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UNIDADE II

Evolução do Pensamento
Administrativo

Prof. Flavio Martin


Abordagens e Escolas de Administração

1. Abordagem Clássica, a pioneira


 Nasce no início do século XX.
 Estudos de dois engenheiros, de países e propostas diferentes, que
convergiam para uma visão de complementação.
 Decorrência direta da Revolução Industrial.
 As origens dessa abordagem se devem a dois aspectos históricos:
 O crescimento desordenado das empresas.
 A necessidade de aumentar eficiência e competência.
Abordagens e Escolas de Administração

1. Abordagem Clássica, a pioneira


 É composta por duas teorias ou escolas:
 Escola da administração científica, Estados Unidos, de Frederick W. Taylor com
ênfase para as tarefas organizacionais.
 Escola dos anatomistas e fisiologistas da administração, conhecida como
Teoria Clássica da Administração, França, de Henri Fayol, com ênfase para a
estrutura organizacional.
Abordagens e Escolas de Administração

1. Abordagem Clássica, a pioneira

Fonte: livro-texto
Abordagens e Escolas de Administração

1. Abordagem Clássica, a pioneira


 Taylor e Fayol eram engenheiros ligados a indústrias.
 Ambos consideravam princípios de divisão do trabalho, especialização, unidade
de comando etc.
 Ambos se preocupavam com a organização formal.
 Ambos aceitavam o conceito de Homo Economicus: o ser humano é motivado por
estímulos de ordem financeira e material.
 Ambos buscavam máxima eficiência.
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1.1 Administração científica de Taylor


 1903, EUA, foco em tarefas.

 Taylor começou como operário e supervisor em uma grande indústria e,


por ter estudado engenharia, cresceu na carreira.
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1.1 Administração científica de Taylor – dividida em dois períodos


 Primeiro período: Organização Racional do Trabalho (ORT).
 Foco no estudo de tempos e movimentos.
 Observação dos operários (chão de fábrica) para melhorar a produtividade.
 Muita diferença na forma como operários realizavam tarefas parecidas e na
forma de uso de ferramentas/máquinas.
 Estudou fadiga humana, divisão do trabalho, especialização, cargos e tarefas,
incentivos salariais, prêmios de produção, ambiente e supervisão funcional.
Abordagens e Escolas de Administração

1.1 Administração científica de Taylor – dividida em dois períodos


 Segundo período: Administração Científica leva princípios gerenciais para que
possam ser aplicados em toda a organização.
 Princípio do planejamento;
 Princípio do preparo;
 Princípio do controle;
 Princípio da execução.
 Frank e Lílian Gilbreth, Harrington Emerson, Henri Ford,
Gantt, Barth e outros.
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1.1 Administração científica de Taylor – críticas


 Mecanicismo.
 Superespecialização do operário.
 Visão microscópica do homem.
 Ausência de comprovação científica.
 Limitação do campo de aplicação.
 Abordagem de sistema fechado.
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1.2 A Teoria Clássica da administração de Fayol


 1916, França, foco em Estrutura Organizacional.
 Filho de pais ricos, começou como gerente e cresceu na carreira.
 Definiu um conjunto de seis funções: função técnica (produção), função
financeira, função contábil, função comercial, função de segurança e função
administrativa. A função administrativa coordenava as cinco funções anteriores.
 A função administrativa era constituída pelo P-O-C-C-C, a interação da Previsão,
da Organização, do Comando, da Coordenação e do Controle.
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1.2 A Teoria Clássica da administração de Fayol


 Fayol estabeleceu uma relação
de proporcionalidade na função
administrativa e das demais
funções.

 A função acontece
em todos os níveis!

Fonte: livro-texto
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1.2 A Teoria Clássica da administração de Fayol – 14 princípios gerais


 Divisão do trabalho.
 Autoridade e responsabilidade.
 Disciplina.
 Unidade de comando.
 Unidade de direção.
 Subordinação dos interesses individuais aos gerais.
 Remuneração do pessoal.
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1.2 A Teoria Clássica da administração de Fayol – 14 princípios gerais


 Centralização.
 Cadeia escalar.
 Ordem.
 Equidade.
 Estabilidade do pessoal.
 Iniciativa.
 Espírito de equipe.
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1.2 A Teoria Clássica da administração de Fayol – críticas


 Abordagem simplificada da organização formal.
 Ausência de trabalhos experimentais.
 Extremo racionalismo na concepção da administração.
 Teoria da máquina.
 Abordagem incompleta da organização.
 Abordagem de sistema fechado.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo


 1932, EUA, foco em pessoas.
 Pode ser considerada uma reação aos conceitos pregados pela Teoria Clássica
(enfoque totalmente contrário).

Teoria Clássica – tarefas e estrutura Teoria das Relações Humanas – pessoas


Origem: engenheiros Origem: psicólogos e cientistas sociais
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo


 Dois conceitos são fundamentais para entender essa teoria:
 Organização informal: é o conjunto de grupos espontâneos que existe em
toda organização e que condiciona fortemente o comportamento de seus
membros.
 Grupos informais: são os grupos espontâneos de pessoas que formam a
organização informal.
Interatividade

Henry Fayol, da Teoria Clássica da Administração, contemporâneo de Taylor, da


Administração Científica, enunciou em seus estudos os 14 Princípios Gerais da
Administração. Dentre eles, pode-se citar:
a) Divisão do trabalho e estudo de tempos e movimentos.
b) Estudo da fadiga humana e da disciplina.
c) Unidade de comando e de direção.
d) Mecanização e transporte.
e) Incentivos salariais e padronização de ferramentas.
Resposta

Henry Fayol, da Teoria Clássica da Administração, contemporâneo de Taylor, da


Administração Científica, enunciou em seus estudos os 14 Princípios Gerais da
Administração. Dentre eles, pode-se citar:
a) Divisão do trabalho e estudo de tempos e movimentos.
b) Estudo da fadiga humana e da disciplina.
c) Unidade de comando e de direção.
d) Mecanização e transporte.
e) Incentivos salariais e padronização de ferramentas.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – a experiência de Hawthorne


 O governo americano estava preocupado com as condições de trabalho dos
operários e com altos índices de rotatividade nas empresas.
 O psicólogo Elton Mayo e colaboradores conduziram uma experiência numa
fábrica no bairro de Hawthorne, em Chicago, de 1927 a 1932.
 O foco era a organização informal e seus impactos.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – a experiência de Hawthorne


 Primeira fase – efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários.
 O fator psicológico foi mais forte que o fator fisiológico, ou seja, as
suposições pessoais eram mais fortes que as condições reais de
iluminação.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – a experiência de Hawthorne


 Segunda fase – condições de trabalho de um grupo de observação.
 Dois grupos homogêneos: observação e controle. O grupo de observação
ficou separado do grupo de controle e, por várias semanas, a produção desse
grupo aumentou. A explicação dada foi a de que a observação interferiu
positivamente nos resultados.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – a experiência de Hawthorne


 Terceira fase – pesquisa das relações humanas no trabalho.
 Entrevistas com o objetivo de conhecer o que os operários pensavam e
sentiam quanto ao trabalho.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – a experiência de Hawthorne


 Quarta fase – organização informal
 Observação de um grupo em relação aos outros do mesmo departamento
para analisar a organização informal dos operários.
 Esse grupo desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes e criou regras
para estabilizar a produção nos níveis interessantes para o grupo, punindo
todos os colegas que quebrassem essas regras e prejudicassem o grupo.
 Assim, há relações entre a organização informal dos
empregados e a organização formal da fábrica.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – a experiência de Hawthorne


 Conclusões:
 Comportamento social dos empregados se apoiava totalmente no grupo.
 Recompensas e sanções sociais do grupo mais poderosas que financeiras.
 Grupos informais tinham força às vezes maior que os formais.
 Relações humanas, em função de contatos – interação grupal.
 Consistência do trabalho influenciava o moral dos trabalhadores.
 Importância dos aspectos emocionais do comportamento humano.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – decorrências


 Influência da motivação humana no trabalho – de homo economicus para homo
social (busca recompensas sociais mais do que materiais).
 Preocupação com a liderança e sua influência sobre o comportamento das
pessoas.
 Importância da comunicação entre pessoas.
 Importância das organizações informais.
 Estudos de dinâmica de grupo.
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2. A Teoria das Relações Humanas de Mayo – críticas


 Visualização inadequada dos problemas de relações industriais.
 Concepção ingênua e romântica do operário.
 Campo experimental limitado.
 Conclusões teóricas parciais.
 Ênfase apenas nos grupos informais.
 Enfoque manipulativo das relações humanas.
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3. A abordagem neoclássica da administração


 1954, Estados Unidos, foco em tarefas, estrutura organizacional e pessoas.
 Principal representante: Peter Drucker.
 Década de 1950 – grande remodelação nas teorias da Administração.
 Retomada de conceitos de Taylor e Fayol criticados pela Teoria das Relações
Humanas mas nunca substituídos.
 Visão eclética que combina as duas correntes.
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3. A abordagem neoclássica da administração – características


 Ênfase na prática da Administração: resultados concretos e palpáveis.
Reafirmação das teorias clássicas:
 Ênfase nos princípios gerais: planejar, organizar, dirigir e controlar.
 Ênfase nos objetivos e nos resultados: dimensionamento, estrutura e orientação
das organizações deveriam ser função de seus objetivos e resultados.
 Ecletismo nos conceitos: não estavam fechados a proposições de outras teorias.
Interatividade

A experiência de Hawthorne foi o ponto central que impulsionou a Teoria das


Relações Humanas. Analisando as conclusões da experiência, evidencia-se:
a) Resultados da integração social no trabalho.
b) Comportamento racional dos empregados diante do seu grupo.
c) Recompensas e sanções financeiras e seus impactos no trabalho.
d) Relações mecânicas e automáticas, em função da interação grupal.
e) As alternativas “b” e “d” estão corretas.
Resposta

A experiência de Hawthorne foi o ponto central que impulsionou a Teoria das


Relações Humanas. Analisando as conclusões da experiência, evidencia-se:
a) Resultados da integração social no trabalho.
b) Comportamento racional dos empregados diante do seu grupo.
c) Recompensas e sanções financeiras e seus impactos no trabalho.
d) Relações mecânicas e automáticas, em função da interação grupal.
e) As alternativas “b” e “d” estão corretas.
Abordagens e Escolas de Administração

3. A abordagem neoclássica da administração – características


 Divisão do trabalho: quebrar um processo numa série de pequenas tarefas.

 Especialização: cada órgão/cargo deve ter tarefas específicas/especializadas.


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3. A abordagem neoclássica da administração – características


 Hierarquia: três níveis
administrativos: Estratégico,
Tático e Operacional.

Fonte: livro-texto
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3. A abordagem neoclássica da administração – características


 Amplitude administrativa: quantos subordinados um administrador pode
supervisionar.
 Centralização e descentralização: definição de qual é o nível hierárquico em que
as decisões devem ser tomadas. A centralização concentra num único ponto a
tomada de decisão. A descentralização repassa essa autoridade para decidir para
outros níveis abaixo.
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3. A abordagem neoclássica da administração – características


 PA – Processo Administrativo

Fonte: livro-texto
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4. Abordagem estruturalista da Administração: modelo burocrático


 Estudada por meio de duas teorias:

Fonte: livro-texto
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4.1 Teoria da Burocracia (modelo burocrático)


 Baseado nas teorias do sociólogo alemão Max Weber (1909), apareceu nos EUA
por volta dos anos 1940, foco em estrutura organizacional.
 A burocracia é uma forma de organização humana, baseada na racionalidade.
 Weber definiu três tipos de sociedade: Tradicional, Carismática e Legal, racional
ou burocrática.
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4.1 Teoria da Burocracia (modelo burocrático)

Fonte: livro-texto
Abordagens e Escolas de Administração

4.1 Teoria da Burocracia


(modelo burocrático)

Fonte: livro-texto
Abordagens e Escolas de Administração

4.1 Teoria da Burocracia (modelo burocrático)

Fonte: livro-texto
Abordagens e Escolas de Administração

4.1 Teoria da Burocracia (modelo burocrático)


 Caráter legal das normas: disciplina e o seu cumprimento.
 Caráter formal das comunicações.
 Divisão do trabalho: cargos específicos – competência e responsabilidade.
 Impessoalidade no relacionamento.
 Hierarquia de autoridade.
 Rotinas e procedimentos padronizados.
 Competência técnica e mérito.
 Especialização da administração.
 Profissionalização:
 funcionário deve ser um profissional especialista.
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4.1 Teoria da Burocracia (modelo burocrático) – críticas


 Excessivo racionalismo: não deixa espaço para criatividade.
 Mecanicismo e limitações da “Teoria da Máquina”.
 Conservantismo da burocracia:
 não aceita inovações;
 tudo já está determinado, previsível.
 Abordagem de sistema fechado:
 enxerga as organizações como entes absolutos;
 não considera o contexto externo (ambiente).
Atividade no chat

 A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se


pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela
busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como a manipulação dos
trabalhadores por meio dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade
de comando e responsabilidade.
Orientações para a atividade do chat

1. Quais as principais contribuições da Abordagem Clássica para a Administração


nos dias de hoje? Cite exemplos reais da empresa onde você atua ou conhece.

2. O que da Abordagem Clássica foi modificado pela Teoria das Relações


Humanas? Dessas alterações, o que prevalece até os dias de hoje?
ATÉ A PRÓXIMA!

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