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Projeto CLP Portao Garagem
Projeto CLP Portao Garagem
2. Metodologia:
Encontrar as informações necessárias em literatura técnica e nos manuais do fabricante
(WEG) do CLP CLIC02® e com base nas mesmas projetar um portão de garagem controlado pelo
mesmo.
3.3. O Hardware2:
Basicamente o hardware de um CLP pode ser dividido em três partes:
3.3.1. Fonte de Alimentação:
Atualmente a maioria das fontes de CLP é chaveada e apresenta uma tensão de saída única de
24 Vcc. Ela serve para alimentar os módulos de entrada e saída e CPU ao mesmo tempo. Esta tensão
possui algumas vantagens sobre outras (como 5 Vcc, por exemplo) por poder ser facilmente regulada
para tensões menores, ter uma maior imunidade a ruídos elétricos e ser compatível com o padrão RS-
232 de comunicação.
3.3.2. CPU (Central Processor Unit) ou Unidade Central de Processamento:
A CPU pode ter inúmeras naturezas. Logo no inicio eram usados microcontroladores (por
exemplo, o PIC da Microchp®) ao invés de microprocessadores, devido ao custo-benefício.
Atualmente, com exceção de alguns pequenos CLP’s, os tipos industriais utilizam
microprocessadores padrão IBM-PC. Muitas vezes a CPU é a mesma que a de um PC, mudando
apenas o aspecto construtivo.
3.3.3. Interfaces E/S (Entrada e Saída, ou do inglês I/O – Input and Output):
São as portas por onde entram e saem sinais do CLP. Ao trazer uma informação do mundo externo o
CLP também precisa enviar um comando baseado nesta informação. Estas podem ser divididas em
dois grupos distintos.
3.3.3.1. Entradas e Saídas Analógicas: Na maioria dos processos industriais temos
grandezas do tipo analógicas, como temperatura, umidade relativa, posicionamento de eixos, entre
outras. Através de um conversor interno analógico/ digital (A/D) o CLP pode monitorar e controlar
este tipo de sinal. O fator mais importante neste caso é a resolução do módulo A/D, pois quanto
melhor o fator de amostragem maior a precisão e rapidez das "decisões a serem tomadas pelo CLP.
Por exemplo: Se desejo monitorar uma variação de tensão de algum sensor, que varia de 0V a
10V, e tenho um conversor A/D de 8 bits, qual será minha resolução para a aplicação?
Primeiro:
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Determinar o número de palavras digitais que podem ser montadas (2n = 28 = 256), onde n =
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Isso significa que qualquer sinal inferior a este valor não será reconhecido pela entrada, o que
faz perceber que se uma precisão maior for necessária este conversor precisa ter maior número de
bits. Este tipo de entrada recebe sinais de dispositivos tais como termopares (temperatura), sensores
de deformação mecânica (strain-gauges), sensores de umidade, sensores piezelétricos (pressão
mecânica), tacogeradores, potenciômetros de deslocamento angular ou linear e encoders senoidais.
A diferença entre as entradas e saídas analógicas está apenas ao que são ligadas e seu modo
construtivo, pois nas saídas temos outro tipo de conversor, que é o Digital/ Analógico (D/A).
3.3.3.2. Entradas e Saídas Digitais: Como o próprio nome já diz, estas interfaces apenas
aceitam dois estados, ou seja, “0” e “1”.
Normalmente, como já exposto, o nível lógico 1 (um) para o CLP significa 24 Vcc. Estas
interfaces podem ser de dois tipos: ativa baixa (ou tipo N) e ativa alta (tipo P). Logicamente, para
ativarmos uma entrada “P” devemos ligá-la em 24 Vcc,e para uma entrada “N” 0 Vcc.
Outro detalhe que deve ser observado quando falamos em interfaces digitais é a sua isolação
ótica. Esta técnica possui duas funções principais: eliminação de ruídos elétricos e proteção do
sistema de controle. Por ruído elétrico entende-se qualquer anomalia que provoque uma variação de
tensão ou corrente que não consiga ser identificada corretamente pelo CLP e provoque
comportamento errático (instabilidades).
Os sensores mais comuns para entrada digitais são: sensores indutivos de proximidade, chaves
fim-de-curso, botoeiras, pressostatos, entre outros. Por sua vez, as cargas mais associadas às saídas
digitais são: contatores, relés eletromecânicos e de estado sólido (SSR), solenóides, válvulas, sono-
alarmes, LED’s, lâmpadas, etc..
3.4. Programação3:
Para que um CLP funcione corretamente ele precisa ser programado para desempenhar a
função que desejarmos. Isso quer dizer que ele não vem pronto de fábrica para ligar onde quisermos,
é preciso que se diga a ele o que fazer com as informações que o mesmo receber através de suas
entradas.
O programa do CLP é estruturado em blocos, mais precisamente em cinco blocos:
3.4.1. Bloco de Organização (OB – Organization Block): Esse é o bloco que organiza toda a
seqüência da automação. Todos os demais blocos estão contidos neste. Na prática ele é um programa
tipo executável (.EXE).
3.4.2. Bloco de Programa (PB – Program Block): É neste bloco que instalamos o software
residente do CLP. Normalmente a memória deste bloco é do tipo RAM (com bateria para mantê-la)
ou do tipo flash.
3.4.3. Bloco de Funções (FB – Function Block): É o bloco onde são armazenados os dados
das variáveis externas (temperatura, entrada e saída analógica, vazão, etc.).
3.4.4. Bloco de Dados (DB – Data Block): É o bloco que pode ser usado e alterado durante a
execução do programa. Os dados mais comuns a este bloco são esclarecimentos (comentários) sobre
o próprio programa, FB’s, referências, e tempos.
3.4.5. Bloco de Passos (SB – Step Block): Este contém os programas gráficos do CLP. É
neste bloco que tratamos da “sinalização” do processo (sinais da Interface Homem-Máquina (IHM),
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Quanto à linguagem de programação usada, cada fabricante pode optar por uma, porém, a
maioria segue a norma IEC 1131, que permite três modalidades: DIC (Linguagem de Contatos ou
LADDER), DIL (Blocos Lógicos), e LIS (Lista de Instruções). De todas as linguagens a mais
empregada, por sua simplicidade e fácil, entendimento é a Linguagem LADDER.
Vejamos, nas Figuras 2, 3 e 4 exemplos das linguagens descritas:
LD LD X0.
AND X1
OUT Y0.
Figura 4 — Linguagem LIS (lista de instruções).
Logo abaixo são mostradas (Tabela I) algumas das instruções da linguagem LIS:
Tabela I – Lista Instruções LIS (básicas).
LD “Carrega entrada” (Ex. LD X0).
LDI “Carrega entrada invertida” (Ex. LDI X0 = LD X0).
AND Operação “E”.
ANI Operação “E” com entrada invertida.
OR Operação “OU”.
ORI Operação “OU” com entrada invertida
OUT Envia o resultado para a respectiva saída.
3.5. O CLP CLIC02®4:
A WEG, com fábrica situada no Brasil, desenvolveu, entre muitos de seus produtos, um CLP
de baixo para aplicações simples. O mesmo denomina-se CLIC02. Este CLP é do tipo modular, ou
seja, se necessário podem ser acrescentadas partes que ampliam seu poder de ação e controle,
permitindo um uso em escala maior. Na figura 5 podemos ver o CLP.
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Figura 5 — CLP CLIC02 da WEG com um módulo de “ampliação” e um modelo maior com um exemplo de aplicação.
Na Tabela II passamos a descrever algumas das principais características deste CLP. Podemos
notar que ele é bem robusto e dá uma gama bem variada de possíveis aplicações.
No próprio Manual, fornecido pela Empresa, são citadas algumas das aplicações para as quais
o mesmo é muito útil:
• Controle de Sistemas de Iluminação; Tabela II — Características do CLIC02
• Comando de Portas ou Cancelas; • Unidades com 10, 12 e 20 pontos de
• Sistemas de Energia; E/S digitais e 2 ou 4 pontos de entradas
• Sistemas de Refrigeração e Ar-Condicionado; analógicas (0...10 v /10bits);
• Sistemas de Ventilação; • Módulos de expansão de 4 entradas e
• Sistemas de Transporte; 4 saídas (relé ou transistor) com alimentação
independente da unidade básica, possibilitando
• Controle de Silos e Elevadores; diferentes tipos de tensões em uma mesma
• Comando de Bombas e Compressores; configuração;
• Sistemas de Alarme; • Configuração máxima de 44 pontos de
• Comando de Semáforos; E/S;
• Sistemas de Irrigação; • Saídas digitais a relé (8A Carga
• Entre outras. Resistiva) ou transistor (0,5A);
4.2. Tipo de Motor e Alimentação: O motor do portão será alimentado por uma rede
trifásica do condomínio (380 Vca).
4.3. Sensores Utilizados: Teremos um sensor de pressão, posto em uma barra horizontal
emborrachada em toda base inferior da folha móvel (basculante), para evitar esmagamento ou dano a
veículos. Teremos ainda um sensor de falta de energia que acionará o sistema UPS (Uninterrupted
Power Supply) que alimentará o controle do portão em caso de emergência.
4.5. Comando e Temporização: Nós teremos a necessidade de um comando com três
botoeiras em um painel, sendo uma para abertura, uma para fechamento e uma de emergência.
Optou-se por usar uma para abrir e outra para fechar em virtude de evitarmos o pressionamento
indevido durante uma operação de abertura ou fechamento (pressionando duas vezes a mesma
botoeira).
Todo comando e temporização serão efetuados pelo CLP CLIC02. O funcionamento é
simples. Ao pressionarmos a botoeira de abertura do portão o sistema acionará imediatamente um
alerta sonoro, e iniciará a abertura do mesmo. Ao pressionarmos a botoeira de fechamento o portão
iniciará seu fechamento. O fechamento será imediatamente interrompido se o botão de emergência
for acionado, revertendo o motor e abrindo novamente o portão. Em caso do sensor de pressão da
base tocar em algo por mais de três segundos ocorrerá o mesmo que n caso do acionamento da
botoeira de emergência. Modificações podem ser aplicadas a qualquer instante, por isso o uso de um
CLP. Mais detalhes serão vistos adiante.
4.6. Proteção para Falha Eletromecânica: Em caso de falha eletromecânica qualquer, que
impossibilite o uso do CLP (componentes “queimados” no quadro de comando ou o próprio motor,
ou ainda quebra de peças), o portão deve ter um dispositivo, também mecânico, que permita sua
abertura manual. Este dispositivo, que bem pode ser uma trava, deve estar sinalizado, mas ser posto
em local protegido contra intenções maldosas e ainda possuir um sistema de proteção (cadeado, por
exemplo).
4.7. Proteção para Interrupção de Energia (falha na alimentação): Como já exposto, a
proteção contra falha de energia será compensada por um No-break, que além de manter a vida útil
do CLP prolongada, será usado para acionamento do portão em casos de emergência desta natureza.
Para este tipo de projeto é também é necessário a coleta de algumas informações numéricas
importantes, tais como:
4.8. Estimativa de Uso (pior caso): O conjunto de apartamentos possui vaga para apenas
vinte automóveis, por isso vamos prever uma folga de vinte e cinco carros em seu interior de uma
única vez.
4.9. Tempo de Acionamento e Abertura total: O acionamento do motor será automático à
pressão na botoeira respectiva. O tempo total de abertura ou fechamento será de vinte e cinco
segundos.
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4.10. Tempo de Espera quando aberto: O tempo de espera entre um estado e outro (aberto
ou fechado) depende apenas do comando dado (abrir ou fechar), mas pode vir a ser temporizado no
futuro.
4.11. Potência Consumida durante Acionamento e em Repouso: Em repouso nosso
sistema tem consumo ínfimo e não será computado. Os demais cálculos serão mostrados na seção
apropriada deste documento.
4.12. Estimativa de Auto-suficiência Energética sob Falha de Alimentação: O sistema No-
break precisa ter autonomia para utilização em pior caso, ou seja, todos os carros entram e todos
saem durante o período de falta de energia. Considerando-se um blackout, este fator de serviço pode
ainda ser maior.
4.13. Projeto:
4.13.1. O Motor: Abaixo são mostradas as curvas do motor escolhido (Figuras 7 e 8).
As baterias do sistema no-brek devem suportar a potência de 742,67W por no mínimo trinta
minutos. Para uma margem de segurança, vamos optar por uma hora.
Para o regime de corrente da bateria, temos que:
Levando em conta consumos não calculados, vamos estipular 10A. Ou seja, uma bateria com
autonomia de 10Ah (Ampères-Hora) supre perfeitamente nossas necessidades.
O sistema UPS precisará de uma bateria para suprir 10Ah gerando (por inversor de
freqüência) tensão trifásica de aproximadamente 380 Vca (para o motor) e ter uma saída estabilizada
de 24 Vcc para o sistema do CLP.
4.13.5. Esquema Elétrico: na Figura 10 temos o exemplo de como seria o comando de nosso
portão apenas por circuitos discretos (componentes normais):
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foi construída a temporização, onde o alarme (sinal sonoro) irá soar por cinco segundos antes da
abertura do portão.
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