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AULA 1- 10/08/2021

Teoria geral dos contratos

1-) O que é um contrato?


R: Contrato é um negócio de ato jurídico bilateral de autonomia privada. É um acordo
entre duas partes ou mais, onde há a manifestação de vontade de interesses
contrapostos. Fonte de dever.
Pesquisa: Contrato é um pacto entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a
cumprir o que foi entre elas combinado sob determinadas condições. É um título
executivo extrajudicial.
2-) O que é um título executivo extrajudicial?
R: Há duas espécies de título executivo, o judicial e o extrajudicial. O título
executivo judicial é formado mediante atuação jurisdicional, enquanto o título
executivo extrajudicial é formado por ato de vontade das partes envolvidas na
relação jurídica de direito material (ou somente de uma delas).

Função dos contratos

Destacam-se 3 funções primordiais dos contratos:


a) Função econômica- Auxilia no processo de circulação e distribuição de
riqueza, gera emprego.

b) Função pedagógica- Auxilia no abate às diferenças. As cláusulas contratuais


dão noção de respeito, tanto aos outros quanto a si mesmo.

c) Função social- Engloba as funções anteriores, promove o bem estar e a


dignidade humana. Deve ser permeado por ética, boa-fé, etc. Além de trazer
direitos e obrigações equilibrados.

Contrato de adesão- É papel do Estado defender os direitos do consumidor. Nesse


modelo, a livre manifestação de vontade não é tão efetiva, em contrapartida aos
demais contratos. É limitado àquilo que foi proposto. Entende-se que as pessoas que
são submetidas a essa modalidade de contrato são hipossuficientes.

Princípios contratuais clássicos e modernos

1) Princípios Clássicos

a) Princípio da autonomia de vontade (art. 421 CC) - Tem como objetivo


estipular livremente os direitos e obrigações das partes e disciplinar o interesse
das mesmas no contrato. Em outras palavras, “no poder dos contratantes de
disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando efeitos
tutelados pela ordem jurídica”.

b) Princípio da obrigatoriedade dos contratos/pacta sunt servanda -


Determina que o contrato deverá ser cumprido entre as partes que o celebraram,
consubstanciado na expressão “pacta sunt servanda”. Este princípio significa, “em
essência, a irreversibilidade da palavra empenhada”. Quando os contraentes
celebram um contrato, estão adstritos a este, de modo que deverão cumprir com
os compromissos assumidos. O contrato, deste modo, é lei entre as partes. (Não é
mais absoluto como no passado, agora sujeito a exceções).

c) Princípio da relatividade dos contratos/dos efeitos- Determina que os


efeitos e consequências repercutiriam somente às partes envolvidas no
contrato.  “Seus efeitos não podem, em princípio, nem prejudicar, nem aproveitar a
terceiros.” (VENOSA, 2011, p. 385).

d) Princípio do consensualismo e os contratos reais- O princípio do


consensualismo diz que o contrato se forma por mero consentimento das
partes (tanto de seus direitos quanto de seus deveres gerados pelo contrato).
Para Maria Helena Diniz, o simples acordo de duas ou mais vontades basta
para gerar contrato válido, pois a maioria dos negócios jurídicos bilaterais é
consensual.

2- Princípios Modernos/Contemporâneos

a) Princípio da função social (art. 421 CC/2002) - “A liberdade de contratar será


exercida em razão e nos limites da função social do contrato.” Trata o artigo em
questão de uma norma de ordem pública, segundo a qual “o contrato visa a tingir
objetivos que, além de individuais, são também sociais. O poder negocial é, assim,
funcionalizado, submetido a interesses coletivos ou sociais” (GOMES, 2008, p. 48).

b) Princípio da boa-fé (art. 422 CC) - O princípio da boa-fé exige que as partes se
comportem de forma correta, não apenas durante a execução do contrato, mas
também durante as tratativas. Está previsto no art. 422 do Código Civil: “Os
contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”

c) Princípio da liberdade contratual/ autonomia privada (art. 104 e 421 CC) -


Determina que o indivíduo possui liberdade para escolher quem ele quer
contratar. Exemplo: Compra de carro, onde existem várias opções de lugares
para escolha.

Cláusulas
1) O que é uma cláusula de contrato?
R: A cláusula contratual é um item, dentro de um contrato, que estabelece condições
específicas entre os contratantes.
Cláusula principal:  Será principal quando independer juridicamente de outra.
Cláusula acessória: Será acessório o que depender juridicamente de outro.
Cláusula de retrovenda- A retrovenda é um recurso polêmico no mercado imobiliário
e pode causar confusão se não negociada de maneira bem clara entre as partes. Essa
cláusula trata de uma permissão para o resgate de um bem imóvel.
Em outras palavras, a cláusula de retrovenda significa que o vendedor reserva para si
o direito de reaver o imóvel, mas desde que pague o valor correspondente a ele com
juros atualizados. Porém, a cláusula deve ser negociada antes do contrato de venda, e
principalmente constar no documento para que o comprador esteja ciente.
Se negociado, fica acertado entre as partes que o imóvel é “devolvido” ao vendedor
em um prazo limite de, no máximo, 3 anos. Caso ocorra a intenção, o vendedor terá
que devolver o valor combinado ao comprador de maneira corrigida pela inflação, além
de incluir outras despesas gastas com escritura e certidões.

Teoria preceptiva - Em consonância com as ideias de socialização dos contratos,


tem-se que o fundamento de obrigatoriedade contratual mais defendido atualmente
encontra-se exposto na Teoria Preceptiva. De acordo com esta teoria, as obrigações
oriundas dos contratos obrigam não apenas porque as partes a assumiram, mas
porque interessa à sociedade a tutela da situação objetivamente gerada, por suas
consequências econômicas e sociais. Ou seja, passa a ser um fenômeno econômico
e social. Exemplo: contratos em massa.

Imissão de posse (art. 1.228 CC)- "O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha."
Esta ação é adequada para o proprietário que nunca exerceu a posse, adquiriu a
propriedade e tem dificuldade em usar, gozar e dispor do seu bem, como por exemplo
as aquisições de bens em leilão.
Obs.: As causas que envolvem contrato de locação devem observar a legislação
específica para o despejo (Lei 8.245/91).
Reintegração de posse (art. 1210 CC) - Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser
mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§1º O possuidor turbado ou esbulhado poderá manter-se ou restituir-se por sua própria
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço não podem ir além
do indispensável à manutenção ou restituição da posse".
A ação de reintegração de posse discute exclusivamente a posse do bem, não há
discussão sobre o domínio ou propriedade. Ou seja, o Autor da Reintegração de
Posse exercia livremente a posse, quando sofreu o esbulho (PERDA DA POSSE).
Para esta ação é indispensável a comprovação de que o Autor era possuidor do bem
antes do esbulho impugnado na ação. Caso não houver prova da posse prévia, e
houver discussão sobre o domínio/propriedade, as ações petitórias devem ser
consideradas.
Proprietário- É proprietário do imóvel, o indivíduo cujo nome constar no cartório de
registro de imóveis.

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