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Data: 30 de julho 2020

Horário: 09h00 às 18h00


Local: Online
Professor: Marcelo Jordão

Patrocínio:
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Carga Térmica
Condicionamento de Ar

Prof. Marcelo S. Jordão

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Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica

Introdução
O calculo rigoroso da carga térmica é de vital importância para o projeto de
condicionamento de ar.
(1)
A carga térmica é definida como o calor sensível e latente a ser fornecido ou extraído
do ar por unidade de tempo, para manter as condições desejadas no recinto a ser
climatizado.
A capacidade do equipamento se determina com as exigências instantâneas de máxima
carga real ou efetiva. Geralmente é impossível medir com exatidão as cargas reais
máximas de um recinto, o que se faz é uma estimativa dessas cargas, existem diversos
métodos de calculo, todos eles baseados em diversas tabelas e gráficos. Como existem
diversos métodos para fazer isto, com precisão muito próxima, usaremos os métodos
aplicados pela TRANE, sendo este aprovados pela ASHRAE (American Society of
Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers) e apoiados por tabelas da ABNT

(1) Calor extraído, conhecido como “carga térmica de verão”, aonde nosso curso será
enfatizado. O calor fornecido é conhecido como “carga térmica de inverno”.

Sistema de Unidades
Procuramos utilizar durante este curso as unidades oficialmente definidas no Sistema
Internacional (SI) contudo como o mercado esta ainda esta acostumado a trabalhar no
antigo sistema vigente no Brasil, ou seja o Sistema Métrico (SM) e no ultrapassado
Sistema Britânico (SB), estas unidades de medidas poderão aparecer durante os cálculos
da carga térmica.

Unidades S.M. S.B. S.I.


Comprimento (L) m ft m
Massa (m) Kg Lb Kg
0 0
Temperatura (T) C F K (0C)
Entalpia (h) Kcal / Kg BTU / Lb J / Kg
Condutibilidade Térmica (k) Kcal / h.m.0C BTU / h.ft.0F W / m.0C
Coeficiente Global de Transm. de Calor (U) Kcal / h.m2.0C BTU / h.ft2.0F W / m2.0C
Transferência de Calor Kcal / h BTU / h (TR) W

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Definição de TR (2)
A definição de TR refere-se ao calor necessário para que uma tonelada (no sistema
britânico) de gelo, que esteja a temperatura de 0 0C, seja derretido e transformado
totalmente em água a 0 0C, em um período de 24 horas.

 Para que 1 kg de gelo 0°C passe para o estado liquido a 0°C é necessário
fornecer 80 Kcal/Kg (Fator de calor latente = energia térmica) eqüivale a 144
BTU/Lb
 Sistema métrico 1 tonelada = 1000Kg.
 Sistema britânico = 2000Lb (tonelada curta)

QL = m x L

Onde:
QL = calor latente;
m = massa;
L = fator de calor latente.

QL = m x L

QL = 2000 Lb x 144 BTU


Lb
QL = 288.000 BTU

 Pela definição de TR que esta energia deve ser fornecida em 24 horas.

QL = _Q = 288.000 BTU
Tempo 24 horas

QL = 12000BTU/h = 1TR.

(2) Apesar de ser ainda muito utilizado, no Brasil e nos Estados Unidos, este antigo sistema
britânico de unidades de carga térmica em BTU/hora ou TR, é considerado como
ultrapassado na maioria dos países desenvolvidos do mundo onde são utilizados sistemas
mais modernos como KW, KJ/seg., KJ/hora ou Kcal/hora.

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Estudo do local
Para uma estimativa realista da carga térmica de condicionamento de ar, um
estudo mecânico e arquitetônico do local devem ser considerados nos seguintes
aspectos:

1°. Orientação do edifício: Observar a situação do local a ser condicionado com relação
a:
 Pontos cardeais, necessários para o estudo da incidência solar e vento sobre o
ambiente a ser condicionado.
 Vizinhos, se existe alguma construção que cause sombra.
 Superfícies geradoras de reflexo sobre o ambiente a ser condicionado, tais como a
água (lagos, rios), estacionamentos, prédio vizinho com vidros reflexivos etc..

2°. Destino do local: Determina para que fim se destina o local, por exemplo; biblioteca,
sala de aula, teatro, escritório, banco e etc.. Está informação fornecera dados e subsídios
para que saibamos dados tais como:
Temperatura do ambiente a ser condicionado, dissipação de calor pelas pessoas.

3°. Dimensão do local: Comprimento, largura e pé direito (PD).

4°. Teto: Verificar se existe espaço (altura) entre o piso e o forro para instalar os dutos de
maneira que o pé direito não fique muito baixo.

5°. Colunas e vigas: Verificar se existem vigas, colunas e luminárias que poderão
interferir no projeto da distribuição da rede de dutos e difusores.

6°. Materiais de construção: Determinar os tipos de materiais que compõe a construção,


tais como; tipos de tijolos, reboco, divisórias, janelas, etc..Devemos observar também a
espessura destas paredes, pois com estes dados determinaremos o Coeficiente Global de
Transmissão de calor “U”.

7°. Condições externas de acabamento: Devemos observar as cores exteriores das


paredes e telhados como também se existe sombra ou reflexão de luz feita pelos prédios
vizinhos. Verificar se o espaço entre o forro e o telhado (ático) é ventilado ou não.
Determinar também se os ambientes circunvizinhos ao local estudado possuem ou não
condicionamento de ar, no caso de não haver, verificar qual a temperatura do mesmo.

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Observar também se o piso esta sobre o solo, porão ou área ocupada (determinando se
existe ou não condicionamento de ar).

8°. Sombras: Verificar as dimensões, côr, materiais de construção das persianas


externas, marquise, toldo, etc., que por ventura realizam sombras na fachada do local a
ser condicionado. Também deve ser verificado se existem persianas ou cortinas internas,
e a cor das mesmas.

9°. Portas: Tipos (Giratórias, Guilhotina, Basculante). Dimensões, cor, tipo de material
(madeira, vidro, plástico, etc.) e quantidade, como também, se elas permanecerão
fechadas ou abertas, e se o ambiente externo a ela tem condicionamento de ar.

10°. Condições externas (vizinhos): Conforme já foi mencionado no item n°1 e n°7.

11°. Ocupantes: Número de pessoas, tempo de ocupação, natureza da atividade,


conforme item n°2. O calor liberado pelas pessoas pode ser determinado através das
tabelas em anexo.
Quando o numero de ocupantes for desconhecido pode-se fazer uma estimativa através
das tabelas em anexo.

12°. Iluminação artificial: Potência na hora de ponta, tipo de lâmpadas (incandescente,


fluorescente) se é iluminação direta ou indireta, se a luminária é pendente ou fixa no teto,
o tipo de ventilação sobre as luminárias.
Caso a quantidade de lâmpadas for desconhecida, estimar a potência utilizando as
tabelas em anexo.

13°. Equipamentos: Equipamentos elétricos,eletrônicos,mecânicos, de uso comercial e


domestico, devem ter sua capacidade determinada. Caso o equipamento libere vapor de
água, como cafeteiras, equipamentos de banho Maria, equipamentos de queima de gás
ou outro combustível, as cargas devem ser divididas entre sensível e latente, conforme
valores recomendados nas tabelas em anexo.

14°. Motores elétricos: A potência elétrica de entrada nos motores não é


necessariamente a potência dissipada no ambiente, a qual varia de acordo com o
rendimento (eficiência) de cada tipo e fabricante de motores elétricos, desta forma para

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determinarmos o calor dissipado pelo motor ao ambiente a ser climatizado utilizaremos


valores médios que estão descritos nas tabelas em anexo.

15°. Ventilação: É a quantidade de ar em m3/h x Pessoa que deve ser colocado de ar


externo, para renovação do ambiente que esta sendo climatizado. Verificar a Tabela 9,
tomando o cuidado em utilizar também a Portaria 3523 da Agência Nacional da Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde – e NBR1 6401.

16°. Armazenamento térmico: Compreende o horário de funcionamento do sistema (8,


12, 16 ou 24 horas por dia), este período vai estar diretamente relacionado com o calor
armazenado nas estruturas do prédio (paredes, telhados, janelas, etc.), como também
pelo armazenamento de calor fornecido pelas luminárias aos moveis e equipamentos. Ou
seja, quanto, menor o tempo de funcionamento do equipamento mais difícil será
retirarmos o calor armazenado, este valor não sera utilizado em nosso calculo da carta
térmica.

17°. Funcionamento continuo ou intermitente: Está relacionado com o funcionamento


do equipamento com o calor armazenado, conforme visto acima.

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Equipamentos e serviços

Ao executarmos o projeto para instalação do equipamento de condicionamento de ar


devemos observa os seguintes itens:

1) Espaços disponíveis: Verificar se o local da futura casa de máquinas tem espaço


físico suficiente para instalação do equipamento condicionador de ar conforme
especificações do fabricante, e prevendo serviços de manutenção. Normalmente uma
localização central de uma casa de máquinas, com os respectivos equipamentos, sempre
que possível é preferível com respeito a uma localização descentralizada.

2) Acessibilidade: Observar que deva existir condições de acesso do equipamento


desde a entrada do prédio até o seu local de instalação. (escadaria, elevadores,
corredores, portas, etc.)

3) Entrada de ar exterior: Identificar local de fácil instalação de dutos e dampers para


captura de ar externo de renovação, para o interior da casa de máquinas .conforme prevê
a portaria n0 3523 da Agencia Nacional da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde –
NBR 16401
4) Ponto de energia elétrica: Deve existir na casa de máquinas ponto de energia
elétrica, de acordo com a norma NBR.....Instalação Elétrica de Baixa Tensão, com cabos
e dispositivos de segurança de acordo com a capacidade do condicionador de ar, para
sua instalação e seu respectivo quadro elétrico, como também de tomadas elétricas
adicionais para ligar equipamentos de manutenção.

5) Ponto de água: É necessário que exista dentro da casa de máquina ponto de água
potável para manutenção do equipamento

6) Ponto de esgoto: Necessário ao escoamento da água de condensação gerada no


condicionador de ar e a utilizada durante a manutenção e limpeza.

7) Refrigeração (água gelada), Chiller: Infra estrutura para instalação da tubulação de


água gelada para os equipamentos tipo Fan-Coil.

8) Circulação de Ar Externo: No caso de equipamentos com condensação ar, verificar


a facilidade para captação do ar externo de condensação.

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9) Água de Condensação: Para equipamentos com condensação a água deve existir


infra estrutura para instalação da tubulação de água de condensação e sua respectiva
torre de resfriamento.

10) Características de engenharia: Verificar a resistência da construção civil do local


onde será instalado o equipamento, para suportar o peso e a vibração gerada pelo
mesmo. ]

11) Dutos de ar existentes: Caso existam dutos de instalações anteriores estudar a


possibilidade do aproveitamento dos mesmos.

12) Acessibilidade ao equipamento: É necessário o fácil acesso à casa de maquina e


aos equipamentos em seu interior para serviços de manutenção.

13) Condições sonoras: A casa de máquinas e os equipamento externos, como torres de


resfriamento e condensadores remotos, devem ser instalados em locais remotos aos
ambientes ocupados pelas pessoas, ou serem instalados equipamentos anti-ruído,
respeitando os níveis sonoros conforme as normas de conforto e legislação municipal
local.
14) Códigos e regulamentações: Toda a instalação deve estar de acordo com as
normas municipais locais, estaduais, corpo de bombeiro e do Ministério do Trabalho.

Nota: Todos os dados observados no “Estudo do Local” e “Equipamentos e Serviços”


devem ser incluídos no relatório que será enviado ao cliente para que o mesmo
possa dar o seu aceite antes de inicio do calculo da Carga Térmica.

Calculo de carga térmica


A carga térmica pode ser dividida em Carga Térmica Externa e Carga Térmica Interna.
Carga Térmica Externa é denominada a carga térmica que tem seos valores devido à
carga de calor exterior ao ambiente climatizado.
Podemos citar como carga térmica externa:
1) Insolação pelas janelas,
2) Insolação pelas paredes,
3) Temperatura do ar exterior,
4) Pressão do vapor de água,
5) Ventos que sopram contra as paredes do edifício (infiltração de ar exterior),
6) Ar exterior necessário para a renovação. (1)

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Carga Térmica Interna é denominada a carga térmica que tem seus valores devido à
carga de calor gerada no próprio local a ser condicionado.
Podemos citar como carga térmica interna:
1) Pessoas
2) Iluminação;
3) Utensílios e equipamentos;
4) Maquinas elétricas;
5) Motores elétricos;
6) Tubos e dispositivos de água quente;
7) Outras fontes de calor.

(1) O ar externo para renovação, tende a aumentar a capacidade do equipamento que será
utilizado para vencer a carga térmica do local, e o mesmo será levado em consideração no
momento da escolha deste equipamento, e não durante o calculo da carga térmica do local.

Exemplo de calculo de carga térmica


Como exemplo iremos determinar a carga térmica de uma sala de aula, para isso foram
observados todos os itens que constam do estudo do local, detalhados anteriormente.

Cliente: ESCOLA SENAI “OSCAR RODRIGUES ALVES”


Local: RUA: 1822 N° 76 IPIRANGA SÃO PAULO – SP.
Necessidade: CLIMATIZAR SALA DE AULA N°28 PARA TEMPERATURA DE
CONFORTO.
Temperatura de conforto: 24°C ±1°C.
Não será feito controle de umidade relativa
Detalhes do Local
 Quantidade de pessoas: 36 Alunos.
 Iluminação: 10 Lâmpadas Fluorescentes 110W/cada.
 Equipamentos: 01 Micro computador
 1 Retroprojetor
 Ambientes vizinhos sem condicionamento de ar, conforme consta no croquis
abaixo.
 Janelas com caixilhos de metal, antigas com falta de ajuste, dimensões conforme
croquis em anexo.
 Janelas com persianas internas de cor clara.

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 Construção, conforme consta no croquis em anexo, com paredes externas na côr


bege.
 Telhado com telhas de fibrocimento, cor cinza claro, e forro com isolamento
térmico de lã de vidro de 2,5 cm de espessura.
 Piso inferior ocupado por oficina, sem condicionamento de ar, e sem nenhum
equipamento que gere uma alta carga térmica.
 O condicionador de ar será do tipo Self com condensador de ar remoto.
 Os detalhes pertinentes tais como ponto de força, esgoto, água, etc., serão
solicitados futuramente ao cliente quando do final dos cálculos da carga térmica e
já ter definido o tamanho do equipamento condicionador de ar quer será utilizado.
 Maiores detalhes estão descritos no croquis.

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CALCULO

1. Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)

Todo o material que compõe uma determinada superfície possui uma “Resistência
Térmica” RT a passagem de calor, em situações que ocorrem efeitos combinados de
transmissão de calor por condução e convecção, é interessante ter uma noção de
“Resistência Térmica Total” de um sistema.
Seria muito pouco prático, se, cada vez que se fizesse uma alteração da temperatura em
uma superfície onde está havendo Transmissão de Calor (Q) , fosse necessário recalcular
todas as resistências térmicas.
Define-se então um termo o qual aplicado a uma equação simplificada nos fornecerá a
nova quantidade de calor transferida, desde que, evidentemente, não ocorram variações
que alterem as características do material e espessura que compõe a superfície ou seja
não altere sua Condutibilidade Térmica ou os Coeficientes de Transmissão de Calor.
Esse termo denomina-se “Coeficiente Global de Transmissão de Calor”, cujo símbolo é
“U”
Quando utilizamos o “Coeficiente de Transmissão de Calor” (U) a equação da
Transmissão de Calor (Q) para qualquer tipo de parede, ou superfície será a seguinte:

Q  U . A.(T )

Onde:

Q = Transmissão de calor
U = Coeficiente Global de Transmissão de Calor
A = Área de troca de calor
T = Diferença de Temperatura entre os fluídos
Unidades do “Coeficiente Global de Transmissão de Calor – U”

Símbolo Sistema Métrico Sistema Sistema


Britânico Internacional
Transferência de Q Kcal BTU W
Calor
h h
Área A m2 ft2 m2
Diferencial de T ºC ºF ºC
Temperatura
Coeficiente Global U Kcal BTU W
de Transmissão de
Calor h.m 2 º C h. ft 2 .º F m 2 .º C

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1.1. Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U), para uma “Superfície Plana
Simples”

Para podermos visualizar como se comporta a transmissão de calor entre fluídos


separados por uma “Superfície Plana Simples” (parede), vamos observar a figura abaixo,
onde a parede possui junto a ela, em ambos os lados, uma película de massa fluida, que
no caso de uma parede de um edifício é o ar.

Película 1 (h1) Película 2 ( h2)


Fluído 1 Parede K Fluído 2

Q

T1 T2

Onde:
T1 = temperatura do lado 1 [ºC]; [ºF]; [ºC]
T2 = temperatura do lado 2 [ºC]; [ºF]; [ºC]
e = Espessura das paredes [m]; [ft]; [m]

K BTU W
K = Condutividade térmica da parede ; ;
h.m, º C h. ft .º F m.º C

Kcal BTU W
h1 = coeficiente de película do lado 1 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C

Kcal BTU W
h2 = coeficiente de película do lado 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C

Como é demonstrado, no curso de Transmissão de Calor, o fluxo de calor (Q) em uma


“Superfície plana simples” entre fluídos, o qual denominamos Coeficiente de Película (h),
pode ser calculado pelas seguintes equações:

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A.Tt
Q 
1 e 1
 
h1 K h2
Onde:

1 e 1
  = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área.
h1 K h2

O inverso da “Resistência Térmica por unidade de Área” é o Coeficiente Global de


Transmissão de Calor U.

1 1
U= ou seja U=
RT 1 e 1
 
h1 K h2

Desta forma a equação da Transmissão de Calor, fica representada da seguinte forma:

Q  U . A.(T )

Onde:

T = Diferencial de temperatura entre fluídos (T1 – T2) [ºC]; [ºF]; [ºC]


A = Área total de transmissão de calor [m2]; [ft2]; [m2]

1.2. Transmissão de Calor entre Fluídos Separados por Superfícies Planas


Superpostas

Como no caso anterior, onde foi deduzida a equação da Transmissão de calor por
condução, por uma parede simples, vamos utilizar o mesmo raciocínio, para paredes
planas superpostas, ou em série, como pode ser observado na figura abaixo:

Fluído 1
Fluído 2
Película 1 Parede 1 Parede 2 Parede 3
k1 k2 k3 Película
Película 2 2
h1
h2
Q

T1 T2

e1 e2 e3

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Onde:

T1 e T2 = Temperatura do fluído dos lados 1 e 2 [ºC]; [ºF]; [ºC]

K BTU W
K1; K2; K3 = Condutividade térmica das paredes ; ;
h.m, º C h. ft .º F m.º C

Kcal BTU W
h1 e h2 = Coeficiente de película dos lados 1 e 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C

e1 , e2 , e3 = Espessura das paredes [m]; [ft]; [m]

A = Área de Transmissão de calor [m2]; [ft2]; [m2]

Kcal BTU
Q = transmissão de calor ; ;[W ]
h h

De acordo com os conceitos utilizados, em transmissão de calor por condução, em


configuração de parede semelhante, a “Equação de Transmissão de calor será:

A.(T )
Q  ou Q  U . A.(T )
1 e1 e e 1
  2  3 
h1 K1 K 2 K 3 h2
Onde:
1 e1 e2 e 1
   3  = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área
h1 K1 K 2 K3 h2

Sendo:
(U) O Coeficiente Global de Transmissão de Calor, para fluídos separados por superfícies planas
superpostas (paredes em série)

1 Kcal BTU W
U= e suas unidades 2
; 2
; 2
1 e1 e e 1 h.m .º C h. f .º F m .º C
  2  3 
h1 K1 K 2 K3 h2

.
Onde:

T = Diferencial de temperatura entre fluídos (T1 – T2) [ºC]; [ºF]; [ºC]


A = Área total de transmissão de calor [m2]; [ft2]; [m2]

Nota: A Condutividade térmica das paredes( K ), é função do material da parede; alguns


valores de (K) para materiais normalmente utilizados em construção civil podem ser
encontrados nos anexos desta apostila como Tabela 12.

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O coeficiente de película (h) é função de uma série de variáveis envolvendo constantes


físicas e geométricas, superfícies de troca de calor, escoamento do fluido, entre outras,
desta forma os projetistas de condicionadores de ar costumam utilizar valores tabelados
para este coeficiente, e que apresentam um erro desprezível nos cálculos do Coeficiente
Global de Transmissão de Calor (U), alguns valores para (h) são:

Coeficiente de Película (h), para uso em climatização


Estado do Ar Kcal / h . m2 . 0C W / m2 . 0C
Ar Parado 8,1 9,36
Ar em movimento (3,3 m/s) 19,50 22,67
Ar em movimento (6,7 m/s) 29,30 34,07

1.3. Cálculo dos coeficientes globais de transmissão de calor U


Abaixo são apresentados os cálculos dos Coeficientes Globais da Sala 25 que serão
utilizados no projeto da carga térmica deste local

1.3.1. Coeficiente global de transmissão de calor U – Divisória


A divisória é constituída de duas placas de Eucatex com um preenchimento interno de
cavacos de madeira, conforme pode ser verificado no desenho baixo.

Enchimento de
Madeira KM Espessura da Divisória eD = 5,5 cm
Espessura do Eucatex eE = 5,0 mm
Eucatex KE Espessura do Cavaco eM = 2,25 cm (1)

Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14


Camada de Ar C A
Eucatex kE = 0,034 Kcal / h.m.0C
Madeira kM = 0,075 Kcal / h.m.0C

hE hI Coeficiente de Película (h) – Nota acima


Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C

Condutância Térmica do Ar (CAR) (2)


CAR = 5,36 Kcal / h.m2.0C
eM eE

eD

(1) Para determinarmos o Coeficiente Global de Transmissão de Calor consideraremos que a


parte interna da divisória é constituída de uma massa de ar, perfazendo 50 % do volume
ocupado, e os outros 50 % são ocupados pelo cavaco de madeira, desta maneira será
considerado nos cálculos que a espessura interna do divisória, ou seja, a Espessura do
Cavaco de Madeira eM = 2,25 cm, o espessura real entre as duas placas de Eucatex é de
e = 4,5 cm.

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(2) A Condutância térmica do ar é o inverso do da resistência térmica (RT) do ar que esta


estagnado entre as placas da divisória ou no ático (espaço entre o forro e o telhado de
telha de fibrocimento), este valor varia em função de uma série de variáveis que aqui será
estipulado como CAR = 5,36 Kcal / h.m2.0C, para maiores informações consultar ASHRAE
Handbook – Fundamental.

O Coeficiente Global de Transmissão de Calor da divisória e sua respectiva equação


pode ser resumida da seguinte maneira:
1
U
1 e emadeira 1 e 1
    
he Keucatex Kmadeira Car Keucatex hi

1 Kcal
U  Udiv  1,0467
1 0,005 0,0225 1 0,005 1 h.m 2 .º C
    
19,5 0,034 0,075 5,36 0,034 8,1

1.3.2. Coeficientes globais de transmissão de calor U – Forro/Telhado


O telhado e em fibrocimento, com o forro constituído de placas de isolamento térmico de
lã em vidro, o espaço entre o forro e o telhado (ático) pode ser considerado como uma
área onde o ar é mantido ali estaque, conforme pode ser verificado no desenho abaixo.
No calculo será considerado como se este conjunto telhado, massa de ar do ático e forro
de lã de vidro fosse uma única parede constituída destes três materiais.

Telha Fibrocimento KF
hE eF
Camada de Ar CAR

Ático Isolamento Térmico KI

Paredes
hI
eI
Onde:
Coeficiente de Película (h) – Nota acima
Espessura da Telha eF = 6,0 mm Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
(Telha de Fibrocimento) Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C
Espessura do Isolante eI = 2,5 cm
(Forro de Lã de Vidro)

Condutância Térmica do Ar (CAR) (1)


Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14
CAR = 5,36 Kcal / h.m2.0C
Telha kF = 0,35 Kcal / h.m.0C
(Ar no Ático)
Lã de vidro kI = 0,034 Kcal / h.m.0C

(2)
AI / AF = 0,9

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Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

(1) A Condutância térmica do ar é o inverso do da resistência térmica (R T) do ar que esta


estagnado entre as placas da divisória ou no ático (espaço entre o forro e o telhado de
telha de fibrocimento), este valor varia em função de uma série de variáveis que aqui será
estipulado como CAR = 5,36 Kcal / h.m2.0C, para maiores informações consultar ASHRAE
Handbook – Fundamental.
(2) Correção entre as áreas do forro (AI) e telhado (AF), pois os cálculos de transmissão de
calor são realizados para superfícies que possuem áreas iguais em seus dois lados, no
caso do telhado e forro isto não acontece, pois o telhado é inclinado e possui uma área
superior (AF) a área do forro de lã de vidro (AI)

1
U
1 elv 1  et 1
   0,9 x   
hi Klv Catico  Kt he 

1
U
1 0,025 1  0,006 1 
   0,9 x   
8,1 0,034 5,36  0,35 19,5 

Kcal
UForro = 0,9034
h..m 2 .o C
1.3.3. Coeficiente global de transmissão de calor U – Piso
O piso é constituído de piso de madeira (tacos), sobre uma laje de concreto, conforme
desenho abaixo;

eT
eT
hI Taco Madeira KM

Argamassa K A

Concreto KC
eC
Argamassa K A

hE
Onde: eA

Espessura da Argamassa eA = 2,0 cm Coeficiente de Película (h) – Nota acima


(Argamassa de Cimento)
Espessura do Concreto eC = 13,0 cm Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
(Concreto Geral)
Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C
Espessura do Taco eT = 1,0 cm

Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14


Argamassa kA = 0,62 Kcal / h.m.0C
Concreto kC = 1,22 Kcal / h.m.0C
Taco kT = 0,14 Kcal / h.m.0C

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1
U 
1 etaco ea ec ea 1
    
hi Ktaco Ka Kc Ka he

1
U 
1 0,01 0,02 0,13 0,02 1
    
8,1 0,14 0,62 1,22 0,62 19,5

Kcal
Upiso  2,3967
hm 2 º C

1.3.4. Coeficiente global de transmissão de calor U – Porta


O é constituída de vidro comum, conforme desenho abaixo;

Porta KV
Espessura da Porta eP = 10 mm
(Vidro Comum)

Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14


Vidro kV = 0,68 Kcal / h.m.0C
hE hI

Coeficiente de Película (h) – Nota acima


Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C

eP

19
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

1
Uporta 
1 e. porta 1
 
he Kporta hi

1
Uporta 
1 0,01 1
 
19,5 0,68 8,1

Kcal
Uporta  5,2786
hm 2 º C

1.3.5. Coeficiente global de transmissão de calor U – Janela


As janelas, tanto a externa face leste como a interna ao corredor do prédio, são
constituídas de uma estrutura de caixilho metálico com vidro comum. Como a área do
caixilho metálico é muito pequena em relação ao vidro e pode ser considerada
desprezível na determinação do coeficiente global de transmissão de calor, onde foi
considerado somente o vidro, conforme desenho abaixo:

Vidro KV Espessura do Vidro eV = 3,0 mm


(Vidro Comum)

Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14


Vidro kV = 0,68 Kcal / h.m.0C

hE hI

Coeficiente de Película (h) – Nota acima


Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C

eV

20
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

1
Uvidro 
1 evidro 1
 
he Kvidro hi

1
uvidro 
1 0,003 1
 
19,5 0,68 8,1

Kcal
Uvidro  5,5819
hm 2 º C

1.3.6. Coeficiente global de transmissão de calor U – Paredes Internas


As paredes internas, que é vizinha ao corredor do prédio, denominada de oeste (O), e a
parede vizinha ao saguão e secretaria, denominada de parede norte (N), são constituídas
de tijolo de barro revestida de argamassa, conforme desenho abaixo;

Tijolo de Barro KT
Espessura da Argamassa eA = 2,0 cm
Argamassa (Argamassa de Cimento)
KA Espessura do Tijolo eT = 18,0 cm
(Tijolo de Barro Comum)

Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14


Argamassa kA = 0,62 Kcal / h.m.0C
hE hI Tijolo kT = 0,62 Kcal / h.m.0C

Coeficiente de Película (h) – Nota acima


Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C
eT eA

1
U
1 e1 et e1 1
   
hi Ka Kt K1 hi

1
U
1 0,02 0,16 0,02 1
   
19,5 0,62 0,62 0,62 8,1

Kcal
Uparede(int ernas)  2,0108
h.m 2 .o C
21
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

1.3.7. Coeficiente global de transmissão de calor U – Parede Externa


A paredes externa, denominada leste (E), é constituída de tijolo de barro revestida de
argamassa, conforme desenho abaixo;

Tijolo de Barro KT Espessura da Argamassa eA = 2,0 cm


(Argamassa de Cimento)
Argamassa Espessura do Tijolo eT = 36,0 cm
KA (Tijolo de Barro Comum)

Condutibilidade Térmica (k) – Tabela 14


Argamassa kA = 0,62 Kcal / h.m.0C
Tijolo kT = 0,62 Kcal / h.m.0C
hE hI

Coeficiente de Película (h) – Nota acima


Interno hI = 8,1 Kcal / h.m2.0C
Externo hE = 19,50 Kcal / h.m2.0C

eT eA

1
Upc 
1 e1 et e1 1
   
hp K1 Kt K1 hi

1
Upc 
1 0,02 0,36 0,02 1
   
19,5 0,62 0,62 0,62 8,1

Kcal
Upc  1,2197
hm 2 º C

1.4. Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U)


O coeficiente global de transmissão de calor (U), deve ser sempre calculado, pois mesmo
que utilizemos programas de computador para calculo de carga térmica (Softs), os quais
normalmente são importados, e são caracterizados com materiais de construção de seu
pais de origem (EUA), e como na maioria dos casos não existe compatibilidade dos
materiais de construção utilizados nos exterior com os do Brasil, os valores do Coeficiente
Global de Transmissão de Calor U também são diferentes .

22
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

2. Calculo da transmissão de calor por condução (Qc)

É a quantidade de calor que é transmitido através das superfícies, devido a uma diferença
de temperatura, pode ser calculado conforme a equação abaixo.

Qc = A . U. (T)
Onde:
Qc = transmissão de calor por condução Kcal/h ou W
A = área da superfície m 2; m2
U = coeficiente global de transmissão de calor Kcal/h . m 2 . °C ou W/ m2 . °C
T = diferença de temperatura (Text – Tsala) °C ou K.

2.1. Determinação da transmissão de calor por condução

Text = 32°C. (1)

Tsala = 24°C. (2)

ÁREA U T (Text – Tsala) Q


(m2) (Kcal/h x m2 x °C) (°C) (Kcal/h)
SUPERFICIE
Parede 01 (sul) 28,8 2,0108 29 - 24 289,55
Parede 02 (externa-oeste) 1,2197 32 - 24 128,8
Divisória 03 (norte) 1,0467 150,72
Parede 04 (leste) 2,0108 340,83
Janela J1 (externa-oeste) 5,5819 1058,33
Janela J2 (interna-leste) 5,5819 39,07
Porta P1 (vidro) 5,2786 42,23
Piso (laje + taco) 2,3967 628,89
Forro (teto + telhado) 0,9034 379,28

Qc Total 3.057,70

(1) As temperaturas externas de diversas cidades (capitais) brasileiras são tabeladas segundo
a norma NBR 16401, conforme tabela abaixo, onde para este projeto, para cidade de São
Paulo, adotou-se uma temperatura media de verão T BS = Text = 32 0C.
(2) A temperatura interna é uma condição de projeto para conforto, que em nosso caso foi
estabelecida como TInt = Tsala = 24 0C  1 0C.
(3) A temperatura do corredor será (Text. -30C) = 29 0C, este 30C é o diferencial de tempertura
devido ao corredor ser um ambiente externo, porém coberto.

23
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Temperaturas Externas

Os dados climáticos de 34 principais cidades brasileiras encontram-se na NBR 16401, a


seguir tabela da cidade de S.Paulo.

Fonte: NBR 16401 segundo recomendação do ASHRAE Fundamentals Handbook 2005 – Capitulo 28

2.2. Calor por condução


No projeto da carga térmica da sala 28, o calor ganho por condução através das paredes,
janelas e telhados será de:

Qc = 3.057,70 Kcal/h.

3. Ganho de calor por insolação (Qi)

A intensidade da radiação solar que atinge a atmosfera é de 1209 KJ/m2 em dezembro,


quando no hemisfério sul a terra está mais próxima do sol, este valor tende a variar de
acordo com a época do ano. Esta intensidade da radiação é diminuída ao encontrar
partículas de vapor de água, ozônio e poeira, presentes na alta atmosfera, antes de atingir
a superfície da terra. Esta intensidade de radiação solar, aquece, elevando a
temperatura, de telhados, paredes, janelas, enfim, toda a superfície da terra, e conhecida
como Insolação.
O valor desta intensidade depende da situação geográfica, latitude, do instante
considerado (hora, mês), poluição (partículas sólidas em suspensão) e finalmente de sua
orientação geográfica.

24
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Existem diversos métodos, baseados em tabelas e gráficos, que facilitam os


cálculos do calor ganho por insolação, sendo diversos os seus autores, com tudo,
os mais aceitos são os produzidos pela ASHRAE, CARRIER AIR CONDITIONING,
e TRANE AIR CONDITIONING.
Em nosso curso utilizaremos as tabelas da TRANE (1)
, por serem mais fáceis de se
utilizar, sendo o que, o seu erro em relação às outras é desprezível.

(1) Esta tabela da TRANE AIR CONDITIONING foi elaborada e adaptada para ser usada a 30 0
de latitude sul.

3.1. Calculo do ganho de calor por insolação Qi

Qi = Ai . U . Teq
Onde:
Qi = Calor ganho por insolação Kcal/h; W.
Ai = Área da superfície que recebe insolação m2; m2·
U = Coeficiente global de transmissão de calor Kcal/ h x m2 x °C; W/ m2 x °C.
Teq = Temperatura Equivalente (2) ou Gradiente de Temperatura °C; °C

(2) Temperatura Equivalente ou Gradiente de Temperatura e a diferença de temperatura, entre


uma superfície (parede, janela, telhado) do local a ser climatizado e a temperatura sol-ar
externa, ela representa o efeito da insolação sobre a superfície e depende de fatores tais
como: face considerada, latitude, hora, proteção contra os raios solares, tipo de superfície e
cor das mesmas. Seus valores estão dispostos nas tabelas anexas Tabela 1 a Tabela 6.

3.2. Determinação do Teq


Teq = São os valores retirados da tabela da TRANE, e são apresentadas em anexo, da:

Tabela 9.7 , 9.8 e 9.9 : Insolação em diversos horários, para Superfícies Opacas,
paredes e telhado, em função da orientação geográfica e cor
da superfície.

Tabela 9.19 , 9.11 e 9.12 : Insolação em diversos horários, para Superfícies


Transparentes, janelas e telhados de vidro em função da
orientação geográfica e da existência ou não de cortinas ou
persianas.

25
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

3.2.1. Calculo do ganho de calor por insolação


O ganho de calor por insolação deve ser considerado o maior valor, em um
determinado horário. Como a insolação acontece ao mesmo tempo em diversas
superfícies, e algumas vezes em diferentes orientações geográficas, com diferentes
horários de máxima insolação é necessário montar uma tabela, como a apresentada
abaixo, para facilitar o calculo e assim poder obter o máximo valor do calor ganho por
insolação.

TABELA BASICA
SUPERFICIE PAREDE VIDROS TELHADO
DIREÇÃO DAS FACES O O (-)

TOTAIS / Kcal/h
A [ m2 ] 13,2 23,7 52,48
U [ kcal / h m2 ºC] 1,22 5,58 0,90
A . U [kcal / h / ºC] 16,10 132,29 47,41
HORAS SOLARES ∆T ∆T
Q Q ∆T Q
0,00 0,00 0,00
9 80,60
0,00 0,00
9,40
10 445,66
0,00 0,00 445,66
15,00
11 711,16
0,00 0,00 711,16
20,00
12 948,21
0,00 0,00 948,21
10,00 22,10
13 2.370,68
0,00 1.322,91 1.047,77
29,40 23,50
14 5.003,50
0,00 3.889,36 1.114,15
15 6.781,36

8,90 48,50 20,00


16 7.507,61
143,29 6.416,11 948,21
12,80 37,00 15,00
17 5.812,01
206,08 4.894,77 711,16
14,50 13,30 9,40
18 2.438,58
233,45 1.759,47 445,66
9,40 1,70
19 231,94
151,34 0,00 80,60
1,10
20 17,71
17,71 0,00 0,00

26
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

3.3. Calor por Insolação Qi


O calor por insolação, no projeto da sala 28, que corresponde à somatória dos calores
devido á incidência solar ocorrendo simultaneamente na parede leste, na janela leste e
no telhado se verifica às 16:00 h e o seu valor é de:

Qi = 7.507,61 Kcal/h.

4. Calor por Iluminação artificial (QL)

4.1. Introdução
É o calor fornecido ao ambiente a ser climatizado pelas lâmpadas de iluminação artificial.
Podemos estabelecer que a potência elétrica da lâmpada será a mesma do calor
fornecido ao ambiente a ser climatizado (1)
.

(1) Na realidade nem toda potência elétrica da lâmpada é transformada em calor, pois uma parte
desta energia é transformada em luminosidade e o restante em calor.

A equação que utilizamos para determinar o calor fornecido por iluminação por lâmpadas
incandescentes será:

QL= N . W (W)

QL= N . W . 0,86 (Kcal/h)

Onde:
QL= calor de iluminação Kcal/h; W.
N= n° de lâmpadas.
W= potência da lâmpada W.
0,86= fator de conversão W x 0,86=Kcal/h

Nas equações utilizadas para lâmpadas fluorescentes deve ser acrescentado um


adicional de 25 %, devido ao calor fornecido pelo reator ,obtendo-se a seguinte
expressão:

QL= N . W . 1,25 . 0,86 (Kcal/h)

27
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Onde:
0,86= fator de conversão w x 0,86=Kcal/h
1,25= porcentagem (25%) de calor liberado pelo reator. Esta porcentagem pode ser
desprezada se o reator for eletrónico.

4.2. Calculo do ganho de calor por Iluminação artificial Q L

Na sala 28 o calor liberado por iluminação aonde existem 10 lâmpadas fluorescentes de


110 w cada, será de.

QL= ___ . _____ . ____ . _____


QL= 1.182,50 Kcal/h

4.3. Suposição de carga de iluminação.

Existem alguns casos em que o local a ser climatizando esta em reforma ou em


construção, não tendo sido ainda definido o tipo de iluminação ou a quantidade de
luminárias; neste caso devemos fazer uma suposição de qual será a provável carga de
calor por iluminação no local. Para isto utilizamos a Tabela C.2 dos anexos, para
estabelecer a quantidade de calor que será dissipado pelas lâmpadas.

QL= A . W (W)
2
m

QL= A . W . 0,86 (Kcal/h)


2
m
Onde:
QL= calor de iluminação Kcal/h ; W.
A = Área do local. m2, m2
W / m2 = Provável potência elétrica do local, conforme Tabela C.2.
0,86 = fator de conversão W x 0,86 = Kcal / h

28
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

5. Ganho de calor por equipamentos (QE)

5.1. Introdução

Os equipamentos elétricos (e de combustão) fornecem calor na forma de calor sensível e


algumas vezes também calor latente para o ambiente a ser climatizado.
A Tabela C.3 a C.10 dos anexos fornece uma base de calculo para o calor liberado por
estes equipamentos, podendo sua equação ser resumida da seguinte forma:

QES = PS (W)
QES = PS . 0,86 (Kcal/h)

QEL = PL / 0,86 (W)


QE L= PL (Kcal/h)

Onde:

QES = Calor Sensível liberado pelos equipamentos Kcal/h


QEL = Calor Latente liberado pelos equipamentos Kcal/h
PS = Potência sensível do equipamento W ou kcal/h (tabela C2 a C10).
PL = Potência latente do equipamento Kcal/h (tabela C2 a C10).

5.2. Calculo do ganho de calor por equipamentos Q E


5.2.1. Calculo do ganho de calor sensível por equipamentos Q ES
Os equipamentos que fornecem calor sensível no local são aqueles que apenas
aumentam a temperatura de bulbo seco, em nosso caso seriam:
 1 CPU = 65W.
 1 Monitor = 55W
 Retroprojetor = 80W

Nota: Nos anexos Tabela 13A e 13B os valores para o calor liverado por micro
computadores e impressoras são menores, mas nos presentes cálculos eles estão
super dimensionados.

A potência elétrica total dos equipamentos será de:

PS = _____ W + _____ W + _____ W = 200 W

29
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

O Calor Sensível liberado será de:

QES = PS . 0,86 (Kcal/h)


QES = ________ W . 0,86 (Kcal/h)
QES = 172 Kcal/h

5.2.1. Calculo do ganho de calor latente por equipamentos QEL


Os equipamentos que fornecem calor latente no local são aqueles que além
de aumentarem a Temperatura de Bulbo Seco aumentam também a umidade do
local, em nosso caso seria a cafeteira por banho Maria a qual já teve sua parcela
de calor sensível calculada acima.

5.3. Ganho de calor por equipamentos QE


Ganho de calor sensível por equipamentos QES = 172 Kcal/h

Ganho de calor latente por equipamentos elétricos QEL = 0 Kcal/h

6. Calor liberado por pessoas (QP)


6.1. Introdução:
As pessoas que estão dentro do ambiente a ser condicionado liberam calor para o
ambiente, este calor é composto de Calor Sensível QPS e Calor Latente QPL. A
quantidade de calor liberado (sensível e latente) por uma pessoa pode ser previsto por
valores fornecidos pela Tabela C1- NBR 16401-1, em Kcal / h, em função da
temperatura de bulbo seco que e se encontra o ambiente e do tipo de atividade que esta
pessoa executa, podendo sua equação ser resumido da seguinte maneira:

QPS = N . FS . 0,86 (Kcal/h)


QPL = N . FL . 0,86 (Kcal/h)
Onde:
QPS = Calor Sensível liberado pelas pessoas Kcal/h
QPL = Calor Latente liberado pelas pessoas Kcal/h
N= Número de pessoas no local
FS = Fator de calor sensível liberado por pessoa W / pessoa (tabela C1).
FL = Fator de calor latente liberado por pessoa W / pessoa (tabela C1).

30
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

6.2. Calculo do ganho de Calor liberado por pessoas QP


6.2.1. Calculo do ganho de calor sensível por pessoas Q PS
A sala 28 tem capacidade para 36 alunos, e com ajuda da Tabela C1, no item
Sentado, trabalho leve / Escritórios, hotéis, apartamentos, devemos ajustar o fator, pois
temos apenas homens adultos, obtemos o F= 130/115 => F=1,13
FS = 1,13 x ______ W/pessoa; desta forma o calor sensível liberado será de:

QPS = N . FS . 0,86 (Kcal/h)


QPS = 36 pessoas . ____ W/pessoa . 1,13 . 0,86
QPS = 2.448,93 Kcal/h

6.2.2. Calculo do ganho de calor latente por pessoas Q PL


Com ajuda da Tabela C1, FL = 1,13 . ______ = _______ W / pessoa, desta forma
o calor latente liberado pelas pessoas será de:

QPL = N . FL .0,86 (Kcal/h)


QPL = 36 pessoas . ________ Kcal/h.pessoa . 0,86
QPS = 1.574,32 Kcal/h
6.4. Previsão do n° de pessoas (NP)

Quando não temos a informação do n° de pessoas que ocupará o local, sendo assim
devemos nos informar com o responsável da obra, caso este não possua a informação ,
deveremos consultar o “Código de Obras do Município”, e para prédios de locais de
trabalho consultar as normas do “Ministério do Trabalho” que fornece o n° de ocupantes
por metro quadrado, em função da finalidade de uso do mesmo. Como referência, mas
não em substituição aos Código oficiais, podemos também, utilizar a Tabela 1 NBR
(1)
16401-1. , que fornece o valor em metros quadrados que cada pessoa deve ocupar em
um determinado local, pessoas / 100 m2 .

(1) A Tabela 9 é apenas referencial, jamais deve ser usada como valor definitivo, devemos
sempre dar preferência para o Código de Obras do Município ou as NBR do ministério do
Trabalho.

A Previsão do número de pessoas (NP) em função da área do local pode ser encontrado o
da seguinte maneira:

NP = A . FOC / 100

31
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Onde:
NP = Previsão do número de pessoas
A = Área do local (m2)
FOC = Fator de ocupação do local (tabela 1).

Por exemplo, caso não soubéssemos o número de alunos que ocuparão a sala de aula
n028,

A = Área do local = 52,48 m2


FOC = Fator de ocupação do local (tabela 1) = 35 pessoa/100m²
A Tabela 1, não tem referência a salas de aula, utiliza-se o local como “Sala de Aula”

A quantidade de pessoas prevista (NP) será de:

NP = A . FOC / 100

NP = 52,48 m2 . 35 pessoas/ 100m2 /100

NP = 19 pessoas

Este valor não esta tão próximo do que foi utilizado no projeto da sala 28, onde a
quantidade real é de 36 pessoas.

7. Calor devido a infiltração do ar externo (QIA)

7.1. Introdução
O ar externo ao ser introduzido no ambiente climatizado pelas frestas de portas e janelas,
aberturas de portas tendem a aumentar o Calor Sensível QIAS e Calor Latente QIAL no
ambiente.
Este ar tem sua vazão dependente do tamanho da abertura e da velocidade do vento,
como esse calculo pode tornar-se muito complexo a NBR 16401 recomenda a utilização
das tabelas Tabela 07 e Tabela 08 dos anexos.
Tabela 07: Determina valores médios para a infiltração de ar, em m3 / h.pessoa, no
momento em que uma pessoa passa por uma porta, tipo Giratória ou Vai-e-
Vem. Esta tabela também fornece parâmetros para a infiltração de ar
externo no ambiente quando uma determinada porta esta constantemente
aberta.

32
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 08: Determina valores médios para a infiltração de ar através de frestas, em


m3/h.metro de fresta, de portas e janelas, levando em consideração o seu
estado de ajuste.

8. CARGA TERMICA TOTAL


A carga térmica total é a somatória dos calores devido às diversas fontes de calor que
incidem no local, divididas entre calor sensível e latente.

Fonte de calor Calor sensível Calor latente


Kcal/h Kcal/h
Condução - paredes/janelas 3.057,7 -
Insolação - paredes/janelas 7.507,61 -
Iluminação artificial 1.182,50 -
Equipamentos 172 -
Pessoas 2.448,93 1.574,32
Total 14.368,74 1.574,32

8.1. Carga Térmica na Sala 28


8.1.1. Carga Térmica Sensível: QTS = 14.368,74 Kcal/h

8.1.2. Carga Térmica Latente: QTL = 1.574,32 Kcal/h

Nota: O calculo da carga térmica poderia ter sido finalizado neste momento com a escolha de um
aparelho condicionador de ar que tivesse uma capacidade maior ou igual a 15.574,06
Kcal/h, contudo é necessario que se realize uma renovação de ar no ambiente, colocando
no interior do mesmo uma quantia de ar externo para higienização, este processo
acarretará em um aumento do valor da carga térmica, o qual sera calculado no capitulo a
seguir.

33
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Capacidade do Equipamento
Notas de aula do prof. Valter GERNER

Introdução
Calculada a carga térmica do local que se deseja climatizar, o próximo passo para a
escolha de um equipamento condicionador de ar, de uso comercial, adequado, para isto
será necessário calcular:
 Vazão de Ar de Insuflação
 Capacidade Térmica do Equipamento

VAZÃO DE AR DE INSUFLAÇÃO

Para uma determinada necessidade de carga térmica é necessário uma vazão de ar de


(1)
insuflação , para determinarmos a mesma utilizaremos os conceitos de psicrométrica
aplicada para a qual será também introduzido alguns novos conceitos:

(1) Estamos utilizando aqui a palavra Insuflação, ao contrario da palavra normalmente usada
que não existe na língua portuguesa Insuflamento.

1. Linha de Razão (2)


A linha de razão da carga térmica da sala é uma linha reta, traçada na carta
psicrométrica, ligando os pontos que representam o estado a ser mantido na sala e é
fundamental para se determinar a vazão de ar de insuflamento.
A representação da linha de razão depende do tipo de da carta psicrométrica que
estamos utilizando e pode ser definida como Fator de Calor Sensível (fcs) ou
Multiplicador (m).

(2) A Linha de Razão que estamos nos referindo é referente ao local, contudo a Linha de
Razão, também, pode ser Total, e representa o balanceamento térmico da instalação,
incluído todas as cargas de calor sensível e latente que procedem do ar exterior de
renovação.

1.1. Fator de Calor Sensível (fcs)


O fator de calor sensível do local (fcs) é a razão entre o Calor Sensível (QTS) e o Calor
Total (QTT ) da carga térmica total do ambiente, é representado na carta psicrométrica por

34
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

uma reta que passa pelos pontos das condições da sala (S) e do ar insuflado (I), ou seja,
representa o caminho energético do ar insuflado que esta sendo difundido na sala.
O fator de calor sensível do local (fcs), é representado na carta psicrométrica por uma
reta, e a sua inclinação determina um número de graus de temperatura de bolbo seco
(TBS), por um número de gramas de conteúdo de umidade. A inclinação desta linha, indica
então, a relação entre as trocas de calor latente e sensível que ocorrem na sala, e a
determinação deste valor é vital para a seleção de estados econômicos da insuflação de
ar que será feita na sala.
Para se manter a sala com uma determinada temperatura (TBS) e umidade relativa (UR)
fixadas em projeto o ar insuflado devera estar sempre localizado sobre a linha do fator de
calor sensível do local (fcs), se isto não ocorrer, ou uma temperatura errada ou uma
umidade errada será mantida na sala.
A equação Fator de Calor Sensível (fcs) é:

1 Calor Sensível Q TS
fcs = = =
m Calor Total Q TT
Após ter calculado o fator de calor sensível (fcs) ele pode ser localizado na “Escala do
Fator de Calor Sensível” (ao lado da escala do teor de umidade).A partir desse valor
deve ser traçado uma reta, denominada “Linha de Fator de Calor Sensível” (conforme
linha tracejada na figura abaixo) que passe pelo “Ponto de Referência” o qual é
localizado na maioria das cartas psicrométricas a uma TBS = 24 0C e UR = 50 % ,
conforme pode ser verificado na carta psicrométrica da Tabela 18 , Tabela 20 e 21.
Esta reta que representa o fator de calor sensível do local (fcs) é transferida,
paralelamente, utilizando-se régua e esquadro, passando pelo ponto S que representa os
estados da sala de TBSS e URS, conforme linha cheia na figura abaixo.

Escala do Fator de Calor Sensível

50%
Linha de Fator de Calor Sensível
URS

Ponto de Referência

Paralelas
Linha de Fator de Calor
Sensível, passando pelo
ponto da sala S
fcs
S
I

24 0C
1.2. Multiplicador (m)
TBS
TBSS 35
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

O multiplicador (m) é um adimensional que representa a razão entre o Calor Total (QTT )
e o Calor Sensível (QTS) da carga térmica de um ambiente, ou seja o multiplicador é o
inverso do Fator de Calor Sensível é o inverso do multiplicador.
Seu significado indica ,quanto do calor sensível esta contido na carga térmica total, ou
seja pode ser usada para determinar as condições do ar insuflado necessario para manter
uma temperatura e umidade em um dado local..
O multiplicador é representado na carta psicrométrica por uma reta que passa pelos
pontos das condições da sala (S) e do ar insuflado (I), ou seja, representa o caminho
energético do ar insuflado que esta sendo difundido na sala. A equação do multiplicador
é:
Calor Total QTT
m= QTS =
=
Calor Sensível QTS

Escala do Multiplicador
m
URS

m
Paralelas

S
I

TBSS

Após o multiplicador ser calculado ele pode ser localizado na forma de uma reta na
“Escala do Multiplicador”, que se encontra na carta psicrométrica (no caso da carta
psicrométrica que estamos utilizando, para São Paulo-SP, será a Tabela 19), e
transferido, na forma de uma paralela, utilizando-se régua e esquadro, para dentro da
carta psicrométrica, passando pelo ponto S que representa os estados de TBSS e URS,
conforme figura acima.
.1.3. Calculo do multiplicador (m) (3)
O multiplicador (m) da sala 28, será:
36
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Carga Térmica na Sala 28 (Calculado Anteriormente)


Carga Térmica Sensível: QTS = 14.368,74 Kcal/h
Carga Térmica Total: QTT = 15.574,06 Kcal/h

QTT 15.574,06 Kcal/h = 1,11


m= =
QTS 14.368,74 Kcal/h

(3) Em projeto utilizamos somente uma das razoes da sala ou o Fator de Calor Sensível (fcs)
ou multiplicador (m), o mais importante é que a carta psicrometrica seja referente a altura
do local que esta nosso projeto de condicionamento de ar da sala 28, que se encontra na
cidade de S.Paulo –SP.

2. Temperatura de Insuflação T I
A temperatura de insuflação (TI), é determinada na carta psicrométrica, passando a reta
do multiplicador ou do fator de calor sensível pelo ponto que representa as condições da
sala (S) e o ar insuflado (I). A Temperatura de Insuflação (TI) será determinada no ponto
quando esta reta cortar a linha de Umidade Relativa de 90 %, que será o ponto de
insuflação (I).

2.2. Temperatura de Insuflação T I (Multiplicador)


Podemos obter a Temperatura de Insuflação pela carta psicrométrica que tem como linha
de razão o multiplicador, no caso a Tabela 19.
A reta do multiplicador (m) na carta psicrométrica é obtida traçando uma paralela ao
multiplicador, determinado na “Escala do Multiplicador” fazendo-a passar pelo ponto (S),
que representa as condições da sala, conforme mostrado na figura abaixo.

UR = 90%
m = 1,15
m=1.1 URS
5

S m

37
TI TBSS
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

2.1. Calculo da Temperatura de Insuflação T I


Lembrando que o ponto de insuflação do ar do difusor ( ou grelha), normalmente possui
uma umidade relativa de 90% (valor assumido pela maioria dos projetistas).
O ponto de insuflação encontra-se na linha do multiplicador, ou do fator de calor sensível,
quando esta cruza a linha de UR = 90%.

Com a carta psicrométrica da cidade de São Paulo, utilizando o método acima


mencionado, podemos determinar a temperatura de insuflação da sala 28 como sendo de
TI = _______ 0C:

Conclusão: Para que tenhamos uma temperatura ambiente de 24°C com UR 55%, para
as condições de calor sensível e latente calculada, é necessário que o ar
seja insuflado na sala com Ti = _______°C e UR 90%.

3. Vazão de Ar em massa de Insuflação mI


É a vazão de ar necessária, que esta vindo do condicionador de ar, com uma temperatura
de insuflação (TI ) e uma umidade relativa de UR = 90 %, para se manter a temperatura
do local que esta sendo climatizado nas condições desejadas de temperatura (TBSS) e
umidade relativa (URS).
A equação para determinar-se a vazão de insuflação (mI) pode ser determinado a partir
da seguinte equação:

QTS = mI x CAR x T

Onde:
QTS = Carga Térmica Sensível (Kcal/h)
mI = Vazão de Ar de Insuflação (Kg/h)
CAR = Calor especifico médio do ar (0,24 Kcal / Kg °C) ; (1,0 KJ / Kg °C)
T = TBSS - TI = difusão (0C)

3.1. Calculo da Vazão de Ar em massa de Insuflação mI


A vazão de ar necessária (mI) para deixar-se a sala 28 com as condições do ar
ambiente de TBSS = 24°C e URS = 55%, retirando-se a carga térmica da mesma será
de.
QTS = Carga Térmica Sensível = 14.368,74 Kcal/h

38
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

mI = Vazão de Ar de Insuflação (Kg/h) = ?


CAR = Calor Especifico Médio do ar = 0,24 Kcal / Kg °C (1,0 KJ / Kg °C)
0
TI = Temperatura de Insuflação = _______ C
TBSS = Temperatura da Sala = 24 0C
T = TBSS - TI = difusão

QTS = mI x CAR x T
_____________ Kcal/h = mI x ________ Kcal / Kg °C x (_____ - _____) 0C

mI = 7.043,50 kg / h

4.2. Vazão de Ar volumétrica de Insuflação VI


Transformaremos a vazão em massa de ar de insuflação ( mI), de kg / h, para vazão
volumétrica de ar de insuflação (VI) em m3 / h, devemos multiplicar a vazão em massa
pelo volume especifico do ar de insuflação (AR).

VI = mI x  AR

Onde:
VI = Vazão de Ar volumétrica de Insuflação (m 3l / h)
mI = Vazão de Ar em massa de Insuflação (Kg/h)
AR = Volume Especifico do ar de Insuflação (m 3 / Kg ) (1)

4.2.1. Calculo da Vazão de Ar volumétrica de Insuflação VI


No caso da sala 25 sabemos que:
mI = Vazão de ar em massa de insuflação mI = 7.043,50 kg / h
AR = Volume Especifico do ar de Insuflação AR = ________ m3 / Kg

Desta forma a vazão de ar volumétrica de insuflação (VI) será:

VI = mI x  AR
VI = ___________ kg / h x _______ m3 / Kg

VI = 6.409,58 m3 / h

39
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

CAPACIDADE TERMICA DO AR DO EQUIPAMENTO

Nos cálculos acima foi determinado a Vazão de Ar de Insuflação (mI) e a sua respectiva
temperatura de Insuflação (TI) para manter o local a ser climatizado nas condições de
projeto desejadas (TBSS e URS) retirando-se a carga térmica da mesma. Estes valores de
vazão e temperatura de insuflação serão fornecidos pelo equipamento condicionador de
ar, contudo deseja-se também determinar qual será a capacidade deste equipamento.
Não pode-se definir que a capacidade térmica do condicionador de ar seja a que foi
calculada como Carga Térmica Total (QTT ) do local, pois será necessário ainda em um
ambiente a ser condicionado que se coloque uma quantidade externa de ar com a
finalidade de higienização, a qual chamaremos de Ar de Renovação , este acréscimo de
ar, que tem a mesma temperatura do ar externo (TBSE), aumentara a quantidade de calor
a ser removido pelo equipamento de condicionador de ar daquela calculada na Carga
Térmica.

1. Vazão de Ar de Renovação VREN


Segundo a legislação é necessário que se introduza em ambiente confinados, como os
que estão sendo climatizados, uma quantidade de ar para que se consiga alcançar os
seguintes itens:
1. Satisfação das necessidades de oxigênio dos ocupantes.
2. Diluição dos odores presentes até um nível aceitável socialmente.
3. Diluição da concentração de CO2 até um nível baixo satisfatório.
Conforme a norma NBR 16401, a equação para determinar-se o vazão de ar pode ser
resumida da seguinte forma:

Vef = P. Fp + A . FA

Onde:
Vef = Vazão de ar externo para renovação L / s
P= Número de pessoas no local
FP = Fator de ar exterior por pessoa L / s . pessoa
A= Área útil do local ocupada
FP = Fator de ar exterior pela área útil ocupada L / s . m²

40
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

1.1. Determinação Vazão Volumétrica de Ar de Renovação V REN


Na sala de aula de numero 28, do projeto em questão, é uma instalação de ar
condicionado para conforto, desta forma deve-se providenciar uma quantidade de ar
para renovação, sabendo-se que no local temos:
P= _____ pessoas
FP = ____ L / s . pessoa
A= ______ m²
FP = _____ L / s . m²

Vef = P. Fp + A . FA
Vef = _______. ______ + ______ . ______
(x 3,6 para passar de L/s para m³/h)
Vef = 967,62 m3/ h

2. Vazão de Ar de Retorno mRET


Uma parte do ar que é insuflado no ambiente a ser climatizado, como vazão de ar de
Insuflação (mI), após se difundir pelo ambiente, é por sucção, e levado de volta para o
condicionador de ar, ou para a casa de máquina, para novamente passar pelo
condicionador de ar, ter sua temperatura reduzida, a temperatura de insuflação (TI) e
novamente ser insuflado no ambiente climatizado. Este ar que retorna por sucção do
equipamento condicionador de ar e conhecido como Ar de Retorno, para o qual deve-se
determinar qual será a Vazão de Ar de Retorno (VRET).
Devemos lembrar que este ar de retorno (VRET) devera ser Misturado com o ar de
renovação (VREN) para que os dois juntos perfaçam uma mistura, a qual é conhecida,
Vazão de Mistura (VMIS), a qual tem o mesmo valor numérico da vazão de insuflação (VI),
conforme pode ser observado na figura abaixo, desta forma;

Vazão de ar de insuflação mI = Vazão de ar de mistura mMIS

Vazão de ar de insuflação = Vazão de ar de renovação m REN + Vazão de Ar de Retorno mRET

VI = VREN + VRET
Ou seja
VRET = VI - VREN

41
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Difusor

TBSI
mRET
mI
URI = 90 % T

TBSS
TBSS URS URS

mI
Sala
mRET

mI

Evaporador

mI mREN
mMIS
(Mistura) TBSE URE

mMIS = mI = mRET + mREN


Ventilador

Condicionador de AR

2.1. Vazão de Ar de Mistura VMIS


Conforme pode ser observado no desenho acima a vazão do ar de retorno (VRET) ira se
misturar com o a vazão do ar de renovação (VREN), antes do resfriador do condicionador
de ar, ou evaporador, esta mistura e conhecida como vazão de ar de mistura (VMIS). A
vazão de ar de mistura ira passar pelo resfriador e ventilador e a partir daí será chamada
de vazão de ar de insuflação (VI).
Vazão de ar de insuflação = Vazão de ar de mistura mMIS
VI = VMIS
VMIS = VI = VREN + VRET

2.2. Calculo da Vazão de Ar de Retorno mRET


VRET = VI - VREN
VRET = _________ - ________
mRET = 5.441,96 m³ / h

42
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

3. Temperatura de Mistura T BSMIS


A temperatura de mistura é determinada pelas temperaturas do ar de renovação TBSE , e
pela temperatura do ar de retorno TBSRET, e suas respectivas vazões
O ar de retorno (VRET) possui as mesmas condições do ar da sala, da qual esta sendo
retirado, desta forma ;
TBSRET = TBSS
URRET = URS
A temperatura de mistura TBSMIS, pode ser determinada a partir do balanço de massa e
energia, da mistura;
Balanço de Massa: VMIS = VREN + VRET
Balaço de Energia: VMIS x TBSMIS = VREN x TBSREN + VRET x TBSRET

TBSMIS = VREN x TBSREN + VRET x TBSRET


VMIS

Os valores podem ser colocados na carta psicrométrica conforme figura abaixo, aonde
pode ser observada a Linha da Mistura, que é traçada por uma reta ligando o estado do
ar da sala (TBSS e URS) representando o ar de retorno, e o ar externo (TBSE e URE),
representado o ar de renovação.
Pode ser observado que sobre a Linhas de Mistura esta o ponto conhecido como Ponto
de Mistura (M), que representa o estado do ar de mistura dentro da carta psicrométrica.

Linha de Mistura URE URS


E

Ponto de Mistura (M)


S

TBSS TBSM TBSE 43


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

3.2. Calculo da Temperatura de Mistura T BSMIS


Em nosso exemplo podemos determinar a temperatura da mistura pela equação acima,
com auxílios dos valores anteriormente determinados tais como;
VMIS = Vazão de ar de mistura = 6.409,58 m³ / h
VREN = Vazão de ar de renovação = 967,62 m³ / h
VRET = Vazão de Ar de Retorno = 5.441,96 m³ / h
TBSMIS = Temperatura do ar da Mistura = ?
TBSREN = Temperatura do ar de Renovação = 32 0C (URE = 60 %)
TBSRET = Temperatura do ar de Retorno = 24 0C (URS = 55 %)

TBSMIS = VREN x TBSREN + VRET x TBSRET


VMIS

TBSMIS = _______ x ____ + _______ x ____


_________

TBSMIS = 25,2 0C

Resumindo determinamos que ;


TBSMIS = Temperatura do ar da Mistura = 25,2 0C

4. Capacidade Térmica do Equipamento (QT)


A temperatura da mistura acima pode ser interpretada como o resultado da media das
temperatura e vazões em massa do ar de retorno (mRET e TBSRET) e do ar de renovação
(mREN e TBSREN), este ar, o qual chamamos de ar de mistura (mMIS), que tem o mesmo
valor numérico do que a vazão do ar de insuflação (mI), este devera passar pelo
evaporador do condicionado de ar, ou resfriador no caso de equipamentos tipo Fan-Coil, e
ter sua temperatura abaixada até a temperatura de insuflação (TBSI).
Para que a temperatura da vazão de ar de mistura seja reduzida, necessitamos retirar
uma quantidade de calor desta massa de ar que ira passar pelo condicionador de ar, a
qual é denominada de Capacidade Térmica do Equipamento (QT), a que pode ser
calculada da seguinte maneira;

44
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

QT = mI . ( hI – hMIS )

Onde:
QT = Calor Total a ser retirado do ar polo condicionador de ar (Kcal/h)
mI = Vazão de ar de insuflação = mMIS = Vazão de ar de mistura (kg / h)
hI = Entalpia do ar de insuflação (kcal/kg) (Carta Psicrométrica)
hMIS = Entalpia do ar de mistura (kcal/kg) (Ponto de mistura na Carta Psicrométrica)

O calor total retirado do ar que passa pelo condicionador de ar, ou seja a Capacidade
Térmica do Equipamento (QT), pode ser representado na carta psicrométrica, por uma
linha reta que sai do ponto que representa o ar de mistura (M), com sua respectiva
temperatura (TBSMIS), ate o ponto que representa o estado do ar de insuflação com sua
respectivas temperaturas e umidade relativa (TI e URI = 90 %), esta reta pode ser
observado no desenho da carta psicrométrica abaixo;

90% URE URS


Ponto de Mistura
E
Mistura
M
Mistura
Linha do Calor Total
Mistura
QT m
M

Ponto de Insuflação S

TI TBSS TBSM TBSE

45
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

4.1. Calculo da Capacidade Térmica do Equipamento (QT)


Em nosso exemplo podemos determinar a Capacidade Térmica do Equipamento (QT)
pela equação acima, com auxílios dos valores anteriormente determinados tais como;
QT = Calor Total a ser retirado do ar pelo condicionador de ar = ?
mI = Vazão de ar de insuflação = mMIS = Vazão de ar de mistura = 7.043,5 kg / h
hI = Entalpia do ar de insuflação = 10,3 kcal/kg (Carta Psicrométrica)
hMIS = Entalpia do ar de mistura = 13,5 kcal/kg (Ponto de mistura na Carta Psicrométrica
de São Paulo)

QT = mI . ( hI – hMIS )
QT = ___________ kg / h . ( _____ – _____ ) kcal/kg
QT = 22.539,20 kcal / h

A capacidade do equipamento (1) condicionador para ser utilizado na sala 28, de nosso
projeto demonstrativo, deve ter as seguintes características

Vazão de insuflação mI = 7.043,50 kg / h = 6.409,58 m3/h


Capacidade Térmica QT = 22.539,20 kcal / h
ou
QT = 7,45 TR

(1) Para adquirirmos o equipamento condicionado de ar de um fabricante devemos


fornecer a ele alem da vazão de ar (mI) e da capacidade térmica (QT), a pressão
estática (PS) que o ventilador deve fornecer, mas para adquirirmos este valor
necessitamos realizar o projeto da distribuição do ar com sua respectiva rede de
dutos.

46
Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabelas
Tabela 1 - Gradiente de temperatura em função das variáveis relativa a própria
temperatura
Valores de t para Superfícies Opacas
Cores: Preto, Cinza-Escuro
Direção da Face
Hora SE E NE N NO O SO Telhado
8 3.3 3.9
9 14.5 19.5 8.3 5
10 19.5 8.3 16.1
11 14.7 22.1 15.6 25.5
12 6.7 15 13.4 0.5 32.7
13 6.1 7.8 2.8 36.8
14 1.1 3.3 1.1 38.2
15 2.8 7.8 6.1 36.8
16 0.5 13.8 15 32.7
17 15.6 22.1 13.4 25.5
18 14.5 24.5 19.5 16.1
19 8.3 19.5 14.5 5
20 3.9 3.3

Tabela 2 - Gradiente de temperatura em função das variáveis relativa a própria


temperatura
Valores de t para Superfícies Opacas
Cores: Cinza-Claro, Vermelho e Marrom
Direção da Face
Hora SE E NE N NO O SO Telhado
8 0.5 1.1
9 7.8 9.4 3.9 1.7
10 10 14.5 8.3 9.4
11 7.6 12.8 8.9 15
12 2.8 8.9 7.4 20
13 2.9 3.9 22.1
14 0.5 23.5
15 3.9 2.8 22.1
16 7.4 8.9 2.8 20
17 8.9 12.8 7.4 15
18 8.3 14.5 10 9.4
19 3.9 9.4 7.8 1.7
20 1.1 0.5

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 47


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 3 - Gradiente de temperatura em função das variáveis relativa a própria


temperatura
Valores de t para Superfícies Opacas
Cores: Alumínio e Branco
Direção da Face
Hora SE E NE N NO O SO Telhado
8
9 3.3 4.4
10 4.4 7.4 3.3 3.9
11 2.8 6.1 3.9 7.8
12 3.9 2.8 10.5
13 0.5 12.2
14 12.8
15 0.5 12.2
16 2.8 3.9 10.5
17 3.9 6.1 2.8 7.8
18 3.3 7.2 4.4 3.9
19 1.1 4.4 3.3
20

Tabela 4 Gradiente de temperatura em função das variáveis relativa a própria


temperatura
Valores de t para Superfícies Transparentes
Condição: Sem Proteção contra o sol / Com Cortinas escuras
Direção da Face
Hora SE E NE N NO O SO Telhado
6 24.2 26 11 2.2
7 62 74 39 25
8 70 96 58 65
9 50 86 60 98
10 22 58 48 3.9 124
11 1.1 20 16.8 8.9 136
12 5 10.6 5 143
13 8.9 26.8 20 1.1 136
14 3.9 48 58 22 124
15 60 86 50 98
16 58 96 70 65
17 39 74 62 25
18 11 26 24.2 2.2

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 48


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 5 - Gradiente de temperatura em função das variáveis relativa a própria


temperatura
Valores de t para Superfícies Transparentes
Com cortinas claras / com persianas internas
Direção da Face
Hora SE E NE N NO O SO Telhado
6 12.2 13.3 0.55 1.1
7 31 37 19.5 12.8
8 35 48.5 29.4 33
9 25.6 43 30 49
10 10.5 29.4 24 1.6 62
11 0.55 10 13.5 4.5 68
12 5 71
13 4.5 13.5 10 0.55 68
14 1.6 24 29.4 10.5 62
15 30 43 25.6 49
16 29.4 48.5 35 33
17 19.5 37 31 12.8
18 0.55 13.3 12.2 2

Tabela 6 - Gradiente de temperatura em função das variáveis relativa a própria


temperatura
Valores de t para Superfícies Transparentes
Condição: com Persianas Externas
Direção da Face
Hora SE E NE N NO O SO
6 7.3 7.8 3.3
7 18.3 22 11.7
8 21 29 17.8
9 15 25.6 17.8
10 6.7 17.8 14.4 1.1
11 6.1 7.8 2.8
12 1.6 3.3 1.6
13 2.8 7.8 6.1
14 1.1 14.4 17.8 6.7
15 17.8 25.6 17
16 17.8 29 21
17 11.7 22 18.3
18 3.3 7.8 7.3

Fonte: Trane Air Conditioning


Adaptada para 30 0 de latitude Sul

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 49


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 7 - Fluxo de Ar externo pelas portas


Pelas Portas (Normalmente Fechadas)
m3 / h . pessoa
Local
Porta Giratória (1.80m) Porta de vai-e-vem (0.90m)
Bancos 11 14
Barbearias 7 9
Drogarias e farmácias 10 12
Escritórios de 9 9
Corretagem
Escritórios Privados (-) 4
Escritórios em Geral (-) 7
Lojas em Geral 12 14
Restaurantes 3 4
Lanchonetes 7 9
Pelas Portas (Normalmente Abertas)
Porta de 90cm 1350 m3/h
Porta de 180cm 2000 m3/h
Fonte: NBR 6401 – Instalações Centrais de Ar Condicionado para conforto – Parâmetro Básico de projeto.

Tabela 8 Valores para perdas de ar por frestas de janelas e portas


Pelas Frestas
Tipo de Abertura Observação m3/h (por metro de frestas) (*)
Janelas
- Comum 3
- Basculante 3
- Guilhotina com caixilho de madeira Mal ajustada 6.5
Bem ajustada 2
- Guilhotina com caixilho metálico Sem vedação 4.5
Com vedação 1.8
- Portas Mal ajustada 13
Bem ajustada 6.5
(*) Largura da fresta considerada de 4.5 mm
Fonte: NBR 6401 – Instalações Centrais de Ar Condicionado para conforto – Parâmetro Básico de projeto.

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 50


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 9 - Ar exterior para renovação

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 51


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 52


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 10 - Valores para ocupação de recintos


Local m2 / Pessoa
Dormitórios 10
Salas residências 8
Salões de Hotel 6
Escritórios Privados 8
Escritórios em geral 8
Bancos - Recintos privados 7
Bancos recintos públicos 4
Lojas de pouco público 5
Lojas de muito público 3
Restaurantes 2
Boites 1
Auditórios - Conferências 1.5
Teatros Cinemas 0.75
Fonte: NBR 6401 – Instalações Centrais de Ar Condicionado para conforto – Parâmetro Básico de projeto.
OBS.:Para prédios públicos o ideal é consultar o “Código de Obras do Município” e para prédios de locais de trabalho
consultar as normas do “Ministério do Trabalho (NBR)”

Tabela 11 – Fontes Internas de Calor e Umidade

ANEXO “C” – NBR-16401

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 53


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 54


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 55


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 56


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 57


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 58


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 12
Condutibilidade Térmica : Materiais de Construção:
Materiais W Kcal Kcal x mm BTU BTU x pol.
m x ºc h x m x ºc h x m2 x ºc h x ft x ºF h x ft2 x ºF
Painéis para construção:
Placa de Asbestos Cimento 0,574 0,495 495 0,331 3,972

Placa de Gesso de Paris ou Gesso 0,165 0,143 143 0,095 1,14

Forro (Impregnado ou coberto) 0,054 0,0471 47,1 0,031 0,372

Terra Seca 0,52 0,45 450 0,300 3,6

Materiais Isolantes:
Placas de Manta:
Fibras de lã mineral (rocha, escória ou vidro) 0,038 0,03344 33,44 0,021 0,252

Borracha Macia 0,012 0,010 10 0,0069 0,0828

Borracha Dura 0,013 0,011 11 0.0075 0,09

Asfalto 0,062 0,053 53 0,035 0,42

Amianto 0,139 0,12 120 0,080 0,96

Feltro
Fibra de Madeira 0,035 0,031 30,96 0,020 0,24

Cortiça 0,042 0,037 33,45 0,024 0,288

Fibra de vidro 0,038 0,033 30,96 0,0219 0,2628

Lã Rocha 0,048 0,042 42 0,027 0,324

Lajes de isolamento de telhado 0,051 0,044 44 0,029 0,348

Lã Mineral (vidro, escória, rocha) 0,039 0,034 34 0,022 0,264

Lã de Vidro 0,039 0,034 34 0,022 0,264

Vermiculite (expandida) 0,064 0,056 56,97 0,037 0,444

Materiais em Placas:
Placa de Gesso Agregado de Areia 0,22 0,1892 189,2 0,127 1,524

Placa de Gesso Agregado de 0,25 0,215 215 0,144 1,728

Vermiculite
Placa de Cimento Agregado de Areia 0,718 0,619 619 0,414 4,968

Gesso:
Gesso 0,48 0,41 410 0,277 3,324

Agregado leve em Ripas de Madeira 0,28 0,24 240 0,1618 1,9416

Agregado leve em ripas Metálicas 0,47 0,41 410 0,2716 3,2592

Agregado de Perlite 0,22 0,19 185,76 0,127 1,524

Agregado de Areia 0,80 0,69 693,16 0,462 5,544

Agregado de areia em ripas 0,823 0,71 710 0,475 5,7

Metálicas
Concreto:
Concreto Geral 1,42 1,22 1220 0,820 9,84

Arga Massa Cal 1,16 0,99 990 0,670 8,04

Argamassa de cimento 0,72 0,62 619 0,416 4,992

Agregados leves: Cascalho 0,24 0,21 210,53 0,138 1,656


expandido, Barro Ardósia, Escória Cinza,
Pedra Pomes, Perlite, Vermiculite

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 59


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Agregado de Areia e Cascalho ou Pedra 1,723 1,486 1486 0,995 11,94

Estuque 0,72 0,62 619 0,416 4,992

Cimento Portland 0,29 0,25 250 0,167 2,004

Concreto com Escoria 0,76 0,65 650 0,439 5,268

Concreto com Brita 1,37 1,18 1180 0,791 9,492

Agregado de Areia e Cascalho 0,905 0,780 780 0,523 6,276

Agregado de Cinza 0,582 0,502 502 0,336 4,032

Pedra Cal ou Areia 1,795 1,548 1548 1,037 12,444

Tijolos:
Tijolo de Barro:
Tijolo de Argila 1 furo (10 cm de 0,52 0,4472 447,2 0,300 3,6

espessura)
Tijolo de Argila 3 furos (30 cm de 0,69 0,5934 593,4 0,398 4,776

espessura)
Tijolo comum 0,72 0,62 619 0,416 4,992

Tijolo de Fase (Liso) 1,29 1,11 1115 0,745 8,94

Tijolo Bloco de Concreto:


Com 3 furos ovais (20 cm de espessura) 1,0 0,86 860 0,5779 6,9348

Com 2 furos retangulares (20 cm de espessura) 1,1 0,946 946 0,635 7,62

Com 2 furos preenchidos (20 cm de espessura) 0,6 0,516 516 0,346 4,152

Agregado com cinzas 3 furos (20 cm de 0,67 0,576 576 0,387 4,644
espessura)
Tijolo Cerâmico (Bloco Baiano):
Com 06 furos (10 cm de espessura) 1,392 1,2 1200 0,804 9,648

Com 06 furos (15 cm de espessura) 1,1368 0,98 980 0,656 7,872

Com 08 furos (15 cm de espessura) 1,0788 0,93 930 0,623 7,476

Telhas:
Telhado Fibrocimento 0,406 0,35 350 0,2346 2,8152

Telha de Barro 0,72 0,62 620 0,416 4,992

Telha oca de Barro, Elemento de Fundo 0,509 0,439 439 0,294 3,528

Telha oca de Barro, 2 Elementos de 0,612 0,528 528 0,353 4,236


Fundo
Material Para Laterais:
Asbestos-Cimento Dobrado 0,16182 0,1395 139,5 0,0935 1,122

Isolamento de Asfalto 0,0508 0,04381 43,81 0,0293 0,3516

Madeiras:
Madeira Dura em Geral 0,16 0,14 140 0,0924 1,1088

Madeira Mole em Geral 0,12 0,10 100 0,0693 0,8316

Madeira Picotada/Colada(Aglomerado) 0,087 0,075 75 0,0502 0,6024

Madeira Compensada 0,115 0,0999 99,97 0,0669 0,8028

Fibra de Madeira (Tipo Mole) 0,172 0,149 149 0,0998 1,1976

Fibra de Madeira (Tipo Duro) 0,2006 0,173 173,38 0,1159 1,3908

Serragem 0,08 0,05 50 0,0462 0,5544

Eucatex 0,03944 0,034 34 0,0227 0,2724

JANELA/VIDRO:
Vidro Comum 0,78 0,68 680 0,4507 5,4084

Pyres 1,4 1,2 1200 0,80906 9,70872

Vidro celular 0,0560 0,0483 48,3 0,0323 0,3876

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 60


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

MATERIAL DE ACABAMENTO
CIVIL:
Mármore 2,80 2,41 2410 1,6181 19,41744

Granito 2,79 2,40 2400 1,6123 19,3476

Ladrilho cerâmico (Valor Médio) 1,5 1,29 1290 0,8668 10,4016

Porcelana 1,03 0,89 890 0,5952 7,1424

Arenito 1,83 1,57 1570 1,0575 12,69

METAIS:
Alumínio 208 179 179000 120,203 1442,436

Ferro Fundido 33 28 28000 19,0707 228,8484

Aço 53 46 46000 30,628 367,536

Cobre 398 342 342000 230,0042 2760,0504

Chumbo 16 14 14000 9,2464 110,9568

Zinco 114 97 97000 65,8806 790,5672

Níquel 92 79 79000 53,1668 638,0016

Estanho 64 55 55000 36,9856 443,8272

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 61


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 18 – Carta Psicrométrica (SI) - São Paulo (SP)

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 62


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 19 – Carta Psicrométrica (SM) - São Paulo (SP)

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 63


Carga Térmica em Condicionamento de Ar Marcelo S. Jordão

Tabela 20 – Carta Psicrométrica (SI) - Nível do Mar

Noções de Carga Térmica – Referências Bibliográficas 64

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