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DOI: h p://dx.doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1p143-159
estresse. Maiores evidências sobre o tema 19,460 tles were iden fied, where 176 abstracts
ainda são necessárias, considerando diferentes were analyzed and 104 ar cles assessed in full. At
aspectos do contexto familiar e do ambiente, the end of the process, 11 ar cles were included,
Palavras-chave: A vidade motora; Estresse between the prac ce of physical ac vity and stress
psicológico; Adolescente. (or psychological stress) among adolescents
inves gated with observa onal dis nct designs.
Abstract
Experimental studies seem to demonstrate a
posi ve effect of physical ac vity on stress. Major
The objec ve of this study was to systema cally
evidence on the subject are s ll required,
review the literature on the associa on between
considering different aspects of family and
the prac ce of physical ac vity and stress in
environmental context, meliness of associa ons
adolescents. The databases were analyzed of
and greater diversity of prac ce of physical ac vity
PubMed/MEDLINE, Web of Science, SPORTDiscus,
in experimental studies.
LILACS, PsycInfo, and ADOLEC. The assessment of
the methodological quality of the ar cles and the Keywords: Motor ac vity; Psychological stress;
en re process of review was performed by peers. Adolescents.
Introdução
2.474 na SPORTDiscus, 487 na LILACS, 479 na interesse. Embora todos os estudos tenham
PsycInfo e 357 na ADOLEC. Após esta seleção, realizado testes esta s cos adequados, apenas
2.530 trabalhos duplicados foram excluídos seis realizaram análises que ajustavam à
através da ferramenta específica do so ware associação de interesse para, ao menos, sexo e
EndNote®, permanecendo 16.930 tulos para nível econômico. O resumo desta avaliação está
as etapas posteriores da revisão (Figura 1). apresentado na Tabela 1.
Após a leitura dos tulos, 176 resumos foram Entre os 11 ar gos, nove foram transversais, um
selecionados. Destes, 104 ar gos foram longitudinal e dois estudos de intervenção. O
elegíveis para a leitura na íntegra. Entre estes, primeiro estudo realizado com adolescentes
11 trabalhos atenderam a todos os critérios de sobre o tema foi conduzido em 1990, com
15
inclusão. Os principais mo vos para exclusão delineamento longitudinal, quando foram
foram: não haver testes de associação entre o analisados os dados de 743 estudantes
estresse psicológico e a vidade sica (n=37; pertencentes a uma coorte. Os países com
41%) e/ou não contemplar a faixa etária de maior número de estudos publicados foram os
interesse (n=42; 47%). Após a verificação das Estados Unidos15, 18, 19 e o Brasil.16, 20 No con nente
17, 21-23
listas de referências dos 9 ar gos, dois novos europeu foram realizados três estudos,
24 25
ar gos foram acrescentados, somando 11 enquanto que na Oceania e na Ásia um
ar gos inclusos nesta revisão. estudo em cada.
Na avaliação dos 14 itens sobre a qualidade As faixas etárias estudadas divergiram entre os
metodológica14 os ar gos apresentaram em estudos. Yin e colaboradores (2005),19 por
m é d i a n ove p o nto s ( D P 1 , 5 ) e fo ra m exemplo, consideraram adolescentes e jovens
considerados, em geral, adequados para adultos (13-24 anos; média 16 anos, DP 3,3
15
permanecerem nesta revisão. Sumariamente, anos) em sua amostra; Reynolds (1990)
em todos os estudos o obje vo estava entrevistou somente adolescentes, entre 14 e
claramente descrito. Quanto às medidas de 16 anos; Reiner et al. (2015)17 analisaram
exposição e desfecho, em nove estudos (81,8%) meninos e meninas com idade média de 14
25
elas foram consideradas acuradas (bons anos e Park (2014) estudou uma amostra
indicadores de validade e confiabilidade). representa va dos escolares do ensino médio
Apenas três estudos (27,3%) foram realizados (12 a 18 anos) e os trabalhos de Norris, Carroll e
com amostras representa vas da população de Cochrane (1992) 22 e Pires et al. (2004) 16
avaliaram estudantes adolescentes com faixas Perceived Scale Stress (Escala de Estresse
etárias similares (13 a 19 anos), também do Percebido),26 com 14 questões. Os demais
ensino médio. Além destes, um estudo avaliou estudos u lizaram diferentes ques onários,27-28
somente adolescentes meninas do ensino que possuíam entre 15 e 58 itens/situações
24
médio de 16 a 18 anos, dois entrevistaram inves gadas, como: estresse oriundo da
adolescentes (13-18 anos) pertencentes a seis vizinhança, da família, dos pares interação
comunidades rurais 21 e outro contemplou professor/adulto; vida em casa;
estudantes do 3º ano do ensino médio (17-18 re s p o n s a b i l i d a d e d e a d u l to ; re l a çõ e s
anos), que pretendiam fazer prova para amorosas, frequência escolar; conflito na
20
ingresso na universidade. escola/lazer; desempenho escolar, pressão
financeira, sobrecarga escolar, tensão social e
Instrumentos para avaliação do estresse
falta de tempo.
15-17
Nestes, os par cipantes eram adolescentes Entre os três estudos observacionais, que
escolares (10 até 18 anos), com amostras u lizaram a a vidade sica como desfecho
variando de 147 até mais de 73 mil estudantes. (Quadro 2), nenhum estudo foi realizado com
Uma grande amplitude de categorização de amostra representa va do público alvo, mas
faixa etária foi observada. todos foram desenvolvidos com escolares, a
exemplo dos apresentados do Quadro 1.
Os principais resultados ressaltaram a
ausência ou a pequena magnitude da Nos estudos transversais realizados por Pires et
16 17
associação entre a prá ca de a vidade sica e al. e Reiner et al. não foram apresentadas nas
24, 25
o estresse psicológico. Dois estudos não análises as medidas de efeito. Contudo, no
encontraram associação, sendo que um deles estudo de Pires et al. 16 evidenciou maior
mostrou que os adolescentes fisicamente número de horas em a vidades sicas entre
a vos nham menor probabilidade de serem adolescentes que não relataram sintomas de
classificados com estresse psicológico acima estresse. Além disso, o grupo classificado pelo
da média. Entretanto, a medida de efeito autor como com estresse adequado à saúde
encontrada foi pequena, com uma razão de teve maior par cipação em a vidades de
odds de 0,89 – IC95%= 0,86 – 0,93.25 Outros esforço muito intenso quando comparado ao
18, 19, 21, 22, 25
quatro estudos, destacaram grupo com estresse prejudicial (p<0,05). O
coeficiente de correlação muito fraco ou fraco, estudo de Reiner et al. 1 7 apontou uma
variando entre −0,08 a −0,23. diminuição no tempo gasto com a vidades
sicas moderadas e vigorosas quando o
Já o estudo realizado com estudantes,
estresse era oriundo da sobrecarga escolar. No
residentes na Eslováquia,23 demonstrou que 15
único estudo longitudinal desta revisão, os
meninos que a ngiram a recomendação de
autores não encontraram correlação entre a
300 minutos de a vidade sica semanais
prá ca da a vidade sica e o estresse em
relataram menor carga de estresse quando
nenhum momento inves gado.
comparados aos meninos que não a ngiram a
recomendação. Entre as meninas, esta Resultados dos estudos experimentais
diferença não foi observada. Importante
20, 22
destacar que, neste estudo, nenhuma medida Dois estudos experimentais examinaram o
de efeito foi apresentada, apenas diferenças efeito da a vidade sica sobre o estresse
entre os grupos. (Quadro 3). Ao avaliarem o efeito da a vidade
que a prá ca de a vidade sica é maior entre os clima desfavorável, a estrutura ofertada, entre
meninos, quando ambos são comparados ao outros fatores contextuais, afetando a
sexo contrário.10,35 Todavia, assim como o sexo, percepção de estresse e a con nuidade ou
fatores socioeconômicos também podem intensidade desta prá ca. Como os estudos não
interagir na associação entre a vidade sica e co nte m p l a ra m o u t ra s e s p e c i fi c i d a d e s
estresse, potencializando ou inibindo essa importantes da a vidade sica e possíveis
associação entre adolescentes de diferentes fontes do estresse,10 também limitaram suas
classes socioeconômicas. análises ao não explorar os fatores sinergistas
da a vidade sica (clima/estação do ano do
Acredita-se ainda que não apenas as
período das avaliações ou de provas/exames).
caracterís cas individuais possam promover ou
inibir a prá ca de a vidade sica e a percepção
Entende-se que para a avaliação da a vidade
do estresse, mas que os aspectos do ambiente
sica, os usos de ques onários padronizados
sico, econômico e social têm um peso a ser
que meçam diferentes intensidades das
considerado na avaliação das mudanças de
a vidades assim como suas durações
trajetória ou padrão da a vidade sica na
auxiliariam na compreensão da relação da
população adolescente.36
a vidade sica com o estresse. Instrumentos
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Anexo
Ar gos incluídos
11
Tabela 1: Versão adaptada de Downs & Black (1998)14 para a avaliação da qualidade metodológica
dos estudos incluídos (N=11).
Descrição
01 Hipótese/obje vo do estudo estão claramente descritos? 11 (100)
03 As caracterís cas dos indivíduos incluídos no estudo estão claramente descritas? 9 (84,6)
Validade externa
Os sujeitos chamados para par cipar do estudo foram representa vos de toda a
11 3 (27,3)
população de onde foram recrutados?
18 Os testes esta s cos u lizados para avaliar os principais desfechos foram apropriados? 11 (100)
Houve um ajuste adequado dos fatores de confusão nas análises a par r das quais os
25 6 (54,5)
principais achados foram rados?
Quadro 1: Sumário dos estudos observacionais (transversais) da relação entre estresse psicológico
e a vidade sica.
Feld e 333; Escola Autoperceção de estresse Dias por semana em que Fraca correlação inversa
Shusterman, pública e através de uma pergunta: pra ca a vidades sicas entre o nível de estresse e
201518 privada do 9º (média de pontos) (média e DP) frequência das a vidades
ao 12º ano sicas r= −0,13
Moljord et 1.508; Versão norueguesa do Prá ca de a vidade sica Fraca correlação inversa
al., 201121 Estudantes de Ques onário de Estresse entre a vidade sica
ensino médio; para Adolescentes39 vigorosa e estresse
13-18 anos (baixo, moderado e alto (Meninas: r= −0,13;
estresse) Meninos: r= −0,08)
Norris, 147; Escala de estresse Tempo habitual gasto Fraca correlação inversa
Carroll, e Estudantes do percebido26 com 14 itens por semana em (r= -0,23; p<0,01) entre
Cochrane, ensino médio; (média de pontos e DP) a vidades sicas e a a vidade sica e estresse
199222 13-17 anos; intensidade40
Yin et al., 303; Estresse pessoal nos Número de dias de Correlação muito fraca
200519 Adolescentes; úl mos 12 meses27 a vidade sicas na entre a a vidade sica e o
13-24 anos (média e desvio padrão semana (média e DP) estresse pessoal (r= 0,08)
da escala likert)
Quadro 2: Sumário dos estudos observacionais da relação entre a vidade sica e estresse
psicológico.
Pires et al., Transversal Inventário de sintomas Recordatório de três dias O grupo estresse adequado a
200416 754; Estudantes de estresse31 nas de a vidade sica32 saúde, apresentou maior
do de escolas úl mas 24 horas, (tempo e níveis de número de horas em a vidades
estaduais, úl ma semana e no esforço em a vidades sicas e maior par cipação em
par culares e úl mo mês. (estresse sicas em quatro a vidades de esforço muito
federais; 15 a 19 adequado ou categorias: Leve, intenso que o grupo com
anos prejudicial à saúde) moderado; intenso e estresse prejudicial (p<0,05)
muito intenso) No grupo na fase de alerta,
apresentou um maior percentual
de tempo despendido em
a vidades sicas (níveis
moderado, intenso e muito
intenso), comparado com a fase
de exaustão
Reiner et Transversal Escala de Estresse A vidade sica Não foi relacionado ao estresse
al., 201517 211; Alunos de Crônico durante a moderada e vigorosa global percebido. No entanto,
28
Transversal 11 escolas Infância (escala Likert durante uma semana adolescentes gastaram menos
secundárias; de cinco pontos) normal e durante a tempo em a vidades de
Idade média de úl ma semana moderada a vigorosa se eles
14,1 (DP 1,4) (intensidades das estavam estressados devido à
a vidades foi calculado o sobrecarga de escola (-0,102
gasto energé co (MET)) p<0,05)
Quadro 3: Sumário dos estudos experimentais sobre a vidade sica e o estresse psicológico.
Araújo et 71; (39 Grupo Escala de Estresse para Programa de exercício sico Redução dos escores médios
al., 201220 Experimental; Adolescentes30 com 44 moderado das fases e sintomas do estresse
32 Grupo itens (alerta, Intervenção: Sessões de 60 entre os adolescentes do grupo
Controle); resistência, quase minutos, duas vezes por experimental, tanto em
Estudantes exaustão e exaustão) e semana, durante 10 semanas meninas, quanto meninos (Fase
avaliados sintomas do estresse Controle: não par ciparam - p=0,001; Sintoma - p=0,001)
como (sintomas psicológicos, do fator experimental Redução do Cor sol no grupo
estressados e cogni vos, fisiológicos e experimental (Pré-intervenção
ina vos do 3º interpessoais). Análise 0,34 ±0,15 e no Pós-
ano do ensino do Cor sol salivar intervenção 0,16 ± 0,09 – p=
médio; 17-18 (média e DP) 0,001
anos No Grupo controle houve um
aumento dos escores médios
das fases e sintomas do estresse
entre meninos e meninas (Fase -
p= 0,024; Sintoma - p= 0,001).
Também houve aumento do
cor sol (p= 0,001)
Norris, 72; Escala de estresse A vidade sica aeróbia (2 Após a intervenção foi
Carroll e Estudantes do 26
percebido com 14 sessões/semana; 30 minutos, encontrada uma redução
Cochrane, ensino médio; itens (média de pontos durante 10 semanas) esta s camente significa va no
199222 13-17 anos geral da escala e desvio Diferentes intensidades: estresse percebido no grupo
padrão) (Alta: 70–75% da frequência que realizou a vidade sica de
cardíaca máxima; Moderada: alta intensidade (p= 0,01). Não
60–65% da frequência foram observadas diferenças
34
cardíaca máxima ) esta s camente significa vas
41
Grupo flexibilidade ; Grupo nos grupos de intervenção de
controle: não realizou a vidade sica moderada,
a vidade flexibilidade e no grupo controle