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GABARITO DAS

AUTOATIVIDADES

ÉTICA

Prof. Kevin Daniel dos Santos Leyser


2018
ÉTICA

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 Por que o aspecto social da moralidade é considerado o aspecto


mais importante?

R.: A moralidade social diz respeito a um ser humano em relação a outros


seres humanos. É, provavelmente, o aspecto mais importante da moralidade,
na medida em que atravessa todos os outros aspectos e é mais encontrado
em sistemas éticos do que qualquer um dos outros.

2 O que é a metaética e como ela difere da ética normativa e da ética


descritiva?

R.: A metaética ou ética analítica em vez de ser descritiva ou prescritiva,


analisa a linguagem ética e os fundamentos racionais dos sistemas éticos, ou
a lógica e o raciocínio de vários eticistas. Não prescreve qualquer coisa, nem
lida diretamente com sistemas normativos. Em vez disso, vai além referindo-
se apenas indiretamente aos sistemas ético-normativos, concentrando-se no
raciocínio, nas estruturas lógicas e na linguagem, e não no conteúdo.

TÓPICO 1

1 Na literatura da metaética, vários filósofos ofereceram diferentes


concepções de responsabilidade moral. Compare as concepções da
responsabilidade como atributabilidade, como avaliabilidade e como
responsividade.

R.: Na responsabilidade como atributabilidade, você é moralmente


responsável por alguma coisa apenas no caso de ser atributável a você
como base para sua avaliação moral. No caso avaliabilidade quando alguém
é moralmente responsável por alguma coisa, há uma marca – positiva,
negativa ou neutra – no livro-razão moral de alguém, difere da primeira ao
sustentar que, da variedade de avaliações morais dos agentes, apenas uma
faixa estreita são atribuições de responsabilidade moral. Já a responsividade
afirma que quando alguém é moralmente responsável por alguma coisa, é
também responsável por essa coisa, ou seja, a crítica moral de um indivíduo
exige que essa pessoa justifique seu comportamento.
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ÉTICA

2 Explique o que seria uma visão incompatibilista e o que seria uma


visão compatibilista da responsabilidade moral.

R.: O Incompatibilismo é a posição de que não poderíamos ter o tipo de


liberdade necessária para a responsabilidade moral se o determinismo
é verdadeiro. O compatibilismo é a posição de que deveríamos ter o
tipo de liberdade necessária para a responsabilidade moral mesmo se o
determinismo for verdadeiro.

3 Descreva o que seria um Cenário de Frankfurt e explique quais


implicações este experimento mental tem sobre as questões
compatibilistas da responsabilidade moral.

R.: São casos de sobredeterminação preemptiva, casos em que um agente


faz algo por conta própria, sem ser forçado a fazê-lo, mas em circunstâncias
em que alguma condição assegurada faria o agente realizar exatamente isso,
se ele não o fizesse por conta própria. Sendo estipulado que o agente não
tem consciência da condição assegurada e que essa condição não influencia
de fato o que acontece. Deste modo, o agente poderia ser responsável pelo
que faz, mas dadas as circunstâncias, ele não poderia ter feito o contrário.

Uma das implicações do Cenário de Frankfurt é que enfraquece o Princípio


das Possibilidades Alternativas (PPA). Outra implicação é para as teorias
compatibilistas dos mecanismos ou processos no interior de agentes.
Estes usam os Cenários de Frankfurt para argumentar que mesmo que o
determinismo impeça a capacidade de fazer o contrário, é compatível com o
fato de termos a liberdade requerida para a responsabilidade.

4 Compare o relativismo do agente com o relativismo do avaliador.

R.: No relativismo do agente, um agente é alguém que realiza uma ação.


No relativismo do avaliador, o avaliador é alguém que forma um juízo moral
sobre a ação de alguém.

O relativismo do agente assume que a qualidade moral do ato de um agente


será determinada no fundo por algum recurso que pode variar entre os
agentes. Na versão mais simples, trata-se apenas da crença do agente
sobre a ação, de modo que a ação, certa ou errada, depende apenas de o
agente pensar que está certo ou errado.

O relativismo do avaliador, em contraste, vê as condições de verdade para


juízos morais feitas por um determinado avaliador, como determinadas no
fundo por alguma característica que pode variar de avaliador para avaliador

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ÉTICA

– tal como as crenças morais do avaliador. Assim, na versão mais simples (e


individual), o simples fato de um avaliador acreditar que determinada ação é
errada (seja por si mesma ou por outra pessoa) é suficiente para assegurar
que a opinião do avaliador esteja correta.

TÓPICO 3

1 O realismo moral é um dos temas centrais no debate da metaética,


tanto a clássica quanto a contemporânea. Defina o que é o Realismo
Moral.

R.: É a posição que defende que há fatos genuínos sobre o que é moralmente
certo ou errado – fatos que são independentes do que qualquer pessoa, ou
qualquer sociedade, pensa ser moralmente certo ou errado.

2 A maioria dos filósofos concorda que há cinco características


que são centrais para a moralidade. Descreva brevemente estas
cinco características: a forma cognitiva, o significado objetivo, a
superveniência, a categoricidade, e a implicação prática.

R.: A forma cognitiva da moralidade revela-se em nosso discurso aos


fazermos afirmações morais, em nossas convicções morais presente em
crenças e entendimentos. Ou seja, as reivindicações morais apresentam
uma gramática e lógica que se parecem e agem tal como declarações
factuais ordinárias.

O significado objetivo da moralidade está presente na distinção clara


que fazemos entre juízos morais e expressões de preferência. Quando
identificamos diferenças no conteúdo ou significado de crenças e atitudes
morais baseada em princípios, independentes de nossa perspectiva pessoal
ou estados mentais.

A valoração ou avaliação moral e as propriedades morais putativas seguem


padrões de superveniência. Isto é, devemos apresentar nossos casos
imparcialmente, tentando oferecer razões com uma certa generalidade, cuja
relevância pode ser reconhecida a partir de pontos de vista diferentes do nosso.

A categoricidade refere-se ao fato de que os juízos morais têm a intenção de


se aplicar aos agentes, independentemente de suas preferências pessoais.
As demandas morais não são feitas em nome de uma meta racional optativa.
Devem aplicar-se mesmo diante de uma inclinação contrária.
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ÉTICA

A implicação prática refere-se ao caráter prático ou prescritivo da moralidade,


como um guia para ação, que nos ajuda a decidir o que fazer ou como nós
e os outros devem agir.

3 Umas das alternativas ao realismo moral é a posição do emotivismo.


Quais são os argumentos que os emotivistas levantam referentes à
moralidade?

R.: O emotivismo argumenta que a linguagem moral serve a uma função


dinâmica e não descritiva, permitindo que as pessoas expressem seus
sentimentos positivos e negativos em relação a certos cursos de ação e,
assim, influenciem o comportamento de outras. Assim, embora seja cognitivo
na forma, os juízos morais não declaram fatos, mas expressam emoções
que têm efeitos emotivos e não racionais, e que moldam diretamente como
o falante está disposto a agir. Deste modo, a intratabilidade das disputas
morais é atribuída a diferenças nos sentimentos mais básicos das pessoas,
que não estão sujeitas a nenhum tipo de juízo racional.

UNIDADE 2

TÓPICO 1

1 Qual é a diferença entre as concepções consequencialistas


(teleológicas) e não consequencialistas (deontológicas) da
moralidade?

R.: As concepções consequencialistas são baseadas ou estão preocupadas


com as consequências e as concepções não consequencialistas não são
baseadas ou estão preocupadas com as consequências. As primeiras
concepções não se preocupam com a intenção ou o valor intrínseco de uma
ação moral, somente com sua finalidade e o efeito de suas consequências,
se estas aumentam a felicidade, o prazer, o bem-estar etc. para o sujeito
agente ou para todos os envolvidos. No caso das segundas concepções o
critério da moralidade está fora das consequências, ou reside em algum ser
supremo, na natureza, ou no próprio agente.

2 Explique a diferença entre egoísmo psicológico e egoísmo ético.

R.: A principal diferença é que o egoísmo psicológico é descritivo e, portanto,


se aproxima da função de uma ciência da moral e não de uma ética da moral,
pois, esta última é prescritiva. O egoísmo ético não consegue apoiar-se no
egoísmo psicológico, pois este, na sua versão forte, destruiria toda moral e,
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ÉTICA

na sua versão fraca, não proporcionaria razão suficiente para apoiar uma
ética normativa.

3 Em que os utilitaristas de ato acreditam? Como suas crenças


diferem das de utilitaristas da regra?

R.: O utilitarista de ato afirma que todos devem executar o ato que trará a
maior quantidade possível de bem para todos afetados pelo ato. Ele não
acredita na criação de regras para a ação porque sente que cada situação e
cada pessoa são diferentes. Cada indivíduo, então, deve avaliar a situação
em que está envolvido e tentar descobrir qual ato traria a maior quantidade
de consequências boas com a menor quantidade de consequências ruins,
não apenas para si mesmo, como no egoísmo, mas para todos os envolvidos
na situação. Já, o princípio básico do utilitarista de regras não é que "todos
deveriam sempre agir para trazer o maior bem para todos os envolvidos",
mas sim que "todos deveriam sempre estabelecer e seguir essa regra ou as
regras que produzirão o maior bem para todos os envolvidos​​". Essa posição
elimina o problema de ter que começar de novo para descobrir as prováveis​​
consequências para todos em cada situação, e também fornece um conjunto
de regras que podem ser aludidas na educação moral dos não iniciados.
Assim, os utilitaristas de regras acreditam que existem motivos, ações e
situações humanas semelhantes o suficiente para justificar a criação de
regras que se apliquem a todos os seres humanos e a todas as situações
humanas, algo que os utilitaristas de ato discordariam.

TÓPICO 2

1 O que são, essencialmente, as teorias não consequencialistas


(deontológicas) da moralidade? Como diferem das teorias
consequencialistas (teleológicas)?

R.: As teorias não consequencialistas da moralidade baseiam-se em


algo que não sejam as consequências das ações de uma pessoa. Seus
proponentes afirmam que as consequências não participam, e na verdade
não deveriam participar do juízo de ações ou pessoas se elas são morais
ou imorais. Os atos devem ser julgados unicamente no quesito de se eles
são corretos e as pessoas unicamente no quesito de se elas são boas,
com base em algum outro padrão ou padrões de moralidade. Os atos ou
as pessoas devem ser julgados morais ou imorais, independentemente das
consequências das ações.

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No caso das teorias consequencialistas, tanto no egoísmo ético quanto


no utilitarismo, os moralistas estão interessados nas consequências ou
resultados das ações humanas. Os egoístas éticos estão preocupados
com o fato de que as pessoas devem agir em seu interesse próprio, e os
utilitaristas estão preocupados com o fato de que as pessoas devem agir no
interesse de todos os envolvidos. Nessas duas teorias, a bondade de uma
ação é mensurada pelo quão bem ela atende aos interesses de alguém,
enquanto a bondade de um ser humano é mensurada na medida em que ele
executa tais ações e realmente causa boas consequências.

2 Em que acreditam os não consequencialistas de ato? Como diferem


dos utilitaristas de ato?

R.: Os não consequencialistas de ato aderem à suposição de que não


há nenhuma regra ou teorias morais gerais em absoluto, mas somente
ações, situações, e pessoas particulares sobre as quais nós não podemos
generalizar. É o "como nós decidimos" nesta teoria que é mais interessante.
As decisões para os não consequencialistas de ato são "intuicionistas". A
principal diferença entre o utilitarismo de ato e o não consequencialismo
de ato é que os primeiros são baseados nas consequências, enquanto os
últimos não são.

3 Em que os não consequencialistas de regras acreditam?

R.: Os não consequencialistas da regra acreditam que há ou podem haver


regras que sejam a única base para a moralidade e que as consequências
não importam. É o fato de seguir as regras (que são os comandos morais
corretos) que é moral e o conceito de moralidade não pode ser aplicado às
consequências que sucedem quando se segue as regras.

4 Descreva a Teoria do Comando Divino.

R.: Teoria do Comando Divino afirma que a moralidade não se baseia nas
consequências de ações ou regras, nem no interesse próprio ou em outro
interesse, mas sim em algo "superior" a esses meros eventos mundanos
que ocorrem nos mundos humano ou natural. Baseia-se na existência
de um ser de todo-bondoso ou em seres que são sobrenaturais e que
comunicaram aos seres humanos o que deveriam e o que não deveriam
fazer no sentido moral. Para sermos morais, então, os seres humanos
devem seguir literalmente os comandos e as proibições de tal ou tais seres
sem se preocupar com as consequências, o interesse próprio, ou qualquer
outra coisa.

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5 Explique o imperativo prático de Kant.

R.: O princípio é que nenhum ser humano deve ser pensado ou usado
apenas como um meio para o fim de outra pessoa, que cada ser humano é
um fim único em si mesmo, moralmente, falando ao menos.

TÓPICO 3

1 O que é essencialmente a Ética da Virtude e de onde ela se originou?

A Ética da Virtude deriva da Ética a Nicômaco de Aristóteles, obra dedica-


da ao seu filho, Nicômaco. Tal ética tem caráter teleológico (isto é, aponta
para algum fim ou propósito). As éticas da virtude são éticas baseada no
caráter. Este tipo de teoria moral centra-se na questão do tornar-se certo
tipo de pessoa. Sua preocupação, idealmente, é o desenvolvimento da ex-
celência humana. Desde que as ações fluem do caráter, a ética da virtude
aspira desenvolver pessoas boas e comunidades humanas boas. A ética da
virtude não é uma teoria nova, tendo tido seus começos com os gregos e,
especialmente, com Aristóteles no IV AEC, embora suas origens na filosofia
chinesa sejam ainda mais antigas. Tornou-se significativo para muitos eticis-
tas contemporâneos.

2 Como ela difere das teorias consequencialistas e não-


consequencialistas da ética?

Kant parece dizer que essas pessoas não seriam tão morais como teriam sido
se tivessem agido virtuosamente contra suas más inclinações. Por outro lado,
o não-consequencialista de ato diz que nós devemos agir somente em uma
base da emoção, ou seja, o que sentimos como correto ou virtuoso em algum
momento particular ou em alguma situação particular. Aristóteles, tal como
Kant, ficaria horrorizado com tal teoria da moralidade porque acreditava que a
atividade por excelência dos seres humanos era raciocinar bem para alcançar
uma vida completa. No entanto, ele tentou, muito mais do que Kant, integrar
a emoção ou os sentimentos com a razão, sem excluir o primeiro. Aristóteles
começa com os juízos morais de seres humanos razoáveis e virtuosos e, em
seguida, formula princípios gerais, ao contrário dos não-consequencialistas
- teóricos do Comando Divino, Kant e Ross - que começam com princípios
éticos abstratos. Os seres humanos têm uma capacidade de bondade. Isto
tem que ser desenvolvido pela prática baseada em uma emulação da tomada
de decisão moral do ser humano virtuoso ideal.

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ÉTICA

3 Quais são as vantagens da Ética da Virtude?

Há várias vantagens para a Ética da Virtude: 1. Ela se esforça para criar o


ser humano bom, não meramente bons atos ou boas regras; 2. Ela tenta
unificar a razão e a emoção; 3. Enfatiza a moderação, uma qualidade reco-
nhecida por muitos eticistas.

4 Quais são as desvantagens da Ética da Virtude?

Também tem desvantagens: 1. Os seres humanos têm um fim ou propósito?


Se sim, qual é, e como podemos provar qualquer um destes? 2. A moral
é inata, ou é aprendida através da experiência?; 3. O que é virtude e o
que constitui as virtudes? Parece haver uma grande variedade de opiniões
sobre isso, então como podemos decidir o que é realmente a virtude e quais
virtudes são realmente válidas? 4. Quem é o ser humano virtuoso ideal, e
como vamos determinar ou provar isso?

UNIDADE 3

TÓPICO 1

1 Quais são as três grandes subdivisões da ética aplicada e quais são


as questões tratadas por cada uma destas subdivisões?

R.: A primeira subdivisão é a ética biomédica, que trata de questões éticas na


medicina e pesquisa biomédica. A segunda subdivisão é a ética empresarial
e profissional, que trata de questões que surgem no contexto de negócios,
incluindo o de corporações multinacionais. A terceira subdivisão é a ética
ambiental, que trata de questões sobre nossas relações e obrigações para
com as gerações futuras, com animais e espécies não humanas, e com os
ecossistemas e a biosfera como um todo.

2 A teoria desenvolvida por Tom Beauchamp e James Childress


é composta por três princípios fundamentais. Quais são estes
princípios?

R.: Os três princípios fundamentais são a autonomia, a beneficência


(incluindo a não maleficência) e a justiça.

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ÉTICA

3 Qual é a ideia geral que o contextualismo adota no campo da ética


aplicada?

R.: O contextualismo adota a ideia geral de que os problemas morais devem


ser resolvidos dentro das complexidades interpretativas das circunstâncias
concretas, recorrendo a tradições históricas e culturais relevantes, com
referência crítica a normas e virtudes profissionais e institucionais, e
confiando principalmente no método de análise comparativa de casos

4 Descreva ao menos duas críticas ao relativismo cultural no campo


da ética aplicada.

R.: Uma primeira crítica seria que, mesmo admitindo as observações das
diferenças éticas entre as culturas, não se segue que não exista uma
verdade moral universal. Uma segunda crítica seria que, mesmo admitindo
que há divergências éticas bastante dramáticas, ainda pode haver uma
área muito grande de consenso ético. Pode haver algumas regras morais
mantidas por todas as comunidades em todos os momentos.

5 Qual seria a alegação de um subjetivista ético em desafio a ética


aplicada?

R.: Os subjetivistas elegam que as declarações éticas relatam coisas


sobre o enunciador e não sobre o mundo. Tais declarações são apenas
respostas emocionais, de modo que, na verdade, não são declarações de
fato, ou são declarações apenas sobre as crenças, desejos e atitudes do
falante. Portanto, como um desafio à ética aplicada, o subjetivismo nega ao
eticista uma posição intersubjetiva a partir da qual se possa avaliar ou emitir

conselhos.

TÓPICO 2

1 Explique a diferença do uso do termo “bioética” por Van Rensselaer


Potter e por Andre Hellegers.

R.: Van Rensselaer usou o termo para se referir a uma nova disciplina
que combina conhecimento biológico com um conhecimento de sistemas
de valores humanos, que construiria uma ponte entre as ciências e as
humanidades, ajudaria a humanidade a sobreviver e sustentar e melhorar o

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ÉTICA

mundo civilizado. Hellegers e seu grupo, por outro lado, usaram o termo mais
estreitamente para aplicar à ética da medicina e da pesquisa biomédica.

2 No final da década de 1960, a própria ética médica começava a


mudar, deixando de estar quase inteiramente preocupada com
regras éticas e códigos de conduta que governam os médicos. Com
essas mudanças, a ética médica tradicional passou a abranger dois
aspectos da nova bioética. Quais são estes dois aspectos?

R.: Os dois aspectos são a abordagem filosófica mais crítica, analítica e


multidisciplinar das questões éticas que surgem na prática clínica da
medicina, e a compreensão de que novos desenvolvimentos dentro da
medicina e das ciências da vida estavam levantando questões éticas para a
sociedade como um todo.

3 Cite aos menos duas das questões morais decorrentes da relação


entre pacientes e seus médicos, enfermeiros ou outros profissionais
de saúde.

R.: Questões de paternalismo; questões de confidencialidade; questões de


honestidade e engano; problemas decorrentes da autonomia prejudicada ou
inadequada do paciente.

4 Na pior das hipóteses, quais seriam os problemas que surgem nas


abordagens clínicas à bioética?

R: Na pior das hipóteses, as abordagens clínicas à bioética podem não ter


fundamentos teóricos, tanto científicos quanto éticos. Elas podem sucumbir
à potencial injustiça inerente à parcialidade excessiva em nome do paciente
individual. Paternalismo excessivo é um risco moral sempre presente. E
a ética clínica é vulnerável à inconsistência de abordagem, com a ação,
por vezes, sendo variavelmente determinada pela postura, personalidade,
conhecimento, habilidades e atitudes do clínico individual. Essas variações
e os conflitos que os acompanham podem, quando mal administrados,
causar confusão, angústia e danos ao paciente, mesmo quando todos os
médicos acreditam que estão agindo de acordo com os melhores interesses
do paciente.

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ÉTICA

5 Quais seriam os aspectos positivos e os aspectos negativos da


ênfase no princípio do respeito pela autonomia?

R: Aspectos positivos importantes de tal ênfase são o reconhecimento


da importância moral do respeito pelas pessoas, sejam elas pacientes
ou não, como fins em si mesmas, não para serem tratadas pelos outros
instrumentalmente, meramente como meios para um fim. Os aspectos
negativos com essa ênfase fundamental na autonomia incluem a tendência
de que isso seja interpretado como um incentivo ao individualismo atomista,
egoísta e uma falta de preocupação e cuidado com os outros.

TÓPICO 3

1 Explique o que significa ter uma posição antropocêntrica na ética


ambiental.

R.: Uma posição antropocêntrica na ética ambiental significa que se confere


uma posição moral exclusivamente aos seres humanos e considera as
entidades naturais não humanas e a natureza como um todo apenas um
meio para fins humanos. Deste modo, apenas os seres humanos são
tratados moralmente.

2 Qual é o dilema que Peter Singer e Tom Regan trouxeram à tona
referente à posição antropocêntrica na ética?

R.: Singer e Regan expuseram a ética antropocêntrica ao dilema de que


se o critério para o status moral for elevado o suficiente para excluir todos
os seres não humanos, também excluirá alguns seres humanos; mas se
for posto baixo o suficiente para incluir todos os seres humanos, também
incluirá um grupo grande e diverso de animais não humanos.

3 A ética do bem-estar animal e a ética ambiental possuem indicações


convergentes em pontos de prática e política. Ambas se opõem
resolutamente à pecuária industrial. Explique a razão desta oposição
para cada uma das posições éticas.

R.: A ética do bem-estar animal se opõe devido à enorme quantidade de


sofrimento e morte de animais envolvidos. A ética ambiental se opõe devido
à enorme quantidade de água utilizada e à erosão do solo na produção de
carne.

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ÉTICA

4 O que significa o termo considerabilidade moral, cunhado por


Kenneth Goodpaster?

R.: O termo considerabilidade moral de Goodpaster indica precisamente o


status ético de pacientes morais, aqueles na extremidade receptora de uma
ação, que são distintos de agentes morais, aqueles que cometem um ato.

5 O que seria uma posição ecocêntrica na ética ambiental?

R.: Uma posição ecocêntrica na ética ambiental é aquela que proporciona


a considerabilidade moral a um espectro de entidades ambientais não
individuais, incluindo a biosfera como totalidade, espécies, terra, água e ar,
bem como ecossistemas.

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