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Psicologia Organizacional

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS


REUNIÃO DE ESTUDOS – PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
Falta de engajamento atinge nível crítico nas companhias
Por Vívian Soares

11/07/2012

O nível de engajamento dos brasileiros chegou a patamares críticos. As longas jornadas, a pressão
excessiva por resultados, a falta de suporte organizacional e a desconfiança sobre a efetividade dos
programas de desenvolvimento de pessoas estão fazendo com que os índices de motivação e bem-
estar dos profissionais no país comprometam os resultados das companhias. A conclusão é de um
estudo realizado pela consultoria Towers Watson com 32 mil profissionais de empresas de grande e
médio porte em 28 países.

Segundo o levantamento, metade dos profissionais brasileiros sente que precisa sair da empresa
para crescer na carreira. Esse quadro vem se agravando, a despeito da escassez de talentos no país
estar abrindo mais oportunidades internamente – em 2010, apenas 39% dos respondentes
acreditavam que era preciso pedir demissão para conseguir evoluir profissionalmente. “Ainda que o
mercado em ebulição ofereça chances de crescimento, as empresas precisam estruturar programas
para entender as expectativas de todos os indivíduos e conseguir reter melhor os seus talentos”,
afirma Carlos Ortega, consultor sênior da Towers Watson no Brasil.

Parte dessa percepção ruim está ligada à efetividade dos programas de formação. Para a maioria dos
profissionais ouvidos, é difícil conseguir participar dos treinamentos oferecidos pela empresa e,
quando isso acontece, eles não são considerados eficazes. Além disso, 70% acham que suas
opiniões não são ouvidas na organização. “Essa sensação de desprestígio compromete muito a
satisfação e o desempenho do funcionário”, diz Ortega.

Segundo ele, esse cenário é prejudicado pelo fato de que a pressão por resultados tem gerado
cargas excessivas de trabalho – o que deixa os profissionais menos disponíveis para participar de
cursos de qualificação. “Mais da metade dos brasileiros dizem que estão trabalhando mais horas nos
últimos três anos, e não veem perspectivas de redução dessa jornada”, explica. Esse ritmo acaba
comprometendo também a vida pessoal dos profissionais. A pesquisa mostrou que 72% dos
entrevistados no país não conseguem aproveitar as férias e folgas a que têm direito, e 63% sentem
que não possuem um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Para Ortega, todos esses aspectos compõem uma conclusão-chave do levantamento – a de que o
“engajamento sustentável” dos profissionais brasileiros ainda está muito longe do ideal. Segundo ele,
esse conceito é recente e reúne três importantes aspectos da carreira: o engajamento pessoal, o
suporte organizacional e o bem-estar. “É como o corredor de uma maratona. O engajamento
corresponde à motivação do atleta; o suporte, às condições da pista e do equipamento esportivo; e o
bem-estar ao condicionamento físico, que é o que vai permitir que ele permaneça por mais tempo na
prova e mantenha um desempenho de alto nível”, compara.

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A pesquisa mostrou que o engajamento sustentável do brasileiro está abaixo da média global.
Enquanto 35% dos profissionais em todo o mundo estão plenamente engajados, no país esse índice
cai para 28%. Mais preocupante ainda é o nível de desengajamento crônico, em que nenhum dos três
aspectos está sendo atendido de forma satisfatória. No Brasil, ele afeta 30% dos entrevistados, de
acordo com o estudo.

Na opinião do consultor, a pesquisa é um alerta para que as companhias invistam mais em políticas
de gestão de recursos humanos. “Questões como qualidade de vida, avaliação e desenvolvimento de
pessoas devem estar tão próximas das estratégias das empresas quanto redução de custos e
eficiência”, ressalta.

Fonte:
SOARES, Vívian. Falta de engajamento atinge nível crítico nas companhias. Valor Econômico, 11 jul. 2012.
Disponível em: <www.valor.com.br/carreira/2744990/falta-de-engajamento-atinge-nivel-critico-nas-
companhias#ixzz2bhgJ2TpZ>. Acesso em: 11 ago. 2013.

Analise o texto e relacione com os conceitos que norteiam os tópicos abaixo:


 Psicólogo organizacional x Trabalhadores sem engajamento
 Motivação x Falta de Engajamento
 Sentido do trabalho x Engajamento
 Valor afetivo do trabalho x Engajamento

Agora reflita sobre as seguintes questões:

1) Qual seria o papel de um psicólogo organizacional em uma empresa com este problema de falta
de engajamento dos funcionários?

2) Qual a relação entre motivação e satisfação?

3) Estabeleça a relação entre falta de engajamento e o sentido do trabalho.

4) De que forma a alta direção pode contribuir para um ambiente organizacional em que as pessoas
trabalhem mais engajadas?

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