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QUADRO8. I
Valor em kgjdm2 do componente de dlimentação por gravidade em função do
comprimento Z do chute e de sua inclinação f3 (d = 0,40; qJ = 0,30)
fica subentendido que estes valores não ultrapassam os propostos por Donnelly.
Munro (INV., p. 160) cita o caso da usina de Isis, na Austrália, que teria
obtido um resultado excelente, adotando uma queda de 80°, cuja superfície, à
chegada aos rolos, era de 5 dm2 por kg/m2 de carga-fibra (d. p. 162).
Para conseguir o valor desejado de E, é possível modificar um pouco a
posição do ponto B, em relação à que foi indicada.
Se /3<60°, toma-se para B o ponto situado a (900-{3) para trás do plano
axial vertical do rolo de entrada.
A pressão total do bagaço sobre o rolo de entrada tem como valor o pro-
duto da pressão F pela superfície considerada do rolo de entrada, projetada sobre
um plano perpendicular a AB.
108 E. HUGOT
Achamos que o melhor ângulo a ser adotado para fJ deve estar pró~o a
80°. Sendo possível alcançá-lo sem inconvenientes na maneira de sustentar o
chute, o ângulo de 90° seria, evidentemente, o ideal.
Sendo D a borda inferior da chapa do fundo, o intervalo DE pode, sem in-
convenientes, atingir 30 cm. Permite observar o bagaço e verificar a compacidade
da massa na parte baixa do chute.
O chute deve ser levemente alargado para baixo, isto é, a chapa frontal CD
deve ter uma inclinação fJ' inferior em cerca de 1° à de fJ da chapa de fundo AD.
Assim, evita-se qualquer resistência e formação de vazios, toma-se insignificante
a fricção sobre a chapa frontal e a matéria de alimentação pode atingir seu
valor máximo.
O coeficiente de fricção q/ do ~agaço sobre o rolo de entrada é superior a
q;, porque a superfície do rolo é escolhida para permitir a melhor pega possível
pelas ranhuras e pela textura de St\Umetal. Para rolos com ranhuras pode-se,
geralmente, tomar q;' = 0,30 (metal polido) a 0,40 (metal áspero).
(8.11)
cos (X =~ (1 + ;)
a = intervalo entre rolo alimentador e rolo superior;
D = diâinetro dos rolos.
Conclnsão. - Quando o intervalo entre as moendas o permite e quando
é possível atingir com a chapa do fundo um comprimento de, no mínimo, 2 m,
a gravidade pode levar a uma alimentação muito positiva e eficiente, superior à
alcançada com a maioria dos equipamentos clássicos de alimentação, tais como
empurradores ou rolos.
I MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 109
É indicada, principalmente,
para a 1.a moenda, onde é
. mais fácil obter uma queda
alta. Neste caso, a queda não
deve ser interrompida por um
separador magnético, que deve
ser instalado em outro lugar.
Nas outras moendas a que-
da é tanto mais importante
quanto mais alta a embebição.
Com efeito, o material de ali-
mentação é proporcional à den-
sidade d, a qual cresce com a
embebição (d. fórm. 8. 8). Pa-
ra uma embebição Â. = 2, a
densidade já passa do dobro
da densidade do bagaço não
embebido.
Estabelecimento da fór-
ç
mula 8.8. - A densidade apa-
rente do bagaço cOm 45 % de
umidade, em camada de al-
guns dm, é de cerca de 0,180
FIG. 8.17. ~ Queda Donnelly. kg/ dm3. Ora, 1 dm3 deste ba-
. Disposição do press-roll. gaço contém:
~
110 E. HUGOT
1
d = 0,100(1+ W) = 0,100 1 +~1 = 0,100 = 0,100 -1 h + i\ (8.8)
( :- h') 1 - h' ( - )
ROLO SUPERIOR CHEIO
umidades em torno dos 42% na última moenda, baixando, às vezes, até 39%,
o que fortalece bastante seu ponto de vista.
A primeira afirmação está correta; a segunda parece perfeitamente
possível. É confirmada pelo fato da camada superior de bagaço, saindo duma
moenda, apresentar sempre uma umidade superior à umidade média da totali-
dade do bagaço, conforme se verificou freqüentemente.
Trabalhando com o rolo superior cheio, é preciso levar em conta, para
a regulagem, o volume ocupado pelo bagaço de enchimento e considerar,
conseqüentemente, o rolo superior cheio como sendo substituído pelo rolo liso
que envolve os dentes.
Porém, com o uso de aparelhos para medir ou registrar o levantamento do
rolo superior, esta aproximação é por demais inexata para fornecer uma correção
válida dos valores lidos ou registrados: o rolo cheio não permite conhecer a
camada de bagaço conservada em sua volta; é incerta e variável demais.
ALIMENTADORES
A. Alimentadores rotativos
a) Rolo sobre o bagaço. ~ O aparelho mais difundido é o rolo alimentador.
É principalmente empregado com condutores intermediários e taliscas. É insta-
lado por cima do chute do bagaço e movido pelo rolo superior (fig. 8.18). O
melhor sistema é aquele em que o eixo e as 2 barras de espaçamento que o
ligam ao eixo do rolo superior formam um quadro rígido, que oscila em volta
deste eixo ou em volta dum suporte, situado na parte de trás e suficientemente
alto para que o aumento da camada de bagaço o suspenda facilmente. Desta
maneira, o rolo pesa sobre a camada, que" comprime levemente, levantando-se
quando a camada aumenta. Sua superfície é su1cada longitudinalmente, ou guar-
necida de pequenas cantoneiras. Seu diâmetro exterior é inferior ao dos rolos
da moenda e igual à metade ou a 2/3, às vezes, 3/4 ou 4/5 deste. As rodas
dentadas que o acionam devem ser calculadas para. que sua velocidade periférica,
v', seja superior à dos rolos da moenda, v:
v' = 1,lv à 1,7v ( 8.12)
No caso dos condUtores com taliscas, esta velocidade v' deve ser igual à do
condutor (d. fórm. 8. 4).
b) Press-rolI. - O rolo alimentador embaixo do bagaço é igualmente usado
(fig. 8.19). Possui então um diâmetro de cerca de 1/2 a 2/3 do dos rolos da
moenda. É importante que este diâmetro seja bastante grande, o que melhora a
Chassi oscilante
B. Alimentadores alternados
Os alimentadores alterna-
dos tiveram um papel impor-
tante, principalmente na Aus-
trália, mas desapareceram,
praticamente. Não são mais
usados numa moenda nova. En-
tretanto, quando ocorrem difi-
culdades nas moendas sobrecar-
regadas, recorre-se, algumas ve-
zes, a eles, como um expediente
de emergência. Preocupar-nos-
-emos com eles como com sim-
ples dispositivos eventuais.
O aparelho de uso mais
freqüente neste sentido é o
FIG. 8.20. - Empurrador-alimentador "empurrador-alimentador" (fig
alternado vertical. 8 .2.0). É uma simples barra re.
'7
114 E. HUGOT
sem que esta velocidade, entretanto, ultrapasse 120 golpes por minuto. Seu
curso deve ser cerca de 40% do diâmetro dos rolos.
Tromp (FAS, março 1942, p. 21) requer que sua velocidade seja o dobro
da velocidade periférica dos rolos:
Estes dois rolos são acionados pelo motor da moeIlda, geralmente por
intermédio duma roda dentada suplementar e dum quadrado. Extraem uma
grande quantidade do caldo, reduzindo assim a umidade do bagaço embebido
116 E.HUGOT
que chega à moenda e fomecendo-Ihe uma matéria mais seca, sob uma
pressão'de alimentaçãorelativamentealta. .
-
7. Emprego. Os rolos geminados de alimentação forçada são de custo
elevado, muitas vezes é difícilintroduzi-Ios no tandem, mas trazem uma melhora.
da capacidade e da extração, quando se deseja manter uma embebição elevada
e quente. Entretanto, é preciso assinalar que na África do Sul (39.0 C. SASTA,
1965, p. 87) os resultados foram, algumas vezes, decepcionantes.
TRANSPORTADOR-DISTRIBUIDOR DE BAGAÇO
O bagaço, ao sair da última moenda, deve ser retomado para ser distribuído
pelas fornalhas das caldeiras.
É transportado por um elevador de bagaço que o faz cair num transporta-
dor horizontal, assegurando a distribuição ao longo das fornalhas das caldeiras
(fig. 8.22). . .
~o°C\.
FIO. 8.22. - Elevador de bagaço.
L
9
RANHURAS DOS ROLOS
OBJETIVO
1
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCARElRA 123
~
Plano mediano
2.0 Quando, no rolo inferior com grandes ranhuras 10, uma cavidade se
acha no plano mediano, observa-se (fig. 9.5) que uma outra cavidade se achará
no plano mediano de Sp e que os rolos Ip e So, correspondendo respectivamente
a Sp e 10, também não se engrenam (fig. 9.6).
Com outras palavras, para um rolo qualquer e, principalmente, para um
rolo inferior com grandes ranhuras 10, a simetria exige que o plano mediano
passe ou por uma ponta (fig. 9.3), ou por uma cavidade (fig. 9.5). Nos dois
casos, como se pode observar pelas figuras, o rolo com ranhuras pequenas Sp,
engrenando-se com 10, deve ter uma cavidade em seu meio; todos os dentes de Sp
correspondem então realmente ao meio-lado dos dentes de 10'
Donde vem a regra:
REGRA 1. - Para que um rolo superior com pequenas ranhuras se engrene
comum rolo inferior com ranhuras de .passo duplo, é preciso que este rolo supe-
rior com pequenas ranhuras tenha uma cavidade em seu meio e, como conse-
qüência, um número par de dentes..
(Inversamente, para que um rolo superior com ranhuras grandes se engrene
com rolos inferiores com ranhuras de meio-passo, é preciso que o rolo superior
com pequenas ranhuras, correspondendo aos rolos inferiores, tenha um dente
em seu meio e, portanto, um número ímpar de dentes.)
REGRA 2. - Na engrenagem de dois rolos com passos duplos, é preciso
escolher entre duas soluções incompatíveis entre si:
A) Sp deve engrenar-se com 10 (então So não se engrena com Ip).
B) So .". " " Ip ( " Sp" "." ,,10),
As vantagens e os inconvenientes são rigorosamente simétricos. Sob o ponto
de vista dos rolos de substituição, por exemplo, e utilizando normalmente os rolos
com as mesmas ranhuras na meSma moenda:
l
124 E, HUG01
QUADRO 9. 1
Repartição das ranhuras nos modelos de tandens
Isto supõe que os 3 rolos de cada moenda tenham ranhuras com a mesma
dimensão, o que é o caso mais freqüente. Porém, pode ser conveniente reunir
numa mesma moenda ranhuras com dimensões diferentes, sob a condição de
que se engrenem; a única solução racional é a engrenagem duma dada ranhura
com uma ranhura dupla.
De outro lado, é necessário que o rolo superior e o rolo de saída tenham
as mesmas ranhuras, caso contrário, o bagaço seria prensado deficientemente em
certos pontos, prejudicando a extração. Pela mesma razão, estes 2 rolos devem
possuir as ranhuras menores. Nestas condições, somente uma combinação é
possível: que o rolo de entrada possua ranhuras de tamanho duplo em relação
às dos dois outros.
São estes os tamanhos de ranhuras adotadas em nossas usinas. Damos o
exemplo da usina Savanna, em Bourbon, com um tandem composto de 6 moen-
das de 725 X 1370 mm, precedidas de 2 navalhas e1 shredder.
QUADRO9.2
Savanna. Ranhuras das moendas
1.4M. 2.f!M. 3.aM. 4.aM. 5.aM. 6.aM.
Rolo de entrada 57 x 52 57 x 52 57 x 52 28t x 26 28t x 26 28t x 26
" superior 57 x 52 28-!- x 26, 28-!-x26 14! x 13 14! x 13 14! x 13
"- de saída 57 x 52 28-!- x 26 28t x 26 14! x 13 14! x 13 14! x 13
JVV\ 35°
--I4~
4,32
~
~
~
(QSSCT, 28.°, p. 74) preconiza 30°,
sendo este ângulo suficientemente agu-
do para que o bagaço, sob a pressão
fraca de entrada, não possa penetrar até
o fundo da ranhura, a qual forma, ela
,. própria, um messchaert de drenagem
--'T entre todos os dentes.
I
I Para o rolo superior, ele preconiza
I
30 a 35°, para permitir o enchimento
do rolo. Evidentemente, neste caso é
preciso afastar a raspadeira superior de
75 mm (1. a moenda) a 40 mm (última
moenda) da superfície do rolo. Ou,
melhor ainda, substituí-Ia por uma lâmi-
na reta, mantida a 2, 5, 10 ou 20 mm
2,16 da ponta dos dentes do rolo.
.., ... --. Não se desejando o enchimento do
" I rolo superior, Donnelly aconselha ado-
!\NSJ
42~
,; . 216
t'..
.
'" ~-::r
"ii:
1
tar um ângulo muito aberto, 45 a 60°,
. para que o bagaço, sob a pressão, não
. -
Rolo de salda atinja o fundo da ranhura
FIG.9.8 - Engrenagemde ranhuras
'e para
- que o
cald o nao possa fIUlr na d Ireçao d a en-
trada da moenda, sendo assim perdido
de ângulosdiferentes, para a extração,
Para o rolo de saída ele preconiza 45°, um ângulo mais agudo, o qual retém
demasiadamente o ~agaço que a raspadeira não consegue mais retirar conve-
nientemente.
Resumimos, então, tomando uma posição:
QUADRO9.3
I Ãngulo das ranhuras
J'
.'
Funcionamento com rolo superior
II
" Cheio Não cheio
MESSCHAERTS
Messchaerl lV1esschaert
FIG. 9.10. - Obtenção dum messchaert FIG. 9. 11. - Formação dum messchaert,
por eliminação dum dente. sem eliminação dum dente.
lt'I 5
C\I
1
Fro. 9.12. - Dimensõesaos messclíaerts.
I
I
1
130 E.. HUGOT
CHEVRONS
. "
São depressões (figo 9, 14) entalhadas nos dentes e cuja sucessão descreve
uma hélice desde o centro até uma extremidade do rolo; a outra metade do rolo
'suporta uma hélice simétrica à primeirà, em relação ao plano mediano do rolo.
São exatamente o mesmo desenho e a mesma forma de entalhe que os do esma-
gador Fulton (fig. .5 03) o As. mesmas observações sobre a profundidade e a
distribuiçã.o dos' ch~vrons se aplicam às moendas (d. p. 66).
O ângulo dos chevrons com as geratrizes do rolo varia de 10 a 20°, geral-
mente 18°. O passo é de, ,apr'oximadamente, 20 em.
Os chevrons são colocados apenas sobre os 2 rolos alimentadores: o supe-
rior e o de entrada. Nunca são colocados nos rolos de saída:
1.° Porque não teriam utilidade, sendo o rolo de saída alimentado à
força pela bagaceira e pelo rolo superior.
2.° Porque no lugar dos chevrons, o bagaço não seria convenientemente
prensado.
Por causa deste último motivo, achamos igualmente conveniente evitar os
chevrons sobre o rolo superior, porque a pressão na saída é, evidentemente,
exercida tanto pelo rolo superior como pelo rolo de saída. Em caso de desliza-
mento entre a superfície do rolo e do bagaço, seria possível, como compromisso,
entalhar chevrons espaçados de 25 em (ou melhor: 1/10 de volta, ou 10 che-
vrons sobre o rolo) e de profundidade igual a 1/3 da altura do dente.
De outro lado, só são úteis sobre os rolos de entrada, ql.ando o tamanho
das ranhuras é o mesmo que o do rolo superior. Adotando-se o método preco-
nizado {p. 122, e figo 9.3), tomam-sF, geralmente, supérfluos. Caso contrário,
pode-se, de qualquer modo, adotar o mesmo compromisso que para o rolo su-
perior. No rolo de entrada, os chevrons apresentam, aliás, o inconveniente de
aumentar a proporção de bagaço que passa para o caldo, por causa da pequena
quantidade que se deposita nos chevrons e que não é raspada pelos dentes da
bagaceira.
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 133
RANHURAS KAY
Este sistema, inventado por Kay, engenheiro em Aguirre, Porto Rico, con-
siste em entalhar no rolo superior, ranhuras helicoidais contínuas sobre todo seu
comprimento, de secção retangular e de profundidade superior àquela das ra-
nhuras circulares (figs. 9. 15 e 9.16). Estas ranhuras se enchem de bagaço e os
acÚmulos formados facilitam a pega do bagaço, quando entra, sem prejudicar a
contipuidade da pressão. Apresentam, porém, a tendência de levantar a raspa-
deira e torná-Ia ineficiente.
Seriá mais exato distinguir entre o rolo de entrada e os outros dois: o rolo
de entrada desgasta-se menos rapidamente.
No Havaí (lSJ, n.O 62, p. 335), Puunene encontrou:
Rolo de entrada 0,53 mm/mês
superior 0,98 "
" de saída 0,85 "
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 135
r l ~ - ---tn
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PRESSÁO HiDRÁULICA
Acumulador
Oleo sob
« -
pressão
Pressão do óleo
---
Esfera transmitindo a
,Jressão aos rolos
FIG. 10.3. - Corte dum cabeçote hidráulico. FIG. 10.4. - Acumulador.
Acumulador
= 7Td2= 3,14 x 36 = 28 26 2
s 4 4 ' cm
Desejando exercer uma pressão de 250 kgjcm2 na câmara, era preciso que
o peso total do suporte e das placas de ferro fundido, apoiado sobre a haste,
fosse:
p = 28,26 X 250 = 7 065 kg
Se os pistões hidráulicos das moendas tivessem cada um o diâmetro: D =
30 cm, sua superfície total seria:
tIO 1)
À = 2s5= 2( ~ r
que tem um valor de 50, no exemplo acima.
Como as pressões totais são proporcionais às seções, tem-se também:
À=~ (10.2)
p
O volume total de óleo na tubulação da pressão hidráulica sendo constante,
se o rolo se levanta de uma altura h, o acumulador deve levantar-se de uma
altura H, de modo que:
s.H=2S.h
donde:
H = 25 = À (10.31
h s
e observa-se que a relação À é, ao mesmo tempo, a relação do levantamento do
acumulador com o levantamento do rolo. Em nosso exemplo, se o rolo se levanta
de 1 mm, o acumulador se levanta de 50 mm.
140 E.HUGOT
cos 2"
a pressão se regulariza à vontade. São muito bem vedadas e raras vezes necessitam
recari-egamentoda pressão. Sobre o modelo precedente, apresentam a vantagem
de evitar as tubulações muito compridas e grossas de pressão hidráulica, as
quais são a causa das perdas de
carga e da inércia conseqüente
para o rolo superior. Por isso, as
garrafas entram em função rapi-
damente, são ainda mais flexíveis
e de baixo custo.
O diâmetro da câmara interior Ar comprimido
destas garrafas é de 200 mm nas
produzidas pela Fives-Lille Cail,
229 mm nas de Edwards. Assim,
são apenas 1,2 a 2,5 vezes menores
que o pistão hidráulico da moen-
da, ou seja 1,5 a 6 vezes em su-
perfície. Seu pistão, quando existe,
levanta-se, portanto, cerca de 1,5
a 6 cm, quando o rolo se levanta 1
cm deste lado.
Como o volume da câmara é
limitado (cerca de 30 dm3), a
pressão aumenta levementequando Oleo
o rolo se levanta e isto pode set I
considerado como uma vantagem Ar comprimi . 'd o
sobre os outros acumuladores com
pressão constante, ou quasecons,.
tante.
Os acumuladores deste tipo
são sempre fornecidos com indica-
dores diretos de levantamento (fig.
10. 8), que acrescentam às van-
tagens precedentes um controle
cômodo dos movimentos do rolo.
Estes indicadores podem, aliás, ser
montados em qualquer moenda,
independentemente do modelo de
acumulador adotado. Seu uso é
bastante recomendável. Seu preço
é insignificante e os serviços pres- FIG. 10.6. - Corte dum acumulador
tadossão consideráveis. aero-hidráulico (Fives-LilIe Cai!).
caso freqüente nas usinas com uma só mesa alimentadora, por exemplo. De
maneira alguma se deve procurar obter
um levantamento médio igual dos dois '
I
Registro de gás
Balão de
borracha Ir
lI'
Válvulaa óleo
, I
II
I
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCARElRA 143
-f
f = coeficiente de fricção;
h = altura da guarnição, em mm;
d = diâmetro do pistão hidráulico, em mm.
Portanto, o esforço necessário para vencer esta fricção é de:
<I>=fF (10.6)
10
146 E. JIUGOT
Estabelecendo H - I, obtém-se:
:x
cos 2' (10.7)
D.1e =- À
H. D.1e
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 147
e=eO+(H.D.le) (10.9)
e = valor da .abertura de saída,. quando da passagem do chumba;
eo = abertura do início de levantamento, na mesma unidade;
H = levantamento do acumulador~ na mesma unidade;
<X
cos i-J
D.le= x- = aumento da abertura
mento duma unidade de
do saída, correspondendo
acumulador. a um levanta-
e, conseqüentemente:
J e = 6 + (0,016H)
e é possível verificar que, para H = 250 mm, e = 1° mm, conforme o demons-
trou a passagem do chumbo.
I
I OBSERVAÇÃO I. - À abertura do início do levantamento corresponde um
valor do volume produzido pela abertura de saída, abaixo do qual a pressão da
moenda não se pode exercer integralmente. Muitas vezes, é surpreendente
constatar, ao determinar a abertura do início de levantamento, que o levanta-
mento do acumulador começa somente com uma espessura de bagaço muito
superior à imaginada normalmente. Por exemplo, numa última moenda, regulada
"metal contra metal" na saída (z = O), acha-se, freqüentemente: eu = 3 a 9 mm.
Por isso, não se deve acreditar, como se ouve dizer algumas vezes, que a pressão
da moenda se exerce integralmente, desde que a camada de bagaço tenha atingido
uma espessura igual à regulagem de saída. A existência de jogo, que acabamos de
assinaiar, torna a realidade muito diferente desta idéia simplista.
OBSERVAÇÃO 2. - Quando se emprega o processo do chumbo para de-
terminar a abertura do início de levantamento, deve-se empregar um pedaço de
chumbo cuja largura seja justamente o suficiente para provocar um pequeno
levantamento (H = 20 a 50 mm) do acumulador. A precisão da medição
melhora com isto.
148 E. HUGOT
~.
~:~
/;/~,
. //-,,-, /
para os rolos de 1 000 mm etc.
são
Se nos ocupamos apenas com a pres-
e deixamos provisoriamente de lado
a velocidade e os fenÔmenos mais com-
plexos, tais como a penetração do ba-
gàço pelo caldo, que aliás não ,alterariam
múito nossas conclusões, é evidente que,
em igualdade de circunstâncias~ para
um número dado, por exemplo, para a
FIG,. 10.12. - A camada de bagaço. espessura do bagaço e a abertura entre
rolos considerados, correspondem uma
pega, um aperto, uma relação e/E e um tratamento de bagaço idênticos, qual-
quer que seja a escala adotada. Com outras palavras, nos dois casos abaixo:
Diâmetro dos rolos D - 500 mm
D = 1000
2) Espessura do bagaço solto E = 200 "
"
{Diâmetm "" mIo, comprimido
do, e - 20 "
Para uma camada de bagaço igual a uma fração dada do diâmetro dos
rolos (no exemplo acima: 20% antes da pressão, 2% na abertura de saída), o
resultado sobre o bagaço será idêntico, ~e a carga total sobre todo o compri~
mento do rolo for proporcional a LD:
F=À.LD (10.13)
F = carga hidráulica total, exercida sobre o rolo superior;
j, = coeficiente numérico;
L = largura dos rolos;
D = diâmetro dos rolos.
PressAo especnica
Veremos agora uma maneira lógica de considerar a dimensão dos rolos, que
é relacionar a carga total, não mais ao comprimento L dos rolos, mas ao produto
LD de seu comprimento por seu diâmetro.
De qualquer maneira, a pressão, relaciohada a LD, não representa uma
imagem concreta. Ora, acontece que, para as espessuras de bagaço que normal-
mente passam nas moendas, a pressão média exercida sobre o bagaço é seme-
lhante àquela que seria exercida pela carga total F, suposta uniformemente dis-
IIIJ
tribuída sobre uma superfície plana de comprimento L e com largura de um
décimo do diâmetro, ou seja D/tO.
Portanto, define-se a pressão hidráulica específica duma moenda, ou P.HE,
pelo quociepte:
F IOF
(10.14)
p = O,I LD = LD
Esta definição da P.H.E. não tem muito a ver com a pressão real suportada
pelo bagaço: é apenas o fator principal e fornece um valor muito aproximado
do valor da pressão média. Tem a vantagem de representar uma imagem con-
creta. p~is é possível imaginar de imediato uma pressão de, por t:xemplo, 10 t
por decímetro 4uadrado de bagaço. É tamb~m muito útil e nos servirá freqüen-
temente. mais adiante. Ela deve substituir, de. qualquer maneira, a noção de
carga por metro de comprimento de rolo. que é ilógica e gera confusão.
Espessura da camada de bagaço. - A P.H.E. permite comparar as pressões
de duas moendas diferentes. mas não pode ser considerada, conforme assinala-
mos. como uma medida da pres'são supOrtada pelo bagaço. A P.H.E. só poderia
medir esta pressão se a camada dé bagaço fosse ~empre proporcional ao diâme-
tro dos rolos e constante na mesma proporção." o que geralmente não ocorre,
nem em duas moendas diferentes. cujos trabalhos podem' ser diferentes, nem em
lima mesma moenda. cuja toncJagcm pode ser variável.
,~ MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 153
1p
;: p
6'
cp
FIG. 10.13. - Decomposição da FIG. 10.14. - Decomposição da
F2
R = Reação da bagaceira FI
~
~
'P 1 =total
Pressão hidráulica
= 100
Bagaceira 0,8P
FIG. 10.15. - Influência dá. I'eação da FIG. 10.16. - Constância da soma das
bagaceira sobre a c:trga. 2 rea~ões, entrada e saída.
o que demonstra que a soma das reações FIe F2 continua constante, quando seus
valores relativos variam (veremos mais adiante, p. 193, um valor mais preciso
desta soma).
Portanto, pode-se enunciar o seguinte princípio:
PRINCÍPIO...., A soma das forças; que se exercem sobre o conjunto dos 6
mancais em atividade duma moenda, tem um valor constante, que é de apro-
ximadamente:
F+Fl +F% =F+F=2F (10.16)
CASO DO ESMAGADOR.- Para um esmagador, a soma das forças que se
exercem sobre o conjunto de 4 mancais ativos tem, evidentemente, como valor
(fig. 10. 13 ) :
F+F=2F (10.17)
Portanto, observa-se que, com carga igual sobre o rolo superior, as forças
que se exercem sobre o conjunto dos mancais dum esmagador são aproximada-
mente iguais àquelas que se exercem sobre o conjunto dos mancais duma
moenda.
Definições
I
I
156 E. HUOOT
"
r=- VB (10.20)
VE
r = coeficiente de supervelocidade;
V B = volume do bagaço, quando de sua passagem pelo orifício de saída;
V E = volume arrastado ao orifício da saída pela rotação dos 2 rolos.
Chama-se, também, esta relação r de "fator de reabsorção", ou ainda "coe-
ficiente de deslizamento", sendo esta última expressão imprópria; a menos que
se pense num deslizamento negativo com altas pressões.
A relação r aumenta com a compressão. Quando toma o valor de 1, o
fenômeno de reabsorção, na realidade, já teve início. Com efeito, considerando
uma moenda muito aberta: os fenômenos devidos às pressÕes muito altas e que
foram descritos acima não se produzem. Porém, o bagaço solto, com exceção
da camada em contato com os rolos, não tem toda sua massa arrastada com
a velocidade periférica destes. Portanto, há deslizamento e a relação r é' infe-
rior a 1. A expressão "coeficiente de deslizamento" é, neste caso, perfeitamente
justificada. Ele só fica igual a I quando, com a pressão aumentada ou a moenda
fechada, a reabsorção começa e se torna suficiente para compensar o desliza-
((-- ,\)
Extração \c'lJ.
....--
...eo~/
, \P'
,\)
,~ ~~(a.'\V-
C;~(~~ 'ia.
C\}~
'/
Tonelagem
o
Flq. 10.19. - Curvas teÓrica e prática da extração.
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 159
mento. Portanto, não se deve estranhar que a curva obtida na prática, forne-
cendo a extração em função da tonelagem crescente. para uma moenda com
abertura dada, cruze a curva teórica (fig. 10 . 19) (entendemos por curva
teórica, aquela que seria obtida se não houvesse reabsorção e se toda a massa
do bagaço fosse arrastada com a velocidade periférica dos rolos). Aliás, a curva
encontrada correspondente a r< 1 seria inexplicável.
Densidade da fibra, da cana e do bagaço
Uma das primeiras perguntas que se pode fazer é: como medir o volume da
matéria antes da pressão? Aparentemente, este é, na realidade, muito variável e
depende da fibra, de seu preparo, da grossura e da forma dos pedaços, da
espessura da camada (uma camada espessa diminui mais de volume que uma
camada fina), do Brix do caldo etc.
V.V.E. - Estas variações são muito atenuadas quando não se referem
mais ao volume aparente, mas sim ao volume Com vazio excluído (V.V.E.) da
matéria. Esta matéria é composta de 2 elementos: a fibra e o caldo.
A. Fibra. - A densidade da fibra é' bem conhecida agora. Sendo a den-
sidade da celulose 1,55, a da fibra não podia ser muito diferente. A melhor
determinação da fibra é aquela realizada por Pidduck (QSSCT, 22.0, p. 150),
que forneceu:
õ = 1,512 + 0,000023p (10.21)
õ = densidade da fibra da cana sob a pressão p;
p = pressão à qual a fibra é submetida, calculada em kgfjcm2.
o valor 1,5I 2 é dado com precisão: 1,51 ::t 0,01.
Portanto:
sob pressão atmosférica õ 1,512
.. 100 kg/cm2 õ = 1,514
{
.. 500 ô = 1,523
Nunca seria errado adotar na moenda: õ = 1,52
dJ = 1,01dJo (10.25)
mínimo:
1,20
V.V E =
..
1
1,09 X 1,01 - (
1,09 X 1,01 )
- 0,86 0,15 = 0,874;
ou seja: de = 1,144
máximo:
1 1,20
V.V.E. = 1,07 X 1,01 (1,07 X 1,01 - 0,86 ) 0,10 = 0,901;
ou seja: de = 1,110
mínimo:
. 1 1
V.V.E. =
1,08 X 1,01
-
( ,20
1,08 X 1,01 - 0,86) 0,36 = 0,830;
ou seja: dB = 1,204
máximo:
1 1,20
V.V.E. =
1,065Xl,01
-
(1,065X1,01
- 0,86
) 0,30 = 0,853;
ou seja: dI; = 1,172
mínimo:
1,20
V.V.E =
.
1
1,02 X 1,01 - (
1,02 X 1,01 - 0,86 ) 0,54 = 0,806;
ou seja: dB = 1,241
máximo:
V.V.E.=
1
- 1,20
- -
1,01 X 1,01 (
1,01 X 1,01
0,86
) 0,46 = 0,83;,;
ou seja: dB = 1,198
Fibraque
Os javaneses consideravam o conjunto fibra + água fisiológica um conjunto
mecanicamente inseparável, já que as moendas não podem efetuar esta separação.
Chamavam este conjunto de "fibra natural". Devemos, às vezes, adotar esta
denominação, mas, para evitar qualquer confusão, dar-Ihe-emos o nome de
"fibraque", significando: fibra + água. Como regra geral, supõe-se que o peso
de fibraque represente 1,2 vezes o peso de fibra.
Carga-fibra
Denominaremos "carga-fibra" o peso de fibra por unidade de superfície
descrita por um dos rolos da moenda. Tem-se:
Af AI (10.26)
q = S = 60TTnDL
q = carga-fibra, em kgjm2;
A = trabalho das moendas, em kg de cana por hora;
f = fibra da cana em relação à unidade;
11
162 E.HUGOT
S =
superfície descrita por uma geratriz do rolo superior, em 1 hora,
em m2;
L = largura dos rolos, em metros;
D = diâmetro médio dos rolos, em metro;
n = velocidade de rotação dos rolos, em rotações por minuto.
Industrialmente, a carga-fibra é calculada em kg/m2, porém, por motivos
de homogeneidade que veremos mais adiante, é calculada em kg/ dm2 nos cál-
culos teóricos, caso em que é suficiente tomar L e D em dm, ou Sem dm2.
A carga-fibra é muito variável. Um valor médio seria, por exemplo: q =
= 12 kg/m2 (ou 0,12 kg/dm2). Porém, como foi visto (p. 151), a camada de ca-
na ou bagaço deve, em igualdade de condições, ser proporcional ao diâmetro
dos rolos. Sendo a própria carga-fibra proporcional à espessura da camada,
segue-se que, para comparar a carga de matéria de duas moendas com rolos
de diâmetros diferentes, isto é, o trabalho delas exigido, é preciso relacionar a
carga-fibra ao diâmetro. Daí vem a noção de "carga-fibra específica".
Coeficiente de compactação:
peso de fibra em. kg
(10.28)
t = volume total aparente da matéria em dm3
Coeficiente de empuxo
Relação de compressão
I
i
L
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 165
u--- VB VB
(10.37)
- Lh - LD(1 + fA - cos 8)
FIG. 10.20. - Posição do plano neutro.
L = largura dos rolos.
Porém:
166 E. HUGOT
VB =r o e.( o vL (10.38)
donde:
u- reAvL - rotAoV (10.39)
- LD(1 + tA - COS 8) - 1+ tA - COS 8
A componente horizontal da velocidade dos rolos tem como valor: v. cos (J.
A posição do plano neutro será dada pelo valor de 8, que é chamado de v, para
o qual:
r o tA o V
V o cos v = u = 1+ tÁ - COS V
ou:
r o tA
COS V = 1+ tA - COS v
donde:
COS2v-(1 + tA)COS v + ro tA =O
e
COsv =~+
1+ tA
J(~ 1 + tA
)
2
-rotA (10.40)
QUADRO10.1
Valores de cos vede v
""t..4 O
r"" 0,01 0,02 0,05
I
1 cos v = 1 cos v = 1 cos v = 1 cos v = 1
v=O v=O v=O v=O
1,2 cos v = 1 cos v = 0,998 cos v = 0,996 cos v = 0,989
v=O v = 3°39' v = 5°11' v = 8°21'
1,5 cos v = 1 cos v = 0,995 cos v= 0,990 cos v = 0.973
v=O v = 5°47' v = 8°14' v = 13°22'
Compressão (Rogot)
e,A
"Compressão" = C = (10.41)
H
r = coeficientede supervelocidade;
VE = volume produzido em 1 hora pela abertura, em dm3jhora;
dB = densidade do bagaço comprimido, em kgjdm3;
S = superfície descrita em 1 hora por uma geratriz do rolo superior,
em dm2jhora;
eA = abertura entre os rolos, em dm.
Donde, por (10.46) e (10.45):
R
e... = . - qS =- q (10.47)
r . S. dB rI' SdB rI' dB
Donde, por (10.43):
cp = r .I' . dB (10.48)
t = AI CEH= eA = eA. S = VE
VA H H. S VA(I ~O.O7)
t = coeficiente de compactação, em kgjdm3;
V A = volume total aparente da matéria entrando na moenda.
Donde:
t AI AI q
-=-=-=-=cp
CEH VE S.eA eA
Porém, não se pode esquecer que CEH supunha: t = 0,07. Obtém-se,
portanto:
C cp 0,9cp (10.51)
A = I. de =f
CA = relação de compressão Bullock;
I q = carga-fibra, em kgjdm2;
170 E. HUGOT
donde:
volume total aparente da matéria chegando à moenda
.!!.= = -V A
(10.52)
t volume produzido pela moenda VE
Compressão estática
Considera-se uma certa quantidade de cana preparada ou de bagaço
solto (isto é, não comprimido) no estado em que se encontra à entrada de uma
das moendas (fig. 10.21 a). A densidade aparente, isto é, o peso por decímetro
cúbico desta matéria não tem um valor bem determinado, porque depende da
quantidade de água contida na matéria ou absorvida por ela. Juntando água,
vertendo-a, por exemplo, com um regador sobre o bagaço, o volume não mu-
daria e o peso seria acrescentado de toda a quantidade vertida. Com efeito, o
bagaço apresenta, como a esponja, um grande poder de absorção de água: cerca
de 5 a 10 vezes seu peso de matéria seca.
Há, porém, um elemento que não
varia muito no bagaço solto, tal como
se apresenta à entrada das moendas. f:
o peso de fibra por unidade de volu-
me. Este peso é de cerca de 60 a 70 g
H de fibra por decímetro cúbico.
h
Se, sobre este bagaço solto, se exer-
ce uma pressão cada vez mais forte (fig.
a b 10.21 b), seu volume diminui,no início
com rapidez e depois com dificuldade.
FIG. 10.21. - Compressão do bagaço. Denominamos "compressão" a relação
h
(10.53)
c = H
tratos. Porém, na prática, a base será sempre o peso de fibra por decímetro cúbi-
co, o único valor seguro, quando for necessário transpor em números nossos
raciocínios e cálculos teóricos.
Aliás, a equivalência é simples. Designa-se por:
S = superfície de bagaço considerada,
t = peso de fibra por unidade de volume de bagaço solto,
(= " " " " " " " " " comprimido,
e, estabelecendo que o peso de fibra é o mesmo antes e depois da pressão:
S . H. t = S. h . t'
donde:
h
-=- t
H t'
Obtém-se, portanto:
h t
c ----
- H - t' (10.54)
QUADRO 10.2
Experi2ncia de Noel Deerr. Relação entre a espessura duma camada de bagaço
e a pressão exercida
0,077 100
0,429 68,2
0,780 57,7
1,132 50,7
1,483 44,8
1,835 40,8
2,186 39,3
2,538 36,2
2,889 33,6
3,241 31,8
3,592 30,3
3,944 29
5,835 24,1
11,389 185
23,269. IÚ
33,744 11,6
45 11,4
49,4 11
83,9 10,2
112 9,2
168 8,56
224 8,12
279,2 7,9
335,9 7,68
391,9 7,46
447,7 7,25
503,8 702-
559,5 6:91
615,6 6,80
727,4 6,70
839,4 6,58
172 E. HUGOT
pequenas divergências 6
o Limite
I deIvalidade !de pc1 : \ 1 I
são devidas a erros de
experiência, conforme o 10c) \j -300
.'
!
5
se constata facilmente i
!
no gráfico da figura 4u
"
10. 22 pela irregulari-
3O
i J.,'
dade da linha quebra- Curva:p= .
da, que deveria reunir 2o
(1Oc) ,/ ' /
os pontos experimen- V
tais situados dos dois o -- k- ."
1--8 , t.I
lados da curva. X'
I! 200
A fórmula (10.55) 0.25 0.20 0.15 0.10 0.05
é interessante, mas mui- Compressão
to difícil de ser usada. FIG. 10.22. - Relação entre pressão e compressão do bagaço.
174 E. HUGOT
- -
to não haja extrusão e que a coluna PP' de bagaço entre na moenda conser-
vando seu sentido vertical à medida que é comprimida. Ao chegar em AA' da
seção considerada, o volume sobre a largura de bagaço era: H L
ÃÕÃ1; seu volume em PP' tomou-se: h . L o ds ocos POMo Portanto, a
.
ds ocos
o
Deseja-se conhecer:
1.0 O comportamento da variação da pressão a partir do ponto A, em que
é nula, até o ponto M, em que é máxima, pois se admitiu a hipótese de que não
havia extrusão;
176 E. HUGOT
C =
1
H . cos a [
(eA + 2R) 1- --[2 0 R2
2 (R2 -
R
[2)
j
(10.60)
(1 - X )m = 1- ~ . x + m(m - J2. X 2 -
1 .2
.
1 ...
Então, obtém-se:
r. [2
2[21 1
c = x
H. cosa l(eA + 2R) ( 1 - 2R2 ) - 2R + R"J= H. cosa
X [eÁ (1 - 2:') + :]
[2 {2 [2
c = C 1- ~2R2 +
RH . cos a
= C 1--
2R2 + ReA ) =
( ) (
[2
=C 1 + (10.61)
D2eA
( 2(D - eA) )
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCARElRA 177
Esta fórmula é calculada mais facilmente que a fórmula (10. 60) e fornece
valores praticamente idênticos na região próxima a MM', que é, aliás, a única
que nos interessa.
R
Esta aproximação continua excelente para os valores de 1< 2' Pode ainda ser
mais facilmente admitida, porque o erro por ela originado perde toda sua impor-
tância nas regiões afastadas do plano axial 00', em que é mais afastada do
valor exato, sendo as pressões correspondentes ínfimas em comparação com
aquelas que se desenvolvem na vizinhança do plano axial.
Pelo mesmo motivo, empregar-se-á a fórmula simplificada (10.57). Por-
tanto, tem-se a pressão p correspondendo à seção PP':
88 88
p =
(10 C)6 - P 6 (10.62)
D2eA
10'C6 (1 + 2 (D - eA) )
Na figura 10. 24 é dada a curva da pressão entre 2 rolos trabalhando nas
seguintes condições:
D = diâmetro dos rolos 1 065 mm
H = espessura da camada de bagaço na entrada dos rolos 344 "
eA = distância dos rolos em atividade, para reabsorção nula 28 "
q = carga-fibra 16,8 kg/m2.
A curva de pressão é aquela marcada r = 1, na figura 10. 24. Estas condi-
ções correspondem a uma P.H.R.E. (d. p. 155) de 13,6 t/dm2, a qual, apesar
de fraca, é necessária para considerar uma extrusão nula.
A correção baseada nos ensaios de Jenkins, que consiste em multiplicar as
pressões na relação 88/70 e que leva a pressão estática à pressão dinâmica total
em uma moenda, provém, principalmente, do efeito da presença do cos a no
denominador da fração (10. 58) ; este co-seno apresenta o expoente 6. A hipótese
antes formulada (p. 175) quanto à conservação da verticalidade da coluna PP'
de bagaço ao penetrar na moenda é, evidentemente, apenas teórica, pois na
realidade o ângulo de pega, que importa na prátka, é bem menor que o ângulo a.
E possível fazer-se uma idéia aproximada de seu valor prático calculando:
70
eos6a = - = 079545 eos a = 0,96258 a = 15 a 16°
88 '
Este ângulo a corresponde ao momento em que não há mais ar na camada
(densidade do bagaço, vazios excluídos).
Como a escala dos comprimentos 1 é adotada em tamanho natural, leve-
mente reduzida por causa das necessidades de paginação, as ordenadas corres-
pondendo às abscissas -10, -5, -3, -2, -1 em do plano axial, realmente
I
12
I
1
y kg/em2
I I II
--+---1 I I I I I I r-
-+--- I
1- I I - I-
I__r--- I I I I t! t---
----- - -
~ I 1
---t- 1 I -I-- -t---
1- 1 - i I -~-
- /1 I
~
-
I
I - r
'J--
7-
I
-
+- I
r-
-~
r--- Baga.. I J - - I I "'"
-
r---r-
I II -r--- I
I :
/I _2_
-11 - I
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I
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-
R= - -a I
I
I
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r 2 -
+
r- -~r--j-- 10~
~-
-t--
- I~I/ / 7
I I;
I
I -
I/I I / J / 'L ! '-
I
+
I
' ---r--
r--- / ~L1_-- -
-
L
r- I - I--v r:; ~~I
..é::L ~I~
1'" : 7" I I I
-t-t-~ I
5cm
I I I I
o
I I I 1...J
x
12em 10em
F1 = (10.63)
~>. dI
p = pressão no ponto P sobre o elemento com superfície di' (com com-
primento di e 1 cm de profundidade)..
Tem-se:
L
88 di
[2
~: p. dI ~ 106 C6 ~O 1 +
D2 eA
(10.64)
2(D - eA)
L = V H(I-C) (10.65)
2 [D - H(l~C)]