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MED XXV
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA:
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL
INTRODUÇÃO:
A incidência de morbimortalidade decorrente de hipóxia é variável em todo o mundo.
Primeiro mundo apresenta uma incidência de 4 por 1.000 nascidos vivos
Nos países em desenvolvimento esta incidência fica em torno de 33 por 1.000 nascidos vivos.
O sofrimento fetal AGUDO é desencadeado DURANTE o trabalho de parto e é caracterizado por hipóxia,
hipercapnia e acidose. Ocorre devido a uma redução aguda nas trocas materno-fetais, com diminuição do
aporte de oxigênio necessário ao concepto.
Entende-se por sofrimento fetal CRÔNICO a privação crônica de nutrientes e de oxigênio, alterando o
crescimento e desenvolvimento normal do feto, ANTES de desencadeado o trabalho de parto
USG DOPPLER:
Doppler na Obstetrícia forneceu uma importante ferramenta para avaliar o bem-estar fetal, por meio do estudo
da resistência na circulação uterina e fetoplacentária.
A resistência na circulação fetoplacentária pode ser afetada por diversas doenças, tais como:
o Pré-eclâmpsia
o Restrição de crescimento fetal
o Doenças autoimunes
o Trombofilias.
Alterações fisiológicas da circulação uterina: dentre elas, destaca-se o aumento do fluxo nas artérias uterinas.
o Para que este processo ocorra de forma satisfatória, há uma destruição do endotélio vascular com perda
da camada músculo-elástica das arteríolas espiraladas, tornando-as menos resistentes.
o PATOLOGIA: quando a invasão trofoblástica não ocorre de maneira satisfatória, o resultado são artérias
uterinas de alta resistência, com aumento do risco de restrição de crescimento fetal e pré-eclâmpsia. Ou
seja, há um aumento da resistência, fazendo com que o fluxo sanguíneo bem como o oxigênio não
cheguem de forma adequada ao feto. Há uma frouxidão da artéria uterina.
Esse achado de aumento da resistência é traduzido na ultrassonografia Doppler das artérias uterinas pela
presença de incisura protodiastólica e elevação dos índices doplervelocimétricos, como o índice de resistência,
índice de pulsatibilidade e relação sístole/diástole.
Esta alteração dos índices é observada principalmente das artérias uterinas (AU) – 12 semanas – primeiro
momento que vai fazer um doppler na AU direita e esquerda. Se der super normal, não se preocupa com pré-
eclampsia. Se der alterada, começa a usar AAS de 80 a 150mg pra melhorar o fluxo, umbilicais (AUmb) e
cerebral média fetal (MCA)e pela persistência da incisura protodiastólica nas artérias UTERINAS.
Amanda do Nascimento
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- As setas vermelhas correspondem as
incisuras protodiastólicas da artéria
uterina.
OBS: essas incisuras são mais comuns na
artéria UTERINA. Na umbilical isso não vai
ser visualizado.
Por sua vez, a circulação fetoplacentária depende diretamente da resistência vascular nas artérias uterinas.
Em uma gestação normal, espera-se uma redução progressiva da resistência ao fluxo sanguíneo nas artérias
umbilicais.
Em contrapartida, quando a resistência nas artérias uterinas está elevada, pode ocorrer redução no número de
unidades funcionais da placenta, com aumento da resistência na circulação placentária.
Este aumento da resistência vascular placentária pode evoluir ao máximo, traduzido na ultrassonografia Doppler
pelos achados de diástole zero ou reversa nas artérias umbilicais.
CARDIOTOCOGRAFIA:
Na CTG obtém-se um registro gráfico da frequência cardíaca fetal, e concomitantemente, dos movimentos
fetais e das contrações uterinas. Gestante fica na posição de Fowler.
Posição de Fowler é uma manobra que coloca o paciente parcialmente sentado, por meio da elevação da
cabeceira da maca a um ângulo entre 45° e 60°.
Amanda do Nascimento
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Variáveis avaliadas pela CTG:
o CTG basal ou repouso
o FCF basal
o Variabilidade: 110-160 bpm.
o Acelerações transitórias: é um sinal de bem-estar fetal.
o Desacelerações: é um sinal de possibilidade de sofrimento fetal.
o Relação AT/movimentação fetal
Resposta auditiva provocada (RAP):
o FCF
o Resposta motora
CTG de esforço ou teste da ocitocina
Na atualidade, o uso da CTG gera controvérsias devido às elevadas taxas de falso-positivos e baixa
especificidade, apesar de apresentar boa sensibilidade. Entretanto, tem baixo custo, sendo mais viável que o
USG doppler.
Com o objetivo de reduzir esse risco, a ESTIMULAÇÃO VIBROACÚSTICA foi introduzida durante o exame. O
teste pode ser definido como satisfatório e não-satisfatório. O teste é considerado satisfatório quando ocorre
aceleração de pelo menos 15 bpm da FCF durante pelo menos 15 segundos.
De acordo com a resposta, o feto era classificado ANTIGAMENTE como:
o Ativo resposta satisfatória.
o Hipoativo aceleração de FCF que dura menos de 15 segundos e/ou amplitude menor que 15 bpm.
o Inativo ausência de acelerações da FCF, taquicardia, bradicardia ou desacelerações tardias.
Entretanto, atualmente essa classificação NÃO é mais utilizada na prática.
Classificação atual da resposta fetal:
o Categoria I normal. Altamente preditivo de equilíbrio ácido-base NORMAL.
o Categoria II atípica/indeterminada. Não é preditor de alteração no equilíbrio, mas não pode atestar
normalidade no momento da observação.
o Categoria III anormal. Revela um equilíbrio ácido-base ANORMAL. Para melhor interpretação do
exame, comentários adicionais a sua classificação hão que ser feitos.
Importante ressaltar que nenhuma dessas categorias indica a realização de uma cesárea de emergência. Elas
apenas exigem uma complementação com a realização de outros exames.
Amanda do Nascimento
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No perfil biofísico modificado ou simplificado avaliam-se apenas o volume do líquido amniótico e a CTG.
A ocorrência de oligodrâmnio está associada a resultados perinatais desfavoráveis, sendo seu diagnóstico e o
impacto sobre o feto importantes para a saúde perinatal.
o A pesquisa de oligodrâmnio representa um dos parâmetros do PBF, podendo traduzir uma hipóxia
crônica, ao contrário dos outros marcadores que indicariam uma situação aguda.
o Líquido amniótico diminui quando a bolsa se rompe, quando ocorre um sofrimento fetal ou quando ele é
reabsorvido de maneira inapropriada.
O ILA não é feito como rotina. Dessa forma, só deve ser realizado quando se suspeita de um bolsão pequeno.
CONSIDERAÇÕES:
Evidencia-se ausência de consenso sobre o procedimento ideal para a avaliação da vitalidade fetal na prática
clínica diária.
Entretanto, a maioria das sociedades internacionais recomenda a realização da ultrassonografia Doppler, da
CTG e do PBF apenas em gestantes de ALTO risco, com suspeita de insuficiência placentária ou com restrição
do crescimento intrauterino.