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Universidade de Pernambuco

Curso de Licenciatura em Letras-Inglês

A ABORDAGEM COMUNICATIVA E SEUS PROCESSOS NO


APRENDIZADO DA LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS
BRASILEIRAS.

Pedro Henrique Araújo de Lima

Nazaré da Mata
2022
SUMÁRIO:

1. Introdução. 3
2. Referencial Teórico. 3
2.1 O exacerbado uso do Método Gramática-Tradução. 4
2.2 A aplicação da Abordagem Comunicativa como solução de problemáticas
causadas por fatores internos e externos da gramática. 4
2.3 Proposta de Atividade Comunicativa. 6
2.4 A Aula Invertida. 6
3. A aplicação da teoria e observações. 7
4. A Reflexão baseada na Suggestopedia. 7
5. Resultados Obtidos e Discussão. 9
6. Conclusão. 10
7. Referencial Bibliográfico. 11
8. Anexos. 12

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1. Introdução:
A proposta deste texto é de analisar a abordagem comunicativa e seus processos no
aprendizado da língua inglesa nas escolas brasileiras. Pude presenciar e relatar aqui, as
principais problemáticas de ensino, como professores insatisfeitos com materiais
didáticos, não se sentindo capazes de lecionar a língua inglesa com o sucesso esperado
ou até o fato de alguns professores se “renderem” às abordagens voltadas à mecanização
do ensino, sem inserir um contexto no que está sendo ensinado. Afirmo que o objetivo
deste trabalho é estimular uma reflexão sobre como a iniciativa de se inserir nas
abordagens comunicativas podem mudar a forma de lecionar. E esta reflexão ocorrerá
empiricamente, por meio do relato de experiência de aplicação de atividades baseadas
nas teorias de abordagens comunicativas que são descritas neste texto. As obras que
mais auxiliaram-me na construção deste trabalho foram, indubitavelmente, a de Luciano
Amaral Oliveira: “Métodos de Ensino de Inglês: Teorias, Práticas, Ideologias” e a de
Georgi Lozanov: Suggestopedia - Reservopedia: Theory and Practice of the
Liberating-stimulating Pedagogy on the Level of the Hidden Reserves of the Human
Mind. Concluindo, viso por meio de uma reflexão do leitor, reacender o desejo de
buscar por novas abordagens de professores que já tem uma longa estrada percorrida, e
mostrar que os resultados são tão gratificantes quanto qualquer outra coisa na profissão
de educador.
Este texto pode ser dividido em momentos, sendo eles o entendimento dos problemas
que reduzem a taxa de aprendizado e desenvolvimento de uma solução didática, esse
primeiro momento ocorre durante todo o Referencial Teórico. O próximo momento é de
que a teoria pode sim ser aplicada, e seus resultados são alcançados empiricamente,
assim como proposto nas obras que analiso, essa aplicação ocorre no tópico “A
aplicação da teoria e os resultados observados''. Na reta final deste texto, há uma série
de reflexões baseadas na obra de Lozanov, e a soma da pesquisa teórica e da aplicação
prática, no qual, ocorrem nos tópicos “A reflexão baseada na Suggestopedia” e
“Conclusão”.
Fica explícito que a intenção deste texto não é pesar sobre as atitudes e métodos do
professor que acompanhei na escola Themistocles de Andrade, mas sim, uma visão
macro, que envolve todo o sistema educacional e suas influências, problemáticas e
diferentes momentos pedagógicos que transcendem materiais didáticos.

2. Referencial Teórico:
O professor da Escola Themistocles de Andrade executava uma abordagem menos
comunicativa (teacher based) o que podia se tornar desinteressante para boa parte dos
alunos presentes, outros, já estavam familiarizados e, portanto, seguiam o modelo de
aprendizado padronizado. Em algumas conversas, sugeri o uso de uma abordagem mais
voltada à dialógica, e que estimula o contato mais intenso com a língua.

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2.1 O exacerbado uso do Método Gramática-Tradução:
A individualidade no processo de traduzir, não beneficia tão poderosamente os alunos
com uma participação mais inclusiva no momento da aula, como afirma Lucindo:
“O professor desempenha um papel fundamental neste tipo de tradução, já que cabe a ele
desenhar as atividades, promover as discussões entre as traduções e correção das mesmas.”

Durante este processo, o professor é o centro da aula, e apenas produzirá material com
ênfase em aspectos gramaticais e com intenção de tradução e aprender a língua como
um mecanismo secundário, e não independente da língua materna. Esse processo fica
claro mediante a afirmação de Lucindo sobre o passo-a-passo proposto por Leffa:
Para ensinar a LE, os professores davam as explicações na LM do aluno. Existiam três passos
para a aprendizagem:

(a) memorização prévia de uma lista de palavras, (b) conhecimento das


regras necessárias para juntar estas palavras em frases e (c)
exercícios de tradução e versão. (LEFFA, 1988 apud LUCINDO,
2016, página 2)

Com isso, a Gramática-Tradução proporciona uma visão muito sistemática da língua, e


menos instrumental, o que dá aos alunos a percepção de serem apenas mais regras sem
utilidade a serem aprendidas, porém, não é de todo o mal “pôr um pé” na gramática,
apenas o fazer de uma maneira polida e contextualizado, para que haja uma reflexão dos
alunos para com a língua, e que eles a tratam como algo útil e que expanda seus
horizontes, e não apenas mais uma matéria para “passar de ano”, Silva refere-se à
sistematização da gramática, e entende que a mesma pode ser prejudicial, se em
excesso.
“O ensino menos sistemático da gramática, por se reconhecer que a comunicação
depende dela para que não haja prejuízos no processo comunicacional.” (SILVA, 2001,
p. 64)

Mediante esta reflexão podemos sempre nos atualizar nas abordagens pedagógicas, e
diferentes metodologias para contemplar o maior número possível de alunos, já que
infelizmente, a educação brasileira, atualmente, conta com defeitos estruturais
gravíssimos, que podem até mesmo ser considerados exclusivos.
2.2 A aplicação da Abordagem Comunicativa como solução de
problemáticas causadas por fatores internos e externos da gramática:
O professor exemplificou a falta de participantes para a comunicação em classe, já que
boa parte dos alunos também não se sentiam confortáveis com seu nível de proficiência,
e sentiam vergonha até mesmo em dominar alguns aspectos da língua, e serem vistos
como “sabichões”, preconceito esse que levanta a discussão sobre a influência do
aspecto psicológico que o conhecimento pode trazer ao ambiente escolar e que pode ser
vista como um spotlight sobre um aluno em específico, e solucionado por meio da
participação de todos os alunos durante a prática comunicativa. Também fora
comentado pelo professor, sobre a frustração que cai sobre os educadores ao verem que
o ensino de língua inglesa não é satisfatório, já que não há um vasto acompanhamento

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do material didático, e muitas atividades são elaboradas de forma mais simplória pelo
professor, o que acrescenta uma responsabilidade a mais no papel do educador.
O professor é o iniciador das atividades, mas ele nem sempre interage com os alunos.
Às vezes, ele é um co-comunicador, mas mais freqüentemente ele estabelece situações
que promovem a comunicação entre os estudantes, que interagem uns com os outros”
(RICHARDS E RODGERS, 1986 apud SILVA, 2001, p. 66)

Dada esta observação, mesmo na proposta de aprendizagem da Communicative


Approach, o professor, por vezes é visto como incitador de diálogos, e não
exclusivamente como comunicador, ou seja, não há na sala de aula, apenas a troca de
informações na língua-alvo. A importância desta observação é a de compreender que
nem sempre é fácil estar de acordo com Métodos mais recentes, que não estão
consolidados na Educação Brasileira, e que até o seu ideal, não é bem visto por outros
participantes do processo de aprendizagem, tendo em vista o contexto escolar, e de
turmas do ensino fundamental, podemos listar esses participantes diretos do
aprendizado (podendo ser o corpo docente, os alunos e gestores) e os externos (como
sendo os pais e/ou responsáveis, situação socioeconômica), sendo que a relação
responsável-professor se torna problemática quando não há o proceder didático, isto é,
atividades para casa, apresentações feitas em cartolina, material escrito no geral. Pois,
existe a consciência coletiva de que só se aprende copiando e desenvolvendo a
linguagem escrita, algo que foge a proposta de desenvolver as Quatro Habilidades
cruciais para a língua, segundo Silva:
“Atividades em sala maximizam oportunidades para que os alunos usem a língua-alvo
de uma maneira comunicativa em atividades que realmente tenham significado para
eles. Isso oportuniza aos alunos criarem mensagens ou finalizarem tarefas que estejam
realizando.” (SILVA, 2001, p. 63)

Quando nos referimos novamente à abordagem menos comunicativa, somada com a


fraqueza na execução do material didático (que jamais deve ser um parâmetro de
sucesso no processo de aprendizagem), temos uma desconexão considerável dos alunos
no que se refere a aula e o que está sendo apresentado, já que os mesmos tem como
material de estudo, apenas o que o professor detalhar no quadro, então o processo de
cópia torna-se um segregador em potencial.
Tive a oportunidade de não só sugerir ao professor o uso de uma abordagem
comunicativa, como pô-la em prática, sendo apresentada e interagida por mim e o
professor durante o momento da aula, pode-se afirmar que os benefícios dessa
abordagem, que faz com que utilizemos a força comunicativa dos jovens para repassar o
conteúdo, são inúmeros, tais como maior atenção dos alunos, maior aproveitamento do
tempo de aula, e o que para mim, soa mais importante, liberta os alunos do estigma de
“erro negativo”, onde eles veem que não podem errar em nenhuma instância, e isso não
proporciona aprendizado algum, já que não há a síntese conclusiva do que está sendo
apresentado como proposto por Silva:
“Os erros são uma parte natural do aprendizado da língua e, naturalmente, os alunos
que dão o melhor de si para usar a língua criativa e espontaneamente estão sujeitos a
cometê-los.” (SILVA, 2001, p. 64)

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2.3 Proposta de Atividade Comunicativa:
A atividade proposta ao professor é baseada na aula invertida, onde os alunos estudam
sobre o conteúdo e tentam ensinar a classe de acordo com o que foi aprendido. Também,
por se tratar de uma turma grande, se fez necessário uma motivação a mais, para
facilitar a participação de todos os alunos, portanto, dialoguei com o professor, para que
uma premiação fosse dada aos alunos, podendo ser ela uma pontuação adicional ou algo
do gênero, o que é retratado no próximo subcapítulo. Pude organizar e seguir a ordem
determinada abaixo:
1. Analisar o material didático
2. Discutir com o professor quais grupos organizar
3. Distribuir os sub-temas, seguindo um tema principal
4. Orientar os alunos a prepararem a aula que será feita na próxima aula
5. Assistir a aula preparada pelos alunos e documentar os resultados.
A sala de aula invertida apresenta alguns benefícios interessantes, como maior foco nos
alunos desenvolverem e dominarem seu assunto, e no aprendizado, é sabido que há um
aumento substancial nas taxas de aprendizagem quando os próprios alunos tentam
lecionar.
2.4 A Aula Invertida:
A escolha desta metodologia não fora aleatória, tive contato com esta mesma
metodologia em alguns momentos de minha vivência profissional e educacional. a aula
invertida é interessante por mudar a posição tradicional da sala de aula, transformando
os alunos em professores e os dando o poder de serem os portadores do conhecimento
que será repassado, e esse fator, principalmente, afeta positivamente os alunos, no
sentido afetivo, já que desperta nos mesmos a sensação de que estão por dentro do
conteúdo, e que são capazes até mesmo de repassar suas sínteses verdadeiras. os relatos
de aplicação de sala de aula invertida são muito tocantes e soube que poderia extrair a
experiência necessária para a formulação deste artigo, que foi muito produtiva, mas
principalmente, transformadora.
A sala de aula invertida mudou não só nossa própria metodologia. Professores
de todo o mundo adotaram o modelo de sala de aula invertida e o estão usando
para lecionar a alunos de todos os níveis do ensino fundamental e médio, assim
como a adultos, e em todas as áreas curriculares. Já nos convencemos de como
a inversão da sala de aula pode mudar a vida dos estudantes. (BERGMAN &
SAMS, 2012 p. 35)

trago como exemplo esta afirmação dos educadores Jonathan Bergmann e Aaron Sams,
que foram premiados, mesmo ainda executando o Método Tradicional de Ensino, porém
os mesmos afirmam em seu livro “Sala De Aula Invertida, Uma Metodologia Ativa De
Aprendizagem”, que jamais tornaram a produzir e executar aulas usando o Método, por
eles classificado como obsoleto, e, sabendo dos benefícios da sala de aula invertida,
seguiriam nas suas profissões utilizando-a sempre que possível.
Como educadores, geralmente temos um currículo a cumprir em nossos cursos.
Os alunos devem dominar certo conjunto de conhecimentos, e sempre
esperamos que compreendam nossas exposições. No entanto, mesmo os

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melhores expositores e apresentadores têm alunos que ficam para trás e não
compreendem nem apreendem todo o conteúdo. Quando invertemos a sala de
aula, transferimos o controle remoto para alunos. Conceder aos alunos a
capacidade de pausar os professores é uma inovação realmente revolucionária.
(BERGMAN & SAMS, 2012 p. 40)

Novamente, fica claro o fascínio dos autores com a metodologia pouco explorada em
boa parte do mundo, mas muito elogiada pelos professores que foram felizes em
aplicá-la e trazê-la para os seus cotidianos e de seus alunos.

3. A aplicação da teoria e observações:


Posso afirmar que todo o processo fora muito interessante e bem condizente com os
materiais teóricos que pude analisar e utilizar para preparar um plano de execução das
atividades. pude planejar todas as atividades em três semanas onde:
1. Dialoguei com o professor sobre a possibilidade de realização da atividade e
sugeri quais turmas e em qual dia executar.
2. Dialoguei com a turma escolhida (9º ano A) e expliquei o intuito da atividade.
3. Executamos a atividade e vimos os resultados.
As observações que me dei conta durante este processo foram:
1. Pelo fato de os alunos estarem em grupos que eles mesmos escolheram,
sentiam-se mais confortáveis no fator afetivo, já que sabiam com quem estavam
“trabalhando”.
2. Dos grupos que apresentaram, sentimos (Eu e o professor supervisor) que os
alunos dominavam muito bem os assuntos que foram designados para a
pesquisa.
3. Os alunos que continuavam com a sua função no momento das
apresentações/aulas, também interagiam mais, por sentir a ausência da
hierarquia de sala de aula que tanto os aterroriza.

4. A Reflexão baseada na Suggestopedia:


Como destacado no último tópico de observações, existe uma hierarquia dentro da sala
de aula, por mais óbvio que seja este comentário, mas isto fez com que eu como
educador, refletisse mais ainda sobre os processos afetivos relacionados à existência
desta hierarquia. Irei, descrever resumidamente, mediante as observações da obra de
Lozanov: Suggestopedia - Reservopedia: Theory and Practice of the
Liberating-stimulating Pedagogy on the Level of the Hidden Reserves of the Human
Mind, refletir sobre alguns elementos de sua teoria, a Suggestopedia, para abordar
alguns tópicos pedagógicos pertinentes para o entendimento de um ensino mais
humanizado e comunicativo.
É claro que o professor, como na maioria das vezes é o mais velho, e tem um maior
acervo sobre determinado assunto que ele esteja designado para assumir, pode ser visto
como “autoridade”, mas, muitas vezes, também, isso cria barreiras nos alunos que não
se sentem totalmente confortáveis em expressar suas ideias e opiniões, muitas vezes

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pelo medo do erro, onde mal sabem eles que o erro é processo fundamental do
aprendizado.
Dando segmento, esta fagulha me trouxe à reflexão já feita por Lozanov, onde devemos,
como educadores, trazer algumas regras fundamentais para assumir este cargo de
enorme responsabilidade e importância.
Lozanov põe em sua obra os aspectos necessários para a aplicação de um método de
ensino, que é criado pelo mesmo, e esse método me proporcionou uma verdadeira
catarse ao observar tantos os problemas na educação brasileira que não me
possibilitariam de pô-la em prática, mas o que pude tirar das reflexões que Lozanov faz
sobre estas mesmas problemáticas que a transforma em algo insustentável, dependendo
do contexto. Alguns desses aspectos são as Leis, ou condições sine qua non
(indispensáveis), que tornam-o educador que as segue, apto a lecionar e por a teoria da
suggestopedia em prática citarei como exemplo, a que julgo mais importante e as que
mais fizeram-me refletir sobre as atividades que propus, e sobre como ainda podemos
transformar a educação em nosso país.
As Condições que Lozanov indica são as seguintes:
1. Amor: O amor, pontuado por Lozanov, não refere-se ao amor romântico, nem
mesmo ao amor como relação afetiva (são objetos diferentes, por mais
semelhantes que sejam.) mas como o amor ao humano, amor ao aluno enquanto
humano. Esta conclusão com fortes aspectos humanistas traz para o leitor e
educando em formação, que o mesmo deve respeitar os erros e construções
conclusivas sobre os erros que comete em sala de aula, basicamente, não julgar o
aluno pelas falhas gramaticais, e compreender que estas, fazem parte de algo
maior, da construção de uma nova língua, que é estrangeira, mas se
desestrangeiriza conforme estigmas são quebrados, e padrões são explorados.
então é importante que o educador saiba mediar e guiar o aluno para a
forma-padrão estabelecida pela gramática, mas não desrespeitando ou ignorando
a cultura e conhecimentos prévios que este aluno já tenha adquirido e feito-o
chegar à conclusão “errada”.
2. Liberdade: A liberdade pode ser interpretada de várias formas, por exemplo, a
liberdade do aluno na sala de aula ou a liberdade do professor, mas na verdade,
pode ser as duas, afirmo. A liberdade deve ser vista como poder de mudar os
planejamentos e fazer o que “melhor calhar” na classe, isto vale para o professor,
no ato de se permitir improvisar quando se deparar com uma adversidade que
contrarie seu plano de aula, ou para moldar novos planos de aula que acrescente
mais comunicatividade ou atividade dos alunos, em vez de deixá-los inativos
durante todo o momento em que deveriam estar buscando por estímulos. e
também se aplica ao este deve se sentir livre para participar das atividades
propostas pelo professor ou não, caso contrário, iremos de encontro com a
primeira lei: Amor, já que estaríamos obrigando o aluno a fazer algo contra a sua
vontade. São várias as interpretações, como disse no começo deste tópico, e com
isso várias possibilidades de aumentar a liberdade dos dois participantes
primários da aprendizagem.

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Então, munido de como as leis de Lozanov podem ser fundamentais para o processo
reflexivo enquanto educadores, posso afirmar que o sentimento de fazer algo que
verdadeiramente mudasse o cotidiano e comportamento dos alunos que estive próximo é
muito transformador e poderoso, pois, traz consigo a soma do que é ser um educador e
como é estar pronto para as mais diversas adversidades e sobre como melhorar o
contexto da sala de aula e ensinar os alunos a melhorarem os próprios contextos sociais.
educar, sem dúvidas é um ato político, como bem dito por Paulo Freire.

5. Resultados obtidos e Discussão:


Escolhi pesquisar e aplicar as teorias das abordagens comunicativas por simplesmente
ver uma certa “aura” sobre elas, já que muitos professores mistificam e acabam se
“rendendo” às propostas tradicionais de ensino, e vêem nestas abordagens, algo
inalcançável e que não surtiria nenhum efeito na vivência professor/aluno.
Por isso, entrei no sistema onde quase todas as problemáticas sociais, econômicas e
psicológicas se demonstram mais fortes do que em qualquer outro, o Público. E lá, com
o apoio do professor que me supervisionou durante o estágio, pude pôr em prática e
realizar um momento de catarse, onde os alunos gostariam que mais aulas fossem dessa
maneira, e o professor também refletiu sobre sua postura pedagógica. Acredito que em
um determinado espaço de tempo, com o movimento de internalização das abordagens
comunicativas e seus resultados, podemos solucionar os problemas estruturais que
comentei durante toda a produção deste trabalho, apenas com conhecimento e coragem
para implementar.
Reiterando, meus objetivos para formular esse texto foram alcançados e se aproximaram
bastante do material que pesquisei cautelosamente sobre o que se entende das
abordagens e os resultados provenientes. Inclusive, algo que impressionou-me foi o fato
de que até mesmo os resultados descritos nas obras pesquisadas, foram muito
semelhantes com os que observei. O intuito era de provocar uma reflexão, e acredito
que o leitor deste texto irá fazê-la, assim como sentirá desejo em aplicar a Sala de Aula
Invertida, por exemplo.
Teoricamente, as abordagens comunicativas funcionam e já tem seus resultados
descritos e organizados de uma forma que podem ser a solução para problemas
psicossociais no ambiente escolar, o que fora comprovado e relatado com detalhes neste
texto, posso mostrar uma entrevista que realizei com os alunos das turmas do oitavo ano
do Ensino Fundamental II (sendo A e B) que me resultaram nos seguintes dados:

Turmas. N°de Alunos. Alunos que Alunos que não


gostariam de gostariam de
repetir a SIA. repetir a SIA.

8º A 24 20 4

8º B 19 17 2

Os alunos que não gostariam de ter esse momento novamente, se sentiram


desconfortáveis ainda, pela capacidade de falar em público não ser tão explorada

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regularmente, sendo necessário, mais momentos de prática com essa abordagem para
que esse conforto seja resgatado. E quanto aos alunos que gostariam de ter mais
momentos como este, basicamente, gostaram da sensação de “saber de algo”, como dito
por um dos alunos que conversei, justamente porque eles tinham toda uma sala de aula
prestando atenção neles, e eles que proferiram o conhecimento proposto.
Por fim, gostaria de relacionar a humanização do ensino que Lozanov traz em suas
anotações, e sobre como as abordagens comunicativas também trazem um contato
maior do professor com os alunos, e transforma as funções, trazendo uma equidade
hierárquica em sala de aula, onde tanto os alunos quanto os professores têm liberdade
em trocar conhecimentos. E sinto-me bastante realizado em trazer materiais que
comprovam tão verdadeiramente que é apenas uma questão de saber o que fazer e ter
paciência para executar.

6. Conclusão:
Com a realização do processo de estágio, nós, licenciandos, podemos ter contato com o
sistema educacional das instituições e ter a oportunidade de refletir sobre pontos que
deixam a desejar e podem melhorar até o momento da conclusão da graduação, por
exemplo, mas permeia toda a vida do graduando como futuro educador, é de suma
importância que os mesmos saibam como lidar com as adversidades das salas de aula o
mais rápido possível, para que possa exercitar a criação de soluções possíveis para o
futuro.
Além do processo de estágio, é fundamental ter acesso às ferramentas de ensino, como
as metodologias, por exemplo, que podem transformar a vida dos alunos e direcionar
seus olhares da educação para algo que realmente ofereça melhores condições de vida,
como a Língua Inglesa pode fazer, por exemplo. Então é muito importante que o
professor, principalmente, tenha noção de que o que ele produz na sala de aula é algo
incrível.
Por fim, posso dizer que relatar e documentar todas estas experiências com o estágio
supervisionado e com tudo o que vi nas aulas do professor supervisor, foi algo que me
proporcionou uma visão mais ampla sobre o que posso fazer no ambiente escolar, e que
as ferramentas e estratégias não serão desperdiçadas no sentido de não serem utilizadas,
enquanto puder utilizá-las nas minhas aulas.

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7. Referencial Bibliográfico:

BERGMANN, Jonathan, SAMS, Aaron. Sala De Aula Invertida, Uma Metodologia


Ativa De Aprendizagem. 2012.
LEFFA, V. Metodologia Do Ensino De Línguas. In: BOHN H. I; VANDRESEN, P.
Tópicos em linguística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis, Ed.
Da UFSC, 1999
LOZANOV, Georgi. Suggestopedia - Reservopedia: Theory and Practice of the
Liberating-stimulating Pedagogy on the Level of the Hidden Reserves of the Human
Mind. Sofia, St. Kliment Ohridski University Press, 2009.
LUCINDO, Emy Soares. Tradução e ensino de línguas estrangeiras. Scientia
Traductionis, v. 1, p. 3, 2006.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Métodos de Ensino de Inglês: Teorias, Práticas,
Ideologias. Parábola Editorial. 2014.
RICHARDS, J. C.; RODGERS, T. S. Approaches And Methods In Language Teaching.
A Description Analysis. U.S.A.: Cambridge University Press, 1986.
SILVA, Elisabeth Lavalle Farah. Abordagem Comunicativa Para O Ensino De Segunda
Língua – Uma Análise De Sua Aplicabilidade. Florianópolis, Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina,
2001.

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8. Anexos:

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