#11 | 11 a 15/03 | 2019

Palavra do Italo
#11 | 11 a 15/03 | 2019

A BUSCA PELO
SUPÉRFLUO
NECESSÁRIO
É bem provável que você tenha crescido ouvindo que, para
tornar-se uma pessoa de valor, deveria evitar tudo que fosse
supérfluo. A verdade, porém, é que a idéia de que devemos
eliminar todo tipo de supérfluo é profundamente falsa e, se
levada às últimas consequências, pode desumanizar você.

Existe um supérfluo necessário que é preciso cultivar

se não queremos viver abaixo da condição humana.

No CA desta semana, você, que já entendeu que a vida hu-

mana é uma vida de serviço, e que é no cumprimento do
dever que se experimenta o sabor da felicidade, acaba de
ganhar mais uma obrigação: desligar-se por alguns momen-
tos e relaxar. Desprezar o supérfluo necessário pode levá-
-lo a um profundo entristecimento, arrastando-o para o mais
raso materialismo. Encontrar o equilíbrio entre os extremos
de uma vida escrava da busca pelo prazer e, na outra ponta,
de uma vida escrava da obrigação passa por aprender quais
os supérfluos que devem estar presentes em sua vida.
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VOCÊ JÁ DISSE ISTO?

Não dou esmola! Para quê? Para o mendigo ir

comprar pinga? Prefiro dar um sanduíche.

Só que o sanduíche não vai combater esse

coração de pedra que você tem aí no peito, flor.

Vão construir um teatro aqui? Com dinheiro

público?? Tanta escola precisando de
investimento, e vão construir um teatro?!

Ah, se você tivesse cabulado umas aulas para

ir ao teatro! Talvez até entendesse mais ao
próximo, inclusive.

Acho um absurdo a Igreja ficar nessa ostentação

quando tem tanta gente passando fome!
Deveriam vender todas as suas artes e doar
o dinheiro para os pobres.

No dia em que você vendeu os seus bens e doou

o dinheiro para os pobres, você ficou mais forte
e capaz de ajudar os outros, ou está só fazendo
pose, mesmo?
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LIVE #36

VOCÊ PRECISA DO
SUPÉRFLUO PARA
SER HUMANO

TRANSMITIDA EM 11 DE MARÇO DE 20191

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Acesse o Portal GW para conferir os áudios e vídeos das lives da semana passada.
 #11 | 11 a 15/03 | 2019

Tente imaginar uma vida construída sobre o estritamen-

te necessário. Do que um ser humano precisa para man-
ter-se vivo? A rigor, de alimento, água, abrigo e da graça
de Deus. Qualquer elemento acrescentado a isso — para
tornar o alimento mais saboroso, o abrigo mais agradá-
vel, ou a vida mais amena — seria supérfluo.

Trata-se, porém, de um supérfluo que distingue a vida

propriamente humana, diferenciando-a da vida animal.
O homem, que não é uma criatura meramente material,
precisa de algo mais que o estritamente “necessário”
para viver: precisa de elementos que lhe recordem da
sua natureza espiritual e que alimentem suas aspirações
mais altas. Esses são os elementos fornecidos por todo
o campo da beleza e da estética, da arte, da cultura, da
diversão, da convivência humana saudável. Se esses ele-
mentos são supérfluos, são supérfluos necessários, sem
os quais o indivíduo viverá abaixo da condição humana.

Se em sua vida existe um elemento de tristeza, de não

progressão, de muita rigidez, é sinal de que está faltando
o supérfluo necessário. O sujeito que se concentra intei-
ramente no mundo da “necessidade” termina por cair no
mais reles materialismo — e, daí para abandonar a sua
vocação, o sentido da vida, a religião, aquilo que se cha-
ma de “alegria de viver”, é apenas um passo.

Saber que supérfluos necessários você deve cultivar

em sua vida é o caminho para realizar a sua vocação
de modo mais plenamente humano.
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QUAIS OS
SUPÉRFLUOS
NECESSÁRIOS
EM SUA
VIDA?
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Pode ser que sua vida esteja tão consumida pelas obri-
gações, que você nem se lembre daquelas coisas que
gostava de fazer e que não tinham relação com a vida
produtiva. Por outro lado, pode ser que sua vida esteja
tão distante do dever, que você só pense em divertir-se.
Em nenhum desses extremos desenvolve-se a vida hu-
mana sadia.

TUDO NA DOSE CERTA

Para Onde Estou Indo?

Registre no lado esquerdo da tabela abaixo as suas obri-

gações (pense nos deveres diários, semanais e mensais).
No lado direito, registre os elementos em sua vida que
não têm relação direta com essas obrigações, mas que
você cultive como hobby, “mimos” pessoais, formas de
lazer ou diversão.

Observe a proporção entre uma coluna e outra. Isso lhe

permitirá visualizar o espaço que as obrigações e o lazer
ocupam em sua vida hoje.

Idealmente, o campo das obrigações deve ser considera-

velmente maior. Mas uma lista muito exígua no lado di-
reito pode indicar que você entrou na rota perigosa que
vai dar no materialismo.
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Minhas obrigações rotineiras são: Quando quero descansar, eu:

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O PROBLEMA
COM AMBIEN-
TES 100%
FUNCIONAIS É
QUE ELES NÃO
FUNCIONAM
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Estamos no grande campo da estética, no qual a beleza

a harmonia dos ambientes tem sobre nós um impacto
imediato, ressoando em nossos estados interiores sem
que, muitas vezes, nos demos conta disso.

Há muitas maneiras de tornar um ambiente mais agra-

dável: uma disposição mais harmônica dos móveis, uma
melhor organização dos objetos, até à aquisição de al-
guns móveis novos ou artigos de decoração.

Um ambiente totalmente desprovido de elementos que

nos remetam às realidades superiores da beleza e da
ordem, mas contenham apenas “objetos úteis”, torna-se
por fim um ambiente inútil, porque você não vai querer
estar nele.

VALE A PENA
INVESTIR NA BELEZA
Olhe para os cômodos de sua casa como se você fosse
um visitante que os visse pela primeira vez. Que impres-
são você teria sobre quem habita esse ambiente? Não se
apegue a questões de riqueza/pobreza — não é esse o
ponto. Procure responder às perguntas:

A disposição dos móveis

Há alguma preocupação é harmônica, ou tudo
com a beleza? está disposto de modo
improvisado?

Como está a organização? É possível distinguir categorias,

ou os elementos estão dispersos sem nenhum critério?
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O QUE VOCÊ PODE FAZER:

Mudar a disposição de alguns

móveis para tornar a composição
mais harmônica, ou simplesmente
desfazer-se de objetos que estejam
entulhando o ambiente.

Listar, por cômodos, o que você

poderia fazer ou adquirir para
torná-los mais agradáveis. Às
vezes um vasinho de plantas no
lugar certo alegra todo o ambiente.

Dispor, em um local de destaque,

objetos que o façam recordar daquilo
que lhe é caro e lhe traz alegria —
fotografias de família, algum
objeto de cunho religioso etc.
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Você que é GW sabe da importância de uma vida de ser-

viço, de não fugir à obrigação.

Pois bem: nesta semana, e de agora em diante, uma de

suas obrigações é desligar-se por alguns momentos das
obrigações e permitir-se alguma distração, um hobby,
um café com as amigas no shopping, um passeio para
ver vitrines, um momento para ouvir música ou contem-
plar obras de arte.

“O elemento de relaxamento é necessário para a

vida humana. O sujeito que anda sempre ocupado,
atarefado com as coisas necessárias, está frito. Tem
de existir esse elemento de contemplação da beleza,
da verdade, da calma."

Encontre dentro do seu dia, ou da sua semana, algumas

horas para relaxar:

Tomar um café fora de casa

Contemplar obras de arte

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Encontrar-se com os(as) amigos(as)

Fazer uma leitura

Assistir a um filme

Ver vitrine

Fazer o seu prato f avorito ou pedir um delivery

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QUER QUE EU DESENHE?

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