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ÉTICA ARISTOTÉLICA
Aristóteles distingue virtudes éticas e virtudes dianoéticas:
• Virtudes éticas – dependem da relação entre a parte intelectiva e a parte
sensitiva da alma (aquela caracterizada pelas paixões e pelos desejos). As
virtudes éticas consistem na capacidade dos seres humanos de escolherem o
meio-termo, a mediania, a moderação, dominando os impulsos. Essas virtudes
se consolidam e se aperfeiçoam com o exercício e com a prática das ações
virtuosas. As virtudes éticas são o justo meio entre dois extremos.

• Virtudes dianoéticas – dianoética, vem de dianoia, razão. Essas virtudes


derivam do uso da razão. A principal virtude dianoética é a sapiência (sophia),
sendo a mais elevada das atividades teóricas do homem. Ela nos permite
conhecer os princípios primeiros das coisas e das ciências.
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Diferentemente de outras religiões da Antiguidade, que
eram nacionais e políticas, o cristianismo nasce como
religião de indivíduos que não se definem por seu
pertencimento a uma nação ou a um Estado, mas por sua
fé num mesmo e único Deus. Em outras palavras,
enquanto nas demais religiões antigas a divindade se
relacionava com a comunidade social e politicamente
organizada, o Deus cristão relaciona-se diretamente com
os indivíduos que nele creem. Isso significa, antes de
qualquer coisa, que a vida ética do cristão não será
definida por sua relação com a sociedade, mas por sua
relação espiritual e interior com Deus.
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Existem dois pontos que diferenciam a ética cristã da ética grega. Em
primeiro lugar, há um abandono da visão mundana. Para o cristianismo, o
objetivo final da vida não está na realidade material, mas sim no mundo
transcendental. Logo, o amor a Deus está no centro da perfeição moral.

O segundo ponto é que há uma emergência da subjetividade, acentuando


uma tendência já presente no estoicismo de tratar a moral como algo
pessoal. Assim sendo, a ética está na relação entre cada indivíduo e Deus,
deixando de lado o fator social, e colocando o sujeito em uma posição
primordial até então desconhecida.

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• Abandona-se a ideia de que pela razão se alcança a perfeição moral.
• A busca da perfeição é centrada no amor de Deus e na boa vontade.
• Trata a moral do ponto de vista pessoal, como uma relação entre cada
indivíduo e Deus.
• Atribui à subjetividade uma importância desconhecida ate então.
• A virtude se define por nossa relação com Deus e não com a cidade (a
polis) nem com os outros.
• Enquanto para os filósofos antigos a vontade era uma faculdade racional
capaz de dominar e controlar a desmesura passional de nossos apetites e
desejos, havendo, portanto, uma força interior (a vontade consciente) que
nos tornava morais, para o cristianismo, a própria vontade está pervertida
pelo pecado e precisamos do auxílio divino para nos tornarmos morais.
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