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Dito isso, fica mais fácil dar um passo adiante. Pratica jornalismo todo
veículo cujo propósito central seja conhecer, produzir conhecimento,
informar. O veículo cujo objetivo central seja convencer, atrair adeptos,
defender uma causa, faz propaganda. Um está na órbita do conhecimento;
o outro, da luta político-ideológica. Um jornal de um partido político, por
exemplo, não deixa de ser um jornal, mas não pratica jornalismo, não como
aqui definido: noticia os fatos, analisa-os, opina, mas sempre por um
prisma, sempre com um viés, o viés do partido. E sempre com um
propósito: o de conquistar seguidores. Faz propaganda. Algo bem diverso
de um jornal generalista de informação: este noticia os fatos, analisa-os,
opina, mas com a intenção consciente de não ter um viés, de tentar traduzir
a realidade, no limite das possibilidades, livre de prismas. Produz
conhecimento. O Grupo Globo terá sempre e apenas veículos cujo
propósito seja conhecer, produzir conhecimento, informar.
SEÇÃO I
1) A isenção:
c) Isso não quer dizer que o relato e/ou análise de fatos serão
sempre uma justaposição de versões. Ao contrário, o jornalista
deve se esforçar para deixar claro o que realmente aconteceu,
quando isso for possível. Se uma apuração, durante a qual se
ouvem várias fontes, estabelecer como fato que certa
autoridade disse isso ou aquilo durante uma reunião fechada,
o relato deve ser assertivo, sem o uso do condicional. Será dito
que “a autoridade disse isso e aquilo”, em vez de “a autoridade
teria dito isso e aquilo”. Se a autoridade negar a afirmação
publicamente, deve-se registrar a atitude, não para invalidar a
apuração, mas porque a negativa passa a ser ela própria uma
informação para o julgamento do público. O condicional só
será usado quando a apuração não for suficiente para que o
jornalista consolide uma convicção;
3) A agilidade: