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Hidrologia - Ciência e Aplicação 4 Ed - Tucci
Hidrologia - Ciência e Aplicação 4 Ed - Tucci
TUCCI
CARLOS E... ^iZADOR
ORGANI-
A EDIÇÃO
SEGUNDA/
r Universidade
Federal
do Rio Grande
do Sul
Reitora
Wrana Panizzi
Vice-Reitor
Nilton Rodrigues Paim
Pró-Reitor de Extensão
Luiz Fernando Coelho de Souza
Vice-Pró-Reitor de Extensão
José Augusto Avancini
EDITORA DA UNIVERSIDADE
Diretor
Geraldo F. Huff
CONSELHO EDITORIAL
Anna Carolina K. P. Regner
Christa Berger
Eloir Paulo Schenkel
Georgina Bond-Buckup
Jose Antonio Costa
Livio Amaral
Maria da Graça Krieger
Maria Heloísa Lenz
Odone Sanguiné
Paulo G. Fagundes Vizentini
Geraldo F. Huff, presidente
Editora da Universidade/UFRGS • Av. Joào Pessoa, 415 - 90040-000 Porto Alegre, RS - Fone (051) 224-
8821 - Fax (051) 316-3977 • Direção: Geraldo Francisco HutF • Editoração: Paulo Antonio da Silveira (coor
denador), Carla M. Luzzatto, Cláudia Bittencourt, Maria da Glória Almeida dos Santos, Rubens Renato Abreu •
Administração: Julio Cesar de Souza Dias (coordenador), Laerte Balbinot Dias • Apoio: Iara Lombardo, Idalina
Louzada, Laércio Fontoura.
© dos autores
Ia edição: 1993
1’ínstitu t
;ai5
de recherche
scien tifiqu e
pour le
développem ent
en coopération
CDU 556.01/.56
Presidente da ABRH
APRESENTAÇÃO
JO SÉ A. LOUZADA, MSc
Professor Assistente do Departamento de Obras Hidráulicas do Instituto de Pes
quisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federai do Rio Grande do Sul.
RUBEM L. PORTO, D r
Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - USP e enge
nheiro do Centro Tecnológico de Hidráulica do Departamento de Águas e Ener
gia Elétrica do Estado de São Paulo, CTH
1.1 Introdução 25
1.2 Histórico 27
1.3 Ciência hidrológica 29
1.4 Hidrologia aplicada 31
2.1 Introdução 35
2.2 Descrição geral do ciclo hidrológico 36
2.3 Quantificação geral dos fluxos e reservas de água 38
2.4 Bacia hidrográfica 40
4.1 Introdução 79
4.2 Tratamento estatístico de variáveis hidrológicas 80
4.2.1 Representação gráfica 82
4.2.2 Representação numérica 91
4.3 Modelos probabilísticos em hidrologia 106
4.3.1 Conceitos básicos de probabilidades 109
4.3.2 Funções densidade e cumulativa de probabilidade 113
4.3.3 Estimativa dos parâmetros das distribuições teóricas 115
4.4 Principais modelos probabilísticos 120
4.4.1 Modelos probabilísticos discretos 120
4.4.2 Distribuições contínuas 128
4.5 Avaliação do ajuste de modelos probabilísticos 161
4.5.1 Posições de locação de amostras 162
4.5.2 Papéis probabilísticos de algumas distribuições
teóricas 164
5 - PRECIPITAÇÃO
Juan C. Bertoni e Carlos E.M.Tuccí
6 - INTERCEPTAÇÃO
Carlos E.M. Tucci
7 - EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Carlos E. M. Tucci e Lawson F. S. Beltrame
» - ÁGUA SUBTERRÂNEA
Nelson Luna Caicedo
15 - REGIONALIZAÇÃO DE VAZÕES
Carlos E. M. Tucci
17 - HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
Robin T. Clarke
21 - DRENAGEM URBANA
Rubem L. Porto, Kamel Zahed Filho, Carlos E. M. Tucci
e Francisco Bidone
Carlos E. M. Thcci
1.1 Introdução
A g r i c u 1 tura
Economia
F 1ore s ta
L e g i s 1 ação
P 1 a nej amento C i ênc i a Pol ítica
dos
R ec u rs os
Hí d r ico s M e c â n i c a dos
(Tomada de Fl uido s
D e c i s ão) Engenhar ia
H i drául i ca
Engenh ar i a
Me teoro ! ogi a
Hi dro lógica
E s tat ís t ica
(p r ev is ão )
C iência
Atmos f érica
C i ência Geo 1 og i a
Hidrológica Geoquímíca
( e n tendimento) C i ê n c i a do Solo
escala da bacia hidrográfica nos anos 70, enquanto que atualmente o problema
está na escala do globo terrestre, em decorrência dos potenciais efeitos
globais da modificação do clima. A complexidade dos sistemas hídricos cresceu
devido à diminuição da disponibilidade dos recursos hídricos e deterioração
da qualidade das águas. Como conseqüência, projetos com múltiplas finalidades
tenderam a ser desenvolvidos, além do aumento do interesse público pelo
impacto dos aproveitamentos hídricos sobre o meio ambiente. O planejamento da
ocupação da bacia hidrográfica é uma necessidade numa sociedade com usos
crescentes da água, e que tende a ocupar espaços com riscos de inundação,
além de danificar o seu meio. A tendência atual envolve desenvolvimento
sustentado da bacia hidrográfica, que implica o aproveitamento racional dos
recursos com o mínimo dano ao ambiente.
A Ciência Hidrológica trata processos que ocorrem em sistemas moldados
pela natureza. Os processos físicos ocorrem num meio que o homem não
projetou, mas ao qual deve-se adaptar, procurando conviver com o
comportamento deste meio ambiente. Para o entendimento desses processos é
necessário interagir com diferentes áreas do conhecimento que influenciam o
ciclo hidrológico (figura 1.1)
NRC(1991) concluiu que o desenvolvimento da ciência hidrológica tem sido
influenciado por aspectos específicos do uso da água, como atendimento da
demanda de água e controle de desastres. A comissão menciona a necessidade
de instruir-se profissionais com formação mais ampla, que englobe
conhecimentos de matemática, física, química, biologia e geociência, para
desenvolver uma ciência dentro de um contexto mais amplo.
1.2 Histórico
13 Ciência hidrológica
REFERÊNCIAS
2.1 Introdução
e a evaporação é direta das geleiras. Nos grandes desertos também são raras
as precipitações, havendo água permanentemente disponível somente a grande
profundidade, sem trocas significativas com a atmosfera, tendo sido estocada
provavelmente em tempos remotos.
A energia calorífica do Sol, fundamental ao ciclo hidrológico, somente é
aproveitada devido ao efeito estufa natural causado pelo vapor de água e CO ,
2
que impede a perda total do calor emitido pela Terra originado pela radiação
solar (ondas curtas) recebida. Assim a atmosfera mantém-se aquecida,
possibilitando a evaporação e transpiração naturais. Como cerca da metade do
CO natural é absorvido no processo de fotossíntese das algas nos oceanos,
2
verifica-se que é bastante importante a interação entre oceanos e atmosfera
para a estabilidade do clima e do ciclo hidrológico.
\ ' /
O C IA N O
3
Oceanos 1.350 x 1015 m
3
Geleiras 25 x 1015 m
3
Aguas subterrâneas 8,4 x 1015 m
3
Rios e Lagos 0,2 x 1015 m
3
Biosfera 0,0006 x 1015 m
3
Atmosfera 0,0130 x 1015 m
12 3
para os oceanos (37 x 10 m ). Na figura 2.2 é apresentado um gráfico com os
valores das reservas e fluxos de água:
A
T
0 ,0 1 3 . 1015 m3
M
62 9 9 . 1 0 12 m3/a n o 324 3 61
c GEL. 25
0
N SUB. 8 ,4
1 SUP. 0 ,2
N
810. 0 ,0 0 0 6
rápido, este facilmente identificável pela forte elevação das vazões em curto
espaço de tempo, que, apòs atingir um pico, decresce também rapidamente, mas
geralmente em tempo maior que o da elevação. A este escoamento rápido
normalmente é atribuído o nome de escoamento superficial, embora esta
designação seja cientificamente inexata, dada as inúmeras oportunidades de
infiltração e afloramentos de água sucessivas nos diferentes caminhos que a
água pode percorrer até fazer parte do escoamento que passa no exutório. Em
termos práticos a separação entre escoamento rápido, ou superficial e
escoamento lento, ou subterrâneo, é conveniente, porque permite quantificar e
analisar separadamente o escoamento geralmente de maior magnitude numa cheia,
o escoamento superficial, que é explicado mais facilmente numa relação de
causa e efeito com a precipitação. Isto é válido em bacias de regime pluvial.
As técnicas de separação de escoamentos em um hidrograma são apresentadas no
capítulo 11. A parcela da chuva total com mesmo volume de escoamento
superficial é denominada de chuva efetiva. A chuva efetiva e o correspondente
escoamento superficial estão representados na figura 2.4 como áreas
hachuradas.
L
Rl - £— relação dos comprimentos (2.3)
u -l
Ie (2.5)
A declividade média das vertentes pode ser calculada para uma bacia
hidrográfica pela seguinte relação:
AI:
E — *4
i=l Wj
26
( . )
n A
Hidrologia
REFERÊNCIAS
3 - CLARK, C.O. 1945. Storage and the unit hydrograph. Transactions of the
American Society of Civil Enginneers, New York, v.110, p. 1419-46.
5 - MESA, OJ., MIFFLIN, E.R. 1986. On the relative role of hillslope and
network geometry in hydrologic response. In; GUPTA, V.K.; RODRIGUES-
ITURBE, I., WOOD, E J\ (Ed.) 1986. Scale problems in hydrology.
Dordrecht: D. Reidel. 246p. p.1-17.
11- SHERMAN, L.K. 1932. Streamflow from rainfall from the unit hydrograph
method. Engineering News Record, v.103, p. 501-05.
p V = (3.1)
r mol
Q t- M R. (3.2)
p v = RT (3.3)
Preasõo, psia
0 2 4 6 8 10 12 14 18 18 20
v = V / M (3.4)
mol
e = P - Pa (3.5)
(a-T)/(b + T)
es = 6,11 * 10 (3.6)
_Q
£
4>
4)
C
O
O
CO
O
IO
CO
c
£
Td
Te m p eratu ra do ar ( ° C )
(1) - Sobrefusáo 6 o fenômeno pelo qual o líquido que se resina, sob certas
condições, pode pennanecer no estado líquido abaixo do seu ponto de
solidificação. É um caso de equilíbrio instáveL
Elementos de Hidrometereologia 59
Temperatura do ar (°K )
pv - r^/V (3.7)
Pa = Pa* Ra T (3.11)
e = pv\ V T (3.12)
w = e • e/(p-e) (3.14)
w = e • e/p (3.15)
q = e * e/p (3.17)
q= w (3.18)
es - e = A • p • (T - Tw) (3-20)
3 3 Processos de transporte
dQ0 = dl + dW (3.21)
onde o sinal de dW é positivo, quando o trabalho é realizado pelo sistema
sobre o meio.
Na ausência de trabalho mecânico (bombeamento, compressão, etc) o
trabalho dW é aquele realizado pela superfície do sistema em expansão ou
contração, contra a pressão externa p, portanto resulta
dW = d(p * V) (3.22)
dW = p • dV (3.23)
dqG = di + dw (3.24)
dqQ = du + dw (3.25)
64 Hidrologia
ou
dq0 = du + p dv (3.26)
onde v = o volume específico equação 3.4.
Para gases ideais pode-se demonstrar (Eagleson, 1970) que
dq0 = c^ • dT + p * dv (3.29)
(3u/3T) = c (3.30)
v v
p • dv = R • dT - v • dp (3.31)
dq0 = (c + R) * dT - v • dp (3.32)
c = c + R (3.35)
P v
Integrando
p • v 1^ = constante (3.41)
ou
T . y0/n 0 _ c o la n te (3.42)
dp/dz = -p * g (3.44)
Elementos de Hidrometereologia 67
peso: W = - g (3.47)
a = g ■ [(T’-T)/T| (3.50)
Condicionalmente instável
Figura 3.6. Estabilidade atmosférica (Occhipinti, 1989)
qs(p) • dp ] (3.Ó5)
Pi
= - 0,01 (3.67)
máx
i=l
Elementos de Hidrometereologia 77
O 2a 40 60 80 100 120
Água precipitável (mm)
1 e ^
CL 900
1
1000 60
0 10 20 30 40 50
Água precipita'vel (mm)
REFERÊNCIAS
4.1 Introdução
modelo teórico, o que não é muito fácil de fazer com um modelo empírico.
Segundo, o empírico é baseado tão-somente na amostra. O que interessa a um
analista é o modelo do processo hidrológico estudado. E se houver problemas
de consistência na amostra? Neste caso, ao escolher-se um modelo teórico
desenvolvido para processos com características análogas às do processo
estudado, haverá um certo respaldo contra erros amostrais. Essas
considerações serão retomadas adiante.
No caso de processos hidrológicos, não é possível deduzir um modelo
teórico a priori. Também não é possível criar uma amostra a partir de
experimentos controlados. O analista deve contar com amostras observadas
historicamente. A dificuldade evidente é que não será possível esperar até
que exista uma amostra de tamanho suficiente para então estudar o processo. O
que fazer então quando existe pouca ou nenhuma observação ?
No caso de existir pouca informação poderá ser possível recorrer-se ao
preenchimento de falhas a partir de análise de regressão. Nesse caso busca-se
processos que sejam correlacionados com aquele de interesse. São testados
modelos de regressão que estabeleçam matematicamente a relação existente
entre os processos. O modelo escolhido é analisado ' para verificar sua
adequação. Finalmente, haverá sua operação para obter-se uma amostra maior do
processo estudado Houve, neste caso, a transferência de informação entre as
amostras de dois processos correlacionados.
Em muitos casos não existe qualquer amostra do processo em análise. Para
abordar esta situação foram desenvolvidas técnicas denominadas regionalização
estatística que permitem outro tipo de transferência de informação, a partir
de amostras de processos ocorridos na mesma região.
Este capítulo abordará de forma condensada e aplicada alguns temas
tratados anteriormente. Na primeira parte serão estudadas abordagens
estatísticas de tratamento de dados, incluindo a análise de regressão. Em
seguida serão apresentados os modelos probabilísticos mais comuns da prática
hidrológica, com as técnicas de ajuste mais utilizadas. Nos capítulos 17 e 15
serão tratados aspectos mais avançados da inferência estatística e da análise
de regressão, e regionalização estatística aplicada à hidrologia, respectiva-
mente.
deve assumir valores distintos ao longo do tempo. Ela também varia ao longo
do espaço, ou seja, a variável representativa devería assumir valores
distintos em função das coordenadas do ponto geográfico de interesse. Para
ser absolutamente preciso, haverá necessidade de 3 coordenadas: latitude (x),
longitude (y) e altitude/profundidade (z). Introduzindo o tempo (t), a
variável representativa do processo chuva deveria ser notada como P(x,y,z,t).
O mesmo ocorre para grande parte dos processos hidrológicos. Para
facilitar a análise é usualmente realizada a simplificação de fixar-se o
local em que o processo será estudado. O processo das precipitações em dado
pluviômetro da cidade de Porto Alegre, por exemplo, pode ser representado por
uma variável P(t), já que apenas ao longo do tempo existe variabilidade
significativa. O mesmo ocorre para grande número de processos hidrológicos
medidos em dado local. Daí decorre o interesse de estudo estatístico das
variáveis aleatórias temporais.
Os exemplos de variáveis aleatórias temporais em hidrologia são
abundantes: chuva, vazão, evaporação, temperatura, insolação, velocidade e
sentido do vento. Todas estas variáveis podem ser representadas pontualmente,
com suas variações sendo realizadas ao longo do tempo.
Algumas vezes pode ser importante o estudo da variabilidade espacial de
um processo hidrológico. Um exemplo claro é o das vazões ao longo de um rio.
Outros exemplos são a distribuição espacial da pressão barométrica e as
chuvas em uma região. Nesse caso, a variabilidade espacial . costuma ser
representada fixando-se o tempo em determinado instante ou período. Por
exemplo, pode ser considerada a variabilidade espacial da pressão barométrica
às 7 horas da manhã, de determinado dia, e dos totais precipitados durante o
:ncs de junho de 1993, no estado do Rio Grande do Sul.
Os processos hidrológicos são geralmente contínuos no tempo e no espaço.
Esse é o caso dos exemplos até agora apresentados. Por processo contínuo
entende-se aquele cuja variável que o quantifica assume valores ao longo de
qualquer ponto, temporal ou espacialmente, no qual for medido. Existe uma
clara dificuldade de tratamento computacional de variáveis contínuas em uma
civilização que optou por computadores digitais. Diante disso, é praxe
representar os processos hidrológicos por variáveis aleatórias temporais
discretizadas. O termo discretização significa que são tratados os valores
das variáveis obtidos em instantes ou períodos sucessivos do tempo, ou em
pontos geográficos definidos do espaço.
Por exemplo, os níveis de água em uma seção fluvial sem linígrafo são
registrados às 7 e às 17 horas de cada dia. Esses registros formarão uma
série de valores discretos instantâneos, de uma variável temporal aleatória
contínua, que quantifica o processo hidrológico níveis de água em dada seçao
fluvial. Ao serem tratados em escritório, é praxe computar-se as vazões,
quando existe curva de calibragem para a seção fluvial considerada, e fazer-
se a média entre os valores obtidos em um mesmo dia. Essas operações formarão
82 Hidrologia
Uma das primeiras manipulações que pode ser realizada sobre dados
hidrológicos é a graficação com relação ao tempo. Essa representação gráfica
Poderá dar uma idéia da variabilidade temporal, das periodicidades anuais,
Elementos de Estatística e Probabilidades 83
das estações secas e úmidas, entre outras informações, mas é pouco concisa
para um tratamento mais operacional.
Na figura 4.1a é apresentado um hidrograma hipotético de uma seção
fluvial com grande área de drenagem em região úmida. A curva contínua podería
ser obtida pela interpolação dos pontos referentes às vazões médias diárias.
São apresentados também histogramas compostos pelas vazões médias semanais,
mensais e anuais. O objetivo da figura é mostrar a perda de informação devido
ao aumento do intervalo de discretização.
A figura 4.1b apresenta um hidrograma típico de uma seção fluvial com
pequena área de drenagem. Ele apresenta uma variabilidade maior do que na
situação anterior, devido à reduzida capacidade de regularização natural em
uma pequena bacia. Esta regularização natural é obtida pelo armazenamento no
leito fluvial e no aqüífero subterrâneo que, no caso de pequenas bacias, tem
menor capacidade que em uma bacia de grande porte. Na figura 4.1b apresenta-
se, também, um histograma semanal das vazões. Verifica-se que a perda de
informação é maior que no caso anterior.
Os exemplos mostram que a escolha da variável que representará um
processo hidrolégico dependerá tanto do uso que se pretende fazer, quanto da
natureza deste processo.
Curva de permanência
Tabela 4.1. Curva de permanência das vazões médias anuais do rio Almada
em Itajuípe, BA.
Ordem Permanência Valor Ordem Permanência Valor
(%) (m3/s) (%) (m3/s)
1 2,38 17,622 22 52,38 8,647
2 4,76 15,711 23 54,76 8,389
3 7,14 14,491 24 57,14 8,336
4 9,52 13,471 25 59,52 8,315
5 11,90 13,251 26 61,90 7,529
6 1439 13,047 27 64,29 7,410
7 16,67 12,945 28 66,66 7,102
8 19,05 12,719 29 69,05 6,625
9 21,43 12,496 30 71,43 6,513
10 23,81 12326 31 73,81 6,439
11 26,19 11,993 32 76,19 5,950
OO
-O
-O
P e rm a n ê n c ia
Histogramas de freqüência
Exemplo 4.4. A tabela 4.3 apresenta dados hidrológicos sobre o rio Jacuípe,
Bahia. Trata-se de valores totais anuais de chuva na localidade de França e
de vazões médias anuais em França e Gavião. As áreas das bacias em França e
Gavião são iguais a 1,910 e 6.100 km2, respectivamente. As figuras 4 J e 4.6
apresentam a relação entre as vazões e chuvas em França e entre as vazões em
Gavião e França. Verifica-se que a relação é visualmente mais bem definida
para as vazões do que para as vazões e chuvas. As retas traçadas no gráfico
mostram um ajuste linear para as relações adiante comentadas. Como se pode
verificar, a adoção da relação linear, para interpretar a relação entre as
variáveis, conduziria a menor erro de estimativa no modelo vazão-vazão do que
no modelo vazão-chuva.
Elementos de Estatística e Probabilidades 91
Tendência central
n
(4.2)
n
(4.3)
t=l
o
o
c
o
w
li.
£
5
3
C
O
v»
O
■O
•V
£
VI
V
*o
H
O
>
Figura 4.5. Relação entre as vazões médias e chuvas totais em França, rio
Jacuípe, BA
Mediana: é o valor que é superado (e não superado) por 50% das ocorrências.
Em um histograma de freqüências seria o valor que determinaria áreas iguais à
direita e à esquerda, conforme mostra nas figuras 4.3a e 4.3b notação md.
Variança:
(Xj * X) ^ — J
--------- = x- - x (4.4)
n
i=l
2 = r) ----------
S2 (Xi' "x)2 (4.5)
n - 1
i=l
Elementos de Estatística e Probabilidades 95
2
Desvio Padrão: é a raiz quadrada da variança s . Verifica-se que quanto maior
for o desvio padrão ou a variança, maior é a uutuação da variável em tomo
da média.
Assimetria
Assimetria:
" [ Xi - x ] 3
aa - ) ---------- (4.6)
u n
í—i
Coeficiente de assimetria:
as = a» / s3 (4.7)
- 3
n n
(xi " x)
as (4.8)
(n-l)(n-2) i 3
i=l S
<A
<
M
= 24- 4
o 1W -
S 4
— 20 -
D 80-
I
g * a
o - »•- o
o » so-
o *
• 12-1
4 4 U i
4 w 40-
M « e " i>7» 0
r
«i 20-
ã * «- 3
M O
*
í U . u P71Y A 1/ i
ae 0 -J
5 13 29 39 49 99 99 79 89 »9
i*. 9 19 29 39 49 99 89 79 89 95
1 n . - 1 n __
sXy = — -E (Xi - x).(ys - y) = — .£ Xj.yj - x.y (4.10)
Í=1 1=1
Quanto maior for este coeficiente maior será a tendência de que valores
altos da variável X estejam relacionados com valores altos da variável Y.
Elementos de Estatística e Probabilidades 99
a) frcqüência simples
md = mediano
mo ^ moda.
me - media
mo
NA
OCORRÊNCIA
DE
FREQUÊNCIAS
b) freqüência acumulada
Pode ser demonstrado que este coeficiente tem seu valor máximo igual a
1, significando um perfeito ajuste da relação a uma tendência retilinear
crescente. Ele terá seu mínimo em -1 significando um perfeito ajuste ao mesmo
tipo de tendência, só que agora decrescente. Quanto mais próximo de zero for
o valor absoluto deste coeficiente, pior o ajuste das variáveis a uma
tendência retilinear.
Regressão linear simples: A relação entre duas variáveis pode ser descrita
por uma função do tipo geral Y = f[X]. Quando esta função for retilinear, ela
assume a forma Y = A.X + B. Os coeficientes „da reta podem s§£_ obtidos
diretamente no gráfico. O valor de B será o de y quando x = 0, encontrando-se
sobre o eixo das coordenadas. O valor de A é a tangente do ângulo que a reta
ajustada faz com a horizontal. Outra alternativa para estimativa de A e B é
pelo método dos mínimos quadrados. Neste caso, supõem-se que a relação entre
Y e X é dada por:
yi = A.X; + B + e; (4.12)
102 Hidrologia
Minz = M i n { £ e j ) = £ [yi-(A.Xj+B)]2
A ,B A ,B i = 1 i=l
em que se busca determinar A e B de forma' que a soma dos quadrados dos erros
é minimizada. Aplicando-se a teoria de máximos e mínimos do cálculo
diferencial, iguala-se a 0 as derivadas parciais em relação aos parâmetros A
e B :
ôz n ? n n
— = 2-A.È *i + 2.B .£ X; - 2 .£ Xj.yj = 0
óA i=l i= l i=i
dz n n
— = 2-n.B + 2.A. E xj - 2. £ yi = 0
3B i=l i=l
B = E Yj/n - A. E Xj/n ou
i=i i=l
B = y - A.x (4.13)
o que resulta
(y - y) (x - x) (X - X)
[sxy/(sx.sy)j = rxy (4.15)
que mostra que a regressão linear entre duas variáveis pode ter seus
coeficientes reduzidos a estatísticas destas variáveis. Note-se, porém, que
os desvios padrões neste caso devem ser computados com a equação 4.4, ou
seja, sem a correção amostrai.
(y - M 3 ) (x - 743,52)
= 0,6485.- ou y —0,001982.x - 0,44068
1,00 328,32
104 Hidrologia
(y - 3,44) (x - 1,13)
---------------- = 0,9901.------ ou y = 3,115242.x - 0,08568
g
Exemplo 4.9. A função de potência : Y = A.X pode ser linearizada tomando-se
logaritmos de ambos os termos :
i !!■
Íi Eventualmente poderá ser necessário estabelecer numericamente uma função
que relacione uma variável com várias outras, ou a chamada regressão linear
múltipla. Isto acontece ffeqüentemente em hidrologia, particularmente nos
métodos de regionalização que serão vistos no capítulo 15. A derivação das
equações equivalentes a 4.13 a 4.15, para múltiplas variáveis, é mais simples
adotando a notação matricial. Seja Z uma variável derivada de Y, através, de
zi = (Yí ■ y)/sy que será dada pelo produto da transposta de um vetor A por
um vetor de m variáveis relacionadas com Y, W. Ou seja :
A = [a,, aj,..., a,,,.,, a j e W s [w1,w2,...,wm. 1,wm], sendo A e W as
I
Elementos de Estatística e Probabilidades 105
T
Z = A .W
A = E[WJZ].(E[W.WT] r ‘ (4.16)
S ,z
rW2(Z
E[WZ] =
rw
m
1 rU ... r l,m
ru 1 ... r 2,m
E [ W .W T ] =
•••
... 1
r l,m r2 jn
m
106 Hidrologia
(4.17)
j -l 1,725845 -1,11923
dada por E[W.W ] = Portanto, a matriz A, dada pelo
-1,11923 1,725845
0,009281
produto E[W.Z].E[W.WT]"i é A = Manipulando as equações e
0,984047
ilustradas para 2 eventos podem ser estendidas para diversos eventos. Isso
será realizado adiante quando for necessário aplicá-las no desenvolvimento de
modelos probabilísticos.
a)
360*
C)
-cc.(x - P)
-a.(x - p) e
f[x] = a e (426)
-00
oo
FCP excedência = P[X > x] FDP dx = 1 - P[X í x] (4.28)
A FCP da distribuição Normal é apresentada por uma integral que não tem
solução analítica. O contrário ocorre com a FCP da distribuição Assintótica
dos Extremos do tipo 1 que tem como solução:
114 Hidrologia
- a (x - (3)
P[X < X] = e' e (4.29)
b
a) P[a^ X ^ b] s J f(x) dx£ 0 para qualquer b > a ou, o que é a mesma
a
A A
00
Variável aleatória x
(4.30)
mL = 1/6 . (1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6) = 3,5
CO
*k
mk = x f(x) dx (4.31)
*
-00
CO
m x = E[X] = x f(x) dx (4.32)
-00
Existe outro tipo de momento mais usado que é o momento central. Seu
cálculo é realizado por:
E[X] - [ x, p.
j=i
n m
e notando-se que mj/n é a freqüência com que X ocorre na classe Xj, sendo a
amostra significativa, a freqüência de ocorrência será uma boa estimativa da
probabilidade de ocorrência. Logo:
m
X [ p, x, = E[XJ
m2 = 752. 0,0571 + 1252. 0,0857 + 1752. 0,0571 + 2252. 0,1714 + 2752. 0,1714
+ 3252. 0,1143 + 3752. 0,2 + 4252. 0 + 4752. 0,0571 + 5252. 0,0286 + 7152.
0,0571 = 115.054,7
t
Exemplo 4.14. No exemplo 4.11 verificou-se que a função y = a . e-00^ pode ser
a função densidade de probabilidades de um modelo probabilístico. O momento
de primeira ordem desse modelo será calculado por :
00
No exemplo 4.4 obteve-se para a série de vazões máximas no rio Mãe Luzia
em Forquilhinha, o valor 311,27 como média amostrai. Igualando-se o momento
de primeira ordem com sua estimativa amostrai, obtém-se : 1/a = 311,27 e â =
0,0032, sendo que o signo circunflexo significa que a é uma estimativa de a.
Portanto, o ajuste do modelo probabilístico exponencial às vazões
máximas de Forquilhinha resulta na FDP :
Distribuição de Bernoulli
Suponha inicialmente que se esteja tratando com uma variável que possa
assumir dois valores apenas. Isso geralmente sucede em hidrologia quando se
trata da ocorrência ou não de uma situação natural. Por exemplo, ocorrência
de cheia em dado ano, ou em dado mês. Caso a probabilidade de ocorrer o
evento seja p, a probabilidade que ele não ocorra será a probabilidade do
evento complementar. Pela propriedade dada na equação 4.18, q = 1 - p.
Eventos que se distribuam dessa forma seguem a distribuição de Bernoulli. A
Elementos de Estatística e Probabilidades 121
importância dessa distribuição vem das distribuições que são delas derivadas.
Elas serão apresentadas a seguir.
Distribuição Binomial
Cada ocorrência é dada pela interseção de um evento cheia com duas não-
cheia. Sendo as ocorrências em anos distintos independentes, a probabilidade
de cada uma é dada por p.(l-p).(l-p) = pq2. Deseja-se saber a probabilidade
de 1 cheia em 3 anos, o que é satisfeito por qualquer uma das ocorrências 1,
2 ou 3. Logo, busca-se a probabilidade da união desses eventos. Como eles são
mutuamente excludentes a probabilidade da união, conforme equação 4.20, é
dada pela soma das probabilidades individuais e P[1 cheia em 3 anos] = 3 pq2.
O caso mais geral seria a ocorrência de m cheias em n anos. A
probabilidade de ocorrência de um dos casos possíveis, por exemplo, cheia nos
m primeiros anos e normal nos demais, é dada por Pfcheia m anos iniciais de n
, m n-m
anos] = p q
O número de casos possíveis será dado pela combinação de n anos em
122 Hidrologia
n!
c 1" (4.34)
m! (n-m)!
|X \i n -p
P[M 3 m] = £ C7 p q (4.36)
H-o
r>r u • m 1
P[ocorrer cheia em 10 anos]t =o p q9 + C p2 q8 + ... + ~9
p9 q + C
-10
p 10
E[M] = np (4.37)
Distribuição Geométrica
m-l m-1
P[m] = (1 - p) p = q p (4.39)
m
j-1 m m
E
[d - P) p] = 1 - (1 - p) = 1 - q (4.40)
j=l
E[M] = 1/p
2
VAR[M] = (1-p) / p (4.42)
Exemplo 4.17. Qual a probabilidade de que uma cheia com tempo de retorno de
10 anos ocorra antes ou durante o décimo ano ?
Distribuição de Poisson
m m 5.259.600-m
PM = C 5.259.600 ° ’01 (1 - ° ’01>
Obviamente, esse cálculo pode ser feito mas será um tanto trabalhoso.
Para evitar isso, podem ser usados os conhecimentos sobre limites de uma
função. Como se trata com a ocorrência de um evento raro em um longo período
de tempo, pode-se supor que n tende a infinito ao mesmo tempo que p tende a
zero. Nesse caso, pode-se demonstrar que a distribuição Binomial tenderá a:
m -np
(np)
P[m] -
m!
iXm e-X
P[m] = (4.44)
m!
E[M] = X (4.45)
VAR[M] = X (4.46)
Exemplo 4.18. Encontrar a probabilidade de que uma chuva intensa com duração
5 minutos e tempo de retomo 100 anos, não ocorra nos próximos 50 anos.
-X
Solução: isso pode ser obtido fazendo-se m = 0 na equação 4.44 : P[0] = e .
O parâmetro X é o número médio de ocorrências de chuvas com duração de 5
minutos e Tr= 100 anos no período de 50 anos. O número médio de ocorrências
em 1 ano é 1/Tr = 1/100. Em 50 anos será 50/100 e daí, X = 0,5. Substituindo
este valor na equação anterior:
Também pode-se saber a probabilidade que uma cheia rara com tempo de
retomo Tr, não ocorra em Tr anos. Usando-se o mesmo raciocínio anterior:
onde e = número de Neper (2,71...). Daí pode ser deduzido que o risco de
ocorrência de um evento raro com tempo de retomo Tr, em um período Tr, é a
probabilidade complementar do valor acima, ou seja 63%. Verifica-se que este
resultado é um pouco diferente do obtido na exemplo 4.17. A razão é que ele
se aplica a eventos raros. Caso o problema proposto em 4.17 seja refeito para
valores cada vez maiores de Tr será verificada a convergência para 63%.
128 Hidrologia
Para efeito de comparação será computado o valor (exato) que seria dado
pela distribuição Binomial. A freqüência com que a poluição ocorreu por
segundo nos últimos 2 anos foi:
-6 15.778.800 -11
P[0] = (1 - 1,5844 x 10 ) = 1,3888687 x 10
Distribuição Exponencial
m
(a.t)
P[m] = (4.47)
m!
Exemplo 4.21,0 exemplo 4.14 apresentou o ajuste pelo métodos dos momentos da
distribuição Exponencial às vazões máximas anuais do rio Mãe Luzia em
Forquilhinha. A função cumulativa de probabilidades de excedência é P[X £ x]
Elementos de Estatística e Probabilidades 131
r, i a „ 1 , Tr , - 0,0032.X Tr , 0,0032.x
Pela equação 4.43, 1 / Tr[x] = e e Tr[x] = e , onde
Tr[x] é o tempo de retomo de x. Explicitando x nesta equação vem: x =
Ln{Tr[x])/0,0032. Essa fórmula permite a estimativa de x para diversos tempos
de retomo. Por exemplo, Tr[720] = lOanos, Tr[1222] = 50anos, Tr[1439] =100
anos. O tempo de retomo para a vazão máxima observada, 880 m3/s, é estimado
como 1/0,0598 a 17 anos. A figura 4.15 apresenta o ajuste da distribuição aos
pontos que representam o histograma de freqüências acumuladas de não-
excedências, da tabela 4.4. Nota-se que o ajuste é de má qualidade.
132 Hidrologia
Distribuição Gama
u 1 e'a,t
FDP : f[t] = a . (a.t) * ---------- (4.54)
(v - 1)1
E[T] = v/ a (4.55)
VAR[T] = v/ a (4.56)
00
w . í t)-l -X ,
r(*ü) = x ,e .dx (4.57)
0
1 1 139
r(u+l) = V l.n .v . x>°. e"y ( 1 + ---- + ) (4.58)
12u 288u2 51840u3
u-i -CLt
a.(a.t) e
FDP : f[t] = (4.61)
nü)
1 u-l -x/p
FDP : f[x] = .x .e (4.62)
f . nv)
VAR[X] = -o . p2 (4.64)
P = s2/ x (4.66)
t» = x2/ s2 (4.67)
VARIÁVEL ALEATÓRIA X
Exemplo 4.22, A média e o desvio padrão das séries de vazões máximas anuais
do rio Mãe Luzia em Forquilhinha são, respectivamente, 311,27 e 169,7. Pelo
método dos momentos são obtidas as seguintes estimativas dos parâmetros : (3 =
92,5 e v = 3,36. Esses valores paramétricos definem a distribuição Gama a ser
ajustada com base no método dos momentos como :
FDP : f[x] = 1 r - n)
-------.(x .e (x ‘
u ^ -V (4.68)
P . T(v)
V = 4/a, (4.70)
P = as.s/2 (4.71)
Vazões
f(x) J f(x) Tr
1! w ^
^
(m3/s) xi (anos)
!
0 0 0 0 1,0
50 0.000515 0,012897 0,012897 1,0
100 0,001542 0,051461 0,012897 u
150 0,002339 0,097043 0,161402 u
200 0,002686 0,125638 0,287040 1.4
250 0,002649 0,133389 0,420430 1.7
300 0,002372 0,125546 0,545977 2,2
350 0,001988 0,109022 0,654999 2,9
400 0,001587 0,089381 0,744381 3,9
450 0,001220 0,070188 0,814569 5,4
500 0,000911 0,053301 0,867871 7,6
550 0,000664 0,039409 0,907281 10,8
600 0,000475 0,028508 0,935789 15,6
650 0,000334 0,020250 0,956039 22,7
700 0,000232 0,014164 0,970204 33,6
750 0,000159 0,009778 0,979983 49,9
800 0,000107 0,006673 0,986657 74,9
850 0,000072 0,004509 0,991167 113,2
900 0,000048 0,003020 0,994187 172,0
950 0,000031 0,002007 0,996195 262,8
1000 0,000021 0,001325 0,997520 403,3
Elementos de Estatística e Probabilidades 137
Distribuição Normal
-0,5
1
FDP : f[x] = ------ e (4.73)
oV(2k)
E[X] = ji (4.74)
VAR[X] = a (4.75)
1 -0^-y2
FDP : f[y] = e (4.76)
V2k
Esta integral não tem solução analítica. Para seu cálculo pode ser usada
uma aproximação numérica dada por :
y f(y) F[Y s y] Tr
(anos)
1,2816 0,17585 0,90 10
1,6449 0,10226 0,95 20
2,0537 0,04879 0,98 50
2,3263 0,02705 0,99 100
2,5758 0,1431 0,995 200
2,8782 0,00631 0,998 500
3,0902 0,00337 0,999 1000
Distribuição Log-Normal
ou seja, os valores sucessivos da variável são dados pelo valor que assumiu
previamente, somado ao produto deste valor por outra variável aleatória
sendo ambas parcelas modificadas por parâmetros e pt específicos para o
fenômeno e para o instante considerado. Este pode ser visto como o caso das
vazões médias diárias em uma bacia. A vazão de determinado dia seria composta
por uma fração do valor anterior, como conseqüência da persistência promovida
pelo armazenamento no aqüífero e na bacia. Uma outra parte seria originada de
um efeito externo, chuva por exemplo, que multiplicaria o mesmo valor
anterior, de forma que a resultante fosse tanto maior quanto maior fosse a
vazão anterior, e por isso, o estado de umidade da bacia. Esse modelo, embora
simplicado, poderá apresentar resultados aproximados.
Verifícando-se que a variável Yt, à direita da igualdade anterior, pode
também ser desenvolvida da mesma forma, e assim por diante, a seguinte
142 Hidrologia
expressão resultaria:
Yt = Wt . Wu ... W j . W0 . Y0
r Ln(x) - ^ 2
1 -04.
FDP : P[x] = ---------- e n j com x i 0 (4.79)
x.an.V^i
2
ou seja, é o valor esperado dos logaritmos de X e Gn a variança destes
logaritmos, sendo X a variável observada. As relações entre o valor esperado
|i e a variança o da variável X e os parâmetros da distribuição acima
referenciados são :
Elementos de Estatística e Probabilidades 143
E[X] = ji = e (4.82)
2 r a
VAR[X] = a2 = n'.[ewn - 1] (4.83)
1 n
- Ln (— ) - Ln (— ) = Ln(a / q) - 0^JLn(q2 + 1) (4.86)
2 2 t 2 2 2
q +1 \x +a
2 2
u + a
a l = Ln (Tf + 1) = Ln (----------- ) (4.87)
Exemplo 4.25. Para determinar |in e an podem ser usadas duas alternativas de
método dos momentos : a) estimar os parâmetros n e o a partir dos dados
originais e usar as equações 4.86 e 4.87 para determinar e a n; b)
determinar jin e an diretamente dos logaritmos de X. Pela primeira
alternativa, que é a mais direta, na medida em que já se tenha calculado as
estatísticas da amostra original, obtém-se para as vazões máximas anuais em
Forquilhinha, fazendo-se ji e a iguais a suas estimativas amostrais:
144 Hidrologia
* 1 \l l 311 274
P*» = - La (----- ) = - Ln(---------------------) = 5,61
2 p a2 2 311,272+169,72
2 2
A
on 2 -= Ln
T .(-----------
^ + a )^ = tLn(------!---------
/ 311,27 +169,7 -— ), = 0,26
rt ^ e
311,272
= 041
T] = 041/5,61 = 0,091
Coef. assimetria = r|3 - 3.r| = -0,27
Média : 5,605 = (L
Desvio Padrão : 0,541 = â
Assimetria : -0,354
Elementos de Estatística e Probabilidades
2
f Ln(x) - 5,61 -
-0,5.
FDP : f[x] = e V 0,51
x.o^í V2n
2
f Ln(x-P) - m,
-0,5.
FDP : ítx] = ------- — — ■ e V* an com x s p (4.88)
(x-(3).on.i/2rê
Vn+oxal
E[X] - M- = P + e (4.89)
(4.91)
2 0 5.
na qual <f> = [-y + (y + 4) ' J / 2
Etapa 4: compute e cjn pelas equações 4.86 e 4.87, que no caso presente são
mais facilmente processadas na seguinte forma :
2 , , 2 (4.93)
crn = Ln (T|y + I)
148 Hidrologia
5,73 + 0,467 . y
x = e 32,73.
em n anos. Existirão n séries, uma para cada ano, cada qual com 365 (ou 366)
valores X (vazões médias ou instantâneas diárias), das quais obtêm-se o maior
para formar a série Yt.
A função cumulativa de probabilidades de Yt será dada por:
Caso possa ser também aceito que os valores da série X são identicamente
distribuídos:
P[Y =£ y] = P0 [Xi * y]
-CL(y - li)
FCP : P[Y í y] = e'5 (4-94)
0 2 3 4 5 6 7 8 9
-4 -3 -2 -1 O
VARI ÁV E L A LE A T Ó R I A Y
(4.97)
igual a:
A[Y] = 1,1396_
0,00756.(y - 234,7)
FCP : P [ Y í y ] = e
a.(y - p)
FCP : P [ Y i y ] = e (4.100)
A forma dessa distribuição dos mínimos é a imagem de espelho da forma
dos máximos. Ela tem como função densidade de probabilidades :
Exemplo 4.2S. A tabela 4.9 lista os valores mínimos de vazões médias nos 7
dias consecutivos de estiagem mais severa em cada ano do período de 1932 a
Elementos de Estatística e Probabilidades 153
Distribuição de Weibull
X
FCP : P[Z > z] = e ~ [(z ' Y)/(H ' Y)] ou :
X
FCP : P[Z í z] = 1 ■ e " [(z ' Y)/(,X ' Y)] (4.108)
a- Primeiro ajuste
b - Segundo ajuste
156 Hidrologia
1/2,41
z “ 1,34 . [- Ln(l - 1/Tr)] - 0,333
X
FCP : P[Z 5 z] = 1 * e - (z/p.) (4.114)
Elementos de Estatística e Probabilidades 157
e [z ] = n n i + i/x) í 4-115)
(4.117)
o z 3 4
Vazões mínimos de 7 dias (m3/$)
_ , 3
Vazões m ín im a s a n u a is de 7 dias ( m / s )
Transformações "Normalizantes"
Y; = (X f - l)/a (4.118)
x - 9,867 + 1,5 . y
1/0,1835
Q = (0,1835 . x + 1)
log Y = |J.X.Log a.
Explicitando-se X ;
X = [l/(b.Log a)].log Y.
X = C Y
F[X * x] = - 2 - (4.119)
onde m é a ordem do valor na amostra ordenada do valor mais raro para o menos
raro e n é o tamanho da amostra. Este método é chamado por Califórnia por ter
sido primeiro usado no dimensionamento de bueiros nas rodovias desse estado
americano. Existe alguns outros estudos teóricos que mostram que esta
abordagem não é a melhor escolha. Kite (1977), em capítulo introdutório, faz
uma revisão de literatura que situa claramente esses estudos.
Cunnane (1978), analisando as principais fórmulas apresentadas para
estas estimativas, notou que elas podem ser enquadradas em uma estrutura
geral dada por:
1 n - 2.a -f l
Tr = --------- — = ------------------ Í4.120)
P[X ^ x] m - a
deve ser realizada do valor mais raro para o menos raro. Isso implica ordenar
do maior para o menor, no caso de série de máximos, e do menor para o maior,
no caso de série de mínimos. Quando a série for de valores médios a ordenação
adotada deverá refletir se o interesse dirige-se a valores acima da média
(ordem decrescente) ou abaixo da média (ordem crescente).
Exemplo 4.33. A figura 4.30 mostra o ajuste da série amostrai das vazões
máximas do rio Mãe Luzia em Forquilhinha a esse papel. A fórmula de Cunnane
foi adotada para estimativa dos tempos de retomo. Os resultados devem ser
interpretados com cuidado. O ajuste dos pontos a uma tendência retilinear não
é ruim. O problema é que a distribuição Exponencial exige que quando x for
nulo, P[X £ x] seja igual à unidade (ver equação acima), ou seja, ela é
limitada a valores não negativos de x. Diante disso, nem toda linha reta, a
ser traçada sobre os pontos, pode ser adotada como representativa dessa
distribuição. A figura mostra a reta representativa do ajusu pelo método dos
momentos, obtida no exemplo 4.14, em que a = 0,0032. Confirma-se o ajuste de
má qualidade mostrado na figura 4.15.
O ajuste de mínimos quadrados do parâmetro a pode ser realizado
adotando-se o seguinte procedimento. A curva a ser ajustada é - - a . Xit
sendo i os anos das observações amostrais. Introduzindo os erros de ajuste,
ela fica Yi = - a . Xj + e*. O objetivo do método é estimar o parâmetro a de
forma que a soma do quadrado dos erros seja mínimo. Isto pode ser
representado comc ;
35 35
M i n [ £ £i2 ) = M i n f £ [Yj + tx X ^ )
35 35 35 35
d a ,=1
35 35
a- n w / z {x^i (4.121)
i=l i=l
Figura 4.30, Ajuste das vazões máximas do rio Mãe Luzia em Forquilhinha ao
papel probabilístico Exponencial
x = pi + (-1/oc) q (4.122)
que é equação de uma reta. Caso se deseje estabelecer W como função dos
tempos de retomo Tr[x] a equação fica :
1
q = In {- ln (■------------------------ ) ) (4.123)
1 - P [ X 2S X]
Elementos de Estatística e Probabilidades 167
Figura 4.32. Ajuste das vazões máximas do rio Mãe Luzia em Forquilhinha ao
papel probabilístico da distribuição Assintótica dos Extremos do tipo í
valores de y até que seja obtida a sua melhor estimativa, identificada por
aquela que estabelece a melhor tendência retilinear,
A estimativa dos parâmetros pelo método dos mínimos quadrados consiste
em realizar-se a regressão linear simples entre q = (z - Ç) e x = Ln -j -Ln
(P[Z £ z])J-, obtendo-se os parâmetros a = Ln($ - y) e b = l / X . Surge aqui o
mesmo problema de se atribuir um valor para X. Uma alternativa para sua
identificação é fazê-lo por tentativas de forma a maximizar o coeficiente de
correlação. O exemplo a seguir ilustra o processo.
. 2 , 1/2
W = Ln \ 1 / [P(X s X )] \ para P[X í x ] í 04
t 2 1/2
w = Ln 1 / [1 - P(X * x)] } para P[X * x] > 04
Figura 4.33. Ajuste das vazões mínimas de 7 dias do rio Almada em Itajuípe ao
papel probabilístico Log-Gumbel - Distribuição Weibull com 2 parâmetros
Elementos de Estatística e Probabilidades 171
Exemplo 4.37. Os valores das vazões máximas do rio Mãe Luzia em Forquilhinha
são graficados no papel probabilístico Log-Normal na figura 4.37. Os tempos
de retomo foram estimados com a equação 4.120 e a = 0,375. A estimativa de
mínimos quadrados resultou em ji - 5,606 e o = 0,54-3, com coeficiente de
correlação 0,98, o maior obtido entre todas as distribuições. Os parâmetros
estimados por momentos são, de acordo com o exemplo 4.24, 5,606 e 0,541, na
opção em que X é inicialmente transformado em logaritmos.
O mesmo papel probabilístico pode ser adotado para ajuste da
distribuição Log-Normal com 3 parâmetros. O terceiro parâmetro p poderá ser
estimado por tentativas de forma a maximizar o coeficiente de correlação ou
ser obtido previamente pelo método dos momentos.
Em resumo, os papéis probabilísticos permitem uma visualização essencial
ao julgamento da adequação da distribuição teórica selecionada à série
amostrai estudada e para a seleção da mais indicada.
Figura 4.36. Ajuste das vazões máximas do rio Mãe Luzia em Forquilhinha ac
papel probabilístico Normal
Elementos de Estatística e Probabilidades 173
Figura 4.37, Ajuste das vazões máximas do rio Mãe Luzia em Forquilhinha ao
papel probabílístico Log-Normal
PROBLEMAS
DQ = A + B.Qf + C.PF e
B c
DQ = A . Qf . PF
Previamente demonstre que o segundo modelo pode ter seus parâmetros estimados
por regressão linear múltipla adotando-se a transformação logaritma.
Tabela 4.12. Vazões mínimas de 1 dia do rio Ingaí em Passo do Ingaí, RS.
Ano Vazões Ano Vazões Ano Vazões
(m3/s) (m3/s) (m3/s)
1940 17.4 1950 3,55 1960 7,55
1941 3,85 1951 3,85 1961 3,1
1942 4,07 1952 5,61 1962 2,65
1943 3,55 1953 6,05 1963 6,05
1944 3.7 1954 13,1 1964 5,17
1945 4,29 1955 6,95 1965 11,48
1946 4,29 1956 6,05 1966 6,65
1947 4.51 1957 6,05 1967 5,61
1948 3,25 1958 13,1 1968 7,25
1949 4,07 1959 5,17 1969 5,17
REFERENCIAS
Literatura consultada
PRECIPITAÇÃO
5.1 Introdução
Quando uma nuvem fria, devido à turbulência, contiver ao mesmo tempo cristais
de gelo e gotículas de água sobrefundida, estas se vaporizam em proveito dos
cristais de gelo, tomando-se centros de condensação, aumentando de volume.
Por essa teoria explicam-se as chuvas nas regiões frias e temperadas.
Nuvens com tem peratura superior a 0°C (regiões com latitude média e baixa): é
comum se registrarem diferenças de temperaturas entre as gotículas das
nuvens. Como as gotículas mais quentes têm tensão de vapor maior do que a
tensão das demais partículas, ocorre a vaporização das gotículas quentes em
proveito das gotículas frias, que crescem. Isso explica a origem de algumas
chuvas tropicais e de chuvas das regiões de latitude média.
5.4 Piuvíometria
1 r xl x2 , x3 ,,
y = — [ ---- — + — — -+ — ] -ym
3 Xml Xm2 Xm3 (5.1)
ai a2 a3 an _
yci = ao* x • x * x *» * • x (5.3)
1i 2i 3i ni
W - v J(r + r + * • * + r ) (5.4)
xj yxj yxl yx2 yxn
y = x W + x W + ** •• •• + x W (5.5)
C 1 xl 2 x2 n. xn
Precipitação 185
1k
1
3000- -! e
CD
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O
<n 0
O ____ *> 6 1
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A cu m u lad o
c Oü
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O- *
— ■>
J_
-1—
O
A c o m u lo d o s m e'dios da re g iã o
Exemplo 5.2, Com base nos registros apresentados por DNAEE (1985), analise a
consistência da série de precipitações totais anuais do posto Indaial (SC)
para o período 1945-63. Utilize como base de comparação os registros dos
postos de Blumenau, Apiúna e Ibirama, localizados na mesma região geográfica
(tabela 5.2).
P a c u m u lo d o X 1 0 0 0 ( mm) , P o s t o m edio
P ll Pl2 - Plm
P21 P22 - P2m
P = (5.7)
vetor L contém índices que são únicos para toda a região e estão relacionados
com as alturas precipitadas em cada posto por meio dos coeficientes contidos
no vetor C. A estimativa da altura precipitada no ano i, no posto j, resulta,
A
portanto, p = 1 • c .
ú i j
Para cada mês (ou ano), correspondente a uma estação, existirá uma
diferença entre os valores observado e estimado, de modo que é possível
estabelecer uma matriz D de diferenças (ou erros), cujos elementos são
calculados segundo
c. = y i.« p .. / y i2 ; j = i, • • *, m (5.10)
j Li í íj Li í
1 í
m m
m
1 = 1/m Y P (5.12)
i L ij
j
Com essa estimativa inicial, resolve-se a equação 5.10. Obtidos os
elementos do vetor C, aplica-se o mesmo processo para recalcular os elementos
192 Hidrologia
(5.14)
(5.15)
sendo
K = l/(e, + 1) (5.16)
e
Precipitação 193
(5.17)
C —
p = a precipitação corrigida; e = ao desvio médio, entre valores observados
e calculados, correspondente ao período com tendência a ser corrigida; r = ao
número de observações de dito período.
Se o regime pluviométrico da região é caracterizado por uma marcada
variabilidade sazonal, é possível que seja necessário determinar mais de um
vetor para cada ano (vetores em nível sazonal ou, ainda, mensal). O método
apresenta várias vantagens sobre o tradicional enfoque de Dupla Massa, pois,
além de trabalhar com a informação mais provável, é de fácil implementação
computacional e possibilita o seu uso em trabalhos de regionalização
hidrológica.
mês* ano). Isso não deixa de ser uma abstração (Sanchez, 1986), a chuva real
obedece a distribuições espaciais e temporais variáveis (figura 5.3.b).
Existem diversos métodos para determinar a precipitação média numa área,
conforme a ponderação que se faz das observações pontuais disponíveis (figura
5.3c). A seguir são descritos os métodos mais usuais.
Pm = 1/n • Z Pi (5.18)
1965 812 1070 993 1515 632 832 703 630 547 692 903 1009
1966 425 661 745 408 334 411 601 505 526 494 623 788
1967 1022 1564 1393 732 — - - - —
683 809 1000 1066 1287
1968 831 —
921 836 718 710 822 581 553 721 855 926
1969 533 852 893 718 — 611 —
568 956 854 1349 1361
1970 388 629 635 477 332 529 380 344 409 609 563 589
1971 872 —
1060 774 477 796 667 651 868 695 781 1280
1972 596 940 626 620 —
690 405 523 603 547 526 810
1973 906 2029 1154 1206 738 1012 988 639 966 770 988 1230
1974 —
3457 1856 1725 1197 2241 1722 —
1592 1422 1074 2913
1975 1016 1701 1044 1201 684 607 840 632 — 791 922 1310
1976 773 918 838 —
435 706 562 304 618 338 666 1048
1977 793 1342 1295 1154 906 811 930 774 940 768 918 1592
1978 908 1068 649 710 606 608 550
- - - 639 —
630 —
Superfície
Precipitação me’dia
Método das isoietas - As isoietas são linhas de igual precipitação que podem
ser traçadas para um evento ou para uma duração específica. O traçado das
isoietas pode seguir a seguinte seqüência (figura 5.5): a) localize os postos
no mapa da região de interesse e escreva o total precipitado para o período
escolhido ao lado de cada posto; b) esboce linhas de igual precipitação,
escolhendo números inteiros ou característicos; c) ajuste estas linhas por
interpelação entre os pontos; d) utilize um mapa de relevo e superponha com o
mapa de isoietas. Faça um ajuste destas linhas com o relevo; e) para se obter
^V-:;0Ã-'
Precipitação 197
Exemplo 5.4. Determine a precipitação média na bacia da figura 5.6 com base
nos dados pluviométricos indicados na mesma.
( 23,11
P= 7 0 , 6 7 mm
M E T 0 0 0 M E O IA A R IT I M E T IC A
41,15 + 6 4 , 5 2 + 1 0 7 , 4 4 + 9 2 , 9 6 + 5 5 , 3 4
= 7 1 , 8 8 mm
P - 7? , 8 8 mm
9
o
f 23,11 )
As curvas também podem ser expressas por equações genéricas que têm a
seguinte forma:
b
a . Tr
(5.21)
(t + c)d
R = Tr(“ + (5.23)
10[0,156+0,120/(100,25)] >
P = [0,2* l+38*log(l+10* 1)] = 66,53 mm
R = 14 mm/8,68 mm = 1,61
Dado que a equação 5.23 é não-linear com relação a Tr, este último valor
pode ser obtido com base na relação gráfica entre R e Tr (alternativa
utilizada pelo autor), ou pelo uso de método iterativo indicado a seguir. Da
equação (5.2) obtém-se:
i/(a+pmT)
Tr = R (5.24)
m 1 S « 1/0,108 c
0,3 31 20
1
D60
P^ £ CC\ 10
= 6,69* 1 a”3 \4 * n0,33
*M (5.26)
(5.27)
Com base nas três últimas equações é possivel estimar a relação entre
intensidade, duração e freqüência para um local onde existam somente d a d o s
d e pluviômetro.
p r e c i p i t a ç ã o d c d u r a ç ã o tl
p r e c i p i t a ç ã o d c d u r a ç ã o t2
CETESB (1979). Alguns cuidados especiais devem ser observados: a) o fator que
relaciona as durações de 24h e 1 dia pode ser menor para regiões onde a
precipitação convectiva é predominante. A precipitação de 24 horas é o total
máximo relativo a um período contínuo de 24 horas e a de 1 dia é o valor
compreendido entre os horários de observação. Precipitações máximas que
iniciem antes do horário de observação pluviométrica e terminem depois tendem
a aumentar este fator, o que nem sempre ocorre em regiões onde a tendência é
de precipitações convectivas devido ao aquecimento diumo, que ocorre no
final da tarde; b) os fatores apresentam um leve tendência de variar com o
tempo de retomo.
Tabela 5.9. Relações entre durações (CETESB* 1979)
relação BRASIL ESTADOS UNIDOS ESTADOS UNIDOS
U .S .W .B u r e a u D enve r
5min/30min 0,34 0,37 0,42
10min/30min 0,54 0,57 0,63
15min/30min 0,70 0,72 0,75
20min/30min 0,81 0,84
25min/30min 0,91 0,92
jOmin/lh 0,74 0,79
lh/24h 0,42 ■ '
6h/24h 0,72
8h/24h 0,78
10h/24h 0,82
12h/24h 0,85
24h/ldia 1,14* 1,13
24h/ldia 1,10**
* valor da cidade de São Paulo.
** Taborga (1974).
Métodos hidrometeorológicos
Pi
1/g • f qs(0sw,p) dp (5.29)
Po
retorno dfl 50 a 100 a1308 como Td máximo provável (valor que é citado por
alguns aüfôres como Td máximo ajustado).
Pafá precipitações de longa duração aplicáveis a bacias de maior porte
adotam-se pontos de orvalho representativos com persistência de 24 horas ou
mais. Em todos os casos os val°res de Td observados em superfície devem ser
reduzidos pseudo-adiabaticamente ao nível de 1000 mb. Na figura 5.9 é
apresentado o gráfico de redução do valor de Td à pressão de 1000 mb. Para
levar enl conta as variações sazonais, geralmente os máximos valores de Td são
plotados cm função do tempo, determinando-se uma envoltória que cobre todo o
período analisado.
A massa total de vapor de água contida numa coluna de área unitária
entre a superfície e uma dada altura pode ser calculada pela equação 5.29.
Via de re#ta» adotam-se como extremos da integral as pressões correspondentes
a 1000 mb (nível do mar) ou 900 mb (1 km) e 200 mb (11-13 Km).
fm — <
¥fèiÍeUé fm i 1.0 (5 30)
PM = fm • P (5.31)
£xemplo 5,7. Maximize a tormenta frontal indicada na tabela 5.12, a qual foi
observada em uma bacia onde dispõe-se dos seguintes dados: altitude média da
bacia: H = 800 m; altitude média da barreira de afluência: H bar = 1000 m ;Td
214 Hidrologia
#8bs = 58 mm - 17 mm = 41 mm
#8bs = 68 mm - 15 mm = 53 mm
1 15 19,4 24,3
2 45 58,2 72,8
3 30 38,8 483
4 12 15,5 19,4
5 8 103 12,9
Precipitação 217
Métodos estatísticos
KTr = ln Tr - 1 (5.36)
Figura 5.11. Fator Km, para 1 e 2 dias de duração, para a região Sul do
Brasil (Sugai e Fill, 1990).
220 Hidrologia
CURVAS l a 4 : Cl\uv«* d * 1 h o r a d» d u ra ç ã o
com d i f o r o n t o * in f« n s id o d *«
CURVA 5 . Cftuvot d * longo duração
{frento* o ít a c io n d rio s )
CURVA 6 : Chuva* d o 6 o 2 4 h o r a * d»
duração
contida numa área maior. Assim, o hietograma padrão representa uma chuva
intensa de curta duração, como parte de uma chuva de longa duração. Para os
autores, os fatores mais importantes que caracterizam a distribuição temporal
da precipitação são: a) volume de precipitação que cai durante o período de
chuva intensa; b) precipitação antecedente; e, c) localização do pico de
intensidade máxima.
Estes três fatores são identificados na figura 5.15. A combinação dos
mesmos, obtidos com base na série histórica de precipitações intensas,
permite estimar o hietograma de projeto, conforme é descrito a seguir;
P = i • t/60 (5.42)
Intensidade
Posição do pico: o método considera que qualquer que seja a duração da chuva,
existe um pico que divide o hietograma em dois setores: intensidades
crescentes e decrescentes. Para posicionar o pico os autores consideraram um
fator, y, sendo definido como
Y = tb/te (5.46)
a*[(l-n)*(tb/y)+b]
i = ------------------------(antes do pico) (5.48)
[tb/yfb](1+n)
ta
a . [(1-n) . +b]
(1-Y)
(depois do pico) (5.49)
[— +b]<l+n)
(i-Y)
A e q u a ç ã o 5 .48 tem a sua o rigem no pico c varia no sentido d o pic o p ara o
início d a p r e c i p ita ç ã o (figura 5.15). A e q u a ç ã o 5.4 9 te m t a m b é m a s u a o r ig e m
no te m p o d o pic o e varia no sentido do fim da precipitação.
Para determinar o hietograma de projeto com base nestas equações as
variáveis tb e ta são sucessivamente substituídas por valores de x, sendo x
uma variável que adota, respectivamente, valores nos intervalos (0, tb) e (0,
ta). Para x = 0 tem-se i =imáx (figura 5.15).
O hietograma sintético traçado a partir das equações 5.48 e 5.49 terá,
para qualquer duração dentro do período mais intenso, a mesma intensidade
média que a curva da qual procedem os valores das constantes a, b e n.
Para a determinação do valor dc y existem dois métodos: com base na
precipitação antecedente e; pela localização do período mais intenso.
y = tb/t (5.53)
Exemplo 5.10. A equação abaixo descreve as relações i-d-f dc chuvas num cer
to local. Determine o hictograma dc projeto e a altura dc chuva antecedente
correspondentes à chuva total, para uma pequena bacia rural. (Tr = 10 anos).
Utilize o método de Chicago, com y = 0,35. Considere como maior tempo dc
concentração t* = 2 horas. Arca da bacia - 6 km2; comprimento do rio 800 m;
declividade média do rio 0,20 m/km; i = (1100 • Tr^»^)/(t+3())0’^ , sendo Tr
em anos, t a duração em minutos c i a intensidade em mm/h.
130-
(mu» / h )
INTENSIDADE
ê
«
o
>
3
Sí
O
o
TT
3
O
Prscipitaçôo d« 2 4 h o r a s
6 12 24 48 72
PROBLEMAS
4 - Com base nas relações obtidas por Bell, verifique o ajuste deste método
para um ou mais postos brasileiros (Dados do livro CETESB, 1979).
236 Hidrologia
REFERÊNCIAS
8 - DNAEE. 1984. Bacia do rio Iguaçu: Dados mensais atualizados até 1981.
Brasilia. 79 p. (Boletim Pluviométrico. Série P-6.G1).
9- DNAEE 1985. Bacia do Rio Itajaí: Dados mensais atualizados até 1984.
Brasilia. 151 p. (Boletim Pluviométrico. Série P-8.01).
16- HUFF, F.A. 1970. Time distribution of rainfall rates. Water Resources
Research. Washington, v.6, n.2, p. 447-54.
17- KEIFER, CJ.e CHU, H.H. 1957. Synthetic storm pattem for drainage
design. Journal of the Hydraulics Division. American Society o f Civil
Engineers. New York, v.83, n.4, Aug.
18- KELMAN, J., COSTA, J.P., DAMAZIO, J.M., DÍAS, N.L.C. 1985. Geração
multivariada de precipitações extremas. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS, 6.f1985,SIo Paulo. São
Paulo: ABRH. 3v. v.l, p,178-88.
22- PAULHUS, J.L.H. 1965. Indian ocean and taiwan rainfalls set new records.
Moníhly Weather Review. v.93, n.5, maio.
26- SCS.1976. Earth dams and reservoirs. Soil Conservation Service Washington
U.S. Govt. Print. Off. (Technical Release, 60)
32- WIESNER, CJ. 1970. Hydrometeorology. London: Chapman and Hall. 232p.
ÍNTERCEPTAÇÃO
Carlos E. M. Tucci
6.1 introdução
época do ano também pode caracterizar alguns tipos de cultivos que apresentam
as diferentes fases de crescimento e colheita.
A equação da continuidade do sistema de interceptação pode ser descrita
por
Si = P -T - C (6.1)
Quantificação da Interceptação
Si = Sv + (Av/A). E. tr (6.2)
Si = Sv ( 1 - e“p/Sv) + R E tr (6.3)
Si = Sv ( 1 - e 'p^ v) + K P (6.4)
Si= a + b Pn (6.5)
Sv= a P2 + b P (6.6)
0 ,2 0 f
i
REFEREN CIAS
14- WIGHAM, J.M. 1970. Interception. In: GRAY, D. (ed.) Handbook of princi
pies of hydrology. Huntington: Water Information Center. Paginação irre
gular. Section 4.
Capítulo 7
EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO
7.1 Introdução
7J2 Evaporação
-l
mudança de estado físico consome 585 cal.g à 25 oC. Por isto, diz-se que a
evaporação depende fundamentalmente da energia disponível proveniente da
radiação solar. A temperatura do ar está associada à radiação solar e, desta
forma, correlaciona-se positivamente com a evaporação. Um aumento da
temperatura do ar influi favoravelmente na intensidade de evaporação, porque
permite que uma maior quantidade de vapor de água esteja presente no mesmo
volume de ar, quando é atingido o grau de saturação deste. Os ventos são
responsáveis pela renovação do ar acima da superfície evaporante. Entretanto,
existe um limite superior, em velocidade, da ação dos mesmos. Este fenômeno
também é proporcional à diferença entre a pressão do vapor saturado, à
temperatura da água e à pressão do vapor do ar (es - ea), mantidas em
igualdade as demais condições.
Na evaporação de uma superfície de solo descoberto, quando este está
saturado, ou mesmo quando o nível freático for elevado, atuam somente os
fatores meteorológicos. Por outro lado, na condição de solo não-saturado ou
nível freático à grande profundidade, o processo de evaporação passa a
depender também das propriedades do perfil do solo, principalmente da
condutividade hidráulica, que é função da estrutura e textura do mesmo.
Os métodos normalmente utilizados para determinar a evaporação são:
- transferência de massa;
- balanço de energia;
- equações empíricas;
balanço hídrico; e,
- evaporímetros
Eo = b ( es - ea) (7.1)
N f(w)(es-ea)
(7.2)
Evaporação e Evapotranspiração 255
0,623 p K2 (w8-w2)(e2-e8)
Eo = -------------------------------- Thomthwaite e Holzman (1939) (7.4)
p [ln (800/200)]2
G - Rt (a + (3 p ) (7.6)
qr = (1 - a) G (7.7)
q = a T4 (7.9)
e = A + B (ea)1'" (7.11)
qc = L Eo (7.13)
qef - qe - qc = 0 (7.15)
qc Ts - Ta
- y
(7.16)
qe es - ea
e s (T s)-e s (T a ) des(T)
A (Ta) T=Ta (7.17)
Ts - Ta dT
qc y es(Ta)-ea
1 1 ------------- ] (7.18)
qc A(Ta) es(Ts)-ea
A
— qef +qei
Y 7 20)
( .
Eo- / L
A
- + 1
Y
U es
ea = (7.23)
100
ijT /a iiM T )
es = 4,58 . 10 (7.24)
7^T/(237A+T)
A 38640.10
(7.25)
Y (237,3+TT
qef/L = 932/59. (1 - 0,05). (0,24 + 0,58 . 0,533) - 1,19 . 10'7. (23 + 273)4.
[ 0,56 - 0,09 (13,9) m ] (0,1 + 0,9. 0,533)/59 = 6,23 mm/dia.
O termo Á/y é obtido pela equação 7.25, A/y = 2,62. Substituindo os
valores conhecidos na equação 7.27 resulta
onde w2 é dado em m/s. Para w2 = lm/s, resulta Eo =5,23 mm/dia (157 mm/mês) e
para 4 m/s resulta Eo = 6,36 mm/dia (190,7 mm/mês). Esses valores permitem
avaliar a variabilidade da evaporação em função do vento e adotar um valor
mais próximo das condições conhecidas no local.
Unesco (1972) cita uma fórmula utilizada na América do Sul obtida por
regressão com variáveis como precipitação e altitude. A equação conhecida
como de Avellán estima a evaporação por
Eo = (7.29)
d - e)
P H
0 4^6
1 - log (251,2 P ' Eo)
(7.30)
G” lõg~H
7.2.4 Evaporímetros
a) Atmômetro
b) Tanque de evaporação
[A(t+i)-A(t)]/At (7.33)
onde A a área da superfície do reservatório no mês (km2); P (mm/mês); I e Q
as vazões médias do mês em m3/s.
O uso de uma equação de balanço hídrico para estimar a evaporação é
teoricamente precisa, pois está alicerçada no princípio de conservação de
massa. Na prática as dificuldades para medir as demais variáveis limitam este
procedimento. As imprecisões ficam por conta principalmente das .contribuições
diretas que aportam ao reservatório. Quando a contribuição direta não-
controlada é grande, o erro na sua avaliação pode produzir erros
significativos na determinação da evaporação.
Exemplo 7.2. A precipitação total no mês de janeiro foi de 154 mm, a vazão de
entrada drenada pelo rio principal foi de 24 m3/s. Este rio drena 75 % da
bacia total que escoa para o reservatório. Com base nas operações do
reservatório ocorreu uma vazão média de saída de 49 m3/s. A relação entre o
volume e a área do reservatório encontra-se -na tabela abaixo. O volume no
6 3 6 3
início do mês era de 288 10 m e no final 244.10 m . Estime a evaporação no
reservatório.
A
A rea volume
Km2 106 m3
10 10
30 : 60
90 270
110 440
- A(t+1) = 81,43 km2 e A(t) = 92,12 km2, a área média fica A = 86,78 km2
- a variação de volume é = (244 - 288) . 106 = -44 . 10ft
Evaporação e Evapotranspiração 269
73 Evapotranspiração
- medidas diretas;
- métodos baseados na temperatura;
- métodos baseados na radiação;
- método combinado; e
- balanço hídrico.
permonef*
d« campo
tensiometro
AW
= ET + Pp (7.34)
t
onde; AW = variação do armazenamento d’água para um determinado perfil de
solo (mm); ET = evapotranspiração (mm/dia); Pp = percolação d’água abaixo do
sistema radicular (mm/dia)', t = tempo.
A umidade do solo poderá ser determinada através dos métodos
gravimétrico, resistência elétrica, tensiométrico ou dispersão de nêutrons,
entre outros. Estes procedimentos estão sujeitos à grande variabilidade
espacial dos solos e, via de regra, são usados somente em áreas irrigadas. A
redistribuição interna e/ou a percolação profunda constituem-se em outra
fonte de erro.
Valores aceitáveis só poderão ser obtidos se forem adotadas algumas
práticas preventivas. Entre elas Jensen (1973) aponta:
T
ETP * Fc 16 (10 - )a (7.35)
I
12
ti 1,514
-* )
5
F=1
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOT
1971 128 100 94 51 37 25 40 42 66 72 93 121 869
1972 117 90 93 56 62 45 36 37 55 63 89 116 859
1973 122 112 94 85 44 37 35 30 45 68 77 106 854
1974 118 97 92 63 46 24 37 41 56 68 80 99 821
1975 113 99 95 66 44 37 29 47 55 70 89 118 860
MED 120 100 94 64 47 34 35 39 55 68 86 112 853
ET = ETP. kc (7.37)
G
ETP = (0,025 T +0,08 ) — (7.38)
59
w2
Ei = 0,35 (1 + ---- )(es - ea) (7.39)
160
Superfícies Intervalo de a
Florestas coníferas 0,10-0,15
Florestas temporárias 0,15-0,20
Cereais 0,10-0(25
Batatas 0,15-0,25
Algodão 0,20-0,25
Campo 0,15-0(20
Superfície de água 0,03-0,10
Solos escuros 0,05-0,20
Argila Seca 0,20-0,35
Solo arenosos (secos) 0,15-0,45
- precipitação;
- evaporação;
- evapotranspiração;
- escoamento superficial e subterrâneo.
- precipitação;
- umidade do solo;
- evaporação;
- vazão.
PROBLEMAS
2 - No método de Penman como você podería levar em conta os termos que foram
desprezados? Discuta o assunto
REFERÊNCIAS
16- MEYER, A.F. 1915. Computing runoff from rainfall and other physical
data. Transactions American Society of Civil Engineers. New York,
v.79, p.1056-155.
17- PENMAN, H.L. 1948. Natural evaporation from open water, bare soil
and grass. Proceedings of the Royal Society of London, v.193, p 12-145.
23- SVERDRUP, H.U. 1946. The humidity gradient over the sea surface.
Journal of Meteorology v.3, p.1-8
25- TV A. 1972. Heat and mass transfer between a water surface and
the atmosphere. Water Resources Research Laboratory. (Report 14).
Tabela Al. Radiação solar recebida no tpo da atmosfera no 15° dia de cada mês
o o 2
entre latitudes 10 N e 40 S, em cal/cm dia*.
latitude JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
10 N 761 814 873 885 873 867 873 879 867 826 767 732
8 N 779 832 879 879 861 856 861 873 873 838 785 749
6 N 797 844 879 873 850 838 850 861 873 850 802 873
2 N 832 867 885 861 826 802 814 844 873 867 838 814
Equador 850 879 885 856 808 785 797 832 867 873 856 832
2 S 861 885 885 850 791 767 779 820 867 879 873 850
4 S 879 897 885 838 779 749 755 808 861 885 885 873
6 S 897 903 885 826 755 732 743 797 861 897 897 890
8 S 909 909 879 814 738 708 720 779 856 897 909 903
10 S 920 920 873 802 720 684 702 767 850 897 915 920
12 S 938 920 867 791 696 661 684 755 838 897 826 832
14 S 950 926 861 773 679 637 661 738 838 903 838 944
16 S 956 932 856 755 661 614 637 720 826 903 944 956
18 S 968 932 850 743 637 590 620 702 814 903 956 974
20 S 979 932 838 720 614 566 596 684 802 897 962 985
22 S 991 932 826 702 590 543 572 661 791 897 968 991
24 S 991 832 814 684 566 519 549 643 779 897 968 1003
26 S 997 926 802 661 543 496 519 625 761 891 974 1015
28 S 1003 920 791 643 519 460 496 602 743 885 979 1021
30 S 1003 920 779 620 496 437 472 578 732 873 979 1027
32 S 1009 909 767 596 472 407 448 555 714 867 979 1033
34 S 1009 903 743 578 448 378 313 531 696 861 979 1038
36 S 1009 897 732 555 419 354 389 507 673 850 979 1038
38 S 1009 885 714 531 389 330 366 484 649 838 974 1044
40 S 1003 879 590 507 360 295 336 460 531 826 968 1044
* Shaw e Napier, Manual of Meteorology, Cambridge University Press.
Evaporação e Evapotranspíraçao 285
latitude JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
10 N 11,6 11,8 12,1 12,4 12,6 12,7 12,6 12,4 123 11.9 11,7 113
8 N 11.7 11,9 12,1 123 12,5 12,6 123 12,4 12,2 12,0 11,8 11,6
6 N 11,8 11,9 12,1 12,3 12,4 123 12,4 12,3 12,2 12,0 11,9 11,7
4 N 11.9 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4 12,3 123 12,0 12,0 11.9 11,9
2 N 12,0 12,0 12,1 12,2 12,2 123 123 12,2 12,1 12,1 12,0 12,0
Equador 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1
2 S 12,2 12,2 12,1 12,1 12,0 12,0 12,0 12,0 12,1 12,1 12,2 12,2
4 S 12,3 12,2 12,1 12,0 11.9 11,8 11,9 12,0 12,1 12,2 .12,3 12,4
6 S 12,4 12,3 12,1 12,0 11,9 11,7 11,8 11,9 12,1 12,2 12,4 123
8 S 12,5 12,4 12,1 11,9 11,7 11,6 11,7 11,9 12,1 12,3 12,5 12,6
10 S 12,6 12,4 12,1 11,9 i 1.7 113 11,6 11,8 12,0 12,3 12,6 12,7
12 S 12,7 12,5 12,2 11,8 11,6 11.4 113 11,7 12,0 12,4 12,7 12,8
14 S 12,8 12,6 12,2 11,8 113 11,3 11,4 11,6 12,0 12,4 12,8 12,9
16 S 13,0 12,7 12,2 11.7 11,4 113 113 11,6 12,0 12,4 12,9 13,1
18 S 13,1 12,7 12,2 11.7 113 11,1 iu 113 12,0 123 13,0 133
20 S 13,1 12,8 12,2 11.6 113 10,9 11,0 11.4 12,0 123 133 133
22 S 13.4 12,8 12,2 11,6 11,1 10,8 10,9 113 12,0 12,6 133 133
24 S 13,5 12,9 12,3 113 103 10,7 10,8 113 11,9 12,6 13,3 13,6
26 S 13,6 12,9 12,3 113 10,8 103 10,7 113 11,9 12,7 13,4 13,8
28 S 13,7 13,0 123 11.4 10,7 10,4 10,6 11.1 11,9 12,8 133 13,9
30 S 13,9 13,1 12,3 11.4 10,6 103 10,4 11,0 11,9 12,8 13,6 14,1
13,7 14,2
32 S 14,0 133 123 113 103 10,0 103 10,9 11,9 12,9
13,9 14,4
34 S 14,2 133 12,3 113 103 9,8 10,1 10,9 11,9 12,9
14,0 14,6
36 S 143 13,4 12,4 113 103 9,7 10,0 10,7 11,9 13,0
143 14,8
38 S 143 133 12,4 11.1 10,1 93 9,8 10,6 11,8 13,1
12,4 9,9 93 9,6 103 11,8 13,1 14,3 15,0
40 S 14,7 13,6 11.1
latitude JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
10 N 0,98 0,91 1,03 1,03 1,08 1,06 1,08 1,07 1,02 1,02 0,98 0,99
5 N 1,00 0,93 1,03 1,02 1,06 1,03 1,06 1,05 1,01 1,03 0,99 1,02
0 1,02 0,94 1,04 1,01 1,01 1,01 1,04 1,04 1,01 1,04 1,01 1,04
5 S 1,04 0,95 1,04 1,00 1,02 0,99 1,02 1,03 1,00 1,05 1,03 1,06
10 S 1,08 0,97 1,05 0,99 1,01 0,96 1,00 1,01 1,00 1,06 1,05 1,10
15 S 1,12 0,98 1,05 0,98 0,98 0,94 0,97 1,00 1,00 1,07 1,07 1,12
20 S 1,14 1,00 1,05 0,97 0,96 0,91 0,95 0,99 1,00 1,08 1,09 1,15
25 S 1,17 1,01 1,05 0,96 0,94 0,88 0,93 0,98 1,00 1,10 u i 1,18
30 S 1,20 1,03 1,06 0,95 0,92 0,85 0,90 0,96 1,00 1,12 1,14 1,21
35 S 1,23 1,04 1,06 0,94 0,89 0,82 0,87 0,94 1,00 1,13 1,17 1,25
oo
40 S 1,27 1,06 1,07 0,93 0,86 0,78 0,92 1,00 1,15 1,20 1,29
o
Tabela A4. Proporção média diária (p) de horas de luz para diferentes
latitudes (Doorembos e Pruití, 1990)
iatitude JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
0 s 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,277 0,27 0,27 027 0,27 0,27
5 S 0,28 0,28 0,28 0,27 0,27 027 0,27 0,27 027 0,28 0,28 0,28
10 s 0,29 0,28 0,28 0,27 0,26 026 0,26 027 027 028 0,28 0,29
15 S 0,29 0,28 0,28 0,27 0,26 0,25 026 026 027 028 0,29 0,29
20 S 0,30 0,29 0,28 0,26 0,25 025 0,25 026 027 028 0,29 020
25 S 0,31 0,29 0,28 0,26 0,25 0,24 024 0,26 027 029 0,30 0,31
30 S 0,31 0,30 0,28 0,26 0,24 0,23 024 0,25 027 0,29 0,31 0,32
35 S 0,32 0,30 0,28 0,25 0,23 022 023 025 027 029 0,31 0,32
40 S 0,33 0,31 0,28 0,25 0,22 021 022 0,24 0,27 0,30 0,32 0534
46 S 0,34 0,32 0,28 0,24 021 0,20 0,20 0,23 0,27 0,30 0,34 0,35
50 S 0,35 0,32 0,28 0,24 0,20 0,18 0,19 0,23 0,27 0,31 0,34 0,36
Evaporação e Evapotranspiração 287
1- Intervalo inferior: sob alta umidade (Umid min >70%) e vento fraco (V <5
m/s); intervalo superior: sob baixa umidade ( Umid min < 20%) e vento forte (
V > 5 m/s).
2- Estágios: I- emergência até 10% do desenvolvimento vegetal (dv); II - 10%
do dv até 80% do dv; III - 80% do dv até 100% do dv; IV - maturação; V -
colheita.
Capítulo 8
ÁGUA SUBTERRÂNEA
Àqüífero: é uma formação geológica (ou um grupo de formações) que contém água
e permite que a mesma se movimente em condições naturais e em quantidades
significativas;
Aqüiclude: é uma formação geológica que pode conter água, mas sem condição de
movimentá-la de um lugar para outro, em condições naturais e em quantidades
significativas;
S u p e r f íc ie do terren o &
tp
Zona da
água do solo Aguo do solo W
o
«O3 o
O
i_
</»
c
©
O Zona
Água ©
inte rm e diá p e lic u la r e g rav itaciona l >* «
TÜ3 ria
2 5
O
c «3 w5
o Zona O»
N
capilar
Agua ca p ila r '<
___J_ N ível d'dgua__________ /
O
IO
oa
Agua subterrânea
©
■o
o
c
o
rsj
\ _________
L e ito rochoso
Porosidade
volume de vazios
<t> = (8 . 1)
volume total
Areo de
re a b a s te c im e n t o
Nível
d ’ agu<
segue-se que:
Pi
<t> = 1 - ------ (8.2)
P.
e=— (8.4)
V,
onde Va= volume de água.
O conteúdo volumétrico da água varia de zero, em um meio poroso
complctamente seco, a um valor máximo, igual à porosidade, quando todos os
espaços porosos estão preenchidos por água. Como a água desocupa gradati
vamente os grandes poros, à medida que a pressão capilar (pc) ;aumenta, o
conteúdo volumétrico da água diminui com o aumento da pressão capilar. Este
fato pode ser expresso através das curvas de retenção. Essas curvas caracte
rizam a habilidade que o meio poroso tem em reter água, quando a mesma está
sendo drenada.
A figura 8.3 mostra curvas de retenção para duas texturas diferentes. A
variação de 9 é muito pequena em tomo de pc=0. Nessa faixa de valores de pc,
mesmo os grandes poros são insuficientes para resistir ao processo de
dessaturação. O conteúdo volumétrico da água tende para um valor constante,
quando a pressão capilar aumenta indefinidamente. O valor de 0 para o qual
d9/dpc tende a zero é chamada retenção específica 0r. A retenção específica é
uma característica razoávelmente constante (parâmetro), especialmente em are
ias e cascalhos. Em laboratório, o conteúdo volumétrico da água a uma pressão
capilar de 1/3 de bar (3,33 m de água) é considerado retenção específica.
P = “P g z (8.5)
Exemplo 8.1. Em um poço com raio 0,30 m é feito um teste de bombeamento com
uma vazão constante Qp = 0,0312 m3/s, durante um tempo tp = 8,37 h. Os níveis
iniciais e finais da superfície piezométrica para os 6 poços de observação
utilizados no teste são apresentados a seguir:
Poço de observação 1 2 3 4 5 6
Distância-ao poço (m) 4,60 10,40 19,80 34,50 65,80 91,800
Nível estático (m) 96,49 96,52 96,53 96,55 96,56 96,57
Nível após 8,37h (m) 95,14 95,58 95,88 96,14 96,36 96,43
Rebaixamento após 8,37h (m) U 5 1,04 0,65 0,41 0,20 0,14
H id ro lo g ia
s u p e r f í c ie do t e r re n o
d i s tr ib ui ção do c o n t e ú d o
v o l u m e t r i c o de agua
ünha de água em z,
^ ^ l i n h a de água em z2
vol um e drenado
Va
s s = — — = Pg 4> («p + P) (8-6)
Vq hP
Va
S = — = Ss b (8.7)
A hp
Balanço hídrico
(P - E - D - I) At = ASj (8.8)
z
(I - ET -W) At = AS2 = A ( e dz) (8.9)
0
Exemplo 83. Uma pequena ilha no Caribe com 5.400 km2 de superfície, recebe
anualmcnte uma precipitação média de 135 cm. A ilha é plana, seu solo é muito
permeável, encontra-se em estado natural e nenhuma quantidade significativa
de água é utilizada pelos nativos com propósito definido. A vegetação da ilha
pode ser dividida básicamente em 35% de freatófítas e similares e os
restantes 65% em grama. O consumo de água pela grama pode ser estimada em 60%
durante o ano. A evaporação média anual observada em um tanque classe A é
1903 cm. Estimar a descarga subterrânea atualmente perdida para o mar.
AVa Q
( 8 . 11)
A At A
Água Subterrânea 301
_Q = _q
v ( 8. 12)
<(> A <j>
E nfroda
F dp dz
--------- = - (— + pg —) (8.14)
<t> dA dl dl dl
8 ix v F
(8.15)
r2 tj) dA dl
3 Ji v F
(8.16)
i2 (j) dA àl
12 ji v F
(8.17)
<(> dA ál
F C ji q dp dz
= - (— + Pg —) (8.18)
<j) dA d/ d2 ál d/
k dp dz
(8.19)
( 8 .20)
li d/ pg
304 Hidrologia
h = — + z (8.21)
Pg
K .lü ( 8.22 )
dh
q = - K— (8.23)
d/
O = Kh (8.24)
K
qz = - - (h2 - hi)
b
hj = 6,1 + 6 = 12,1 m e h2 = 2 + 9 = 11 m
tinha de água f V
í
6, m mm 2m
)
r
3m
---------- í
38
6m aquí f er o c on f i nad o
Q L
K = ----- (8.25)
Ah0 A
a L Ah0
K = — In (---- ) (8.26)
A t Aht
( P Q x)2 = (P Q x ) l + " f j ( P Q * } A x + 0 ( A x 2 ) ( 8 ’2 7 )
( p Q x) 2 - Cp Q x) i = (P Q x ) A x ( 8 .2 8 )
Qx = Px Az Ay (8.29)
d d d 8M
— íp q%) + 7oy ( p q í ) + 7dz (p Ax Ay Az = - ---- (8.31)
dx at
(j,Q)z
d 3qx gp
( p q x) = p + qx —
(8.32)
dx dx dx
3<ÍX 3qy S ( 3 Z dU
P ( -f*—— - -f- ) Ax Ay Az (8.33)
dx dy dz dl
d dh d dh d dh 1 ÔM
(Ky — ) + — (Ky — ) + — (K, — ) = -------------— (8.34)
dx dx dy 1 dy dz dz p Ax Ay Az dt
d dh d Ôh d dh 6h
— (Kx — ) +— (IC — ) + — (K* — ) - Ss — (8.35)
ax dx dy ^ 5y dz dz dl
(8.36)
a2h a2h s ah
(8.38)
3x2 3y2 K b dt
s = ho - h (8.39)
S2s 8?-$ S ds
— + — = ------ (8.40)
0x2 3y2 T Ôt
8 8h 8 Ôh 8 8h
— (K j — ) + — (Ky — ) + — (Kj —-) = 0 (8.42)
3x 3x 3y T 3y 3z 3z
312 Hidrologia
Q= qx(x,z) dz (8.43)
dh
Q = qx(x,zf) zf = - K — zf (8.44)
dx
dh
Q = - Kh — (8.45)
dx
S dh d dh dh
— (K h — ) + — (K h —) = <j>a — (8.46)
dx dx dy dy St
a ah a ah ^ ah (8.47)
— (h — ) + — (h — ) = -------
Sx dx dy Sy K St
a2h a2h K ah
— + — = --------- (8.48)
ax2 8y2 b k at
Solução: a equação procurada é 5(h dh)/dx = 0. Integrando uma vez temos que
ôh/dx = A. Integrando novamente h2/2 = Ax + B. Note-se que o quadrado da
solução é linear.
aQx 5Qy ah
— Ax + — Ay - W Ax Ay = - S — Ax Ay (8.49)
dx dy dt
Á g u a S u b terrân ea 315
a 2h Ô2h W S ôh
— + — + — = --------- (8.50)
a x2 5y2 b K K b 3 1
Ki
W = — (h{ - h) (8.51)
bi
K bb 1/2
Caso se defina o fator de drenança: [3 (8.52)
K,
e introduzindo-o na equação 8.50, obtém-se a equação do aqüífero com
drenança. Assim:
a 2h a 2h ho-h S ah
— + — + -----= ----------- (8.53)
ax2 ay2 fS2 K b at
a ah a ah w ah (8.54)
— (h — ) + —(h—) +- = -------
dx dx ay ay K K at
ds (8.55)
dt
318 Hidrologia
d âh d dh Ôh
(8.57)
dS
— = I - 0 (8.58)
dt
S = K [x I + (1-x) O] (8.59)
dS
K(l-x) + S = Kl (8.60)
dt
-t
Ks(t) = K \ 1 - exp ( (8.61)
K(l-x)
(8.62)
1 -t
8s(t) - K exp[---------- 1] exp[-------- ], t>l (8.64)
K(l-x) K(l-x)
1 -n
5s(n) = K [exp(---------- 1] exp[--------- ] n =1,2,3,.... (8.65)
K(l-x) K(l-x)
t
1 ~(t-T)
S(t) = — exp (--------] I(x) dx ( 8 .66)
1-x K(l-x)
o
ou na forma discreta:
1 „ -(n-\)+l)
S(n) = K (exp ( - ------) - 1] ) exp [ ---------- ] l(v) (8.67)
K(l-x) L K(l-x)
I
Na equação anterior, I(u) representa uma descarga média de entrada no
trecho durante o período de rempo (u-l,u), enquanto que S(x>) representa o
armazenamento instantâneo ao final do intervalo de tempo v.
Se a resposta de interesse não for o armazenamento e sim a descarga de
saída, os núcleos de descarga podem ser determinados resolvendo a equação
8.59 para O(t). Assim:
St x
O(t) = --------------- I(t) ( 8 . 68)
K(l-x) l-x
-(t-T ) x
O (t) = exp (--------) I(x) dx - (8.69)
K(l-x) 2 J K(l-x) l-x
0
-(t-t) x
O(t) = exp[— — ] ------D(t-x) I(x) di (8.71)
K(i-x)2 Kü-x)
1 -t x
Ko(t) = ---------exp [----------] ------D(t) (8.72)
K(l-x)2 K(l-x) 1-x
exp[l / K(l-x)] - i
5o(n) | / exp[------ ] \ (8.74)
(bx) J ^ K(l-x) J
para n = 2,3,...
Depois que os núcleos discretos forem calculados, as descargas de saída
podem ser estimadas a partir das descargas de entrada através da integral de
convolução:
Interação aqüífero-poço
ôs ô2s a 3s
----------- - a ------— — (8.76)
3t õr2 r õr
r exp (-r2/4ax)
s(r,t) = A áz (8.77)
c
Q = 4 k T A exp (8.78)
4at
1 rexp (-r2/4ax)
(8.79)
exp (-r2/4at)
ks = (8.80)
4 Tt T
r exp [ -r2/4a(t-x) ]
s(t) = QCO ------------- áx (8.81)
4 k TJ (t-T)
0
1
Ks = W (r^ a t) (8.82)
4 7t T
1 rÁ rl
8$(n) = W [-----] - W [--------- ] (8.83)
4 ti T 4<xn 4cc(n-l)
n
s(n) = £ Q(v) 8s(n-v+l) (8.84)
V—1
Interação rio-aqüífero
ds dh
a — = 0 (8.85)
Ôt 3x2
✓ fundo impermeávei
■T l-".1 \ yv —
. ds
Qr = -2 L b K — I (8.90)
3x x=0
(8.91)
ds
dx x=0 (8.92)
2 L T
Kr(t) = (8.93)
Sabe-se que a resposta a uma excitação qualquer pode ser obtida a partir
da função salto unitário. Para o caso do fluxo de retomo devido a um padrão
qualquer de rebaixamento no rio a(t), tem-se:
2LT ‘ do(x) áx
(8.94)
V
%
4 L T 1/2 , n l/2
8r(u) u - (u-1) (8.96)
PROBLEMAS
4- Os seguintes dados foram colhidos numa bacia do leste dos Estados Unidos.
Encontre a descarga subterrânea média mensal em direção ao curso de água
principal que drena essa área. Prepare também a curva de descarga da água
subterrânea. A porosidade aparente do aqüífero foi estimada em 0,11 e a área
da bacia cm 50,6 km2.
Dados do problema 1
p/pg(cm) 0(cm3/cm3)
0,0 0,43
2,2 0,425
4,2 0,421
6,2 0,414
7,7 0,408
9,7 0,401
12,7 0,392
15,8 0,384
20,0 0,374
25,0 0,362
32,0 0,348
42,0 0,331
56,0 0,313
76,0 0,300
106,0 0,281
147,0 0,264
198,0 0,251
282,0 0,240
Água Subterrânea
SAIOA
f
ENTRADA
Figura do problema 5
z
*
Figura do problema 6
332 H id ro lo g ia
A
lOcm 4
a
-h
ho = 4 0 cm
Figura do problema 7
Tabela do problema 4
Mês Linha de água (m) R ecarga (W) ETP freatófita
in íc io fim (cm/mês) (cm/mês)
Abril 14,27 13,99 2,3 2,6
Maio 13,99 14,09 5,0 1,4
Junho 14,09 13,54 0,7 4,8
Julho 13,54 13,48 3,7 3,0
Agosto 13,48 13,11 0,7 3,6
Setembro 13,11 13,14 3,0 1,8
Outubro 13,14 12,93 0,0 U
Novembro 12,93 13,23 5,0 0,9
Dezembro 13,23 13,66 7,2 0,9
Janeiro 13,66 13,72 2,7 0,3
Fevereiro 13,72 13,95 4,2 0,0
Março 13,95 14,27 4,4 1,2
Água Subterrânea 333
Dados problema 11
Dados problema 13
SEMANA REB (m)
1 -0,1
2 -0,3
3 - 0,1
4 0,0
5 0,1
6 0,2
7
t 0,1
8 0,0
9 0,0
10 0,0
REFERÊNCIAS
5 - TODD, D. K. (1959). Ground Water Hydrology. New York: John Wiley. 336p.
9.1 Infiltração
q = K grad h (9.1)
k dp
q = • - PS (9.2)
p, dz
V.
(9.3)
338 Hidrologia
h = 9 + z (9.4)
3© 3 d
K — (<p + z) (9 .5 )
dl dz dz
3© â ^ 3 © , ^ 3K (9.7)
ã l = ã i (Dã ^ + d l
Infiltração e Armazenamento no Solo 341
Equação de Horton
= h + *U e * (9.8)
y I; - L
y V
f
(1 - e'13) + I t
b
(9.11)
k
Infiltração e Armazenamento no Solo 343
55 8,07
18 55 9,90 9,91
22 55 11,54 11,52
26 55 13,01 13,01
30 55 14,43 14,41
34 55 15,76 15,76
38 55 17,08 17,06
42 55 18,38 18,33
li = 38 mm/h ; k = 5,1/h
Ib = 18 mm/h ; R2 = 0,99996
(9.12)
^ = I - T
dt
(9.13)
i = ib + a 0 - v h(£~to)
T = Ib (1 - h0 ' ^ ) (9.14)
S = a + bl (9.16)
i i
S = a + bT (9,17)
t t
onde
r
S a = S
O !nh(I - I ) ’ i 0
o fc>
I .TA
b = h o
i inh(I - I ) ’ t I lnh
o b
(9.19)
dt
346 Hidrologia
i - ib
S= Ib l n ----------- + I - I,max (9.21)
lnh
w -h
At
it+i = ib + d t- ib) h (9 .22)
) (9.23)
lnh
V = P At - V (9.24)
e i
V = V - s + s (9.25)
perc i i+1
a) Quando S
O
T + T
t+1
^t+l - + í\A t At (9.26)
2
348 Hidrologia
2bt(Stx - S,)
At = -------------------- (9.27)
2Pbt + 2a, - Su - S,
b) Quando SL<S0
Neste caso It+1 é obtido pela solução da equação 9.21. Se o valor obtido
de Il+1 é maior que Pt os volumes superficial e percolado são nulos. Se Il+1<
Pt há um intervalo A^ que identifica o instante em que I = P. Utilizando a
equação da continuidade acima (equação 9.28) determina-se:
S - S
At 1 (9-29)
x Pt
cp+ L
Yf
I = K’ (9.30)
L
H id ro lo g ia
350
V f = L ( e ’- ©;) (9.31)
Sf + v f
I = K3 (9.32)
V
f
Sf
(9.34)
vf -
I/KM
Sf
v = ----- — (9.35)
p r/KM
Vf
K’t = Vf - Sf ln ( 1 + — ) (9.37)
sf
°/o A R E I A
20 40 60 00 100
<
o
cc
<
1 39
t = ----------------- = 0,046 horas = 2,76 min
y 40 40/1.8 - 1
^ = 0,046 h
Vp = i tp = 1,84 mm
Equação de Philip
Vf = S t1/2 + A t
(9.40)
S2 = 2 K’Sf
(9.42)
Exemplo 9.4. Ajuste a equação de Philip (eq. 9.40) aos dados do exemplo 9.1.
t obs *c a Ic bs
(min) (min) ( mm)
06 3,80 3,80
10 6,14 6,34
14 8,07 8,10
18 9,90 9,73
22 11,54 11,29
26 13,01 12,80
30 14,43 14,29
34 15,76 15,75
38 17,08 17,20
42 18,38 18,63
m,a
w = (9.44)
m,s
Va
(9.45)
(9.47)
da (9.48)
Va
Exemplo 9.5. Vamos supor que uma amostra de solo tenha sido coletada num
anel com volume de 300 cm3. Conduzida ao laboratório, registrou-se uma massa
úmida de 500 g,e após seca em estufa a massa foi de 410 g. A partir dessas
informações determine as umidades gravimétrica e volumétrica.
( c m)
capilar
Pressão
© s -© r
© = or + (9.50)
[i+(p.pc) T
; Pc * Pb (9*51)
P otm
A m oi tra
de tolo
Prato c e r â m ic o
p oroto
a- Prato de sucção
Am o t tr o
de solo
P ro t o cerâm ic o
p o ro s o
b- Panela de pressão
ln Se = -X In Pe + X ln Pb í9-53)
ln Pc
In Se V
43,90 10,90
4333 13,00
42,93 14,10
42,62 15,00
42,13 16,00
40,93 17,00
38,59 18,40
24,90 23,60
1858 3030
15,42 37,70
13,42 53,70
S ©(z) . dz (9.54)
n- 1
S = l ( ©i - Azj) (9.55)
i =l
Exemplo 9.7. Para exemplificar a aplicação da equação 9.55 vamos supor que
num determinado solo tenham sido feitas quatro determinações de umidade
volumétrica, nas profundidades de 0 cm (superfície do solo), 30 cm, 70 cm e
115 cm. Foram obtidos os valores de 030 cm3/cm3, 0,22 cm3/cm3, 0,17 cm3/cm3
e 0,14 cm3/cm3, o que caracteriza uma situação na qual a umidade decresce com
a profundidade. Utilizando a equação 935, determine a lâmina armazenada
entre a superfície do solo e 1,15 m de profundidáde.
Infiltração e Armazenamento no Solo 367
S= ©. (9.56)
© - ©r yX
- ; y * Pb (9:57)
í> - ©r Pb
,
Exemplo 9.9. Determine o perfil de umidade de um solo que num dado instante
presenta o lençol freático 1.2 m abaixo da superfície do solo,e tem as
seguintes características:
y ©
(cm) (%)
20,0 38,0
40,0 27,5
60,0 26,4
80,0 26,2
100,0 26,1
120,0 26,1
REFERÊNCIAS
11- MEIN, R.G., LARSON, R.L. 1973. Modeling infíltration during a steady
rain. Water Resources Research, Washington, v.9, n.2, p.384-394.
16- PARLANGE, J.Y., HAVERKAMP, R. 1989. Infiltration and ponding time. In:
MOREL-SEYTOUX, HJ. (ed.). Unsatured flow in hydrologic modeling.
Kluwer.
19- RAWLS, WJ., BRAKENSIEK, DU. 1989. Estimation of soil water and
hydraulic properties. In: MOREL-SEYTOUX, HJ. (ed.). Unsatured flow in
hydrologic modeling. Kluwer.
Carlos E. M. Tucci
10.1 Introdução
espaço das variáveis que retratam o mesmo. Esta situação ocorre na maioria
dos jaofalemas hidrológicos de escoamento superficial e de rios e canais.
O escoamento superficial e, em rios e canais, é retratado por duas
equações: conservação de massa e quantidade de movimento, denominadas também
de equações de Saint Vénant.
Equação da continuidade
3A ôQ
— + ---- = q 0 0 . 1)
3t dx
õy dQ
b— +— = q ( 10.2)
dt dx
- dx (10.3)
dx
d(pQ)
(10.4)
dt
Fg = p g A dx sen 0
Fg = p g A dx So (10.5)
Ff = - t P dx (10.6)
t = p g R Sf (10.7)
Ff = - p g A Sf dx (10.8)
Ff
b- Planta
y
*
db
Fb = Jpg(y-h) [ — ] y=yQ dh dx ( 10.11)
A resultante das forças que atuam nos limites do trecho (equações 10.9 e
10.10) é igual a
d y
ôpy
{ \ p g (y-h)dh j dx = -gA — dx
3x j dx
0
Jc 3b
( 10. 12)
[ ps(y**h) ^ " dh 1 dx
3py
Fh = - gA — dx (10.13)
dx
3Q 3(Q/A) 9y A„ (10.14)
_ _ + --------- + g A — = g A S o - g A S f
at 3x ax
in é rc ia pressão g ra v id a d e atrito
dz 3Q
b — + — = q (10.15)
3t dx
3Q 3(Q2/A) 3z (10.16)
__ + ---------- t g A — + g A Sf = ü
dl dx dx
ay av ôy
b — + A —- + V = 0
at dx dx
(10.17)
3v dv 3y
— + v --- + 2 ---
at dx dx
F u n d a m en to s d o E sc o a m e n to 379
a = cos2e (10.19)
.
Sf = —
Q IQI
( 10.20)
C2 R
onda cinem.
difusão
hidrodinâmíco
Modelos Armazenamento
Ax AA
------ = - AQ
At At
dS
^ = I - Q (10.22)
s= f( I, Q, r , Q ’) (10.23)
dS dQ
dt dt
Onda Cinemática
-a relação entre a vazão e o nível numa seção é biunívoca. Sendo So= Sf,
a equação dinâmica fica Q = C A J r So. A área pode-se relacionar com o
b b f- ^
nível por um função do tipo A = a h , o que resulta Q = C ah <IR So .
384 Hidrologia
b-Propagação no reservatório
So Lo
K = -- ------ (10.27)
c 2 yo
ro
T So Vo
-------- £ 171 (10.28)
yo
onde T = período da onda. Essa equação foi obtida com base na análise de
precisão de uma versão linearizada das equações de escoamento. Fode-se
observar que a equação 10.28 leva em conta não só as características do
sistema e da profundidade média, mas o período da onda, que é um indicador
dos gradientes envolvidos. Portanto, é de se esperar que esta condição seja
mais completa que as demais.
Hidrologia
386 _____________________________________
0,5
F = = 0,16
Jg y ' ^9,81 x 1
atende a condição.
Segundo critério do índice K
portanto, o período da onda deve ser de pelo menos 20 dias, o que é uma
restrição muito grande. No entanto, deve-se considerar que a velocidade e a
profundidade são pequenas, caracterizando um escoamento lento.
Modelo Difusão
dy
So - Sf (10.29)
dx
positivo para dy/dx < So. Nesta equação se dy/dx = 0, o escoamento é uniforme
e Q=Qo, onde Qo representa a equação para So = Sf da condição de onda
cinemática. A equação 10.30 permite corrigir uma curva-descarga sujeita a
efeito de jusante, função da declividade da linha de água.
Quanto a aplicabilidade do modelo, Ponce et al.(1978) apresentaram estas
condições para os modelos difusivos, baseando-se na análise de uma versão
linear das equações de Saint Vénant e obteve a seguinte inequalidade como
condição
T So -Jg/y a 30 (10.31)
T i 13,3 horas
Exemplo 10.3. Num rio que converge para o mar (figural0.4), na seção A foram
efetuadas medições de descargas e estabelecida uma curva de descarga sem
efeito de jusante. A curva de descarga obtida é Q = 4,22 (Z -1 ) ’ .N a
seção B são feitas leituras simultâneas com a seção A. Estabeleça a equação
para estimar a vazão com base nas leituras em A e B.
Q = + 9 ,4 4 (Za - l)1,67 -J | Z b - Za
388 H id ro lo g ia
positivo para Zb < Za . Para Za > Zb+0,2, utilize a equação sem efeito de
jusante.
Modelo Hidrodínâmico
PROBLEMAS
1 - Ler referência 4.
REFERÊNCIAS
2 - HENDERSON, F.A. 1966. Open channel flow. New York: Macmillan 522p.
4 - LíGGETT, JJ. 1975. Basic equations of uusíeady flow. In: MAHMOOD, K.,
YEVJEVICH, v.(ed) Unsteady flow in open channels. 3v. v.l, chapt.2,
p.29-02.
5 - LIGGETT, JJ., WOOLHISER, D.A. 1967. The use of the shallow water
equations inrunnoffcomputation.In: AMERICAN WATER CONFERENCE,
3., 1967, San Francisco. Proceedings. Urbana: American Water
Resources Association. 669p. p.l 17-126.
6 - PONCE, V.M., LI, R.-M., SIMONS, D.B. 1978. Applicability of kinematic and
diffusion models. Journal of the Hydraulics Division. American
Society of Civil Engineers, New York, v.104, n.3, p.353-360, Mar.
I
\:
i
i
C a p ítu lo 11
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Carlos E. M. Tucci
Q t = Q o e -cct ( 1 U )
Método 2; este é o método mais simples, pois basta ligar os pontos A e C por
uma reta;
C = 13/32^5 = 0,40
Infiltração
Pf=P - It (H.3)
5-
índices
W = [ P - Q - S ]/ t (11.4)
Relações Funcionais
Q = ( Pn + dn ) - d ( 1 1 .5 )
n = 2 + 0 ,5 d (1 1 -6 )
onde d 6 d ad o c m p o le g ad a s.
O m é to d o a p re s e n ta d o p e lo S C S (1 9 5 7 ) u tiliz a u m a fo r m u la ç ã o s e m e lh a n te ,
q u e é a seg u in te
(11.7)
C* P
P2
Q = (1 1 .8 )
E sc o a m e n to S u p e r fic ia l 403
P - Q - Ia Q
(11.9)
S*-Ia P
(P-0.2S)2
Q = ----------------- ( 11. 10)
P+0,8S
Esta equação é válida para P > 0,2S, Quando P < 0,2S, Q = 0, (figura
11.9). Para determinar a capacidade máxima da camada superior do solo S, os
autores relacionaram esse parâmetro da bacia com um fator CN pela seguinte
expressão
25400
S = ------ - 254 (11.11)
CN
solo D: solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa
Escoamento Superficial 405
Campos Normais 30 58 71 78
permanentes Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77
Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas de Más 72 82 87 89
terra de superfície dura 74 84 90 92
boas condições 39 61 74 80
Baldios
Zonas industriais 81 88 91 93
Zonas residênciais
lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92
TüOÕ 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Airuamentos e estradas
asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
paraleiepípedos 76 85 89 91
terra 72 82 87 89
Escoamento Superficial 407
Os valores das constantes nas tabelas 11.2 e 11.3 referem-se a' condições
médias de umidade antecedente. Os autores apresentaram correções aos valores
tabelados para situações diferentes da média. As condições consideradas são
as seguintes:
índice <j>: esse método utiliza perda constante. O total das perdas distribuído
pelos 13 intervalos de tempo fica
5 ( t - t ) = 0 para t * x (11.13)
00
%
5 (t -x ) áx = 1 (11.14)
*
-00
t
Q(t) = P(t) (x(t ~t) dt (11.15)
0
CÚ
*
|i(t - x) dx = 1 (11.16)
0
t
q(0 p(t-t) dt (1 U 7 )
0
dq
U(t) = (11.18)
dt
A equação de convolução foi expressa para uma bacia com memória maior ou
igual ao tempo t. No caso em que t > n, onde n é o tempo de base do HUI, a
equação se modifica para
Exemplo 11.3. O HUI de uma bacia 6 expresso por (e ^)/2 . Determine a vazão
após lh, devido a uma precipitação de I2mm de intensidade constante nesse
período. Na equação, t deve ser dado em horas.
C t
a) HUI e convoluçao
414 Hidrologia
l l ü Hidrograma unitário
o
Equações básicas
Ai
h(At,t) = 1/At M- (t - t) dx ( 11.21)
o
Qd) = Pi (l(l-X)dx
0
sendo que
hi = ji(2-x)dx = |i(I-x)dx
h2 = |i(2 - x ) dx
o que resulta
Q(2) = Pi h2 + P2 hi
considerando que
1
hi = |X(Í - x) dx (11.22)
0
t
ht-i+i (11.23)
i= j
t = 1 Qi = Pt h! = 10 . 0,2 = 2 mm/h
t - 2 Ql = Pi h?. H- P2 hi = Í0 , 0,6 + 15 . 0,2 = 9 mm/h
t = 3 Qs — P i h3 + P2 h2 = 10 . 0,2 + 15 . 0,6 - ll mm/h
1 =4 Q3 = P2 h3 = 15 . 0,2 = 3 mm/h.
tc = tp/0,6 ( l í .25)
LLcg n
tp = C (11.27)
¥
onde Lcg = comprimento pcio rio principal da foz até o ponto mais proximo ao
centro de gravidade da bacia; L - comprimento do rio; S = declividade; n e C são
parâmetros estimados para cada local de interesse. Esse tipo de equação tem
sido ajustada para aigumas regiões, definindo os valores de C e n. Linsley et al.
(1975) apresentou resultados para esses coeficientes utilizando 18 bacias
418 Hidrologia
YQi Nd
h = — ——(mm) (11.28)
A . 103
208 . 3600
h = ------------- = 21,4 mm
35.1Q3
E sc o a m e n to S u p e r fic ia l
419
Tabela 11.6. Hidrograma do exemplo 11.6
Tempo Vazão
horas m3/s
1 5
2 25
3 50
4 45
6 38
6 25
7 15
8 5
Qi = Pi hi
Q2 - P2 hi + Pi h2
Q3 = P3 hi + P2 h2 + Pi h3
ou em notação matricial
P . h = Q (11.29)
onde
Pi
P2
0 0 ....
Pl 0 ....
0
0
hl V
Q2
h2
p =
;h = ;Q =
Pm Pm-1 .. Pl .. 0
hk Qn-1
0 0 0 0 Pm
hi = Q1/P1
h2 = (Q2 - P2 hl)/Pl
Tanto num caso como no outro existem mais equações do que incógnitas e
nem todas as equações são usadas para a estimativa de hi,
PT. P . h = PT . Q
fazendo
X = PT. P
resulta
X . h = PT. Q
h = X '1 . PT . Q (11.30)
3 = 10 hi
9 = 20 hi + 10 h2
12 = + 20 h2 + 10 h3
6 = 20 h3
ou em notação matricial
Hidrologia
422
.10 0 0 3
hi
20 10 0 9
h2
0 20 10 12
h3
0 0 20 6
hi = 3/10 = 0,3
h2 = (9 - 20 . 0,3)/ 10 = 0,3
h3 = (12 - 20 . 0,3)/ 10 = 0,6
A soma das ordenadas deve ser igual a 1. Nesse caso Shi = 1,2, o que
representa uma grande diferença.
h3 - 6/20 = 0,3
h2 = (12 - 10 . 0,3)/20 = 0,45
hi - (9 - 10 . 0,45)/20 = 0,23
A soma total das ordenadas deve ser 1, nesse caso a soma resultou em
0,9882. Pode-se distribuir o erro de forma ponderada. As ordenadas ficam
pico maior que uma cheia com intensidade maior. Nesse caso, admite-se que o
rio não extravasou a sua calha natural.
At < Atr. nesse caso basta deslocar o HU(d) n vezes, sendo n = Atl/At.
Somando as ordenadas de (cada At e dividindo por n obtém-se o HU para
precipitação Ati = nAt. Esse procedimento equivale-se ao uso da equação de
convolução.
(11.31)
i=l
428 Hidrologia
Para obter o HU, basta derivar esta função. O HU com intervalo Atl é
obtido por
ondet n = At/Atl
tpi
2,75 Cp A
qp = ------------ (m3/s) (11.36)
tp
2
onde A = área de drenagem, em km ; Cp = coeficiente que varia entre 0,56 e
0,69. Na literatura vários autores têm aplicado semelhante procedimento em
diferentes partes dos Estados Unidos obtendo valores de Cp e Ct com intervalo
de variação superior ao indicado. O coeficiente Ct tem influência sobre o
tempo de pico e depende das outras características físicas que não foram
consideradas na equação acima. O coeficiente Cp está relacionado com a vazão
máxima de uma determinada bacia e depende das referidas características
físicas. Para bacias próximas com características físicas semelhantes pode-
se usar dados de bacias vizinhas para a estimativa desses coeficientes. O
tempo de base do hidrograma unitário é estimado por
3,352
W75 (11.38)
1.08
(qp/A)
5,87
W50 (11.39)
1,08
(qp/A)
As iarguras do Hu são:
\ cíã
W?5 = 3,352/(72,6/250) ' = 12,74 h
Wjo = 5,87/ (72,6/250)1,08 = 22,31 h
SCS
qp tp qp tc
—------+ —~— - o
2 2 v
e
2 Q
?
sendo te = H tp, a equação acima fica
2Q (11.40)
qp =
( H + l) t p
Hidrologia
434
2 ’
para uma precipitação de lcm, sobre a área A, em km , tp em horas, a
equação da vazão fica
2,08 A
qp = (11.41)
t’p
tr
o n d e tp e m h o r a s ; S é o b t i d o p e l a e q u a ç ã o 1 1 . 1 1 ; L = c o m p r i m e n t o h i d r á u l i c o ,
m , y - d e cliv id ad e e m p ercentagem . O tem p o de c o n ce n tra ç ão p o d e ser obtido
p e l a r e l a ç ã o tp = 0 , 6 tc. A e x p r e s s ã o a c i m a f o i a p r e s e n t a d a p e l o S C S p a r a u s o
e m b a c ia s de até 8 k m .
T a b e la 11.13. V e lo c id a d e p a ra s u p e r fíc ie s e m m /s
tipo de cobertura a*
Floresta com solo coberto
de folhagem 0,076
área sem cultivo ou pouco
cultivo 0,143
pasto c grama 0,216
solo quase nu 0,305
canais com grama 0.351
superfície pavimentada 0,610
* v = a s 1/2 ; s = d e c l i v i d a d e e m %
O t e m p o d c c o n c e n tr a ç ã o se m o d if ic a c o m a a lte ra ç ã o d a c o b e r tu r a da
bacia, p rin c ip a im c n tc devido a urbanização. S C S (1 9 7 5 ) a p re se n ta m o d ifi
caç ã o nos term os da equação 1 1.43, q u a n d o o c o r r e u r b a n i z a ç ã o d a b a c i a .
N a fig u ra 1 1 .17a c a p re s e n ta d a a re la çã o en tre f l , fa to r d e c o r r e ç ã o d e v id o ã
m o d ific a ç ã o no c o m p rim e n to hidráulico e à p e rc e n ta g e m do c o m p rim e n to
m o d if ic a d a . N a fig u ra 1 1.17b é a p re s e n ta d a a re la ç ã o e n tre o f a to r de c o r r e
ç ã o f2 e a p e r c e n ta g e m d e área im p e rm e á v e l. O te m p o d e c o n c e n tr a ç ã o c a l
c u l a d o c o m b a s e n a e q u a ç ã o 11.43 é c o r r i g i d o p e la m u l t i p l i c a ç ã o d o s f a to
re s f l e f2.
Para facilitar o cálculo, S C S ap resentou u m h id ro g ra m a ad im en sio n ali-
z a d o e m f u n ç ã o d a v a z ã o d e p i c o e o t e m p o d e p i c o tp. C o n h e c i d o s o s v a l o r e s
d e tr e q p p o d e - s e d e t e r m i n a r as o u t r a s o r d e n a d a s u t i l i z a n d o o s f a t o r e s da
ta b e la 11.14.
2
Exemplo 11.12 Uma bacia rural com 7 km com cobertura de pasto (CN=61), tem
comprimento de 2,5 km e declividade 8%. Esta bacia deve ser alterada para uma
bacia urbana com 30% de áreas impermeáveis, alterando 75% do seu rio. Estime
Hidrologia
5 - 25400/61-254 = 162,4
:P = 2,6 (2500y'8(162,4/25,4.+l)°'7/(1900. 80,í) = 1,026 hr.
tc = tp/0,6 = 1,71 hr.
b - condições futuras:
a - fator f±
b - fa to r f 2
tp (i 1.44)
Ci =
o,7
(LXcg)
qp tp
(11.45)
Cp
2,75 A
PROBLEMAS
1 0,5
2 2,5
3 8,0
4 25,0
5 20,0
6 6,0
t p
6h mm nà s
1 24 8,0
2 6ó 6,0
3 14 6,0
4 - 93,0
5 162,7
6 _ 180,0
7 - 91,0
8 . 50,0
9 _ 29,0
10 - 16,0
11 - 8,0
Escoamento Superficial 441
REFERÊNCIAS
4- LINSLEY, R.K., Jr., KOHLER, M.A., PAULHUS, J.L.H. 1975. Hydrology for
Engineers. New York: McGraw-Hill.
6- SCS. 1975. Urban hydrology for Small Watersheds. Washington: U.S. Dept.
Agr. (Technical Rclease, n.55).
Carlos E . M. T u cci
Equação básica
El = E2 ( 12. 1)
hf = hs + ht (12.3)
444 Hidrologia
onde
x2
Sf dx (12.5)
xl
Q2 n2
S f = ------------- ( 12.6)
R 4/3 A 2
(Sfi + Sn)
hi = . Ax (12.7)
2
onde Kc = (A.R2/3)/n
Nesta equação as incógnitas são Zi, Al e Ri. Pode-se estabelecer a
relação entre Zi - f(Ai) e Zi - F (Ri) com base na seção transversal, a única
incógnita passa a ser Zi. A equação acima é uma equação não-linear que pode
ser resolvida por tentativas. Este procedimento é descrito a seguir:
2/3
K c = £ K ci = £ ( A i R i )/ni (1 2 -9 )
Parâmetros
S v 3 dA £ v 3A A
a = - = 3
V3 A V3 A
2
Este coeficiente é importante quando o termo v /2g tem peso
significativo na determinação dos níveis. Em rios com velocidade baixa e
média este termo é muito pequeno.
( 6 , 2 . 100)5/3 ( 1 , 2 .2 5 0 )5/3
Kc2 = [------------------- + 2 ---------------------. . . ] = 76.907,66
0,028 (110 ) ’ 0,1.(251,2) '
5m
100 m »
<------------
Fig.12.4. seção transversal do exemplo 12.1
ou
Zi = 6,24276 - 18.348,62/A i 2+ 1,8.108 / (Kci)2
(Vj - Vm)
Pi = — -------- 100 (12.10)
Vj
nt nt
onde Vm — At £ lt e Vj = A t^ Q t
t=i t=l
Para valores de Pi < 15% a influência tende a ser pequena, acima desse
valor deve-se utilizar com reservas os procedimentos a seguir descritos.
Quando a contribuição lateral 6 considerada pequena, o deslocamento da
onda no rio é o processo principal. Neste caso pode-se adotar uma
distribuição uniforme ou lincarmcnte proporcional para as vazões de
contribuição lateral. A distribuição uniforme considera que a vazão hicral é
constante durante todo o evento. Para estimá-la basta dividir Ví pelo período
do hidrograma. Adotando uma distribuição linear, proporcional ao hidrograma
de jusante, admite-sc que a contribuição lateral tem o mesmo tempo de pico e
evolução das vazões do hidrograma dc jusante do trecho. Neste caso, as vazões
de contribuição lateral são estimadas por
Q* = Qt (1 + Pi/100) (12.13)
d) com base no valor de Qt+i determina-se St+i por St+i = f '1 (Qt+i);
Q = C L ( Z - Zw) ^ jg\
Q = C A Í2gAz (12.19)
b - D e s c a r r e g o d o r de
f u n d o a f og Jdo
Q = C L ( a Sb - Zw )3/2 (12.20)
li + It+i - Qt + 2Si/At = 10 + 30 -6 + 18 = 52
O = a y 11 (12.23)
S = b ym (12.24)
b
S = ----- [X I + (1 - X)Q]m/n (12.25)
a1/n
S = K [X I + (1 - X) Q] (12.26)
dQ dl
K (1 - X) — + Q = I - K X — (12.27)
dí dt
A equação 12.27 é diferencial ordinária e será linear quando os
coeficientes K e X forem constantes. Utilizando a mesma discretização do
modelo Pulz, a referida equação fica
O s .X s 0 5 (12.29)
2X í At/K s 2 (1 ■ X) (12.30)
D = £ [ K X li + K (1 - X) Qi - Soi ]2 (12.34)
Exemplo 12.3. Ajuste o modelo Muskingun ao trecho do rio Paraíba do Sul entre
Santa Branca e Guarema para a cheia da tabela 12.5.
1 101 104 96
2 123 109 101 13,5 8,4 13,5
3 408 356 328 64,5 247,0 2694
4 627 604 557 139,5 474,0 4934
5 563 650 600 156,0 495,6 483,0
6 393 516 476 96,0 362,4 336,0
7 163 246 227 22,5 117,2 96,5
8 127 144 133
9 116 123 113
10 107 114 104
106 107 98
lL L ______ i
Lx AI +- (1 - x ) AQD a c u m u l a d o
í m 3/ s )
3A dA
i SQ (12.37)
dt * dQ xo at
onde o primeiro termo do lado direito da equação é definido para uma seção
xo. A vazão depende de t e x, a sua derivada total é
aQ dQ
dQ = — dt + — dx (12.38)
3t ôx
Para uma vazão constante a sua derivada total é nula, resultando em
Hidrologia
466
dx -dQ /d t
c (12.39)
dt ôQ /dx
dx 3Q/3t dQ
(12.40)
dt 3A/3t dA
3A 1 3Q
(12.41)
3t c 3t
3Q (12.42)
c
dx
3y + 1 9Q _ q
3t b âx
Ql QI
Kc
ôQ 6Q
— + c — = D (12.43)
dt ôx 2
c+i t t+i t
3Q (qj • qj)
=x (12.44)
dt At At
t+l t+l t t
3Q qj+i - qj + qj+i - qj
(12.45)
2Ax
D = (0,5 - X) c Ax.
X = 0,5 (1 - (12.46)
Bo So c0 Ax
Ax
K = - (12.47)
Co
(12.48)
3 n
0.3 0,4
1,67 So Qo
Co (12.49)
e
0,6 Ax (n B)
K = (12.50)
0,3 0,4
So Qo
O índice o pode ser usado quando a vazão utilizada for Qo. Sempre que
Escoamento em Rios e Reservatórios 469
roteiro 1:
0,761 co At (12.52)
Ax
1,25
[1 - Qo/(Bo co So A x )]
Hidrologia
470
2^5 Qo
Axo = ---------- (12.53)
So Bo Co
roteiro 2:
A celeridade da onda é
5 (0 .0 0 0 7 )0,3 (8 7 )0,4
c0 = ------------------------------------ = 1,86 mJs
3 (0 ,0 4 5 )° ’6 (3 0 )0,4
A estimativa de Ax é
2,5 . 87
Ax ---------------------------- 5.568 m
0,0007 .30 . 1.86
472 Hidrologia
K = 6.000/1,86 = 3.226 s
X - 031
E (Qot-Qct)2
(12.54)
E (Qo t -Qom)2
o = (12.55)
Muskingun-Cunge Não-Linear
0.4 0.4 0 .4
(12.56)
Qo = [ It + Qt + h+i ] / 3.
Evento Rl
Linear não-linear
1 0,91 0,97
2 0,83 0,94
3 0,92 0,96
4 0,88 0,98
PROBLEMAS
Hidrograma Reservatório
tempo I h S Q* Q+
12h m3/s m lQóm3 m3/s m3/s
1 1 319 0 0 0
2 15 320 Oi 0 0
3 30 321 0,8 0 2
4 70 322 2,0 0 4
5 50 323 2i 5 13
6 35 324 4,0 18 32
7 25 325 7,0 32 60
8 18 326 10,0 50 50
* - vazão do vertedor
+ - vazão do vertedor + descarga do fundo
6 - Uma onda de cheia dada pela senóide abaixo entra num reservatório com as
características do problema 2. a) Determine o volume de espera parâ que a
vazão no canal de jusante não extravase. O canal de jusante é retangular com
profundidade máxima yo, largura B, declivídade So e rugosidade n.
Q = 10 (h - ho)U9
h = 0,067 A0,9
10 - Ajuste o modelo Muskingun para o trecho do rio São Francisco entre São
Romão e Manga. O rio Urucuia é um afluente importante que desemboca próximo
ao posto São Romão. O restante da contribuição lateral é deprezível. A
distância entre as seções é de 106 km, declividade 0,0001 m/m e* largura média
de 450 m.
3 100
4 80
5 65
6 50
hídrograma reservatório
REFERÊNCIAS
3 - JONES, S.B. 1981. Choice of space and time steps in the Muskingun-
Cunge flood routing method. Proceedings Institution o f Civil
Engineers, v.71, n.2, p. 758-72.
Pierre Chevallier
13.1 Introdução
A dimensão temporal
Exemplo 13.1. Para avaliar o volume médio escoado do rio Amazonas em Óbidos
(área da bacia: 4 620 000 km2), medições mensais da descarga são suficientes,
no entanto, dezenas de anos são necessários para quantificar possíveis
variações climáticas na bacia; de outro lado, para estudar as enchentes da
bacia superior do arrolo Dilúvio (cerca de 20 km2) cm Porto Alegre precisa-se
de medições de chuva com intervalo de tempo muito reduzido (no máximo 5
minutos) durante um período bem mais curto, que é a duração do evento. Mas
são necessários um número de enchentes (çventos) suficientes para uma base de
cálculo razoável.
; Müdanças geológicas r - ^
Gíarçde bacia y *
i Mudanças climáticas f' — 1 ! Projélo regional de .
désewplviráenío
Alleíaçãd da paisagem i Zona uttjana
(Ü3 Pefiodiçidad* clinjátid
rT T l Cicló cuiiural;
kv. ..p Enchente (fio médio)
! i-afe-x-l Cheia (rioj peqijeno): ;
Èvenlò chuyosoi
0.000 í 0.01 1 1ÕÕ ÍOOOfT Õ.0001 0.01 1 100 10000"
A dimensão espacial
Exemplo 13.2. Não é necessário usar uma análise detalhada dos diferentes
processos de infiltração nas parcelas agrícolas de uma região, para estudar
as enchentes do rio principal desta região cujo regime hidrològico é regulado
por vários afluentes e/ou reservatórios : as descargas obtidas são função de
uma transferência de volumes de água já armazenados na rede hidrológica ou
nos reservatórios, cuja produção é uma combinação entre os escoamentos
superficiais e internos, também já transferidos através da vertente e da rede
básica.
Mapa topográfico
Mapa geológico
13.2.1 Generalidades
13.2J. Pluviômetro
V
P = 10 - (13.1)
A
13.2.4 Pluviógrafo
Equipamento
eixo jç j
1 se enche
sifonagem
Precisão
Exemplo 13.6. No caso dc uma chuva com intensidade dc 120 mm/h durante 10
minutos, uma velocidade de adiantamento dc 20 mm/h permite perceber esta
intensidade forte numa faixa de 3,3 mm; sc a velocidade for dc 3 mm/h, a faixa
dc 10 minutos fica reduzida a 0,5 mm, o que compromete irremediavelmente a
leitura da intensidade realmentc ocorrida.
Na tabela 13.1 é apresentado o intervalo mínimo dc tempo utilizável
segundo a velocidade do movimento.
ia i4 is i« ,/ ia ra *o 21 22
Cotas
rio.
Linígrafo
tambor gravação
*1 botijáo de r
ar comprimido
O | roldana
reiogio
manómetro
a mercúrio
- por capacidade;
- por medição das velocidades do fluxo da água;
- por diluição de um traçador,
- por fórmulas hidráulicas e/ou dispositivo hidráulico correspondente;
- por outros métodos (óptico, eletromagnético, similitude com modelo
reduzido em laboratório, avaliação visual, etc...)
recipiente que não pode ultrapassar 100 litros, o que já representa um peso
considerável a manipular.
Ainda que apresente esses inconvenientes, esse método, de ótima
precisão, é usado para medir descargas de rios ou canais (irrigação, por
exemplo) muito pequenos, equipados com vertedor triangular, permitindo a
concentração do fluxo da água em jato.
dQ = V dS (13.2)
Seçào tranversa!
Integração
da vertical
v ^ |o c idQ^ QJ m/s)
Profundidade Velocidade
cm m/s
0 (fundo)
4 0,356
8 0,493
12 0,535
17 0,552
22 (superfície)
o,o1
0,5 0,059
1,0 0,076
2,0 0,084
3,0 0,084
4,0 0,103
5,0 0,047
5,552
1 - margem direita
2 - margem esquerda
equipados com uma hélice que gira quando é colocada no sentido do fluxo da
água. Existem vários tipos de molinetes e hélices. O princípio mais usado é
que a rotação em tomo do eixo abre e fecha um circuito elétrico. Contando o
número de voltas durante um intervalo de tempo fixo, obtém-se a velocidade de
rotação da hélice que está relacionada com a velocidade do fluxo, através de
uma fórmula do tipo:
V = aN + b (13.3)
b) fixado na ponta (ou acima) de um lastro (peso entre 10 e 100 kg) que
possui uma forma especial (de peixe) a fim de manter a hélice orientada no
sentido contrário ao fluxo; o lastro é movido por um cabo eletroportador (que
conduz também os impulsos); o comando do sistema se faz através de um guincho
colocado em um suporte com roldana acima de uma ponte ou de barco, ou ainda
instalado na margem do rio com um sistema de roldanas (teleférico).
Figura 13.17. Exemplos de dispositivos de medições : (a) com haste, (b) com
barco, (c) com teleférico
As velocidades limites que podem ser medidas com molinete são de cerca
de 2,5 m/s com haste e de cerca de 5 m/s com lastro. Acima desses valores os
riscos para o operador e o equipamento chegam a ser altos. Em boas condições
admite-se que a precisão relativa da vazão assim medida é de cerca de 5%.
Pode chegar a valores bem piores...
b) em caso de rio de grande largura, usa-se um outro método de: integração <*a
velocidade (método do barco mdvel); o barco se desloca com unia velocidade
constante de uma margem a outra, com o molinete fixado numa leme especial a
uma profundidade constante. A decomposição da velocidade, do barco e das
velocidades indicadas pelo molinete possibilita estabelecer a velocidade
média da água na profundidade escolhida. A medição se repete a várias
profundidades.
C
Q= q- (13.4)
c
U = KRW JW (13.5)
Largura (m)
A relação cota-descarga
a) forma exponencial:
b) a forma poiinomial:
20 0,060 0,076 0,092 0,108 0,124 0,140 0,156 0,172 0,188 0,204 20
30 0,220 0,241 0,262 04283 0304 0,325 0,346 0,367 0,388 0,409 30
40 0,430 0,457 0,484 0,511 0338 0365 0392 0,619 0,646 0,673 40
50 0,700 0,736 0,772 0,808 0,844 0,880 0,916 0,952 0,988 1,02 50
60 1,06 1*10 1,14 U7 u i U5 U9 1,33 136 1,40 60
* ao equipamento da estação;
- à situação da régua relativa a um eventual controle ou a uma
singularidade do leito;
- à situação e à descrição da referência de nível (RN);
- aos perfis longitudinal e transversal;
- ao histórico das obras que afetaram a geometria do trecho;
- a operações diversas como: relatórios de visita dos hidrometristas,
trabalhos de limpeza e conserto, eventos excepcionais (cheias,
interrupção do escoamento, etc...) e troca do observador.
Q = a (h - h0)n (13.8)
(13.9)
SÍR
SR 1/2
b) seja por considerar que a velocidade U varia com a quantidade R2/3, sob a
condição que as observações de campo permitirem verificar a estabilidade da
declividade superficial em águas altas.
Águas baixas: a extrapolação da calibragem para cotas baixas tem por objetivo
completar a curva até a cota mínima observada. No caso de rios não perenes, a
cota para a qual a descarga se tome nula, constitui um ponto de referência
para o traçado da curva. No caso de rios perenes, a extrapolação pode-se
apoiar num método logarítmico, se existir um controle de jusante estável,
caso contrário, as medições de águas baixas são indispensáveis. -
Estações instáveis
13.5.1 Objetivos
(figura 13.26). A rede, instalada pelo ORSTOM a partir de 1984, consiste em:
13.6.1 Princípios
yN^Emetor
Q j Centro principal
q Estação rádio
_ Ligação rádio
O -20 Km
Hydrom
Pluviom
REFERÊNCIAS
9- JACCON,G.,GUIMARÃES,V.S. 1983.Calibragememestaçõesfluviométricasda
bacia Amazônica. Aplicação do método do gradiente limnimétrico. Anais
do Simpósio Brasileiro de Hidrologia e Recursos Hídricos. Blumenau.
Carlos E . M. T u cci
14.1 Conceitos
PR = 1 - ( 1 - 1/T)N (14.1)
Exemplo 14.1. A ensecadeira de uma barragem deverá ser utilizada por 4 anos
de construção. Estime qual deve ser o tempo de retomo da vazão de projeto,
para que o risco no período citado seja de 10%.
Segundo Sokolov et al. (1975), quando uma grande inundação pode causar
danos catastróficos à vida humana e às propriedades, a cheia de projeto deve
ser estimada com base na precipitação máxima provável (capítulo 5). Para
áreas de menor potencial de dano, as cheias são definidas com base nos
aspectos econômico e político-social. Os aspectos econômicos identificam a
relação benefício-custo da obra, ou seja o custo da construção deve ser
inferior ao dano provocado pela enchente. Viessman et al,(1977) apresentaram
os tempos de retomo normalmente utilizados para pequenas obras hidráulicas
(tabela A.l, anexo A). Snyder (1964) apresentou alguns critérios para
dimensionamento de barragens, reproduzidos na tabela A.2 (anexo A).
Sokolov et al. (1975) apresentaram os critérios russos de definição do
risco do projeto, tabela A.3. Nas tabelas A.4 a A.6 são apresentados os
critérios recomendados pela Comissão brasileira de Grandes Barragens
(Eletrobras, 1987). Todos os critérios combinam risco de perdas materiais e
humanas com critérios de projeto. Estes critérios não garantem segurança
total da obras, mas permitem reduzir a chance de que ocorra uma catástrofe,
sem que o custo seja extremamente alto.
yazão Máxima e hidrograma de Projeto 529
Entre 1912 e 1982 não ocorreu nenhuma enchente com cota superior a
13,00m. Portanto, utilizando estes 71 anos para ajustar uma distribuição
estatística, os resultados seriam tendenciosos, mesmo para estimativa de
riscos inferiores a 50 anos.
y = (Q - H)/a (14.3)
a = 0,78 s (14.4)
p = x - 0,5772 a (14.5)
onde x e s são a média e o desvio padrão das vazões.
A equação de posição de plotagem utilizada na verificação do ajuste dos
valores da amostra para esta distribuição é a seguinte
i - 0,44
P(Q > Qo) = ---------- (14.6)
N + 0,12
IlogQi
x = (14,7)
N
EOog(Qi-x)'
s = (14.8)
N-l
N £ (log Q - x )'
G = (14.9)
3
(N-l)(N-2) s
onde K(J\G) é obtido com base na tabela A7 (anexo A). Para valores dc G entre
- l e i o valor de K pode ser estimado por
2 G G ,
K = - i [ ( Kn - - ) - + 1] -1 } (1-1.11)
G 6 6
í - 0,4
P = (14.12)
N + 0,1
2
Zp -H Zp -a b
Ka = limite superior (14.14)
a
t
2
Zp - *Zp -a b
K(i-oc) limite inferior (14.15)
a
2 2
Za 2 Za
onde a = 1 ---------- ; b = Z p ------; e p = probabilidade; Zp = valor de K
2(N-1) N
para a probabilidade p; Z a = 6 o valor de K para o nível de signifícâncía a e
G = 0; N = o tamanho da amostra.
1.6452 2 1,6452
a = 1 --------------= 0,965 ; b = 1,282 ----------- = 1,576
2 (40- 1) 40
536 Hidrologia
-1 0 1 2 3 4 5 6
V ARIÁVEL R E D U Z ID A (V)
w Ilo g Q + Ilo g Qz
x = ---------------------- (1 4 .1 7 )
H
„ _ r w l (logQ - X) 2 + £ (logQz -
s - l —--------------------------- ] (1 4 .1 8 )
H-l
Vazão Máxima e hidrograma de Projeto 537
( m 3/*>
H0>®K(O
VAZÃO
H
G = ■[w £(log - x)3 + £ (logQz - x)3] (14.19)
(H-1XH-2) s'
i - 0,4
p ----------- para 1 < i < z (14.20)
H + 0,1
m - 0,4 (14.21)
P ^ _ ----- para (z + 1) ^ i < (z -f N)
H + 0,1
uma série de vazões para Apiuna com base nos dados no local e na regressão
com níveis de Blumenau. A série histérica de dados contínuos de Apiuna é de
1934 a 1984. Ajuste a distribuição log-Pearson III para a série, considerando
as marcas de enchentes.
1852 1984
• • • • • • • |0000000000000000000 I
(8 marcas) 1934 1984
0 - série contínua
• - maiores eventos históricos do período entre 1852 e 1934
T {ono*}
A vazão máxima pode ser estimada com base na precipitação, por métodos
que representam os principais processos da transformação da precipitação em
vazão e pcio método racional, que engloba todos os processos em apenas um
coeficiente. Os métodos que estimam a vazão máxima e o hidrograma de projeto
serão descritos no próximo item.
O método racional é largamente utilizado na determinação da vazão máxima
de projeto para bacias pequenas (s 2 km*). Os princípios básicos desta
metodologia são: a) considera a duração da precipitação intensa de projeto
igual ao tempo de concentração. Ao considerar esta igualdade admite-se que a
bacia é suficientemente pequena para que esta situação ocorra, pois a duração
é inversamente proporcional à intensidade. Em bacias pequenas, as condições
mais críticas ocorrem devido a precipitações convectivas que possuem pequena ~y
duração e grande intensidade; b) adota um coeficiente único de perdas,
denominado C, estimado com base nas características da bacia; c) não avalia o
volume da cheia e a distribuição temporal das vazões.
A equação do método racional é a seguinte:
447 (L .n )0,6
tc = (14.23)
0,3 j0,4
Vazão Máxima e hidrograma de Projeto 541
a Ti
I = ------------- (14.24)
(t + c)d
m
I = ----------------- (14.25)
(s r (U + c ) d
mde m = aTbr; s - 447 (L.n)°*h/[S'U C”-4]. Calculando urn valor inicial para Io,
:om base no tempo de concentração obtido da equação de Kirpich ou o
capítulo 11) e substituindo no denominador da equação 14.25, obtém-se o va o
ie li. O valor correto será obtido quando a diferença entre duas iterações
nsignificante (1 - 5%).
Exemplo 14.5. Determine a vazão máxima para tempo de retomo de 50 anos para
uma bacia com 30% de área cultivada; 70% da bacia com cobertura natural com
árvores e declividade média 8 m/km. O solo tem permeabilidade média. A bacia
tem 2 km 2, desnível de 24 m c comprimento de 3 km. Os valores da curva
de intensidade duração e freqücncia são: a = 1265,7; b = 0,052; c = 12;
e d=0,77.
Tipo de área c*
1 Topografia
terreno plano, declividade de 0,2-0,6 m/km 030
terreno, declividade de 3 - 4 m/km 0,20
morros, declividade de 30 -50 m/km 0,10
2 Solo
argila impermeável 0,10
permeabilidade média 0,20
arenoso 0,40
3 Cobertura
áreas cultivadas 0,10
árvores 0,20
1265,7. 500,052
I = --------------------- = 57,8 mm/h
(59,64 + 12)0’77
À vazão resultante é
para Io = 57,8 mm/h, resulta II = 37,21 mm/h na equação acima. Após algumas
iterações o valor converge para I = 31,3 mm/h.
A vazão resultante é
Discretização da bacia
Precipitação de projeto
Trecho de rio
Seção de interesse
b- Subdivisão esquematica
13 01 E TA ISOlETA G ENERALIZADA
\ AR EA Cmí 2 1
A 1S OBSERVAÇÃO :
8 10 0
1) O sentido pode ser orientado
r 320 em quolquer direção
D eoo
2) A precipitação e' ob t i da da
E iaoo figura
F 37C0
G 7100 (Corps of Engineer, 1965)
Pm . P(t/D)
Pmb(t/D) = ------------- (14.29)
PT
Solução - O tempo de concentração desta bacia pode ser estimado com base na
equação de Kirpich
173
te = 57 ( )0,385 = 11 horas
v a z ã o m á x im a , d is trib u in d o o s m a io re s v a lo re s p a r a o te r c e ir o q u a r til d a d u r a
ç ã o d e 6 h o ra s . N e s te c a s o a d o to u -s e u m a p e q u e n a a lte ra ç ã o n a s e q ü c n c ia d o
r e f e r i d o m é t o d o . O m a i o r v a l o r f i c a n o 4 Q i n t e r v a l o , o s e g u n d o n o 5 U, o t e r c e i
r o n o 3 Ü, o q u a r t o n o 6Ü, o q u i n t o n o 2 U e o s e x t o n o I a. ( c o l u n a 6 ) . O s d e m a i s
i n t e r v a l o s s ã o m a n t i d o s i g u a is
Condições Iniciais
VALORES OE Y
( P -0 ,2 .6 3 ,5 )2 ( P - 12,70)2
Pef =
P + 0 ,8 .6 3 ,5 = P + 50,8
Vazão Máxima e hidro grama de Projeto 559
longa. Os dados são apresentados na tabela 14.13. A bacia possui área de 477
km2. As características de cada trecho são apresentadas na tabela 14.14.
Determine a enchente de 100 anos de tempo de retomo sem o reservatório e com
o reservatório, para as duas cidades. Os dados do reservatório projetado são
apresentados na tabela 14.15. Na tabela 14.16 são apresentadas as
precipitações acumuladas dos postos, para o tempo de retomo de 100 anos.
sendo (t)bacia { - 2,7 hs. O tempo de deslocamento nos trechos pode ser
estimado com base na equação de Manning, adotando n = 0,04 para o leito menor
e 0,08 para o leito maior. Sendo (t)trecil0 - Ax/v, considerando uma
profundidade de 5m (enchente) e adotando R = y (profundidade), resulta
8700x0,04 1
t(A-B) "
0,64 h
5 ^ (0,0027)^ 3600
Hidrologia
562
B,
▼q
® Z v
Q B3
<=□
Q
G 84
x___
©
B qci q d i s t r i b u í d o
B a c i a c onc ent rada
A ReservotoYio
Trecho
E
Q - Bac i o b - D i s c r e t i z a ç ã o esquemática
2Q e+Q2 1/2
(5x95)5^ ( 0 ,0011)
1x600x12/3
v= + = 0,94 m/s
A 0,08 0,04 (2x5 + 95)2/3 1200 + 5x95
Vazão Máxima e hidrograma de Projeto 563
7900
t = ----- = 2,33 h
0,94
10 79,0 78,1
CO
PROBLEMAS
7 - Determine a vazão máxima de uma bacia próxima de Porto Alegre com tempo
de retomo de 10 anos. A bacia atualmente é rural com cobertura de 50% de soja e
50% de eucaliptos. A declividade é moderada. Nesta área será implantado um
loteamento residencial em 30% da bacia. Estime o impacto da urbanização sobre
esta cheia, em função da área de bacia, declividade e comprimento.
REFERENCIAS
1 - ASCE. 1969. Design and Construction of sanitary and storm sewers. New
York. (Manuais and Reports of Engineering Practice n. 37).
anexo a
Segunda categoria
Hidrelétricas com capacidade
entre 0,3 a 1 MW II III
Estrutura hidráulica em
rios navegáveis III IV
Portos de rios (carga anual
0,7 a 3 milhões tons) III IV
Terceira categoria
Hidrelétricas com capacidade
de 0,05 a 0,3 MW III IV
Estrutura hidráulica cm
rios navegáveis de
importância local III IV
Portos de rios (carga anual
0,15 a 0,7 milhões tons) III IV
Q uarta categoria
Hidrelétricas com capacidade
<0,05 MW IV IV
Estrutura hidráulica em
pequenos rios navegáveis de
importância local III IV
Portos de rios (carga anual
<0,15 tons) IV IV
1- primária - reflete o potencial de destruição associado com a falha
da obra hidráulica, que neste caso seria severa;
2- secundária - quando o potencial mencionado é menos severo.
3- classificação: I: Tr=10.000 anos; II: 1.000 anos; III: 200 anos;
IV: 100 anos.
Vazão Máxima e hidrograma de Projeto 571
PROBABILIDADES
G
0,50 0,20 0,10 0,04 0,02 0 ,0 1
REGIONALIZAÇÃO DE VAZÕES
Carlos E. M. Tucci
Distribuições estatísticas
QTm = Gm(A,P,S,..)
Funções específicas
- disponibilidade de vazões;
- série com pelo menos cinco anos de dados. Este limite inferior não é
suficiente para um estudo estatístico, mas considerando que outros
postos possuem série longa é possível que estes dados agreguem
informações na região. No caso da curva de permanência e regularização
este limite de anos para a série é insuficiente, com exceção das séries
que, mesmo com poucos anos, englobam o período crítico regional.
Grau Características H Q
Análise dos dados básicos: seleção e análise dos dados para a regionalização
(item 15.2);
Uma breve descrição da análise dos dados básicos foi apresentada no item
anterior. Os dados selecionados para determinação da curva de probabilidade
de vazões máximas, médias e mínimas devem atender o seguinte:
o n d e i = o r d e m d a v a z ã o ; N = ta m a n h o d a série. E x is te m o u tra s f o r m u la ç õ e s de
posição dc plotagcm q u e se a d a p t a m a valores de d eterm in a d as distribuições
( c a p í t u l o 4) .
C urva regional
Tempo retorno
1 ! i
1
:
1,6
: • |
•x
1,2
i
■ * T
O f
Qm ;• *
m
0,8 x
• Com preenchimento
X Sem preenchimento
0,4
Tempo re to rn o
Figura 15.3. Comparação dos pontos médios com c sem preenchimento na região í
do Alto Paraguai (IPH.1983)
Tempo r e t o r n o
Qm = f( A, P, D, DD, L ) (15.8)
Regionalização de Vazões 587
y = b
y = aiX i + b
y = a2 X 2 + b
y = alX i + a2 X2 + b
Tabela 15.4. Resumo das regressões da vazão média de Cheia para postos
da Região I e II do Alto Paraguai (IPH.1983)
variáveis não-tendencioso
1,8
. " j
i-
1,6
-
• • :
1,4
-
1,2 :
. •• i .
Q 1
.
-
0,6 * H"-— ------- - - ,
*
**
0,4 • i
0,2
Vazão máxima - A vazão máxima é estimada com base na média das vazões
de cheia Qm e no valor adimensional QT/Qm da curva regional de probabilidades
Qt = QT/Qm . Qm (15.12)
Tempo re to rn o
P a ra s é r ie s h is tó r ic a s s u p e r io r e s a 5 anos, a v a z ã o m é d ia d e c h e ia é
e s tim a d a p e la m é d ia a r itm é tic a das vazões e c o m p arad a com os o u tr o s
p r o c e d im e n t o s .
V a z ã o m í n i m a - A v a z ã o m ín im a c o m d u r a ç ã o t e te m p o d e r e t o m o T é o b t i d a p o r
Q T ,t = Q T ,t/Q m ,t . Q m ,t ( 1 5 .1 4 )
onde Qm .t é a vazão m é d ia m ín im a d e d u r a ç ã o t, o b t i d a p e l a e q u a ç ã o de
re g re ssã o , e Q T ,t/Q m ,i é o te r m o a d im e n s io n a l da c u rv a de p ro b a b ilid a d e
r e g io n a l p a ra o te m p o de r e to m o T . N e s te c a s o , o u so d e s é r ie s p a r c i a i s
d i f i c i l m e n t e p o d e s e r a p lic a d o d e v id o a p o s s ív e l d e p e n d ê n c i a e n t r e a s v a z õ e s .
v a r x .y = [ E ( x ) f v a r y + [ E ( y ) ] 2 . v a r x ( 1 5 .1 5 )
o n d e E (x ) e E (y ) s ã o o s p r im e ir o s m o m e n to s d e x e y , r e s p e c t i v a m e n t e .
A p lic a n d o e s t a e x p r e s s ã o n a e q u a ç a o 1 5 ,1 2 , o q u e s i g n i f i c a d e s p r e z a r a
c o r r e la ç ã o e n t r e as v a r iá v e is , r e s u lta
v a rQ T = [E ( Q t / Q tti) ] 2. v a r Qm + [ E ( Q m ) ] 2 v a r Q T /Q m ( 1 5 .1 6 )
A v a r i a n c i a d a m é d ia d a s v a z õ e s é e s ti m a d a p o r
2
v a r Qm = a /N ( 1 5 .1 7 )
2
o n d e a = v a r i a n c i a d a p o p u la ç ã o ; N - ta m a n h o d a a m o s t r a .
C o n s id e r a n d o o c o e f i c i e n t e d e v a r ia ç ã o C v - a /Q m , a e q u a ç ã o 1 5 .1 7 f ic a
(Cv.Qm)2
v a r Q m = ------ -- ---------- ( 1 5 .1 8 )
o c o e f i c i e n t e d e v a r ia ç ã o C v r e g io n a l p o d e s e r o b tid o c o m b a s e n a s v a z õ e s
Q ij; o n d e i = a n o e j = p o s to . O c o e f ic ie n te d e v a r i a ç ã o d e c a d a p o s t o é
596 Hidrologia
C v (j) = (15.19)
Qmj
[(nj-l)CvG)
(15.20)
m
E(qr-q)2
var QT/Qm = ----------- (15.21)
N
regional.
Note que a dispersão das curvas individuais em tomo da curva regional
pode variar com o tempo de retomo. Devido a isso, a variância da estimativa
da vazão adimensionalizada será função do tempo de retomo.
C = K Qm (15.23)
QT
a N 0
1/2
onde K = Cv| [ (QT/Qm)" + " ]/N )
Cv"
Exemplo 15.7. Na bacia do rio Itajaí-Açu existem 22 postos com vazões, que
foram utilizados para determinar duas regiões. As curvas regionais
adimensionais de cheia das regiões são apresentadas na figura 15.11 (região
II: afluentes da margem esquerda menos o rio Hercílio e região I. o restante
da bacia). A equação de regressão para toda a bacia é
0.766
Q = 1,48 A
598 Hidrologia
Qmx _0 3
K = — = I + 2,66 A ' (15.24)
Qmd
Qmx -0,58
— = 1 +■ 15,03 A (15.25)
Qmd
4,44
0,4 PA
qm =
0366
A
Metodologia empírica
d = [ ln (Q m x) - In ( Q m i) ] / 5 0 (1 5 .2 6 )
Qj = E X P [ Q m i + 0' - 1) d ] (1 5 .2 7 )
di
Pi = — * 100 (15.28)
Nv
Tabela 1 5 . 6 . C o m p a r a ç ã o d a s e s t i m a t i v a s d e Qso e Q 9 5 o b t i d a s a p a r t i r d a s
c u r v a s e m p ír ic a s e d a distribuição L o g - n o r m a l. Postos do rio P e lo ta s
Log(Q)
0,14
7,63 - CURVAS
7,22 • • • Em p írica
6 ,5 3 — Lo g -n o rm a l
0 ,5 7
0 0,10 0 ,2 0 0,30 0 ,4 0 0 ,5 0 0 ,6 0 0,70 0,80 90 1,0
% Tampo
15.4.2 Regionalização
Exemplo 15.10. Nas bacias do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina foi
utilizada a segunda metodologia descrita. Num primeiro estágio a área de
drenagem e a precipitação anual foram utilizadas como variáveis independentes
na regressão com as vazões. Observou-se que o ganho adicional por incluir a
precipitação foi mínimo para todos os postos, sendo aconselhável, neste caso
utilizar apenas a área de drenagem. A definição das regiões baseou-se no
resíduo da equação de regressão. As equações de regressão para a parte
superior da bacia do rio Uruguai são as seguintes
Q50 = 0.01517 * A0’982
onde R~ =0,99 e a f = 1,16, A em km2 e Q em m3/s
Q95 = 0.00263 * A 1’018
Q = exp(-3.397 p + 3,612)
V = fi( q, p ) (15-29)
<* = fe ( M (15.32)
Com base nos valores obtidos da simulação pode-se ajustar uma função do
tipo seguinte, fixando uma probabilidade p.
a = a Pk (15.33)
onde a e b são obtidos por mínimos quadrados.
Regionalização de Vazões 611
15-5-2 Regionalização
( Q / Qm). 100
r =(V/Qm.ano).100 (15.34)
V = 0 /3 1 5 4 . 6 ,5 3 . 2 5 ,5 = 5 2 ,5 3 . 106 m 3
b) considerando a evaporação:
me = 0,00317 E. A / Qm
PROBLEMAS
3 -Por que a vazão específica máxima tende a diminuir com a área da bacia?
Quais são as tendências esperadas para vazões mínimas e médias? Analise as
situações possíveis.
4 - A maioria dos dados de bacias brasileiras são de bacias maiores que 500
km2. Considerando que a regionalização é realizada com estes dados, o que se
deve esperar dos resultados para bacias pequenas, 10 a 100 km2?
5 - Numa bacia existem dados de vazões iniciando em 1972 (postos com séries
mais longas). Os postos com precipitação são em grande número e possuem série
618 Hidrologia
6 - As vazões máximas são obtidas dos arquivos como o maior valor de duas
medidas diárias (postos sem linígrafo). A regionalização com estes dados
representarão qual vazão? Como você obtería a vazão máxima ínstântanea?
11- Quais são os usos que o hidréiogo faz da curva de permanência e da curva
de probabilidade de vazões mínimas? Quais são as diferenças entre essas
funções hidroldgicas?
13- Qual o uso da curva de regularização? Como você podería utilizar esta
curva para uma bacia com alguns aproveitamentos em cascata? Dispondo da série
de vazões, qual o interesse de regionalizar a curva de regularização?
REFERÊNCIAS
Tt
X
ri
I
Capítulo 16
CONTROLE DE ENCHENTES
Carlos E. M. Tucci
16.1 Enchentes
decliVH a ° S n°™ al.mente drenam nas suas cabeceiras, áreas com grande
declmdade produzindo escoamento de alta velocidade. A variação de nível
urante a enchente pode ser de vários metros em poucas horas. Quando o relevo
acidentado as áreas mais propícias à ocupação são as planas e mais baixas
J stamente aquelas que apresentam alto risco de inundação. A várzea de
mimdaçao de um no cresce significativamente nos seus cursos médio e baixo
onde a declmdade se reduz e aumenta a incidência de áreas planas
•VvííV - ■
''gJZJX '-*.-.
TEMPO
t t+r
TEMPO
b) previsão com base no nível ou vazão
TEMPO
MEDIDAS EXTENSIVAS;
Cobertura vegetal Redução do pico de Impraticável pa- Pequenas bacias
cheia ra grandes áreas
MEDIDAS INTENSIVAS:
Melhoria do canal:
- Redução da Aumento da vazãc) Efeito localizado Pequenos rios
njgosidade por com pouco
desobstrução ■ investimento
Reservatórios:
-Todos os Controle a jusante Localização Bacias
reservatórios Difícil intermediárias
Mudança de Canal:
-Caminho da Amortecimento de Depende da topo- Grandes bacias
cheia volume grafia
Reservatório
0 ,0 0
1 .0 1736
34 5000
7 ,0 6666
1 0 ,0 8680
1 1 ,0 10416
1 2 ,5 14166
1 4 ,0 19000
1 7 ,0 35000
Dique
n í v el c o m
Região inundada
T rech o sem
inundação
V,
10 '
/ / 12
Para a seção de um rio que escoa uma vazão Q, a cota resultante depende
da área da seção, da rugosidade, raio hidráulico e da declividade. Para
reduzir a cota devido a uma vazão pode-se atuar sobre as variáveis
mencionadas. Para que a modificação seja efetiva é necessário modificar estas
condições para o trecho que atua hidraulicamente sobre a área de interesse.
Aprofundando o canal, a linha de água é rebaixada evitando inundação, mas as
obras poderão envolver um trecho muito extenso para ser efetiva, o que
aumenta o custo (Figura 16.10a). A ampliação da seção de medição produz
redução da declividade da linha de água e redução de níveis para montante
(figura 16.10b). Estas obras devem ser examinadas quanto à alteração que
podem provocar na energia do rio e na estabilidade do leito. Os trechos de
montante e jusante das obras podem sofrer sedimentação ou erosão de acordo
com alteração produzida.
^ coto da margem
Q Aprofundamento da seção
c h e ia
Mapeamento definitivo
Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), apresentou uma proposta para
os artigos da seção de Recursos Hídricos das Leis Orgânicas municipais do
referido Estado, onde o zoneamento era recomendado nos seguintes termos:
"Art. 2o Caberá ao município, no campo dos recursos hídricos:
IV - proceder ao zoneamento das áreas sujeitas a riscos de inundações
erosão e escorregamentos do solo, estabelecendo restrições e proibições ao
uso, parcelamento e a edificação, nas áreas impróprias ou críticas de forma a
preservar a segurança e a saúde pública”.
O Water Resources Council (1971) definiu Zoneamento por: "Zoneamento
envolve a divisão de unidades governamentais em distritos e a regulamentação
dentro desses distritos de : a) usos de estruturas e da terra; b) altura e
volume das estruturas; c) o tamanho dos lotes e densidade de uso. As
características do Zoneamento, que o distingue de outros controles é que a
regulamentação varia de distrito para distrito. Por essa razão, o Zoneamento
pode ser usado, para estabelecer padrões especiais para uso da terra em áreas
sujeitas â inundação. A divisão em distritos de terras, através da comunidade
é usualmente baseada em planos globais de uso, que orientam o crescimento da
comunidade”.
de m enor
bacia do no liají, iss„ „„ d ,1 ,1 riS” ' Na
ionga d. anos sem cacL ics sigIut l v “
Controle de Enchentes 647
Zona para passagem das enchentes: essa faixa do rio deve ficar desobstruída
para evitar danos de monta e represamentos. Nessa faixa não deve ser
permitida nenhuma nova construção e a Prefeitura poderá, paulatinamente,
relocar as habitações existentes.
Na construção de obras como rodovias e pontes deve ser verificado se as
mesmas produzem obstruções ao escoamento. Naquelas já existentes deve-se
calcular o efeito da obstrução e verificar as medidas que podem ser tomadas
para a correção. Não deve ser permitida a construção de aterro que obstrua o
escoamento. Essa área poderia ter seu uso destinado a agricultura ou outro
similar às condições da natureza. Adicionalmente, seria permitido a
instalação de linhas de transmissão e condutos hidráulicos.
Em algumas cidades poderão ser necessárias construções próximas aos
rios. Nessa circunstância, deve ser avaliado o efeito da obstrução e as obras
devem estar estruturalmente protegidas contra inundações.
Zona com restrições: Esta zona pode ser subdividida em subáreas, mas
essencialmente os seus usos podem ser: a) parques e atividades recreativas ou
esportivas cuja manutenção, após cada cheia, seja simples e de baixo custo.
Normalmente uma simples limpeza a reporá em condições de utilização, em curto
espaço de tempo; b) uso agrícola; c) habitação com mais de um piso, onde o
piso superior ficará situado, no mínimo, no nível do limite da enchente e
estruturalmente protegida contra enchentes (item seguinte); d) industrial-
comercial, com áreas de carregamento, estacionamento, áreas de armazenamento
Hidrologia
Zonas de baixo risco: nesta área, delimitada por cheia de baixa frequência,
pode-se dispensar medidas individuais de proteção para as habitações, mas
orientar a população para a eventual possibilidade de enchente e dos meios de
proteger-se das perdas decorrentes, recomendando o uso de obras com, pelo
menos, dois pisos, onde o segundo pode ser usado nos períodos críticos.
r i
1
i
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-------- 1-------
o |i i Casa de 1pavim.
k_ sem porão
CL
___ L _1 1 !
0 .10 20 30 40 50 60 70 80
CD = KD h M U A (16.1)
0 10 20 30 40 50 60 TO 60
k
K q
- —
-
dD (16.2)
dy
PROBLEMAS
1 - Por que as medidas estruturais são mais caras que as medidas não-
estruturais?
1 1 3 8 0 ,0 12 5 7 5 0 ,0 23 9 0 0 0 ,0
2 3 1 0 0 ,0 13 5 2 0 0 ,0 24 2 3 0 0 0 ,0
3 6 8 5 0 ,0 14 1 4 1 0 0 ,0 25 2 5 0 0 ,0
4 9 6 0 0 ,0 15 4 3 0 0 ,0 26 8 1 0 0 ,0
5 1 9 2 0 0 ,0 16 3 8 0 0 ,0 27 9 0 0 0 ,0
6 8 3 0 0 ,0 17 1 1 2 0 0 ,0 28 5 8 0 0 ,0
7 1 4 3 0 0 ,0 18 5 9 0 0 ,0 29 3 3 0 0 ,0
8 4 6 8 0 ,0 19 9 9 0 0 ,0 30 1 1 0 5 0 ,0
9 8 1 0 0 ,0 20 9 5 0 0 ,0 31 4 4 0 0 ,0
10 7 1 8 0 ,0 21 5 1 0 0 ,0 32 6 1 0 0 ,0
11 9 1 0 0 ,0 22 7 0 0 0 ,0 33 7 9 5 0 ,0
REFERÊNCIAS
5- JAMES, L.D. 1972. Role of economics in píanníng flood plain íand use.
Journal o f the Hydraulics Division, American Society of Civil
Engineers. New York, v. 98, n.6, p. 981-92.
9- SIMONS, D.B. et al. 1977. Flood flows, stages and damages. Fort
Collins: Colorado State University.
10- TASK, 1962. Guide for the development of flood plain reguiation. Journal
of the Hydraulics Division. American Society of Civil Engineers. New
York, v.88, n.5, p.73-119,Sept.
HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
Robin T. Clarke
b) nas tabelas 17.2 e 17.3 são apresentadas as vazões médias mensais para os
primeiros 5 anos e para os últimos 5 anos de registro da série, para um posto
localizado num tributário do rio Uruguai, rio Lavatudo em Fazenda Mineira
(bacia de 1147 km2). Enquanto existe alguma evidência de um ciclo anual, com
média mensal tendendo para ser menor nos meses de novembro a janeiro, existe
muita variabilidade de ano para ano. O abastecimento de água que utiliza
esta vazão necessita considerar esta grande variabilidade, para evitar
racionamento no abastecimento.
Tabela 17.2. V a zio média mensal, em m3/s, para o rio Lavatudo em Fazenda
M ineira (bacia de 1147 km2). Primeiros 5 anos de registro.
Tabela 17.3. Vazio média mensal, em m3/s, para o rio Lavatudo em Fazenda
Mineira (bacia de 1147 km2). Últimos 5 anos de registro.
qt = f(i;0) f £t ([7,1)
p r i m e i r o m o m e n t o , p o r u m m o d e lo s im p le s d o tip o q t = jj. + e t, o n d e q t é a c h e ia
anual no ano t A p a rte s is te m á tic a do m o d e lo , \iy é um p a r â m e tr o ,
in d e p e n d e n te do te m p o , o te r m o a le a tó r i o et, que pode ser p o s itiv o ou
n e g a tiv o , re p re s e n ta a f lu t u a ç ã o anual com re la ç ã o ao v a lo r f ix o (i.
E v i d e n t e m e n t e q u e s e h o u v e r m u d a n ç a s n a s b a c ia s o u o u tr o s f a t o r e s , c o m o
c o n s t r u ç ã o d e b a r r a g e m q u e a lte r a a te n d ê n c i a d a s c h e ia s a o lo n g o d o r e g is tr o
de c h e ia s , não é a p r o p r ia d o c o n s id e ra r que a p a rte s is te m á tic a é um a
c o n s ta n te ; a n á li s e s e s t a t í s t i c a in d ic a r ã o se a não-estacionalidade d e s te tip o
é im p o r t a n t e .
N o c a s o d o r e g i s t r o d e v a z õ e s m é d ia s m e n s a is (q t) d o o r io L a v a tu d o ,
a p r e s e n t a d a n a s t a b e l a s 1 7 .2 e 1 7 .3 , s e r á r a z o á v e l e x p l o r a r u m m o d e lo d o tip o
A p a r t e s i s t e m á t i c a d o m o d e lo n ã o é m a is c o n s ta n te , m a s d e p e n d e d e t e
c o n té m tr ê s p a r â m e t r o s a , (3i e (32. D a m e s m a f o r m a q u e o a n te r io r , s e a
t e n d ê n c i a d a s m é d ia s m e n s a is m u d a r e m a o lo n g o d o p e r í o d o , a p a r t e s is te m á tic a
t e m q u e s e r m o d i f i c a d a p a r a le v a r e m c o n ta e s ta n o v a te n d ê n c i a . O b s e r v e q u e o
m o d e lo d a e q u a ç ã o 1 7 .2 n ã o te m e s ta c io n a l id a d e , j á q u e q t v a r i a s a z o n a lm e n t e
c o m r e í a ç ã o a u m v a l o r f ix o a . A s f u n ç õ e s d e c o s e n o e s e n o t r a d u z e m u m a
v a ria ç ã o c íc lic a s is te m á tic a , o b serv ad a na s a z o n a iid a d e do p ro c e sso
c lim á tic o .
N o s d a d o s d a t a b e l a 1 7.4 p a r a r a d ia ç ã o s o la r to ta l e e f e t i v a , o b s e r v a - s e
u m c o m p o r t a m e n t o m a is c o m p lic a d o p a r a o c o m p o n e n t e s is te m á tic o . D e n tr o d a s
h o r a s c o m c l a r i d a d e , a t c n d c n c ia é a p r o x im a d a m e n te h a r m ô n i c a , e n q u a n t o q u e
d u r a n t e a n o i t e o c o m p o n e n t e d o tip o d a e q u a ç ã o 17.1 é m a is a p r o p r ia d o .
1 7 .1 .3 M o d e l o s e s t a t í s t i c o s u s a n d o v a r i á v e i s e x p l i c a t i v a s
O s e x e m p l o s d is c u t i d o s a n te r io r m e n te u s a n d o o s d a d o s d a s t a b e l a s 17.1 a
7 ,4 u tiliz a ra m m o d e lo s e s ta tís tic o s com um c o m p o n e n te s is te m á tic o
r í a c i o n a d o c o m o te m p o t (q t). E s s e s m o d e lo s d e s c r e v e m o c o m p o r t a m e n t o e
m a v a r i á v e l e n ã o p r o c u r a m e s t a b e l e c e r o r e l a c io n a m e n to e n t r e d u a s o u m a is
a riá v e is h id ro ló g ic a s . F r e q ü e n te m e n t e é n e c e s s á r io d e fin ir e s te tip o e
r i a c i o n a m e n t o , q u a n d o is to o c o r r e o c o m p o n e n t e s is te m á tic o d o m o d e lo in c u e m
a riá v e is h id ro ló g ic a s . A s s im , p a r a e x p lo ra r o re la c io n a m e n to e n tre vazao
íé d ia m e n s a l q t e p re c ip ita ç ã o m en sal no m ês t, t - t , . . . , a f o r m a g e r a
quação 1 7 .1 6 m o d ific a d a p a ra
(1 7 .3 )
qt = f( p t,p t- l,...;0 ) + &
E x e m p l i f i c a n d o , s u p o n h a q u e q t é o e s c o a m e n to d e c h e i a d e u m ^ as
ite um pequeno in te r v a lo de te m p o t, e que p t, p t- r í—- s
666 Hidrologia
P(ai,a2,a3,..) = P(ai)j>(a2)JP(a3)„. (1 7 .6 )
energia.
Usando um modelo da forma qt = + et com uma distribuição de
probabilidade apropriada P(&) para o componente aleatório et = qt - \i, pode-
se observar que \i é a média anual das enchentes, considerando que E[et]=0.
Uma estimativa Xo da cheia anual com período de retomo T anos pode ser
obtida pelo seguinte procedimento: 1) estime por procedimentos eficientes os
parâmetros da distribuição P(.); 2) determine se a distribuição ajustada
representa adequadamente a seqüência de cheia anuais, se isto não ocorrer,
modifique para tanto; 3) quando um modelo satisfatório for identificado,
resolva a integral
00
Xo
c) Um problema que é ainda mais crítico que o descrito no item b, oconre onde
não existem registros na vizinhança do local de interesse. Um proc imento
então usado é o de reunir vários registros de enchentes de uma região e
buscar relações estatísticas entre características de enchentes (norm men ,
cheia média anual) e variáveis que descrevem as características da ama os
locais de registro. Estas variáveis explicativas podem incluir m i as
declividade do canal, percentagem de áreas cobertas por superfície e gua,
medidas do regime de precipitação e assim por diante. ti os
relacionamentos estatísticos, conhecidas as variáveis explicativas para
Hidrologia
670
0 Modelos de formulação geral (equação 17.1) podem ser uSa. ° S para obter a
previsão a curto prazo de níveis de enchentes, os quais venficar se
os avisos de cheias são necessários. Previsão são estimatívaS d° escoa™enío
que ainda não chegaram a seção de saída, resultante PreciPltaÇã°
ocorrida. O tempo de antecedência para o qual a previsã^ pode ser obtida d
limitado pelas características de resposta da bacia m o ^ lada* ^ a Prática*
podem ser necessárias previsões de precipitações que aind3 cairam•
Um importante aspecto dos modelos estatísticos na pr£vlSa° de encdentes
é a possibilidade de obter-se intervalos de previsões P ^ a estimativa de
Hidrologia Estatística 671
yt = \x + et (17.7)
Para fixar idéias, suponha que yi, y2, ...yN são vazões máximas (para
cheias anuais) observadas numa seqüência de anos. Os dados do rio Itajaí em
Apiuna (tabela 17.1) são dados típicos desta função. A simplificação de
independência é válida, e não existe necessidade para a seqüência ser
contínua, ou seja a ordem das observações não é importante. Se, contudo, for
necessário em alguma fase do estudo verificar se a resposta da bacia tendeu a
mudar ao longo do registro, talvez como conseqüência do uso da terra, então a
ordem na qual as observações ocorreram será crítica para a análise
estatística.
Considere que a distribuição de probabilidade, comum a todos os yt, é
f(y;Q), onde 9 é um vetor contendo um pequeno número de parâmetros,
normalmente dois ou tres. A quantidade jj. da equação (17.7) será função de 9
Hidrologia Estatística 673
00
assumindo que yi, y2, ... yN é uma amostra aleatória de uma população
infinita. Conhecida as observações yt, a função de verossimilhança
L(0;yi,...yN) é definida por
N
U9;yi,...yN) - \\ f(y ;e) (17.10)
t= i
N
/(0) = £ log f(yt;9) (17.11)
t= i
5/ dlogL 1 5L
---- = ----------- = ------------= 0 (17.12)
50 50 L 50
Estas equações em geral não têm solução explícita para 0 (a solução não
pode ser encontrada na forma q igual a uma expressão contendo somente os
valores observados de yt). Como conseqüência será necessário resolver as
equações iterativamente; alguns exemplos são apresentados a seguir. Quando o
vetor de parâmetros 0 têmapenas dois ou três elementos, é recomendável píotar
as superfícies L(8) ou /(0) por métodos que são demonstrados abaixo.
dl
= O resulta em — ) Qog yt - p,)2 = 0
ãíi a2 L
a/ N 1 r
= 0 resulta em - - + — ) (log - ^)2 = 0
ôa a
« f
a3
-5 fc-*
|i = £ (log yt)/N
a “ = Z (log yt - A r / N .
a 2 - n * A \2 / vr
ao = E (log yt - |i{)) /N
1
/(A0.ô02>ao)= -Nlog ò0 - Nlog(2rc)/2 -Zlog y * - I(l°g y t* - Ao)2 (17-15)
9,0-
8 ,0 -
O
CJ»
o
7,0
a o d o o
a logL
0 8,594
a logL
50,00 4,437
a logL
100,0 -0,4701
a logL
150,0 -6,628
a logL
200,0 -15,56
yo
1
exp — [log y - (1]2 dy = 1 - T-1 (17.16)
A
o 2Ô1
Portanto, (log Y0- jl)/â = 2,32, log Y0=2,32 x 0,5+ 7,27, e o valor de Y0 é
' CO
s (y - n)2 f(y; e j.e ^ dy (17.18)
-0 0
00
A solução é
a io g r ( K ) . ____
log K --------------- = log y - log y (17.22)
ÕK
(17.24)
/(u,a)= -N log a - a E(yr u) - Iexp[-a(yt-u)]
682 Hidrologia
Xexp[-a(yt-u)] = N (17.25)
e
N /a - I(y t-u) + I(y t-u)exp [-a(yr u)] = 0 (17.26)
Estas equações não têm solução explícita, mas podem ser resolvidas pelo
método de Newton-Raphson, utilizando a solução dos métodos dos momentos como
primeira estimativa. Nota-se que a primeira equação não envolve o parâmetro
A
a. Obtida a solução de a por esta equação, podemos substituí-la em (17.28)
para obter a estimativa de u.
Al tem ativamente, pode-se resolver as duas equações diretamente pcJo
método de Newton-Raphson. Considerando as estimativas de u,a obtidas pelo
método de momentos como uo e Oo, estes valores podem-se alterar para uo+Au e
Cto+Aa, onde Au e Aa são soluções das duas equações lineares seguintes:
al l Au + ai2 Aa = bl (17.29)
a21Au + a22Aa = b2 (17.30)
onde = -a 2 Z; a12 = a21 = N - Z + a W; a22 = -N/a2 - V; bj = -Na + a Z ;
b2 = -N/a + I(y t-u) - W; Z = Xexp [-a (yt-u)]; W = X(yt-u)exp [-a(yt-u)]; e
V = X(yt-u)2exp[-a(yt-u)];
Exemplo 17.1. Ajuste a distribuição Gumbel aos dados de vazão máxima do posto
de Ibirama no rio Itajaí-Açu.
783,7 = u +0,577/a
193060 = n2 /(6 a2)
Hidrologia Estatística 683
F(y; u, a ) = 1 - lfT
yT = u - (1/oc) ln [ -ln (M /T)]
2400-
observados
1600-
O oo o
o o ooo
ÔOO-I oo a
Quantis
oo o
OO
O O OO O
Àk + a12 Aa =
resultados, onde se observa um valor estranho para o ano de 1983, que foi de
31.8 m3/s.
Como foi mencionado anteriormente, é uma boa prática plotar a função de
A A
verossimilhança na vizinhança do seu máximo k== 1,72591 e a = 8,99319. Na
figura 17.5 são apresentadas as curvas nessa vizinhança, observando-se também
uma função elíptica.
var 9 = - E [ 9^ ] * (17.35)
24.-
9
observados
O
16-
O
oo
oo
o
oo
oo
Quantis
0.-H o o
o 0o
oo
9 9
O
9 O
0 o
-----------r 1—
12. 16 24. 30. 36.
0 6 .
Quantis calculados
usados para descrever as características de, por exemplo, cheias anuais, não
são mais do que aproximações; estaremos-nos iludindo se acreditarmos que
cheias na natureza necessariamente seguem a distribuição log-normal, gamma,
gumbel, ou qualquer outra distribuição.
Com a ajuda de análises estatísticas cuidadosas, contudo, tem-se
condições de rejeitar aqueles modelos estatísticos que não são consistentes
com os dados e concluir que um, ou vários modelos remanescentes servem
igualmente bem. Se vários modelos são bons, a decisão da escolha entre eles
deve ser realizada com base em outros elementos além da estatística. Para
qualquer modelo adotado será desejável obter os limites de confiança para
seus parâmetros. Os limites de confiança aproximados podem ser obtidos usando
os termos da diagonal dado pelo lado direito da relação (17.35). Usando o
A
fato de que cada componente do vetor 0 é distribuído aproximadamente segundo
a normal, o intervalo de confiança aproximado de 95% para o componente 01 de
A A A
0 são dados por 01 ± 1,96 vvar 0i, var 01 sendo dado pelo primeiro elemento
A
na diagonal principal da matriz var0. Limites de confiança para 99% e 99,9%
são calculados usando os desvios da normal 2,58 e 3,29 em substituição de
1,96.
Limites de confiança aproximados assim calculados são apropriados quando
um parâmetro é considerado individualmente; se os limites de confiança são
calculados para todos os p parâmetros do vetor 0íT as p condições de
confiança não serão simultaneamente verdadeiras. Quando as condições de
confiança são necessárias para todos os parâmetros simultaneamente é
necessário usar a região de confiança conjunta que, com N grande, 6
apresentada pela teoria estatística como sendo
X 0 A
G = f f(x;0) dx - P = 0 (17.37)
- 03
onde, para uma cheia de T anos, P= 1/T.
Um método direto de calcular o limite de confiança aproximado de 95%
para Xo é peio uso da aproximação da distribuição normal Xo ± 2 /(varXo),
onde varXo pode ser calculada com a ajuda da variância e convariância da
equação var 0 = [-E (52//d0jô0j)]'1. Considerando que Xo é função de 01,
02,... pode-se escrever, quando N é grande, que
X
õG/õBi = J °df/dQi dx (17,39)
é *
vanáveís explicativas para predizer y: combinação das estimativas de P e a e
dadas por diferentes conjuntos de dados.
c = a qP + e
ln c = a* + p* (ln q) + e
Pressupomos o modelo
yt = xtTP + e, (17.44)
XT(y - X jj) = 0
dando
2 2 2 T at T
yj +y2 +...+yN =y y - é dividida em dois componentes, JJ X y e a diferença
R(P). Textos estatísticos (veja, por exemplo, Draper e Smith, 1966) mostram:
T
c) em qual caso, a relação dessas duas quantidades, [pX y/p] dividida
por [R(P)/(N-p)], é distribuída como uma razão de variâncias, ou
estatística F, com p e N-p graus de liberdade. Existem tabelas para essa
estatística, porém os seus quantis podem ser facilmente calculados por
GENSTAT, ou por outros pacotes computacionais.
Yt = Po + ^
yt = P0 + Pi v + Et-
e depois, talvez, uma segunda variável explicativa x2, de modo que o modelo
agora seja
yt = Po + h + ?2 x2 + ^
e assim por diante. Usando a equação (17.49), cada modelo ajustado dará um
novo valor de R(P) que se tomará menor a cada novo parâmetro ajustado. De
*
fato, se fôssemos ajustar N parâmetros, R((5) seria zero, já que apenas temos
696 H id r o lo g ia
1 pV y
Po
N-l R(Po)
2 pV y
Po> Pi
N-2 R(Po.Pi)
3 pV y
Po» Pl» P2
N-3 RtP0.P1.P2)
k+1 pV y
Po* -P k
N-k+1 R(Po- 4 )
N yTy
Ajuste de Pj 1 R(Po)-R( M i )
Ajuste de p2 em 1 R(P0.Pi)-R(P0.Pi>P2)
além de Pj
Ajuste de P3 em 1 R(P0.P1.P2)'R(P0.P1’P2.P3)
além de
Ajuste de P R(P0)-R(P0,P1,...pp)
Ajuste de P ^ . - P ^ q R(Po,Pi.-Pp)-R(Po.P,....Pm )
apds ajustar Pi,...pp
Erro N-p-q ^(Po3i»-Pp+q)
Total N-l yTy - Ny2
Total N-l s
yy
considerável da variação em y.
Para testar se a variável Apiuna é útil para predizer valores da
variável Ibirama (ou, mais formalmente, testar a hipótese nula Pj=0)
comparamos a razão de variância com os valores tabulados da estatística da
relação de variância com 1 e 45 graus de liberdade. O quantil de 95% da
distribuição de razão de variância é F=4,057. Os quantis de 99% e 99,9% são
encontrados como sendo, respectivamente, 7,234 e 12,39; como a relação de
variancia calculada de 185,81 está bem acima da parte superior da cauda da
distribuição que seria apropriada se fosse verdadeira a hipótese nula,
rejeitamos essa hipótese, concluindo (conforme é óbvio do traçado na Figura
17.6) que a seqüência de cheias de Apiuna é extremamente útil para predizer
cheias anuais que faltam em Ibirama. Na tabela 17.12, Percentagem de
variância explicada é possível observar que a regressão linear simples
E[y]=Po+Pix tinha R(Po.Pi) igual a (100-80,1) = 19.9% da soma total de
Quadrados 196204, de modo que a regressão foi responsável por uma parte
considerável da variação em y.
2400-
^ 1600-
I BIR AMA
9 0 0
600- • o
0 9*
O-
900 1600 2400 J200 4000 4800
APIUNA m 3/ s
(ou, cheia anual estimada em Ibirama = 12,5 + 0.4775 * cheia anual observada
em Apiuna). Também são apresentados os enos padrão do (30 e j3x, a partir dos
quais, caso necessário, podem ser calculados intervalos de confiança para |30
e p1( como 12.5 ± t x 63,8 e 0,4775 ± t x 0,035, onde t é o valor do t
estatístico com 45 graus de liberdade, lido a partir de tabelas. Para uma
probabilidade de 0,05 nas duas caudas da sua distribuição o valor de t é
2,014; onde os limites de confiança de 95% para p0 e P2 são 12.5 ± 2,014 x
63.8 e 0.4775 ± 2,014 x 0,035, ou (-116,0; 141,0) e (0,407; 0,548),
respectivamente. Observamos que os limites de confiança para P0 incluem o
valor zero, que é pelo menos consistente com a realidade.
17 -2,73
50 2,31
50 0,250
51 0,248
REFERÊNCIAS
18.1 Introdução
N
S0 + Z q, = N . X + SN ( 18 . 1)
t=l
N
l <k= N .X
t=i
X = E q,/N (18.2)
t=i
S(t) = So + ^q i - t X (18.3)
i=l
na qual E’(t) seria a evaporação descontada pela chuva. A divisão por 1000
serve para compatibilizar unidades, resultando em valores de E’(t) em Hm3.
A área do espelho líquido é calculada em função do volume armazenado no
reservatório, através de uma função que pode apresentar, entre outras
possíveis, uma estrutura polinomial da forma :
708
Hidrologia
N Í V E L MÁXIMO
Tabela 18.7. Relação capacidade versus demanda para atendimento de 60% nos
3anos, 80% nos 5 anos e 90% nos 10 anos mais críticos - açude de Araras
1913/1962.
Capacidade Demanda Percentuais Demanda Percentuais
suprida suprimento suprida suprimento
Hm3 (Hm3/mês) 5,10,20 anos (Hm3/mês) 5,10,20 anos
* * ** **
Tabela 18.8. Relação capacidade versus demanda para atendimento de 60% nos
anos, 80% nos 5 anos e 90% nos 10 anos mais críticos - Reservatório de
Araguainha - 1968/1985.
1---------------
jCapacidade Demanda Percentuais de Demanda Percentuais de
suprida suprimento em suprida suprimento em
. Hm3 HnvVmês 5, 10, 20 anos Hm^/mês 5,10,20 anos
4500 75 73,80,90 79 61, 95,-
4000 71 73,81,90 77 61, 96,-
3500 67 72,81,91 75 60, 89,-
3000 64 73,80,90 69 62, 91,-
2500 60 73,80,90 65 60, 92,-
2000 55 70,81,91 60 62, 97,-
1500 50 66,82,91 52 60,100,-
1000 44 66,80,90 45 62,100,-
500 37 69,82,91 40 60, 99,-
250 33 69,81,91 36 60, 99,-
125 29 70,80,90 33 60, 94,-
* com sobreposição
** sem sobreposição
T = (N + 1) / m (18.7)
1 0 0 0 0 0
50 203 203 20,5 203 203
100 329,1 328,6 3283 3283 3283
150 10273 9393 9353 935,1 935,1
200 19983 1985,1 1882,9 1840,6 1838,6
250 27223 2722,0 2705,7 2395,7 2294,6
300 3708,0 3708,0 3708,0 3708,0 3708,0
350 6476,9 6476,8 6476,8 6476,8 6476,8
400 7249,0 7248,4 72473 72473 72463
450 101753 101753 98823 9658,4 96573
500 15613,7 156073 15568,7 15216,6 148053
450 16862,7 16861,0 16858,8 168563 16853,0
600 185173 185173 185173 185173 185173
Tabela 18.14. Relação suprimento versus capacidade de regularização
diferentes riscos, açude de Araras.
PROBLEMAS
19.1 Introdução
cidade (C)
Transporte
hidráulico(C)
Consuntivos (C): referem-se aos usos que retiram a água de sua fonte natural
diminuindo suas disponibilidades, espacial e temporalmente.
Local (L): refere-se aos usos que aproveitam a disponibilidade de água em sua
fonte sem qualquer modificação relevante, temporal ou espacial, de sua
disponibilidade.
Exemplo 19.4. Suponha que um sistema seja composto por um reservatório que
adequa o padrão temporal da disponibilidade com o padrão temporal da demanda
hidnca para a geração de energia elétrica, um uso não-consuntivo. Caso se
pretenda incluir o atendimento ao abastecimento agrícola o padrão temporal da
demanda agrícola deverá ser sintonizado com o da demanda de energia elétrica,
hm outras palavras, a demanda de energia em qualquer instante deve exigir um
turbinamento de água cujo volume seja pelo menos igual à demanda agrícola. Na
situaçao em que isso não ocorra, o atendimento ao abastecimento agrícola
poderá ser feito apenas de forma parcial.
19.5 Definições
2 - "A unidade básica de gestão dos recursos hídricos deve ser a bacia
hidrográfica."
A bacia hidrográfica, através da rede de drenagem fluvial, integra
grande parte das relações causa-efeito que devem ser tratadas na gestão.
Embora existam outras unidades político-administrativas a serem consideradas,
como o municípios, Estados, regiões e países, estas unidades não apresentam
necessariamente o caráter integrador da bacia hidrográfica, o que tomaria a
gestão parcial e ineficiente caso fossem adotadas.
7. "A crescente utilização dos recursos hídricos bem como a unidade destes em
cada bacia hidrográfica acentuam a incompatibilidade da gestão das águas com
sua propriedade privada."
Alguns recursos ambientais como o solo podem ser geridos com razoável
eficiência através da admissão da propriedade privada. Isto decorre de que a
maioria das conseqüências de uma boa ou má gestão, como por exemplo o grau e
fertilidade e de erosão decorrentes do manejo agrícola, é espacialmente
limitada, atingindo via de regra a própria área onde se verifica, ou seja, a
propriedade agrícola. As perdas de fertilidade e de solo têm ocorrido, em
certas regiões de forma preocupante, mas os proprietários tendem a reagir
adequadamente às campanhas de conservação, pois os prejuízos decorrentes de
não fazê-lo serão sofridos na sua maior parte por eles mesmos. Isto sigm.ica
que os efeitos colaterais ou, como foi previamente definido, as
extemalidades negativas, são pequenas. Já no caso dos recursos hidncos o
mesmo não ocoitc pelo fato de ser um recurso fluido e móvel. A poluição de um
rio é um exemplo que mostra que nem sempre o seu causador é o que sofre su
conseqüências. . .
Existem certas correntes que argumentam que se a água fosse propn
privada este problema de poluição não ocorrería. O proprietário ao cons
a poluição podería exigir aos seus causadores ressarcimento dos prejuízos. »
750 Hidrologia
entanto existem enormes dificuldades para que esta tarefa seja realizada
devidamente. Inicialmente, para a constatação da poluição que somente pode
ser realizada visualmente quando atinge níveis elevados. Depois para se
quantificá-la, a não ser usando-se de amostragem freqüente e exames
laboratoriais caros e inacessíveis a grande parte da população. Em seguida, o
problema da identificação dos poluidores, tarefa que exige uma fiscalização
permanente, incompatível de ser assumida por uma parte privada. Finalmente a
questão de responsabilização legal, que gera contenciosos que se arrastam por
vários anos, com custos inacessíveis. Ocorre neste caso dificuldades
insuperáveis de negociação e de responsabilidade legal entre as partes
envolvidas, devido às dificuldades de identificação do problema e de seus
causadores, e aos grandes custos e tempo necessários para o acerto entre as
partes. Diante disto, há uma tendência mundial em estabelecer a água como bem
publico, de propriedade do Estado (União e suas divisões). Isto no Brasil é
objeto de dispositivo constitucional, como será visto adiante.
11 - "Na definição de uma política de gestão das águas devem participar todas
entidades com intervenção nos problemas da água. Todavia, a responsabilidade
pela execução desta política deve competir a um único órgão que coordene, a
todos os níveis, a atuação daquelas entidades em relação aos problemas da
água." _ . . ,
Sendo múltiplos os usos da água diversas entidades deverão participar de
sua gestão. A articulação e harmonização dos diferentes interesses deve ser
da responsabilidade de um organismo único, viabilizando a necessária
coordenação, em todos os níveis de decisão existentes. Este organismo tem
sido projetado na forma de Conselhos Nacionais ou Estaduais de Recursos
Hídricos, que reúnem representantes de ministérios e secretarias estaduais
relacionados com a água e seus usuános. Maiores detalhes sobre este tipo de
desenho institucional serão apresentados no item que trata de sistemas de
gerenciamento dos recursos hídricos.
Aeroportos
t r a n sp o r t e Transporte Aerovias
Aéreo Empresas Aéreas
Irrigação
Elementos comparáveis ao acima
ap resen tad o s
SAÚDE
EDUCAÇÃO
OUTROS SETORES
Gestão dos recursos hídricos 753
Projeto básico: É a fase em que uma obra ou medida não-estrutural, tal como
foi concebida no inventário ou estudo de viabilidade, é detalhada e orçada.
Isto deverá permitir a elaboração de documentos de licitação da construção da
obra e de fornecimento de equipamentos e sua montagem, ou de contratação de
serviços diversos. É a fase em que deverão ser preparados os Relatórios de
Impacto no Meio Ambiente (RIMA).
19 j . 8 Vantagens do planejamento.
A questão que fica após todas estas considerações é sobre que vantagens
podem ser esperadas de uma atividade racional de planejamento ? A resposta
que se pode dar é que existem diversas iniciativas de intervenção econômica
em uma sociedade em desenvolvimento. Estas iniciativas podem ser muitas vezes
conflitantes ou complementares. São conflitantes quando concorrem pela
utilização dos mesmos recursos e são complementares quando uma gera recursos
para a outra. A articulação destas iniciativas é, portanto, importante como
forma de tomá-las mais eficientes. O planejamento age como um instrumento de
760
Hidrologia
Gerenciamento dos usos setoriais da água (GERUSA) : trata das medidas que
visam ao atendimento de demandas setoriais de uso de água. Este gerenciamento
e levado a efeito através de planejamentos setoriais e ações de instituições
publicas e privadas ligadas a cada uso específico dos recursos hídricos :
a astecimento público e industrial, esgotamento sanitário, irrigação
navegação, geração de energia, recreação, etc. Idealmente, estes
p anejamentos setoriais deverão ser compatibilizados entre si no âmbito de
Cada bacia hidrográfica e com o planejamento global do uso dos recursos
Gestão dos recursos hídricos 763
global dos recursos hídricos, hoje em dia, não pode resultar de mera
agregação das pretensões, demandas e planos de usuários setoriais. É preciso
que haja uma compatibilização e um rateio através de cotas (outorga do
direito do uso) e/ou tanfas (cobrança pelo uso) estabelecidas pelo poder
público, a fim de que o uso global das águas implique o máximo de benefícios
para a sociedade. Existem vantagens em centralizar-se o poder de outorga do
uso da água em entidade unica, na forma de um Departamento de Recursos
Hisricos, por exemplo, devido às dificuldades operacionais que um desenho
institucional com vários órgãos de outorga poderíam causar. Esta função
atende ao princípio 10 de gestão, previamente discutido.
pro blem a s
11- Suponha que você faça parte de um grupo de pessoas preocupadas com os
P lemas de recursos hídricos de uma bacia hidrográfica. Diante disso, o
grupo resolve criar um Comitê de Bacia Hidrográfica. Quem vocês convidariam
í r , Í 5artlC,par d° Comitê 7 Rascunhe um Regimento para o mesmo. Que
tratéípas você proporia para implantar o Comitê ? Que estudos você
in T n n Y erem Patrocinados Pe'0 Comitê para ser formada uma base de
qU£ Pf rmira a 101113(13 de decisões racionais no gerenciamento dos
recursos hídricos da bacia ?
767
Gestão dos recursos hídricos
REFERÊNCIAS
12- WRC.1970. Standards for Planning Water and Land Resources. United States
Water Resources Council.
Literatura consultada
2a
( 20. 1)
Pc
Va
dh
Q = - Kmb ( — ) (20.5)
Kmb
Q = — (b^ - h2) (20.6)
L
Qx
h = h , ------ O s x iL (20.7)
Kmb
dh (20.8)
Q = - Kbh ( — )
dx
774
Hidrologia
A equação 20.10 mostra que a linha de água tem uma forma parabólica.
A descarga Q neste caso pode ser encontrada através dos resultados dos
dois casos anteriores. No entanto, a distância R ao ponto onde o escoamento
toma-se livre deve ser determinada. No intervalo 0 í i í R, o escoamento é
confinado e a equação (20.6) pode ser usada para calcular a descarga Qj,
nessa parte do aqüífero:
Kmb x
Qj = ------ (hj - m) (20.11)
R
Kb 2 ,
Q2 ---------- (m - hp (2 0 .1 2 )
2 2(L-R)
2 m L (hj - m)
R = --------------------- (20.13)
2
m (2hj - m) - h2
Resolvendo-se para Q:
K b 2
q - — (2 h, m - m (20.14)
2 L
Qx
h = h| - 0 s x s R ( 2 0 .1 5 )
K m b
h = « m2. L Q ( í . R ,l '« R í x í L ( 2 0 .1 6 )
K b
Qs * Qc + w &0 (20.17)
dQ
— = W b (20.18)
dx
777
Drenagem de águas subterrâneas
x. (20.19)
Q = Wb x + C x
W b x dx + Cj dx = - K b h dh (20.20,
W b x2 ~ K b h' (20.21)
------ + Cj x + Oi -
Wb Kb , ,
(2022)
“ ~2 (2X ‘ L) + 2 L ^ ^
Conhecendo-se Cx e Cj, a equação 2021 pode ser usada para resolver pela
altura piezométrica, h.
2 j 2. X W X
1/2
h = hx - (hx - h^ — + — (L - x) (2023)
Exemplo 20.1.: Dois drenos a céu aberto separados por uma distância de 12
metros, têm seus respectivos níveis de água a 6,1 m e 1,5 m acima de um
estrato impermeável de referência. Estime a posição da linha de água entre os
drenos, para o aqüífero homogêneo cora condutividade hidráulica 0,5 m/dia e
recarga constante de 02 m/dia.
s(r,0) = 0
s(oo,t) = 0
lim r Ü = . _ ? (20.25)
r-»o ôr 2nT
A te r c e ir a c o n d iç ã o e x p re s s a o fa to d o p o ç o s e r tra ta d o c o m o u m s u m id o u
ro . A s c o n d i ç õ e s i m p l i c a m n u m s a lto b r u s c o d a d e s c a r g a , d e z e r o a Q n o t e m p o
t = 0. .
As condições sob as quais a equação 20.24 e as condições 20.25 foram
derivadas, são satisfeitas para o aqüífero confmado com espessura constante.
A utilização em aqüíferos livres restringe-se a situações nas quais: 1) as
componentes verticais do fluxo são desprezíveis, e 2) a variação de
armazenamento por expansão da água e por compressão do aqüífero são pequenas
em relação à drenagem gravitacional dos poros. Na prática, nenhuma dessas
condições é satisfeita plenamente na vizinhança do poço, principalmente
depois de uma brusca mudança na descarga de bombeamento.
A solução da equação do fluxo radial transitório, juntamente com as
condições iniciais e de contorno, pode ser feita utilizando-se a variável de
Boltzman, u = r2/4at. Essa variável permite a transformação da equação de
Boussinesq na seguinte equação diferencial ordinária:
d^s 1 ds
— + (! + - ) - = 0 (20.26)
du2 u du
s(oo) - 0
ds Q
lim u — = --------- (20.27)
r-»0 du 4 7C T
ds
u — = Ci exp (-u) (20.28)
du
00
S=
v r exp (-x)
=
4 7t T J
£ ] dx (20.29)
u
Q
s = W(u)
4 n T (20.30)
Já que Uj < 0,01 a equação 2032 pode ser usada para calcular o
Q L
K - —— (20.33)
hoA
a L h0
K = — ln ( — ) (20.34)
Aí llj
Testes de aqüífero
A partir daí. 'pode-se fazer medições a cada meia hora, até o teste atingir 2
horas. Medições horárias são necessárias entre 5 e 12 horas de bombeamento. A
partir de 12 horas, o intervalo de medição pode ser aumentado para várias
horas. A plotagem adequada em papel semilogarítmico do rebaixamento, em
função do tempo, ajuda na escolha dos tempos ótimos de leitura. Um
procedimento semelhante é usado para prever os tempos adequados nos poços de
observação mais afastados. -
A duração do teste, depende do uso e da precisão desejada para os dados.
Geralmente as melhores estimativas das propriedades dos aqüíferos são obtidas
por testes com mais de 24 horas de duração. Isto é particularmente verdadeiro
para aqüíferos livres pela influência da drenagem vertical na porosidade
aparente; às vezes, são conduzidos testes por mais de 72 horas. Uma boa
prática consiste em continuar as medições após o término do teste, pois os
rebaixamentos observados na recuperação do aqüífero, são também utilizados
para estimar as propriedades hidrogeológicas do aqüífero.
Solução de Theis
T = 2 2 2 ° s = 1 1 1 -1 (20-35)
4 71 s I2
786 Hidrologia
W(u) = 1 ,0 u = 0,1
S = 0,183 r2/t = 6 2
Solução de Jacob
2,303 Q r 2,246 a ^
s(r,t) = --------- *{ log t + lo g (-------- )V (20.36)
4 n T ^ xi J
2,303 Q
T ----------- (20.37)
4n As
788 Hidrologia
2,246 T tg
S = ------------ (20.38)
r2
Assim, pontos com tempos inferiores a 21 minutos não devem ser incluídos
na determinação da linha reta.
Q r2 r2
s(r,t) = ~ J W[-----J - W[---------- n 1> b (20.39)
4 kT 4aT 4a(t-t2)
Q t
s(r,t) = ------ In ^ - — - }• t > í- (20.40)
4 n T
2,303 Q
T = -------- (20.41)
4n As
s(m) 1,060 0,930 0,845 0,755 0,700 0,590 0,521 0,451 0,384
t(min) 451,0 455,0 459,0 464,0 469,0 479,0 489,0 499,0 514,0
t/t-t2 56,38 37,92 28,69 22,10 18,04 13,30 10,63 8,91 124
Drenagem de águas subterrâneas 791
l/X l/m i.) 0,8 0,75 0.68 042 0,46 0,44 0,4^ o ií 033 0 J0
» mais « A “ v= 0t r r 2 r ” “ S “ “ é d°
correspondente ao tempo infmito F 3 ongem’ 1ue d o tempo
(por exemplo s = 63 e 1/t = 0 6) e nsand^ ° Um 1301110 qUalquer sobrc a rcr-»
da transmissividade 3 m m d o 3 equa?5° 20-42- estima-se o valor
(20.43)
(20.44)
2 2
ô 4> S <> -
(20.45)
dx2 dy2
qy dx - qx dy = 0
(20.46)
âú
á'ôi = — dx + — dy = 0
dx dy (20.47)
50
qy = (20.48)
dx
dy
(20.51)
d<(>
Z = " q* (20.52)
~ - qx x + constante (20.53)
ú - J- qx dy = - qx y (20.55)
d2ò 1 dij>
—- + -------- = 0 (20.56)
dr2 r &
dd>* dr (20.57)
— + - - 0
V r
(20.59)
<t> = ln (r) + C2
2 n m
a* 1 atf
^ 5r r de (20.60)
f
tf _ j r _ de + constante (20.61)
tf = © + constante
2 7i m (20.62)
p - >*»■**•
b, ^Q ^ r ) + hp
(20.65)
lugares d i f e r e » . Nessa
z z S : ; : ,o e a -
T = In ( - )
2 ti (h 2- h j) (20.64)
D r e n a g e m d e ág u a s subterrâneas 799
#•
Q
s In ( - ) (20.65)
2 TC T r
onde:
Exemplo 20.7. Um poço vai ser construído a uma distancia de 100 m de um rio
que abastece um aqüífero livre. Sabendo-se que o raio do poço é 0,3 m e a
condutividade hidráulica do aqüífero é 10 m/dia, encontre a descarga do poço,
quando os níveis do poço e do rio encontram-se a alturas de 3 m e 15 m,
respectivamente, acima de um datum.
Q Q
f
PROBLEMAS
uma distância de 1000 m. Foi encontrada uma diferença de 3 //s que pode ser
atribuída ao aqüífero. Estime a conduávidade hidráulica.
3 Um ooco é bombeado por um tempo muito longo e a uma taxa de 0,074 m3/s de
L a u f e r o confinado, f diferença de elevação da superfície P -o m é tn c a em
dois piezômetros localizados a distâncias de 6 m e 46 m do poço é 1,42 .
Calcule a transmissividade do aqüífero.
fr o n t e ir a
T 7 7 7 ’~r7~r T / s y T T 7 7 ~ 7 7 7 -7 7 7 7 .
im perm eóvei
Figura do problema 4
802
Hidrologia
terreno
100 m
90 m
80 m
70 m
60 m
zero
Figura do problema 7
10- Dois drenos a céu aberto separados por uma distância de 12 metros, têm
seus respectivos níveis de água a 6,1 m e 14 m acima de um estrato
impermeável de referência. Estime a posição da linha de água entre os drenos,
a cada 3 metros de comprimento. Considere um aqüífero homogêneo com
condutividade hidráulica de 0,5 m/dia.
12- Considere o aqüífero homogêneo do problema 10, porém com uma taxa de
recarga constante de 0,2 m/dia.
13- Considere o aquífero heterogêneo do problema 11, porém com uma recarga
constante de 0,2 m/dia. Compare os resultados com os do problema 11.
14- Considere o aqüífero homogêneo do problema 10, porém com um pequeno poço
localizado no meio do caminho entre os dois drenos. Escontre a linha de água
entre os drenos, sabendo que a vazão do poço é 1,0 m3/dia. Foi a vazão do
poço suficientemente grande para abaixar a linha d água?.
6- TO DD, D. K. 1959. Ground water hydrology. New York: John Wiley, 336p.
/ - WALTON,W.C.
Híll, 664p.
1970.Groundwaterresourceevaluation.NewYork- McGraw-
Capítulo 21
DRENAGEM URBANA
21.1 Conceitos
construção * £ £ £
ir:? 545/ “
f - S S £ £ *
C o n s e q ü ê n c ia s d o c o m p o r ta m e n to p o lític o e a d m in is tr a tiv o : a) o c re s c im e n to
a c e le ra d o a c irra a d is p u ta por re c u rso s e n tre os d iv e rs o s s e to r e s da
a d m i n i s t r a ç ã o u r b a n a e f a z p r e v a l e c e r a t e n d ê n c i a d e a t u a r c o iT e tiv a m e n te e m
p o n to s is o la d o s : b) m e d id a s p a ra d is c ip lin a r a ocupação do s o lo são
d ific u lta d a s por c o n flito s de in te r e s s e s e c) p o lític a s de m é d io e lo n g o
p r a z o s s ã o i n v a r i a v e l m e n t e r e le g a d a s a s e g u n d o p la n o .
O i m p a c t o d a u r b a n i z a ç ã o te n d e a a u m e n t a r a n e c e s s i d a d e d e a m p l i a r a
c a p a c i d a d e d o s c o n d u to s c o m c o n s e q u e n te a u m e n t o d e c u s to . N o r m a l m e n t e e s te
p ro c e sso e v o lu i a p a rtir das pequenas á re a s d e n tr o de um c o n te x to de
a p ro v a ç ã o de lo t e a m e n t o s . A d re n a g e m s e c u n d á r ia , que são os p rin c ip a is
c o n d u t o s p l u v i a i s s ã o s o b r e c a r r e g a d a s p e lo a u m e n t o d o f l u x o , m a s o s im p a c to s
m a io r e s o c o r r e m s o b r e a m a c r o d r e n a g e m .
A o c u p a ç ã o d a b a c i a h i d r o g r á f i c a te n d e a o c o r r e r n o s e n t i d o d e j u s a n t e
p a r a m o n t a n t e , d e v i d o à s c a r a c t e r í s t i c a s d o r e le v o . Q u a n d o o p o d e r p ú b l i c o n ã o
c o n tr o la a u r b a n iz a ç ã o in d is c ip lin a d a d as c a b e c e ira s da b a c ia o u n ã o a m p lia a
c a p a c id a d e d c m a c r o d r e n a g e m , a fre q ü ê n c ia d a s e n c h e n te s a u m e n ta s íg n ifíc a ti-
v a m e n te , p ro v o c a n d o a d e s v a lo riz a ç ã o d e p ro p rie d a d e s e p re ju íz o s p e rió d ic o s .
N e s s e p r o c e s s o , a p o p u l a ç ã o lo c a l i z a d a a j u s a n t e , s o f r e as p io re s c o n s e q ü c n c i-
a s. c m r a z ã o d a o c u p a ç ã o a m o n ta n te .
A s q u e s tõ e s b á s ic a s n e s te c a s o sã o : a) o s c u s to s d e a m p lia ç ã o d a m acro
d r e n a g e m d e v e m s e r p a g o s p o r to d a a c o m u n i d a d e ? ; b ) s e r á f a c tív e l i m p e d i r a
o c u p a ç ã o d e s s a s á r e a s ? A s p r e s s õ e s p a r a o c u p a ç ã o d o e s p a ç o u r b a n o e a s in v a
s õ e s to r n a m d i f í c i l e s s e c o n t r o l e . P o r ta n t o , d e n t r o d a r e a l i d a d e b r a s i l e i r a e s s a s
q u e s t õ e s n ã o p a r e c e m te r r e s p o s t a s , j á q u e d i f i c i l m e n t e s e r á p o s s í v e l i m p e d i r o
l o t e a m e n t o o u o c u p a ç ã o d e á r e a s v a z ia s , s e o p o d e r p ú b l i c o n ã o d e s a p r o p r i á - l a s
c o c u p á -la s d c fo rm a a d e q u a d a .
A re s p o s ta té c n ic a a e ss e p ro c e s s o é o d is c ip lin a m e n to d a o c u p a ç ã o u r
b a n a a tra v é s d e u m a d e n s ific a ç ã o c o m p a tív e l c o m o s ris c o s d e in u n d a ç ã o .
P a ra ta n to , é n e c e s s á r ia a q u a n tific a ç ã o d o im p a c to d a s d if e r e n te s c o n d iç õ e s
d e u r b a n iz a ç ã o s o b r e o e s c o a m e n to . N o p la n e ja m e n to d o e s p a ç o , e x is te m v á ria s
m e d id a s d e c o n tr o le q u e p o d e m s e r a d o ta d a s , a n te s q u e o e s p a ç o s e ja o c u
p a d o , p a r a m in im iz a r a s e n c h e n te s . A lg u m a s d e s s a s m e d id a s s ã o o u s o d e
p e q u e n o s re s e r v a tó r io s e m p a rq u e s e o c o n tro le s o b re a im p e rm e a b iliz a ç ã o
d o s lo te s , r u a s e p a s s e io s . E s s e tip o d e c o n tr o le p o d e s e r e x e r c id o n o s e s tá g io s
in ic ia is d e d e s e n v o lv im e n to u rb a n o c o m re c u rs o s r e la tiv a m e n te lim ita d o s . N o
e n ta n to , se as a ç õ e s fo re m re ta rd a d a s e a p o p u la ç ã o o c u p a r o s e s p a ç o s , as
s o l u ç õ e s t e r ã o c u s t o s m u i t o a lto s . A s s o l u ç õ e s e s t r u t u r a i s c o m o a m p l i a ç ã o
d a c a lh a d o s rio s , a tra v é s d o s e u a p ro fu n d a m e n to o u a la r g a m e n to , c o n s tr u ç ã o
d e r e s e r v a tó r io s e d iq u e s , e n tr e o u tro s , s ã o s o lu ç õ e s q u e p o d e m s e r e v ita d a s
com o p la n e ja m e n to d a o c u p a ç ã o u rb a n a . D e v e s e r c o n s id e ra d o a in d a q u e
a lg u m a * d e s s a s s o lu ç õ e s e s tr u tu ra is a c e le ra m o e s c o a m e n to e p o d e m a g ra v a r
a s in u n d a ç õ e s e m o u tr o s p o n to s d a b a c ia .
810
Hidrologia
2 1 .L 2 P la n o s d i r e t o r e s d e d r e n a g e m u rb a n a
A e la b o r a ç ã o d e p la n o s d ir e to r e s d e d r e n a g e m u r b a n a é m e d i d a a lta m e n te
re c o m en d á v e l e c o n s titu i e s tra té g ia e s s e n c ia l p a ra a o b te n ç ã o de boas
s o lu ç õ e s d e d r e n a g e m u r b a n a . P la n o s b e m e la b o r a d o s p o s s i b i l i t a m :
- e s tu d a r a b a c i a h i d r o g r á f i c a c o m o u m to d o e , c o n s e q ü e n t e m e n t e . c h e g a r a
s o lu ç õ e s d e g r a n d e a lc a n c e n o e s p a ç o e n o te m p o , e v i t a n d o m e d id a s d e
c a r á te r r e s tr ito q u e n ã o r a r o apenas d e s lo c a m e m esm o a g ra v a m as
in u n d a ç õ e s e m o u tr o s lo c a is ;
- e s ta b e le c e r n o r m a s e c r ité r io s d e p r o j e t o u n if o r m e s p a r a t o d a a b a c ia
ta is c o m o o p e r í o d o d e re to m o a s e r a d o ta d o , g a b a r i t o s d e p o n te s e’
tr a v e s s ia s , e tc ;
- id e n tif ic a r á r e a s q u e p o s s a m s e r p r e s e r v a d a s o u a d q u ir id a s p e l o p o d e r
p ú b lic o a n te s q u e s e ja m o c u p a d a s o u s e u s p r e ç o s s e t o m e m p ro ib itiv o s *
- e la b o r a r o z o n e a m e n to d a v á r z e a d e in u n d a ç ã o ;
- e s ta b e le c e r o e s c a lo n a m e n to d a im p l a n t a ç ã o d a s m e d id a s n e c e s s á r i a s d e
f o r m a te c n i c a m e n te c o r r e t a e d e a c o r d o c o m o s r e c u r s o s d is p o n ív e is ;
- p o s s ib ilita r o d e s e n v o lv im e n to u rb a n o de fo rm a h a rm ô n ic a p e la
a rtic u la ç ã o d o p la n o d e d r e n a g e m c o m o u tr o s e x is t e n te s n a r e g i ã o ( p la n o s
v iá r io s , d e tr a n s p o r te p ú b lic o , d e a b a s t e c i m e n t o d e á g u a , e ic ) ;
- e s c la r e c e r a c o m u n id a d e a r e s p e ito d a n a tu re z a e ’ m a g n itu d e dos
p r o b le m a s e f o r m a s d e s o lu ç ã o p r o p o s ta s ;
-d a r re s p a ld o té c n ic o c p o lític o à s o lic ita ç ã o d c re c u rs o s c
-p rm le g ia r a ad o ção d e m e d id a s p r e v e n t i v a s de m e n o r c u s to e m a io r
a lc a n c e .
Etapas
Princípios
- o s u b s i s t e m a d e d r e n a g e m é p a r t e d e u m a m b ie n te u r b a n o m u ito m a is
c o m p le x o e d e v e s e r a r tic u la d o c o m o s o u tr o s s u b s is te m a s . O s u b s i s t e m a
d e d r e n a g e m n ã o d e v e s e r u m f im p o r s i s ó , m a s u m m e io q u e p o s s i b i l i t e a
m e l h o r i a d o a m b ie n te u r b a n o d e f o r m a m a is a m p la ;
- v á r z e a s d e in u n d a ç ã o s ã o á r e a s d e e s c o a m e n to e a r m a z e n a m e n t o n a tu r a is
c u j a c o n f o r m a ç ã o f o i d e l i n e a d a p e lo p r ó p r io r io . N e n h u m a o c u p a ç ã o d a
v á r z e a p o d e s e r f e i t a s e m q u e s e te n h a d e a d o ta r m e d id a s c o m p e n s a t ó r i a s
m u ito o n e r o s a s . A p r e s e r v a ç ã o d a v á r z e a é in v a r i a v e l m e n t e a s o lu ç ã o m a is
b a r a t a p a r a o s p r o b le m a s d e in u n d a ç ã o , a lé m d e o f e r e c e r o u tr a s v a n ta g e n s
com o p re se rv a r o e c o s s is te m a , c r i a r á re a s v e rd e s e o p o rtu n id a d e s de
re c re a ç ã o ; , . ,
- á g u a s p lu v ia is re q u e rem e sp a ç o . U m a v e z so b re o s o lo , a á g u a ir á
e s c o a r e x i s t a o u n ã o u m s is te m a d e d r e n a g e m a d e q u a d o . S e m p r e q u e se
e lim in a o a rm a z e n a m e n to n a tu r a l sem que se a d o te m m e d id a s
c o m p e n s a t ó r i a s , o v o lu m e e lim in a d o s e r á e x ig id o e m o u tr o l o c a l . C a n a is ,
g a le r ia s d e s v io s e r e v e r s õ e s d e s lo c a m a n e c e s s id a d e d e e s p a ç o e d e v e m
s e r p r o je ta d o s te n d o e s s e fa to e m v is ta . E m s ín te s e , to d o o p r o b l e m a d e
d r e n a g e m é u m p r o b le m a d e a lo c a ç ã o d e e s p a ç o e
- q u a n t i d a d e e q u a l i d a d e d a á g u a s ã o v a r iá v e is d o m e s m o p r o b l e m a e d e v e m
s c r c o n s i d e r a d a s e m c o n ju n to . E m á r e a s o n d e a q u a l i d a d e d a á g u a e s tá
d e t e r i o r a d a , a s c o n s e q ü ê n c ia s d a s in u n d a ç õ e s s ã o m a is g r a v e s e m e d id a s
c o m o , p o r e x e m p l o , a c o n s tr u ç ã o d e r e s e r v a tó r i o s d e a m o r t e c i m e n t o p o d e m -
sc se t o m a r in v iá v e is . Ao c o n tr á r io , á g u a s p lu v ia is de boa q u a lid a d e
c o n s titu e m re c u rso s p o te n c i a lm e n te u tiliz á v e i s p a ra ir r i g a ç ã o ,
a b a s te c im e n to i n d u s tr ia l, re c a rg a de a q ü íf e r o s , re s e rv a tó rio s de
r e c r e a ç ã o , c o m b a t e a in c ê n d i o s , e tc .
U m p la n o d i r e t o r d e d r e n a g e m u r b a n a é , e m p r in c íp io , u m a p e ç a t é c n i c a e ,
p o r ta n to , deve ser e la b o ra d o por e q u ip e s c o m p e t e n te s que u tiliz a rã o as
f e r r a m e n ta s te c n o l ó g i c a s m a is a d e q u a d a s a c a d a c a s o . C o n s t i t u i t a m b é m u m
d o c u m e n t o d e v a l o r p o l í t i c o im p o r ta n te e , p o r t a n t o , é e s s e n c i a l q u e c o n t e c o m
o a p o io d a c o m u n i d a d e e d o s p o d e r e s d e c is ó r io s . D iv e r s a s e s t r a t é g i a s p o d e m
ser u tiliz a d a s p a ra c o n fe rir p e so p o lític o ao p la n o . E n tre o u tra s p o d e -se ,
por e x e m p lo , a trib u ir fo rça de le i ao p la n e ja m e n to , o b te r o a p o io da
c o m u n i d a d e a tr a v é s d e c a m p a n h a s d e c o m u n ic a ç ã o s o c i a l e c o n s t i t u i r f u n d o s
f i n a n c e ir o s p a r a g a r a n t i r f lu x o e s tá v e l d e r e c u r s o s .
Escolha do
Aspectos PASSO 1 Período de
Sociais e
Retorno
Econômicos
Determinação da
PASSO 2
Tormenta de
Meteorologia
Projeto
i
i
i ,..
Determinação do
Hidrologia PASSO 3
Escoamento
Pedologia
Superficial Direto
Uso do Solo
Dimensionamento
PASSO 5 dos Estruturas
Hidrdulica
Hidráulicas
F i g u r a 2 1 .3 . S e q u ê n c i a d e p a s a o s d e u m e a r n d o d e d r e n a g e m u r b a n a
2 1 .2 .2 E s c o lh a d o p e r ío d o d e r e to r n o
P e r í o d o d e r e t o m o é o in v e r s o d a p r ° b a b d i d a d e d e u m d e t e r m m ^
h id r o l ó g i c o ser i g u a la d o ou e x c e d id o em um v a z ã 0 c o m p e r ío d o
p o rta n to , q u e u m a d e te rm in a d a o b ra s e rá p ro je ta d a p - c o n f e r id o à
dê retomo T
anos, aurom.ricameme d e e r d e - a e o grau d e
pro ao ^
população ou. em oulraa palavras, o naco a q u eb ra P ° P ^ ^
s u j e i t a , m e s m o d e p o is d a c o n s tr u ç ã o d a o b r a . T r a t a , P
Hidrologia
Microdrenagem -'Residencial 2
Comercial 5
Áreas com edifícios de serviços ao público 5
Aeroportos 2-5
Áreas comerciais e artérias de tráfego 5 - 10
2 5 25 50 100
2 75 97 99,9 99,9 99,9
5 36 67 99,6 99,9 99,9
10 19 41 93 99 99,9
25 8 18 64 87 98
50 4 10 40 64 87
100 2 5 22 39 63
500 0,4 1 5 9 18
m a io r d o q u e 5 0 a 1 0 0 m e tr o s a s f ó r m u la s q u e r e f l e t e m e s t e tip o d e
e s c o a m e n to são a p lic á v e is a p a rq u e s de e s ta c io n a m e n to , a e r o p o r to s e
b a c i a s u r b a n a s m u ito p e q u e n a s . F ó r m u la s d e s s e tip o g e r a l m e n t e a p r e s e n ta m
o v a l o r d e tc e m f u n ç ã o d o s f a to r e s a c im a r e la c io n a d o s ;
- e s c o a m e n t o e m c a n a is n a t u r a i s , p r e v a l e c e m e m b a c ia s d e m a i o r p o r t e e m
q u e o s c a n a is são b e m d e f in id o s . A s v e lo c i d a d e s s ã o m a io r e s q u e n o s
casos a c i m a , p o is o s c a n a is c o n d u z e m a á g u a d e f o r m a m a is e f ic ie n t e .
N e s s a s b a c i a s o v a l o r d e tc d e p e n d e m e n o s d a r u g o s i d a d e d a s u p e r f íc ie e
d a i n t e n s i d a d e d a c h u v a , p o is o te m p o e m q u e o e s c o a m e n to o c o r r e s o b r e a
s u p e r f í c i e é m e n o r q u e n o c a n a l . U s u a lm e n te a s f ó r m u la s q u e r e p r e s e n t a m
esse tip o de e s c o a m e n to a p r e s e n ta m o v a lo r de tc em fu n ç ã o do
c o m p r i m e n t o d o c u r s o d e á g u a e d e s u a d e c li v id a d e , e
- e s c o a m e n to em g a le r ia s e c a n a is a r tif i c ia is , p re v a le c e m em b a c ia s
c u j a s c o n d i ç õ e s n a tu r a is f o r a m s i g n if ic a tiv a m e n te m o d i f i c a d a s p o r o b r a s
d e d r e n a g e m e a s v e lo c i d a d e s s ã o e v id e n t e m e n te m a is a lta s q u e n o s c a s o s
a n t e r i o r e s . A lé m d o s j á c ita d o s , o v a l o r d e tc 6 n o rm a lm e n te e x p re sso
t a m b é m e m f u n ç ã o d e p a r â m e tr o s q u e r e f l e t e m as a lte r a ç õ e s in tr o d u z id a s
ta is : c o m o a p a r c e l a d a b a c i a q u e c o n t a c o m s is te m a s d e d r e n a g e m o u a
e x t e n s ã o d o s c u r s o s d e á g u a c a n a liz a d o s .
E m u m a b a c i a u r b a n a n o r m a l m e n t e e s t ã o p r e s e n t e s o s tr ê s t i p o s d e e s c o a
m e n to s c o m m a io r o u m e n o r s ig n ific a d o , d e p e n d e n d o d a s c a r a c te r ís tic a s d a b a
c ia . A s e g u i r s ã o a p r e s e n t a d a s a l g u m a s d a s f ó r m u l a s m a i s u t i l i z a d a s ( K i b l e r ,
1 9 8 2 ) a c o m p a n h a d a s de c o m e n tá rio s p a ra o r ie n ta r a e s c o lh a a d e q u a d a . N a s e q u a
ç õ e s a s e g u i r tc é o b t i d o e m m i n u t o s .
Kirpich:
( 2 1 .2 )
o n d e L = c o m p r i m e n t o d o t a lv e g u e e m k m ; S = d e c l i v i d a d e d o t a l v e g u e e m m /k m .
A e q u a ç ã o f o i d e s e n v o l v i d a c o m d a d o s d e 7 p e q u e n a s b a c i a s r u r a is o
T e n e s s e e c o m d e c l i v i d a d e s v a r i a n d o d e 3 a 1 0 % e á r e a s d e n o m á x i m o 0 ,5 k m .
E m b o r a a s in f o r m a ç õ e s q u e a fó r m u la n e c e s s ita (L e S ) s e ja m u m a in d ic a ç ã o e
q u e e l a r e f l e t e o e s c o a m e n t o e m c a n a i s , o f a t o d e te r s i d o d e s e n v o l v i d a p a r a
b a c i a s t ã o p e q u e n a s é u m a in d i c a ç ã o q u e o s p a r â m e t r o s d e v e m r e p r e s e n t a r o
e s c o a m e n to e m s u p e r fíc ie s . Q u a n d o o v a lo r L é s u p e rio r a 10 k m a fó rm u la
p a r e c e s u b e s t i m a r o v a l o r d e tc.
Onda Cinemática:
tc = 447 (n L)°’S S 03 I '°'4 (21.5)
0.8 1000
tc = 3,42 L ( — ( 2 1 .6 )
CN
1000 r L
(2 L 7 )
Descrição do Declividade em %
escoamento 0-3 4-7 8-11 12 -
-Em superfície
florestas 0-0,5 0,5-0,8 0,8-1,0 1.0-
pastos 0-0,8 0,8-1,1 1,1-1,3 1,3-
áreas cultivadas 0-0,9 0,9-1,4 1,4-1,7 1,7-
pavimentos 0-2,6 2,6-4,0 4,0-5,2 5,2-
-em canais
mal definidos 0-0,6 0,6-1,2 1,2-2,1
bem definidos calcular pela fórmula de Manning
Dooge:
-0,17
21,88 S (21 .8)
tc
Foi determinada com dados de 10 bacias rurais com áreas na faixa de 140
a 930km2. Seus parâmetros refletem o comportamento de bacias médias e
escoamento predominante em canais.
Das equações apresentadas pode-se concluir o seguinte:
* i t 9,8 _-0d
tc = 3,42 L S (2L9)
o b t i d o a t r a v é s d a s e q u a ç õ e s d o m é t o d o d o S C S ( c a p í t u l o 1 1 ) . O m é t o d o d o S o il
C o n s e rv a tio n S e rv ic e re c o m e n d a q u e o v a lo r d e C N , p a ra u m a o c u p a ç ã o m is ta
d o s o lo , s e ja c a lc u la d o p e la m é d ia p o n d e ra d a d o s C N s, a d o ta n d o c o m o fa to r d e
p o n d e ra ç ã o as á re a s c o rre s p o n d e n te s a c a d a v a lo r d e C N . A e x p re s s ã o u s a d a
p a r a u m a b a c ia u r b a n a é:
onde CNm = número da curva para ocupação mista; CNp = número da curva da
parcela permeável da bacia; CNi —número da curva da parte impermeável da
bacia. Admite-se CNi = 95; p = fração permeável da bacia; i = fração
impermeável da bacia i = 1 - p.
O s parâmetros de forma de hidrograma (tc, tp, etc.) devem também ser
ajustados, pois as velocidades do escoamento na bacia também se alteram. O
SCS propõe a seguinte fórmula para ajuste de tc (Mc Cuen, 1982).
o n d e P R C T = a p o r c e n t a g e m d o c o m p r i m e n t o d o t a lv e g u e m o d i f i c a d o o u e n tã o
a p o r c e n t a g e m d a b a c i a im p e r m e á v e l . E t s a e q u a ç ã o fo i a j u s t a d a à s f i g u r a s a p r e
s e n ta d a s n o c a p ítu lo 11. C a so o c o rra m a m b a s as m o d ific a ç õ e s o fa to r é c a lc u la
d o d u a s v e z e s, u m a v e z p a ra P R C T = PLM (o n d e P L M é a p o rc e n ta g e m d o
c o m p rim e n to m o d if ic a d o ) e o u tra p a ra P R C T = P I (e m q u e P I é a p o rc e n ta g e m
i m p e r m e a b i l i z a d a d a b a c i a ) . O f a t o r d e a j u s t e f i n a l , FA,^ é o b t i d o p e l a m u l t i p l i
c a ç ã o d o s d o is v a lo re s a n te rio rm e n te c a lc u la d o s . S e g u n d o o m é to d o d o S C S , n a
fó r m u la a c im a d e v e c o n s ta r o v a lo r d e C N c o r r e s p o n d e n te à b a c ia m o d if ic a d a c
n ã o o v a l o r d e C N d a b a c i a r u r a l.
Exemplo 21.1. Uma bacia de 3 km2 tem declividade 2%, comprimento de 3,5 km e
solo tipo B. Atualmente é toda ocupada com pastagem, mas os planos de
desenvolvimento da bacia prevêem que 33% da bacia ficará impermeabilizada e
que 700m do córrego serão canalizados. Estime o valor de CN e tc para as
condições futuras da bacia.
^SSSSSSi £ £ £ * Bmh6PLM■70üam>* 2
F A c l - 20(-6789 t 335 x 71 . 0.4298 x 712 - 0,02185 x 7 1 W 4 = 0,86
p
p FAi-1 -33(-6789 + 335 x 71 - 04298 x 71! - 0,02185 x 713)10-6 = 0,77
2 1 .4 M i c r o d r e n a g e m u rb a n a
2 1 .4 .1 T e r m i n o l o g i a d o s e l e m e n t o s b á s i c o s d o s i s t e m a p l u v i a l
O s p r i n c i p a i s te r m o s u tiliz a d o s n o d im e n s io n a m e n to d e u m s i s t e m a p lu v ia l
são:
Traçado da rede pluvial - A rede coletora deve ser lançada em planta baixa
(escala 1:2.000 ou 1:1.000), de acordo com as condições naturais de
escoamento superficial. Algumas regras básicas para o traçado da rede são as
seguintes:
D r e n a g e m U rb an a
G alerias circu lares - O diâmetro mínimo das galerias de seção circular deve
ser de 0,30 m. Os diâm etros comerciais correntes são os seguintes: 0,30;
0,40; 0,50; 0,60; 1,00; 1,20; e 1,50 m. Alguns dos critérios básicos de pro
jeto são os seguintes: as galerias pluviais são projetadas para funcionam en
to à seção plena para a vazão de projeto. A velocidade máxima admissível e
função do m aterial a ser empregado na rede. Para t u b o de concreto a velo
cidade máxim a admissível é de 5,0 m/s e 0,60 m/s para a velocidade m íni
ma; o recobrim ento mínimo da rede deverá ser de 1,00 m, quando forem em
pregadas tubulações sem estrutura especial. Quando por condições topográ
ficas forem utilizados recobrimentos menores, as canalizações deverão ser
especialm ente dim ensionadas do ponto de vista estrutural; nas mudanças de
diâm etro os tubos deverão ser alinhados pela geratriz superior, como e in
dicado na figura 21.4.
r SENT100 OE
8L 8L
<> ESCOAMENTO
O
SL r BL ^
► /
1
T
2
S_l
*co B L — B o c a d# L o b o
B LM - Soco d* L o b o do M onton to
BLM
r
S itu a ç a o usuol
N o c a p itu lo 1 4 , fo ra m d e s c rito s o s m é to d o s p a ra d e te r m in a ç ã o d e v a z õ e s
d e p r o j e t o s e m b a c i a s h i d r o g r á f i c a s . P a r a b a c i a s p e q u e n a s d e a té 2 h a , q u e c a r a c
te riz a m as b a c ia s d a m ic ro d re n a g e m , é u tiliz a d o o m é to d o R a c io n a l. O m é to d o
R a c io n a l, c o m o d e s c rito a n te rio rm e n te , d e p e n d e d a in te n s id a d e d e p re c ip ita ç ã o
m a x i m a ( c a p í t u l o 5 ), d o t e m p o d e c o n c e n t r a ç ã o , d a á r e a d a b a c i a e d e u m c o e f i-
c ie n te d e e s c o a m e n to .
o n d e V = v e l o c i d a d e n a s a r j e t a e m m /s ; S = d e c l i v i d a d e d a r u a e m m / n r K -
c o e f i o e n t e d e r u g o s t d a d e , a d o t a d o ig u a l a 6 0 p a r a p a v , m e n t o c o m u m d e V f j
p u b h c a s ; R a .o h i d r á u l i c o e m m ( R = A/P; A = á re a e P= p e r ím e tr o m o lh a d o ).
E x e m p l o 2 1 .1 . C a l c u l e a v a z ã o m á x i m a q u e e s c o a p e l a s a r j e t a e p o r t o d a a ru a
n a íll°
nai ia ° Sde
da via de n0,005
n ô fm/m
“í quais sao ™ pÚblic»’ P”™
as vazões? declividade longim” ,'
d» - « ^
Bocas de Lobo
Exemplo 21.2. Dimensione uma boca de lobo para uma vazão de 94 1/s na sarjeta
e uma lâmina de água de 0,10m.
£ 1 iI t = T ^ 7>
sem depressão
b )B O C A DE LOBO COM G R E LH A
£ i ------- i .— L , . i 1 i J*
sem depressão
C ) BOCA DE LO B O C O M B IN A D A
sem depressão
d ) BOCA DE L O B O M U L T lP L
sem depressão
resultando
O d im e n s io n a m e n to d a s g a le ria s é r e a liz a d o c o m b a s e n a s e q u a ç õ e s h i
d r á u l i c a s d e m o v i m e n t o u n i f o r m e , c o m o a s d e M a n n i n g ( e q u a ç ã o 2 1 .1 3 ) , C h e -
z y e o u t r a s . O c á l c u l o d e p e n d e d o c o e f i c i e n t e d e r u g o s i d a d e c d o ti p o d e g a le r ia
a d o ta d o . P a ra m a io re s d e ta lh e s , q u a n to a o s c o e f ic ie n te s d e ru g o s id a d e c o n s u lte
D A E E /C E T E S B (1 9 8 0 ).
E x e m p l o 2 1 .3 . D e te r m in e u m a g a l e r i a c i r c u l a r p a r a e s c o a r a v a z ã o d e 9 4 1/s
o b tid a n o e x e m p lo a n te r io r , c o n s id e r a n d o a d e c liv id a d e lo n g i t u d i n a l d a ru a
ig u a l a 0 ,0 0 1 m /m . O c o n d u to é d e c o n c r e to c o m K = 0 ,7 5 m .
S o lu ç ã o - A á re a é A = n D 2/4 , s u b s tit u in d o n a e q u a ç ã o d e M a n n in g e is o la n d o
o d iâ m e tr o r e s u lta
Q 0 ,0 9 4
D = 1,55 ( — --------------------) = 0,461 m
7 5 ( 0 , 0 0 1 ) 1/2
P o d e - s e a d o ta r D = 0 ,5 0 0 m .
2 1 .5 M ac ro d re n a g e m
E n tc n d c - s e p o r m a c r o d r e n a g e m as i n te r v e n ç õ e s e m f u n d o s d c v a le q u e
c o le t a m á g u a s p lu v ia is d e á r e a s p r o v id a s d e s is te m a s d e m i c r o d r e n a g e m o u n ã o .
N e s s e s f u n d o s d e v a le o e s c o a m e n to é n o r m a lm e n te b e m d e f in id o , m e s m o q u e n ã o
e x is ta u m c u rso d e á g u a p e re n e .
O b ra s d e m a c r o d re n a g e m b u s c a m e v ita r a s e n c h e n te s d e v id o à b a c ia u rb a
n a , is to é , c o n s t r u ç õ e s d e c a n a i s , r e v e s t i d o s o u n ã o , c o m m a i o r c a p a c i d a d e d e
tra n s p o r te q u e o c a n a l n a tu ra l c b a c ia s d e d e te n ç ã o .
Dimensionamento Hidrológico
A c a n a liz a ç ã o p r o je ta d a d e v e s e r c a p a z d e c o n d u z i r a c h a m a d a v a z ã o d e
p ro je to , c u ja d e te r m in a ç ã o já fo i a p r e s e n ta d a em o u tr o s c a p ítu lo s . Os
c r ité r io s u s u a im e n te r e c o m e n d a d o s p a r a a d e t e r m i n a ç ã o d a s v a z õ e s d e p r o je to
s ã o :- o s c á lc u lo s h id r o l ó g ic o s d e v e m c o n s i d e r a r a o c u p a ç ã o f u tu r a d a b a c ia ; -o
p e r ío d o d e r e to m o r e c o m e n d a d o é 1 0 0 a n o s .
C o m o a s b a c ia s p a s s ív e is d e o b r a s d e m a c r o d r e n a g e m te n d e m a s e r b a c ia s
d e p o r t e m é d io , n o r m a l m e n t e s e u tiliz a m m é to d o s d e c á l c u l o d e c h e i a s b a s e a d o s
n a te o r ia d o h i d r o g r a m a u n itá rio . A t e n d ê n c ia a tu a l é c a d a v e z m a is a c e n tu a d a
D r e n a g e m U rb an a 837
no s e n ti d o d a u tiliz a ç ã o d e m o d e lo s d e s im u la ç ã o m a t e m á t i c a e m fa c e das
i n ú m e r a s v a n t a g e n s q u e e s s e s m é to d o s a p r e s e n ta m , c o n f o r m e s e r á v is to n o ite m
21.7.
Etapas de Projeto
É s e m p r e c o n v e n i e n t e q u e o p r o je to s e d e s e n v o lv a d e f o r m a s i s t e m á t i c a e m
u m a s u c e s s ã o d e e ta p a s :
p ro je to b á s ic o - a q u i a a te n ç ã o c o n c e n tr a - s e s o b r e u m n ú m e r o r e d u z id o d e
a l t e r n a t i v a s n ã o e l i m i n a d a s n a p r im e ir a f a s e . E s p e c if ic a m - s e e e x e c u t a m - s e o s
le v a n ta m e n to s to p o g rá fic o s e g e o ló g ic o s n e c e s s á r io s ^ O s l e v a n t a m e n to s de
cam po p e rm itirã o a p r o f u n d a r o s e s tu d o s d a s a lte r n a t iv a s e , p o r c o m p a r a ç a o
e n tre e la s , e s c o l h e r - s e a m e lh o r . A a l t e r n a t i v a e s c o lh id a é e n tã o d e ta l h a d a .
E la b o ra m -s e d esen h o s, m e m o r ia is de c á lc u lo , e s p e c ific a ç õ e s té c n ic a s ,
d e t e r m i n a m - s e q u a n t i d a d e s e m é to d o s c o n s tr u tiv o s . A o f in a l d e s t a f a s e , d e v e m
e s ta r p r o n to s os d o c u m e n to s que p e r m ita m li c i t a r a o b r a , o u s e j a , e s ta r a o
d is p o n ív e is to d a s as in f o r m a ç õ e s n e c e s s á r ia s p a ra a c o ta ç ã o de p re ç o s.
E x e c u t a m - s c t a m b é m o s e s tu d o s h i d r o l ó g ic o s e h i d r á u lic o s d e f in itiv o s .
m e d iç õ e s .
Dimensionamento Hidráulico
O d im e n s io n a m e n to h id rá u lic o p o d e se r feito, c o n s id e r a n d o o s re g im e s de
esco am en to : re g im e fluvial e un ifo rm e; re g im e fluvial g r a d u a lm e n te variado;
regim e não-perm anente.
O primeiro tipo de regime não permite considerar as possíveis
influências do nível de água de jusante e os efeitos de singularidades sobre
a linha de água. Como esse regime só se estabelece em trechos longos e
uniformes, é necessário certifícar-se de que essas condições são válidas e
que não existem efeitos de remanso, o que é raro em áreas urbanas. Usualmente
utiliza-se o regime uniforme na fase de projeto preliminar.
O re g im e g ra d u a lm e n te v ariad o é o m a is u tilizad o , p o is p e rm ite d e te r
m in a r a linha d e água, c o n sid e ra n d o a p re se n ç a de s in g u la rid a d e s c m u d a n
ç a s d e v a z ã o ao lo n g o trec h o , além de r e m a n s o c a u s a d o p o r c o n d iç õ e s dc
c o n to rn o a ju san te. É fu n d a m e n ta l sua u tilização cm caso s dc g alerias c o
b erta s, p ois elev açõ es da lin h a dc á g u a p o d e rã o c a u sa r a fo g a m e n to co m c o n
se q u ê n c ia s graves.
N o ’eg im e n ão -p e rm a n e n te , ó possível co n sid era r alteraçõ es das variá
v eis d e in teresse n o e s p a ç o e no tem p o . O tra ta m e n to m a te m á tic o c c o n s id e ra
v e lm e n te m a is c o m p le x o . E s s a alternativa c a d o ta d a cm c a so s e s p e c ia is co m o ,
p o r e x e m p lo , p a ra p rev er a fo g a m e n to dc red e dc g alerias su je ita s a efeitos
h id ro d in â m ic o s,. levar e m co n ta efeitos de m a ré , o p e ra ç ã o de c o m p o rta s c
outros.
839
D r e n a g e m U rb an a
Critérios de dimensionamento
ELEVAÇAO
se<muir.
□cg irA S° !U?ã° d0 pr° Wema ProPosto está «sumida nas ações descritas a
dos hidrogramas das bacias BI e B2; Soma dos hidrogramas das bacias B ( BI e
B2) e A.
Local Vazão(m3/s)
A atual 121,5
Bi 21,9
B2 24,9
BI amortecido 21,6
B2+B1 amortecido 46,8
P atual = A + BI +B2 amortecido 162,8
A futuro 272,2
P futuro = A futuro +B2 +B1 amort. 313,5
846
Hidrologia
REFERÊNCIAS
S S Geophisicài
7 - PORTO, R., ZAHED F°, K., e GIKAS, A.N. 1993. ABC3 - Análise de
cheias complexas Manual do Usuário, São Paulo: Fundação Centro
tecnológico de Hidráulica.
22.1 Introdução
A água é um bem que deve ser utilizado pelo homem para sua sobrevivência
e melhoria de suas condições econômicas, sociais e comunitárias. Além disso,
a água é também um meio onde habitam organismos que necessitam condições
ambientais adequadas para a sobrevivência.
Este capítulo trata dos principais aspectos de qualidade e poluição dos
recursos hídricos. Nesse contexto, são abordados: a caracterização do
ambiente aquático, seus múltiplos usos e os padrões de qualidade associados;
as formas como a ação antropogênica causa impactos sobre o meio, de que
maneira esses impactos são medidos e analisados, através do monitoramento e
da interpretação dos resultados; procedimentos de minimização dos ímpaenos,
através do tratamento adequado das fontes de poluição e do planejamento
territorial; aspectos político-administrativos de controle de poluição.
O conteúdo desenvolvido é complementado com uma proposta de roteiro para
a elaboração de um estudo de impacto ambiental.
C 0 2 + H20
H2C 0 3 = HCO5 + H+
II
C O f + H+
- abastecimento público;
- consumo industrial;
- matéria prima para a indústria;
- irrigação;
- recreação;
- dessedentaçao de animais;
- geração de energia elétrica;
- transporte;
- diluição de despejos, e
- preservação da flora e faxina (fonte proteíca).
2 2 3 .4 Recreação
223.6 Transporte
Esgotos sanitários
Resíduos sólidos
INORGÂNICAS
Nitrogênio total mg/1 . 37,14
Fósforo mg/1 12,13
ORGÂNICAS
DBO mg/1 284
DQO mg/1 442
Óleos e graxas mg/1 48
MBAS mg/1 2,52
BIOLÓGICAS
Coliformes totais NMP/lOOml 5,6x107
Coliformes fecais NMP/lOOml ' 1,6x 107
METAIS
Cádmio MG/L and a 0,04
Chumbo mg/1 ND a < 0,1
Cobre mg/1 ND a 0,060
Cromo mg/1 ND a 0,045
Zinco mg/1
-------------- - ND a 0,29
0 Meio Ambiente e os Recursos Hídricos 857
Fontes acidentais
Fontes atmosféricas
Tem peratura
Oxigênio dissolvido
PH
1
pH = l o g -----
[H+]
Seu valor varia de 0 a 14. Soluções com pH menor que 7 chamam-se ácidas;
soluções com pH maior que 7 chamam-se alcalinas. Quando o pH for igual a 7 á
água é denominada de neutra.
Esse parâmetro é importante para praticamente todas as áreas da
engenharia sanitária;
Cloretos
Óleos e graxas
Detergentes
Pesticidas
i=l
Tratam ento prelim inar: destinado à remoção de sólidos grosseiros como trapos,
escovas de dentes, tocos de cigarro, excretas, areia e gordura;
REFERÊNCIAS
23.1 Introdução
RAOAP
0o
5 | , I 2 r>6
* l k l Dg
a= (23.2)
Xa
2
onde | k j é uma função do índice de refração do alvo, sendo aproximadamente
0,93 para chuva.
A quantidade a 6 denominada seção transversal de r e t r o e s p a l h a m e n t o de
882 H id r o lo g ia
(23.3)
uni d.
de
vol.
E
unid. a
de voL (23.4)
Zef =
n 5 |k
6 -3 (23.5)
Z(dBZ) = 10 log[Z(mm .m )]
precisamente calculado a partir de Pr. Uma tarefa que tem sido atribuída
àqueles que trabalham com radar meteorológico, é relacionar o aur e
refletividade Z com a intensidade de chuva R.
A relação Z-R tem sido, na maioria das vezes, expressa po q Ç
do tipo:
(23.6)
Z = a .R
São conhecidos pela sua sigla IPPAC, ou então por CAPPI (C o n sta n t
A ltitu d e P lan-P osition Indicator).
A uniformização das posições em altura, nas quais o radar efetua medidas
de precipitação sobre toda sua área de cobertura, é muito importante. Na
operação rotineira do radar, com a antena girando a elevações fixas ou
altemando-se sucessivamente a cada volta, tal situação é praticamente
impossível. A condição que, neste caso, mais se aproxima daquela de posições
amostradas pelo radar a altitudes constantes, é a operação com a antena a 0o
de elevação. Nessa situação, além do inconveniente do bloqueio parcial ou
mesmo total do feixe, ocorre que as posições iluminadas pelo raüar a
distâncias cada vez maiores, se elevam correspondentemente cada vez mais
sobre a superfície, como resultado líquido do efeito combinado da curvatura
da Terra e da refração da radiação na atmosfera. Não há, assim, maneira de se
obter, através de varreduras da antena a uma única elevação, observações
sobre a área de cobertura do radar e em posições situadas à mesma altura.
Como a varredura a cada elevação amostra uma casca aproximadamente cônica no
espaço, é necessário dispor-se de dados derivados de varreduras a várias
elevações, para se obter, do conjunto, mapas ho rizo n ta is das intensídades de.
precipitação. Essas observações estão na interseção de uma casca de calota
esférica concêntrica com a Terra e à altura média desejada, com as cascas
cônicas geradas pelas varreduras. As cascas cônicas têm uma espessura que
acompanha a abertura do feixe do radar (Calheiros, 1982). A figura 23.4
esquematiza o processo, numa seção transversal que contém o radar.
Nota-se que, dependendo da altura do CAPPI, as elevações menores não
chegam a contribuir com dados para a composição de um mapa de precipitação;
ao passo que o máximo de elevação em que a antena pode operar, limita a
distância do radar em que se inicia o CAPPI. De um modo geral, quanto menor a
altura do CAPPI, mais próximo do radar ele se inicia e termina.
A figura 23.5 mostra a seção transversal S T (indicada na figura 23.4),
ilustrando o processo de como os segmentos de várias varreduras são
combinados para a formação do CAPPI (Marshall, 1957).
H id r o m e te o r o lo g ia c o m Radar 885
Feixe do R a d a r a
O O o o o o o
O O O O O O
O o O o! o
o o
o o
— h
o o to o o o O o O O a 8 a 8 J.2km
— 8 IO IO 8 a o ffe p ra s e n fa ç ã o
o o o o Q o o
o o o O 1o p o r ralo r& a
2 o 8 TO TO 8 8 u
o o 2 2 o o 2 2 2' 2 n u m é ric o *
o 8 8 8 o o o Pag intonaidaüoa
2 2 2 2 6 6 2 2
o 2 2
o O O o o o (e m m m . h )
6 6 6 2 6 2 2 2 o
o -d 2
2 2 o O O o o o
6 6 6 2 2 2 2
2 2 6
— 2 2 o o 0 O O u
6 6 2 5 7 5
2 2 2 6
2 2 o o O O o o
2 2 2 2 3 7 5
O 2 2
O o o o o o o
O O O O 2 2 2 2
O O 0
O O o o o o o
O O O O O O O O O O li.
CCtnin
Figura 23.7.
o deslocamento sobre uma bacia hidrográfica, de
uma tempestade
observada por radar.
H id r o m e íe o r o lo g ia c o m R adar 889
23.4 Fatores que afetam a precisão das medidas realizadas através de radares
meteorológicos
( +
eq u a ç a o z / r n a o r e p r e s e n t a t iv a
LONGAS DISTANCIAS
n ã o v ire m a s e r d e te c ta d a s p e lo f e i x e d o r a d a r , te n d o e m v i s t a a p o s s ív e l
n e c e s s i d a d e d e s e e s t a b e l e c e r u m a e l e v a ç ã o m ín im a p a r a a a n t e n a , a f im d e
s e e v i t a r i n te r f e r ê n c ia s d e m o n ta n h a s , d e p r é d io s e d e e c o s n a tu ra is do
te r r e n o .
e ) p r e s e n ç a d e v e n to s la t e r a i s . E s s e f e n ô m e n o p o d e f a z e r c o m q u e u m a c h u v a
o b s e r v a d a a tr a v é s d o r a d a r , v e n h a a a c o n t e c e r e m u m lo c a l d ife re n te do
i n d i c a d o p e l o a p a r e lh o . É u m f e n ô m e n o tã o m a is s i g n i f i c a t i v o , q u a n to m a is
b a ix a fo r a v e lo c id a d e d e q u e d a d a s g o ta s e m r e l a ç ã o à v e lo c id a d e do
v e n to ;
g ) lo n g a s d i s t â n c i a s . A m e d i d a e m q u e a p r e c i p i t a ç ã o e n c o n t r a - s e a m a io r e s
d i s t a n c i a s d o r a d a r , d e p i o r q u a l i d a d e s ã o a s in f o r m a ç õ e s p a r a a a v a li a ç ã o
d a s im e n s id a d e s , a p a r tir d o s d a d o s d e re fle tiv id a d e . A lé m d is s o , pelo
e fe ito da c u r v a tu r a da T e rra , as p re c ip ita ç õ e s o c o rrid a s a d is tâ n c ia s
m u i t o g r a n d e s d o r a d a r p o d e m n a o s e r a tin g id a s p e lo f e ix e .
A p e s a r d a s d iv e r s a s d if i c u l d a d e s , c o m o a s i n d ic a d a s a c i m a , c o n s e g u e - s e ,
a tra v é s d e té c n ic a s d e c a lib ra ç ã o , m in im iz a r o s e rro s d e m e d iç ã o p o r ra d a r d e
ta l m o d o q u e e s t e v e n h a a f o m e c e r m e d iç õ e s p r ó x im a s d a r e a l i d a d e . A f ig u r a
2 3 .1 1 a p r e s e n t a o r e s u lta d o d a a p lic a ç ã o d e d a d o s d e p r e c i p i t a ç ã o c a li b r a d o s
e não c a lib ra d o s , em um m o d e lo h id r o l ó g ic o d e te rm in ís tic o , que v is a à
s i m u l a ç ã o d e v a z õ e s e m s is te m a s u r b a n o s d e d r e n a g e m ( m o d e lo WASSP). À f ig u r a
m o s tra com o as p re c ip ita ç õ e s o b tid a s a tr a v é s do ra d a r c a lib ra d o podem
a p re s e n ta r vazões s im u la d a s de q u a lid a d e c o n s id e ra v e lm e n te s u p e rio r à
d a q u e l a s o b t i d a s p o r m e io d e p o s to s p l u v i o m é t r i c o s .
H id r o m e te o r o lo g ia c o m R adar 893
G r a y m a n e E a g l e s o n ( 1 9 7 1 ) d e s e n v o lv e r a m m o d e lo s p a r a a n a l i s a r o s e rro s
de ra d a r, os q u a is fo ra m c la s s if ic a d o s em e rro s de g ra n d e e de pequena
e s c a la s . E r r o s n a m e d i ç ã o d e e v e n to s d e g r a n d e s á r e a s e e m te m p o s d e g n rn d e
e s c a l a , ta is c o m o t o t a i s d e p r e c ip ita ç ã o a c u m u l a d a o b s e r v a d o s s o b r e u m a *
h i d r o g r á f i c a c o m u m a g r a n d e á r e a d e d r e n a g e m , s ã o d e n o m in a d o s d e erros
grande escala. E s s e tip o d e e r r o f o i r e p r e s e n ta d o d a s e g u i n t e m a n e i r a .
T o t a is d e p r e c ip ita ç ã o m e d id o s p e lo r a d a r (2 3 .7 )
xt =
T o t a is d e p r e c ip ita ç ã o v e r d a d e ir o s
s e n d o q u e a v a r i á v e l a l e a t ó r i a x t fo i c o n s id e r a d a c o m o s e n d o d i s t r i b u í d a
s e g u n d o u m a l o g - n o r m a l , c o m m é d ia ^ = 1 ,0 e d e s v io p a d r ã o -
Os erros de pequena escala s ã o a q u e le s d e c o r r e n t e s d e v a n a ç o e s l o c a ^
na re la ç ã o e n tre a i n te n s id a d e de p r e c ip ita ç ã o e a re fle tiv i a
s e n d o m e d id o s e m te r m o s d a s e g u in t e e q u a ç ã o :
M e d i d a o b tid a p e l o r a d a r (2 3 .8 )
x =
M e d i d a o b tid a p o r p o s to s p l u v i o m é t r i c o s
894 H id ro lo g ia
o n d e a v a riá v e l x é ta m b é m d is trib u íd a s e g u n d o u m a lo g -n o rm a l, s e n d o q u e a
m é d ia é d a d a p e lo e r r o d e g r a n d e e s c a l a e a v a r i â n c i a é f u n ç ã o d o s s e g u in te s
f a to r e s :
a) te m p o s o b r e o q u a l a m é d i a d o s e c o s é c a l c u l a d a , t;
b) á re a s o b re a q u a l a m é d ia d o s e c o s é c a lc u la d a , A R ;
c) d is tâ n c ia a lv o -ra d a r, r,
d) c a r a c t e r í s t i c a s e s p a c ia is d a te m p e s ta d e .
O d e s v io - p a d r ã o ctx o b e d e c e a u m a re la ç ã o d a fo rm a :
(-1 ; 0 ) p a r a C j;
( - 4 ,3 8 ; - 0 ,2 4 ) p a r a c 2 ;
( - 0 ,4 5 ; - 0 ,2 8 ) p a r a c 3 ; e
(0 ,0 1 ; 0 ,0 2 ) p a r a c 4 .
O u s o d e p o s to s p l u v i o m é t r i c o s p a r a a c a l i b r a ç ã o d o r a d a r m e te o r o ló g ic o
te m o e f e ito d e r e d u z i r a v a r i â n c i a d o e r r o d a s m e d iç õ e s p o r r a d a r . D ado y =
ln x, onde x é o e rro de pequena e s c a la , a m é d ia da re la ç ã o a ya/o y é
re p re s e n ta d a p o r:
R= £2 . e-(22 /Rc)(A/n)I/2
(*/A)W ( 2 3 .1 0 )
23
o n d e A é a d e n s id a d e d o s p o s to s , e m K m 2/ p o s t o ; R c é a d i s t â n c i a n a q u a l a
c o rre la ç ã o e s p a c ia l d a c h u v a c o m e ç a a o s c il a r ; a y é o d e s v io p a d r ã o d e y,
q u a n d o p o s to s p l u v i o m é t r i c o s n ã o s ã o u s a d o s p a r a a c a l i b r a ç ã o ; a y a é o d e s v io
p a d r ã o d e y , q u a n d o o s p o s to s p l u v i o m é t r i c o s d e c a l i b r a ç ã o e s t ã o d is p o n ív e is
n a d e n s i d a d e d e A , e m K m 2/p o s to ; e o y é a m é d i a d a r a z ã o a y a / a y . U m e x e m p l o
d e a p l i c a ç ã o , é a p r e s e n ta d o a s e g u ir :
A c h u v a n a r e g i ã o e s t á s e n d o m o n ito r a d a p o r r a d a r , h a v e n d o u m ú n ic o
p o s to p l u v i o m é t r i c o p a r a a u x i l i a r n a c a l i b r a ç ã o . P e r g u n ta - s e : q u a n t o s p o s t o s
p lu v io m é tric o s s e ria m n e c e s s á r io s a d ic i o n a r , a f im de que h o u v esse um
d e c r é s c i m o , p o r u m f a t o r d e 2 , n o d e s v io - p a d r ã o d o s lo g a r i t m o s d o s e r r o s d e
p e q u e n a e s c a la d o ra d a r ?
0
to
oo
•u
u
F i g u r a 2 3 .1 2 . F u n ç ã o d e c o r r e la ç ã o e s p a c ia l.
S o lu ç ã o : F a z -se u so d a e q u a ç ã o 2 3 .1 0 . C o m u m a e s ta ç ã o p lu v io m é tn c a , a
re la ç ã o e n tre o s d e s v io s - p a d r õ e s c a li b r a d o s e n ã o - c a l i b r a d o s d o s lo g a r itm o s
d o s e r r o s d e r a d a r é a s e g u in t e :
80
( n / 1 0 0 0 0 ) 1/2 [1 - e
2 ,3
D e s e j a - s e u m a r e d u ç ã o d e G y p a r a 0 ,2 5 . A u m e n ta r o n ú m e r o d e e s ta ç õ e s
M oU
<jy = 1 ------(rr/1000) .
y 23
U s a n d o - s e o ito e s t a ç õ e s , A s e r ia ig u a l a 1 .2 5 0 k m 2/ p o s t o , o u .
W OO 1/2
a í = 1 - — ( k / 1 2 5 0 ) 1/7 [1 - e
y 2 ,3
894 H id r o l o g i a
o n d e a v a r iá v e l x é t a m b é m d i s t r i b u í d a s e g u n d o u m a l o g - n o r m a l , s e n d o q u e a
m é d i a é d a d a p e lo e r r o d e g r a n d e e s c a l a e a v a r i â n c i a é f u n ç ã o d o s s e g u in te s
f a to r e s :
a) te m p o s o b r e o q u a l a m é d i a d o s e c o s é c a l c u l a d a , t;
b) á re a s o b re a q u a l a m é d ia d o s e c o s é c a lc u la d a , A R ;
c) d is tâ n c ia a lv o -ra d a r, r,
d) c a r a c t e r í s t i c a s e s p a c ia is d a te m p e s ta d e .
O d e s v io - p a d r ã o crx o b e d e c e a u m a r e l a ç ã o d a f o r m a :
l o SlO ° x " c l + c 2 • Io ê i o 1+ c 3 * Io ê io A R + c 4 . r (2 3 .9 )
(-1 ; 0 ) p a r a c x;
( - 4 ,3 8 ; - 0 ,2 4 ) p a r a c 2 ;
( - 0 ,4 5 ; -0 ,2 8 ) p a r a c 3 ; e
( 0 ,0 1 ; 0 ,0 2 ) p a r a c 4 .
O u s o d e p o s to s p l u v i o m é t r i c o s p a r a a c a l i b r a ç ã o d o r a d a r m e te o r o ló g ic o
t e m o e f e i t o d e r e d u z i r a v a r i â n c i a d o e r r o d a s m e d iç õ e s p o r r a d a r . D ado y -
ln x, onde x é o e rro de pequena e s c a la , a m é d ia da re la ç ã o a ya/ a y é
r e p r e s e n ta d a p o r:
R. 1/2
$ = l - — ( n lA ) m [1 - e-(2^ c)(A™ ] ( 2 3 .1 0 )
2 ,3
o n d e A é a d e n s id a d e d o s p o s to s , e m K m 2/ p o s t o ; R c é a d i s t â n c i a n a q u a l a
c o r r e l a ç ã o e s p a c ia l d a c h u v a c o m e ç a a o s c il a r ; ay é o d e s v io p a d r ã o d e y,
q u a n d o p o s to s p lu v io m é tr i c o s n ã o s ã o u s a d o s p a r a a c a l i b r a ç ã o ; <jy a é o d e s v io
p a d r ã o d e y , q u a n d o o s p o s to s p lu v i o m é t r i c o s d e c a l i b r a ç ã o e s tã o d is p o n ív e is
n a d e n s i d a d e d e A , e m K m 2/p o s to ; e o y é a m é d i a d a r a z ã o a y a / c y . U m e x e m p l o
d e a p l i c a ç ã o , é a p r e s e n ta d o a s e g u ir :
i
11
i
1/2
80 -(2,3/80)(10000/7t)
(TT/10000)1/2 [1 - e ] « 0,5
2,3
o? - 1 - - <*/1000)'“ d - . <M2
’ 13
Definição da Dacia
Topografia
Vegetação
Ocupação e uso do
solo
Foee de eecoam en
to "em c a ia i*
F i g u r a 2 3 .1 3 . E s q u e m a s im p lif ic a d o d e f u n c i o n a m e n t o d e u m m o d e lo d is tr ib u íd o
p a r a a tr a n s f o r m a ç ã o d e c h u v a d e r a d a r e m v a z ã o .
H id r o m e te o r o lo g ia c o m Radar 899
2 6 -F E V -1 9 8 7 05100
F i g u r a 2 3 .1 4 . I n te g r a ç ã o d e s a t é l i t e , r a d a r e p o s to s p l u v i o m é t r i c o s .
D re n a g e m u r b a n a : P o lu iç ã o h íd r ic a , s a n e a m e n to , e n c h e n te s
A s e n c h e n t e s u r b a n a s tê m s id o m o tiv o d e g r a n d e p r e o c u p a ç ã o n a m a io r ia
d a s c i d a d e s d o p l a n e t a . C o m o a u m e n to g e r a l d a s p o p u la ç õ e s u r b a n a s , m e lh o r ia s
nos s is te m a s de d re n a g e m to m a m -s e im p e r a t i v a s . V azões não c o n tr o la d a s ,
d u r a n t e p e r í o d o s d e p r e c i p i t a ç ã o e x c e s s iv a , p o d e m l a n ç a r g r a n d e s v o lu m e s d e
e s g o to n o s c u r s o s d ’á g u a n a tu r a is , e c o m o c o n s e q u ê n c i a , a p o lu iç ã o e m r io s
q u e d r e n a m á r e a s u r b a n a s te m a u m e n ta d o c o n s i d e r a v e l m e n t e e m d iv e r s a s c id a d e s .
900 H id ro lo g ia
Projeto de barragens
P O S T O S P L U V lG M E T R íC O S
o { T E L E M E T R IA )
CONTROLE
OOS
VOLUM ES
PRO CESSAD O R
CENTRAL
Navegação marítima
Navegação fluvial
Chuva Ácida
O fenômeno da chuva ácida (ou deposição ácida) pode causar grandes danos
à ecologia quando a concentração do poluente é alta. A vida aquática é
particularmente vulnerável (Schindler, 1988), mas o solo pode também ser
afetado de diferentes formas (Skefíington, 1987), assim como a qualidade da
água (Cosby et al.f 1985), as árvores (Andersson, 1986) e edificações
(Manning, 1987). A previsão de tais eventos envolvem o uso de modelos
numéricos que incluem a representação dos mecanismos de deposição. Além
disso, o conhecimento sobre a distribuição da precipitação é necessário para
calcular a lavagem de uma pluma de poluição e o efeito decorrente desta a
jusante. A composição de dados de radar, de satélite, de estações
meteorológicas e de sondagens, em associação com modelos numéricos,
possibilita a melhor estimativa a ser derivada em tempo quase real para
grandes áreas (Collier et al., 1989). Isso se faz fundamentai para a melhoria
dos sistemas de aviso, não somente de eventos prováveis de poluição por
sulfato e nitrato, mas também de materiais radioativos.
Hidrometeorologia com Radar 905
L in h a d e tra n s m iss ão d e
— s- Ae— » - - "energ ia e lé tr ic a .
, • T # •
D e sc arg a e íé tn c o (r o io i A
\ * * J n te rv a k a ó e Tempo p r é -
e s ta b e íe c id o s , a c o r d a s
" W l - . - - d escarg as n a te ia do com
putador se a lte ra , p a ra fã
c iiito r o visualizoçâo.
4
w,
\ L ®
\- f ♦ 15 °
t f
\L,Ò >•'
AP
1 \
...
d
9 1 *'0' ^
que as cidades possuem climas que são significativamente diferentes das áreas
rurais que as cercam (Chandler, 1965)- Em particular, têm sido desenvolvidos
diversos estudos com referência ao efeito de que a temperatura em áreas
urbanas pode ser vários graus superior àquela nas áreas fora das cidades
(para uma revisão, ver Oke, 1982).
Oke (1985) investiga as diferenças que têm sido observadas ou previstas,
entre as áreas urbanas e as regiões rurais que as cercam, analisando locais
em zonas temperadas e tropicais. Dessa investigação toma-se claro que a
urbanização produz mudanças em parâmetros hidrometeorológicos, o que afeta o
tempo e o clima. Infelizmente, tais alterações não são sempre de fácil
identificação a partir das variações naturais. Mesmo assim, com o
desenvolvimento das cidades, vilas e núcleos populacionais, mudanças de longo
termo poderão ser reveladas, por meio de estatísticas hidrometeorológicas.
Para que tal análise venha a ser realizada, faz-se necessário a existência de
extensos bancos de dados hidrometeorológicos. Além disso,"para a verificação
da interação dinâmica de áreas urbanas, faz-se necessário que os bancos
hidrometeorológicos contenham dados de sondagens e de radares meteorológicos1
(Changnon e Huff, 1986). Modelos numéricos de mesoescala proporcionariam,
igualmente, uma maior dimensão a tais estudos.
Segundo Collíer (1989), "os dados de alta resolução fornecidos por
radares, referentes a regiões urbanas- quando usados em conjunto cor.i modelos
numéricos, deverão fornecer informações valiosas para estudos futuros sobre
os efeitos da urbanização nos fenômenos de precipitação e velocidade do
vento".
Comentários
PROBLEMAS
8 - A parte superior da figura 23.18 mostra uma tempestade sobre uma bacia
Hidrometeorologia com Radar 909
REFERÊNCIAS
10- DOVIAK, RJ.; ZRNIC D.S. 1984. Doppler radar and weather observations.
Academic Press. N. York. p.458
11- FORSHAW, W; D. 1990. Bolton sewerage real time control case study and
in-sewer telemetry. Paper presented to lhe North Western Section of
the Instituticn of Water and Enviromental Management (IWEM). 21st
February. p.39
13- GOLDH3RSH, J.; MUSIANI, B. 1986. Rain cell size statisties derived
from radar observations at Wallops Island, Virgínia. IEEE Trans.
Geoscience Remote Sensf GE-24, n.6. p.947-64.
16- HUFF, F.A. 1966. The adjustment of radar estimates of storm mean
rainfall with raingauge data. Proc. 12th Conf. on Radar Meteorology,
912 Hidrologia
21- LOVEJOY, S. 1982. The area-pluvíometer relation for rain and cloud
areas. Sciencey216. p.185-7.
26- NEMEC, J. 1985. Water resources systems and climate change. Facets
o f Hydrology, v. II, ed. J.C. Rodda, J. Wiley. Sussex. p.131-52.
28- OKE, T. R. 1982. The energetic basis of the urban heat island. Quarterly
Journal o f the Royal Meteorological Society, v.108, p.1-24.
E L E M E N T O S D E E N G E N H A R IA D E S E D IM E N T O S
L e g e n d a : D G c D G ’= P r o d u t o s f i n a i s d a d e s a g r e g a ç ã o ; E = erosão ( E l do m a
terial m a i s g r a ú d o , E 2 d o m a is fino); T = t r a n s p o r t e ( T A p o r a rra ste,
T s c m su sp en são ; T s = E2 + D P L ); D P L = dcplúvio, d e sc a rg a sólida
o riu n d a da b acia vertente; D C = d e ca n ta çã o ; D = D ep ó sito ; L = G on-
s o lid a ç ã o do depósito.
* I
' M ATERIAL 0£ FUNOO PR ED O M IN A N TE i
i
G sta - XT (24.1)
E = y.q.At.1 (24.2)
P - y.q.I (24.3)
ou
P = t. V (24.4)
Essas fórmulas são muitas: algumas expressam a descarga sólida por ar
raste, outras a descarga sólida em suspensão ou ainda a descarga sólida total.
Para serem aplicadas elas exigem o conhecimento de algumas características
hidráulicas do escoamento (profundidade, velocidade ou vazão) e das propri
edades do sedimento transportado e/ou em contato com o fundo. De acordo
com a finalidade procurada, far-se-á uso de um tipo de fórmula ou dc outro:
querendo prever a erosão ou formação de depósito na calha, usar-sc-á uma
fórmula de arraste; avaliar o assoreamento de uma represa requererá, além
disso, o cálculo da descarga sólida em suspensão, enquanto que a estimativa
da descarga total será mais apropriada para o diagnóstico do estado de equilí
brio do ciclo hidrossedimentológico (ver item 24.3), para citar somente alguns
exemplos mais comuns.
q2* I 3Ba2/"
------- = A + B --------- Í24.12)
D D
>S | qB ] 1 ’S
=
'b ys J g D3((3-l)
(14.14)
c '
gv X
— - f (24.16)
wd yp - dd
V. J
êv
— = 40 (24.17)
wd 7(P - Dd
C
(24.19)
d - a
qss = g .q (24.20)
Expressar a descarga sólida produzida por uma bacia em função das carac
terísticas físicas da mesma é uma via ainda pouco explorada, se comparada com
os outros dois métodos existentes para avaliar a descarga sólida de abastecimen
to. Trata-se de uma metodologia complexa, da qual nãp se pode esperar resulta
dos muito precisos.
Há pouco tempo utilizavam-se métodos que foram desenvolvidos por
estimativas ' de perdas por erosão, para expressar essa produção,
principalmente a Equação Universal de Perdas de Solo (USLE), (Wischmeier e
Smith, 1978) associada ao emprego de uma taxa de transferência (Sediment
Deli ver/ Ratio SDR) que traduz a diminuição da produção bruta que pode ser
estimada pela USLE, em decorrência dos depósitos ocorridos na bacia. Tanto a
equação como a taxa de transferência (SDR) resultam de expressões empíricas,
ainda limitadas no seu uso pelo fato de considerar somente a produção anual
de sedimentos.
Rrogressos importantes têm sido registrados com o advento da simulação
matemática, do sensoriamento remoto, e de Sistemas de Informações Geográficas
(GIS). Atualmente já existe uma expressão relativamente simples para
expressar a produção de sedimentos associados a chuvas isoladas que caem
sobre uma pequena bacia. Trata-se da Equação Modificada de Perdas de Solo
(MUSLE) sugerida por Williams e Bemdt (1972) segundo a qual essa produção
valería:
(24.22)
onde, Gsm = descarga sólida total medida; Gsam = descarga sólida em arraste
medida; Gssm = descarga sólida em suspensão medida.
Arraste e suspensão, conceituados por critérios operacionais, são
medidos separadamente por intermédio de instrumental adequado.
H (24.26)
3sa estim. - ( 1 - ^ ) Uf] -
, *
onde, qsa estím. = estimativa de arraste por unidade de largura do leito,
934 H id r o lo g ia
9sam = 1 um x (24.27)
onde, qsam = descarga sólida por arraste em volume, medida por unidade de
tempo; 1 = largura de transporte por arraste numa seção transversal de um rio;
unl = velocidade média da propagação dos sedimentos arraste; x = espessura
da camada de sedimentos do leito transportados por arraste,
espessura da camada de sedimentos do leito transportados por arraste.
A espessura da camada de sedimentos transportados por arraste pode ser
determinada por amostragem e cálculo de verificação. A velocidade média dos
sedimentos transportados por arraste é considerada igual ao deslocamento do
centro barimétrico da área pela qual se dispersou o traçador. Essa condição
pode ser considerada como satisfeita, quando as propriedades físicas (peso
específico, forma das partículas e a natureza da superfície dos grãos) dos
sedimentos e do traçador forem compatíveis ou iguais. Geralmente se emprega
como traçador, material que corresponde à faixa granulométrica representativa
da composição do leito. Os levantamentos da propagação do traçador são feitos
por rasteamento e constituem a parte mais extensa dos trabalhos de campo.
Deve-se ainda verificar no campo a espessura da camada de sedimentos do leito
em transporte que, devido à erosão durante a passagem de uma enchente, pode-
se aproximar a zero.
Va / T £
^m - (24.28)
Ab
Batimetria de reservatório
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