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INTRODUÇÃO

A Saúde do Idoso aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida,
o que significa que, pela primeira vez na história das políticas públicas no Brasil, a
preocupação com a saúde da população idosa brasileira é explicitada. Não obstante
esta difícil realidade, ainda outro grande desafio é apresentado aos serviços de
saúde: a promoção de um envelhecimento saudável (GENIOLE, 2011).
O avanço do conhecimento científico mostra-nos que é possível a
sociedade alcançar uma longevidade com qualidade, isso depende muito das
condições de saúde dos indivíduos e da assistência oferecida (BRASIL, 2010). Nas
instituições do passado, como hospitais e casas de repouso, os idosos eram muitas
vezes tratados como objetos em vez de pessoas independentes e dignas
(OLIVEIRA, 2011).
Chegou o momento de reconhecermos e tratarmos o preconceito com a
idade avançada questionando atitudes negativas prevalecentes e estereótipos e
reforçando as realidades do envelhecimento no cuidar de idosos em todas as
situações de atendimento. A realidade que visamos atualmente é a de uma
sociedade de idosos cada vez mais saudáveis, com seus direitos reservados e
garantidos (POTTER; PERRY, 2013).
Estigmas negativos, que normalmente estão associados ao processo de
envelhecimento, têm como um de seus pilares o declínio biológico, ocasionalmente
acompanhado de doenças e dificuldades funcionais com o avançar da idade. Diante
de tal realidade, além da Lei de Nº 8842 de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a
política nacional do idoso, foi proposta posteriormente a esta a Política Nacional de
Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), em atendimento ao Pacto pela Saúde, cuja
finalidade é recuperar, manter e promover a autonomia e independência da pessoa
idosa, por meio de medidas individuais e coletivas de saúde, em consonância com
os princípios do SUS (COIMBRA et al., 2010).
A assistência em saúde ao idoso envolve aspectos amplos, assim como
demais assistências no âmbito da saúde. A realização de avaliações que norteiem
os mais variados aspectos relacionados a qualidade de vida, possibilitam não
apenas uma melhor visão a respeito do paciente em si, mas amplia a visão no que
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tangem as linhas de cuidados em um patamar cada vez mais abrangente dentro dos
mais diversos aspectos da vida do mesmo (PERES, 2010).
Ter uma percepção quanto aos fatores de risco relacionados a saúde do
idoso, é de suma importância tanto para profissionais da saúde quanto para a
população. Diante desse contexto, o presente trabalho foi desenvolvido na
perspectiva de elaboração de uma entrevista qualitativa que sirva como instrumento
para avaliação multidimensional dos idosos e que possa contribuir para poder
auxiliar a executar medidas preventivas mais eficazes, bem como ressaltar a
importância desse aspecto avaliativo à assistência em saúde, justificando-o assim
como sendo importante a sua aplicabilidade.
Sendo assim, este estudo objetivou desenvolver uma entrevista como
instrumento para a avaliação multidimensional dos idosos quanto aos riscos de queda,
uso crônico de medicações e polifarmácia, dor crônica; diagnóstico de neuropatia e,
identificação de idoso em situação de risco de violência.

2 DESENVOLVIMENTO DE QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO


MULTIDIMENSIONAL À PESSOA IDOSA

O desenvolvimento de instrumentos de avaliação multidimensional a


pessoa idosa, caracterizam-se como sendo importantes meios de avaliar o paciente
em amplos aspectos, bem como, a partir dos resultados obtidos, traças metas e
desenvolver medidas de prevenção e cuidados à saúde destes (MORSCH, 2017).
Contribuindo com esse contexto, Pereira et al. (2016, p. 315), afirmam que:

A “Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa” é um instrumento para o


rastreio de disfunções que visa à prevenção e promoção de saúde em
pessoas idosas, contando com instrumentos sensíveis nos campos de
visão, audição, incontinência, humor e depressão, cognição e memória,
atividades de vida diária, funcionalidade de membros superiores e inferiores,
quedas e outros mais específicos quando necessário.

Diante desse contexto, a avaliação multidimensional da pessoa idosa


contempla não apenas um melhor conhecimento a respeito do perfil dos idosos, mas
também é de grande valia para a identificação de fatores de risco à saúde, bem
como situações que possam vir a nortear o planejamento assistencial voltado aos
mesmos. De acordo com Brasil (2006, p. 09) “O maior desafio na atenção à pessoa
idosa é conseguir contribuir para que, apesar das progressivas limitações que
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possam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida
com a máxima qualidade possível. [...]Portanto, parte das dificuldades das pessoas
idosas está mais relacionada a uma cultura que as desvaloriza e limita”.

IDENTIFICAÇÃO
Nome:

Idade: Sexo ( )F ( )M

Naturalidade: Religião:

Profissão: Aposentado(a): ( )Sim ( )Não

Arranjo familiar: ( )Sozinho ( )Cônjuge ( )Filhos ( )Outros


Estado Civil: ( )Solteiro ( )Casado ( )Viúvo ( )Separado ( )Outros
Raça: ( ) branca ( ) negra ( ) parda ( ) amarela
Escolaridade: ( )Não frequentou a escola ( )E. F ( )E. F. Incompleto ( )E.M
( )E.M. Incompleto ( )E.S
Atividade física: ( ) sim ( ) não
Tabagismo: ( ) sim ( ) não
Etilismo: ( ) sim ( ) não
Tipo de casa: ( )Madeira ( )Tijolos ( )Outros:_________________________________
Saneamento básico: ( ) sim ( ) não
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DO RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS
Marcha: 1. Sozinho 2. Ajuda ocasional 3. Ajuda frequente 4. Muleta ou bengala
5.Andador 6. Cadeira de rodas 7. Imobilidade completa (acamado)
Tipo de Marcha:____________________________
História de quedas no último ano ( )Sim Número de quedas_____________
( )Não
Repercussão funcional: ( )Sim ( )Não
Causas/circunstâncias: ( )Tropeção / escorregão ( )Ausência de motivo aparente
( )Perda da consciência ( )Doença aguda
Tempo de permanência no chão:_____________________________________
Necessidade de ajuda para levantar-se: ( )Sim ( )Não
Teve ajuda para levantar-se? ( )Sim ( )Não
AVALIAÇÃO DE USO CRÔNICO DE MEDICAÇÕES E POLIFARMÁCIA
Diagnóstico de doença(s)
1. HAS ( ) Sim ( )Não
2. Diabetes Mellitus Tipo I ( ) Sim ( )Não
3. Diabetes Mellitus Tipo II ( ) Sim ( )Não
4. Doença Tireoidiana ( ) Sim ( )Não
5. Câncer de Cólon ( ) Sim ( )Não
6. Câncer de Mama ( ) Sim ( )Não ( ) Não se aplica
7. Câncer de Próstata ( ) Sim ( )Não ( ) Não se aplica
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8. Osteoporose/Fratura de fragilidade ( ) Sim ( ) Não


9. Depressão ( ) Sim ( ) Não
10. Demência ( ) Sim ( ) Não
OUTRA(S):______________________________________________________
Há história de doença familiar? ( ) Sim. Qual(is)________________________ ( )Não
Pratica a automedicação? ( )Sim ( )Não
Número de medicamentos que faz uso: ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ou mais medicamentos
Responsável pela indicação: ( )Médico ( )Familiares ( )Meios de Comunicação
( )Amigos ( )Estranhos ( )Conta própria
Procura o serviço de saúde? ( )Sim ( )Não
AVALIAÇÃO DE DOR CRÔNICA
Sente alguma dor? ( ) Sim ( )Não
INTENSIDADE DA DOR
Escala numérica de dor:
Sem dor 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dor máxima

Escala qualitativa:
Sem dor Dor ligeira Dor moderada Dor intensa Dor máxima
Tempo de dor:
( )Dias____ ( )Semanas_____ ( )Meses________ ( )Anos_______
Local de dor: ( )Região lombar (abaixo da cintura) ( )Membros inferiores
( )Membros superiores ( )Região dorsal (acima da cintura) ( )Região cefálica
( )Região abdominal ( )Região cervical ( )Região torácica ( )Região pélvica
( )Região perineal e genital
Frequência dos episódios: ( )Quase todos os dias ( )Uma ou duas vezes por semana
( )Uma vez a cada 15 dias ( )Uma vez por mês ( )Não sabe
Grau de dependência e alteração da mobilidade dos idosos, segundo ocorrência
da dor crônica
( )Dependência nas atividades básicas da vida diária
( ) Dependência nas atividades instrumentais da vida diária
( ) Mobilidade alterada
DIAGNÓSTICO DE NEUROPATIA
Tem experimentado dor ou desconforto nas pernas?
( )Se SIM, continuar a avaliação ( ) Se NÃO, interromper a avaliação
Que tipo de sensação mais te incomoda? (Descrever os sintomas se o paciente
não citar nenhum destes)
( ) Queimação, dormência ou formigamento 2 pts
( ) Fadiga, câimbras ou prurido 1pt
Qual a localização mais frequente desse(a) (sintoma descrito)?
( ) Pés 2 pts ( ) Panturrilha 1 pt ( ) Outra localização 0 pt
Existe alguma hora do dia em que este(a) (sintoma descrito) aumenta de
intensidade?
( ) Durante a noite 2 pts ( ) Durante o dia e a noite 1 pt ( ) Apenas durante o dia 0 pt
Este(a) (sintoma descrito) já o(a) acordou durante a noite?
( ) Sim 1 pt ( ) Não 0 pt
Alguma manobra que o(a) senhor(a) o realiza é capaz de diminuir este(a) (sintoma
descrito)? (Descrever as manobras para o paciente se ele não citar nenhuma
delas)
( ) Andar 2 pts ( ) Ficar de pé 1 pt ( ) Sentar ou deitar 0 pt
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*Escore Total:_________ Classificação: Leve / Moderado / Grave Um escore de 3–4 implica em


sintomas leves, 5–6 sintomas moderados e 7–9 sintomas graves.

ESCORE DE COMPROMETIMENTO NEUROPÁTICO(ECN)

As modalidades sensitivas devem ser pontuadas com (0) se presente, (1) se


reduzido/ausente, e os reflexos como (0) se normal, se presente com reforço ou (2) se
ausente, para cada lado.
Direito Esquerdo
Reflexo Aquileu
Vibratória
Sensação Dolorosa
Térmica

*Escore Total: ________ Classificação: Leve / Moderada / Grave Pontuações: de 3 a 5 é


considerado com evidência de sinais neuropáticos leves; 6 a 8, como moderado, e um escore de 9
a 10, como sinais neuropáticos graves. Critérios Diagnósticos Neuropatia Periférica: ( ) SIM ( )
NÃO Os critérios mínimos aceitáveis para o diagnóstico de neuropatia periférica são: sinais
moderados com ou sem sintomas ou sinais leves com sintomas moderados. Sinais leves sozinhos
ou com sintomas leves não são considerados adequados para se fazer o diagnóstico de neuropatia
periférica.

IDENTIFICAÇÃO DE IDOSO EM SITUAÇÃO DE RISCO DE VIOLÊNCIA


PERGUNTAS GERAIS
Vive sozinho? ( )Sim ( )Não
Como estão as coisas em casa? ( )Sim ( )Não
Gostaria de falar alguma coisa em especial? ( )Sim ( )Não
Se sente seguro onde vive? ( )Sim ( )Não

VIOLÊNCIA FÍSICA:
Alguém bateu ou agrediu o senhor? ( )Sim ( )Não
Alguma vez o senhor ficou amarrado ou preso em sua casa? ( )Sim ( )Não
Tem medo de alguém em sua casa? ( )Sim ( )Não
Necessita de ajudar para realizar a maioria das suas atividades de vida diária
(vestir, tomar banho, alimentação etc)? ( )Sim ( )Não

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Se sente só? ( )Sim ( )Não
Alguma vez foi ameaçado com castigos? ( )Sim ( )Não
Alguma vez gritaram com o(a) senhor(a) de forma que se sentiu constrangido(a)
ou mal consigo mesmo(a)? ( )Sim ( )Não
O que acontece quando algum familiar está em desacordo com a forma que o(a)
senhor(a) pensa sobre um determinado assunto? ( )Sim ( )Não
O(A) senhor(a) é tratado(a) de forma pejorativa? ( )Sim ( )Não

VIOLÊNCIA SEXUAL
Alguma vez alguém tocou em seu corpo ou órgãos genitais sem o seu
consentimento? ( )Sim ( )Não
Já foi forçado(a) a manter relações sexuais sem o seu consentimento?
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( )Sim ( )Não

VIOLÊNCIA FINANCEIRA
Quem administra os seus assuntos econômicos? ( )Sim ( )Não
O seu dinheiro é usado por outras pessoas sem a sua permissão? ( )Sim ( )Não

O(a) senhor(a) já foi obrigado assinar alguma procuração ou outro documento?


( )Sim ( )Não
O seu dinheiro já foi usado para fazer compras para outras pessoas sem que
houvesse a sua concordância? ( )Sim ( )Não
A pessoa que cuida do(a) senhor(a) depende do seu dinheiro para as despesas
pessoais? ( )Sim ( )Não

ABANDONO/NEGLIGÊNCIA
Alguma vez já negaram comida ou medicação que estava necessitando?
( )Sim ( )Não
O(A) senhor(a) tem passado necessidade de roupas, alimentação, medicamentos?
( )Sim ( )Não
Fica sozinho(a) a maior parte do tempo? ( )Sim ( )Não
Pode receber a visita de parentes e amigos? ( )Sim ( )Não
Suas chamadas telefônicas são controladas? ( )Sim ( )Não
Tem alguém em sua casa que é dependente de álcool ou droga? ( )Sim ( )Não
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REFERÊNCIAS

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