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UM OLHAR SOBRE OS CONCEITOS DOS DIFERENTES MÉTODOS DE

ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Métodos de ensino de inglês: teorias, práticas,


ideologias. São Paulo: Parábola, 2014. 216 p.

O autor da obra aqui resenhada, é graduado em Economia pela Universidade


Federal da Bahia (1988), mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal
da Bahia (1997), doutor em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia
(2003). Atua como professor adjunto de Língua Portuguesa da Universidade Federal
da Bahia nas áreas de ensino de língua portuguesa, leitura e produção textual e
estudos críticos do discurso.
O livro Métodos de ensino de inglês: teorias, práticas, ideologias está dividido
em sete partes, sendo elas: introdução e conclusão e mais cinco capítulos que
discorrem a respeito das diferentes tipologias de método, utilizando teorias com uma
linguagem clara que observaremos a seguir.
Logo na Introdução, o autor traz uma reflexão interessante de que o professor
muitas vezes dá aulas da mesma maneira durante anos, usando os mesmos tipos
de atividades, simplesmente por não conhecer outras maneiras de ensinar a língua.
Para explicar esta situação ele traz um relato de sua experiência com o uso do
método audiovisual, mostrando os pontos positivos e negativos do que viveu neste
período.
A Introdução segue como um memorial do autor, traçando suas experiências
com o ensino da Língua Inglesa, ele faz também um breve resumo dos métodos que
serão abordados na obra e finaliza explicando o último capítulo do livro. É
interessante que quando o autor faz este resumo do livro logo na introdução, ele
facilita para o leitor antecipando o conteúdo, assim o leitor pode optar pela
continuação da leitura da obra ou não, de acordo com seu interesse.
No capítulo um intitulado Oito questões teóricas básicas, assim como na
introdução, já inicia com relatos de experiência do autor, para explicar o fato de ele
generalizar que a falta de interesse por parte dos professores em conhecer as
teorias de ensino é visível, logo em seguida ele elenca oito questões teóricas para
as discussões sobre o ensino e aprendizagem de Inglês, questões estas que
ele irá discutir em subcapítulos.
As questões discutidas no capítulo um acerca do ensino de Inglês são: O que
é ensinar? Que o autor trata como a transferência de conhecimentos e facilitação de
aprendizagem; O que é aprender? Que ele diz ser o processo de construção de
conhecimentos; O é língua? Aqui ele traz duas teorias sendo uma delas a
estruturalista e a interacionista; O que é Inglês padrão? Que o autor vai tratar da
existência de um Inglês unificado; O que é falante nativo? Em que o autor discute
este tema trazendo várias definições; O que é ser proficiente em Inglês? Aqui o
autor discute os conhecimentos e habilidades de um falante bem como as
competências; Por que os brasileiros estudam Inglês? e O que é método? Durante
todo este capítulo o autor trata de responder estas questões de forma clara e
sucinta, o que logo no início da obra prende a atenção do leitor.
No capítulo dois, Os primeiros métodos, logo no princípio o autor deixa claro
que tanto neste capítulo como no próximo dará ênfase a visão histórica ortodoxa
ocidental dos métodos e as propostas teóricas para o ensino de língua estrangeira.
Em seguida Oliveira começa a explicar os diferentes métodos, sendo eles: método
de gramática e tradução, método direto, abordagem oral e método audiolingual. O
autor traz a explicação de cada um deles, bem como exemplos e como deve ser sua
aplicação no ensino de língua inglesa. É interessante que o autor mostra neste
capítulo ao final da explicação de cada método a importância do uso de cada um
deles.
No capítulo três intitulado Os métodos alternativos, o autor continua
trabalhando métodos de ensino de Língua Inglesa, iniciando com o Silent Way
trazendo as características dele e as críticas feitas a ele, logo em seguida ele
trabalha o Total Physical Response e o Community Language Learning, após tratar
destes métodos Oliveira traz um tópico de discussão baseado em competências
tratando dos dois pontos principais deste modelo. O que mais chama a atenção no
capítulo três é a forma como Oliveira faz as colocações a respeito das críticas de
cada método, casando com suas funcionalidades.
No capítulo quatro, Os métodos comunicativos, o autor trata dos métodos de
ensino com foco na comunicação, metodologias essas que são aqui chamadas de
abordagem, sendo elas: abordagem natural, criada por um professor de Espanhol,
abordagem comunicativa, na qual teve grande contribuição do teórico David Wilkins,
que criticou fortemente os métodos de ensino de língua estrangeira, a abordagem
baseada em tarefas, método este distinto do audiolingual, a abordagem lexical no
item 4.4 e por último o autor reserva um subtópico para a abordagem baseada em
tarefas. Este capítulo não se diferencia do anterior, trazendo a mesma estrutura de
definição e análise dos métodos abordados.
No capítulo cinco intitulado A vida e morte dos métodos, traz um fato curioso
sobre as experiências de observação de aulas feitas pelo autor, o que nos leva a
refletir nossas ações enquanto professor, que é a consistência entre o que os
professores acreditam que fazem e aquilo que realmente fazem em sala de aula,
outro fator interessante tratado no livro, como resultado das observações do autor é
que boa parte dos professores pensam utilizar a abordagem comunicativa, quando
muitas vezes não a utilizam.
Falando sobre os temas abordados no capítulo cinco, o autor discute sobre a
era pós método e sobre a persistência dos métodos, deixando na conclusão do
capitulo uma reflexão sobre a falta de liberdade que o professor tem em relação a
escolha dos métodos, levando o leitor a pensar sobre suas ações e expectativas em
sala de aula relacionados ao método que ele pretende utilizar.
Na conclusão, última parte da obra, o autor deixa claro que a partir de todo o
conteúdo apresentado, que, para ser um bom professor de Inglês não precisa ser
um nativo, pelo contrário faz-se necessário leituras críticas que permitam que o
professor não apenas conheça a teoria como também seja capaz de criticá-la e
deixa explícito que nenhum dos métodos citados no livro estão mortos para o ensino
de Língua Inglesa.
A obra Métodos de ensino de inglês: teorias, práticas, ideologias, é indicada
para aqueles que anseiam conhecer um pouco sobre os diferentes métodos de ensino de
Língua Inglesa, pois traz consigo definições de forma objetiva cada um dos principais
métodos.
Apesar de o livro nos proporcionar de maneira prazerosa tais conceitos acerca dos
métodos, para quem deseja arraigar seus conhecimentos a respeito do tema proponho que
busque outras fontes de pesquisa, pois a intenção de Oliveira nesta obra não é enraizar
todas as informações sobre os métodos e sim elucidar de um modo breve cada um deles.
Em relação a linguagem, o livro a traz de modo acessível tanto para professores
iniciantes como para aqueles que já estão há mais tempo atuando, mostrando que o objetivo
da obra é exatamente auxiliar estes profissionais, e também aos estudantes de Licenciatura
em Língua Inglesa, a aprimorar sua prática em sala de aula.
Uma outra observação a respeito desta obra é que podemos perceber a falta de
imparcialidade do autor, como podemos ver claramente no capítulo um, o que nos leva a
observar sua maior afinidade com os temas propostos neste capítulo. Apesar disto, no
decorrer da obra o autor trata do conteúdo com muito esmero alcançando assim o objetivo
principal da obra, que é esclarecer de forma sucinta sobre os métodos de ensino de Língua
Inglesa.

Resenhado por Ana Carolina Ferreira Soares, aluna do curso de Licenciatura


Plena em Letras Inglês, Bloco VI da Universidade Estadual do Piauí, Campus
Alexandre Alves. E-mail: anacarolprof.tur@gmail.com

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