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FRANCA
2009
LUCIENE SERIBELLI PANICE
Orientador:
______________________________________________
Nome: Prof. Frank Sérgio Pereira
Instituição: Universidade de Franca.
Examinador(a):
______________________________________________
Nome:
Instituição: Universidade de Franca.
Examinador(a):
______________________________________________
Nome:
Instituição: Universidade de Franca.
Franca, ____/____/2009.
DEDICO este estudo aos maiores incentivadores de minha vida, a
quem devo tudo o que sou, meus pais, Antônio Carlos e Sônia, com
todo o meu amor.
AGRADEÇO acima de tudo a Deus, fonte de amor, sabedoria e
justiça, pois foi na oração que encontrei forças para concluir esta
etapa de minha vida.
Aos meus pais, por compartilhar deste sonho e possibilitar sua
realização.
Ao meu orientador, Prof. Frank, pela atenção, paciência e dedicação
ao meu trabalho.
Agradeço, ainda, a todos que contribuíram direta e indiretamente
para a conclusão deste trabalho.
“Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma
nação onde não sejam julgados pela cor da pele, mas pelo seu
caráter”.
Martin Luther King
O presente estudo trata sobre o racismo, criminalizado pela Lei nº. 7.716/89 que pune o
preconceito decorrente da raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Tem o cunho de
mostrar à sociedade que o crime de racismo existe e sua manifestação comportamental é o
preconceito. A forma de racismo, que sempre foi e ainda é mais praticada é o preconceito
contra o negro, hoje esse preconceito, assim como os demais, encontra-se camuflado pela
sociedade, porém nunca deixou de existir. Pesquisas divulgadas recentemente vêm corroborar
com tal afirmação e mostra que o negro encontra-se em desvantagem em relação aos brancos
na maioria das áreas, seja educacional, salarial, entre outras. O crime é praticado diariamente,
mas não é punido com o rigor necessário, restando claro a necessidade de uma reforma legal e
a implementação de uma política social sólida, para que se passe a respeitar o ser humano e
para fazer valer o princípio da igualdade, tão primado pela Carta Magna.
This study is about racism, criminalized by Law No.7.716/89 that punishes the result of race
prejudice, color, ethnicity, religion and national origin. It has the stamp show the society that
the racism crime exists and its behavioral manifestation is the prejudice. The form of racism,
which was always and still most practiced, is the prejudice against the Negro, now that
prejudice well as the other , is occult by the society, but never ceased to exist. Released
search recently come to support this assertion and shows that the Negro inferior condition in
some areas like, education, wages, and others. The crime is committed every day, but is not
punished with the necessary rigor, leaving a need clear for legal reform and implementation of
a hard social politics, it will respect the human being and principle enforce of equality, so
rule by Magna Letter.
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA .................................................................................... 11
2 CONCEITO ............................................................................................................. 13
3 FORMAS DE RACISMO ....................................................................................... 17
3.1 RACISMO DECORRENTE DA RAÇA E DA COR ............................................... 17
3.2 RACISMO CONTRA A NACIONALIDADE ......................................................... 22
3.2 RACISMO CONTRA A RELIGIÃO ........................................................................ 22
4 O RACISMO COMO CONTRAVENÇÃO PENAL E COMO CRIME ........... 22
4.1 O RACISMO NOS TEXTOS CONSTITUCIONAIS ............................................... 26
4.1.1 Constituição Federal de 1824 .................................................................................... 27
4.1.2 Constituição Federal de 1891 .................................................................................... 28
4.1.3 Constituição Federal de 1934 .................................................................................... 28
4.1.4 Constituição Federal de 1937 .................................................................................... 29
4.1.5 Constituição Federal de 1946 .................................................................................... 30
4.1.6 Constituição Federal de 1967 .................................................................................... 31
4.1.7 Constituição Federal de 1988 .................................................................................... 31
4.1.7.1 O racismo como crime imprescritível ....................................................................... 32
4.1.7.2 O Racismo como crime inafiançável ......................................................................... 33
5 O RACISMO CRIMINALIZADO PELA LEI N. 7.716/89 ................................. 35
6 DIFERENÇA ENTRE O CRIME DE RACISMO E A INJÚRIA
QUALIFICADA .................................................................................................................. 49
7 CONSEQUÊNCIAS ORIGINÁRIA DA LEI ....................................................... 51
8 O NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO ..................................................... 53
9 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: AVANÇOS OU RETROCESSOS ................... 55
CONCLUSÃO...................................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 57
9
INTRODUÇÃO
O presente estudo trata de um assunto que foi, é e será sempre atual: “O Crime
de Racismo no Brasil”, e foi escolhido com a finalidade de mostrar que ainda hoje, em pleno
século XXI, existe preconceito por parte da sociedade, seja pela cor, raça, etnia, religião ou
procedência nacional.
O racismo é um crime regido por lei própria, a Lei n. 7.716/89. A Constituição
da República Federativa do Brasil, já previa desde 1988 o racismo como crime inafiançável e
imprescritível, previsto em seu inciso XLII do artigo 5º, o que vem corroborar a importância
de tratar sobre o tema e sua gravidade.
Além dos artigos acima citados é importante destacar que o Brasil participou da
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de discriminação racial, que foi
concluída e assinada em 7 de março de 1966 na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. O
Brasil a ratificou em 27 de março de 1968 e sua entrada em vigor se deu em 4 de janeiro de 1969.
O decreto que a promulgou é o Decreto n. 65.810 de 8 de dezembro 1969 e nele os
Estados-Membros comprometeram-se a agir, junto ou separadamente, para promover e encorajar o
respeito universal e efetivo dos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem
discriminação de raça, sexo, cor, idioma ou religião.
O Decreto nº. 65.810 de 08 de dezembro de 1969 tem força Constitucional,
após ser internalizado pelo Brasil, conforme preceitua a Constituição Federal em seu artigo 5º,
parágrafo 3º.
Faz-se necessário salientar que o crime de racismo antes de ser previsto pela
Constituição Federal, por Lei específica e internalizado após convenção internacional, já era
previsto pela Lei 1.390/51, conhecida como Lei Afonso Arinos, porém nessa época o racismo
não era crime, mas contravenção penal.
O trabalho tratará de um tema comum e corriqueiro, porém pouco explorado e
camuflado pela sociedade, e até então, pouco observado por acadêmicos, como um grande
problema social e jurídico.
Prova disso é uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo onde
apontou que 97 % dos entrevistados disseram não ter preconceito, mas 98% afirmaram
conhecer pessoas que manifestavam, de algum modo, discriminação racial.
10
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Ao findar o século XVI não havia mais de três mil homens brancos em todo o
território do Brasil e eram portugueses, franceses, genoveses e itálicos em geral e
alguns flamengos e espanhóis. Foram esses europeus quase todos do sexo masculino
que na Bahia, em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e em São Vicente,
miscigenando com as índias, formaram as primeiras populações brasileiras até 1.600
[...] 1.
Com a miscigenação das raças vem o preconceito, que pode ser detectado até
em correspondências oficiais, como nas do Conde Gobineau, que em visita ao Brasil escreveu
que “já não há uma família brasileira de que não tenha nas veias sangue negro ou indígena.”2
O Conde vai mais longe e traz a idéia de que aquele que não é de tez clara,
louro e de olhos azuis, como o Imperador, eram pessoas de péssimo caráter.
Pode-se comprovar, mais uma vez, o preconceito do Conde na mesma
correspondência, onde diz que, “salvo o Imperador não há mais ninguém neste deserto
povoado de malandros.” 3
1
BARRETTO, Castro. Povoamento e população. Rio de Janeiro: José Olympio, 1951. p. 53.
2
O Conde de Gobineau no Brasil. São Paulo: Ed. Séc. da Cultura, 1976. p. 79-80.
3
Ibid., p. 79-80.
12
2 CONCEITO
Racismo [...] 1 conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre
as raças, entre as etnias. 2 doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de
uma raça (considerada pura e superior) de dominar as outras. 3 preconceito
extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente [...] 4 atitude
de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas.5
Racismo: doutrina que prega a superioridade de uma raça sobre as outras. No Brasil,
a prática do racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão.
Um dos princípios fundamentais do Brasil, nas relações internacionais, é o repúdio
ao terrorismo e ao racismo (CF. arts. 4º, XII e 5º, XLII; Lei n. 7.716/89 com as
modificações introduzidas pela Lei n. 9.459/97) [...]6
4
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/sociologia/racismo.htm>. Acesso em: 5 nov. 2008.
5
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 2373.
6
GUIMARÃES, Deocliciano Torrieri. Dicionário técnico jurídico. 9. ed. São Paulo: Rideel, 2007. p. 576.
7
Disponível em: <http://www.notapositiva.com>. Acesso em: 9 set. 2008.
8
Disponível em: <http://grupodeapch1.blogs.sapo.pt/6157.html>. Acesso em: 9 set. 2008.
14
[...] a palavra raça não identifica nenhuma realidade biológica reconhecível no DNA
de nossa espécie, e que, portanto não há nada de inevitável ou genético nas
identidades étnicas e culturais, tais como se conhece hoje em dia. Sobre isso, a
ciência tem idéias bem claras.12
9
SILVA JUNIOR, José. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. 7. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2002. p. 2645.
10
Ibid., p. 2645.
11
Disponível em: <http://74.125.45.132/search?q=cache:kcW3YMk7H0sJ:gladio.blogspot.com/2009/02/o-ciclo-
entrudo-quaresma.html+O+racismo+seria+teoricamente+uma+ideologia+essencialista&cd=2&hl=pt-
BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 10 jan. 2009.
12
Disponível em: <http//:www.wikipedia.com.br>. Acesso em: 10 set. 2009.
15
Embora haja muito ainda para ser desvendado, algumas conclusões são irrefutáveis,
e uma delas é a de que a genética baniu de vez o conceito tradicional de raça.
Negros, brancos e amarelos diferem tanto em si quanto dentro de suas próprias
etnias. Conforme afirmou o geneticista Craing Venter, „há diferenças biológicas
13
ínfimas entre nós. Essencialmente somos todos gêmeos‟.
Com base nas informações vistas até o presente momento, fica claro que a cor
da pele, do cabelo, dos olhos, ou formato do nariz, etc., em nada influência a capacidade dos
indivíduos e em nada torna um melhor ou pior que o outro.
Porém a sociedade ainda não conseguiu assimilar tais informações, ou mesmo
sabendo e tendo consciência disto, ainda não acolhe todos os cidadãos com igualdade.
O preconceito racial é algo que está implícito na sociedade desde o surgimento
da raça humana, portanto não é de um momento para outro que se conseguirá “limpar” a
sociedade de descabido preconceito, pois o racismo é uma das muitas formas de preconceito.
E assim sendo, se faz necessário elucidar o que é um preconceito. Definição
que merece ser acrescida a este trabalho é a que faz Edgard Blucher apud James M. Jones,
onde assim define preconceito:
“É o julgamento negativo e prévio dos membros de uma raça, uma religião ou
dos ocupantes de qualquer outro papel social significativo, e mantido através de fatos que o
contradizem.”14
Sua definição é brilhante, porém como não se pode conter com uma única
visão, faz parte do crescimento, ouvir e avaliar opiniões, e para tanto Aurélio diz que
preconceito é “suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos,
religiões, etc.”15
Não é preciso raciocinar para concluir que preconceito é simplesmente uma
forma de racismo, mas quem tem gabarito para tal afirmação é o doutrinador José Silva
Júnior, e define preconceito como “forma de expressão do racismo. Sua manifestação
comportamental é a discriminação.”16
José Silva Júnior vem abrir mais um precedente para o que seria racismo,
colocando-o como uma forma de discriminação, e é ele mesmo, que vem esclarecer o que é
discriminação. Cita oportuno conceito dado por organismos internacionais, para
13
VERAS, Ryanna Pala. O racismo à luz do STF. Boletim Científico: Escola Superior do Ministério Público da
União. Ano III. N. II. abri/jun. 2004. Brasília-DF.
14
BLUCHER, Edgard apud James M. Jones. Racismo e preconceito. São Paulo: Edusp, 1973. p. 54.
15
SILVA JUNIOR, José. Leis especiais penais e sua interpretação jurisprudencial. 7. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002, p. 2646.
16
Ibid., p. 2646.
16
discriminação, sendo: “Qualquer distinção, exclusão ou preferência que tenha por efeito
anular, ou destruir a igualdade de oportunidade e tratamento.” 17
Essa igualdade de oportunidade de tratamento, que o autor cita é o princípio
constitucional da igualdade, onde todos os cidadãos têm o direito de serem tratados
igualmente.
O princípio da igualdade é previsto no caput do artigo 5º da Constituição
Federal de 1988 e prevê:
17
SILVA JUNIOR, José. Leis especiais penais e sua interpretação jurisprudencial. 7. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002, p. 2646.
18
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008.
19
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo. Revista dos Tribunais, 1993. p.
195.
17
3 FORMAS DE RACISMO
O conceito de raça se perdeu com o tempo, não sendo mantido de uma única
forma até mesmo pelos movimentos anti-raciais organizados.
Assim, uma forma simplória de definir o preconceito decorrente da raça é
aquele que diferencia, de modo a inferiorizar, povos ou pessoas de raças diferentes num juízo
de valor de que um povo é melhor que o outro como, por exemplo, os negros.
Neste trabalho, atenta-se para a forma de preconceito decorrente da raça, na
forma mais difundida e, da qual é objeto de grande discussão e luta, principalmente por parte
de organizações não governamentais, que são de raça negra.
Nesse momento começa-se a mistura e confusão que muitos, até hoje, fazem ao
diferenciar raça e cor.
Raça, como definido anteriormente, são os indivíduos que pertencem a um
tronco comum.
Já a cor é a exteriorização do indivíduo, como brancos, pretos, amarelos,
vermelhos etc.
Hoje, infelizmente, a população, em sua maioria, se deixa levar por aparências,
condições sociais, financeiras e culturais, fatores determinantes, para que o Brasil ainda não
tenha alcançado a “libertação” racial.
18
20
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Racismo no Brasil. 1. ed. São Paulo: Publifolha, 2001.
21
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/09/09/ult5772u769.jhtm> . Acesso em: 12 dez.
2008.
19
20
22
SILVA JÚNIOR, José. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. 7. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002. p. 2649.
23
23
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2002. p. 274.
24
[...] 4 – Urge, porém, que o Poder Legislativo adote medidas convenientes para que
as conclusões científicas tenham adequada aplicação na política do Govêrno. As
disposições da Constituição Federal e os preceitos dos acordos internacionais de que
participamos, referente ao assunto, ficarão com simples declarações platônicas se a
lei ordinária não lhe vier dar fôrças de regra obrigatória de direito. 5 – Por mais que
se proclame a inexistência, entre nós, do preconceito de raça, a verdade é que êle
existe, e com perigosa tendência a se ampliar [...] é sabido que certas carreiras civis,
como o corpo diplomático, estão fechadas aos negros; a Marinha e a Aeronáutica
criam injustificáveis dificuldades ao ingresso de negros nos corpos oficiais e que
outras restrições existem, em vários setores da administração. 6 – Quando o Estado,
por seus agentes, oferece tal exemplo de odiosa discriminação, vedada pela Lei
Magna, não é de se admirar que estabelecimentos comercias proíbam a entrada de
negros nos seus recintos. [...] 9 – [...] Nada justifica, pois, que continuemos
disfarçadamente a fechar os olhos à prática de atos injustos de discriminação racial
que a ciência condena, a justiça repele, a Constituição proíbe, e que podem produzir
monstruosidade como os „pogrooms‟ hitleristas ou a situações insolúveis como a
24
grande massa negra norte-america”
O relator desse Projeto de Lei foi o deputado Plínio Barreto que se manifestou
favoravelmente a aprovação da Lei em 16 de agosto de 1950, conforme pode se ver abaixo:
24
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL, 24 de agosto de 1950, p. 5.740.
25
DIARIO DO CONGRESSO NACIONA, 17 de novembro de 1950. p. 8.158.
25
Desta forma a lei foi aprovada e incluiu como contravenção penal, a prática de
racismo decorrente da raça e da cor, punindo o estabelecimento comercial ou de ensino que se
recusasse a servir, atender ou receber cliente, comprador ou aluno, por preconceito de raça ou
de cor.
A lei previa ainda, que o hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento da
mesma finalidade que se recusasse a hospedar alguém por preconceito de raça ou de cor,
deveriam ser punidos com prisão simples, de três meses a um ano e multa.
Previa também, que aquele que se recusasse a vender mercadorias ou atender
clientes em restaurantes, bares, confeitarias e locais semelhantes, abertos ao público, onde
servissem alimentos, bebidas e guloseimas por preconceito de raça ou de cor seriam punidas
com prisão simples de quinze dias a três meses ou multa.
A pequena lei punia com a mesma pena, àquele que recusasse a entrada em
estabelecimento público, de diversões ou esportes, bem como em salões de barbearias ou
cabeleireiros por preconceito de raça ou de cor.
A Lei n. 1.390/51 punia em seu artigo 5º, aquele que se recusasse a realizar
inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, por preconceito
de raça ou de cor. Ocorrendo a contravenção, a pena seria de três meses a um ano ou multa.
Estipulava ainda, em seu parágrafo único, a perda do cargo, para o agente que se recusasse, se
o estabelecimento de ensino fosse estabelecimento oficial.
A lei punia com a perda do cargo, após inquérito regular para apuração dos
fatos, aquele que proibir o acesso de alguém a qualquer cargo do funcionalismo público ou ao
serviço regular em qualquer ramo das forças armadas, por preconceito de raça ou cor.
Por fim, punia aquele que negava emprego ou trabalho a alguém em autarquia,
sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço público ou empresa privada,
por preconceito de raça ou de cor, com prisão simples de três meses a um ano e multa, no caso
de empresa privada. Já para as autarquias, sociedade de economia mista e empresa
concessionária de serviço público, a pena era a perda do cargo daquele que manifestasse a
recusa.
Como se pode analisar, a pena aplicada com maior rigor era a de prisão simples
por três meses a um ano cominada com a pena de multa.
Isso basta para concluir que a lei não era rígida, que possuía grandes
deficiências e, portanto sua aplicação não era eficaz e tinha caráter duvidoso, como salienta
26
Leon Fredja Szkrowsky ao dizer que a lei era ‟de duvidosa aplicação e de efeitos meramente
simbólicos‟.26
Tendo em vista todos esses fatores, os legisladores sentiram a necessidade de
completar a Lei Afonso Arinos, a fim de sanar suas falhas e para inserirem outras formas de
preconceito. Assim surgiu a Lei n. 7.437 de 20 de outubro de 1985, dando nova redação a Lei
1.390/51 e englobando ao preconceito de raça e de cor o preconceito concernente ao sexo e ao
estado civil.
Podem-se citar como principais modificações o fato das sanções previstas
serem em todas as tipificações, cumulativamente, privativas de liberdade e multa e a outra
pelo fato de terem sido retiradas algumas coisas por serem redundantes, como por exemplo, a
exclusão de salões de cabeleireiros ou barbearias.
26
SZKLAROWSKY, Leon Fredja. Crimes de racismo. RT 743/467, set-1997.
27
O Brasil não para por aí, entrando em vigor em 18 de setembro de 1946, sua
mais nova Constituição. Esta fica em vigor no país por nove anos, sendo que em 24 de janeiro
de 1967 uma nova Constituição é criada, sendo passada por sua primeira emenda em 17 de
outubro1969.
Após o país passar por estas seis Constituições e respectiva emenda, em 5 de
outubro de 1988, o país conhece, a sua Primeira Constituição Democrática, já que as
anteriores eram viciadas pelo Império e a Ditadura.
É com base nessas várias Constituições existentes que serão realizadas análise
abaixo, para que fique claro o quão antigo é um problema que se vive nos dias atuais.
27
NABUCO, Joaquim. O abolicionista. São Paulo: Publifolha, 2000. Grandes nomes do pensamento brasileiro
da Folha de São Paulo.
28
28
Constituição Federal de 1891.
29
O dispositivo legal veio exposto no artigo 113 e dispunha: “Todos são iguaes
perante a lei: Não haverá privilégios, nem distincções, por motivo de nascimento, sexo, raça,
profissões próprias ou dos paes, classe social, riqueza, crenças religiosas ou idéias
políticas.”29
O emprego do termo raça no dispositivo legal foi uma grande conquista para os
negros deste país, onde puderam se sentir respeitados e reconhecidos diante de uma sociedade
que por muito tempo os deixaram de lado e que nunca, até então, tinham de uma forma
explícita, seus direitos tratados através de uma Carta Magna.
Este foi também um avanço para o país que passou a respeitar o povo pelo que
são e não pelo que possuem. Pelo menos isso ocorria no papel e era a única forma tanto dos
negros quanto de todos os que por serem pobres ou analfabetos, que para a época era muito
comum, se sentirem menos agredidos por uma sociedade extremamente capitalista e
preconceituosa.
Usando o chavão de que „tudo que é bom dura pouco‟ é que se inicia mais um
capítulo do preconceito neste país.
A Constituição de 1934 que durou apenas 2 (dois) anos e foi a primeira a
igualar o negro aos demais povos da época, reconhecendo seus direitos e levando respeito e
dignidade para estes, foi revogada, pela Constituição de 1937, de 10 de novembro do mesmo
ano.
A Constituição de 37, em nada inovou. Pelo contrário, retroagiu.
Especialmente no que diz respeito aos direitos dos negros. Esta Constituição abordou um
simplório “todos são iguais perante a lei”, ignorando o marco estabelecido pela Constituição
de 1934. E mais uma vez ficou atrás de outros países que vinham combatendo ferrenhamente
o preconceito racial.
Com a promulgação desta Constituição o país frustrou, mais uma vez os
avanços e as expectativas do combate ao preconceito racial e ignorou os direitos da maioria da
população vigente na época.
29
Constituição Federal de 1934.
30
Por fim, cabe salientar uma das maiores conquistas Constitucionais que vem
através do artigo 5º dizer “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”:
Nestes termos, o inciso XLII diz: “a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão nos termos da lei”.
30
JESUS, Damásio E. de, Direito penal: parte geral. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 717 v. 1.
33
Tal qual citado no caso acima, primeiramente tem-se que conhecer o conceito
de fiança, para se tratar o contrário. Segundo Magalhães Noronha
[...] fiança vem a ser, assim, um direito do acusado, que lhe permite, mediante
caução e cumprimento de certas obrigações, conservar sua liberdade até a sentença
condenatória irrecorrível. É a fiança substituto da custodia do acusado. Dos textos de
nosso código verifica-se que ela se destina também a assegurar a presença daquele
no processo e o pagamento de custas do dano e da pena de multa.31
Criticamos o legislador ao criar o crime de racismo, e repetimos para dar ênfase, sua
radicalização equivocada, o gravoso atributo de delito inafiançável e imprescritível,
o que o torna crime com caráter de excepcionalidade. Nada justifica tal postura. É
como se fosse uma lei identificada com a ideologia de um Direito Penal de Talião,
permanente retributivo.32
31
MAGALHÃES NORONHA, Edgard. Curso de direito processual penal. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1979.
32
TEJO, Célia Maria Ramos. Dos crimes de preconceito de raça ou de cor. São Paulo: Eduep, 1998. p. 32.
34
33
TEJO, Célia Maria Ramos. Dos crimes de preconceito de raça ou de cor. São Paulo: Eduep, 1998. p. 23.
34
PIMENTEL, Manoel Pedro. Crimes de mera conduta. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1968. p. 60.
36
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa que tenha poder para obstar esse acesso,
podendo ser o funcionário público, servidor ou empregado, o examinador de uma banca ou o
responsável pela contratação.
Sujeito Passivo: Em caráter imediato o Estado (sociedade organizada), que
tutela o bem jurídico: respeito à personalidade da pessoa (artigo 1º, III, CF).
Em caráter mediato, qualquer pessoa, habilitada para ocupar o cargo.
Objeto Jurídico: O Direito Igualitário de qualquer pessoa ter acesso a
qualquer cargo público.
Nesse sentido Paulo José da Costa Júnior traz exemplo do preconceito e
informa que “a administração atingia, em tempos idos, a Congregação da Faculdade de
Direito da USP, que reprovava candidatos que não fossem de boa cepa, nos concursos que
realizava.” 35
Objeto Material: A conduta se expressa pelos verbos impedir e obstar, que
querem dizer não permitir, impossibilitar ou servir de obstáculo.
Cabe aqui, ainda, diferenciar administração direta e indireta, onde a primeira é
exercida por órgãos do Estado. E a segunda por autarquias e fundações. Têm ainda, as
concessionárias de serviços públicos, empresas particulares, que mediante delegação
contratual, executam serviços públicos ou de utilidade pública.
No entender de Valdir Szmick esse artigo é totalmente dispensável, pois afirma
que:
[...] essa discriminação no Poder Público, se ocorrer, é muito rara. Nos empregos
públicos é onde encontramos os mais humildes contínuos, chefes de seção e até
diretores de raça negra. No clero, há bispos negros, nas Forças Armadas,
especificamente a Força Área, existem oficiais superiores de raça negra (nissei e
outras). Não há discriminação.36
35
COSTA JUNIOR, Paulo José da. Direito penal na constituição. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991.
p. 226.
36
SZNICK, Valdir. Novo crime sobre preconceito: raça e cor, novos crimes e novas penas no Direito Penal. São
Paulo: Leund, 1992. p. 136.
37
[...] onde surgir o exercício individual ou coletivo, de uma atividade, com caráter
profissional, que não seja de natureza literária, cientifica ou artística, numa
coordenação de trabalho e de recursos com finalidade produtiva, aí está
caracterizada a empresa.38
37
Disponível em:
<http://74.125.47.132/search?q=cache:nLGbagHRwOUJ:www.nagib.net/artigos_texto.asp%3Ftipo%3D5%26are
a%3D1%26id%3D79+empresa+%C3%A9+%E2%80%9Ctoda+organiza%C3%A7%C3%A3o+de+natureza+civ
il+ou+mercantil+destinada+%C3%A0+explora%C3%A7%C3%A3o+por+pessoa+f%C3%ADsica+ou+jur%C3
%ADdica+de+qualquer+atividade+com+fins+lucrativos.%E2%80%9D&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>.
Acesso em: 20 out. 2008.
38
SILVA JÚNIOR, José. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. 7. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002. p. 2649.
38
[...] a lei fala em inscrição ou ingresso e aqui estão incluídos todos os direitos
decorrentes da inscrição, desde a freqüência às aulas, bem como tudo que for
oferecido aos demais alunos do estabelecimento (participação em campeonatos
esportivos, em peças teatrais ou qualquer forma de lazer), que pode ser público
federal, estadual ou municipal, ou privado de qualquer grau de ensino. 39
39
TEJO, Célia Maria Ramos. Dos crimes de preconceito de raça ou de cor. São Paulo: Eduep, 1998. p. 67.
40
TACRM-SP – Ap. 962.421-1 – Rel. Rulli Jr. – j. 19.10.1995 – RJDTACrim 28/75.
40
41
TARS – Ap. 294.121.793 – rel. Délio Spalding de Almeida Wedy – j. 25.08.1994 – RT 738/525.
42
[...] uma interferência no meio familiar e o Direito, todos nós sabemos, nunca atua
com êxito nessa área, inclusive em razão do chamado „pudor familiar‟, sentimento
que inibe o membro de uma família a se posicionar contra os demais familiares ou
revelar seus defeitos e faltas. [...] uma parte dos doutrinadores considera tal
intervenção indevida. E nós estamos entre os que compactuam com essa opinião”. 42
42
TEJO, Célia Maria Ramos. Dos crimes de preconceito de raça ou de cor. São Paulo: Eduep, 1998. p. 71-72.
45
Outro caso, também citado, por José Silva Júnior onde equipara-se o namoro à
convivência familiar, sendo:
Artigo 18: Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Neste primeiro momento cabe informar que em decorrência da revogação do
artigo 17 o disposto no artigo 18 incide somente ao artigo 16.
Os efeitos constantes deste artigo têm de vir explícito na sentença proferida
pelo juiz. Destarte que o artigo em tela já se encontra elucidado no artigo 93, IX da
Constituição, onde manifesta que todas as decisões do Judiciário têm de ser motivadas.
43
SILVA JÚNIOR, José. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. 7. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002. p. 2667.
47
44
OSÓRIO, Fábio Medina e SCHAFER, Jairo Gilberto. Dos crimes de discriminação e preconceito. RT
714/336, abr. 1995.
48
Andou mal mais uma vez. De acordo com a intenção da lei nova, chamar alguém de
“negro”, “preto”, “pretão”, “negão”, “turco”, “africano”, “judeu”, “baiano”, “japa”
etc., desde que com vontade de ofender-lhe a honra subjetiva relacionada com a cor,
religião, raça ou etnia, sujeita o autor a uma pena mínima de um ano de reclusão,
além de multa, maior do que a imposta ao homicídio culposo (1 a 3 anos de
detenção, art. 121, §3º) e a mesma do auto-aborto (art. 124) e do aborto consentido
(art. 125). Assim, matar o feto e xingar alguém de “alemão batata” têm, para o
legislador, idêntico significado jurídico, ensejando a mesma resposta penal e
colocando as objetividades jurídicas, embora de valores diversos, em plano
idêntico.45
45
JESUS, Damásio E. Direito penal: parte especial. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p.229 v. 2.
51
A lei especial que pune o crime de racismo, assim como a Constituição Federal
que preza pela igualdade e pelos direitos humanos em determinados momentos é
preconceituosa e discriminatória.
O governo federal lança programas assistencialistas sem prever os reflexos que
estes causarão na sociedade, especificamente nos direitos que serão feridos e nas infrações
legais que incorrerão.
Exemplo claro de infração ao princípio constitucional da igualdade foi à
promulgação da Lei de Cotas para Negros nas universidades.
O Governo Federal com intuito de levar um número maior de cidadãos aos
bancos universitários, sabedor que é de que a maioria de sua população que não tem acesso ao
terceiro grau trata-se de negros, devido aos problemas sociais enfrentados, conforme já
tratado neste trabalho, preferiu criar a lei de cotas, onde tem de ser reservado percentual
exclusivamente a estudantes negros.
Indiretamente, o governo através de seus legisladores chamou a população
negra de um país inteiro, diga-se o país mais miscigenado e com a maior população negra do
mundo, perdendo somente para a Nigéria, de incapaz. Isso não é discriminação racial?
Quando o governo lança mão de um programa grosseiro como este para fazer
política, automaticamente vem afirmar que não acredita na educação que oferece aos
brasileiros, pois a regra para participar do sistema de cotas é de que o estudante tenha
estudado em escolas públicas.
De quem são as escolas públicas? Sim, são do mesmo governo que criou cotas.
E os alunos brancos que também estudaram em escolas públicas? Ficam sem cotas? O
governo prefere um ao outro? Isso não é discriminação?
Um país que prega a igualdade e que se diz lutar para que os brasileiros tenham
educação de qualidade, não poderia sob nenhuma hipótese lançar programas contrários às
suas propagandas e aos discursos tanto presidenciais quanto de ministros do governo.
Fica claro que a lei que pune é a mesma que dissipa práticas discriminatórias.
É necessário que o país acredite em suas próprias políticas educacionais e que
reveja a abordagem de suas leis. Assim como a reforma da própria lei especial 7.716/89, onde
52
46
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/12/16/ult5772u2202.jhtm?action=print>. Acesso
em: 16 dez. 2008.
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Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/12/16/ult5772u2202.jhtm?action=print>. Acesso
em: 16 dez. 2008.
48
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/12/16/ult5772u2202.jhtm?action=print>. Acesso
em: 16 dez. 2008.
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milhares de famílias e com isso poderia investir em outros tantos setores que deixam a
desejar.
55
A legislação brasileira em nada evoluiu com o passar dos anos, a lei especial
encontra-se em vigor há vinte anos e passou por uma única reforma no ano de 1997, que
muito pouco alterou.
Continua a tratar de situações casuístas que não se amoldam à realidade atual
do país.
O tema não é novo, porém muito pouco explorado, porque o próprio legislador
faz questão de camuflar o preconceito e para piorar aprovam leis que vão contra a referida lei
especial, contra norma constitucional e contra convenção internacional que tem aqui “status”
de norma constitucional.
Devido aos anos que se passaram e nada foi feito, fica clara a inércia do
legislador e nenhum avanço para a população negra deste país que é discriminada dia-a-dia.
56
CONCLUSÃO
Diante o exposto, não resta dúvida de que o racismo existe neste país, sua
prática é freqüente e causa diversas vítimas diariamente.
Percebe-se que as pessoas não têm conhecimento sobre as leis que as ampara e,
as que têm conhecimento não acreditam na justiça, pensamento muito comum na atualidade,
devido à morosidade daquela.
No que tange especificamente à lei do racismo, o descrédito maior é no que diz
respeito às previsões extremamente casuístas com penas meramente simbólicas.
Fator lamentável vem ocorrendo devido à desclassificação da maioria dos
processos distribuídos na justiça. Isso vem acontecendo desde a instituição do parágrafo 3º do
artigo 140 do Código Penal, parágrafo este, entendido como retrocesso na doutrina, pois trata
algumas formas de preconceito como injúria qualificada, havendo com isso o confronto com a
legislação especial, podendo-se dizer até um desmerecimento.
Além disso, o parágrafo 3º, do artigo 140, do Código Penal, ignorou inclusive a
CF, pois o racismo é um crime imprescritível e inafiançável, e quando de sua desclassificação
para injúria qualificada, o legislador simplesmente autorizou a população, porque não dizer
incentivou, a praticar o crime de racismo já que há grande possibilidade de se conseguir a
desclassificação deste crime.
Fica aqui demonstrada a necessidade de uma reforma da Lei n. 7.716/89, com
tipificações menos casuístas e a derrogação do parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal
para que o crime seja realmente tratado com o rigor necessário.
No que tange ao social, fica a sugestão para que o governo programe políticas
sérias, principalmente no que diz respeito aos negros, pois é notável que de todos os tipos de
preconceitos tipificados na referida lei, o mais difundido é o preconceito contra o negro,
portanto, as políticas sociais têm de ser desenvolvidas nesse sentido, para igualar o negro, nas
condições sociais, educacionais, de trabalho, no atendimento de todas as áreas, entre outras.
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REFERÊNCIAS
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<http://grupodeapch1.blogs.sapo.pt/6157.html>. Acesso em: 9 set. 2008.
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<http://www.notapositiva.com>. Acesso em: 9 set. 2008.
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<http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/09/09/ult5772u769.jhtm> . Acesso em: 12 dez.
2008.
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ciclo-entrudo-
quaresma.html+O+racismo+seria+teoricamente+uma+ideologia+essencialista&cd=2&hl=pt-
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58
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NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 2. ed. São Paulo:
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VERAS, Ryanna Pala. O racismo à luz do STF. Boletim Científico: Escola Superior do
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