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Nos exercícios de número 1 a 22, faça a associação de acordo com o seguinte código:

a) elipse           g) anacoluto 
b) zeugma        h) silepse de gênero
c) pleonasmo    i) silepse de número
d) polissíndeto   j) silepse de pessoa
e) assíndeto      l) anáfora
f) hipérbato      m) anástrofe
 
1. (    ) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.”(Machado de Assis)
2. (    ) “Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.” (José
Lins do Rego)
3) (    ) “Este prefácio, apesar de interessante, inútil.” (Mário Andrade)
4. (    ) “Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia de querer estar ao lado de
lá-Dijina, em sua casa deles dois, da outra banda, na Lapa-Laje.” (Guimarães Rosa)
5. (    ) “Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes de flores com laços de fitas, o
Zé-Povinho de chapéu erguido.”
(Aníbal Machado)
6. (    ) “Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes, deslizavam melhor, a salvo, ou
tinham mais invioláveis esconderijos, os sertanejos emboscados. “ (Euclides da Cunha) 
7. (   ) V. Exa. está cansado?
8. (    ) “Caça, ninguém não pegava... (Mário de Andrade)
9. (    ) “Mas, me escute, a gente vamos chegar lá.”(Guimarães Rosa)
10. (   ) “Grande parte, porém, dos membros daquela assembléia estavam longe destas
idéias.”(Alexandre Herculano)
11. (    ) “E brinquei, e dancei e fui
               Vestido de rei....”(Chico Buarque)
12. (    ) “Wilfredo foge. O horror vai com ele, inclemente. Foge, corre, e vacila, e tropeça e
resvala, E levanta-se, e foge alucinadamente....”(Olavo Bilac)
13. (    ) “Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com a colher, acendeu o cachimbo,
pôs-se a chupar o canudo do taquari cheio de sarro.” (Graciliano Ramos)
14. (   ) “Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.”
(Antônio Olavo Pereira)
15. (    ) “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal Machado)
16. (    ) “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado.”(Martinho da Vila)
17. (    ) “Rubião fez um gesto. Palha outro; mas quão diferentes.”( Machado de Assis)
18. (    ) “Estava certo de que nunca jamais ninguém saberia do meu crime.” (Aurélio Buarque
de Holanda)
19. (    ) “Fulgem as velhas almas namoradas....
             - Almas tristes, severas, resignadas,
             De guerreiros, de santos, de poetas. “
           (Camilo Pessanha)
20. (     ) “Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem porque vêem os outros
viverem.” 
(J. Simões Lopes Neto)
     
Respostas - figuras de linguagem – exercícios 
1. j 
2. g 
3. a 
4. c 
5. e 
6. f 
7. h 
8. g 
9. j 
10. i 
11. d 
12. d 
13. e 
14. a 
15. i 
16. c 
17. b 
18. c 
19. b 
20. I 

AMBIGUIDADE
Palavras com duplo sentido.
Manuel Bandeira, poeta maior, escreveu um texto chamado "Poema só para Jayme Ovalle". Para um poema cujo tema é
essencialmente a solidão, o título é intencionalmente ambíguo. No poema de Bandeira, "só" pode referir-se a "poema" ("poema
solitário", por exemplo) ou a "Jayme Ovalle" ("poema feito exclusivamente para Jayme Ovalle", por exemplo).
É importante também destacar o papel da pontuação. Compare a frase "Só você não conseguirá a resposta" com "Só, você
não conseguirá a resposta". Parecem iguais. As palavras são as mesmas, a ordem das palavras é a mesma, mas a vírgula faz
a diferença.
Na primeira, "só" significa "apenas"; na segunda, "sozinho/a".
Vale lembrar a expressão "a sós", invariável: "Quero ficar a sós"; "Queremos ficar a sós"; "Ele quer ficar a sós"; "Eles querem
ficar a sós".
Não faça confusão. Quando "só" significa "sozinho/a", varia, ou seja, tem singular e plural. Quando significa "somente, apenas",
não varia, não tem plural. E a expressão "a sós" é fixa, invariável.

Outros exemplos de frases ambíguas:


"Encontrei seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h." 
(O escritório era da pessoa com quem se estava falando ou do chefe 
dela?)
Ao saber que um sobrinho havia levado uma mordida, minha mulher perguntou: "Afinal, quem mordeu o Pedro?" A resposta foi
imediata: "Foi a cachorra da namorada do João neurótica." 
(Quem mordeu o Pedro foi: 
1. a cachorra, que é neurótica e pertence à namorada do João? 
2. a cachorra, que pertence à namorada neurótica do João? 
3. a namorada do João, que, além de ser uma "cachorra", é uma 
neurótica?
ANACOLUTO
Ruptura da ordem lógica da frase. É um recurso muito utilizado nos diálogos, que procuram reproduzir na escrita a língua
falada. Também permite a caracterização de estados de confusão mental.
Exemplo
"Deixe-me ver... É necessário começar por... Não, não, o melhor é tentar novamente o que foi feito ontem."

ANÁFORA
R epetição sistemática de termos ou de estruturas sintáticas no princípio de diferentes frases ou de membros da mesma frase.
É um recurso de ênfase e coesão.
Exemplo
Vi uma estrela tão alta, 
Vi uma estrela tão fria! 
Vi uma estrela luzindo 
Na minha vida vazia. 
(Manuel Bandeira)

ANTÍTESE
Aproximação de palavras de sentidos opostos.
Exemplos
Na ofuscante CLARIDADE daquela manhã, pensamentos SOMBRIOS o perturbavam.

ASSÍNDETO
É a coordenação de termos ou orações sem utilização de conectivo. Esse recurso costuma imprimir lentidão ao ritmo narrativo.
Exemplo
"Foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio ruída pelo cupim, arrancou touceiras de
macambira, arrumou tudo para a fogueira." 
(Graciliano Ramos)

CATACRESE
P alavra que perdeu o sentido original.
Exemplos
salário (= pagamento que era feito em sal) 
secretária (= móvel em que se guardavam segredos) 
azulejos (= ladrilhos azuis)

ELIPSE
O omissão de um ou mais termos de uma oração, o qual se subentende, se presume.
Exemplos
Ao redor, bons pastos, boa gente, terra boa para se plantar. 
(Omissão do verbo HAVER)
Na memorável "Canto triste" (música de Edu Lobo e letra de Vinicius de Moraes), há um belo exemplo de elipse: "Onde a
minha namorada? Vai e diz a ela as minhas penas e que eu peço, peço apenas que ela lembre as nossas horas de poesia...".
No trecho "Onde a minha namorada?", está subentendido um verbo ("está", "anda" etc.). É bom lembrar que existe um caso
específico de elipse, que alguns preferem chamar de "zeugma". Trata-se da omissão de termo já citado na frase. É o caso, por
exemplo, de "Ele primeiro foi ao cinema, depois, ao teatro". Em "depois, ao teatro", não se repetiu a forma verbal "foi",
expressa na primeira oração ("Ele primeiro foi ao cinema"). Há um caso específico de zeugma, que ocorre quando a palavra
omitida tem flexão diferente da que se verifica no termo expresso anteriormente. É o caso, por exemplo, de "Eu trabalho com
fatos; você, com boatos". Que palavra está subentendida? É a forma verbal "trabalha", flexionada na terceira pessoa do
singular e deduzida de "trabalho", da primeira pessoa do singular do presente do indicativo de "trabalhar". Esse caso de
zeugma é chamado por alguns de "zeugma complexa" (ou "zeugma complexo", já que, para alguns dicionários, a palavra
"zeugma" é masculina, mas, para outros, feminina; há ainda os que a consideram palavra de dois gêneros, isto é, que pode ser
usada indiferentemente no masculino ou no feminino).
EUFEMISMO
O Dicionário "Houaiss" diz que é "palavra, locução ou acepção mais agradável, de que se lança mão para suavizar ou
minimizar (...) outra palavra, locução ou acepção menos agradável, mais grosseira...". O "Aurélio" diz que é "ato de suavizar a
expressão duma idéia substituindo a palavra ou expressão própria por outra mais agradável, mais polida".
Exemplos
Ontem, Osvaldo partiu dessa pra melhor (em vez de "morreu") 
Este trabalho poderia ser melhor (em vez de "está ruim").
Às vezes, a suavização é feita de um jeito todo particular: pela negação do contrário. Para que não se diga, por exemplo, que
determinado indivíduo é burro, diz-se que é pouco inteligente, ou simplesmente que não é inteligente. Esse caso, que contém
forte dose de ironia, chama-se "litotes". É bom que se diga que com a litotes não necessariamente se suaviza. Para que se
diga que uma pessoa é inteligente, pode-se dizer que não é burra: "Seu primo não é nada burro". Em suma, a litotes é "modo
de afirmação por meio da negação do contrário", como define o "Aurélio".

HIPÉRBOLE
É bom observar que no extremo oposto do eufemismo está a "hipérbole". Se com aquele suavizamos, atenuamos,
abrandamos, com esta aumentamos, enfatizamos, exageramos.
Exemplos
Eu já disse um milhão de vezes que não fui eu quem fez isso! 
Ela morreu de medo ao assistir aquele filme de suspense. 
Hoje está um frio de rachar! 
Aquela mãe derramou rios de lágrimas quando seu filho foi preso. 
Não convide o João para sua festa, porque ele come até explodir! 
Os atletas chegaram MORRENDO DE SEDE.

GALICISMO ou FRANCESISMO
P alavra ou expressão francesa usada na língua portuguesa ou em outra língua qualquer.
Exemplos: vitrine (por vitrina, espécie de caixa com tampa envidraçada, ou armário com vidraça móvel, onde se guardam
objetos expostos à venda ou a serem vistos; fetiche (por feitiço); gauche (por desajeitado); ter lugar (por realizar-se); fazer um
passeio (por dar um passeio).

GRADAÇÃO
Consiste em encadear palavras cujos significados têm efeito cumulativo.
Exemplo
Os grandes projetos de colonização resultaram em pilhas de papéis velhos, restos de obras inacabadas, hectares de floresta
devastada, milhares de famílias abandonadas à própria sorte.

HIBRIDISMO
Em língua portuguesa, significa palavras em cuja formação entram elementos de idiomas diferentes.
Exemplos
"Biologia" - bio (vem do latim e significa vida) + logia (vem do grego e significa estudo ou ciência): ciência que estuda a vida.
Em "automóvel", por exemplo, temos o elemento grego "auto" associado a "móvel", que vem do latim. Em "sociologia", temos
"socio", do latim, e "logia", do grego.
Em "burocracia", temos "buro", do francês "bureau", que significa "escritório", "repartição", e "cracia", que vem do grego e
significa "poder", "autoridade". A burocracia nada mais é do que o poder de quem mexe com papéis.
Repetindo: o processo pelo qual se formam palavras pela união de elementos de línguas diferentes chama-se "hibridismo". São
também híbridas palavras como "televisão" (soma do grego "tele", que significa "longe", "distante", com "visão", que vem do
latim); "abreugrafia" (que vem de "Abreu", sobrenome do médico brasileiro que criou determinado processo radioscópico, e
"grafia", elemento grego, que significa "descrição", "escrita"); "pitangueira" (soma de "pitanga", que vem do tupi, com o sufixo
latino "eiro/a"); "sambódromo", que reúne "samba", de origem africana, e "dromo", do grego ("lugar em que se corre"). Quando
se pensa que "sambódromo" é formada por um elemento africano e outro grego, mas só faz sentido no português do Brasil,
entende-se por que língua e cultura são elementos indissociáveis.
HIPÉRBATO
É a inversão da ordem natural das palavras.
Exemplo
"De tudo, ao meu amor serei atento antes" (ordem indireta ou inversa)
Em vez de "Serei atento ao meu amor antes de tudo" (ordem direta)

IRONIA
Consiste em, aproveitando-se do contexto, utilizar palavras que devem ser compreendidas no sentido oposto do que
aparentam transmitir. É um poderoso instrumento para o sarcasmo.
Exemplo
Muito competente aquele candidato! Construiu viadutos que ligam nenhum lugar a lugar algum.

METÁFORA
Palavra empregada fora de seu sentido real, literal, denotativo.
Exemplos
Eliana não SE DOBROU às desculpas do namorado que a deixou esperando por uma hora.
Ontem à noite choveu CANIVETES!
Na base de toda metáfora está um processo comparativo:
Senti a seda do seu rosto em meus dedos.
(Seda, na frase acima, é uma metáfora. Por trás do uso dessa palavra para indicar uma pele extremamente agradável ao tato,
há várias operações de comparação: a pele descrita é tão agradável ao tato quanto a seda; a pele descrita é uma verdadeira
seda; a pele descrita pode ser chamada seda.)

METONÍMIA
Ocorre quando uma palavra é usada para designar alguma coisa com a qual mantém uma relação de proximidade ou posse.
Exemplo
Meus olhos estão tristes por que você decidiu partir. 
(Olhos, na frase acima, é uma metonímia. Na verdade, essa palavra, que indica uma parte do ser humano, esta sendo usada
para designar o ser humano completo.)

ONOMATOPÉIA
Emprego de palavras apropriadas na tentativa de se imitar o som de alguma coisa.
Exemplos
Não conseguia dormir com o TIC-TAC do relógio da sala.
"Lá vem o vaqueiro pelos atalhos, tangendo as reses para os currais. Blem... blem... blem... cantam os chocalhos dos tristes
bodes patriarcais. E os guizos finos das ovelhinhas ternas dím... dím... dím... E o sino da igreja velha: bão... bão... bão..."
(Ascenso Ferreira)

PERÍFRASE
Uso de um dos atributos de um ser ou coisa que servirá para indicá-lo.
Exemplos
Na floresta, todos sabem quem é o REI DOS ANIMAIS. 
(REI DOS ANIMAIS = LEÃO)
A CIDADE MARAVILHOSA torce para um dia sediar os Jogos Olímpicos. (CIDADE MARAVILHOSA = RIO DE JANEIRO)

PLEONASMO
Repetição, no falar ou no escrever, de idéias ou palavras que tenham o mesmo sentido. É vício quando empregado por
ignorância: Subir para cima; é figura quando consciente, para dar ênfase à expressão.
Exemplos
A MIM só me restou a esperança de dias melhores.
Casos de pleonasmos considerados estilísticos:
Camões, em "Os Lusíadas", escreveu "De ambos os dous a fronte coroada". (Esta frase está na ordem inversa. Na ordem
direta seria "A fronte de ambos os dous coroada." E "dous" é uma forma, hoje em desuso, equivalente a "dois".
Observação: A palavra "ambos" é da mesma família das palavras "ambivalente", "ambidestro", "ambívio" ("encruzilhada"),
"ambígeno" ("proveniente de duas espécies diversas") etc.
"Ver com os próprios olhos". É óbvio que ninguém vê com as orelhas, nem vê com os olhos de outra pessoa. Mas essa
combinação é aceita justamente por ser considerada expressiva, sobretudo pela palavra "próprios": "Vi com meus próprios
olhos."
Um outro bom exemplo de pleonasmo consagrado é "abismo sem fundo". Pouquíssimas pessoas sabem que, na origem, a
palavra "abismo" significa "sem fundo". Ao pé da letra, "abismo" é "lugar sem fundo".
Quando se perde a noção da origem de uma palavra, é natural que ocorram ligeiras mudanças em seu significado, o que
justifica certos pleonasmos, como o de "abismo sem fundo". Afinal, hoje em dia, o sentido corrente de "abismo" não é de "lugar
sem fundo" e sim de "lugar muito fundo".
Convém lembrar que existe a forma paralela "abisso", hoje pouco usada. É dela que se forma o adjetivo "abissal". Apesar de o
substantivo "abisso" estar fora de moda, o adjetivo "abissal" é mais usado que "abismal": "A ignorância dele é abissal/abismal."
Ambas as formas são corretas e equivalentes.

POLISSEMIA
É a propriedade que tem a mesma palavra de assumir significados diferentes.
Exemplos
Lúcia bateu a porta. (fechou) 
Roberto bateu o carro. (trombou) 
Meu coração bate rápido. (pulsa)
Em uma propaganda da Bradesco Seguros de automóveis vemos, na foto, um pincel de barbeiro, usado para espalhar o creme
de barbear no rosto do cliente, e a legenda: "Esta cidade está cheia de barbeiros" (alusão aos maus motoristas)

POLISSÍNDETO
É o uso repetido da conjunção (do conectivo), entre elementos coordenados. Esse recurso costuma acelerar o ritmo narrativo.
Exemplos
"O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora." 
(Machado de Assis)
"No aconchego 
Do claustro, na paciência e no sossego 
Trabalhe, e teima, e lima, e sofre, e sua!" 
(Olavo Bilac)

PROSOPOPÉIA ou PERSONIFICAÇÃO (ou ainda METAGOGE)


Consiste em atribuir características de seres animados a seres inanimados ou características humanas a seres não-humanos.
Exemplos
"A floresta gesticulava nervosamente diante do lago que a devorava. O ipê acenava- lhe brandamente, chamando-o para
casa."
As estrelas sorriem quando você também sorri.

SILEPSE
Figura pela qual a concordância das palavras se faz de acordo com o sentido, e não segundo as regras da sintaxe. A Silepse
pode ser de pessoa, número ou gênero.
Exemplos
"Os brasileiros somos roubados todos os dias." Quem diz ou escreve a frase dessa forma põe o verbo na primeira pessoa do
plural para deixar claro que é brasileiro e é roubado. Nessa frase, por exemplo, a concordância não foi feita com "os
brasileiros", mas com o sentido, com a idéia que se quer enfatizar. É claro que teria sido possível empregar a forma "são" ("Os
brasileiros são roubados..."), no entanto, o enfoque mudaria completamente.
No exemplo anterior, ocorre silepse de pessoa, já que se trocou a terceira pessoa pela primeira. A de número ocorre quando se
troca o singular pelo plural (ou vice-versa), como se vê neste exemplo: "A turma chegou cedo, mas, depois que foi dado o aviso
de que o professor se atrasaria, desistiram de esperar e foram embora". Nessa frase, as formas verbais "desistiram" e "foram"
se referem ao termo "turma", mas não concordam com a forma dessa palavra (singular), e sim com a idéia contida em seu
significado ("alunos", no caso). A silepse de número é comum com o vocativo representado por coletivo, seguido de verbo no
plural: "Turma, turma, venham". De novo, o verbo ("venham") não concorda com a palavra "turma", mas com sua idéia.
A silepse é de gênero quando se troca o masculino pelo feminino (ou vice-versa). Em "São Paulo está assustadíssima com a
brutalidade", exemplo clássico, o adjetivo "assustadíssima", no feminino, não concorda com "São Paulo", nome de santo,
masculino, mas com "cidade", palavra que não foi dita ou escrita. O mesmo processo se dá quando se diz "Porto Alegre é
linda". "Porto" é palavra masculina, mas a concordância de "linda" também se dá com "cidade". Em certos casos, ocorrem,
simultaneamente, a silepse de gênero e a de número, como se vê neste exemplo, transcrito do "Dicionário Houaiss": "Que será
de nós, com a bandidagem podendo andar soltos por aí". Na frase, o adjetivo "soltos" não concorda com a forma singular e
feminina da palavra "bandidagem", mas com sua idéia ("os bandidos").
Observação
É bom lembrar que a Silepse também é chamada de "concordância ideológica".

SINESTESIA
A proximação de sensações diferentes.
Exemplos
Naquele momento, sentiu um CHEIRO VERMELHO de ódio. 
(CHEIRO, olfato - VERMELHO, visão)

ZEUGMA
O missão de um ou mais elementos de uma oração, mas que já foram mencionados em outra.
Fonte: intervox.nce.ufrj.br

FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um
recurso lingüístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou
poeticidade ao discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A palavra
empregada em sentido figurado, não- denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.
As figuras de linguagem classificam-se em:
a) figuras de palavras;
b) figuras de harmonia;
c) figuras de pensamento;
d) figuras de construção ou sintaxe.
A divisão das figuras de linguagem (em figuras de palavras, figuras de pensamentos e figuras de construção) segue um critério
didático e por isso pode haver classificações diferentes se procurado em vários autores. A expressão Figuras de Estilo foi
criada para uni-las num todo, sem divisão alguma.

Figura de Palavras Figuras de Pensamentos Figuras de Construção

Elipse
Zeugma
Polissíndeto
Comparação Simples Antítese
Assíndeto
Comparação por Símile Paradoxo
Pleonasmo
Metáfora Ironia
Inversão ou Hipérbato
Catacrese Perífrase
Anacoluto
Sinestesia Eufemismo
Anáfora
Antonomásia Disfemismo
Silepse
Sinédoque Hipérbole
Anadiplose
Metonímia Gradação
Diácope
Onomatopéia Prosopopéia
Epístrofe
Símbolo (alegoria) Apóstrofe
Assonância
Aliteração
Paranomásia

Fonte: br.geocities.com/mitologica_2000/

FIGURAS DE LINGUAGEM

O que é Figura de Linguagem?


Figuras de linguagem são estratégias literárias que um escritor pode aplicar em determinado texto com o objetivo de fazer um
efeito determinado na interpretação do leitor, são formas de expressão que caracterizam formas globais no texto.
Elas podem se relacionar com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas.
Observando o diálogo entre dois amigos, percebi duas figuras de linguagem constantes no nosso vocabulário, (nomes
fictícios).
João: Antes de ir na casa da Paulinha, tive que subir lá em cima do telhado para arrumar a antena para minha mãe.
Marcos: Toda vez que você vai sair, você tem que arrumar a tal da antena da mamãe, já foram mais de um milhão de vezes,
incrível.
Podemos perceber na conversa do João e Marcos, duas figuras de linguagem muito utilizadas, a primeira foi o pleonasmo "tive
que subir lá em cima".
Quem sobe, logicamente foi para cima, pois é impossível subir para baixo.
O Pleonasmo possui essa característica, trata-se de idéias já ditas e que são novamente "ditas ou confirmadas", são expressas
por idéias iguais, exemplo:
Subir para cima, descer lá em baixo, Vi com os meus próprios olhos.
Podemos perceber também na conversa, a segunda figura de linguagem, que é a hipérbole: "já foram mais de um milhão de
vezes".
Ocorre a hipérbole quando há um exagero na idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer,
transmitindo uma imagem inesquecível.
Exemplos
BomBril, a esponja de aço com mil e uma utilidades.
Já te avisei mais de mil vezes.
Rios te correrão dos olhos, se chorares! (Olavo Bilac).

As principais figuras de Palavras são

Alegoria 
Antífrase 
Metáfora 
Metonímia ou Sinédoque 
Comparação simples 
Comparação por símile 
Hipálage 
Ironia 
Sarcasmo 
Catacrese 
Sinestesia 
Antonomásia 
Metalepse 
Onomatopéia 
Antítese 
Paradoxo 
Perífrase 
Eufemismo 
Disfemismo 
Hipérbole 
Gradação 
Prosopopéia ou Personificação 
Apóstrofe

As Principais figuras de Construção são

Analepse (oposto de prolepse) 


Anacoluto 
Anadiplose 
Anáfora 
Assíndeto 
Aliteração 
Assonância 
Clímax 
Diácope 
Epístrofe 
Epizêuxis 
Inversão ou Hipérbato 
Elipse 
Paranomásia 
Pleonasmo 
Polissíndeto 
Prolepse (oposto de analepse) 
Silepse 
Zeugma
Fonte: www.alunosonline.com.br

FIGURAS DE LINGUAGEM

FIGURAS VARIACIONAIS
Eruditismo
Consiste no uso de palavras eruditas, de conhecimento restrito, para despertar a atenção do autor ou para criar um efeito de
intelectualidade, erudição, pedantismo.
88) Isto é despiciendo. (= desprezível)
89) Entre o Frango e a Fome,
Há o cristal infrangível da Lei (= inquebrável)
90) tálamo (= leito nupcial)
91) imarcescíveis (= que não murcham)

Neologismo
Consiste no uso de um termo inventado para criar um efeito estilístico (emotivo, satírico, crítico, etc.) ou por não haver ainda
uma palavra que represente nossa idéia.
92) organizações pilantrópicas (Betinho)
93) A constituição é imexível.
94) vervudo (que tem verve)

Estrangeirismo
A utilização de um termo estrangeiro tem três funções importantíssimas: em primeiro lugar, ele constitui a maneira mais fácil de
despertar a atenção do leitor; em segundo lugar, ele evoca uma série de conceitos associados ao país ou cultura ao qual o
termo pertence; em terceiro lugar, ele serve para expressar nuances de significado inexistentes na língua original.
95) Mon bien aimé, Raymond. (Aluísio Azevedo)
96) Ele tem élan. (= competência associada a elegância, saber fazer bem e com graça)
97) É preciso um know-how que nós não temos.

Plebeísmo
Uso de palavras condizentes com as camadas menos cultas da sociedade: gírias, palavras de caráter geral, frases vazias ou
de pouco brilho etc.
98) “Cada um com seu cada um!”
99) “O amor é lindo, o que estraga é a falsidade.”
100) Vou “dar no pé”, senão “sobra” para mim.

Vulgarismo
Abrangeria apenas os palavrões e as palavras decididamente ofensivas e grosseiras. Pode ser usado estilisticamente, para
evidenciar o tipo de relações numa determinada comunidade.
101) Maria Carne-Mole (Aluísio Azevedo)
102)Vá te catar!

Arcaísmo
Uso de palavras desusadas para criar um clima passadista, histórico num determinado texto. Atualmente, a maioria dos
teóricos da literatura considera-o um vício.
103)boticário (= farmacêutico)
104)Vosmicê (= você)

Regionalismo
Uso de palavras dialetais para dar uma cor local, um ambiente regional ao texto.
105)A usina está de fogo-morto. (= parada)
106)Vadinho, este é um cara porreta. (= bacana)
Figuras de linguagem morfossintÁticas

Anominação
Consiste em empregar ou criar várias palavras com um mesmo radical.
107)chuva, chuvosa, chuventa, chuvadeira, pluvimedonha.
108)E canários cantando e beija-flores beijando flores e camarões camaronando e caranguejos caranguejando, tudo que é
pequenino e não morde pequeninando e não mordendo. (Monteiro Lobato)

Elipse
Consiste na supressão de parte da frase; usada por bons autores, intensifica e valoriza a porção restante do discurso.
109) Ontem você estava tão linda
Que o meu corpo chegou
110) Um galo sozinho não tece uma manhã:
Ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
E o lance a outro; de um outro galo
Que apanhe o grito que um galo antes

Zeugma
Consiste na supressão do verbo; é uma característica compartilhada pela estilística literária e pela estilística da fala, onde
ocorre freqüentemente.
111) Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo; Bernardes para a cela, para si, para o seu coração.

Anáfora
Consiste na repetição de palavra no início de frases (ou versos) seguidas ou muito próximas.
112) Você – manhã, um sonho meu
Você – que cedo entardeceu
Você – de quem a vida eu sou
113) Pensem nas crianças mudas telepáticas
Pensem nas meninas cegas inexatas
Pensem nas mulheres rotas alteradas

Epístrofe
Consiste na repetição de palavra no fim de frases (ou versos) seguidas ou muito próximas.
114) Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia /
– Assim! de um sol assim!"

Epanadiplose ou anadiplose
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no fim de uma frase (ou verso) e no começo de outra.
115) Só não roeu o imortal soluço que rebentava,
Que rebentava daquelas páginas
116) Tu choraste em presença da morte
Em presença da morte choraste

Quiasmo
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão no início de uma frase (ou verso) e no fim da seguinte, ao mesmo tempo
em que se repete a palavra ou expressão do término de uma frase (ou verso) no começo da seguinte.
117) No meio do caminho havia uma pedra
Havia uma pedra no meio do caminho

FIGURAS DE LINGUAGEM FÔNICAS


Rima e Homeoteleuto
Consistem na identidade de som na terminação de duas ou mais palavras; chama-se rima quando ocorre na poesia e
homeoteleuto quando ocorre na prosa. O homeoteleuto é muito comum nos ditados populares.
118) Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte,
A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...
119) Mais vale uem Deus ajuda, do que quem cedo madruga

Aliteração
Consiste na repetição de sons consonantais.
120) Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpia de violões, vozes veladas

Assonância
Consiste na repetição de vogais.
121) São prantos negros de fumas
Caladas, mudas, soturnas.
122) Tíbios flautins finíssimos gritavam.

Homônimos e Expressões Homófonas


Consiste no uso de palavras ou expressões que soam de maneira idêntica, mas têm significados distintos.
123) Sei o que dou e o que tomo,
Sei o que como, e como.
124) O rio é o mesmo rio, mas não é o mesmo rio.

Parônimos
Consiste no uso de palavras que soam de maneira semelhante.
125) O poema é dúbia forma de enlace,
substitui o órgão genital masculino pelo lápis
— e é lapso.
126) Me dê paciência para que eu não caia
Para que eu não pare nesta existência
Tão mal cumprida tão mais comprida

Onomatopéia
Consiste na imitação dos sons da natureza.
127) Cocoró-corococó, cocoró-corococó,
O galo tem saudade da galinha carijó
128) A menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas...Escolhia as mais bonitas, punhas entre os dentes e tloque. E
depois do tloque, uma engolidinha do caldo e plufe! caroço fora. E tloque, tloque, plufe, tloque, plufe, lá passava o dia inteiro na
árvore. (Monteiro Lobato)

FIGURAS DE LINGUAGEM E ENSINO


Durante muito tempo, os professores de português centraram-se nos estudos de sintaxe, morfologia, fonética e variação
lingüística e praticamente ignoraram a semântica e a estilística, com terríveis efeitos.
As regras gramaticais, bem como as quebras dessas regras e suas variações, estão sempre atreladas ao sentido do que se
quer dizer e à impressão ou emoção que queremos exprimir ou provocar. Ignorar essa premissa no estudo da sintaxe,
morfologia, fonética ou variação lingüística, é como edificar um monumento ignorando suas fundações e terreno.
Além disso, o estudo da linguagem desvinculado de seus aspectos semânticos e estilísticos torna-se, para usarmos uma figura
de linguagem, um paradoxo, visto que estuda-se algo concreto (a língua) em termos puramente abstratos, sem considerar sua
realidade objetiva (o texto).
O aluno ressente-se desta postura tão equivocada quanto monótona desenvolvendo um desinteresse, quiçá uma aversão ao
estudo, emprego e fruição da língua portuguesa, limitando-se ao nível mais primário e imediato da linguagem, e perdendo toda
sua riqueza expressiva, semântica e estilística.
Por que não dar aos nossos alunos o mesmo enlevo, a mesma profundidade, o mesmo arrebatamento, que nos envolve ao ler
e entender José de Alencar, Aluísio Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes, e tantos
outros, mostrando-lhes a tessitura e o esplendor de suas metáforas, antíteses e prosopopéias, de suas aliterações e
assonâncias, de suas anáforas e quiasmos? Ensinemos nossos alunos a deleitar-se, embrenhar-se, extasiar-se com a leitura e
sozinhos, independentes e confiantes eles lograrão alcançar o domínio e perícia que tanto lhes falta no manejo da sua língua.
Afrânio Garcia (UERJ)
Fonte: www.filologia.org.br
FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras sonoras
Aliteração
repetição de sons consonantais (consoantes).
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos
ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)

Assonância
repetição dos mesmos sons vocálicos.
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

Paranomásia
O emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira)

Onomatopéia
Criação de uma palavra para imitar um som
Exemplo
A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava
sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)
Fonte: www.graudez.com.br

FIGURAS DE LINGUAGEM

Introdução
Praticamente todas as situações de nossa vida, temos a disposição palavras e expressões que traduzem as nossas sensações
emoções. Mas nem sempre utilizamos as mesmas palavras expressões em todas as situações que vivemos.
Para as situações comuns, corriqueiras, temos um determinado número de palavras e expressões que traduzem muito bem
aquilo que queremos comunicar. Elas vem automaticamente a nossa cabeça e são facilmente entendidas por todos.
Mas existem situações em que essas palavras e frases corriqueiras não conseguem traduzir com exatidão aquilo que estamos
sentindo.
Através desse modo de dizer, diferente do comum procuramos enfatizar a nossas sensações.
As figuras de linguagem servem exatamente para expressar aquilo que linguagem comum, falada, escrita e aceita por todos
não consegue expressar satisfatoriamente. São uma forma do homem assimilar e expressar experiências diferentes,
desconhecidas e novas. Por isso elas revelam muito da sensibilidade
de quem produz, forma como cada indivíduo encara as suas experiências no mundo.

Figuras de linguagem
Palavra ou grupo de palavras utilizadas para dar ênfase a uma idéia ou sentimento. As mais difundidas, são as seguintes:

Figuras de Palavras (TROPOS)


As figuras de palavras consistem no emprego de um termo em um sentido diferente daquele em que esse termo é
convencionalmente empregado.
Por exemplo, convencionalmente, o termo "porta designa" uma peça de madeira
ou que gira sob dobradiças que tem a função ao de fechar móveis, automóveis e construções, etc. . Mas quando dizemos:
"Fulano não entende nada. "Ele é uma porta" , o termo "porta" não se referindo aquela peça de madeira ou de metal. Nesse
caso, a palavra porta esta sendo utilizada num sentido diferente do convencional, para definir a dificuldade compreensão, a
burrice do Fulano. Outro exemplo: " a porta dos sentimentos" . É claro que a palavra também. neste caso, não esta sendo
utilizada no seu sentido convencional. "Errar a porta" , nesta frase, sugere um ganho, uma desilusão. Nesses dois casos
termos figuras de palavras.
Há casos também em que um termo, que originalmente designa alguma coisa especifica, tem seu sentido ampliado, passando
a designar algo genérico. Temos exemplo do "Danone". O nome do produto é iogurte; Danone é a marca do iogurte produzido
por um determinada fabricante. Mas a marca foi identificada de tal forma com o produto que, em vez de dizermos "Vou comprar
um iogurte", freqüentemente dizemos "Vou comprar um danone" , mesmo quando o iogurte que compramos é de uma outra
marca (Chambourcy, Pauli, Batavo, etc.). A palavra "Danone" , que designava um tipo de iogurte, teve seu significado ampliado
e passou a designar o produto de uma forma geral.
As figuras de palavras podem ser utilizadas tanto para tornar mais expressivo aquilo que queremos comunicar quanto para
suprir a falta de um termo adequado que designe alguma coisa. Além disso, elas fazem com que a língua se torne mais
econômica, uma vez que uma única palavra, dependendo do contexto, pode assumir os mais diferentes significados.

FIGURAS DE SOM OU DE HARMONIA


Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma
oração ou texto, ou ainda quando
se procura "imitar" os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres.

ALITERAÇÃO
Aliteração é a figura de som provocada pela incidência reiterada de algumas consoantes ou fonemas consonantes.
"Que um Fraco Rei Faz Fraca a forte gente! "
A letra de Caetano Veloso para a música `Pipoca moderna' é construída toda a partir de aliterações sobre os fonemas / n / e / p
/ . Leia em voz alta para perceber
o efeito sonoro criado por essas aliterações:
e era Nada de Nem Noite de Nego Não e era Nê de Nunca mais
e era Noite de Nê Nunca de Nada mais e era Nem de Negro Não
Porém Parece que a golpes de Pê de Pé de Pão
de Parecer Poder
(e era Não de Nada Nem)
Aqui, as aliterações marcam fortemente o ritmo ocorrerem a intervalos regulares. Esses intervalos não são, cada verso, nunca
maiores que duas sílabas. A única exceção ocorre no verso ` `porém parece que a golpes de pê" onde o intervalo maior
acentua a mudança do fonema te ma: a partir desse verso e nos dois que se seguem a aliteração recairá sobre o fonema / p / .

ASSONÂNCIA
Assonância é a repetição de vogais e de sílabas semelhantes, mas não idênticas. Observe :
"Sou Ana, da cama da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdaim".
(Chico Buarque de Holanda)
O segmento -ana aparece repetido cinco vezes ao longo dos três versos: às vezes, "Ana" é um segmento autônomo, uma
palavra; outras, -ana aparece repetido no interior de outras palavras (em cana, fulana, bacana) . Se você. ler o. trecho em voz
alta, vai perceber que -ama (de cama) e n primeiro -am de Amsterdam (perceba que o segundo -arri é urna grafia do fonema
nasal / ã / , enquanto no primeiro pronunciamos o m) são sons muito próximos ao do segmento -ana.
É justamente a essa repetição de segmentos com sons semelhantes, em várias palavras de um mesmo texto, que chamamos
assonância. Mas a assonância pode ainda ser obtida pela repetição de uma vogal:

PARONOMASIA
Paronomásia é a figura de som que consiste no emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras semelhantes no som,
porém com significações diversas.
Observe:
"Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo! )".
(Ribeiro Couto)
Os termos "houve" (verbo haver) e "ouve" (verbo ouvir) coincidem do ponto de vista sonoro, embora se grafem e formas
diferentes e tenham significados diversos. !~ coincidência sonora cria uma tensão semântica na poesia:. ela da novas
significações à relação dos tempos presente e passado .

ONOMATOPÉIA
Onomatopéia é a palavra ou conjunto de palavras que representa um ruído ou som.
Nas histórias em quadrinhos, podemos encontrar inúmeros exemplos de onomatopéias: ` "click" sobre o desenho de uma
máquina fotográfica; "cabranch" representando o barulho e uma explosão e acompanhando o desenho de uma casa em
chamas; "bip! bip! bip!" para o barulho do alarme que pega um ladrão desprevenido; etc. onomatopéia nos quadrinhos é, em
geral, um recurso para melhor representar as ações e os fatos, expressando o ruído que os acompanha
na realidade.
Muitos os ruídos e sons representados por onomatopéias acabam por se incorporar ã língua. Algumas vão até motivar a
criação, por derivação, de novas palavras:
o barulho do relógio tic-tac a "voz" do gato miau!
a "voz" do galo cocoricó a "voz" dos passarinhos piu-piu
o barulho de um apito trrrrriiiiiii
A língua portuguesa é extensa, as figuras de linguagem servem somente para deixar a linguagem mais bonita e diversificada.

Bibliografia

1.Pré-vestibular SEMES 1 - Estácio de Sá


2.Enciclopédia Encarta - Sem autores fixos - Microsoft corporation ©
3.Figuras de Linguagem - Helio Seixas Guimarães, Ana Cecília Lessa - Atual Editora
Fonte: www.vestibular1.com.br
FIGURAS DE LINGUAGEM

Diz respeito às formas conotativas das palavras. Recria, altera e enfatiza o significado institucionalizado delas. Incidindo sobre
a área da conotação, as figuras dividem-se em:
1) Figuras de construção (ou de sintaxe) tem esse nome porque interferem na estrutura gramatical da frase
2) Figuras de palavras (ou tropos) constituem-se de figuras que adquirem novo significado num contexto específico.
3) Figuras de pensamento, que realçam o significado das palavras ou expressões

Figuras de construção (ou de sintaxe)


Elipse
Omissão de um termo facilmente identificável. O principal efeito é a concisão. 
De mau cordo, mau ovo (De mau cordo só pode sair mau ovo)

Pleonasmo
Repetição de um termo ou idéia. O efeito é o reforço da expressão. 
Vi-o com meus próprios olhos.
Rolou pela escada abaixo.

Onomatopéia
Consiste na imitação de um som. 
O tique-taque do relógio a enervava.
Há ainda: zeugma, polissíndeto, iteração (repetição), anáfora, aliteração, hpérbato, anacoluto, e silepse.

Figuras de palavras (ou tropos)


Metáfora
Fundamenta-se numa relação subjetiva, ela consiste na transferência de um termo para um âmbito de significação que não é o
seu e para isso parte de uma associação afetiva, subjetiva entre dois universos. É uma espécie de comparação abreviada, à
qual faltam elementos conectores (como, assim como, que nem, tal qual etc.) 
Murcharam-lhe (assim como murcham as flores) os entusiasmos da mocidade.

Metonímia
Consiste na substituição de um nome por outro porque entre eles existe alguma relação de proximidade. 
O estádio (os torcedores) aplaudiu o jogador.
Há ainda: catacrese e antonomásia.

Figuras de pensamento
Antítese
É a figura que evidencia a oposição entre idéias. 
Buscas a vida, eu, a morte.

Hipérbole
É uma afirmação exagerada para conseguir-se maior efeito estilístico. 
Chorou um rio de lágrimas.
Toda vida se tece de mil mortes.
Eufemismo
Consiste no abrandamento de expressões cruas ou desagradáveis. 
Foi acometido pelo mal de Hansen (= contraiu lepra)
O hábil político tomou emprestado dinheiro dos cofres públicos e esqueceu-se de devolver (=o hábil político roubou dinheiro)

Ironia
Consiste em sugerir, pela entonação e contexto, o contrário do que as palavras ou as frases exprimem, por intenção
sarcástica. 
Que belo negócio! (= que péssimo negócio!)
O rapaz tem a sutileza de um elefante.
Há ainda: prosopopéia, gradação e apóstrofe.

FIGURAS DE LINGUAGEM

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de
pensamento e figuras de palavras.

Figuras de som
Aliteração
Consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. 
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

Assonância
Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. 
“Sou um mulato nato no sentido lato 
mulato democrático do litoral.”

Paronomásia
Consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. 
“Eu que passo, penso e peço.”
. (PUC-SP)  – Observe o enunciado:
 
“E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio. O verbo “pular” está empregado no primeiro caso
no sentido denotativo; no segundo, o sentido é figurado. Também a palavra “dólar” é usada no sentido figurado. A
figura de linguagem empregada no caso de “dólar” é:
 
a) antítese, porque, no enunciado, há idéias contrárias relacionadas aos seres
representados.                                                                                                   
b) eufemismo, porque, no enunciado, há idéias diminuídas relacionadas aos seres representados.
c)   prosopopéia, porque, no enunciado, há a personificação dos seres representados.
d) metonímia, porque, no enunciado, há relações de contigüidade entre os seres representados.
e)  onomatopéia, porque, no enunciado, imitam-se as vozes dos seres representados.
 
Resposta: c
Trata-se de prosopopéia  porque um ser inanimado é tratado como um ser animado.
 
2. (FUVEST–SP) – Na frase “(...) data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal”,
ocorre o mesmo recurso expressivo de natureza semântica que em:
 
a) Meu coração / não sei por quê / Bate feliz / quando te vê.
b) Há tanta vida lá fora / Aqui dentro, sempre / Como uma onda no mar.
c) Brasil, mau Brasil brasileiro, / Meu mulato inzoneiro, / Vou cantar-te nos meus versos.
d) Se lembra da fogueira, / Se lembra dos balões, Se lembra dos luares dos sertões?
e) Meu bem querer, / É segredo, é sagrado, / Está sacramentado / Em meu coração.
 
Resolução (b)
Na frase ocorre uma antítese, configurada no emprego das expressões antônimas “independência política” e “
cativeiro pessoal”. Esse recurso expressivo de natureza semântica também corre em “lá fora” e “aqui dentro” da
frase da alternativa “b”.
 
3. (FGV-SP) – Assinale a alternativa em que se identifica a figura de linguagem predominante no trecho:
“As rodas dentadas da pobreza, ignorância, falte de esperança e baixa auto-estima se engrenam para criar um
tipo de máquina do fracasso perpétuo que esmigalha os sonhos de geração a geração. Nós todos pagamos o
preço de mantê-la funcionando. O analfabetismo é a sua cavilha”.
 
a) Eufemismo                b) Antítese                      c) Metáfora
d) Elipse                    e) Inversão
 
Resposta: c
Nesse texto há uma série de metáforas ((“rodas dentadas”, “engrenam”, “máquina do fracasso”, “esmigalha os
sonhos”, “cavilha”) compondo uma verdadeira alegoria a respeito dos fatores que condicionam a exclusão social
do indivíduo.
 
4. (UEL-PR) – Está usada em sentido denotativo a palavra sublinhada em:
 
a) Embriagava-se daquela paisagem de intensas cores e cheiros.
b) A cauda  batendo com violência na anca, o animal se aproximava garbosamente. 
c) Era a brisa do amanhecer que lhe afagava no peito uma tênue esperança.
d) A menção à sua beleza e encantos próprios  iluminou-se o sorriso.
e) A freada fez o pneu  assobiar no asfalto, mas nada houve além disso.
 
Resposta: b
Na frase da alternativa “b, o verbo  “bater” está empregado no sentido denotativo, ou seja, no sentido próprio,
dicionarizado. Nas demais alternativas, os verbos “embriagar”, “afagar”, “iluminar” e “assobiar” estão empregados
no sentido conotativo, isto é, no sentido figurado.
 
5. (ITA-SP) – “(…) defendemos a adoção de normas e o investimento na formação de brinquedistas*, pessoas
bem mais preparadas para a função do que estagiários que têm jeito
e paciência para cuidar de crianças.” ( Veja-SP, 13/08/2003).
*brinquedistas – neologismo, que designa as pessoas que brincam com as crianças em creches, escolas e
brinquedotecas.
 
A ambigüidade desse texto deve-se:
a) às expressões de comparação “bem mais”/“do que”;
b) à ausência de flexão do pronome relativo “que” em “que tem jeito”;
c) à distinção das funções sintáticas de “brinquedis-tas” e de “estagiários”;
d) à ausência de vírgula após a palavra “estagiários”;
e) à ordem dos termos.
 
Resposta: e
A ambigüidade desse texto deve-se à ordem dos termos, pois a oração adjetiva “que tem jeito e paciência”
refere-se a “brinquedistas” e deveria estar logo após esse termo. Na posição em que se encontra, pode referir-se a
“estagiários”.
 
6.  (ITA-SP) - O emprego de “o mesmo”, comumente criticado por gramáticos, é usado, muitas vezes, para evitar
repetição de palavras ou ambigüidade. Aponte a opção em que o uso de “o mesmo” não assegura clareza na
mensagem.
 
a) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não permitindo a abertura do mesmo fora dos
horários programados. (Cartaz em uma agência dos Correios)
b) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que confirmem a participação na mesma.
(Mensagem, enviada por e-mail, para chamada dos associados para uma reunião)
c) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. (Lei 9.502)
d) Após o preenchimento do questionário para levantamento de necessidade de treinamento, solicito a devolução
do mesmo a este Setor. (Ofício de uma instituição pública)
e) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual, portanto a manipulação fica restrita à descarga
do caminhão manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções para plantio de grama na forma de tapete
de grama)
 
Resposta: b
O emprego de “na mesma” não assegura a clareza da mensagem, visto que essa expressão pode referir-se a
“semana” (“na mesma semana” – adjunto adverbial de tempo), a “Associação” (indicando lugar) ou a “reunião”,
como deve ser o caso.
 
7. (ITA-SP) – “(…) defendemos a adoção de normas e o investimento na formação de brinquedistas*, pessoas
bem mais preparadas para a função do que estagiários que têm jeito
e paciência para cuidar de crianças.” ( Veja-SP, 13/08/2003).
*brinquedistas – neologismo, que designa as pessoas que brincam com as crianças em creches, escolas e
brinquedotecas.
 
A ambigüidade desse texto deve-se:
 
a) às expressões de comparação “bem mais”/“do que”;
b) à ausência de flexão do pronome relativo “que” em “que tem jeito”;
c) à distinção das funções sintáticas de “brinquedis-tas” e de “estagiários”;
d) à ausência de vírgula após a palavra “estagiários”;
e) à ordem dos termos.
 
Resposta: e
A ambigüidade desse texto deve-se à ordem dos termos, pois a oração adjetiva “que tem jeito e paciência”
refere-se a “brinquedistas” e deveria estar logo após esse termo. Na posição em que se encontra, pode referir-se a
“estagiários”.
 
8. (ITA-SP) - O emprego de “o mesmo”, comumente criticado por gramáticos, é usado, muitas vezes, para evitar
repetição de palavras ou ambigüidade. Aponte a opção em que o uso de “o mesmo” não assegura clareza na
mensagem.
 
a) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não permitindo a abertura do mesmo fora dos
horários programados. (Cartaz em uma agência dos Correios)
b) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que confirmem a participação na mesma.
(Mensagem, enviada por e-mail, para chamada dos associados para uma reunião)
c) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. (Lei 9.502)
d) Após o preenchimento do questionário para levantamento de necessidade de treinamento, solicito a devolução
do mesmo a este Setor. (Ofício de uma instituição pública)
e) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual, portanto a manipulação fica restrita à descarga
do caminhão manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções para plantio de grama na forma de tapete
de grama)
 
Resposta: b
O emprego de “na mesma” não assegura a clareza da mensagem, visto que essa expressão pode referir-se a
“semana” (“na mesma semana” – adjunto adverbial de tempo), a “Associação” (indicando lugar) ou a “reunião”,
como deve ser o caso.

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