligar uma entrada analógica
de CLP é um pouco diferente dependendo do tipo de sinal.

Nesse tutorial eu vou cobrir a ligação dos dois sinais de entrada


analógica mais básicos.

Tensão

Corrente

As razões pelas quais divido os sinais de entrada analógicos nessas


duas categorias não são apenas porque são os sinais mais usados. É
também porque a ligação deles é diferente. Como esses dois tipos de
sinais analógicos funcionam de maneiras muito diferentes, você
também terá que ligá-los de maneira diferente no módulo de entrada
analógica. Erros na ligação podem potencialmente destruir o módulo de
entrada, então seja cuidadoso!

Ambos os tipos de sinais analógicos têm uma coisa em comum.

Resistência.

A resistência é o que divide a tensão ou limita a corrente. De fato, um


resistor é usado até mesmo para medir a corrente. Mas mais sobre isso
depois. Vamos começar analisando o primeiro tipo de sinal analógico -
tensão.

Ligação de Entrada Analógica de Tensão

Usar tensão para sinais analógicos é bastante comum. Eles também são
relativamente fáceis de ligar, já que, na maioria das vezes, você só
precisa de dois fios. Mas isso não significa que você não deva ser
cuidadoso ao ligar este tipo de sinal analógico. Se não estiver ligado
corretamente, você pode obter um sinal analógico defeituoso ou, pior
ainda, um módulo de entrada analógica quebrado.

Então, basicamente todas as entradas analógicas de tensão têm dois


terminais:

• AGND: O terra ou referência para entradas analógicas

• AIN: Entrada analógica

A tensão é sempre medida entre dois pontos. Você não pode pegar um
ponto, e então dizer: neste ponto, eu posso medir 10 volts. Para isso,
você precisa de um ponto de referência. Assim como uma bateria. Uma
bateria de 9 volts só é de 9 volts entre o lado positivo e o negativo.
É para isso que usamos o AGND ou terra analógico. É entre o AGND e
a AIN que o CLP mede quantos volts há na entrada analógica. Isso
também nos dá a resposta para o que AIN é.

Quando você está conectando a fonte de tensão analógica, a AIN é onde


você conecta o lado positivo (+) dela. O lado negativo (-) deve ser
conectado ao AGND. Esses são os dois principais fios para o sinal
analógico.

Mas se você conectar apenas esses dois, você acabará com um sinal
muito vulnerável. A compatibilidade Eletromagnética (EMC) pode
facilmente alterar seu sinal analógico.

Como você pode ver abaixo, isso é resolvido blindando os fios e


conectando a blindagem ao terra. Esteja ciente de que este NÃO é o
mesmo terra que o AGND!

A coisa é que nem todos os terras são os mesmos. Quando o AGND é


usado como referência para o nosso sinal analógico (0 volt), a
blindagem deve ser conectada ao terra do aterramento. Porque o ruído é
apenas a indução de corrente nos fios por causa dos campos
magnéticos. Usando uma blindagem, a corrente será induzida na
blindagem, ao invés dos fios do nosso sinal analógico. Essa corrente
precisa ser afastada e é por esse motivo que conectamos a blindagem ao
terra do aterramento.

Queda de Tensão nos Fios

Como estamos lidando com tensão aqui, há algo sobre a própria fiação
que pode causar problemas. Todos os fios elétricos (condutores) têm
resistência e, portanto, criam uma queda de tensão. Isso poderia
significar potencialmente que a tensão na entrada analógica é diferente
da tensão no transmissor. Isto, claro, só tem uma consequência
significativa se você tem ligação de longas distâncias ou fios muito
pequenos.

Ligação de Entrada Analógica de Corrente


Ao invés de tensão você também pode usar corrente como sinal
analógico. Eles podem ser um pouco mais complicados de ligar, mas
em geral são mais estáveis. Especialmente um deles tem uma
característica muito inteligente que faz com que seja provavelmente o
tipo de sinal analógico mais usado.

A corrente em sinais analógicos é geralmente medida em miliamperes


(mA). Uma faixa típica aqui é entre 0 e 20 mA. Menos do que isso
seria difícil de medir e mais do que isso logo se tornaria perigoso.
Vamos dar uma olhada no que realmente significa usar a corrente em
sinais analógicos.

Em primeiro lugar, você precisa de um circuito fechado para a


corrente fluir.

Mesmo que a ligação do primeiro tipo de transmissor de corrente seja a


mesma que a tensão, algo diferente acontece aqui. A corrente é o fluxo
de elétrons de um polo para outro. É por esse motivo que você sempre
precisará de um circuito fechado para medir a corrente.

Resistor Shunt

Na verdade, o CLP não consegue medir a corrente. Então, o que


acontece é que dentro do módulo de entrada analógica, um resistor é
colocado entre o positivo (AIN) e o negativo (AGND). Isso não apenas
compõe o circuito fechado, mas também converte nosso sinal de
corrente em sinal de tensão.
O resistor é chamado de resistor shunt e possui uma resistência
específica. Ex.: em alguns módulos de entrada analógica da Siemens, é
de 250 Ohms. E por causa da Lei de Ohm, o sinal analógico de corrente
agora pode ser convertido em um sinal de tensão por cálculos simples.

Tensão (V) = Resistência (R) x Corrente (I)

Como nós temos uma resistência bem conhecida, de 250 Ohms,


também é possível calcular quantos miliamperes nossa tensão medida
corresponde.

Com esse conhecimento em mente, vamos dar uma olhada na ligação


das entradas analógicas de corrente. Elas geralmente podem ser
divididas em três tipos:

Entrada analógica a 2 fios

Entrada analógica a 3 fios

Entrada analógica a 4 fios

Quando se fala em 2, 3 e 4 fios, o que estamos falando aqui realmente é


dos transmissores ou transdutores. Os transmissores de corrente podem
ser ligados de maneiras diferentes e, portanto, com um número
diferente de fios. A diferença é realmente a fonte de alimentação para o
sinal. Às vezes, o transmissor vai alimentar o circuito e, às vezes, você
tem que usar uma alimentação externa.

Entrada Analógica a 2 fios

A primeira e mais simples maneira de conectar um transmissor de 2


fios é conectá-lo para ser alimentado pelo circuito. Basicamente, isso
significa que o CLP alimentará o circuito de corrente. Apenas 2 fios são
necessários aqui. Para que o CLP alimente a corrente, precisamos usar
outro terminal no módulo de entrada analógica:

• A+: Alimentação da entrada analógica

Um fio que vai do A + para o transmissor e volta em outro fio para


AIN. A alimentação vem de A+, o transmissor controla o fluxo de
corrente e o sinal analógico de corrente entra na AIN.
Você também pode usar uma fonte de alimentação externa para o
transmissor de 2 fios. Conecte o 0 V da alimentação ao AGND e 24 V
pelo transmissor, que volta para AIN. Ainda que você praticamente
precise de 3 fios para isso, ainda é considerada uma conexão de entrada
analógica a 2 fios. Porque o transmissor tem apenas dois fios.

Uma desvantagem dos circuitos de corrente a 2 fios é que você tem


apenas um circuito para a alimentação e para o sinal. Na verdade, isso
significa que o transmissor tem que consumir menos de 4 mA para
funcionar. Alguns sensores e transmissores consomem mais do que
isso, o que nos leva aos circuitos a 3 e 4 fios.

Entrada Analógica a 3 fios

Em um circuito de corrente de 3 fios, somente o terra é compartilhado


entre a alimentação e o sinal. O terra é conectado ao AGND e à fonte
de alimentação (-). Mas o transmissor tem 2 fios positivos (+). Um que
vai para a fonte de alimentação (+) e um que vai para AIN.
Embora compartilhem o terra, um transmissor de 3 fios cria 2 malhas.
Uma para o sinal e uma para a alimentação. Agora, o sensor ou o
transmissor podem consumir a quantidade de corrente que necessitam,
sem interferir em nosso sinal analógico.

Entrada Analógica a 4 fios

O transmissor de 4 fios também é amplamente utilizado, pois separa a


alimentação do sinal. Ao fornecer ao transmissor 4 fios, você pode ter 2
para a alimentação e 2 para o sinal. Naturalmente, o transmissor de 4
fios requer uma fonte de alimentação externa.

Claramente, a maior vantagem de usar um transmissor de 4 fios é a


separação completa entre a alimentação e o sinal. Eles podem ser
totalmente isolados ou opto-acoplados, de modo que perturbações na
alimentação não devam afetar o sinal.

Leia os Manuais

A coisa mais importante aqui é conhecer o transmissor ou sensor que


você tem. Leia o manual e decida como você deseja conectá-lo. Não se
esqueça de ler também o manual do módulo de entrada analógica.
Diferentes fornecedores dão nomes diferentes aos terminais no módulo.
Às vezes, eles até colocam instruções diferentes para aterramento e
proteção contra ruído.

Em suma. Para evitar problemas com ligação… Leia sempre e siga as


instruções fornecidas pelo fabricante.

Conversão de Escalas de Entrada Analógica

Quando o sinal de entrada analógica entrar no CLP, você


frequentemente terá que converter a escala dele em seu programa de
CLP. A conversão de escalas significa que você converte o valor bruto
da entrada analógica em algum tipo de unidade de engenharia. Uma
unidade de engenharia é um número que representa o valor físico, ex.:
vazão (m³/s), massa (kg) ou temperatura (graus).

A conversão de escalas é feita simplesmente com alguma matemática.


Algumas IDEs, como a do Siemens Step 7 ou do Tia Portal, até têm um
bloco de função especificamente para fazer a conversão de escalas.
Aqui eu vou mostrar as duas maneiras de converter escalas de uma
entrada analógica.

Conversão de Escalas com Matemática

Anteriormente, eu expliquei como o sinal analógico se torna um valor


bruto no CLP. Mas este número realmente não representa nada, senão,
ex.: na plataforma da Siemens, um número entre 0 e 27648. O que o
sinal analógico representa é uma medida física como de 0 a 300 graus.
É conveniente trabalhar com a unidade de engenharia em nosso
programa de CLP ou para exibir a medição em uma IHM.

De alguma forma, temos que converter a faixa de 0-27648 para 0-300.

Matematicamente, podemos descrevê-la com esta relação:

Valor Bruto / 27648 = Unidade de Engenharia / 300

Isolando a unidade de engenharia, obtemos agora uma equação que


podemos usar diretamente em nosso programa de CLP. Essa equação
pode ser usada para converter a escala da entrada analógica para a
unidade de engenharia:

Unidade de Engenharia = (Valor Bruto / 27648) * 300

Claro que a opção mais fácil aqui é usar texto estruturado. Dessa forma,
podemos converter a escala da entrada analógica com apenas uma linha
de código. Aqui está como isso é feito no CODESYS:
Mas mesmo que você possa fazer a conversão de escalas apenas com
matemática, às vezes você recebe blocos de função para fazer a
conversão de escalas.

Conversão de Escalas com Bloco de Função SCALE

A Siemens, por exemplo, possui blocos de função embutidos


especificamente para conversão de escalas. O bloco é simplesmente
chamado de SCALE e tem 5 entradas e 3 saídas. Mas eu vou focar
apenas em 3 das entradas e 1 das saídas.

O HI_LIM e o LOW_LIM são os limites para sua unidade de


engenharia. Por exemplo, se você quiser converter a escala do seu sinal
analógico para 0-300 graus, o LOW_LIM deve ser 0 e HI_LIM, 300.
Na entrada chamada IN é onde o valor bruto da entrada analógica vai.

Finalmente, o resultado da conversão da escala será enviado para a


saída do bloco (OUT).
Tudo o que está acontecendo aqui é a mesma matemática mostrada
anteriormente. Algumas pessoas preferem um método a outro.

Saídas Analógicas

As saídas analógicas têm muitas semelhanças com as entradas


analógicas. Mas ainda existem algumas diferenças tanto na maneira
como você as liga, como na maneira como você as usa no seu programa
de CLP. Assim como na entrada analógica, as saídas analógicas podem
ser divididas em dois tipos:

• Tensão

• Corrente

E os princípios são os mesmos. Ou usamos tensão ou corrente como


sinal analógico.

Vamos dar uma olhada nisso verificando a ligação de saídas analógicas.

Ligação de Saídas Analógicas

Independentemente do tipo de saída analógica que você esteja usando,


há uma coisa que você sempre deve ter em mente. A carga. Porque
essencialmente você conectará uma carga à saída. Pode ser uma válvula
controladora de vazão, um inversor de frequência ou até mesmo uma
entrada analógica em outro CLP.

O dispositivo que você conecta à sua saída analógica é o que decide


que tipo de sinal analógico você deve usar. Se você quiser controlar
uma válvula com um sinal de 4-20 mA, então a sua saída analógica
também deve ser de 4-20 mA.

Ligação da Saída Analógica de Tensão

Novamente, a saída analógica de tensão é a mais fácil de ligar. Por isso,


você só vai precisar de 2 fios. Um lado positivo e um lado negativo da
fonte de tensão. A qual, neste caso, é nossa saída de tensão analógica.
Aqui está de que maneira uma saída analógica de tensão a dois fios
simples está ligada:

Saída Analógica de Tensão a 2 Fios

Mas às vezes 2 fios não são suficientes. Mesmo para saídas de tensão.
Alguns módulos da Siemens possuem dois terminais extras em suas
saídas analógicas. Estes são usados para compensar algo chamado
impedância de linha ou resistência de linha. Sem entrar em muitos
detalhes, a impedância é a oposição que um circuito apresenta às
mudanças de corrente ou tensão. Novamente, estamos lidando com
tensão aqui, então qualquer resistência criará uma queda de tensão.

Se você tem um sinal analógico de tensão que muda, a resistência é


ainda maior. Esses dois fios adicionais estão lá para compensar, de
modo que o nível de tensão na saída analógica seja o mesmo nível de
tensão no destino.

Saída Analógica de Tensão da Siemens com Compensação de


Impedância de Linha

Falando em resistência, há também outra coisa que você tem que estar
ciente quando lidar com saídas analógicas de tensão: impedância de
carga. Para evitar curto-circuito na saída analógica, a carga conectada à
saída deve ter uma impedância de carga mínima. Isso é tipicamente
entre 500 e 1 kOhm. Você deve sempre consultar o manual tanto para o
módulo de saída analógica quanto para a carga que você está
conectando a ele.

Ligação de Saída Analógica de Corrente

A maioria das saídas analógicas nos CLPs funciona muito parecido


com um transmissor de 3 fios. Isso pode parecer estranho, já que só
tínhamos 2 fios até agora. Mas o CLP, muitas vezes, fornece uma fonte
de alimentação interna que nos dá o terceiro fio. A alimentação para o
sinal.

Isso significa que quando você está trabalhando com saídas de corrente,
você só terá, na maioria das vezes, que ligar a malha de sinal de
corrente. É claro que, em algum momento, você também terá que ligar
a malha de alimentação. Mas isso é muitas vezes necessário para
alimentar o próprio módulo para que o CLP possa vê-lo.

Módulo de Saída Analógica de 3 Fios

Uma grande diferença entre as saídas de corrente e tensão é a


impedância de carga. Porque onde as saídas de tensão requereriam uma
impedância de carga mínima, as saídas de corrente têm, na verdade,
uma impedância de carga máxima. Lembre-se, nós estamos falando de
fluxo de corrente aqui e impedância (resistência) limita a corrente. Se a
impedância da carga for muito grande, o circuito simplesmente não será
capaz de conduzir o fluxo de corrente necessário.

Uma saída analógica de corrente de CLP típica tem uma impedância de


carga máxima de 300-500 Ohms.

Conversão de Escalas de Saída Analógica


Se você sabe converter a escala de um valor analógico, também sabe
como desconvertê-lo. Porque isso é algo que você muitas vezes tem
que fazer. Por desconverter a escala, eu quero dizer, transformar a
unidade de engenharia em um valor que o módulo pode converter em
uma saída.

Digamos que nós temos um sinal de saída analógica de 0-10 V para


controlar a velocidade de um motor. Para partir o motor a 50% da
velocidade, temos que gerar um sinal analógico de 5 V na saída. Para
fazer isso, precisamos saber qual valor enviar ao conversor D/A. Para
colocar em outras palavras, precisamos saber nossa faixa.

Se tomarmos os CLPs da Siemens, como eu usei como exemplo no


começo deste artigo, eles têm uma faixa de 0-27648.

Pois agora que sabemos a nossa faixa, podemos calcular os 50% disso:
13824.

O problema aqui é que o operador não insere 13824 na IHM como


setpoint. O que ele tipicamente definirá é a unidade de engenharia,
neste caso, porcentagem (%). É por isso que agora que possuímos uma
unidade de engenharia, temos que convertê-la em um valor dentro da
faixa de saída analógica.

Você pode fazer a desconversão de escalas de duas maneiras diferentes.


Com matemática ou com blocos de função. Usar a matemática é uma
boa maneira de facilitar que se entenda o que está por trás. Basta usar a
mesma relação da conversão de escalas:

Valor Bruto / 27648 = Unidade de Engenharia / 100

Ao isolar o Valor Bruto, você agora tem uma expressão matemática


para converter uma unidade de engenharia em um valor bruto. Você
pode implementar isso em texto estruturado com apenas uma linha de
código:

ValorBruto := (UnidadedeEngenharia / 100) * 27648;

A desconversão de escalas pode, claro, também ser feita com blocos de


função. Alguns fornecedores provêm blocos de função específicos para
a desconversão de escalas. Tome a Siemens como exemplo. Eles têm
um bloco chamado UNSCALE. Funciona de maneira oposta ao bloco
SCALE. Para desconverter a escala de um valor dentro de uma
determinada faixa para um valor de 0-27648. O HI_LIM e o
LOW_LIM são agora os limites da sua unidade de engenharia.

Artigo original All About PLC Analog Input and Output Signals
and Programming escrito por: PETER, na PLC Academy.
Artigo traduzido por: Matheus Gonçalves Ferreira Néto.

Notas:

1. O texto original diz: "A word in binary is 8 zeros’ in a row or two


bytes (4 zero’s)."

2. O texto original diz: "An analog value is often put in a 16-bit


double word in a PLC. This is because the A/D converter converts
the analog signal to a digital value of 16 bits long."

3. No original: Overshoot range (overrange), Overflow, Undershoot


range (underrange), Underflow.

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Publicado por
Matheus Ferreira 10 Seguir
Operador Técnico de DMA Pl. na Fugro | Pós-graduando em
artigos
Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações | Especialista em
Engenharia Submarina | Engenheiro de Controle e Automação
Publicado • 3 a

Bom dia, rede!


Meu mais novo artigo "Tudo Sobre os Sinais Analógicos de Entrada e Saída do CLP e
Programação"​já está disponível.
Texto de muita utilidade para quem é da área de automação e que valeu o trabalho de
interpretação.
Tenham todos uma ótima leitura!
#clp #automacao #automacaoindustrial #sinaisanalogicos #sinais #siemens

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Rafael Luiz Canossa • 3º+ 2m


IT technical support

Excelente artigo Matheus, custei muito até encontrar um artigo tão bom que
supera a documentação do fabricante no quesito intuitivo e organizado. Parabéns
pelo trabalho.

Gostei · 1 Responder · 1 resposta

Matheus Ferreira • 2º 2m
Operador Técnico de DMA Pl. na Fugro | Pós-graduando em Engenharia de
Redes e Sistemas de Telecomunicações | Especialista em Engenharia Submarina |
Engenheiro de Controle e Automação
Obrigado, Rafael! Méritos principalmente ao PLC Academy que soube passar
tão bem o conhecimento.
Fiz a tradução do artigo porque tive a mesma impressão que você em
relação ao material e por acreditar que em português muitos profissionais
iriam se beneficiar do texto.

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Manuel Luis Luis • 3º+ 2a


Construction Professional

Adorei o artigo estou conhecendo o mundo dos clp pena que li tarde esse artigo
tao clarificado. vivo em Angola na africa. fico aguardando outros artigos sobre clp,
inversor de frequência.

Gostei · 1 Responder · 1 resposta

Matheus Ferreira • 2º 2a
Operador Técnico de DMA Pl. na Fugro | Pós-graduando em Engenharia de
Redes e Sistemas de Telecomunicações | Especialista em Engenharia Submarina |
Engenheiro de Controle e Automação

Fico feliz em ajudar, Manuel! Saudações aqui do Brasil, grande abraço a


todos os angolanos! Incrível o alcance dessa rede.

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Matheus Ferreira
Operador Técnico de DMA Pl. na Fugro | Pós-graduando em Engenharia de Redes e Sistemas
de Telecomunicações | Especialista em Engenharia Submarina | Engenheiro de Controle e
Automação

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