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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2021.0000479820

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1020399-43.2018.8.26.0506, da Comarca de Ribeirão Preto, em que é apelante
CAMILA DANIELA DE OLIVEIRA BENEVENUTO (JUSTIÇA GRATUITA), são
apelados MAGAZINE LUIZA, XTUDO-TECH CELULARES E TABLETS
ASSISTÊNCIA TÉCNICA e MK - ELETRODOMÉSTICOS MONDIAL S/A..

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 27ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Parcial
provimento ao Recurso. V.U.*, de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores CAMPOS


PETRONI (Presidente sem voto), LUÍS ROBERTO REUTER TORRO E
ALFREDO ATTIÉ.

São Paulo, 22 de junho de 2021.

DAISE FAJARDO NOGUEIRA JACOT


Relator(a)
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº : 20.104
APELAÇÃO Nº: 1020399-43.2018.8.26.0506
COMARCA : RIBEIRÃO PRETO 4ª VARA CÍVEL
APELANTE : CAMILA DANIELA DE OLIVEIRA BENEVENUTO
APELADAS : MAGAZINE LUIZA S.A. E OUTRAS
JUIZ : HÉBER MENDES BATISTA

*AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C.


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.
Aquisição de “Tablet” que, após queda, sofre avaria na tela
frontal. Consumidora demandante que ajuíza a demanda
contra a Fabricante, a Comerciante e a Loja de Assistência
Técnica, reclamando a substituição do aparelho ou a
restituição do preço correspondente, além de indenização
moral. Alegação de ausência de reparo do produto por falta de
peça de reposição e ainda de retenção indevida do aparelho.
SENTENÇA de improcedência. APELAÇÃO da autora, que
insiste no acolhimento do pedido inicial. EXAME:
Ilegitimidade passiva da Fabricante e da Comerciante bem
evidenciada nos autos, por falta de pertinência subjetiva
existente entre a narrativa contida na inicial e eventual
conduta praticada por elas e de qualquer indício mínimo de
indicação ou vínculo de credenciamento com a Prestadora.
Matéria de ordem pública, cognoscível de ofício a qualquer
tempo e grau de Jurisdição. Extinção do feito, sem resolução
do mérito, que se faz de rigor no tocante, “ex vi” do artigo
485, inciso VI, e § 3º, do Código de Processo Civil. Relação
havida entre as partes que se sujeita às normas do Código de
Defesa do Consumidor. Demanda fundada em hipótese de
fato do serviço, com inversão legal do ônus da prova em favor
da consumidora, e não em vício do produto. Acervo
probatório constante dos autos, formado por documentos e
depoimentos testemunhais, que é conclusivo no sentido de
que houve falha na prestação do serviço por parte da Loja de
Assistência ré e de que o “Tablet” em causa não foi restituído
à cliente. Prestadora que não se desincumbiu do encargo de
provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito reclamado pela demandante, nos termos
do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil, ou
ainda das excludentes de responsabilidade previstas no artigo
14, § 3º, da Lei de Consumo. Caso que está a exigir a
condenação da Loja de Assistência Técnica ré no pagamento
do valor desembolsado pela consumidora para a aquisição do
produto (R$ 249,00), sob pena de implicar indevido
enriquecimento sem causa. Padecimento moral indenizável
bem configurado. “Quantum” indenizatório a esse título que
comporta arbitramento na quantia de R$ 800,00, ante os
parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade, além das
circunstâncias específicas do caso concreto. Verba honorária
sucumbencial devida pela demandante aos Patronos das
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litisconsortes excluídas da lide que, à luz do princípio da


causalidade, autoriza a fixação em dez por cento (10%) de
dois terços (2/3) do valor atualizado da causa, “ex vi” do
artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil, observada a
“gratuidade” concedida na Vara de origem. Desfecho de
parcial procedência da Ação quanto ao mais que, ante a
sucumbência mínima da autora, impõe carrear à Loja de
Assistência Técnica ré o pagamento das custas e despesas
processuais, além dos honorários advocatícios devidos aos
Patronos da parte adversa, que são arbitrados por equidade em
R$ 600,00, “ex vi” dos artigos 85, § 8º, e 86, parágrafo único,
ambos do mesmo “Codex”. Sentença reformada. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.*

Vistos.

Trata-se de “Ação de Obrigação de Fazer c.c.


Indenização por Danos Morais” ajuizada por Camila Daniela de Oliveira
Benevenuto, na condição de compradora, contra Mondial S.A., Magazine
Luiza S.A. e Xtudo-Tech Celulares e Tablets Assistência Técnica, na
condição de Fabricante, Comerciante e Loja de Assistência Técnica
respectivamente, mediante a qual a autora visa à condenação das rés na
substituição do “Tablet Mondial TB12” por ela adquirido no dia 25 de
novembro de 2017 ou na restituição do preço correspondente (R$ 249,00),
além de indenização moral pela quantia de R$ 7.000,00, sob a alegação de
ausência de reparo do produto, cuja tela “quebrou” após ter sofrido
queda, por falta de peça de reposição, e ainda de retenção indevida do
aparelho (fls. 1/15 e 16/21).

O MM. Juiz “a quo” proferiu a r. sentença


apelada, decidindo “in verbis”: “... JULGO IMPROCEDENTE o
pedido, arcando a autora com o pagamento dos honorários
advocatícios dos patronos das rés, que arbitro em R$ 2.000,00 para

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cada um. Esses honorários, todavia, somente serão exigíveis se as rés


comprovarem, no prazo de cinco anos, que a autora perdeu a condição
legal de necessitada. Não haverá condenação ao pagamento de custas,
em razão da gratuidade da justiça P.R.I.” (“sic”, fls. 185/189).

Inconformada, apela a autora insistindo na


procedência da Ação. Argumenta, em síntese, que o “Tablet” em
questão não foi reparado pela Assistência Técnica na data aprazada por
falta de peça de reposição; o caso vertente está a exigir a condenação das
rés na devolução da quantia paga pelo produto; sofreu abalo moral
indenizável (fls. 192/216).

Anotado o Recurso (fl. 217), as apeladas


apresentaram contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença (fls.
219/222, 223/245 e 246/251).

É o relatório, adotado o de fls. 185/187.

A Apelação comporta conhecimento,


porquanto observados os requisitos de admissibilidade recursal no
tocante (v. artigos 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil).

Malgrado o entendimento do MM. Juiz “a


quo”, a r. sentença apelada comporta mesmo reforma.

Com efeito, o caso versa relação de consumo,


sujeito portanto às normas do Código de Defesa do Consumidor, que

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preveem a aplicação da inversão do ônus da prova em favor do


consumidor, para a facilitação da defesa, determinando a interpretação das
cláusulas contratuais de maneira mais favorável ao consumidor e coibindo
aquelas que estabeleçam desvantagem exagerada em benefício de
Fornecedor, além do dever de informação precisa quanto aos produtos e
serviços comercializados (v. artigos 6º, incisos III e VIII, 47 e 51 da Lei nº
8.078/90).

Já se viu, a consumidora demandante reclama a


substituição do “Tablet” em causa ou a restituição do preço
correspondente (R$ 249,00), além de reparação extrapatrimonial, a
pretexto de falha na prestação do serviço de reparo do aparelho por
parte da Loja de Assistência Técnica ré, que não efetuou a troca da
tela “quebrada” nem devolveu o produto à cliente.

Nesse sentido, não havendo qualquer relação


de pertinência subjetiva existente entre a narrativa contida na inicial e
eventual conduta praticada pela Comerciante ou pela Fabricante
envolvendo o defeito alegado, tampouco qualquer indício mínimo de
indicação ou vínculo de credenciamento com a Prestadora, não se pode
conceber, a pretexto da participação na cadeia de consumo, a
responsabilidade solidária delas pela satisfação da pretensão deduzida pela
autora, que não se funda em vício do produto.

Assim, considerando a atribuição isolada de ato


ilício à Loja de Assistência Técnica, bem ainda o efeito translativo dos
Recursos, impõe-se o reconhecimento da ilegitimidade passiva das

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Empresas Mondial S.A. e da Magazine Luiza S.A., matéria de ordem


pública e cognoscível de ofício e a qualquer tempo e grau de Jurisdição,
com a consequente extinção do processo, sem exame do mérito, em
relação a elas, nos termos do artigo 485, inciso VI, e § 3º, do Código de
Processo Civil.

Pois bem. No caso vertente, restou


incontroversa a entrega do “Tablet” pela consumidora demandante à
Loja de Assistência Técnica ré para o reparo da tela no dia 17 de janeiro
de 2018, pelo preço de R$ 120,00, conforme a “Ordem de Serviço nº
000894” (v. fl. 20), bem ainda que não houve a conclusão do serviço
contratado.

Ora, fundada a causa em hipótese de fato do


serviço, tem-se que a responsabilidade civil atribuída à Prestadora é de
natureza objetiva, ante a adoção da teoria do risco empresarial, com a
possibilidade de eximir-se da reparação dos danos somente quando
provada a inexistência de defeito ou a culpa exclusiva do consumidor ou
de terceiro, nos termos do artigo 14, § 3°, da Lei 8.078/90 que estabelece,
“in verbis”, que:

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que


o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

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II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

(...)

§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado


quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.”

Nesse sentido, cabia à demandada comprovar a


existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
reclamado pela demandante na inicial, nos termos do artigo 373, inciso
II, do Código de Processo Civil, ou ainda das excludentes de
responsabilidade previstas no sobredito artigo 14, § 3º, da Lei de
Consumo. Todavia, desse ônus ela não se desincumbiu.

O acervo probatório constante dos autos revela


que o serviço de reparo não foi mesmo regularmente prestado pela Loja
de Assistência Técnica ré, que ainda reteve de forma indevida o “Tablet”
em questão, sem prova da devolução do bem à consumidora.

É que, embora a justificativa apresentada pela


contratada no sentido de que “nada poderia ser feito pela ausência das peças,
tendo sido devolvido o tablete às mãos da Autora” (“sic”, fl. 98), o

representante legal da Fabricante, Eduardo de Oliveira Oriente, ao ser


ouvido em Juízo, asseverou que a Empresa fabrica de forma contínua
as peças de reposição do produto objeto de discussão (v. mídia
audiovisual), fato esse a cujo respeito não restou desconstituída a força
probatória.
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Por essa razão, não convence a alegação


deduzida por Rodrigo César Duarte de Freitas, na condição de titular do
estabelecimento “XTudo-Tech”, durante a instrução processual, de que a
falta de conserto do aparelho ocorreu por conta da demora estimada
entre setenta (70) e noventa (90) dias para o “trâmite” da peça de
reposição vinda da China (v. mídia audiovisual).

Diferentemente do tanto alegado em


contestação, observa-se ainda contradição na resposta afirmativa por ele
ao questionamento formulado pela Advogada da parte adversa, se a
consumidora, ao levar o “Tablet” à Loja de Assistência ré, “foi informada
que a empresa fazia o reparo naquele aparelho” (v. mídia audiovisual).

De outro lado, José Evaldo Priolli e Edna


Regina da Silva, colegas de trabalho da demandante, ao serem ouvidos
após o compromisso legal, confirmaram que, além de o produto não ter
sido retirado pela consumidora, presenciaram por mais de uma vez a
ausência de conclusão do serviço em questão pela Prestadora a pretexto
de que “nunca tinha peça” e de que “não tinha peça para arrumar” (v. mídia
audiovisual).

Tem-se, pois, que a prova dos autos, formada


por documentos e depoimentos testemunhais, demonstra efetivamente
que a Loja de Assistência ré não prestou o serviço contratado, tampouco
providenciou a devolução do “Tablet” à cliente. Bem por isso, o caso
dos autos está a exigir a condenação da Prestadora no pagamento do

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valor desembolsado pela consumidora para a aquisição do produto


(R$ 249,00), sob pena de implicar indevido enriquecimento sem causa
(v. artigo 884, “caput”, do Código Civil).

Essa quantia deve ser acrescida de correção


monetária pelos índices adotados para cálculos judiciais a contar da
entrega do bem para reparo (17 de janeiro de 2018) mais juros de mora
pela taxa de um por cento (1%) ao mês a contar da citação (v. fls. 20/21,
Súmula 43 do C. Superior Tribunal de Justiça e artigo 405 do Código
Civil), por versar o caso dos autos responsabilidade civil contratual.

Quanto à indenização moral, é possível


mesmo inferir da prova dos autos elementos seguros de convicção
quanto ao abalo sofrido pela demandante. Não se duvida da ocorrência
desse desfalque como decorrência lógica dos sentimentos profundos de
desamparo e de frustração suportados pela consumidora que, além de
não ter logrado êxito no conserto pretendido, ainda foi privada da
utilização e da posse do bem em causa.

Nesse sentido, considerando que essa situação


ultrapassou em muito o mero dissabor da vida cotidiana, revela-se óbvio
o prejuízo moral no caso, que comporta a justa reparação, incumbindo à
demandada arcar com o pagamento de indenização pelos danos morais
padecidos pela demandante (v. artigos 5º, incisos V e X, da Constituição
Federal e 186 do Código Civil).

No que tange ao “quantum” indenizatório, tem-

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se que a indenização a esse título comporta arbitramento na quantia de


R$ 800,00, para ser paga com correção monetária pelos índices
utilizados para cálculos judiciais a contar deste julgamento, mais juros
de mora pela taxa de um por cento (1%) ao mês a contar da citação (v.
Súmula 362 do C. Superior Tribunal de Justiça e artigo 405 do Código
Civil).

Esse montante se revela moderado para a


reparação moral em questão ante os parâmetros da razoabilidade e da
proporcionalidade, as peculiaridades do caso concreto e ainda os valores
indenizatórios determinados na prática Judiciária deste E. Tribunal de
Justiça, sem deixar de levar em conta o valor do produto (R$ 249,00)
e o fato de que, na verdade, a “XTudo-Tech” constitui mero nome
fantasia por meio do qual Ronan Camilo Duarte de Freitas atua como
“Empresário Individual” no Mercado, com capital social de R$
5.000,00 (v. fls. 103/105).

Demais, a indenização fixada não avilta o


sofrimento da autora nem implica enriquecimento sem causa e servirá
ainda para desestimular a reiteração dessa conduta pela Prestadora,
considerando também os inconvenientes naturais suportados pela
consumidora e a necessidade de intervenção judicial.

Resta o acolhimento parcial do Recurso por


conseguinte.

A propósito, eis a Jurisprudência:

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1003782-91.2017.8.26.0619
Classe/Assunto: Apelação Cível / Acidente de Trânsito
Relator(a): Andrade Neto
Comarca: Taquaritinga
Órgão julgador: 30ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 20/11/2020
Data de publicação: 20/11/2020
Ementa: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM REPARAÇÃO DE
DANOS MORAIS E MATERIAIS VEÍCULO ENVOLVIDO EM ACIDENTE
IMPOSSIBILIDADE DE CONSERTO POR AUSÊNCIA DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO NO
MERCADO VIOLAÇÃO DO ARTIGO 32 DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR DEMORA DE, AO MENOS, 4 MESES DESDE A NOTIFICAÇÃO
PARA O FORNECIMENTO DAS PEÇAS E CONSERTO DO VEÍCULO SITUAÇÃO
QUE EXTRAPOLA A RAZOABILIDADE DANO MORAL CARACTERIZADO DANOS
MATERIAIS NÃO DEMONSTRAÇÃO CONSERTO DO VEÍCULO PAGO PELA
SEGURADORA DO REQUERENTE APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA

1005801-50.2018.8.26.0291
Classe/Assunto: Apelação Cível / Responsabilidade Civil
Relator(a): Almeida Sampaio
Comarca: Jaboticabal
Órgão julgador: 25ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 31/01/2020
Data de publicação: 31/01/2020
Ementa: Ação de Indenização - Dano moral e material - Código de Defesa do Consumidor
- Artigo 32 Peça de reposição Demora injustificada Peça de manuseio diário
Condenação por dano moral mantida Afastamento do dano material Ausência de
elementos seguros do valor dispendido. Apelo provido em parte.

1012253-56.2017.8.26.0309
Classe/Assunto: Apelação Cível / Prestação de Serviços
Relator(a): Cristina Zucchi
Comarca: Jundiaí
Órgão julgador: 34ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 27/05/2019
Data de publicação: 29/05/2019
Ementa: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. AUSÊNCIA DE REPOSIÇÃO DE PEÇAS DE
VEÍCULO EM LINHA. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE
REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. EXCESSO DE PRAZO PARA A
ENTREGA DAS PEÇAS, QUE IMPOSSIBILITOU O USO E FRUIÇÃO DO VEÍCULO
PELO CONSUMIDOR. ORDEM DE REPARAÇÃO MATERIAL E MORAL. REDUÇÃO
DOS DANOS MATERIAIS. REEMBOLSO PARCIAL DAS DESPESAS COM
LOCOMOÇÃO (UBER).DANOS MORAIS BEM DOSADOS MONOCRATICAMENTE.
AÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
Apelações parcialmente providas, nos termos do acórdão.

Impõe-se, pois, a reforma da r. sentença

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apelada para: a) reconhecer a ilegitimidade passiva da Mondial S.A. e da


Magazine Luiza S.A., com a extinção do feito sem resolução do mérito
em relação a elas, arcando a autora, à luz do princípio da causalidade,
com as custas e despesas processuais desembolsadas pelas litisconsortes
excluídas da lide, além dos honorários advocatícios em favor dos Patronos
dessas litisconsortes, que são fixados em dez por cento (10%) de dois
terços (2/3) do valor atualizado da causa, “ex vi” dos artigos 85, § 2º, e
485, inciso VI, e § 3º, do Código de Processo Civil, observada a
“gratuidade” concedida na Vara de origem; b) condenar a “XTudo-
Tech” a pagar para a demandante indenização material de R$ 249,00,
com correção monetária a contar da data da entrega do bem para reparo,
mais juros de mora a contar do evento danoso, além de indenização moral
de R$ 800,00, com correção monetária a contar deste julgamento, mais
juros de mora a contar do evento danoso, arcando a Prestadora, ante a
sucumbência mínima da consumidora, com as custas e as despesas
processuais respectivas, além da verba honorária sucumbencial, ora fixada
por equidade no valor de R$ 600,00, “ex vi” dos artigos 85, § 8º, e 86,
parágrafo único, ambos do Código de Processo Civil.

Diante do exposto, dá-se parcial provimento ao


Recurso.

DAISE FAJARDO NOGUEIRA JACOT


Relatora

Apelação Cível nº 1020399-43.2018.8.26.0506 -Voto nº 20.104 12

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