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Jornalismo Local
É difícil dizer o que não foi afetado direta ou indiretamente pelo
advento das novas tecnologias. A mídia, em geral, bem como o
jornalismo local, foram muito impactados. O que por um lado
significou mais acesso por parte do público e novos espaços para
anunciantes, por outro significou transformações que levaram a
demissões e fechamento de diversas empresas em muitas cidades.
A vida mudou e o profissional de jornalismo teve que mudar
também. Surgiram novas possibilidades e plataformas digitais com
infinitas oportunidades para uma distribuição rápida de conteúdo.
Observe agora as novas possibilidades (exigências) que as TDICs
(Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação) trouxeram
para o mercado, criando alternativas profissionais: a prática do
jornalismo local vem mudando ao longo do tempo e foi atropelada
pelas TDICs.
O que antes era somente um caderno de “Bairros”, uma parte de
um conjunto, com as mídias sociais, se tornou um ambiente cujo
foco é ouvir as comunidades, bem como aproveitar plataformas
digitais para contar histórias. O uso do vídeo e das mídias sociais já
é um meio bem estabelecido para engajar o público e compartilhar
"a notícia".
Do nosso ponto de vista, o conceito de proximidade pode ser
explorado a partir de diferentes perspectivas, mas, quando se trata
de mídia local e regional, ele se refere aos laços originados pela
familiaridade e pela singularidade de uma determinada região, que
têm muito a ver com a questão do locus territorial (PERUZZO,
2005, p. 76).
As mídias têm que criar novas maneiras de aumentar a receita. A
receita tradicional dos jornais eram publicidade, publicações
especiais (encartes), assinatura e vendas avulsas. Isso tudo mudou
com as novas mídias e, para garantir a sustentação do negócio,
surgiu a necessidade de explorar várias maneiras de expandir a
base de receitas.
Atualmente, encontramos cupons e paywalls , que são os
conteúdos pagos para acessar. Vários jornais estão adotando esse
formato, que consiste em liberar um conjunto de notícias, por
exemplo, cinco por semana, e, se o leitor desejar, pode assinar o
periódico por um número pré-definido de dias; além de assinaturas
(aquele modelo tradicional, com preços promocionais e até mesmo
venda em sites de outras empresas), eventos, apoio de fundações,
patrocínios e modelos de associação, e
o crowdfunding (financiamento coletivo).
Houve mudanças no modelo de negócios dos provedores de
notícias locais, profundas transformações no modelo de negócios
do que antes era a mídia local. Grande parte da renda e empregos
foram impactados em função da oferta de informação e publicidade
via mídias sociais. Além de consumidor de informações, o público,
agora, também é produtor.
Para sobreviver enquanto produtor de notícias, os jornais tiveram
que dobrar o conteúdo local exclusivo para sobreviver. O caminho
seria investir em reportagens, denúncias, cobertura local de
esportes, artes, matérias de interesse humano e listas, que podem
ser os classificados ou suporte a diferentes necessidades de
informação.
Em geral, o que encontramos na mídia local? Conteúdo exclusivo é
o mote da mídia local, o ineditismo e a proximidade com o leitor são
os diferenciais que somente a mídia local pode proporcionar. O
público, em geral, agora, tem acesso a mais informações e as
mídias locais têm um cliente mais exigente. Há a necessidade de
fazer a diferença em termos de conteúdo, perspectivas e valores
jornalísticos.
As reportagens de denúncias, cobertura de jogos e matérias de
interesse são as mais valiosas para a mídia local. Sem medo de
errar, é possível afirmar que grande parte desse conteúdo não será
encontrada em outro lugar.
A reviravolta e a transformação que o mercado editorial sofreu
profundamente no mundo todo tiraram a centralização da
informação, a concentração do quarto poder (a imprensa) mudou de
mãos com as TDICs.
Vamos em frente? No que diz respeito às transformações nas salas
de redação, a mídia local agora é multimídia, ou seja, contempla
texto, imagem e vídeo.
Atualmente, as tecnologias permitem produzir em um único
computador edição de textos, imagens e vídeo, o que acarretará em
equipes cada vez menores, com apoio de agências de serviços,
havendo profundas alterações na forma de fazer notícia.
A tendência é dar mais ênfase à formação de conteúdos e
informação das novas editorias do que era feito nas salas de
redação. O jornalista, agora, precisa ter habilidades de dados e
visuais, especialmente na edição de vídeos.
Quanto à qualidade antes quase que desprezada (engajamento), a
fidelidade ao veículo agora tem outro nome, e as definições de
engajamento valem para os relacionamentos digitais e off-line .
Para isso, o público precisa participar diretamente da informação, o
que exige que o jornalista do século XXI vá além de apenas
informar: leve os leitores diretamente para a conversa. As mídias
medem o engajamento a partir do conteúdo, número de
visualizações de páginas, quantos visitantes estiveram na página
pela primeira vez, tempo de permanência no site , entre outras
métricas, que vão desde cliques em links até publicidade
“encartada” na notícia.
A mídia local precisa ser diversificada para privilegiar o pessoal e o
conteúdo, pois a sociedade humana sempre foi diversificada. O que
não havia era a possibilidade de manifestação dos diferentes
grupos que a compõem. Existia muita homogeneidade não somente
nas equipes de redações, mas também no diálogo com o público
leitor. A inserção de várias das minorias trouxe uma estratificação
aos contextos editoriais.
O jornalista hoje deve se parecer mais com seus leitores e com
seus seguidores. O jornalismo local é a saída – a grande mídia está
falida. Opa! Agora pegamos pesado. Convido você a fazer uma
pesquisa, não precisa ir muito fundo, não. Quantos jornais em sua
região ainda sobrevivem?
Os jornalistas locais estão mais próximos de cada morador, de cada
empresário, em geral, e são muito conhecidos na região. Tornam-se
porta-vozes da cidade, uma espécie de ombudsman , que é a
pessoa encarregada de defender os direitos dos cidadãos, recebe e
investiga queixas e denúncias de abuso de poder ou de mau
serviço por parte de funcionários ou instituições públicas.
Um jornalista precisa estar engajado com a localidade,
desempenhar bem essa função e dedicar às pessoas um
relacionamento individual. É essencial que os jornalistas saiam do
escritório e vão para a comunidade.
Fatos que antes eram limitados a quem lia, ouvia ou reportava uma
notícia, agora, desafiam os profissionais da comunicação, na qual o
engajamento de repórteres e editores com a população é
imprescindível e uma questão de sobrevivência. Hoje, um jornalista
precisa estar engajado com a comunidade. Pois é isso mesmo, a
palavra mágica é engajamento.
Para entender melhor, siga a leitura. Se por um lado, os moradores
de um bairro não ajudam na coleta de dados e na contextualização
dos fatos, é quase impossível cobrir uma pauta capaz de despertar
o interesse dessa mesma população local. Por outro, a comunidade
participa da produção de notícias locais somente quando ela
acredita no projeto e nos jornalistas. Assim, deve haver uma relação
de confiança entre as partes. E para obter essa confiança, o
jornalista precisa ser acolhido pela comunidade e ser aceito por ela.
Para começar a buscar esse engajamento, o jornalista deve saber
que vai enfrentar alguns problemas, como: desconfiança; ser
considerado um forasteiro por locais preocupados com as
consequências que possam surgir de um modelo editorial que saia
do padrão comum da cidade; e as suspeitas de que existam
compromissos velados com grupos políticos e empresariais da
cidade. Sabendo disso, para enfrentar essas questões, é preciso
muito jogo de cintura, tolerância, inteligência e persistência.
Essas são virtudes que precisam ser postas em prática, e são bem
mais fáceis de conseguir quando há o apoio de um conjunto de
plataformas digitais em uma proposta de informação local
inovadora. Mesmo assim, não se pode abrir mão do uso de
impressos para chegar a um público que não utiliza internet, o qual
ainda é bastante numeroso em cidades do interior. Boa sorte!
Jornalismo de Cidades Hoje
Para você, o que é um jornal de cidades? Antes, eram os jornais
comunitários, os jornais de bairro e os jornais locais. Mas, hoje,
como são?
Para responder a essa pergunta, temos que considerar que a
internet quebrou os limites da geografia das cidades e apresenta,
onde quer que você esteja, conteúdos que não são mais somente
locais. Eles podem ser universais.
Os canais de comunicação foram atingidos em cheio, nem tiveram
tempo de se ajustar. Foi-se o tempo em que o jornal reportava
somente o que estava em seu raio de ação, como os jornais de
cidades, seja no rádio, na tv ou nos impressos, o caderno de
cidades ou mesmo aqueles que dedicavam um noticiário inteirinho
para tratar apenas de assuntos locais.
Algumas, senão todas, as pautas, atualmente, são produzidas com
o apoio da internet, já não existe mais o tempo em que se afirmava
que na internet não havia nada certo. Essa afirmação é muito
achismo. Dentre tantas, a principal habilidade que um jornalista de
cidade deve ter é a de saber pesquisar e investigar. Na internet, há
muito material de qualidade que poderá embasar qualquer que seja
a matéria a ser escrita.
A cidade em Dados
Se você se deparar com o desafio de produzir alguma matéria para
o caderno de cidade de qualquer veículo, em uma rápida busca no
Google com a expressão “cidade em dados”, é possível encontrar
dezenas de indicações acerca de cidades, brasileiras ou não.
Imagine agora que você está buscando conteúdo e informações
sobre uma determinada cidade. Nesse caso, recomendo começar
por fontes oficiais, pois os dados estatísticos serão muito mais
seguros. Muitas fontes são disponibilizadas e é relativamente fácil
conseguir informações sobre qualquer lugar, as principais fontes
são o IBGE, as câmaras comerciais, sites de municípios, anuários
estatísticos etc.
Após observar os dados sobre Joinville, se você ainda não conhece
a cidade, deve ter ficado com vontade de conhecê-la. Além de
apresentar os dados numéricos sobre as suas características
demográficas, o site também acrescenta informações relevantes ao
jornalista que pretende escrever sobre ela. Esse é um bom exemplo
de como deve ser atendida a legislação da transparência. Vamos
em frente?
Jornalismo de Dados Aplicado à Cobertura de Cidades
O jornalismo de dados teve seu desenvolvimento a partir da década
de 1960, com relatos de que o jornalista Philip Meyer foi um dos
primeiros a adotá-lo. Há até um novo conceito: o do jornalismo de
precisão. Desde então, a sola de sapatos vem sendo substituída
pelo computador, apoiado em metodologias largamente utilizadas
para reduzir as chances de erros.
Desde que a teoria dos Grandes Dados (Big Data) se tornou
conhecida, ela passou a ser usada por todos os meios, sejam eles
esportivos ou corporativos. Mas o que mais nos interessa agora é o
meio jornalístico. O Big Data foi um dos maiores ganhos que a
profissão jornalística obteve com as tecnologias digitais.
Esses novos procedimentos ajudaram os jornalistas a aprimorar o
seu próprio conhecimento acerca da realidade social e política,
reduzindo a dependência de fontes externas ao processo de
produção e de análise da informação. Tudo isso ganha uma nova
importância quando o contexto muda de um cenário de escassez,
no qual jornalistas tinham enormes dificuldades para obter
informação, para um momento de abundância, no qual o problema
deixa de ser encontrar a informação, mas saber qual deve ser
buscada, analisada e utilizada para subsidiar a notícia jornalística
(FLEW et al., 2012 apud MANCINI; VASCONCELLOS, 2016, p. 72).
De posse desses novos procedimentos, os jornalistas conseguiram
aprimorar seu conhecimento acerca da realidade social e política,
reduzir a dependência de fontes externas e obter maior facilidade
na análise da informação.
O quê
Horários do ônibus não são respeitados.
Quando
Diariamente, principalmente nos horários de pico.
Onde
Na região central? Nos bairros mais afastados?
Por quê
A frota de ônibus é insuficiente, a frota está envelhecida e requer
modernização.
Quem
Quem são as autoridades responsáveis pela fiscalização? Quem
são as empresas? Quem são os responsáveis pela prestação dos
serviços?
Como
São os serviços prestados?
Critérios de noticiabilidade
Meio Ambiente
A literatura define meio ambiente como um conjunto de condições
regidas por leis, mediante o qual as interações da natureza (física e
biológica) inserem a vida e todas as suas formas.
Os cuidados com o meio ambiente são, atualmente, as principais
pautas de praticamente todos os jornais ao redor do mundo. Tanto
é que o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Joe
Biden, reintroduziu o país no clube do Acordo de Paris, no qual os
principais países do mundo estão reunidos para discutir e
apresentar propostas de preservação do meio ambiente e
prevenção ao aquecimento global.
Aquecimento global: o que é?
Este termo é muito comentado, porém nem todos o compreendem.
Em suma, aquecimento global se refere ao aumento da temperatura
média em todo planeta.
Um dos principais problemas é provocar aumento na concentração
de gases como o dióxido de carbono (CO22), e outros relacionados
ao efeito estufa, na atmosfera.
Há muitos anos, somos advertidos pela classe científica de que o
aquecimento global trará enormes malefícios à vida humana. Isso
está presente nos noticiários, em publicações sobre meio ambiente
e até, para quem for mais curioso, nos relatórios de clima e tempo.
Em 2018, a Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) identificou
que a temperatura média do planeta aumentou muito, sendo a
quarta mais alta na história das observações climáticas.
É papel do jornalista trabalhar mais intensamente em suas matérias
e participações sobre este que não é um problema novo, e sim
objeto de estudo há muitíssimo tempo. O aquecimento global é um
tema complexo e impacta governos, empresas e a todos nós.
Mas quais são então as consequências deste aquecimento?
Editorial
O editorial é um texto utilizado para manifestar o posicionamento de
uma empresa jornalística, seja ela impressa, falada ou televisada.
É, em geral, usado para emitir a opinião oficial de uma empresa, em
temas de grande repercussão. O que não significa dizer que é a
“voz do dono”, e, sim, que representa a opinião médica da
organização.
De todo modo, cada empresa tem seu estilo, seu jeito de fazer sua
produção jornalística. A Folha de São Paulo, por exemplo, assim
como outros jornais, expressa, em seu editorial, a posição da
empresa, de um jornalista ou de um grupo de jornalistas, sobre um
dado assunto.
Não há regra para o número de editoriais em uma dada publicação,
a casos de cinco editoriais em uma mesma edição. Uma
característica importante dos editoriais é que eles não são
necessariamente assinados: há editorial sem assinatura; outros
com assinatura de membros da equipe; alguns são produzidos por
jornalistas convidados; e há outros que são produzidos por
escritores ou colaboradores eventuais.
O editorial é dividido em três
partes: introdução , desenvolvimento e conclusão .
Na introdução, há uma contextualização do tema; no
desenvolvimento, um aprofundamento do tema, com acréscimo de
novas informações; e, na conclusão, há a “síntese”, uma espécie de
resumo geral e reafirmação do tema abordado.
Editorial é relativamente bem conhecido e, nos jornais impressos,
via de regra, é um texto que aparece na página dois. Vamos ao
próximo gênero?
Artigo
Praticamente tudo que é publicado na imprensa, é artigo. Como
estamos tratando dos gêneros, nesta unidade, o artigo tem uma
definição do ambiente jornalístico, que é a matéria jornalística, na
qual o escritor apresenta uma ideia e manifesta sua opinião.
Dicas para produzir um bom artigo de opinião:
1. Anote, em separado, argumentos úteis para fundamentar seu
ponto de vista.
2. Escreva para quem vai ler: é importante saber previamente a
linguagem a ser utilizada e perfil do leitor.
3. Selecione entre os argumentos selecionados os que mais se
adéquam ao seu objetivo.
4. Escolha um enunciado ( lead ) que apresente o tema que
pretende abordar.
5. Organize-se, o melhor possível, para finalizar seu texto
retomando a ideia principal, acrescentando citações ou
referências.
6. Crie um título interessante, que chame a atenção.
Com isso, temos: artigos jornalísticos e artigos científicos. Cada um
no seu lugar. Um artigo científico tem dois elementos essenciais:
atualidade (independente do assunto tratado, ele deve ser atual); e
opinião (o ponto de vista do autor).
No que diz respeito ao artigo jornalístico, há periódicos que contêm
seções diárias ou semanais sobre um determinado assunto. Quer
exemplos? Coluna Debates, O que vai pela cidade, Política
Nacional, Esportes e por aí vai. O importante é que esse espaço é
destinado a especialistas que levantam problemas, problematizam e
explicam questões referentes ao tema.
Carta do leitor
Esse meio é o espaço mais democrático nos veículos informativos.
Por muito tempo foi o principal “termômetro” da taxa de preferência
e de avaliação do conteúdo nos jornais. Ele servia, também, para
abrir debates nos quais o público leitor se manifestava.
Antigamente, qualquer pessoa era capaz de enviar sua opinião por
meio dessas cartas; hoje, porém, isso é feito por e-mail, um espaço
aberto em que a empresa jornalística consegue aferir seus leitores.
Essa seção não publicava tudo que recebia; primeiro, devido ao
conteúdo, e, segundo, pelo volume recebido. Essas cartas
passavam por uma seleção, pois era necessário atender à política
editorial do veículo.
Coluna
As colunas são assinadas, geralmente, pelo jornalista responsável
por sua redação. Elas têm estilo livre e pessoal, sem comparação
com os demais conteúdos da publicação. Tem regularidade, diária
ou semanal, estrutura dinâmica e opinião, cumprindo uma função
específica do jornalismo impresso, vinculada à personalidade de
seu autor.
Comentário
Os comentários existem para aumentar o entendimento do leitor,
quase que um saiba mais. Quem comenta é alguém com
capacidade de desenvolver uma explicação de forma que o leitor se
sinta mais bem informado.
Nesse gênero, são permitidas opiniões, sem que a empresa
jornalística que a veicula seja responsabilizada. O espaço destinado
aos comentários no jornal é amplo, e os autores têm liberdade para
escrever.
Caricatura
Caricaturas estão presentes nas charges , imagens que são um
instrumento de opinião, influenciando um público maior do que
outros gêneros que descrevemos anteriormente.
É uma forma de expressão artística, em geral, política, com
desenho sendo caracterizado por algumas formas:
caricatura, charge , cartoon e comic .
Crítica
Há quem chame de “resenha”, na qual se pode apresentar a opinião
dos autores sobre temas gerais, como culturais, livros, obras de
arte, dentre outros. A resenha é um gênero jornalístico, muito
parecido com um comentário, destinado à orientação do grande
público na seleção das atrações circulantes no mercado.
Crônica
Esse, sim, é muito interessante. É onde o texto jornalístico se
aproxima bastante da literatura. Na história do jornalismo brasileiro,
temos inúmeros exemplos de cronistas. As crônicas são, em geral,
um texto curto que trata de acontecimentos do dia a dia.
Grandes escritores brasileiros começaram com as crônicas em
jornais e, depois, as reuniram em livros. Vários são os exemplos,
vou citar alguns para você pesquisar e aproveitar o conteúdo.
Acredito que você conhecerá a evolução histórica brasileira por
meio dos textos produzidos por estes excelentes cronistas:
Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta.
Carlos Drummond de Andrade.
José Veríssimo.
Wilson Figueiredo.
Carlos Castelo Branco.
Apicius.
Danusa Leão.
Hildegart Angel.
Os maiores jornais brasileiros, como o Jornal do Brasil e O Globo,
ambos do Rio de Janeiro, e O Estado de São Paulo e a Folha de
São Paulo, de São Paulo, dentre tantos outros no país, sempre
estiveram nesses ambientes de projeção, contendo em suas
páginas colunas assinadas por cronistas que se tornaram famosos
por seus textos, além de contribuírem para a cultura e formação
social brasileira.
A Ciência Esportiva
Começando do começo: O que é Ciência do Esporte?
É uma das áreas do conhecimento que estuda o desempenho
esportivo e pode ser definida como a busca por inovação no âmbito
esportivo, para uma vantagem competitiva.
Há um questionamento que ainda expõe uma antiga discussão. Não
somente na área do esporte mas também em outras áreas do
conhecimento. Encontraremos uma espécie de consenso, em que a
transferência do conhecimento científico para a prática ainda é
baixa.
Na área da saúde, por exemplo, a Psicologia, suas pesquisas e
novas perspectivas requerem publicações específicas, mas nem
sempre são acessíveis ao grande público. A pesquisa científica tem
pouca influência sobre os processos e a tomada de decisão,
principalmente quando tratamos da prática clínica, em comparação
a outros fatores.
Voltando à contribuição da Ciência do Esporte, quando dirigida à
orientação da prática no Esporte, certamente ainda é pequena. É
muito comum treinadores, por exemplo, buscarem informações com
colegas ou em encontros específicos de treinadores.
(...) o modelo de pesquisa e os interesses plurais dos
pesquisadores, muitas vezes distantes das demandas e
necessidades do cotidiano do Esporte, também dificultam a
produção de conhecimento com potencial de orientar a prática
(VIVEIROS et al., 2015, p.165).
Segundo alguns dados disponíveis na literatura, como informações
acumuladas pelos cientistas, indicam que o principal argumento dos
treinadores é de que não há tempo hábil para análises e
interpretações dos artigos disponíveis, e que a influência da Ciência
do Esporte para a atuação de técnicos e preparadores físicos é
quase nula.
Jornalismo Esportivo e Audiovisual
Esporte e Corrupção
O Instituto Ethos, em 2014, apresentou o projeto “JOGOS LIMPOS”
dentro e fora dos estádios. Ele buscou o apoio de empresas e de
governantes ao firmar compromissos de transparência,
disponibilizando ferramentas para ações coletivas de vigilância, de
monitoramento e de controle social sobre a Copa do Mundo em
2014 e a Olimpíada e Paraolimpíada de 2016.
A corrupção é um dos problemas mais graves e acontece em
diversos países, e o Brasil não está fora dessa. Os recursos
desviados pela corrupção e os superfaturamentos afetam
diretamente o crescimento econômico e social ao drenar recursos
públicos.
Vários são os exemplos colhidos na imprensa contendo denúncias
e apresentando escândalos de corrupção no esporte. Desde o início
desse projeto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) rompeu
contratos com várias empresas, dentre elas: Michelin, Seguros
Unimed, P&G e Sadia. À imprensa, todas as empresas se
posicionaram afirmando que não era mais foco a aplicação de
publicidade no esporte. Em uma pesquisa rápida na internet, você
encontrará o que realmente aconteceu.
Mas por que uma empresa precisaria patrocinar o esporte no
Brasil?
A imagem do esporte traz aos torcedores imagens de empenho, de
perseverança, de desafio e de disciplina. É realmente positiva a
imagem de uma empresa que associa sua marca a esses
elementos de sucesso. E você sabe: marca é tudo no mundo
esportivo.
Quem não quer ter um tênis Nike que o Neymar usou?
Quem não quer a camisa polo que o Federer usa nos jogos?
Tais posicionamentos fazem com que seja atrativo para as
empresas associarem sua imagem a clubes e a atletas, partilhando
valores, tornando a marca mais visível e associando-a a ações
positivas, estabelecendo um relacionamento direto com o
consumidor.
São vários os tipos de público que acompanham o esporte; para as
marcas, é um grande aumento nas vendas, além disso,
o marketing esportivo é o que financia os treinamentos dos atletas
ou da equipe.
Quais são os riscos no patrocínio de atividades esportivas?
Na CBF, por exemplo, temos casos de fraude e lavagem de
dinheiro, fato que levou à investigação dos dirigentes, com
condenações de ressarcimento aos cofres públicos, prisão e
exclusão do mundo esportivo.
Os tais “contratos de patrocínio”, “contratos de mídia”, que
significam associar a marca da empresa patrocinadora a uma
entidade do esporte, pode ser um verdadeiro “tiro no pé”, ao
associar a marca da empresa ao comportamento de atletas,
técnicos ou até mesmo de dirigentes dos clubes esportivos.
Algumas leis foram aprovadas visando combater a corrupção. A Lei
Anticorrupção Empresarial , nº 12.846 de 2013, trouxe sanções a
instituições que financiam acusados de praticar atos de corrupção.
A corrupção no esporte abala a relação de confiança entre empresa
e consumidor.
A sociedade esportiva, juntamente com operadores da mídia,
estabeleceu, de forma voluntária, um conjunto de pactos e acordos
para combater a corrupção. No Brasil, o Instituto Ethos, em
companhia da ONG Atletas pelo Brasil e do grupo desportivo Lide
Esporte, lançaram esse Pacto pelo Esporte.
O Pacto pelo Esporte se constituiu na primeira iniciativa em que
patrocinadores do esporte brasileiro, visando tornar mais
transparente e correta a prática esportiva ao utilizar modelos de
gestão profissional, buscam a construção de um ambiente saudável
entre empresas, clubes, federações e confederações esportivas.
Juntos, eles promovem e estabelecem as regras que definam com
mais transparência como deve ser o patrocínio esportivo e
estabelecem as bases para a governança e a gestão de entidades
esportivas positivas.
Diferentes políticas, agora mais rigorosas contra os casos de
corrupção no esporte, estabeleceram limites para o mandato de
dirigentes esportivos, para a participação dos atletas na gestão de
instituições, para o sistema eleitoral, para a contratação de
fornecedores e para outras medidas.
Sabemos que não eliminamos a corrupção, mas reduzimos
drasticamente sua existência.
Os princípios éticos devem nortear todas as relações de todas as
naturezas.
Ética do Jornalismo Esportivo