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Programa do Governo
2016 - 2021
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Caros cabo-verdianas e cabo-verdianos:
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ensino pré-escolar, gratuitidade do Ensino; isenção taxa moderadora de saúde.
• Investimos na Segurança. Reduziram os crimes contra pessoas, homicídios e VBG quando
comparamos 2015 com 2020. O número de homicídios por 100.000 habitantes passou de 8,8 em
2015 para 6,4 em 2020.
Investimos em infraestruturas económicas e sociais: (1) 6 milhões de contos em estradas; (2) 2 milhões de
contos na requalificação urbana e ambiental; (3) 503 mil contos na requalificação de orlas marítimas; (4) 402
mil contos no restauro e reabilitação de patrimónios; (5) quatro milhões de contos na reabilitação, expansão
e modernização das redes de distribuição de eletricidade; (6) 3,5 milhões de contos na construção de redes de
ligações domiciliarias de água; (7) expansão e modernização do porto do Maio em construção; (8) terminal de
cruzeiros do Mindelo em adjudicação.
O desenvolvimento local ganhou uma outra centralidade devido à mudança de atitude no relacionamento
entre o Governo e as Câmaras Municipais.
Investimos na agricultura através de mais mobilização da água, da politica de massificação da rega gota a
gota e do uso das energias renováveis, da investigação agrária, do empreendedorismo agrário.
Investimos na pesca artesanal, semi-idustrial e industrial e na atração de investimentos privados, nacionais e
estrangeiros, para a aquacultura.
O setor privado ganhou uma boa dinâmica de investimentos: 1,8 mil milhões de euros de investimentos
externos e nacionais aprovados pela Cabo Verde Trade Invest de 2016 a 2021 (22% em exploração e 32%
em obras).
Reformas e recursos foram investidos na justiça para melhorar a eficiência da administração da justiça, a
aceleração da tramitação processual e aumentar a produtividade dos magistrados e dos oficiais da justiça.
A diáspora está melhor servida nos consultados e na integração no novo conceito Cabo Verde de Sucesso.
O novo acordo de facilitação de vistos com a União Europeia é um grande ganho diplomático de Cabo Verde,
assim como o Acordo de Mobilidade na CPLP e a abertura da embaixada junto da CEDEAO em Abuja, Nigéria.
A morna é património mundial da humanidade. Fogo e Maio são reservas mundiais da biosfera.
Cabo Verde é o país mais livre de África - liberdades políticas e civis (Freedom House, 2019/2020). Cabo
Verde é a 3ª melhor democracia em África (Democracy Index, 2019). Cabo Verde é o segundo país com melhor
Boa Governança em África (Moibraim Index, 2019). Cabo Verde lidera o ranking de Governança Pública na
África Subsariana (Relatório de Avaliação Política e Institucional (CPIA), Banco Mundial, 2019). Cabo Verde
ocupa a terceira posição do ranking de Perceção de Corrupção em África (Transparency International, 2019).
Estes são alguns dos muitos resultados da governação em tempos de emergência e de crise e que responderam
bem aos graves desafios e construíram o caminho para um Cabo Verde mais resiliente e orientado para o
desenvolvimento sustentável.
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Indice
Contexto ………………………………………………………..........................................................................………………………… 4
Emprego, Rendimento e Inclusão Social ……………………………………………………………………………………….. 8
Políticas ativas de emprego e de empreendedorismo ………………………………….......………………………… 21
Inovação e TIC …………………………………………………………………………………………...……………………………….. 28
Desenvolvimento do sistema financeiro ………………………………………………………………………………… 34
Ambiente de negócios – Doing Busines …………………………………………………………………………………… 36
Dinamismo do investimento privado …………………………………………………………………………………………. 41
Transportes ……………………………………………………………………………………………………………………………………. 46
Energia …………………………………………………………………………………………………………………………………………… 53
Água e Saneamento ……………………………………………………….…………………………………………………………… 60
Turismo ………………………………………………………………………………..……………………………………………………….. 63
Economia Marítima ………………………………………………………………………………………………………………………. 69
Agricultura ………………………………………………………………………………………...…………………………………………. 76
Ambiente …………………………………………………………………………...………………………………………………………… 95
Indústria …………………………………………………………………………....……………………………………………………….. 103
Saúde ……………………………………………………………………...…………………………………………………………………... 107
Educação ……………………………………………………………………………………………………………………………………. 119
Cultura ………………………………………………………………………………………………………………………………………… 128
Desporto ……....………………………………………………………………………………………………………………………………. 132
Desenvolvimento local ……………………………………………………………………………………………………………….. 134
Ordenamento do território ………………………………………………..…………………………………………………….. 139
Boa governança e transparência …………………………………………………………………………………………………. 142
Segurança …………………………………………………………………………………………………………………………………… 148
Justiça …………………………………………………………………………………………………………………………………………... 158
Defesa ……………………………………………………………………………………………………………………………………….. 164
Relações externas …………………………………………………………………..……………………………………………………. 166
Diáspora …………………………………………………………………………………......……………………………………………… 172
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Contexto
Em 2016, o atual Governo herdou um país com uma situação económica e social bastante desfavorá-
vel, caracterizada por um nível de crescimento económico persistentemente baixo, um nível de de-
semprego alto e um sector público bastante fragilizado pela elevada dívida pública e situação crítica
em algumas das mais importantes empresas públicas.
A média de crescimento do PIB nos 5 anos anteriores situava-se em 1,5%, e em 2015 o PIB cresceu
apenas 1,0%!
A taxa de desemprego registava-se em 12,4%, sendo 28,6% para a faixa juvenil (15-35).
O stock da dívida pública atingia 125,8% do PIB, em resultado de uma trajetória de forte aceleração
que fez passar a dívida de 79,4% em 2011 para 126% em 2015, atingindo em 2016 a cifra de 127,7%
pelo efeito da inércia dos compromissos de financiamento que tinham sido assumidos pelo anterior
Governo
Para agravar a situação de pressão sobre as finanças públicas, contribuíam também os elevados pas-
sivos de algumas empresas públicas, nomeadamente a IFH e a TACV, esta em situação de iminente
insolvência.
Pela situação de persistente estagnação económica, pelo nível do desemprego, pelo nível de endivida-
mento público e pela situação crítica do Sector Empresarial do Estado, impunha-se a tomada urgente
de medidas de reforma, de modo a alterar a delicada situação do país.
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Basicamente, o país viveu quatro anos em situação de emergência.
Três anos consecutivos de seca severa que obrigaram a reorientação de prioridades e afetação de
avultados recursos para a implementação de um “Programa de Mitigação dos Efeitos da Seca e dos
Maus Anos Agrícolas” que permitiu:
O FMI constatou que “a economia cabo-verdiana foi severamente afetada pela pandemia da COVID-19”
e que “as autoridades tomaram medidas oportunas e adequadas para lidar com a situação económica e
os impactos sociais da COVID-19”. A crise, de facto, veio “interromper vários anos de desenvolvimentos
macroeconómicos fortes e positivos” (…) “principalmente devido ao colapso do turismo e transporte, e uma
forte contração em outros sectores”. “As medidas tomadas pelas autoridades desde o início do COVID-19 fo-
ram adequadamente projetadas e bem direcionadas, com o objetivo de melhorar o sistema de saúde para a
contenção da disseminação da doença na comunidade, proteger os mais vulneráveis, proporcionar liquidez ao
sistema bancário, facilitar o acesso ao crédito e o pagamento de obrigações tributárias”. Antes da COVID19
registou-se um “bom primeiro trimestre”, com crescimento económico “estimado em 5,9%, impulsionado
por investimento e consumo privado e, no lado da oferta, apoiado principalmente por forte atividade nos sec-
tores da construção, da indústria e energia, dos transportes e comunicações”. Idêntica apreciação foi feita
pelo Grupo de Apoio Orçamental (GAO) e pelo Banco Mundial.
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Bom desempenho económico
De 2016 a 2019, o país registou crescimento económico acentuado e redução de desemprego, com
estabilidade económica.
Antes da pandemia da COVID-19, em finais de 2019, num contexto de três anos consecutivos de seca
severa, Cabo Verde tinha:
O nível de confiança estava em alta, com o indicador de clima económico mantendo a tendência as-
cendente, em finais de 2019, com o valor mais alto dos últimos sete trimestres consecutivos, revelando
que a conjuntura económica era favorável e globalmente o ambiente de negócios estava a melhorar.
Registou-se de facto uma inversão de tendências negativas para um novo ciclo económico que foi
interrompido pelo ano atípico de 2020.
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% PIB -16,2 -14,0 -5,9 -9,0 -3,4 -3,8 -7,8 -5,0 -0,2
Reservas Líq. Internac.
Em meses de Import. 3,2 3,8 4,8 5,4 6,7 7,2 6,0 5,6 6,9
Fonte: MF
Redução do desemprego
Comparativamente a 2015, em 2019:
* a taxa geral de desemprego baixou;
* o desemprego jovem baixou;
* o número de jovens sem emprego e foram do ensino ou de formação reduziu;
* o sub-emprego baixou;
* o número de trabalhadores inscritos na segurança social (INPS) aumentou.
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EMPREGO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2015/19
Taxa desemprego (%) 12,2 16,8 16,4 15,8 12,4 15,0 12,2 12,2 11,3
Desemprego jovem 15-24
27,1 32,1 34,6 35,8 28,6 41,0 32,4 27,8
anos (%) 24,9
Desemprego jovem 25-34
15,8 18,6 19,7 17,4 14,6 15,4 12,9 15,0
anos (%) 13,3
NEET* (15-35 anos) (%) 32,5 29,1 31,1 31,4 27,8
NEET* (15-35 anos) (nº) 68 120 62 028 64 884 64 424 57 605 -10 515
Sub-emprego (%) 21,7 16,3 16,7 19,4 16,0 14,7 12,7
Pop. empregada inscrita no
38,0 41,3 36,0 37,3 41,0 42,8
INPS (%) 44,6
178 187 185 182 194 209 203 195
Pop. empregada (nº)
571 904 474 831 485 725 775 000 206 344 11 859
Pop. desempregada (nº) 24 926 37 915 36 388 34 327 27 599 36 955 28 424 27 028 26 259 -1 340
157 168 175 171
Emprego não agrícola
712 294 369 369 183 480 25 768
Emprego no setor agrícola 36 724 41 253 27 742 23 011 21 840 -14 884
Emprego na ind. transforma-
17 392 17 789 19 362 18 486
dora (nº) 19 906 2 514
*Jovens sem emprego e fora do ensino ou
de formação
Fonte: Estatísticas de emprego e mercado de traba-
lho, INE
* O PIB passou a crescer a um ritmo cinco vezes superior, tendo-se registado em 5,7% em
2019 e alcançado os 5,9% no primeiro trimestre de 2020, período imediatamente antes da
eclosão da pandemia;
* Três anos consecutivos de seca severa provocaram uma perda de emprego no setor agríco-
la de cerca de 15.000 em 2019, quando comparado com 2015.
* O emprego no setor não agrícola aumentou em cerca de 26.000 no mesmo período, fazen-
do com que o emprego líquido criado fosse de cerca de 12.000 empregos. Quer dizer que
26.000 seria o emprego líquido criado caso o número de emprego do setor agrícola em 2019
fosse igual ao de 2015 num cenário de anos agrícolas normais.
* O impacto da pandemia da COVID 19 é gravoso, estimando-se que o PIB caia para – 14 %, o
desemprego aumente para 19%. e o turismo caia 72% (menos 612 mil turistas). As medidas
de proteção às empresas e ao emprego permitiram impedir que mais de 18.000 trabalhado-
res fossem para o desemprego e que de Abril a Dezembro de 2020, mais de 1.900 trabalha-
dores recebessem subsídio de desemprego.
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Aumento do Rendimento disponível das famílias e inclusão social
Cabo Verde ocupa a 2ª melhor Qualidade de Vida Africana e posição 68ª no ranking mundial (Social
Progress Index, 2019).
A massa salarial dos segurados no IPNS (setor público e privado) passou de 39,9 milhões de contos em
2015, para 49,8 milhões de contos em 2019.
A massa salarial da administração pública passou de 16,2 milhões de contos em 2015 para 20,1 mi-
lhões de contos em 2019.
O salário médio mensal dos trabalhadores da função pública passou de 77.661$00 em 2015
para 87.661$00 em 2019. O crescimento acumulado do salário médio (2015/2019) foi de 12,9%, 7,6
vezes superior à inflação acumulada no mesmo período (1,7%)
O consumo das famílias cresceu em termos reais 4,0% ao ano, no período 2016/2019.
O universo dos beneficiários do Sistema de Proteção Social do INPS aumentou para 51%. da popula-
ção empregada em 2019. A população inscrita no INPS está a aumentar num ritmo muito mais elevado
do que o crescimento populacional do país (1,2%).
As transferências públicas às famílias (encargos com a saúde (assistência e evacuação); abono de família;
encargos com a educação (isenção de propinas, bolsas de estudos, ação social escolar); pensões; restituição
de impostos (IUR)) passaram de cerca de 5,9 bilhões de escudos em 2015 a cerca de 10,9 bilhões de
escudos em 2019. A média de anual de transferências passou de 5,1 milhões de contos no período
2011/2015 para 7,8 milhões de contos no período 2016/2020.
O Acordo Estratégico de Médio Prazo celebrado com os parceiros da Concertação Social define que
“a política de rendimentos deve proteger o salário, cujos aumentos devem permitir a reposição do po-
der de compra, em caso da sua erosão”, assim como o “aumento do salário mínimo de forma gradativa,
até atingir, no fim da legislatura, o valor de quinze mil escudos, sem prejuízo da salvaguarda dos equilíbrios
macroeconómicos e da competitividade do país”. É neste quadro que envolve o Governo e os Parceiros
Sociais (Entidades Patronais e Sindicatos) e tendo em conta o contexto económico, que se deve anali-
sar o cumprimento do disposto no Programa do Governo quanto á política de rendimentos, preços e
salários.
Depois de dez anos, com o OE 2019, procedeu-se à atualização salarial (2,2%) para o quadro comum
da Função Pública (onde os salários são mais baixos) e à atualização das pensões do regime contributi-
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vo, de forma diferenciada, beneficiando os pensionistas com pensões mais baixas. Concomitantemente,
medidas de regularização dos pendentes de vários anos, de progressões, promoções, reclassificações
e de implementação dos quadros privativos, beneficiando um número alargado de trabalhadores da
administração pública (médicos, enfermeiros, professores, polícias (PN e PJ), oficiais de justiça, guar-
das prisionais, diplomatas, cozinheiras da FICASE) fizeram com que a remuneração média na adminis-
tração publica em termos acumulados aumentasse 12,9% muito acima da inflação acumulada. Por um
lado, o princípio de proteger o salário da erosão do poder de compra face á inflação foi respeitado, por
outro lado a o contexto de três anos de seca severa e de pandemia da COVID 19 com impacto sobre
as finanças públicas e as empresas não permitiu mais aumentos salariais e do salário mínimo nacional
para além das medidas adotadas em 2919.
O salário mínimo nacional aumentou de 11.000$00 para 13.000$00, em linha com o acordo estraté-
gico de medio prazo da Concertação Social, que se compromete em atingir 15.000$00 até 2021. Esta
última meta (aumento do SMN para 15 mil escudos) não foi cumprida devido à crise da pandemia da
COVID 19.
Foi instituído o Rendimento Social de Inclusão (RSI), que é uma transferência financeira direta às fa-
mílias que vivem em situação de pobreza extrema e que têm crianças sob seu cuidado. Cada família
contemplada recebe 5.550$00 por mês. Muito melhor do que o sistema de apoios pontuais e sem re-
gras vigentes até 2016: mais previsível, porque assegura rendimento mensal; mais estruturante por-
que direciona as famílias para a inclusão produtiva dando-lhes mais autonomia; mais transparente e
focado porque atribuído na base do CSU e dirigido a famílias em pobreza externa.
13.819 agregados familiares foram beneficiados com RSI no período 2017/2020. Mais 18.000 famí-
lias serão integradas durante 2021 como medida adicional de proteção e resposta aos efeitos econó-
micos e sociais da COVID 19.
O programa POSER dirigido a famílias rurais, passou a ter abordagem de inclusão produtiva com a
opção por mais projetos estruturantes hidroagrícolas que provocam maiores impactos na sustentabi-
lidade das famílias e menos micro projetos.
O número de famílias abrangidas pelo POSER aumentou significativamente: de 2014 até à revisão
a meio percurso ocorrida em final de 2016, a média de famílias beneficiadas, agrícolas e não agrícolas,
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era de 770. A partir de 2017, com a nova abordagem do Programa focada nos projetos estruturantes
hidroagrícolas, a média passou a ser de 1.845 por ano, mais do que o dobro!
No quadro das medidas de proteção do rendimento COVID-19, foi criado o Rendimento Social Soli-
dário (RSO) que é uma prestação mensal de 10.000$00, correspondente a 50% do salário mensal dos
trabalhadores por conta própria inscritos no INPS, dirigido a: (a) trabalhadores REMPE; (b) trabalha-
dores por conta própria do sector informal; (c) trabalhadores das empresas privadas não inscritos no
REMPE; (d) trabalhadores dos jardins infantis e creches privados não inscritos no INPS; (e) foi alargado
aos trabalhadores domésticos.
20.132 pessoas foram beenefeciários do RSO a nível da Rede de Segurança durante o período do es-
tado de emergência.
Como medida de proteção COVID 19, foi aprovada a iniciativa de isentar do pagamento de dívidas de
água e eletricidade as famílias pobres que preenchem os requisitos de inscrição no Cadastro Social
Único.
Foi aprovado e está a ser implementado o Plano Nacional de Cuidados, em beneficio de idosos, crian-
ças com deficiência, doença crónica ou incapacitante e adultos que sofram de incapacidade permanen-
te para exercício de qualquer atividade geradora de rendimento.
Foi melhorado o acesso a medicamentos por parte dos mais pobres: o plafond anual disponibilizado
através do fundo mutualista para aquisição de medicamentos nas farmácias privadas foi aumentado
em 50% (2.500$00 para 3.750$00). Em 2019, alargou-se a cobertura para se atingir 23.000 beneficiá-
rios (4.6% da população).
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Fiscalidade amiga das famílias
Reembolso do IUR em dívida acumulada aos contribuintes, situação herdada em 2016, no montante
de 602 mil contos.
Redução da Taxa de Retenção na fonte (IRPS) de 15% para 14% para a categoria A de rendimento
inferior a 80 mil escudos.
Aprovação de incentivos fiscais aos Planos de Poupança Reforma e Planos de Poupança Educação
(OE 2018): aumento do limite da dedução à coleta do IRPS de 50 mil escudos para 75 mil escudos, dos
valores aplicados em PPE e PPR e do limite de isenção de 30 mil escudos para 50 mil escudos, dos va-
lores pagos pelo FPR e FPE.
Cartografia da pobreza
Foi criado o Cadastro Social Único (CSU), instrumento que permite que a política de inclusão social
(nas diversas áreas: saúde, educação, habitação, água e energia e nos diversos segmentos que exigem
cuidados: crianças, mulheres, idosos, pessoas com deficiência) seja baseada em regras e indicadores
que permitem que os programas e os projetos sejam concebidos e executados com objetividade, im-
parcialidade, transparência e eficácia e convergente para as metas da redução da pobreza absoluta e
eliminação da pobreza extrema.
Medidas de Garantia do Direito à Educação, com impacto na transferência de renda indireta para às
famílias, no aumento das taxas liquidas de escolarização, na diminuição do abandono escolar e no re-
torno à escola de jovens que tinham abandonado o sistema, foram tomadas:
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alunos.
* Reforço de kits escolares (manuais, cadernos e batas): 2015/16 27.000 alunos;
2019/2020 30.000 alunos.
* Acesso à cultura. 6.600 crianças filhas de pais carenciados com acesso à arte e à cultura
através da Bolsa Cultura nos vários municípios do país.
Isenção de pagamento de propinas a estudantes pessoas com deficiência e com necessidades edu-
cativas especiais, em qualquer nível educativo (do pré-escolar ao universitário e à formação profissio-
nal).
Aulas de alfabetização em braille nas ilhas de S. Nicolau e Fogo, beneficiando adultos e crianças com
deficiência visual. Os formadores são pessoas com deficiência, contribuindo também para garantir
rendimento e integração laboral às pessoas com deficiência.
Reforço da subsidiação de ONG’s que trabalham com pessoas com deficiência, de 12.300 contos para
17.283 contos e disponibilização de linha de crédito de 6.000 contos/ano.
Implementação do Plano Nacional de Cuidados com especial incidência para pessoas com deficiência.
Desenvolvimento e regulamentação da lei que define as bases do regime jurídico da prevenção, ha-
bilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência. Abrange um conjunto de direitos
como o emprego, a educação e a formação, a saúde, habitação, transporte e mobilidade, cultura, des-
porto, lazer e ciência e participação associativa.
Na temática de género, Cabo Verde está “bem posicionado” pelo relatório do Banco Mundial “Wo-
men Business and the Law” que analisa as leis e regulamentos que afetam as oportunidades econó-
micas das mulheres. O país tem a pontuação de 86.3, numa escala de 100.
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ramento através da criação da Comissão Interministerial de Género.
Plano de Ação para a Advocacia da Paridade de Género, com vista a implementar a Lei de Paridade
(ICIEG - em parceria com a Rede de Mulheres Parlamentares).
Introdução de um modulo Igualdade de Género nos currículos dos cursos profissionais (IEFP).
Adoção e implementação do critério de paridade na indigitação dos cargos de direção a nível local
no Ministério da Educação. Como resultado, 45% das Delegações (10 de 22) e 40% dos agrupamentos
(32 de 79) são dirigidos por mulheres.
Adoção duma abordagem de género na implementação dos Programas de Saúde Sexual e Reprodu-
tiva; Saúde Infantil; Saúde do Adolescente; e Saúde de Idosos.
Empoderamento económico de mulheres rurais através de projetos de acesso à terra, à água, à tecno-
logia e a integração na cadeia produtiva, e projeto de produção de peixes em tanques dirigido a mulhe-
res que vivem da apanha de areia.
Combate à VBG. Várias ações que visam a erradicação da VBG e a implementação eficaz da Lei VBG;
melhoria da prestação dos serviços de atendimento, assistência e proteção; empoderamento da vítima
e a sensibilização, informação e comunicação dirigida a sociedade em geral. Todos os municípios foram
dotados com serviços de atendimento às vitimas de VBG.
Foi criada na Plataforma Integrada (MAI), um Modulo VBG, que permite avaliar o risco da agressão e
agir sobre o problema visando a proteção dos agregados familiares com antecedentes de VBG.
Foi implementado o “Projeto fim de violência no namoro”, que passa pela formação de docentes e a
realização de atividades com os adolescentes que promovem relacionamentos equilibrados e livres de
violência.
Aumento da pensão social mínima de 5.000$00 para 6.000$00 e aumento do número de beneficiá-
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rios de 21.236 em 2016 para 22.575 (situação em 2020).
Aumento do plafond anual para a aquisição de medicamentos nas farmácias privadas, em 50%
(2.500$00 para 3.750$00). Em 2019, alargou-se a cobertura para se atingir 23.000 beneficiários (4.6%
da população), beneficiando de forma particular os idosos.
Aprovação da lei do álcool e parceria com as organizações que trabalham na área de terapia ocupa-
cional, têm permitido agir na prevenção e na recuperação e tratamento de toxidependentes. No setor
público, destaque para a construção do novo Centro de Terapia Ocupacional de Ribeira de Vinha em S.
Vicente, um investimento de 125 mil contos.
Reforço técnico de Câmaras Municipais para atendimento e informação dos imigrantes. Decorre
desde 2017. Abrange Praia, Boa Vista, Sal, São Vicente e Santa Catarina de Santiago.
Reforço técnico e financeiro de ONG’s e Associações de imigrantes. Desde 2016 foram financiados
vários projetos associações de imigrantes.
Assistência e apoio no retorno voluntário. Em média, por ano, são beneficiados 20 imigrantes no apoio
ao retorno voluntário, com uma taxa de deferimento positivo à volta de 92% em relação aos pedidos
recebidos.
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Criação da Alta Autoridade para a Imigração para uma atuação integrada das políticas públicas diri-
gidas aos imigrantes.
Habitação social
O país conta com um elevado défice habitacional, quantitativo e qualitativo. Para colmatar as carên-
cias imediatas de novas habitações, seria necessária a construção de mais de treze mil novas casas e,
no horizonte 2030, este número teria que sofrer um acréscimo de cerca duas mil e quinhentas novas
habitações anualmente.
Para as atividades de requalificação e reabilitação necessárias para suprimir o défice qualitativo, eleva-
dos investimentos têm que ser feitos no acesso domiciliário à água, eletricidade e ao saneamento. Re-
presenta uma necessidade de financiamento de mais de oito mil milhões de escudos cabo-verdianos no
decorrer dos próximos cinco anos (2021/2025).
O Programa Casa para Todos caracterizou-se por uma elevada dívida pública no valor de 179 mi-
lhões de euros; desestruturação do mercado de construção civil e imobiliário; desadequação entre os
preços das casas e a capacidade financeira das famílias; casas construídas sem acesso a redes de água
e de esgoto; casas vendidas sem contrato e sem escritura; elevadas indeminizações e juros de mora a
empreiteiros (superior a 2 milhões de contos); obras paradas por falência de consórcios de algumas
empreitadas). Para além dos problemas relacionados com a conceção do PCT (um parecer sobre a sus-
tentabilidade financeira do PCPT, elaborado pela empresa PD Consult, em Julho de 2014 concluia que
“na conceção, montagem e execução do PCPT não foram devidamente acautelados aspetos fundamentais
relacionados com a sustentabilidade financeira do Programa. Como resultado da discrepância entre a po-
lítica habitacional e os recursos para suportar tal política, o Programa Casa Para Todos revela-se, a longo
prazo, financeiramente insustentável em qualquer cenário considerado dentro dos parâmetros de acesso já
definidos”), a politização e a partidarização do Programa fizeram transitar para o Governo do MpD um
enorme fardo de problemas que ainda perduram.
Este é o quadro atual e projetado importante para compreender e enquadrar o grande esforço que o
país tem ainda que fazer na área da habitação associada à inclusão social.
Neste contexto, o Governo teve que fixar como prioridade para o horizonte 2017/2021, a seguran-
ça das condições de habitabilidade das famílias mais pobres, um investimento dirigido a minimizar
os problemas estruturais que perigam o desabamento de tetos e que afetam milhares de famílias em
situação de pobreza. Foram reabilitadas casas em todos os concelhos do país, em parceria com as
câmaras municipais. Mais intervenções estão previstas e em curso durante o ano de 2021.
Na mesma linha de prioridades, estão a ser investidos 1,8 milhões de contos na requalificação das
zonas de barracas através de infraestruturação, urbanização e apoio à construção de casas, na Boavis-
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ta (Bairro da Boa Esperança) e no Sal (Alto Santa Cruz e Alto S. João), beneficiando milhares de pessoas
que vivem em situações de elevada precariedade habitacional e sanitárias. 518 mil contos estão a ser
investidos na construção de habitações sociais em Portelinha, S. Vicente, retirando várias famílias de
habitações em barracas.
Reativação da bonificação de até 50% de juros à habitação para casais jovens. Depois de regulariza-
da uma dívida, transitada do governo anterior, de cerca de 2 milhões de contos junto da banca, rela-
cionada com o não pagamento dos encargos com a bonificação de taxas de juro, o Governo reativou
o crédito bonificado à habitação para os jovens, aumentando o limite máximo de 5.000 contos para
7.000 contos e o e o limite de idade de 30 para 35 anos.
Foi feito o desagravamento fiscal do crédito à habitação através de isenção do pagamento de impos-
to de selo sobre juros e comissões na construção ou melhoramento de primeira habitação própria,
reduzindo os custos com a aquisição e construção de habitação e o desagravamento fiscal sobre os
rendimentos de arrendamento. Com o OE 2017, os proprietários de casas arrendadas deixaram de
reter 20% de imposto pela renda recebida para passar a 10%.
O passivo da IFH foi reduzido de 2,1 milhões de contos em 2016, para 1,36 milhões de contos devido
à implementação do programa de reestruturação e reorganização da empresa.
Projetando o horizonte 2021/2030, um Plano Nacional de Habitação foi elaborado para responder
às demandas atuais e prevenir situações futuras antecipando soluções para permitir às famílias cabo-
-verdianas habitações condignas em condições sustentáveis para os seus rendimentos e sustentáveis
para o país, sem recurso ao endividamento excessivo.
A anteceder o Plano, foi aprovada, em 2019, a Carta para a Política Nacional de Habitação. Pela pri-
18
meira vez Cabo Verde vai ser dotado de uma política e planos nacional, regional e local de habitação,
com abordagens de médio e longo prazo.
Segurança Social
A taxa de cobertura dos trabalhadores pela segurança social passou de 45,4% em 2016 para 51% em
2019; de 85.441 segurados para 105.272 segurados.
A taxa de cobertura da população passou de 43,2% em 2016 para 45,7% em 2019; de 217.132 benefi-
ciários para 251.344 beneficiáruios.
A atribuição de pensão de invalidez, passou a ser avaliada com recurso aos serviços da Telemedicina,
evitando assim a deslocação dos requerentes às ilhas de Santiago e de S. Vicente para avaliação pre-
sencial pelas Comissões de Verificação de Incapacidades de Barlavento e Sotavento, com impacto na
qualidade dos serviços prestados pelo INPS.
Foi implementado e reforçado o sistema informático alinhado com os melhores conceitos de portais
“One-Stop-Shop”, instrumento de comunicação com o publico em geral e acedido através do login do
utilizador.
Foi implementado o serviço de entrega e pagamento on line das Declarações de Folhas de Ordenado e
Salário que permite reduzir o tratamento de 10 a 15 dias para o atendimento imediato.
Passou-se a divulgar através do Portal todas as informações estatísticas mensais do Regime de Prote-
ção Social Obrigatório.
Fundo de Pensões
Os fundos e reservas de pensões são investidos de forma a garantir uma taxa de retorno não inferior
à taxa de juro em que baseiam os respetivos cálculos atuariais elaborados de dois em dois anos. Em 31
de Dezembro de 2020, as reservas alcançavam o montante de 83,18 Milhões de contos, correspon-
dente a um crescimento medio de 12%, nos últimos três anos.
19
Plano de recuperação eficaz das dívidas à segurança social
O Plano de recuperação foi elaborado e foi aprovado um Regulamento de Gestão de Dividas, obe-
decendo dois procedimentos: (1) acordos de Planos prestacionais de Amortização de Dividas com os
Contribuintes Devedores; e (2) cobrança coerciva das contribuições e das coimas através de processos
de execução da competência dos tribunais comuns.
Implementado desde 2017 o regime jurídico de atribuição do Subsidio desemprego para os trabalha-
dores por conta de outrem abrangido pelo Regime Geral e que se encontram numa situação de desem-
prego Involuntário, até um período máximo de 5 meses.
Promoção de medidas que visem alargar a cobertura da proteção social às regiões e extratos popu-
lacionais com baixa cobertura, bem como, o alargamento da base dos contribuintes
Foi extendida a proteção social para os trabalhadores das áreas/atividades de difícil acesso. Para o
efeito foi elaborado um Plano de Contingência de Extensão de Proteção Social, suportado em cam-
panhas permanentes com impacto claro no aumento da cobertura quer dos trabalhadores, quer da
população residente em Cabo Verde.
Implementação de uma nova Tabela das Incapacidades versus Politica de Reconversão Profissional
tendo em conta a sua desatualização
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Foi criada uma Equipa técnica, por Despacho do Ministro da Saúde, que visa a elaboração da lista Na-
cional de Incapacidades, no âmbito da proposta de Lei que aprova o Seguro Obrigatório de Acidentes
de Trabalho (SOAT).
Alargado o processo de Certificação de Baixas Médicas a todas as Clinicas e médicos inscritos na Or-
dem, e ainda o alargamento do leque de entidades com contratos (INPSxClinicas), passando para 166
clinicas (até 2016 menos de 100), em todas as áreas (estomatologia, ótica e fisioterapia, etc). Até 2016,
o INPS não reembolsava exames clínicos e não tinha acordos com as entidades privadas nesse domínio.
Acordos com clinicas para realização de exames de Imagiologia (TAC, Ecografias, Mamografias): três
clinicas privadas na Praia e S. Vicente, com filiais em outras ilhas, nomeadamente ilha do Sal, Maio,
Boavista e Fogo.
Inclusão dos Hospitais Regionais no âmbito co contrato de prestação de serviço entre o INPS e as Es-
truturas publicas de Saúde, através do “Acordo mãe” com o MSSS.
Para facilitar os beneficiários, passou-se a enviar as credenciais diretamente aos serviços privados, por
via eletrónica.
Eliminação da contribuição para a segurança social que recai sobre as empresas quando recrutarem
jovens
21
social pela contratação de jovens. O OE 2019 introduz mais incentivos: majoração de 150% dos gastos
salariais com cada jovem contratado, para além da isenção relativa a prestação da entidade patronal
para a segurança social relacionada com a contratação do jovem.
Aumento da duração dos estágios. Foi aumentado o período de estágio, de três para seis meses e mais
recentemente alargado para oito meses.
Extensão da cobertura. Foi estendido o acesso a estágios profissionais a jovens universitários que fre-
quentam ultimo semestre do ultimo ano do curso.
A nível institucional: criação da ProEmpresa com a missão de assistência técnica, orientação no aces-
so ao crédito, aconselhamento e seguimento de micro, pequenas e médias empresas (MPME’s); Pro-
Garante para a concessão de garantias parciais de créditos; ProCapital para participar no capital social
e no aumento de capital próprio de MPME’s; Casa do Empreendedor (One Stop Shop) que funciona
como um balcão único de apoio ao micro, pequeno e médio empresário e articula a ProEmpresa com as
instituições de formação profissional); atitude de Estado Parceiro com as organizações empresariais.
A nível de instrumentos: assistência técnica, bonificação de taxas de juro, garantias bancárias, linhas
de crédito em articulação com a banca.
A nível de programas: Start up Jovem que apoia empreendedores jovens com bonificação de taxa de
juro, garantias, assistência técnica e incentivos fiscais e aduaneiros; Programa Fomento do Micro Em-
preendedorismo; Programa Talent que identifica e apoia talentos empresariais, dos 18 aos 50 anos de
idade, com ideias inovadoras de negócios; Promeb, programa que apoia empreendedores com ideias
de negócios e projetos na área da economia azul; Express+, serviços de assistência técnica a micro, pe-
quenas e médias empresas na organização e gestão, formação e qualificação empresarial, elaboração
de planos, acesso a financiamento, coaching empresarial; Pró-crédito, assistência técnica para incenti-
22
var a passagem de unidades produtivas informais para a economia formal e apoiar na implementação
da contabilidade organizada.
Adequação das ofertas de formação ao mercado de trabalho. As ofertas de formação foram ade-
quadas ao mercado de trabalho e ao fomento do empreendedorismo através de cursos de formação
orientados para as áreas prioritárias dos programas de promoção do empreendedorismo e de empre-
gabilidade e para reconversão de jovens licenciados. Cursos com um grande leque de escolhas e para
formandos com habilitações literárias do 6º ano escolaridade à formação superior universitária, dos
quais se destacam: Serralharia, Canalização, Instalações Elétricas e Infraestruturas de Telecomunica-
ções em Edifícios, Panificação e Pastelaria, Estética, Cabeleireiro, Línguas (francês e inglês), Cuidado-
res de Infância, Cozinheiro de Navios, Arrais de Pesca, Técnicas de Transformação de Pescado, Gestão
da Produção Agropecuária, Manutenção de Sistemas Elétricos e Eletrónicos de veículos, Montagem e
Manutenção de Instalações de Climatização e Refrigeração Manutenção de Equipamentos e Instala-
ções Industriais, Desing & Multimédia, Contabilidade, Marketing.
Aumento da cobertura regional. Foi aumentada a cobertura regional das ofertas de formação abar-
cando todos os concelhos do país.
Investimento na criação e reabilitação de CEFP. Mais de 200 mil contos foram investidos de 2016 a
2021 na criação de novos Centros de Emprego e Formação Profissional e na reabilitação de existentes.
Parcerias. Graças à parceria IEFP / EHT / CM de S. Lourenço dos Órgãos / Centro de Capacitação Pro-
fissional de São Lourenço (privado), o Centro ganhou novo dinamismo nas ações de formação e no fo-
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mento do empreendedorismo. Graças à parceria IEFP / Associação Municípios de Santo Antão / Water
Solution, o Centro Afonso Martinho em Rª Grande de Santo Antão, deixou de ser um “elefante branco”.
Acesso e inclusão. (1) Foi aumentada a subsidiação dos cursos para torna-los mais acessíveis, resultan-
do num aumento de investimento do Governo na formação profissional, que passou de 55 mil contos
em 2016 para 158 mil contos em 2019 (acumulado 2016/2020 = 365 mil contos); (2) Foi aumentada
a subsidiação do alojamento para formandos na residência da Escola de Hotelaria e Turismo (EHT)
que passou de 20 jovens em 2016 para 130 em 2019 (capacidade: 150 hospedes); (3) Foi instituída
isenção de propinas para pessoas com deficiência para a inscrição e frequência de cursos de formação
profissional; (4) como medida complementar de proteção COVID 19, durante o ano de 2021, 3.620
jovens de famílias mais pobres serão contemplados com formação profissional subsidiada em 100%
pelo Governo.
Resolução de pendentes: entrega de certificados a 2.500 jovens cujos certificados estavam retidos
por falta de pagamento de propinas relativos aos anos de 2011 a 2015.
Aumento de beneficiários. De 2016 a 2020 foram formandos nos cursos do IEFP, EHT e CERMI, um
total de 21.839 jovens.
Impacto. 85% dos formandos trabalham depois de concluírem a formação profissional; 59% trabalha
atualmente; 79% trabalha na área da sua formação; 70% inscreveu na segurança social (INPS).
Um novo modelo de financiamento da formação profissional foi aprovado pelo Governo através do
regime jurídico do sistema de financiamento da formação profissional (aprovado pelo CM em 4 Março
2021), que regula o sistema de financiamento da formação profissional de forma previsível, perene e
sustentável.
O financiamento é assegurado através (1) da fixação de uma dotação no OE nunca inferior a 0,25% das
receitas fiscais de impostos; (2) da consignação de 8% da contribuição turística e de 10% do produto
do imposto especial sobre o jogo de fortuna ou azar; (3) da comparticipação das empresas; (4) da do-
tação anual do OE para financiamento do funcionamento e investimento das instituições públicas de
formação profissional.
Os recursos do financiamento da FP são aplicáveis em projetos e ações orientados para a qualificação
profissional que reforce a empregabilidade; subsídios a formandos; incentivos à criação de micro ou
pequenos projetos através de linhas de crédito bancárias e de IMF em condições favoráveis.
24
Carteiras profissionais
Foi aprovada a regulação do acesso e exercício da profissão de rececionista de hotel, cozinheiro,
empregado de mesa e bar, pasteleiro, guia turístico (atividades em áreas de restauração, hotelaria
e turismo) (aprovado pelo CM em 4 Março 2021). Disponibiliza carteira profissional para exercício
da profissão mediante frequência de um curso certificado ou experiência profissional comprovada no
exercício da atividade através de validação das competências.
Vantagens: (1) valorização profissional e remuneratória do profissional; (2) reconhecimento social; (3)
indução de efeitos positivos sobre a qualidade de serviços e a produtividade.
Foram criados incentivos fiscais e para o reforço da capacidade institucional e de gestão das Institui-
ções de Micro Finanças, importantes para incentivar a economia social e solidária.
O Governo colocou à disposição para o refinanciamento das instituições de micro finanças os seguin-
tes valores: 100 mil contos em 2017/2018 e 57 mil contos em 2018/2019.
Pequenos negócios:
* Isenção de Tributo Especial Único (TEU) às Micro e Pequenas Empresas (MPE’s) com volu-
me de negócio inferior a mil contos.
* Eliminação da obrigatoriedade do pagamento do TEU mínimo, que obrigava as mercearias,
as lojas e outras pequenas unidades de negócios familiares a pagarem 30 contos de imposto,
independentemente das vendas.
25
* Isenção de direitos na importação de matérias-primas e subsidiárias, materiais e produtos
acabados e semi-acabados para as micro e pequenas empresas certificadas e inscritas no
Cadastro Industrial.
* Isenção aos proprietários de táxis do pagamento de direitos nas alfândegas pela importa-
ção de viaturas para táxis e alargamento da isenção a importação de taxímetros, centrais de
rádio-táxis e radiotelefones.
* Isenção de taxas aos pescadores de botes de boca aberta.
* Incentivos às cooperativas de poupança e de crédito micro bancos orientados para a pres-
tação de serviços financeiros a populações de baixa renda (isenções aduaneiras e de IVA
na importação de materiais, equipamentos e viaturas destinados à exploração e de IUR_PC
durante três anos).
* Incentivos fiscais e reforço da capacidade institucional e de gestão das Instituições de Mi-
cro Finanças.
* Facilidade de saída do Regime e do desembaraço alfandegário para as micro empresas
(2020).
26
e para transporte de turistas.
* Incentivos à dessalinização de água para uso na agricultura e materiais de irrigação (isen-
ção aduaneira e de IVA nas importações de máquinas e equipamentos).
* Redução da taxa estatística aduaneira.
* Criação de regimes fiscais mais favoráveis para a atração de investimentos nos concelhos
com reduzida atividade económica através de Projetos de Mérito Diferenciado e das Con-
venções de Estabelecimento que estabelecem benefícios fiscais contratualizados em condi-
ções mais vantajosas quando os investimentos se realizam em concelhos cujo PIB per capita
é inferior à média nacional.
* Aprovação pelo Governo de um novo código de imposto sobre o património, fixando uma
taxa máxima e mínima, dando maior flexibilidade aos municípios na gestão do IUP enquanto
instrumento de política económica. O diploma encontra-se no Parlamento.
* Isenção aos municípios do pagamento de IVA na realização de obras municipais e aquisição
de equipamentos com impacto positivo na redução dos custos de investimentos (OE 2017).
* Isenção aos municípios do pagamento de impostos nas operações de financiamento atra-
vés de emissão de obrigações municipais (OE 2107).
* Entrada em funcionamento do Centro de Arbitragem Tributária como meio de celeridade
processual nos litígios entre a Administração Pública e os contribuintes (prazo máximo de
decisão, 1 ano).
* Assinatura de vários acordos para evitar a dupla tributação em sede de rendimentos.
* Criação de uma conta corrente entre o Estado e o contribuinte. A conta corrente é um pro-
cesso interno administrativo que permite a Direção Nacional de Receitas do Estado (DNRE)
organizar toda a informação referente ao contribuinte em termos da sua situação fiscal.
Está em curso a sua informatização plena.
* Eliminação de taxas “ad valorem”. Estão a ser trabalhadas no âmbito da reforma do ICE,
cujo documento já foi aprovado em Conselho Ministros, faltando apenas a analise técnica e
a definição das taxas a serem aplicadas aos produtos, bem como a sua socialização junto dos
operadores económicos, antes da sua adoção, devendo em alguns casos coexistir algumas
taxas mistas (Ad valorem e Específicos) e noutros, apenas especificas, garantindo assim o
equilíbrio e a não perda de receitas.
* Revisão do código do imposto aduaneiro no quadro de uma maior integração de Cabo Ver-
de no continente africano e da defesa das especificidades do país. Foi elaborado um estudo
de impacto solicitado à Comissão da CEDEAO pelo Governo de Cabo Verde, em março de
2017 tendo o relatório sido apresentado em dezembro de 2019. Na aplicação da TEC (Ta-
rifa Externa Comum) as especificidades de Cabo Verde como país insular e a sua estrutura
comercial são determinantes para proteger os interesses do país e evitar impactos lesivos
ao nível do abastecimento do mercado, dos preços e dos sistemas de pagamentos das ope-
rações de comércio. Uma aplicação faseada e com análise dos impactos produto a produto
é a via mais recomendável, aos mesmo tempo que iniciativas devem ser desenvolvidas no
domínio dos transportes marítimos e dos sistemas de pagamento bancários.
27
Inovação e TIC
Cabo Verde entra pela primeira vez no TOP 100 do Ranking Mundial de Ecossistemas de Inovação
para Startups e no TOP 10 no Continente Africano da Startup Blink.
Em curso, alinhada com a visão de transformação de Cabo Verde numa plataforma Digital. Está es-
truturada em eixos de atuação dos quais destacam-se (i) Expansão da infraestrutura de conectividade;
(ii) Educação e capacitação profissional e (iii) Disponibilização de serviços digitais através do mercado
regional.
A implementação desta Estratégia Digital está sendo cofinanciada por fundos do Banco Mundial, no
valor de US $ 30 milhões, por 5 anos.
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* Programa Educação Digital para Todos nas escolas e liceus.
* Iniciativa weblab (contacto com a computação e robótica) em 44 agrupamentos escolares, ten-
do certificado mais de 15.000 alunos e formado 43 monitores inseridos no mercado de traba-
lho.
* Intensificação das TIC no sistema de ensino/aprendizagem.
* Introdução da língua inglesa a partir do 5º ano de escolaridade.
* Novas abordagens e métodos de ensino de Matemática, Ciências, Físico-Química.
* Adequação das ofertas de formação com especial enfoque nas TIC dirigida à qualificação dos
jovens e à reconversão profissional de jovens licenciados.
* Criação da tele-escola e da TV Educativa.
* Incentivos financeiros e fiscais para o acesso a equipamentos informáticos, redução de custos
da internet nas escolas, universidades e estabelecimentos de formação profissional.
* Criação da Academia de Código que ministra curso intensivos de programação para jovens e
startups jovens.
* Criação do NOSiAkademia (2016). Oferece gratuitamente às empresas que operam em
I&D, condições para executarem projetos de investigação e desenvolvimento; estagiários
dedicados; infraestruturas computacionais; conectividade segura e direta; instrumentos ágeis
para gestão; seguimento e avaliação periódica. As empresas têm a possibilidade de recrutar
estagiários dedicados; usufruir de consultoria técnica especializada; alojar o produto final
em infraestrutura de alta disponibilidade; colocar o produto final no NOSICloud. Duzentos e
sessenta jovens foram beneficiados com estágios remunerados.
* Criação da Bolsa Cabo Verde Digital. O Programa apoia anualmente até 100 jovens e
um total de 50 tech Startups, com bolsas no valor de 60.000$00 por equipa. Disponibiliza
acompanhamento empresarial e pré-incubação em organizações nacionais, como as operadoras
de telecomunicações e as universidades. Para o efeito, foram rubricados protocolos com vários
parceiros de incubação e mentoria, com entidades chaves do ecossistema tech nacional, como
o NOSI, a CVTelecom, a Unitel T+, as universidades nacionais, nomeadamente a Universidade
de de Cabo Verde, a Universidade Jean Piajet, a Universidade de Santiago, a Universidade do
Mindelo. Igualmente, parceiros internacionais como a Djassi Africa e a StartUp Portugal, fazem
parte desta carteira de parcerias.
* Programa Code for All. Curso intensivo e imersivo de programação full-stack, com duração de
14 semanas, com o objetivo de ensinar jovens a programar em simultâneo com a aprendizagem
de línguas estrangeiras. Cria as condições para que num futuro próximo Cabo Verde tenha
uma geração mais bem preparada para o mercado global. Faz parte deste programa o apoio
na colocação no mercado, garantido com uma alta taxa de empregabilidade. Esta iniciativa
é realizada em parceria com a empresa “Academia de Código” que atua em vários mercados
internacionais.
* Criação do Programa Start up Jovem com linha de crédito bonificado, incentivos fiscais e
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regime fiscal favorável. Visa promover o empreendedorismo e a inovação de base tecnológica,
com o benefício de aplicação da taxa de 2,5 de IRPC (Imposto sobre Rendimento Pessoas
Coletivas) para Startup que prossigam atividade de tecnologias da informação e comunicação e
desenvolvimentos (TIC e I&D), nos primeiros cinco anos de atividade.
* Criação de linha de crédito de apoio à inovação: até 80% do valor do investimento com limite
máximo de 40 mil contos por empresa, prazo 5 anos e carência 3 anos.
* Aprovação do regime de crowdfunding (financiamento colaborativo) virado para a inovação e
a investigação.
* Criação do programa TIC Seed no Nosi Academia como pré-incubadora orientada para jovens
criarem startups tecnológicos.
* Criação do Programa Jump Start. Uma iniciativa do NOSi Akademia destinada a suportar
projetos de Investigação e Desenvolvimento das Empresas.
* Criação do Programa Re!nventa. Visa promover através de concursos de ideias e inovação,
o processo de transformação digital da nossa economia e incentivar a identificação de novas
soluções para os desafios de desenvolvimento e desigualdades socioeconómicas, que ganharam
um novo momentum, com a pandemia da COVID 19.
* Criação do Programa GoGLobal que tem permitido aos jovens empreendedores participarem
em eventos tecnológicos como o Websummit, África Innovation Summit, CV Next, TEDx, Social
Media Summit, Hackatons, Youth Festival, Global Entrepreneurship Week.
* Criação do Programa Remote Working Cabo Verde (nómadas digitais).
* Disponibilização de plataforma de desenvolvimento de aplicações IGRP Web fornecida de
forma simples, segura e a baixo custo (500$00/mês) na internet, eliminando a necessidade de o
cliente construir a sua própria rede privativa de telecomunicações
* Criação da Sociedade Gestora do Parque tecnológico e da Zona Económica Especial para
Tecnologias (ZEET).
* Zona Económica Especial para Tecnologias (ZEET). Processo em curso. Fisicamente estará
no Parque tecnológico de Cabo Verde. Inclui um conjunto serviços: (i) Centros de negócios; (ii)
Centro de incubação; (iii) Centro de certificação e treinamento; (iv) Centro de Dados em Praia
e Mindelo; e (v) Edifícios administrativos, auditório e centro cívico.
Cabo Verde ambiciona construir uma rede convergente de comunicações (Internet), constituída por
Cabos submarinos de fibra ótica ligando as margens do Atlântico e a sub-Região Africana, para se tor-
nar num Centro Digital de referência na região.
30
Empreendedorismo e a Formação Profissional numa primeira fase, e numa segunda fase para
a Saúde e outras áreas relevantes onde as populações menos favorecidas podem ter acesso a
internet para o desenvolvimento das suas atividades económicas e sociais. A implementação
da internet como um bem essencial tem um custo anual de 13 milhões de escudos e está em
execução.
* Redução da taxa de utilização do espetro radioelétrico. Aprovada por Decreto Lei do Governo
em 18 de Fevereiro. Redução da taxa de utilização do espetro radioelétrico, em 5%, irá impactar
sobre a redução de custos do acesso à internet a setores como educação, formação, saúde, start
ups, contribuindo para a politica de internet como bem essencial.
* Massificação do acesso à Internet através da criação de Fundo de Acesso Universal à Internet.
As taxas de regulação cobradas pela ARME deverão ser utilizadas para financiar estritamente
as despesas inerentes à regulação dos setores que se encontram sob a responsabilidade da
Agência. Entretanto, relativamente às taxas de utilização do Espetro Radioelétrico, a ARME
deverá remeter ao Tesouro 60% do seu valor logo após boa cobrança. Além disso, 70% dos
resultados líquidos são remetidos ao Tesouro no final do ano. Esses montantes serão utilizados
igualmente para promover a inclusão digital e o desenvolvimento de ideias criativas de jovens
no sector das TIC’s, e um vasto programa de atividades nas áreas do empreendedorismo digital,
bolsas digitais, organização de eventos, capacitação e apoio no acesso ao mercado.
* Criação do Internet Exchange Point (IxP). A criação da CV IxP é um marco importante para
a melhoria do acesso à Internet em Cabo Verde, tendo em conta que deverá fazer com que a
Internet no nosso país seja mais barata, mais rápida e mais segura. Com o financiamento e apoio
técnico da Internet Society Africa e a colaboração da ARME, da DGTED, das operadoras de
Telecomunicações, das Universidades e demais parceiros, criou-se em 2020 a primeira Internet
Exchange Point (IxP) do País. A Cabo Verde IxP encontra-se já formalmente constituída e os
trabalhos técnicos visando a sua operacionalização encontram-se neste momento em curso.
Trata-se de um ponto de troca de tráfego de Internet que interliga os fornecedores dos serviços
de acesso à Internet, as principais empresas e instituições públicas e privadas do país, de tal
forma a que o tráfico nacional de Internet permaneça em Cabo Verde. Assim, mesmo em
cenários de eventuais falhas ao nível da conectividade Internacional, com a IxP o País continua
a ter acesso a todo conteúdo nacional disponibilizado na Internet.
* Criação de Observatório Nacional para a Sociedade da Informação. Foram convocadas todas
as Universidades para fazerem parte da estrutura de governança do observatório e propor
um modelo de gestão baseado nas boas práticas. O observatório deve ficar nas instalações do
parque tecnológico.
Cabos submarinos:
* Adesão à EllaLink. Visa ligar Cabo Verde à Europa e à América Latina com uma capacidade ini-
cial de 400Gbps, o que permitirá o País criar uma plataforma de tecnologia e de telecomunica-
ções no Atlântico, neutral, agnóstico e redundante. O investimento de 25 milhões de dólares da
CV Telecom no EllaLink marca uma importante decisão estratégica que ajudará no desenvolvi-
mento da competitividade do País com impacto na rápida evolução do crescimento da Internet
31
e dados 5G.
* Cabo Regional do sistema SHARE. Irá conectar a Dakar e a Praia, terá cerca de 720 km e uma
capacidade de projeto de 16Tbit/s, usando o equipamento e a solução de comunicação subma-
rina madura e confiável, contando, igualmente, com os recursos já existentes de cabos interna-
cionais de Cabo Verde para a Europa, América do Sul e outras regiões. O sistema vai introduzir
novas rotas de largura de banda internacional para o continente africano durante o ciclo de
25 anos, melhorando consideravelmente a largura de banda total de exportação internacional
entre Cabo Verde e Senegal e entre as regiões vizinhas da África Ocidental. O SHARE permitirá
a Cabo Verde iniciar o desenvolvimento da Rede Amílcar Cabral, instalando uma Unidade de
ramificação na proximidade do continente, diminuindo de forma significativa os custos da im-
plementação do projeto viabilizando o seu investimento a médio prazo.
Incentivos fiscais:
No quadro da capacitação da regulação nas TICs e no sector das telecomunicações, está em implemen-
tação o plano de formação que representa um investimento médio de 18 mil contos em 12 meses.
O Contrato de Concessão com a Cabo-Verde Telecom foi devidamente negociado e deverá ser assina-
do brevemente. Pretendeu-se que o instrumento contratual fosse moderno e flexível para as partes de
modo a fazer face aos desafios e às constantes evoluções do setor; que fosse claro, preciso e previsível
para as partes, proporcional para a Cabo Verde Telecom, adequado à dinâmica concorrencial do sector,
garantindo sobretudo os superiores interesses de desenvolvimento e do Estado de Cabo Verde: (1)
integridade e modernização das infraestruturas concessionadas; (2) renda adequada pela exploração
das infraestruturas concessionadas; (3) promoção e defesa dos consumidores; (4) promoção e defesa
do serviço universal; (5) promoção da sociedade de informação e Economia Digital; (6) posicionamen-
to de Cabo Verde como o “Gateway” de conectividade internacional para países vizinhos. O perímetro
do contrato cinge-se à rede de Backbone inter-ilhas e o “Hub” Internacional de Cabos submarinos.
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Alargamento e aprofundamento da utilização da era digital (e-government)
Cabo Verde transitou do grupo médio para o "Altíssimo” no Ranking de E-Government das Nações
Unidas 2020 (EGDI), colocando-se no top 10 dos países da região Africana que mais progressões e
movimentos fez no ranking–EGDI.
O Relatório avalia ao nível mundial o desempenho e a progressão no Ranking e nos vários índices do
E-Government de 2020, nomeadamente os níveis de serviços online (OSI), das infraestruturas de tele-
comunicações (TII), do Capital Humano (HCI), bem como, o grau do E – participação e da abertura dos
dados dos Governos (Open Government Data).
Integrado na Estratégia Digital Cabo Verde, está em curso a implementação da Agenda e o Plano de
Ação de Governação Digital co-financiado pelo Banco Mundial no montante de 9 milhões de dólares.
Foi executado com sucesso o projeto de securização documental: Passaportes Eletrónicos (PEC),
Cartão Nacional de Identificação (CNI)) e Título Eletrónico de Residência para o Estrangeiro (TRE).
Foi implementado o software do CNI que introduz mais segurança e confiança na prestação dos servi-
ços online, facilita a identificação dos titulares do CNI pela via de digital, permite a autenticação digital
do titular do CNI e a possibilidade de identificar e obter dados digitalmente. Trata-se de um investi-
mento que irá ter um impacto positivo na redução da morosidade administrativa, simplificando o pro-
cesso burocrático, reduzindo o tempo de espera por atos administrativos.
Foi introduzida a gratuitidade do acesso dos utentes ao Boletim Oficial através da pagina web da
INCV, cumprindo a medida de curto de prazo de “disponibilização de todo o acervo legislativo do bo-
letim oficial na internet e de forma gratuita no quadro da estabilidade normativa e segurança jurídica”.
Foi criado o portal do Ministério das Finanças que permite a publicação/divulgação da conta mensal e
reportes diários, para além das contas trimestrais e anuais.
Foi concebido e implementado o Projeto Transformação Digital das Embaixadas. Foi criado e imple-
mentado o Consulado Digital que disponibiliza serviços on-line às comunidades emigradas, reduzindo
tempo e custo na emissão e renovação de documentos.
33
Criação de parques científicos e tecnológicos
Foi aprovado o Estatuto do Parque Tecnológico de Cabo Verde, Arquipélago Digital - Techpark SA.
A implementação do projeto do Parque Tecnológico de Cabo Verde está programada para ser concluí-
da em 2021. O projeto é estimado em 35 milhões de euros e é cofinanciado pelo Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD) e pela contribuição de cerca de 4 milhões de euros de contrapartida nacional.
O rating de Risco Soberano mais frequente para Cabo Verde é o da FITCH, com a seguinte evolução:
(1) antes de 2019 (desde 2013), Rating B, com Outlook Estável; (2) em 2019, Rating B, com melhoria
para Outlook Positivo; (3) em 2020 (Covid19), downgrade para Rating B-, com Outlook Estável.
Medidas foram adotadas para a dinamização do mercado secundário de dívida pública (2018).
Isenção de ganhos obtidos na transação de títulos no mercado secundário já emitidos ou que venham
a ser emitidos até 2020 (2018).
Isenção dos rendimentos dos títulos emitidos pelos Municípios e Tesouro até 31 de Dezembro de
2014, colocados no mercado secundário (2017)
Alargamento do prazo da redução da taxa dos rendimentos das obrigações ou produtos de natureza
análoga, com colocação pública e cotadas na BVC, de 2017 para 2025 (2017)
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Modernização das infraestruturas tecnológicas e aplicacionais da BVC, bem como investimentos a ní-
vel de segurança.
Lançamento do Site de Negociação e do novo Portal Corporativo da BVC para impulsionar o negócio
da Bolsa e a melhoria de interação com os stakeholders
Bancos e seguros
Foi aprovado o Regime Jurídico aplicável à regulação, à gestão e ao funcionamento do Sistema de Pa-
gamentos Cabo-Verdiano (2018).
Foi alterado o estatuto das instituições de crédito de autorização restrita (IFIs) (OE2019).
Alargada a regra da não sujeição temporária, por um período máximo de 5 anos, à tributação dos pré-
dios adquiridos por instituições de crédito através de ato de dação em cumprimento ou em processo
de execução, falência ou de insolvência
Reduzida a taxa de imposto sobre rendimento aos seguros de capitalização feitos em Companhias de
Seguros estabelecidas em Cabo Verde
Foram isentos de impostos, lucros retidos das instituições de créditos destinados ao reforço de fundos
próprios (2017).
*
Capital de risco e garantia parcial de crédito
Criação da Sociedade de Capital de Risco ProCapital (2017). Até à data, cinco empresas beneficiaram
de participação da Pró-Capital, em projetos com valor global de investimentos de 410.000 contos.
Mais oito projetos já contam com o firme engajamento da Pró Capital para o corrente ano, com um va-
lor global de investimento estimado em 850.000 contos, repartidos pelas ilhas de S. Antão, S. Vicente,
S. Nicolau, Sal, Boavista e Santiago.
Encontra-se na fase de formalização junto das autoridades competentes a criação do Fundo de Impac-
to, Pró-Impacto, com um montante de 10 milhões de euros, com financiamento do Banco Mundial e
da USAID Trade HUB orientado para apoiar as PME’s na mitigação e recuperação dos efeitos COVID.
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Facilitar o acesso aos mercados de capitais internacionais
Aprovado o Regime Jurídico das Operações Económicas e Financeiras com o Exterior e das Operações
Cambiais no território nacional (2018) que liberaliza as operações cambiais, eliminando algumas res-
trições que o regime em vigor contempla, permitindo, uma maior abertura da economia cabo-verdiana
ao exterior.
Compromisso para a década, conforme consta do Programa do Governo: “a colocação de Cabo Verde no
top 50 do Doing Business do Banco Mundial e do Global Competitiveness Report do World Economic Forum,
saindo do último terço das classificações, atuando sobre a fiscalidade, o financiamento, o funcionamento da
máquina pública, a justiça, a capacitação dos recursos humanos e a unificação do mercado interno e sua liga-
ção ao mundo”.
Abertura de Empresas
Trata-se de um indicador muito concorrido internacionalmente e onde Cabo Verde deve melhorar a
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posição no ranking. Para além das reformas introduzidas com o novo Código das Sociedades Comer-
ciais, que elimina a obrigatoriedade dos livros de registo e coloca o capital obrigatório em zero, estão
assinaladas as seguintes medidas:
No indicador licença de construção, Cabo Verde tem evoluído de forma positiva, com uma tendência
de melhoria do Score, situando-se, em 2020, entre as cinquenta melhores economias mundiais. A me-
lhoria neste indicador passa por medidas que estão contempladas no Plano de Ação Doing Business e
que irão ter impacto na classificação do BD 2022 (emitida em 2021):
Obtenção de Eletricidade
No indicador obtenção de eletricidade, Cabo Verde tem evoluído de forma positiva, com uma ligeira
tendência de melhoria do Score nos últimos três anos.
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Um conjunto de medidas estão em curso para melhorar o score neste indicador:
Registo de propriedade
No indicador Registo de Propriedade, Cabo Verde tem mantido alguma estagnação, com uma ligeira
tendência de melhoria do Score nos últimos dois anos. O País não está mal classificado, estando entre
os 69 melhores num total de 190 Países avaliados.
Obtenção de crédito
Cabo Verde é duramente penalizado neste indicador, sobretudo porque o índice da eficiência dos di-
reitos legais, que tem a maior ponderação na avaliação, contempla a melhor avaliação para economias
que têm, em simultâneo, um quadro legal e uma plataforma eletrónica de registo e gestão da penhora
de bens moveis, para a garantia de créditos.
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presas de serviços públicos/utilities, para além de bancos e instituições financeiras. Com esta
medida espera-se o aumento de 1 ponto no índice de profundidade as informações de credito).
Investimento Minoritário
Neste indicador Cabo Verde é duramente penalizado, sobretudo por causa da sua pequena dimen-
são económica. O Banco Mundial alterou a metodologia em 2020 e considerou que o índice da exten-
são da governação acionista, só passa a ser considerado, se a economia tem, pelo menos, 10 empresas
cotadas em bolsa de valores. Cabo Verde só tem 7 empresas nessas condições e isso penalizou o País
em cerca de 14 pontos, já que, nesse indicador, tinha 7 de 20 pontos possíveis, que não foi considerado,
por causa dessa alteração metodológica.
Pagamento de impostos
No indicador Pagamento de Impostos, Cabo Verde tem mantido alguma estagnação, com uma ligei-
ra tendência de melhoria do Score nos últimos dois anos. O País não está mal classificado, estando
entre os 87 melhores num total de 190 Países avaliados.
Comércio transfronteiriço
No indicador comercio transfronteiriço, Cabo Verde tem mantido alguma estagnação, com uma li-
geira tendência de melhoria do Score nos últimos dois anos. O País não está bem classificado, não
estando entre os cem melhores num total de 190 Países avaliados.
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custos, incluindo os tempos necessários para inspeções fitossanitárias, quando houver; revisão
dos tempos de espera com o camião para entrar no porto, manuseamento, armazenagem, al-
fandegas e inspeção fitossanitária e carregamento nas operações de exportações; revisão para
a diminuição do tempo para importação de mercadorias, nomeadamente o impacto do uso de
scanners; melhoria das inspeções físicas pelas alfandegas e pela Policia Marítima, de forma a
diminuir esse tempo, nomeadamente com introdução de inspeção baseado no risco).
Execução de Contractos
Cabo Verde tem mantido alguma estagnação, com uma ligeira tendência de diminuição do Score nos
últimos dois anos. No entanto, o País está bem classificado, estando entre os 50 melhores num total
de 190 Países avaliados.
Resolução de insolvência
No indicador Resolver Insolvência, Cabo Verde tem a pior classificação de entre os 10 indicadores,
com o valor do Score de zero, em todos os anos. Cabo Verde é considerado um País “sem pratica” de
insolvência, por não ter, no mínimo cinco casos em tribunal e como tal não é avaliada, de acordo com a
metodologia do BM.
As alterações regulamentares e legais que afetam diretamente essas variáveis só são consideradas re-
formas em sede do DB, se em Cabo Verde houver pelo menos 5 casos de insolvência. Um novo quadro
legal de criação da entidade jurídica Administrador Judicial e as regras que regulam a sua conduta foi
aprovado. Vai facultar a recuperação de empresas em situação financeira difícil ou em dificuldade no
cumprimento das suas obrigações.
Desde 2016 que está em vigor o Código de Recuperação e de Insolvência. Traz benefícios a nível de
segurança jurídica e da confiança dos agentes económicos, contribuindo para a atração de mais inves-
timentos privados. A sua implementação pressupõe formação para a aplicação da lei pelos Tribunais,
Procuradores e Advogados e uma ampla campanha de mobilização, divulgação e publicidade sobre a
Recuperação das Empresas e da Insolvência. Para tal, o Conselho Superior da Magistratura Judicial,
disponibilizou e foram enviados para o Centro de Estudos Judiciários de Lisboa, Magistrados -Juízes
Cíveis, para uma formação sobre a Recuperação e Insolvência no Tribunal de Comercio de Lisboa.
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Dinamismo do investimento privado
Dos investimentos superiores ou igual a 500 mil euros e inferiores a 1 milhão de euros (totalizam 19
milhões de euros), 72% estão em exploração e 24% em obras.
Dos investimentos inferiores a 500 mil euros (totalizam 11 milhões de euros), 64% estão em explora-
ção e 34% em obras.
Quadro síntese:
41
Projetos de investimento >= 1 milhão de euros:
42
Gamboa Plaza Santiago 250 000 000,00 € T O
Little Africa Maio Maio 500 000 000,00 € T P
KB Hotel Santiago 1 269 669,00 € T P
Residencial Batalha Santiago 1 969 780,00 € T O
Viveiro Sal 5 000 000,00 € T O
Sena's Aparthotel Santiago 1 101 509,00 € T P
São Vicen-
Nortuna 240 000 000,00 € I P
te
Total Geral 1 791 205 970,86 € 100%
E - em Exploração 377 237 726,00 € 21%
O - em Obras 571 597 066,86 € 32%
P - em Projeto 842 371 178,00 € 47%
S. Vicente 359 660 956,86 € 20%
Santiago 405 071 694,00 € 23%
Sal 439 628 899,00 € 25%
Boavista 81 425 656,00 € 5%
Maio 500 000 000,00 € 28%
Santo Antão 5 418 765,00 € 0%
2016 48 206 412,00 € 3%
2017 221 642 335,00 € 12%
2018 52 216 224,00 € 3%
2019 229 535 087,86 € 13%
2020 1 239 605 912,00 € 69%
T - Turismo. S - Saúde. F - Financeiro. I – Industria
Ano de apro-
Denominação do projeto Ilha Total Geral Setor Situação
vação
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Orla Restauração Santiago 511 318,00 € T O
São Vicen-
Pont D'água 616 696,00 € E
te T
São Jorge Village Santiago 822 742,00 € T E
Praia Jet Ski Santiago 897 553,00 € T E
Aparthotel Titino Sal 500 000,00 € T E
ZIPLINE - Extreme Fly Cv Sal 662 041,00 € T E
Clinica Boa Esperança Boa Vista 511 318,00 € S E
2020 Soares Dunant Sal 634 834,00 € T P
São Vicen-
Clínica Médica Sol Nascente 549 649,00 € E
te S
São Vicen-
Santa Cruz Boutique Hotel 906 906,00 € O
te T
Boutique Hotel Meeting Plateau Santiago 585 181,00 € T O
São Vicen-
Metalo 783 924,16 € O
te T
São Vicen-
Luna Boutique Hotel 500 000,00 € O
te T
Total 19 225 224,16 € 100%
E - em Exploração 13 889 240,00 € 72%
O - em Obras 4 701 150,16 € 24%
P - em Projeto 634 834,00 € 3%
S. Vicente 4 015 462,16 € 21%
Santiago 9 645 934,00 € 50%
Sal 3 601 461,00 € 19%
Boavista 1 418 224,00 € 7%
Santo Antão 544 143,00 € 3%
2017 2 738 185,00 € 14%
2018 4 664 172,00 € 24%
2019 7 862 373,00 € 41%
2020 3 960 494,16 € 21%
TOTAL 19 225 224,16 € 100%
T - Turismo. S - Saúde. F - Financeiro. I – Industria
Ano de aprova-
Denominação do projeto Ilha Total Geral Setor Situação
ção
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Girassol Tour Santiago 412 642,00 € T E
Quad Zone Boa Vista 104 294,00 € T E
Alwaysailing Turismo Sal 63 483,00 € T E
Onda Morna São Vicente 133 757,00 € T E
Americos Restaurante Sal 341 039,00 € T E
Electric Wind-Produção e comercialização de Electricidade São Vicente 455 000,00 € O E
Padaria Sodade Santiago 87 721,00 € I E
Tour & Tours Sal 114 996,00 € T E
Hotel Maracujá Sto Antão 233 141,00 € T E
Lavagen Auto em Alta Pressão Santiago 114 524,00 € S E
Surf M & D Kite Sal 160 552,00 € T E
5 Ocean Santiago 471 591,00 € T O
Aparthotel Nha Terra Sal 363 636,00 € T E
Residencial São Miguel Santiago 108 828,00 € T E
CCR Hotelaria & Turismo Santiago 72 552,00 € T E
Hotel Residencial Prestige Santiago 251 267,00 € T E
2019 Residencial Fajã D´Água Brava 226 727,00 € T O
Restaurante Sal Cabo Verde- Piscador Sal 168 749,00 € T E
Restaurante Água Beach - LH Turistica Boa Vista 195 856,00 € T E
Hotéis Urban São Vicente 453 453,00 € T O
Hotel Chateau Georgette Sal 499 333,00 € T E
Pousada Vassora Santiago 95 682,00 € T E
Pensão Bela Santiago 464 336,00 € T O
OKB - Concept Retail Santiago 164 848,00 € T E
Novatur Santiago 63 393,00 € T E
Vale Verde Santiago 362 762,00 € A E
2020 Casa Djedja São Vicente 496 383,00 € T O
Dynamic Ocean Roof Associates Sal 400 000,00 € T O
Bonatura Santiago 250 757,00 € I E
PORTOIL Santiago 175 486,33 € O P
Residencial Santo Amaro Santiago 381 463,00 € T O
Oceano Azul Ocean Suites Sal 108 828,00 € T O
VP Empreendimentos Boa Vista 453 453,04 € T O
Total 11 310 926,37 € 100%
E - em Exploração 7 273 491,00 € 64%
O - em Obras 3 861 949,04 € 34%
P - em Projeto 175 486,33 € 2%
S. Vicente 2 231 756,00 € 20%
Santiago 5 029 012,33 € 44%
Sal 2 497 729,00 € 22%
Boavista 753 603,04 € 7%
Santo Antão 233 141,00 € 2%
S. Nicolau 338 958,00 € 3%
Brava 226 727,00 € 2%
2016 131 954,00 € 1%
2017 2 229 642,00 € 20%
2018 3 987 821,00 € 35%
2019 2 695 139,00 € 24%
2020 2 266 370,37 € 20%
45
privados): a taxa anual de produção na construção civil que variou de uma posição negativa em 2015
(-8,4%) para uma tendência positiva crescente a partir de 2016, atingindo 8,5% em 2019.
Transportes
Ligar de forma eficiente e regular as ilhas entre si e ao mundo é o grande propósito inscrito no Progra-
ma do Governo e que exige reformas e ações consistentes a longo prazo. A situação dos transportes
aéreos e marítimos herdada em 2016 era crítica. Houve inversão da tendência de degradação e op-
ções e ações de reestruturação do setor. A pandemia da COVID 19 impactou a nível mundial forte-
mente o setor dos transportes, particularmente os transportes aéreos.
Setor aeroportuário
Em 2016, a liquidação da TACV estava eminente devido aos elevados riscos fiscais para o país e à
incapacidade da empresa em solver os seus compromissos, o que levou ao arresto de um Boeing e à
iminente perda do segundo Boeing e dos três aparelhos ATR.
A empresa ficou sem esses aviões por causa da insustentabilidade financeira e de falta de credibilidade
junto dos fornecedores. A inviabilidade da empresa, nas condições em que operava era um facto. A
TACV estava ferida de morte.
46
A situação da TACV teve um impacto extremamente negativo na avaliação do risco do país de tal
forma que parceiros como a UE e instituições financeiras internacionais como o FMI, o BM e o BAD
condicionaram ajudas orçamentais e financiamentos a uma solução sustentada e credível da empresa
ou a sua liquidação. Deixar as coisas como estavam não só levaria à liquidação da TACV e deixaria o
país sem transportes aéreos endógeno (doméstico e internacional), como provocaria o descrédito to-
tal do país junto dos mercados, dos financiadores e dos parceiros.
O Governo decidiu criar as condições para que a Binter Cabo Verde pudesse operar nos voos inter-i-
lhas, evitando assim que se criasse um vazio interno com a saída da TACV do mercado doméstico e por
estar a empresa em situação de iminente liquidação.
Conforme o seu Programa, pretende o Governo: valorizar a localização de Cabo Verde para transfor-
mar o aeroporto do Sal num Hub Aéreo e Comercial; aumentar o potencial do negócio de transportes
e logística aéreos; aumentar o tráfego e o número de passageiros; criar capacidade de investimentos
na modernização, expansão e construção de aeroportos segundo critérios de rentabilidade e melhorar
a mobilidade inter-ilhas.
47
tado subsidia de forma a evitar o sobrecusto que obrigava o passageiro a pagar dois bilhetes
(por ex. SN/SAL e SAL/SV ou SAL/PRA).
* Futuro Instituto de Aeronáutica e Indústria Turística. No âmbito da Universidade Técnica do
Atlântico, as instalações do Hotel Atlântico, na ilha do Sal, foram afetadas pelo Governo ao fu-
turo Instituto de Aeronáutica e Indústria Turística.
Setor marítimo
* Reduzida frequência de ligações, na maioria das ilhas uma a duas vezes por semana.
* Falta de regularidade, horários pouco adequados e muita imprevisibilidade.
* Armadores operavam de forma fragmentada e obsoleta, com frotas envelhecidas e sé-
rias dificuldades de manutenção e em situação financeira insustentável.
* Treze acidentes marítimos graves e naufrágios registados entre 2008 e 2015.
Perante este contexto, o Governo tomou medidas arrojadas de reestruturação do setor dos trans-
portes marítimos, visando unificar o mercado nacional, garantir a segurança, eficiência e qualidade na
circulação de pessoas e bens e facilitar o escoamento de produtos, com previsibilidade e regularidade,
garantindo a integração com o mercado internacional.
Os dados demonstram que, com o estabelecimento do contrato de concessão dos transportes marí-
timos inter-ilhas, houve ganhos em termos de número de ligações, de eficiência, de regularidade e de
prestação geral dos serviços:
48
VID. De agosto de 2019 a março 2020, S. Nicolau, Sal e Boavista registaram um crescimento
de mais de 12.000 passageiros.
* A ilha do Maio passou a ter 5 ligações semanais regulares (2 com carga e passageiros e
3 com passageiros) e registou um crescimento de 15% no tráfego de passageiros até final de
março de 2020.
* A ilha Brava passou a ter navio estacionado todas as noites de prontidão para eventuais
evacuações.
* A frota mercante está em fase de atualização e modernização. Prevista a chegada de
mais um barco.
Segurança marítima
Foram dotados Centros VTS funcionais (Sistema de Gestão do Tráfego Marítimo), que melhoram a
gestão do tráfego e a segurança marítima.
Foram aprovados o Plano nacional de contingência e prevenção da poluição marinha por hidrocar-
bonetos e o Plano nacional de segurança nas praias balneares.
Foram aprovados os regulamentos nacionais sobre os códigos ISPS (código de segurança internacio-
nal aplicável aos navios e às instalações portuárias) e ISM (padrão internacional para a gestão segura e
a operação de navios e para a implementação de um Sistema de Gestão de Segurança).
Foi criada e implementada a Taxa de Segurança Marítima, cujos recursos são canalizados para a mo-
dernização do sistema operacional de segurança marítima e sustentabilidade da concessão do trans-
porte marítimo inter-ilhas.
Foi aprovada a lei que regula o seguro obrigatório marítimo, medida que vem instituir um conjunto
de normas aplicáveis aos seguros obrigatórios de responsabilidade civil marítimo para a cobertura de
danos causados a terceiros e danos de poluição de costas e águas navegáveis.
Foi criado o Instituto de Prevenção de Investigação de Acidentes Aéreos e Marítimos, com sede em
Mindelo, uma medida inovadora que une a atenção preventiva e investigativa de segurança dos dois
sectores reforçando assim a capacidade no sector marítimo com a disciplina sistémica do sector aero-
náutico.
Foi feita a revisão e a regulamentação do Código Marítimo de Cabo Verde, adequando-o às melhor
párticas internacionais em matéria do Direito Marítimo e da segurança marítima.
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Regulação e fiscalização
Foi extinta a Agência Marítima e Portuária – AMP e criado o Instituto Marítimo Portuário – IMP
que passou a ter atribuições/competências apenas na regulação técnica do setor e sem atribuições na
gestão da orla marítima. O IMP passou a ser fiscalizadora e não licenciadora nas atividades de gestão
da orla marítima. O licenciamento de intervenções e ocupações na orla marítima passou para a compe-
tência da Direção Geral da Economia Marítima.
Esta opção permitiu a recentragem das atribuições de regulação. Centragem nas funções de garan-
tia do cumprimento das normas nacionais e internacionais relativas ao setor marítimo e portuário,
particularmente no concernente à segurança da navegação, dos navios e das instalações portuárias,
à salvaguarda da vida humana no mar e proteção do meio ambiente marinho, bem como às condições
de higiene, bem-estar, trabalho, formação e certificação do pessoal marítimo, às vistorias aos navios e
outros equipamentos flutuantes.
Realizada, com implicações positivas na redução de mais de 5% dos custos das operações portuárias
e na burocracia associada.
Vários investimentos realizados em equipamentos portuários, com destaque para a grua do Porto de
Vale dos Cavaleiros no Fogo; aquisição de rebocadores; criação de centros de pequenas encomendas.
50
820 mil contos. No entanto, a CABNAVE tem feito um grande esforço para manter os equipamentos
e infraestruturas funcionais, com gastos de manutenção anuais na ordem dos 20.000 contos. A con-
cessão da exploração das atividades de reparação naval associadas a investimentos mantem-se como
prioridade para o próximo ciclo.
Setor rodoviário
Foi aprovado o Regime Jurídico Geral de Transportes em Veículos Motorizados, que entre outros as-
petos preconiza a formalização da atividade de transportador público e a organização da atividade de
transporte em veículos motorizados, com ganhos evidentes para a regulação do setor, quer em termos
de número de identificação fiscal, da inscrição dos respetivos empregados, designadamente os condu-
tores, no sistema de previdência social e na Direção Geral do Trabalho, prevendo que os Transporta-
dores Públicos se possam constituir em sociedades comercias, associações, cooperativas ou ainda em
empresas em nome individual.
Criar incentivos com vista à melhoria do parque de táxis e de outros automóveis utilizados no trans-
porte coletivo de passageiros interurbanos
Para além dos incentivos aos táxis, o Orçamento do Estado prevê a isenção de direitos aduaneiros,
do imposto sobre consumos especiais e do IVA, na importação de veículos pesados de passageiros
comportando mais de trinta assentos, incluindo o condutor, quando importados por empresas do setor
devidamente licenciadas.
Promover os sistemas de Radiotáxis - com vista a inovar o serviço prestado pelos transportadores
de serviço em táxis
O serviço de radiotáxi não tem sido atrativo para o nosso mercado. Com o surgimento de novas
iniciativas de jovens empreendedores no mercado, prevê-se introduzir a atividade de mediação de
serviço de táxi na qual uma determinada empresa, associação ou cooperativa, por via da incorporação
das novas tecnologias, pode colocar à disposição dos transportadores em táxi, soluções com recurso à
aplicações informáticas para dispositivos fixos ou móveis, ou outros similares, que para além do servi-
ço de radio táxi em si, oferece outros serviços que orientam a gestão do transporte de passageiros em
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táxi, facilitam a angariação de clientes, incorporam sistemas automáticos de pagamento e cobrança de
serviço, sistemas de navegação e geo-localização de táxis.
A exigência da Carteira de Aptidão Profissional (CAP) não se aplica apenas aos taxistas, mas tam-
bém aos “Hiacistas”, ou seja, a todos os condutores de veículos licenciados para o transporte público
de passageiros.
Foram resolvidos processos que se encontravam pendentes em várias Delegações da DGTR desde
2012, particularmente em Santo Antão, o que gerava inúmeras reclamações e foram todos regulari-
zados a partir de 2016, permitindo aos condutores profissionais exercerem legalmente as suas profis-
sões.
Foram realizados curso de capacitação e formação de taxistas (línguas inglesa e francesa, história e
ética no trabalho) através da EHT em parceria com o MTT, beneficiando 720 taxistas de Santiago, Sal e
Boavista, devendo estender às outras ilhas.
Foi elaborado em articulação com a ARME o Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte
Coletivo de Passageiros, que determina o regime aplicável ao planeamento, organização, operação,
atribuição, fiscalização, investimento, financiamento, divulgação e desenvolvimento do serviço públi-
co de transporte coletivo de passageiros por modo rodoviário, incluindo o regime das obrigações de
serviço público e respetiva compensação, bem como as obrigações dos operadores e dos passageiros,
sem prejuízo do disposto na legislação complementar aplicável e nos instrumentos de contratação do
serviço público. Este projeto de diploma, no entanto, ainda não foi submetido à aprovação, pelos even-
tuais impactos que terá no seio nos atuais operadores.
Implementar um sistema de fiscalização que evite a concorrência ilegal, elimine a prática de táxis
clandestinas
Foi aumentado o montante da coima a ser aplicado no exercício da atividade de transportador pú-
52
blico sem a respetiva licença, passando de 20.000$00 para 40.000$00 para as pessoas singulares e de
30.000$00 para 60.000$00 para as pessoas coletivas.
Foi reforçada a fiscalização de trânsito pela Policia de Trânsito que culmina na aplicação de coimas e
apreensão de veículos utilizados na prática de transporte clandestinos.
Com o projeto de Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte Coletivo de Passageiros (pron-
to para aprovação), pretende-se que serviço público de transporte interurbano de passageiros, pos-
sa assumir a natureza de contrato de concessão de serviço público de transporte de passageiros, a
par dos contratos de prestação de serviço público de transporte de passageiros existentes. Pelo con-
trato de concessão o operador de serviço público se obriga a explorar o serviço público de transporte
de passageiros, em condições e por um período determinados pela autoridade de transportes compe-
tente, a ARME, em nome próprio e sob sua responsabilidade, sendo remunerado, total ou parcialmen-
te, pelas tarifas cobradas aos passageiros. Espera-se melhorar a qualidade do serviço de transporte;
garantir previsibilidade e conforto aos passageiros, reforçar o controle de peso e dimensão de veículos
pesados de mercadoria, com utilização de básculas fixas e moveis.
Energia
As orientações estratégicas do programa do Governo da IX Legislatura para este setor estão centradas
na garantia da segurança energética, a estabilidade dos preços e a redução da fatura energética.
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O aproveitamento do grande potencial de recursos endógenos renováveis, nomeadamente na verten-
te eólica e solar, é assumido como opção estratégica do sector.
O Plano visa atingir 30% de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis até 2025, ultra-
passar os 50% em 2030 e alcançar 100% em 2040.
Principais resultados:
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• Preparado um pacote de produção de energia solar abrangendo as ilhas de Fogo (1,3 MW),
Maio (0,4 MW), S. Antão (1,2 MW) e S. Nicolau (0,4 MW), para ser implementado em 2021
numa modalidade diferente, ou seja credito concessional e donativo a serem disponibilizados
pelo BM/GEF, no valor de 500 mil contos.
• O Estado a dar exemplo com a implementação de projetos demonstrativos de microprodu-
ção de energia renovável para autoconsumo. Instaladas cerca de 500 kw de capacidade de
produção fotovoltaico nos edifícios públicos, a partir 2016. Um novo pacote de projetos de-
monstrativos de microprodução para edifícios da administração publica, está pronto para ser
implementado no horizonte 2021-2022.
• Foi massificada a micro-produção renovável, associada à bombagem de água e à dessaliniza-
ção devido aos incentivos criados.
• Empresas privadas, industriais, turísticas e de serviços aderiram significativamente a auto
produção renovável com impacto na redução imediata e direta dos custos energéticos em cer-
ca de 30%.
• A capacidade instalada de microprodução renovável aumentou 220%. Passou de 2 Mw em
2016, para 6,4 Mw em 2020, investimento global estimado de 500 mil contos. Grande evolução
face o objetivo fixado no plano para microgeração de atingir pelo menos 12 Mw em 2030.
55
de Controlo de Medições na Electra Norte e Sul, contribui para uma relação comercial mais
eficiente e justa.
Principais resultados:
* No ano de 2015, em media, uma pessoa ficou sem acesso ao serviço 35 vezes e durante 61
horas e 18 minutos. Em 2020, ficou sem acesso cerca de 21 vezes e durante 38 horas e 36 minutos.
Uma redução substancial!
• Iluminação publica mais eficiente com substituição do sistema tradicional por sistema LED,
com impacto na melhoria da iluminação e poupança em mais de 50% no consumo de energia.
• Redução do preço de eletricidade. Em relação ao preço de eletricidade, a tarifa média no pe-
ríodo 2016 a 2020 foi aproximadamente 11 a 15% inferior à tarifa media do ano 2015.
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Escalões 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Compromisso de garantir a cobertura 100% e do uso, até onde for técnica e economicamente possí-
vel, das energias renováveis e limpas.
Quatro milhões de contos e 950 km de rede investidos. O Governo investiu cerca de quatro milhões
de contos na reabilitação, expansão e modernização das redes de distribuição de eletricidade, cerca
de 950 km de extensão de rede, beneficiando todo o país. Nas localidades isoladas, fora da rede, foram
instalados micro redes abastecidos por pequenas centrais fotovoltaicos e kits solares individuais.
Em 2021 serão concluídos os estudos, processo iniciado em 2020, para instalação de baterias nas
ilhas da Boa Vista e de São Vicente.
Para Santiago, prevê-se a conclusão em 2021 do estudo detalhado de viabilidade técnica e económi-
ca do projeto “Santiago Pompe Storage”. Estudos preliminares realizados em 2016/2017 consideram
esse projeto como solução mais adequada para armazenagem de energia em Santiago e estratégico
para o país ultrapassar os 50% de penetração renovável em 2030.
Principais resultados:
• Localidades quase 100% cobertas e mais de 95% de famílias com acesso a eletricidade.
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• Investimentos nas localidades isoladas beneficiando cerca de 200 famílias em: Figueiras, Ri-
beira Alta, Planalto Norte, Rocha Lama, Calheta de São Martinho Grande, Lagoa e Achada La-
goa, com capacidade global instalada de 105 kwp.
• Entrada em funcionamento do novo Centro Nacional de Despacho, com tecnologia SCADA,
melhorou o desempenho técnico e económico do sistema elétrico, validando fonte geradora
economicamente mais rentável, detetando as avarias na rede de forma rápida e eficiente e com
um sistema de registo automático que permite monitorizar e medir a qualidade de serviço.
• Operacionalização do SCADA contribuiu também para reforçar a confiança no sector ener-
gético do país e melhorar a posição competitiva de Cabo Verde no Mundo. Melhorou também
a qualidade de serviço traduzida na evolução dos indicadores, adotados internacionalmente,
SAIFI (frequência de interrupção dos serviços) e SAIDI (duração de interrupção dos serviços).
• Melhoria significativa da Iluminação Publica, em quantidade, qualidade e eficiência, com im-
pacto positivo na qualidade de vida, no ambiente urbano e segurança das pessoas: numero de
focos luminosos aumentou 41%, de 34.000 em 2016, para 48.000 em 2020, passando de 6 para
9 pontos de iluminação para cada 100 habitantes. O comprimento total de vias iluminadas au-
mentou em 50%, passando de 1.000 km em 2016, para 1.500 km de extensão de vias iluminadas
em 2020.
58
Reestruturação e reorganização do mercado energético
O mercado energético passou a ser mais inclusivo com a criação da tarifa social de eletricidade. Em
fevereiro, ainda na fase de arranque, mais de 3.500 famílias estavam abrangidas pelo pograma social
de acesso digno a eletricidade.
Mobilidade elétrica
Criada em 2018 a Comissão Interinstitucional de Mobilidade Elétrica para apoiar o Governo nas ma-
térias relacionadas com o arranque da Mobilidade Elétrica em Cabo Verde
Aprovada em 2019 a Carta de Política de Mobilidade Elétrica que estabelece como visão a substitui-
ção gradual até 2050 de todos os veículos movidos a motor térmico por motor elétrico.
Foi mobilizado um donativo de cerca de 800 mil contos para financiar a implementação da carta
de politica de Mobilidade Elétrica. O donativo vai financiar as primeiras infraestruturas publicas de
recarga e concessão de incentivos financeiros na aquisição de viaturas elétricas. O Projeto arrancou
em finais de 2020 com a montagem do quadro de intervenção, estando já em curso para 2021, a imple-
mentação do projeto piloto de importação de autocarros elétricos para transportes urbanos.
Aprovado o Plano Director para o Sector Elétrico e a Carta de Politica para Mobilidade Elétrica. Dois
instrumentos importantes de orientação e de gestão do sector da energia e de comunicação entre
todos os participantes no processo de transição energética.
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Instalação do Sistema de informação energética, alojado no data Center da Nosi, com plataforma de
licenciamento de projetos e registo on-line de micro-produtores de energia renovável e de empresas
de prestação de serviços energético, com as seguintes valências: (1) dados dos operadores; (2) sistema
de Registo de Microprodução; (3) sistema de registo de Profissionais do Sector; (4) sistema de Licen-
ciamento de Centrais de Produção; (5) disponibilização de informações estatísticas; (6) Portal Energia.
Foi aprovado o Código de Rede Elétrica de Cabo Verde, em 2019, que define os requisitos técnicos de
instalações geradoras de energia elétrica e de sistemas de armazenamento de energias que devem ser
ligados à rede elétrica do país.
Aprovado em 2020 as Regras Técnicas de Instalações Elétricas de Baixa Tensão. para garantir a segu-
rança das pessoas e equipamentos, e bem como da qualidade das instalações elétricas de baixa tensão.
Aprovados vários regulamentos nos domínios de acesso à rede, qualidade de serviço e relações co-
merciais.
Criada em 2018 a Agencia Reguladora Multissectorial da Economia. Foi operacionalizada o seu con-
selho consultivo.
Água e Saneamento
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• Aumento da taxa de cobertura de abastecimento de água por rede, de 66,4% em 2016, para
71,7% em 2019.
• Aumento do consumo doméstico per capita de água canalizada em rede pública, de 38 litros/
dia para 43,1 litros/dia.
• Alcançar em 2019, a meta de consumo mínimo de 40 Litros/pessoa/dia, prevista no PLENAS
para o horizonte 2030.
• Redução de perdas técnicas (relação entre água distribuída/água faturada) de 41,71% (média
nacional) para 31,45%.
• Aumento do volume de água mobilizada, de 44.160.000 m3 em 2016, para 53.721.895,97 m3
em 2019.
Dessalinização. A diversificação das fontes de captação tem sido o foco principal, através da dessalini-
zação das águas do mar, que neste momento é já responsável pelo abastecimento em 7 ilhas das 9 ilhas
habitadas com exceção a Fogo e Brava. Está em fase adiantada o processo de contratação dos serviços
para proceder à instalação de módulos de dessalinização na Ilha da Brava, tornando-a na oitava do
arquipélago a ser dotada de um moderno sistema de produção de água.
Resiliência. Cabo Verde é hoje um País mais resiliente do que era em 2016. Apesar do recrudescimen-
to das secas severas dos últimos anos com a redução das precipitações, este fenómeno não resultou
na redução da capacidade de oferta de água nos grandes centros populacionais e nas regiões e ilhas
de maior pendor rural. Pelo contrário: graças aos investimentos que foram realizados seja diretamen-
te pelo Governo e pelas entidades gestores, os resultados desta política estrategicamente orientada,
permitiram que:
• 95% da população residente tenha acesso a uma fonte de água potável. São mais 3% do que em
2016.
• 71,7 % dos agregados familiares estão ligados a uma rede pública de distribuição de água em
2019.
Estes índices colocam Cabo Verde num patamar muito acima da média dos países da região africana,
muitos dos quais dotados de clima tropical húmido e/ou próximos.
Mais ligações de água. Graças aos investimentos no sector, mais 21.310 domicílios cabo-verdianos
passaram a estar ligados a rede de água no período compreendido entre 2016 e 2020.
Mais produção de água. De 2016 a 2019, foram mobilizados um total de 53.721.895,97 m3 de água,
sendo 16.809.435,97 m3 água subterrânea e 36.912.460,00 m3 água dessalinizada. O investimento
na mobilização de água ascende o valor 6,2 milhões de contos no período de 2016 a 2020.
Ampliação das estações de dessalinização de S. Vicente e Sal. Graças ao enorme esforço de investi-
mentos que foram realizados nos últimos cinco anos, nomeadamente na ampliação e modernização
das estações de dessalinização do Mindelo e Sal, foram disponibilizados 20.000 m3 adicionais de água
(10.000 m3/dia cada), um investimento de mais de 22,1 milhões de Euros concluído em 2018.
A Ilha de Santiago, por sua vez terá a sua capacidade de produção aumentada, passando dos atuais
15.000 m3/dia, para 22.000 m3/dia, com a entrada em funcionamento de mais três unidades de dessali-
nização (um de 5.000 m3/dia na Planta de Palmarejo e mais duas unidades de 1200 e 800 m3/dia, res-
61
petivamente em Ribeira da Barca e Tarrafal), um investimento de 5,53 milhões de dólares financiados
pelo Fundo do Ambiente/FASA.
Na Boa Vista, uma nova dessalinizadora, para a Zona Norte já foi encomendada (300 m3/dia) e os tra-
balhos de adução já foram adjudicadas (60 mil contos).
Projeções e estimativas elaboradas da Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS), agora con-
firmadas por dados de inquéritos do INE (2019) indicam que o País está na trajetória correta para
alcançar a histórica marca de 100% das casas ligadas à uma rede pública de abastecimento de água,
como nos mostra o quadro a seguir. Os projetos estruturantes em curso (Bairros Periféricos, abran-
gendo 12 bairros da capital – 32 milhões US e Saneamento das Águas Residuais de Santo Antão I Fase,
12 milhões US), colocarão o País em outros patamares.
Ano Abastecimento de água Saneamento
Impacto dos Taxa: Acesso a Impacto dos Projeção: taxa acesso a Rede
projetos Rede pública de projetos pública de Esgoto
Água
2019 69,5 29,1
2020 71,4 0,2 30,5
2021 73,3 31,9
2022 75,1 33,4
2023 7,3% 77,1 2,0% 35,0
Entre 2016 e 2020, foram construídos em todo o País mais de 7.300 metros lineares de redes de
abastecimento de água aos domicílios (dados ANAS).
3,5 milhões de contos foram investidos entre 2016/2019 em trabalhos de construção de redes e de
ligações domiciliares de abastecimento de água.
Saneamento
O Governo tem promovido sistemas de saneamento e meio adequados que respondam ás exigências
do mundo moderno e proporcionem um ambiente sadio e de boa qualidade para os cidadãos, especial-
mente em matéria de gestão de RSU, drenagem das águas pluviais e de proteção de encostas, sistemas
de esgotos e de tratamento de águas residuais entre outras ações.
Como resultado, 31,6% das habitações estão ligadas a uma rede de esgoto nas cidades e também em
algumas zonas rurais e 85,2 % das casas dispõe de instalações sanitárias, um acréscimo de 5,1 % que
em 2016. Foram investidos mais de 200,6 mil contos.
Os projetos de saneamento de Espargos (concluído), dos bairros periféricos da Praia (previsto), de Sal-
-Rei (concluído) e de Santo Antão (previsto), irão impactar positivamente a melhoria do nível de acesso
ao saneamento por parte das famílias cabo-verdianas.
62
Turismo
O turismo é o setor motor da economia de Cabo Verde. Teve um bom desempenho até 2019 em ter-
mos de aumento progressivo do número de turistas, de emprego, receitas para o Estado e de atração
de investimentos privados. Com a pandemia da COVID 19, o setor foi fortemente abalado na hotela-
ria, nos transportes, na restauração e em várias outras atividades devido aos impactos da redução da
procura de produtos agro-alimentares, de entretenimento e lazer e outros.
Em 2019, Cabo Verde posicionava-se na posição 88ª (em 140 países) e 6ª em África. A nível da Áfri-
ca Subsariana, Cabo Verde é o mais competitivo em todos os indicadores (ambiente de negócios,
segurança e proteção, saúde e higiene, recursos humanos e mercado de trabalho, competitividade
e preço, sustentabilidade ambiental, infraestruturas de transportes aéreos e marítimos, infraestru-
turas de serviços truísticos, priorização de viagens e turismo e viagens de negócios), com exceção de
recursos naturais (136ª) e recursos culturais (128ª).
O país deverá continuar a almejar chegar ao top 30 dos países mais competitivos do mundo em maté-
ria de turismo e top 5 em África.
Cabo Verde foi classificado como um dos países mais seguros para turistas visitarem em 2021 (o
mesmo já tinha acontecido em 2020), fazendo parte de uma lista restrita onde pontificam a Gronelân-
dia, Suíça, Eslovénia e Noruega. Cabo Verde é o único país em África classificado com o nível "insignifi-
cante" de risco para a segurança das viagens de turistas.
Cabo Verde registou 819 mil turistas em 2019, um aumento em cerca de 250 mil comparativamente
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a 2015.
O ano 2020 devido à pandemia da COVID 19, provocou uma quebra brusca e forte no número de
turistas, impossibilitando atingir a meta de um milhão de turistas que, a manter a tendência crescente
registada até 2019, seria atingida e ultrapassada.
De 2016 a 2020, foram aprovados pela CVTI projetos de investimentos no setor do turismo no valor
total de 1,5 mil milhões de euros que terão impacto no crescimento do turismo e do emprego, com
destaque para as ilhas do Maio, Santiago e S. Vicente que aparecerem claramente como novos desti-
nos de investimentos.
64
e que tem como objetivo a qualificação de localidades no meio rural com características orográficas,
naturais e paisagísticas singulares e consequentemente com potencial turístico.
Foi criado o Programa de Fomento do Turismo Interno que consiste na melhor articulação entre os
diferentes players do setor turístico tendo em vista redução de preços de pacotes turísticos inter ilhas
e atribuição de vouchers para estimular o consum
Os programas de valorização das aldeias rurais, de fomento do turismo interno, de turismo de habita-
ção e turismo de saudade (dirigido à diáspora) estão inseridos na estratégia do governo de diversifi-
cação e maximização do impacto do turismo na cadeia do valor do turismo, assim como na promoção
e melhoria da Marca CABO VERDE, bem como na sustentabilidade do setor, enquadrados na Agenda
2030.
O terminal de Cruzeiros em Mindelo, em fase de adjudicação, irá ter um papel impulsionados do seg-
mento de turismo de cruzeiro.
O Mindelo Floating Music Hub, em fase de conclusão, irá ter um impacto muito positivo sobre o
turismo de eventos em S. Vicente e colocar a ilha no cartaz internacional de eventos e de arquitetura,
tendo sido distinguido pela CNN Style como um dos “edifícios transformadores” para “moldar o mundo
em 2021.
De 2017 a 2019, vários eventos internacionais foram realizados na Praia, no Sal e em S. Vicente, com
impacto sobre a notoriedade do país, a promoção do turismo e sobre a economia das ilhas. Destaques
para: IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Local; Encontro de Alto Nível da AIR CENTER; Confe-
rência Internacional do Cabo Verde Ocean Week; Simpósio África Endeavor 2018; 1º Fórum Interna-
cional do WASAG; 2º Fórum Africano de Saúde da OMS; 1ª Conferência Ministerial para o Turismo e
Transportes Aéreos em África (Gov CV/ICAO/OMT); Jogos Africanos de Praia - Sal 2019.
Qualificação das cidades e das localidades. A opção de investir fortemente na requalificação urbana
e ambiental, na requalificação das orlas marítimas, na reabilitação, no restauro de património edifica-
do, na reabilitação e sinalização de caminhos vicinais, construção de miradouros, desencravamento
de localidades nas ilhas montanhosas, tem a intencionalidade de tornar as cidades, vilas e aldeias, em
todos os municípios, em lugares qualificados e atrativos para o turismo e para receber investimentos
que dinamizam as economias locais. Para o efeito, duas grandes opções de política foram tomadas pelo
Governo: (1) mudança de opções e de gestão do Fundo do Turismo e do Fundo do Ambiente, mediante
a afetação de 50% dos recursos do Fundo do Turismo para o financiamento de projetos de regenera-
ção, requalificação e reabilitação urbana e ambiental e a afetação de 60% dos recursos do Fundo do
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Ambiente para o financiamento de projetos com impacto positivo no ambiente e saneamento, em am-
bos os casos mediante forte parceria com todos os municípios do país; (2) criação do Programa PRAA
que investe, também em parceria com os municípios, na requalificação de bairros e localidades, reabi-
litação de casas, regeneração de centros históricos, na reabilitação de património histórico, cultural e
religioso, na requalificação de orlas marítimas e no desencravamento de localidades com potencial e
interesse agrícola e turístico, e em projetos especiais em Chã das Caldeiras e Monte Trigo e Tarrafal de
Monte Trigo.
Qualificação dos recursos humanos. O reforço da capacitação dos recursos humanos no setor do tu-
rismo tem sido uma realidade com a massificação da formação profissional, de estágios profissionais
e fomento de empreendedorismo. A criação do regime jurídico para a atribuição de carteiras profis-
sionais a rececionista de hotel, cozinheiro, empregado de mesa e bar, pasteleiro e guia turístico, para
além de valorizar essas profissões, contribui para o aumento da qualidade e produtividade de presta-
ção de serviços de natureza turística. No quadro da proteção COVID 19, foram realizadas ações de
formação e valorização profissional de operacionais de Turismo, com a capacitação de 2.500 profis-
sionais (guias de turismo, taxistas, polícias de fronteiras, profissionais de agências de viagens, colabo-
radores de hotéis e restaurante de entre outros). Um programa emergencial de formação e auto-em-
prego foi lançado dirigido a trabalhadores dos hotéis do Sal e da Boavista que perderam emprego ou
entraram em regime de lay-off devido à pandemia da COVID 19.
Segurança. Para além de afetar parte das receitas do Fundo do Turismo a investimentos na segurança,
particularmente nas ilhas do Sal e da Boavista, o Governo tem privilegiado a melhoria da segurança
urbana nas suas várias vertentes, com destaque para o projeto Cidade Segura (sistema de vídeo vigi-
lância e centra de comando) implementado na Praia, em S. Vicente, no Sal e na Boavista. As diretivas de
investimentos no turismo contemplaram para o período 2017/2021, um milhão e duzentos mil contos
de investimentos na segurança financiados pelo Fundo do Turismo. O reforço de securização das fron-
teiras com a sofisticação do sistema de informação e de tratamento de dados foi realizado.
Saúde. Á semelhança da segurança, foi opção do Governo, investir 698 mil contos (para 2017/2021)
do Fundo do Turismo na Saúde, financiando por exemplo a construção do Centro de saúde de Santa
Maria e do Bloco Cirúrgico na Boavista. Investimentos de cerca de um milhão de contos para equipar
todos os centros de saúde e hospitais do país de melhoria de condições de diagnóstico e prestação de
saúde, em infraestruturas de saúde, em recursos humanos e, mais recentemente, na criação de cen-
tros COVID no Sal e na Boavista, para além de contribuírem para a melhoria de serviços de saúde aos
cabo-verdianos, estão direcionados para posicionar Cabo Verde como um destino turístico seguro do
ponto de vista da saúde e sanitário. Um Programa de Segurança Sanitária, denominado CABO VERDE
TURISMO SEGURO, visando a preparação de estabelecimentos do setor e subsetor do turismo (aero-
portos, portos, taxis, transfers, hotéis, restaurantes, agências de viagens, serviços de excursões, ren-
t-a-car, guias do turismo) foi implementado. Foram abrangidos cerca de 500 estabelecimentos e mais
de 1600 beneficiários. Este programa teve como objetivo último a atribuição de selo de segurança
BIO&SAFE.
66
Governo.
Promoção. A promoção internacional do destino Cabo Verde e das ilhas tem sido desenvolvida em
parceria com a Câmara do Turismo e as Agências de Viagens e deverá ser reforçada com a consignação
de uma parcela maior do fundo do turismo.
Foram elaborados Planos de Ordenamento Turístico (POT) das ZDTI: S. Vicente – elaborados três
POT; Santiago – estão em curso três POT (Alto Mira- Tarrafal; Mangui e Montenegro e Rincão); Sal -
estão em curso 3 POT (Santa Maria, Morrinho e Murdeira).
Planos de Ordenamento das Orlas Costeiras e do Mar: Boa Vista – elaborado e publicado no BO;
Maio – em execução; Santiago e Sal – em processo de concurso.
Foi realizada a revisão do Regime Jurídico de Declaração e Funcionamento das Zonas Turísticas Es-
peciais (ZTE). Foram ainda aprovados dois diplomas, em dez 2019, na decorrência dessa Lei: Direito de
Preferência para Aquisições de Terrenos nas ZDTI e o Regulamento sobre Aprovação e Licenciamento
de Projetos.
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Outras iniciativas no domínio das TIC: (1) Projeto Reinventa Turismo. Programa desenvolvido em
parceria com a Cabo Verde Digital destinado a jovens e startups ligados ao setor do turismo. Concor-
reram mais de 120 empreendedores, houve o envolvimento de 20 mentores, tendo sido premiados
os primeiros de cada uma das áreas, no valor de 800 mil escudos cada (Alojamento e Restauração;
Agências de Viagens, Guias de Turismo e Táxis e; Ofertas turísticas diversificadas). (2) Projeto REMO-
TE WORKING CABO VERDE (Nómadas Digitais). Pretende-se no espaço de três anos, captar 4.000
clientes que passarão a viver em Cabo Verde por longas estadas (6 a 9 meses), de onde passarão a
trabalhar, juntando o trabalho ao lazer e permitindo injetar dinheiro nas economias locais. A opção de
uma instituição americana de referencia se instalar em Cabo Verde (na Praia), a Cambridge Inovation
Center, e desenvolver a atividade Remote Worker, é uma das provas do potencial que o país tem para
posicionar Cabo Verde de forma competitiva no mercado digital mundial.
Foram celebrados acordos bilaterais celebrados com os mercados emissores para a liberalização
dos vistos. Para além dos acordos assinados com a Angola e Brasil, fica a nota de se ter concretiza-
do em 2019 o acordo de facilitação de visto para todos os passaportes, incluindo os ordinários, entre
Cabo Verde e a Rússia, cumprindo assim mais um importante objetivo do governo na diversificação e
procura de novos e mais atrativos mercados emissores de turismo para Cabo Verde.
Foi elaborado um novo Estatuto de Utilidade Turística (EUT), associada a políticas que promovem a
qualidade e oportunidades de negócios para as economias locais (produtos agro-alimentares, gastro-
nomia, artesanato, animação turística, transportes rodoviários). A par do novo EUT, um conjunto de
medidas têm sido tomadas para aumentar a penetração dos produtos nacionais no mercado turístico.
É nesse sentido que o Ministério da Agricultura e do Ambiente está a trabalhar e que o Instituto de
Gestão de Qualidade e da Propriedade Intelectual está a ser melhor capacitado para a certificação de
produtos.
Foi criado o Instituto do Turismo, com sede na cidade Santa Maria no Sal. O Instituto do Turismo tem
por missão a regulação e a fiscalização do sector turístico, a implementação de politicas no sector do
turismo, o estudo e analise de tendências nacionais e tendências internacionais no que toca ao sector
do turismo, incluindo postos de informação turística e sinalética, licenciamento das atividades turís-
ticas, a promoção e supervisão interna e externa de Cabo Verde como destino turístico e o apoio ao
investimento no sector do turismo.
Estabelecimento das Regras Básicas da Execução dos Jogos e Apostas de Fortuna ou Azar legalmente
permitidos.
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Economia Marítima
Foi criado o Ministério da Economia Marítima para integrar e impulsionar as políticas públicas no
domínio da economia azul.
Foi criada a Zona Económica Especial Marítima em São Vicente para oferecer um quadro coerente e
consistente de políticas e incentivos para a atração de investimentos privados e parcerias público-pri-
vadas no eco turismo, na atividade portuária, nos transportes marítimos, nas pescas, na aquacultura,
na reparação naval. A nossa ambição é transformar Cabo Verde numa plataforma logística e marítima
de referência em África.
Foi criado o Campus do Mar para dotar Cabo Verde de recursos humanos qualificados nos diversos
domínios da economia azul. Formação técnico e profissional, investigação & desenvolvimento e ensino
superior devidamente articulados. Dotar Cabo Verde de competências para prestar serviços de alto
padrão ligados ao mar.
Pescas
• Criação da Inspeção Geral das Pescas (IGP)8 com autonomia técnica e financeira. É a Autori-
dade Competente para a regulação dos produtos da pesca e da atividade da pesca, com com-
petências em matéria das normas relativas à sanidade, legalidade e qualidade dos produtos da
pesca e da atividade pesqueira.
• Criação do Estatuto do Inspetor das Pescas. Vem criar e definir a carreira do pessoal afeto
à inspeção, estabelecendo princípios, regras e critérios de organização, estruturação e desen-
volvimento da carreira do Inspetor, beneficiando imediatamente cerca de 20 inspetores que já
desempenham funções na IGP. O Estatuto do Inspetor possibilita mais possibilidades de forma-
69
ção e capacitação, mais poderes de intervenção do inspetor e isso reflete-se diretamente no
desempenho da Instituição, beneficiando assim o setor da pesca e a preservação dos recursos
marinhos.
• Aprovação da Lei de Bases da Pesca, Plano de Gestão dos Recursos da Pesca e Lei de Aquacul-
tura. Foi desenvolvido um quadro legal claro e adequado para a gestão das pescarias, de modo
a responder à evolução do setor, às novas tecnologias, à investigação, tendo sido aprovados
diplomas como a Lei de Bases da Pesca, o Plano de Gestão dos Recursos da Pesca, a lei de Aqua-
cultura.
• Obrigatoriedade desembarque de pescado em porto nacional. A legislação pesqueira nacional
criou a obrigatoriedade de desembarque num porto nacional, do pescado das embarcações que
pescam à luz dos acordos de pesca, como é o caso do Acordo com UE. Este dispositivo legal ain-
da contempla a possibilidade de, a pedido dos serviços de pesca competentes de Cabo Verde,
parte da captura ser disponibilizada para abastecer a indústria transformadora e o mercado
interno.
• Lei sobre o mergulho. Está em desenvolvimento legislação sobre mergulho, visando a criação
de um mecanismo de informação e execução do processo de certificação de mergulhadores,
entidades formadoras, de forma a regulamentar essa prática muito comum entre os pescadores
nacionais, visando prevenir acidentes causados pelo uso incorreto de equipamentos de mergu-
lho.
• Sistema de Monitorização, Controlo e Fiscalização. Monitorização e supervisão das ativida-
des da pesca com a utilização e o desenvolvimento de infraestruturas e tecnologias, capacita-
ção de recursos humanos, dotação de meios materiais, atuações coordenadas e articuladas com
os demais intervenientes na fiscalização marítima. Nesse sentido, em 2016 foi celebrado um
contrato para fornecimento de um sistema integrado para controlo e monitorização de navios,
a partir do COSMAR. Este contrato foi renovado em 2019 e em 2020. Paralelamente, mantém-
-se a relação contratual com a empresa francesa CLS – Collecte Localisation Satellites – que,
complementarmente, permite a monitorização de navios na ZEE de CV. Estes investimentos
permitem o contacto em tempo real e oportuno com as frotas pesqueiras e a comunicação com
outras unidades orgânicas de controlo da pesca a nível internacional.
• Graças à intensificação e diversificação das ações de fiscalização nos últimos anos, situações de
prática de pesca por navios estrangeiros não licenciados ou em áreas não autorizadas, anterior-
mente recorrentes, atualmente são menos comuns, ou praticamente inexistentes as situações
de invasão das nossas águas por embarcações estrangeiras.
• Através de ações concertadas com a Guarda Costeira e a Polícia Marítima, mas também com
marinhas internacionais parceiras, foi possível adequar e potenciar as operações de fiscalização
marítimas, terrestres e aéreas, permitindo a deteção e o controlo de irregularidades.
• Em 2020 foram realizadas 998 saídas para fiscalização (mar, terra e ar), realizadas 2.016 abor-
dagens, monitorizados 698 navios, nacionais e estrangeiros e instaurados 154 processos de
contraordenação.
• Formação. Ao longo dos últimos anos têm sido implementadas diferentes ações de formação
visando a atualização dos conhecimentos técnicos, a capacitação e o treinamento para situa-
ções novas. Em 2019 e 2020, respetivamente em São Vicente, para candidatos de barlavento,
70
e em Santiago para candidatos de Sotavento, foram formados 48 inspetores de pesca que se
prevê recrutar para os quadros da IGP em 2021.
• Informatização de certificados de captura. Na busca de melhorias para o sistema nacional de
certificação de capturas, levou-se a cabo a informatização do processo de emissão e validação
de certificados de captura, visando a redução da possibilidade de fraude associada à validação
manual. O objetivo passa por não permitir que no país entrem produtos com origem em países
que não estejam em conformidade com as normas estabelecidas e que não sejam devidamente
acompanhados dos certificados sanitários e certificados de captura. Por outro lado, pretende-
-se que nenhum produto capturado por embarcações nacionais saia do país, sem que seja devi-
damente acompanhado dos certificados de captura emitidos pela IGP.
• Revogação da idade das embarcações de pesca a adquirir, importar ou afretar. Em 2007, com
a aprovação do Decreto-Lei 48/2007, de 31 de dezembro, pretendeu-se disciplinar a entrada de
navios de pesca e sua inscrição no Registo Convencional de navios, definindo, para este efeito,
critérios de obtenção de autorização prévia ao referido registo. Um dos critérios que constava
do referido diploma, era a exigência de as embarcações de pesca a adquirir, importar ou afretar
não poderem ter idade superior a dez anos. Porém, a aferição do estado da condição de uma
embarcação de pesca é feita com base em inspeções seguindo orientações específicas acorda-
das e não leva em conta a idade do navio, mas sim a sua condição. Aliás, existem na indústria
pesqueira inúmeros exemplos de embarcações de pesca com dezenas de anos de idade, porem,
em excelentes condições e baixos índices de poluição. Fazendo da idade de uma embarcação
um mero indicador que deverá ser contextualizado mediante informação disponível. Por outro
lado, atualmente a aquisição ou importação de embarcações de pesca com idade inferior a dez
anos, comporta avultados custos, insuportáveis pela grande maioria dos operadores do setor.
O retorno do investimento aliado aos custos operacionais (licenças, manutenção, mão-de-obra,
seguros, combustível, gelo etc.) supera o tempo de vida útil desse navio.
• Criação da Cooperativa Nacional dos Armadores de Pesca. O Governo, através do Ministério
a Economia Marítima, incentivou e envolveu-se diretamente na criação da Cooperativa Nacio-
nal dos Armadores de Pesca, que vai intervir na atividade piscatória com dois atuneiros pró-
prios, que servirão para reforçar a frota nacional e consequentemente aumentar a capacidade
71
de captura interna.
•
• Apoio às comunidades piscatórias e às atividades marítimas tradicionais
• Investimentos na aquisição de embarcações de pesca artesanal, reparação, reabilitação e equi-
pamento de embarcações, oferta de kits de segurança a bordo, equipamentos de conservação
de pescado e produção e comercialização de gelo.
• Isenção de taxas aos pescadores de botes de boca aberta.
• Realização de diversos investimentos em parceria com as Câmaras Municipais e com as ONG
e Associações de Pescadores:
• Construção do porto de pesca de Tarrafal (SN) para apoio à pesca industrial, semi-industrial e
industrial em parceria com a ENAPOR (obra adjudicada).
• Formação e empreendedorismo. Formação em Pequenos Negócios para vendedores ambulan-
tes de pescado e disponibilização de kit de suporte à atividade (motocicletas e bicicletas equi-
padas com arca frigorifica, fardamento e materiais de higiene e segurança sanitária) em parce-
ria com o IEFP. Formações realizadas sobre artes de pescas, boas praticas de manuseamento
e conservação do pescado, gestão de associações, empreendedorismo e gestão de pequenos
negócios, formação sobre medidas de gestão e pesca INN. Protocolo de Parceria Institucional
para a promoção do emprego jovem no sector da pesca artesanal, com a Citihabitat.
• Criação de plataforma informática para emissão e registo on line de licenças de pesca e de
embarcações. Uma iniciativa que se tornou de necessidade emergente devido às medidas de
confinamento derivadas da proteção COVID 19.
• No âmbito das medidas de proteção COVID 19, foi celebrado um acordo de compensação fi-
nanceira pela isenção de pagamento de taxas de entrada e utilização do espaço do Complexo de
Pesca do Porto da Praia, com a empresa Cabo Verde Ocean.
•
72
• Atração de investimentos, com o projeto norueguês da Nortuna já em execução na localidade
de Flamengos em S. Vicente e que se vai estender por Santo Antão e S. Nicolau. Numa primeira
fase, o projeto cria 400 postos de trabalho diretos e 1.200 indiretos. Para além de exportar e
contribuir para a balança de pagamentos do país, a Nortuna desenvolve parcerias com a UTA,
Universidade Técnica do Atlântico para o desenvolvimento da investigação marítima em Cabo
Verde.
73
zo.
o POGO -Partnership Observation of Global Ocean, que tem como missão liderar a
inovação e desenvolvimento dos componentes cruciais do sistema de observação
dos oceanos, identificar e contribuir para o desenvolvimento de conhecimentos-cha-
ve e capacidades necessárias para alcançar a sua visão.
o GMES & Africa- Global Monitoring for Environment and Security – Africa. O principal
objetivo é a gestão ambiental utilizando a informação de satélite. Projeto em curso.
o CEM-CV - Monitoramento Ecossistémico Costeiro em Cabo Verde. Que tem por ob-
jetivo desenvolver um modelo para um programa de monitoramento de ecossiste-
mas costeiros que atenda às necessidades das partes interessadas ao nível local e
fornecer aos decisores informações valiosas para os processos de tomada de decisão
com base em evidências científicas. Foi realizado o primeiro workshop de co-design e
implementação do projeto. Projeto em curso.
o TRIATLAS, que visa contribuir para uma gestão sustentável das atividades humanas
que afetam os ecossistemas marinhos atlânticos, que é fundamental para manter a
sua saúde, e apoiar a economia azul dos países ribeirinhos.
o PADDLE, Planning in A liquid world with tropicaL StakEs: solutions from an EU-Af-
rica-Brazil perspective. O objetivo do PADDLE é analisar as oportunidades e limites
do Planeamento Espacial Marinho no Atlântico Tropical, para fornecer aos decisores
ferramentas e métodos elaborados a partir de experiências interdisciplinares adap-
tadas a esta temática e a estes estudos de caso.
o AOTTP- programa de marcação de atum tropical no Atlântico, para efeito de avalia-
ção de stock de tunídeos no atlântico.
• Integração na rede nacional de conservação das tartarugas marinhas (TAOLA), que tem como
objetivo a elaboração de propostas de aperfeiçoamento da politica nacional de conservação da
biodiversidade.
• Integração na rede MARCET, que tem por objetivo transferir e difundir a ciência e a tecnologia
de ponta para promover o crescimento e desenvolvimento sustentável do turismo associado a
observação de baleias. Realizada em três regiões do espaço de cooperação territorial (FEDER-
Madeira, Canarias e Açores) e em países terceiros (Senegal Cabo verde), com um orçamento
geral de 1,2 milhões de euros.
• Execução do projeto Investigação e conservação da Biodiversidade Marinha, que visa melhorar
o conhecimento sobre a biodiversidade marinha para uma gestão sustentável de determinadas
espécies.
• Participação ativa do INDP no projeto PREFACE, que visa reunir conhecimentos Europeu
e Africano para combinar recursos de modelagem de escala regional e global, experimentos
de campo e sistemas de observação (reduzir as incertezas no conhecimento sobre o funcio-
namento do clima Tropical Atlântico; melhorar a previsão do clima e quantificar dos impactos
74
das mudanças climáticas na região; melhorar a compreensão dos efeitos cumulativos dos vários
fatores de stress da variabilidade do clima, mudanças climáticas induzidas pelo efeito estufa,
da pesca nos ecossistemas marinhos e serviços dos ecossistemas; avaliar as vulnerabilidades
socioeconômicas e avaliar a resiliência das comunidades piscatórias Africanas do Atlântico às
mudanças dos ecossistemas provocadas pelo clima e os mercados globais).
Foi criado o Promeb no âmbito de um acordo tripartido, entre a FAO, o BAD e o Governo de Cabo Ver-
de, financiado pelo BAD e liderado pela Direção Nacional de Recursos Marinhos.
Reparação naval
A cedência dos antigos estaleiros das ex-oficiais Navais de São Vicente (ONAVE), à Cooperativa Na-
cional dos Armadores de Pesca CNAP, para gestão e exploração, constitui uma medida estruturante
no reforço da capacidade nacional de construção e reparação naval através da APESC (Associação de
Armadores de Pesca). Desta forma, a CNAP vai poder apoiar os armadores de pesca na construção,
manutenção e capacitação das suas embarcações. Acresce ainda que, foi estabelecido recentemente
um contrato com uma empresa internacional alemã para investir 37 milhões de euros nas ex-oficiais
Navais de São Vicente (ONAVE). O investimento deverá de ser realizado, pelo menos em 50%, até fi-
nais de 2021.
Mais de 500 mil contos investidos em 26 faróis, dos quais seis são património histórico: D. Améla e D.
Luís, em S. Vicente; Fontes de Pereira de Melo, em Santo Antão; Barril, em S. Nicolau; Morro Negro, em
Boavista; e D. Maria Pia, em Santiago.
75
Agricultura
Gestão de emergências
O Programa de Governo 2016-2021, em harmonia com a Agenda 2030, no quadro das medidas de
política agrária, privilegia uma agricultura que passa da ótica da subsistência para a empresarialização,
com o desenvolvimento de sistemas produtivos tecnologicamente modernas, rentáveis e ambiental-
mente sustentáveis.
As políticas públicas traçadas e implementadas vão neste sentido, mas é indubitável que foram muito
condicionadas pelo ciclo de três anos consecutivos de seca e mau ano agrícola (2017, 2018 e 2019)
– o pior ciclo de seca dos últimos 37 anos, assim como pelas situação emergencial em Santo Antão
(2016/2017) provocada pela tempestade LIDA, com chuvas muito torrenciais que causaram grandes
estragos na agricultura e nas infraestruturas e equipamentos, sem contar com a situação também
emergencial de Chã das Caldeiras provocada pelas erupções vulcânicas de 2014 e que aguardavam
intervenções.
Diante dos riscos e efeitos decorrentes da situação de seca (baixa na disponibilidade de água, dimi-
nuição da produção e rendimento, com impacto muito negativo na situação alimentar e nutricional) as
prioridades mudaram, para se centrarem na conceção e implementação de programas de mitigação e
de resiliência que ascenderam um total de cerca de 2,5 milhões de contos para assegurar a manuten-
ção da capacidade produtiva na pecuária, a mobilização da água e a gestão da sua escassez, bem como
a promoção do emprego público para as famílias mais afetadas. Apesar de emergenciais, as medidas
implementadas foram concomitantes com a estratégia de promoção de uma agricultura voltada para
o rendimento.
76
Resultados:
• Manutenção da capacidade produtiva da agricultura e pecuária: 32.320 criadores e de 79.744
agricultores abrangidos, através de:
o gestão sustentável da criação animal, viando exercer menor pressão sobre os recur-
sos naturais, essencialmente dos solos, água e pastagens;
77
o construção e reabilitação de 2.849,5 km de estradas, 118 km de caminhos vicinais,
232 km de calcetamentos de estradas e vias de acesso;
o reforço da Ação Social junto das famílias mais afetadas pela seca através do estabele-
cimento de acordos de colaboração com Instituições de solidariedade social, nomea-
damente, a Liga Nazarena de Solidariedade, Cáritas Cabo-verdiana e a Associação
das Igrejas Adventistas do Sétimo Dia, beneficiando 2.162 famílias, sendo que 62%
foram mulheres chefes de família.
• Disponibilidade de alimentos, estabilidade dos preços em contexto de períodos de seca e mau
ano agrícola. A estabilidade dos preços deveu-se sobretudo às medidas de mitigação dos efei-
tos da seca de 2017 a 2020 e às medidas compensatórias da subida do preço do dos cereais no
mercado internacional.
Para além dos investimentos, foram concedidos incentivos no âmbito dos Programas para Mitigação
da Seca:
• Isenção do IVA e de direitos aduaneiros na importação de alimentos, medicamentos, vacinais e
outros produtos para a produção animal.
• Isenção do IVA e de Direitos aduaneiros sobre materiais e equipamentos de rega imposto sobre
o Valor Acrescentado (IVA) e outras mercadorias.
• Bonificação de 20% do preço da ração animal.
• Injeção de 100 mil contos para financiamento do crédito para as atividades ligadas à agricultura
e criação de gado, como a irrigação, a aquisição de alimentos e medicamentos e outras ativida-
des agropecuárias.
78
Os ganhos registados na mitigação dos efeitos de três anos consecutivos de seca, através das medi-
das assertivas e atempadas, tiveram impactos positivos, sobretudo na manutenção da capacidade
produtiva agropecuária, na maior disponibilidade de água e na proteção dos meios de subsistência
das famílias mais afetadas, contribuindo para a estabilidade dos preços dos produtos agropecuários,
no desencravamento de localidades de vocação agrícola e na redução do êxodo rural.
Em 2016, tornou-se prioritário construir respostas aos estragos provocados pela erupção vulcânica
de 2014:
• Cesta básica. Em Abril de 2016, muitas famílias deslocadas devido à erupção vulcânica de 2014,
sem nenhum rendimento, estavam a ser alimentadas através de cestas básicas. O atual Gover-
no de imediato tomou a medida de substituir a cesta básica por um subsídio monetário que os
beneficiários passaram a receber através de contas bancárias individuais, até ao momento em
que começarem a ter rendimento derivado de uma atividade económica.
• Casas de 1995. O processo relacionado com a reabilitação das casas construídas em 1995 teve
que ser revisto. Em meados de 2016, as casas estavam praticamente sem obras e com emprei-
tadas adjudicadas com valores muito elevados. O atual Governo, reabilitou as casas em Achada
Furna e em Monte Grande. Foi concedida a titularidade das casas aos seus ocupantes. As zonas
envolventes das zonas de Monte Grande e de Achada Furna foram requalificadas com arrua-
mentos e criação de espaços verdes.
• Adega. Foi construída e equipada uma Adega provisória no valor de 14.421 contos, permitindo
salvar o processamento de cerca de 150 mil litros de vinho no valor estimado de mais de 80 mil
contos.
• Água e redes técnicas. Execução de furo (FF58) e seu equipamento com bombas e com painel
solares e construção de dois chafarizes, para permitir o acesso à água à população. Solução es-
truturante está em fase de conclusão com a construção de redes de água, de esgoto e de eletri-
cidade.
• Terras. Disponibilização de 14 hectares de terras em Cova Fetal (Montinho) a 30 famílias, cujas
parcelas haviam sido consumidas pelas lavas, para a instalação de novas parcelas agrícolas;
79
• Assentamentos. Foram definidas, em diálogo com a população, zonas para novos assentamen-
tos a infraestruturar e a lotear, que concilie as zonas habitacionais com a proximidade às zonas
de produção em Chã das Caldeiras tendo em conta restrições e condicionantes relacionadas
com riscos e com a preservação e valorização ambiental.
• Revestimento de casas para harmonizar as fachadas com o ambiente foi concebido, planeado
e está em execução.
• Sede do Parque Natural. Construção da sede provisória do Parque Natural do Fogo.
• Educação e saúde. Foi construído e está em curso um complexo educativo (jardim infantil cons-
truído e escola EB em construção) e um serviço de saúde (centro de saúde em construção).
• Desencravamento. Importantes investimentos de desencravamento de localidades foram rea-
lizados, com impacto na circulação de pessoas, de mercadorias e produtos, acesso a locais de
interesse turístico e na proteção civil: (1) estrada Cova Tina / Portela / Bangaeira; (2) estrada
Bangaeira / Piorno; (3) estrada Campanas de Cima / Piorno.
• Planeamento. Foi elaborado um Plano de Desenvolvimento Integrado de Chã das Caldeiras que
cria valor económico e ambiental sustentável, ordena a ocupação e as construções e melhora o
sistema de proteção civil, particularmente em casos de evacuações e gestão de riscos.
• Reserva mundial da Biosfera. Graças ao planeamento, às medidas adotadas e aos investimen-
tos realizados na zona de Chã das Caldeiras, a ilha do Fogo entrou para a rede mundial da re-
serva da biosfera. Uma Zona Económica Especial do Vulcanismo será criada para potencializar
ambientalmente e economicamente o património natural, histórico e humano do Fogo.
As ilhas de Santiago e de Santo Antão, bem como as Ilhas de Fogo e São Nicolau são aquelas em que
o esforço de mobilização de água na agricultura irrigada melhor atestam as opostas do Governo na
diversificação das fontes de mobilização de água.
80
No Fogo o volume de água mobilizado aumentou de 592.930,22 m3 em 2016, para 2.133.283,95 em
2019. Em São Nicolau aumentou de 136.132,00 m3 em 2016, para 2.133.283,95 m3 em 2019.
A melhoria na gestão e a opção na diversificação permitiu que tanto em Santiago como em Santo
Antão e São Nicolau os ganhos líquidos superassem os volumes mobilizados através das grandes
infraestruturas de retenção de água superficial (barragens). Em São Nicolau, os investimentos reali-
zados na melhoria nas estruturas internas da Galeria de Fajã aumentaram o volume e o caudal anuais
de água, enquanto que a barragem de Banca Afurada nunca reteve água. Em Santiago, entre 2016 e
2019, os investimentos em equipamentos e acessórios dos furos novos e existentes produziram em
quatro anos de seca, volumes de água que superam de longe o que foi captado pelo conjunto das cinco
barragens, no mesmo período.
Águas subterrâneas. Mais de 18 milhões de m3 de água subterrânea foram mobilizadas para rega, não
obstante os três anos de seca verificados no país. Os esforços assumidos pelo Governo na Mobilização
e Gestão da Escassez de Água para a agricultura tiveram maior incidência nas ilhas de Santiago, Fogo,
Santo Antão e S. Nicolau.
Cerca de 114 furos foram equipados com painéis fotovoltaicos para a redução dos custos energéticos
na bombagem de água para rega, abrangendo várias ilhas.
Dessalinização. Duas dessalinizadoras de água salobra para irrigação, com parques solares, foram
instaladas em projeto piloto, nas comunidades de Moia-Moia no Concelho de São Domingos e Rª de
Aguada no Concelho de Santa Cruz, produzindo conjuntamente cerca de 104 m3/dia beneficiam mais
de 34 famílias agrícolas. Trata-se de uma opção inteligente para tornar possível a prática da agricultura
irrigada nas áreas costeiras, que hoje se encontram desprovidas de água subterrânea devido aos fenó-
menos das mudanças climáticas e da desertificação.
As condições de financiamento da sua massificação foram já reunidas com o acordo celebrado com o
Governo da Hungria, que viabiliza uma linha de crédito no valor de 3,86 milhões de contos, comple-
tamente destinados à dessalinização de água salobra e reutilização das águas residuais tratadas na
agricultura.
Mais 20 sistemas de dessalinização vão ser instalados para beneficiar as famílias de agricultores das
zonas áridas, especialmente nas ilhas da Boavista, Maio, Santiago, S. Vicente e Sto Antão (Porto Novo).
Instalada também foi uma unidade piloto de tratamento de águas residuais com a tecnologia MBR e
com recurso à energia fotovoltaica (na Praia), tendo ficado demonstrada a viabilidade e segurança sa-
nitária do sistema, portanto a sua aplicabilidade em projetos de maior escala.
Sistemas fotovoltaicos. De 2016 a esta parte, 99 sistemas fotovoltaicos foram instalados, num total
de 114 existentes a nível nacional. Esta aposta contribui tanto para a redução dos custos de produção
e distribuição de água para a rega, como para a diminuição da utilização das energias fósseis, assegu-
rando maior sustentabilidade ao setor.
Governança da água. A par de investimentos criteriosamente selecionados e aplicados na mobilização
de água e na massificação de sistemas de rega inteligentes combinados com a aplicação da energia
81
renovável no seu transporte e distribuição a legislatura fica marcada por uma forte aposta na melhoria
das condições de governança no sector, com destaque para revisão dos estatutos da ANAS, reforçando
o seu papel como regulador técnico (no sector de abastecimento de água e saneamento doméstico e
também, na agricultura), desenvolvimento e aprovação de normas de qualidade de água na rega e na
criação da Empresa de Gestão de Água de Rega – AdR. Esta última que é o resultado de uma profunda
reflexão intersectorial de modo a tornar o sector da economia agrária mais robusta e pujante e com
maior participação no PIB. A AdR está dotada de uma maior versatilidade para realizar os investimen-
tos públicos necessários na construção das infraestruturas de mobilização, transporte e distribuição
de água na agricultura irrigada. Com a criação da AdR ficaram criadas as condições institucionais e
legais para a empresa também passar a fazer a gestão de todos os sistemas de produção, transporte e
distribuição de água na rega mediante um contrato de concessão outorgado pelo Estado.
Em termos de prespectivas, a empresa conta investir nos próximos dois anos e meio uma soma supe-
rior a 3,8 milhões de contos na melhoria das condições de tratamento, transporte e distribuição de
água residual tratada e sua massificação na produção agrícola, investimentos nos sistemas de dessali-
nização de água de salobra a partir de mais de 60 furos em todas as ilhas, dessalinização da água do mar
e sua densificação na produção agrícola, associado com a massificação da rega gota a gota e energias
renováveis.
O Governo promoveu a máxima integração da política agrícola do país com a proteção do ambiente.
Para o efeito, definiu e implementou medidas que permitem mitigar os impactos negativos da ativida-
de agropecuária nos ecossistemas e o reforço da resiliência e adaptação do setor às mudanças climá-
ticas, como sejam:
• Criação do Comité Nacional de Gestão de Pesticidas que integra principais instituições com
responsabilidades diferenciadas e complementares, fazendo com escolha dos pesticidas, a sua
importação, o seu armazenamento e seu uso sejam feitos de forma mais adequada e harmoniosa
com os princípios de preservação do ambiente.
• Promoção da estratégia de luta integrada contra as pragas (ex: contra a lagarta do cartucho
do milho), privilegiando o uso de bio pesticidas e dos agentes biológicos como inimigos naturais
das mesmas, no lugar de produtos mais tóxicos.
• Reflorestação, especialmente nas ilhas de Santiago, Fogo e Sto Antão, utilizando espécies en-
démicas e autóctones (mais adaptadas ao clima e mais resilientes face a riscos de incêndios e
secas), fruteiras e leguminosas associadas a obras hidráulicas de conservação dos solos e da
água. Como resultado, 1.239 hectares de terra foram tratados, com infraestruturas de Conser-
vação de Solos e Águas, e feita a manutenção das florestas numa área de 353 há. A cobertura
vegetal foi melhorada com a fixação de 455.744 plantas fruteiras.
• Implementação de um sistema moderno e eficiente de monitoramento dos recursos hídri-
cos a nível nacional para garantir a sua gestão numa base mais científica e ambientalmente sus-
tentada.
82
• Promoção da estratégia da economia circular da água, mediante a reutilização das águas resi-
duais tratadas na agricultura.
• Utilização das energias limpas na mobilização e distribuição de água para a rega (parques
fotovoltaicos instalados por todo o país), contribuindo para redução de gases de efeito de estu-
fa do setor agrícola.
• Confinamento do gado, através da construção de mais de uma centena de currais, contribuindo
para melhor proteção da biodiversidade e recuperação da cobertura vegetal dos solos.
Foram disponibilizados 95 Pacotes Tecnológicos às famílias agrícolas que vêm contribuindo para
usufruírem de maior e rendimento.
83
Como resultados da investigação /desenvolvimento, destacam-se:
• A pesquisa e obtenção de dados para a elaboração e divulgação do Manual de Rentabilida-
de das produções agropecuárias. Produz informações que auxiliam os agricultores na tomada
de decisão, na escolha de culturas a praticar, na preferência da melhor época de produção, de
modo a aumentar o rendimento e evitar perdas económicas.
• Instalação do laboratório de solos.
• Instalação do Banco de Sementes com 358 acessos /acervos de espécies vegetais, incluindo 11
espécies agrícolas, essencialmente variedades locais de milho e feijões, 52 espécies silvestres,
das quais 13 endémicas e/ou ameaçadas, entre outras espécies.
• Instalação do laboratório de Qualidade e Bromatologia.
• Construção de três bio fábricas para a produção de inimigos naturais de lagarta do cartucho
do milho e muitas outras pragas. Instaladas nas ilhas de Santo Antão, Fogo e Santiago) foram
cofinanciadas pelo Governo e pela FAO.
• Mapeamento de zonas de difusão dos inimigos naturais e de armadilhas contra insetos, nas
ilhas de Santiago, Santo Antão e Maio.
• Introdução de métodos alternativos de controlo integrado de pragas em bananeiras e man-
gueiras.
• Monitorização e controlo da mosca-da-fruta "Bactrocera invades" e da traça-do-tomateiro
"Tuta absoluta,” com recurso a armadilhas com feromonas sexuais.
• Utilização do aplicativo móvel FAMEWS, para recolha de dados e monitorização da “Lagarta-
do cartucho do milho”.
• Produção e teste de Estufa Modelo INIDA - MR2/2020 com uma área 150 m². considerado o
mais adequado às intempéries climáticas do arquipélago, e instaladas nos municípios de Maio,
São Lourenço dos Órgãos e Tarrafal de Santiago para teste e validação.
• Criação de um banco de dados sobre as potencialidades agrícolas dos solos das ilhas de So-
tavento, em parceria com o Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT). Trata-se de uma
ferramenta de ordenamento do território rural e agrícola.
• Inventários exaustivos das plantas utilizadas na medicina tradicional pelas comunidades
locais; comparação com as que constam das listas de plantas já estudadas noutros países com
características fitogeográficas semelhantes a Cabo Verde.
• Continuidade assegurada de testes, avaliação e seleção de novas espécies e variedades hor-
tícolas (beringela, beterraba, repolho, tomate), raízes e tubérculos (batata-doce de polpa ala-
ranjada, polpa roxa e mandioca), frutícolas (abacateiro, ananaseiro, bananeira, carambola, man-
gueira morangueiros, pitanga e pitaya). Importadas e disponibilizadas junto dos agricultores de
330 mil plantas de morangueiro de 6 variedades. Este trabalho tem forte impacto na segurança
alimentar e nutricional e rendimento das famílias.
• Investigação e produção de dados e conhecimentos sobre a biodiversidade promovidas pelo
INIDA no domínio de espécies, aves migratórias, flora e vegetação.
• Em 2019, o INIDA foi honrado/reconhecido a nível internacional com o “Prémio Terras Sem
Sombra” na categoria Salvaguarda da Biodiversidade pelo trabalho realizado neste domínio,
através do Jardim Botânico.
84
A proteção das culturas e do efetivo animal, foi garantida através de campanhas fito e zoo sanitárias:
• Foram tratados 5.184 000 ha de terrenos agrícolas, contra as principais pragas de culturas.
Neste caso destacam-se as campanhas anuais de prevenção e combate a gafanhotos e os avan-
ços no combate à lagarta do cartucho do milho.
• Foram inspecionados nas fronteiras do país (portos e aeroportos) 1.020.600 toneladas de
produtos de origem animal e vegetal, protegendo assim a produção nacional e a saúde pública.
• Com sucesso foi dado o combate à infestação de carrapatos nas ilhas de Santiago (Tarrafal),
Brava e S. Nicolau.
Elaboração de um “Estudo de cadeias de valor referente a cinco produtos (Banana, Papaia, Batata,
Mandioca e derivados de leite).
Formalização de cinco cooperativas de produção agrícola nas ilhas de Santiago (Rª dos Picos, Achada
Igreja, Picos), do Maio (Barreiro, Rª Tambarina), Brava (Campo baixo) e uma associação de produtores
na ilha da Boavista (Rª de Rabil).
Para atingir os objetivos preconizados para a valorização da produção animal e vegetal e tecnologias
de produção, o Ministério da Agricultura e Ambiente realizou investimentos técnicos, científicos e fi-
nanceiros, essencialmente, na introdução de novas variedades hortofrutícolas, organização da cadeia
produtiva e formação sensibilização para os produtores agropecuários.
A nível da pecuária, priorizou-se a criação de espécies de animais de ciclo curto (avicultura intensiva,
suinicultura e cunicultura), contingentação de ruminantes, gestão sustentável de recursos forrageiros
85
e reforço da saúde pública veterinária.
260.000 animais foram assistidos e foram apoiados criadores na construção de 90 currais e estábulo,
apoio na construção/reabilitação de 181 pocilgas; apoio na construção/reabilitação de 114 aviários.
Projetos hidroagrícolas
Principais intervenções para a mobilização ou melhoria da distribuição da água e irrigação:
PORTO NOVO:
86
celas em Lejadinho.
• Instalação de sistema de bombagem com energia fotovoltaica em Ribeira Fria, Ribeira dos Bo-
des, Manuel Lopes, Ribeira da Cruz, Lagedos, Ribeira Brava, Ribeira de Tortolho e reforço dos
sistemas de produção em Martiene, Recantinho, João Bento, Ponte Sul e remodelação comple-
ta do sistema de Chã de Norte.
• Projeto de adução de água de Martiene para Planalto Norte (em curso).
PAÚL:
RIBEIRA GRANDE:
87
• Recuperação de um espelho de captação em Lagoa.
• Aquisição e montagem de 7 eletrobombas e 10 parques fotovoltaicos (Vale da Graça, Lombo
de Santa, Fajã de Maurícia/Caibros, Figueiral, Rib. de Duque, Boca de Coruja, Ribeira da Torre).
• Construção de 1 poço com casa de abrigo em Boca de Garça e adução até o reservatório em
Chã de Piro.
• Aquisição e colocação de tubagem de adução e apoio a agricultores com tubagem de adução.
• Instalação de rega gota–gota em 25 ha de parcelas agrícolas.
• Construção de 7 cisternas comunitários de 14 m3 cada, em Lagoa.
• Recuperação de terrenos agrícolas danificados pelas cheias (Vale da Ribeira Grande e Vale da
Ribeira da Torre).
S. VICENTE:
• Projeto de abastecimento de água para pecuária em Curral de Tortolho e ribeira de Vinha: 4200
m condutas de distribuição de água; Reequipamento de um furo (FV 49) com bomba submer-
sível solar; Instalação de parque solar de 8 kW; 29 currais com água canalizada; 89 criadores
beneficiados com água.
• Projeto de abastecimento de água para pecuária em km6-ribeira de Julião: 3050 m condutas de
distribuição de água; Reequipamento de dois furos (FV 53 e 54) com bomba submersível solar;
Instalação de dois parques solar de 4 kw cada; 29 currais com água canalizada; beneficiários 89
habitantes.
• Projeto de abastecimento de água para pecuária em Norte de Baia: 595 m de tubo de adução e
distribuição de água; reequipamento do furo (FV32) com bomba submersível solar; Instalação
de um parque solar para bombagem de água; construção de um reservatório de 30 m3; canali-
zação de água e melhoramentos diversos no chafariz em Norte Baia; Melhoramentos das con-
dições de higiene e criação animais na pocilga comunitária em Norte de Baia; beneficiários 116
habitantes.
• Reequipamento de furo (FV 37) com bomba submersível solar; instalação de um parque solar
de 4 kw para bombagem de água para rega, na ribeira de Vinha; beneficiários diretos 2 agricul-
tores.
• Reequipamento de furo (FV40) com bomba submersível solar; instalação de parque solar de 4
kw para bombagem de água para rega, no Madeiral, beneficiários 8 agricultores.
S. NICOLAU:
88
nas em Praia Branca.
• Instalação de parcelas com o sistema de rega gota-a-gota em Ribeira Brava (Covoada, Belém,
Queimadas) e Tarrafal (Fragata, Hortelã, Palhal, Cabeçalinho, Praia Branca e Ribeira Prata).
• Reparação de uma pequena parte da galeria de Ribeira de João e adoção de água no Vale da
Ribeira Brava (maior mobilização de água, antes era 50m3/ dia e agora chega a 70m3/ dia. São
50 beneficiários.
• Perfuração na zona de Garçod (Fajã).
• Impermeabilização de 6 reservatórios em Canto Fajã. Permitiu armazenar 4.500 m3 de água
das chuvas, beneficiando aproximadamente 6 ha de terreno e 130 agricultores.
• Reparação de fonte de alimentação do controlador de Barragem subterrânea em Ribeira Prata.
• Equipamento do furo, construção reservatório 150m3 com bombagem solar na zona de Lombo
Caleceria em Praia Branca no Tarrafal (em curso).
• Projeto hidroagrícola, Valorização e utilização eficiente dos recursos naturais no municipio da
Ribeira Brava (Fajã, Queimadas e Canto Fajã). Valor total do projeto 23,4 mil contos, em fase de
concurso.
• Programa de perfurações e operações de manutenção em Ribeira Brava e no Tarrafal (em cur-
so).
BOAVISTA:
MAIO:
89
24.500 m2 parcela agrícola com sistema rega gota-a-gota (em curso).
• Pesquisa hidrogeológica e perfuração em Barreiro, em curso (POSER). O furo deverá ser utili-
zado no desenvolvimento de um projeto de dessalinização de água salobra para a agricultura.
TARRAFAL:
S. MIGUEL:
• Construção da barragem de Principal (280 mil contos- capacidade 600.000m3 agua), incluindo
3,5 km de estradas (207 mil contos).
• Sistema hidroagrícola de adução e distribuição de água a jusante da barragem e até as parcelas
dos agricultores.
• Instalação de um sistema fotovoltaico solar no furo FBE 183 na zona de Ribeireta e rede de
adução e distribuição de água até as parcelas dos agricultores (em curso).
• Conclusão da construção da barragem de Flamengos
STA. CATARINA:
90
S. SALVADOR DO MUNDO:
SANTA CRUZ:
• Implementação de 2 estufa de cultivo protegido (500 e 1000 m2) Achada Belbel beneficiando
5 mulheres.
• Instalação de sistema de bombagem solar em 3 pontos de água e instalação de 2ha com gota-a-
-gota Saltos.
• Instalação de rede de distribuição e gota-a-gota em 17 parcelas e acesso a fatores de produção
beneficiando 39 produtores, Jaracunda.
• Substituição da bomba e equipamento do furo FT 880 com energia fotovoltaico, Ribeira Seca
(em curso).
• Aquisição e instalação de uma motobomba e 450 m de rede alternativo para distribuição da
água de Barragem de Polião.
• Projeto hidroagrícola da Ribeira dos Picos no valor de 63 000 contos (em curso).
• Mobilização da água salobra e a sua dessalinização para agricultura usando energia fotovoltai-
co, Aguada.
• Figueira Gorda: Instalação de 5.926 m de rede e 11 cabeçais de rega.
• Aquisição e instalação de um Motobomba AC60 e reparação de 1500 m da rede de distribuição
91
na Cassunda (Ribeira de Cumba).
• Limpeza de um poço em Achada Colaço e uma em Lagoa Gil.
• Limpeza e cobertura de um poço em Cassunda (Ribeira de Cumba).
• Reabilitação de um reservatório em Várzea Nova (Ribeira dos Picos).
• Reabilitação de 2 diques em Jaracunda/Torril (Ribeira Seca).
RIBEIRA GRANDE:
• Construção de parques fotovoltaicos equiparados aos furos para rega na zona 1 em Alfarroba.
• Equipamento de furo e instalação de parque solar; Construção de um reservatório de 50m3,
instalação de rede de adução e distribuição em João Varela.
• Ensaio de bombagem em 2 furos em João Varela.
• Reabilitação de 1 dique captação em Belém.
• Construção de 2 reservatórios de 25 m3, um em João Varela e um em Belém.
92
• Reabilitação de 3 diques de captação, um em Santana e 2 em Pico Leão.
• Construção de um reservatório de 50 m3, instalação de 4.000 metros de conduta 75 mm e ins-
talação de 5.050 metros de conduta 63mm em Pico Leão.
• Construção de um reservatório de 50m3, Instalação de 1450 metros de conduta com tubo de 75
mm, Instalação de 200 metros de conduta com tubo de 63mm e Instalação de 8 parcelas com
sistema de rega gota-a-gota/2 hectares em Santana.
S. FILIPE:
• Re-perfuração e equipamento Furo de Djeu di Pena em 2018, que contribuiu para mais disponi-
bilidade de agua em cerca de mais 120 m3 dia para a zona Sul.
• Re-equipamento dos furos FF40 e FF44 com bombas em Genebra e em Capela.
• Introdução da agua do FF43 na conduta de elevação da Aguabrava o que veio a permitir o abas-
tecimento da agua de rega de forma regular de Jardim a Fonte Aleixo, sítios onde a situação era
caótica.
• Passagem de gestão da água de rega, primeira e provisoriamente para a Delegação do MAA e
de seguida para empresa Aguabrava (ou seja, repristinação do modelo mais viável), o que trouxe
bastante melhoria na distribuição de água, fazendo com que os agricultores estejam hoje mais
satisfeitos – estão a poder produzir e honrar os seus compromissos de pagamento com a em-
presa.
• Projeto hidroagrícola do Sul do Fogo – na fase final de execução. São cerca de 60 mil contos
em infraestruturas hidráulicas e capacitação, capacitação técnica e promoção dos produtos da
zona e da ilha na lógica do desenvolvimento das cadeias de valor.
• Execução de mais um Furo em Djeu di Pena FF60 a ser equipado no âmbito do projeto de zona
sul.
• Equipamento de furos de Achada Malva, de Monte Tabor e de Santa Cruz com bombas adequa-
das, e rede de adução com ligação dos furos ao reservatório antigo de Santo António. O resulta-
do foi reforço de água de consumo alargado até Atalaia e disponibilização de água de rega para
12 hectares na zona norte.
• Reabilitação e Manutenção de Infraestruturas Hidráulicas de Lomba a Ponta Verde para cons-
trução de uma adutora de 5.453 m de tubo PEAD DN50 PN 10 e rede distribuidora de 1.866 ml
d tubo DN50 PN 16, beneficiando mais 1072 pessoas através de ligação de água domiciliaria às
famílias da parte alta de Ponta Verde.
• No concelho de Santa Catarina do Fogo em 2018 no âmbito PESMA/ANAS foi feito Reabili-
tação e Manutenção de Infraestruturas Hidráulicas, em que foram recuperadas 19 cisternas
familiares.
• No mesmo concelho foi feita a construção da rede de adução de distribuição de água de Monte
Preto que permitiu a ligação de água domiciliária beneficiando mais de 120 pessoas do lugar
de Baluarte.
• Furo em Chã das Caldeiras equipados com bombas solares, rede de adução ao reservatório
existente e Distribuição a três chafarizes (Perto BéBé, Portela e Bangaeira).
• Instalação de novos parques fotovoltaicos em Djeu de Pena e Monte Grito, com capacidade de
93
cerca de 34,8KW cada e na estação de Sebastião Dias (72 KW), o que irá contribuir para redu-
ção do custo de mobilização e elevação da agua para os reservatórios de distribuição.
• Projeto Hidroagrícola - Outra Banda, no âmbito do programa POSER, que contempla equipa-
mento de um furo com bombas solares, construção de um reservatório de 200m3, redes de adu-
ção e distribuição para 10 hectares (fase concursal).
• Projeto hidroagrícola de Fajãzinha, com reequipamento dos furos FF21 e FF2, construção de
reservatório de 150 m3 e rede distribuição para Fajazinha.
BRAVA:
• Adução de água a parcela de agricultores e instalação de 4 perímetros irrigados em Sorno e
Ferreiros.
• Instalação de um sistema fotovoltaico em Lomba Tantum de 19,8 kWp para permitir a bom-
bagem de 150 m3/dia água para abastecimento de 140 domicílios (cerca de 420 moradores)
nas comunidades de Palhal e Lomba Tantum, e água para rega de 15 agricultores no perímetro
agrícola de Palhal.
• Instalação e condicionamento do um sistema fotovoltaico no Sorno de 5,7 kWp e substituição
da Bomba (beneficia a empresa agropecuária Prosorno que emprega 22 chefes de família), per-
mite a bombagem de 32 m3/dia de água para rega de 4 há.
Várias conquistas têm registado nos últimos anos na área da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
Resumem-se a seguir os ganhos a nível da situação alimentar e nutricional da população, assim como
da governança:
• Melhoria dos indicadores de subnutrição em todas as faixas etárias. Ganhos que se traduzem
na diminuição do atraso de crescimento (11% em 2018, quando os dados de 2016 apontavam
para 13,2%), mas também na redução da prevalência da anemia (42% em 2018, quando os da-
dos de 2016 apontavam 53%.
• Maior disponibilidade de alimentos, estabilidade dos preços mesmo em períodos de seca e
mau ano agrícola. A estabilidade dos preços deveu-se sobretudo às medidas de mitigação dos
efeitos da seca de 2017 a 2020 e às medidas compensatórias da subida do preço do dos cereais
no mercado internacional, no contexto da mitigação dos efeitos da pandemia da COVID-19.
• No que concerne à governança, o país já detém de vários instrumentos e órgãos de consulta
política, nomeadamente a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ENSAN -
horizonte 2020), e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) – como
um órgão de natureza consultiva, com a participação de todos, possibilitando assim, uma me-
lhor coordenação, articulação e integração dos diferentes programas sectoriais no quadro da
redução da vulnerabilidade e insegurança alimentar.
• Na esfera legislativa, foi elaborada e aprovada, em 2018, a Lei sobre o Direito Humano a Ali-
94
mentação Adequada, que estabelece as diretrizes da politica, as obrigações do estado em ma-
téria de SAN e institucionalização do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
• Sistema de Informação para a Segurança Alimentar e Nutricional: desde 2017 foi implemen-
tado o sistema nacional de acompanhamento regular e cartografar a situação da vulnerabilida-
de alimentar e nutricional das famílias, permitindo subsídios para tomada de decisões no âmbi-
to das politicas publicas SAN.
• Implementação da metodologia para a avaliação de sistemas alimentares territoriais. Tem
como objetivo aumentar a sensibilização e discutir a importância de abordagens territoriais in-
clusivas, de modo a promover sistemas alimentares sustentáveis e dietas saudáveis, valorizan-
do os saberes locais.
Ambiente
Houve um ganho substancial na gestão ambiental do país. Vários são os marcos que têm mostrado
este ganho e que nos dá confiança de que estamos a ser assertivos nas ações de preservação e conser-
vação do ambiente.
· Em 2018 a ilha de Santa Luzia recebeu um prémio internacional atribuída pela SMILO (Or-
95
ganização Internacional para Pequenas Ilhas) na categoria de sustentabilidade na gestão da
paisagem e da biodiversidade.
· Em 2019, o Parque Natural da Cova/Paul/Ribeira da Torre, em Santo Antão, recebeu o pré-
mio internacional Melina Mercouri, atribuída pela UNESCO, pelo seu valor cultural e natural
e inter-relações entre os elementos do meio físico natural com a engenhosidade do homem que
forjou a paisagem desta área protegida.
· Ainda em 2019, o Jardim Botânico de S. Jorge foi distinguido com o prémio internacional
“Terras Sem Sombra” na categoria de Salvaguarda da Biodiversidade.
· Em 2020, as ilhas do Maio e Fogo foram classificadas como Reservas Mundiais da Biosfera da
UNESCO.
Pela primeira vez em Cabo Verde, um processo de criação de uma área protegida é concretizado a
partir de uma iniciativa da sociedade civil, o que demonstra a maturidade que as organizações da so-
ciedade civil de cariz ambiental atingiram. Trata-se da proposta de criação do Parque Natural da Baia
de Inferno e Monte Angra.
Várias medidas que permitem o alinhamento com as melhores práticas europeias aplicáveis em Cabo
Verde foram adotadas, como sejam, a revisão de várias legislações nacionais sobre o ambiente incluin-
do a Avaliação de Impacte Ambiental; a exploração de massas minerais (em curso); a conservação de
espécies ameaçadas; a comercialização de espécies em perigo de extinção; a observação de espécies
como atividade turística, com destaque para os cetáceos, regime especial de proteção e conservação
de tartarugas marinhas.
Destaque a proposta do regime jurídico de Avaliação Ambiental Estratégica que será aplicado a pro-
gramas e planos garantindo assim a introdução de considerações ambientais nos instrumentos macros
de planeamento, documento que está em fase de análise.
Destaque ainda para o estudo em curso para elaboração de uma nova legislação sobre a utilização
plásticos em Cabo Verde, nomeadamente plásticos de uso único, e a Estratégia Nacional de Exploração
de Inertes, ambos em fase de elaboração.
Estas medidas, além, de promover os alinhamentos necessários com os princípios e acordos interna-
cionais permitiram também fazer Convergência Normativa com a União Europeia nas áreas onde fo-
ram feitas as revisões legislativas.
96
Cumprimento das convenções internacionais ratificadas pelo país em matéria do ambiente
Uma grande dinâmica foi introduzida no cumprimento das convenções internacionais em matéria do
ambiente, começando desde logo por atualizar todos os relatórios que estavam atrasados, com es-
pecial destaque para a Convenção de Basileia onde o país já se encontrava inscrito na lista de países
incumpridores. Destaque para:
• Saída de Cabo Verde da lista dos países em incumprimento da Convenção de Basileia com a
submissão e implementação do Plano de Cumprimento Voluntário da Convenção de Basileia.
• Regularização das dívidas acumuladas pelo Estado em relação às quotas devidas às Conven-
ções em matéria do ambiente (algumas delas devidas desde 2012).
• Finalização e submissão do Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo
ao Secretariado da Convenção.
• Avaliação inicial de Mercúrio no âmbito da Convenção de Minamata sobre o mercúrio e início
do processo de adesão à Convenção. Está em fase de análise a possibilidade de Cabo Verde ra-
tificar esta Convenção.
• Apresentação e submissão da 3.ª Comunicação Nacional sobre Mudanças Climáticas ao se-
cretariado da Convenção Quadro das Mudanças Climáticas.
• Apresentação e submissão do 5.º e 6.º Relatório sobre o estado da Biodiversidade ao secreta-
riado da Convenção da Diversidade Biológica.
• Ratificação do Acordo de Paris (2018).
• Ratificação da Emenda de Kigali (2020).
• Atualização da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinadas) e sua submissão ao Secre-
tariado da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, UNFCCC
(2021).
• Em curso a elaboração de uma legislação nacional sobre o Comércio de Espécies de Flora e
Fauna Ameaçadas (Convenção CITES).
• Proposta de ratificação da Emenda de Doah no âmbito do Protocolo de Kyoto.
• Proposta de ratificação do Protocolo de Nagoya sobre o acesso a recursos genéticos e repar-
tição de benefícios decorrentes da sua utilização no âmbito da Convenção sobre Diversidade
Biológica.
Os casos mais notórios de responsabilidade partilhada são da sociedade civil, onde as ONGs am-
bientais se tornaram mais robustas, mais participativas na proteção ambiental e na produção de co-
nhecimentos. Com isto se conseguiu uma maior eficiência na proteção com redução de custos opera-
cionais e ganhos em termos de escala. Um dos grandes exemplos é a proteção das tartarugas marinhas
que mostram claramente o efeito positivo da responsabilidade partilhada na proteção do ambiente
97
entre a administração pública e a sociedade civil.
Existe uma tendência crescente para a economia do consumo de água e energia nas instituições e em-
presas e um aumento notório do uso de energias renováveis quer individualmente quer nas empresas
e instituições públicas e privadas.
Prevenir para fenómenos naturais que potencialmente podem trazer novos desafios ambientais, de-
signadamente os que resultam das mudanças climáticas e do vulcanismo
As mudanças climáticas são uma ameaça real para Cabo Verde, um dos países mais vulneráveis aos
impactos deste fenómeno. A sua exposição a eventos extremos, como chuvas intensas e irregulares,
cheias, secas, fortes ondulações, avanço do mar e erosão costeira, associadas as características natu-
rais, nomeadamente, à sua localização geográfica única, à reduzida dimensão e insularidade agravam
a suas vulnerabilidades e tendem a enfraquecer a capacidade de alcançar o desenvolvimento susten-
tável.
Cabo Verde um país com uma das mais baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE) per capita do
mundo (0,99 t CO2eq/habitante em 2010) e uma pegada de carbono comparativamente baixa, insig-
nificante na participação global, reafirmou seu compromisso com o Acordo de Paris.
Em resposta ao apelo feito pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas,
para que os países atualizem os seus NDCs a cada 5 anos, procedeu-se a atualização da Contribuição
Nacionalmente Determinada (NDC), com metas realistas e compromissos que nortearão a política e a
ação climática cabo verdiana nos próximos anos.
98
Revisão da legislação e procedimentos inerentes à disponibilização dos recursos do Fundo do Am-
biente tendo em conta maior transparência e equidade na gestão, assim como sua municipalização
Hoje, o Fundo do Ambiente constitui um instrumento sólido de política ambiental que integra o sis-
tema de financiamento dos investimentos no domínio do ambiente.
Para tornar o financiamento de projetos através do Fundo do Ambiente mais justa, equitativa e simpli-
ficada, facilitando, assim, o financiamento de projetos ambientais, foram instituídas Diretivas de Inves-
timento para o Ambiente a partir das quais se faz o planeamento e a afetação plurianual dos recursos
para projetos de natureza municipal (60%), da administração central e de empresas e organizações da
sociedade civil.
O Fundo do Ambiente, de 2016 a 2020, disponibilizou aos municípios cerca de 1,7 milhões de contos,
à administração central cerca de 868 mil contos e cerca de 71,3 mil contos às OSC e empresas para
financiamento de projetos com impacto na melhoria da qualidade ambiental das cidades e das locali-
dades.
O Governo para garantir a integração da política agrícola com a proteção do ambiente criou um Comi-
té Nacional de Gestão de Pesticidas, integrou a componente de resiliência nos programas e projetos
do setor agrícola, adotou medidas de gestão de água para rega promovendo a sua poupança e consumo
eficiente, utilização da energia solar para a captação e bombagem de água para rega, contribuindo para
redução de gases de efeito de estufa do setor agrícola, promoveu o uso de águas residuais tratadas na
agricultura (mais de 9 milhões de m3/dia irão objeto de reutilização, através projetos financiados pela
linha de crédito contratualizada com a Hungria), promoveu a redução do efetivo pecuário e a massifi-
cação de projetos de confinamento de gado.
A articulação entre o Turismo e o Ambiente foram efetivamente reforçadas através de uma gestão
partilhada Projeto BioTur que tem como um dos objetivos integrar a proteção da biodiversidade no
setor de turismo para garantir a sustentabilidade da atividade turística em Cabo Verde.
99
Preservar a biodiversidade e o seu valor em termos de flora, fauna, genes e ecossistemas disponíveis
Cabo Verde é considerado, hoje, o segundo ponto mais importante da desova de tartarugas mari-
nhas no mundo (passamos de um registo de 10.725 ninhos em 2015 para 198.787 ninhos em 2020).
A aprovação da nova legislação que protege as tartarugas marinhas em Cabo Verde, com a criminaliza-
ção da captura, posse, consumo do todo ou de qualquer parte de tartaruga marinha, tem contribuído,
junto com as ações das ONGs ambientais para uma melhor conservação desta emblemática espécie.
Esta medida traduziu-se numa redução significativa na taxa de captura das tartarugas em todo o ter-
ritório nacional, fruto da aplicação da legislação, mas, também, do financiamento contínuo das campa-
nhas de monitorização das tartarugas em todo o território nacional e de um meritório trabalho técnico
e científico das ONGs ambientais. Em 2015 a taxa de captura foi de 8,25%; em 2016 de 6,81%; em
2017 de 6,64%, em 2018 de 1,19%, em 2019 de 2,08% e em 2020 foi de 1,54%. Ainda, associado às
campanhas de proteção das tartarugas marinhas e das praias, foram vigiadas anualmente mais de 180
km de praia em todo o território nacional acompanhadas de campanhas de limpeza nas praias e ações
de sensibilização e prevenção de lixo nas praias e no mar.
Destaque ainda para a repristinação do limite da Reserva Natural de Ponta Sinó como medida de
salvaguarda de importantes ecossistemas desta Reserva (o limite desta reserva foi alterado em 2015
perdendo cerca de 27 ha, que seriam logo a seguir loteados e transacionados sem nenhuma transparên-
cia); o reforço das medidas integradas de gestão do Parque Natural do Fogo (Resolução n.º 13/2017); a
declaração das ilhas do Fogo e do Maio como Reservas Mundiais da Biosfera da UNESCO e o primeiro
Plano Nacional de Gestão das Aves Marinhas de Cabo Verde em fase final a elaboração, uma riqueza
pouco conhecida no contexto nacional.
Promover modelos institucionais adequados para a gestão das áreas protegidas, tendo em conta a
sustentabilidade e o princípio de subsidiariedade
Foi implementada uma nova abordagem de gestão centralizada a partir das Delegações do MAA com
redução imediata dos custos operacionais como rendas, combustíveis, eletricidade e água, entre ou-
tros. Esta poupança permitiu investir em cada área protegida entre 3 e 5 mil contos anuais em reflores-
tação, sinalização, trilhos e formação.
Apesar destes ganhos estamos cientes de que será necessário um estudo completo sobre a sustenta-
bilidade financeira da rede nacional de áreas protegidas e do modelo de gestão das áreas protegidas,
100
tendo em conta o contexto nacional. A pandemia da COVID-19 atrasou este estudo estando agora em
fase de análise os modelos apresentados pela consultoria. Por outro lado, estamos cientes que qual-
quer que seja o modelo escolhido o princípio da cogestão deverá sempre fazer parte. Nesta perspetiva
temos em análise a proposta de cogestão das áreas protegidas da ilha do Sal feita pela Blue Finance.
A Blue Finance é uma ONG internacional com prestígio e resultados concretos em cogestão de áreas
protegidas marinhas.
Alargar a rede nacional de áreas protegidas, elaborar e implementar os respetivos planos de gestão
O Governo aprovou o Plano de Gestão das 7 áreas protegidas da ilha do Maio (outubro 2020). Está
em curso estudos para operacionalização de mais 7 áreas protegidas (Santiago: Serra Pico d’Antónia;
Boavista: Reserva Natural Morro de Areia, Monumento Natural Ilhéu de Sal-Rei, Reserva Natural Boa
Esperança e Reserva Natural Ponta de Sol; Sal: Reserva Natural da Baía de Murdeira e Reserva Natural
Rabo de Junco.
Está em curso a atualização da lista vermelha de espécies de flora e fauna de Cabo Verde, sendo que
para a flora endémica, répteis e aves a atualização já está concluída.
Desde 2018 que está a decorrer o primeiro estudo generalizado sobre aves marinhas com envol-
vimento de associações, ONGs, universidades e instituições públicas, coordenado pela DNA e Bir-
dLife Internacional. O estudo envolve o conhecimento da biologia destas aves, locais de nidificação
e alimentação, tipo de alimentação, as principais ameaças no mar e em terra, etc. Envolve, também, a
disseminação de conhecimento através de formação, campanhas de informação e sensibilização nos
meios de comunicação social, nas redes sociais, nas comunidades e escolas.
Foram e estão a ser desenvolvidos vários estudos científicos através de investigadores nacionais e
internacionais sobre a fauna e flora cabo-verdiana abarcando cetáceos, répteis terrestres, aves mi-
gratórias, plantas endémicas entre outros.
Os ganhos desta nova dinâmica são notórios. De 2017 a 2019, passamos a conhecer mais 617 espécies
da fauna marinha e mais 73 espécies da fauna terrestre.
Para apoiar toda esta dinâmica, foi aplicado um novo modelo de autorização para investigação científi-
ca, mais eficaz e que garanta a soberania nacional em matéria de investigação neste domínio.
Está em desenvolvimento uma plataforma digital com incorporação de uma base de dados sobre a
Biodiversidade de Cabo Verde que permitirá a todos acessos a informações atualizadas sobre a biodi-
versidade bem como a submissão online dos pedidos de autorização. A base de dados será de consulta
pública e ligada e bases de dados internacionais de maior relevância, como por exemplo, a GBIF Global
Biodiversity Information Facility.
101
Melhorar as práticas de gestão da pecuária de ruminantes e da lavoura de modo a diminuir a perda
respetiva de metano e de carbono orgânico
Esta medida é implementada, essencialmente, através da estratégia de uma pecuária em que a criação
é feita em regime de confinamento de animais. Mais de uma centena de currais foram construídos nes-
te âmbito, abrangendo sobretudo as ilhas, onde a atividade pecuária é mais expressiva e os recursos
forrageiros se encontram mais degradados.
Foram criadas ferramentas de sustentabilidade para alojamentos turísticos e elaborada um estudo so-
bre as necessidades de capacitação a nível do ensino superior para criação de condições favoráveis à
implementação de turismo sustentável em Cabo Verde. A investigação científica para a agricultura é
promovida, essencialmente, pela DGASP e INIDA, podendo destacar neste quesito a elaboração do
Plano Estratégico do Sistema Nacional de Investigação Agropecuária.
Os programas de CSA foram sobretudo desenvolvidos pela DGASP e pela ANAS (construção de di-
ques, banquetas, arretos, plantação de árvores; mobilização de água através de furos, construção de
reservatórios, reabilitação e substituição de tubagens, etc).
Destaque para 3 setores principais: a economia azul, o turismo e a exploração de pedreiras como os
principais setores económicos impulsionados com políticas de sustentabilidade ambiental. A nova le-
gislação sobre Avaliação de Impacte Ambiental melhora a harmonia entre o desenvolvimento econó-
mico e a sustentabilidade ambiental.
102
Indústria
O relatório de competitividade industrial (CIP sigla em inglês), edição de 2020, que avalia a com-
petitividade industrial dos países relativo ao ano 2018, indica que Cabo Verde subiu 3 posições no
ranking mundial de competitividade industrial.
Foi atualizado o Sistema IGRP – Licenciamento Industrial, tornando mais eficiente os processos de
registo no cadastro e de autorização da importação industrial. Hoje os operadores económicos podem
acompanhar o processo online.
Revisto e a atualizado o diploma que criou o Centro Internacional de Negócios (CIN), introduzindo
uma nova dinâmica no processo de promoção de exportações, em que se enquadra o conceito de Zona
103
Industrial e Logística, abrindo assim a possibilidade de instalação de empresas de prestação de servi-
ços onde existem inúmeras oportunidades de investimentos e de exportação.
O escritório do GO- CIN operacionalizou-se em abril de 2019, com a tomada de posse dos membros
do conselho da administração.
Com a atualização da lei do CIN, automaticamente as antigas empresas francas transitaram para o
CIN. São elas: AFROPANTS, APOUTADA, ANTULO, ICCO, FRESCOMAR, VERDEVEST.
No final de dezembro de 2020 mais três empresas registaram-se no CIN: Nortuna, Hygienus, Portoil.
Desenvolvido um conjunto de atividades com vista a edificar e alinhar os serviços dos três pilares da
infraestrutura da qualidade (Normalização, Metrologia e Avaliação da Conformidade) às necessidades
e prioridades nacionais, nomeadamente:
· NORMALIZAÇÃO
· Metrologia
Estabelecimento do quadro legal para o controlo metrológico legal nas áreas essenciais da eco-
nomia.
104
· Avaliação da Conformidade
Previsão em 2021 das primeiras certificações de produtos e serviços (qualidade dos serviços
prestados pelos pequenos alojamentos turísticos; do queijo nacional, de entre outros)
105
• Registadas duas Dominações de Origem protegida (DOP) em Cabo Verde do Vinho do Fogo,
sendo uma “DOP Vinho do Fogo” e a outra “DOP Vinho de Chã das Caldeiras”.
Assinatura entre a Cabo Verde Trade Invest e a USAID/ West Africa trade and Investmet de uma
carta de colaboração com o objetivo de estabelecer uma estrutura de cooperação entre o TRADE
HUB e a (ATRC) para disponibilização de serviços de aconselhamento a empresas cabo-verdianas de
modo a que estas aumentem a sua competitividade, o comércio regional e as exportações globais de
valor acrescentado, particularmente para os Estados Unidos.
Registo de 13 empresas que exportaram para os EUA, contudo em regime comum. O objetivo é tra-
balhar e criar as condições que permitam passar essas exportações em regime comum para o regime
AGOA.
106
Saúde
O Ministério da Saúde investiu fortemente nos últimos anos, tendo abrangido todas as ilhas e todos
os Concelhos, com destaque para:
107
• Construção do Posto Sanitário da Palmeira (por iniciar; financiamento garantido) – Sal.
• Adaptação e equipamento de 3 Unidades de Cuidados Intermediários nas ilhas do Sal e da Boa-
vista.
• Construção e Equipamento da Lavandaria do HAN – Praia.
• Instalação de incineradoras do HAN – Praia.
• Reabilitação e equipamento do Serviço de Imagiologia do HAN – Praia.
• Reabilitação e equipamento do Banco de Urgência do HAN – Praia.
• Reabilitação do Hospital da Trindade (por iniciar; financiamento garantido) – Praia.
• Construção Laboratório de Saúde Pública/INSP (por iniciar; financiamento garantido) – Praia.
• Ampliação do Centro de Saúde de Sta Cruz.
• Construção e equipamento do Centro de Saúde de S. Lourenço dos Órgãos.
• Construção e equipamento do Posto Sanitário de Cancelo - Sta Cruz.
• Construção e equipamento do Centro de Saúde da Assomada.
• Centro de Saúde de Achada Monte (por iniciar; financiamento garantido) – S. Miguel.
Equipamentos médico-hospitalares:
No âmbito da Covid-19 adquiriu-se também uma grande gama de equipamentos, mais de 350 mil
contos financiados pelo orçamento do Estado e pelo Banco Mundial, para o reforço dos Laboratórios
de Virologia e para os Hospitais e Centros de Saúde, com o objetivo de dar respostas aos problemas de
saúde causados pela pandemia.
A luta contra vetores e a proximidade dos cuidados de saúde à população exige deslocações aos po-
voados, o que requer a aquisição de veículos, sem os quais essas atividades ficam comprometidas. O
MSSS vai continuar gradualmente a investir em veículos para melhorar a capacidade de resposta dos
diversos serviços nos diversos níveis.
108
• Aquisição de Equipamentos de Imagiologia - TAC, mamógrafo digital, radiógrafo portátil.
• Instalação de portas automáticas e elevador de emergência.
• Instalação de uma Unidade de Gastroenterologia com todos os equipamentos necessários.
• Aquisição de equipamentos médicos para os serviços.
• Aquisição de outros equipamentos: Intensificador de imagem, motor cirúrgico, monitor cirúrgi-
co, macas, camas articuladas, equipamentos para Bando de Leite Humano, Oftalmologia.
109
formação dos profissionais de saúde).
• Em construção o Centro de Terapia Ocupacional de Ribeira da Vinha.
O número de médicos aumentou de 338 em 2017 para 367 em 2020, passando o rácio médico por
100.000 habitantes, de 6,29 para 6,67.
O número de enfermeiros aumentou de 754 em 2017 para 868 em 2020, passando o rácio enfermeiro
por 100.000 habitantes, de 14,02 para 15,77.
Categoria N.º N.º Rá- Rá- N.º Rá- N.º N.º Rá-
N.ºEfeti- N.º Po- N.º Po-
Efeti- Popula- cio/10.000 cio/10.000 Efeti- cio/10,000 Efeti- Popu- cio/10,000
vos pulação pulação
vos ção hab. hab. vos hab vos lação hab
Médicos 338 6,29 368 6,76 380 6,9 367 6,67
Enfermei- 537 544 550
754 14,02 770 14,15 764 550 483 13,88 868 15,77
ros 661 081 483
Técnicos 321 5,97 337 6,19 334 6,07 364 6,61
Foi revista a Carreira médica para acautelar os médicos do sistema de saúde em situação de licença
ou comissão de serviço que regressam com curso de especialidade que sejam reenquadrados como
especialistas no sistema.
Foram transitados enfermeiros que completaram curso de licenciatura para a nova carreira de enfer-
magem.
Foi firmado parcerias com universidades e nacionais para disponibilização de vagas para especialida-
des médicas de enfermagem e de técnicos de saúde.
Foram adotadas medidas para a uniformização dos procedimentos de formação contínua por forma
a clarificar e sistematizar as condições de acesso e proporcionar uma maior adequação das necessida-
des de formação, tendo em atenção os recursos exigentes.
110
O programa já foi elaborado em parceria com a ordem dos médicos, com a associação nacional de me-
dicina geral e familiar de Portugal não tendo sido ainda implementado devido aos condicionalismos
impostos pela pandemia.
Foi estabelecido um acordo de cooperação com o Ministério de Saúde de Portugal, para a implementa-
ção da formação em Medicina Geral e Familiar em exercício para médicos cabo-verdianos.
Neste sentido foi criado um grupo de trabalho multidisciplinar, elementos do MSSS, Ordem dos Mé-
dicos de Cabo Verde, Ordem dos Médicos de Portugal e Associação Portuguesa de Medicina Geral e
Familiar, para trabalhar os documentos necessários para a implementação desta ação de formação.
Para a concretização desta ação de formação e futuras formações para especialização médica, foi cria-
do o Decreto-Lei nº48/2019 que define o regime jurídico da formação médica pós-graduada e regula
os princípios gerais a que deve obedecer o respetivo processo.
O Plano do curso já foi elaborado e obteve o parecer favorável da Ordem dos Médicos de Portugal.
Falta a indicação dos tutores pela parte portuguesa, para que a formação seja implementada.
Devido a situação pandémica provocada pelo COVID-19, o processo está pendente aguardando res-
posta da parte portuguesa.
Em 2016, o HAN tinha uma dívida de 402 mil contos o que causava enormes constrangimentos no
funcionamento do hospital. Foi feito um grande esforço de regularização, restando desse valor o mon-
tante de 197 mil contos por pagar. Não houve acumulação de novas dívidas depois de 2016.
Em 2016, o HBS tinha uma dívida de 80 mil contos. Falta pagar apenas 7, 5 mil contos.
O orçamento do Ministério da Saúde tem crescido, oscilando o seu peso entre os 8,7 e 10.1% em rela-
ção ao orçamento do Estado e tendo aumentado em cerca de 2 milhões de contos no período de 2016
a 2021.
111
Rever a política de taxas moderadoras de modo a garantir, por um lado que os grupos-alvo e vulne-
ráveis sejam isentos
Foi implementada a medida de isenção de taxa moderadora aplicável a crianças até aos 5 anos, às
grávidas no âmbito do atendimento pré-natal, aos utentes com grau de incapacidade igual ou superior
a 60%, aos portadores de deficiência física ou motora, aos utentes em situação de insuficiência econó-
mica comprovada, aos doadores de sangue, bombeiros voluntários, reclusos, militares ou ex-militares
das Forças Armadas que se encontram incapacitados de forma permanente e aos combatentes da li-
berdade da pátria.
Na prática, a medida revelou-se muito acertada, pois, efetivamente, há ganhos de eficiência, padroni-
zação das respostas e das práticas instituídas, bem como racionalização na utilização dos recursos pú-
blicos. A ERIS tem funcionado com respostas muito positivas tanto nas atividades programadas a nível
dos planos de atividades anuais, como na rápida adaptação ao contexto da pandemia da COVID-19
para dar as respostas necessárias e articuladas ao seu combate.
Os programas de saúde pública da DNS trabalham, em articulação com o INSP e outros parceiros nas
atividades de promoção da saúde. Várias atividades foram realizadas.
Vacinação
Introdução de 3 novas vacinas no calendário vacinal de rotina: pólio inativada, febre amarela e HPV.
A vacina contra HPV já está em Cabo Verde. O Plano de vacinação será implementado a partir de Abril
de 2021.
A partir de dezembro de 2017, foram disponibilizados testes para rastrear VIH e Sífilis simultanea-
112
mente na gravidez, permitindo melhorar a taxa de cobertura de rastreio de sífilis na gravidez de cerca
de 60% para cerca de 97%.
Paludismo
Três anos sem casos autóctones, desde 2018, sendo um dos critérios para a certificação da eliminação
do paludismo como problema de saúde pública em Cabo Verde.
VIH/SIDA
O país adotou a estratégia de diagnosticar e tratar todos independentemente de critérios de Cd4; hou-
ve melhoria da oferta em termos de medicamentos antirretrovirais com a adoção de novos fármacos e
a disponibilização de condições para a realização de exames complementares para seguimento e ava-
liação das pessoas que vivem com VIH.
Foi realizado o III Inquérito sobre a saúde sexual e reprodutiva que revela melhoria de todos os indi-
cadores relativos ao HIV/SIDA com diminuição da prevalência da infeção na população em geral que
passou de 0,8 para 0,6, redução da taxa de transmissão vertical do VIH situando-se abaixo de 0,1%.
Foi criado o Comité Nacional de Validação para preparar o processo de certificação da eliminação da
transmissão da transmissão materno-infantil de VIH e da sífilis congénita.
Em 2017, procedeu-se à atualização dos esquemas terapêuticos para as pessoas que vivem com VIH,
tornando o tratamento mais cómodo, mais seguro e mais eficiente (introdução de antirretrovirais mais
potentes e também mais baratos de adquirir, o que permitiu poupanças para a aquisição de tecnologia
para alargar o acesso à carga viral e ao CD4 no país).
Em 2018, melhoria do acesso às condições para seguimento laboratorial das pessoas que vivem com
VIH, com a aquisição de equipamentos que permitem determinar a carga viral. Os aparelhos foram
instalados na ilha do Fogo, no Sal e na Boa Vista aumentando de 69% para 84% das pessoas que vivem
com VIH e acesso local à carga viral.
Existe atualmente cerca de 2.717 pessoas que vivem com VIH inscritas nas consultas de seguimento
nos centros de saúde. Destas, cerca de 91% (2.494 pessoas) estão a fazer o tratamento antirretroviral
(era 57% em 2016) e cerca de 40% apresentam carga viral indetetável (em 2017, era 12%).
O país está a preparar-se para a certificação da eliminação da transmissão de VIH e de sífilis de mãe
para filho. Não tem registado casos de sífilis congénita nos últimos 4 anos e uma a duas crianças por
ano têm adquirido VIH por transmissão materna (para esse processo, é aceitável ter menos de cinco
crianças que se infetaram de mães com VIH ou com Sífilis).
Houve melhor gestão dos recursos (reagentes e medicamentos antirretrovirais), de forma que as si-
tuações de rutura de stock praticamente deixaram de existir.
113
Tuberculose
Melhoria das condições de acesso ao diagnóstico com técnicas de biologia molecular em tempo real
(maior fiabilidade). As ilhas de Fogo, Sal e Boa Vista passaram a disponibilizar dos aparelhos para fazer
estes testes, para além de Santiago e São Vicente que já tinham.
A taxa de incidência de tuberculose tem continuado a diminuir, passando de 56/100 mil habitantes
em 2016 para 46/100 mil habitantes em 2019. A tendência é que esta taxa continue a diminuir e a
continuar assim, Cabo Verde tem grande probabilidade de atingir a meta dos ODS, que é eliminar a
tuberculose como problema de saúde pública em 2030 (tx incidência < 10/100 mil habitantes).
Não tem havido rutura de stock de medicamentos para tratar os casos de tuberculose.
Grandes Inquéritos
IDSR-III foi realizado em 2018, permitindo atualizar os indicadores de saúde reprodutiva, nutrição,
vacinação, VIH, hábitos e estilos de vida, entre outros. O último IDSR tinha sido feito em 2005
O Segundo Inquérito das Doenças Não Transmissíveis (IDNT-II) foi realizado em 2020, nesta legislatu-
ra, também permitindo atualizar os indicadores relacionados às doenças não transmissíveis. O primei-
ro IDNT tinha sido feito em 2007.
É o caso de Paludismo, Sarampo, Transmissão de VIH de mãe para filho e Sífilis congénita.
Dar prioridade à luta contra a malnutrição, quer na componente obesidade, como na desnutrição
energético-calórica
Introdução das curvas para avaliação e vigilância nutricional das grávidas (prevenir a prematuridade e
o baixo peso ao nascer).
114
Implementação da estratégia de fortificação domiciliária com 15 micronutrientes, incluindo o ferro, na
alimentação das crianças menores de 2 anos.
Realização de inquéritos nutricionais para o seguimento do estado nutricional das crianças, adoles-
centes e mulheres em idade fértil.
O governo passou a adquirir a totalidade dos micronutrientes, com o desengajamento gradual do UNI-
CEF.
Assinatura de um acordo de cooperação com o Brasil, para a implementação da segunda fase do proje-
to para consolidação e expansão do Banco de Leite Humano.
Foi aprovada a Lei do Álcool, que tem como escopos fundamentais a proteção da saúde dos cidadãos
em geral, particularmente das crianças e jovens, e a segurança publica.
Estão pendentes no Parlamento para aprovação, a atualização da lei do VIH e nova legislação sobre o
tabaco que substitui a lei de 1995.
Relativamente ao tabaco, foi aumentado o Imposto sobre Consumo Especial (ICE) que passou de 30%
para 50%. O Governo adotou ainda uma Taxa Especifica de 20$00 sobre cada maço de cigarro impor-
tado ou produzido no país com vista a diminuição da prevalência.
A nova Lei do Tabaco vem dar resposta aos desafios atuais ao proibir o fumo do tabaco nos locais de
trabalho, restaurantes e hotéis, bem como a proteção dos menores da venda, do consumo e do fumo
ambiental do tabaco. A proposta abrange ainda os novos produtos do tabaco, os cigarros eletrónicos e
a shisha e, regula as advertências sanitárias, não contemplados na legislação anterior.
115
Com os ganhos e a dinâmica na resposta ao VIH-SIDA, nota-se uma maior participação da Rede Nacio-
nal de Pessoas que vivem com VIH e uma forte inclusão de populações prioritárias e vulneráveis, daí
a revisão e atualização da lei do VIH de 2007 que está (pendente aprovação no Parlamento).
Está previsto para 2021, estando a DNS a preparar os termos de referência para a consultoria em par-
ceria com a OMS.
Consolidar o processo de criação das regiões sanitárias de Fogo/Brava e de Santo Antão e avançar
na criação das regiões sanitárias do Sal e da Boavista e melhorar a articulação dos serviços de saúde
das ilhas de S. Nicolau e Maio com os Hospitais de referência
As Regiões sanitárias estão todas criadas assim como os estatutos dos Hospitais Regionais e Centrais
assim como os regulamentos internos dos respetivos hospitais.
Houve melhoria na articulação entre as ilhas através da telemedicina e da criação de equipas móveis
de especialistas. A situação da pandemia criou constrangimentos na mobilidade, o que dificultou que
essa articulação pudesse atingir o nível desejado.
Existe um projeto que será financiado em parte no corrente ano, através do Banco Mundial, mas que
ainda precisará de mais recursos para a sua completa implementação.
A plataforma de agendamento de testes para viajantes já está implementada na Praia, S, Vicente e Sto.
Antão, devendo nas próximas semanas ser implementada no Sal e Boavista.
Houve alargamento da rede de telemedicina, com instalação de equipamentos em Porto Novo, Tarra-
fal de S. Nicolau, santa cruz. Hoje a telemedicina está presente em todas as ilhas.
Foi autorizado pelo Conselho de Ministros a contratação de médicos especialistas reformados do SNS
116
onde foi elaborado um plano de deslocação às ilhas em parceria com o INPS.
No período de 2016 a 2020, foram licenciadas para abertura, 51 clínicas privadas, segundo as espe-
cialidades elencadas no quadro abaixo, o que demonstra uma boa dinâmica e resposta aos incentivos e
oportunidades de investimentos criados.
Nº ESTABELECIM ENTO CONCELHO ILHA CRIAÇÃO (ANO) QUANT. PESSOAL SERVIÇOS ESPECIALIZADSOS
1 Santa Maria Clínica Sal Sal 2016 NA ClÍnica Médica Privada
2 CC &TT - Clinica Otorrinolaringologia Praia Santiago 2016 2 Otorrinolaringologia
3 Centro de reabilitação Oral e Maxilo facial, Lda Praia Santiago 2016 10 Medicina Dentária e Cirurgia Maxilo facial
4 Centro de reabilitação Oral e Maxilo facial, Lda São Felipe Fogo 2016 1 Medicina Dentária e Cirurgia Maxilo facial
5 Centro de reabilitação Oral e Maxilo facial, Lda Santa Catarina Santiago 2016 1 Medicina Dentária e Cirurgia Maxilo facial
6 Clínica + Saúde Praia Santiago 2016 4 Cardiologia, Atendimento no domicílio, Estomatologia, Fisioterapia, Medicina,
7 Clinica Infantia Praia Santiago 2016 NA Psicologia Clínica
8 Consultório Médico Clínico Geral Praia Santiago 2016 NA Consulta Clínica Geral e Enfermagem
9 Iramar Clinic Praia Santiago 2016 NA ClÍnica Geral, Pediatria, Enfermagem e Análises Clínicas
10 Piaget Saúde (clínica escola) Praia Santiago 2016 Alunos Fisioterapia,
11 Clínica da Luz São Vicente São Vicente 2016 2 ClÍnica Dentária,
12 Zuga - Oftalmologia São Vicente São Vicente 2016 NA ClÍnica Oftalmologia
13 Clínica de enfermagem 24 Praia Santiago 2017 2 Ecuidade de Enfermagem,Nutrição, Yoga
14 Clínica Drt. Ineida Cardoso, Lda Praia Santiago 2017 4 ClÍnica Geral, Ginecologia, Enfermagem com alojamento, Clinica Ambulatorial,
15 Clínica Médico Dentária Triângulo Lda Praia Santiago 2017 4 Clinica Geral, Medicina Dentária
16 Clinica Medicodentária Caras&Bocas Lda Praia Santiago 2017 7 ClÍnica Geral, Medicina Dentária
17 Consultório Médico São Rafael-Paróquia Nossa Senhora da Graça Praia Santiago 2017 4 (voluntários) Clínico Geral
18 HC Terapias Soc.unip. Lda Praia Santiago 2017 2 Psicologia e fonoaudiologia
19 Physiocorpus Praia Santiago 2017 2 Fisioterapia Geral
20 Psyco - Centro Praia Santiago 2017 1 Psicologia
21 Tavares Laboratório Sal Rei Boavista 2018 2 Laboratório de Análises Clínicas
22 Oral care Sal Sal 2018 NA ClÍnica Dentária
23 CaboDerm Praia Santiago 2018 3 ClÍnica Geral e Dermatologia
24 Clínica Dentária Sorrimax Praia Santiago 2018 2 Consulta de Odontologia
25 Cosultório Dra. Mitza Serena, Lda Praia Santiago 2018 NA ClÍnica Geral, Pediatria
26 Cuidart Praia Santiago 2018 4 ClÍnica geral- Odontologia, ortodentias
27 G&C Mediclinic, Lda Santa Catarina Santiago 2018 3 ClÍnica Geral, Pediatria ,
28 Gastroclínica Lda Praia Santiago 2018 2 Gastroenterologia
29 Iris Clínica Praia Santiago 2018 NA Oftalmologia
30 Posturallefit Praia Santiago 2018 3 Fisioterapia, Pilates, RPG, Masagem, Rinagem
31 Clínica de Santo Antão Ribeira Grande Santo Antão 2018 3 ClÍnica Geral
32 Biomédica Centro Clínico São Vicente São Vicente 2018 NA Mamografia, Ecografia, RX,Serviço de enfermagem, Análises ClÍnicas, ClÍnica Geral,
33 Cetelab São Vicente São Vicente 2018 2 Análises de anotomia patológica- citologia vaginal e geral
34 Biomédica-Análises Clínicas, Lda São Vicente São Vicente 2018 10 Clinico Geral, Otorrinolaringologia, Pediatria, Ortopedia, Raio-x
35 Biomédica-Análises Clínicas, Lda Ribeira Brava São Nicolau 2018 2 Análises Clínicas
36 Biomédica-Análises Clínicas, Lda Tarrafal São Nicolau 2018 1 Análises Clínicas
37 Clínica Medico em Casa Santa Cruz Santiago 2019 3 Clínica Geral
38 Equilibriu´s Pscologia Praia Santiago 2019 4 Psicologia Clínica
39 Viva praia Serviços Praia Santiago 2019 4 Cuidados de enfermagem sem internamento, Transporte de doentes não urgentes
40 Sanigo cv Praia Santiago 2019 2 Análises Clínicas
41 Policlinica Santiago Praia Santiago 2019 Processo de licenciamento em curso
42 Clínisa Ribeira Grande Santo Antão 2019 NA Especielidades diversas
43 Laboclisa Ribeira Grande Santo Antão 2019 NA Análises Clinicas
44 Consultorio dentario Smile UP Lda. Maio Maio 2020 Processo de licenciamento em curso
45 laboluz Sal Sal 2020 1 Análises Clínicas
46 Clínica Acreditar Praia Santiago 2020 2 Fisioterapia e Fonoaudiologia
47 Psicoclínico Praia Santiago 2020 2 Psicologia
48 Unidade PCR, Laboratorios imphama Praia Santiago 2020
49 Multimedica Praia Santiago 2020 Processo de licenciamento em curso
50 Consultório Médico Dra. Marta Bastida & Filhos, Lda. Praia Santiago 2020 Processo de licenciamento em curso
51 LI- Med São Vicente São Vicente 2020 NA Clinica Geral
Foi atualizada a Política Farmacêutica, com a vigência de 2018-2028. Criaram-se orientações e coor-
denadas de forma a dar resposta às problemáticas da universalidade, justiça, acessibilidade, solidarie-
dade, equidade, eficácia e efetividade que, atingem concretamente o dia-a-dia das pessoas.
117
Para além disso foram realizadas as seguintes atividades/processos:
Melhoria das cadeias de frio nas farmácias e também nos Depósitos (Centrais e regionais).
Compra de viaturas para a melhoria no transporte dos medicamentos e produtos de saúde de forma a
cumprir com as boas práticas de armazenamento e transporte.
Criar as condições legislativas e técnicas para o avanço da dispensa de medicamentos em dose indi-
vidual
Os Hospitais Centrais já estão utilizando a unidose para os medicamentos. Em curso um diploma que
vai permitir esse processo junto das Farmácias privadas. Trata-se de um processo complexo que envol-
verá, o GAF, a ERIS e o INPS.
Instalar centros de saúde de primeiro nível em todas as ilhas onde não haja Hospital Central ou Re-
gional
118
Em andamento. Será construído um hospital de referencia nacional em vez de um Hospital Regional. Já
foi elaborado o estudo e criada a equipa interministerial para implementação do projeto.
Educação
Esta dinâmica que foi acompanhado de um grande esforço financeiro e que suportou os custos do de-
senvolvimento dos diversos subsistemas do setor educativo que e traduziram na evolução na propor-
ção do orçamento do Estado destinado à educação durante o quinquénio 2016/2020, totalizando um
investimento num total de 55,7 milhões de contos e uma média de investimento no setor da educação
de aproximadamente 11,1 milhões de contos/ano, o que corresponde a uma média 17% do Orçamento
Geral do Estado e em média 5% do PIB em educação.
119
Total OE 2016-20 55 734 305 47 104 149
100% 85% 8 630 156 615,00 15%
922,00 307,00
Média Orçamento 11 146 861
9 420 829 861,40 1 726 031 323,00
184,40
Fonte: DGPOG/2020
Revisão da lei de bases, introduzindo melhorias de modo a integrar os diferentes níveis de ensino,
do pré-escolar ao universitário, dando-lhes articulação, coerência e consistência, e que determinou
a universalização do acesso ao pré-escolar. Foi implementado um plano curricular adequado a mo-
dernidade, que privilegia o desenvolvimento do raciocino logico, das aptidões linguísticas, culturais,
desportivas e do comportamento cívico.
Reorganização das estruturas de gestão e do funcionamento da rede escolar, base para a efetivação
da extensão do ensino básico obrigatório até o 8º ano de escolaridade, possibilitando a capitalização
de recursos humanos, financeiros e dos equipamentos escolares.
A partir do ano letivo 2017/18 o sistema educativo passou a operacionalizar através de um novo
modelo de resposta a nível territorial, organizando-se em agrupamentos de escolas, passando o país
a contar com um total de 83 agrupamentos albergando um total de 438 estabelecimentos de ensino,
privilegiando, sempre que possível que todos os territórios educativos tenham a capacidade de mi-
nistrar ciclos completos de 1º ao 8º ano de escolaridade. Com o novo modelo organização da rede, foi
priorizada a criação de territórios educativos agrupando escolas que estão geograficamente perto e
acessíveis umas das outras e que se identificam por valores semelhantes, possibilitando favorecendo a
partilha do projeto educativo e dos recursos humanos, físicos e materiais existentes.
Novo projeto pedagógico. Com a implementação do novo projeto pedagógico, o Ensino Básico em
Cabo Verde, desde de 2016, passou a compreender oito anos de escolaridade (1º ao 8º ano), começan-
do aos seis anos de idade no 1º ano de escolaridade e concluindo aos 13 anos de idade. Este subsiste-
ma de ensino está subdividido em dois ciclos, primeiro, que engloba do 1º ao 4º ano, e um segundo que
abrange dos 5º ao 8º ano de escolaridade.
120
Introdução da escolaridade obrigatória de 12 anos
Como resultado, para o pré-escolar, foi executado um programa que determinou a universalização do
acesso ao pré-escolar, a implementação de um plano curricular adequado direcionado para a transfor-
mação deste nível numa fase propedêutica que harmonize os perfis de entrada no Ensino Básico.
A nível do ensino básico os resultados traduzem na implementação da nova matriz curricular, com
a produção de programas, manuais e recursos didáticos pedagógicos dos ensinos básico, através de
alterações que visam materializar os compromissos assumidos, privilegiando no 1º ciclo (1º ao 4º) as
aprendizagens de base: leitura, escrita e alfabetização numérica e algébrica, bem como a introdução
a ciência e tecnologia e o desenvolvimento da área das expressões. No 2º ciclo (5º ao 8º ano) da con-
tinuidade aos conteúdos e introduz novas áreas, que contribuem para o desenvolvimento de atitudes
ativas e conscientes perante a sociedade e a aquisição de bases comunicativas nas línguas, inglesa e
francesa bem como a introdução das tecnologias de informação e comunicação em regime modular.
Cabe destacar que durante este período foram elaborados 39 programas e elaborados 47 manuais
(todos disponíveis).
A nível do ensino secundário (geral e técnico), em curso a revisão curricular, com assistência técnica
da cooperação Portuguesa e do Banco Mundial, cujo o objetivo visa sequenciar o conhecimento dos
alunos em função das áreas e do perfil de saída de cada nível e proporcionar a transferência/ utilização
de saberes em situações novas e que vá ao encontro das exigências do mercado de trabalho, para es-
timular competências socio emocionais como determinação, criatividade, autocontrole, autoconheci-
mento, empatia, curiosidade, motivação, respeito, cuidado, colaboração e responsabilidade.
Prevê-se a efetivação da reforma do ensino secundário (via geral e via técnica) a partir de setembro de
2021, sobretudo nas disciplinas que prosseguem no 9º ano e, paralelamente trabalhar-se-á, no sentido
de garantir a implementação cabal nos próximos dois anos, culminando assim pela primeira vez uma
reforma completa do sistema educativo, introduzindo nova matriz curricular(planos curriculares ou
Planos de estudos), produção de programas, manuais e recursos didáticos pedagógicos neste nível de
ensino.
121
Medidas com impacto na melhoria dos indicadores do sistema educativo
A nível do Pré-escolar:
• Implementação de novo modelo de gestão quer a nível das delegações quer da rede escolar,
no sentido de reforçar a gestão escolar e criar um quadro que reforça a autonomia e a capacida-
de de intervenção dos órgãos visando a eficácia da execução das medidas de política educativa
e da prestação do serviço público de educação.
• Reforço das competências dos agrupamentos, incluindo em cada território educativo incum-
bências que visam: 1) a melhoria das competências pedagógicas e administrativas e 2) aumen-
tar a eficiência e eficácia na gestão dos agrupamentos, bem como a responsabilidade de gerir,
de forma integrada e participativa a vida escolar nos agrupamentos.
• Implementação de um vasto programa de formação de professores, gestores e coordenado-
res pedagógicos, com enfoque capacitação continua de professores sobretudo a nível de socia-
lização com os novos matérias e na nova abordagem didático-pedagógico abrangendo perto de
3.000 mil docentes do EBO, ao longo de 4 anos, em todo o território nacional.
• Implantação da formação em “LIDERANÇA E GESTÃO, PARA OS DIRETORES E EQUIPA DE
GESTÂO DOS AGRUPAMENTOS”. Participação de 592 formandos.
122
• Cobertura das despesas de gestão administrativa e pedagógicas para garantir o aumento da
autonomia das escolas/agrupamentos para que possam responder aos desafios da educação,
através de repasse de verbas com a implementação da medida de gratuitidade, fazendo que
Cabo Verde entre no rol de países que oferecem um ensino público do 1º ao 12º, isento de pro-
pinas e de taxas e emolumentos para a frequência. Medida que vem beneficiando mais de 50 mil
alunos do 7º ao 12º ano.
• Implementação do sistema nacional de sinalização das crianças com Necessidades Educati-
vas Especiais, que permitiu a identificação e seguimento de mais de 1.700 crianças com neces-
sidades educativas especiais em todo o território nacional.
• Reforço do programa de apoios escolar, i) garantindo a alimentação escolar a todos os alunos
do ensino básico, incluindo o enriquecimento da dieta alimentar com proteínas (de 5 para 11
géneros) e introduzido o pré– lanche; ii) garantindo o Transporte escolar, beneficiando uma mé-
dia de 5.000 alunos/ano; iii) atribuindo kits a uma média anual de 22.000 alunos, favorecendo
os mais vulneráveis; iv) isentando propinas para deficientes em todos os níveis de ensino.
• Extensão a todas as escolas secundárias e as escolas do Ensino Básico do Sistema Integrado
de Gestão da Educação (SIGE), que possibilitou a o reforço a autonomia e da capacidade de
intervenção e o reforço da eficácia na prestação do serviço público de educação tanto a nível da
delegação como a nível dos agrupamentos.
• Instalação e inicio do funcionamento dos Laboratórios Tecnológicos WebLab, (que abrange
atualmente 52% das sedes de agrupamentos escolares), e introdução no currículo da iniciação
tecnológica desde o Ensino Básico, que possibilita que crianças e adolescentes vivenciem pro-
cessos de ensino aprendizagem mais flexíveis e adequados à modernidade, assim como a sua
familiarização com a robótica, e a programação. Entre 2017 a 2020, se inscreveram nos cursos
mais de 12.000 alunos. Prevê-se atingir 100% dos agrupamentos com WebLab ainda neste ano
de 2021 no quadro do financiamento do projeto Digital Cabo Verde.
• Reforço do acesso e conetividade, com disponibilização a baixo custo de tabletes a perto de
6.600 docentes.
• Implementação da TV educativa e da Iniciativa “Estudar e aprender em casa” para a formação
da cidadania, através da emissão de programas de informação e entretenimento concebidos
para os jovens, pela observação diferente, inovadora da realidade no país e no mundo.
• Aposta no reforço do acesso e da conetividade, através de aquisição de televisores, um total
de 8.000, destinados a famílias carenciadas com estudantes em casa.
• Afetação de 1.000 computadores (tipo Magalhães) para equipar salas informáticas das esco-
las do 2º ciclo do ensino básico de modo a abranger todos os agrupamentos.
• Dinamização das Bibliotecas Escolares, tendo até o presente momento erguido um total de 14
Bibliotecas escolares.
• Direcionados recursos, de Politica Integrada e do Projeto Emprego, para melhorias das esco-
las técnicas em matéria de modernização dos espaços oficinais e para reforço de equipamentos
pedagógicos modernos e aquisição de materiais consumíveis para os deferentes cursos imple-
mentados nas 4 escolas técnicas existentes.
• Implementação do Projeto Piloto do ensino do Mandarim do 9º ano de escolaridade aos 12º
anos de escolaridade, como opção em 3 concelhos do país, Praia, Mindelo e Assomada.
123
• Implementado um plano de ampliação, construção e reabilitação de escolas, tendo desde
2016, reabilitado perto de 53% (200 de um total de 376 escolas). Até final de 2021, a meta é
atingir 66%.
• Assegurados garantia dos direitos trabalhistas de 732 cozinheiras e atualização salarial pro-
gressiva.
124
Garantia de frequência do pré-escolar para todas as crianças dos 4 aos 6 anos.
Registrou-se um aumento do número de inscritos na faixa etária dos 4 e 5 anos, passando de 16.394
em 2016/17 para 16.919 crianças no ano letivo 2019/20, um acréscimo de frequência de 525 crian-
ças nos últimos 3 anos, uma média de 175 crianças por ano letivo.
A cobertura do pré-escolar situa-se em 80%. De acordo com as projeções do INE para o ano de 2019,
existiam, em Cabo Verde, 20.839 crianças entre 4 e 5 anos, enquanto que a matrícula total na educa-
ção pré-escolar é de 16.953 (2019/20), o que significa que ainda temos cerca de 4.000 crianças que
não beneficiam deste direito.
Ao desafio da ampliação no atendimento para se chegar aos 100%, soma-se o desafio da qualificação
dos professores. Segundo as estatísticas do sector em 2019, apenas 1/3 dos profissionais da Educação
pré-escolar possuem formação adequada.
Ensino básico:
Ensino secundário:
Ensino superior:
Em 2019/20 encontravam-se inscritos nas dez Instituições de Ensino Superior em Cabo Verde (IES),
8.439 alunos, sendo 5.041 (59,7%) mulheres e 3.398 (40,3%) homens.
125
As matriculas apontam para uma taxa bruta de escolarização de 23,4%, que tem mantido estável ao
longo dos últimos anos (significando que quase 1/5 da população, na faixa etária 18 a 22 anos frequen-
ta este nível educativo).
Em termos de género nota-se uma diferença bastante acentuada a favor do sexo feminino, represen-
tando um índice de feminidade de 1,5, ou seja, por cada 10 estudantes do sexo masculino temos 15
do sexo feminino. Este indicador mostra uma maior presença das mulheres nas instituições do ensino
superior.
A distribuição de alunos por grau de formação, mostra que um grande número de alunos, encontra-se
a frequentar cursos de licenciatura (acima dos 85%).
Posição em 2019: 86º ranking global (3 º da Região Africana). Compromisso para a década, atingir o
top 50.
126
No espaço de quatro anos foi resolvida uma situação de precariedade laboral instalada a nível do
sector da educação, onde se denotavam aspetos como perda de direitos e garantias estabelecidas
através da legislação, acumulação de dividas pela não atribuição de subsídios, dentre outras.
Dívidas por não Pagamento de subsídios por redução de carga horária referentes ao ano 2010-2016
Recrutamento anual de novos docentes para reforçar os níveis básicos e secundários, seja para
garantir a implementação da nova matriz curricular, como também para reforço da classe devido as
saídas derivadas pela aposentação e outras causas (rescisão de contrato, casos de falecimentos e ou
situações de incapacidades).
Foram criadas condições para a nomeação definitiva de professores, bem como a implementação das
medidas transitórias prevista no quado do Estatuto de Pessoal Docente.
Nomeação definitiva
Com estas medidas ficou demonstrado o empenho do Governo em ser cumpridor (resolvendo pen-
dências deixadas pelo governo anterior e não acumulando novas pendências), reforçado o papel do
professor enquanto um ator chave no processo de ensino-aprendizagem, melhoradas as condições
de trabalho associadas à adoção de um programas de formação inicial e continua visando reforçar
as competências para os desafios impostos pelo novo projeto educativo.
127
Cultura
O Programa do Governo para a Cultura no horizonte 2016-2021, foi concebido com base na premissa
de que a Cultura é a salvaguarda de um povo, é sua identidade e carisma, sua bandeira e garante da
unidade nacional.
É nesse quadro que o Governo aborda a cultura, primeiro, reconhecendo como fundamental que o
Estado assuma o papel de facilitador e promotor das condições, por um lado, para que os criadores
tenham infraestruturas, financiamento e salvaguarda dos seus direitos autorais, e por outro lado, para
que os cidadãos possam fruir da cultura de forma livre, com alto padrão de qualidade, num espirito de
construção da cidadania plena.
O Governo visa adotar uma política que terá como meta final a integração da cultura na geração de
riqueza económica com uma distribuição nacional equilibrada, procurando incubar pequenas e médias
empresas culturais nacionais que possam associar a criatividade à geração de empregos, receitas e
bem-estar.
128
Restauro e reabilitação de patrimónios
• Reabilitação realizada do edifício do AHN, património do século XIX, para prevenir efeitos de
catástrofes naturais sobre os documentos, requalificar a oficina de restauro.
• Realização de exposições itinerantes do acervo do AHN nos municípios.
• Digitalização dos fundos arquivados.
• Inventariação e tratamento do acervo audiovisual.
• Recuperação do acervo histórico de Cabo Verde em Portugal (em execução).
129
• Criação do Comité Nacional “Memórias do Mundo”.
Implementação dos Programas CONCHA e MARGULHAR, financiados pela União Europeia, em par-
ceria com a Universidade Nova de Lisboa e a Direção Regional da Cultura dos Açores.
Inserir a cultura no sistema educacional para a formação universal de uma cidadania plena
• Programa Bolsa de Acesso a Cultura (BA Cultura), que já beneficiou 6.606 alunos, através do
ensino da arte, e contemplou um total de 224 escolas e associações (em todo o Cabo Verde) que
lecionam disciplinas ligadas ao ensino da arte.
• Cesária Évora Academia de Artes (CEAA), apresenta anualmente em média 15 cursos de ensino
musical, que já beneficiou mais de 300 alunos.
• Implementação dos projetos de sensibilização e formação com as comunidades, coordenado
pelo Gabinete de Educação Patrimonial, contemplando todas as escolas associadas da UNES-
CO, nas ilhas de Santiago, Fogo, Maio e São Vicente.
• Elaboração do Plano Estratégico de Educação Patrimonial
• Cento e trinta e oito projetos financiados a empreendedores nas áreas de produção de jogos,
vídeos e aplicações web.
• Dezasseis empresas criadas nas áreas da criação e produção de bens e serviços de natureza
criativa.
• Oitenta projetos financiados nas áreas das artes performativas, design e moda.
• Onze empresas beneficiadas no programa piloto Praia Criativa para incubação de micro empre-
sas ligadas ao setor criativo (sete estão no mercado e três ainda em incubação).
• Incentivos e estímulos á indústria do carnaval através de editais Carnaval Factory, em S. Vicente
e S. Nicolau.
130
• Criação de dois cursos em Gestão e produção cultural, em parceria com a UNICV, IEFP, e PRO-
CULTURA, que será lançado no ano letivo 2022/2023.
• Criação e implementação do Programa “EnPalco100Artistas” para durante a fase de quarente-
na provocada pela COVID 19, proceder à transferência de rendimentos para artistas que vivem
exclusivamente da arte.
• Edital de Apoio Adicional aos Artistas, foi outro programa implementado para a proteção aos
artistas no quadro da pandemia.
• Realização da URDI - Feira do Artesanato e do Design de Cabo Verde espaço e momento de
exposição e promoção do negócio de artesanato (5 edições realizadas).
• Certificação do artesanato “Made in CV”: em execução o “selo created in CV”.
• Em execução a produção de cartões do artesanato para a certificação da profissão valorizando-
-a do ponto de vista social e económico.
• Criação do Laboratório Experimental de Artesanato para formar artesãos.
• Criação da Plataforma Digital de Artesanato e Design.
• Criação do Projeto Redes de Lojas de Artesanato e Design.
• Requalificação do Centro de Artesanato de Mindelo (em execução) para promover o design e o
fortalecimento da marca “Cabo Verde Criativo” e funcionar como uma centralidade de interes-
se cultural, empreendedor e turístico.
• Assinatura do Protocolo FADART com o BCN para a disponibilização de uma linha de crédito
para o setor criativo (artesanato e design).
• Participação de Cabo Verde em Feiras e exposições Internacionais através do CNAD, respon-
dendo ao item do Programa de Governo de internacionalização de Cabo Verde pela via da cul-
tura
• Conceção, pela primeira vez, do Plano Nacional de Leitura, com indicação de leituras por faixa
etária.
• Depois quase uma década, a Biblioteca Nacional (BNCV) voltou a editar livros com a reedição,
em 4 anos de 9 livros da literatura clássica cabo-verdiana.
• Edição pela primeira vez de um livro infantil em braille, “Tufas princesa crioula” do autor Odair
Varela.
• A BNCV recebeu, desde 2016, cerca de 7 mil utilizadores, mais uma média de 2 mil crianças.
Através das ações desenvolvidas nas diferentes escolas do país, e instituições que acolhem
crianças cerca de milhares de crianças formam beneficiadas.
• Realização da Feira Literária “Morabeza Cabo Verde”, uma grande montra para edição e exposi-
ção de livros, contactos com autores de renome internacional, debates, formação e workshops
literários, parcerias nacionais e internacionais.
131
Desporto
O Governo definiu no seu programa que o Desporto será transformado numa escola de valores e de
cidadania na formação de um cabo-verdiano com novas atitudes e comportamentos perante o País e
no seu relacionamento com o Mundo e um fator de desenvolvimento e instrumento privilegiado para
a projeção da imagem internacional de Cabo Verde.
O programa está a ser cumprido a nível de reformas para criar uma cultura desportiva assente em va-
lores, competitiva e alinhada com as mais modernas práticas internacionais.
Reformas
Nova lei de base da atividade física e do desporto, instrumento orientador do novo paradigma do
desporto.
Regime jurídico das Escolas de Iniciação Desportivas, que permite que as escolas desde que devida-
mente registadas e organizadas possam ser compensadas em caso de transferências de atletas cujo
processo de formação tenham participado.
132
Regime jurídico das seleções e das Seleções Nacionais, que define os apoios e incentivos à seleção
nacional e aos atletas.
Lei Anti Dopagem e criação da ONAD-CV- Organização Nacional Antidopagem para o desporto lim-
po e íntegro e credibilidade de Cabo Verde como plataforma especializada de organização de eventos
desportivos.
Formação
Um Centro de Alto Rendimento Desportivo foi criado no Estádio Nacional, em Monte Vaca. O primei-
ro de três centros organizados de forma integrada com o objetivo de maximizar as preparações e as
performances dos vários atletas.
Novas Federações
O número de federações desportivas aumentou de 11 para 17, com o surgimento das federações de
Natação, Halterofilismo, Ciclismo, Surf, Judo e Esgrima, o que reflete uma nova dinâmica no desporto
nacional. O financiamento ao desporto federado aumentou.
Infraestruturas desportivas
* Campo relvado de Santa Catarina do Fogo, campo relvado Lém em São Filipe Fogo e estádio
Municipal do Maio, arrelvamento campos em São Lourenço dos Órgãos, São Salvador do Mun-
do e Ribeira Grande de Santiago.
* Placas desportivas um pouco por todo o país.
133
* Conclusão do Pavilhão desportivo de Tarrafal de Santiago.
* Campo de ténis de S. Vicente.
* Reabilitação do Gmno desportivo da Praia, com a introdução de um novo piso e cobertura do
exterior.
* Várias infraestruturas desportivas de liceus foram reabilitadas.
Desenvolvimento local
O Programa do Governo assume a descentralização e a regionalização como uma das principais re-
formas do Estado na convicção que o desenvolvimento local e regional é condição necessária para
o desenvolvimento nacional e que a descentralização é uma opção de partilha de poder para melhor
governar o país.
Foi introduzida uma nova atitude no exercício do poder e no relacionamento com as câmaras munici-
pais, baseada no respeito pela autonomia do poder local e na efetivação dos princípios constitucionais
de complementaridade e subsidiariedade e na produção de sinergias para o desenvolvimento das ilhas.
Parceria para a requalificação urbana e ambiental das cidades, dos bairros e das localidades através
da afetação de 50% do Fundo do Turismo, 60% do Fundo do Ambiente e recursos do Programa de Re-
qualificação Urbana e Acessibilidades (PRRA) para o financiamento de projetos com impacto social,
económico e ambiental no território municipal.
134
timentos de âmbito local (requalificação urbana e ambiental, acessibilidades, reabilitação de casas) e
sua publicitação no Boletim Oficial.
Envolvimento das câmaras municipais na realização de obras escolares, reabilitação, instalações sa-
nitárias e mobiliário de escolas secundárias e de EBI.
• Isenção aos municípios do pagamento de IVA que incide sobre investimentos municipais de in-
teresse público.
• Isenção os municípios do pagamento da taxa ecológica.
• Isenção aos municípios do pagamento de impostos nas operações de financiamento através de
emissão de obrigações municipais (OE 2107).
Transferência dos Centros de Juventude e dos Centros de Desenvolvimento Social para os Municí-
pios, eliminando a sobreposição de competências entre o Governo e os municípios no que se refere às
ações juvenis e sociais.
Descentralização das ações de proximidade e parceria com os Municípios na gestão dos programas
de proteção e desenvolvimento social (acesso à saúde, habitação, atividades geradoras de rendimen-
to e acesso à educação).
Cedência às câmaras municipais da gestão das casas da classe A do Programa Casa para Todos.
Aprovação da lei que cria a Polícia Municipal e envolvimento dos municípios no Programa Nacional
de Segurança Interna e Cidadania.
Novo Estatuto dos Municípios, que atribui novas competências aos municípios nas áreas do ambien-
te, da segurança alimentar e nutricional, da agricultura, silvicultura e pecuária, do turismo e das pes-
cas; aumenta as exigências de perfil para os dirigentes dos serviços municipais de gestão territorial,
urbanismo, obras e saneamento; dos serviços com funções de polícia administrativa municipal, e dos
serviços de administração fiscal municipal; e reforça a autonomia e o papel fiscalizador da Assembleia
135
Municipal (aprovado e remetido ao Parlamento).
Novo regime financeiro dos municípios, que reforça as receitas próprias dos municípios e a correção
de assimetrias regionais (aprovado e remetido ao Parlamento).
Lei de bases do orçamento municipal, que melhora e reforça as regras e os mecanismos de gestão,
controlo e responsabilização orçamental e financeira dos municípios (aprovado e remetido ao Parla-
mento).
Novas leis do Imposto Sobre a Propriedade de Imóveis e Imposto Sobre a Transmissão de Imóveis
(aprovado e remetido ao Parlamento).
Atração de investimentos
Foram criados regimes fiscais mais favoráveis para a atração de investimentos nos diversos concelhos
através de Projetos de Mérito Diferenciado e das Convenções de Estabelecimento que preveem bene-
fícios fiscais contratualizados em condições mais vantajosas quando os investimentos se realizam em
concelhos cujo PIB per capita é inferior à média nacional.
No quadro da territorialização dos ODS e de alinhamento com o PEDS, vinte municípios já possuem
Plano Estratégico Municipal de Desenvolvimento Sustentável ou estão com processos em fase de con-
clusão.
Investimentos públicos
281 Km construídos.
136
Porto Novo/Rª calceta-
Grande Estrada Esponjeiro - Lagoa Em Exec. mento 150 000 000 10,00
calceta-
Paul Estrada de acessa à Figueiral Em Exec. mento 130 000 000 1,60
calceta-
Ribeira Grande Reabilitação da Estrada Santa Marta - Cidade Velha Concluído mento 62 000 000 1,50
Reparação/reconstrução dos estragos das chuvas de calceta-
Os tres concelhos 2017 Concluído mento 326 877 237 70,00
1 322 545
Soma 394 102
Asfaltagem estrada Mindelo - Baía da Gatas e acesso a
S. Vicente Salamansa Concluído asfalto 315 000 000 12,00
calceta-
S. Nicolau Tarrafal Estrada Ribeira Prata - Fragata Em Exec. mento 150 000 000 2,50
Boa Vista Estrada de Acesso à Rabil Concluído asfalto 55 000 000 1,20
Estrada Via Estruturante (2ª fase) e acesso à Povoação
Velha Concluído asfalto 548 240 000 11,00
Soma 603 240 000 12
Sal Reabilitação da Estrada Espargos - Santa Maria Concluído asfalto 146 545 995 4,00
Ciclovia na Estrada Nacional Espargos - Santa Maria Concluído asfalto 30 000 000 2,00
Soma 176 545 995 6
Abatimento Plataforma da Estrada Nac. Fonte Lima - João
Santiago Santa Catarina Bernardo Concluído asfalto 41 000 000 0,30
Estrada Chã de Tanque - Palha Carga - Entrepicos de Reda
Santa Catarina - Lagoa Em Exec. asfalto 300 000 000 12,00
Reabilitação da Estrada Cruz de Picos - Boa Entradinha -
Santa Catarina Gil Bispo Em Exec. asfalto 381 000 000 12,20
calceta-
Santa Catarina Abertura de Acessibilidade Achada Tossa - Tabugal Em Exec. mento 59 240 000 4,00
Estrada Tomba Touro - Charco - Achada Leite - Rbª da calceta-
Santa Catarina Barca Em Exec. mento 170 000 000 10,00
calceta-
Ribeira Grande Correção do traçado em Poçon Concluído mento 35 143 375 0,50
Ribeira Grande Reabilitação da Estrada Cidade Velha - Salineiro - Santana Em Exec. asfalto 215 000 000 12,00
calceta-
Ribeira Grande Estrada Chã d'Igreja - Cruzinha Em Exec. mento 185 000 000 4,20
Asfaltagem da Estrada Nacional EN3-ST-14 Nazaré -
São Domingos Praia Baixo Em Exec. asfalto 204 000 000 8,00
São Lourenço dos calceta-
Órgãos Estrada Cutelo - Fundura Em Exec. mento 135 000 000 9,00
calceta-
Santa Cruz Estrada Salina (Pedra Badejo) - Ribeira dos Picos Em Exec. mento 300 000 000 7,50
calceta-
Tarrafal Estrada Achada Igreja - Fazenda Em Exec. mento 115 000 000 10,00
Tarrafal Construção da Estrada de Acesso a ZDTI de Alto Mira Em Exec. asfalto 130 000 000 0,60
Tarrafal Asfaltagem/Reabilitação Chão Bom/Cidade Mangue Concluído asfalto 58 000 000 3,00
2 328 383
Soma 375 93
calceta-
Maio Circular do Porto Inglês (1ª e 2ª fase) Concluído mento 50 000 000 2,10
calceta-
Fogo São Filipe Aluimento de terras em São Jorge Concluído mento 45 000 000 0,15
São Filipe Asfaltagem Troço S.F. - Porto Vale Cavaleiros e vias de S.F. Em Exec. asfalto 182 000 000 6,00
calceta-
Mosteiros Troço Fajanzinha - Corvo - Relva Concluído mento 30 000 000 10,00
calceta-
Mosteiros Estrada Campanas de Cima - Piorno - Monte Velha Em Exec. mento 250 772 544 12,00
calceta-
Mosteiros Estrada Bangaeira - Monte Velha Concluído mento 40 000 000 4,00
calceta-
Mosteiros Urgência de Sumbango Concluído mento 65 000 000 0,20
137
calceta-
Santa Catarina Construção da Estrada Cova Tina - Porteira - Bangaeira Concluído mento 150 000 000 14,00
Soma 762 772 544 46
calceta-
Brava Estrada Nova Sintra - N Sª do Monte Em Exec. mento 220 000 000 5,00
5 928 487
TOTAL 308 281
138
Requalificação de orla marítima
Ordenamento do território
Foi elaborado o Plano Diretor Municipal de Tarrafal de São Nicolau e os Planos Detalhados de Chã das
139
Caldeiras; Eito (Paul); Calhau (São Vicente); e Juncalinho (Ribeira Brava). Por concluir há ainda os PD
de Rincão (Santiago), Relva (Mosteiros) e Nova Sintra (Brava).
Alteração da Lei que estabelece o regime das operações urbanísticas, designadamente o loteamento,
a urbanização, a edificação e a utilização e conservação de edifícios. Com a aprovação da Lei nº 42/
IX/2018, de 5 de dezembro, Cabo Verde possui agora um Regime Jurídico de Operações Urbanísticas
que atribui aos seus Municípios responsabilidade plena no tocante à sua atuação no território a nível
local, designadamente na realização de loteamentos, urbanização, edificação, utilização e conservação
dos edifícios.
Alteração dos Estatutos do Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT). O INGT teve seus Esta-
tutos revistos, reunindo agora as condições necessárias para a implementação das diretrizes estabele-
cidas na Política Nacional do Ordenamento do Território e Urbanismo.
Aprovação do Plano de Cargos, carreiras e Salários do INGT, que se vê pela primeira vez munida de um
instrumento adequado para a gestão de seus recursos humanos. O processo de enquadramento do
pessoal do INGT foi concluído e os retroativos em dívida foram de seguida liquidados.
Com o apoio financeiro do Serviço do Ordenador Nacional (SON) do Fundo Europeu de Desenvolvi-
mento (FED) o INGT teve a oportunidade de preparar e implementar, entre outras medidas importan-
tes: a contabilidade organizada; o manual de procedimentos administrativo, financeiro e operacional;
140
o plano estratégico (em conclusão); as propostas de diplomas legais para a materialização de receitas
(sustentabilidade financeira); e a auditoria ao Sistema de Informação do cadastro predial (SICP).
Elaboração, implementação e monitorização dos Planos de Ordenamento Turístico (POT) das Zonas
de Desenvolvimento Turístico Integral (ZDTI) da Baía, São Pedro e Praia Grande, em São Vicente. Em
fase de conclusão encontram-se os POT das ZDTI de Santa Maria Este e Oeste e de Morrinho Branco,
na ilha do Sal e de Alto Mira, Rincão e Mangue Monte Negro, na ilha de Santiago. Em andamento, estão
ainda os trabalhos associados à preparação dos POT das ZDTI de Murdeira e Algodoeiro, na ilha do Sal.
Alteração do regime jurídico de declaração e funcionamento das Zonas Turísticas Especiais (ZTE)
Cabo Verde tem hoje as suas Zonas de Desenvolvimento Turístico Integral (ZDTI) geridas livres do
conflito de interesse existente entre as funções de planeamento e do negócio, que foram desassociadas
passando tais competências a serem levadas a cabo por instituições distintas.
Foi regulamentada a aprovação e licenciamento de projetos em ZDT, permitindo uma definição clara e
objetiva das funções de cada instituição e envolvendo os municípios de forma mais direta no licencia-
mento dos projetos dentro das ZDTI.
Foram concluídos os levantamentos cadastrais das ilhas do Sal, Maio e Boavista, consideradas hoje
ilhas cadastradas. Em curso, a execução do Cadastro Predial no centro de Mindelo.
141
Boa governança e transparência
Cabo Verde é o país mais livre de África - liberdades políticas e civis (Freedom House, 2019/2020).
Cabo Verde é o segundo país com melhor Boa Governança em África (Moibraim Index, 2019).
Cabo Verde lidera o ranking de Governança Pública na África Subsariana (Relatório de Avaliação
Política e Institucional (CPIA), Banco Mundial, 2019).
Cabo Verde ocupa a terceira posição do ranking de Perceção de Corrupção em África (Transparency
International, 2019).
Era propósito do Programa do Governo (no Programa de Curto Prazo e no Programa para a Legisla-
tura), promover a revisão do Código Eleitoral para reforçar a independência, isenção e imparcialidade
da administração eleitoral; informatizar o processo eleitoral, do recenseamento à votação; melhorar a
justiça eleitoral para blindar o processo contra tentativas de fraude e corrupção e punir exemplarmen-
te crimes e contraordenações eleitorais, especialmente em casos de compra de votos e outras práticas
de corrupção ou de fraude eleitoral.
A revisão do Código Eleitoral exige maioria qualificada no parlamento para a sua efetivação. Por falta
de vontade política da oposição, não foi possível realizar a reforma que estava prevista, apesar de o
Governo ter apresentado uma proposta desenvolvida e outra mais restrita de revisão do Código Elei-
toral.
Foi aprovado e implementado Novo Estatuto da RTC com vista a garantir a independência, o plura-
lismo de expressão, o confronto de correntes de opinião e o respeito pelos direitos e as liberdades
142
e garantias fundamentais. Nesse sentido, foi criado o Conselho Independente, órgão de supervisão
e fiscalização interna para fiscalizar o cumprimento do serviço público de rádio e televisão. Os seus
membros são escolhidos pela Assembleia Geral da RTC, pela Plataforma das ONG, pela Associação
Nacional dos Municípios e pelos trabalhadores da RTC. O Conselho Independente escolhe os mem-
bros do Conselho de Administração da RTC.
Foi revisto o Estatuto da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), permitindo que
a ARC tenha condições de exercer cabalmente as suas atribuições. A lei que regula o registo das em-
presas e dos órgãos de comunicação social, foi alterada, passando esta a ser uma responsabilidade da
Autoridade Reguladora para a comunicação Social, ARC.
A nível de capacitação foi criada a Academia da RTC que no quadro de uma rede de parceria com
instituições de formação profissional e universitária, vai facultar qualificação de jornalistas e outros
profissionais da comunicação social.
Um novo regime de incentivos à comunicação social foi aprovado e instituído passando a incluir os
órgãos digitais e as rádios comunitárias.
O Governo apresentou ao Parlamento uma proposta de lei que institui o regime de incompatibilida-
des que foi chumbada pela oposição por exigir uma maioria qualificada de 2/3. A lei não passou, mas
o partido que sustenta o Governo, o MpD, assumiu o princípio de evitar a acumulação de altos cargos
na Administração Pública com o exercício de altos cargos executivos no partido (Comissão Política
Nacional e Comissões Políticas Concelhias). Contrariamente ao que era vigente durante a governação
do PAICV, os delegados dos ministérios deixaram de acumular funções de direção partidária concelhia
143
ou nacional, permitindo o foco no serviço público sem discriminação de natureza político-partidária e
um desempenho mais eficiente e mais eficaz da sua missão. O chumbo da proposta de lei de incompa-
tibilidades por parte da oposição foi um teste decisivo que permitiu confirmar quem de facto estava
engajado com a despartidarização e quem queria manter o status quo.
144
Formalização. Relações com as CM e com as ONG formalizadas e baseadas em critérios transparen-
tes. O trabalho com as ONG passou a fazer-se num quadro regulamentado, com publicação de editais,
de forma transparente e orientado para as medidas e politicas constantes dos programas de família e
inclusão social.
Acordo/Convénio com a Plataforma das ONG. Foi celebrado um Acordo/Convénio com a Plataforma
das ONG de Cabo Verde, instituição que federa as ONG e associações de todo o país e que define o
enquadramento das relações de parceria com o Governo visando a consecução e finalidade de inte-
resse público e recíproco, nomeadamente, no âmbito da Economia Social e Solidária e do Sistema de
Cuidados, de Inclusão Social e de Educação Cívica e para a Cidadania.
Relações com as igrejas. Têm-se desenvolvido relações de parceria nas áreas prioritárias das políticas
de famílias e inclusão social com a aplicação de critérios idênticos ao do relacionamento com as ONG.
As relações com a igreja católica permitiram a materialização do compromisso assumido no quadro da
Concordata com a Santa Sé para o ensino, no secundário, da disciplina (extracurricular e opcional) de
religião e moral.
Financiamento. Foi aumentado o financiamento às ONG e OSC através do Orçamento do Estado, li-
nhas de micro-crédito, mobilização recursos junto de parceiros internacionais e isenção de impostos a
ONGs de áreas sociais.
Em 2016 o setor era caraterizado por uma grande concentração das decisões e uma fragmentação
das ações de assistência às pessoas. Os serviços desconcentrados do estado atuavam em duplicação
com os serviços sociais locais.
A relação com as ONG’s e o quadro de transferência de recursos a estas entidades era implementada
num quadro não regulamentado, sem critérios de atribuição e sem nenhuma evidencia de resultado
obtidos dos cerca de 25.000.000$00 (vinte e cinco milhões de escudos) anualmente investidos.
Falta de critérios e de transparência. Nos serviços centrais, a intervenção era fortemente marcada
pela concessão de pedidos de apoio de varias ordens, sem nenhum sistema de registo e critérios de
seleção dos beneficiários e em duplicação com o poder local.
Foi aprovado, em 2018, o Novo Estatuto do Tribunal de Contas (TC), alargando o âmbito e reforçando
a autonomia e o papel desse órgão de controle. O novo estatuto permitiu a atribuição do acesso do
TC ao SIGOF para efeito de controlo concomitante, iniciativa que foi sistematicamente negada pelo
governo do PAICV.
145
tério das Finanças e a publicação/divulgação da conta mensal e reportes diários, para além das con-
tas trimestrais e anuais:
Fundos públicos que movimentam vários milhões de contos anualmente, como o Fundo Ambiente
e o Fundo do Turismo, foram objeto de alterações legais e de modelos de gestão e de prestação de
contas com muito maior transparência, adequação às suas finalidades e publicação no Boletim Oficial
das respetivas diretivas de investimentos e da afetação plurianual dos recursos.
A gestão dos concursos e das empreitadas de obras públicas que registavam elevados desvios e
eram sujeitas a regimes anormais de adjudicação direta, foi substancialmente melhorada.
Foi criado o Conselho de Prevenção da Corrupção, que está em fase de implementação, e que tem
como missão a deteção e prevenção dos riscos de corrupção, a recolha e processamento de informa-
ção de modo a identificar as áreas mais vulneráveis à penetração do fenómeno e o acompanhamento
e avaliação da eficácia dos instrumentos jurídicos existentes, bem como das medidas administrativas
adotadas pela administração publica e pelo sector publico empresarial em matéria atinente ao com-
bate á corrupção.
Cabo Verde aderiu, em Julho de 2018, ao Fórum Global sobre Transparência e Intercâmbio de Infor-
mações Fiscais (OCDE). Com esta adesão demos mais um passo rumo à transparência fiscal, garantin-
do maior assistência administrativa em matéria fiscal, tais como, troca de informações, verificações
fiscais simultâneas, participação em verificações fiscais levadas a cabo no estrangeiro, intercâmbios, e
assistência na cobrança de tributos.
Cabo Verde assinou a Convenção sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria Fiscal
(MCAA), no dia 27 de novembro de 2019, com o objetivo de, conjuntamente com outros Estados e Ju-
risdições, combater mais eficazmente os fenómenos internacionais de elisão, evasão e a fraude fiscais.
Alterações legais foram realizadas para preparar o sistema financeiro e fiscal de Cabo Verde para
responder às novas exigências e compromissos, assim como o a matéria, nomeadamente o Código
Geral Tributário aperfeiçoado para permitir maior flexibilidade e eficácia no domínio do acesso e con-
trolo da informação financeira e bancária.
146
Confiança macro-económica e financeira
Foi reforçada a autonomia do INE – Instituto Nacional de Estatísticas através da aprovação do Novo
Estatuto do INE que estabelece que a nomeação dos membros do Conselho Diretivo e do Conselho
Fiscal é precedida de audição parlamentar.
Foi criado o Conselho de Finanças Públicas, órgão independente que tem por missão proceder a
uma avaliação independente sobre a consistência, o cumprimento e a sustentabilidade da politica
orçamental, promovendo ao mesmo tempo a sua transparência, de modo a contribuir para a qualidade
da democracia, das decisões de politica económica e o reforço da credibilidade financeira do estado.
Foi aprovada a lei da dívida pública e a Nova Lei de Base do Orçamento do Estado que reforça
os limites à governação económica, regula o orçamento numa perspetiva de programa/resultados,
permitindo, mais do que uma avaliação numérica (quantitativa), uma qualitativa, voltada para os re-
sultados, portanto acessível a qualquer cidadão para uma melhor fiscalização e avaliação da atividade
governativa.
147
gressões de 2003 a 2010), repondo a legalidade e melhorando a motivação dos Agentes.
Foi celebrado, em Julho de 2017, com os parceiros sociais, em sede do Conselho de Concertação
Social, o Acordo de Concertação Estratégica (ACE) que confere papel central ao fomento do inves-
timento privado nacional e à atração do IDE suportados por reformas económicas e institucionais,
nomeadamente ao nível do sistema de ensino, da administração pública, da justiça e do ambiente de
negócios.
Uma nova atitude no relacionamento com as organizações empresariais (câmaras de comércio e de tu-
rismo) foi instaurada através de transferências de competências e de gestão. O Governo e as Câmaras
do Comercio de Barlavento e Sotavento assinaram um acordo de Delegação de Competências para o
Licenciamento Industrial e para o Certificado de Origem.
Segurança
2015, ano do pior registo da história em matéria de ocorrências criminais. A evolução dos indicado-
res de segurança até 2015, particularmente desde 2010, caraterizou-se por uma espiral negativa da
violência e do crime, que se agravou ano após ano, particularmente, da criminalidade violenta e, espe-
cialmente, nos principais centros urbanos.
148
O ano de 2015 foi o ano em que se atingiram níveis históricos, com um aumento acentuado de ocorrên-
cias em todo o país, sem que se vislumbrasse qualquer indicador de inversão dessa tendência.
Mais de 25 mil ocorrências criminais (25.826), registadas no país em 2015, número nunca antes regis-
tado, mais 10,4% do que no ano anterior, com o aumento de criminalidade na Praia na ordem dos 25%
e em São Vicente em cerca de 14%.
A criminalidade não só deixou de crescer, como verifica-se uma diminuição consistente do número de
ocorrências no país.
Diminuíram os crimes praticados com violência contra as pessoas, diminuíram os crimes praticados
com armas de fogo.
Registam-se cada vez menos homicídios, menos ofensas a integridade física, menos roubos na via pú-
blica, menos ameaças, menos VBG.
Esta é uma diminuição a nível nacional, com particular importância na Praia, em Santa Catarina, em
Santa Cruz, no Sal e no Mindelo, aonde se haviam registado outrora os mais preocupantes dados.
Outros tipos de crimes mais graves e mais violentos também estão a diminuir significativamente.
Os crimes contra as pessoas deixaram de ser os que mais se praticavam. A tendência de diminuição
também se verifica em relação aos crimes contra o património.
Está-se a criar uma nova tendência, desta vez positiva, e que queremos se torne perene, reforce o sen-
timento de segurança das pessoas, seja sustentável.
Olhando de forma mais detalhada para os dados dos últimos anos, podemos retirar leituras esclarece-
doras sobre esta inversão de tendências e de perceção:
• Entre 2010 e 2015, o número total de ocorrências registou um aumento acumulado real de
24% (+5.222 ocorrências).
• Entre 2016 e 2020, o número total de ocorrências registou uma redução progressiva de -57,2%
(-11.915 ocorrências).
• Na Praia, que responde por cerca de 40% da criminalidade registada no país e onde a taxa de
crescimento das ocorrências entre 2010/2015 foi de +33,1% (mais 2.684 ocorrências), a redu-
ção acumulada entre 2016 e 2020 é na ordem dos -75,9% (menos 5.986 ocorrências).
• Se até 2015 em todo o país havia uma primazia dos crimes contra pessoas, hoje os crimes con-
tras as pessoas diminuíram substancialmente.
149
• A partir de 2016 não só diminuem os crimes contra as pessoas, como são os que mais diminuem
no todo nacional.
• O número de ocorrências registadas diariamente nas Esquadras em todo país, que em 2015 era
em média de 71, em 2019 foi de 41 e em 2020 foi de 38.
• Na Praia o número médio de ocorrências diárias passou de 28,4 em 2015 para 12 ocorrências
por dia, em 2020.
• A taxa de homicídios por cem mil habitantes, (homicídio doloso, de onde se excluem os homicí-
dios negligentes derivados de acidentes) indicador internacionalmente convencionado como
referência do nível de violência num dado país, continua a recuar para números verificados há
mais de 12 anos.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Nº
Homicídios 39 53 56 54 65 46 62* 38 37 34 36
dolosos
Taxa de
Homicídios
8,0 10,6 11,1 10,5 12,5 8,8 11,7 7,1 6,8 6,2 6,4
por 100 mil
hab.
*efeito monte Monte Tchota
• No ano judicial 2019/2020, o número de processos-crime entrados diminuiu em 11 das 16 co-
marcas do país, nas quais o número de processos-crime entrados registou no total, uma redu-
ção de 10,6%, menos 1.058 processos do que no ano judicial 2018/2019.
• No ano judicial 2018/2019, o relatório dá conta de uma diminuição 26,6 % do número de pro-
cessos-crime entrados.
• No ano judicial 2017/2018, diminuiu o número de processos-crime entrados na ordem de 8,9%.
• No ano judicial 2016/2017 o mesmo relatório do MP assinalou uma diminuição de 11,4%, com-
parativamente a 2015/2016.
• Por comparação no Ano judicial 2014/2015, o número de processos-crime entrados no MP au-
mentou em 13,4% e no Ano judicial 2015/2016, aumentou em 6,7%.
Motivação dos profissionais de segurança. Reforço dos meios e do quadro institucional e organiza-
cional
Polícia Nacional
• Justiça salarial. Nivelamento salarial e elevação do salário base para 50.000$00 em 2017,
60.000$00 em 2019, 63.000$00 em 2020. O compromisso é de elevar o índice base a
65.945$00, o que irá suportar a exigência de curso superior com grau de licenciatura como re-
quisito académico de ingresso na PN. Até 2016, vigoraram diferentes tabelas salariais na cor-
poração, consoante eram os ramos da PN (Polícia Marítima, Guarda Fiscal e Polícia de Ordem
Pública). Efetivos da mesma categoria, com o mesmo tempo de serviço e com responsabilidades
150
idênticas recebiam salário diferente, que variava entre 44 mil escudos, 46 mil escudos e 49 mil
escudos. Com esta medida de política pretende-se não só valorizar a função policial, como qua-
lificar o perfil de entrada na polícia.
• Resolução de pendentes com promoções e progressões. Entre 2016 e 2018, foram regulariza-
das 1.190 promoções e 710 progressões em atraso (zerou-se o passivo acumulado em mais de
10 anos). Entre 2019 e 2020, foram efetuadas 170 promoções e 265 progressões. Num total de
1360 promoções e 975 progressões na PN, em 4 anos.
• Reforço do número de efetivos: realização de três procedimentos concursais entre 2016 e
2019 com o ingresso de 360 agentes de 2ª classe. Um concurso está a decorrer para o ingresso
de mais 120 agentes de 2ª classe.
• Melhoria das condições de habitabilidade: Aquisição de 74 habitações destinados aos efetivos
da PN, destacados em missões de serviço em Santo Antão, no Sal, na Boa Vista, em Santiago e
no Fogo, enquanto permanecerem ali destacados.
• Estruturação do Serviço Social da PN e do quadro regulamentar de fruição de benefícios de
âmbito, nomeadamente, da proteção social (em fase final de negociação/aprovação): aprovação
do Regulamento de Organização e Funcionamento do SES e do Regulamento das Prestações
Sociais, instrumentos que promovem os princípios da participação, da eficiência e da gestão
transparente e que visam reforçar, pela via da promoção de melhores condições económicas,
de habitação, de assistência médica e medicamentosa, familiar, escolar, de assistência na invali-
dez, desamparo e velhice, de convívio e lazer, a distinção, dignidade e respeitabilidade que a sua
condição de agentes de autoridade deve inspirar.
• Revisão e fortalecimento dos processos de recrutamento e dos programas de formação:
o Reestruturação curricular do curso de formação inicial de agentes da PN, com enfoque
no reforço de conhecimentos nas áreas jurídica e psicossocial, bem como de competên-
cias no domínio da comunicação, inteligência emocional e relacionamento interpessoal.
o Revisão do Regulamento de Admissão e Frequência aos cursos de Promoção e Ações
de Formação Contínua do Pessoal Policial (que datava de 1998), com a atualização e
clarificação dos critérios de seleção, admissão, frequência dos cursos e estágios, bem
como dos quadros de realização de concursos de promoção e das respetivas regras pro-
cessuais, com o propósito de reforçar a transparência dos processos e a previsibilidade
de procedimentos e, bem assim, de balizar e nivelar expectativas dos agentes relativas
ao desenvolvimento da sua carreira profissional.
• Reforço dos meios de atuação:
o Reforço dos equipamentos de trabalho, segurança e proteção individual: aquisição e
distribuição de fardamento, de armamento e munições e de equipamentos de segurança
e proteção individual.
o Reforço dos meios de comunicação, com a instalação de sistemas de comunicação radio
em todos os municípios de Santo Antão, em São Vicente, no Sal, na Boa Vista, na Brava,
na Praia e em S. Filipe.
o Reforço dos meios de mobilidade de patrulhamento. (1) Meios terrestres: renovação da
frota automóvel, com a aquisição de 58 viaturas auto operacionais e 8 moto 4; (2) Meios
marítimos: afetação à Polícia Marítima de 10 embarcações de patrulhamento costeiro e
151
de operações de busca e salvamento.
• Reforço dos meios de fiscalização, com a aquisição de scanners destinados à verificação de
pequenas encomendas, para fechar o cerco à importação e contrabando de armas, munições e
explosivos nos portos do país.
• Expansão e consolidação da plataforma integrada de gestão operacional e de informação po-
licial - SIGO, com o desenvolvimento do módulo de investigação criminal (em fase de implemen-
tação) e com a implementação do sistema de gestão operacional dos casos de VBG em todas as
esquadras do país.
• Reforço do quadro institucional e organizacional: (1) criação e instalação da Direção Central
e Investigação Criminal; (2) criação e instalação do Gabinete Estratégico de Ação Policial; (3)
elevação da Esquadra Policial da Boa Vista a Comando Regional; (4) elevação do Posto Policial
de Ponta do Sol à categoria de esquadra.
• Construções, reabilitação e modernização de estabelecimentos policiais: (1) construção da
Esquadra Policial do Paúl; (2) construção da Esquadra Policial de Monte Sossego (a iniciar este
mês de fevereiro); (3) construção dos 4 centros de comando e controlo da Polícia Nacional na
Praia, em São Vicente, Sal e Boa Vista; (4) reinstalação da Direção de Estrangeiros e Fronteiras;
(5) reinstalação das Esquadras Policiais de Tarrafal de São Nicolau, Ribeira Grande de Santiago
e Brava; (6) requalificação das Esquadras Policiais nas diferentes ilhas.
POLÍCIA JUDICIÁRIA
152
• Investimento no laboratório, com aquisição de reagentes específicos, manutenções de máqui-
nas e formação para a realização dos testes de DNA e aquisição de reagentes para testes de to-
xicologia. O laboratório da PJ já permite realizar no país a maior parte dos testes forenses com a
redução da dependência do exterior. Com a realização dos testes de paternidade, ganha-se uma
nova dimensão com os impactos na redução da pendência dos processos de reconhecimento de
paternidade.
• Instalação de novos serviços: Unidade de Investigação Criminal de Assomada, Departamento
de Investigação de Boa Vista, Serviço de Inspeção e Disciplina, e Gabinete de Recuperação de
Ativos. Com a instalação do Centro de Formação, foi possível a PJ realizar as formações para
Inspetores estagiários, Segurança-estagiários, Inspetores Chefes de nível I e Coordenadores
de Investigação Criminal nível I, e, ainda, várias formações contínuas . A PJ passou a dispor de
instalações adequadas para realização da formação, constituindo um grande ganho para a Ins-
tituição e poupança de recursos relacionados com arrendamento de espaço para ministrar for-
mação.
SEGURANÇA PRISIONAL
153
sistema de videovigilância nas cadeias Centrais da Praia e São Vicente (em fase de execução),
viaturas novas para todos os serviços prisionais, coletes balísticos, algemas, coldres, fardamen-
to, entre outros.
• Reforço da capacidade de comunicação, com a montagem de um sistema de radiocomunicação
abrangendo toda a ilha de Santiago, São Vicente e Sal.
• Melhoria das Infraestruturas. Tendo em vista o reforço da segurança, melhoria das condições
de habitabilidade e de trabalho e respeito pela dignidade dos Direitos Humanos, foram realiza-
das obras de melhorias em todos os Estabelecimentos Prisionais e no Centro Orlando Pantera,
incluindo remodelação completa e ampliação da Cadeia Regional do Fogo, em curso, muro de
proteção da Cadeia Regional do Sal, obras diversas na Cadeia Regional de Ponta de Sol e Ca-
deias Centrais da Praia e de São Vicente (incluindo a remodelação do muro de segurança)..
Aprovação do regime, forma de criação, estatuto de pessoal, equipamentos e orgânica das polícias
municipais e da respetiva legislação regulamentar.
Apoio à operacionalização e criação efetiva da Polícia Municipal nos concelhos da Praia, Santa Catari-
na, São Miguel, Santa Cruz, Sal e São Vicente.
O PNSIC tem uma abordagem transversal, concorrendo para melhorar a segurança um conjunto de
medidas que o Governo vem tomando e investimentos que vem realizando na (1) mudança dos am-
bientes urbanos com a requalificação dos bairros, a iluminação pública e a criação de espaços livres e
infraestruturas de lazer, em parceria com os municípios que aumentam a auto-estima e o sentido co-
munitário e de pertença dos cidadãos; (2) medidas como a supressão das propinas, o reforço da ação
escolar e as reformas do ensino básico e secundário, que reduzem o abandono escolar e aumentam o
sucesso escolar; (3) políticas de inclusão social a nível do rendimento, da produção e de cuidados di-
rigidas às famílias mais pobres e a grupos sociais mais vulneráveis, que melhoram as condições sociais
e económicas das famílias; (4) parcerias com associações, ONG’s e igrejas que intervêm junto das
famílias, crianças e jovens e que mudam comportamentos.
Foi adotado um Programa para a Cidadania e de mecanismos de Proteção das Vítimas. Melhoria do
exercício da cidadania e a proteção às vítimas. O Programa de prevenção e combate à VBG foi refor-
çado.
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Combate ao alcoolismo e ao consumo de drogas
Foi aprovada a lei do álcool e reforçadas as ações de inspeção da produção e venda de bebidas alcoólicas,
particularmente o grogue.
Uma nova lei do tabaco foi aprovada pelo Governo e aguarda aprovação do Parlamento.
Foram dinamizados os núcleos concelhios de prevenção ao uso do álcool e outras drogas em todos os
municípios.
Segurança interna na perspetiva da globalidade do território e sua relação com a segurança externa
Ciberseguranca:
Cabo Verde aderiu em junho de 2018 à Convenção sobre Cibercrime conhecida também como Con-
venção de Budapeste e à Convenção 108 para Proteção de Dados Pessoais. Submeteu para ratifica-
ção em 2019 adesão à Convenção de Malabo, convenção de União Africana sobre Cibersegurança e
Proteção de Dados Pessoais. Em abril 2019 criou-se um Núcleo Nacional de CiberSegurança que tem
como propósito a implementação da Estratégia Nacional de Cibersegurança. e a criação de um Centro
Nacional de Cibersegurança. Participação no Glacy + do Conselho de Europa, programa de formação
sobre cibercriminalidade dirigido a magistrados, advogados, PJ, técnicos de cibersegurança.
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Segurança marítima:
Foi operacionalizado o Fundo de Desenvolvimento e Segurança dos Transportes Marítimos para finan-
ciar o sistema de segurança nos transportes marítimos.
Foi reestruturada a AMP e criado o IMP como medida de reforma do sector visando maior foco e re-
forço na vertente de regulação técnica da autoridade marítima.
Foi criado o Instituto de Prevenção de Investigação de Acidentes Aéreos e Marítimos, com sede em
Mindelo, uma medida inovadora que une a atenção preventiva e investigativa de segurança dos dois
sectores reforçando assim a capacidade no sector marítimo com a disciplina sistémica do sector aero-
náutico.
A Polícia Judiciária tem vindo, no âmbito das suas competências, a participar nas ações de prevenção e
de investigações de crimes de tráficos de drogas transnacionais, com participação em ações de patru-
lhamento marítimo e aéreo da nossa zona económica exclusiva, realizadas pela Guarda Costeira e em
parceria com outros países.
Participação da PJ em ações de formação realizadas pelo ONUDC, INTERPOL, Estados Unidos, União
Europeia.
A nível orgânico, foram criadas brigadas de prevenção e de investigação de crimes tráficos de drogas
transnacionais, e instalados outros serviços de apoio à Investigação criminal, designadamente, Gabi-
nete de Análise de Informação, Gabinete de Perícia Contabilística e Financeira.
Contudo, tratando-se de crimes graves, complexos e, muitas vezes, com dimensão internacional, deve
ser dada especial atenção as ações de vigilâncias e de inteligência policial, reforçado a cooperação in-
ternacional e apostando na formação contínua e especializada dos funcionários.
Foi realizada a reforma legislativa e as obras para a instalação dos Departamentos Centrais do Minis-
tério Público, com sinais evidentes na diminuição de pendencias.
Os investimentos realizados na capacitação e modernização tecnológica do sistema judiciário (SIJ –
156
Sistema de Informação Judiciário, sistema de comparabilidade de impressões digitais, laboratório de
biologia, informatização do Registo Criminal) dão acesso à PGR de mais meios para cumprir a sua mis-
são de combate ao crime.
Foi implementado o Projeto Cidade Segura, que traduz a instituição de um novo paradigma do com-
bate ao crime e de uma nova governança da segurança pública nos principais centros urbanos do país.
Implementado na Praia, São Vicente, Sal e Boa Vista, o projeto implementou um conjunto de funcio-
nalidades inseridas num sistema integrado de segurança, assente em soluções tecnológicas inovado-
ras de que se destacam a videovigilância urbana, as comunicações seguras e o Centro de Comando e
Controlo para a gestão de ocorrências, que permite fazer face a estas numa perspetiva de prevenção
e de reação informada, contribuindo para a melhoria da atividade policial, da atividade de controlo de
circulação rodoviária e para uma resposta adequada, eficiente e eficaz às exigências particulares que
as diferentes situações de emergência suscitam.
Foi aprovada a Lei sobre o custeio da iluminação pública que introduz uma renda anual que a conces-
sionária do serviço de distribuição de eletricidade deverá pagar aos municípios como contrapartida ao
direito da utilização do território municipal e a consignação dessa renda para pagamento do serviço de
iluminação pública, criando assim condições para maiores investimentos na iluminação pública.
O Programa de Poupança de Energia com a substituição de lâmpadas para a iluminação “led” permi-
tiu já melhorar a iluminação pública na cidade da Praia e na cidade de Santa Maria.
Foi aprovado e está em implementação o Plano Nacional de Reinserção Social (PNRS) 2019-2023
e um investimento plurianual de 83 mil contos, que (1) reforça o conhecimento sobre a população de
reclusos, sobre as suas condições de vida, o quadro sintomatológico, a incidência da indisciplina e da
violência, a ligação dos reclusos com a família e a comunidade, as suas expectativas em matéria de
acolhimento pela família e pela comunidade; (2) se erige como um instrumento para permitir um me-
lhor enquadramento do ex-recluso na sociedade, através da educação, capacitação, da formação e da
inclusão produtiva.
157
Justiça
A implementação do Sistema de Informatização da Justiça está ainda em curso. A sua gestão está na
esfera do Conselho Superior da Magistratura Judicial. Nas matérias da competência do Governo foi
alterada a lei para viabilizar os certificados, contratualizado os cartões para os operadores, mobilizado
financiamento para um coordenador do SIJ. Está em curso uma alteração legislativa para redefinição
da gestão do SIJ.
Sistema Informação Criminal. Foi aprovada a lei que regula a rede informática da PJ. O inicio de exe-
cução está previsto para o primeiro trimestre de 2021. A base de dados integrada vai permitir a PJ
melhorar a capacidade e qualidade das ações de prevenção e de investigação criminal, aumentar a
celeridade nas investigações e reduzir a pendência processual.
158
Informatização do Registo Criminal para modernizar e simplificar os procedimentos e processos, de
registo e emissão dos cadastros criminais. Permite o armazenamento seguro e a consulta rápida e
direta de todos os antecedentes criminais dos cidadãos, por parte dos operadores judiciais. Permite
mais celeridade na tramitação dos processos judiciais, diminuindo desta forma algumas pendencias
judicias. Com as funcionalidades digitais do CNI, autenticação e assinatura digital, já é possível o
pedido online dos certificados dos registos criminais por parte dos utentes residentes no país e na
diáspora.
Deu-se início ao processo de alteração de Código de Processo Civil também como um instrumento de
combate á morosidade judicial. Prevê-se a aceleração da tramitação processual, mediante a consagra-
ção de um modelo de processo civil simples e flexível, que, sem descurar da busca da verdade material,
garanta a realização da justiça em cada caso concreto, essencialmente, através da imposição da obriga-
toriedade de uma diligência judicial inicial de conciliação, simplificação dos procedimentos, supressão
de grande parte da fase de audiência preparatória, e responsabilização dos operadores pela morosida-
de injustificada. O projeto de lei já foi aprovado no Conselho de Ministros. Seguirá para o parlamento.
O Tribunal de Pequenas causas da Comarca da Praia, comarca com maior pendencia processual foi
instalado e funciona desde 01 outubro de 2020.
Apesar do tribunal de pequenas causas poder responder parcialmente a este compromisso, a penden-
cia existente não justificou a especialização da justiça comercial e económica.
Não foi realizado porque implica revisão constitucional (a ideia seria de associar os tribunais fiscais
com pouquíssimas pendencias aos tribunais administrativos).
Foi instalado o Tribunal de Pequenas Causas da Praia que tem competências sobre as ações executivas
que se encontram dentro da sua alçada. A proposta de lei de alteração do Código de Processo Civil
também vem trazer mais valias no que concerne ao Processo executivo. Propõem-se alterações que vi-
sam, essencialmente, garantir uma tramitação célere, voltada para o pagamento efetivo a curto prazo.
159
Instalar os Tribunais da Relação
Assegurar a autonomia financeira do Poder Judicial, reformando o sistema do Cofre Geral de Justiça
Decretos-leis foram aprovados para a concretização da separação efetiva do Cofre Geral da Justiça e
do Cofre dos Tribunais e do Ministério Público, tornando este último autónomo e passando a estar na
dependência do Conselho Superior da Magistratura Judicial, o que permitirá, principalmente, o me-
lhor planeamento das atividades e ações conforme as necessidades.
Relativamente ao arrendamento e ao inventário não foi realizado. No que tange a falência, com a en-
trada em vigor em vigor, a 1 de setembro de 2016, da Lei n.º 116/VIII/2016 de 22 de março, que aprova
o Código da Recuperação e da Insolvência, foram feitas várias campanhas de socialização e sensibili-
zação do diploma legal e também foram realizadas formações intensivas dos operadores do setor da
justiça sobre o Código. Igualmente foi aprovado o Estatuto do Administrador Judicial.
Criar um tribunal de execução de penas de âmbito nacional e dotá-lo de mecanismos e recursos que
permitam o acompanhamento da execução em todas as fases
160
Foram instalados o Tribunal de Execução de Penas e Medidas de Segurança de Barlavento e Tribunal
de Execução de Penas e Medidas de Segurança de Sotavento, instâncias especializadas para as ques-
tões de natureza de execução penal.
Foi aprovado o Código das Sanções Penais Condenatórias, adaptando a execução penal à Constituição
da República, assente na dignidade da pessoa humana como peça basilar do Estado de Direito e às
convenções internacionais em relação ao respeito aos direitos humanos.
Foi aprovada a Orgânica das Cadeias, que estabelece a estrutura, organização e as normas de funcio-
namento dos Estabelecimentos Prisionais, bem como o regime e quadro de pessoal de cada Cadeia, e
as atribuições das equipas de trabalho e as competências dos seus órgãos. Atribui ainda o subsídio de
Risco aos funcionários dos Estabelecimentos Prisionais e do Centro socioeducativo Orlando Pantera.
No que concerne a reinserção social, foi concebido e publicado um Plano Nacional de Reinserção Social,
com previsão de execução anual num horizonte de 2019 a 2023, abrangendo os reclusos nos estabe-
lecimentos prisionais e internos do Centro Orlando pantera com ações de formação para a emprega-
bilidade, capacitando também os Técnicos Sociais e Agentes de Segurança Prisional como promotores
da reinserção dos reclusos.
Por forma a que ninguém fique privado de aceder à justiça por razões de natureza económica, o Go-
161
verno reformulou o sistema de assistência judiciária que vinha sendo feito, através da assinatura dum
protocolo com a Ordem dos Advogados de Cabo Verde, trazendo esta instituição de volta para o cen-
tro da prestação da assistência judiciária.
Foi aprovada uma nova portaria que fixa uma nova filosofia da prestação da assistência judiciária,
aumentando igualmente os valores da prestação a ser paga aos advogados por cada processo e em
fases de forma a que os processos sejam seguidos do principio ao fim pelo mesmo advogado garan-
tindo melhor seguimento e eficácia.
Elaborou-se uma plataforma informática de gestão financeira dos processos, para gerir a assistên-
cia judiciária de forma exclusiva, denominada ESAJ, gerida de forma partilhada entre a Ordem dos
Advogados e o Ministério da Justiça e Trabalho, tendo para o efeito concedido um apoio financeiro
substancial para a sua implementação.
O Governo aumentou de 17.500 contos para 42.000 contos por ano, o montante para a assistência
judiciária. Assim, pode-se concluir que, neste mandato, despendeu-se com a assistência judiciária
um valor superior a 140 mil contos.
O Governo patrocinou e organizou vários atos formativos, nomeadamente sobre a arbitragem ge-
ral e arbitragem tributária, formações estas realizadas na Cidade da Praia, Mindelo e em Santa Maria
com a participação de magistrados, advogados e técnicos dos diversos departamentos do Estado e das
empresas publicas e privadas. A formação incidiu ainda sobre a Recuperação e Insolvência, na área do
cibercrime destinado aos magistrados judiciais e do ministério publico, advogados e policias de investi-
gação tudo isso como forma de capacitar e dotar todos os operadores de direito dos instrumentos que
lhes permitem responder em tempo as diversas solicitações das populações
Estabelecer por lei e fazer aplicar critérios de produtividade dos magistrados e oficiais de justiça
com metas quantitativas, avaliar o desempenho dos magistrados e oficiais de justiça e incitar à sua
produtividade.
Foi efetuada a primeira alteração à Lei da inspeção judicial e do Ministério Publico de forma a pos-
sibilitar a colocação de mais quadros nesses importantes departamentos. A alteração incidiu, tam-
bém, na especificação dos quesitos a serem avaliados bem como na possibilidade de quantificação dos
mesmos. Ainda em concomitância, foi aprovado o valor orçamental necessário para recrutamento de
Magistrados de forma a possibilitar a movimentação dos mesmos nas comarcas e consequentemente
162
a ocupação de cargos na Inspeção. O mesmo se aplica relativamente ao recrutamento de oficiais de
justiça.
Procedeu-se ainda a alteração da Lei da organização e funcionamento dos Tribunais de forma que
o Conselho Superior da Magistratura Judicial pudesse estabelecer, pela primeira vez, objetivos pro-
cessuais a serem cumpridos por cada Magistrado relativamente a cada ano judicial, o que é levado em
consideração a nível de avaliação de desempenho dos mesmos.
Foi aprovado Novo Estatuto do Pessoal do Oficial de Justiça das Secretarias Judiciais e do Ministério
Público que veio a permitir a adequação à revisão constitucional de 2010 como também estabelecer a
avaliação de desempenho como um meio determinante para a promoção, baseando-se no mérito, pro-
movendo o estimulo profissional e a produtividade no serviço. No seguimento foi também aprovado
o regime jurídico dos sistemas de avaliação de desempenho, inspeção e classificação dos Oficiais de
Justiça das Secretarias Judiciais e do Ministério Público.
Concretizar e fazer respeitar a regra do mérito efetivo e comprovado em concurso público para in-
gresso e acesso em todas as carreiras das magistraturas e aumentar, proporcionalmente, o corpo de
oficiais de justiça de suporte à atividade dos magistrados
Estabelecer por lei e fazer aplicar critérios de oportunidade na tramitação e decisão de processos
judiciais e no Ministério Público, assentes, até onde seja possível, no princípio “first in, first out”
Proposta está concluída, no entanto, com a definição, pela primeira vez, dos objetivos processuais pe-
los Conselhos Superiores, decidiu-se aguardar pela avaliação dos resultados antes de se prosseguir
com o diploma.
Tanto o projeto de lei do Código de Processo Civil como o projeto do Código de Processo de trabalho,
cujas alterações estão em curso, preveem a responsabilização das secretarias e dos magistrados, pela
morosidade injustificada na tramitação processual.
163
Melhoria das condições de funcionamento
Foi realizada a reforma legislativa e as obras para a instalação dos Departamentos Centrais do Mi-
nistério Público, com sinais evidentes na diminuição de pendencias que passou de 100 mil para cerca
de 80 mil processos.
Em curso está a revisão da lei de inspeção da Magistratura judicial e do Ministério Publico, para re-
forço do funcionamento da inspeção.
Revisão da lei de Organização e Competências dos Tribunais, em curso, para definir objetivos proces-
suais com impacto na produtividade dos Tribunais e na resolução de pendências.
Defesa
O Governo vem cumprindo e continua a envidar esforços para cumprir os compromissos com as For-
ças Armadas, com destaque para:
A aprovação do novo Estatuto dos Militares e do novo quadro remuneratório (inalterado desde
164
1997) e regime de incentivos e regalias dos militares dignificando a função militar e incentivando o mi-
litar a manter-se no ativo por mais tempo. Institui o cumprimento de serviço efetivo normal, em regime
de voluntariado ou em regime de contrato nas Forças Armadas.
Reforço da Unidade de Operações Especiais com recursos humanos e ingressos nos Quadros Perma-
nentes, por forma a operacionalizar a mesma e manter as suas competências.
Reabilitação e construção de casernas com condições de dignidade a nível sanitário, de água, sanea-
mento básico e de refeitórios.
Melhoria de segurança nos paióis e armazéns mediante introdução de Sistema de Vídeo Vigilância e
outras medidas.
Apoio financeiro na regularização de dívidas da Fundação Social das Forças Armadas para com ter-
ceiros.
Reestruturação do SAR (Busca e Salvamento) com a criação do Sistema Nacional SAR (Decreto – Lei
31/2018) e elaboração do segundo Plano Nacional SAR.
Vários exercícios navais e aéreos realizados com parceiros como EUA, Brasil, Portugal, Espanha, Fran-
ça, no quadro da inserção de Cabo Verde em sistemas regionais e internacionais de defesa e segurança,
165
Relações externas
União Europeia
UE é o espaço económico, tecnológico e científico desenvolvido mais próximo de Cabo Verde em ter-
mos de localização e de intensidade de relações económicas. Cabo Verde tem uma relação de parceria
estratégica com a UE e assenta os fundamentais da sua macroeconomia na paridade fixa do escudo
face ao euro estabelecida em 1998 e reconhecida pela Ecofin. Em paralelo construiu relações bilate-
rais privilegiadas com vários países europeus, em que pontua uma forte componente de cooperação
para o desenvolvimento.
Elevação do nível da Parceria Especial para Parceria Estratégica:
Novos eixos da Parceria Especial foram introduzidos em 2017: Investimento, Crescimento e Empre-
go; Gestão dos Oceanos e Economia Azul; e Reformas institucionais, tanto a nível central como local9.
O objetivo é elevar a parceria especial com a UE para parceria estratégica com foco nas relações eco-
nómicas, na mobilidade, na segurança e estabilidade e no desenvolvimento sustentável, com destaque
para a ação climática, transição energética, economia digital e economia azul.
Pacote financeiro:
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Apoio orçamental10 extraordinário:
Reabilitação das infraestruturas danificadas pelas chuvas na ilha de Santo Antão (2017): 7 milhões
euros.
Apoio ao programa de mitigação dos efeitos da seca e dos maus anos agrícolas (2017 e 2018).
Reforço das capacidades de instituições, como o Tribunal de Contas, Instituto de Estatísticas ou Direc-
ção Nacional de Planeamento (2016-2020): 5 milhões de euros.
Novo quadro financeiro 2021-2027, com as alocações financeiras e áreas temáticas está a ser ultima-
do.
Melhoria do Acordo para a Mobilidade com a simplificação das regras relativas a vistos: redução da
taxa de visto, possibilidade de obter um visto de entradas múltiplas com um período de validade mais
longo e simplificação da lista de documentos comprovativos para a obtenção de vistos. Aprovado pelo
Conselho de Europa em Fevereiro de 2021.
Facilitação da entrada de produtos de Cabo Verde na UE através de isenção aduaneira concedida com
base no cumprimento das normas internacionais de direitos humanos, direito laboral, boa governação
e proteção do ambiente. Por exemplo, no caso da pesca, só beneficiam de isenção aduaneira produtos
transformados (conservas) com a incorporação de matérias primas (peixes) pescados por barcos cabo-
-verdianos ou barcos de países da UE.
A derrogação das regras de origem para a pesca só é aplicável excecionalmente permitindo que produ-
tos com incorporação de matérias primas não CV e não UE, beneficiem de isenção aduaneira na ex-
portação para países da UE (peixes pescados por barcos não CV e não UE transformados pela FRES-
COMAR).
Acordo de Pesca:
167
• apoio ao desenvolvimento da pesca em Cabo Verde.
• aumento da transferência monetária: a contrapartida financeira anual foi aumentada de 500
mil euros para 750 mil euros/ano, sendo 400 mil euros pelo acesso à zona de pesca (com uma
referência de 8 mil toneladas por ano) e 350 mil euros para a apoiar a estratégia nacional de
pesca e da economia azul.
Segurança e Estabilidade:
Foi elaborado, conjuntamente com a UE e seus Estados-membros, o Plano de Ação para a Seguran-
ça e a Estabilidade, cuja implementação tem permitido desenvolver ações com apreciação positiva.
Segundo a EU ((EEAS – Serviços Externos da UE): (1) “Cabo Verde é um parceiro importante em matéria
de segurança marítima, particularmente na luta contra o tráfico de droga e contra a pesca ilegal na África
Ocidental, domínios nos quais Cabo Verde fez esforços louváveis”; (2) “Cabo Verde é igualmente um parceiro
fundamental para a implementação da Estratégia da UE para o Golfo da Guiné. Neste contexto, a disponibili-
dade de Cabo Verde em acolher um dos Centros de Coordenação Multinacionais previstos na arquitetura da
segurança marítima no âmbito do processo de Yaoundé, nomeadamente para a Zona G, é um gesto muito po-
sitivo que a UE apoiará ativamente”. (3) Ciente da importância do combate à cibercriminalidade, Cabo Verde
adotou legislação nacional convergente com o direito internacional (como a Convenção de Budapeste sobre a
Cibercriminalidade) e reforçou a cooperação internacional.”
O Sistema das Nações Unidas contribuiu muito positivamente para o processo de desenvolvimento de
Cabo Verde, nomeadamente através do seu forte engajamento com os ODS e a Agenda 2030 e da ação
junto dos parceiros multilaterais e bilaterais para o financiamento do PEDS.
CEDEAO
Aposta forte na integração regional foi traduzida em iniciativas e ações concretas:
Pela primeira vez, Cabo Verde tem um Ministro com a pasta de integração regional.
Cabo Verde dispõe de um Comissário na Comissão da CEDEAO, um juiz no Tribunal de Justiça da CE-
DEAO, um Administrador para o BIDC – Banco de Investimento e Desenvolvimento da CEDEAO e um
Representante Permanente da CEDEAO em Guiné Conacry.
168
Abertura de uma embaixada na Nigéria que também representa Cabo Verde junto da CEDEAO e junto
da União Africana, neste caso como embaixador não residente.
Realização do Estudo sobre o Atendimento das Especificidades de Cabo Verde, enquanto único Estado
insular da CEDEAO.
União Africana
Assinatura e ratificação de instrumentos estratégicos para a Africa e para Cabo Verde: Acordo de Li-
vre-Comércio Continental Africano e Mercado Único de Transportes aéreos Africanos.
CPLP
Cabo Verde viu a sua posição e prestígio reforçados com a presidência da CPLP assumida em Julho de
2018. Menos de um ano depois, o Projeto de Acordo de Mobilidade na CPLP, com um Modelo de Inte-
gração Comunitária foi elaborado e validado, devendo ser aprovado na cimeira de chefes de estado em
Luanda. Este é o resultado mais marcante até hoje conseguido na CPLP e tem a liderança reconhecida
por todos os países da Comunidade.
Angola
Depois de vários anos de tentativas, foi com este Governo que a isenção de vistos de cidadãos cabo-
-verdianos para Angola se tornou realidade.
Portugal
169
Luxemburgo
EUA
Reforço da cooperação nos domínios da defesa e da segurança. o SOFA (Status of Forces Agreement),
assinado em setembro de 2017, reflete bem o nível de excelência destas relações.
China
Reforço da cooperação, com destaque para a Educação, a Saúde, Infraestruturas, Defesa e Segurança,
bem como a constância do diálogo-político-diplomático, quer no plano bilateral quer no multilateral,
designadamente no âmbito da FOCAC.
Brasil
Japão
Reforço do diálogo político e da cooperação, evidenciada com participação de Cabo Verde na confe-
rência de TICAD VII.
Israel
Diplomacia económica
Acordos para evitar a Dupla Tributação e Evasão Fiscal celebrados com Angola, Espanha, Guine Bis-
sau, Guine Equatorial, São Tome e Príncipe, Portugal, Senegal, Região Administrativa Especial de Ma-
cau e Maurícias. Luxemburgo (negociado e rubricado), Marrocos (negociado); Emirados Árabes Unidos
(para a negociação e assinatura), Singapura (negociado e rubricado em 2018).
Transparência fiscal. Cabo Verde alinhado com as melhores práticas a nível internacional em matéria
de transparência fiscal. Adesão à Convenção relativa à Assistência Administrativa Mútua em Matéria
Fiscal MAC (OCDE), o que resultou na retirada de Cabo Verde da lista negra da UE de países não coo-
perantes em matéria fiscal. Cabo Verde assinará brevemente com os EUA, o Acordo FACTA (Foreign
170
Account Tax Compliance Act), para reforçar o cumprimento fiscal e combater a evasão fiscal em relação
a rendimentos ou outros ganhos de investimentos efetuados fora dos EUA.
Atração de eventos internacionais. Graças a uma diplomacia ativa, Cabo Verde organizou e sediou
importantes eventos internacionais, com destaque para VI Fórum Mundial de Desenvolvimento Local,
16ª Reunião do Comité Ministerial do GIABA, 1ª Conferência Ministerial do Grupo dos Estados Insu-
lares Africanos + Madagáscar, 1º Congresso da Economia Social e Solidária dos Países Lusófonos e da
Cooperação Sul-Sul, 3º Encontro de Alto Nível da AIR CENTER, 1ª Conferência Internacional do Cabo
Verde Ocean Week, Simpósio África Endeavor 2018 em parceria com o governo dos Estados Unidos
da América, 1º Fórum Internacional do WASAG, 2º Fórum Africano de Saúde da OMS, 1ª Conferência
Ministerial para o Turismo e Transportes Aéreos em África (Gov CV/ICAO/OMT), 1ª edição da Africa
Youth Cup de futebol, em Abril de 2019, Jogos Africanos de Praia - Sal 2019, o maior acontecimento
desportivo de sempre no país e o primeiro a nível continental, final do Campeonato Africano de Clubes
em Andebol feminino em Outubro de 2019, Campeonato Africano das Nações em Andebol Feminino
em Outubro 2020. Cabo Verde acolherá, em 2022, a próxima edição do Volvo Ocean Race, em São
Vicente.
Postos em organismos internacionais. Cabo Verde foi eleito para o Conselho da ICAO, para o Conse-
lho Executivo da OMT – Organização Mundial do Turismo, garantiu a nomeação de um cabo-verdiano
como novo Director da FAO no Uganda, conseguiu que uma cabo-verdiana, diplomata de carreira, en-
trasse para o Banco Mundial.
Reforço da mobilidade cíclica dos diplomatas, contribuindo para uma gradual estabilização da gestão
dos recursos humanos da instituição.
171
Embaixador); (2) retirada de exigências existentes para promoção em determinados escalões
(tempo de serviço no exterior para promoção a Conselheiro); (3) alargamento do quadro de
situações em que a graduação dos diplomatas é obrigatória.
• Reforço das medidas visando a segurança pessoal do funcionário e do seu agregado familiar:
formalização legal da possibilidade da cobertura total dos custos de segura de saúde quando as
condições de vida no país de residência, por elevadas, assim o exigem.
• Aprofundamento e formalização de medidas que visam o reforço da especialização e con-
sequentemente, da qualidade técnica de determinadas vertentes da prestação da diplomacia
nacional: (1) formalização da figura do Adido Militar e Oficiais de Ligação, existente na pratica,
mas ainda sem referencia legal; (2) possibilidade de contratação para o cargo de adido de Em-
baixada, cidadãos cabo-verdianos residentes na diáspora e de reconhecida idoneidade e com-
petência técnica na matéria.
• Introduz, pela primeira vez, a limitação do número de embaixadores não de carreira diplo-
mática, estabelecendo que o seu numero não pode ser superior ao dos nomeados dentre os
funcionários diplomáticos da carreira diplomática.
Diáspora
Foi concebido e executado um Projeto de Transformação Digital para a Diáspora com resultados, par-
ticularmente em Lisboa, Paris, Nice e Boston, prevendo-se abarcar todos os outros serviços consula-
res de uma forma mais aprofundada:
172
Como resultados desse Projeto:
• Pela primeira vez na história do Consulado de Cabo Verde em Portugal, deixaram de existir
filas de espera que iam desde às 6h00 da manhã, prolongando-se até às 13h e 14h da tarde.
Hoje, os cidadãos deslocam-se ao Consulado para tratarem dos seus assuntos no quadro da
hora normal do expediente, na certeza que são atendidos com qualidade e de forma célere.
* O tempo médio de espera para atendimento no Consulado em Lisboa era, em 2017, superior
a 4 horas. Hoje é de 30 minutos e o tempo médio de atendimento é de 6 minutos.
* O tempo máximo de espera para um passaporte, que em 2017 era de 7 a 8 meses, passou para
15 dias.
• Uma validação/renovação da carta de condução que era obtida entre 4 a 6 meses, hoje o
serviço é prestado na hora e ao balcão.
• Foi lançado um Portal Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros que permite a
prestação de serviços on-line como a inscrição consular, a validação/renovação de carta de
condução, legalização de documentos e o reconhecimento de assinaturas nas procurações.
Estes serviços irão progressivamente estar disponíveis em toda a diáspora.
De um modo geral, foi melhorado significativamente o atendimento consular nos Consulados e Sec-
ções Consulares de Cabo Verde em todos os países onde Cabo Verde tem representações diplomáti-
cas/consulares.
Está em curso a elaboração de uma proposta de lei que facilita a relação entre os serviços da Adminis-
tração Pública, central e municipal, e a diáspora cabo-verdiana, nomeadamente as questões fiscais e a
tramitação alfandegária das remessas dos emigrantes.
Desde 2017, o governo português tomou um conjunto de medidas abrangentes para os estrangeiros
e com impacto positivo para as comunidades cabo-verdianas: (1) o regime jurídico dos estrangeiros
que proibiu a expulsão de estrangeiros nascidos em PT e residentes em PT; (2) várias alterações à lei
da nacionalidade e de autorização de residência; (3) mudança substancial na atribuição de vistos para
os estudantes com a dispensa da prova de meios de subsistência, quando admitido em instituição de
ensino superior.
Trata-se de um quadro institucional mais favorável à integração das nossas comunidades em Portugal,
país onde se estima viverem 260.000 cabo-verdianos (1ª e 2ª geração) e, em relação ao qual a diploma-
cia cabo-verdiana teve um papel de relevo.
173
Regularização de cabo-verdianos em STP e Angola
Foi criado e aberto o Consulado de Cabo Verde em Nice, que serve mais de 30.000 cabo-verdianos no
sul de França e nas regiões fronteiriças do norte de Itália, norte de Espanha e sul da Suíça.
Com a alteração do Estatuto da Carreira Diplomática passa ser possível criação de adidos culturais e
económicos.
Diáspora de sucesso
Como o objetivo de destacar e evidenciar cabo-verdianos da diáspora bem sucedidos nos países de
acolhimento na ciência, inovação, no mundo empresarial e académico, na política, nas artes e cultura,
no desporto e nas diversas profissões, reforçar laços com o país, atrair capacidades e competências
a favor do desenvolvimento do país e aumentar a notoriedade de Cabo Verde e dos seus talentos, o
Governo em parceria com o Presidente da República criou a Gala Diáspora de Sucesso. A primeira e a
segunda edições tiveram lugar em Boston (para as Américas) e em Lisboa (para a Europa) e a terceira
em Senegal (para a África).
Cabo Verde tem de aproveitar melhor as elites cabo-verdianas da Diáspora pela sua alta qualificação
profissional nas diversas áreas. Está-se a definir um quadro institucional incentivador da sua participa-
ção em prol do país e na edificação de uma verdadeira economia do conhecimento através da criação
de ferramentas adequadas à sua plena integração no tecido laboral cabo-verdiano, nomeadamente
nas áreas em que o país se debate com défices de recursos humanos altamente qualificados e expe-
rientes como a saúde e a economia digital.
O I Forum da Saude Nacional e da Diaspora agendado para Abril de 2020 teve que ser adiado por causa
da pandemia da COVID 10.
Tem havido interesse e concretização de investimentos na área da economia digital com a participação
de quadros e investidores da diáspora. A representação de Cambridge Inovation Center é dos um exem-
plos, assim como a descoberta de Cabo Verde por nómadas digitais com origem na diáspora.
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Centro Cultural de Lisboa
Foi aberto o primeiro centro cultural de Cabo Verde na Europa, em Lisboa, uma iniciativa marcante
para o aumento da notoriedade artística e cultural de Cabo Verde.
Foi aprovada a proposta de Estatuto de Investidor Emigrante que estabelece incentivos gerais e espe-
ciais e benefícios a investimentos de emigrantes cabo-verdianos e um quadro favorável para atrair o
retorno e quadros da diáspora.
Foi reaberto o serviço de Alfândegas em Assomada, Santa Catarina, com impacto positivo sobre o co-
mércio e as remessas dos emigrantes.
As remessas dos emigrantes têm evoluído positivamente mesmo neste período de pandemia da CO-
VID 19.
Duplicar a cobertura com o complemento de pensão aos idosos que vivem na pobreza extrema, no-
meadamente em São Tomé e Príncipe
Em 2019, foi duplicado o valor da pensão concedida às comunidades emigradas em situação de vul-
nerabilidade em São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Senegal. Em São Tomé e
Príncipe, a pensão passou de 20 EUR para 40,81 EUR mensal. Em Angola, passou de 20 USD para 40
USD mensal. Em Moçambique, passou de 22 USD para 44 USD mensal. Em Guiné-Bissau e Senegal, a
pensão passou de 17 EUR para 34 EUR mensal.
No âmbito das reformas implementadas na gestão dessa prestação social, foi aprovado o diploma le-
gal que regulamenta a pensão do regime não contributivo concedida aos membros das comunidades
emigradas em situação de vulnerabilidade e fixa o valor atribuído a cada um dos países beneficiários.
Foi negociado com êxito, em 2017, um memorando de entendimento com os Estados Unidos da Amé-
rica. Consultas político-diplomáticas com os países amigos da União Europeia têm sido desenvolvidas
para uma mais eficaz e eficiente gestão da problemática que tem que ver com a deportação de cabo-
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-verdianos em situação de conflito com a lei desses países.
Está-se a trabalhar na prevenção com projetos e ações para uma melhor integração dos nossos jovens
nos países de acolhimento, bem como através de programas de reinserção social dos repatriados via
reintegração no seio da família, formação profissional, acompanhamento psicológico e ajuda na obten-
ção de emprego.
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Endnotes
1 O ano de 2020 que tinha começado bem, com o primeiro trimestre a registar uma taxa de crescimento económ-
ico de 5,9%, acabou por se virar do avesso com o eclodir da crise global de saúde pública. Segundo o Relatório de Política
Monetária do BCV de Novembro 2020, logo no trimestre seguinte “o PIB em volume contraiu 31,7 por cento em termos
homólogos. Para o primeiro semestre de 2020, a contracção do PIB estimou-se na ordem dos 13% em termos homólogos.
A balança corrente registou um défice de 11,4 por cento do PIB no primeiro semestre de 2020. As finanças públicas deterior-
aram-se nos primeiros oito meses do ano devido, principalmente, à queda das receitas fiscais em 22,8%. A Dívida Pública
em agosto estimava-se em 140% do PIB.
2 Lay off simplificado: 18.195 trabalhadores beneficiados, correspondente a 1,4 milhões de contos comparticipa-
dos pelo INPS.
3 Subsídio de desemprego: 1.947 beneficiados, correspondente a 109 mil contos de subsídio pago.
4 Linhas de credito COVID: 74 operações de crédito aprovadas a grandes, pequenas, médias e micro empresas,
correspondentes a 3,9 milhões de contos; garantias aprovadas = 2,3 milhões de contos; média de taxa = juro de 2,81%.
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