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Aula 07

1.500 Questões de Português Divididas Por Assunto


Professor: Fernando Pestana

03265357481 - JOCILENE M SOARES BARBOSA


L ngua Portuguesa
1.500 Quest es Comentadas
Prof. Fernando Pestana Aula 07

AULA 07: Compreensão de textos,


coesão e coerência, tipologia textual.

Salve, salve, meus nobres!!!

Sim, é a última aula. Sim, não chore, porque hoje eu perdi a linha:
coloquei 351 questões para você treinar! J

Sim, eu me empolguei. Depois de tudo calculado, eu me dei conta


de que o curso deveria se chamar “1.767 questões comentadas de
português”.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

Bem, concurseiro, que é concurseiro de verdade, não vai


reclamar de 267 questões a mais, de bônus, certo? Então,
aproveiteeeeeee!!!!!!!!!! J

Para mais informações, conte comigo


sempre por este e-mail:
fernandopest@yahoo.com.br.

Questões de concursos

03265357481

As questões de 1 a 12 são da banca Funcab (2013 e 2014).

Boa resolução!!!

Texto

O que constrói o elo social, o que faz existirem tantos vínculos? Está
ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos. Nossos
tempos privatizaram muito do que era público. “A praça é do povo, como
o céu é do condor”: o verso de Castro Alves parece, hoje, estranho. Quem
vai à praça? A praça, aliás, era já uma herdeira pobre da ágora, da praça
ateniense, que não foi lugar do ou da conversa mole, mas da decisão

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política. A ágora era praça no sentido forte, onde as questões cruciais da
coletividade eram debatidas e decididas.
Mas mesmo a praça, na acepção de espaço em que as pessoas se
socializam, se enfraqueceu. É significativo que Roberto DaMatta, ao
analisar a oposição entre o mundo doméstico e o público na sociedade
brasileira, oponha à casa a rua, e não a praça. A praça favorece a
circulação, no sentido quase etimológico, do círculo, da ida e vinda, do
encontro e reencontro: quem se lembra do que se chamava footing nas
cidades do interior (os rapazes e moças dando voltas na praça, uns no
sentido do relógio e outros no contrário, de modo a se cruzarem seguidas
vezes) sabe do que falo. Já a rua é caminho de ida sem volta. Fica-se na
praça, anda-se na rua. Vai-se, sai-se.
Ou tomemos outro lado da mesma questão. Como puxamos assunto
com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que um dia
encontrou uma moça linda, na sala de espera de um médico. Não sabia
como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um revólver,
deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse:
Mademoiselle, agora que quebramos la glace (palavra que quer dizer
tanto o gelo quanto o espelho)... É óbvio que era uma brincadeira; a
piada valia mais para ele do que a conquista amorosa; imagino a moça
gritando, fugindo; mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar
um elo?
Stendhal, no seu ensaio “A comédia é impossível em 1836”, diz que
os cortesãos, reunidos em Versalhes por Luís XIV, obrigados a ficar lá o
dia todo, ou achavam assunto – ou morreriam de tédio. Assim, diz ele,
nasceu a arte da conversa. Temas pequenos, leves, mas sobretudo
agradáveis começaram a constituir um ponto de encontro de seus desejos
e interesses. É nesse mesmo século XVII, segundo Peter Burke [...], que
franceses, ingleses e italianos reivindicam a invenção da conversa como
arte. Regra suprema: não falar de negócios ou trabalho. Regra
suplementar: agradar às mulheres. A arte da conversa é uma retórica do
dia a dia. Ela se abre até mesmo para uma dimensão segunda, que é a
arte da sedução. Casanova era grande conversador e sedutor renomado.
Eis a questão: uma sociedade que se civiliza precisa de assuntos
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que sirvam de ponto de encontro para as pessoas, e sobretudo para os


estranhos que assim entram em contato. No campo, conheço quase todos
os vizinhos; na cidade grande, porém, a maioria é de estranhos. Sai-se do
mundo rural quando se começa a conhecer o diferente, o outro – e a
aceitá-lo. Isso se dá mediante a oferta de assuntos que abram uma
conversa.
Daí a importância de expressões que minimizam ou mesmo
aparentemente humilham essa conversa mole, como o small talk, o papo
furado ou a bela expressão “jogar conversa fora”, que é muitíssimo sutil,
porque dilapidamos palavras justamente para construir amizades, isto é,
dissipamos nosso tempo, como num potlatch indígena, precisamente para
criar o que há de melhor na vida.

(RIBEIRO, Renato J. <www.renatojanine.pro.br/FiloPol/elosocial.html>)

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1- Para persuadir o leitor a concluir como ele, vale-se o articulista de


todas as estratégias argumentativas a seguir, COM EXCEÇÃO DE:

A) recorrer ao argumento de autoridade.


B) reportar-se a passagem de texto literário.
C) apoiar-se em fatos históricos.
D) apelar para o anedótico, para o riso.
E) apontar dados estatísticos.

2- Em relação ao ponto de vista emitido no período imediatamente


anterior, o papel argumentativo do enunciado: “Nossos tempos
privatizaram muito do que era público.” (§ 1) é:

A) generalizar.
B) comparar.
C) concluir.
D) justificar.
E) exemplificar.

3- Após fazer concessão a comentário que tende a conduzir a outra


conclusão, o autor retoma a linha de orientação argumentativa do texto
com as seguintes palavras:

A) “...onde as questões cruciais da coletividade eram debatidas e


decididas.” (§ 1)
B) “Como puxamos assunto com um estranho?” (§ 3)
C) “...mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?” (§ 3)
D) “Regra suplementar: agradar às mulheres.” (§ 4)
E) “Casanova era grande conversador e sedutor renomado.” (§ 4)

4- Altera fundamentalmente o sentido do enunciado no texto a


substituição do conector proposta em:

A) “A praça, ALIÁS, era já uma herdeira pobre da ágora...” (§ 1) / afinal


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B) “MAS mesmo a praça [...] se enfraqueceu.” (§ 2) / Não obstante


C) “Ela se abre ATÉ MESMO para uma dimensão segunda...” (§ 4) /
inclusive
D) “DAÍ a importância de expressões que minimizam...” (§ 6) / Donde
E) “...ISTO É, dissipamos nosso tempo, como num potlatch...” (§ 6) / vale
dizer

5- O pronome ou advérbio pronominal que faz referência, não a um


segmento do texto, mas a algo que se encontra no universo fora dele,
está destacado em:

A) “...deu um tiro no espelho que havia ALI...” (§ 3)


B) “...obrigados a ficar LÁ o dia todo...” (§ 4)

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C) “...um ponto de encontro de SEUS desejos e interesses.” (§ 4)
D) “ISSO se dá mediante a oferta de assuntos...” (§ 5)
E) “...dissipamos NOSSO tempo...” (§ 6)

6- Invertem-se os termos da relação de causalidade observada em: “Não


sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um
revólver, deu um tiro no espelho...” (§ 3) com a seguinte redação:

A) Não sabendo como abordá-la – como iniciar a conversa, sacou de um


revólver, deu um tiro no espelho...
B) Por não saber como abordá-la – como iniciar a conversa, sacou de um
revólver, deu um tiro no espelho...
C) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa, razão por que
sacou de um revólver, deu um tiro no espelho...
D) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa, porquanto sacou
de um revólver, deu um tiro no espelho...
E) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa; sacou, pois, de
um revólver, deu um tiro no espelho...

Texto

O Brasil, em trinta anos, avançou muitíssimo em matéria


democrática. Antes, nosso recorde de liberdade democrática eram as
duas décadas incompletas entre o fim da ditadura Vargas e o começo do
regime militar. De 1982 para cá, mudou bastante coisa. O partido
comunista foi legalizado – ele tinha sido proibido ao longo de quase toda
a sua história. A inflação, que fazia troça da Política, foi controlada. As
políticas sociais, que eram sacrificadas em nome da luta contra a inflação,
vieram para ficar. A sociedade brasileira, até 2005, era uma pirâmide, na
qual as classes A/B tinham menos gente que a C, que era menor que as
D/E. Em 2010, era já um losango, no qual a classe C supera tanto as
mais ricas quanto as mais pobres. Cinquenta milhões de pessoas subiram
da pobreza para a classe média. Hoje, ninguém concorre ao poder com
chances se não tiver um projeto de maior inclusão social. Em três
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décadas, fomos da ditadura, com má distribuição de renda, para uma


democracia que parece consolidada. […]
O auge da vida democrática é o momento do voto. A democracia,
regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da
igualdade, em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres,
integrados ou excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime
mais ético que existe. Melhor dizendo, é o único regime que hoje
podemos considerar ético. As formas de governo que a teoria
antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as
legítimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras. Uma
ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.
Mas surge um problema sério. Na Ética, operamos com o certo e o
errado, o bem e o mal. Não existe uma tabela única do certo e errado
“em si”, ou “para Deus”, ou para a humanidade inteira. Divergências

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ocorrem. Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores.
“Não matarás” é um deles, mesmo que discutamos como defini-lo: esse
preceito proíbe a legítima defesa? Inclui a falta de solidariedade com o
faminto? Em que pesem essas diferenças, quando falamos em Ética,
atribuímos valores, positivos e negativos, às condutas.
Dá para fazer o mesmo na Política? Faz parte da essência
democrática o direito à divergência. Mas aplicar o critério do certo e
errado à Política pode nos levar a só tolerar um lado, condenando o outro
como errado, desonesto, imoral. Isso significa abolir a discordância.
Quem pensa assim, se chegar ao poder, é um perigo – porque terá o DNA
do ditador. O mínimo, numa democracia, é ter os dois lados opostos,
divergentes, mas respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à
Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e, portanto,
tentarei impedir “o mal” até mesmo de concorrer. Assim foi a perseguição
ao comunismo, no Brasil, mesmo quando não tínhamos uma ditadura
escancarada. Assim foi a perseguição aos partidos liberais nos regimes
comunistas.
Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito. Queremos, de
todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E,
entre os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. […]

(RIBEIRO, Renato Janine. : nº 74, setembro de 2012, p. 82.)

7- Para persuadir o leitor a concluir como ele, vale-se o autor de todas as


estratégias argumentativas a seguir, EXCETO:

A) explorar exemplos extraídos de nossa história política.


B) recorrer a dados estatísticos.
C) usar a 1ª pessoa do plural, para alinhar-se com o leitor.
D) manter a consistência do raciocínio.
E) ilustrar ponto de vista com passagem de texto literário.

8- O autor inicia refutação de argumento voltado para conclusão contrária


àquela a que pretende chegar dizendo que:03265357481

A) “[...] De 1982 para cá, mudou bastante coisa. [...]” (parágrafo 1)


B) “[...] Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que
existe. [...]” (parágrafo 2)
C) “[...] Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar
ético. [...]” (parágrafo 2)
D) “[...] Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores.
[...]” (parágrafo 3)
E) “[...] Faz parte da essência democrática o direito à divergência. [...]”
(parágrafo 4)

9- Há evidente equívoco na identificação do segmento de texto a que se


refere o pronome em destaque na seguinte alternativa:

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A) “[...] ao longo de quase toda a SUA história.” (parágrafo 1) / o partido
comunista
B) “[...] regime em QUE a maioria escolhe os governantes [...]”
(parágrafo 2) / regime
C) “[...] considerando-AS legítimas [...]” (parágrafo 2) / monarquia ou
aristocracia
D) “‘Não matarás’ é um DELES [...]” (parágrafo 3) / muitos valores
E) “[...] ESSE preceito proíbe a legítima defesa? [...]” (parágrafo 3) /
“Não matarás”

10- Preserva-se o sentido de: “Em que pesem essas diferenças, quando
falamos em Ética, atribuímos valores, positivos e negativos, às condutas.”
(parágrafo 3), com a substituição de EM QUE PESEM por:

A) A despeito de
B) A partir de
C) À vista de
D) À luz de
E) Acerca de

11- Em: “[...] mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada.”
(parágrafo 4), a palavra MESMO está empregada com sentido idêntico ao
que expressa em:

A) Revimos toda a matéria, mesmo a já sabida.


B) Mesmo doente e febril, foi trabalhar.
C) Após tanta luta, estava mesmo muito cansado.
D) Era forte, mas ele mesmo não sabia o que fazer.
E) São muito diferentes, mas têm o mesmo gosto.

Texto

Com o aperfeiçoamento da genética e sua integração a sistemas


ultrainformatizados, solucionar crimes que pareciam perfeitos está cada
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vez mais fácil. Onze de setembro de 2001. Dois aviões se chocam contra
o World Trade Center, no coração de Nova York. 2.749 pessoas morrem.
Para a maior parte dos americanos, o fundamental é descobrir os
responsáveis pelo atentado terrorista. Mas, para os parentes daqueles
que estavam nos prédios, o mais urgente é outra coisa: identificar seus
filhos, pais, maridos e esposas.
Apenas 291 corpos foram encontrados intactos. Os outros se
transformaram em mais de 19 mil partes, um terço delas tão pequenas
que saíam de lá em tubos de ensaio. O colapso dos edifícios e o fogo que
atingiu temperaturas superiores a 1000 °C no primeiro dia de incêndio
destruíram boa parte do material genético das vítimas. Nove meses
depois, menos da metade delas havia sido identificada. Sem poder contar
com a análise de impressões digitais, arcadas dentárias e outros métodos
tradicionais, o Escritório de Exames Médicos da Cidade de Nova York criou

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uma junta de especialistas para orientar os testes de DNA. Para o
governo dos EUA, consolar os familiares das vítimas do 11 de Setembro
tornou-se uma questão de honra nacional, na qual todo esforço
tecnológico deveria ser empregado.
Estava para começar o maior – e provavelmente mais difícil –
trabalho de perícia criminal da história da humanidade. “Nenhum de nós
sabia quanto tempo a investigação poderia durar”, diz o geneticista do
Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano Leslie Biesecker, um
dos especialistas envolvidos no processo. Em 7 anos, a força-tarefa que
uniu biólogos, químicos, médicos-legistas, engenheiros, matemáticos e
programadores conseguiu resultados inéditos, que hoje começam a ser
empregados ao redor do planeta.
Os esforços de identificação das vítimas do WTC são uma prova de
que, hoje, desvendar crimes só é possível com equipes multidisciplinares.
Além de aperfeiçoar a clássica coleta de evidências, elas trabalham no
desenvolvimento de sofisticadas técnicas de testes de DNA e softwares
especializados que formam uma estrutura de fazer inveja a Sherlock
Holmes. Esse arsenal high tech tem deixado a vida dos bandidos
complicada: está cada vez mais duro cometer um crime perfeito. Ciência
contra o crime.

(ARAÚJO, Tarso. in , agosto de 2008.)

12- De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que:

A) o único objetivo do governo americano após o atentado de 11 de


setembro era encontrar os terroristas.
B) o uso de novas tecnologias descartou o trabalho de investigação dos
peritos.
C) só nove meses após o atentado do World Trade Center foi possível
identificar todas as vítimas.
D) uma equipe de profissionais de diferentes especialidades contribui para
que o trabalho de investigação tenha bons resultados.
E) os Estados Unidos monopolizam a tecnologia desenvolvida após o
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atentado e se negam a compartilhar informações com outros países.

CEPERJ - SEPLAG - ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –


2012

PLANEJAMENTO PRETENDE DESBUROCRATIZAR

Brasília, 22/12/2011 – Para desburocratizar e modernizar a


administração pública federal, o Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (MPOG) assinou acordo de cooperação com o Instituto Nacional de
Tecnologia da Informação (ITI). O objetivo do termo é propor e
implementar o Plano Nacional de Desmaterialização de Processos

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(PNDProc), que prevê a utilização da documentação eletrônica em todos
os trâmites de processos. O extrato do pacto entre as entidades foi
publicado nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União.
Delfino Natal de Souza, secretário de logística e tecnologia da
informação, defende que esta nova modalidade de gestão de documentos
irá modernizar a gestão pública ao permitir que o gerenciamento de
processos seja feito de forma eletrônica. “Na prática significa o
reconhecimento de um documento digital. Significa nascer, ser
encaminhado e decidido sem a utilização de papel”, explica.
O acordo, que tem duração de três anos, prevê a criação de
normas, implantação de projeto piloto, definição de padrões,
metodologias e soluções tecnológicas para a disseminação do plano.
Para divulgar o PNDProc, também estão previstas no termo de
cooperação a capacitação de servidores públicos que atuam na área de
documentação, como os que trabalham em protocolos e secretarias, por
exemplo.
Como órgão central do Sistema de Administração dos Recursos de
Tecnologia da Informação (SISP), a Secretaria de Logística e Tecnologia
da Informação (SLTI) deve prover o suporte para a realização das ações
do PNDProc. A secretaria deve ainda atender aos Padrões de
Interoperabilidade do Governo Eletrônico (e-Ping) e também do Modelo
de Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG) na implementação do
plano.
O secretário explica ainda que o acordo não prevê a digitalização de
processos antigos. “As ações para a implantação do plano serão feitas no
trâmite de novas documentações”, relata.
(Ministério do Planejamento)

13- O primeiro parágrafo do texto desempenha a função de:

A) despertar a curiosidade do leitor em relação ao conteúdo do texto.


B) resumir os tópicos mais importantes do projeto publicado.
C) explicar ao leitor menos informado as finalidades do MPOG.
D) demonstrar a necessidade do processo de desburocratização proposto.
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E) justificar a necessidade de cooperação do MPOG com o ITI.

14- O texto apresentado é do tipo informativo. Entre as marcas abaixo,


aquela que é inadequada em relação a esse tipo de texto é:

A) o enunciador do texto informativo é dono de um saber desconhecido


do público leitor a que o texto se destina.
B) o conteúdo do texto informativo pressupõe um interesse qualquer por
parte do público leitor.
C) a variedade linguística do texto informativo, pelo próprio fato de
pretender que algo seja divulgado, é popular e informal.
D) o texto informativo tem sua qualidade relacionada à precisão e
atualidade das informações prestadas.

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E) a credibilidade e a autoridade do meio de divulgação é parte
importante da eficiência do que é informado.

15- Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI) é o nome da


instituição com quem o MPOG assinou acordo de cooperação.

Pelo que é expresso no texto, esse parceiro se encarregará de:

A) substituir a documentação eletrônica por outra mais moderna.


B) contornar o desconhecimento de usuários em relação à Informática.
C) gerenciar os processos de forma a empregar pouco papel.
D) digitalizar os processos antigos, em algum momento futuro.
E) capacitar mão de obra para a implantação do projeto.

CEPERJ - PROCON-RJ - ANALISTA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO


CONSUMIDOR – 2012

CONSUMISMO INFANTIL, UM PROBLEMA DE TODOS

Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um


hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais
mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária,
a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são
impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo
inconsequente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto,
mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e
infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências
relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização
precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar,
banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o
consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e
interesse geral.
De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os
olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das
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crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a


ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é
um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de
escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80%
das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de
2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de
casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a
planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV
é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil,
que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto
quando é diretamente exposto às complexidades das relações de
consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.

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As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o
que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas
também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a
marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.
Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado.
Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de
produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor,
2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige
às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas
pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos
direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia
divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o
levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em
2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade.
Ao cruzar essa informação com o fato de a criança brasileira passar em
média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à
programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é
possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto,
apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas
um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS,
instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em
setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as
crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais
atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens
famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos
também foi identificada como uma forte influência.
Não é por acaso que o consumismo está relacionado à ideia de
devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como
queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos
prolongados de seca, são muito mais comuns e frequentes, foi porque a
exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de
décadas.
Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia,
para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um
problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica.
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Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à


esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma
inconsequente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato
um problema de ordem ética, econômica e social.
O Projeto Criança e Consumo [...] combate qualquer tipo de comunicação
mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados
pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e
evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como
o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania.
Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais
justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um
conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.
http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/ConsumismoInfantil.aspx

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16- O texto pode ser considerado argumentativo principalmente porque:

A) defende um ponto de vista


B) apresenta a descrição de fatos
C) recorre a elementos narrativos
D) aparenta uma neutralidade objetiva
E) resume as informações pertinentes

17- A afirmação do texto que mais claramente reitera o tema sintetizado


e anunciado pelo título é:

A) “Ninguém nasce consumista.”


B) “Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de
extrema importância e interesse geral.”
C) “Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado.”
D) “A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte
influência.”
E) “Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia,
para o desequilíbrio global.”

CEPERJ - ITE-RJ - Analista de Gestão Organizacional -


Administração – 2012

A CONSOLIDAÇÃO DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA COMO


POLÍTICA URBANA NO BRASIL

A promulgação da Constituição Federal em 1988 coroou o longo


processo de democratização do país iniciado, ainda, no final dos anos
1970. A democratização do país foi a ocasião propícia para uma reflexão
mais acurada sobre a integração socioespacial das camadas urbanas mais
desprotegidas, tanto no plano jurídico quanto no plano social. Diante das
pressões dos movimentos sociais urbanos, o capítulo constitucional sobre
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a política urbana (artigos 182 e 183) reconheceu que tanto a propriedade


quanto a própria cidade devem exercer uma função social. Esse mesmo
artigo estabeleceu que o município exerce, de agora em diante, um papel
central na elaboração e na aplicação das políticas de desenvolvimento
urbano local. O instrumento de base dessa política é doravante o Plano
Diretor municipal, exigência constitucional para todas as cidades com
mais de 20 mil habitantes. As disposições desse capítulo constitucional se
focalizam, assim, na instituição de medidas aptas a dissuadir a
concentração especulativa do solo, assim como possibilitar a legalização
das formas informais de acesso à moradia.
Este último aspecto revela-se crucial diante do índice de
informalidade fundiária das cidades brasileiras. Segundo Edésio Fernandes
(2002, p.52), essa informalidade pode atingir, por exemplo, quase 50%
da população das duas principais metrópoles brasileiras (São Paulo e Rio

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de Janeiro). Ao regulamentar as disposições do supracitado capítulo
constitucional, a lei do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257 de 10 de julho
de 2001) contribuiu para consolidar a regularização fundiária como uma
das principais diretrizes da política urbana no Brasil. Antes de analisarmos
as disposições da legislação brasileira sobre esse assunto, impõe-se,
inicialmente, uma breve análise das diferentes questões sociopolíticas
relativas à legalização do solo.
A regularização fundiária consiste em regularizar a posse dos
habitantes e promover a urbanização do local sem recorrer à remoção da
população para outras localidades. A regularização fundiária é
frequentemente limitada à transferência de títulos fundiários, sobretudo
os de propriedade privada. Medida, aliás, preconizada como “solução
milagrosa” pelas instituições internacionais e celebrizada, nos últimos
anos, pelos trabalhos do economista peruano Hernando de Soto. Os
governos dos países em desenvolvimento abandonaram, a partir dos anos
1980, os esforços para a construção em massa de moradias populares na
periferia das cidades e se concentraram, sobretudo, na ideia de que a
legalização do informal, aliada a uma desregulamentação mais acentuada
do mercado imobiliário, poderia atenuar o preço do solo, suscitando,
enfim, uma oferta mais consistente de moradias, erguidas, geralmente,
pela autoconstrução. O balanço que se obtém 20 anos mais tarde é,
todavia, um enorme fracasso. A regularização fundiária, onde foi
efetivamente realizada, liberou o solo e desencadeou uma pressão do
mercado imobiliário sobre os bairros beneficiados que eram, até então,
relativamente protegidos, justamente em razão da sua ilegalidade. O
fenômeno atual de segregação urbana torna-se, assim, mais um produto
derivado das leis de mercado que o resultado da recusa, por parte das
autoridades públicas, do reconhecimento oficial da existência dos bairros
informais. A solução do mercado originou outras formas de exclusão que
apenas fizeram aumentar o círculo de informalidade, agora concentrado
nas regiões cada vez mais periféricas, insalubres e/ou ecologicamente
precárias das cidades.
Esse modelo, ao menos no caso específico das favelas, foi apenas
parcialmente aplicado no Brasil. A política de urbanização das favelas,
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implementada a partir dos anos 1980, não foi necessariamente seguida


da regularização fundiária plena desses espaços. A ilegalidade fundiária,
conjugada à violência imposta pelos narcotraficantes num grande número
de favelas, desestimula, nos dias atuais, a entrada dos grandes
promotores imobiliários no mercado imobiliário das favelas. O fim das
políticas de remoções em massa e a ausência de um controle público mais
efetivo sobre o crescimento das favelas asseguraram, todavia, a relativa
segurança da posse dos habitantes das favelas e o florescimento do
mercado imobiliário no interior desses espaços. Esse mercado se
apresenta concentrado nas mãos de alguns “latifundiários”, muitas vezes
ligados às redes mafiosas locais. A flexibilidade urbanística nas favelas
permite, ainda, uma oferta consistente de habitações a preços reduzidos.
A despeito da especulação imobiliária, as favelas se revelam, pelo menos

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por enquanto, um relevante meio de acesso à moradia para as camadas
mais desfavorecidas das metrópoles brasileiras.
Nesse contexto, a regularização fundiária deve-se concentrar menos
sobre uma lógica mercadológica de fluidificação das transações
imobiliárias e de alargamento da base fundiária fiscal do município do que
sobre a redução da insegurança que afeta as relações fundiárias, como
aliás já destacou a campanha pela segurança da posse, promovida pela
UN-Habitat, desde 1997. A precariedade jurídica do acesso ao solo nas
favelas sempre serviu como justificativa não somente para as expulsões
arbitrárias, mas também para a ausência de serviços públicos adequados
nesses espaços. A insegurança fundiária também limitou o investimento
dos moradores em suas casas e em seus bairros. A regularização
fundiária se manifesta, assim, como um elemento imprescindível para se
materializar o direito à moradia, integrando, aliás, esse direito específico
ao leque de direitos que constitui o direito à cidade.
A legalização da mora dia garante, de fato, direitos sociopolíticos às
populações das favelas que adquirem recursos jurídicos indispensáveis
para enfrentar os diferentes conflitos de ordem fundiária/imobiliária, seja
entre vizinhos, seja ante os pretensos proprietários dos terrenos
ocupados pela favela, ou mesmo ante as autoridades públicas. A
regularização fundiária pode, por sua vez, desempenhar um importante
papel na planificação urbana, por meio da imposição de regras
urbanísticas às construções e ao uso do solo nas favelas. Dependendo da
natureza do título outorgado aos habitantes, ela pode até mesmo
contribuir ativamente para a gestão do fundiário, limitando tanto a
excessiva valorização do solo quanto o aumento da exclusão espacial no
interior das metrópoles.
(Adaptado de: GONCALVES, R.S. Repensar a regularização fundiária como
política de integração socioespacial. Estud. av., 2009, vol.23, n.66.
Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142009000200017&lng=en&nrm=iso>)

18- O texto é um fragmento de artigo acadêmico.


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Dentre as
características desse gênero, o texto não apresenta:

A) predomínio da impessoalidade
B) citações explícitas de outros textos
C) preponderância de sequências descritivas
D) emprego da norma de prestígio
E) presença de argumentação

CEPERJ - SEFAZ - ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – 2012

RISCOS DE CONTÁGIO

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Ao olharmos os desafios que temos pela frente para o próximo ano,
não podemos nos despreocupar com os desdobramentos da crise mundial
e suas repercussões no nosso país.
Recentemente, em reunião de que participei com empresários, na
presença de diferentes ministros da área econômica, pude perceber uma
forte motivação de trabalho em equipe e uma visão unificada sobre o
crescimento da economia para 2012. Em contato mais recente com a
imprensa, nossa presidente transmitiu confiança, reiterando que nossa
economia possa nos próximos anos crescer de 4,5% a 5%, enquanto as
previsões para o ano que se encerra estão em torno de 3%.
O ministro da Fazenda, em entrevista a diferentes jornais, reiterou
essa confiança no crescimento da economia e listou os fatores que em
sua opinião são capazes de sustentá-lo. Entre eles, lembrou a elevação do
salário mínimo no primeiro trimestre, que deve injetar cerca de R$47
bilhões na economia, fortalecendo ainda mais a convicção de que o
mercado interno será o grande ativo a diferenciar a nossa economia dos
países desenvolvidos.
Outros aspectos por ele lembrados foram o crédito interno, o
câmbio mais favorável aos exportadores, taxa de juros decrescendo, o
PAC2 e o Minha Casa Minha Vida. (....)
Roberto Teixeira da Costa, O Globo, 31-12-2011

19- Nessa introdução de um artigo mais longo, é correto afirmar que o


autor do texto:

A) mostra os riscos de contágio da crise externa sobre a nossa economia.


B) indica uma visão otimista de nossa economia por parte das
autoridades.
C) ironiza as previsões econômicas para 2012 por parte do ministro da
Fazenda.
D) elogia as medidas econômicas tomadas pelas autoridades diante dos
riscos da crise global.
E) demonstra confiança, sem reservas, nas declarações oficiais sobre a
situação econômica do país. 03265357481

20- Tendo em vista o título dado ao texto – Riscos de contágio –, pode-se


prever que o restante do texto deverá abordar:

A) novas declarações de outras autoridades sobre a economia.


B) conclusão com desejos de que tais previsões se realizem.
C) inclusão de riscos que podem perturbar as previsões.
D) previsão dos resultados positivos dos fatores de desenvolvimento
apontados
E) indicação de novos fatores não incluídos na declaração do Ministro.

21- “...uma visão unificada sobre o crescimento da economia para 2012”;


com o termo “visão unificada”, o autor do texto quer dizer que:

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A) todas as autoridades da área econômica prediziam a mesma coisa.
B) o governo havia ordenado que se previsse a mesma coisa.
C) a visão transmitida pelas autoridades carecia de discussão.
D) a visão das autoridades tinha sido unificada a partir de dados.
E) as autoridades tinham sido unificadas no ministério da Fazenda.

CEPERJ - DEGASE - AGENTE SOCIOEDUCATIVO – 2012

A NOVA RIQUEZA DOS POBRES

Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas, agosto


é o do desgosto, junho é o das fogueiras e fevereiro é o do Carnaval. Os
estudantes aguardam dezembro como o mês das férias; as crianças,
como o do Natal. Para os trabalhadores, é o mês em que eles pensam que
estão mais ricos.
Recebem o 13º salário ou parte dele — e compram. A verdade é
que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres, vêm comprando.
Compram de tudo. Um compra geladeira nova porque a velha, bom, gelar
ela gelava direitinho, mas gastava muita energia. Outro compra televisão
nova porque a velha não tem tela plana de LCD, 42 polegadas, e a vizinha
pensa que é melhor do que a gente só porque comprou uma de 36
polegadas. Compram DVD, celular para a filha adolescente, forno de
micro-ondas, MP3, 4, 5, freezer, videogames, fogão novo, carro. Qual é a
mágica? É a prestação que “cabe no bolso”.
Perdiam dinheiro para a inflação, agora perdem para os juros.
Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem à vista com
desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro, ou em 24
meses e pagar o triplo. Ficam na mão de espertos, aqueles que lucravam
com especulações de curto prazo durante a grande inflação e agora
lucram financiando prestações. Os novos compradores não fazem essa
conta. Cabendo no orçamento do mês, pagam. Querem se sentir parte da
grande nação de consumidores, participar da vida colorida dos anúncios
da televisão, esquecer por um momento que não têm escola, atendimento
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médico, transporte, esgoto, segurança...


O marido da senhora que faz limpeza na casa de uma amiga esteve
desempregado quase um ano. Como não tem nenhum preparo técnico,
integrava a turma do bico. Arranjou emprego e, no dia do primeiro
pagamento, ele e a mulher compraram uma geladeira nova. Três meses
depois, ele estava desempregado outra vez, de volta ao bico. Não se
abalaram. O que importa para eles é que a geladeira está em casa há
quatro meses e estão conseguindo pagar, seguem tocando a vida.
— Se nós não tivesse comprado a geladeira, não ia comprar nunca
— diz ela, otimista, bebendo sua água geladinha e mantendo protegido o
leite das crianças.
Essa atitude otimista acontece em um momento crítico para o
trabalhador no mundo. Caem os investimentos e o comércio entre as
nações. As indústrias investem em processos de produção que rendem

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mais e custam menos. Novas tecnologias provocam dispensas, e não só
por lá. Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.
Mais de 200 milhões de trabalhadores formais perderam o emprego
no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho; quase 1
bilhão de pessoas em condições de trabalhar não encontram vagas, 700
milhões vivem de expedientes, se virando. É a globalização do bico.
Milhões sem conta não conseguem nem se virar. É a globalização do
dane-se.
Os temores que a crise lá de fora desperta nos analistas e
alarmistas daqui parecem não atingir os moradores das áreas carentes
das grandes cidades brasileiras. É fantástica a capacidade que eles têm
de acreditar no melhor, em meio à incerteza.
Se alguma conclusão se pode tirar da ingênua tendência
compradora daqueles que têm tão pouco, é a de que ela nasce de um
incompreensível otimismo — incompreensível para nós, atormentados da
classe média. Ao redor deles pipocam dificuldades, mas eles, confiantes,
jogam com o destino como se ele fosse uma MegaSena que um dia vai
dar.
(Ivan Angelo, Veja SP, 14/12/2011)

22- De acordo com a leitura do texto, pode-se dizer que o título – “A nova
riqueza dos pobres” – é irônico porque:

A) A riqueza corresponde, na verdade, a uma capacidade de


endividamento
B) A pobreza constitui, na sociedade atual, uma condição insuperável
C) Os consumidores podem, ao longo do tempo, acumular dinheiro
D) Os trabalhadores vivem, em nossos dias, uma euforia de consumo
E) A globalização trouxe, para todas as classes, um certo
empobrecimento

23- O texto é uma crônica, que comenta um aspecto da vida cotidiana a


partir da visão do autor.
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O fragmento que melhor demonstra a presença de uma opinião do autor


é:

A) “Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas...”


B) “Recebem o 13º salário ou parte dele — e compram.”
C) “A queda da inflação deixou sobrar no bolso deles a parte do salário
que se queimava na fogueira do aumento de preços.”
D) “Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem à vista
com desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro...”
E) “As indústrias investem em processos de produção que rendem mais e
custam menos.”

24- A pequena narrativa do caso da senhora que faz limpeza na casa da


amiga do cronista cumpre, no texto, a seguinte função:

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A) Contestar dados estatísticos posteriormente citados


B) Exemplificar atitude posteriormente descrita
C) Detalhar casos anteriormente narrados
D) Contradizer ideia anteriormente exposta
E) Reforçar discurso constantemente relatado

25- “Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.[...]


É a globalização do bico. [...] É a globalização do dane-se.”

A sequência acima caracteriza a globalização a partir da desestruturação


do mundo do trabalho.

Do ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no


contexto, ocorre uma:

A) gradação, com o aumento progressivo das dificuldades


B) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado
C) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial
D) retificação, pela correção gradual das informações iniciais
E) exemplificação, pelo relato de situações específicas

CEPERJ - PROCON-RJ - AGENTE DE PROTEÇÃO E DEFESA DO


CONSUMIDOR – 2012

O LENDÁRIO PAÍS DO RECALL


Moacyr Scliar

“MINHA QUERIDA DONA: quem lhe escreve sou eu, a sua fiel e
querida boneca, que você não vê há três meses. Sei que você sente
muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você. Lembro de
você me pegando no colo, me chamando de filhinha, me dando papinha...
Você era, e é, minha mãezinha querida, e é por isso que estou lhe
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mandando esta carta, por meio do cara que assina esta coluna e que,
sendo escritor, acredita nas coisas da imaginação.
Posso lhe dizer, querida, que vivi uma tremenda aventura, uma
aventura que em vários momentos me deixou apavorada. Porque tive de
viajar para o distante país do recall.
Aposto que você nem sabia da existência desse lugar; eu, pelo
menos, não sabia. Para lá fui enviada. Não só eu: bonecas defeituosas,
ursinhos idem, eletrodomésticos que não funcionavam e peças de
automóvel quebradas. Nós todos ali, na traseira de um gigantesco
caminhão que andava, andava sem parar.
Finalmente chegamos, e ali estávamos, no misterioso e, para mim,
assustador país do recall. Um homem nos recebeu e anunciou, muito
secamente, que o nosso destino em breve seria traçado: as bonecas (e os
ursinhos, e outros brinquedos, e objetos vários) que tivessem conserto

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seriam consertados e mandados de volta para os donos; quanto tempo
isso levaria era imprevisível, mas três meses era o mínimo. Uma boneca
que estava do meu lado, a Liloca, perguntou, com os olhos arregalados, o
que aconteceria a quem não tivesse conserto. O homem não disse nada,
mas seu sorriso sinistro falava por si.
Passamos a noite num enorme pavilhão destinado especialmente às
bonecas. Éramos centenas ali, algumas com probleminhas pequenos (um
braço fora do lugar, por exemplo), outras já num estado lamentável.
Estava muito claro que para várias de nós não haveria volta.
Naquela noite conversei muito com minha amiga Liloca -sim,
querida dona, àquela altura já éramos amigas. O infortúnio tinha nos
unido. Outras bonecas juntaram-se a nós e logo formamos um grande
grupo. Estávamos preocupadas com o que poderia nos suceder.
De repente a Liloca gritou: “Mas, gente, nós não somos obrigados a
aceitar isso! Vamos fazer alguma coisa!”. Nós a olhamos, espantadas:
fazer alguma coisa? Mas fazer o quê?
Liloca tinha uma resposta: vamos tomar o poder. Vamos nos
apossar do país do recall.
No começo, aquilo nos pareceu absurdo. Mas Liloca sabia do que
estava falando. A mãe da dona dela tinha sido uma militante
revolucionária e sempre falava nisso, na necessidade de mudar o mundo,
de dar o poder aos mais fracos.
Ora, dizia Liloca, ninguém mais fraco do que nós, pobres,
desamparados e defeituosos brinquedos. Não deveríamos aguardar
resignadamente que decidissem o que fazer com a gente.
De modo, querida dona, que estamos aqui preparando a revolução.
Breve estaremos governando o país do recall. Mas não se preocupe, eu a
convidarei para uma visita. Você poderá vir a qualquer hora. E não
precisará de recall para isso.”
Folha de S. Paulo (SP) 25/2/2008

26- O texto enquadra-se no gênero carta, o que pode ser percebido,


dentre outros traços, pela seguinte marca linguística:
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A) narração detalhada
B) citações entre aspas
C) interrogações diretas
D) recursos de humor
E) vocativo inicial

CEPERJ - CEDAE - ADVOGADO – 2012

DE FORMAÇÃO DE OPINIÃO

Não, não vou falar da moça que estava no Canadá, cujo nome não
digo para não me aliar ao tam-tam dos tambores da floresta. O que pode
nos interessar é a frase emitida pela agência que cuida da sua imagem –

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sim, já tem agência – dizendo que sua agenciada vai se “posicionar como
a formadora de opinião que tem potencial para ser.” E qual é o potencial
necessário para ser formador de opinião? No passado, a carteirinha de
formador de opinião só era dada em função da sabedoria. Ouviam-se os
sábios. Não havendo sábios disponíveis, ouvia-se, emitida pelos mais
velhos, a voz da experiência. Um certo saber era necessário, fosse ele
específico ou generalizado.
Depois, deixou de ser. Nos anos em que trabalhei em publicidade,
fiz várias campanhas imobiliárias com atores. Sempre os mais famosos,
os que estavam nas telas da TV. Nenhum deles entendia coisa alguma do
mercado de imóveis ou sequer pediu que lhe fosse mostrada e explicada a
planta dos apartamentos que estava ajudando a vender. Ainda assim, sua
presença era uma garantia de sucesso. Para formar a opinião alheia não é
necessário sequer ter uma opinião própria relevante. No lugar da
sabedoria entrou a imagem. A imagem não é a pessoa. A imagem não
precisa sequer corresponder exatamente à pessoa. A imagem é um
replicante, construído, às vezes com grande técnica, a partir da pessoa.
Como é, então, que acreditamos nas recomendações feitas por alguém
que, em termos de gente, é o equivalente a uma bolsa Vuitton vinda do
Paraguai?
O mecanismo é fascinante. Se queremos uma opinião jurídica,
procuramos um advogado; se queremos uma opinião de saúde,
procuramos um médico; e para opinar sobre o projeto de uma ponte
fazemos recurso a um engenheiro. Mas na hora de comprar um
apartamento ou um carro, dois projetos de peso que empenham parte
relevante do nosso orçamento, deixamos que nossa opinião seja formada
por uma imagem, um quase fantasma. E seguimos o gosto de fantasmas
na compra do sabonete, na preferência por uma marca, na escolha do
esmalte de unhas. Não sei se Lilia Cabral já fez publicidade de massa de
rejunte para azulejos ou de válvula para descarga de banheiro, sei porém
que seria um sucesso, embora todos estejam cientes de que não é ela
quem entende de obra e de material de construção, é Griselda, e Griselda
só existe na novela e no imaginário das pessoas.
Então, o que forma opinião não é sequer a imagem. É a ação da
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imagem sobre o imaginário. No fim das contas, tudo se passa na nossa


própria cabeça. E o que os marqueteiros fazem é estudar nossa cabeça –
não uma por uma, porque isso roubaria o mercado de trabalho dos
psicanalistas, mas por amostragens – para criar imagens conformes a ela
e aos desejos que a habitam, imagens que aceitaremos de braços
abertos, implorando por suas opiniões. E a sabedoria, onde fica? Se não
vier em roupa de gala, se não avançar no red carpet, se não for muito
alardeada antes e durante por todas as mídias sociais e nem tanto, se
não estiver no Canadá, coitada!, ninguém a quererá, ninguém dirá para
ela ai se eu te pego! Bem pensa Carlinhos Brown, que, no discurso para o
possível Oscar, dirá às crianças que não copiem seus ídolos, porque “o
conhecimento não está nos ídolos. Ídolo cuida de sua carreira (...).
Escutem seus pais!”.
Marina Colasanti, (Estado de Minas, 09/02/2012)

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27- No terceiro parágrafo, o exemplo de publicidade de material de


construção sustenta a seguinte ideia:

A) reforçar a tese de que apenas atores famosos promovem a venda de


produtos cotidianos
B) demonstrar a preponderância das imagens difundidas sobre as pessoas
que as representam
C) explicitar a vasta experiência da autora no ramo da publicidade,
antecipando um comercial
D) refutar a imagem negativa de atores conhecidos, proveniente da
competição com os novos
E) contrapor o sucesso instantâneo de pessoas comuns à influência de
atores consagrados

Texto

POBRES PAGAM MAIS IMPOSTO QUE OS RICOS NO BRASIL

Os 10% mais ricos concentram 75% da riqueza do país. Para


agravar ainda mais o quadro da desigualdade brasileira, os pobres pagam
mais impostos que os ricos.
Segundo levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), apresentado hoje (15/5) ao CDES (Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social) reunido em Brasília, os 10% mais
pobres do país comprometem 33% de seus rendimentos em impostos,
enquanto que os 10% mais ricos pagam 23% em impostos.
“O país precisa de um sistema tributário mais justo que seja
progressivo e não regressivo como é hoje. Ou seja, quem ganha mais
deve pagar mais; quem ganha menos, pagar menos”, disse o presidente
do Ipea, Marcio Pochmann, durante a apresentação do levantamento, que
foi feito por pesquisadores das diretorias de Estudos Sociais,
Macroeconomia e Estudos Regionais e Urbanos, para contribuir na
discussão da reforma tributária. 03265357481

Os números do Ipea mostram que os impostos indiretos (aqueles


embutidos nos preços de produtos e serviços) são os principais indutores
dessa desigualdade. Os pobres pagam, proporcionalmente, três vezes
mais ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que os
ricos. Enquanto os ricos desembolsam em média 5,7% em ICMS, os
pobres pagam 16% no mesmo imposto.
Nos impostos diretos (sobre renda e propriedade) a situação é
menos grave, mas também desfavorável aos mais pobres. O IPVA
(Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) tem praticamente a
mesma incidência para todos, com alíquotas variando de 0,5% para os
mais pobres a 0,6% e 0,7% para os mais ricos. Já o IPTU (Imposto sobre
Propriedade Territorial e Urbana) privilegia os ricos. Entre os 10% mais
pobres, a alíquota média é de 1,8%; já para os 10% mais ricos, a
alíquota é de 1,4%.

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“As mansões pagam menos imposto que as favelas, e estas ainda
não têm serviços públicos como água, esgoto e coleta de lixo”, alertou o
presidente do Ipea.

28- Pode-se considerar o texto, quanto a seu gênero, como:

A) informativo, já que comunica ao leitor algo que pode não ser de seu
conhecimento.
B) descritivo, visto que caracteriza e qualifica elementos de uma
pesquisa.
C) narrativo, porque relata as diversas etapas de um processo.
D) publicitário, em razão de pretender convencer os leitores de algo.
E) preditivo, pois projeta os resultados da pesquisa para uma situação
futura.

CEPERJ - SEPLAG - ANALISTA EXECUTIVO – 2013

Texto

O CENÁRIO ATUAL

Vivemos em uma era de grandes conquistas. Os avanços científicos,


as vacinas, o computador, a internet, entre muitas outras novidades,
trouxeram a fartura alimentar, a cura de doenças, maior velocidade na
transmissão de informações e um potencial quase infinito de conforto e
diversão a uma parcela da população mundial. Porém, na contramão
desse processo, encontra-se grande parte da população mundial, que se
vê excluída de seus direitos básicos de cidadania, sem acesso à saúde,
educação, água, moradia, informação e, além disso, tendo seus direitos à
integridade física e moral constantemente violados.
A essas questões somam-se outros graves problemas, como, por
exemplo, a intolerância, verificada em seus mais variados aspectos:
político, religioso, étnico, sexual, de gênero, de idade, de condição social,
etc. Essa intolerância muitas vezes é levada a extremos, chegando à
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violência física, à xenofobia, ao racismo, à discriminação e a muitas


outras formas de desrespeito ao outro. Também são frequentes as
violações de princípios éticos, como a corrupção que, particularmente no
Brasil, implica sérios prejuízos ao desenvolvimento social, político e
econômico do país.
O mais alarmante, contudo, é que hoje até mesmo a existência dos
seres vivos encontra-se em risco, devido, entre outros fatores, ao
consumo sem limites e aos danos que vêm se infringindo ao meio
ambiente: desmatamento, extinção de espécies, destruição da camada de
ozônio, excesso de emissão de gás carbônico, poluição, aquecimento
global, etc.
Embora o quadro seja sombrio, é importante saber que a situação
com a qual nos deparamos não é irreversível e não devemos nos

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acomodar. A História mostra que foram os sonhos e a crença no potencial
criativo do ser humano o combustível essencial para a mudança das
sociedades ao longo dos tempos.
(Gislaine & Reinaldo, História em Movimento, Atica: São Paulo, 2012)

29- O texto lido pode ser classificado como:

A) dissertativo expositivo, pois fornece uma série de informações sem a


pretensão de defender qualquer linha ideológica de pensamento.
B) descritivo, já que fornece ao leitor características da sociedade atual
C) narrativo, visto que apresenta uma série de fatos em sequência
cronológica
D) conversacional, porque, do primeiro ao último parágrafo, simula uma
conversação com o leitor
E) dissertativo argumentativo, já que apresenta uma tese sobre o cenário
atual e argumenta com sinais de esperança para o futuro

30- A alternativa em que o valor do termo sublinhado está corretamente


indicado é:

A) “O mais alarmante, contudo, é que hoje até mesmo a existência dos


seres vivos encontra-se em risco,...” – conclusão
B) “O mais alarmante, contudo, é que hoje até mesmo a existência dos
seres vivos encontra-se em risco,...” – inclusão
C) “... devido, entre outros fatores, ao consumo sem limites” – explicação
D) “Também são frequentes as violações de princípios éticos,...” –
oposição
E) “... como a corrupção que, particularmente no Brasil, implica sérios
prejuízos ao desenvolvimento social, político e econômico do país” –
comparação

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Um circo e um antipalhaço
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1Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o


maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum &
Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos
Estados Unidos. Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto
menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de encanto.
Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de
certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino.
8O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos
trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à noite. Ao som das
últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte
da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras
em forma de x, quase iguais às dos teatros e que, como por mágica,

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foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada
grupo logo transportadas para outros vagões de um dos trens. E com as
cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com
tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam
enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoológico. A verdade
é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica
também de circo: a do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos,
sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima
cidade.
22O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de
assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse
ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz
com os edifícios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas,
erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como por mágica relevos
monumentais.
28Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço
principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num palhaço para fazer
rir meninos de dez anos e meninões de quarenta com suas piruetas e
suas infantilidades.
32O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma
espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não faz uma pirueta.
Não dá um salto. Não escorrega uma única vez. Não cai esparramado no
chão como os clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos
de suas vestes de palhaço.
37O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar
para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns modos tão tristes
que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros
clowns. Trata-se na verdade de uma audaciosa recriação da figura de
palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando os adultos,
impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes
de circos de cavalinhos.
44Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do
supercirco, juntando às suas impressões das maravilhas de acrobacia, de
trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de
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cantores, de cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse


antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os olhos
mais magoados deste mundo.

FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São Paulo: Círculo do Livro. Edição
Especial para MPM Propaganda, 1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, em 8 jul. 1956). Adaptado.

31- A palavra monstro (l. 8) aplicada a circo deve-se ao fato de este


(A) possibilitar um deslocamento rápido.
(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas.
(C) ser capaz de preencher três vagões.
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais.

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(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo nos grandes frios do
inverno.

32- Os trechos de “Em 1954 [...] encanto” (l. 1-5) e “O gênio de


organização [...] monumentais.” (_. 22-27) caracterizam-se, quanto ao
tipo de texto predominante, por serem, respectivamente
(A) descrição e narração
(B) narração e argumentação
(C) narração e descrição
(D) argumentação e descrição
(E) argumentação e narração

33- Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material


com que é basicamente feita a estrutura da tenda é
(A) metal
(B) madeira
(C) plástico
(D) granito
(E) tijolo

34- A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um


antipalhaço age da seguinte maneira:
(A) ri e faz rir.
(B) gira e rodopia.
(C) escorrega e cai.
(D) expressa tristeza.
(E) veste-se de palhaço.

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CONTROLE JÚNIOR – 2012

Setor de Informações
I
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O rapazinho que seguia à minha frente na Visconde de Pirajá


abordou um velho que vinha em sentido contrário:
— O senhor pode me informar onde é a Rua Gomes Carneiro?
O velho ficou calado um instante, compenetrado:
— Você vai seguindo por aqui — falou afinal, apontando com o
braço: — Ali adiante, depois de passar a praça, dobra à direita. Segue
mais dois quarteirões. Chegando na Lagoa...
Não resisti e me meti no meio:
— Me desculpe, mas Gomes Carneiro é logo ali.
Mostrei a esquina, na direção oposta.
— Ah, é aquela ali? — o velho não se abalou: — Pois eu estava
certo de que era lá para os lados da Lagoa.

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E foi-se embora, muito digno. O rapazinho me agradeceu e foi-se
embora também, depois de resmungar:
— Se não sabe informar, por que informa?
Realmente, não há explicação para esta estranha compulsão que a
gente sente de dar informação, mesmo que não saiba informar.

II

Pois ali estava eu agora na esquina das Ruas Bulhões de Carvalho e


Gomes Carneiro (a tal que o rapazinho procurava), quando fui abordado
pelo motorista de um carro à espera do sinal.
— Moço, o senhor pode me mostrar onde fica a casa do sogro do
doutor Adolfo?
Seu pedido de informação era tão surpreendente que não resisti e
perguntei, para ganhar tempo:
— A casa do sogro do doutor Adolfo?
Ele deixou escapar um suspiro de cansaço:
— O doutor Adolfo me mandou trazer o Dodge dele de Pedro
Leopoldo até a casa do sogro, aqui no Rio de Janeiro. O carro está velho,
penei como o diabo para trazer até aqui. Perdi o endereço, só sei que é
em Copacabana.
O Dodge do doutor Adolfo. O doutor Adolfo de Pedro Leopoldo.
Aquilo me soava um tanto familiar:
— Como é o nome do sogro do doutor Adolfo?
Ele coçou a cabeça, encafifado:
— O senhor sabe que não me lembro? Um nome esquisito...
Esse doutor Adolfo de Pedro Leopoldo mora hoje em Belo
Horizonte?
— Mora sim senhor.
— Tem um irmão chamado Oswaldo?
— Tem sim senhor.
— Por acaso o nome dele é Adolfo Gusmão?
— Isso mesmo. O senhor sabe onde é que é a casa do sogro dele?
Respirei fundo, mal podendo acreditar:
— Sei. O sogro dele mora na Rua Souza Lima. É aqui pertinho. Você
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entra por ali, vira aquela esquina, torna a virar a primeira à esquerda...
Ele agradeceu com a maior naturalidade, como se achasse
perfeitamente normal que a primeira pessoa abordada numa cidade de
alguns milhões de habitantes soubesse onde mora o sogro do doutor
Adolfo, de Pedro Leopoldo. Antes que se fosse, não sei como não me
ajoelhei, tomei-lhe a bênção e pedi que me informasse o caminho da
morada de Deus.

SABINO, Fernando. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. 34-39.
Adaptado.

35- A frase em que o sentido do termo entre parênteses corresponde ao


da palavra negritada é:

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(A) “O rapazinho que seguia à minha frente na Rua Visconde de Pirajá
abordou um velho” - (assustou)
(B) “O velho ficou calado um instante, compenetrado.” - (convencido)
(C) “Realmente, não há explicação para esta estranha compulsão”
(impulsão)
(D) “Seu pedido de informação era tão surpreendente” (inesperado)
(E) “Ele coçou a cabeça encafifado” (interessado)

36- Ao usar a palavra digno, na frase “E foi-se embora, muito digno.”, o


narrador
(A) ironiza o descompromisso do velho em dar a informação errada.
(B) elogia a extrema paciência do velho em escutar a explicação dele.
(C) ressalta a modéstia do velho ao reconhecer que estava, de fato,
errado.
(D) critica a falta de educação do velho ao atender a uma pessoa
desconhecida.
(E) valoriza o caráter conciliador do velho, que não se exalta ao defender
sua opinião.

37- Entre as linhas 13 e 14 (O rapazinho me agradeceu e foi-se embora


também, depois de resmungar) do texto, afirma-se que o rapazinho
resmungou. Isso aconteceu porque
(A) estava mal-humorado.
(B) esta era a sua forma de agradecer.
(C) não recebeu a informação que queria.
(D) a rua que ele procurava ficava na direção oposta.
(E) o velho lhe dera a informação, mesmo sem saber informar.

38- No último parágrafo, fica claro que o motorista logo encontrou, dentre
milhões de habitantes de uma cidade, uma pessoa que sabia a resposta
exata à sua dúvida. Assim, no último período, a reflexão do narrador
indica que este
(A) se considerava bastante religioso.
(B) queria pedir uma informação divina. 03265357481

(C) achava o motorista um homem de muita sorte.


(D) gostaria de conversar mais com o motorista.
(E) estava com pressa e precisava ir-se embora.

39- A análise da abordagem temática das passagens I e II do texto


permite concluir que ambas
(A) relatam fatos acontecidos na rua.
(B) recriminam a irresponsabilidade de algumas pessoas.
(C) denunciam a falta de sinalização na cidade.
(D) registram cenas típicas de cidades do interior.
(E) revelam a irritação do narrador com pessoas desnorteadas.

40- A análise do texto leva a concluir que são características pessoais do


narrador o fato de ele ser

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(A) natural de Minas Gerais, desconfiado e religioso
(B) solidário, observador e bem-humorado
(C) natural de Minas Gerais, preconceituoso e bem-humorado
(D) bem situado, intrometido e crente
(E) observador, inconveniente e crédulo

CESGRANRIO – PETROBRAS - ASSISTENTE SOCIAL JÚNIOR – 2011

REPIQUE DAS MESMAS PALAVRAS

Palavras consideradas difíceis, como “engalanada”, já não atraem


muitos autores de escola de samba. A busca agora é pela comunicação
direta. Em 2011, “vai” será a palavra mais repetida nos desfiles das 12
escolas do Grupo Especial: 19 vezes no total. Em seguida, uma variação
do mesmo verbo: “vou”, com dez repetições. Essa também será a
incidência de “vida” e “amor” (dez vezes cada uma). “Luz” e “mar” (nove
vezes) fecham o pódio das mais populares de 2011. Isto sem considerar
as repetições de uma mesma música, uma vez que ela não muda durante
todo o desfile das escolas.
Outrora clássicas, palavras como “relicário” e “divinal” só
aparecerão uma vez cada uma. E “engalanado”, que já teve seus dias de
estrela, ficará mesmo de fora dos desfiles do Grupo Especial.
Para especialistas, as palavras mais usadas atualmente são curtas,
chamam o público e motivam os componentes.
— “Vai” é a clara tentativa do compositor de empolgar e envolver a
plateia desde o concurso das escolas, quando tem que mostrar às
comissões julgadoras que suas músicas têm capacidade de empolgar.
“Vou” está na linha de “vai”: chama, motiva. Quanto a “vida” e “amor”,
refletem o otimismo do carnaval. Nenhuma palavra fica no campo
semântico do pessimismo, tristeza. E “mundo” deixa claro o aspecto
grandioso, assim como “céu” — disse o jornalista Marcelo de Mello, jurado
do estandarte de Ouro desde 1993.
Dudu Botelho, compositor do Salgueiro, é um dos compositores dos
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sambas de 2007, 2008 e 2011. O samba de sua escola, aliás, tem três
das seis palavras mais recorrentes: “vida”, “luz” e “mar”:
— O compositor tenta, através da letra, estimular o componente e a
comunidade a se inserir no roteiro do enredo.
Todas as palavras mais repetidas no carnaval estão entre as mais
usadas nos sambas das últimas campeãs dos anos 2000. “Terra” foi a
mais escolhida (11 vezes). Em seguida, apareceram “vou” e “pra” (nove
vezes); “luz”, “mar”, e “fé” (oito); “Brasil” (sete); e “vai”, “amor”,
“carnaval” e “liberdade” (seis); e “vida” (cinco).
Para Marcelo de Mello, a repetição das mesmas palavras indica um
empobrecimento das letras:
— O visual ganhou um peso grande. A última escola que venceu um
campeonato por causa do samba foi o Salgueiro em 1993, com o refrão
“explode coração”.

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MOTTA, Cláudio. Repique das mesmas palavras. O Globo, 09 fev. 2011. Adaptado

41- Segundo o Texto I, o motivo real para o emprego de palavras mais


curtas se dá porque
(A) insere o componente no enredo da escola.
(B) identifica o falante no seu contexto linguístico.
(C) estabelece uma comunicação fácil com a escola.
(D) estimula os músicos a criarem letras mais inspiradas.
(E) envolve o público no processo de criação dos compositores.

42- O Texto I pode ser lido como um jogo de oposições. A única oposição
que NÃO aparece na matéria é
(A) passado / presente
(B) otimismo / pessimismo
(C) tradição / modernidade
(D) rapidez / lentidão
(E) envolvimento / passividade

43- A escolha do título de um texto nunca é aleatória. O emprego da


palavra repique no título do Texto I revela a intenção de
(A) valorizar um dos instrumentos mais populares da bateria.
(B) criar uma identidade com o universo linguístico do samba.
(C) apontar uma relação entre a natureza da palavra e o seu sentido.
(D) evidenciar o contraste entre os tempos de outrora e o da atualidade.
(E) reconhecer a importância da empolgação dos componentes da escola
de samba.

CESGRANRIO – FINEP – ANALISTA (JURÍDICA) – 2011

RETRATOS DE UMA ÉPOCA


Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta mais

Em tempos de redes sociais e da presença cada vez maior da


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internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi
assim tão rápido, instantâneo e impessoal. Se os adultos esquecem logo,
crianças e adolescentes nem sabem como os avós de seus avós se
comunicavam. Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos,
indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que
eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais.
Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca de
mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos
enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, entre os séculos
XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo.
Para se ter uma ideia de sua importância, basta lembrar um pouco da
história: nasceram na Áustria, na segunda metade do século XIX, como
um novo meio de correspondência. E a invenção de um professor de

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Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas
um ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no Império
Austro-Húngaro. Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados
com ansiedade.
— A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo da
França, no início do século passado para o Recife de antigamente, tornou-
se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra o colecionador Liedo
Maranhão, que passou meio século colecionando-os e reuniu mais de 600,
253 dos quais estão na exposição “Postaes: A correspondência afetiva na
Coleção Liedo Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital
pernambucana.
O pesquisador, residente em Pernambuco, começou a se interessar
pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua
própria família. Depois, passou a comprá-los no Mercado São José, reduto
da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato
ou pendurados em cordões para chamar a atenção dos visitantes. Boa
parte da coleção vem daí. [...] — Acho que seu impacto é justamente o
de trazer para o mundo contemporâneo o glamour e o romantismo de um
meio de comunicação tão usual no passado — afirma o curador Gustavo
Maia.
— O que mais chama a atenção é o sentimento romântico como
conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de
comunicação que hoje está em desuso — reforça Bartira Ferraz, outra
curadora da mostra. [...]

LINS, Letícia. Retratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28,
1º maio 2011. Adaptado.

44- A ideia contida nos dois primeiros parágrafos é a de que


(A) a necessidade de comunicação interpessoal desenvolveu-se só com a
internet.
(B) os cartões-postais eram, à sua época, considerados cafonas.
(C) a atividade interpessoal realizada hoje pela internet era realizada,
antes, similarmente por meio dos cartões-postais.
(D) a importância dos cartões-postais se deveu ao fato de terem sido
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criados na Europa e, então, trazidos para o Brasil.


(E) os cartões-postais eram o principal meio de correspondência entre os
professores na Áustria.

45- As afirmações abaixo relacionam-se ao professor Emannuel Hermann.


I – Deixou de ser professor de Economia, após vender mais de dez
milhões de postais.
II – Inventou os cartões-postais.
III – Nasceu na segunda metade do século XIX.
Está contido no texto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.

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(D) I e II, apenas.
(E) II e III, apenas.

46- O trecho “Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos,


indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que
eles conheciam. Nenhum citou cartões postais.” classifica-se como do tipo
textual narrativo.

PORQUE

A narração se caracteriza pela apresentação de um evento marcado


temporalmente, com a participação dos personagens envolvidos.
Analisando-se as afirmações acima, conclui-se que

(A) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.


(B) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a
primeira.
(C) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
(D) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
(E) as duas afirmações são falsas.

CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO (APOIO ADM. E SECR.) – 2011

AULAS DE PIANO

A primeira vez que pousei meus dez dedos sobre o teclado de uma
máquina de escrever (na época, claro, não havia computador), fui tomada
por uma mistura de prazer e reconhecimento. Era como se tivesse
encontrado meu lugar no mundo. Isso aconteceu quando eu era
adolescente – não lembro exatamente quando, nem onde – e talvez fosse
um sintoma de que eu me tornaria, muito tempo depois, escritora. Mas
na hora, interpretei de outra forma: achei que aquela sensação boa vinha
do fato de eu ser uma pianista frustrada. Assim, colocando os dedos
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sobre as teclas da máquina, eu satisfazia, ao menos em parte, o desejo


nunca alcançado de dominar outras teclas, as musicais.
Sempre senti muitíssimo por não ter aprendido piano. Não sei o que
aconteceu. Meu pai se diz ele próprio um pianista frustrado e poderia ter
resolvido isso através de mim, mas não o fez. Estudei balé clássico,
moderno, sapateado, cantei em coral, fiz aula de música na escola, mas,
por uma razão ou por outra, nunca me puseram para aprender piano.
Quando cresci e estava para fazer vestibular, sem ter ideia de que
carreira escolher, fiz um teste vocacional que, para minha imensa
surpresa, deu arquitetura e música. Eram de fato duas áreas de interesse
para mim. Foi como se o teste vocacional tivesse desvendado meus
desejos secretos. Fiquei perturbada, mas acabei dando as costas para o
resultado e fazendo jornalismo. Os anos se passaram e a frustração se
solidificou.

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Pois agora isso vai mudar. Ou já está mudando. Tenho a comunicar
que — aos 58 anos — comecei a ter aulas de piano. [...]
Aos poucos, vou reconhecendo as teclas, ganhando intimidade com
elas, percebendo as nuances dos sons, as diferenças entre as teclas
brancas e pretas. Meus dedos já se encaminham sozinhos para
determinadas posições, como se tivessem sensores próprios. [...]
Dizem que, quando chegamos a uma certa idade, é bom
aprendermos coisas novas para exercitar o cérebro. Não sei se isso é
cientificamente comprovado, mas aprender a tocar está sendo para mim
uma delícia.
Acho que nunca vou conseguir fazer piruetas patinando, nem
sapatear tão bem quanto o Fred Astaire (duas outras frustrações minhas),
mas, se conseguir tocar uma dúzia de canções ao piano, já ficarei
completamente feliz.

SEIXAS, Heloisa. Aulas de Piano. Seleções do Reader’s Digest, Rio de Janeiro, p. 37-38,
fev. 2011. Adaptado

47- De acordo com o Texto I, quando a autora era adolescente,


(A) já sabia que seria escritora.
(B) procurava seu lugar no mundo.
(C) não existiam computadores pessoais.
(D) sua memória não funcionava muito bem.
(E) os teclados da máquina de escrever e do piano se assemelhavam.

48- Observe as correspondências abaixo entre ocorrências da palavra


isso e o fato a que cada uma se refere.
I – “Isso aconteceu quando eu era adolescente” – a autora ser tomada
por uma mistura de prazer e reconhecimento
II – “[...] poderia ter resolvido isso através de mim” – o pai da autora ser
um pianista frustrado
III – “Não sei se isso é cientificamente comprovado” – as pessoas
chegarem a uma certa idade

A(s) referência(s) está(ão) correta(s) APENAS em


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(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) II e III

CESGRANRIO – TRANSPETRO - TÉCNICO CONTABILIDADE - 2011

A CARTA AUTOMÁTICA

Mais de cem anos depois do surgimento do telefone, o começo dos


anos 90 nos oferece um meio de comunicação que, para muitos, resgata

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um pouco do romantismo da carta. A Internet não usa papel colorido e
perfumado, e sequer precisa de selos, mas, para muitos, fez voltar à
moda o charme da comunicação por escrito. E, se o provedor não estiver
com problemas, faz isso com o imediatismo do telefone. A rede também
foi uma invenção que levou algum tempo para cair no gosto do público.
Criada em 1993 para uso doméstico, há muito ela já era usada por
cientistas universitários que queriam trocar informações. Mas, só após a
difusão do computador doméstico, realizada efetivamente há uns quatro
ou cinco anos, que o público pôde descobrir sua utilidade.
Em The victorian internet, Tom Standage analisa o impacto da
criação do telégrafo (surgido em 1837).

Uma nova tecnologia de comunicação permitia às pessoas se comunicarem quase


que instantaneamente, estando à longa distância (...) Isto revolucionou o mundo dos
negócios.(...) Romances floresceram sob impacto do telégrafo. Códigos secretos foram
inventados por alguns usuários e desvendados por outros. (...) O governo e as leis
tentaram controlar o novo meio e falharam. (...) Enquanto isto, pelos cabos, uma
subcultura tecnológica com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.

Igual impacto teve a Internet. Antes do telégrafo, batizado de “a


autoestrada do pensamento”, o ritmo de vida era superlento. As pessoas
saíam para viajar de navio e não se ouviam notícias delas durante anos.
Os países que quisessem saber se haviam ou não ganho determinada
batalha esperavam meses pelos mensageiros, enviados no lombo dos
cavalos. Neste mundo em que reinava a Rainha Vitória (1819-1901), o
telégrafo provocou a maior revolução das comunicações desde o
aparecimento da imprensa. A Internet não chegou a tanto. Mas nada
encurta tanto distâncias como entrar num chat com alguém que esteja na
Noruega, por exemplo. Se o telégrafo era “a autoestrada do
pensamento”, talvez a rede possa ser a “superautoestrada”. Dos
pensamentos e das abobrinhas. As tecnologias de conversação realmente
mudam as conversas. Apesar de ser de fundamental utilidade para o
trabalho e a pesquisa, o correio feito pela rede permite um tipo de
conversa diferente daquela que ocorre por telefone. Talvez um dia, no
futuro, pesquisadores analisem as razões pelas quais a rede, rápida e
imediata e sem o vivo colorido identificador da voz, se presta a bate-
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papos (via e-mails, chats, comunicadores instantâneos) até mais


informais do que os que fazemos por telefone.

CAMARGO, Maria Sílvia. 24 dias por hora. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 135-137.
Adaptado

49- De acordo com o exposto no texto, a comunicação via Internet


(A) foi concebida para atender ao uso doméstico de modo restrito.
(B) perdeu o romantismo da troca de cartas escritas a mão.
(C) teve sua utilidade aceita de imediato pelo público.
(D) tornou-se imediatista, exceto quando há problema no provedor.
(E) representou uma revolução similar à do telégrafo em sua época.

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50- Autoestrada na expressão “‘a autoestrada do pensamento’” significa
(A) diretriz
(B) canal
(C) expansão
(D) objetividade
(E) modernização

51- A substituição da palavra em destaque ALTERA o sentido do


enunciado em:
(A) “Romances floresceram sob impacto do telégrafo.” / Romances
imergiram sob impacto do telégrafo.
(B) “Códigos secretos foram inventados (...)” / Códigos secretos foram
criados
(C) “O governo e as leis tentaram controlar (...)” / O governo e as leis
procuraram controlar
(D) “(...) tentaram controlar o novo meio e falharam.” / tentaram
controlar o novo meio e erraram.
(E) “(...) com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.” / com
seus usos e vocabulário peculiar se estabelecia.

CESGRANRIO – SEPLAG/BA – AUDITOR EM SAÚDE PÚBLICA


(AUDITOR CONTÁBIL) – 2011

A FORÇA DO PENSAMENTO

Leia a seguir a entrevista com o neurocientista Miguel Nicolelis


sobre seu novo livro, em que discute como a ligação entre cérebro e
máquina revolucionará a medicina e o modo como iremos nos relacionar.

No futuro, controlaremos máquinas e resolveremos problemas de


saúde pelo comando da mente.

Revista Galileu: O que é uma interface cérebro-máquina?


Miguel Nicolelis: Basicamente, é o envio de informações por pensamento.
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Transferimos o sinal elétrico do cérebro, codificado de forma digital, sem


fio, a equipamentos adaptados para receber esse comando. Com essa
união da mente a sistemas virtuais, poderemos ter grandes avanços na
medicina já nos próximos anos. A curto prazo, a paralisia é nosso foco.
Trabalhamos para fazer quadriplégicos andarem usando uma espécie de
esqueleto externo controlado pela mente. A longo prazo, tentaremos
encontrar formas de reduzir o processo neurodegenerativo ou as lesões
neuronais. Mais adiante, o objetivo será chegar à melhora de funções
cognitivas.

Revista Galileu: A interação direta com as máquinas mudará o modo


como nos comunicamos?

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Miguel Nicolelis: Por completo. Internet, redes sociais e voz são interfaces
lentas. Digitação, e até mesmo a linguagem, são imprecisas. Se você
pudesse interagir com milhões de pessoas por pensamento ao mesmo
tempo, aumentaria a velocidade de comunicação e essas interações
seriam muito mais vívidas e reais. Não haveria interface entre você e a
máquina, seria uma interação quase que como uma fusão, um
inconsciente coletivo, uma rede social feita apenas por pensamentos. A
linguagem passa a se transformar num meio secundário de comunicação.
Isso só ocorrerá daqui a centenas e centenas de anos.

Revista Galileu: Que mudanças ocorreriam em uma sociedade que se


comunica assim?
Miguel Nicolelis: Essa tecnologia pode realmente libertar a percepção dos
limites. Com o cérebro, conseguiremos controlar os mais diferentes
artefatos mecânicos, robóticos, virtuais, computacionais. Além disso,
poderemos também criar novos sentidos.

PAVARIN, Guilherme. A força do pensamento: entrevista com Miguel Nicolelis. Revista


Galileu, n. 236, São Paulo: Globo. mar. 2011, p. 11-13. Adaptado.

52- Segundo o neurologista entrevistado, a sociedade do futuro


transformará a linguagem em meio secundário de comunicação porque
(A) artefatos robóticos serão responsáveis por emitir mensagens
automaticamente.
(B) equipamentos modernos serão responsáveis pela digitação das
mensagens.
(C) sistemas virtuais permitirão que o cérebro envie informações por
pensamento.
(D) máquinas eficientes terão a capacidade de registrar por escrito as
mensagens.
(E) linguagens de caráter visual serão criadas para substituir a linguagem
verbal.

CESGRANRIO – BNDES – ENGENHEIRO – 2011 03265357481

Texto I

Vista cansada

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua
volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez?
Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela
última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como
acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.
Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a

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gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela primeira vez
o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual
da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto
ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo,
o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado
ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de
falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a
mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve
que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o
rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito
suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos
para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o
que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido
que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro
da indiferença.

RESENDE, Otto Lara. Disponível em: http://www.releituras.com/olresende_vista.asp


Acesso em: 21 dez. 2010. (Adaptado)

53- No primeiro parágrafo do Texto I, a conjectura feita pelo narrador


“Pela última ou pela primeira vez?” (l. 2), no contexto em que se insere,
encerra um juízo de valor que, semanticamente, se configura como um(a)
(A) desabafo
(B) revolta
(C) aprovação
(D) consternação
(E) contestação 03265357481

54- Em relação aos dois últimos períodos do Texto I, afirma-se que a


(A) rotina é consequência do sentimento de indiferença familiar.
(B) indiferença é a causa da não percepção verificada entre os membros
da família.
(C) ausência de percepção gera a rotina de vida.
(D) rotina leva à não percepção que, por sua vez, traz como consequência
a indiferença.
(E) ausência de percepção é uma consequência da indiferença familiar.

Texto II

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Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma


pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas
expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos
estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos
porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por
precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem
metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns,
alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra
pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe
também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não
quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua
vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente,
a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para
que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava
procurando, mas quem estava procurando por você!

Mário Quintana. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjkwODky/Acesso em:


09 dez. 2010.

55- Segundo o Texto II, a relação afetiva deve caracterizar-se,


fundamentalmente, pela(o)
(A) busca
(B) carência
(C) compartilhamento
(D) indiferença
(E) insistência 03265357481

56- Segundo as ideias do Texto II, projetar no outro nossas ansiedades


torna-nos
(A) condescendentes para com os outros
(B) vulneráveis a possíveis insucessos
(C) seguros quanto à consecução do objetivo
(D) indiferentes a quaisquer consequências
(E) mais resistentes aos obstáculos

57- Segundo as ideias do Texto II, a felicidade de duas pessoas marca-se


pela(o)
(A) dedicação incondicional de uma delas à outra
(B) desnecessidade existente em ambas

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(C) capacidade de uma controlar a relação
(D) submissão de uma à outra
(E) empenho mútuo de uma subjugar a outra

58- Em “O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim


para que elas venham até você.”, o narrador faz uma analogia entre cada
pessoa considerada individualmente e seu âmago (seu íntimo).
Os elementos do trecho acima que, semanticamente, evidenciam essa
analogia são
(A) “segredo” e “borboletas”
(B) “segredo” e “jardim”
(C) “borboletas” e “jardim
(D) “borboletas” e “você”
(E) “você” e “ jardim”

CESGRANRIO – TRANSPETRO - BIBLITECÁRIO JÚNIOR –


JUNHO/2012

Science fiction

O marciano encontrou-me na rua


e teve medo de minha impossibilidade humana.
Como pode existir, pensou consigo, um ser
que no existir põe tamanha anulação de existência?

Afastou-se o marciano, e persegui-o.


Precisava dele como de um testemunho.
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas.

E fiquei só em mim, de mim ausente.


ANDRADE, Carlos Drummond de. Science fiction. Poesia
e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988, p. 330-331.
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59- De acordo com a primeira estrofe do poema, o medo do marciano


origina-se no fato de que

(A) a aparência do homem em conflito consigo mesmo o apavora.


(B) as contradições existenciais do homem não lhe fazem sentido.
(C) o homem tinha atitudes de ameaça ao marciano.
(D) o homem e o marciano não teriam chance de travar qualquer tipo de
interação.
(E) o encontro na rua foi casual, tendo o marciano se assustado com a
aparência física do homem.

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60- Já no título do texto (ficção científica, em português), anuncia-se a
possibilidade de utilizar termos correlatos a “espaço sideral”. É o que
ocorre logo na 1a linha, com o uso da palavra marciano. Outra palavra,
empregada no texto, que apresenta relação com esse mesmo campo de
significação, é

(A) impossibilidade (linha 2)


(B) anulação (linha 4)
(C) testemunho (linha 6)
(D) colóquio (linha 7)
(E) constelado (linha 8)

CESGRANRIO – CHESF COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO


FRANCISCO – ENGENHEIRO CARTOGRÁFICO OU AGRIMENSOR –
JUNHO/2012

O sumiço do pen drive

1 Houve época em que a força bruta era poder. Houve uma época em
que a riqueza era poder. Hoje, informação é poder. Quanto mais somos
informados [...], mais poderosos somos, ao menos teoricamente. Daí esta
avalanche, este tsunami de informações. A cotação do dólar, a taxa de
inflação, o número de casos de determinada doença, candidatos dos
vários partidos, a escalação de times de futebol – nomes e números em
profusão, que nos chegam por jornais, revistas, livros, filmes, noticiários
de rádio, internet, e que tratamos de armazenar em nossa mente.
9 Aí surge o problema: para armazenar a informação, a natureza nos
deu um cérebro, que é a sede da memória. E nessa memória queremos
enfiar o máximo possível de informações. Diferente da memória do
computador, porém, a nossa é governada por fatores que nada têm a ver
com a informática. O estado de nossas células cerebrais, as nossas
emoções; tudo isso pode representar uma limitação para nossa
capacidade de lembrar. [...] 03265357481

16 Felizmente a tecnologia tem vindo em nosso auxílio. Primeiro foi o


computador propriamente dito, com sua memória cada vez maior; depois,
vieram os dispositivos de armazenamento, os CDs, os pen drives. Coisa
incrível, o pen drive: um pequeno objeto no qual cabe uma existência, ou
pelo menos uma importante parte dela. Para quem, como eu, viaja
bastante e tem de trabalhar em aviões ou em hotéis, é um recurso
precioso. [...]
23 [...] ao chegar ao aeroporto, meti a mão no bolso para dali retirar o
pen drive. Mas não encontrei pen drive algum. Encontrei um buraco,
verdade que pequeno, mas de tamanho suficiente para dar passagem (ou
para dar a liberdade?) ao pen drive, que tinha caído por ali.
27 Um transtorno, portanto. Perguntei no aeroporto, entrei em contato
com o táxi que me trouxera, liguei para casa: nada. O pen drive tinha
mesmo sumido. O buraco da camisa era, portanto, um buraco negro,

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aqueles orifícios do universo em que toda a energia é sugada e some.
[...] De repente eu me dava conta de como nossa existência é frágil, de
como somos governados pelo acaso e pelo imprevisto. Nenhuma queixa
contra o pen drive, que veio para ficar; aliás, meu palpite é que, no dia do
Juízo Final, cada um de nós vai inserir o pen drive de sua vida no Grande
Computador Celestial. Virtudes e pecados serão instantaneamente
cotejados, e o destino final, Céu ou Inferno, decidido de imediato.
Pergunta: o que acontecerá com aqueles que, por causa de um buraco na
camisa, perderam o pen drive?

SCLIAR, Moacyr. O sumiço do pen drive. Zero Hora,


Rio Grande do Sul 11 maio 2010. Adaptado.

61- Pela leitura do texto, percebe-se que o autor se refere ao pen drive
destacando, principalmente, dois atributos do objeto, quais sejam:

(A) excessivo e arriscado


(B) admirável e necessário
(C) inseguro e complicado
(D) limitado e importante
(E) assustador e potente

62- O autor da crônica apresenta seu ponto de vista a partir de situações


partilhadas com os leitores. A marca linguística que revela essas situações
comuns ao narrador e aos leitores é o emprego de

(A) primeira pessoa do plural


(B) tempo passado dos verbos
(C) informalidade no uso do vocabulário
(D) adjetivação de natureza descritiva
(E) pontuação livre nos parágrafos

63- As palavras podem assumir sentidos figurados, ou seja, significados


diferentes das acepções e usos previstos pelos dicionários, embora
facilmente compreensíveis no contexto específico em que se encontram. A
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passagem do texto em que uma palavra em sentido figurado está


presente é:

(A) “Daí esta avalanche, este tsunami de informações.” (linhas 3-4)


(B) “O estado de nossas células cerebrais, as nossas emoções; tudo isso
pode representar uma limitação para nossa capacidade de lembrar.”
(linhas 13-15)
(C) “Para quem, como eu, viaja bastante e tem de trabalhar em aviões ou
em hotéis, é um recurso precioso.” (linhas 20-22)
(D) “Mas não encontrei pen drive algum.” (linha 24)
(E) “Perguntei no aeroporto, entrei em contato com o táxi que me
trouxera, liguei para casa: nada.” (linhas 27-28)

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64- “Quanto mais somos informados [...], mais poderosos somos, ao
menos teoricamente.” (linhas 2-3)
Em relação à proporcionalidade expressa pelas duas orações, a expressão
destacada cumpre o papel de

(A) reforçar o sentido da primeira.


(B) enfatizar a coesão entre as orações.
(C) relativizar a proporção entre ambas.
(D) indefinir o sentido do período.
(E) expor a contradição entre as duas.

CESGRANRIO – PROMINP – NÍVEL SUPERIOR – ÁREA DE


QUALIDADE - 2012

FAÇA UMA COISA DE CADA VEZ

1 Você começa a escrever um e-mail de trabalho, e é interrompido


pelo toque do celular. Atende à ligação e, quando desliga, vê avisos de
mensagens na telinha. Abre uma delas e, antes mesmo de responder,
algum colega chama você para terminar aquela conversa que começaram
de manhã... E assim você vai, pulando de uma tarefa para outra. Ao final
do dia, o desconforto de ter começado muitas coisas, concluído algumas e
produzido bem menos do que gostaria. Vem a angústia de que sobrou
muita coisa para o dia seguinte — e pouco tempo para aproveitar a vida.
9 Esse comportamento, comum no multitasking*, estilo dos que
desempenham várias tarefas ao mesmo tempo, começa aos poucos a
ceder espaço a um estilo oposto: o monotasking**. Ou seja: concentrar
em uma coisa de cada vez com a intenção de fazer tudo bem feito, de
preferência passando algum tempo longe das distrações da internet. “É
uma contratendência, uma antítese ao excesso de informação e estímulos
que vivemos”, diz Linda Stone. Para essa ex-executiva da Apple e
Microsoft e uma das maiores estudiosas de atenção humana hoje,
estamos deixando a era de Atenção Parcial Contínua, em que prestamos
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um pouco de atenção a várias coisas o tempo inteiro, para entrarmos na


era do unifoco, em que de fato nos concentraremos no que estamos
fazendo no momento. “Tudo o que é escasso se torna valioso. A nova
escassez é ter tempo para pensar e se concentrar”, afirma Henry Manson,
chefe de pesquisa da agência de tendências de consumo Trendwatching,
uma das maiores do mundo. “Vivemos uma aceleração do tempo: tudo
tem que ser rápido, imediato. Mas não se pode ter inovação sem períodos
de reflexão e preguiça”, diz a filósofa Olgária Matos, professora da USP.
26 O analista de sistemas Fabiano Morais, 40 anos, de Brasília, é um
representante dessa tendência. Fabiano é obrigado a passar horas e horas
à frente do computador por conta de seu trabalho — ele desenvolve
sistemas para a web. E entende bem o significado da palavra dispersão.
[...] Como empreendia seus próprios projetos e trabalhava de casa, o
empresário não sabia mais o que era horário de expediente, final de

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semana ou feriados. Mas reagiu a essa falta de limites e criou espaço para
folgas e diversão. “Quis comandar o ritmo da minha vida”, diz. Um
exemplo: Fabiano passou a fechar o e-mail e sites tentadores enquanto
executa uma tarefa. Virou adepto da ioga e de meditação para aumentar
seu foco no presente. [...]
37 Computadores, smartphones, tablets e aplicativos trouxeram a ideia
de que a tecnologia poderia facilitar nossa vida e nos tornar mais
eficientes. Assim, as empresas adotaram o pensamento de que, quanto
mais coisas um profissional fizesse ao mesmo tempo, melhores seriam
seus resultados. [...] “Isso vem de companhias que tentam obter o
máximo de produtividade das pessoas nas horas de trabalho. Se você
conseguisse fazer 2, 3 coisas ao mesmo tempo, isso não significaria um
melhor uso de seu tempo?”, diz o escritor americano Leo Babauta, autor
de um livro sobre o assunto. “E isso é um mito”.
46 A ciência já provou o que Babauta diz: nosso cérebro não é
multitask. Quando tentamos fazer várias coisas ao mesmo tempo, só nos
tornamos mais lentos e aumentamos a chance de erros.

SANTOS, P.; ARRAIS,D.; KOKAY,E. Galileu, n. 243,


outubro 2011, p.42-51. Adaptado.
*multitasking - multitarefas
**monotasking - tarefa única

65- Pela leitura do texto, infere-se que

(A) a lentidão na conclusão de tarefas é uma das características do


cérebro humano.
(B) a preguiça é tão importante quanto a reflexão, para que os indivíduos
pensem em novidades.
(C) as pessoas que fazem mais de uma tarefa ao mesmo tempo são mais
produtivas.
(D) o bom profissional é aquele capaz de fazer apenas uma tarefa de
maneira satisfatória.
(E) os trabalhadores que usam os produtos tecnológicos atuais são mais
eficientes. 03265357481

66- Que palavra do texto pressupõe a mesma noção embutida em


antítese (linha 14)?

(A) contratendência
(B) ex-executiva
(C) unifoco
(D) aceleração
(E) expediente

67- A expressão nova escassez demonstra, no texto, que

(A) já havia falta de concentração do homem há muito tempo.

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(B) sempre há, na vida humana, escassez de algo.
(C) hoje, a falta se configura como a ausência de tempo para a reflexão.
(D) hoje, a atenção é fragmentada, devido ao excesso de informações.
(E) em determinadas circunstâncias, o excesso é valioso.

68- Os extratos 1 e 2 do texto apresentam características que permitem


estabelecer diferenças entre a tipologia textual.

1) “Você começa a escrever um e-mail de trabalho, e é interrompido pelo


toque do celular. Atende à ligação e, quando desliga, vê avisos de
mensagens na telinha. Abre uma delas e, antes mesmo de responder,
algum colega chama você para terminar aquela conversa que começaram
de manhã...” (linhas 1-5)

2) “Como empreendia seus próprios projetos e trabalhava de casa, o


empresário não sabia mais o que era horário de expediente, final de
semana ou feriados. Mas reagiu a essa falta de limites e criou espaço para
folgas e diversão.” (linhas 30-33)

Considerando tais características, constata-se que o extrato

(A) 1 é argumentação, e o 2, narração.


(B) 1 é narração, e o 2, argumentação.
(C) 1 é narração, e o 2, descrição.
(D) 1 é descrição, e o 2, argumentação.
(E) 1 é descrição, e o 2, narração.

CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE SEGURANÇA JR. – 2014

Não é meu

(...)
Quando Trotsky caiu em desgraça na União Soviética, sua imagem foi
03265357481

literalmente apagada de fotografias dos líderes da revolução, dando início


a uma transformação também revolucionária do conceito de fotografia:
além de tirar o retrato de alguém, tornou-se possível tirar alguém do
retrato.
A técnica usada para eliminar o Trotsky das fotos foi quase tão
grosseira — comparada com o que se faz hoje — quanto a técnica usada
para eliminar o Trotsky em pessoa (um picaretaço, a mando do Stalin).
Hoje não só se apagam como se acrescentam pessoas ou se alteram
suas feições, sua idade e sua quantidade de cabelo e de roupa, em
qualquer imagem gravada.
A frase “prova fotográfica” foi desmoralizada para sempre, agora que
você pode provar qualquer coisa fotograficamente.
Existe até uma técnica para retocar a imagem em movimento, e
atrizes preocupadas com suas rugas ou manchas não precisam mais

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carregar na maquiagem convencional — sua maquiagem é feita
eletronicamente, no ar.
Nossas atrizes rejuvenescem a olhos vistos a cada nova novela (...).
O fotoxópi é um revisor da Natureza. Lembro quando não existia fotoxópi
e recorriam à pistola, um borrifador à pressão de tinta, para retocar as
imagens.
Se a prova fotográfica não vale mais nada nestes novos tempos
inconfiáveis, a assinatura muito menos.
Textos assinados pela Martha Medeiros, pelo Jabor, por mim e por
outros, e até pelo Jorge Luís Borges, que nenhum de nós escreveu — a
não ser que o Borges esteja mandando matérias da sua biblioteca sideral
sem que a gente saiba —, rolam na internet, e não se pode fazer nada a
respeito a não ser negar a autoria — ou aceitar os elogios, se for o caso.
Agora mesmo está circulando um texto atacando o “Big Brother
Brasil”, com a minha assinatura, que não é meu. Isso tem se repetido
tanto que já começo a me olhar no espelho todas as manhãs com alguma
desconfiança. Esse cara sou eu mesmo? E se eu estiver fazendo a barba e
escovando os dentes de um impostor, de um eu apócrifo? E — meu Deus
— se esta crônica não for minha e sim dele?!

VERISSIMO, L. F. Não é meu. Disponível em: <http://o g l o b o . g l o b


o . c o m / p a i s / n o b l a t / p o s t s / 2 0 11 / 0 1 / 3 0 /nao-meu-
359850.asp>. Acesso em: 1 set. 2012. Adaptado.

69- A reflexão acerca da alteração de imagens cumpre, no texto, a


seguinte função:

(A) reitera os riscos da alta circulação de informações, o que exemplifica


uma argumentação.
(B) relativiza a confiança dos leitores em textos da internet, o que
configura uma contra-argumentação.
(C) estabelece uma comparação com as assinaturas falsas em textos, o
que constitui tema da crônica.
(D) liga alguns assuntos afastados no tempo e no espaço, o que nega a
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subjetividade do escritor.
(E) enfatiza a necessidade de fidelidade a fontes e fatos, o que demonstra
preocupação com a objetividade.

70- A ideia central da passagem “A frase ‘prova fotográfica’ foi


desmoralizada para sempre” é confirmada, no texto, por:

(A) “tornou-se possível tirar alguém do retrato”


(B) “um picaretaço, a mando do Stalin”
(C) “não se pode fazer nada a respeito”
(D) “Isso tem se repetido tanto”
(E) “Esse cara sou eu mesmo?”

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CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JR. – 2014

Árvores de araque

— Você está vendo alguma coisa esquisita nessa paisagem? —


perguntou o meu amigo Fred Meyer. Olhei em torno. Estávamos no
jardim da residência da Embaixada do Brasil no Marrocos, onde ele vive
— é o nosso embaixador no país —, cercados de tamareiras, palmeiras e
outras árvores de diferentes tipos. Um casal de pavões se pavoneava pelo
gramado, uma dezena de galinhas d’angola ciscava no chão, passarinhos
iam e vinham. No terraço da casa ao lado, onde funciona a Embaixada da
Rússia, havia um mar de parabólicas, que devem captar até os suspiros
das autoridades locais. Lá longe, na distância, mais tamareiras e
palmeiras espetadas contra um céu azul de doer. Tudo me parecia
normal.
— Olha aquela palmeira alta lá na frente. Olhei. Era alta mesmo, a
maior de todas. Tinha um ninho de cegonhas no alto.
— Não é palmeira. É uma torre de celular disfarçada.
Fiquei besta. Depois de conhecer sua real identidade, não havia
mais como confundi-la com as demais; mas enquanto eu não soube o que
era, não me chamara a atenção. Passei os vinte dias seguintes me
divertindo em buscar antenas disfarçadas na paisagem. Fiz dezenas de
fotos delas, e postei no Facebook, onde causaram sensação. A maioria
dos meus amigos nunca tinha visto isso; outros já conheciam de longa
data, e mencionaram até espécimes plantados no Brasil. Alguns, como
Luísa Cortesão, velha amiga portuguesa que acompanho desde os tempos
do Fotolog, têm posição radicalmente formada a seu respeito: odeiam.
Parece que Portugal está cheio de falsas coníferas. [...]
A moda das antenas disfarçadas em palmeiras começou em 1996,
quando a primeira da espécie foi plantada em Cape Town, na África do
Sul; mas a invenção é, como não podia deixar de ser, Made in USA. Lá,
uma empresa sediada em Tucson, Arizona, chamada Larson Camouflage,
projetou e desenvolveu a primeiríssima antena metida a árvore do mun-
do, um pinheiro que foi ao ar em 1992. A Larson já tinha experiência, se
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não no conceito, pelo menos no ramo: começou criando paisagens


artificiais e camuflagens para áreas e equipamentos de serviço.
Hoje existem inúmeras empresas especializadas em disfarçar
antenas de telecomunicações pelo mundo afora, e uma quantidade de
disfarces diferentes. É um negócio próspero num mundo que quer, ao
mesmo tempo, boa conexão e paisagem bonita, duas propostas mais ou
menos incompatíveis. Os custos são elevados: um disfarce de palmeira
para torre de telecomunicações pode sair por até US$ 150 mil, mas há
fantasias para todos os bolsos, de silos e caixas d’água à la Velho Oeste a
campanários, mastros, cruzes, cactos, esculturas.
A Verizon se deu ao trabalho de construir uma casa cenográfica
inteira numa zona residencial histórica em Arlington, Virgínia, para não
ferir a paisagem com caixas de switches e cabos. A antena ficou plantada
no quintal, pintada de verde na base e de azul no alto; mas no terreno

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em frente há um jardim sempre conservado no maior capricho e, volta e
meia, entregadores desavisados deixam jornais e revistas na porta. A
brincadeira custou cerca de US$ 1,5 milhão. A vizinhança, de início
revoltada com a ideia de ter uma antena enfeiando a área, já se
acostumou com a falsa residência, e até elogia a operadora pela boa
manutenção do jardim.

RONAI, C. O Globo, Economia, p. 33, 22 mar. 2014. Adaptado.


Vocabulário: de araque - expressão idiomática que significa “falso”.

71- As “árvores de araque” são construídas e se constituem num sucesso,


pois

(A) ficam completamente invisíveis na paisagem.


(B) tornaram-se moda, a partir de 1996, na África do Sul.
(C) foram criadas nos Estados Unidos e funcionam bem.
(D) podem fazer parte de uma casa cenográfica com efeito bom.
(E) permitem aliar, ao mesmo tempo, boa conexão e paisagem bonita.

CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO CONSELHO FEDERAL DE


NUTRICIONISTA (CFN) – 2011

TEXTO:

Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da


existência, os antigos gregos costumavam consultar os deuses (naquela
época, não havia psicanalistas). Para isso, existiam os oráculos – locais
sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente
encarnados em suas sacerdotisas. Certa vez, talvez por brincadeira, um
ateniense perguntou ao conceituado oráculo de Delfos se haveria na
Grécia alguém mais sábio que o esquisitão Sócrates. A resposta foi
sumária: “Não”.
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O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de Sócrates, causando-lhe


uma profunda sensação de estranheza. Afinal de contas, ele jamais havia
se considerado um grande sábio. Pelo contrário: considerava-se tão
ignorante quanto o resto da humanidade. Após muito meditar sobre as
palavras do oráculo, Sócrates chegou à conclusão de que mudaria sua
vida (e a história do pensamento). Se ele era o homem mais sábio da
Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria
ignorância. Para colocar à prova sua descoberta, ele foi ter com um dos
figurões intelectuais da época. Após algumas horas de conversa, percebeu
que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia. E
concluiu: “Mais sábio que esse homem eu sou. É provável que nenhum de
nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe,
enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um
tantinho mais sábio que ele exatamente por não supor saber o que não

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sei”. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa
sabedoria humana – e não havia melhor palco para essa empreitada que
a vaidosíssima Atenas. Em suas próprias palavras, ele se tornou um
“vagabundo loquaz” – uma usina ambulante de insolência iluminadora,
movida pelo célebre bordão que Sócrates legou à posteridade: “Só sei
que nada sei”.

Para sua tarefa audaz, Sócrates empregou o método aprendido com os


professores sofistas. Mas havia grandes diferenças entre a dialética de
Sócrates e a de seus antigos mestres. Em primeiro lugar, Sócrates não
cobrava dinheiro por suas “lições” – aceitava conversar com qualquer
pessoa, desde escravos até políticos poderosos, sem ganhar um tostão.
Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou
aquela posição ideológica, mas para questionar a tudo e a todos sem
distinção. Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas
sobre temas elementares: “O que é o Amor?” “O que é a Virtude?” “O que
é a Mentira?” Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas,
questionando o significado de cada palavra. E continuava fazendo
perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a
conclusões opostas às que haviam dado inicialmente – e tudo isso num
tom perfeitamente amigável. Assim, o pensador demonstrava uma
verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a
grande maioria das pessoas (especialmente as que se consideram mais
sabichonas) não sabe do que está falando.
(José Francisco Botelho. Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010 / com
adaptações)

72- Analise as afirmativas a seguir:


I. As conclusões que impulsionaram a cruzada pessoal de Sócrates contra
a falsa sabedoria humana foram motivadas por um elogio divino.
II. Ao saber que o conceituado oráculo de Delfos o havia considerado o
maior sábio da Grécia, Sócrates prontamente chegou à conclusão de que
transformaria sua vida.
III. Os antigos mestres de Sócrates cobravam por suas “lições”.
IV. Sócrates concluiu que era mais sábio do que um dos figurões
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intelectuais da época, pois, após conversar com ele, percebeu que este
era incapaz de reconhecer a própria ignorância.

Explícita ou implicitamente estão presentes no texto somente as ideias


registradas nas afirmativas:

A) I, II, IV
B) I, III, IV
C) II, III, IV
D) II, IV
E) I, II, III, IV

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CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL
DE ÁGUA E ESGOTO DE PORTO ALEGRE (DMAE) – 2011

O que é ser verde?

Nossa civilização atingiu o apogeu. As descobertas científicas e novas


tecnologias nos permitem ter e fazer coisas impensáveis há três ou quatro
gerações. Nas últimas três décadas, a Ciência avançou mais que em toda
a História anterior. Além dos novos produtos, também temos a chance de
retardar o envelhecimento e ganhar mais qualidade de vida. No entanto,
tudo isso tem um custo que se reflete no meio ambiente.

Ao mesmo tempo em que conseguimos superar a maioria das dificuldades


que ameaçava nossos ancestrais, promovemos com esse esforço uma das
maiores crises ambientais do planeta. Nosso estilo de vida fez a Terra
adoecer e evidenciou os problemas de relacionamento que sempre
marcaram a espécie humana.

Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros


pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande “bola de neve”,
incontrolável e extremamente poluída. Afinal, são seis bilhões de pessoas
no planeta. Se cada um de nós jogar um único saquinho plástico em rios,
mares, campos ou florestas, estaremos causando um problema terrível ao
ecossistema. O que dizer, então, do lixo produzido todos os dias? Do
nosso consumo inconsequente de eletricidade ou das emissões dos
veículos? É preciso, mais do que nunca, ser verde.

Mas o que é, exatamente, tal conceito? À medida que a consciência das


pessoas se amplia com relação aos problemas ambientais provocados
pela sociedade, muitas empresas lançam o slogan: “Somos verdes”. No
entanto, é mais fácil dizer que se é verde do que realmente sê-lo.

Alguns se agarram na tese de que é preciso desenvolver tecnologias


limpas, mas se esquecem de que o drama da desigualdade humana é um
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dos precursores dos problemas ecológicos atuais.

Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos atos
individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar que
apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se
comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente
e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de
abrir mão de nosso estilo de vida.

O conceito está diretamente ligado à reciclagem e ao não-desperdício. Ser


verde é adotar as tecnologias disponíveis para economizar água e
eletricidade – uso de lâmpadas frias ou de painéis solares – ou que
reduzam as emissões de CO2 dos veículos – tecnologia flex ou o uso de
kits de gás natural veicular (GNV).

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Ser verde é consumir com consciência. Aqui, vale uma ressalva: isso não
significa consumir menos, mas refletir sobre a real necessidade de se
adquirir um bem e, depois, só comprá-lo de empresas que atuam com
responsabilidade social e ecológica, mesmo que tais produtos sejam um
pouco mais caros.

Ser verde vai além do consumo. O adepto também deve levar o debate
sobre a questão ambiental a todos os círculos dos quais participa. Além
disso, é fundamental que escolha seus representantes no Congresso com
base no compromisso deles com a preservação da natureza, ou seja,
exercendo sua cidadania ambiental.

(Cláudio Blanc – Revista Aquecimento Global – Coleção Especial – Editora On Line, Ano
1. nº.2)

73- Segundo o texto “ser verde” constitui uma ação que parte do
A) trato para o concreto.
B) manual para o tecnológico.
C) particular para o coletivo.
D) conceitual para o teórico.
E) coletivo para o particular.

74- Segundo o texto


A) a humanidade atingiu o ponto máximo de desenvolvimento que não
permite mais nenhuma evolução sem que o meio ambiente não seja
afetado.
B) a preocupação em ser politicamente correto em relação à natureza é
assunto prioritário das autoridades e depois do cidadão comum.
C) o conceito de ser verde está nas ações conscientes de cada cidadão em
seu dia a dia sem esperar que o outro se comprometa em agir da mesma
forma.
D) o conceito de ser verde vai além das ações individuais, mas somente a
ação governamental pode resultar em mudanças eficazes no meio
ambiente. 03265357481

E) a atitude individual é o primeiro passo para que a espécie humana


possa voltar a ter uma vida harmoniosa na Terra, mas requer
responsabilidade social.

CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO MUNICÍPIO DE


LONDRINA/PR – 2011

Os cabeças-sujas e seu mundinho

A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora


de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual
estágio da civilização.

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Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia
emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que
está se tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança
em um tempo em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos
pela janela do carro quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi
adolescente quando amassar o maço vazio de cigarros e chutá-lo para
longe não despertava na audiência nenhuma reação especial, além de um
“vai ser perna de pau assim na China”. Chegou à idade adulta dando
como certo que aquelas pessoas de macacão com a sigla do Serviço de
Limpeza Urbana estampada nas costas precisam trabalhar e, por isso,
vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O zeitgeist, o
espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não impele
mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio
civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos
sem que isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que
contraria a ideia tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da
preciosidade que são os mananciais de água limpa, as porções de terra
não contaminadas e as golfadas de ar puro.

E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente.

Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias


cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos
de alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente
lotariam cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio
Villa: “Ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só
vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso
de dever sobre os espaços que compartilha com os outros – um claro
sinal de atraso”.

O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na


história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a
aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por
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serviçais que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira


que ia atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas
necessidades no meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I,
e ainda hoje presente. Foi com a instauração da República que o Estado
assumiu, de forma sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo,
mas isso não significou, nem de longe, nenhuma mudança de
mentalidade por parte dos brasileiros. Cuidar da sujeira continuou a ser
algo visto como aquilo que cabe a terceiros – jamais a si mesmo.

Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a


maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em
situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a
montanha de lixo nas ruas deixada por cada um deles.

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Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram
insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um
intenso processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a
severas punições em forma de multa. “A concepção do bem público como
algo valoroso nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho
por parte do Estado e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano.
(Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações)

75- Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa


correta:
A) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido.
B) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas.
C) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de
atraso.
D) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas
com a limpeza pública.
E) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo.

76- De acordo com o texto, é correto afirmar que:


A) Infere-se do texto que desde Dom João VI, o Estado assumiu a
responsabilidade com a limpeza pública.
B) Considerar o bem público como algo de valor não é espontâneo,
depende do empenho do estado e das famílias.
C) O brasileiro está na mesma situação que os países desenvolvidos
quanto ao lixo deixado nas ruas.
D) Cuidar do lixo, para o brasileiro, é responsabilidade de cada indivíduo.
E) Depreende-se do texto que só a atual geração de adultos foi educada
para não sujar os espaços públicos.

CONSULPLAN – ADVOGADO DO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO


DO DESCOBERTO/GO – 2011

Arca de histórias
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Como os livros mudaram a vida de uma comunidade ribeirinha do interior


do Pará. (Paula Nadal, de Acará, PA)

Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de


Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006,
transformando a vida das 42 famílias que moram lá. Dez meses depois,
uma nova revolução marcou a história do vilarejo: a chegada de 280
livros enviados pelo Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O acervo inclui literatura
infantil, juvenil e clássica, além de obras técnicas e didáticas. Antes disso,
encontrar um material de leitura era coisa rara, assim como ler histórias.
Hoje isso mudou.

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Quem cuida desse acervo é uma voluntária, dona Carmen Nogueira de
Sousa, ex-professora da única escola local e escolhida pela comunidade
para gerenciar os empréstimos e conservar as obras. Na verdade, os
livros ficam guardados na sala da casa dela, dividindo espaço com uma
televisão e algumas cadeiras. As portas estão sempre abertas e a busca
por leituras é constante.

Na tarde em que lá estive, enquanto passava ao vivo na TV um jogo da


Copa do Mundo de Futebol, algumas crianças entraram e nem deram bola
para a partida. Elas queriam é saber se O Amigo da Bruxinha, de Eva
Furnari, ou alguma história de Ziraldo estavam disponíveis. Dona Carmen
conta que esses títulos são os campeões de procura, já que as crianças
são as principais leitoras. Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam
livros. “Elas chegam a competir para saber quem lê mais e até trocam
indicações literárias”, conta Carmen, que foi responsável por alfabetizar
no passado muitos dos leitores de todas as idades que hoje procuram a
sua casa.
(Nova Escola. Novembro 2010 – nº. 237 / fragmento)

77- Em todo processo de comunicação, a linguagem é expressa de acordo


com a função que se deseja enfatizar. A respeito do texto “Arca de
histórias”, é correto afirmar que, predominantemente:

A) A intenção é transmitir informações sobre o assunto tratado.


B) O objetivo é persuadir, convencer o leitor sobre o ponto de vista do
autor, claramente explicitado no texto.
C) O texto visa a uma interação verbal entre autor e leitor, através de
uma abordagem bastante coloquial.
D) A intenção é enfatizar a seleção e a disposição de palavras no texto.
E) O texto comunica sentimentos e emoções centrados na expressão do
“eu”.

TEXTO

É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há


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aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que
nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como
se fossem d’agora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e
quase sem som – que mal se deram, a memória os atira nos abismos do
esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem
às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só
aparentemente sem razão, porque não há associação de ideias que seja
ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no
subconsciente pelas raízes subterrâneas – raízes lógicas! – de que
emergem os pequenos caules isolados – aparentemente ilógicos! só
aparentemente! – às vezes chegados à memória vindos do esquecimento,
que é outra função ativa dessa mesma memória. (Pedro Nava, Baú de
Ossos)

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78- Depreende-se da argumentação do texto a respeito dos fatos da


infância que:
A) É importante que haja uma memória cronológica dos mesmos.
B) Não é possível estabelecer uma ordem cronológica porque em sua
maioria são lembranças ruins.
C) Os fatos da infância são, em sua maioria, esquecidos.
D) Há lembranças apenas dos fatos mais recentes, menos traumáticos.
E) A memória não estabelece uma sequência dos fatos na ordem em que
aconteceram, ela segue uma ordem que está ligada à afetividade diante
deles.

CONSULPLAN- ADMINISTRADOR DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO


DE PORTO VELHO/RO- 2012

Pai patrão

Quando a democracia surgiu na Grécia, por volta de 500 a.C., os


atenienses fizeram questão de traçar uma linha nítida entre as esferas
públicas e privadas. O poder do estado terminava onde começava a
privacidade do lar. No âmbito doméstico, reinava a vontade do patriarca
que tinha o poder de determinar os direitos e deveres de seus filhos,
mulher e escravos. Para os gregos não havia atividade mais apaixonante
e gloriosa do que participar da condução da polis. A política era a maneira
civilizada de decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da
persuasão. O cidadão revelava sua grandeza de espírito e sua importância
para a comunidade no debate de ideias, na defesa de proposições e nas
vitórias no âmbito público. Um homem que levasse uma vida
exclusivamente privada não passava de um insignificante animal
doméstico, incapaz de participar da elaboração das decisões políticas que
afetavam os destinos da nação.

Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com


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a interferência do Estado na privacidade do cidadão. A sociedade moderna


sequestrou a intimidade do indivíduo. É inimaginável uma atividade
pública ou privada que não seja regulamentada por lei, por estatuto ou
por norma. Se o governo não cria regras, a universidade as inventa ou o
grêmio esportivo as impõe. A maioria das organizações privadas atua
como uma grande estatal, que determina como seus membros devem
agir, pensar e se comportar. O estado moderno erradicou a fronteira
entre o público e o privado. Os assuntos públicos são tratados como
questões privadas, e a privacidade passou a ser encarada como algo de
interesse público.
(D’ávila, Luiz Felipe. In: República)

79- Todas as afirmativas estão corretas sobre os objetivos do primeiro


parágrafo do texto, EXCETO:

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A) Recuperar informações sobre a natureza histórica do assunto tratado.
B) Informar o leitor sobre os aspectos relevantes para o desenvolvimento
textual.
C) Apresentar conjunto de dados indispensáveis para o acompanhamento
da discussão.
D) Elaborar um raciocínio analítico pertinente.
E) Relacionar fatos relacionados à compreensão do assunto.

80- Analise as afirmativas.


I. A interferência do estado na vida do cidadão nos remonta a tempos
antigos.
II. Em relação ao controle sobre a vida do cidadão, o papel do estado
permanece inalterado.
III. A autonomia do cidadão em relação ao Estado é uma característica da
sociedade grega.
IV. Na sociedade moderna a fronteira entre o público e o privado não é
respeitada.
Em relação ao texto, as afirmativas pertinentes são

A) I, II
B) I, III
C) I, II, III
D) I, IV
E) III, IV

81- De acordo com o texto, assinale a alternativa que constitui


característica da sociedade moderna.
A) A erradicação do poder do Estado
B) A extinção dos limites entre o público e o privado.
C) O interesse do cidadão nos assuntos políticos.
D) A iniciativa privada é isenta em relação às regras.
E) A sociedade é patriarcal.

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CONSULPLAN- MÉDICO CIRURGIÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE


NOVA IGUAÇU - 2012

O mundo não é um bufê de festinha infantil

Nesta altura do campeonato já dá para dizer que todos concordam com a


importância de deixar um planeta melhor para os nossos filhos. E que,
exatamente por isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos
nossos tempos. O fato de termos atingido esse consenso, porém, não é
motivo para a humanidade bater no peito e acreditar que deu um passo à
frente. Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos
lotada às vésperas do Dia das Crianças ou a uma festinha de aniversário
em bufê infantil, desses que têm floresta com tirolesa, campo de futebol e

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montanha-russa interna, e você descobrirá que os pais estão dispostos a
dar muito mais para suas crias atualmente.

O problema de deixar um mundo melhor para os seus filhos é que, como


tantos milionários descobrem ao entregar o patrimônio de presente aos
herdeiros, isso não garante que também eles serão capazes de repassar a
fortuna para a geração seguinte. E, do jeito que andam as coisas, com
esta geração de crianças que se entopem de brigadeiro nas festinhas,
sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera até o momento do
Parabéns a Você, é difícil de acreditar que o plano dê certo. Quanto mais
vou a aniversários, menos confiante eu fico na possibilidade de meus
netos receberem dos pais deles um planeta razoável.

O que me leva a acreditar que está na hora de inverter um pouco o


consenso – a conclusão não é minha, aliás, já ouvi um monte de gente
boa defendendo a mesma coisa. Papel e caneta na mão porque aqui vai a
nova receita: a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar por filhos
melhores. O que de certa forma até facilita as coisas: não se trata de
entregar tudo de bom no mundo para eles, mas apenas de fazer com que
eles entreguem ao mundo o melhor em tudo.

Isso não significa formar uma geração de monges altruístas. Pelo


contrário, eles têm incontáveis opções de caminhos para produzir coisas
boas. Mas precisam saber que algumas regras são imutáveis. As
principais: honestidade não tem meio-termo; somos livres para fazer
escolhas, mas não para decidir o preço a pagar por elas; você é o
principal responsável por suas conquistas e fracassos; os brigadeiros não
são infinitos e você está enganado se acha que tem mais direito a eles do
que seu coleguinha. Saber que o esforço é o único requisito mínimo
ajuda. Agora junte tudo e você verá que alguém por aí claramente se
enganou ao formular a famosa ideia do mundo melhor para as
criancinhas. Deixar tudo pronto para elas desfrutarem é a maneira mais
segura de garantir o fracasso da missão. O verdadeiro objetivo, portanto,
não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, mas a
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responsabilidade de cuidar dele como herança.

Um grande abraço.

(Sérgio Gwercman, Diretor de Redação. Superinteressante.


Dezembro de 2011)

82- A expressão “nesta altura do campeonato” denota uma ideia de

A) lugar.
B) modo.
C) tempo.
D) oposição.
E) conclusão.

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83- Tendo em vista a importância e função dos elementos de coesão


textual, o termo destacado em “E que, exatamente por isso, a
sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos.” refere-se

A) ao futuro das novas gerações.


B) aos atos inconsequentes contra o meio ambiente.
C) à importância da sustentabilidade em nossos tempos.
D) à opinião em comum que todos possuem a respeito dos filhos.
E) ao fato de que é importante deixar um planeta melhor para as
próximas gerações.

84- Dentre os trechos destacados a seguir, está expressa ideia de


oposição em
A) “... atingido esse consenso, porém, não é motivo para a
humanidade...”
B) “Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos
lotada...”
C) “... isso não garante que também eles serão capazes de repassar a
fortuna...”
D) “... sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera...”
E) “Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico...”

85- Por seus aspectos estruturais, o texto pode ser classificado como

A) narrativo.
B) injuntivo.
C) expositivo.
D) dissertativo.
E) informativo.

86- A partir de alguns argumentos o autor sustenta sua tese no texto


expressando seu ponto de vista. A tese defendida no texto pelo autor está
expressa em 03265357481

A) As conquistas e fracassos da vida infantil.


B) A disposição dos pais em suprir toda a demanda dos filhos.
C) A sustentabilidade exercida apenas pelas próximas gerações.
D) Deixar um planeta melhor: a solução para a preservação do meio
ambiente.
E) A construção de valores morais e éticos: um caminho para o exercício
da sustentabilidade.

87- A principal ideia defendida no texto pode ser ilustrada com o seguinte
provérbio popular

A) “Filho de peixe, peixinho é.”


B) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.”
C) “Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és”.

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D) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”
E) “É melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe.”

TEXTO

Você não quer contar esta história para seus filhos, quer?

88- Relativo à imagem, o questionamento da propaganda faz referência


à(ao)
A) poluição do meio ambiente.
B) personagem “Chapeuzinho Vermelho”.
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C) slogan do Greenpeace que é registrado no canto direito.


D) paisagem repleta de tocos de árvores que foram derrubadas.
E) despreocupação da personagem diante do cenário à sua frente.

CONSULPLAN – AVAPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 2013

Campeonato do desperdício

No campeonato do desperdício, somos campeões em várias


modalidades. Algumas de que nos orgulhamos e outras de que nem
tanto. Meu amigo Adamastor, antropólogo das horas vagas, não me deu

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as causas primeiras de nossa primazia, mas forneceu-me uma lista em
que somos imbatíveis. Claro, das modalidades que “nem tanto”.
Vocês já ouviram falar em lixo rico? Somos os campeões. Nosso lixo
faria a fartura de um Haiti. Com o que jogamos fora e que poderia ser
aproveitado, poder-se-ia alimentar muito mais do que a população do
Haiti. Há pesquisas do assunto e cálculos exatos que “nem tanto”. Somos
um país pobre com mania de rico. E nosso lixo é mais rico do que o lixo
dos países ricos. Meu falecido pai costumava dizer: rico raspa o queijo
com as costas da faca; remediado corta uma casca bem fininha; pobre,
contudo, arranca uma lasca imensa do queijo. Meu pai dizia, e tenho a
impressão de que meu pai era um homem preconceituoso, mas em
termos de manuseio dos alimentos nacionais, arrancamos uma lasca
imensa do queijo, ah, sim, arrancamos.
Outra modalidade em que somos campeões absolutos, o desperdício
do transporte. Ninguém no mundo consegue, tanto quanto nós, jogar
grãos nas estradas. Não viajo pouco e me considero testemunha ocular. A
Anhanguera, por exemplo, tem verdadeiras plantações de soja em suas
margens. Quando pego uma traseira de caminhão e aquela chuva de
grãos me assusta, penso rápido e fico calmo: faz parte da competição e
temos de ser campeões.
Na construção civil o desperdício chega a ser escandaloso. Um dia o
Adamastor, antropólogo das horas vagas, me veio com uma folha de
jornal onde se liam estatísticas indecentes. Com o que se joga fora de
material (do mais bruto ao mais sofisticado), o Brasil poderia construir
todos os estádios que a FIFA exige e ainda poderia exportar cidades para
o mundo.
Antigamente, este que vos atormenta, levava um litro lavado para
trocar por outro cheio de leite. Você, caro leitor, talvez nem tenha notícia
disso. Mas era assim. Agora, compra-se o leite e sua embalagem
internamente aluminizada para jogá-la no lixo. Quanto de nosso petróleo
vai para o lixo em forma de sacos plásticos? Vocês já ouviram falar que o
petróleo é um recurso inesgotável? Claro que não! Mas sente algum
remorso ao jogar os sacos trazidos do supermercado no lixo? Claro que
não. Nossa cultura de mosaico tirou-nos a capacidade de ligar os
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fenômenos entre si.


E o que desperdiçamos de talentos, de esforço educacional? São
advogados atendendo em balcão de Banco, engenheiros vendendo
cachorro-quente nas avenidas de São Paulo, são gênios que se
desperdiçam diariamente como se fossem recursos, eles também,
inesgotáveis. No dia em que a gente precisar, vai lá e pega. No dia em
que a gente precisar, pode não existir mais. Não importa, vivemos no
melhor dos mundos, segundo a opinião do Adamastor, o gigante,
plagiando um tal de Dr. Pangloss, que ironizava um tal de Leibniz.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/cultura/campeonato-do-


desperdicio/#todos-comentarios. Acesso em: 18/05/2013.)

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89- Assinale a alternativa que apresenta uma CONTRADIÇÃO utilizada
pelo autor para fundamentar sua tese.
A) O desperdício de recursos no Brasil e a pobreza no Haiti.
B) O desperdício na construção civil e o desperdício de talentos.
C) As plantações de soja e o desperdício no transporte de grãos.
D) A carência socioeconômica do Brasil e o desperdício de recursos.
E) O leite em garrafa reutilizável e o leite em embalagem descartável.

90- Analisando a oração “No campeonato do desperdício, somos


campeões em várias modalidades.” (1º§), infere-se que as passagens a
seguir foram utilizadas pelo autor para comprovar essa afirmativa,
EXCETO:
A) “Com o que jogamos fora e que poderia ser aproveitado, poder-se-ia
alimentar muito mais do que a população do Haiti.” (2º§)
B) “Com o que se joga fora de material (...), o Brasil poderia construir
todos os estádios que a FIFA exige e ainda poderia exportar cidades para
o mundo.” (4º§)
C) “Não importa, vivemos no melhor dos mundos, segundo a opinião do
Adamastor, o gigante, plagiando um tal de Dr. Pangloss, que ironizava
um tal de Leibniz.” (6º§)
D) “Quando pego uma traseira de caminhão e aquela chuva de grãos me
assusta, penso rápido e fico calmo: faz parte da competição e temos de
ser campeões.” (3º§)
E) “São advogados atendendo em balcão de Banco, engenheiros
vendendo cachorro-quente nas avenidas de São Paulo, são gênios que se
desperdiçam diariamente...” (6º§)

91- O autor lançou mão, ao longo do texto, de alguns questionamentos.


Trata-se de um recurso argumentativo conhecido como pergunta retórica,
utilizado para
A) retificar a tese defendida.
B) promover reflexões no leitor.
C) aferir os conhecimentos do leitor. 03265357481

D) refutar os argumentos apresentados.


E) possibilitar uma contra argumentação.

ESAF – STN – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008

92- Assinale a opção incorreta quanto aos sentidos veiculados no trecho


abaixo.

Ser cidadão é entrar em um nó de relações. É simples: ao pedir


nota fiscal, evita-se a sonegação e aumenta-se a arrecadação pública
que, em tese, permite ao governo investir em rodovias, hospitais,

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escolas, segurança etc. Quando se recusa a propina ao guarda, moraliza-
se o aparato policial.
Cidadania supõe consciência de responsabilidade cívica. Nada mais
anticidadania do que essa lógica de que não vale a pena chover no
molhado. Vale. Experimente recorrer à defesa do consumidor, escrever
para jornais e autoridades. Querem os políticos corruptos que passemos a
eles cheque em branco para continuar a tratar a coisa pública como
negócio privado. E fazemos isso ao torcer o nariz para a política, com
aquela cara de nojo.

(Frei Betto, “Educar para a cidadania”, Caros Amigos, maio 2008)

a) O autor emprega a expressão metafórica “chover no molhado” no


sentido de “duplicar o esforço” para se conseguir algo.
b) Seguindo as idéias do autor, constitui atitude cidadã reivindicar dos
políticos em quem votamos o cumprimento de suas promessas de
campanha.
c) A expressão “entrar em um nó de relações”, no contexto em que
aparece, refere-se ao desencadeamento das diversas ações que provoca
um simples pedido de nota fiscal.
d) Segundo as idéias do texto, passar um “cheque em branco” aos
políticos corruptos é não agir com responsabilidade cívica.
e) Na lógica do autor, não saber o nome do político em quem se votou
nas últimas eleições é uma atitude anticidadã.

93- Em artigo publicado no Correio Braziliense (20/9/2008), Emir Sader


refuta a pregação de campanha de um candidato a vereador no Rio de
Janeiro, o qual defende que “o IPTU arrecadado em seu bairro tem que
ser aplicado no seu bairro”. Reconhecendo que o sistema tributário
brasileiro comete injustiças ao isentar dos ricos e cobrar da imensa massa
da população que vive do trabalho, Emir Sader afirma ser “fundamental
combater o egoísmo tributário – este sim, populista, demagógico – de
tantas campanhas eleitorais.”

Aponte a asserção que não serve de argumento favorável nem de


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sustentação à crítica e às ponderações de Emir Sader.

a) O tema tributário – quem paga, quem recebe, de quem o Estado


arrecada, a quem deve beneficiar – tem profundo viés de classe: nem
sempre os recursos são direcionados para as políticas públicas que
beneficiam os mais necessitados.
b) Pouco importam ao candidato populista e demagógico as necessidades
do conjunto da cidade, mesmo sabendo que a cidade tem subúrbios,
favelas e bairros da periferia, onde vive majoritariamente a população
hipossuficiente.
c) A questão tributária se presta à exploração demagógica do egoísmo.
Sai na frente o candidato que prega menos impostos, não importando se

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podem faltar professores nas escolas públicas ou médicos nos hospitais
públicos.
d) Pregar que cada bairro utilize os recursos no próprio bairro significa
que os ricos financiarão os ricos; e os pobres, que constituem a grande
maioria da população, terão de se arranjar com o pouco que seus bairros
arrecadarem.
e) Devido ao montante de suas dívidas para com o Estado, devem
merecer o benefício da isenção e de outras formas de não pagamento de
impostos os bancos, as grandes empresas e os ricos.

ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012

A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países
desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo
números divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário, o governo brasileiro
precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste
ano e 18% no próximo. A maior parte do problema decorre do pesado
endividamento acumulado ao longo de muitos anos. Neste ano, as
necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da
média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. O campeão da
saúde fiscal é o Chile, com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos
a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru indicam um superávit
fiscal de 1,1% e dívida a pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também
aparece em posição confortável, com uma necessidade de cobertura de
3,9%. Esses três países têm obtido uma invejável combinação de
estabilidade fiscal, inflação controlada e crescimento firme nos negócios.

(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril de 2012)

94- Infere-se das relações entre as ideias do texto que

a) países emergentes apresentam, geralmente, uma relação de baixo PIB


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e alto superávit fiscal.


b) inflação controlada provoca crescimento firme nos negócios, o que
resulta em estabilidade fiscal.
c) países sul-americanos apresentam pouco mais que a metade da média
ponderada de outros países.
d) o Brasil tem demonstrado vigor para superar, dentro de dois anos, os
três países sul-americanos com melhor saúde fiscal.
e) a situação fiscal de um país não é, necessariamente, proporcional ao
seu desenvolvimento.

CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto


Frenkel: A queda do crescimento da economia teve a ver com três
acontecimentos. A situação nos EUA está mais positiva, há otimismo no

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mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico pós-crise,
mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois
trimestres consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição
convencional, caracteriza recessão. E a China está claramente em
desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito negativo sobre o
crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator
foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a
acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização
financeira, ou seja, desde o fim dos anos 1960; e isso tem um efeito
muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.

(Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para
ganhar. Carta Capital, 18 de abril de 2012, p.78)

95- Analise as seguintes possibilidades para apresentar, de maneira


resumida, a argumentação da resposta do entrevistado:

A queda no crescimento da economia no Brasil

I. tem motivos causados pela desvalorização do real: otimismo no


mercado americano (depois da crise); nova definição de recessão na zona
do euro e a China com desaceleração do mercado.
II. pode ser relacionada a quatro fatores: otimismo no mercado
americano, recessão na zona do euro, desaceleração na China e
valorização cambial do real.
III. deve-se a acontecimentos internacionais, como a alta das ações
americanas, a desindustrialização da China, a queda na zona do euro,
com valorização cambial.

Preservando a coerência e a correção gramatical,

a) apenas I e III estão corretas.


b) apenas III está correta.
c) apenas I e II estão corretas.
d) apenas II está correta. 03265357481

e) apenas II e III estão corretas.

96- De acordo com a argumentação do texto abaixo, assinale o fator que


não contribui diretamente para a expressiva queda dos juros:

Mudanças mais amplas nas leis materiais e processuais são


imprescindíveis. Deve-se mitigar os exageros de leitura do direito de
ampla defesa, permitindo a rápida apropriação de garantias, assegurado
ao devedor o direito de posterior discussão. Litígios de devedores de má-
fé, esmagadora maioria, praticamente desapareceriam. Com maior
previsibilidade na execução dos contratos, a queda dos juros seria
expressiva.

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(Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de
abril de 2012)

a) A diminuição dos exageros de leitura do direito de ampla defesa.


b) Os litígios da maioria de devedores de má-fé.
c) O direito de posterior discussão pelo devedor.
d) A rápida apropriação de garantias.
e) A maior previsibilidade na execução de contratos.

ESAF – MI-CENAD – ANALISTA DE SIST. DE INF. E REDES – 2012

Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas
próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana
do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos
técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis
independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos
legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o
malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos
eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria
consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições
propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou
institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao
que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno
ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade.
Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a
projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos
destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense, 8 de


dezembro, 2011)

97- Infere-se da argumentação do texto que

a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser


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mais capacitados para realizar os projetos encaminhados ao Executivo.


b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo
variáveis que devem constar dos planos e projetos de cada período
legislativo.
c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento
urbano e regional, antecipando-se a um possível desarranjo econômico.
d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos
anos terá o desarranjo econômico como uma de suas piores
consequências.
e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades
contrastam com a baixa demanda dos cidadãos não urbanos.

Texto

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A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais


profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e
formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus
cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade
igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de
educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato)
para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção
de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não
seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera
distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que
uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter
condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas
suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com
questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem-
estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes
creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos,
piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, seguro-
desemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses,
muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma
sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o
mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade
transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres
pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são
fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um
acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse
resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em
outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais,
sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O
ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a
todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a
processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o


norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica
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http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011)

98- Assinale a interpretação da oração “Talvez não seja assim.” ( .8 e 9)


que respeita as relações semânticas entre as ideias do texto e mantém a
coerência entre os argumentos.

a) A relação entre formatos sociais e os excelentes índices de educação é


questionável.
b) A vida em um país nórdico nem sempre faz refletir sobre a relação
entre igualdade e liberdade.
c) Não é comum que serviços públicos voltados para melhorar a vida do
cidadão caracterizem países nórdicos.

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d) Nem sempre uma sociedade igualitária tem como consequência a
formação de seres humanos plenos e sociedades transformadoras.
e) O hábito da desigualdade pode impedir uma reflexão mais profunda
sobre os valores de uma sociedade igualitária.

ESAF – SRFB – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2012

Enxergando suas obras da década de 1890 à luz de seus conceitos-chave


- como o de "idealismo prático" e o de "República" -, conclui-se que
Nabuco permaneceu monarquista por julgar que o advento do regime
republicano, naquele momento, ................................. o advento de
uma sociedade autenticamente republicana, liberal e democrática entre
nós. Por outro lado, considerações de ordem estritamente prática
levavam-no a ver, na Monarquia preexistente, um instrumento que
permitiria promover mais efetivamente o civismo, o liberalismo e a
democracia, capaz de preparar a sociedade brasileira para uma República
que fosse além do mero rótulo, ou seja, sem desnível entre forma e
conteúdo; entre o país legal e o país real.

(Christian Edward Cyril Lynch, “O Império é que era a República: a monarquia


republicana de Joaquim Nabuco”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n.85, 2012,
com adaptação)

99- Assinale a opção que completa a lacuna sem provocar incoerência de


ideias ou ruptura na direção argumentativa do texto.

a) poderia acelerar as transformações sociopolíticas necessárias para


b) viria a prejudicar e não a favorecer
c) encontraria valores sedimentados de civismo e liberalismo para
d) legitimaria a implantação de regimes totalitários, forçando
e) em vez de retardar o processo democrático, viria a acelerar

Texto
03265357481

Suponha que a Receita Federal o convoque para explicar como pode ter
comprado uma casa de R$ 100 mil, em dinheiro, se ganhou apenas R$ 50
mil no ano todo. Você chega lá e diz: minha obrigação é fazer a
declaração. Se bate ou não bate, se tem regularidade ou não, é outro
problema. Mas faltam 50 mil para fechar as contas – argumenta o fiscal.
E você: E daí? Não tem nada demais. Isso é mero problema aritmético. O
que importa é que cumpri meu dever de cidadão ao apresentar a
declaração. Não vai colar, não é mesmo? Mas na Justiça Eleitoral cola. Se
o cidadão, em sua campanha eleitoral, arrecadou R$ 50 mil e gastou R$
100 mil, mas declarou tudo na prestação de contas – está limpo. Mesmo
que as contas tenham sido rejeitadas pela Justiça, ele pode se candidatar
na eleição seguinte. Essa foi a decisão tomada pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) no fim de junho.

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(Carlos Alberto Sardenberg, “Roubou, mas declarou? Está limpo”. O Estado de São
Paulo, 02/07/2012. (com adaptações)
http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/07/roubou-mas-declarou-estalimpo-carlos.html)

100- No início do texto, o autor exorta o leitor a participar de uma


situação hipotética, na qual o leitor desempenha o papel de um
contribuinte de imposto sendo arguido por funcionário da Receita Federal.
Assinale a proposição que interpreta de modo errôneo o emprego de tal
recurso, em continuação à frase:

Tal recurso

a) obrigou o autor a empregar os verbos do primeiro parágrafo no modo


subjuntivo, para manter a coesão temporal com “Suponha” (l.1).
b) permitiu o confronto com situação semelhante possível de ocorrer em
outro campo da atuação humana.
c) constitui recurso de introdução textual que evita a entrada brusca no
assunto principal do texto.
d) possui potencial retórico de levar o leitor a concordar com a
argumentação do autor.
e) contribuiu para o autor expor com mais didatismo sua discordância em
relação a uma decisão da justiça eleitoral.

Texto

Uma coisa que me incomoda na discussão política brasileira,


especialmente a mais popular: até parece, quando se fala de mazelas e
malfeitos, que nada temos a ver com os políticos que nós mesmos
elegemos. Parece que eles desembarcaram de Marte.
Ora, o fato é que daqui a poucos meses completaremos 30 anos de
eleições seguidas e livres. Em 1982, os brasileiros puderam eleger
governadores de oposição, isto é: puderam votar. O país tinha sido
privado do voto livre desde 1965, quando ocorreram, embora tuteladas,
03265357481

as últimas eleições para governador de Estado. Na década de 70, as


principais prefeituras, centenas na verdade, se tornaram cargos de
nomeação da ditadura. Quase nada restou para o voto.
Mas, agora, são já três décadas de escolha livre, cada vez mais
limpa, dos governantes. Ninguém decide impostos ou penas de prisão se
não tiver sido eleito por nós. A democracia de 1985, aliás, foi além da
instituída em 1946, porque permitiu o voto do analfabeto, liberou os
partidos comunistas e, com o voto eletrônico e a propaganda na TV, fez
despencar a fraude e a influência do coronelismo. Então, por que
teimamos em renegar nossa responsabilidade na escolha de maus
políticos?

(Renato Janine Ribeiro, “Os políticos vem de Marte?” Valor Econômico, 02/07/2012)

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101- Assinale a opção que completa corretamente as incógnitas da frase:

O que incomoda o autor é X; ele gostaria que Y.

a) X: as pessoas discutirem política de modo superficial


Y: elas percebessem que as eleições livres no Brasil acontecem há três
décadas
b) X: a falta de liberdade no momento do voto
Y: os eleitores cobrassem mais responsabilidade dos políticos que
ajudaram a eleger
c) X: os governantes não cumprirem as promessas de campanha
Y: os políticos cumprissem o que prometeram na campanha
d) X: a falta de consciência dos eleitores de que são responsáveis por ter
elegido este ou aquele governante
Y: as pessoas assumissem sua responsabilidade pela escolha de maus
políticos
e) X: os eleitores tratarem os políticos como se estes tivessem vindo de
Marte
Y: os eleitores fossem mais cobrados pelos políticos eleitos

102- Assinale o parágrafo cujo título não corresponde à ideia central nele
contida.

a) A sonegação ocorre mais no comércio de etanol do que no de


gasolina e diesel
O não pagamento de impostos tem afetado mais o comércio do
etanol do que de gasolina e diesel, que têm a totalidade dos impostos
recolhidos no produtor de forma antecipada, o que evita a sonegação. No
caso do etanol, o pagamento dos impostos é feito pelos produtores e
pelas distribuidoras. Naturalmente, muitas distribuidoras trabalham de
forma ética. Mas outras recorrem a meios ilícitos para obter vantagens
competitivas não pagando tributos.
b) Sonegadores empregam criatividade para gerar novas
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formas de pagar os impostos


São criativas as formas de fugir ao pagamento de impostos de
quaisquer produtos. Há poucos meses, reportagem de TV revelou uma
fraude denominada bomba baixa, pela qual a quantidade de litros
colocada no tanque dos veículos era menor do que o que estava marcado.
Por controle remoto, a vazão era alterada - e o controle era desativado
quando havia fiscalização.
c) Consumidor percebeu a burla, mas não a relacionou a
possível adulteração do combustível
A reportagem causou impacto, pois o consumidor viu como pode ser
lesado por comerciantes inescrupulosos. Mas pouca gente percebeu que a
burla ao consumidor tem outro lado: o da falta de qualidade do produto.
A reportagem mostrou que é fácil comprar combustível sem nota e que,
com essas remessas clandestinas, donos de postos adulteram o

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combustível. Ou seja, o preço baixo pode indicar ao consumidor que ele
corre o risco de ter outros prejuízos.
d) Como funciona a modalidade mais severa de sonegação: a
“barriga de aluguel”
A forma mais grave é a modalidade conhecida como "barriga de
aluguel". A distribuidora vende o etanol hidratado para o posto de
combustível com nota fiscal, mas não paga os impostos. Quando a
fiscalização tenta localizar a distribuidora, essa empresa já não existe,
pois era usada apenas como fachada e operada por empresas "laranjas",
que não têm ativos para pagar os tributos.
e) Emprego de tecnologia e atitude consciente do consumidor
em relação a possíveis fraudes contribuem para combater o
comércio ilegal de combustíveis
A tecnologia ajuda a coibir fraudes, e as autoridades estão
recorrendo ao que é possível para flagrar novos e sofisticados golpes. Mas
o que faz a diferença é a atitude do consumidor. Se ele desconfiar de
ofertas muito tentadoras e recusar-se a consumir produtos baratos
demais, vai desestimular os sonegadores. Se denunciar às autoridades
para que a fiscalização investigue se há algo errado, mais eficiente ainda.
Agindo em conjunto, autoridades e cidadãos podem ajudar no combate ao
comércio ilegal de combustíveis.

(Roberto Abdenur, O caminho do etanol. O Globo, 21/06/2012, com Adaptações


http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/06/o-caminho-do-etanol-robertoabdenur.html)

Texto

O governo tem incluído, nos diversos pacotes de estímulo ao consumo, o


abatimento de impostos, de fato um dos mais pesados componentes do
chamado custo Brasil. É o reconhecimento implícito de que a carga
tributária, em tendência de alta desde o início do Plano Real, em 1994,
funciona hoje como importante obstáculo à retomada de fôlego da
economia – praticamente estagnada no primeiro trimestre. Em todo setor
que se analise há sempre o mesmo problema de excesso de impostos.
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(Hora de ampla desoneração tributária. Editorial, O Globo, 05/06/2012.


http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/06/hora-de-ampla-desoneracao-tributaria.html)

103- Assinale o resumo que retoma com fidelidade todas as principais


ideias do texto.

a) O governo tem incluído a desoneração tributária nos pacotes de


estímulo ao consumo, deixando implícito que a alta dos tributos remonta
ao início do Plano Real.
b) Por reconhecer que a carga tributária brasileira é uma das mais
pesadas do mundo, o governo está buscando reduzir os impostos
daqueles setores que apresentam problema de excesso.

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c) Diante do excesso de impostos em todos os setores da economia, o
governo reconhece que a carga tributária brasileira constitui verdadeiro
entrave à retomada do crescimento, em tendência de alta desde 1994.
d) Ao analisar o montante de impostos no Brasil, o governo reconhece
haver excesso em todos os setores, inclusive nos diversos pacotes de
estímulo ao consumo, do que decorre a estagnação da economia que se
prolonga desde o início do ano.
e) O abatimento de impostos tem estado presente nos vários pacotes de
estímulo ao consumo, o que demonstra o reconhecimento do governo
sobre ser a alta carga tributária um entrave para a recuperação do
crescimento econômico.

ESAF – SRFB – ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA – 2012

No período de 1727 a 1760, auge da produção aurífera, a Coroa


havia cunhado, em média, 01(um) conto e 1555 mil réis em moedas de
ouro por ano, uma fortuna. Daí por diante, porém, a quantidade de
dinheiro que circulava na economia sofreu um impacto tremendo. No
decênio 1761-1770, a cunhagem anual de moedas de ouro caiu 18%. A
queda continuaria no período 1771 a 1790. Ou seja, na penúltima década
do século XVIII, a injeção de moedas de ouro que a economia portuguesa
recebia anualmente era um quinto do que fora três décadas antes. O
dinheiro estava desaparecendo.
Num primeiro momento, a reação de funcionários graduados da
Coroa foi atribuir a queda nas remessas de ouro para Lisboa a um
suposto aumento da sonegação no Brasil.
(...)
Fiando-se que a causa central do problema era a sonegação, a
Coroa acochou (ainda mais) a colônia. Logo no primeiro ano em que os
mineradores não conseguiram cumprir integralmente a cota do quinto,
Lisboa aplicou um instrumento de cobrança fiscal que se tornaria
sinônimo de tirania: a derrama. O objetivo da derrama era obrigar os
colonos a completarem a parcela do quinto não recolhido. Os meios
utilizados iam da pressão à violência física. (...) Havia formas de coleta
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ainda mais abusivas. Sem nenhum aviso prévio, guardas armados


costumavam invadir residências para efetuar o confisco, operações que
acabavam em violência e prisões.
A inquietude, é claro, tomou conta das sociedades que viviam em
áreas de mineração, mas a Coroa não se importava com isso. A única
meta era irrigar as finanças reais. (...)
A intenção era recolher 634 quilos de ouro referentes ao pagamento
a menor, ocorrido no período 1769-1771. Mesmo com toda a violência, o
resultado da derrama foi pífio: 147 quilos, o que não chegava a um
quarto do volume pretendido.

(Adaptado de: Figueiredo Lucas, Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810).
São Paulo: Record, 2011. Capítulo 15, p.284 e capítulo16, p. 292)

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104- Infere-se das ideias do texto lido que:

a) Todas as regiões brasileiras sofreram pressões do fisco português.


b) Portugal devia à Inglaterra e a colônia precisava produzir essa riqueza.
c) A derrama foi um instrumento de pouca valia para as finanças
portuguesas.
d) Os métodos de arrecadação dos impostos na colônia serviram de
modelo para outras nações.
e) O pagamento do quinto foi elevado a partir de 1769.

Texto

O governo dá sinais de que parece superar a longa fase de negação


do problema e está mais perto de formatar uma agenda para enfrentar a
deterioração das contas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
Não estão em pauta medidas juridicamente controversas nem de
impacto sobre o orçamento no curto prazo, mas decisões a serem
tomadas logo para atenuar, no futuro, a expansão da despesa com a
Previdência. Hoje, ela já é da ordem de 10% do PIB (incluindo o setor
público), comparável à de países mais ricos e com maior número de
idosos.
No caso dos atuais segurados, o fundamental para equilibrar as
contas é desencorajar as aposentadorias precoces admitidas pela
legislação. A alternativa à mão é a fórmula batizada de 85/95, em que os
números se referem à soma da idade com o tempo de contribuição a ser
exigida, respectivamente, de mulheres e homens. A regra, fácil de
entender, substituiria o fator previdenciário.
Além disso, caberia impor aos futuros participantes do mercado de
trabalho, por exemplo, uma idade mínima para a aposentadoria, como
nos regimes previdenciários da maioria dos países. Trabalha-se com 60
anos para mulheres e 65 para homens, números que serão objeto de
negociação no Congresso. Atualmente, há quem se aposente antes dos
50, com base no tempo de contribuição (30 e 35 anos, respectivamente,
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para obter o benefício integral). O outro item da agenda, disciplinar as


pensões por morte, reúne melhores condições para engendrar uma ação
mais imediata, talvez, dadas a dimensão e a obviedade das anomalias por
corrigir. Viúvos e órfãos custaram R$ 100 bilhões ao erário no ano
passado (cerca de 20% do gasto previdenciário total), dos quais R$ 60
bilhões na carteira do INSS e o restante no regime dos servidores
públicos.
Trata-se de um desembolso dos mais liberais no mundo, resultado
de uma legislação extravagante. Não leva em conta, por exemplo, o
período de contribuição pelo segurado, a idade do beneficiário ou sua
capacidade de sustentar-se.

(Editorial, Folha de S. Paulo, 2/8/2012)

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105- Com base nas ideias do texto, assinale a opção correta.

a) No caso de viúvos e órfãos, a Previdência Social, para conceder o


benefício, considera a idade do beneficiário e sua capacidade de
sustentar-se.
b) O sistema da Previdência Social se beneficia quando ocorrem
aposentadorias precoces, para pessoas com menos de cinquenta anos.
c) Quem se aposenta, hoje, antes da idade de cinquenta anos está se
beneficiando da regra que leva em conta apenas o tempo de contribuição.
d) A despesa com a Previdência Social, proporcionalmente ao PIB, no
Brasil, é muito menor se comparada às despesas dos países
desenvolvidos.
e) A idade ideal para as aposentadorias, de forma a equilibrar as contas
do INSS, é de 85 anos para as mulheres e 95 anos para os homens.

ESAF – SMF/RJ – AGENTE DA FAZENDA – 2010

106- Em relação às ideias do texto, assinale a inferência correta.

A informação do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário


sobre a arrecadação de impostos no país, através do instrumento
denominado Impostômetro, é mais um elemento de transparência da
democracia brasileira. É bom para o país que instituições independentes
façam este tipo de acompanhamento do poder público. Mas seria
importante, também, que os próprios governos mantivessem constante
atualização pública do que arrecadam e gastam, para que os cidadãos se
sintam efetivamente representados pelos governantes que elegem. O
sistema de impostos é a maneira histórica com que o poder público, no
país e no mundo, arrecada recursos para sustentar-se, para promover os
serviços essenciais e para investir em obras de sua responsabilidade.
Neste sentido, o sistema é imprescindível, integrando de maneira
fundamental a estruturação do Estado e da sociedade.
Assim, numa sociedade organizada, pagar imposto faz parte dessa
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espécie de contrato social que garante ao país o funcionamento


adequado, a promoção da saúde, da segurança e da educação e a
manutenção das instituições e dos poderes. O controle social dos gastos
públicos e a fiscalização dos cidadãos em relação ao uso adequado dos
recursos são questões básicas para a qualidade do crescimento do país.

(Zero Hora, RS, Editorial, 28/7/2010)

a) O Instituto Brasileiro de Planejamento é uma instituição oficial pública.


b) O acompanhamento do poder público por instituições independentes
prejudica o desenvolvimento do País, porque elas têm seus próprios
interesses.
c) A qualidade do crescimento do país está relacionada com o controle
social dos gastos públicos realizado pelos cidadãos.

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d) Se os governos mantivessem informações disponíveis sobre seus
gastos e sua arrecadação, a administração ficaria prejudicada.
e) O sistema de impostos é dispensável para a estruturação do Estado e
da sociedade.

Texto

De teor histórico-filosófico, os livros de M. Foucault investigam, em


determinadas sociedades e em determinados períodos, quais os modos
efetivos e historicamente variáveis de produção de verdade. Uma
consideração que se estende para a sociedade moderna, a partir das suas
instituições, diz respeito ao que podemos identificar como o traço
fundamental, comum a todas elas e que, certamente, é aplicável a toda
sociedade. Trata-se do princípio da visibilidade. A um tempo global e
individualizante, a visibilidade constitui uma espécie de princípio de
conjunto. À primeira vista sinal de transparência e de revelação da
verdade, pode-se contudo questionar se o gesto de mostrar-se, de
deixar-se ver, significaria uma postura despojada de desvelamento da
verdade de cada um ou se o desnudamento de si mesmo não seria uma
injunção, se a exposição de si não encobriria uma certa imposição
decorrente das regras que regem nosso modo de produção da verdade.
Acrescentemos que a investigação que quer melhor compreender nossa
época não pretende apenas situá-la pela sua diferença com o que a
precede, mas também, e sobretudo, instigar mudanças que, a partir e do
interior do nosso presente, possam inaugurar perspectivas outras na
direção do que está por vir.

(Salma T. Muchail, A produção da verdade. Filosofia especial, n. 08, p. 7, com


adaptações)

107- De acordo com a argumentação do texto, o “princípio da


visibilidade” ( .7)

a) encobre diferenças entre passado e futuro.


b) reforça a produção de uma falsa verdade.
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c) significa uma atitude individual e ousada.


d) está presente em todas sociedades.
e) questiona a verdade das instituições sociais.

ESAF – CVM – AGENTE EXECUTIVO – 2010

108- Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

Um passo fundamental para que não nos enganemos quanto à


natureza do capitalismo contemporâneo e o significado das políticas
empreendidas pelos países centrais para enfrentar a recente crise
econômica é problematizarmos, com cuidado, o termo neoliberalismo:

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“começar pelas palavras talvez não seja coisa vã”, escreve Alfredo Bosi
em Dialética da Colonização.
A partir da década de 1980, buscando exprimir a natureza do
capitalismo contemporâneo, muitos, principalmente os críticos, utilizaram
esta palavra que, por fim, se generalizou. Mas o que, de fato, significa? O
prefixo neo quer dizer novo; portanto, novo liberalismo. Ora, durante o
século XIX deu-se a construção de um liberalismo que viria encontrar a
sua crise definitiva na I Guerra Mundial em 1914 e na crise de 1929. Mas
desde o período entre guerras e, sobretudo, depois, com o término da II
Guerra Mundial, em 1945, tomou corpo um novo modelo, principalmente
na Europa, que de certa forma se contrapunha ao velho liberalismo: era o
mundo da social-democracia, da presença do Estado na vida econômica,
das ações políticas inspiradas na reflexão teórica do economista britânico
John Keynes, um crítico do liberalismo econômico clássico que viveu na
primeira metade do século XX. Quando esse modelo também entrou em
crise, no princípio da década de 1970, surgiu a perspectiva de
reconstrução da ordem liberal. Por isso, novo liberalismo, neoliberalismo.

(Grupo de São Paulo, disponível em


http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5158/9/, acesso em 28/10/2010)

a) De acordo com as ideias do primeiro parágrafo do texto, devemos


desvalorizar o termo “neoliberalismo”, porque é uma noção inválida.
b) O liberalismo que se formou no século XIX coincide com o mundo da
social-democracia.
c) John Keynes, que viveu na primeira metade do século XX, criticava e
se opunha à presença do Estado na vida econômica nas nações.
d) O termo neoliberalismo surgiu e passou a ser difundido na década de
80, logo após o modelo keynesiano entrar em crise.
e) O neoliberalismo propõe a volta à social-democracia e a presença mais
intensa do Estado na economia.

109- Assinale a opção em que o trecho do texto apresenta a sua ideia


principal.
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O potencial das energias propriamente “limpas” e renováveis é


enorme, comparativamente ao que já existe: ventos, marés, correntes
marítimas e fluviais, energia solar. Elas deverão constituir um nó
importante na matriz energética mundial. Entretanto, admite-se que
ainda assim continuarão sendo apenas complementares e não suficientes
para substituir o petróleo.
Um dos problemas dessas energias limpas é que o seu potencial não
é regularmente distribuído no mundo entre as nações consumidoras. O
Saara, Mogavi e o Nordeste brasileiro são exemplos de ricos potenciais de
energia solar, mas em que isso beneficia os grandes consumidores do
norte da Europa? O Nordeste brasileiro, assim como a região de Bengala e
outras regiões tropicais, tem enorme potencial eólico. Mas não são só
eles: a Dinamarca produz 75% da energia que consome pelos ventos.

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Poucos países podem rivalizar com o Brasil quanto à energia hidrelétrica.
Nenhuma dessas fontes energéticas limpas e renováveis poderá, por si,
constituir-se no sucessor do petróleo em nível mundial.

(Pergentino Mendes de Almeida disponível em


http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4881/9/, acesso em 29/10/2010)

a) “Um dos problemas dessas energias limpas é que o seu potencial não é
regularmente distribuído no mundo entre as nações consumidoras.” ( .7 e
8)
b) “O Nordeste brasileiro, assim como a região de Bengala e outras
regiões tropicais, tem enorme potencial eólico. Mas não são só eles: a
Dinamarca produz 75% da energia que consome pelos ventos.” ( .11 a
13)
c) “O Saara, Mogavi e o Nordeste brasileiro são exemplos de ricos
potenciais de energia solar, mas em que isso beneficia os grandes
consumidores do norte da Europa?” ( .9 a 11)
d) “O potencial das energias propriamente “limpas” e renováveis é
enorme, comparativamente ao que já existe: ventos, marés, correntes
marítimas e fluviais, energia solar.” ( .1 a 3)
e) “Nenhuma dessas fontes energéticas limpas e renováveis poderá, por
si, constituir-se no sucessor do petróleo em nível mundial.” ( .15 e 16)

ESAF – MPOG – ANALISTA PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – 2010

A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a


partir de alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de
civilização. Tal conceito, a exemplo dos que constituem a base da
estrutura da experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por
meio de seu contraponto, qual seja, o conceito de barbárie.
Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a
experiência da modernidade (que não deve ser pensada como algo que já
aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um
porvir) implica a experiência da violência que a tornou possível – a
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violência fundadora da modernidade. O processo civilizatório se constitui


a partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie. Tal
processo se dá de forma contínua, num movimento insistente que está
sendo sempre recomeçado. Pensando em termos de experiência
moderna, todas as grandes conquistas ou invasões das terras alheias
tiveram como justificativa a ocupação dos espaços da barbárie.

(Adaptado de Ruberval Ferreira, Guerra na língua: mídia, poder e terrorismo. 2007, p.


79-80)

110- A partir das ideias do texto, julgue como verdadeiras (V) ou falsas
(F) as inferências abaixo, em seguida, assinale a opção correta.

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( ) A conquista dos espaços ocupados pela barbárie constitui uma das
manifestações da violência que está na origem da modernidade.
( ) A experiência ocidental estrutura-se por meio de conceitos em
contraponto, ilustrados no contraponto entre civilização e barbárie.
( ) O processo civilizatório constitui um movimento de constante
recomeço porque espaços de violência devem ser ocupados.
( ) A ausência da oposição no conceito de modernidade tornaria
injustificável a ocupação de espaços de violência pelo processo
civilizatório.

A sequência correta é

a) V, V, V, F
b) V, V, F, V
c) V, V, F, F
d) F, V, F, V
e) F, F, V, V

Texto

O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma


gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de
tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática
de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência,
das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a
humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução
Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda
per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a
Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha
deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de
crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda
per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per
capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças
ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial
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agrícola da América.

(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento. VEJA, 26 de


agosto, 2009, p.74)

111- A partir da argumentação do texto, infere-se que

a) a Grande Divergência falhou em suas previsões, porque se baseou


apenas na evolução histórica da renda per capita.
b) as previsões de Malthus sobre o processo do desenvolvimento foram
confirmadas apenas nos países que não exploravam a agricultura.
c) a educação, associada ao desempenho dos governos, mostrou a
falsidade das previsões de Thomas Malthus.

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d) a contribuição da ciência para os avanços da tecnologia pode reverter
previsões quanto ao processo de desenvolvimento.
e) a Revolução Industrial, ao mostrar o potencial ilimitado de
desenvolvimento da humanidade, tornou-se prioridade de governo.

ESAF – MTE – AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO – 2010

A década de 1980 foi o marco do surgimento de um novo ator social


nos países ricos: o novo-pobre (nouveau-pauvre). Corolário do
desmoronamento do sistema de proteção social, em um quadro agravado
pela revolução tecnológica, que automatizou o sistema produtivo sem
gerar novos postos de trabalho, esse novo personagem vai materializar
uma inesperada e imprevisível reprodução, no mundo desenvolvido, do
problema da desigualdade social, tão comum no terceiro mundo.
O novo-pobre é, cada vez mais, a expressão do fenômeno da
exclusão social. Não é mais um indivíduo que está à margem, mas, sim,
fora do sistema econômico e social prevalente. Não tem acesso ao
mercado de trabalho (nem mesmo informal), não tem perspectiva de
engajamento (independentemente de seu grau de qualificação
profissional) e, cada vez mais, vai ficando de fora dos mecanismos de
proteção social do moribundo welfare state.
No caso da periferia, o fenômeno global da emergência do novo-
pobre, deserdado do neoliberalismo, soma-se ao histórico problema da
pobreza. Os velhos-pobres, em países como o Brasil, são atores presentes
na formação da sociedade nacional desde seus primórdios. O que se
apresenta como fato novo é a constatação de que estes últimos caíram
dos patamares da pobreza para os da miséria. E isso é tão evidente como
tão mais urbana foi-se tornando a sociedade.

(Marcel Bursztyn. “Da pobreza à miséria, da miséria à exclusão: o caso das populações
de rua”. In: No meio da rua: nômades, excluídos e viradores. Org.: Marcel Bursztyn. Rio
de Janeiro: Garamond, 2000, p.34-35, adaptado).

112- Assinale a opção que apresenta ideia que se confirma no texto.


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a) A categoria social novo-pobre aplica-se à realidade observada apenas


nos países pobres.
b) O processo de urbanização verificado no mundo na década de 1980 foi
o fator principal do surgimento de um novo ator social, fadado à exclusão
social.
c) Os efeitos do neoliberalismo no sistema produtivo são observados, a
partir de 1980, tanto em países ricos quanto no terceiro mundo.
d) A partir da década de 1980, verifica-se a substituição do processo
histórico de marginalização social pelo de exclusão, fenômeno que atinge
exclusivamente as populações da periferia dos países do terceiro mundo.
e) Dado estar o neoliberalismo atrelado à exclusão social, não surpreende
que seus efeitos se tenham manifestado nos países ricos, nos quais, à

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semelhança do que ocorreu no terceiro mundo a partir de 1980, a
desigualdade social instaurou-se.

Texto

Com devoção e entusiasmo, o sul do mundo copia e multiplica os


piores costumes do norte. E do norte não recebe as virtudes, mas o pior:
torna suas a religião norte-americana do automóvel e do desprezo pelo
transporte público bem como toda a mitologia da liberdade de mercado e
da sociedade de consumo. E o sul também recebe, de braços abertos, as
fábricas mais porcas, as mais inimigas da natureza, em troca de salários
que dão saudade da escravidão.
No entanto, cada habitante do norte consome, em média, dez vezes
mais petróleo, gás e carvão; e, no sul, apenas uma de cada cem pessoas
tem carro próprio. Gula e jejum do cardápio ambiental: 75% da
contaminação do mundo provém de 25% da população. E, nessa minoria,
claro, não figuram o bilhão e duzentos milhões que vivem sem água
potável nem o bilhão e cem milhões que, a cada noite, vão dormir de
barriga vazia. Não é “a humanidade” a responsável pela devoração dos
recursos naturais nem pelo apodrecimento do ar, da terra e da água. O
poder encolhe os ombros: quando este planeta deixar de ser rentável,
mudo-me para outro.

(Eduardo Galeano. O teatro do bem e do mal. Trad. Sérgio Faraco. Porto Alegre: L&PM,
2006, p.123.)

113- De acordo com o autor do texto, não é um fenômeno positivo que

a) apenas uma em cada cem pessoas dos países do hemisfério norte


possua automóvel.
b) 75% da população mundial utilize água potável e se alimente de forma
saudável.
c) os países do norte do mundo atribuam a culpa por todas as mazelas da
sociedade global aos países do hemisfério sul.
d) o desenvolvimento dos países ricos seja pautado, principalmente, na
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instalação de indústrias nos países do hemisfério sul.


e) ações predatórias do modelo de desenvolvimento de países ricos sejam
bem recebidas nos países do hemisfério sul.

114- Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

Na história do capitalismo, as crenças a respeito da relação entre


Estado e mercado seguem uma dinâmica pendular, chegando a atingir os
extremos do espectro ideológico. Períodos de maior confiança no livre
mercado e na desregulamentação podem permitir intenso crescimento
econômico, mas em geral se associam a deslocamentos abruptos e
nocivos no tecido social. A reação comum nos momentos subsequentes,

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em especial após uma crise, é uma meia-volta em favor de maior
intervenção do Estado.
Depois de 20 anos de marcante crescimento global, quando reinou
o ultraliberalismo no Ocidente e irromperam a revolução da tecnologia da
informação, a globalização acelerada e o protagonismo da China, nova
reviravolta pendular foi deflagrada pela crise financeira de 2008, que fez
ressurgir em muitos meios a crença no “Estado grande”.
Os adeptos desse slogan em geral colocam Estado e mercado como
opostos. É um erro. Trata-se mais de uma simbiose do que de uma luta,
pois, longe de existir em si mesmo, o mercado está inserido nas
estruturas da sociedade e, por conseguinte, na política. Mas o fato é que,
se antes o risco do ultramercadismo prevalecia, agora é a ameaça do
ultraestatismo que cabe combater.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)

a) Predomina na história do capitalismo a ideologia da


desregulamentação.
b) A confiança no livre mercado produz crescimento econômico sem
crises.
c) O ultraliberalismo provocou e intensificou o protagonismo da China.
d) A crise financeira de 2008 estimulou a crença no intervencionismo do
Estado.
e) O mercado funciona de forma independente em relação ao Estado.

ESAF – MTUR – ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO - 2014

115- Assinale a opção que não tem respaldo na argumentação do texto.

A economia mundial deve continuar em recuperação no próximo ano, com


os Estados Unidos, a maior potência, crescendo perto de 3% e
funcionando outra vez como um dos principais motores do crescimento
das outras nações. A economia número dois, a China, continuará
avançando bem mais velozmente que a média mundial, com taxa próxima
de 7,5%. Mas a retomada americana e a reação positiva japonesa
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tornarão mais eficiente a difusão da prosperidade no mundo, segundo as


projeções das mais importantes entidades multilaterais, incluídos o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).

(Adaptado de O Estado de S. Paulo, 14/12/2013)

a) A recuperação econômica dos Estados Unidos interfere positivamente


na economia mundial.
b) Conforme as informações do texto, os Estados Unidos tinham deixado
de ser temporariamente o motor do crescimento mundial.
c) A economia japonesa em crescimento influi na prosperidade mundial.

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d) O FMI prevê que a economia mundial ainda continuará estagnada por
muito tempo em decorrência da crise de 2008.
e) A economia da China crescerá mais que o dobro do que o crescimento
da economia dos Estados Unidos em 2014.

ESAF – MF – ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO - 2014

Devido à grande dificuldade na formatação das questões


desta prova, tive de fazer um “print” de cada questão, ok? Mesmo
assim deu um trabalho do baralho! Por favor, não me odeie! J

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117-

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ESAF – RFB – AUDITOR FISCAL - 2014 03265357481

Devido à grande dificuldade na formatação das questões


desta prova, tive de fazer um “print” de cada questão, ok? Mesmo
assim deu um trabalho do baralho! Por favor, não me odeie! J

118-

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ESAF – STN – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - 2013

Texto

Após um ano de grandes desafios na economia e, em consequência,


também para os investidores, as avaliações para 2013 indicam um pouco
mais de otimismo. Mas, diante de tantas modalidades e opções de
investimentos disponíveis no mercado financeiro, a escolha será definida
em parte pelo grau de endividamento, o objetivo a ser atingido com o

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planejamento financeiro e o foco na possibilidade de obter a melhor
rentabilidade para o montante aplicado.
No mercado de ações, que sofreu com os altos e baixos dos movimentos
econômicos tanto no Brasil como no exterior, a aposta dos especialistas
permanece nos papéis de empresas com atuação voltada ao consumo
interno, que são, em tese, menos suscetíveis às turbulências
internacionais.
Outra opção que vem ganhando terreno no mercado financeiro, os títulos
do Tesouro Direto seguem sendo apontados como uma boa opção,
principalmente os títulos que são indexados à inflação. Os especialistas
ainda apontam outras alternativas mais interessantes, como debêntures
sem imposto de renda, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
com incentivos tributários, fundos de investimento imobiliários e
Certificados de Recebíveis Imobiliários.

(Adaptado de Onde você investirá suas economias em 2013? http://


economia.ig.com.br/mercados/2013-01-07/onde-voce-investira-
suaseconomias-em-2013.html,acesso em 26/1/2013)

119- Da relação entre as ideias do texto, infere-se o termo

a) pelo investimento depois de “escolha”.


b) pelas avaliações depois de “atingido”.
c) em ações depois de “aplicado”.
d) do mercado depois de “turbulências”.
e) de avaliação depois de “alternativas”.

Texto

Em dezembro de 2012, o governo federal lançou mais uma rodada de


medidas para acelerar a economia. A ideia é trazer de volta
investimentos, que andaram desaparecidos nos últimos meses e que são
vitais para o crescimento. O objetivo é pressionar os investidores para
uma alta de 8% no ano de 2013 e, assim, sustentar a perspectiva de que
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o produto interno bruto avance 4% a partir de 2013. Há cinco trimestres


consecutivos, a taxa que mede o investimento em capital produtivo só
cai, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para
M. R., professor de economia, o diagnóstico do governo é correto, mas o
remédio é fraco. “A redução da taxa de juros sozinha não pode ser
entendida como fator decisivo para o investimento”, diz ele. “Essa decisão
tem mais a ver com as expectativas do setor privado em relação à
demanda”. Em outras palavras, os empresários não se sentem confiantes
no retorno que terão num horizonte de crise econômica prolongada,
apesar do acesso facilitado ao crédito.

(Adaptado de IstoÉ, 12/12/2012)

120- Subentende-se das ideias expressas no texto que

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a) a “rodada de medidas” inclui a redução da taxa de juros.


b) não faz parte da responsabilidade dos investidores do setor privado
“acelerar a economia”.
c) as maiores críticas às medidas do governo vêm do setor privado e do
“Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”.
d) não se pode atribuir à ideia de que o “remédio é fraco” a queda dos
investimentos em “capital produtivo”.
e) a “crise econômica prolongada” não resistirá ao avanço do produto
interno bruto para “4% a partir de 2013”.

FCC – TRE-SP – ANALISTA - 2004

Fundos para a Ciência

É correta a disposição do novo ministro da Ciência e Tecnologia,


Eduardo Campos, de abandonar os planos de seu antecessor para
descentralizar os recursos investidos na área. Não se trata de ser contra a
descentralização como conceito. A ideia de diminuir a excessiva
concentração de laboratórios e institutos de pesquisa nos Estados mais
ricos do país é uma meta a ser perseguida.

A questão é um pouco mais complexa. O ponto de partida deve ser


a constatação de que fazer ciência de qualidade é um processo caro e de
que os recursos disponíveis não são infinitos – muito pelo contrário, são
escassos. Distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode equivaler a
desperdiçar toda a verba. A alternativa que se impõe é fazer dotações que
possibilitem pesquisas consistentes e destiná-las a grupos capazes de
colher bons resultados. A pulverização das verbas pode atender a
interesses populistas de políticos, mas está longe de representar uma
forma minimamente racional de investir em ciência e tecnologia.

Mesmo sem fragmentar demais as verbas, é possível buscar a tão


almejada descentralização. Um exemplo é o planejado Instituto de
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Neurociências de Natal, que aos poucos começa a sair do papel. Trata-se


de projeto de pesquisadores brasileiros – que desenvolvem ciência de
ponta nos EUA – de criar no Rio Grande do Norte um centro de excelência
internacional em pesquisas neurológicas. O instituto, embora ainda não
tenha oficialmente nascido, já conta com terreno, alguma verba federal e,
principalmente, a massa crítica proporcionada por cientistas de primeira
linha, o que faz diferença.

Se todo investimento em ciência é uma aposta, cabe ao poder


público colocar suas fichas em projetos com maior possibilidade de
oferecer retorno. Se há uma combinação nefasta, é a do populismo com a
ciência.

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(Folha de S. Paulo, editorial, 13/03/04)

121- A opinião defendida nesse editorial


(A) diz respeito à necessidade de uma maior integração entre institutos
de pesquisa privados e públicos para melhor desenvolvimento de
tecnologia de ponta.
(B) é a de que é preciso lutar por uma suplementação de recursos
orçamentários, com vistas a um maior desenvolvimento da tecnologia
nacional.
(C) é a de que está havendo excessiva descentralização, por parte do
novo ministro do setor, de recursos destinados ao desenvolvimento da
ciência e da tecnologia.
(D) diz respeito à necessidade de bem administrar as parcas verbas para
a ciência e a tecnologia, destinando-as à pesquisa competente, que
ofereça retorno.
(E) é a de que, sem a necessária descentralização dos recursos para a
área de ciência e de tecnologia, os políticos continuarão a tomar
iniciativas de caráter populista.

122- Atente para as seguintes afirmações:

I. A opinião de que distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode


equivaler a desperdiçar toda a verba é uma crítica à política a ser adotada
pelo novo ministro da Ciência e da Tecnologia.
II. Numa primeira leitura, a frase para descentralizar os recursos
investidos na área pode indicar a meta do novo ministro da Ciência e da
Tecnologia, e não a do anterior, como é o caso.
III. O exemplo do nascente Instituto de Neurociências de Natal é tomado
como argumento em favor da necessidade de uma bem planejada e
criteriosa descentralização.

Considerando-se o que diz o texto, está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) I e II, somente. 03265357481

(C))II e III, somente.


(D) I e III, somente.
(E) III, somente.

123- O elemento sublinhado na frase


(A) É correta a disposição (...) de abandonar os planos de seu antecessor
para descentralizar os recursos investidos na área expressa uma
causalidade.
(B) Distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode equivaler a
desperdiçar toda a verba constitui um paradoxo.
(C) A pulverização das verbas pode atender a interesses populistas de
políticos tem o sentido de compromissos populares.
(D) (...) cabe ao poder público colocar suas fichas em projetos com maior
possibilidade de oferecer retorno tem o sentido de ir de encontro a.

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(E) Não se trata de ser contra a descentralização como conceito tem o
sentido de em tese.

FCC - TRE-SP – ANALISTA – 2006

Exclusão social

A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada


vez mais longa e mais cômoda. Essas vantagens se expandiram para um
número crescente de seres humanos. Graças à combinação dessas duas
tendências, os homens imaginaram que seria possível construir uma
utopia em que todos teriam acesso a tudo: todos, pelas mudanças
sociais; a tudo, por causa dos avanços técnicos. No século XX, numa
demonstração de arrogância, muitos chegaram a marcar o ano 2000
como a data da inauguração dessa utopia.
Neste início de século, vemos que a técnica superou as
expectativas. Os seres humanos dispõem de uma variedade de bens e
serviços inimagináveis até há bem pouco tempo, que aumentaram
substancialmente a esperança de vida, ampliaram o tempo livre a ser
usufruído e ainda oferecem a possibilidade de realizar sonhos de
consumo. Mas a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no
acordo, e uma parcela considerável da humanidade ficou excluída dos
benefícios. Ainda mais grave: o avanço técnico correu a uma velocidade
tão grande que passou a aumentar a desigualdade e a ameaçar a
estabilidade ecológica do planeta. A exclusão deixou de ser vista como
uma etapa a ser superada: é um estado ao qual bilhões de seres
humanos – os excluídos da modernidade – estão condenados.
Na modernidade técnica, o processo social, tanto entre os
capitalistas mais liberais quanto entre os socialistas mais ortodoxos, é
analisado do ponto de vista econômico, ignorando-se ou relegando-se a
um segundo plano os aspectos sociais e os éticos. Já no século XIX, na
luta pela abolição da escravidão, Joaquim Nabuco procurava encarar o
processo social sob três óticas: a moral, a social e a econômica. Mais de
um século passado, é urgente retomar essa visão triangular, se se deseja
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superar a barbárie da exclusão.

(Cristovam Buarque. Admirável mundo atual. S. Paulo: Geração


Editorial, 2001, pp. 188 e 328)

124- Neste início de século, vemos que a técnica superou as expectativas.


A afirmação acima, que abre o segundo parágrafo do texto,
(A) desmente a afirmação anterior de que estariam ocorrendo avanços
técnicos significativos ao longo do século XX.
(B) expande a afirmação anterior de que muitas vantagens tecnológicas
estariam atingindo um número crescente de seres humanos.
(C) confirma a afirmação anterior de que os homens estão sendo capazes
de construir uma utopia acessível a todos.

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(D) desmente a afirmação anterior de que a humanidade vem dominando
mais e mais as forças da natureza.
(E) expande a afirmação anterior de que as mudanças sociais estariam
beneficiando um número crescente de seres humanos.

125- No primeiro parágrafo, a utopia de que trata o autor teria como


característica essencial
(A) o acesso de muitos homens aos benefícios práticos da tecnologia.
(B) uma melhor expectativa de vida, independente do estágio da ciência.
(C) o desfrute plenamente socializado das conquistas tecnológicas.
(D) a proposição de uma nova era tecnológica a partir do ano de 2000.
(E) a confiança presunçosa no domínio absoluto do homem sobre a
natureza.

126- Considere as seguintes afirmações:


I. Na expressão todos teriam acesso a tudo, o autor dá ênfase ao que há
de absoluto nas pretensões dos criadores da referida utopia.
II. Com a frase a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no
acordo, o autor denuncia o processo de exclusão.
III. Com a frase a exclusão deixou de ser vista como uma etapa a ser
superada, o autor deixa claro que houve, enfim, uma ampla inclusão
social.
Considerando-se o contexto, está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

127- Ao se referir ao escritor Joaquim Nabuco, no terceiro parágrafo, o


autor do texto deseja demonstrar que
(A))é antiga a luta para que a inclusão social dos oprimidos se dê do
modo mais abrangente possível.
(B) vem de longe a idéia de que o progresso tecnológico encaminha a
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solução das questões sociais.


(C) aquele escritor, já no século XIX, propunha-se a enfrentar a barbárie
do desequilíbrio ecológico do planeta.
(D) são antigas as lutas pela abolição do trabalho forçado, caracterizadas
pela plena confiança nas vantagens da tecnologia.
(E) vem de longe a idéia de que a exclusão social só ocorre quando o
avanço tecnológico é pouco relevante.

128- A expressão relegando-se a um segundo plano, utilizada no terceiro


parágrafo, preencherá adequadamente a lacuna da frase:
(A) Passei a me dedicar ainda mais a ela e, ...... meus sonhos mais altos,
desisti definitivamente de ir trabalhar no exterior.
(B) O diretor da empresa surpreendeu seu assessor ......, fingindo passar-
se por ele, o atrevido.

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(C) Ele percebeu que as metas traçadas eram ambiciosas demais, e
imaginou outras, ...... aquelas que de fato não poderia cumprir.
(D) ...... , muitas mulheres, como as da antiga Atenas, vivem por seus
maridos e filhos.
(E) Há muita gente que, ...... seu pudor, não hesita em proclamar bem
alto suas supostas virtudes.

FCC – TRE-SP – TÉCNICO – 2006

Texto I

É melhor ser alegre que ser triste, já dizia Vinícius de Moraes. Sem
dúvida. O poeta ia mais longe, entoando em rima e em prosa que tristeza
não tem fim. Já a felicidade, sim. Até hoje, muita gente chora ao ouvir
esses versos porque eles tocam num ponto nevrálgico da vida humana:
os sentimentos. E quando tais sentimentos provocam algum tipo de dor,
fica difícil esquecer - e ainda mais suportar. A tristeza, uma das piores
sensações da nossa existência, funciona mais ou menos assim: parece
bonita apenas nas músicas. Na vida real, ninguém gosta dela, ninguém a
quer ver.
Tristeza é um sentimento que responde a estímulos internos,
como recordações, memórias, vivências; ou externos, como a perda de
um emprego ou de um amor. Não se trata de uma emoção, que é uma
resposta imediata a um estímulo. No caso de tristeza, nosso organismo
elabora e amadurece a emoção, antes de manifestá-la. É uma resposta
natural a situações de perdas ou frustrações, em que são liberados
hormônios cerebrais responsáveis por angústia, melancolia ou coração
apertado.
“A tristeza é uma resposta que faz parte de nossa forma de ser e
de estar no mundo. Passamos o dia flutuando entre pólos de alegria e
infelicidade”, afirma o médico psiquiatra Ricardo Moreno. Se passamos o
dia entre esses pólos de flutuação, é bom não levar tão a sério os
comerciais de margarina em que a família é linda, perfeita, alegre e até
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os cachorros parecem sorrir o tempo inteiro. Vivemos numa época em


que a felicidade constante é praticamente um dever de todos. É fato: ser
feliz o tempo todo está virando uma obrigação a ponto de causar
angústia.
Especialistas, no entanto, afirmam que estar infeliz é mais do que
natural, é necessário à condição humana. A tristeza é um dos raros
momentos que nos permite reflexão, uma volta para nós mesmos, uma
possibilidade de nos conhecermos melhor. De saber o que queremos, do
que gostamos. E somente com essa clareza de dados é que podemos
buscar atividades que nos dão prazer, isto é, que nos fazem felizes. Assim
como a dor e o medo, a tristeza nos ajuda a sobreviver. Sim, porque se
não sentíssemos medo, poderíamos nos atirar de um penhasco. E se não

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tivéssemos dor, como o organismo poderia nos avisar de que algo não vai
bem?

(Adaptado de Mariana Sgarioni, Emoção & Inteligência,


Superinteressante, p. 18-20)

129- Identifica-se a ideia principal do texto em:


a) poetas convivem com sentimentos negativos, como a tristeza, porque
são incapazes de perceber os momentos felizes que ocorrem
normalmente no cotidiano das pessoas.
b) Felicidade corresponde a uma forma ideal de vida, por isso peças de
publicidade enfatizam os momentos mais agradáveis da vida familiar.
c) Tristeza é um sentimento natural de reação a situações de frustração,
sendo, portanto, inerente à condição humana.
d) Tristeza e felicidade, sentimentos permanentes da vida, são os temas
preferidos de poetas e músicos, por isso utilizados atualmente por
publicitários.
e) O ideal que todos devem buscar, em seu dia-a-dia, deve ser o de se
sentirem constantemente alegres e felizes.

130- A afirmativa correta de acordo com o texto é:


a) Vinicius de Moraes tinha toda a razão quando escreveu que tristeza
não tem fim, mas a felicidade, sim.
b) Sentimentos de felicidade e de tristeza, embora sejam opostos entre
si, provocam, ambos, sensação de dor nas pessoas.
c) A televisão, ao mostrar situações familiares de felicidade completa,
apóia-se em descobertas recentes sobre os sentimentos humanos.
d) O choro causado pelos versos de uma música bem triste ensina as
pessoas a suportarem melhor as grandes frustrações da vida real.
e) A tristeza constitui um sentimento que propicia ao ser humano maior
consciência de si próprio e de seus anseios.

Texto
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Apesar da queda relativa, a Região Sudeste ainda responde por


mais da metade do PIB nacional. O Estado de São Paulo apresentou a
maior queda relativa nos últimos anos, mas responde por cerca de um
terço da riqueza produzida no País. Historicamente baseado na agricultura
e na indústria, o Sudeste está rapidamente descortinando sua vocação
para os serviços.

O chamado setor terciário – que engloba o comércio, a área


financeira e todos os tipos de serviços – já é majoritário nos quatro
Estados da Região. Segundo o professor de economia da Universidade de
São Paulo, Carlos Azzoni, a região está se sofisticando e se especializando
na prestação de serviços. O Sudeste está se transformando numa
referência na América Latina nas áreas de saúde, educação, tecnologia e

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informática. O setor financeiro mais sofisticado deve permanecer
concentrado na região por longos anos.

Para o mercado de trabalho, a mudança da vocação regional


significa a perda de vagas fixas e a abertura de muitas oportunidades de
trabalho menos rígidas. A agricultura deverá manter sua força na Região,
mas precisa investir em culturas extensivas para garantir a
competitividade. A tendência será concentrar a produção em culturas com
maior produtividade que se encaixam nesse perfil, como a cana-de-
açúcar, a laranja e as flores.

Embora as facilidades logísticas desobriguem as empresas de


produzir junto ao mercado, a força de consumo do Sudeste ainda cria
muitas oportunidades. Alguns centros no interior de São Paulo e Minas
Gerais têm força equivalente à de capitais de Estados menores. Essas
cidades médias possuem, além do mercado, mão-de-obra qualificada e
custos reduzidos em relação aos grandes centros. Por isso, a
interiorização do desenvolvimento é uma tendência irreversível, segundo
os especialistas. Outra aposta recorrente está na área de logística e
distribuição, da qual as empresas dependem cada vez mais, por ser um
setor que se desenvolve necessariamente junto aos grandes mercados.
(Adaptado de Karla Terra, Novo mapa do Brasil, O Estado de S. Paulo, H2, 11 de dezembro de
2005)

131- O texto está corretamente resumido da seguinte maneira:


(A) A ausência de consumidores obriga o setor industrial a uma
transformação no mercado de trabalho, para torná-lo mais flexível.
(B) As distâncias entre centros produtores e respectivos consumidores
justificam a queda relativa do PIB na Região Sudeste.
(C) Estados de extensão geográfica menor, em relação aos da Região
Sudeste, ampliam oportunidades de trabalho, com a interiorização dos
serviços.
(D) A queda relativa do PIB na Região Sudeste desperta interesse mais
voltado para a agricultura, com a produção de alguns itens diferenciados.
(E) De base historicamente agroindustrial, o Sudeste avança pelo setor
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terciário, que já se tornou o mais significativo em toda a Região.

132- É correto afirmar, considerando o contexto, que a Região Sudeste


(A) perdeu consideravelmente sua importância na área agroindustrial,
com a interiorização do desenvolvimento econômico.
(B) deve ampliar sua força de consumo no mercado interno, para escoar a
produção agrícola específica e recuperar a queda do PIB.
(C) representa papel de destaque na economia brasileira, com novas
oportunidades de trabalho, especialmente na área de serviços.
(D) sofreu queda no PIB em consequência do afastamento de muitas
empresas, que passaram a operar à distância do mercado consumidor.
(E) concentra sua economia em cidades menores, por seus custos
reduzidos, o que leva à perda relativa de sua importância na economia

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nacional.

Texto

Durante os períodos eleitorais, muito se fala do voto como


expressão do exercício de cidadania. No entanto, o conceito de cidadania
não se esgota no direito de eleger e de ser eleito para compor os órgãos
estatais incumbidos de elaborar executar ou fazer cumprir as leis. Ao
contrário, o conceito de cidadania, como um dos fundamentos da
República, é mais que o mero exercício do direito do voto.
A cidadania compreende, além disso, o direito de apresentar
projetos de lei diretamente às casas legislativas, de peticionar ou de
representar aos poderes públicos. Em verdade, a cidadania exige, no
Estado Democrático de Direito, que os cidadãos participem nos negócios
públicos – elegendo ou sendo eleitos como representantes do povo –,
principalmente inter vindo no processo de elaboração e na fiscalização das
leis, não apenas em defesa de interesses próprios, mas dos de toda a
sociedade.
Vê-se, pois, como é conveniente que os cidadãos tenham pelo
menos boas noções de processo legislativo, para saber como e quando
devem nele intervir, em defesa do interesse comum. A educação, por
exemplo, é assunto de interesse público, porque sempre foi não apenas a
ferramenta essencial da construção da cultura e da civilização, mas o
instrumento supremo da sobrevivência humana e de sua evolução. Foi ela
que permitiu aos homens, cada vez mais, uma elaborada adaptação ao
meio ambiente, ao longo de incontáveis eras. Foi e continua sendo o
grande diferencial na história evolutiva da humanidade.
Por sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas
e do País, a educação é apresentada como prioridade nos diferentes
programas de candidatos a cargos executivos e legislativos.

(Adaptado de Cláudio Fonseca, Jornal dos Professores, p. 7, julho de


2006)
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133- A ideia central do texto consiste na discussão de

(A) normas legais, especialmente em relação ao exercício do direito do


voto, que compete aos cidadãos
(B) determinados princípios democráticos a que todos devem submeter-
se, especialmente nos períodos eleitorais.
(C) como os candidatos a cargos executivos e legislativos devem participar
efetivamente da ordem democrática.
(D) um conceito mais amplo de cidadania e das condições para exercê-la
de uma forma eficaz e participativa.
(E) uma educação pública de qualidade, como programa básico de
diferentes candidatos a cargos eletivos

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134- Considere as afirmativas abaixo:

I. O conceito de cidadania engloba participação ativa nos negócios


públicos e ultrapassa o simples ato de votar nos dias de eleição.
II. A escolha dos candidatos a cargos públicos, especialmente os que
envolvem função legislativa, deve valorizar aqueles que se preocupam
prioritariamente com a educação pública.
III. A evolução da humanidade só foi coroada de êxito a partir da definição
e da aceitação de um conceito comum de educação.

Considerando-se o contexto, está correto o que se afirma SOMENTE em

(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) II e III

FCC – TRE-TO - ANALISTA – 2011

De volta à Antártida

A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como


parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença
na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da
revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de
prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a
reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar
estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por
satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à
Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência
comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia
herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas
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pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento


afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a
“paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se
posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um
desmembramento territorial do continente.

(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)

135- Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para


retomar outras já utilizadas sem repeti-las literalmente, como ocorre em:

I. o continente gelado = a Antártida


II. Moscou = a Rússia

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III. a revista Science = o blog Science Insider
IV. a potência comunista = a União Soviética

Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em


(A) I e III, apenas.
(B) I e IV, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

Texto

Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade


antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe
ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho,
escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. Sinto
que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara
ruim nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da
origem humilde. Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas
mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p.
29)

136- Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto.


I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade onde todos se
cumprimentam e ninguém nos conheça, o narrador incorre numa evidente
e insolúvel contradição.
II. A afirmação de que a outra mulher teve uma educação rigorosa é
reafirmação, por contraste, de que aquela a quem o narrador se dirige
não a teve, o que já estava implícito no propósito de lhe ensinar a falar
direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho etc.
III. Ao dizer que sua interlocutora parece uma moça digna apesar da
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origem humilde, o narrador sugere, por meio da concessiva, que a


dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde.

Está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

137- ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo
para o sentido original, por:
(A) pessoalmente.

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(B) de modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre outras coisas.
(E) cuidadosamente.

Texto

Cartão de Natal

Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.

João Cabral de Melo Neto

138- No poema, João Cabral


(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal
as pessoas se tornem generosas e façam o sim comer o não.
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois nestes dias a
aventura parece em ponto de vôo, mas depois a rotina segue como
sempre. 03265357481

(C) critica a atração núbil para o dente daqueles que transformam o Natal
em uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em
que os homens se transformam para melhor e fazem o ferro comer a
ferrugem.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma
transformação, e que, ao contrário de outros natais, seja possível
começar novo caderno.

139- É correto perceber no poema uma equivalência entre


(A) ferrugem e aventura.
(B) dente e entusiasmo.
(C) caderno e vida.
(D) sementes e pão do dia.

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(E) ferro e atração núbil.

140- que desta vez não perca esse caderno


Com a frase acima o poeta
(A) alude a uma impossibilidade.
(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.
(D) revela sua hesitação.
(E) manifesta desconfiança.

FCC – TRE-TO – TÉCNICO - 2011

Texto I

O documentário E Agora? pretende revelar detalhes do tráfico de


aves silvestres no Brasil. Segundo o produtor Fábio Cavalheiro, o longa-
metragem apresentará cenas de flagrantes de tráfico, as rotas do
comércio ilegal e entrevistas com autoridades e representantes de ONGs.

A Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o projeto e, agora,


busca-se patrocínio. A ONG SOS Fauna, especializada em resgates, foi
uma das orientadoras para a produção do filme.

O longa também se propõe a discutir outro problema: o fato de que,


mesmo quando salvas das mãos dos traficantes, muitas aves não são
reintroduzidas na natureza.

Além da versão final editada para o cinema, as entrevistas e


materiais pesquisados estarão disponíveis para pesquisadores que
queiram se aprofundar no tema. A intenção é a de que o filme contribua
para a educação – e, por isso, será oferecido para estabelecimentos de
ensino.
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Entre as espécies mais visadas pelos traficantes estão papagaios, a


araponga, o pixoxó, o canário-da-terra, o tico-tico, a saíra-preta, o galo-
de-campina, sabiás e bigodinho
.
(O Estado de S. Paulo, A30 Vida, Planeta, 21 de novembro de 2010)

141- O assunto do texto está corretamente resumido em:


(A) Um longa-metragem, em forma de documentário, abordará o tráfico
de aves silvestres no Brasil, e terá objetivos educativos.
(B) A Ancine deverá escolher e patrocinar a realização de alguns projetos
de filmes educativos, destinados às escolas brasileiras.
(C) ONGs voltadas para a proteção de aves silvestres buscam a realização
de novos projetos, como a de filmes educativos.

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(D) Várias espécies de aves silvestres encontram-se em extinção, apesar
dos constantes cuidados de ONGs destinadas à sua proteção.
(E) Apesar das intenções didáticas, filme sobre tráfico de aves silvestres
não atinge sua finalidade educativa.

142- O texto informa claramente que


(A) o produtor do documentário sobre aves silvestres baseou-se em
entrevistas com pesquisadores para desenvolver o roteiro do filme.
(B) as discussões referentes aos diversos problemas que colocam em
perigo as aves silvestres já estão em andamento na Ancine.
(C) algumas Organizações Não Governamentais estão se propondo a
proteger aves silvestres capturadas e a preparar seu retorno à natureza.
(D) o objetivo principal do documentário será oferecer subsídios a
pesquisadores interessados em estudos sobre aves silvestres brasileiras.
(E) o projeto do documentário sobre o tráfico de aves silvestres já foi
aprovado, mas ainda não há patrocinador para sua produção.

Texto II

A bailarina

A profissão de bufarinheiro está regulamentada; contudo, ninguém


mais a exerce, por falta de bufarinhas*. Passaram a vender sorvetes e
sucos de fruta, e são conhecidos como ambulantes.

Conheci o último bufarinheiro de verdade, e comprei dele um


espelhinho que tinha no lado oposto a figura de uma bailarina nua. Que
mulher! Sorria para mim como prometendo coisas, mas eu era pequeno,
e não sabia que coisas fossem. Perturbava-me.

Um dia quebrei o espelho, mas a bailarina ficou intata. Só que não


sorria mais para mim. Era um cromo como outro qualquer. Procurei o
bufarinheiro, que não estava mais na cidade, e provavelmente teria
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mudado de profissão. Até hoje não sei qual era o mágico: se o


bufarinheiro, se o espelho.

* bufarinhas − mercadorias de pouco valor; coisas insignificantes.

(Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis, in Prosa Seleta. Rio


de Janeiro: Nova Aguilar, 2003, p.89)

143- O texto se desenvolve como


(A) depoimento de uma criança sobre o espelhinho que tinha no lado
oposto a figura de uma bailarina nua, registrado em sua memória.
(B) discussão em torno da importância de certas profissões, ainda que se
destinem ao comércio de bufarinhas.

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(C) crítica a um tipo de vendedores que não se preocupa com valores
morais, como no caso da figura da bailarina nua vendida a uma criança.
(D) relato de caráter pessoal, em que o autor relembra uma situação
vivida quando era pequeno e reflete sobre ela.
(E) ensaio de caráter filosófico, em que o autor questiona o dilema diante
de certos fatos da vida, apontado na dúvida final: Até hoje não sei qual
era o mágico.

144- É INCORRETO afirmar que:


(A) A exclamação Que Mulher! cria uma incoerência no contexto, por
referir-se a uma figura feminina que era, na verdade, um cromo como
outro qualquer.
(B) Percebe-se, na fala do contista, certa nostalgia em relação aos
bufarinheiros, que vendiam sonhos, embutidos nas pequenas coisas.
(C) Bufarinheiro é uma palavra atualmente em desuso no idioma, porém
é possível entender seu sentido no decorrer do texto.
(D) Uma possível conclusão do texto é a de que a verdadeira mágica
estava no encanto da criança, quebrado com o espelho partido.
(E) No 1o parágrafo o autor constata mudança de hábitos na substituição
das bufarinhas por sorvetes e sucos de fruta.

Texto III

Na Academia Brasileira de Letras, há um salão bonito, mas um


pouco sinistro. É o Salão dos Poetas Românticos, com bustos dos nossos
principais românticos na poesia: Castro Alves, Gonçalves Dias, Casimiro
de Abreu, Fagundes Varela e Álvares de Azevedo.

Os modernistas de 22, e antes deles os parnasianos, decidiram


avacalhar com essa turma de jovens, que trouxe o Brasil para dentro de
nossa literatura. Foram os românticos, na rosa e no verso, que colocaram
em nossas letras as palmeiras, os índios, as praias selvagens, o sabiá, as
borboletas de asas azuis, a juriti − o cheiro e o gosto de nossa gente. Não
fosse o romantismo, ficaríamos atrelados ao classicismo das arcádias, à
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pomposidade do verso burilado. Sem falar nos poemas-piadas, a partir de


1922, todos como vanguarda da vanguarda.

Foram jovens. Casimiro morreu com 21 anos, Álvares de Azevedo


com 22, Castro Alves com 24, Fagundes Varela com 34. O mais velho de
todos, Gonçalves Dias, mal chegara aos 40 anos. O Salão dos Poetas
Românticos é também sinistro pois é de lá que sai o enterro dos imortais,
que morrem como todo mundo.

(Adaptado de Carlos Heitor Cony "Salão dos românticos". FSP,


16/12/2010)

145- No 2º parágrafo, identifica-se


(A) aceitação, com ressalvas, do fato de a escola romântica

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ser considerada superior à parnasiana por esta última não ter sido
produzida por jovens talentos.
(B) elogio à produção literária dos autores parnasianos, cujas obras
clássicas teriam inspirado o modernismo de 22.
(C) comparação do movimento de 22 com o romantismo, e conclusão de
que o primeiro, mais ousado, é superior ao segundo.
(D) reflexão a respeito do valor dos poetas românticos brasileiros, que
teriam sido injustamente criticados por parnasianos e modernistas.
(E) constatação dos inúmeros defeitos da produção literária modernista,
com base na falta de seriedade de seus autores.

146- ... pois é de lá que sai o enterro dos imortais, que morrem como
todo mundo. (final do texto)
A frase acima
(A) aponta a desvalorização dos escritores que já foram considerados os
melhores do país.
(B) produz efeito humorístico advindo do paradoxo causado por um jogo
de palavras com os conceitos de mortalidade e imortalidade.
(C) conclui que apenas os autores românticos merecem ser chamados de
imortais.
(D) repudia com sarcasmo o privilégio oferecido aos autores da Academia,
pois são mortais como os demais escritores.
(E) estabelece oposição à ideia de que o Salão dos Poetas Românticos
teria algo de fúnebre.

147- − o cheiro e o gosto de nossa gente. (2o parágrafo)


O segmento acima configura-se como
(A) ressalva ao que foi afirmado antes.
(B) síntese valorativa da enumeração que o antecede.
(C) causa dos fatos que foram apresentados.
(D) opinião que sintetiza a ideia principal do parágrafo.
(E) explicação que complementa o termo imediatamente anterior.

FCC – TRE-AP – ANALISTA – 2011


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As indústrias culturais, e mais especificamente a do cinema, criaram


uma nova figura, “mágica”, absolutamente moderna: a estrela. Depressa
ela desempenhou um papel importante no sucesso de massa que o
cinema alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito tempo
restrito apenas à tela grande, estendeu-se progressivamente, com o
desenvolvimento das indústrias culturais, a outros domínios, ligados
primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show business. Mas
alguns sinais já demonstravam que o sistema estava prestes a se
espalhar e a invadir todos os domínios: imagens como as de Gandhi ou
Che Guevara, indo de fotos a pôsteres, no mundo inteiro, anunciavam a

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planetarização de um sistema que o capitalismo de hiperconsumo hoje vê
triunfar.
O que caracteriza o star-system em uma era hipermoderna é, de
fato, sua expansão para todos os domínios. Em todo o domínio da cultura,
na política, na religião, na ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na
filosofia, até na cozinha, tem-se uma economia do estrelato, um mercado
do nome e do renome. A própria literatura consagra escritores no
mercado internacional, os quais negociam seus direitos por intermédio de
agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias do espetáculo.
Todas as áreas da cultura valem-se de paradas de sucesso (hit-parades),
dos mais vendidos (best-sellers), de prêmios e listas dos mais populares,
assim como de recordes de venda, de frequência e de audiência destes
últimos.
A extensão do star-system não se dá sem uma forma de
banalização ou mesmo de degradação − da figura pura da estrela,
trazendo consigo uma imagem de eternidade, chega-se à vedete do
momento, à figura fugidia da celebridade do dia; do ícone único e
insubstituível, passa-se a uma comunidade internacional de pessoas
conhecidas, “celebrizadas”, das quais revistas especializadas divulgam as
fotos, contam os segredos, perseguem a intimidade. Da glória, própria
dos homens ilustres da Antiguidade e que era como o horizonte
resplandecente da grande cultura clássica, passou-se às estrelas − forma
ainda heroicizada pela sublimação de que eram portadoras − , depois,
com a rapidez de duas ou três décadas de hipermodernidade, às pessoas
célebres, às personalidades conhecidas, às “pessoas”. Deslocamento
progressivo que não é mais que o sinal de um novo triunfo da forma
moda, conseguindo tornar efêmeras e consumíveis as próprias estrelas da
notoriedade.

(Adap. de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. Uma cultura de celebridades: a


universalização do estrelato. In A cultura – mundo: resposta a uma sociedade
desorientada. Trad: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p.81
a 83)

148- No texto, os autores 03265357481

(A) tecem elogios às indústrias culturais, assinalando como positivo o


desempenho delas na constituição de sociedades modernas.
(B) advogam o reconhecimento do papel exclusivo do cinema na criação e
disseminação da figura da estrela.
(C) atribuem às estrelas do cinema a massificação dessa arte, em um
sistema que permanece unicamente por força da atuação das atrizes de
alta categoria.
(D) condenam a expansão do sistema que equivocadamente se constituiu
no passado em torno da figura da estrela, porque ele tornou obrigatória a
figura intermediária do agente.
(E) apontam a hipermodernidade como era que adota, de modo
generalizante, práticas que na modernidade mais se associavam às
indústrias do espetáculo.

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149- Os autores referem-se a Gandhi ou Che Guevara com o objetivo de


(A) insinuar que, na modernidade, a imagem independe do valor que
efetivamente um homem representa.
(B) recriminar, em aparte irrelevante para a argumentação principal, a
falta de critério na exposição da figura de um líder, que acarreta o uso
corriqueiro de sua imagem − numa foto ou pôster.
(C) comprovar que o sistema associado à figura da estrela estava ligado
aos setores do espetáculo, da televisão, do show business.
(D) conferir dignidade à indústria cultural, demonstrando que essa
indústria tem também a função de dar visibilidade à imagem de grandes
líderes.
(E) demonstrar, por meio de particularização, que antes da era
hipermoderna já havia sinais de que o starsystem invadiria todos os
domínios.

FCC – TRE-AP – TÉCNICO – 2011

Texto I

A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade,


igualdade e fraternidade, deu passo temerário ao proibir o uso, em
espaços públicos, de véus que cubram totalmente o rosto. Trata-se de
uma manifestação de intolerância difícil de reconciliar com os valores que
a nação francesa veio a representar no mundo.
Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias
tradicionais em alguns grupos muçulmanos, como o niqab (que deixa só
os olhos à mostra) e a burca (que os mantém cobertos por uma tela). A
legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana e já motivou a
aplicação de uma multa de cerca de R$ 340.
A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação da
pessoa, sob o pretexto de que essa dissimulação pode favorecer
comportamentos suscetíveis de perturbar a ordem pública. Vale para
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ruas, parques, escolas, repartições, bibliotecas, hospitais, delegacias e


ginásios de esporte. Domicílios, veículos particulares e locais de culto
ficam excetuados.
Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer acessório
− como máscaras ou capacetes − que oculte o rosto. A intenção de
discriminar muçulmanas transparece quando se considera a exceção feita
na lei: máscaras usadas no contexto de festas, manifestações artísticas
ou procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter tradicional".
Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval, no Halloween
ou em procissões. Muçulmanas, no dia a dia, não − ainda que a peça seja
de uso tradicional. O argumento da obrigatoriedade de identificação é
ponderável. A própria legislação admite que a identidade seja confirmada
em recinto policial. A imposição de multa, porém, parece abusiva.

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A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros símbolos
religiosos − deveriam ser considerados parte integrante do direito à
expressão da personalidade, o que inclui a fé. Decerto que em muitos
casos o uso do véu é imposto pela família e pode ser um símbolo de
sujeição da mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria para
que a lei resulte em violação de seus direitos.
A medida extrema só encontra explicação no sentimento xenófobo
que se dissemina pela França. Vem a calhar para o presidente Nicolas
Sarkozy, que parece disposto a tudo para melhorar seus índices de
popularidade.

(Folha de S.Paulo. Opinião. 13 de abril de 2011)

150- O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no texto é:


(A) Privilégios dos cristãos.
(B) Intolerância à francesa.
(C) Datas religiosas e pagãs.
(D) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy.
(E) Lugares públicos e privados.

151- O autor do editorial, ao


(A) referir-se a berço (linha 1), reconhece a França como origem de
valores fundamentais, mas, ao mencionar modernos (linha 1), critica o
anacronismo da tríade (linha 1).
(B) falar em intolerância (linhas 4 e 5), toma como ponto de referência a
cultura europeia contemporânea, que ele considera nada dever à tradição
francesa.
(C) caracterizar passo (linha 2), manifesta uma avaliação pessoal sobre a
lei francesa, passando a fundamentar sua apreciação ao longo do texto.
(D) mencionar niqab e burca (linha 9), defende que, na realidade, essas
indumentárias são símbolos dos crimes praticados por certos grupos
muçulmanos.
(E) citar a legislação adotada em 2010 (linhas 10 e 11), inicia a
argumentação que desabonará totalmente a lei que trata do uso de véus,
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visto que essa lei não preceitua nada que mereça séria consideração.

152. No aproveitamento que o autor fez da ideia, o grau de generalidade


citado (linha 20) remete mais especificamente à não
(A) citação do número da lei (linha 13).
(B) identificação da pessoa (linha 14).
(C) caracterização da forma como a lei interdita (linha 13).
(D) definição do pretexto (linha 14).
(E) especificação de vestimentas (linha 13).

153- A expressão do texto que está corretamente entendida é:


(A) (linhas 4 e 5) manifestação de intolerância difícil de reconciliar /
forma de repressão que se manifesta pela dificuldade de conciliação com
as pessoas.

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(B) (linhas 5 e 6) valores que a nação francesa veio a representar no
mundo / qualidades francesas que poderiam se tornar símbolos mundiais.
(C) (linhas 7 e 8) a proibição criminaliza o porte de indumentárias
tradicionais / a interdição acaba produzindo o crime de porte ilegal de
indumentárias tradicionais.
(D) (linhas 14 e 15) sob o pretexto de que essa dissimulação / com a
alegação de que essa ocultação.
(E) (linhas 15 e 16) pode favorecer comportamentos suscetíveis de
perturbar a ordem pública / favoreceria comportamentos passíveis de
atentar contra regimes democráticos.

154- O segmento que expressa ponto de vista normativo por parte do


editorialista é:
(A) A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade,
igualdade e fraternidade, deu passo temerário...
(B) Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias
tradicionais em alguns grupos muçulmanos...
(C) A legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana...
(D) A imposição de multa, porém, parece abusiva.
(E) A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros símbolos
religiosos − deveriam ser considerados parte integrante do direito à
expressão da personalidade...

FCC – TRE-RN – ANALISTA – 2011

Nas ilhas Mascarenhas − Maurício, Reunião e Rodriguez −,


localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de
pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade
humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções
também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de
uma família singular de pombos que não voavam − o solitário da ilha
Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha
Reunião, desaparecido por volta de 1746; e o célebre dodô da ilha
Maurício, encontrado pela última vez no início da década de 1680 e quase
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certamente extinto antes de 1690.


Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem
cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas, em cujo
topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande
de ponta bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica,
inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de voo). Os
dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no
chão.
Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo
gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura
para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua
extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação
humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para as

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ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao
que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô,
alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão − e muitos
naturalistas atribuem um número maior de mortes à chegada desses
animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados os
primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô
vivo na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou
vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não
encontrou nenhum.

(Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê”, A


montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São Paulo, Cia. das
Letras, 2003, pp. 286-8)

155- “Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções


também ocorreu nessa localidade...” (1o parágrafo)

A frase acima transcrita deve ser entendida como indicação de que a


extinção das espécies de pombos que não voavam das ilhas Mascarenhas

(A) seria um modelo a ser utilizado pelos homens no futuro, quando


decididos a erradicar espécies inúteis ou prejudiciais.
(B) é uma das primeiras extinções de animais vinculadas à ação direta ou
indireta dos homens de que se tem notícia.
(C) teria ocorrido muito tempo antes do verdadeiro início da extinção de
espécies por conta de ações humanas diretas ou indiretas.
(D) é um episódio tão antigo na história das relações entre homens e
animais que pode ser considerado singular e ultrapassado.
(E) deu origem a um padrão para as futuras extinções de animais, que
estariam sempre ligadas à colonização humana de novas terras.

156- As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis... (2o


parágrafo)
Ao que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô,
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alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão... (último


parágrafo)

A expressão grifada nas frases acima transcritas deixa transparecer, em


relação às afirmações feitas,
(A) a sua comprovação científica irrefutável.
(B) a certeza absoluta que o autor quer partilhar com o leitor.
(C) o receio do autor ao formular um paradoxo.
(D) a sua pequena probabilidade.
(E) o seu caráter de hipótese bastante provável.

157- O segmento cujo sentido está corretamente expresso em outras


palavras é:
(A) se multiplicaram de maneira prodigiosa = cresceram ilusoriamente.

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(B) as duas espécies se regalaram = os dois gêneros se empanturraram.
(C) uma família singular = um conjunto variegado.
(D) que selou o destino = que indigitou a fatalidade.
(E) empenhou-se na procura = dedicou-se com afinco à busca.

Texto II

AS LAVADEIRAS DE MOÇORÓ, cada uma tem sua pedra no rio; cada


pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta,
como vão passando as águas no tempo. As pedras têm um polimento que
revela a ação de muitos dias e muitas lavadeiras. Servem de espelho a
suas donas. E suas formas diferentes também correspondem de certo
modo à figura física de quem as usa. Umas são arredondadas e cheias,
aquelas magras e angulosas, e todas têm ar próprio, que não se presta a
confusão.

A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se


unifica ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se
que a pedra a acompanha em surdina. Outras vezes, parece que o canto
murmurante vem da pedra, e a lavadeira lhe dá volume e
desenvolvimento.

Na pobreza natural das lavadeiras, as pedras são uma fortuna, jóias


que elas não precisam levar para casa. Ninguém as rouba, nem elas, de
tão fiéis, se deixariam seduzir por estranhos.

(Carlos Drummond de Andrade)

158- Considere as observações seguintes sobre a associação de palavras


no texto e o sentido decorrente dessa associação:

I. No segmento passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão


passando as águas no tempo há uma comparação, que associa a
transmissão de costumes ao fluxo das águas do rio.
II. As referências às pedras, especialmente no 2º parágrafo, atribuem a
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elas qualidades humanas.


III. Na frase Servem de espelho a suas donas é possível entender o
sentido literal, como referência ao reflexo da água sobre as pedras, e o
sentido contextual, como identidade e cumplicidade entre a mulher e a
pedra.

Está correto o que se afirma em:


(A) II, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

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FCC – ESCRITURÁRIO (BB) – 2011

"O futebol arte acabou." Esta frase ecoa nos ares brasileiros sempre
que perdemos. Para mim, essa frase tem cheiro de blasfêmia, que bem
poderia ter se originado dos rincões onde jogar futebol, muito mais que
um esforço perdido, é puro desencanto. Nunca emitida por um dos
nossos.

Arte para o futebol jamais é adjetivo; é a sua essência. A beleza


intrínseca do movimento e da harmonia é meio ideal de cultura para a
alegria e a criatividade. E quem, neste mundo, apresenta com tanta
clareza tais qualidades? Um povo historicamente esmagado pela
colonização (que insiste em se fazer viva), explorado e excluído em sua
imensa maioria e que permanece com os queixos elevados e com a
esperança intocável, é de se admirar. E só conseguiu atingir essa
capacidade de sobrevivência por suas incomparáveis características.
Quando qualquer de nós se aproxima de alguma forma de expressão
artística é que podemos perceber a sensibilidade que exala de cada poro.

Como podemos explicar que cá por estas bandas surgissem tantas


genialidades sem que, em sua maioria, tenham tido quaisquer facilidades
para seus ofícios? Em tantas áreas poderíamos desfilar um sem número
de figuras excepcionais que se destacaram por suas criações e
capacidades. No esporte não é diferente.

Do bando de desnutridos que somos nasceram Ademar Ferreira da


Silva e João do Pulo. Mesmo com a falta de piscinas, tivemos Manoel dos
Santos, Ricardo Prado, Gustavo Borges e esse excepcional César Cielo.
Raquetes, tão raras por aqui, nos deram Maria Ester Bueno, Thomaz Koch
e um tal de Guga. Assim, poderíamos ficar horas a desfilar as
incoerências da realidade que vivemos. E nada mais real do que o nosso
futebol. Nossa plena expressão social e nosso maior agregador cultural
foram postos em um lugar bem especial por todos os apreciadores desse
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esporte, exatamente por nossas especialidades: espontaneidade, dom,


criatividade, alegria e habilidade. Isto é que determina o que é arte! E
arte de qualidade ímpar. Não é à toa que nossos maiores jogadores
desfilam seus dotes, espalhados por todo o planeta.

(Adaptado de: Sócrates. Carta Capital, Pênalti, 6 de abril de 2011, p. 68)

159- Considerando-se o teor do texto, é correto afirmar que se trata de

(A) narrativa sobre o sucesso do esporte brasileiro em todo o mundo,


com destaque para o futebol, bem mais popular.
(B) exposição de um ponto de vista pessoal a respeito das qualidades dos
brasileiros na área dos esportes, particularmente no futebol.
(C) discussão aprofundada sobre os problemas socioeconômicos que

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levam atletas brasileiros de destaque a sair do país.
(D) proposta de maior apoio aos esportistas brasileiros, para que possam
dedicar-se aos treinos e melhorar seu desempenho.
(E) depoimento de um ex-jogador em que se nota a decepção com os
recentes resultados negativos do futebol brasileiro.

FCC – TRE-RN – TÉCNICO – 2011

Rio Grande do Norte: a esquina do continente

Os portugueses tentaram iniciar a colonização em 1535, mas os


índios potiguares resistiram e os franceses invadiram. A ocupação
portuguesa só se efetivou no final do século, com a fundação do Forte dos
Reis Magos e da Vila de Natal. O clima pouco favorável ao cultivo da cana
levou a atividade econômica para a pecuária. O Estado tornou-se centro
de criação de gado para abastecer os Estados vizinhos e começou a
ganhar importância a extração do sal – hoje, o Rio Grande do Norte
responde por 95% de todo o sal extraído no país. O petróleo é outra fonte
de recursos: é o maior produtor nacional de petróleo em terra e o
segundo no mar. Os 410 quilômetros de praias garantem um lugar
especial para o turismo na economia estadual.

O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas − com belas


praias, falésias, dunas e o maior cajueiro do mundo –, do qual faz parte a
capital, Natal. O Polo Costa Branca, no oeste do Estado, é caracterizado
pelo contraste: de um lado, a caatinga; do outro, o mar, com dunas,
falésias e quilômetros de praias praticamente desertas. A região é grande
produtora de sal, petróleo e frutas; abriga sítios arqueológicos e até um
vulcão extinto, o Pico do Cabugi, em Angicos. Mossoró é a segunda cidade
mais importante. Além da rica história, é conhecida por suas águas
termais, pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas salinas.

Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo do Seridó,


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dominado pela caatinga e com sítios arqueológicos importantes, serras


majestosas e cavernas misteriosas. Em Caicó há vários açudes e
formações rochosas naturais que desafiam a imaginação do homem. O
turismo de aventura encontra seu espaço no Polo Serrano, cujo clima
ameno e geografia formada por montanhas e grutas atraem os adeptos
do ecoturismo.

Outro polo atraente é Agreste/Trairi, com sua sucessão de serras,


rochas e lajedos nos 13 municípios que compõem a região. Em Santa
Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do sertão
potiguar – em breve, o local vai abrigar um complexo voltado
principalmente para o turismo religioso. A vaquejada e o Arraiá do
Lampião são as grandes atrações de Tangará, que oferece ainda um
belíssimo panorama no Açude do Trairi.

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(Nordeste. 30/10/2010, Encarte no jornal O Estado de S. Paulo).

160- O texto se estrutura notadamente


(A) sob forma narrativa, de início, e descritiva, a seguir, visando a
despertar interesse turístico para as atrações que o Estado oferece.
(B) de forma instrucional, como orientação a eventuais viajantes que se
disponham a conhecer a região, apresentando-lhes uma ordem
preferencial de visitação.
(C) com o objetivo de esclarecer alguns aspectos cronológicos do
processo histórico de formação do Estado e de suas bases econômicas,
desde a época da colonização.
(D) como uma crônica baseada em aspectos históricos, em que se
apresentam tópicos que salientam as formações geográficas do Estado.
(E) de maneira dissertativa, em que se discutem as várias divisões
regionais do Estado com a finalidade de comprovar qual delas se
apresenta como a mais bela.

FCC – TRE-RS - DEFENDOR PÚBLICO - 2011

161- A transformação da frase "Eu nunca parei de pensar sobre isso",


disse Goodwin, para discurso indireto é:
(A) Goodwin disse que nunca parara de pensar sobre aquilo.
(B) Goodwin diz que nunca tivera parado de pensar sobre aquilo.
(C) Goodwin disse: “Eu nunca parei de pensar sobre isso”.
(D) Goodwin diz: “Eu nunca parei de pensar sobre isso”.
(E) Goodwin disse o que pensava sobre aquilo.

FCC – TRF – ANALISTA – 2010

162- Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe o advogado de defesa que adiasse a


sessão, informando ao magistrado que sua principal testemunha estava
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adoentada e, por essa razão, impossibilitada de comparecer.

Indique a afirmação INCORRETA sobre o texto acima.


(A) A presença de personagens e o encadeamento temporal são traços
que autorizam qualificar esse texto como narrativo.
(B) Em discurso direto, a fala correta do advogado seria: Solicito-lhe,
Meritíssimo, que adie a sessão, uma vez que minha principal testemunha
encontra-se adoentada, o que a impede de comparecer.
(C) Há um encadeamento causal nesta sucessão de eventos: estava
adoentada, impossibilitada de comparecer e pediu-lhe o advogado de
defesa que adiasse a sessão.
(D) Caso o advogado fosse um entusiasta dos latinismos, ele poderia,
adequadamente, usar a expressão tábula rasa, para indicar seu respeito
ao magistrado, e ipso facto, no sentido de por essa razão.

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(E) A forma verbal estava, explícita em estava adoentada, está elíptica na
construção seguinte, impossibilitada de comparecer.

FCC – AL-SP – AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO – 2010

163- O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...): “Restaure-


se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!”.

Transpondo-se adequadamente o trecho acima para o discurso indireto,


ele ficará: O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava que

(A) ou bem se restaurasse a moralidade, senão nos locupletaríamos


todos.
(B) fosse restaurada a moralidade, ou então que nos locupletássemos
todos.
(C) seja restaurada a moralidade, ou todos nos locupletávamos.
(D) seria restaurada a moralidade, caso contrário nos locupletássemos.
(E) a moralidade seja restaurada, quando não venhamos a nos locupletar.

FCC – OFICIAL DE CHANCELARIA – 2009

Texto I

O texto abaixo foi extraído de correspondência do renomado escritor


norte-americano Norman Mailer endereçada ao crítico literário Peter
Balbert.

1º de fevereiro de 1998

Caro Peter,

Entre as coisas que temos em comum está a depressão cultural.


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Reflito sobre a minha vida, especialmente depois de ter completado


cinquenta anos de literatura, e sinto que todas as coisas pelas quais
trabalhei e lutei estão em decadência. O que antes eu via como o inimigo
e, com grande otimismo, como o inimigo que haveria de ser derrotado,
acabou na verdade por nos vencer. [...]
A questão diante de nós dois é: onde está a culpa? Estava em nós?
Por nunca termos feito o suficiente, por mais que achássemos que sim?
Ou estará na abstração que chamamos de “natureza humana”? Teremos
ajustado as nossas crenças a um conceito de homens e mulheres que não
se adequava aos fatos rasteiros?
Às vezes me pergunto se isso não será puro elitismo de minha
parte, e se a verdadeira premissa da democracia, a de que os sem-banho
tenham acesso a sabonete barato, desodorante e roupas de plástico,
como um dos degraus da escalada a um nível mais alto, não seria o que

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está acontecendo. Ou se, como temo, estaremos caindo numa sociedade
do homem e da mulher medíocres onipresentes, governados por altas
mediocridades. [...]

Tudo de bom,
Norman Mailer.

(Adaptado de Cartas Políticas, O mundo nas cordas, revista Piauí, 27, p.32)

164- O excerto demonstra que o autor


(A) considera-se culpado das mazelas sociais, seja por não ter agido nos
momentos graves, seja por operar com crenças contraditórias e
demasiadamente abstratas.
(B) compartilha com o interlocutor a sensação de estar declinando
culturalmente, apesar dos diversos anos dedicados à atividade intelectual
nobre.
(C) acredita ter contribuído, em outras épocas, para o real
aprimoramento de homens e mulheres, posteriormente submetidos à
universal mediocridade.
(D) hesita em relação à possibilidade de preceitos democráticos estarem
sendo postos em prática na época em que escreve a carta.
(E) concorda com a premissa de que os desfavorecidos devam receber o
necessário para a manutenção da dignidade: sabonete barato,
desodorante e roupas de plástico.

Texto II

Humes observou certa vez que a civilização humana como um todo


subsiste porque “uma geração não abandona de vez o palco e outra
triunfa, como acontece com as larvas e as borboletas”. Em algumas
guinadas da história, porém, em alguns picos críticos, pode caber a uma
geração um destino parecido com o das larvas e borboletas. Pois o
declínio do velho e o nascimento do novo não são necessariamente
ininterruptos; entre as gerações, entre os que, por uma razão ou outra,
ainda pertencem ao velho e os que pressentem a catástrofe nos próprios
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ossos ou já cresceram com ela [...] está rompida a continuidade e surge


um “espaço vazio”, espécie de terra de ninguém histórica, que só pode
ser descrita em termos de “não mais e ainda não”. Na Europa, essa
absoluta quebra de continuidade ocorreu durante e após a Primeira
Guerra Mundial. É essa ruptura que dá um fundo de verdade a todo o
falatório dos intelectuais, geralmente na boca dos “reacionários”, sobre o
declínio necessário da civilização ocidental ou a famosa geração perdida,
tornando-se, portanto, muito mais atraente do que a banalidade do
pensamento “liberal”, que nos apresenta a alternativa de avançar ou
recuar, a qual parece tão desprovida de sentido justamente porque ainda
pressupõe uma linha de continuidade sem interrupções.

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(ARENDT, Hannah. “Não mais e ainda não”. In Compreender: formação, exílio e
totalitarismo. Ensaios (1930-1954). São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte:
Ed. UFMG, 2008, p. 187)

165- Na organização do texto, a autora


(A) toma como tema certo pensamento de Humes, que detalha para
convencer o leitor sobre esta compreensão que ela tem do que seja a
civilização: “A natureza não dá saltos”.
(B) vale-se de Humes como argumento de autoridade, considerando
irretorquível o pensamento citado.
(C) tira proveito da constatação de Humes, de caráter universal, para
ratificá-la no plano mais particular que ela aborda no seu discurso.
(D) cita Humes porque a comparação que ele faz entre os homens e os
animais se aplica, ipsis litteris, à concepção que ela tem acerca do que
ocorre com gerações em momentos críticos.
(E) refere comentário do filósofo Humes e o desconstrói, pois o desfaz
para reconstruí-lo em outras bases.

Texto III

Caracterização de Walter Benjamin

O nome do filósofo, que acabou com sua própria vida durante a


fuga ante os esbirros de Hitler, foi ganhando uma aura nos mais de vinte
anos que desde então transcorreram, e isso apesar do caráter esotérico
dos seus primeiros trabalhos e fragmentário dos últimos. A fascinação de
sua pessoa e oeuvre só deixou a alternativa da magnética atração ou da
rejeição horrorizada. Sob o olhar de suas palavras – onde quer que ele
caísse −, tudo se metamorfoseava, como se tivesse se tornado radioativo.
A capacidade de incessantemente projetar novos aspectos − não tanto
mediante à ruptura crítica de convenções quanto pela maneira, dada pela
organização intrínseca, de se comportar em relação ao objeto, como se as
convenções não tivessem poder sobre ele − dificilmente conseguirá
também ser captada pelo conceito de originalidade. Nenhuma das
intuições desse pensador inesgotável apresentava-se como mera intuição.
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O sujeito, a quem pessoalmente cabiam todas as experiências fundantes


que a filosofia oficial contemporânea apenas discute de modo formal,
parecia ao mesmo tempo não ter nenhuma participação nelas, mesmo
porque a sua maneira, sobretudo a arte da formulação instantânea −
definitiva −, também se despojou do que, no sentido tradicional − é
espontâneo e esfuziante. Ele não dava a impressão de ser alguém que
criava a verdade ou a adquiria ao pensar, mas de que a citava pelo
pensamento como um refinado instrumento de conhecimento, no qual
imprimia a sua marca.
(ADORNO, Theodor. Caracterização de Walter Benjamin. Prismas: crítica
cultural e sociedade. São Paulo: Ática, 2001, p. 223-224)

Obs.: oeuvre: obra.

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166- É correto afirmar que o autor do excerto


(A) julga o refinado pensamento do filósofo não como original ou
espontâneo, mas como verdadeiro.
(B) oferece precisa caracterização do filósofo e de sua obra, valendo-se
de conceitos que lhes são aplicáveis com justeza.
(C) expõe os artifícios formais de que se valeu o filósofo para,
apropriando-se dos achados da tradição, requisitar autenticidade para seu
trabalho.
(D) aponta inconsistência nas formulações do filósofo, que, pouco
amadurecidas mas perenes, se despegaram do necessário aporte
empírico da filosofia.
(E) atribui força transformadora ao modo como o filósofo concebia e
expressava seus pensamentos.

167- O excerto autoriza a seguinte afirmação:


(A) as constantes inovações do filósofo acompanharam-se de desveladas
críticas às convenções vigentes.
(B) o filósofo e sua obra adquiriram, com o tempo, unânime aprovação,
atribuível à comoção gerada por seu suicídio.
(C) a natureza dos trabalhos iniciais e finais do filósofo não obscurece sua
personalidade e sua obra, impactantes sob qualquer julgamento.
(D) a infinidade de novos aspectos inseridos nas análises do filósofo
tornou-as tão herméticas que não podem ser captadas por espíritos
menos originais.
(E) as inéditas ideias do filósofo devem ser creditadas aos seus métodos,
fundamentados em experiências da filosofia oficial.

FCC – TRE/SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

Bom para o sorveteiro

Por alguma razão inconsciente, eu fugia da notícia. Mas a notícia me


perseguia. Até no avião, o único jornal abria na minha cara o drama da
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baleia encalhada na praia de Saquarema. Afinal, depois de quase três dias


se debatendo na areia da praia e na tela da televisão, o filhote de jubarte
conseguiu ser devolvido ao mar. Até a União Soviética acabou, como foi
dito por locutores especializados em necrológio eufórico. Mas o drama da
baleia não acabava. Centenas de curiosos foram lá apreciar aquela
montanha de força a se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um
belo espetáculo.
À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao raiar do dia,
sem recursos, com simples cordas e as próprias mãos, todos se
empenhavam no lúcido objetivo comum. Comum, vírgula. O sorveteiro
vendeu centenas de picolés. Por ele a baleia ficava encalhada por mais
duas ou três semanas. Uma santa senhora teve a feliz ideia de levar

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pastéis e empadinhas para vender com ágio. Um malvado sugeriu que se
desse por perdida a batalha e se começasse logo a repartir os bifes.
Em 1966, uma baleia adulta foi parar ali mesmo e em quinze
minutos estava toda retalhada. Muitos se lembravam da alegria voraz
com que foram disputadas as toneladas da vítima. Essa de agora teve
mais sorte. Foi salva graças à religião ecológica que anda na moda e que
por um momento estabeleceu uma trégua entre todos nós, animais de
sangue quente ou de sangue frio.
Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás. Logo uma
estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar provas da eficácia da
empresa privada. De qualquer forma, eu já podia recolher a minha
aflição. Metáfora fácil, lá se foi, espero que salva, a baleia de Saquarema.
O maior animal do mundo, assim frágil, à mercê de curiosos. À noite,
sonhei com o Brasil encalhado na areia diabólica da inflação. A bordo,
uma tripulação de camelôs anunciava umas bugigangas. Tudo fala. Tudo
é símbolo.
(Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo)

168- O cronista ressalta aspectos contrastantes do caso de Saquarema,


tal como se observa na relação entre estas duas expressões:
(A) drama da baleia encalhada e três dias se debatendo na areia.
(B) em quinze minutos estava toda retalhada e foram disputadas
as toneladas da vítima.
(C) se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência e levar pastéis e
empadinhas para vender com ágio.
(D) o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar e lá se foi,
espero que salva, a baleia de Saquarema.
(E) Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás e Logo uma
estatal, ó céus.

169- Atente para as seguintes afirmações sobre o texto:


I. A analogia entre a baleia e a União Soviética insinua, entre outros
termos de aproximação, o encalhe dos gigantes.
II. As reações dos envolvidos no episódio da baleia encalhada revelam
que, acima das diferentes providências, atinham-se todos a um mesmo
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propósito.
III. A expressão Tudo é símbolo prende-se ao fato de que o autor
aproveitou o episódio da baleia encalhada para também figurar o encalhe
de um país imobilizado pela alta inflação.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) III, apenas.

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FCC – TCE/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA – 2012

Valores ocidentais

Quando o discurso político alcança seu nível mais raso, os "valores


ocidentais" aparecem. Normalmente, eles são utilizados para expor
"aquilo pelo qual lutamos", aquilo que pretensamente faria a diferença e a
superioridade moral de nossa forma de vida − esta que encontraria sua
melhor realização no interior das sociedades democráticas liberais.
Nesse sentido, mesmo quando criticamos nossas sociedades
ocidentais, não seríamos capazes de sair do horizonte normativo que
define o conjunto de seus valores.
Pois se, por exemplo, criticamos a falta de liberdade e a injustiça
social, seria sempre em nome de valores que ainda não se realizaram,
mas a respeito dos quais nós, ocidentais, saberíamos, de antemão, seu
sentido.
Para aqueles que impostam a voz na hora de falar em nome dos
valores ocidentais, não há conflitos a respeito do que liberdade, justiça e
autonomia significam.
Não passa pela cabeça deles que talvez estejamos diante de
palavras que não têm conteúdo normativo específico, mas são algo como
significantes vazios, disputados por interpretações divergentes próprias a
uma sociedade marcada por antagonismos fundamentais.
Por isso, se há algo que determina o que há de mais importante na
tradição ocidental é exatamente a ideia de que não temos clareza a
respeito do que nossos valores significam. Pois o que nos leva a criticar
aspectos fundamentais de nossa sociedade não é um déficit a propósito
da realização de valores, mas um sentimento que Freud bem definiu
como mal-estar, ou seja, um sofrimento indefinido que nos lembra a
fragilidade de toda normatividade social extremamente prescritiva.
Isso talvez nos explique por que os gregos, estes que teriam
inventado a democracia ocidental com seus valores, na verdade, legaram-
nos apenas um valor fundamental: a suspeita de si.
Uma suspeita que se manifesta por meio da exigência de saber
acolher o que nos é estranho, o que não porta mais nossa imagem, o que
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não tem mais a figura de nossa humanidade.


Quem leu as tragédias de Sófocles sabe como sua questão
fundamental é o que ocorre quando a polis não sabe mais acolher o que
ainda não tem lugar no interior de nossas formas de vida.
Por outro lado, quando Ulisses, o herói de Homero, perdia-se em
sua errância sem fim, suas palavras para os habitantes de outras terras
eram sempre a exigência de abrigar o estrangeiro.
Por isso, o melhor que temos a fazer diante dos que sempre pregam
os valores ocidentais é lembrá-los das palavras de Nietzche: "Muitas
vezes, é necessário saber se perder para poder encontrar-se".
(Vladimir Safatle. Folha de S.Paulo, opinião, terça-feira, 13 de dez. de 2011. p. 2)

170- O autor

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(A) considera que a expressão "valores ocidentais", nas sociedades
democráticas liberais, padece da indefinição inerente a uma forma de vida
essencialmente caracterizada por forte oposição de ideias.
(B) junta-se aos que criticam a sociedade ocidental especialmente quanto
à falta de liberdade e à injustiça social, atribuindo essas imperfeições ao
próprio universo grego, falho de conceitos que garantissem a equidade de
direitos.
(C) expõe que discursos políticos de pouca profundidade − os que
normalmente exibem de maneira ostentatória os ideais de quem os
profere, em voz impostada − tratam falaciosamente de conflitos.
(D) assinala que os valores ocidentais, fundadores das autênticas
sociedades democráticas, são desrespeitados por políticos que
desconhecem artistas e pensadores indispensáveis dessa mesma tradição.
(E) denuncia a incapacidade que a sociedade contemporânea revela de se
fixar num horizonte normativo, pelo fato de estar baseada em equívocos
conceituais que, desde os gregos, provocam mal-estar social.

171- Entende-se corretamente do texto:


(A) As teorias de Freud explicam que a insatisfação com o mundo em que
vive é própria do ser humano, em nada dependendo do modo como se
organizam as sociedades.
(B) O homem ocidental não encontra outro ponto de referência para
avaliar sua forma de vida que não seja o delineado pelos valores, ainda
que considerados no plano da idealidade, das democracias liberais.
(C) Suspeitar de si, ou seja, fazer mau juízo de si no que se refere à
natureza dos instintos humanos, é a única herança que o povo heleno
ofertou à modernidade.
(D) Os políticos manifestam alienação ao não compreenderem que o
homem moderno não almeja a superioridade moral, exatamente por ser
consciente de que não há forma de vida realmente democrática.
(E) A sociedade contemporânea desconhece o que sejam valores, em
virtude de vivenciar com exclusividade a falta, isto é, a ausência do que
lhe é necessário e desejável para a realização de um modo de vida que
seria superior. 03265357481

FCC – ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL I


(GESTÃO TRIBUTÁRIA) – 2012

"Ocorreu em nossos países uma nova forma de colonialismo, com a


imposição de uma cultura alheia à própria da região. Cumpre avaliar
criticamente os elementos culturais alheios que se pretendam impor do
exterior. O desenvolvimento corresponde a uma matriz endógena, gerada
em nossas próprias sociedades, e que portanto não é possível importar.
Precisamos levar sempre em conta os traços culturais que nos
caracterizam, que hão de alimentar a busca de soluções endógenas, que
nem sempre têm por que coincidir com as do mundo altamente
industrializado." 1

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O que há de extraordinário nessa citação? Nada, exceto a data. Ela
não foi redigida no princípio do século XIX e sim no dia 29 de maio de
1993, exatamente um mês antes da redação deste artigo. Trata-se de um
documento aprovado por vários intelectuais ibero-americanos, na
Guatemala, como parte da preparação da III Conferência de Cúpula da
região, a realizar-se em Salvador, na Bahia.
Conhecemos bem essa linguagem no Brasil. É o discurso do
nacionalismo cultural, que começou a ser balbuciado com os primeiros
escritores nativistas, e desde a independência não cessou, passando por
vários avatares, com tons e modulações diversas. Ao que parece, nada
envelheceu nessas palavras. Quase todos os brasileiros se orgulhariam de
repeti-las, como se elas fossem novas e matinais, como se fôssemos
contemporâneos do grito do Ipiranga. Nesses 171 anos, o Brasil passou
do Primeiro para o Segundo Reinado, da Monarquia para a República
Velha, desta para o Estado Novo, deste para a democracia, desta para a
ditadura militar, e desta para uma nova fase de democratização.
Passamos do regime servil para o trabalho livre − ou quase. De país
essencialmente agrário transitamos para a condição de país industrial, e
sob alguns aspectos nos aproximamos da pós-modernidade. Só uma coisa
não mudou: o nacionalismo cultural. Continuamos repetindo, ritualmente,
que a cultura brasileira (ou latino-americana) deve desfazer-se dos
modelos importados e voltar-se para sua própria tradição cultural.

1Relato general de la "Cumbre Del pensamiento", Antígua-Guatemala, pp. 88 e ss.


(Adaptado de Sergio Paulo Rouanet. "Elogio do incesto". In: Mal-estar na modernidade:
ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 346-347)

172- Compreende-se corretamente que Sergio Paulo Rouanet


(A) faz uma citação e a desqualifica, pelo fato de expressar ideias
consideradas ultrapassadas, embora reconheça seu mérito de datar o
início de uma específica visão de colonialismo.
(B) se respalda em renomados intelectuais ibero-americanos para
defender o posicionamento adotado no documento preparatório à III
Conferência de Cúpula.
(C) inicia seu artigo com citação que apresenta fatos e descrição de
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processos, citação em que não se reconhece qualquer marca de atitude


prescritiva sobre esses ou aqueles.
(D) desenvolve raciocínio que legitima a seguinte compreensão: o título
do artigo caracteriza o que está denominado no texto como discurso do
nacionalismo cultural.
(E) retifica equívoco sobre época de registro oficial de importante
documento, pois considera que balizar corretamente é atitude essencial a
intelectuais analistas da cultura.

173- Afirma-se com correção:


(A) O que há de extraordinário nessa citação? é uma pergunta
retórica, pois o autor, ao formulá-la, não tem como objetivo receber uma
resposta, mas apenas valer-se do questionamento como recurso

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argumentativo.
(B) A referência à data em que foi escrito o artigo permite ao autor
evidenciar a atualidade de suas ideias, devido à aproximação temporal
entre seu texto e o documento aprovado por vários intelectuais ibero-
americanos.
(C) O segmento não foi redigida no princípio do século XIX e sim no dia
29 de maio de 1993 mostra que o autor considera o Brasil um país
sempre em atraso no que se refere à exposição de conceitos.
(D) Ao referir-se à III Conferência de Cúpula da região, o autor sinaliza
que a assembleia não contempla territórios que não sejam
guatemaltecos.
(E) A referência às diversas formas de governo no Brasil demonstra o
profundo conhecimento do autor acerca da realidade brasileira, o que
torna consistente seu juízo positivo a respeito do que considera "nosso
ritual".

FCC – TRT/AM (11A R) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

Texto

Fotografias

Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado.


A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando
o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é
transmudado imediatamente em passado no momento do clique.
Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um
momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser
verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar.
Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e
magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que
descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo
fotográfico.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das
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Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa
dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é
como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que
trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o
passar do tempo, até para o mesmo observador.
Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso
ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é
capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os
leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens
fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da
fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja
insensível à magia de uma foto.

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(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010)

174- O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de


uma foto é:
(A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo.
(B) a fotografia congela o tempo.
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante
aprisionado.
(D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo.
(E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.

175- No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de


percepção de uma fotografia remete
(A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto.
(B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores.
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes.
(E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.

176- Atente para as seguintes afirmações:


I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o
autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não
pertence a tempo algum.
II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol
tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no
sentido próprio e particular de uma foto.
III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê
não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela
fixados.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em


(A) I e II.
(B) II e III. 03265357481

(C) I.
(D) II.
(E) III.

177- No contexto do primeiro parágrafo, o segmento Todavia, existe algo


que descongela essa imagem pode ser substituído, sem prejuízo para a
correção e a coerência do texto, por:
(A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa imagem.
(B) Ainda assim, há mais que uma imagem descongelada.
(C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
(D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descongelar.
(E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongelará.

178- Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

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(A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, a fotografia nos
faz desfrutar e viver experiências de natureza igualmente temporal.
(B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine os tempos a
que suscitarão essa imagem aparentemente congelada...
(C) Conquanto seja o registro de um determinado espaço, uma foto leva-
nos a viver profundas experiências de caráter temporal.
(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de
uma fotografia podem se inocular em planos temporais.
(E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente para abrir
mão de implicâncias semânticas no plano temporal.

Texto II

Discriminar ou discriminar?

Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um


vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e
mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete
discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a)
perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo
injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de
alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.
Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe
um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem
reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo
do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda
acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo
preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância.
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a
desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir)
é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito).
Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se
apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas
afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações
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históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas
afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das
cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma
discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de
quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo
verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade.
(Aníbal Lucchesi, inédito)

179- A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates


confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar
(A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras
controvérsias entre os usuários.
(B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal,
que não é reconhecido por todos.

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(C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma
atribuir a esse vocábulo.
(D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de
determinar a origem de um vocábulo.
(E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a
convicções incompatíveis.

180- Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a


desigualdade.
Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:
(A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo
critério de igualdade.
(B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério
para casos muito diferentes.
(C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a
desigualdade definitiva torna-se aceitável.
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais
como se fossem desiguais.
(E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados
são sempre os mesmos.

181- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:
(A) iluminar teses controvertidas (1o parágrafo) - amainar posições
dubitativas.
(B) um preciso discernimento (2o parágrafo) - uma arraigada dissuasão.
(C) disseminar o juízo preconcebido (2o parágrafo) – dissuadir o
julgamento predestinado.
(D) a forma mais censurável (3o parágrafo) - o modo mais repreensível.
(E) As acepções são inconciliáveis (3o parágrafo) – as versões são
inatacáveis.

182- É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da


seguinte frase: 03265357481

(A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de


promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário.
(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se
promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.
(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar
casos diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça.
(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas
que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas.
(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam
necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva.

FCC- TRT/PE (6a R) - ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

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Economia religiosa

Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB,


quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar
nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à
professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno
ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública,
do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião,
mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo.
Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do
Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso.
Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública
ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus
programas de catequese, escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para
conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em
rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por
exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que
escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra
econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades
de que o setor privado já dá conta.
Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça
muito sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam
os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a
religião, é difícil aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente
estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia
representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a
lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de
esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)

183- No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor


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mantém-se
(A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a
obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação desse
ensino.
(B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para
que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.
(C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino
religioso na escola pública estão razões de ordem jurídica e econômica.
(D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o
direito que têm as pessoas de decidir sobre essa matéria.
(E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse
ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades.

184- Atente para estas afirmações:

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I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor
enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se do exemplo da
própria CNBB.
II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas
poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de redes de
comunicação voltadas para esse fim.
III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem
legitimidade nem prioridade para a implementação do ensino religioso na
escola pública.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) III, apenas.

185- Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que


(A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o
Estado não teria como contratar.
(B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha
do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa.
(C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já
fazem os templos, a exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo.
(D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada
como a que exigem as ciências exatas.
(E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam
favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso.

FCC – TRT/PR – ANALISTA – 2012

TEXTO I

A discussão sobre “centro” e “periferia” no pensamento brasileiro


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vincula-se a elaborações que se dão num âmbito mais amplo, latino-


americano. O primeiro locus importante onde se procura interpretar a
relação entre esses dois polos é a Comissão Econômica para a América
Latina (CEPAL), criada pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em
1947.
É possível encontrar antecedentes a esse tipo de análise na teoria
do imperialismo. No entanto, a elaboração anterior à CEPAL preocupava-
se principalmente com os países capitalistas avançados, interessando-se
pelos países “atrasados” na medida em que desenvolvimentos ocorridos
neles repercutissem para além deles.
Também certos latino-americanos, como o brasileiro Caio Prado Jr.,
o trindadense Eric Williams e o argentino Sérgio Bagu, haviam chamado a
atenção para a vinculação, desde a colônia, da sua região com o

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capitalismo mundial. Não chegaram, contudo, a desenvolver tal percepção
de maneira mais sistemática.
Já no segundo pós-guerra, ganha impulso uma linha de reflexão
que sublinha a diferença entre centro e periferia, ao mesmo tempo que
enfatiza a ligação entre os dois polos. Na verdade, a maior parte das
teorias sociais, econômicas e políticas, apesar de terem sido elaboradas
de forma ligada às condições particulares dos países desenvolvidos do
Atlântico Norte, as tomava como tendo validade universal. Assim, o
marxismo, a teoria da modernização e a economia neoclássica tendiam a
considerar que os mesmos caminhos seguidos pelas sociedades em que
foram formulados teriam que ser trilhados pelo resto do mundo,
“atrasado”.
(RICUPERO, Bernardo. “O lugar do centro e da periferia”.
In: Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança.
André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). São
Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 94)

186- No texto, o autor


(A) propõe a reformulação de dois conceitos importantes no pensamento
brasileiro − o “centro” e a “periferia” −, tecendo reflexão que admite
recuperar as apresentadas nas últimas décadas por teorias sociais,
econômicas e políticas.
(B) reconhece o pioneirismo da teoria do imperialismo no que se refere à
análise do diálogo entre “centro” e “periferia”, identificando nela a
desejável equanimidade no valor atribuído a cada um dos polos.
(C) correlaciona a temática do “centro” à da “periferia”, e, construindo
relação homóloga, obriga-se a estabelecer também correlação entre o
pensamento brasileiro e o latino-americano.
(D) está interessado em caracterizar o pensamento brasileiro no que se
refere ao exame das relações entre “centro” e “periferia”, o que não o
dispensou de citar linhas interpretativas do tema que se aproximam desse
pensamento e as restrições que faz a elas.
(E) historia cronologicamente o caminho percorrido pelo pensamento
latino-americano desde o início das discussões sobre “centro” e “periferia”
até o momento em que se fixa na determinação das diferenças entre os
dois conceitos.
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TEXTO II

Há 40 anos, a mais célebre crítica de cinema dos Estados Unidos,


Pauline Kael (1919-2001), publicava seu artigo mais famoso. Era um
detalhado estudo sobre “Cidadão Kane” (1941), espertamente intitulado
“Raising Kane” (trocadilho com a expressão “to raise Cain”, que significa
algo como “gerar reações inflamadas”).
No texto – que integra a coletânea “Criando Kane e Outros
Ensaios”, publicada no Brasil em 2000 −, Pauline defendia que o roteirista
Herman J. Mankiewicz era a força criativa por trás do filme, mais
importante até que o diretor, Orson Welles (1915-85). Ela queria fazer
justiça a Mankiewicz, que caíra em esquecimento, enquanto Welles

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entrara para a história com a reputação de gênio maldito, frequentemente
reivindicando para si as principais qualidades de “Kane” e a coautoria do
roteiro – embora Pauline jurasse que Welles não escrevera nem sequer
uma linha do script.
Independentemente do quanto de justiça e veracidade “Raising
Kane” trazia (o artigo foi bastante contestado na época), surgem agora
evidências de que a própria Pauline atuou de modo tão pouco ético como
ela acusava Welles de ter agido. A crítica teria baseado o seu artigo nos
estudos realizados por outra pessoa – Howard Suber, pesquisador da
UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles), que colaborou com
Pauline, mas que, por fim, não foi sequer mencionado no texto final.
(Bruno Ghetti. “Méritos de Pauline: o retrato de uma
crítica”. Folha de S. Paulo, ilustríssima, cinema,
domingo, 11 de dez. de 2011. p. 6)

187- No excerto, o autor, crítico de cinema,


(A) faz referência a dados biográficos e a específico artigo de Pauline
Kael, também crítica de cinema, com o objetivo de produzir um tributo à
trajetória da americana.
(B) esquadrinha a composição de coletânea sobre específica criação de
Orson Welles, em que se inclui célebre artigo de crítica de cinema
americana.
(C) faz reparo, em função de direito suposto, a atitude de Pauline Kael,
considerando-a comportamento antiético e apenável.
(D) resguarda-se de julgar o mérito do artigo de Pauline Kael sobre
“Cidadão Kane”, não sem, entretanto, atribuir à crítica a malícia de
provocar com ele afervorados movimentos de opinião.
(E) dá ciência do comportamento de Pauline Kael, há décadas, quando
escreveu sobre Orson Welles, e legitima tanto a defesa que ela fazia do
roteirista Herman J. Mankiewicz, quanto a reputação de gênio maldito de
que o diretor gozava.

FCC – TRE/PR – TÉCNICO – 2012


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TEXTO I

O tempo não perdoa o que se faz sem ele, costumava dizer Ulysses
Guimarães, citando Joaquim Nabuco. Desse modo ensinava a importância
na política do apropriado discernimento do momento oportuno. Não é fácil
a identificação desse momento, pois, entre outras coisas, requer conjugar
o tempo individual de um ator político com o tempo coletivo de um
sistema político e de uma sociedade. Além disso, o tempo flui e é instável
no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na
meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças
climáticas provocadas pela ação humana.
A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o
estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade

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que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados, cabendo
lembrar que a função da orientação é inerente à busca do saber a
respeito do tempo. Assim, uma coisa é conhecer o tempo do relógio, que
molda o mensurável de uma jornada de trabalho. Outra coisa é lidar com
a não mensurável duração do tempo vivido, que perdura na consciência, e
não se confunde, por sua vez, com o tempo do Direito, que é o tempo
normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da
vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça.
A busca do saber sobre o tempo tem, como mencionei, uma função
de orientação. Neste século XXI, é preciso parar para pensar a vertiginosa
instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização, que a
revolução digital vem intensificando.
A tradicional sabedoria dos provérbios portugueses diferencia o
tempo do falcão e o tempo da coruja. O tempo do falcão é o da rapidez e
da violência. É este o tempo que nos cerca. O tempo da coruja é o da
sabedoria − a sabedoria que nos falta para lidar com a estrutura de
possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.
(Celso Lafer. Trecho, com adaptações, de artigo publicado em
O Estado de S. Paulo, 20 de novembro de 2011. A2, Espaço
Aberto)

188- O tempo não perdoa o que se faz sem ele ...

A afirmativa que inicia o texto encaminha para


(A) uma contradição à tese corrente de que o tempo flui e é instável no
seu movimento, e não só na política.
(B) crítica relativa aos problemas surgidos com o drama cotidiano da
lentidão da justiça.
(C) o reconhecimento de que é preciso parar para pensar a vertiginosa
instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização.
(D) a ideia de que os políticos não têm o apropriado discernimento do
momento oportuno.
(E) a constatação de que é difícil perceber a duração do tempo vivido, que
perdura na consciência.
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189- Com a expressão o desafio de múltiplos significados (2º parágrafo),


o autor
(A) caracteriza a oposição frequente que se faz entre o tempo de cada
indivíduo e aquele que diz respeito a toda a sociedade.
(B) duvida de uma possível concordância entre representantes de
diferentes áreas do conhecimento a respeito do tempo.
(C) questiona os meios até agora utilizados para calcular o transcorrer do
tempo, que é sempre mutável.
(D) esclarece seu emprego ao se referir à necessária sabedoria para
equacionar, no momento mais adequado, os problemas que surgem.
(E) refere-se às diversas possibilidades de percepção da passagem do
tempo e de seu sentido.

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190- A afirmativa, no 1º parágrafo, de que o tempo flui e é instável no
seu movimento
(A) vem a ser comprovada, em seguida, pelo exemplo tomado ao tempo
na meteorologia.
(B) constitui oposição à ideia de que não é fácil a identificação do
momento oportuno.
(C) realça a percepção das consequências advindas das mudanças
climáticas provocadas pela ação humana.
(D) baseia-se na vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas
sobre o estatuto do tempo.
(E) exalta a sabedoria contida nos provérbios, como, por exemplo, a
diferenciação entre o tempo do falcão e o tempo da coruja.

TEXTO II

Um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência sugere


uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador sobre a
tradição da escrita em papel. Por meio da observação do cérebro de
crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara que a escrita de
próprio punho provoca, na região dedicada ao processamento das
informações armazenadas na memória, uma atividade significativamente
mais intensa do que a da digitação, o que tem conexão direta com a
elaboração e a expressão de ideias. Está provado também que o ato de
escrever desencadeia ligações entre os neurônios naquela parte do
cérebro que faz o reconhecimento visual das palavras, contribuindo assim
para a fluidez da leitura. Com a digitação, essa área fica inativa.
Na Antiguidade, os egípcios tinham nas letras um objeto sagrado,
inventado pelos deuses. Sinônimo de status, a caligrafia irretocável foi
por séculos na China um pré-requisito para ingressar na prestigiada
carreira pública. No Brasil, a caligrafia constava entre as habilidades
avaliadas nos exames de admissão do antigo ginásio até a década de 70,
e era ensinada com esmero na sala de aula.
O hábito da escrita vem caindo em desuso à medida que o
computador se dissemina. Até aqui a palavra foi eternizada em papel (ou
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pedra, pergaminho, papiro), que se encarregou de registrar a história da


humanidade. O computador traz nova dimensão à aquisição de
conhecimentos e à interação entre as gerações que chegam aos bancos
escolares. Para elas, escrever à mão corre o risco de se tornar apenas
mais um registro do passado guardado em arquivo digital.
(Luís Guilherme Barrucho. Veja, 27 de julho de 2011. p. 94, com
adaptações)
191- O autor
(A) defende a substituição da escrita manual, em vista da ampla
disseminação do computador e da facilidade decorrente da digitação de
textos.
(B) critica a atual tendência a abandonar a escrita manual, ainda que
reconheça a maior legibilidade dos textos digitados.
(C) expõe uma situação atual, com exemplos e dados de pesquisas,

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referente ao uso do computador e às consequências para o
funcionamento do cérebro.
(D) relata, com exemplos, como a escrita se tornou o instrumento
fundamental, durante séculos, para o desenvolvimento humano.
(E) recria, com base na história, fatos marcantes que demonstram a
superioridade da escrita manual sobre a digitação feita no computador.

192- O teor do 2º parágrafo constitui


(A) justificativa, com base em argumentos, da perda do valor tradicional
da escrita manual.
(B) proposta, a partir da importância da caligrafia, de sua manutenção,
apesar da concorrência do computador.
(C) verificação prática da superioridade atual da digitação sobre a escrita
manual.
(D) demonstração, com informações históricas, da importância social
atribuída à caligrafia.
(E) histórico das condições determinantes da opção pela escrita manual
em antigas civilizações.

193- Identifica-se no texto correlação imediata entre


(A) abandono da escrita manual e disseminação do uso do computador.
(B) preferência atual pelo uso do computador e pesquisas científicas.
(C) as pesquisas na área da neurociência e a importância da caligrafia.
(D) o ensino da escrita manual nas escolas e o aumento da digitação no
computador.
(E) opção pela escrita em papel e registros da história da humanidade.

TEXTO III

No início, o uso em larga escala do petróleo teve um impacto


ambiental positivo. Quando o querosene se mostrou mais eficiente e
barato para a iluminação, a matança de baleias, que forneciam o óleo dos
lampiões e lamparinas, caiu drasticamente. Desde então, descobriram-se
mil e uma utilidades para o petróleo. Um site dos EUA chegou a listar
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quase dois mil produtos de uso cotidiano que não poderiam ser feitos ou
teriam custos proibitivos sem o petróleo. Entre eles a aspirina, o capacete
de motociclista e o paraquedas.
Portanto, a era do petróleo está ainda muito longe de ser
completamente substituída por aquilo que se convencionou chamar de Era
do Verde. Em vez de acabar, a cada dia se descobrem novos usos para as
fibras sintéticas oriundas do petróleo, novos usos para seus múltiplos
elementos químicos, que têm as moléculas quebradas pelo calor para dar
origem a outro elemento, a outro produto. A maioria desses usos é nobre,
já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa
saúde.
O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo
básico um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no
tempo. Além disso, é altamente poluente.

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(Manuel Lume. CartaCapital, 27 de abril de 2011. p.52-55, com
adaptações)
194- O autor
(A) defende um maior controle no uso do petróleo, embora ele tenha
propiciado um grande avanço tecnológico com a obtenção de produtos
diversos, utilizados na rotina diária.
(B) indica os diversos benefícios trazidos à saúde humana pelo petróleo,
especialmente devido às pesquisas destinadas à produção de
medicamentos novos e mais eficazes.
(C) analisa, com base em exemplos e observações, a importância do
petróleo no mundo moderno, conquanto se trate de um produto não
renovável e bastante poluidor.
(D) assinala a tendência atual de substituição do petróleo por produtos
ecológicos, por serem estes não poluentes e, ainda, respeitarem o meio
ambiente.
(E) discute a necessidade de substituição do petróleo por fontes
alternativas, voltadas para a preservação do ambiente e, ao mesmo
tempo, para a saúde humana.

195- A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso


conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.

O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo básico


um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no tempo.

A 2ª frase apresenta, com relação à 1ª, noção de


(A) consequência.
(B) finalidade.
(C) ressalva.
(D) proporcionalidade.
(E) temporalidade.

FCC – SABESP – ADVOGADO – 2014


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TEXTO

Maias usavam sistema de água eficiente e sustentável

Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia da


América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água.
Esse sistema hidráulico, aperfeiçoado por mais de mil anos, foi
pesquisado por uma equipe norte-americana.

As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas gerações. O


caso do sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é um
exemplo disso. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram

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uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na
Guatemala.

Durante o estudo, coordenado por Vernon Scarborough, da Universidade


de Cincinnati, em Ohio, e publicado na revista científica PNAS, foram
descobertas a maior represa antiga da área maia, a construção de uma
barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservatório de
água em Tikal, a presença de uma antiga nascente ligada ao início da
colonização da região, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por
areia para limpar a água dos reservatórios.

No sistema havia também uma estação que desviava a água para


diversos reservatórios. Assim, os maias supriam a necessidade de água
da população, estimada em 80 mil em Tikal, próximo ao ano 700, além
das estimativas de mais cinco milhões de pessoas que viviam na região
das planícies maias ao sul.

No final do século IX a área foi abandonada e os motivos que levaram ao


seu colapso ainda são questionados e debatidos pelos pesquisadores. Para
Scarborough é muito difícil dizer o que de fato aconteceu. “Minha visão
pessoal é que o colapso envolveu diferentes fatores que convergiram de
tal modo nessa sociedade altamente bem-sucedida que agiram como uma
‘perfeita tempestade’. Nenhum fator isolado nessa coleção poderia tê-los
derrubado tão severamente”, disse o pesquisador à Folha de S. Paulo.

Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa


sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios que
eram preenchidos pela chuva. É provável que a população tenha crescido
muito além da capacidade do ambiente, levando em consideração as
limitações tecnológicas da civilização. “É importante lembrar que os maias
não estão mortos. A população agrícola que permitiu à civilização
florescer ainda é muito viva na América Central”, lembra o pesquisador.

(Adaptado de Revista Dae, 21 de Junho


03265357481
de 2013,
www.revistadae.com.br/novosite/noticias_interna.php?id=8413)

196- De acordo com o texto,

(A) o sistema de coleta e armazenamento de água dos maias − composto


por barragem ensecadeira, grande reservatório de água, nascente e
processo de filtragem da água por areia − recentemente descoberto por
pesquisadores dos Estados Unidos, data de 600 a.C., é o mais antigo do
continente americano.
(B) o grande nível de desenvolvimento atingido pela civilização maia,
segundo o pesquisador norte-americano Vernon Scarborough, impede que
se atribua a uma única causa o seu desaparecimento, que deve ter sido o
resultado da concorrência de um conjunto de diferentes acontecimentos
infaustos.

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(C) o pesquisador norte-americano Vernon Scarborough, da universidade
de Cincinnati, em Ohio, acredita que o principal motivo que levou ao
desaparecimento da civilização maia foi uma avassaladora tempestade
que se abateu sobre a região no século IX d.C.
(D) as controvérsias entre os especialistas se estendem à questão da
eficiência do sistema de abastecimento de água dos maias, havendo
quem acredite, como o pesquisador norte-americano Vernon
Scarborough, que suas limitações podem ter sido uma das causas da
ruína dessa civilização.
(E) o principal interesse dos pesquisadores norte-americanos ao estudar o
sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é o aprendizado
que dele poderia advir e a possibilidade desse conhecimento vir a ser
aplicado na construção de sistemas semelhantes nos Estados Unidos.

197- Considerado o contexto, o segmento cujo sentido está


adequadamente expresso em outras palavras é:

(A) permitiu à civilização florescer (último parágrafo) = possibilitou a


refutação da barbárie
(B) para fazer a dragagem do maior reservatório (3º parágrafo) = para
empreender a drenagem da eclusa mais funda
(C) os motivos que levaram ao seu colapso (5º parágrafo) = as razões
que conduziram à sua derrocada
(D) os pesquisadores fizeram uma escavação arqueológica (2º parágrafo)
= os diletantes realizaram um experimento geomorfológico
(E) método sustentável de gerenciamento da água (1º parágrafo) =
procedimento ambiental de dissipação hídrica

198- A palavra empregada no texto em sentido próprio e depois em


sentido figurado está grifada nestes dois segmentos:

(A) os pesquisadores fizeram uma escavação arqueológica nas ruínas da


antiga cidade de Tikal ... / a mudança climática contribuiu para a ruína
desta sociedade... 03265357481

(B) a civilização maia da América Central tinha um método sustentável de


gerenciamento da água. / As antigas civilizações têm muito a ensinar
para as novas gerações.
(C) e os motivos que levaram ao seu colapso ainda são questionados e
debatidos pelos pesquisadores. / Minha visão pessoal é que o colapso
envolveu diferentes fatores...
(D) para fazer a dragagem do maior reservatório de água em Tikal ... /
uma estação que desviava a água para diversos reservatórios.
(E) a presença de uma antiga nascente ligada ao início da colonização da
região ... / estimativas de mais cinco milhões de pessoas que viviam na
região das planícies maias ao sul.

TEXTO

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O conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu ao longo do tempo e
incorporou, para além do capital natural, também aspectos de
desenvolvimento humano. Desta forma é possível distinguir três
dimensões do Desenvolvimento Sustentável (AYUSO e FULLANA, 2002):

- Sustentabilidade ambiental: deve garantir que o desenvolvimento seja


compatível com a manutenção dos processos ecológicos essenciais, da
diversidade biológica e dos recursos naturais;

- Sustentabilidade econômica: deve garantir que o desenvolvimento seja


economicamente eficiente, beneficie todos os agentes de uma região
afetada e os recursos sejam geridos de maneira que se conservem para
as gerações futuras;

- Sustentabilidade social e cultural: deve garantir que o desenvolvimento


sustentável aumente o controle dos indivíduos sobre suas vidas, seja
compatível com a cultura e os valores das pessoas, e mantenha e reforce
a identidade das comunidades.

Atualmente, também se associa o Desenvolvimento Sustentável ou


Sustentabilidade à responsabilidade social. Responsabilidade social é a
forma ética e responsável pela qual a Empresa desenvolve todas as suas
ações, políticas, práticas e atitudes, tanto com a comunidade quanto com
o seu corpo funcional. Enfim, com o ambiente interno e externo à
Organização e com todos os agentes interessados no processo.

Assim, as definições de Educação Ambiental são abrangentes e refletem a


história do pensamento e visões sobre educação, meio ambiente e
desenvolvimento sustentável.

É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura


empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Ambiental,
esteja alinhada a esses conceitos.
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(Adaptado de: Guia de Educação Ambiental. Programa de Educação


Ambiental - PEA Sabesp, p. 23-4. http://site.sabesp.com.br/site/interna/
Default.aspx?secaoId=176)

199- Conclui-se corretamente do texto que

(A) a sustentabilidade econômica prioriza o tempo presente, isto é, a


utilização dos recursos naturais esgotáveis em benefício do aumento da
prosperidade humana em detrimento da preservação desses mesmos
recursos, que acabam por não gerar riqueza e bem-estar para as pessoas.
(B) manter intocada a cultura e o modo de vida de uma dada
comunidade, de modo a evitar as influências advindas do contato com
outras culturas, especialmente daquelas dos grandes centros, que já

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perderam a sua identidade, deve ser uma das metas da sustentabilidade
social e cultural.
(C) há uma hierarquia entre os aspectos hoje relacionados ao
desenvolvimento sustentável: em primeiro lugar, deve vir a natureza e o
meio ambiente; em segundo, os fatores econômicos; e, por fim, as
questões ligadas à sociedade e à cultura.
(D) a responsabilidade da Empresa é limitada às pessoas - seu corpo de
funcionários e sua clientela -, não lhe cabendo envolver-se nas questões
propriamente ligadas à conservação do meio ambiente e da natureza.
(E) o conceito de desenvolvimento sustentável não é estável ao longo do
tempo: relacionado inicialmente ao meio ambiente, passou a abranger
também aspectos econômicos, sociais e culturais, vinculando-se mais
recentemente à responsabilidade social das empresas.

200- Sustentabilidade econômica: deve garantir que o desenvolvimento


seja economicamente eficiente, beneficie todos os agentes de uma região
afetada e os recursos sejam geridos de maneira que se conservem para
as gerações futuras...

Os elementos grifados no trecho acima têm, respectivamente, o sentido


de:

(A) assegurar - administrados


(B) implicar - cuidados
(C) abonar - aplicados
(D) propiciar - produzidos
(E) almejar - gerenciados

FCC – METRÔ/SP – ADVOGADO JÚNIOR – 2014

TEXTO

Delicadezas colhidas com mão leve


03265357481

Era sábado e estávamos os dois na redação vazia da revista.


Esparramado na cadeira, Guilherme roía o que lhe restava das unhas,
levantava-se, andava de um lado para outro, folheava um jornal velho,
suspirava. Aí me veio com esta:

− Meu texto é melhor que eu.

A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu amigo e poderia render uma
discussão sobre quem era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do
Guilherme Cunha Pinto. Os que foram apenas leitores desse jornalista tão
especial, morto já faz tempo, não teriam problema em escolher as
matérias que ele assinava, que me enchiam de uma inveja benigna.

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Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele ia buscar e punha em
palavras as coisas mais incorpóreas e delicadas. Não era com ele,
definitivamente, a simplificação grosseira que o jornalismo tantas vezes
se concede, com a desculpa dos espaços e horários curtos, e que acaba
fazendo do mundo algo chapado, previsível, sem graça. Guilherme não
aceitava ser um mero recolhedor de aspas, nas entrevistas, nem sair à
rua para ajustar os fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente
rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre as quais ia escrever,
sem ideias prontas nem pé atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e
permitia que elas o surpreendessem. Olhava-as com amorosa curiosidade
− donde os detalhes que faziam o singular encanto de suas matérias. O
personagem mais batido se desdobrava em ângulos inéditos quando o
repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da alma de seus
entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de arara do jornalismo
inquisitorial. Deu forma a textos memoráveis e produziu um título desde
então citado e recitado nas redações paulistanas: “Picasso morreu, se é
que Picasso morre”.

(Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto


Alegre: Arquipélago, 2001. p.45 e 46)

201- A qualidade que o autor do texto ressalta em seu amigo e colega de


redação Guilherme Cunha Pinto diz respeito

(A) à modéstia de um jornalista que sabia admitir o limite de suas


virtudes profissionais, que nada tinham a ver com sua real personalidade.
(B) ao modo como esse jornalista conduzia suas matérias, nas quais se
reconheciam detalhes dos fatos analisados ou das pessoas entrevistadas.
(C) ao estilo da linguagem desse jornalista, na qual despontavam os
recursos de uma clássica elegância retórica, que passara a ser evitada
nas redações.
(D) às oscilações de humor do companheiro, marcadas ora pela extrema
modéstia, ora pela euforia de quem reconhecia traços de genialidade em
si mesmo. 03265357481

(E) aos cuidados que o companheiro demonstrava na condução de suas


reportagens, marcadas pelo tom impessoal e por uma rigorosa
objetividade.

202- Atente para as seguintes afirmações:

I. A frase Meu texto é melhor que eu é precedida por visíveis sinais de


inquietação de Guilherme Cunha Pinto, que sugerem os momentos de
uma tensa autoanálise desse jornalista.
II. O autor do texto reconhece como uma das virtudes principais do
colega a capacidade de dar forma verbal àquilo que parece
definitivamente resistir à corporeidade da expressão.

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III. A relevância do jornalista Guilherme Cunha Pinto destaca-se,
sobretudo, na oposição a um jornalismo praticado com mão pesada e
visão preconcebida das coisas.

Em relação ao texto está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) II, apenas.

203- O autor do texto, ao se valer do segmento

(A) uma discussão sobre quem era melhor (3º parágrafo), está se
referindo à competição que havia entre ele e seu amigo Guilherme.
(B) Os que foram apenas leitores (3º parágrafo), está identificando
aqueles que liam apressada e desatentamente as matérias do colega.
(C) mero recolhedor de aspas (4º parágrafo), está acusando o vício
comum, entre jornalistas, de apresentarem como suas as declarações
alheias.
(D) Olhava-as com amorosa curiosidade (4º parágrafo), está se referindo
à astuciosa tática utilizada pelo colega para obter confissões de seus
entrevistados.
(E) “Picasso morreu, se é que Picasso morre” (4º parágrafo), está
ilustrando a originalidade da perspectiva afetiva adotada pelo colega
jornalista em seu trabalho.

204- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:

(A) me veio com esta (1º parágrafo) = atalhou-me para discordar.


(B) me enchiam de uma inveja benigna (3º parágrafo) = via-me tomado
por um franco ressentimento. 03265357481

(C) algo chapado, previsível (4º parágrafo) = uma coisa insólita,


prematura.
(D) ajustar os fatos a uma pauta (4º parágrafo) = enquadrar as
ocorrências num roteiro prévio.
(E) jornalismo inquisitorial (4º parágrafo) = reportagem especulativa.

TEXTO

Viagens

Viagens de avião e de metrô podem guardar certa semelhança. Entre


nuvens carregadas, ou tendo o azul como horizonte infinito, o passageiro
não sente que está em percurso; no interior dos túneis, diante das

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velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro tampouco sabe da
viagem. Em ambos os casos, vai de um ponto a outro como se alguém o
levantasse de um lugar para pô-lo em outro, mais adiante.

Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem interior. As nuvens, o


azul ou o concreto escuro hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas
imagens e nossos pensamentos, que também sabem mover-se com
rapidez. Confesso que gosto desses momentos que, sendo velozes, são,
paradoxalmente, de letargia: os olhos abertos veem para dentro, nosso
cinema interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou de
expectativas abertas. Em tais viagens, estamos surpreendentemente sós
– uma experiência rara em nossos dias, concordam?

Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer engenhoca eletrônica,


por favor: que enfrente o vital desafio de um colóquio consigo mesmo, de
uma viagem em que somos ao mesmo tempo passageiros e condutores,
roteiristas do nosso trajeto, produtores do nosso sentido. Não é pouco:
nesses minutos de íntima peregrinação, o único compromisso é o de não
resistir à súbita liberdade que nossa imaginação ganhou. Chegando à
nossa estação ou ao nosso aeroporto, retomaremos a rotina e nos
curvaremos à fatalidade de que as obrigações mundanas rejam o nosso
destino. Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos
marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos importante é
chegar.

(Ulisses Rebonato, inédito)

205- A semelhança central entre uma viagem de avião e uma viagem de


metrô, explorada pelo autor ao longo do texto, é estabelecida pelo fato de
que ambas

(A) ensejam, dada a sedução das paisagens, a distração de que todos


precisamos para aliviar nossas inquietações mundanas.
(B) proporcionam, diante da monotonia do que corre lá fora, uma
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incursão do passageiro pelo espaço aberto e fecundo de sua interioridade.


(C) provocam, no embalo do ritmo uniforme, uma sensação de letargia
que nos libera do peso dos pensamentos e da imaginação.
(D) acrescentam, ao passageiro já pressionado pelos compromissos, a
ansiedade de rumar para um lugar sem divisar o trajeto.
(E) estimulam, dentro de cada um de nós, a criatividade de que
precisamos para resolver nossos problemas mais objetivos e imediatos.

206- Considerando-se o sentido do contexto, guardam entre si uma


relação de oposição os segmentos:

(A) nuvens carregadas e paredes de concreto.


(B) hipnotizam-nos e deixam-nos a sós com nossas imagens.

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(C) estamos surpreendentemente sós e uma experiência rara em nossos
dias.
(D) ninguém se socorra do celular e qualquer engenhoca eletrônica.
(E) íntima peregrinação e obrigações mundanas.

207- Atente para as seguintes afirmações:

I. Na expressão tampouco sabe da viagem, justifica-se o emprego do


termo sublinhado porque já se afirmara antes que o passageiro não sente
que está em percurso (1º parágrafo).
II. No 2º parágrafo, o emprego de paradoxalmente justifica-se pelo fato
de que uma sensação de letargia ocorre concomitantemente à velocidade
da viagem.
III. Expressões como concordam? (2º parágrafo) e por favor (3º
parágrafo) são indicativas da impossibilidade de conexão entre a autoria e
a recepção do texto.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) II, apenas.

208- A frase Navegar é preciso (3º parágrafo) encontra na frase que se


lhe segue, há viagens em que o menos importante é chegar,

(A) uma contestação, na qual se rechaça a ideia de que seja preciso


navegar.
(B) uma extensão de seu sentido, pois em ambos os casos o que menos
importa é o movimento.
(C) um desvio indevido de seu sentido, pois o texto releva a importância
de se chegar a algum lugar. 03265357481

(D) uma analogia correta, pois em ambos os casos importa a faculdade


mesma do viajar.
(E) uma analogia imperfeita, já que não se traduz nesta última a
ansiedade dos antigos marinheiros.

FCC – TRT 19ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro


começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão,
deixando para trás a fronteira com a China.

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O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da
Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o
transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até
cair em desuso, seis séculos atrás.

Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e
enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.

A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos
trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando
Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros
de terracota − era a capital da China.

As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China,


viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais
chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central
até o mar Cáspio e além.

Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas,


à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político
da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou
na direção da costa.

Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos


trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década.
Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do
país.

O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos


de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e
cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota
da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é
mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é
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considerável.

Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora


algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno
boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga
das temperaturas que podem atingir 40ºC negativos.

(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

209- Depreende-se corretamente do texto:

(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de


camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da
região.

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(B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado,
a atividade comercial da China migrasse na direção da costa.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no
inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas
baixas temperaturas.
(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram
a exportar quantidades significativas de especiarias.
(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o
seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China.

210- Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre

(A) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e a atual


transferência da produção industrial para o interior do país.
(B) a redução de tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a
aceleração da venda de produtos de informática.
(C) o uso de caminhões para o transporte de carga e a atual mudança da
geografia econômica da China.
(D) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota da Seda e o
aumento nos custos do transporte marítimo.
(E) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade Média e a
diminuição na demanda do Ocidente por especiarias e seda.

TEXTO

De que forma o conhecimento da cultura renascentista pode auxiliar no


entendimento do presente?

A história da cultura renascentista ilustra com clareza o processo de


construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea.
Nela se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do
individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de
comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo. Ela
consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda a
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cultura moderna, versada no rigor das matemáticas que passarão a reger


os sistemas de controle do tempo e do espaço. Será essa mesma razão
abstrata que estará presente na própria constituição da chamada
identidade nacional. Ela é a nova versão do poder dominante e será
consubstanciada no Estado Moderno, entidade controladora e
disciplinadora por excelência, que impõe à sociedade um padrão único,
monolítico e intransigente. Isso, contraditoriamente, fará brotar um
anseio de liberdade e autonomia do espírito, certamente o mais belo
legado do Renascimento à atualidade.

Como explicar a pujança do Renascimento, surgido em continuidade à


miséria, à opressão e ao obscurantismo do período medieval?

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O Renascimento assinala o florescimento de um longo processo de
produção, circulação e acumulação de recursos econômicos,
desencadeado desde a Baixa Idade Média. São os excedentes dessa
atividade crescente em progressão maciça que serão utilizados para
financiar, manter e estimular uma ativação econômica. Surge assim a
sociedade dos mercadores, organizada por princípios como a liberdade de
iniciativas, a cobiça e a potencialidade do homem, compreendido como
senhor da natureza, destinado a dominá-la e a submetê-la à sua vontade.
O Renascimento, portanto, é a emanação da riqueza e seus maiores
compromissos serão para com ela.

(Adaptado de: SEVCENKO, Nicolau. O renascimento. São Paulo: Atual;


Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1982. p. 2 e 3)

211- Depreende-se corretamente do texto:

(A) a escassez de recursos dos comerciantes medievais é consequência


imediata do obscurantismo típico do período renascentista.
(B) a oposição entre o predomínio do obscurantismo e a supremacia da
razão abstrata só se resolveu com a fundação do Estado Moderno.
(C) o comportamento insólito e ousado do homem renascentista foi
determinante para que ele pudesse controlar os rumos tomados pela
sociedade.
(D) as origens do comportamento individualista, do racionalismo e da
ambição ilimitada, perceptíveis na sociedade contemporânea, remontam
ao Renascimento.
(E) o domínio do homem sobre a natureza foi determinante para a
aceleração do fluxo de capital que culminou no Renascimento.

212- Assinala-se no texto

(A) a primazia do poder controlador do Estado Moderno sobre o


pensamento abstrato na Baixa Idade Média, contra a qual o homem
renascentista se mobilizou. 03265357481

(B) a oposição entre o caráter disciplinador do Estado Moderno e o anseio


de liberdade e autonomia do espírito.
(C) a legitimação do individualismo, elemento fundador da cultura
moderna, cuja consequência foi a constituição de uma identidade
nacional.
(D) um juízo de valor em relação à ambição ilimitada do homem
renascentista, a qual dificultou o avanço das ciências exatas.
(E) o egocentrismo e a cobiça do homem renascentista, cujos resíduos
negativos podem ser percebidos nos dias atuais.

TEXTO

Falo somente do que falo:


do seco e de suas paisagens,

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Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
que reduz tudo ao espinhaço,
cresta o simplesmente folhagem,
folha prolixa, folharada,
onde possa esconder-se a fraude.

Falo somente por quem falo:


por quem existe nesses climas
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:
e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua

Falo somente para quem falo:


quem padece sono de morto
e precisa um despertador
acre, como o sol sobre o olho:
que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso,
e bate nas pálpebras como
se bate numa porta a socos.

(Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores


poemas de João Cabral de Melo Neto. SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.),
São Paulo: Global, 2013, formato ebook)

213- Considere as afirmações abaixo.

I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o


poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor
indiferente.
II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a
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um contexto de privação.
III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se
esconde nas folhas prolixas da paisagem.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.
(B) II e III.
(C) II.
(D) III.
(E) I e II.

214- Afirma-se corretamente:

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(A) No poema, considera-se o sol a causa da escassez da folhagem.


(B) O elemento grifado em como se bate numa porta a socos indica uma
causa.
(C) Alguns dos adjetivos que caracterizam o sol no poema são inerte,
estridente, imperioso.
(D) Critica-se no poema a inércia daqueles que não se esforçam para
cultivar o solo.
(E) O segmento nesses climas condicionados pelo sol pode ser reescrito
do seguinte modo: "nesses climas em que o sol os condiciona".

FCC – TRT 19ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA)


– 2014

TEXTO

Ainda aluna de medicina, Nise da Silveira se horrorizou ao ver o professor


abrir com um bisturi o corpo de uma jia e deixar à mostra, pulsando, seu
pequenino coração.

Esse fato define a mulher que iria revolucionar o tratamento da


esquizofrenia e pôr em questão alguns dogmas estéticos em vigor mesmo
entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte.

A mesma sensibilidade à flor da pele que a fez deixar, horrorizada, a aula


de anatomia, levou-a a se opor ao tratamento da esquizofrenia em voga
na época em que se formou: o choque elétrico, o choque insulínico, o
choque de colabiosol e, pior do que tudo, a lobotomia, que consistia em
secionar uma parte do cérebro do paciente. Tomou-se de revolta contra
tais procedimentos, negando-se a aplicá-los nos doentes a ela confiados.
Foi então que o diretor do hospital, seu amigo, disse-lhe que não poderia
mantê-la no emprego, a não ser em outra atividade que não envolvesse o
tratamento médico. − Mas qual?, perguntou ela. − Na terapia
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ocupacional, respondeu-lhe o diretor.

A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para


lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a
proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes
trabalhavam em ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo
modelagem com argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram
alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram
a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do
Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio.

É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus


companheiros psiquiatras. Enquanto, para estes, a loucura era um
processo progressivo de degenerescência cerebral, que só se poderia

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retardar com a intervenção direta no cérebro, ela via de outro modo,
confiando que o trabalho criativo e a expressão artística contribuiriam
para dar ordem e equilíbrio ao mundo subjetivo e afetivo tumultuado pela
doença.

Por isso mesmo acredito que o elemento fundamental das realizações e


das concepções de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo outro. Foi por
não suportar o sofrimento imposto aos pacientes pelos choques que ela
buscou e inventou outro caminho, no qual, em vez de ser vítima da
truculência médica, o doente se tornou sujeito criador, personalidade livre
capaz de criar um universo mágico em que os problemas insolúveis
arrefeciam.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. A Cura pelo Afeto. Resmungos, São


Paulo: Imprensa Oficial, 2007)

215- De acordo com o texto, Nise da Silveira

(A) propôs a prática artística como coadjuvante no tratamento de doenças


mentais, ao lado dos procedimentos em voga à sua época.
(B) introduziu mudanças na psiquiatria, deixando de ver a loucura como
um processo de degeneração mental, além de pôr em xeque ditames da
arte de seu tempo.
(C) passou a trabalhar tendo como parâmetro os afetos dos pacientes, a
despeito da prática artística envolvida no tratamento da esquizofrenia.
(D) praticou o que havia de mais atual em termos de tratamento
psiquiátrico, o que pressupunha o contato com artistas consagrados de
então.
(E) encontrou, já nas primeiras aulas de psiquatria, o fundamento de sua
visão sobre terapia ocupacional, qual seja, a aceitação racional da doença
por parte do paciente.

216- O autor do texto considera que


03265357481

(A) os avanços obtidos por Nise da Silveira, por dizerem respeito ao


tratamento de esquizofrenia, devem ser vistos com cautela em termos
artísticos.
(B) a dimensão afetiva fez com que os pacientes passassem a se adequar
aos tratamentos psiquiátricos em voga, o que foi uma grande conquista
em termos de terapia ocupacional.
(C) o afeto pelo outro foi o diferencial oferecido por Nise da Silveira, que
fez com que seus pacientes se tornassem verdadeiros agentes em seus
próprios tratamentos.
(D) a subjetividade tumultuada dos doentes adquiria ordem e equilíbrio
quando eram submetidos a tratamentos clínicos, muito embora isso
arrefecesse sua capacidade artística.

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(E) a arte contribui para a criação de um universo imaginário que distrai
os pacientes do cerne de sua condição, servindo de cura para suas
enfermidades.

217- O segmento que explicita a causa de um acontecimento anterior é:

(A) ... que ela buscou e inventou outro caminho... (6º parágrafo)
(B) É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus
companheiros psiquiatras. (5º parágrafo)
(C) ... que o elemento fundamental das realizações e das concepções de
Nise da Silveira era o afeto... (6º parágrafo)
(D) Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte
brasileira... (4º parágrafo)
(E) ... fazendo modelagem com argila e encadernando livros. (4º
parágrafo)

TEXTO

No texto abaixo, Graciliano Ramos narra


seu encontro com Nise da Silveira.

Chamaram-me da porta: uma das mulheres recolhidas à sala 4 desejava


falar comigo. Estranhei. Quem seria? E onde ficava a sala 4? Um sujeito
conduziu-me ao fim da plataforma, subiu o corrimão e daí, com agilidade
forte, galgou uma janela. Esteve alguns minutos conversando,
gesticulando, pulou no chão e convidou-me a substituí-lo. Que? Trepar-
me àquelas alturas, com tamancos?

Examinei a distância, receoso, descalcei-me, resolvi tentar a difícil


acrobacia. A desconhecida amiga exigia de mim um sacrifício; a perna,
estragada na operação, movia-se lenta e perra; se me desequilibrasse,
iria esborrachar-me no pavimento inferior. Não houve desastre. Numa
passada larga, atingi o vão da janela; agarrei-me aos varões de ferro,
olhei o exterior, zonzo, sem perceber direito por que me achava ali. Uma
03265357481

voz chegou-me, fraca, mas no primeiro instante não atinei com a pessoa
que falava. Enxerguei o pátio, o vestíbulo, a escada já vista no dia
anterior. No patamar, abaixo de meu observatório, uma cortina de lona
ocultava a Praça Vermelha. Junto, à direita, além de uma grade larga,
distingui afinal uma senhora pálida e magra, de olhos fixos, arregalados.
O rosto moço revelava fadiga, aos cabelos negros misturavam-se alguns
fios grisalhos. Referiu-se a Maceió, apresentou-se:

− Nise da Silveira.

Noutro lugar o encontro me daria prazer. O que senti foi surpresa,


lamentei ver minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do
hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz
me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a

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esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se de tomar espaço. Nunca me
havia aparecido criatura mais simpática. O marido, também médico, era
meu velho conhecido Mário Magalhães. Pedi notícias dele: estava em
liberdade. E calei-me, num vivo constrangimento.

De pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio;


certamente causava impressão muito infeliz. Nise, acanhada, tinha um
sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a
perturbação, magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio,
provavelmente se arrependeu de me haver convidado para deixar-me
assim confuso.

(RAMOS, Graciliano, Memórias do Cárcere, vol. 1. São Paulo, Record,


1996, p. 340 e 341)

218- De acordo com o texto,

(A) Nise da Silveira apresenta-se a Graciliano Ramos, que se sente


constrangido por não saber quem ela é, enquanto ela demonstra já
conhecê-lo.
(B) Graciliano Ramos arrepende-se de conhecer pessoalmente Nise da
Silveira, muito embora ela tenha demonstrado simpatia por sua situação.
(C) Nise da Silveira passa a guardar silêncio ao perceber que o escritor,
descalço e de pijama, encontrava-se bastante infeliz.
(D) defronte a sua nova amiga, o escritor sente-se pouco à vontade, uma
vez que não possuíam afinidades profissionais, tampouco suspeitavam a
razão de estarem no mesmo lugar.
(E) o encontro entre Graciliano Ramos e Nise da Silveira ocorreu de
maneira inusitada para o escritor, que se mostrou constrangido em
virtude da situação em que se encontravam.

TEXTO

Errância 03265357481

Só porque
erro
encontro
o que não se
procura

só porque
erro
invento
o labirinto

a busca
a coisa

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a causa da
procura

só porque
erro
acerto: me
construo

Margem de
erro: margem
de liberdade.

(FONTELA, Orides, Poesia Reunida, São Paulo, CosacNaify, 2006, p. 202)

219- De acordo com o poema,

(A) construir-se significa aprender com os erros, evitando-os de maneira


a não comprometer sua liberdade.
(B) o erro, como eliminação de uma possibilidade falha, constitui um
mecanismo de aferição na busca pelas coisas certas.
(C) o erro, ao desviar-se de uma finalidade predeterminada, abre a
possibilidade do caminho inusitado, identificado aqui com a liberdade.
(D) acertar envolve dificuldades equiparáveis às de um labirinto, cuja
única saída é aqui identificada com a liberdade.
(E) erro e acerto são noções imprecisas, comparáveis a um labirinto
conceitual, e sua compreensão depende da finalidade de cada busca.

FCC – TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano, Carlos


Manuel de Céspedes, e duzentos homens mal armados tomaram a cidade
de Santiago e proclamaram a independência do país em relação à
03265357481

metrópole espanhola. Mas a Espanha reagiu. Quatro anos depois,


Céspedes foi deposto por um tribunal cubano e, em março de 1874, foi
capturado e fuzilado por soldados espanhóis.

Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição ao


comércio, o governo americano apoiara abertamente os revolucionários e
Nova York, Nova Orleans e Key West tinham aberto seus portos a
milhares de cubanos em fuga. Em poucos anos Key West transformou-se
de uma pequena vila de pescadores numa importante comunidade
produtora de charutos. Despontava a nova capital mundial do Havana.

Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos levaram com eles


a instituição do “lector”. Uma ilustração da revista Practical Magazine

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mostra um desses leitores sentado de pernas cruzadas, óculos e chapéu
de abas largas, um livro nas mãos, enquanto uma fileira de trabalhadores
enrolam charutos com o que parece ser uma atenção enlevada.

O material dessas leituras em voz alta, decidido de antemão pelos


operários (que pagavam o “lector” do próprio salário), ia de histórias e
tratados políticos a romances e coleções de poesia. Tinham seus
prediletos: O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por exemplo,
tornou-se uma escolha tão popular que um grupo de trabalhadores
escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870, pedindo-lhe que
cedesse o nome de seu herói para um charuto; Dumas consentiu.

Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as leituras decorriam em


silêncio concentrado e não eram permitidos comentários ou questões
antes do final da sessão.

(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad. Pedro


Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134-136)

220- Afirma-se corretamente:

(A) No 4º parágrafo, o autor emite um juízo de valor a respeito do hábito


levado pelos trabalhadores cubanos aos Estados Unidos.
(B) O texto se inicia com a apresentação do contexto histórico que
culminou na implantação de um costume levado pelos cubanos para
fábricas de charuto americanas.
(C) O texto se desenvolve a partir de reminiscências do próprio autor a
respeito de uma situação vivenciada por ele em determinado contexto
histórico.
(D) No primeiro parágrafo, o autor introduz o assunto principal sobre o
qual irá tratar no texto, qual seja, a imigração de operários cubanos para
os Estados Unidos.
(E) O interesse da imprensa americana, estabelecido no 3º parágrafo, foi
determinante para a disseminação, no país, de costumes introduzidos por
03265357481

operários cubanos em Key West.

221- Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre

(A) a abertura dos portos americanos a fugitivos cubanos e a produção de


charutos estabelecida em solo americano.
(B) o apoio dos Estados Unidos aos revolucionários e a proclamação da
independência cubana por Céspedes.
(C) as medidas de restrição ao comércio adotadas pelo governo espanhol
e a tomada do poder por um líder revolucionário.
(D) a imigração de cubanos para os Estados Unidos à procura de trabalho
e o amplo apoio dado pelo país aos revolucionários.

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(E) a transformação da pequena vila de Key West em uma importante
comunidade produtora de charutos e a abertura dos portos americanos a
fugitivos cubanos.

222- Depreende-se do texto que

(A) a atividade de ler em voz alta, conduzida pelo “lector”, permitia que
os operários produzissem mais, pois trabalhavam com maior
concentração.
(B) o hábito de ler em voz alta, levado originalmente de Cuba para os
Estados Unidos, relaciona-se ao valor atribuído à leitura, que é
determinado culturalmente.
(C) os operários cubanos homenagearam Alexandre Dumas ao atribuírem
a um charuto o nome de um dos personagens do escritor.
(D) ao contratar um leitor, os operários cubanos podiam superar, em
parte, a condição de analfabetismo a que estavam submetidos.
(E) os charuteiros cubanos, organizados coletivamente, compartilhavam a
ideia de que a fruição de um texto deveria ser comunitária, não
individual.

223- Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática necessária e
comum no mundo laico da Idade Média. Até a invenção da imprensa, a
alfabetização era rara e os livros, propriedade dos ricos, privilégio de um
pequeno punhado de leitores.

Embora alguns desses senhores afortunados ocasionalmente


emprestassem seus livros, eles o faziam para um número limitado de
pessoas da própria classe ou família.

(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.)

Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto,


substituindo-se Embora (2º parágrafo) por
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(A) Contudo.
(B) Desde que.
(C) Porquanto.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto.

TEXTO

Foi por me sentir genuinamente desidentificado com qualquer espécie de


regionalismo que escrevi coisas como: "Não sou brasileiro, não sou
estrangeiro / Não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum"/ "Riquezas
são diferenças".

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Ao mesmo tempo, creio só terem sido possíveis tais formulações pessoais
pelo fato de eu haver nascido e vivido em São Paulo. Por essa ser uma
cidade que permite, ou mesmo propicia, esse desapego para com raízes
geográficas, raciais, culturais. Por eu ver São Paulo como um gigante
liquidificador onde as informações diversas se misturam, gerando novas
interpretações, exceções.

Por sua multiplicidade de referências étnicas, linguísticas, culturais,


religiosas, arquitetônicas, culinárias...

São Paulo não tem símbolos que dêem conta de sua diversidade. Nada
aqui é típico daqui. Não temos um corcovado, uma arara, um cartão
postal. São Paulo são muitas cidades em uma.

Sempre me pareceram sem sentido as guerras, os fundamentalismos, a


intolerância ante a diversidade.

Assim, fui me sentindo cada vez mais um cidadão do planeta. Acabei


atribuindo parte desse sentimento à formação miscigenada do Brasil.

Acontece que a miscigenação brasileira parece ter se multiplicado em São


Paulo, num ambiente urbano que foi crescendo para todos os lados, sem
limites.

Até a instabilidade climática daqui parece haver contribuído para essa


formação aberta ao acaso, à imprevisibilidade das misturas.

Ao mesmo tempo, temos preservados inúmeros nomes indígenas


designando lugares, como Ibirapuera, Anhangabaú, Butantã etc.
Primitivismo em contexto cosmopolita, como soube vislumbrar Oswald de
Andrade.

Não é à toa que partiram daqui várias manifestações culturais.


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São Paulo fragmentária, com sua paisagem recortada entre praças e


prédios; com o ruído dos carros entrando pelas janelas dos apartamentos
como se fosse o ruído longínquo do mar; com seus crepúsculos
intensificados pela poluição; seus problemas de trânsito, miséria e
violência convivendo com suas múltiplas ofertas de lazer e cultura; com
seu crescimento indiscriminado, sem nenhum planejamento urbano; com
suas belas alamedas arborizadas e avenidas de feiura infinita.

(Adaptado de: ANTUNES, Arnaldo. Alma paulista. Disponível em


http://www.arnaldoantunes.com.br).

224- No texto, o autor

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(A) descreve São Paulo como uma cidade marcada por contrastes de
diversas ordens.
(B) assinala a relevância da análise de Oswald de Andrade a respeito do
provincianismo da antiga São Paulo.
(C) critica o fato de nomes indígenas, ininteligíveis, designarem, ainda
hoje, lugares comuns da cidade de São Paulo.
(D) sugere que o trânsito, com seus ruídos longínquos, é o principal
problema da cidade de São Paulo.
(E) utiliza-se da ironia ao elogiar a instabilidade climática e a paisagem
recortada da cidade de São Paulo.

225- O autor

(A) opõe a oferta de atividades de lazer disponíveis em São Paulo ao seu


desapego pessoal por raízes geográficas, raciais e culturais.
(B) atribui a tolerância à miscigenação brasileira à diversidade que se
exprime com grande força em São Paulo.
(C) encontra razões plausíveis para a violência da cidade de São Paulo e o
crescimento sem limites de sua área urbana.
(D) considera a falta de planejamento urbano da cidade de São Paulo a
causa da feiura infinita de suas avenidas.
(E) estabelece uma associação entre a diversidade típica de São Paulo e a
falta de um símbolo que sirva de cartão postal para a cidade.

FCC – TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ARQUIVOLOGIA) – 2014

TEXTO

A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana mais


bem repartida: nenhum privilegiado reivindica ignorância em relação a ela
ou se vangloria de conhecê-la melhor que qualquer outro. Violência
nascida no próprio âmago do indivíduo, ela dilacera sua presença e o
esgota, dissolve-o no abismo que nele se abriu, esmaga-o no sentimento
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de um imediato sem nenhuma perspectiva. Rompe-se a evidência da


relação do indivíduo consigo e com o mundo.

A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo


enquanto goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do
enraizamento físico de sua existência, desde que nenhum obstáculo se
interponha entre seus projetos e o mundo. De fato, na vida cotidiana o
corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas ritualidades
sociais e pela repetição incansável de situações próximas umas das
outras. Aliás, esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René
Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. Georges
Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência em que o
sujeito é de seu corpo”.

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(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, São Paulo, Editora
Fap-Unifesp, 2013, p. 25-6)

226- Conforme o texto, a

(A) saúde, ao contrário da dor, torna o homem apto à percepção corporal,


uma vez que não impõe barreiras inflexíveis.
(B) dor, ao contrário da saúde, possibilita ao homem a tomada de
consciência sobre seu próprio corpo.
(C) dor, como sintoma da doença, estabelece uma relação de pertença
entre corpo e sujeito.
(D) saúde, como estado de plenitude, torna perceptível a cisão entre
corpo e sujeito.
(E) dor, diferentemente da saúde, leva ao ocultamento do sujeito frente a
seu corpo.

227- ... esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo...


... definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. (final do texto)

Os segmentos acima expressam, respectivamente,

(A) consequência e finalidade.


(B) condição e necessidade.
(C) consequência e condição.
(D) causa e finalidade.
(E) causa e decorrência.

TEXTO

Menino do mato

Eu queria usar palavras de ave para escrever.


Onde a gente morava era um lugar imensamente e sem
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[ nomeação.
Ali a gente brincava de brincar com palavras
tipo assim: Hoje eu vi uma formiga ajoelhada na pedra!
A Mãe que ouvira a brincadeira falou:
Já vem você com suas visões!
Porque formigas nem têm joelhos ajoelháveis
e nem há pedras de sacristias por aqui.
Isso é traquinagem da sua imaginação.
O menino tinha no olhar um silêncio de chão
e na sua voz uma candura de Fontes.
O Pai achava que a gente queria desver o mundo
para encontrar nas palavras novas coisas de ver
assim: eu via a manhã pousada sobre as margens do
rio do mesmo modo que uma garça aberta na solidão

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de uma pedra.
Eram novidades que os meninos criavam com as suas
palavras.
Assim Bernardo emendou nova criação: Eu hoje vi um
sapo com olhar de árvore.
Então era preciso desver o mundo para sair daquele
lugar imensamente e sem lado.
A gente queria encontrar imagens de aves abençoadas
pela inocência.
O que a gente aprendia naquele lugar era só ignorâncias
para a gente bem entender a voz das águas e
dos caracóis.
A gente gostava das palavras quando elas perturbavam
o sentido normal das ideias.
Porque a gente também sabia que só os absurdos
enriquecem a poesia.

(BARROS, Manoel de, Menino do Mato, em Poesia Completa, São Paulo,


Leya, 2013, p. 417-8.)

228- De acordo com o poema,

(A) os sentidos atribuídos às palavras pelo menino adequavam-se, na


verdade, às ideias normais, que, por seu turno, iam constituindo sua
compreensão de mundo.
(B) os absurdos, muito embora concernentes à poesia, eram
compreendidos pela mãe como fruto da ignorância do menino.
(C) as visões a que a mãe se refere são, para o menino, alterações no
sentido usual das ideias, com que reinventava o mundo que o cercava.
(D) as novidades que o mundo apresentava ao menino precisavam de
palavras novas para serem descritas, pois a linguagem se mostrava pobre
para a imensidão de seu mundo.
(E) as imagens vistas pelo menino eram reflexo de sua imaginação, livre
da linguagem de que fazia uso para descrevê-las.
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FCC – TRT 2ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA)


– 2014

TEXTO

Diante do futuro

Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos


verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em
uma de suas obras estas palavras:

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“Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei mais uma hora, se a
minha mão poderá terminar esta linha que começo? A vida está por todos
os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo, trabalho,
empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus pensamentos,
eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a contar. A
minha atividade excede em cada minuto o instante presente, estende-se
ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse consumo
seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o futuro as
resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime de
todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha
liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O
meu pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o
mundo, dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o
meu poder não é equivalente a nenhuma quantidade determinada;
quanto mais trabalho, mais espero.”

* Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês.

(PRADO, Antonio Arnoni (org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária.


São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164)

229- Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para defender a tese de que

(A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente


ligadas às experiências do presente.
(B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que
todas as nossas ações são duradouras.
(C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor
intrínseco de que se revestem.
(D) as ações do presente ganham sentido quando projetadas e
executadas com vistas ao futuro.
(E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo
presente logram antevê-lo e iluminá-lo.
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230- O fato de nossa vida estar cercada pelo Desconhecido não deve
implicar uma restrição aos empreendimentos humanos, já que, para
Guyau,

(A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como


parâmetro dos nossos empreendimentos.
(B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma
visão otimista do futuro.
(C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o
presente com o máximo de intensidade.
(D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem
atentar para as circunstâncias presentes.
(E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão
desfrutadas no futuro.

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231- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:

(A) Todavia executo (2º parágrafo) = por conseguinte ajo.


(B) uma perda estéril (2º parágrafo) = um ônus impróprio.
(C) imponho-me privações (2º parágrafo) = faculto-me restrições.
(D) o futuro as resgatará (2º parágrafo) = o amanhã as imputará.
(E) incerteza que me comprime (2º parágrafo) = dúvida que me
constringe.

TEXTO

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando
alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse:
“chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece
necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro
ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto.

Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e


argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto
disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre
desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de
argumentar. Afinal, gosto não se discute.

Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a


palavra, a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num
mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há
lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma
preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo
do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e
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proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas


ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas
contradições.

(Emiliano Barreira, inédito)

232- Definida como instância definitiva da mais rasa subjetividade, a


questão de gosto opõe-se, terminantemente,

(A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão.


(B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela.
(C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica.
(D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de
discussão.

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(E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa
discussão.

233- Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra


bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas
de valor equivalente.
II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual
alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a
acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.

Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.
(B) I e II.
(C) II.
(D) II e III.
(E) III.

234- Ao longo do texto o autor se vale de expressões de sentido


antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e uma
mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega

(A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica.


(B) engolir em seco e impedido de argumentar.
(C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico.
(D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza.
(E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais.

TEXTO

Sobre a publicação de livros


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Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e


restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo
Voltaire, em 1777:

“Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve


recorrer aos tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver
sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus
compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então,
mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for
provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se
for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.”

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(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo:
Martins Fontes, 2001. p. 56)

235- A posição de Voltaire está corretamente resumida na seguinte frase:

(A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na


instância do Estado deve ser administrada.
(B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem
permanecer à margem das sanções dos tribunais.
(C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação
do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo.
(D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela
divulgação de suas ideias.
(E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso
constituir manifesta exigência do público.

FCC – TRT 2ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

Desde “A democracia na América” (1835), de Alexis de Tocqueville,


tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América ibérica,
constituindo este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social
no continente. Nessa obra, a América do Sul é descrita como lugar em
que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do
Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo "era grave,
sério, solene; dissera-se que fora criada para se tornar província da
inteligência, enquanto a outra era a morada dos sentidos".

O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um processo


em que o atraso ibérico, sob o impacto das diferentes influências
exercidas pelo seu vizinho anglo-americano, modernizar-se-ia, rompendo
com os fundamentos da sua própria história.
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A reflexão social latino-americana no século XIX, já testemunha dos


sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos, tomou-os como um
paradigma em sua luta orientada contra o que seria o seu atraso
constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigentes em
seus espaços nacionais. Entre tantos outros, os argentinos Sarmiento e
Alberdi desenvolveram uma publicística centrada na comparação entre as
duas Américas e o que nos cumpriria fazer para, livrando-nos dos nossos
males históricos, lograrmos sucesso no ingresso ao mundo moderno. [...]

No caso do Brasil, a comparação com os Estados Unidos também esteve


presente ao longo de nossa história, influenciando diretamente os
embates sobre o processo da modernização brasileira. Nossa herança
ibérica, marcada por um Estado forte e pela valorização do público, seria

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compatível com os valores do mundo moderno então emergente? Ou, de
forma alternativa, ela teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja
superação em direção à modernidade exigiria uma ruptura com esse
passado? Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos
iberismo e americanismo tenham sido formulados a posteriori, não
estando presentes no vocabulário dos autores consagrados como
fundadores da tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave
interpretativa para o estudo do processo de nossa formação histórica.

(VIANNA, Luis Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e americanismo.


In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda brasileira:
temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras,
2011, p. 248-249)

236- Respeitando a constituição do texto, deve-se

(A) tomar a citada obra de Alexis de Tocqueville como fundadora de um


modo de pensar que elimina a distância entre razão e emoção.
(B) reconhecer aquilo que é inerente a cada ser humano como expressão
da força determinante da natureza, em qualquer de suas várias formas,
sobre os que dela provêm num específico espaço geográfico.
(C) conceber a comparação entre Estados Unidos e América ibérica como
o fundamento do imaginário dos povos naturais do continente.
(D) compreender que o homem deve tirar proveito de sua competência
para agir sobre a natureza, moldando-a de modo a tornar menos
vulneráveis os que nela habitam.
(E) entender que o pensamento social latino-americano do século XIX
tomou os Estados Unidos como ponto de referência para o esforço de
realização de objetivos da América ibérica.

237- Considere o texto e as assertivas que seguem.

I. O cotejo entre o emprego de certas formas verbais, por exemplo, (linha


7) debilitaria e (linha 8) era evidencia a distinção entre o ponto de vista,
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respectivamente, de quem comenta uma hipótese lançada por outrem e o


ponto de vista de quem propõe essa mesma hipótese.
II. Considerada a lógica e o contexto, merece reparo o que se tem no
segmento O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um
processo em que o atraso ibérico [...] modernizar-se-ia: em lugar do que
está destacado, seria adequado haver, por exemplo, "a America ibérica,
atrasada,".
III. No parágrafo 4, a presença de duas indagações no excerto deve-se ao
fato de cada uma delas enfatizar uma específica polêmica a respeito de
nossa história, correspondendo, então, uma em relação à outra, a um
caminho alternativo na definição da prioridade a ser enfrentada no
processo de modernização do Brasil.

Está correto o que se afirma em

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(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, apenas.

238- Observada a organização do texto, e especialmente a última frase,


cria-se uma expectativa de que as linhas seguintes ao fragmento trarão

(A) a categoria "iberismo" como fundamento do primeiro bloco de estudos


sobre a formação histórica do Brasil, dando lugar, a seguir, à categoria
"americanismo".
(B) os conceitos de "iberismo" e de "americanismo" sempre em oposição,
visto que são resultado de momentos históricos antagônicos e bastante
afastados no tempo.
(C) crítica a autores equivocadamente consagrados como fundadores da
tradição de interpretar o Brasil, equívoco gerado pelo desconhecimento de
que eles muito tardiamente se valeram da chave necessária à análise da
cultura.
(D) considerações sobre o processo de formação do Brasil, iluminadas por
matrizes de pensamento que, a partir de certo momento, foram
conceituadas como "americanismo" e "iberismo".
(E) retificações dos textos inaugurais da tradição de interpretar o Brasil,
determinadas pelo fato de que os autores não contavam, em seu
vocabulário, com as palavras "americanismo" e "iberismo".

TEXTO

A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade política é bem


capaz de ocultar o essencial nessa matéria, ou seja, a liberdade existe
como um valor ético em si mesmo, independentemente dos benefícios
concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
03265357481

A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa das maiores


conquistas do ser humano. E, efetivamente, que valor teriam a
descoberta da verdade, a criação da beleza, a invenção das utilidades ou
a realização da justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
escolher livremente o contrário de tudo isso?

Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade


torna os povos fortes, na guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória
que os atenienses, sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
calcídeos e os beócios, ele comenta: "Aliás, verifica-se, sempre e em todo
lugar, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem preciosa:
submetidos aos tiranos, os atenienses não tinham mais valor na guerra
que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade foi
manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar

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seu valor, pois labutavam para um senhor; ao passo que, uma vez livres,
cada um no seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras, para
o triunfo do empreendimento coletivo".

O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias e de multiplicação


surpreendente de forças humanas voltou a repetir-se vinte e quatro
séculos depois, com a Revolução Francesa. Pela primeira vez na história
moderna, as forças armadas de um país não eram compostas de
mercenários, nem combatiam por um príncipe, sob o comando de nobres,
mas eram formadas de homens livres e iguais, comandados por generais
plebeus, sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.

(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito,


moral e religião no mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras,
2006, p. 546-547)

239- O texto abona o seguinte comentário: o autor, na defesa de seu


ponto de vista,

(A) opta por fazer um relato de como a liberdade se manifestou em


diferentes momentos históricos, o que lhe permitiu concluir, ao final do
texto, que a liberdade é um valor ético em si mesmo.
(B) vale-se de um testemunho de prestígio, sem, entretanto, tomá-lo
como suficiente, dado que acrescenta comentário que o ratifica.
(C) cita Cleômenes e episódio histórico que deu a esse ateniense
experiência para reconhecer não só o valor da liberdade, mas, em
próprias palavras do conquistador, que a igualdade entre os cidadãos é
uma vantagem.
(D) faz uso de uma indagação que é meramente retórica, pois a resposta
a ela está implícita na própria pergunta: o valor de descobertas,
invenções e demais realizações está em impor a todos os homens o
mesmo direito de usufruir delas.
(E) contrapõe distintos momentos históricos para evidenciar que a
discussão sobre a importância da liberdade política contém contradições.
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240- Foi omitida a frase final do primeiro parágrafo do texto. Considerada


a direção argumentativa adotada, essa frase deve ser a seguinte:

(A) A liberdade política do cidadão pressupõe uma estrita igualdade


socioeconômica de vida.
(B) A liberdade é um atributo essencial do ser humano, distinguindo-o,
por isso, de todos os demais seres vivos.
(C) A liberdade humana, numa comunidade política, é sempre definida em
relação aos vínculos artificiais que são as leis civis.
(D) Há uma disposição coletiva para viver em liberdade, a qual faz parte
da mentalidade dos povos.

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(E) A liberdade humana, tomada no sentido de um agir sem
impedimentos externos, é perfeitamente compatível com o "temor" e a
"necessidade".

241- Expressão que, no contexto, assinala que a hipótese levantada pelo


autor é considerada indesejável por ele é:

(A) é bem capaz de.


(B) em si mesmo.
(C) ou seja.
(D) efetivamente.
(E) Pela primeira vez.

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TEXTO

Distorção negligenciada

Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre desigualdades, as


doenças negligenciadas demonstram com perfeição a necessidade de
haver mecanismos capazes de corrigir distorções globais.

Em entrevista a esta Folha, Eric Stobbaerts, diretor − executivo da


Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla
em inglês), lembrou que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis
pessoas do planeta; não obstante, entre 2000 e 2011, apenas 4% dos
850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam dessas
moléstias.

As listas de moléstias variam de acordo com a agência que tenta


capitanear sua causa. Têm em comum o fato de serem endêmicas em
regiões pobres da África, da Ásia e das Américas. Nem sempre fatais, são
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bastante debilitantes.

Estão nesse grupo, por ordem de prevalência, helmintíase,


esquistossomose, filariose, tracoma, oncocercose, leishmaniose, doença
de Chagas e hanseníase. As três últimas e a esquistossomose são as mais
relevantes para o Brasil.

A maioria desses distúrbios pode ser prevenida e conta com tratamentos


efetivos pelo menos para a fase aguda, mas, por razões econômicas e
políticas, eles nem sempre chegam a quem precisa.

Há, além disso, uma dificuldade relativa à ciência. Algumas das terapias
disponíveis já têm quatro ou cinco décadas de existência. Investimentos
em pesquisa poderiam levar a estratégias de prevenção e cura mais

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efetivas. Como essas doenças não são rentáveis, porém, os grandes
laboratórios raras vezes se interessam por esse nicho.

Organizações como a DNDi e outras procuram preencher as lacunas. A


situação tem melhorado, mas os avanços são insuficientes.

Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se


entregasse de corpo e alma à resolução do problema. Seu compromisso
primordial é com seus acionistas − e essa é a regra do jogo. Isso não
significa, contudo, que não possam fazer parte do esforço.

O desejo de manter boas relações públicas combinado com uma política


de estímulos governamentais pode produzir grandes resultados. Também
seria desejável envolver com maior intensidade universidades e
laboratórios públicos (onde os há, como é o caso do Brasil).

Mais de 1 bilhão de humanos ainda sofrem, em pleno século 21, com


doenças cujo controle é não só possível, mas também relativamente
barato − eis um fato que depõe contra o atual estágio de nossa
organização global.

(Folha de S. Paulo. Opinião. p. A3, 14/03/2014)

242- No processo argumentativo adotado no edital,

(A) o segmento Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre


desigualdades exprime ideia em relação tal de antinomia com o restante
da frase, que desqualifica a alegação de que as doenças negligenciadas
falam a favor da correção de distorções globais.
(B) a caracterização destacada em demonstram com perfeição evidencia
que, numa escala de valores, as doenças negligenciadas ocupam alto
nível no que se refere à exposição da necessidade de haver mecanismos
capazes de corrigir distorções globais.
(C) a oferta da informação (DNDi, na sigla em inglês) deve ser atribuída à
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necessidade do jornalista de angariar credibilidade para a organização,


confiabilidade de que depende, sobretudo, o grau de convencimento do
leitor deste texto.
(D) o fato de que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis pessoas
do planeta é apontado como causa próxima de que, entre 2000 e 2011,
apenas 4% dos 850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam
dessas moléstias.
(E) o título − Distorção negligenciada −, tirando proveito da expressão
doenças negligenciadas, tem a função restrita de qualificar o que se tem
na frase inicial do texto: o fato de essas doenças serem poucas vezes
mencionadas nos debates sobre desigualdades.

243- É fiel ao que se tem no 3º parágrafo a seguinte afirmação:

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(A) As moléstias negligenciadas são listadas de modos distintos, visto que
as agências regulam, a seu modo, cada uma dessas doenças.
(B) Na dependência da agência que ganha a concorrência, uma ou outra
doença é retirada da lista oficial de moléstias negligenciadas e passa a ser
tratada.
(C) Um fator aproxima as doenças negligenciadas: ocorrem
habitualmente e com incidência significativa em populações pobres da
África, da Ásia e das Américas.
(D) Doenças negligenciadas são aquelas moléstias infecciosas comuns e
rápidas que se manifestam em surto periódico em populações pobres de
regiões como a África, Ásia e Américas.
(E) Em todos os continentes é comum ocorrerem doenças de caráter
transitório, que atacam simultaneamente grande número de indivíduos.

244- O texto abona o seguinte comentário:

(A) (linha 7) Na frase Nem sempre fatais, são bastante debilitantes, em


que se apresenta o perfil das doenças negligenciadas, indicam-se dois
relevantes traços possíveis de sua constituição.
(B) (linha 10) A frase A maioria desses distúrbios [...] conta com
tratamentos efetivos é passível de ser transposta para a voz passiva.
(C) (linha 9) Infere-se corretamente que o desafio do Brasil é enfrentar
tanto a prevenção, quanto a cura de quatro das doenças negligenciadas,
visto que não há ocorrências das demais em solo brasileiro.
(D) (linha 10) O comentário pelo menos para a fase aguda constitui uma
restrição, assim como é restritiva a expressão A maioria desses
distúrbios, mas, no contexto, esses limites estão associados a avanços,
ainda que nem sempre garantidos.
(E) (linha 10) A correlação entre pode ser prevenida e conta com
tratamentos efetivos evidencia, por meio das formas verbais, a
incoerência, respectivamente, entre as possibilidades técnicas e as ações
levadas a efeito.

TEXTO
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Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de


comunicação, e as assertivas que o seguem.

Responsabilidade social

• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de


políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de
valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das
comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade
social fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um
ecossistema, onde sua participação é muito maior do que gerar
empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio
ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-

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relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento
econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de vista mercadológico, a
responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes
segmentos ligados à empresa: consumidores, empregados, fornecedores,
redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista
ético, a organização que exerce sua responsabilidade social procura
respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida,
modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura,
conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência
nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover
o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se
tb. responsabilidade social corporativa ou RSC. V. ecossistema
social, ética corporativa, empresa cidadã e marketing social.

(BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada.


Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10a reimpressão, p. 639-40)

245- O verbete transcrito, considerado até a qualidade de vida, organiza-


se na sequência dos itens apresentados abaixo:

(A) conceito; detalhamento do conceito (fundamento; objetivos


fundamental e específicos da adoção citada).
(B) conceito amplo; conceito restrito; objetivos da política; detalhamento
de distintos pontos de vista sobre o conceito.
(C) sinonímia da expressão; fundamento remoto da prática institucional;
objetivos imediatos da prática, em distintos setores (mercadológico e
ético).
(D) descrição minuciosa dos componentes da prática organizacional
socialmente responsável; objetivos básico, mercadológico, ético.
(E) explicitação do conceito sob o ponto de vista do marketing e das
relações públicas; fundamento dessas áreas; objetivos da política
empresarial nessas distintas áreas; ganhos sociais propiciados pela
prática eficiente.
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246- Infere-se corretamente do verbete:

(A) Políticas e práticas socialmente responsáveis são de competência


constitutiva de empresas e de qualquer instituição.
(B) Valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos que
constituem uma comunidade neutralizam os impactos deletérios de
empresas instaladas no entorno dessa comunidade.
(C) É dever de empresas, por determinação legal, a organização de um
sistema que, incluindo os seres vivos e o ambiente, garanta inter-
relacionamento harmônico entre todos os envolvidos.
(D) É pressuposto que uma empresa participe da geração de empregos,
impostos e lucros.
(E) É inerente à atividade empresarial atuar no meio ambiente de forma
absolutamente responsável e ética.

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FCC – TRT 16ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ENGENHARIA) – 2014

TEXTO

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em
100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo
de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o
prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o
leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se
trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca
os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou
ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-
prazeres.

Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e


prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda − o que
não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e
pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio − fosse
pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse
pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as
expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que
indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é
desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o
prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo
texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma
observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal
são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser
bem mais curto.
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Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos


maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos
de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça
como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora
era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava
mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada
talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os
poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova
da imaginação de um grande gênio poético.

(Aderbal Siqueira Justo, inédito)

247- O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação


de

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(A) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro
resultam, como consequência natural, as expostas no segundo.
(B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a
compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.
(C) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no
segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes
estilos.
(D) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é
confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo.
(E) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que
ambos sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios.

248- Considere as afirmações abaixo.

I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres


traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são
textos inúteis.
II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese
defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a
parte melhor de um livro.
III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para
demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia
prefácios igualmente criativos.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

249- Ao lado de razões mais pessoais, marcadas por alguma


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subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de certos


prefácios, o fato de que

(A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta concisão


de que seriam capazes.
(B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos
essenciais à compreensão do texto principal.
(C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento
do texto principal do livro.
(D) as apresentações da poesia de Cecília Meireles faziam ver tanto a
beleza dos poemas como a da escritora.
(E) os prefaciadores são escolhidos a partir de um critério inteiramente
idôneo, o que impede favoritismos.

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250- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de
um segmento em:

(A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor


argumentativo
(B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva
(C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração
(D) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = não se pode
esboçar a hipótese
(E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às
teses propaladas

FCC – ALEPE – ANALISTA LEGISLATIVO – 2014

TEXTO

No século VI a.C., os primeiros filósofos gregos preocuparam-se em


conhecer os elementos constitutivos das coisas. Eles investigaram a
Natureza, à busca de um princípio estável, comum a todos os seres, que
explicasse a sua origem e as suas transformações. Físicos, como foram
chamados por Aristóteles, esses primeiros filósofos, de Tales a
Anaxímenes, fundaram uma tradição de estudo da Natureza, seguida e
aprofundada, entre outros, por Heráclito, Pitágoras, Demócrito.

Na segunda metade do século V a.C., os Sofistas, professores da


juventude ateniense numa época de crise, inspirados mais pelo interesse
prático do que por uma intenção teórica pura, debateram, entre outras
ideias, o Bem, a Virtude, o Belo, a Lei e a Justiça, formulando, a respeito
de seu conteúdo, teses ousadas e contraditórias. Não obstante a falta de
rigor e o propósito de confundir os adversários, com a habilidade de
raciocínio que os notabilizou, os Sofistas tiveram o indiscutível mérito de
introduzir, no estudo da sociedade e da cultura, o ponto de vista
reflexivo-crítico que caracteriza a filosofia.
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Mas seria preciso esperar por Sócrates (470-399 a.C.), misto de


pedagogo e de filósofo, que procurou definir os valores morais, as
profissões, o governo e o comportamento social, para que esse ponto de
vista se insinuasse também na apreciação das artes. Sócrates, que
discorria sobre todos os assuntos humanos, entrou, certa vez, no ateliê
do pintor Parrásio, e a este perguntou o que a Pintura poderia
representar.

Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates, fez, no seu diálogo A


república, um confronto, que se tornou decisivo pelas implicações
filosóficas que encerra, entre Arte e Realidade. Levando em conta o
caráter representativo da Pintura e da Escultura, o filósofo concluía, nesse
diálogo, não só que essas artes estão muito abaixo da verdadeira Beleza

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que a inteligência humana se destina a conhecer, como também que, em
comparação com os objetivos da ciência, é supérflua a atividade daqueles
que pintam e esculpem, pois o que produzem é inconsistente e ilusório.
Por outro lado, Platão observa que a Poesia e a Música exercem influência
muito grande sobre os nossos estados de ânimo, e que afetam, positiva
ou negativamente, o comportamento moral dos homens.

(Adaptado de: NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. 4. ed.,


São Paulo: Ática, 1999, p. 7 e 8)

251- No texto, o autor

(A) comenta o percurso da filosofia com o intuito de comprovar que o


pensamento filosófico se eleva sobre todas as outras formas de
conhecimento, principalmente a relacionada ao universo das artes.
(B) objetiva, entre outros aspectos, demonstrar que a denominação que
Aristóteles deu aos primeiros filósofos constitui equívoco que a própria
história se encarregou de corrigir.
(C) debate distintas perspectivas da reflexão filosófica, ao longo dos
séculos, para evidenciar o papel decisivo que Platão desempenha na
pesquisa da inteligência humana.
(D) cita pensadores para evidenciar caminho constitutivo do pensamento
filosófico, considerando distintos aspectos sobre os quais recaíram as
inquietações desses intelectuais nesse percurso.
(E) firma, respeitando a cronologia, a relevância de cada um dos
pensadores que compõem a história da Filosofia até seu apogeu, quando
esta reconhece o significativo papel das artes plásticas na área filosófica.

252- Sobre os Sofistas, tal como caracterizados no texto, é correto


afirmar:

(A) foram suficientemente habilidosos para, numa época crítica da


civilização grega, dar consistência e coerência às suas teses sobre a
concepção do Bem, da Virtude, do Belo, da Lei e da Justiça.
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(B) motivados pela necessidade de orientar a juventude ateniense da


segunda metade do século V a.C., dedicaram-se a atividades estritamente
especulativas, sólida base para posteriores ações pedagógicas.
(C) desempenharam papel pioneiro ao desenvolver técnicas, teses e
conceitos novos, alicerçados na indiscutível capacidade mental que
demonstravam ao encadear logicamente a argumentação com que
defendiam seus princípios.
(D) tiveram desqualificados seus méritos, principalmente o de fundar uma
perspectiva filosófica no estudo da sociedade e da cultura, pela falta de
rigor em suas práticas e pela evidente intenção de turvar o raciocínio dos
seus parceiros de diálogo com teses falaciosas.
(E) a atitude que assumiram diante do que elegeram para estudo na
Atenas da segunda metade do século V a.C. representou a inserção de

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uma perspectiva de abordagem do objeto que é marca distintiva da
filosofia.

253- Considerado o parágrafo 3, em seu contexto, é correto afirmar:

(A) O emprego da forma verbal destacada em (linha 22) Mas seria preciso
esperar por Sócrates indica que qualquer outro pedagogo ou filósofo
poderia ser responsável pelo fato citado e que a presença de Sócrates
como seu agente deve ser considerada um acontecimento fortuito.
(B) Infere-se que a pergunta citada (linha 29) é considerada por Nunes
uma indagação filosófica acerca da essência da Pintura, indagação que
transportava para o domínio das artes a atitude interrogativa que já tinha
sido assumida pelos filósofos gregos em relação às coisas e aos valores
sociais.
(C) A sequência (linhas 24 e 25) os valores morais, as profissões, o
governo e o comportamento social constitui uma escala que vai do
aspecto mais valorizado pelo autor ao que pode merecer menor destaque.
(D) O emprego de (linha 26) também supõe que o ponto de vista referido
tivesse já se insinuado em outras áreas, que não são, entretanto,
mencionadas; isso exige do leitor que levante hipóteses sobre quais
poderiam ser.
(E) Transpondo o segmento (linhas 28 e 29) e a este perguntou o que a
Pintura poderia representar, formulado em diálogo indireto, para o
diálogo direto, a forma que respeita as orientações da gramática
normativa é: "e a este pergunta: − O que a Pintura talvez chegue a
representar?".

TEXTO

Blogs e Colunistas

Sérgio Rodrigues

Sobre palavras 03265357481

Nossa língua escrita e falada numa abordagem irreverente

02/02/2012

Consultório

‘No aguardo’, isso está certo?

“Parece que virou praga: de dez e-mails de trabalho que me chegam, sete
ou oito terminam dizendo ‘no aguardo de um retorno’! Ou outra frase
parecida com esta, mas sempre incluindo a palavra ‘aguardo’. Isso está
certo? Que diabo de palavra é esse ‘aguardo’ que não é verbo? Gostaria
de conhecer suas considerações a respeito.”

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(Virgílio Mendes Neto)

Virgílio tem razão: uma praga de “no aguardo” anda infestando nossa
língua. Convém tomar cuidado, nem que seja por educação: antes de
entrarmos nos aspectos propriamente linguísticos da questão, vale refletir
por um minuto sobre o que há de rude numa fórmula de comunicação que
poderia ser traduzida mais ou menos assim: “Estou aqui esperando, vê se
responde logo!”

(Onde terá ido parar um clichê consagrado da polidez como “Agradeço


antecipadamente sua resposta”? Resposta possível: foi aposentado
compulsoriamente ao lado de outros bordados verbais do tempo das
cartas manuscritas, porque o meio digital privilegia as mensagens diretas
e não tem tempo a perder com hipocrisias. O que equivale a dizer que,
sendo o meio a mensagem, como ensinou o teórico da comunicação
Marshall McLuhan, a internet é casca-grossa por natureza. Será mesmo?)

Quanto à questão da existência, bem, o substantivo “aguardo” existe


acima de qualquer dúvida. O dicionário da Academia das Ciências de
Lisboa não o reconhece, mas isso se explica: estamos diante de um
regionalismo brasileiro, um termo que tem vigência restrita ao território
nacional. Desde que foi dicionarizado pela primeira vez, por Cândido de
Figueiredo, em 1899, não faltam lexicógrafos para lhe conferir “foros de
cidade”, como diria Machado de Assis. Trata-se de um vocábulo formado
por derivação regressiva a partir do verbo aguardar. Tal processo, que já
era comum no latim, é o mesmo por meio do qual, por exemplo, do verbo
fabricar se extraiu o substantivo fábrica.

254- Considerados os textos do autor da coluna e do consulente, é


correto dizer:

(A) A resposta inicia-se com informações não solicitadas pelo consulente,


mas importantes para esclarecer aspectos das perguntas que fez.
(B) O consulente preocupa-se com a correção, enquanto o autor da
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coluna demonstra isenção em relação a qualquer uso da língua, desde


que as formas em questão existam.
(C) O autor da coluna menospreza o dicionário da Academia de Ciências
de Lisboa por causa do evidente preconceito desta obra em relação à
linguagem falada no Brasil.
(D) O consulente revela disposição para mudar seu julgamento sobre
“aguardo”, caso se comprove que a palavra existe.
(E) O autor da coluna e o consulente produzem textos em que cada um se
dirige diretamente ao interlocutor, usando a 2 pessoa do singular.

255- O autor

(A) afirma fazer uso de expressões como “Agradeço antecipadamente sua


resposta” porque elas ao menos permitem denotar polidez.

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(B) ironiza o privilégio concedido às pretensas mensagens diretas do meio
digital, já que com elas se perde em estilo (bordados verbais) e em
cortesia.
(C) afirma, com bom humor, mas com base em trabalhos qualificados,
que, desde sua dicionarização, “aguardo” é palavra característica de um
vocabulário rural.
(D) vale-se de informações sociolinguísticas, de história da língua e de
morfologia para comprovar a existência de “aguardo”.
(E) recorre ao latim para propor que “aguardo” pode ter aparecido na
língua bastante antes de 1899, data de sua dicionarização

256- Considere as seguintes afirmações.

I. Em Nossa língua escrita e falada numa abordagem irreverente,


há uma ambiguidade que é produtiva para o texto: em qualquer uma das
interpretações, a frase caracteriza bem a coluna.
II. O uso de Consultório para nomear a coluna é incorreto, já que esse
substantivo é usado para nomear certo espaço reservado aos profissionais
da saúde.
III. O autor destaca a palavra existência para enfatizar que vai tratar da
questão em perspectiva específica: a da presença ou ausência do
substantivo em dicionários.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, apenas.

FCC – SEFAZ/RJ – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL (3ª


CATEGORIA) – 2014
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TEXTO

[Ponderando o julgamento]

As leis não podem deixar de ressentir-se da fraqueza dos homens. Elas


são variáveis como eles.

Algumas, nas grandes nações, foram ditadas pelos poderosos com o fim
de esmagar os fracos. Eram tão equívocas que mil intérpretes se
apressaram a comentá-las; e, como a maioria só fez sua glosa como
quem executa um ofício para ganhar algum dinheiro, acabou o
comentário sendo mais obscuro que o texto. A lei transformou-se numa
faca de dois gumes que degola tanto o inocente quanto o culpado. Assim,

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o que devia ser a salvaguarda das nações transformou-se tão amiúde em
seu flagelo que alguns chegaram a perguntar se a melhor das legislações
não consistiria em não se ter nenhuma.

Examinemos a questão. Se vos moverem um processo de que dependa


vossa vida, e se de um lado estiverem as compilações de juristas sabidos
e prepotentes, e de outro vos apresentarem vinte juízes pouco eruditos
mas que, sendo anciãos isentos das paixões que corrompem o coração,
estejam acima das necessidades que o aviltam, dizei-me: por quem
escolheríeis ser julgados, por aquela turba de palradores orgulhosos, tão
interesseiros quanto ininteligíveis, ou pelos vinte ignorantes respeitáveis?

(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo:


Martins Fontes, 2011. p. 7-8)

257- O texto permite inferir adequadamente que, para Voltaire, as leis

(A) elaboradas por anciãos ignorantes demandam o corretivo da


sabedoria dos especialistas, quando de sua aplicação num julgamento.
(B) devem ser permanentemente revistas, para que de forma alguma
venham a refletir debilidades ou imperfeições que são próprias dos
homens.
(C) elaboradas por déspotas poderosos trazem consigo a qualidade do
que é inflexível, não permitindo aberturas interpretativas.
(D) refletem a falibilidade humana, podendo ser aplicadas com mais
justiça pelos sensatos e experientes do que por arrogantes eruditos.
(E) costumam ser tão obscuras quanto os comentários explicativos,
advindo daí a necessidade de serem elaboradas por doutos especialistas.

258- Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, o segmento elas são variáveis expressa uma


causa da qual a expressão fraqueza dos homens constitui o efeito.
II. No segundo parágrafo, considera-se que a multiplicidade de
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interpretações da lei, acionadas por glosadores interesseiros, acaba por


comprometer a implementação da justiça.
III. No terceiro parágrafo, a interrogação final de Voltaire pode ser
considerada retórica pois implica uma resposta já encaminhada pela
pergunta.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

(A) II e III.
(B) I e II.
(C) III.
(D) II.
(E) I.

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259- Considerando-se o sentido contextualizado, traduz-se
adequadamente um segmento em:

(A) turba de palradores orgulhosos (3º parágrafo) = malta de loquazes


desfibrados
(B) ressentir-se da fraqueza dos homens (1º parágrafo) = impressionar-
se com a insipidez humana
(C) transformou-se numa faca de dois gumes (2º parágrafo) = tornou-se
um instrumento ambivalente
(D) transformou-se tão amiúde em seu flagelo (2º parágrafo) =
converteu-se em miudezas punitivas
(E) compilações de juristas sabidos (3º parágrafo) = seleções de
jurisconsultos leigos

TEXTO

[Dois fragmentos sobre História]

A História não é uma ciência. É uma ficção. Vou mais longe: assim como
ocorre na ficção, há na História uma tentativa de reconstruir a realidade
por meio de um processo de seleção de materiais. Os historiadores
apresentam uma realidade cronológica, linear, lógica. Mas a verdade é
que se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de vista. A
História é escrita sob um prisma masculino. A História é escrita na
perspectiva dos vencedores. Se fosse feita pelas mulheres ou pelos
vencidos, seria outra. Enfim, há uma História dos que têm voz e uma
outra, não contada, dos que não a têm. (...)

Que diabo é a verdade histórica? Só algo que foi desenhado, e depois


esse desenho estabelecido foi cercado de escuro para que a única imagem
que pudesse ser vista fosse a que se quer mostrar como verdade. Nossa
tarefa é tirar todo o escuro, saber o que é que ficou sem ser mostrado.

(Adaptado de: SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo:


03265357481

Companhia das Letras, 2010. p. 254)

260- O autor propõe que a História deva se constituir a partir de um


empenho coletivo em:

(A) Se fosse feita pelas mulheres (...) seria outra.


(B) A História é escrita sob um prisma masculino.
(C) (...) se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de vista.
(D) (...) há uma História dos que não têm voz.
(E) Nossa tarefa é tirar todo o escuro.

261- Com base no que afirma o texto, deve-se depreender que a História,
vista como um discurso produzido por determinados sujeitos,

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(A) é uma narrativa que explicita com clareza os mecanismos de poder
aos quais a maioria da população está sendo submetida.
(B) somente traduz o ponto de vista de quem é capaz de reconhecer,
porque os sofreu, os processos políticos e sociais mais adversos.
(C) traduz tão somente o ponto de vista interessado e tendencioso de
quem a narra, o que a dota de um caráter eminentemente parcial.
(D) somente será legítima na medida em que representar a média das
opiniões e valores dos indivíduos poderosos que a desenham.
(E) é uma narrativa destituída de qualquer valor documental, pois a rigor
não representa a perspectiva de nenhum dos setores sociais.

FGV – PC/RJ – PILOTO POLICIAL – 2011

262- Observe a ilustração a seguir.

Ela foi publicada em uma revista sobre o uso obrigatório de cintos de


segurança, em 1994. 03265357481

Segundo essa ilustração:

(A) os vários tipos de cintos de segurança não apresentam diferenças de


resultados, pois o gráfico fala somente de “chances” e não de fatos reais.
(B) 33% das pessoas que usam o cinto de segurança do tipo
subabdominal morrem em acidentes de trânsito.
(C) o cinto de segurança menos eficiente é o cinto de três pontos,
considerando-se a dificuldade de sair do carro em caso de acidente grave.
(D) as chances de sobrevivência em acidentes de trânsito aumentam
progressivamente a partir do número de partes do corpo presas pelos
cintos.

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(E) o cinto diagonal é menos eficiente que o cinto subabdominal e mais
eficiente que o cinto de três pontos.

263- Observe a imagem a seguir.

O Ministério da Saúde lançará, em breve, um plano de combate a doenças


crônicas: diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Uma pesquisa encomendada pelo governo revelou dados alarmantes


sobre a incidência cada vez maior de casos de diabetes. Os dados
apontam que 48% dos adultos estão acima do peso e mais de 30% das
crianças de 5 a 9 anos também. Os casos devem aumentar nos próximos
anos, começando cada vez mais cedo, e as mulheres precisam ficar
atentas. Hoje, o número de mulheres com diabetes é 30% superior ao
número de homens...

A campanha acima utiliza uma foto. Assinale a afirmativa que deixa de


ser adequada em relação à utilização dessa foto na campanha.

(A) A foto está desfocalizada para representar pessoas em geral e não


algumas específicas.
(B) Na foto as pessoas estão de costas para indicar que poucas delas dão
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atenção ao mal que é a diabetes.


(C) O número de pessoas na foto é bastante grande porque também é
bastante grande o número de pessoas que sofrem de algumas doenças
crônicas.
(D) Na foto há homens e mulheres porque a campanha alude a diferenças
de doentes entre os sexos.
(E) Todas as pessoas da foto caminham na mesma direção para indicar o
interesse de todos na cura.

264- Comparando-se imagem e texto da questão 2, verifica-se que:

(A) a foto que serve de fundo ao anúncio apresenta um tom depressivo


por sua focalização defeituosa.

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(B) a manchete do anúncio veicula uma informação diferente, por ser
incompleta, da que é veiculada no texto.
(C) o texto, sem o apoio gráfico da foto, perderia o sentido.
(D) o corpo do texto é, na verdade, menos informativo que a imagem +
manchete da parte superior.
(E) a imagem tem valor propagandístico sem o apoio do texto.

Leia o texto a seguir, retirado do jornal O Globo de 27/07/2011.

Virgem (23/8 a 22/9)

Elemento: terra. Modalidade: mutável. Signo complementar:


Peixes. Regente: Mercúrio. Por vezes, as bases que sustentam nossa
capacidade criadora passam por grandes transformações. É tempo de
acolher as mudanças que estão ocorrendo, encontrando uma nova forma
de alimentar sua criatividade.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso,


sua função social específica, seu objetivo comunicativo e seu formato
mais comum relacionam-se aos conhecimentos construídos
socioculturalmente.

265- A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que


sua função é:

(A) vender.
(B) aconselhar.
(C) ensinar.
(D) informar.
(E) discutir.

Leia o texto a seguir:

Um parasita do afeto humano


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Quando o meio ambiente se modifica, os seres vivos incapazes de


se adaptar a ele se extinguem. Por esse motivo, as estratégias utilizadas
pelos animais para sobreviver em nossos ambientes são muito estudadas
pelos biólogos. Meu exemplo favorito é uma espécie que desenvolveu a
capacidade de explorar a aptidão humana para dar e receber afeto.
Utilizando sua capacidade de parasitar nossa mente, esse animal
conseguiu garantir a sobrevivência de sua espécie. Como todo parasita,
foi obrigado a abrir mão de sua liberdade, mas valeu a pena: da maneira
como o homem vem alterando o planeta, é quase certo que essa espécie
será a última do seu grupo a se extinguir, pois associou definitivamente
seu destino ao do homem. Trata-se do cão.

(Fernando Reinach, A longa marcha dos grilos canibais, Cia das Letras, SP, 2010)

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266- Considerando as ideias desenvolvidas pelo autor, conclui-se que o


texto tem a finalidade de:

(A) descrever e fornecer orientações sobre como tratar os cães.


(B) narrar a vida de quem possui animais de estimação.
(C) aconselhar os donos de cães a evitar proximidade exagerada com os
cães.
(D) expor de forma geral as estratégias de sobrevivência animal.
(E) destacar uma especificidade nas estratégias de sobrevivência animal.

Preconceito linguístico

MITO 1 – “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade


surpreendente”

Esse é o maior e o mais sério dos mitos que compõem a mitologia


do preconceito linguístico no Brasil. Ele está tão arraigado em nossa
cultura que até mesmo intelectuais de renome, pessoas de visão crítica e
geralmente boas observadoras dos fenômenos sociais brasileiros, se
deixam enganar por ele. É o caso, por exemplo, de Darcy Ribeiro, que em
seu último grande estudo sobre o povo brasileiro escreveu:
“É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão
diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogêneos
linguística e culturalmente e também um dos mais integrados socialmente
da Terra. Falam uma mesma língua, sem dialetos”.

(grifo meu, Marcos Bagno, Folha de São Paulo, 5/2/95)

267- No texto, menciona-se que a ideia de a língua portuguesa falada no


Brasil ter uma unidade é um mito. A argumentação construída:

(A) apresenta fatos que estabelecem entre si relações de


causa/consequência.
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(B) mostra dados que corroboram a ideia apresentada.


(C) fundamenta-se na opinião de autoridade do autor do texto.
(D) destaca, sublinhando, argumentos favoráveis à ideia defendida.
(E) demonstra, ironicamente, a verdade da tese apresentada.

268- Num pequeno estudo sobre a linguagem dos call centers, Roberto
Cohen nos relata o seguinte caso:

Uma usuária ligou-me com problemas de navegação, então fiz ela


configurar novamente sua máquina e tudo o mais. Para verificar se estava
tudo correto, perguntei a ela:
— O que a senhora está vendo na janela?
— Ah... está passando um ônibus e um senhor, por quê?

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Deixei assim e depois de terminar de configurar todas as coisas, eu disse:
— A senhora terá que fechar todas as janelas e reiniciar seu
equipamento.
— Puxa, mas não basta só fechar a janela do meu quarto?

Nesse caso, o que causa o problema de atendimento é:

(A) a falta de atenção do atendente.


(B) o pouco tempo de que dispõe o atendente para o atendimento do
cliente.
(C) o emprego do termo janela como linguagem figurada.
(D) a distância entre os interlocutores.
(E) a inexperiência da usuária no terreno da informática.

Texto

A BBC divulgou cinco medidas que você deve tomar para que não tenha
problemas com o uso do facebook: 1-não aceitar amizade de pessoas
desaconselháveis; 2-não reclamar de seus superiores ou de pessoas de
quem depende; 3-não colocar fotos problemáticas na rede; 4-divulgar
atividades em dias em que deveria estar em casa; 5-não revelar
segredos.

A notícia abaixo veicula um problema:

Em julho de 2011, autoridades da Alemanha começaram a discutir a


proibição de eventos marcados pelo site. A decisão está baseada em
diversos casos de superlotação ou recepção de pessoas não convidadas a
eventos particulares. No evento do 16º aniversário de uma garota em
Hamburgo, que foi acidentalmente configurado como público, 1500
"convidados" compareceram à festa, e após relatos de distúrbios na
sobrelotação, mais de uma centena de policiais tiveram de ser destacados
para controlar a multidão. Um policial ficou ferido e onze participantes
foram detidos por agressão, danos materiais e resistência às autoridades.
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Em outro evento com superlotação inesperada, 41 jovens foram detidos e


pelo menos 16 ficaram feridos.

269- No caso citado o problema surgiu:

(A) de falha humana e não do site.


(B) da reação à repressão exagerada das autoridades.
(C) da comunicação ampla do facebook.
(D) do acesso do público em geral aos eventos do site.
(E) da falta de educação de grande parte da população.

270- “O cartunista Bob Thaves resumiu, com a costumeira síntese do


ofício, uma questão essencial. Frank & Ernest – seus conhecidos

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personagens – travam o seguinte diálogo numa farmácia: ‘É um remédio
milagroso: os frascos são fáceis de abrir’.

Ignoro se ele já fez alguma tira sobre as bulas, mas poderia ser
semelhante ao da embalagem o critério de escolha do medicamento: o
paciente pode entender o que diz a bula.”

(Deonísio da Silva, A língua nossa de cada dia, Novo Século Editora, 2007. p. 52)

O problema de linguagem aludido é que os textos das bulas:

(A) usam um tipo de linguagem que não atrai a leitura dos compradores
dos remédios.
(B) são de difícil compreensão por preferirem o vocabulário erudito ao
informal, aconselhável na situação comunicativa.
(C) utilizam o jargão da medicina, de difícil compreensão para os leigos.
(D) são considerados inúteis pela maioria dos compradores de remédios,
já que as receitas médicas os substituem.
(E) informam o óbvio, daí que sejam desprezados.

271- Uma receita de bolinhos de banana, retirada da Internet, diz o


seguinte: “Amasse a banana, misture a farinha, açúcar, ovo e o fermento.
Se a massa ficar dura, coloque um pouco de leite. Frite às colheradas em
óleo quente e jogue açúcar com canela por cima.”

Esse tipo de texto denomina-se instrucional ou procedural.

A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.

I. Apresentação de uma série de ações em sequência de realização.


II. Enumeração de ingredientes a serem acrescentados em ordem
cronológica.
III. Emprego de imperativos com sentido de ordem a ser cumprida.

Assinale: 03265357481

(A) se apenas a afirmativa I for adequada ao texto.


(B) se apenas as afirmativas I e II forem adequadas ao texto.
(C) se apenas as afirmativas I e III forem adequadas ao texto.
(D) se apenas as afirmativas II e III forem adequadas ao texto.
(E) se todas as afirmativas forem adequadas ao texto.

272- Analise a charge publicada em julho de 2011 por Mariosan-GO.

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Para compreensão de seu amplo significado, analise as informações a


seguir.

I. A cantora inglesa Amy Winehouse, cuja morte foi atribuída ao consumo


de drogas, interpretava uma canção que possuía a frase “no, no, no”
como uma espécie de refrão.
II. A crise de corrupção no Ministério dos Transportes que levou à
demissão de um grande número de altos executivos do Ministério.
III. O grande número de passeatas de protesto contra a corrupção,
comandada por donas de casa.
IV. A liberação de movimentos como a Passeata da Maconha com a
justificativa da liberdade de expressão.

Assinale:
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(A) se apenas I e II são suficientes para a compreensão da charge.


(B) se apenas I e III são suficientes para a compreensão da charge.
(C) se apenas I e IV são suficientes para a compreensão da charge.
(D) se apenas II e III são suficientes para a compreensão da charge.
(E) se apenas II e IV são suficientes para a compreensão da charge.

273- Observe o texto a seguir, que serve de apresentação de uma figura


pública a ser entrevistada por Veja:

“Aos 51 anos, o médico paulista Geraldo Medeiros é um dos


endocrinologistas brasileiros de maior e mais duradouro sucesso. Numa
especialidade em que o prestígio dos profissionais oscila conforme a
moda, há três décadas ele mantém sua fama em ascendência. Em seu

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consultório de 242m², na elegante região dos Jardins, uma das mais
exclusivas de São Paulo, Medeiros guarda as fichas de 32.600 clientes
que já atendeu.”

Assinale a alternativa que indica a observação correta sobre o gênero


textual desse fragmento.

(A) Texto informativo de estrutura dissertativa, pois discute valores


sociais de determinado personagem.
(B) Texto publicitário de estrutura narrativa, pois apresenta dados em
sequência cronológica.
(C) Texto jornalístico de estrutura descritiva, pois informa uma série de
ações que montam a imagem do entrevistado.
(D) Texto informativo de estrutura descritiva, pois identifica, localiza e
qualifica a pessoa a ser entrevistada.
(E) Texto jornalístico de estrutura dissertativa, pois apresenta e discute
valores do entrevistado.

274- “Fevereiro de 1876. O falido rei d. Luís I vasculha os cofres


portugueses à procura de joias e outras peças de valor que possam ser
vendidas para pagar dívidas. Na busca, ele encontra uma pepita de ouro
de pouco mais de 20 quilos, do tamanho de um melão. Esquecida por
décadas nos Tesouros Reais, a pedra retirada de solo brasileiro é o último
remanescente de uma época de riqueza incalculável para o velho império
lusitano.”

No fragmento acima, retirado do livro Boa ventura – a corrida de ouro no


Brasil (1697-1810), de Lucas Figueiredo, há uma parte inicial do modo de
organização narrativa. Sobre esse segmento narrativo pode-se dizer que:

(A) há um erro na escolha dos tempos verbais, pois, após localizar o fato
narrado em 1876, o narrador emprega o presente do indicativo em
vasculha, encontra.
(B) o narrador adota o ponto de vista de um personagem participante da
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ação a fim de dar mais dinamismo e interesse aos fatos narrados.


(C) a indicação de localização espacial e temporal dos fatos narrados
procura dar mais verossimilhança ao que é relatado.
(D) a informação do tamanho imenso da pepita de ouro encontrada tem a
função de inserir a narrativa no terreno do realismo fantástico.
(E) as ações praticadas pelo personagem d. Luís não têm sua finalidade
explicitada pelo narrador, mas ela pode ser inferida pelo contexto.

275- No caderno de O Globo dedicado à informação e venda de veículos,


há uma descrição de um automóvel UNO, em 13-07-2011, que diz:

O UNO duas portas é indicado para pessoas solteiras ou casais sem filhos:
o acesso ao banco traseiro é limitado e exige paciência. O acabamento é
honesto, mas há poucos equipamentos de série.

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Considerando-se o contexto em que o texto foi produzido, pode-se


afirmar que o texto:

(A) apresenta uma descrição incentivadora da compra do veículo


comentado.
(B) realiza uma seleção exclusivamente negativa dos aspectos do carro.
(C) ressalta os aspectos do veículo que são do interesse do seu
fabricante.
(D) mostra isenção ao indicar aspectos negativos e positivos do UNO.
(E) indica o veículo como ideal para determinado tipo de público.

FGV – PC/MA – PERITO CRIMINAL – 2012

276- Observe a charge a seguir.

Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada.


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(A) A fala do personagem é uma modificação intencional de uma fala de


Cristo.
(B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a pessoas
distintas.
(C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no poder.
(D) A posição dos braços do personagem na charge repete a de Cristo na
cruz.
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de forma
equilibrada.

277- O cartaz abaixo faz parte de uma campanha sobre a violência contra
os animais.

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Sobre os elementos constituintes do cartaz, assinale a afirmativa


inadequada.

(A) O cartaz apresenta um protesto amplo contra o sofrimento do animal


racional (o homem) e do animal irracional (o boi).
(B) A imagem do cartaz se apropria de uma placa de proibição
empregada no trânsito.
(C) As palavras do cartaz utilizam um processo de repetição próprio da
poesia.
(D) O significado das palavras do cartaz traz em si um protesto veemente
contra a violência presente nos rodeios.
(E) A imagem do cartaz pode ser vista como o desenho da própria arena
onde se apresenta o rodeio.

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278- A partir da observação do gráfico, assinale a afirmativa correta.

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(A) Há um progressivo aumento de homicídios causados por armas de


fogo.
(B) Vê-se uma progressiva redução do número de homicídios no período
observado.
(C) Somam-se na coluna de “homicídio total” as outras duas colunas
representadas.
(D) Morrem sempre mais elementos da população jovem no quadro geral
de homicídios.
(E) Ocorrem mais homicídios por armas de fogo do que por qualquer
outra causa.

Texto

Políticas Públicas de Segurança no Brasil

Parece que uma das razões do fracasso e da inexistência de


políticas nessa área reside num plano puramente cognitivo. A proposição
de políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste num movimento
pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão individual. A
ideia da reforma decorre da crença de que o crime resulta de fatores
socioeconômicos que bloqueiam o acesso a meios legítimos de se ganhar
a vida. Esta deterioração das condições de vida traduz-se no acesso
restrito de alguns setores da população a oportunidades no mercado de
trabalho e de bens e serviços, assim como na má socialização a que são
submetidos nos âmbitos familiar, escolar e na convivência com subgrupos
desviantes. Consequentemente, propostas de controle da criminalidade
passam inevitavelmente tanto por reformas sociais de profundidade como
por reformas individuais voltadas a reeducar e ressocializar criminosos
para o convívio em sociedade. A par das políticas convencionais de
geração de empregos e combate à fome e à miséria, ações de cunho
assistencialista visariam minimizar os efeitos mais imediatos da carência,
além de incutir em jovens candidatos potenciais ao crime novos valores
através da educação, da prática de esportes, do ensino profissionalizante
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e do aprendizado de artes e na convivência pacífica e harmoniosa com


seus semelhantes. Quando isto já não é mais possível, que se reformem
então aqueles indivíduos que caíram no mundo do crime através do
trabalho e da reeducação nas prisões.
(Cláudio C. Beato Filho)

279- “A proposição de políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste


num movimento pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão
individual.”

Assinale a alternativa que mostra uma medida localizada no terreno da


dissuasão individual.

(A) Ações de cunho assistencialista.

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(B) Ensino profissionalizante e aprendizado de artes.
(C) Processo reeducativo nas prisões.
(D) Geração de empregos.
(E) Combate à fome e à miséria.

280- O texto “Políticas Públicas de Segurança no Brasil” pode ser


caracterizado como

(A) expositivo, já que seu objetivo é informar o leitor sobre aspectos


novos das políticas públicas de segurança.
(B) argumentativo, porque seu interesse está em defender certas ideias
sobre as políticas públicas de segurança.
(C) descritivo, pois nada mais faz do que caracterizar por meio de muitos
adjetivos vários aspectos da política de segurança atual.
(D) narrativo, visto que expõe em sequência cronológica as várias fases
por que passaram as políticas públicas de segurança.
(E) conversacional, já que o autor do texto simula a estruturação de um
diálogo entre leitor e algumas autoridades no assunto.

Texto

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul vai disponibilizar 1.200


homens e mulheres para garantir a segurança no processo do Exame
Nacional do Ensino Médio 2012, que será aplicado no sábado (3) e no
domingo (4). Os policiais estarão em todos os locais de provas. Também
haverá escoltas para transporte de cadernos e cartões-respostas.
A operação começa amanhã (1º), devido à interiorização das
provas. Os cadernos saem da distribuição no 18º Blog transportados pela
Empresa de Correios e Telégrafos para os 40 municípios do interior que
irão realizar o exame. Todo o trajeto será feito com escolta policial. Os
PMs ainda farão a guarda dos locais de armazenamento. A PM irá
acompanhar o transporte dos cadernos do centro de distribuição para os
locais de exame, ficará de prontidão e depois escoltará o retorno dos
cartões-respostas. 03265357481

281- A segurança no processo do exame aludido – Enem – visa sobretudo


a

(A) impedir o vazamento de questões antes do momento do exame.


(B) facilitar a distribuição das provas por todos os municípios distantes.
(C) auxiliar, no caso de acidentes de trânsito, os veículos transportadores
das provas.
(D) apoiar a Empresa de Correios e Telégrafos na distribuição das provas.
(E) conduzir os veículos transportadores de provas para os locais de
armazenamento.

Considerações finais

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Percebeu-se que o campo de estudo da polícia é bastante vasto. A polícia
está diretamente ligada à vida das pessoas e, por essa razão, o maior
sentido dela é exatamente garantir que as pessoas vivam em comum,
felizes, em paz, com qualidade de vida. Assim, percebe-se o debate
acirrado, quer pelos letrados, quer pelos cientistas, quer, sobretudo, pelas
pessoas comuns, da necessidade de segurança de forma mais
democrática, na nova dimensão da teoria francesa.

282- Esse é o início da parte final de um trabalho da autoria de um


comandante de uma academia de polícia. Por esse segmento, percebe-se
que a “teoria francesa” aludida no texto deve defender

(A) um debate mais aprofundado sobre as necessidades de segurança.


(B) uma ligação mais intensa com a vida particular dos cidadãos.
(C) a necessidade de segurança mais democrática.
(D) uma nova dimensão intelectual dos policiais.
(E) mais qualidade de vida para a população em geral.

283- “Assim, percebe-se o debate acirrado, quer pelos letrados, quer


pelos cientistas, quer, sobretudo, pelas pessoas comuns,...”; tomado
literalmente, o segmento de texto destacado pode significar algo
incoerente e inadequado, ou seja, que

(A) só letrados e cientistas travam debates acirrados.


(B) os cientistas não são letrados.
(C) pessoas comuns pertencem ao grupo dos cientistas.
(D) todas as pessoas da sociedade discutem o problema da segurança.
(E) todos os cidadãos desejam participar dos debates sobre segurança.

FGV – FBN – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 2013

Biblioteca da infância
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1º§ Eu era pequena, me lembro, no Bigorrilho. Na mesma rua que


hoje virou um grande corredor de corrida de carros cada vez mais vorazes
de velocidade, a vida passava em outro ritmo. Nessa rua brincávamos
com os vizinhos, corríamos e apertávamos campainhas. Primeiro veio a
grande notícia, uma praça, onde era a caixa d’água do Bigorrilho, hoje
pomposamente chamado de Reservatório Batel. E a grande novidade se
alastrou pela rua… onde ficávamos sabendo de todas as notícias do
bairro. Inaugurou uma biblioteca!!!
2º§ Eu, já leitora voraz, assim como os carros nas ruas por
velocidade, fiquei encantada! Éramos pobres, não viajávamos nas férias
e, livros, eu só ganhava no Natal. Aquela pequena casinha que parecia
antiga, amarelinha, ampliou meu mundo para além das ruas do
Bigorrilho.

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3º§ Hora do Conto, aulas de flauta, de cerâmica, o curso de História
da arte espanhola, El Greco… Ainda lembro exatamente do quebra-cabeça
com uma pintura de Arcimboldo. Foram tantas as referências, não só
literárias, que me acompanharam a vida toda!
4º§ Eu lia dois livros por dia, não podia perder tempo, eram
muitos… Emprestava um de manhã, lia durante o almoço, em casa. À
tarde devolvia e logo pegava outro para a noite… A minha velocidade era
outra. Eu passava minhas férias inteiras lá!
5º§ Cresci, frequentei outras Bibliotecas, a Pública do Paraná,
principalmente, mas a Franco Giglio me acompanhou a vida toda. Ao
visitar o Louvre, quando vi pela primeira vez uma tela de El Greco, aquele
momento emocionante me remeteu diretamente à Roseli e suas aulas de
arte.
6º§ Quando tive meus filhos e tentei descobrir qual herança eu
deixaria para eles, pensei: minha infância dentro daquela maravilhosa
biblioteca. E criei a Bisbilhoteca, que é a minha leitura da Franco Giglio,
minha homenagem à biblioteca que me trouxe tanta alegria. E não longe
da original, no Bigorrilho, mesmo bairro onde nasci e cresci.
7º§ E, para além da nostalgia de uma infância em meio aos livros e
à cultura dentro da Franco Giglio, aquela biblioteca, assim como imagino
que outras pela cidade, marcaram infâncias, proporcionaram outras
leituras do mundo a muitos adultos que hoje produzem e transmitem essa
paixão pelos livros a muitas outras crianças!
8º§ Passo quase todos os dias em frente à Franco Giglio e observo
o abandono. No início achei que era por causa das obras da rua, mas logo
se vê que aquela casinha de sonhos, tombada, está jogada à própria
sorte. Não temos mais Suzanas e Roselis, apaixonadas por livros, crianças
e cultura…
9º§ Temos pessoas que cumprem seu horário de trabalho. É certo
que o mundo mudou e as crianças não andam mais sozinhas pelas ruas,
que as pesquisas são feitas em casa, na internet. Mas a vocação de
encontro e de lazer desses espaços públicos jamais deve ser perdida. As
bibliotecas, Casas de Leitura como são chamadas hoje, devem ser abertas
todos os dias, inclusive finais-de-semana, com uma programação
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atraente, trazendo crianças e suas famílias para desfrutarem do que


jamais poderiam ter em casa: a convivência com o mundo da cultura e a
convivência com outras pessoas.

(Cláudia Serathiuk)

284- O narrador do texto pode ser globalmente caracterizado como


alguém que

(A) contempla o passado com saudade de um mundo perdido.


(B) observa a degradação da cultura no mundo moderno.
(C) lamenta a perda de interesse de crianças e professores pela leitura.
(D) critica a internet por ela ter produzido um estilo de vida egoísta.

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285- O texto pode ser dividido em etapas, que agrupam parágrafos. A


caracterização incorreta de um segmento do texto é:

(A) Parágrafos 1 a 4 – recordações da vida infantil.


(B) Parágrafos 5 e 6 – passagem para a idade adulta.
(C) Parágrafo 7 – reflexão sobre valores culturais.
(D) Parágrafos 8 e 9 – volta ao passado infantil.

286- A narradora critica, em várias passagens do texto, aspectos da vida


moderna. Assinale a alternativa que mostra o segmento em que essa
crítica ocorre.

(A) “Na mesma rua que hoje virou um grande corredor de corrida de
carros cada vez mais vorazes de velocidade, a vida passava em outro
ritmo.”
(B) “Nesta rua brincávamos com os vizinhos, corríamos e apertávamos
campainhas.”
(C) “Primeiro veio a grande notícia, uma praça, onde era a caixa d’água
do Bigorrilho, hoje pomposamente chamado de Reservatório Batel.”
(D) “E, para além da nostalgia de uma infância em meio aos livros e à
cultura dentro da Franco Giglio, aquela biblioteca, assim como imagino
que outras pela cidade, marcaram infâncias...”

287- Uma biblioteca, como a citada no texto, tem funções variadas.


Assinale a alternativa que indica a função mais importante para a autora
do texto.

(A) Preservar a cultura produzida por uma comunidade.


(B) Permitir a leitura de livros de difícil acesso.
(C) Possibilitar a convivência humana e cultural.
(D) Promover o conhecimento de arte clássica.

288- Ao dar o nome de “Bisbilhoteca” à sua biblioteca, a autora quer


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destacar

(A) a infantilidade dos usuários.


(B) a curiosidade pelo saber.
(C) a utilidade da leitura.
(D) a necessidade do conhecimento.

289- “Temos pessoas que cumprem seu horário de trabalho”. Essa frase
inicial do último parágrafo do texto mostra

(A) uma crítica aos funcionários públicos que só chegam atrasados.


(B) um elogio aos bibliotecários que se dedicam à difusão da cultura.
(C) uma ironia referente aos funcionários que não mostram amor pelo
trabalho.

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(D) uma advertência às autoridades par a que aumentem a fiscalização
sobre os funcionários.

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Consumo impróprio?

1º§ Não existe, provavelmente porque seria inútil, um


levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de
drogas no Brasil.
2º§ A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso
em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a
internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for
apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo
excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a
sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece
ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
3º§ Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a
quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma:
apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto
escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada
mais simples.
4º§ Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa
recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos
com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de
cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na
arraia-miúda.
5º§ O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos
viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro,
um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação
obrigatória para desintoxicação.
6º§ Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser
a distinção entre o vício e o crime – e certamente o grande risco é tratar
o viciado como traficante – o que pode acabar por levá lo mesmo para o
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tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de


transformar usuários em bandidos.
7º§ E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por
uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do
plantio de maconha para uso próprio.
8º§ Se vingar, vai criar um trabalhão para a polícia: como garantir
que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo
impróprio?

(Luiz Garcia, O Globo, 28/12/2012)

290- Muitas afirmações do texto se localizam no terreno do provável.

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Assinale a que foge a esse padrão.

(A) “Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento


sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no
Brasil”.
(B) “Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a
distinção entre o vício e o crime”.
(C) “O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre
viciados e traficantes”.
(D) “Pesquisa recente mostrou que num período de um ano e meio, 66%
dos presos com drogas eram réus primários...”.
(E) “O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados,
poderá ganhar impulso...”.

291- O segundo parágrafo do texto fala da proposta legal mais recente


sobre as drogas. Sobre essa proposta, segundo o conteúdo desse
parágrafo, assinale a afirmativa inadequada.

(A) A proposta não desfruta de um apoio generalizado.


(B) O rigor excessivo se refere à internação compulsória.
(C) A dificuldade de distinguir viciados e traficantes deve prejudicar a
aplicação da lei.
(D) A sociedade deseja, aparentemente, que os viciados sejam internados
para tratamento.
(E) Os opositores da lei são mais numerosos que seus defensores.

292- “Os números da repressão são pouco animadores”. Essa frase inicial
do quarto parágrafo nos faz inferir da leitura que esses números seriam
animadores caso

(A) o número de presos fosse bem menor.


(B) a repressão pegasse também pessoas de camadas sociais mais altas.
(C) os presos não fossem réus primários, mas procurados pela justiça.
(D) a arraia miúda estivesse livre do vício das drogas.
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(E) os presos portassem outras drogas além de maconha.

293- “Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa


recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos
com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de
cem gramas de maconha”.

O fato de os presos portarem menos de 100 gramas de maconha indica


que

(A) eram somente viciados e não traficantes.


(B) eram traficantes que atendiam as camadas pobres.
(C) eram traficantes de pouca importância.

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(D) eram traficantes que se disfarçavam de viciados.
(E) eram viciados que também traficavam.

A repressão não seria uma forma mais simples de diminuir o


problema das drogas?

É necessário tratar a questão de forma equilibrada, ou seja,


reduzindo tanto a oferta por parte do traficante (mediante a repressão)
quanto a procura por parte do usuário (mediante a prevenção). Uma
repressão efetiva deve atingir a economia do crime organizado
transnacional, ou seja, aquelas especiais associações delinquentes que
não obedecem a limitações de fronteiras.
Quanto à prevenção, ela é fundamental, pois envolve qualquer
atividade voltada para a diminuição da procura da droga. Da mesma
maneira, é muito importante que haja uma diminuição dos prejuízos
relacionados ao uso de drogas.

294- Sobre a pergunta inicial do texto – “A repressão não seria uma


forma mais simples de diminuir o problema das drogas?”, é correto
afirmar que

(A) é respondida afirmativamente e sem ressalvas pelo entrevistado.


(B) não é respondida na progressão do texto, mostrando a estratégia de
“fuga do assunto”.
(C) é negada pelo entrevistado, que acredita mais na prevenção.
(D) é parcialmente aceita pelo entrevistado, mas em conjunto com outras
medidas.
(E) é criticada pelo entrevistado como medida anacrônica.

295- “A repressão não seria uma forma mais simples de diminuir o


problema das drogas?”

Nessa pergunta inicial há uma série de inferências possíveis, entre as


quais não se encontra: 03265357481

(A) as drogas são um problema na sociedade atual.


(B) a repressão é somente uma das formas de atuar contra as drogas.
(C) há dúvidas quanto à melhor maneira de atuar no combate às drogas.
(D) acabar definitivamente com o problema das drogas parece tarefa
impossível.
(E) as autoridades policiais deveriam ter a responsabilidade maior no
combate às drogas.

Não seria mais fácil simplesmente impedir que os jovens tenham


acesso às drogas?

Se um jovem quiser experimentar drogas, vai sempre encontrar


alguém que possa fornecê-las. Ainda que pudéssemos contar com todos

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os esforços policiais disponíveis, seria muito difícil o controle tanto da
produção clandestina quanto da entrada de drogas ilegais em um país.
Medidas para reduzir a oferta podem ser postas em prática, mas nunca
teremos uma sociedade sem drogas.
De uma maneira geral, a experimentação de substâncias ilegais
costuma ocorrer na metade ou no final da adolescência. Entre os jovens
que experimentam drogas ilegais, a maioria entra em contato com o
produto por meio de amigos. A maconha é a droga ilegal utilizada com
mais frequência. Por outro lado, os jovens sempre podem dar um jeito
para obter drogas legais como álcool e solventes (cola, éter, benzina).
Embora existam leis proibindo a venda dessas substâncias a menores de
idade, deve haver respeito às normas, como exercício de cidadania.

296- No último parágrafo do texto III, há um conjunto de informações


sobre drogas relacionadas a jovens. Lendo essas informações, os pais dos
jovens devem, obrigatoriamente

(A) selecionar os amigos que acompanham seus filhos.


(B) relaxar a vigilância após a idade de 21 anos.
(C) exigir a presença da polícia em todos os bares.
(D) confirmar a presença de normas escritas em todos os postos de
venda de bebidas.
(E) reduzir a idade considerada de maioridade para que aumente a
responsabilidade dos jovens.

297- Assinale a alternativa que apresenta a ideia que contraria o que foi
exposto nos textos II e III.

(A) Mesmo com a repressão, as drogas nunca acabarão no meio social.


(B) A repressão e a prevenção devem estar presentes entre as medidas
de combate às drogas.
(C) Os pais podem colaborar ativamente para que os jovens não se
submetam ao vício das drogas.
(D) A maconha é a etapa inicial no caminho do vício das drogas.
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(E) As drogas legais não viciam os jovens, daí sua menor periculosidade.

FGV – MPE/MS – TÉCNICO (ADM) – 2013

A Nova Praga

Não é preciso ter assistido nem à primeira aula de Latim – no


tempo em que existia em nossas escolas essa disciplina, cuja ausência foi
um desastre para o aprendizado da Língua Portuguesa – para saber que o
étimo de nosso substantivo areia é o latim "arena". E, se qualquer pessoa
sabe disso até por um instinto primário, é curioso, para usar um termo
educado, como nossos locutores e comentaristas de futebol, debruçados

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sobre um gramado verde-verdinho, chamam-no de "arena", numa
impropriedade gritante.
Nero dava boas gargalhadas, num comportamento que já trazia
latente a sua loucura final, quando via os cristãos lutando contra os leões
na arena. Nesse caso, se havia rictus de loucura na face do imperador,
pelo menos o termo era totalmente apropriado: o chão da luta dramática
entre homem e fera era de areia. Está aí para prová-lo até hoje o Coliseu.
(....) Mas – ora bolas! –, se o chão é de relva verdejante, é
rigorosamente impróprio chamar de “arena” nossos campos de futebol,
como fazem hoje. O diabo é que erros infelizmente costumam se espalhar
como uma peste, e nem será exagero dizer que, neste caso, o equívoco
vem sendo tão contagioso como a peste negra que, em números
redondos, matou 50 milhões de pessoas na Europa e na Índia no século
XIV. E os nossos pobres ouvidos têm sido obrigados a aturar os nossos
profissionais que transmitem espetáculos esportivos se referirem à arena
daqui, à arena de lá, à arena não sei de onde. Assim, já são dezenas de
arenas por esse Brasilzão. O velho linguista e filólogo mineiro Aires da
Mata Machado Filho (1909-1985), a cujo livro mais conhecido peço
emprestado o título deste pequeno artigo, deve estar se revirando no
túmulo diante da violência de tal impropriedade. O bom Alves era cego,
ou quase isso, mas via como ninguém os crimes cometidos contra o
idioma.

(Marcos de Castro. www.observatoriodaimprensa.com.br)

298- No final do primeiro parágrafo, o autor do texto fala de "uma


impropriedade" gritante dos locutores que é a de chamar "arena" a um
campo de futebol. Tal emprego é uma impropriedade porque

(A) o campo de futebol é coberto de grama e não de areia.


(B) o campo de futebol não é local de lutas de gladiadores.
(C) a designação de "arena" é antiga e não se aplica aos estádios de hoje.
(D) as cores da grama e da areia são bastante diferentes.
(E) nos dias de hoje não há mais o ensino de Latim nas escolas.
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299- No primeiro parágrafo, o autor do texto diz que é "curioso" o


emprego do vocábulo "arena" feito por alguns locutores esportivos e
declara que emprega esse termo por educação. Caso não quisesse ser
educado, o termo empregado poderia ser:

(A) inadequado
(B) ultrapassado
(C) ignorante
(D) cômico
(E) interessante

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300- O segundo parágrafo do texto fala do imperador romano Nero, que
acabou louco e incendiando Roma. Sua presença no texto, porém, tem a
finalidade textual de

(A) criticar a loucura dos comentaristas e locutores esportivos.


(B) opor o uso de um vocábulo a um uso inadequado.
(C) mostrar que a origem do termo “arena” é muito antiga.
(D) demonstrar que, em Roma, havia cuidado com o emprego das
palavras.
(E) indicar que no Latim o vocábulo “arena” só significava “areia”.

301- “Nero dava boas gargalhadas, num comportamento que já trazia


latente a sua loucura final, quando via os cristãos lutando contra os leões
na arena”.

O segmento sublinhado nos diz que Nero

(A) ria diante da morte, o que mostrava a presença da loucura futura.


(B) procedia de forma insana ao condenar os cristãos à morte.
(C) mostrava por rir alto em público que já não estava em seu juízo
perfeito.
(D) prometia, por sua louca atitude, livrar Roma dos cristãos.
(E) se comportava de modo que todos o consideravam louco.

302- “...mas via como ninguém os crimes cometidos contra o idioma”. No


caso de nosso texto, o “crime” cometido contra o idioma é o de

(A) criar-se uma palavra nova com o mesmo significado de outra já


existente.
(B) adotar-se uma palavra estrangeira em lugar de uma portuguesa.
(C) preferir-se uma forma gráfica estranha à língua portuguesa.
(D) usar-se um vocábulo cujo significado fica incoerente num novo
contexto.
(E) empregar-se um vocábulo de forma gramaticalmente incorreta.
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303- O texto lido pode ser adequadamente classificado como

(A) descritivo, já que mostra algumas características de um vocábulo.


(B) narrativo, pois indica o significado de uma palavra através dos
tempos.
(C) informativo, visto que traz novidades sobre a língua portuguesa.
(D) publicitário, porque divulga um novo livro republicado.
(E) argumentativo, pois defende uma ideia com argumentos.

304- O título dado ao artigo é “A nova praga”. Assinale a alternativa que


indica a razão do título.

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(A) O nome de um antigo livro de Língua Portuguesa que defendia a
língua portuguesa de algumas “pragas”, como a citada no texto.
(B) O significado da palavra “praga” como um mal a ser combatido por
locutores e comentaristas esportivos.
(C) O aparecimento de um novo vocábulo mal empregado pela mídia, que
se espalha como uma praga entre os usuários da língua.
(D) O emprego inadequado de uma palavra que, em sua origem latina, já
trazia marcas de inadequação, conservada em língua portuguesa.
(E) O nome de um livro de um amigo do autor do texto, que já tratava do
mau emprego do vocábulo “arena”.

FGV - FUNARTE - ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO – 2014

Brasileiro, Homem do Amanhã

(Paulo Mendes Campos)

Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar


que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até
demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar
um jeito; a capacidade de adiar.
A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida,
no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora,
sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para
isso.
Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo
(nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não
é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental.
Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é
um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e
surpreendente raça brasileira.
Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são:
nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível,
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também adiada).
Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório,
do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa
frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado:
proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as
palavras: logo à tarde, só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do
Carnaval; no ano que vem.
Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se
confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o
encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a
conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma
agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o
conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a
festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o

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amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós.
Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou
trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil.
Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do
Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não
permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares de
Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente
brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Como se vê, nem os românticos
aceitavam morrer hoje, postulando a Deus prazos mais confortáveis.
Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo
modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no
Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com um furor
disciplinado, o espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o
pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida.
O brasileiro adia, logo existe.
A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante
delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. A verdade é que já está nos
manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído
numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume
algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra. Entre
poucos endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações
culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico:

Palavras
Hier: ontem
Aujourd’hui: hoje
Demain: amanhã
A única palavra importante é “amanhã”.
Ora, este francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio
para a semana que vem.

305- Sobre a organização desse texto, pode-se afirmar que sua estrutura:

(A) se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas,


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embora somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente


séria;
(B) destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno,
valorizando mesmo os aspectos negativos nelas contidos;
(C) cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é
indicada como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida;
(D) alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas,
por ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários;
(E) concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente,
atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida.
306- O cronista nos diz, ao início do texto, que “o Brasil é o único país
brasileiro de todo o mundo”; com essa frase, o cronista quer dizer que
nosso país:

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(A) mostra características peculiares e únicas;
(B) demonstra mais originalidade que os demais países;
(C) transforma defeitos em qualidades;
(D) possui mais bom humor que os países tradicionais;
(E) contém uma energia nova bastante original.

307- A frase de Oscar Wilde e Mark Twain – nunca se fazer amanhã


aquilo que se pode fazer depois de amanhã – constrói seu humorismo:

(A) no exagero da situação;


(B) no jogo de palavras;
(C) na quebra de uma expectativa;
(D) na incoerência das expressões;
(E) na originalidade da construção.

308- O texto da crônica mostra, em sua estruturação, um contínuo tom


irônico. O segmento abaixo que foge a essa regra é:

(A) “Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que
o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais”;
(B) “Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um
jeito; a capacidade de adiar”;
(C) “A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida,
no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora,
sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para
isso”;
(D) “Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade:
é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e
surpreendente raça brasileira”;
(E) “Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório,
do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa
frente um foco luminoso intenso”.

309- Entre as definições do gênero crônica abaixo transcritas, aquela que


se refere mais adequadamente ao texto desta prova é:
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(A) compilação de fatos históricos;


(B) prosa ficcional apoiada em fatos recentes;
(C) representação genealógica de uma família tida por nobre;
(D) coluna de periódicos, dedicada a comentários, opiniões;
(E) texto literário breve, de trama pouco definida.

310- “O resto eu adio para a semana que vem”. Essa frase final do texto:

(A) confirma uma das marcas de brasilidade;


(B) promete a continuidade do assunto para a próxima crônica;
(C) evita comentários sobre temas inoportunos;
(D) demonstra que outros temas possuem menos importância;

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(E) comprova que as crônicas não podem ser demasiadamente extensas.

311- "Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o


dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto
de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico,
a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven,
o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a
China, tudo".

A característica de tudo adiar alcança todos os setores da vida. A


alternativa em que o exemplo dado NÃO corresponde à área indicada é:

(A) compromissos sociais: o encontro / a conversa séria;


(B) deveres cidadãos: o pagamento do imposto de renda / a visita de
pêsames;
(C) lazer: as férias / o concerto de Beethoven;
(D) necessidades políticas: a reforma agrária / as relações com a China;
(E) proteção pessoal: o seguro de vida / o exame médico.

312- “Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje, postulando


a Deus prazos mais confortáveis”.

Infere-se desse segmento do texto que os românticos:

(A) apresentavam tendências religiosas;


(B) desejavam adiar também a morte;
(C) tinham a morte como tema frequente;
(D) mostravam horror à morte;
(E) adiavam a morte e o amor.

313- “...na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir
que morra sem que volte para lá, isto é, para cá”.

Nesse segmento, a expressão “isto é” tem a função de:


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(A) acrescentar uma informação que confirma algo dito anteriormente;


(B) apresentar uma informação que contrasta com outra anterior;
(C) corrigir uma informação já passada;
(D) explicar uma informação anteriormente dada;
(E) expressar uma oposição parcial a uma informação dada antes.

314- “Brasileiro até demais”. Com essa frase, colocada logo ao início do
texto, o cronista quer dizer que:

(A) os brasileiros amam exageradamente seu país;


(B) as marcas de brasilidade são bastante acentuadas;
(C) os problemas brasileiros se universalizam;
(D) o patriotismo é uma marca dos brasileiros;

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(E) os brasileiros ultrapassam seus direitos legais.

O JEITINHO BRASILEIRO

(Roberto da Matta)

O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção?


Se a regra transgredida não causa prejuízo, temos o “jeitinho”
positivo e, direi eu, ético. Por exemplo: estou tranquilo na fila, chega uma
senhora que parece preocupada, precisando pagar sua conta que vence
aquele dia e pede para passar na frente. Não há o que reclamar dessa
forma de “jeitinho”, que permaneceria universal porque poderia ocorrer
na maioria dos países conhecidos, exceto talvez na Alemanha ou na
Suíça, onde um trem sai às 14:57! E sai mesmo: eu fiz o teste.
A questão sociológica que o “jeitinho” apresenta, porém, é outra.
Ela mostra uma relação ruim com a lei geral, com a norma desenhada
para todos os cidadãos, com o pressuposto que essa regra universal
produz legalidade e cidadania! Eu pago meus impostos integralmente e
por isso posso exigir dos funcionários públicos do meu país. Tenho o
direito — como cidadão — de tomar conta da Biblioteca Nacional, que
também é minha. Agora, se eu dou um jeito nos meus impostos porque o
delegado da receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista
grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção.

315- Diante da pergunta que lhe foi feita, o sociólogo Roberto da Matta
partiu da seguinte estratégia:

(A) esclarecer previamente os sentidos do vocábulo “jeitinho”;


(B) retirar os preconceitos contra essa marca de brasilidade;
(C) responder à pergunta com outro questionamento;
(D) atribuir à pergunta uma forma intencionalmente maldosa;
(E) questionar o que se denomina “corrupção”.
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316- Ao citar o horário do trem na Alemanha e na Suíça, o autor do texto


quer dizer que, nesses países:

(A) as regras mudam as situações;


(B) as regras são discutidas pelos cidadãos;
(C) regras são regras e vice-versa;
(D) as regras são adaptadas às situações;
(E) as regras não são aceitas universalmente.

317- O texto fala de “uma relação ruim com a lei geral” porque essa lei:

(A) é criada sem o consenso dos cidadãos;


(B) é produzida de forma a atender a interesses de classe;
(C) não possui legalidade ou cidadania;

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(D) não traz implícitos os meios de fiscalização;
(E) é desconhecida pela grande maioria dos brasileiros.

318- “Eu pago meus impostos integralmente e por isso posso exigir dos
funcionários públicos do meu país”. Em outras palavras, pode-se dizer
que:

(A) direitos geram deveres;


(B) leis, quando justas, devem ser obedecidas;
(C) deveres criam direitos que ultrapassam a lei;
(D) cumprimento das leis cria direitos;
(E) leis estabelecem deveres, mas não direitos.

FGV - COMPESA - ADMINISTRADOR – 2014

Eu e ele

No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há


uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso
convívio não tem sido muito confortável. Ele produz um texto limpo, e é
só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e
depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em tabletes
até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas
com esferográfica, não havia processo de escrever que não deixasse
vestígio nos dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua
cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens
ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser
trabalhadores braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós-
industriais. Com os dedos limpos.
Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que
ganhamos em asseio perdemos em autoridade. A um computador não se
olha de cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na
cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria,
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mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe certas regras. Se


erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua
correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está
subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe. Que
ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo
programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de
escrever podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a
minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas não
tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos
por falta de coisa melhor, no momento.
Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento
é puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria
ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce. Agora

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mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou:
“Tem certeza?”

(Luís Fernando Veríssimo)

319- “No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há
uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça.”

Está implícito nessa frase do texto que

(A) o envelhecimento de computadores é muito rápido.


(B) o preço dos computadores há alguns anos era bem mais baixo.
(C) a posse de um computador por pouco tempo nos dá ideia de nossa
velhice.
(D) os computadores tornam-se lentos com o passar do tempo.
(E) o tempo de vida útil de um computador é mais longo a cada dia.

320- O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações


humanas.

Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa.

(A) “Ele nos olha na cara. Tela no olho.”


(B) “Já o computador impõe certas regras.”
(C) “Se erramos, ele nos avisa.”
(D) “Não diz ‘Burro!’.”
(E) “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está
subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe.”

321- O computador do cronista “já pode ser definido como uma carroça”
em função das seguintes características:

(A) sujeira / antiguidade.


(B) antiguidade / lentidão. 03265357481

(C) lentidão / anacronismo.


(D) anacronismo / abnegação.
(E) abnegação / sujeira.

322- Ao dizer que “ficamos pós-industriais”, o cronista nos caracteriza por


meio da seguinte marca:

(A) um rápido crescimento do setor de industrial, em oposição ao de


serviços.
(B) um aumento da tecnologia de informação.
(C) uma forte tendência para a luta trabalhista.
(D) a produção e demanda por serviços e a evolução do acesso à
informação.

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(E) o avanço na área dos direitos trabalhistas.

323- Segundo o texto, o computador

(A) não tem a mesma autoridade da máquina de escrever.


(B) tem a sinceridade de quem olha a tela no olho.
(C) é aparentemente mais inteligente do que qualquer um de nós.
(D) suporta os seres humanos por considerá-los melhores.
(E) debocha dos usuários por vê-los como máquinas ultrapassadas.

324- A pergunta final do computador tem a finalidade de

(A) desconfiar das intenções do cronista.


(B) alertar o cronista para o atraso do envio.
(C) ironizar o valor da crônica a ser enviada.
(D) criticar a linguagem empregada na crônica.
(E) debochar da inteligência dos humanos.

FGV - ALBA - AUDITOR – 2014

Sai a energia limpa, entra o pré--sal

Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já


inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro.
Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos
cidadãos comuns de nosso país.
Por um lado, o Brasil possui uma das matrizes elétricas
consideradas uma das mais limpas do mundo. Entre 80% e 90% da nossa
geração elétrica vêm de fontes renováveis. Segundo o Relatório de
Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – da Agência Nacional de
Águas – o país tem cerca de mil empreendimentos hidrelétricos, sendo
que mais de 400 deles são pequenas centrais hidrelétricas.
Por outro lado, se olharmos nossa matriz energética como um todo,
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veremos que estamos muito longe de sermos exemplo na área de


energias limpas.
Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e seus
derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um modesto terceiro
lugar, com apenas 13% do total, ficando também atrás da energia gerada
através da cana (álcool + biomassa, com 19,3%).
Se você vivia no país antes de 2007, deve ter lido ou ouvido falar
que o Estado brasileiro estava investindo pesadamente em
biocombustíveis e em fontes energéticas renováveis e limpas. Pelo
discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa do
terceiro milênio e um país exportador dessas tecnologias.
Mas em 2007, Deus – talvez por ser brasileiro – resolveu dar uma
mãozinha e nos deu de presente o pré-sal, rapidamente vendido (sem

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trocadilhos) como a redenção de todos os nossos problemas. O que se viu
a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados “com pré-
sal” e os estados “sem pré-sal” pelos royalties do tesouro recém-
descoberto.
A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica,
sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para
aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.
(....) É muito triste constatar que vivemos em um país de discursos,
sem nenhum planejamento estratégico para a área de energia e, pior,
que o Brasil fez uma clara opção pelo caminho da poluição e da
ineficiência energética.
Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado
brasileiro tem feito sua parte para espantá-lo definitivamente. Mas, como
não há planejamento, faz isso como pode, rezando todos os dias – e com
muita fé – para que São Pedro mande o único antídoto que pode, de fato,
impedir que esse espectro da falta de planejamento provoque um colapso
energético no país: a chuva.

(José Roberto Borghetti e Antonio Ostrensky, O Globo, 27/03/2014)

325- “Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já


inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro.
Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos
cidadãos comuns de nosso país”.

Compreendemos, por esse segmento do texto, que

(A) a crise de energia pode prejudicar a nossa indústria e, em função


dela, a nossa vida cotidiana.
(B) o fantasma do apagão vai fazer com que o nosso parque industrial
fique inseguro e bamboleante.
(C) o fantasma da crise de energia amedronta o nosso setor industrial,
por ele já estar em momento delicado.
(D) a falta de energia vai provocar a nossa falta de competitividade no
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setor industrial.
(E) os nossos cidadãos comuns, já amedrontados por apagões anteriores,
passaram a ficar ainda mais temerosos.

326- “Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado


brasileiro tem feito sua parte para espantá-lo definitivamente”.

Nesse segmento do último parágrafo do texto, o trecho sublinhado indica

(A) um real reconhecimento do esforço do Governo.


(B) uma concessão do autor a alguns acertos do Governo.
(C) um abrandamento de algumas críticas anteriores.
(D) uma ironia diante da realidade apresentada a seguir.

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(E) uma crítica aos que vivem reprovando o Governo.

327- “Pelo discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa


do terceiro milênio”; “É muito triste constatar que vivemos em um país de
discursos”.

Nesses dois segmentos do texto, está presente a palavra “discurso”.

Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa correta.

(A) As duas ocorrências se referem à mesma realidade, ou seja,


realizações solenes de discursos proferidos por autoridades oficiais.
(B) A primeira ocorrência se refere a uma abstração, enquanto a segunda
se refere a palavras em solenidades, normalmente vazias.
(C) A segunda ocorrência está localizada em uma frase que representa a
consequência da primeira frase.
(D) A primeira ocorrência se refere a uma meta, que se tornou realidade,
pretendida pelo governo.
(E) As duas ocorrências mostram intensa carga crítica e irônica, já que se
referem a realidades nunca consideradas seriamente.

328- Pela estrutura da frase que compõe o título dado ao texto, vê-se que

(A) o pré-sal funciona como um degrau adiante no progresso energético.


(B) as frases mostram realidades que se encontram em antítese.
(C) o pré-sal contribuirá, e muito, para o projeto de energia limpa.
(D) a energia limpa só será plenamente obtida com a chegada do pré-sal.
(E) o pré-sal aparece como a modernidade da energia limpa.

329- Segundo o texto, a consequência negativa mais importante do


surgimento do pré-sal foi

(A) a cobiça internacional.


(B) a discussão política interna. 03265357481

(C) a substituição da matriz energética.


(D) a perda das usinas hidrelétricas.
(E) o descaso pelos biocombustíveis.

FGV – DPE/RJ – TÉCNICO ESPECIALIZADO (ADM) – 2014

XÓPIS

Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus


antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra,
e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter
Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas

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foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e
controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações
climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de
calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às
compras e ao lazer – enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo
e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso
dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua.
Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas e
grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num
ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de
reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a
criação desses bazares modernos, estes centros de conveniência com que
o Primeiro Mundo – ou pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo – se
espraia pelo mundo todo. Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode
entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as
suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de
massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio
ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem
algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A
perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.
As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para
violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os
templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra
civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No
caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as
duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a
ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas
torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis.

(Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.)

330- Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Essa


frase inicial do texto
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(A) mostra uma preocupação com a origem do termo shopping center.


(B) recebe um desmentido na progressão textual.
(C) tem explicação nas frases seguintes.
(D) anuncia o tema central do texto.
(E) antecipa algo cuja discussão será feita no último parágrafo.

331- “Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na


Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o
Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do
Oriente”.

Esse segmento do primeiro parágrafo mostra que o autor do texto

(A) pretende dar uma informação precisa aos leitores.

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(B) tenta mostrar, em sequência cronológica, os antecedentes do
shopping.
(C) valoriza os shoppings, ao relacioná-los a intelectuais de peso.
(D) situa a criação do shopping na Europa e na Ásia, simultaneamente.
(E) procura falar, de forma pouco científica, sobre a origem do shopping.

332- Ao dizer que os shoppings são cidades “só de calçadas”, o autor do


texto quer expressar a ideia de que nos shoppings

(A) só há tráfego de veículos leves.


(B) os espaços entre as lojas são bastante amplos.
(C) o público pode andar em todos os espaços.
(D) os caminhos são sempre muito bem cuidados.
(E) todos os cidadãos podem entrar.

333- Segundo o autor do texto, os “rolezinhos” são movimentos que

(A) impedem que o Primeiro Mundo chegue até nós.


(B) demonstram o elitismo desses templos do consumo.
(C) indicam que os privilégios não são mais aceitos.
(D) perturbam nossa ilusão de falso Primeiro Mundo.
(E) mostram a força dos movimentos sociais pela internet.

334- “O difícil seria escolher para qual das duas torcer”; com essa frase, o
autor do texto mostra que

(A) há valores importantes nas duas “potências”.


(B) não reconhece valor em nenhuma das forças.
(C) não gostaria de tomar partido.
(D) admite que as duas facções são igualmente fortes.
(E) constata que são forças radicalmente opostas.

335- O texto de Veríssimo pode ser definido mais adequadamente como


03265357481

(A) uma análise sociológica de um movimento contemporâneo.


(B) uma apreciação filosófica sobre aspectos da vida moderna.
(C) um comentário bem humorado sobre um fato social.
(D) uma crítica ao elitismo e consumismo de nossa sociedade.
(E) um alerta contra o agravamento de tensões sociais.

336- Observe a charge a seguir.

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Segundo a charge, o espaço do shopping deveria ser reservado:

(A) aos cidadãos de bem.


(B) a pessoas mais velhas.
(C) à elite econômica.
(D) a pessoas de boa aparência.
(E) a pessoas brancas.

337- O texto de Veríssimo fala dos “inconvenientes das ruas”, que


prejudicariam o shopping. No caso da charge, esse inconveniente seria
hipoteticamente

(A) a grande presença de pessoas que nada compram.


(B) a possibilidade de atitudes que perturbassem a tranquilidade.
(C) a grande afluência de jovens.
(D) o risco de saques às lojas.
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(E) a poluição sonora e visual.

FUNIVERSA – TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO (EMBRATUR) – 2011

Texto I

Fazendo uma análise da linguagem empregada pelas mensagens


publicitárias relativas ao turismo, percebe-se que elas, para vender seus
diversos produtos de consumo, têm utilizado palavras, conceitos e
referências provenientes do universo religioso. É o sagrado no turismo
que aciona um tesouro de imagens primordiais: a felicidade, a perfeição,
o paraíso.

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A palavra paraíso é de origem persa – pairidaeza, que quer dizer
“jardim murado”; e sua representação, seu símbolo, é um jardim, o lugar
onde se deu a criação, o país originário de Adão e Eva, enfim o centro do
cosmos, que remete a um estado de perfeição.
Para a tradição religiosa judaico-cristã, no paraíso o homem
revitaliza-se. Lá se dá a comunicação direta com o divino. Lá é o lugar do
não trabalho. Não há doenças, velhice, morte; lá se é imortal e
eternamente jovem. É um lugar de muitas águas, diversas árvores, solo
fértil, e a temperatura amena é permanente. Que outra imagem poderia
traduzir uma natureza tão exuberante, intocada, atraente e caprichosa?
Depois vieram o pecado, a culpa, a expulsão, e Deus determinou
que querubins interditassem ao homem a entrada, mantendo o paraíso
inacessível a ele. Basicamente, são esses os clichês que acompanham a
imagem do paraíso construída no Ocidente.
Mas o Ocidente sempre sonhou em retornar ao paraíso, para aliviar
a nostalgia melancólica de tudo aquilo que um dia fez parte do passado
glorioso do homem e que foi perdido. E foram muitos os homens que se
lançaram em sua busca durante os séculos, seduzidos pelo poderoso
desejo de reencontrar esse lugar amado, seja com as grandes
navegações, seja com as especulações literárias.
O reencontro do paraíso perdido pode dar-se, ainda, nas viagens
turísticas. Muitos brasileiros realizam a viagem de seus sonhos: fica cada
vez mais barato ir para longe de casa. Eles são embalados por propostas
e apelos tentadores para as “fugas” do cotidiano, com mil planos de
viagens e formas de pagamento diversas e para quaisquer orçamentos
financeiros. A demanda turística intensifica-se, e os brasileiros veem que
o paraíso está ao seu alcance em até cinco vezes, sem juros.

Sabah Aoun. À procura do paraíso no universo do turismo. Rio de Janeiro:


Papirus, 2001 (com adaptações).

338- Assinale a alternativa que interpreta corretamente ideias do texto I.


(A) Questões religiosas perpassam o universo do turismo, imprimindo
nele sacralidade, apesar da baixa credibilidade por parte do público-alvo
03265357481

das mensagens publicitárias.


(B) O texto demonstra preconceituosa percepção das mensagens
publicitárias relativas ao turismo, o que pode ser comprovado pelas
reflexões acríticas apresentadas.
(C) De acordo com o texto, cada ser humano que, neste momento, pisa o
solo terrestre conheceu o paraíso, foi expulso de lá e diz desejar retornar
ao jardim murado.
(D) Os querubins mencionados no texto são mitos integrantes dos clichês
que acompanham a imagem do paraíso construída no Oriente.
(E) Infere-se que a imagem do paraíso consolidou-se no imaginário
religioso da civilização judaico-cristã.

Embratur lança guias turísticos de cidades

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brasileiras para iPhone e iPod touch

Escrito por iLex, às 17:00 - 2 de junho de 2010

Olhem só que novidade legal: a Embratur lançou na App Store, sem


muito alarde, uma série de guias turísticos de cidades brasileiras,
compatível com iPhone e iPod touch. É o Brasil Mobile, que tem como
objetivo ajudar turistas nacionais e estrangeiros a descobrirem a enorme
variedade de destinos do nosso país.
O aplicativo possui 10 versões, cada uma cobrindo uma cidade
diferente. Inicialmente há versões para Belo Horizonte, Brasília,
Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo. E tudo em três idiomas: português, inglês e
espanhol.
Além de fotos, há a lista dos principais pontos turísticos da cidade,
divididos em categorias, como Patrimônio, Atividades Culturais, ao Ar
Livre, entre outros. Realmente, excelente.
O aplicativo também traz incorporado um mapa com os pontos pré-
cadastrados. Isso é ótimo, visto que no aplicativo Mapas do sistema nem
sempre é prático individualizar os lugares turísticos.
Há também uma página de Informações Úteis, com o básico
necessário para visitar a cidade (como código de área, telefones
importantes e endereços). Uma mão na roda para todo viajante.
Comentários:
André disse [2 de junho de 2010 às 17:10]: Muito 10!!
Marcello Pimenta disse [2 de junho de 2010 às 17:12]:
Sensacional mesmo!!! Muito bom saber… seria excelente se outros países
fizessem o mesmo, eu estou indo para Buenos Aires em dezembro e
estou tendo que catar tudo na internet… um guia tal como esse seria de
EXTREMA valia… sorte para quem vai vir visitar o Brasil… parabéns à
Embratur…
Dinnosan disse [2 de junho de 2010 às 17:15]: Muito bom, é o Brazil
com Z se mostrando para o mundo, que venham os turistas com seus
$$$. Valew pela dica iLex.
Edu disse [3 de junho de 2010 às 01:26]: Não, é o Brasil com “s”
03265357481

mesmo. O tempo do Brasil com Z já foi, e espero que nunca mais volte.
Vincius disse [2 de junho de 2010 às 17:34]: É sério que isso está
somente em inglês?
iLex disse [2 de junho de 2010 às 18:37]: É sério que você não leu o
post?
André disse [2 de junho de 2010 às 17:47]: Boa iniciativa. Agora é
aperfeiçoar
Bruno Melo disse [2 de junho de 2010 às 17:48]: Caracaaaa iniciativa
na moral, bacanudo!!!!!!!!
Jaderson disse [12 de junho de 2010 às 09:23]: Oi pessoal! Sou
responsável por esse projeto na EMBRATUR e fico feliz que estão
gostando.
Grande abraço.

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Internet: <http://blogdoiphone.com> (com adaptações). Acesso em


4/1/2011.

339- O texto II foi retirado de blog da Internet e está intencionalmente


reproduzido sem alterações gramaticais.
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o texto.
(A) Os comentários feitos pelos participantes do blog inscrevem-se em
sequência temporal.
(B) A escolha da variante mais informal da linguagem revela baixo grau
de escolaridade dos comentaristas.
(C) Os participantes do blog demonstram falta de civilidade no trato uns
com os outros.
(D) A linguagem dos comentários é a coloquial, com intervenções por
vezes brincalhonas e uso de gírias.
(E) Os nomes de todos os comentaristas certamente são verdadeiros, já
que o blog de que participam é oficial de empresa de renome
internacional.

Texto

Os diferenciais de mortalidade entre os distintos estratos sociais,


que eram altos durante as décadas de 70 e 80 do século XX, quando se
consideram renda, educação ou saneamento básico, mantêm-se ainda
elevados na fase mais recente. É o que deixam transparecer as
informações da tabela a seguir, quando se calcula a mortalidade por anos
de estudo da mãe.
Embora haja clareza de que tem havido redução do número de
mulheres sem instrução no país, tanto em termos absolutos quanto em
relativos, é bom mencionar que, do total de mulheres de 15 a 49 anos
analfabetas ainda existentes no país, que eram 3,5 milhões em 1996,
63% eram nordestinas e representavam cerca de 20% do contingente das
mulheres em idade fértil da região. Ou seja, são exatamente essas
mulheres, juntamente com parcelas de outros segmentos de mulheres um
pouco mais instruídas, que estão à margem não só dos benefícios
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econômicos, mas também da maioria dos serviços básicos de saúde.

Taxa de mortalidade infantil média, segundo anos de estudo da


mãe Brasil - 1986/1995
Anos de estudo da mãe / Taxa de mortalidade infantil (%)
Menos de 1 93,0
de 1 a 3 70,0
4 42,0
de 5 a 8 38,0
de 9 a 11 28,0
12 ou mais 9,0

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IBGE – Departamento da População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE,
1999 (com adaptações).

340- Com relação às informações do texto II, assinale a alternativa


correta.
(A) Os dados estatísticos expostos no texto comprovam que a
escolaridade da mãe tem importância inexpressiva na taxa de mortalidade
infantil, se comparada à carência de saneamento básico da família.
(B) Os índices atuais de renda, educação, saneamento básico e
mortalidade infantil nos diversos estratos sociais são pouco preocupantes
na perspectiva do poder público brasileiro.
(C) A taxa de mortalidade infantil dos filhos das mães de menor instrução
é superior a dez vezes o valor da taxa de mortalidade dos filhos das mães
de maior instrução.
(D) Mesmo na situação em que as mães têm um nível educacional mínimo
(quatro anos), o índice de mortalidade infantil do grupo é mais de cinco
vezes superior ao de crianças de mães com mais de doze anos de
instrução.
(E) O índice de analfabetismo da população feminina brasileira tem-se
mantido estável nos últimos trinta anos.

FUNIVERSA – GDF – ASSISTENTE SOCIAL – 2011

Texto I

Um estudo inglês da Universidade de Leicester, publicado na revista


Emergency Medical Journal de junho, avaliou todas as visitas e as
internações em prontos-socorros de duas cidades inglesas por um ano e
concluiu que pacientes que podiam ver seu médico de confiança deixavam
de aparecer nos postos de emergência e também tinham um índice de
internação hospitalar menor. Segundo o autor, essa era a única
característica do sistema médico que interferia na ida ou não ao pronto-
atendimento. Todas as outras variáveis que aumentavam o índice de
visitas hospitalares, como morar perto do hospital, idade avançada e sexo
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feminino, fugiam da administração pública e não poderiam ser


modificadas. Em um país onde a medicina é socializada, escolher seu
médico pode parecer luxo, mas, na verdade, é fator de economia para o
sistema.
De outro lado, um estudo do British Journal of Medicine mostra
que milhares de escoceses estão em perigo ao receber medicações e ao
submeter-se a cirurgias de alto risco, quando tratados por médicos
generalistas. Segundo o professor Bruce Guthrie, autor do estudo, 6,5%
das internações hospitalares são provocadas por efeitos colaterais de
tratamentos, e mais da metade delas poderiam ser evitadas. Isso ocorre
por falta de padronização em procedimentos e de conhecimento específico
do médico prescritor.

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A revista International Journal of Clinical Practice deixa ainda
mais claro que o que vale é a organização da estrutura médica e não a
qualidade de um só profissional. Pesquisadores de sete países
identificaram que, de 11.910 pacientes consultados, 11% foram vítimas
de erro médico entre 2005 e 2007. Os países estudados foram: Reino
Unido, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha e Holanda,
todos com boa estrutura de saúde.
Em locais onde o tratamento médico é pouco coordenado, o risco de
erro médico fica entre 110% e 200% maior. As barreiras econômicas que
obrigam o médico a escolher outra opção pelo custo do tratamento
aumentam o risco de erro entre 50% e 160%. E a interferência de
barreiras econômicas, mesmo nos países ricos, ocorre entre 17% na
Alemanha e até 30% na Holanda.

In: Carta Capital, 29/6/2011, p. 65 (com adaptações).

341- Com relação às ideias do primeiro parágrafo do texto, assinale a


alternativa correta.
(A) O estudo publicado na revista inglesa Emergency Medical Journal
analisou vários tipos de atendimentos realizados em hospitais de duas
cidades da Inglaterra.
(B) A pesquisa permitiu concluir que pacientes que dispunham de médicos
em suas relações familiares deixavam de comparecer a prontos-socorros
em casos de emergência.
(C) Atribui-se à baixa frequência aos postos de emergência o menor
índice de internação hospitalar por parte dos pacientes que visitam
médicos nos quais confiam.
(D) Para o autor do estudo, o fato de o paciente consultar um médico de
confiança é o único aspecto relacionado ao sistema médico que influencia
na ida ou não desse paciente ao pronto-atendimento.
(E) Dispor de um médico de confiança, embora represente um luxo,
resulta em economia para o sistema da administração pública.

342- Considerando o texto, assinale a alternativa correta.


(A) O estudo publicado pelo British Journal of Medicine opõe-se àquele
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divulgado pela revista Emergency Medical Journal.


(B) O estudo veiculado pelo British Journal of Medicine demonstra que
os escoceses que consultam médicos generalistas somente correm riscos
quando recebem medicações ou quando se submetem a cirurgias de alto
risco.
(C) Padronizar os procedimentos a serem adotados e dotar os médicos de
mais conhecimento relacionado à atividade a ser desempenhada
possibilitaria, no mínimo, reduzir a quantidade de internações
hospitalares.
(D) A revista International Journal of Clinical Practice confirma o
estudo publicado na revista Emergency Medical Journal, ao assinalar a
importância da confiabilidade.

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(E) Fatores econômicos não representam ameaça ao sistema médico de
países que dispõem de boa estrutura de saúde.

Texto

Quatro de cada dez brasileiros cujos exames para apontar a


presença do vírus da Aids no organismo deram positivo não sabem do
resultado. Segundo dados do Ministério da Saúde levantados em
colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro,
há pelo menos 150 mil pessoas nessa situação. Elas se submeteram ao
teste, mas nunca mais voltaram ao laboratório e, portanto, vivem em
dúvida sobre se realmente são portadoras do HIV. Os laboratórios podem
levar até um mês para fornecer o resultado definitivo. Para minimizar o
problema, a solução que pareceu mais eficiente aos técnicos foi
desenvolver um teste capaz de fornecer esse resultado em apenas vinte
minutos. Em caso positivo, o paciente pode ser encaminhado
imediatamente para o tratamento.
O novo método de diagnóstico definitivo instantâneo do HIV é uma
adaptação do Dual Path Platform (DPP), sistema à base de reagentes
químicos criado por cientistas americanos em 2005, amplamente adotado
para rastrear doenças como leishmaniose e leptospirose. Sua aplicação
para a detecção do HIV, inédita no mundo, foi levada a cabo pelos
pesquisadores da Fiocruz. Em dois meses, o novo método estará
disponível em laboratórios particulares brasileiros e, até 2012, chegará ao
Sistema Único de Saúde (SUS). “Muita gente deixa de pegar o resultado
do exame por desinformação ou medo — barreiras que o novo teste
rompe ao dar resposta instantânea”, diz um dos coordenadores da
pesquisa.
Os trabalhos na Fiocruz consumiram dois anos em que foram
concebidos, e logo descartados, cinco protótipos. Amparados pelos
mesmos cientistas americanos que idealizaram o princípio do exame seis
anos atrás, os pesquisadores chegaram a um modelo que rastreia o vírus
a partir de cinco das proteínas que o compõem (quatro delas referentes
ao HIV de tipo 1 e a outra, ao de tipo 2). Tal como o teste ainda em
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vigor, este tem o propósito de confirmar o resultado de um primeiro


exame de triagem a que todos se submetem — com a vantagem de
conferir mais precisão ao diagnóstico. “Com ele, as chances de acerto
sobem de 95% para quase 100%”, afirma Javan Esfandiari, da Chembio,
empresa que trabalhou junto com a Fiocruz.
No novo teste, uma gota de sangue é misturada a um reagente, de
modo que apenas um único profissional pode aplicá-lo, mesmo longe do
ambiente hospitalar. Com a simplificação, vieram a racionalização e o
barateamento. Cada exame custará 25 reais, um sexto do valor do
procedimento atual. Segundo o Ministério da Saúde, há 630 mil
brasileiros infectados com o vírus da Aids. Saber o mais rapidamente
possível da presença do HIV no organismo salva a vida do infectado e
impede a propagação da doença.

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In: Veja, 29/6/2011, p. 106 (com adaptações).

343- Quanto às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) As pessoas que se submetem ao teste do HIV têm por hábito não
retornar ao laboratório para retirar o resultado do exame devido
exclusivamente ao medo ou à desinformação.
(B) A morosidade dos laboratórios no fornecimento do resultado do teste
do HIV e a importância de tratamento imediato para o paciente
diagnosticado como portador do vírus são fatores que contribuíram para o
desenvolvimento de teste que emitisse o resultado em menor tempo.
(C) Os técnicos brasileiros responsáveis pela concepção e pelo
desenvolvimento do novo método de diagnóstico instantâneo do HIV têm
como mérito uma produção independente, desvinculada de qualquer
técnica já utilizada pelo homem.
(D) O novo método de diagnóstico instantâneo do HIV oferece, como
vantagem adicional, a possibilidade de ser empregado para a detecção da
leishmaniose e da leptospirose.
(E) Por ser mais preciso e por oferecer resultado em tempo recorde,
características que encarecem o procedimento, o novo método de
diagnóstico do HIV somente será implantando na rede particular de
saúde.

344- Com relação às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) Os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) não
despenderam esforços nem grande quantidade de tempo para o
desenvolvimento do novo método de diagnóstico instantâneo do HIV,
devido ao aproveitamento dos estudos realizados por cientistas
americanos.
(B) O novo método de diagnóstico rastreia o vírus HIV utilizando as cinco
proteínas que o compõem – quatro proteínas referem-se ao HIV de tipo 1
e uma ao HIV de tipo 2.
(C) A detecção precoce da Aids, viabilizada pelo novo método de
diagnóstico do HIV, salva a vida do paciente, assegurando sua cura, e
impede que a doença propague-se no organismo do indivíduo infectado.
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(D) A aplicação do novo teste de diagnóstico do HIV por mais de uma


pessoa inviabiliza o resultado do exame.
(E) Ao mesmo tempo em que há diferenças substanciais entre o teste
atualmente utilizado e o novo teste de diagnóstico instantâneo, ambos
têm em comum a característica de servirem para ratificar um exame
prévio.

FUNIVERSA - GDF – TÉCNICO EM SAÚDE – 2011

Texto I

Nos últimos dez anos, a medicina brasileira fez conquistas


fenomenais na área dos transplantes. Graças à equipes de profissionais

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de primeiríssima linha, 80% dos pacientes sobrevivem à troca de um
órgão — um cenário comparável ao dos centros internacionais de
excelência. Contribuiu para esse quadro de sucesso a elevação do número
de doadores no país. Entre 2009 e 2010, ele cresceu quase 14%. É um
bom aumento, mas não é o suficiente. Para contemplar os 50.000
homens, mulheres e crianças à espera de um transplante, seria
necessário setuplicar as doações. Pouco adianta, no entanto, estimular a
doação, como o governo faz anualmente, quando uma grande quantidade
de órgãos continua a ser desperdiçada. O coração é a principal vítima
desse processo. Hoje, de cada 100 que são doados, apenas dez acabam
aproveitados. O restante perde a serventia bem antes de chegar ao
destino.
Isso ocorre, em primeiro lugar, porque, de todos os órgãos, o
coração é o mais delicado — e o mais suscetível a danos durante a
manipulação. É natural, portanto, que haja uma perda maior de corações
que de rins, fígados ou pâncreas. Por causa dessas características do
órgão, a situação dos transplantes cardíacos é o melhor parâmetro para
avaliar a situação dos transplantes de forma geral. “Se o número de
cirurgias cardíacas vai bem, é porque o sistema de transplantes vai bem
como um todo. Se vai mal, é porque o sistema está com problemas”, diz
o coordenador da Organização de Procura de Órgãos, do Hospital das
Clínicas de São Paulo. Por esse critério, o sistema de transplantes no
Brasil está longe de poder ser considerado ideal.
A maioria dos corações oferecidos para doação se perde no início do
processo. O órgão é o primeiro a sofrer as consequências da morte
encefálica — condição clínica em que o cérebro deixa de registrar
qualquer atividade. Para que ele continue a bater e, assim, manter todos
os outros órgãos vivos, é fundamental que o corpo do doador seja
submetido à respiração artificial e receba uma dezena de medicamentos
em quantidades e combinações precisas e delicadas.

In: Veja, 22/6/2011, p.106-8 (com adaptações).

345- Com relação às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) A área dos transplantes, na medicina do Brasil, foi a que mais
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inovação sofreu nos últimos dez anos.


(B) A competência dos cirurgiões é a razão pela qual 80% dos pacientes
submetidos a transplantes de órgãos sobrevivem.
(C) O aumento do número de brasileiros dispostos a doar órgãos foi
significativo, a ponto de satisfazer às necessidades dos pacientes que
dependem de transplantes e de contribuir para o quadro de sucesso
daqueles que sobrevivem à troca de um órgão.
(D) Setuplicar as doações, atendendo às campanhas promovidas pelo
governo, é a única solução para contemplar todos aqueles que estão à
espera de um transplante.
(E) A principal vítima do desperdício é o coração, que, na maioria das
vezes, deixa de ser útil muito antes de chegar ao paciente.

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346- Com base nas ideias do texto, assinale a alternativa correta.
(A) O coração, por ser o mais refinado de todos os órgãos vitais, é o mais
propenso a sofrer danos durante sua manipulação.
(B) As características orgânicas tornam natural que, em termos
quantitativos, haja mais perdas de corações que de rins, fígados ou
pâncreas.
(C) A análise do quadro brasileiro de transplantes cardíacos é
independente, não podendo servir de parâmetro para avaliar quaisquer
outros transplantes.
(D) O sistema de transplantes no Brasil, embora não possa ser
considerado ideal, está à frente do sistema existente em muitos outros
países.
(E) Submeter o doador à respiração artificial e aos vários medicamentos
evitará a morte encefálica e fará que o coração continue a bater,
mantendo os demais órgãos vivos.

Texto II

Trinta anos após o surgimento da Aids, o mundo comemora um fato


inédito. O número de contaminações e de mortes pelo vírus HIV está em
queda constante, segundo dados recentes divulgados pela Unaids, o
programa conjunto das Nações Unidas (ONU) sobre HIV/Aids.
Pelo menos 56 países — incluindo o Brasil — conseguiram
estabilizar ou reduzir o número de novas infecções em 25% na última
década. As mortes caíram 20% desde 2006. A disseminação dos
medicamentos antirretrovirais e dos programas de esclarecimento e
prevenção são os principais fatores apontados para a melhoria do quadro.
Essa notícia auspiciosa é um marco da luta contra uma epidemia
que acomete 34 milhões de pessoas e já matou quase 30 milhões em
todo o planeta, representando uma vitória para os cientistas, as
autoridades sanitárias, as ONGs e a indústria farmacêutica, que travam
essa longa batalha contra um inimigo complexo e mutante.
O cenário do combate à Aids começou a mudar em 1987, com a
aprovação do primeiro medicamento eficaz para o combate da doença: o
AZT (zidovudina). A partir daí, o axioma “Aids mata” foi substituído por
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“Aids tem tratamento”.


Até então, nenhum tratamento tinha sido capaz de deter a
enfermidade. Os infectados morriam num ciclo sumário que durava
poucos meses após o diagnóstico.
O avanço mais significativo ocorreu em meados da década de 1990,
com o advento do coquetel de medicamentos antirretrovirais, que mudou
a história da Aids, transformando-a em doença crônica e tornando
ilimitada a expectativa de vida dos soropositivos.

In: Correio Braziliense, 15/6/2011, “Caderno Opinião”, p. 13 (com


adaptações).

347- Com relação às ideias do texto, assinale a alternativa correta.

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(A) O fato inédito que o mundo comemora, trinta anos após o surgimento
da Aids, está relacionado aos medicamentos antirretrovirais que impedem
que o indivíduo seja contaminado pelo vírus HIV.
(B) Na última década, muitos países conseguiram estabilizar ou reduzir
em 25% o número de novas infecções e em 20% o número de mortes.
(C) O surgimento dos medicamentos antirretrovirais representa um marco
na luta contra a Aids, considerada uma epidemia que, em todo o mundo,
já matou 30 milhões de pessoas.
(D) Os programas de esclarecimento e de prevenção relativos à Aids e a
propagação dos medicamentos antirretrovirais têm como consequência
direta a redução do número de contaminações pelo vírus HIV e do
número de mortes associadas a esse vírus.
(E) Há anos que o vírus HIV, considerado um inimigo complexo e
mutante, é duramente combatido exclusivamente por cientistas,
autoridades sanitárias, ONGs e indústria farmacêutica.

FUNIVERSA – MTUR – ADMINISTRADOR – 2010

(6/10/2009) Um total de 29% dos brasileiros entre dez e dezessete


anos prefere falar com amigos, família ou colegas por meio do
computador que pessoalmente, indica pesquisa do Ibope divulgada nesta
terça-feira (6). Essa preferência cai para 16% dos consumidores. O
estudo mostra ainda que dois terços dos jovens naquela faixa etária
utilizam regularmente serviços de mensagens instantâneas, como MSN.
As redes sociais ganham importância: já são rotina para 45% dos
brasileiros entrevistados em geral, e para 72% dos jovens entre 18 e 24
anos.
Mídias
Como "itens mais importantes do dia a dia", 77% dos entrevistados
indicaram a TV e 70%, o celular. Vêm depois o computador com acesso à
Internet (58%) e o rádio (46%).
Do total da população, 30% dizem aceitar propaganda no celular,
que “se firma cada vez mais como uma multiplataforma de comunicação”,
03265357481

afirma Juliana Sawaia, gerente de marketing do IBOPE Mídia.


Ao mesmo tempo
Como a sede de consumo dos meios é tão grande para os jovens
paulistanos — e região metropolitana de SP — de 18 a 24 anos, quase
metade deles acessam a Internet enquanto assistem à TV ou enquanto
ouvem rádio. No entanto, 82% desta população — considerando todas as
faixas etárias — afirma dedicar-se a apenas um meio de cada vez.
Download de filmes e séries é outro hábito importante para 45%
dos jovens paulistanos, contra 22% do público de todas as faixas etárias
na região metropolitana de São Paulo.
Pressão de informação
Também na região metropolitana de SP, o Ibope indicou que 53%
das pessoas se sentem pressionadas com a quantidade de informação

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disponível. Ainda assim, dois terços da população na região afirma que
consegue absorver toda a informação e a tecnologia disponíveis.
Com tudo isso, o tempo para lidar com os dados estará, segundo
praticamente metade dessa população pesquisada (46%), escasso em
2020. Na lista de limitações, constam ainda recursos naturais (81%),
saúde (65%) e trabalho (56%).
A pesquisa também conta que a identificação com a frase "Sinto
meus dias passarem muito mais rápido do que antigamente" é comum a
90% das pessoas. Além disso, 86% dizem que gostariam de ter mais
tempo para si.

Internet: http://www1.folha.uol.com.br (com adaptações). Acesso em


23/11/2009.

348- Assinale a alternativa que interpreta corretamente informações do


texto I.
(A) Olhar nos olhos, tocar, sentir o perfume e o calor do outro são
necessidades básicas de todas as pessoas em suas relações familiares.
(B) Cinquenta e oito por cento das famílias brasileiras têm computador
em casa, com acesso diário à Internet.
(C) A TV é a campeã na preferência dos brasileiros, entre os
equipamentos de comunicação.
(D) O brasileiro está ficando cada vez mais ágil na habilidade de
concentrar sua atenção em mais de uma mídia eletrônica: mais de oitenta
por cento da população têm sede de consumo voraz, que os leva a
dedicar-se a mais de um meio de cada vez.
(E) Dois terços da população brasileira sentem-se satisfeitos com seu
grau de absorção de toda a informação e a tecnologia à disposição.

FUNIVERSA – MTUR – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2010

Certa vez, um homem, extremamente invejoso de seu vizinho,


recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de realizar um
desejo. “Você pode pedir o que quiser, desde que seu vizinho receba a
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mesma coisa, em dobro”, sentenciou. O invejoso respondeu, então, que


queria que ela lhe arrancasse um olho. Moral da história: o prazer de ver
o outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer vontade.
Assim como o ciúme é querer manter o que se tem e a cobiça é
desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não querer que o outro
tenha. O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente
à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la. Afinal, todo
mundo, em algum momento da vida, já sentiu vontade de ser como
alguém. Há até um lugar no cérebro reservado para a inveja. Pela
primeira vez, uma pesquisa científica mostra onde são processados na
mente humana ela e o shadenfreude — palavra alemã que dá nome ao
sentimento de prazer que o invejoso experimenta, ao presenciar o
infortúnio do invejado.

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O neurocientista japonês Hidehiko Takahashi identificou onde os
sentimentos são processados no cérebro. Ao sentir inveja, a região do
córtex singular do anterior é ativada. O interessante é notar que é nesse
mesmo local que a dor física se processa. “A inveja é uma emoção
dolorosa”, afirma Takahashi. O shadenfreude, por sua vez, se estabelece
no estriado ventral, exatamente onde se processa a sensação de prazer.
“O invejoso fica realizado com a desgraça do invejado”, diz o pesquisador.
“Trata-se de um sentimento caracterizado pela sensação de
inferioridade”, explica o neurocientista Takahashi. “Quando há essa
sensação, é porque houve comparação, e a pessoa perdeu”.
Além da insegurança, são características comuns aos invejosos a
baixa autoestima, o sentimento de incapacidade e a sensação de
injustiça. “Pessoas bem resolvidas e esclarecidas tendem a ter menos
inveja”, diz o psiquiatra José Thomé, da Associação Brasileira de
Psiquiatria.
Em casos patológicos, que, segundo especialistas, são mais comuns
do que se imagina, quem sofre do mal é capaz de caluniar, perseguir, e,
em casos mais extremos, desejar a morte do invejado. Há, também, os
que somatizam. Nessas situações, podem apresentar quadro depressivo,
autodestrutivo, agressividade e tendências suicidas. O psiquiatra Thomé
acredita que, salvo os casos patológicos, as pessoas têm livre-arbítrio
para viver ou eliminar a inveja. “É um sentimento muito primitivo, que
deve ser trabalhado”.
Quando a pessoa consegue fazer que o sentimento, em tese
negativo, impulsione ações positivas, ela o transforma no que os
especialistas chamam de inveja criativa. A psicóloga Sueli, da USP, assina
embaixo. “É importante eliminar os sentimentos de inferioridade, a baixa
autoestima e mostrar o outro lado”, explica. “Se a pessoa não é boa em
algo, certamente será em outra coisa”. Afinal de contas, a melhor
maneira de domar o sentimento da inveja é identificá-lo e aprender a
lidar com ele.

Claudia Jordão e Carina Rabelo. Inveja. In: Isto É, 3/6/2009 (com


adaptações). 03265357481

349- Com base nas ideias do texto I, assinale a alternativa correta.


(A) Hidehiko Takahashi afirma que “A inveja é uma emoção dolorosa”
porque a região do cérebro em que a dor física se processa é a mesma
que é ativada na experimentação da inveja.
(B) Pessoas com escolaridade superior tendem a ter menos inveja, uma
vez que o grau de cultura é fundamental para o desenvolvimento da
autoestima.
(C) O que faz que a cobiça, o ciúme e a inveja sejam sinônimos é o fato
de serem sentimentos primitivos, que inferiorizam o cérebro humano,
onde são engendrados.
(D) A inveja caracteriza-se como um sentimento negativo, que,
invariavelmente, leva ao sentimento de inferioridade, à agressividade e a
crises de autodestruição.

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(E) Os estudos da psique humana, apesar de todos os avanços técnicos e
tecnológicos, ainda não têm nenhuma resposta para o paciente que busca
dominar dentro de si a chaga moral da inveja.

350- A partir da leitura do texto I, assinale a alternativa correta.


(A) O invejoso experimenta profundo prazer ao reconhecer o próprio
infortúnio, pois, dessa forma, ele pune-se e liberta-se do mal.
(B) A psicologia apregoa a impossibilidade de a pessoa comum livrar-se
da inveja e faz recomendação de que se procure um especialista em
questões relacionadas ao cérebro humano.
(C) Emoção inerente à condição humana, a inveja, sentimento por vezes
inconfessável, é um dos sete pecados capitais; na verdade, o mais
execrável deles.
(D) Os especialistas ainda não conseguiram estabelecer graus de
gravidade no mal da inveja.
(E) Uma pessoa com graves problemas psíquicos, que apresenta quadro
depressivo, autodestrutivo, agressividade e tendências suicidas, é aquela
que, em determinadas situações, sente vontade de ser como outra.

FUNIVERSA – CEB – AGENTE DE ADMINISTRATIVO – 2010

Texto I

Depois que a luz acendeu com a invenção da lâmpada, foi uma


festa! Em cada canto do mundo, surgia uma invenção diferente. A
eletricidade havia modificado o modo de viver da humanidade. A primeira
coisa que começou a mudar foi a casa das pessoas. Começaram a
aparecer os eletrodomésticos. Ou você pensava que o aspirador de pó e a
torradeira sempre existiram nas prateleiras das lojas?
A primeira máquina de lavar louças não era ligada na tomada. Ela
era movida a vapor, como as grandes máquinas das indústrias, em 1712.
(Essas máquinas, aliás, foram as responsáveis pela Revolução Industrial,
que você aprende bem nas aulas de História.)
Quem acabou com a tarefa de lavar pratos à mão foi uma
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americana, que mostrou que lugar de mulher não é na cozinha, não! Foi
em 1889. E o marido não gostou muito da ideia. Por isso ela demorou a
aperfeiçoar a invenção, que depois foi comprada por uma empresa de
Chicago, nos Estados Unidos.
Já o aspirador de pó foi feito por um homem, o engenheiro inglês
Hubert Booth, em 1901. Ele queria um jeito prático para limpar vagões de
trens. E conseguiu. Na época, poucas casas tinham eletricidade. Além
disso, o aspirador era grande e difícil de carregar. Mas poucos anos
depois o modelo foi melhorado, até surgirem os que temos hoje em
nossas casas.
O ano de 1916 também foi de grande alívio para as donas de casa.
Apareceram o liquidificador, a batedeira e o espremedor de frutas.
Material básico para uma cozinha eficiente. A torradeira foi inventada em

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1926. Até as panificadoras precisaram se adaptar à criação, e, dois anos
depois, lançaram o pão de forma, como os que você vê hoje nos
supermercados.
Isso pra não falar de coisas tão comuns como o barbeador e a
televisão, cujas verdadeiras transmissões foram realizadas em 1920,
graças ao inglês John Logie Baird. Mas de onde tirar tanta energia? Das
usinas hidrelétricas, mas também do vento e do sol, oras!

Internet:<http://www.canalkids.com.br/tecnologia/invencoes/tomadas.ht
m> (com adaptações). Acesso em 21/12/2009.

351- Com relação às ideias do texto I, assinale a alternativa correta.


(A) O homem, com a invenção da eletricidade, criou, de imediato,
máquinas sofisticadas industriais, para a montagem de carros, aviões,
navios.
(B) Todas as produções industriais foram inventadas dentro dos
laboratórios das próprias organizações.
(C) O cientista procura inventar principalmente coisas que facilitam o
próprio trabalho.
(D) Até meados do século XX, todas as invenções se destinavam à
facilitação do trabalho humano, no lar e no mundo corporativo.
(E) Os eletrodomésticos surgiram logo que a energia elétrica foi
inventada.

GABARITO COMENTADO DAS QUESTÕES

Texto

O que constrói o elo social, o que faz existirem tantos vínculos? Está
ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos. Nossos
tempos privatizaram muito do que era público. “A praça é do povo, como
o céu é do condor”: o verso de Castro Alves parece, hoje, estranho. Quem
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vai à praça? A praça, aliás, era já uma herdeira pobre da ágora, da praça
ateniense, que não foi lugar do ou da conversa mole, mas da decisão
política. A ágora era praça no sentido forte, onde as questões cruciais da
coletividade eram debatidas e decididas.
Mas mesmo a praça, na acepção de espaço em que as pessoas se
socializam, se enfraqueceu. É significativo que Roberto DaMatta, ao
analisar a oposição entre o mundo doméstico e o público na sociedade
brasileira, oponha à casa a rua, e não a praça. A praça favorece a
circulação, no sentido quase etimológico, do círculo, da ida e vinda, do
encontro e reencontro: quem se lembra do que se chamava footing nas
cidades do interior (os rapazes e moças dando voltas na praça, uns no
sentido do relógio e outros no contrário, de modo a se cruzarem seguidas

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vezes) sabe do que falo. Já a rua é caminho de ida sem volta. Fica-se na
praça, anda-se na rua. Vai-se, sai-se.
Ou tomemos outro lado da mesma questão. Como puxamos assunto
com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que um dia
encontrou uma moça linda, na sala de espera de um médico. Não sabia
como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um revólver,
deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse:
Mademoiselle, agora que quebramos la glace (palavra que quer dizer
tanto o gelo quanto o espelho)... É óbvio que era uma brincadeira; a
piada valia mais para ele do que a conquista amorosa; imagino a moça
gritando, fugindo; mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar
um elo?
Stendhal, no seu ensaio “A comédia é impossível em 1836”, diz que
os cortesãos, reunidos em Versalhes por Luís XIV, obrigados a ficar lá o
dia todo, ou achavam assunto – ou morreriam de tédio. Assim, diz ele,
nasceu a arte da conversa. Temas pequenos, leves, mas sobretudo
agradáveis começaram a constituir um ponto de encontro de seus desejos
e interesses. É nesse mesmo século XVII, segundo Peter Burke [...], que
franceses, ingleses e italianos reivindicam a invenção da conversa como
arte. Regra suprema: não falar de negócios ou trabalho. Regra
suplementar: agradar às mulheres. A arte da conversa é uma retórica do
dia a dia. Ela se abre até mesmo para uma dimensão segunda, que é a
arte da sedução. Casanova era grande conversador e sedutor renomado.
Eis a questão: uma sociedade que se civiliza precisa de assuntos
que sirvam de ponto de encontro para as pessoas, e sobretudo para os
estranhos que assim entram em contato. No campo, conheço quase todos
os vizinhos; na cidade grande, porém, a maioria é de estranhos. Sai-se do
mundo rural quando se começa a conhecer o diferente, o outro – e a
aceitá-lo. Isso se dá mediante a oferta de assuntos que abram uma
conversa.
Daí a importância de expressões que minimizam ou mesmo
aparentemente humilham essa conversa mole, como o small talk, o papo
furado ou a bela expressão “jogar conversa fora”, que é muitíssimo sutil,
porque dilapidamos palavras justamente para construir amizades, isto é,
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dissipamos nosso tempo, como num potlatch indígena, precisamente para


criar o que há de melhor na vida.

(RIBEIRO, Renato J. <www.renatojanine.pro.br/FiloPol/elosocial.html>)

1- Para persuadir o leitor a concluir como ele, vale-se o articulista de


todas as estratégias argumentativas a seguir, COM EXCEÇÃO DE:

A) recorrer ao argumento de autoridade.


B) reportar-se a passagem de texto literário.
C) apoiar-se em fatos históricos.
D) apelar para o anedótico, para o riso.
E) apontar dados estatísticos.

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COMENTÁRIO:

(A) O argumento de autoridade é usado quando o autor do texto se vale


de algum homem importante dentro da sociedade (político, filósofo,
economista, religioso, etc.) para corroborar a sua tese. Ao longo do texto,
o autor cita vários desses nomes, incluindo suas frases e/ou
pensamentos.

(B) No primeiro parágrafo, por exemplo, ocorre uma citação de Castro


Alves.

(C) O antepenúltimo parágrafo, por exemplo, corrobora a afirmação de


que há o uso de fatos históricos dentro do texto.

(D) O 3º parágrafo do texto apresenta uma anedota.

(E) Não há dados estatísticos no texto, logo essa estratégia


argumentativa não é usada no texto.

GABARITO: E.

2- Em relação ao ponto de vista emitido no período imediatamente


anterior, o papel argumentativo do enunciado: “Nossos tempos
privatizaram muito do que era público.” (§ 1) é:

A) generalizar.
B) comparar.
C) concluir.
D) justificar.
E) exemplificar.

COMENTÁRIO:

Observe o contexto: 03265357481

Está ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos.
Nossos tempos privatizaram muito do que era público.

Note que, entre a ideia do primeiro período e a ideia do segundo período,


há uma relação de explicação. Tanto isso é verdade que podemos unir
tais períodos por meio de um conectivo explicativo:

Está ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos,
PORQUE nossos tempos privatizaram muito do que era público.

Portanto, o papel argumentativo do enunciado é explicar, justificar.

GABARITO: D.

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3- Após fazer concessão a comentário que tende a conduzir a outra


conclusão, o autor retoma a linha de orientação argumentativa do texto
com as seguintes palavras:

A) “...onde as questões cruciais da coletividade eram debatidas e


decididas.” (§ 1)
B) “Como puxamos assunto com um estranho?” (§ 3)
C) “...mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?” (§ 3)
D) “Regra suplementar: agradar às mulheres.” (§ 4)
E) “Casanova era grande conversador e sedutor renomado.” (§ 4)

COMENTÁRIO:

Observe como inicia o 3º parágrafo:

Ou tomemos outro lado da mesma questão. Como puxamos


assunto com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que
um dia encontrou uma moça linda, na sala de espera de um médico. Não
sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um
revólver, deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse:
Mademoiselle, agora que quebramos la glace (palavra que quer dizer
tanto o gelo quanto o espelho)...

Note que, até aqui, o autor cria um cenário dando a entender que puxar
assunto exige uma medida drástica. Logo depois o 3º parágrafo continua:

É óbvio que era uma brincadeira; a piada valia mais para ele do que
a conquista amorosa; imagino a moça gritando, fugindo; mas a questão
fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?

Note que tal parágrafo finaliza sem um desfecho, pois o autor do texto
retorna à ideia inicial do parágrafo, ou seja, após fazer concessão a
comentário que tende a conduzir a outra conclusão, o autor retoma a
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linha de orientação argumentativa do texto.

GABARITO: C.

4- Altera fundamentalmente o sentido do enunciado no texto a


substituição do conector proposta em:

A) “A praça, ALIÁS, era já uma herdeira pobre da ágora...” (§ 1) / afinal


B) “MAS mesmo a praça [...] se enfraqueceu.” (§ 2) / Não obstante
C) “Ela se abre ATÉ MESMO para uma dimensão segunda...” (§ 4) /
inclusive
D) “DAÍ a importância de expressões que minimizam...” (§ 6) / Donde
E) “...ISTO É, dissipamos nosso tempo, como num potlatch...” (§ 6) / vale
dizer

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COMENTÁRIO:

(A) “Aliás” normalmente indica uma ressalva, um adendo, equivalendo a


“a propósito”. O conectivo “afinal” indica conclusão de um fato. Logo, tais
conectores não são intercambiáveis.

(B) “Mas” e “não obstante” são conectores de valor adversativo, portanto


são intercambiáveis.

(C) A expressão “até mesmo” indica inclusão, por isso pode ser
substituída por “inclusive”.

(D) O conector “daí” introduzindo o parágrafo de conclusão do texto tem


sentido conclusivo. Equivale também a “a partir disso” ou “por isso”. A
troca por “donde” é possível, pois tal termo pode exprimir conclusão.

(E) As expressões “isto é” e “vale dizer” no contexto em que se


encontram podem expressar propósitos semelhantes. O ideal seria
substituir “isto é” por “ou seja”, uma vez que ambas as expressões são
sempre intercambiáveis por exprimirem noção explicativa.

GABARITO: A.

5- O pronome ou advérbio pronominal que faz referência, não a um


segmento do texto, mas a algo que se encontra no universo fora dele,
está destacado em:

A) “...deu um tiro no espelho que havia ALI...” (§ 3)


B) “...obrigados a ficar LÁ o dia todo...” (§ 4)
C) “...um ponto de encontro de SEUS desejos e interesses.” (§ 4)
D) “ISSO se dá mediante a oferta de assuntos...” (§ 5)
E) “...dissipamos NOSSO tempo...” (§ 6)
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COMENTÁRIO:

(A) O advérbio “ali” se refere à sala de espera.

(B) O advérbio “lá” se refere a “Versalhes”.

(C) O pronome “seus” se refere a “cortesãos”.

(D) O pronome “isso” se refere à ideia contida nos períodos anteriores.

(E) O pronome “nosso” não faz referência a termo algum dentro do texto,
logo tem valor dêitico, pois se refere a algo fora do texto, o autor do texto
e o leitor do texto.

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GABARITO: E.

6- Invertem-se os termos da relação de causalidade observada em: “Não


sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um
revólver, deu um tiro no espelho...” (§ 3) com a seguinte redação:

A) Não sabendo como abordá-la – como iniciar a conversa, sacou de um


revólver, deu um tiro no espelho...
B) Por não saber como abordá-la – como iniciar a conversa, sacou de um
revólver, deu um tiro no espelho...
C) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa, razão por que
sacou de um revólver, deu um tiro no espelho...
D) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa, porquanto sacou
de um revólver, deu um tiro no espelho...
E) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa; sacou, pois, de
um revólver, deu um tiro no espelho...

COMENTÁRIO:

Antes de mais nada, note que, na frase do enunciado, há causa e depois


consequência:

“Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa (CAUSA). Sacou


então de um revólver, deu um tiro no espelho... (CONSEQUÊNCIA)”.

Para ficar mais clara ainda a relação, note que se pode colocar um
conectivo conclusivo ou consecutivo antes da consequência:

“Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. POR ISSO sacou
então de um revólver, deu um tiro no espelho…”.

A relação é invertida apenas na seguinte reescritura, uma vez que


“porquanto” é uma conjunção que introduz uma ideia explicativa (=
“porque”), e não consecutiva: 03265357481

Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa, porquanto sacou


de um revólver, deu um tiro no espelho...

Para usar tal conjunção corretamente, a frase deveria estar assim:

Sacou de um revólver, deu um tiro no espelho PORQUANTO não sabia


como abordá-la – como iniciar a conversa.

É muito importante conhecer as conjunções da língua portuguesa. Se


você já tem a minha gramática, sugiro que estude com força o capítulo
15. J

Vejamos as demais opções:

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A) Não sabendo como abordá-la – como iniciar a conversa (causa), sacou


de um revólver, deu um tiro no espelho... (consequência)

A oração destacada é subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio.

B) Por não saber como abordá-la – como iniciar a conversa (causa), sacou
de um revólver, deu um tiro no espelho... (consequência)

A oração destacada é subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo.

C) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa (causa), razão por
que sacou de um revólver, deu um tiro no espelho… (consequência)

A expressão destacada retoma a causa introduzindo a consequência.

E) Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa (causa); sacou,


pois, de um revólver, deu um tiro no espelho... (consequência)

A conjunção “pois” tem valor conclusivo porque equivale, nesse caso, a


“portanto”.

GABARITO: D.

Texto

O Brasil, em trinta anos, avançou muitíssimo em matéria


democrática. Antes, nosso recorde de liberdade democrática eram as
duas décadas incompletas entre o fim da ditadura Vargas e o começo do
regime militar. De 1982 para cá, mudou bastante coisa. O partido
comunista foi legalizado – ele tinha sido proibido ao longo de quase toda
a sua história. A inflação, que fazia troça da Política, foi controlada. As
políticas sociais, que eram sacrificadas em nome da luta contra a inflação,
vieram para ficar. A sociedade brasileira, até 2005, era uma pirâmide, na
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qual as classes A/B tinham menos gente que a C, que era menor que as
D/E. Em 2010, era já um losango, no qual a classe C supera tanto as
mais ricas quanto as mais pobres. Cinquenta milhões de pessoas subiram
da pobreza para a classe média. Hoje, ninguém concorre ao poder com
chances se não tiver um projeto de maior inclusão social. Em três
décadas, fomos da ditadura, com má distribuição de renda, para uma
democracia que parece consolidada. […]
O auge da vida democrática é o momento do voto. A democracia,
regime em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da
igualdade, em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres,
integrados ou excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime
mais ético que existe. Melhor dizendo, é o único regime que hoje
podemos considerar ético. As formas de governo que a teoria
antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as

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legítimas, atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras. Uma
ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.
Mas surge um problema sério. Na Ética, operamos com o certo e o
errado, o bem e o mal. Não existe uma tabela única do certo e errado
“em si”, ou “para Deus”, ou para a humanidade inteira. Divergências
ocorrem. Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores.
“Não matarás” é um deles, mesmo que discutamos como defini-lo: esse
preceito proíbe a legítima defesa? Inclui a falta de solidariedade com o
faminto? Em que pesem essas diferenças, quando falamos em Ética,
atribuímos valores, positivos e negativos, às condutas.
Dá para fazer o mesmo na Política? Faz parte da essência
democrática o direito à divergência. Mas aplicar o critério do certo e
errado à Política pode nos levar a só tolerar um lado, condenando o outro
como errado, desonesto, imoral. Isso significa abolir a discordância.
Quem pensa assim, se chegar ao poder, é um perigo – porque terá o DNA
do ditador. O mínimo, numa democracia, é ter os dois lados opostos,
divergentes, mas respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à
Política, entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e, portanto,
tentarei impedir “o mal” até mesmo de concorrer. Assim foi a perseguição
ao comunismo, no Brasil, mesmo quando não tínhamos uma ditadura
escancarada. Assim foi a perseguição aos partidos liberais nos regimes
comunistas.
Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito. Queremos, de
todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E,
entre os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. […]

(RIBEIRO, Renato Janine. : nº 74, setembro de 2012, p. 82.)

7- Para persuadir o leitor a concluir como ele, vale-se o autor de todas as


estratégias argumentativas a seguir, EXCETO:

A) explorar exemplos extraídos de nossa história política.


B) recorrer a dados estatísticos.
C) usar a 1ª pessoa do plural, para alinhar-se com o leitor.
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D) manter a consistência do raciocínio.


E) ilustrar ponto de vista com passagem de texto literário.

COMENTÁRIO:

(A) O primeiro parágrafo explora exemplos extraídos de nossa história


política.

(B) O primeiro parágrafo recorre a dados estatísticos.

(C) O segundo parágrafo usa a 1ª pessoa do plural, para alinhar-se com o


leitor.

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(D) O autor mantém a consistência do raciocínio, pois ele conduz seu
texto, do início ao fim, trabalhando com a ideia de democracia e ética.

(E) Não há sequer uma passagem com texto literário.

GABARITO: E.

8- O autor inicia refutação de argumento voltado para conclusão contrária


àquela a que pretende chegar dizendo que:

A) “[...] De 1982 para cá, mudou bastante coisa. [...]” (parágrafo 1)


B) “[...] Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que
existe. [...]” (parágrafo 2)
C) “[...] Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar
ético. [...]” (parágrafo 2)
D) “[...] Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores.
[...]” (parágrafo 3)
E) “[...] Faz parte da essência democrática o direito à divergência. [...]”
(parágrafo 4)

COMENTÁRIO:

Volte, por favor, ao enunciado e à letra C da questão 3 desta aula.


Percebeu que o enunciado é parecido com o desta questão 8? Percebeu
que a letra C da questão 3 e a letra D desta questão 8 iniciam com um
conectivo adversativo (“mas”)?

Isso não é coincidência. A banca gosta de trabalhar com essa noção de


contraposição de ideias marcada pelas conjunções adversativas, as quais
“iniciam refutação de argumento voltado para conclusão contrária àquela
a que pretende chegar”. Por isso, sem titubear, a única opção possível é a
D.

GABARITO: D. 03265357481

9- Há evidente equívoco na identificação do segmento de texto a que se


refere o pronome em destaque na seguinte alternativa:

A) “[...] ao longo de quase toda a SUA história.” (parágrafo 1) / o partido


comunista
B) “[...] regime em QUE a maioria escolhe os governantes [...]”
(parágrafo 2) / regime
C) “[...] considerando-AS legítimas [...]” (parágrafo 2) / monarquia ou
aristocracia
D) “‘Não matarás’ é um DELES [...]” (parágrafo 3) / muitos valores
E) “[...] ESSE preceito proíbe a legítima defesa? [...]” (parágrafo 3) /
“Não matarás”

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COMENTÁRIO:

O pronome oblíquo átono “as” em “considerando-as legítimas” retoma


“formas de governo” no contexto. Observe:

As formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia


ou aristocracia, considerando-as (= as formas de governo) legítimas,
atualmente apenas podem ser chamadas de ditaduras.

GABARITO: C.

10- Preserva-se o sentido de: “Em que pesem essas diferenças, quando
falamos em Ética, atribuímos valores, positivos e negativos, às condutas.”
(parágrafo 3), com a substituição de EM QUE PESEM por:

A) A despeito de
B) A partir de
C) À vista de
D) À luz de
E) Acerca de

COMENTÁRIO:

(A) Indica concessão, assim como a expressão destacada no enunciado.


(B) Indica um ponto, um limite inicial.
(C) Indica algo como “na presença de” ou “ao alcance da vista”.
(D) Indica algo como “de acordo com o entendimento, os conhecimentos,
opiniões, os princípios ou ensinamentos de (grupo de pessoas, campo de
atividades, doutrina)”.
(E) Indica assunto, equivale a “sobre”.

GABARITO: A.

11- Em: “[...] mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada.”
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(parágrafo 4), a palavra MESMO está empregada com sentido idêntico ao


que expressa em:

A) Revimos toda a matéria, mesmo a já sabida.


B) Mesmo doente e febril, foi trabalhar.
C) Após tanta luta, estava mesmo muito cansado.
D) Era forte, mas ele mesmo não sabia o que fazer.
E) São muito diferentes, mas têm o mesmo gosto.

COMENTÁRIO:

Tanto no enunciado quanto na letra A, o vocábulo “mesmo” é uma


palavra denotativa de inclusão, equivalendo a “inclusive”.

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Nas demais opções, veja os sentidos:

B) Mesmo (= apesar de) doente e febril, foi trabalhar.


C) Após tanta luta, estava mesmo (= realmente) muito cansado.
D) Era forte, mas ele mesmo (= próprio) não sabia o que fazer.
E) São muito diferentes, mas têm o mesmo (= idêntico) gosto.

GABARITO: A.

Texto

Com o aperfeiçoamento da genética e sua integração a sistemas


ultrainformatizados, solucionar crimes que pareciam perfeitos está cada
vez mais fácil. Onze de setembro de 2001. Dois aviões se chocam contra
o World Trade Center, no coração de Nova York. 2.749 pessoas morrem.
Para a maior parte dos americanos, o fundamental é descobrir os
responsáveis pelo atentado terrorista. Mas, para os parentes daqueles
que estavam nos prédios, o mais urgente é outra coisa: identificar seus
filhos, pais, maridos e esposas.
Apenas 291 corpos foram encontrados intactos. Os outros se
transformaram em mais de 19 mil partes, um terço delas tão pequenas
que saíam de lá em tubos de ensaio. O colapso dos edifícios e o fogo que
atingiu temperaturas superiores a 1000 °C no primeiro dia de incêndio
destruíram boa parte do material genético das vítimas. Nove meses
depois, menos da metade delas havia sido identificada. Sem poder contar
com a análise de impressões digitais, arcadas dentárias e outros métodos
tradicionais, o Escritório de Exames Médicos da Cidade de Nova York criou
uma junta de especialistas para orientar os testes de DNA. Para o
governo dos EUA, consolar os familiares das vítimas do 11 de Setembro
tornou-se uma questão de honra nacional, na qual todo esforço
tecnológico deveria ser empregado.
Estava para começar o maior – e provavelmente mais difícil –
trabalho de perícia criminal da história da humanidade. “Nenhum de nós
sabia quanto tempo a investigação poderia durar”, diz o geneticista do
03265357481

Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano Leslie Biesecker, um


dos especialistas envolvidos no processo. Em 7 anos, a força-tarefa que
uniu biólogos, químicos, médicos-legistas, engenheiros, matemáticos e
programadores conseguiu resultados inéditos, que hoje começam a ser
empregados ao redor do planeta.
Os esforços de identificação das vítimas do WTC são uma prova de
que, hoje, desvendar crimes só é possível com equipes multidisciplinares.
Além de aperfeiçoar a clássica coleta de evidências, elas trabalham no
desenvolvimento de sofisticadas técnicas de testes de DNA e softwares
especializados que formam uma estrutura de fazer inveja a Sherlock
Holmes. Esse arsenal high tech tem deixado a vida dos bandidos
complicada: está cada vez mais duro cometer um crime perfeito. Ciência
contra o crime.

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(ARAÚJO, Tarso. in , agosto de 2008.)

12- De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que:

A) o único objetivo do governo americano após o atentado de 11 de


setembro era encontrar os terroristas.
B) o uso de novas tecnologias descartou o trabalho de investigação dos
peritos.
C) só nove meses após o atentado do World Trade Center foi possível
identificar todas as vítimas.
D) uma equipe de profissionais de diferentes especialidades contribui para
que o trabalho de investigação tenha bons resultados.
E) os Estados Unidos monopolizam a tecnologia desenvolvida após o
atentado e se negam a compartilhar informações com outros países.

COMENTÁRIO:

(A) O texto também diz que o objetivo era consolar os familiares das
vítimas.

(B) Pelo contrário! O trabalho dos peritos foi de grande importância


também.

(C) Na verdade foi durante nove meses, e não após.

(D) Este segmento do texto corrobora a afirmação da banca nesta


alternativa: “(...) Em 7 anos, a força-tarefa que uniu biólogos, químicos,
médicos-legistas, engenheiros, matemáticos e programadores conseguiu
resultados inéditos, que hoje começam a ser empregados ao redor do
planeta. Os esforços de identificação das vítimas do WTC são uma prova
de que, hoje, desvendar crimes só é possível com equipes
multidisciplinares. (...)”.

(E) Em nenhum momento o texto fala sobre monopolização de tecnologia.


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GABARITO: D.

CEPERJ - SEPLAG - ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –


2012

PLANEJAMENTO PRETENDE DESBUROCRATIZAR

Brasília, 22/12/2011 – Para desburocratizar e modernizar a


administração pública federal, o Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (MPOG) assinou acordo de cooperação com o Instituto Nacional de
Tecnologia da Informação (ITI). O objetivo do termo é propor e

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implementar o Plano Nacional de Desmaterialização de Processos
(PNDProc), que prevê a utilização da documentação eletrônica em todos
os trâmites de processos. O extrato do pacto entre as entidades foi
publicado nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União.
Delfino Natal de Souza, secretário de logística e tecnologia da
informação, defende que esta nova modalidade de gestão de documentos
irá modernizar a gestão pública ao permitir que o gerenciamento de
processos seja feito de forma eletrônica. “Na prática significa o
reconhecimento de um documento digital. Significa nascer, ser
encaminhado e decidido sem a utilização de papel”, explica.
O acordo, que tem duração de três anos, prevê a criação de
normas, implantação de projeto piloto, definição de padrões,
metodologias e soluções tecnológicas para a disseminação do plano.
Para divulgar o PNDProc, também estão previstas no termo de
cooperação a capacitação de servidores públicos que atuam na área de
documentação, como os que trabalham em protocolos e secretarias, por
exemplo.
Como órgão central do Sistema de Administração dos Recursos de
Tecnologia da Informação (SISP), a Secretaria de Logística e Tecnologia
da Informação (SLTI) deve prover o suporte para a realização das ações
do PNDProc. A secretaria deve ainda atender aos Padrões de
Interoperabilidade do Governo Eletrônico (e-Ping) e também do Modelo
de Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG) na implementação do
plano.
O secretário explica ainda que o acordo não prevê a digitalização de
processos antigos. “As ações para a implantação do plano serão feitas no
trâmite de novas documentações”, relata.
(Ministério do Planejamento)

13- O primeiro parágrafo do texto desempenha a função de:

A) despertar a curiosidade do leitor em relação ao conteúdo do texto.


B) resumir os tópicos mais importantes do projeto publicado.
C) explicar ao leitor menos informado as finalidades do MPOG.
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D) demonstrar a necessidade do processo de desburocratização proposto.


E) justificar a necessidade de cooperação do MPOG com o ITI.

O texto em questão se configura como um texto informativo, cuja


estrutura, geralmente, apresenta, no primeiro parágrafo, os tópicos mais
importantes que serão aprofundados e explicados nos parágrafos
seguintes. Nesse caso, o primeiro aponta as informações mais relevantes,
as quais são pormenorizadas ao longo do texto, sobre o projeto publicado
no Diário Oficial (a assinatura de um acordo de cooperação entre o MPOG
e o ITI para que fosse utilizada documentação eletrônica em todos os
trâmites de processos).

GABARITO: B.

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14- O texto apresentado é do tipo informativo. Entre as marcas abaixo,
aquela que é inadequada em relação a esse tipo de texto é:

A) o enunciador do texto informativo é dono de um saber desconhecido


do público leitor a que o texto se destina.
B) o conteúdo do texto informativo pressupõe um interesse qualquer por
parte do público leitor.
C) a variedade linguística do texto informativo, pelo próprio fato de
pretender que algo seja divulgado, é popular e informal.
D) o texto informativo tem sua qualidade relacionada à precisão e
atualidade das informações prestadas.
E) a credibilidade e a autoridade do meio de divulgação é parte
importante da eficiência do que é informado.

Nesse caso, não tem nada a ver relacionar a finalidade do texto, que é
“informar algo”, à variedade popular e informal da língua. Pelo contrário,
grande parte dos veículos de comunicação, inclusive os de massa, utiliza
a variedade culta da língua. Cabe ressaltar que alguns jornais, por
exemplo, utilizam-se da variedade mais informal, com o objetivo de, em
alguns casos, aproximar-se de um público específico. Entretanto, isso não
é uma regra para esse tipo de texto, vai depender da estratégia de
comunicação de cada veículo.

GABARITO: C.

15- Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI) é o nome da


instituição com quem o MPOG assinou acordo de cooperação.

Pelo que é expresso no texto, esse parceiro se encarregará de:

A) substituir a documentação eletrônica por outra mais moderna.


B) contornar o desconhecimento de usuários em relação à Informática.
C) gerenciar os processos de forma a empregar pouco papel.
D) digitalizar os processos antigos, em algum momento futuro.
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E) capacitar mão de obra para a implantação do projeto.

No primeiro parágrafo do texto, é informado ao leitor o acordo feito entre


as duas entidades. Já no terceiro parágrafo, os detalhes de tal acordo são
apresentados. Vamos rever um trechinho: “O acordo, que tem duração de
três anos, prevê a criação de normas, implantação de projeto piloto [...]
Para divulgar o PNDProc, também estão previstas no termo de
cooperação a capacitação de servidores públicos que atuam na área
de documentação[...]”. Fica explícito, no trecho reproduzido, que a
capacitação de mão de obra é uma das obrigações do ITI.
Tranquilo, né?!

GABARITO: E.

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CEPERJ - PROCON-RJ - ANALISTA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO


CONSUMIDOR – 2012

CONSUMISMO INFANTIL, UM PROBLEMA DE TODOS

Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um


hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais
mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária,
a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são
impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo
inconsequente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto,
mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e
infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências
relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização
precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar,
banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o
consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e
interesse geral.
De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os
olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das
crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a
ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é
um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de
escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80%
das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de
2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de
casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a
planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV
é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil,
que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto
quando é diretamente exposto às complexidades das relações de
consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.
As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o
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que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas
também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a
marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.
Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado.
Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de
produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor,
2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige
às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas
pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos
direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia
divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o
levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em
2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade.
Ao cruzar essa informação com o fato de a criança brasileira passar em

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média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à
programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é
possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto,
apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas
um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS,
instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em
setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as
crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais
atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens
famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos
também foi identificada como uma forte influência.
Não é por acaso que o consumismo está relacionado à ideia de
devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como
queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos
prolongados de seca, são muito mais comuns e frequentes, foi porque a
exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de
décadas.
Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia,
para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um
problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica.
Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à
esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma
inconsequente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato
um problema de ordem ética, econômica e social.
O Projeto Criança e Consumo [...] combate qualquer tipo de comunicação
mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados
pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e
evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como
o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania.
Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais
justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um
conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.
http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/ConsumismoInfantil.aspx
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16- O texto pode ser considerado argumentativo principalmente porque:

A) defende um ponto de vista


B) apresenta a descrição de fatos
C) recorre a elementos narrativos
D) aparenta uma neutralidade objetiva
E) resume as informações pertinentes

A principal característica de um texto argumentativo é a presença de uma


tese (ideia principal) que é defendida, pelo autor, por meio de
argumentos. Segundo o autor do texto, o consumismo infantil é um
problema grave que deve ser enfrentado por todos urgentemente. Essa
tese é defendida ao longo do texto, por meio de argumentos fortes,
alguns corroborados por dados de pesquisa.

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GABARITO: A.

17- A afirmação do texto que mais claramente reitera o tema sintetizado


e anunciado pelo título é:

A) “Ninguém nasce consumista.”


B) “Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de
extrema importância e interesse geral.”
C) “Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado.”
D) “A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte
influência.”
E) “Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia,
para o desequilíbrio global.”

Para solucionar essa questão, vamos relembrar o título: “Consumismo


infantil, um problema de todos”. E aí, sacou? Note que o autor utiliza a
expressão “um problema de todos”. Ou seja, não é só da família, da
escola, ou do Governo, mas de toda a sociedade, de maneira
generalizada, pois influenciará a vida de todos.

GABARITO: B.

CEPERJ - ITE-RJ - Analista de Gestão Organizacional -


Administração – 2012

A CONSOLIDAÇÃO DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA COMO


POLÍTICA URBANA NO BRASIL

A promulgação da Constituição Federal em 1988 coroou o longo


processo de democratização do país iniciado, ainda, no final dos anos
1970. A democratização do país foi a ocasião propícia para uma reflexão
mais acurada sobre a integração socioespacial das camadas urbanas mais
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desprotegidas, tanto no plano jurídico quanto no plano social. Diante das


pressões dos movimentos sociais urbanos, o capítulo constitucional sobre
a política urbana (artigos 182 e 183) reconheceu que tanto a propriedade
quanto a própria cidade devem exercer uma função social. Esse mesmo
artigo estabeleceu que o município exerce, de agora em diante, um papel
central na elaboração e na aplicação das políticas de desenvolvimento
urbano local. O instrumento de base dessa política é doravante o Plano
Diretor municipal, exigência constitucional para todas as cidades com
mais de 20 mil habitantes. As disposições desse capítulo constitucional se
focalizam, assim, na instituição de medidas aptas a dissuadir a
concentração especulativa do solo, assim como possibilitar a legalização
das formas informais de acesso à moradia.
Este último aspecto revela-se crucial diante do índice de
informalidade fundiária das cidades brasileiras. Segundo Edésio Fernandes

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(2002, p.52), essa informalidade pode atingir, por exemplo, quase 50%
da população das duas principais metrópoles brasileiras (São Paulo e Rio
de Janeiro). Ao regulamentar as disposições do supracitado capítulo
constitucional, a lei do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257 de 10 de julho
de 2001) contribuiu para consolidar a regularização fundiária como uma
das principais diretrizes da política urbana no Brasil. Antes de analisarmos
as disposições da legislação brasileira sobre esse assunto, impõe-se,
inicialmente, uma breve análise das diferentes questões sociopolíticas
relativas à legalização do solo.
A regularização fundiária consiste em regularizar a posse dos
habitantes e promover a urbanização do local sem recorrer à remoção da
população para outras localidades. A regularização fundiária é
frequentemente limitada à transferência de títulos fundiários, sobretudo
os de propriedade privada. Medida, aliás, preconizada como “solução
milagrosa” pelas instituições internacionais e celebrizada, nos últimos
anos, pelos trabalhos do economista peruano Hernando de Soto. Os
governos dos países em desenvolvimento abandonaram, a partir dos anos
1980, os esforços para a construção em massa de moradias populares na
periferia das cidades e se concentraram, sobretudo, na ideia de que a
legalização do informal, aliada a uma desregulamentação mais acentuada
do mercado imobiliário, poderia atenuar o preço do solo, suscitando,
enfim, uma oferta mais consistente de moradias, erguidas, geralmente,
pela autoconstrução. O balanço que se obtém 20 anos mais tarde é,
todavia, um enorme fracasso. A regularização fundiária, onde foi
efetivamente realizada, liberou o solo e desencadeou uma pressão do
mercado imobiliário sobre os bairros beneficiados que eram, até então,
relativamente protegidos, justamente em razão da sua ilegalidade. O
fenômeno atual de segregação urbana torna-se, assim, mais um produto
derivado das leis de mercado que o resultado da recusa, por parte das
autoridades públicas, do reconhecimento oficial da existência dos bairros
informais. A solução do mercado originou outras formas de exclusão que
apenas fizeram aumentar o círculo de informalidade, agora concentrado
nas regiões cada vez mais periféricas, insalubres e/ou ecologicamente
precárias das cidades. 03265357481

Esse modelo, ao menos no caso específico das favelas, foi apenas


parcialmente aplicado no Brasil. A política de urbanização das favelas,
implementada a partir dos anos 1980, não foi necessariamente seguida
da regularização fundiária plena desses espaços. A ilegalidade fundiária,
conjugada à violência imposta pelos narcotraficantes num grande número
de favelas, desestimula, nos dias atuais, a entrada dos grandes
promotores imobiliários no mercado imobiliário das favelas. O fim das
políticas de remoções em massa e a ausência de um controle público mais
efetivo sobre o crescimento das favelas asseguraram, todavia, a relativa
segurança da posse dos habitantes das favelas e o florescimento do
mercado imobiliário no interior desses espaços. Esse mercado se
apresenta concentrado nas mãos de alguns “latifundiários”, muitas vezes
ligados às redes mafiosas locais. A flexibilidade urbanística nas favelas
permite, ainda, uma oferta consistente de habitações a preços reduzidos.

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A despeito da especulação imobiliária, as favelas se revelam, pelo menos
por enquanto, um relevante meio de acesso à moradia para as camadas
mais desfavorecidas das metrópoles brasileiras.
Nesse contexto, a regularização fundiária deve-se concentrar menos
sobre uma lógica mercadológica de fluidificação das transações
imobiliárias e de alargamento da base fundiária fiscal do município do que
sobre a redução da insegurança que afeta as relações fundiárias, como
aliás já destacou a campanha pela segurança da posse, promovida pela
UN-Habitat, desde 1997. A precariedade jurídica do acesso ao solo nas
favelas sempre serviu como justificativa não somente para as expulsões
arbitrárias, mas também para a ausência de serviços públicos adequados
nesses espaços. A insegurança fundiária também limitou o investimento
dos moradores em suas casas e em seus bairros. A regularização
fundiária se manifesta, assim, como um elemento imprescindível para se
materializar o direito à moradia, integrando, aliás, esse direito específico
ao leque de direitos que constitui o direito à cidade.
A legalização da mora dia garante, de fato, direitos sociopolíticos às
populações das favelas que adquirem recursos jurídicos indispensáveis
para enfrentar os diferentes conflitos de ordem fundiária/imobiliária, seja
entre vizinhos, seja ante os pretensos proprietários dos terrenos
ocupados pela favela, ou mesmo ante as autoridades públicas. A
regularização fundiária pode, por sua vez, desempenhar um importante
papel na planificação urbana, por meio da imposição de regras
urbanísticas às construções e ao uso do solo nas favelas. Dependendo da
natureza do título outorgado aos habitantes, ela pode até mesmo
contribuir ativamente para a gestão do fundiário, limitando tanto a
excessiva valorização do solo quanto o aumento da exclusão espacial no
interior das metrópoles.
(Adaptado de: GONCALVES, R.S. Repensar a regularização fundiária como
política de integração socioespacial. Estud. av., 2009, vol.23, n.66.
Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142009000200017&lng=en&nrm=iso>)

18- O texto é um fragmento de artigo acadêmico.


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Dentre as
características desse gênero, o texto não apresenta:

A) predomínio da impessoalidade
B) citações explícitas de outros textos
C) preponderância de sequências descritivas
D) emprego da norma de prestígio
E) presença de argumentação

Os artigos acadêmicos têm como finalidade apresentar um estudo. Assim,


são textos de caráter expositivo, isto é, expõem o assunto abordado de
maneira direta e objetiva. Portanto, não há intenção de realizarem-se
grandes descrições. Não quer dizer que elas não possam aparecer – a

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descrição de uma experiência científica, por exemplo – mas jamais a
descrição será a característica preponderante.

GABARITO: C.

CEPERJ - SEFAZ - ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – 2012

RISCOS DE CONTÁGIO

Ao olharmos os desafios que temos pela frente para o próximo ano,


não podemos nos despreocupar com os desdobramentos da crise mundial
e suas repercussões no nosso país.
Recentemente, em reunião de que participei com empresários, na
presença de diferentes ministros da área econômica, pude perceber uma
forte motivação de trabalho em equipe e uma visão unificada sobre o
crescimento da economia para 2012. Em contato mais recente com a
imprensa, nossa presidente transmitiu confiança, reiterando que nossa
economia possa nos próximos anos crescer de 4,5% a 5%, enquanto as
previsões para o ano que se encerra estão em torno de 3%.
O ministro da Fazenda, em entrevista a diferentes jornais, reiterou
essa confiança no crescimento da economia e listou os fatores que em
sua opinião são capazes de sustentá-lo. Entre eles, lembrou a elevação do
salário mínimo no primeiro trimestre, que deve injetar cerca de R$47
bilhões na economia, fortalecendo ainda mais a convicção de que o
mercado interno será o grande ativo a diferenciar a nossa economia dos
países desenvolvidos.
Outros aspectos por ele lembrados foram o crédito interno, o
câmbio mais favorável aos exportadores, taxa de juros decrescendo, o
PAC2 e o Minha Casa Minha Vida. (....)
Roberto Teixeira da Costa, O Globo, 31-12-2011

19- Nessa introdução de um artigo mais longo, é correto afirmar que o


autor do texto: 03265357481

A) mostra os riscos de contágio da crise externa sobre a nossa economia.


B) indica uma visão otimista de nossa economia por parte das
autoridades.
C) ironiza as previsões econômicas para 2012 por parte do ministro da
Fazenda.
D) elogia as medidas econômicas tomadas pelas autoridades diante dos
riscos da crise global.
E) demonstra confiança, sem reservas, nas declarações oficiais sobre a
situação econômica do país.

O autor apresenta, de maneira imparcial, as opiniões das autoridades


sobre a economia brasileira, que, segundo elas, está passando por uma
boa fase. No segundo parágrafo, ele afirma que eles têm “uma visão

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unificada sobre o crescimento da economia para 2012”. Cabe ressaltar, no
entanto, que essa é a visão das autoridades. O ponto de vista do autor é
um pouco diferente, logo no início do texto ele demonstra que, apesar de
tudo, não se pode se despreocupar com o que vem pela frente nesse
cenário de crise mundial.

GABARITO: B.

20- Tendo em vista o título dado ao texto – Riscos de contágio –, pode-se


prever que o restante do texto deverá abordar:

A) novas declarações de outras autoridades sobre a economia.


B) conclusão com desejos de que tais previsões se realizem.
C) inclusão de riscos que podem perturbar as previsões.
D) previsão dos resultados positivos dos fatores de desenvolvimento
apontados
E) indicação de novos fatores não incluídos na declaração do Ministro.

O título de um texto quase sempre explora o tópico mais importante a ser


discutido. No início do texto, o autor apresenta a visão positiva das
autoridades sobre a economia. Entretanto, o título pressupõe a
necessidade de cuidado e de cautela. A palavra “riscos” traz essa noção –
algo que pode vir a acontecer. Já a palavra “contágio” pressupõe
contaminação, ou seja, adquirir uma mazela externa. Sendo assim, a
partir do título, espera-se que o autor aborde, no restante do texto, os
“riscos” aludidos no título que vão de encontro à visão otimista das
autoridades.

GABARITO: C.

21- “...uma visão unificada sobre o crescimento da economia para 2012”;


com o termo “visão unificada”, o autor do texto quer dizer que:

A) todas as autoridades da área econômica prediziam a mesma coisa.


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B) o governo havia ordenado que se previsse a mesma coisa.


C) a visão transmitida pelas autoridades carecia de discussão.
D) a visão das autoridades tinha sido unificada a partir de dados.
E) as autoridades tinham sido unificadas no ministério da Fazenda.

O termo “visão unificada” apresenta o significado de expectativas iguais.


Isto porque o primeiro vocábulo, “visão”, tem sentido de ponto de vista,
nesse caso em relação ao futuro. O segundo vocábulo, “unificada”,
apresenta o sentido de consonância, harmonia entre as partes envolvidas.
Sendo assim, todas as autoridades compartilham da mesma opinião sobre
o crescimento econômico do país.

GABARITO: A.

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CEPERJ - DEGASE - AGENTE SOCIOEDUCATIVO – 2012

A NOVA RIQUEZA DOS POBRES

Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas, agosto


é o do desgosto, junho é o das fogueiras e fevereiro é o do Carnaval. Os
estudantes aguardam dezembro como o mês das férias; as crianças,
como o do Natal. Para os trabalhadores, é o mês em que eles pensam que
estão mais ricos.
Recebem o 13º salário ou parte dele — e compram. A verdade é
que já há algum tempo vêm se sentindo menos pobres, vêm comprando.
Compram de tudo. Um compra geladeira nova porque a velha, bom, gelar
ela gelava direitinho, mas gastava muita energia. Outro compra televisão
nova porque a velha não tem tela plana de LCD, 42 polegadas, e a vizinha
pensa que é melhor do que a gente só porque comprou uma de 36
polegadas. Compram DVD, celular para a filha adolescente, forno de
micro-ondas, MP3, 4, 5, freezer, videogames, fogão novo, carro. Qual é a
mágica? É a prestação que “cabe no bolso”.
Perdiam dinheiro para a inflação, agora perdem para os juros.
Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem à vista com
desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro, ou em 24
meses e pagar o triplo. Ficam na mão de espertos, aqueles que lucravam
com especulações de curto prazo durante a grande inflação e agora
lucram financiando prestações. Os novos compradores não fazem essa
conta. Cabendo no orçamento do mês, pagam. Querem se sentir parte da
grande nação de consumidores, participar da vida colorida dos anúncios
da televisão, esquecer por um momento que não têm escola, atendimento
médico, transporte, esgoto, segurança...
O marido da senhora que faz limpeza na casa de uma amiga esteve
desempregado quase um ano. Como não tem nenhum preparo técnico,
integrava a turma do bico. Arranjou emprego e, no dia do primeiro
pagamento, ele e a mulher compraram uma geladeira nova. Três meses
depois, ele estava desempregado outra vez, de volta ao bico. Não se
abalaram. O que importa para eles é que a geladeira está em casa há
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quatro meses e estão conseguindo pagar, seguem tocando a vida.


— Se nós não tivesse comprado a geladeira, não ia comprar nunca
— diz ela, otimista, bebendo sua água geladinha e mantendo protegido o
leite das crianças.
Essa atitude otimista acontece em um momento crítico para o
trabalhador no mundo. Caem os investimentos e o comércio entre as
nações. As indústrias investem em processos de produção que rendem
mais e custam menos. Novas tecnologias provocam dispensas, e não só
por lá. Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.
Mais de 200 milhões de trabalhadores formais perderam o emprego
no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho; quase 1
bilhão de pessoas em condições de trabalhar não encontram vagas, 700
milhões vivem de expedientes, se virando. É a globalização do bico.

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Milhões sem conta não conseguem nem se virar. É a globalização do
dane-se.
Os temores que a crise lá de fora desperta nos analistas e
alarmistas daqui parecem não atingir os moradores das áreas carentes
das grandes cidades brasileiras. É fantástica a capacidade que eles têm
de acreditar no melhor, em meio à incerteza.
Se alguma conclusão se pode tirar da ingênua tendência
compradora daqueles que têm tão pouco, é a de que ela nasce de um
incompreensível otimismo — incompreensível para nós, atormentados da
classe média. Ao redor deles pipocam dificuldades, mas eles, confiantes,
jogam com o destino como se ele fosse uma MegaSena que um dia vai
dar.
(Ivan Angelo, Veja SP, 14/12/2011)

22- De acordo com a leitura do texto, pode-se dizer que o título – “A nova
riqueza dos pobres” – é irônico porque:

A) A riqueza corresponde, na verdade, a uma capacidade de


endividamento
B) A pobreza constitui, na sociedade atual, uma condição insuperável
C) Os consumidores podem, ao longo do tempo, acumular dinheiro
D) Os trabalhadores vivem, em nossos dias, uma euforia de consumo
E) A globalização trouxe, para todas as classes, um certo
empobrecimento

Ao longo do texto o autor deixa claro o seu posicionamento de espanto


relativo à capacidade das pessoas de classes mais baixas, apesar dos
baixíssimos salários, comprarem desenfreadamente, acumulando
prestações. Dessa forma, não ficam mais ricos em momento algum, pois
estão sempre gastando. Segundo o autor, essas pessoas só conseguem
ter, cada vez mais, prestações.

GABARITO: A.

23- O texto é uma crônica, que comenta um aspecto da vida cotidiana a


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partir da visão do autor.

O fragmento que melhor demonstra a presença de uma opinião do autor


é:

A) “Dezembro é o mês das compras, como maio é o das noivas...”


B) “Recebem o 13º salário ou parte dele — e compram.”
C) “A queda da inflação deixou sobrar no bolso deles a parte do salário
que se queimava na fogueira do aumento de preços.”
D) “Em vez de guardarem o dinheiro por seis meses e comprarem à vista
com desconto, preferem parcelar em doze meses e pagar o dobro...”
E) “As indústrias investem em processos de produção que rendem mais e
custam menos.”

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O gênero “crônica” tem como uma de suas principais características o fato


de o texto apresentar uma visão subjetiva de fatos cotidianos. Assim, por
vezes, o ponto de vista do autor fica evidente. Nesse caso, Ivan Angelo
coloca sua opinião negativa em relação ao hábito das pessoas de classes
mais baixas adquirirem bens à prestação e, com isso, pagarem mais caro
por ele. Perceba, no entanto, meu nobre, que isso é uma questão de
opinião. Talvez para o autor seja mais “fácil e inteligente” guardar o
dinheiro e pagar à vista. Mas, pensemos, será que as pessoas de classes
mais baixas conseguem guardar dinheiro? Sim? Não? Viu, outra questão
de opinião. Essa é a sua característica. Uma opinião pode ser contraposta,
contestada. Ao contrário do fato que, independente das pessoas gostarem
ou não, como o próprio nome diz, é um fato.

GABARITO: D.

24- A pequena narrativa do caso da senhora que faz limpeza na casa da


amiga do cronista cumpre, no texto, a seguinte função:

A) Contestar dados estatísticos posteriormente citados


B) Exemplificar atitude posteriormente descrita
C) Detalhar casos anteriormente narrados
D) Contradizer ideia anteriormente exposta
E) Reforçar discurso constantemente relatado

A estratégia da exemplificação é muito utilizada em textos


argumentativos. A crônica jornalística, por expor um ponto de vista e
defender uma ideia, também tem esse caráter. Sendo assim, o autor
utilizou um caso da vida real para reforçar a opinião que já vinha sendo
construída sobre a atitude de as pessoas de classes mais baixas
contraírem dívidas com naturalidade e otimismo. Dessa forma, ele facilita
o entendimento do leitor, no tocante à descrição dessa atitude, que vem
logo em seguida, revelando suas motivações e consequências.
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GABARITO: B.

25- “Resulta o que se poderia chamar de globalização do olho da rua.[...]


É a globalização do bico. [...] É a globalização do dane-se.”

A sequência acima caracteriza a globalização a partir da desestruturação


do mundo do trabalho.

Do ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no


contexto, ocorre uma:

A) gradação, com o aumento progressivo das dificuldades


B) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado
C) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial

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D) retificação, pela correção gradual das informações iniciais
E) exemplificação, pelo relato de situações específicas

A gradação é uma estratégia linguística que consiste em enumerar,


apresentar ideias, colocadas de maneira crescente ou decrescente. Nesse
caso, temos uma gradação crescente em relação à caracterização da
globalização. A cada especificação, os adjuntos adnominais de
globalização tornam-se mais fortes, acentuando as dificuldades
enfrentadas pelos trabalhadores: “do olho da rua” (demissão), “do bico”
(trabalho informal) e, por fim, “do dane-se” (ausência de qualquer ajuda
ou respaldo).

GABARITO: A.

CEPERJ - PROCON-RJ AGENTE DE PROTEÇÃO E DEFESA DO


CONSUMIDOR – 2012

O LENDÁRIO PAÍS DO RECALL


Moacyr Scliar

“MINHA QUERIDA DONA: quem lhe escreve sou eu, a sua fiel e
querida boneca, que você não vê há três meses. Sei que você sente
muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você. Lembro de
você me pegando no colo, me chamando de filhinha, me dando papinha...
Você era, e é, minha mãezinha querida, e é por isso que estou lhe
mandando esta carta, por meio do cara que assina esta coluna e que,
sendo escritor, acredita nas coisas da imaginação.
Posso lhe dizer, querida, que vivi uma tremenda aventura, uma
aventura que em vários momentos me deixou apavorada. Porque tive de
viajar para o distante país do recall.
Aposto que você nem sabia da existência desse lugar; eu, pelo
menos, não sabia. Para lá fui enviada. Não só eu: bonecas defeituosas,
ursinhos idem, eletrodomésticos que não funcionavam e peças de
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automóvel quebradas. Nós todos ali, na traseira de um gigantesco


caminhão que andava, andava sem parar.
Finalmente chegamos, e ali estávamos, no misterioso e, para mim,
assustador país do recall. Um homem nos recebeu e anunciou, muito
secamente, que o nosso destino em breve seria traçado: as bonecas (e os
ursinhos, e outros brinquedos, e objetos vários) que tivessem conserto
seriam consertados e mandados de volta para os donos; quanto tempo
isso levaria era imprevisível, mas três meses era o mínimo. Uma boneca
que estava do meu lado, a Liloca, perguntou, com os olhos arregalados, o
que aconteceria a quem não tivesse conserto. O homem não disse nada,
mas seu sorriso sinistro falava por si.
Passamos a noite num enorme pavilhão destinado especialmente às
bonecas. Éramos centenas ali, algumas com probleminhas pequenos (um

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braço fora do lugar, por exemplo), outras já num estado lamentável.
Estava muito claro que para várias de nós não haveria volta.
Naquela noite conversei muito com minha amiga Liloca -sim,
querida dona, àquela altura já éramos amigas. O infortúnio tinha nos
unido. Outras bonecas juntaram-se a nós e logo formamos um grande
grupo. Estávamos preocupadas com o que poderia nos suceder.
De repente a Liloca gritou: “Mas, gente, nós não somos obrigados a
aceitar isso! Vamos fazer alguma coisa!”. Nós a olhamos, espantadas:
fazer alguma coisa? Mas fazer o quê?
Liloca tinha uma resposta: vamos tomar o poder. Vamos nos
apossar do país do recall.
No começo, aquilo nos pareceu absurdo. Mas Liloca sabia do que
estava falando. A mãe da dona dela tinha sido uma militante
revolucionária e sempre falava nisso, na necessidade de mudar o mundo,
de dar o poder aos mais fracos.
Ora, dizia Liloca, ninguém mais fraco do que nós, pobres,
desamparados e defeituosos brinquedos. Não deveríamos aguardar
resignadamente que decidissem o que fazer com a gente.
De modo, querida dona, que estamos aqui preparando a revolução.
Breve estaremos governando o país do recall. Mas não se preocupe, eu a
convidarei para uma visita. Você poderá vir a qualquer hora. E não
precisará de recall para isso.”
Folha de S. Paulo (SP) 25/2/2008

26- O texto enquadra-se no gênero carta, o que pode ser percebido,


dentre outros traços, pela seguinte marca linguística:

A) narração detalhada
B) citações entre aspas
C) interrogações diretas 03265357481

D) recursos de humor
E) vocativo inicial

O gênero carta tem como elemento fundamental um destinatário


explícito, geralmente, logo no início do texto. Entenda-se que por explícito
não quero dizer possível de identificar a identidade, podem ser utilizadas
as formas como “meu caro”, “minha querida”, etc. Na língua portuguesa,
o item gramatical que faz referência ao destinatário de uma
correspondência é o vocativo.

GABARITO: E.

CEPERJ - CEDAE - ADVOGADO – 2012

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DE FORMAÇÃO DE OPINIÃO

Não, não vou falar da moça que estava no Canadá, cujo nome não
digo para não me aliar ao tam-tam dos tambores da floresta. O que pode
nos interessar é a frase emitida pela agência que cuida da sua imagem –
sim, já tem agência – dizendo que sua agenciada vai se “posicionar como
a formadora de opinião que tem potencial para ser.” E qual é o potencial
necessário para ser formador de opinião? No passado, a carteirinha de
formador de opinião só era dada em função da sabedoria. Ouviam-se os
sábios. Não havendo sábios disponíveis, ouvia-se, emitida pelos mais
velhos, a voz da experiência. Um certo saber era necessário, fosse ele
específico ou generalizado.
Depois, deixou de ser. Nos anos em que trabalhei em publicidade,
fiz várias campanhas imobiliárias com atores. Sempre os mais famosos,
os que estavam nas telas da TV. Nenhum deles entendia coisa alguma do
mercado de imóveis ou sequer pediu que lhe fosse mostrada e explicada a
planta dos apartamentos que estava ajudando a vender. Ainda assim, sua
presença era uma garantia de sucesso. Para formar a opinião alheia não é
necessário sequer ter uma opinião própria relevante. No lugar da
sabedoria entrou a imagem. A imagem não é a pessoa. A imagem não
precisa sequer corresponder exatamente à pessoa. A imagem é um
replicante, construído, às vezes com grande técnica, a partir da pessoa.
Como é, então, que acreditamos nas recomendações feitas por alguém
que, em termos de gente, é o equivalente a uma bolsa Vuitton vinda do
Paraguai?
O mecanismo é fascinante. Se queremos uma opinião jurídica,
procuramos um advogado; se queremos uma opinião de saúde,
procuramos um médico; e para opinar sobre o projeto de uma ponte
fazemos recurso a um engenheiro. Mas na hora de comprar um
apartamento ou um carro, dois projetos de peso que empenham parte
relevante do nosso orçamento, deixamos que nossa opinião seja formada
por uma imagem, um quase fantasma. E seguimos o gosto de fantasmas
na compra do sabonete, na preferência por uma marca, na escolha do
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esmalte de unhas. Não sei se Lilia Cabral já fez publicidade de massa de


rejunte para azulejos ou de válvula para descarga de banheiro, sei porém
que seria um sucesso, embora todos estejam cientes de que não é ela
quem entende de obra e de material de construção, é Griselda, e Griselda
só existe na novela e no imaginário das pessoas.
Então, o que forma opinião não é sequer a imagem. É a ação da
imagem sobre o imaginário. No fim das contas, tudo se passa na nossa
própria cabeça. E o que os marqueteiros fazem é estudar nossa cabeça –
não uma por uma, porque isso roubaria o mercado de trabalho dos
psicanalistas, mas por amostragens – para criar imagens conformes a ela
e aos desejos que a habitam, imagens que aceitaremos de braços
abertos, implorando por suas opiniões. E a sabedoria, onde fica? Se não
vier em roupa de gala, se não avançar no red carpet, se não for muito
alardeada antes e durante por todas as mídias sociais e nem tanto, se

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não estiver no Canadá, coitada!, ninguém a quererá, ninguém dirá para
ela ai se eu te pego! Bem pensa Carlinhos Brown, que, no discurso para o
possível Oscar, dirá às crianças que não copiem seus ídolos, porque “o
conhecimento não está nos ídolos. Ídolo cuida de sua carreira (...).
Escutem seus pais!”.
Marina Colasanti, (Estado de Minas, 09/02/2012)

27- No terceiro parágrafo, o exemplo de publicidade de material de


construção sustenta a seguinte ideia:

A) reforçar a tese de que apenas atores famosos promovem a venda de


produtos cotidianos
B) demonstrar a preponderância das imagens difundidas sobre as pessoas
que as representam
C) explicitar a vasta experiência da autora no ramo da publicidade,
antecipando um comercial
D) refutar a imagem negativa de atores conhecidos, proveniente da
competição com os novos
E) contrapor o sucesso instantâneo de pessoas comuns à influência de
atores consagrados

Ao final do quarto parágrafo (sim, tem que voltar ao texto, meu caro), a
autora faz afirmações quanto à importância dada às imagens criadas
pelas propagandas em cima de pessoas de grande visibilidade. Porém,
nos deixamos levar por essas imagens, criadas e construídas com o
objetivo de vender um produto, uma ideia, ou até mesmo um conceito –
pense nas imagens criadas em cima de políticos às vésperas das eleições.
Assim, somos levados a dar maior importância a essas “realidades
forjadas”, deixando de enxergar as pessoas reais atrás dessas imagens.

GABARITO: B.

Texto
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POBRES PAGAM MAIS IMPOSTO QUE OS RICOS NO BRASIL

Os 10% mais ricos concentram 75% da riqueza do país. Para


agravar ainda mais o quadro da desigualdade brasileira, os pobres pagam
mais impostos que os ricos.
Segundo levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), apresentado hoje (15/5) ao CDES (Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social) reunido em Brasília, os 10% mais
pobres do país comprometem 33% de seus rendimentos em impostos,
enquanto que os 10% mais ricos pagam 23% em impostos.
“O país precisa de um sistema tributário mais justo que seja
progressivo e não regressivo como é hoje. Ou seja, quem ganha mais
deve pagar mais; quem ganha menos, pagar menos”, disse o presidente
do Ipea, Marcio Pochmann, durante a apresentação do levantamento, que

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foi feito por pesquisadores das diretorias de Estudos Sociais,
Macroeconomia e Estudos Regionais e Urbanos, para contribuir na
discussão da reforma tributária.
Os números do Ipea mostram que os impostos indiretos (aqueles
embutidos nos preços de produtos e serviços) são os principais indutores
dessa desigualdade. Os pobres pagam, proporcionalmente, três vezes
mais ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que os
ricos. Enquanto os ricos desembolsam em média 5,7% em ICMS, os
pobres pagam 16% no mesmo imposto.
Nos impostos diretos (sobre renda e propriedade) a situação é
menos grave, mas também desfavorável aos mais pobres. O IPVA
(Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) tem praticamente a
mesma incidência para todos, com alíquotas variando de 0,5% para os
mais pobres a 0,6% e 0,7% para os mais ricos. Já o IPTU (Imposto sobre
Propriedade Territorial e Urbana) privilegia os ricos. Entre os 10% mais
pobres, a alíquota média é de 1,8%; já para os 10% mais ricos, a
alíquota é de 1,4%.
“As mansões pagam menos imposto que as favelas, e estas ainda
não têm serviços públicos como água, esgoto e coleta de lixo”, alertou o
presidente do Ipea.

28- Pode-se considerar o texto, quanto a seu gênero, como:

A) informativo, já que comunica ao leitor algo que pode não ser de seu
conhecimento.
B) descritivo, visto que caracteriza e qualifica elementos de uma
pesquisa.
C) narrativo, porque relata as diversas etapas de um processo.
D) publicitário, em razão de pretender convencer os leitores de algo.
E) preditivo, pois projeta os resultados da pesquisa para uma situação
futura.

O texto é informativo, pois tem como objetivo principal informar,


esclarecer um assunto (os pobres pagam mais impostos que os ricos)
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para o leitor. Note que o autor do texto usa o tempo todo informações
verídicas para comprovar um fato. Outro detalhe importante é que a
maioria dos verbos estão no presente do indicativo, isso é marca de texto
dissertativo-expositivo (ou informativo)!!!

Detalhe: texto “preditivo” é aquele que prevê coisas, como horóscopos.

GABARITO: A.

CEPERJ - SEPLAG - ANALISTA EXECUTIVO – 2013

Texto

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O CENÁRIO ATUAL

Vivemos em uma era de grandes conquistas. Os avanços científicos,


as vacinas, o computador, a internet, entre muitas outras novidades,
trouxeram a fartura alimentar, a cura de doenças, maior velocidade na
transmissão de informações e um potencial quase infinito de conforto e
diversão a uma parcela da população mundial. Porém, na contramão
desse processo, encontra-se grande parte da população mundial, que se
vê excluída de seus direitos básicos de cidadania, sem acesso à saúde,
educação, água, moradia, informação e, além disso, tendo seus direitos à
integridade física e moral constantemente violados.
A essas questões somam-se outros graves problemas, como, por
exemplo, a intolerância, verificada em seus mais variados aspectos:
político, religioso, étnico, sexual, de gênero, de idade, de condição social,
etc. Essa intolerância muitas vezes é levada a extremos, chegando à
violência física, à xenofobia, ao racismo, à discriminação e a muitas
outras formas de desrespeito ao outro. Também são frequentes as
violações de princípios éticos, como a corrupção que, particularmente no
Brasil, implica sérios prejuízos ao desenvolvimento social, político e
econômico do país.
O mais alarmante, contudo, é que hoje até mesmo a existência dos
seres vivos encontra-se em risco, devido, entre outros fatores, ao
consumo sem limites e aos danos que vêm se infringindo ao meio
ambiente: desmatamento, extinção de espécies, destruição da camada de
ozônio, excesso de emissão de gás carbônico, poluição, aquecimento
global, etc.
Embora o quadro seja sombrio, é importante saber que a situação
com a qual nos deparamos não é irreversível e não devemos nos
acomodar. A História mostra que foram os sonhos e a crença no potencial
criativo do ser humano o combustível essencial para a mudança das
sociedades ao longo dos tempos.
(Gislaine & Reinaldo, História em Movimento, Atica: São Paulo, 2012)

29- O texto lido pode ser classificado como:


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A) dissertativo expositivo, pois fornece uma série de informações sem a


pretensão de defender qualquer linha ideológica de pensamento.
B) descritivo, já que fornece ao leitor características da sociedade atual
C) narrativo, visto que apresenta uma série de fatos em sequência
cronológica
D) conversacional, porque, do primeiro ao último parágrafo, simula uma
conversação com o leitor
E) dissertativo argumentativo, já que apresenta uma tese sobre o cenário
atual e argumenta com sinais de esperança para o futuro

De fato o texto é argumentativo, pois o autor fornece uma série de


informações com a pretensão de defender uma linha ideológica de

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pensamento. Observe que a maioria dos verbos se encontra no presente
do indicativo, marca principal dos textos dissertativos.

GABARITO: E.

30- A alternativa em que o valor do termo sublinhado está corretamente


indicado é:

A) “O mais alarmante, contudo, é que hoje até mesmo a existência dos


seres vivos encontra-se em risco,...” – conclusão
B) “O mais alarmante, contudo, é que hoje até mesmo a existência dos
seres vivos encontra-se em risco,...” – inclusão
C) “... devido, entre outros fatores, ao consumo sem limites” – explicação
D) “Também são frequentes as violações de princípios éticos,...” –
oposição
E) “... como a corrupção que, particularmente no Brasil, implica sérios
prejuízos ao desenvolvimento social, político e econômico do país” –
comparação

Vejamos uma por uma:

A) oposição, contraste, contrariedade, adversidade


B) inclusão
C) causa
D) adição
E) explicação/exemplificação (observe o último período do 2º parágrafo)

GABARITO: E.

CESGRANRIO – PETROBRAS - ADMINISTRAÇÃO JÚNIOR – 2012

Um circo e um antipalhaço

1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o


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1Em
maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum &
Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos
Estados Unidos. Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto
menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de encanto.
Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de
certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino.
8O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos
trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à noite. Ao som das
últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte
da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras
em forma de x, quase iguais às dos teatros e que, como por mágica,
foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada
grupo logo transportadas para outros vagões de um dos trens. E com as

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cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com
tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam
enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoológico. A verdade
é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica
também de circo: a do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos,
sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima
cidade.
22O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de
assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse
ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz
com os edifícios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas,
erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como por mágica relevos
monumentais.
28Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço
principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num palhaço para fazer
rir meninos de dez anos e meninões de quarenta com suas piruetas e
suas infantilidades.
32O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma
espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não faz uma pirueta.
Não dá um salto. Não escorrega uma única vez. Não cai esparramado no
chão como os clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos
de suas vestes de palhaço.
37O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar
para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns modos tão tristes
que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros
clowns. Trata-se na verdade de uma audaciosa recriação da figura de
palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando os adultos,
impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes
de circos de cavalinhos.
44Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do
supercirco, juntando às suas impressões das maravilhas de acrobacia, de
trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de
cantores, de cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse
antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os olhos
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mais magoados deste mundo.

FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São Paulo: Círculo do Livro. Edição
Especial para MPM Propaganda, 1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, em 8 jul. 1956). Adaptado.

31- A palavra monstro (l. 8) aplicada a circo deve-se ao fato de este


(A) possibilitar um deslocamento rápido.
(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas.
(C) ser capaz de preencher três vagões.
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais.
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo nos grandes frios do
inverno.

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O próprio autor do texto explica por que o circo é chamado de monstro.
Ele é comparado a um monstro devido ao seu tamanho enorme, ou seja,
é tão grande a ponto de preencher três vagões. A palavra monstro é
usada por nós no dia a dia assim (ou seja, com a intenção de intensificar,
ampliar uma ideia): “Caramba! Ontem nós fomos a uma festa monstro!”
O que isso significa? Que havia seres horripilantes e enormes na festa? J
Preciso explicar? J

GABARITO: C.

32- Os trechos de “Em 1954 [...] encanto” (l. 1-5) e “O gênio de


organização [...] monumentais.” (_. 22-27) caracterizam-se, quanto ao
tipo de texto predominante, por serem, respectivamente
(A) descrição e narração
(B) narração e argumentação
(C) narração e descrição
(D) argumentação e descrição
(E) argumentação e narração

Podemos dizer que o primeiro trecho é narrativo devido aos elementos


da narração (narrador-personagem, noção de espaço e tempo e verbos
no passado): “Em 1954 (tempo), numa cidadezinha universitária dos
Estados Unidos (espaço), vi (narrador-personagem/verbo no passado) “o
maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum &
Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos
Estados Unidos. Vi (narrador-personagem/verbo no passado) então, com
olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os
meninos têm plenitude de encanto.”

Já o segundo trecho é dissertativo-argumentativo devido aos


elementos próprios da dissertação argumentativa (verbo no presente do
indicativo, tese, estratégia argumentativa): “O gênio de organização dos
anglo-americanos é (verbo no presente do indicativo) qualquer coisa de
assombrar um latino (tese). Arma e desarma (verbos no presente do
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indicativo) um circo gigante como se armasse ou desarmasse um


brinquedo de criança (estratégia argumentativa de comparação). E o que
o faz (verbo no presente do indicativo) com os circos, faz (verbo no
presente do indicativo) com os edifícios, as pontes, as usinas, as fábricas:
uma vez planejadas, erguem-se (verbo no presente do indicativo) em
pouco tempo do solo e tomam (verbo no presente do indicativo) como por
mágica relevos monumentais (estratégia argumentativa de causa-
efeito).”

Simples assim!

GABARITO: B.

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33- Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material
com que é basicamente feita a estrutura da tenda é
(A) metal
(B) madeira
(C) plástico
(D) granito
(E) tijolo

Ficamos com a letra A, pois este trecho denuncia o material da tenda: “Ao
som das últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do
desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas...”

GABARITO: A.

34- A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um


antipalhaço age da seguinte maneira:
(A) ri e faz rir.
(B) gira e rodopia.
(C) escorrega e cai.
(D) expressa tristeza.
(E) veste-se de palhaço.

Os quatro últimos parágrafos são dedicados à abordagem que o autor faz


da figura de um palhaço e do (anti)palhaço do circo em que foi.
Explicitamente o texto apresenta a seguinte observação a respeito deste
elemento do circo: “O que faz quase do princípio ao fim das funções do
circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns modos
tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de
todos os outros clowns.” Portanto, o antipalhaço é exatamente aquele que
se apresenta contrário aos modos de um palhaço normal, com tristeza no
olhar.

As questões de compreensão textual da CESGRANRIO são muito relax!


Mesmo as de nível superior! 03265357481

GABARITO: D.

CESGRANRIO – PETROBRAS - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E


CONTROLE JÚNIOR – 2012

Setor de Informações
I

O rapazinho que seguia à minha frente na Visconde de Pirajá


abordou um velho que vinha em sentido contrário:
— O senhor pode me informar onde é a Rua Gomes Carneiro?
O velho ficou calado um instante, compenetrado:

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— Você vai seguindo por aqui — falou afinal, apontando com o
braço: — Ali adiante, depois de passar a praça, dobra à direita. Segue
mais dois quarteirões. Chegando na Lagoa...
Não resisti e me meti no meio:
— Me desculpe, mas Gomes Carneiro é logo ali.
Mostrei a esquina, na direção oposta.
— Ah, é aquela ali? — o velho não se abalou: — Pois eu estava
certo de que era lá para os lados da Lagoa.
E foi-se embora, muito digno. O rapazinho me agradeceu e foi-se
embora também, depois de resmungar:
— Se não sabe informar, por que informa?
Realmente, não há explicação para esta estranha compulsão que a
gente sente de dar informação, mesmo que não saiba informar.

II

Pois ali estava eu agora na esquina das Ruas Bulhões de Carvalho e


Gomes Carneiro (a tal que o rapazinho procurava), quando fui abordado
pelo motorista de um carro à espera do sinal.
— Moço, o senhor pode me mostrar onde fica a casa do sogro do
doutor Adolfo?
Seu pedido de informação era tão surpreendente que não resisti e
perguntei, para ganhar tempo:
— A casa do sogro do doutor Adolfo?
Ele deixou escapar um suspiro de cansaço:
— O doutor Adolfo me mandou trazer o Dodge dele de Pedro
Leopoldo até a casa do sogro, aqui no Rio de Janeiro. O carro está velho,
penei como o diabo para trazer até aqui. Perdi o endereço, só sei que é
em Copacabana.
O Dodge do doutor Adolfo. O doutor Adolfo de Pedro Leopoldo.
Aquilo me soava um tanto familiar:
— Como é o nome do sogro do doutor Adolfo?
Ele coçou a cabeça, encafifado:
— O senhor sabe que não me lembro? Um nome esquisito...
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Esse doutor Adolfo de Pedro Leopoldo mora hoje em Belo


Horizonte?
— Mora sim senhor.
— Tem um irmão chamado Oswaldo?
— Tem sim senhor.
— Por acaso o nome dele é Adolfo Gusmão?
— Isso mesmo. O senhor sabe onde é que é a casa do sogro dele?
Respirei fundo, mal podendo acreditar:
— Sei. O sogro dele mora na Rua Souza Lima. É aqui pertinho. Você
entra por ali, vira aquela esquina, torna a virar a primeira à esquerda...
Ele agradeceu com a maior naturalidade, como se achasse
perfeitamente normal que a primeira pessoa abordada numa cidade de
alguns milhões de habitantes soubesse onde mora o sogro do doutor
Adolfo, de Pedro Leopoldo. Antes que se fosse, não sei como não me

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ajoelhei, tomei-lhe a bênção e pedi que me informasse o caminho da
morada de Deus.

SABINO, Fernando. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. 34-39.
Adaptado.

35- A frase em que o sentido do termo entre parênteses corresponde ao


da palavra negritada é:
(A) “O rapazinho que seguia à minha frente na Rua Visconde de Pirajá
abordou um velho” - (assustou)
(B) “O velho ficou calado um instante, compenetrado.” - (convencido)
(C) “Realmente, não há explicação para esta estranha compulsão”
(impulsão)
(D) “Seu pedido de informação era tão surpreendente” (inesperado)
(E) “Ele coçou a cabeça encafifado” (interessado)

Na boa, essa dava para fazer por eliminação, concorda? Veja os


verdadeiros sinônimos (palavras/expressões diferentes com sentidos
semelhantes) das palavras destacadas nos contextos das letras A, B, C, E,
respectivamente: “aproximar-se para falar”, “circunspecto, concentrado”,
“pressão interna pela qual o sujeito é compelido a realizar certos atos ou
a ter determinada conduta”, “pensativo, encabulado”.

GABARITO: D.

36- Ao usar a palavra digno, na frase “E foi-se embora, muito digno.”, o


narrador
(A) ironiza o descompromisso do velho em dar a informação errada.
(B) elogia a extrema paciência do velho em escutar a explicação dele.
(C) ressalta a modéstia do velho ao reconhecer que estava, de fato,
errado.
(D) critica a falta de educação do velho ao atender a uma pessoa
desconhecida.
(E) valoriza o caráter conciliador do velho, que não se exalta ao defender
sua opinião. 03265357481

Ao dizer que o velho foi embora muito digno — mesmo depois de ter dado
informação errada, o que implicaria, “em condições normais de
temperatura e pressão”, uma vergonha ou frustração —, o narrador diz o
contrário daquilo que ele de fato pensa sobre o velho (E foi-se embora,
muito digno), ou seja, ironiza a indiferença do velho ao prestar um
desserviço ao rapaz que desejava encontrar um endereço.

GABARITO: A.

37- Entre as linhas 13 e 14 (O rapazinho me agradeceu e foi-se embora


também, depois de resmungar) do texto, afirma-se que o rapazinho
resmungou. Isso aconteceu porque

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(A) estava mal-humorado.
(B) esta era a sua forma de agradecer.
(C) não recebeu a informação que queria.
(D) a rua que ele procurava ficava na direção oposta.
(E) o velho lhe dera a informação, mesmo sem saber informar.

O rapaz resmungou, pois o velho se dispôs a dar uma informação errada,


prestando um desserviço a ele. Ou seja, pronunciou palavras mal
articuladas e que mal se ouvem, aborrecido, porque não recebeu a
informação que queria.

GABARITO: E.

38- No último parágrafo, fica claro que o motorista logo encontrou, dentre
milhões de habitantes de uma cidade, uma pessoa que sabia a resposta
exata à sua dúvida. Assim, no último período, a reflexão do narrador
indica que este
(A) se considerava bastante religioso.
(B) queria pedir uma informação divina.
(C) achava o motorista um homem de muita sorte.
(D) gostaria de conversar mais com o motorista.
(E) estava com pressa e precisava ir-se embora.

Novamente há uma ironia fina nas palavras finais do narrador, quando


diz: “Antes que se fosse, não sei como não me ajoelhei, tomei-lhe a
bênção e pedi que me informasse o caminho da morada de Deus.” Em
outras palavras (desculpe-me a licença poética): “Que rapaz sortudo! E
que motorista sortudo! No meio de milhões de pessoas, encontrou
justamente aquela que sabia a resposta exata à sua pergunta. Quisera eu
ser como ele(s), pois sendo sortudo assim encontraria até o endereço da
morada de Deus!” Percebeu a graça? Sensacional Fernando Sabino!

GABARITO: C.
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39- A análise da abordagem temática das passagens I e II do texto


permite concluir que ambas
(A) relatam fatos acontecidos na rua.
(B) recriminam a irresponsabilidade de algumas pessoas.
(C) denunciam a falta de sinalização na cidade.
(D) registram cenas típicas de cidades do interior.
(E) revelam a irritação do narrador com pessoas desnorteadas.

Ambos os acontecimentos se dão na rua. Veja em I e II,


respectivamente: “O rapazinho que seguia à minha frente na Visconde de
Pirajá...” e “Pois ali estava eu agora na esquina das Ruas Bulhões de
Carvalho e Gomes Carneiro...”

GABARITO: A.

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40- A análise do texto leva a concluir que são características pessoais do


narrador o fato de ele ser
(A) natural de Minas Gerais, desconfiado e religioso
(B) solidário, observador e bem-humorado
(C) natural de Minas Gerais, preconceituoso e bem-humorado
(D) bem situado, intrometido e crente
(E) observador, inconveniente e crédulo

Além de haver outras passagens, encontramos as seguintes


características no texto sobre a personalidade do narrador-personagem:
solidário (Não resisti e me meti no meio: — Me desculpe, mas Gomes
Carneiro é logo ali. Mostrei a esquina, na direção oposta...); observador:
(O rapazinho que seguia à minha frente na Visconde de Pirajá abordou
um velho que vinha em sentido contrário...); bem-humorado/irônico
(Antes que se fosse, não sei como não me ajoelhei, tomei-lhe a bênção e
pedi que me informasse o caminho da morada de Deus).

GABARITO: B.

CESGRANRIO – PETROBRAS - ASSISTENTE SOCIAL JÚNIOR – 2011

REPIQUE DAS MESMAS PALAVRAS

Palavras consideradas difíceis, como “engalanada”, já não atraem


muitos autores de escola de samba. A busca agora é pela comunicação
direta. Em 2011, “vai” será a palavra mais repetida nos desfiles das 12
escolas do Grupo Especial: 19 vezes no total. Em seguida, uma variação
do mesmo verbo: “vou”, com dez repetições. Essa também será a
incidência de “vida” e “amor” (dez vezes cada uma). “Luz” e “mar” (nove
vezes) fecham o pódio das mais populares de 2011. Isto sem considerar
as repetições de uma mesma música, uma vez que ela não muda durante
todo o desfile das escolas.
Outrora clássicas, palavras como “relicário” e “divinal” só
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aparecerão uma vez cada uma. E “engalanado”, que já teve seus dias de
estrela, ficará mesmo de fora dos desfiles do Grupo Especial.
Para especialistas, as palavras mais usadas atualmente são curtas,
chamam o público e motivam os componentes.
— “Vai” é a clara tentativa do compositor de empolgar e envolver a
plateia desde o concurso das escolas, quando tem que mostrar às
comissões julgadoras que suas músicas têm capacidade de empolgar.
“Vou” está na linha de “vai”: chama, motiva. Quanto a “vida” e “amor”,
refletem o otimismo do carnaval. Nenhuma palavra fica no campo
semântico do pessimismo, tristeza. E “mundo” deixa claro o aspecto
grandioso, assim como “céu” — disse o jornalista Marcelo de Mello, jurado
do estandarte de Ouro desde 1993.

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Dudu Botelho, compositor do Salgueiro, é um dos compositores dos
sambas de 2007, 2008 e 2011. O samba de sua escola, aliás, tem três
das seis palavras mais recorrentes: “vida”, “luz” e “mar”:
— O compositor tenta, através da letra, estimular o componente e a
comunidade a se inserir no roteiro do enredo.
Todas as palavras mais repetidas no carnaval estão entre as mais
usadas nos sambas das últimas campeãs dos anos 2000. “Terra” foi a
mais escolhida (11 vezes). Em seguida, apareceram “vou” e “pra” (nove
vezes); “luz”, “mar”, e “fé” (oito); “Brasil” (sete); e “vai”, “amor”,
“carnaval” e “liberdade” (seis); e “vida” (cinco).
Para Marcelo de Mello, a repetição das mesmas palavras indica um
empobrecimento das letras:
— O visual ganhou um peso grande. A última escola que venceu um
campeonato por causa do samba foi o Salgueiro em 1993, com o refrão
“explode coração”.

MOTTA, Cláudio. Repique das mesmas palavras. O Globo, 09 fev. 2011. Adaptado

41- Segundo o Texto I, o motivo real para o emprego de palavras mais


curtas se dá porque
(A) insere o componente no enredo da escola.
(B) identifica o falante no seu contexto linguístico.
(C) estabelece uma comunicação fácil com a escola.
(D) estimula os músicos a criarem letras mais inspiradas.
(E) envolve o público no processo de criação dos compositores.

O trecho que ratifica o gabarito — a saber, que o motivo real para o


emprego de palavras mais curtas se dá porque estabelece uma
comunicação fácil com a escola — é: “Para especialistas, as palavras mais
usadas atualmente são curtas, (porque) chamam o público e motivam os
componentes. — “Vai” é a clara tentativa do compositor de empolgar e
envolver a plateia desde o concurso das escolas, quando tem que mostrar
às comissões julgadoras que suas músicas têm capacidade de empolgar.”

GABARITO: C.
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42- O Texto I pode ser lido como um jogo de oposições. A única oposição
que NÃO aparece na matéria é
(A) passado / presente
(B) otimismo / pessimismo
(C) tradição / modernidade
(D) rapidez / lentidão
(E) envolvimento / passividade

Esta questão é feita à la “Onde está Wally?”, ou seja, é preciso que


encontremos passagens para que, por eliminação, marquemos a
alternativa correta. J

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Vejamos as letras A, B, C e E, respectivamente: passado / presente
(Palavras consideradas difíceis, como “engalanada”, já não atraem muitos
autores de escola de samba. / A busca agora é pela comunicação direta);
otimismo / pessimismo (Quanto a “vida” e “amor”, refletem o
otimismo do carnaval. / Nenhuma palavra fica no campo semântico do
pessimismo, tristeza); tradição / modernidade (Outrora clássicas,
palavras como “relicário” e “divinal” só aparecerão uma vez cada uma. E
“engalanado”, que já teve seus dias de estrela, ficará mesmo de fora
dos desfiles do Grupo Especial. / Para especialistas, as palavras mais
usadas atualmente são curtas, chamam o público e motivam os
componentes); envolvimento / passividade (O compositor tenta,
através da letra, estimular o componente e a comunidade a se inserir
no roteiro do enredo / Para Marcelo de Mello, a repetição das mesmas
palavras indica um empobrecimento das letras).

Sendo assim, por exclusão e por ausência de indícios no texto, ficamos


com a letra D (rapidez / lentidão).

GABARITO: D.

43- A escolha do título de um texto nunca é aleatória. O emprego da


palavra repique no título do Texto I revela a intenção de
(A) valorizar um dos instrumentos mais populares da bateria.
(B) criar uma identidade com o universo linguístico do samba.
(C) apontar uma relação entre a natureza da palavra e o seu sentido.
(D) evidenciar o contraste entre os tempos de outrora e o da atualidade.
(E) reconhecer a importância da empolgação dos componentes da escola
de samba.

A palavra repique pertence ao campo semântico da palavra samba. Em


outras palavras, a palavra repique nos remete ao universo do samba, por
se tratar de um instrumento musical de percussão. Há, inclusive, músicas
(sambas e pagodes) que incluem tal palavra em sua letra. Não sei se você
se lembra desta do Fundo de Quintal (ainda no ritmo de carnaval, rs):
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“A lua ilumina o terreiro convidando o partideiro pra cantar a noite inteira


/ Pagodeando até o sol raiar / Ao som do cavaquinho, violão, do repique,
do tantã, do banjo e do pandeiro / No samba hoje eu vou me acabar.
(...)”

Putz! Muito bom, não é?!

GABARITO: B.

CESGRANRIO – FINEP – ANALISTA (JURÍDICA) – 2011

RETRATOS DE UMA ÉPOCA

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Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta mais

Em tempos de redes sociais e da presença cada vez maior da


internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi
assim tão rápido, instantâneo e impessoal. Se os adultos esquecem logo,
crianças e adolescentes nem sabem como os avós de seus avós se
comunicavam. Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos,
indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que
eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais.
Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca de
mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos
enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, entre os séculos
XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo.
Para se ter uma ideia de sua importância, basta lembrar um pouco da
história: nasceram na Áustria, na segunda metade do século XIX, como
um novo meio de correspondência. E a invenção de um professor de
Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas
um ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no Império
Austro-Húngaro. Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados
com ansiedade.
— A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo da
França, no início do século passado para o Recife de antigamente, tornou-
se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra o colecionador Liedo
Maranhão, que passou meio século colecionando-os e reuniu mais de 600,
253 dos quais estão na exposição “Postaes: A correspondência afetiva na
Coleção Liedo Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital
pernambucana.
O pesquisador, residente em Pernambuco, começou a se interessar
pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua
própria família. Depois, passou a comprá-los no Mercado São José, reduto
da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato
ou pendurados em cordões para chamar a atenção dos visitantes. Boa
parte da coleção vem daí. [...] — Acho que seu impacto é justamente o
de trazer para o mundo contemporâneo o glamour e o romantismo de um
meio de comunicação tão usual no passado — afirma o curador Gustavo
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Maia.
— O que mais chama a atenção é o sentimento romântico como
conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de
comunicação que hoje está em desuso — reforça Bartira Ferraz, outra
curadora da mostra. [...]

LINS, Letícia. Retratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28,
1º maio 2011. Adaptado.

44- A ideia contida nos dois primeiros parágrafos é a de que


(A) a necessidade de comunicação interpessoal desenvolveu-se só com a
internet.
(B) os cartões-postais eram, à sua época, considerados cafonas.

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(C) a atividade interpessoal realizada hoje pela internet era realizada,
antes, similarmente por meio dos cartões-postais.
(D) a importância dos cartões-postais se deveu ao fato de terem sido
criados na Europa e, então, trazidos para o Brasil.
(E) os cartões-postais eram o principal meio de correspondência entre os
professores na Áustria.

O comentário da letra C é ratificado por este trecho: “(...) cartões-


postais. Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca
de mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos
enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, entre os séculos
XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo.”

GABARITO: C.

45- As afirmações abaixo relacionam-se ao professor Emannuel Hermann.


I – Deixou de ser professor de Economia, após vender mais de dez
milhões de postais.
II – Inventou os cartões-postais.
III – Nasceu na segunda metade do século XIX.
Está contido no texto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II e III, apenas.

Sobre I, nada é dito no texto quanto a largar emprego ou coisa parecida


(que questão maluca!). Sobre II, o 2º parágrafo o corrobora. Sobre III, a
data se refere aos cartões-postais. Na boa, nível Tele Tubbie! J

GABARITO: B.

46- O trecho “Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos,


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indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que


eles conheciam. Nenhum citou cartões postais.” classifica-se como do tipo
textual narrativo.

PORQUE

A narração se caracteriza pela apresentação de um evento marcado


temporalmente, com a participação dos personagens envolvidos.
Analisando-se as afirmações acima, conclui-se que

(A) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.


(B) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a
primeira.
(C) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.

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(D) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
(E) as duas afirmações são falsas.

Reveja o trecho: “O trecho “Há 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja


Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os meios de
comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões postais.”
classifica-se como do tipo textual narrativo.”

De fato trata-se de uma narração, como diz o comentário, pois há verbos


no passado (marca principal da narração), há a voz de um narrador
contando uma história sobre alguém (a personagem (a educadora)).
Enfim, o comentário após o PORQUE está corretíssimo sobre o trecho do
tipo narrativo.

GABARITO: A.

CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO (APOIO ADM. E SECR.) – 2011

AULAS DE PIANO

A primeira vez que pousei meus dez dedos sobre o teclado de uma
máquina de escrever (na época, claro, não havia computador), fui tomada
por uma mistura de prazer e reconhecimento. Era como se tivesse
encontrado meu lugar no mundo. Isso aconteceu quando eu era
adolescente – não lembro exatamente quando, nem onde – e talvez fosse
um sintoma de que eu me tornaria, muito tempo depois, escritora. Mas
na hora, interpretei de outra forma: achei que aquela sensação boa vinha
do fato de eu ser uma pianista frustrada. Assim, colocando os dedos
sobre as teclas da máquina, eu satisfazia, ao menos em parte, o desejo
nunca alcançado de dominar outras teclas, as musicais.
Sempre senti muitíssimo por não ter aprendido piano. Não sei o que
aconteceu. Meu pai se diz ele próprio um pianista frustrado e poderia ter
resolvido isso através de mim, mas não o fez. Estudei balé clássico,
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moderno, sapateado, cantei em coral, fiz aula de música na escola, mas,


por uma razão ou por outra, nunca me puseram para aprender piano.
Quando cresci e estava para fazer vestibular, sem ter ideia de que
carreira escolher, fiz um teste vocacional que, para minha imensa
surpresa, deu arquitetura e música. Eram de fato duas áreas de interesse
para mim. Foi como se o teste vocacional tivesse desvendado meus
desejos secretos. Fiquei perturbada, mas acabei dando as costas para o
resultado e fazendo jornalismo. Os anos se passaram e a frustração se
solidificou.
Pois agora isso vai mudar. Ou já está mudando. Tenho a comunicar
que — aos 58 anos — comecei a ter aulas de piano. [...]
Aos poucos, vou reconhecendo as teclas, ganhando intimidade com
elas, percebendo as nuances dos sons, as diferenças entre as teclas

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brancas e pretas. Meus dedos já se encaminham sozinhos para
determinadas posições, como se tivessem sensores próprios. [...]
Dizem que, quando chegamos a uma certa idade, é bom
aprendermos coisas novas para exercitar o cérebro. Não sei se isso é
cientificamente comprovado, mas aprender a tocar está sendo para mim
uma delícia.
Acho que nunca vou conseguir fazer piruetas patinando, nem
sapatear tão bem quanto o Fred Astaire (duas outras frustrações minhas),
mas, se conseguir tocar uma dúzia de canções ao piano, já ficarei
completamente feliz.

SEIXAS, Heloisa. Aulas de Piano. Seleções do Reader’s Digest, Rio de Janeiro, p. 37-38,
fev. 2011. Adaptado

47- De acordo com o Texto I, quando a autora era adolescente,


(A) já sabia que seria escritora.
(B) procurava seu lugar no mundo.
(C) não existiam computadores pessoais.
(D) sua memória não funcionava muito bem.
(E) os teclados da máquina de escrever e do piano se assemelhavam.

A terceira alternativa está em conformidade com o que diz claramente o


texto na linha 2.

GABARITO: C.

48- Observe as correspondências abaixo entre ocorrências da palavra


isso e o fato a que cada uma se refere.
I – “Isso aconteceu quando eu era adolescente” – a autora ser tomada
por uma mistura de prazer e reconhecimento
II – “[...] poderia ter resolvido isso através de mim” – o pai da autora ser
um pianista frustrado
III – “Não sei se isso é cientificamente comprovado” – as pessoas
chegarem a uma certa idade
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A(s) referência(s) está(ão) correta(s) APENAS em


(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) II e III

Em I, veja o trecho que ratifica a ideia de que o isso se refere ao fato de


a autora, pela primeira vez ter tocado em um computador, sendo tomada
por uma mistura de prazer e reconhecimento: “A primeira vez que pousei
meus dez dedos sobre o teclado de uma máquina de escrever (na época,
claro, não havia computador), fui tomada por uma mistura de prazer e
reconhecimento. Era como se tivesse encontrado meu lugar no mundo.

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Isso aconteceu quando eu era adolescente.” O isso é um pronome
demonstrativo de valor anafórico, ou seja, ele retoma toda uma ideia
anteriormente apresentada no texto. Em II, veja o contexto: “Meu pai se
diz ele próprio um pianista frustrado e poderia ter resolvido isso através
de mim, mas não o fez.” Está claro que o isso se refere à ideia de o pai
da autora ser um pianista frustrado.

GABARITO: D.

CESGRANRIO – TRANSPETRO - TÉCNICO CONTABILIDADE - 2011

A CARTA AUTOMÁTICA

Mais de cem anos depois do surgimento do telefone, o começo dos


anos 90 nos oferece um meio de comunicação que, para muitos, resgata
um pouco do romantismo da carta. A Internet não usa papel colorido e
perfumado, e sequer precisa de selos, mas, para muitos, fez voltar à
moda o charme da comunicação por escrito. E, se o provedor não estiver
com problemas, faz isso com o imediatismo do telefone. A rede também
foi uma invenção que levou algum tempo para cair no gosto do público.
Criada em 1993 para uso doméstico, há muito ela já era usada por
cientistas universitários que queriam trocar informações. Mas, só após a
difusão do computador doméstico, realizada efetivamente há uns quatro
ou cinco anos, que o público pôde descobrir sua utilidade.
Em The victorian internet, Tom Standage analisa o impacto da
criação do telégrafo (surgido em 1837).

Uma nova tecnologia de comunicação permitia às pessoas se comunicarem quase


que instantaneamente, estando à longa distância (...) Isto revolucionou o mundo dos
negócios.(...) Romances floresceram sob impacto do telégrafo. Códigos secretos foram
inventados por alguns usuários e desvendados por outros. (...) O governo e as leis
tentaram controlar o novo meio e falharam. (...) Enquanto isto, pelos cabos, uma
subcultura tecnológica com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.

Igual impacto teve a Internet. Antes do telégrafo, batizado de “a


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autoestrada do pensamento”, o ritmo de vida era superlento. As pessoas


saíam para viajar de navio e não se ouviam notícias delas durante anos.
Os países que quisessem saber se haviam ou não ganho determinada
batalha esperavam meses pelos mensageiros, enviados no lombo dos
cavalos. Neste mundo em que reinava a Rainha Vitória (1819-1901), o
telégrafo provocou a maior revolução das comunicações desde o
aparecimento da imprensa. A Internet não chegou a tanto. Mas nada
encurta tanto distâncias como entrar num chat com alguém que esteja na
Noruega, por exemplo. Se o telégrafo era “a autoestrada do
pensamento”, talvez a rede possa ser a “superautoestrada”. Dos
pensamentos e das abobrinhas. As tecnologias de conversação realmente
mudam as conversas. Apesar de ser de fundamental utilidade para o
trabalho e a pesquisa, o correio feito pela rede permite um tipo de

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conversa diferente daquela que ocorre por telefone. Talvez um dia, no
futuro, pesquisadores analisem as razões pelas quais a rede, rápida e
imediata e sem o vivo colorido identificador da voz, se presta a bate-
papos (via e-mails, chats, comunicadores instantâneos) até mais
informais do que os que fazemos por telefone.

CAMARGO, Maria Sílvia. 24 dias por hora. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 135-137.
Adaptado

49- De acordo com o exposto no texto, a comunicação via Internet


(A) foi concebida para atender ao uso doméstico de modo restrito.
(B) perdeu o romantismo da troca de cartas escritas a mão.
(C) teve sua utilidade aceita de imediato pelo público.
(D) tornou-se imediatista, exceto quando há problema no provedor.
(E) representou uma revolução similar à do telégrafo em sua época.

Este trecho do texto confirma o pertinente comentário da letra E: “Em


The victorian internet, Tom Standage analisa o impacto da criação do
telégrafo (surgido em 1837). / Uma nova tecnologia de comunicação permitia às
pessoas se comunicarem quase que instantaneamente, estando à longa distância (...)
Isto revolucionou o mundo dos negócios.(...) Romances floresceram sob impacto do
telégrafo. Códigos secretos foram inventados por alguns usuários e desvendados por
outros. (...) O governo e as leis tentaram controlar o novo meio e falharam. (...)
Enquanto isto, pelos cabos, uma subcultura tecnológica com seus usos e vocabulário
próprio se estabelecia. / Igual impacto teve a Internet.”

GABARITO: E.

50- Autoestrada na expressão “‘a autoestrada do pensamento’” significa


(A) diretriz
(B) canal
(C) expansão
(D) objetividade
(E) modernização

Pode ser substituído por canal, uma vez que o telégrafo (e a internet)
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servia como instrumento de ligação entre as pessoas, tal qual uma ponte,
uma via... uma autoestrada, portanto!

GABARITO: B.

51- A substituição da palavra em destaque ALTERA o sentido do


enunciado em:
(A) “Romances floresceram sob impacto do telégrafo.” / Romances
imergiram sob impacto do telégrafo.
(B) “Códigos secretos foram inventados (...)” / Códigos secretos foram
criados
(C) “O governo e as leis tentaram controlar (...)” / O governo e as leis
procuraram controlar

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(D) “(...) tentaram controlar o novo meio e falharam.” / tentaram
controlar o novo meio e erraram.
(E) “(...) com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.” / com
seus usos e vocabulário peculiar se estabelecia.

Esta questão é de sinonímia. Falarei mais sobre este assunto na aula


seguinte, mas acho que cabe abordar esta questão na aula de hoje, pois,
de certa forma, tem a ver com interpretação de texto. Note que florescer
significa surgir, brotar. No contexto compreendemos isso, não? Maravilha!
Agora “imergir” significa afundar, entrar em... enfim, nada a ver com
florescer, alterando o sentido original. Simples assim!

GABARITO: A.

CESGRANRIO – SEPLAG/BA – AUDITOR EM SAÚDE PÚBLICA


(AUDITOR CONTÁBIL) – 2011

A FORÇA DO PENSAMENTO

Leia a seguir a entrevista com o neurocientista Miguel Nicolelis


sobre seu novo livro, em que discute como a ligação entre cérebro e
máquina revolucionará a medicina e o modo como iremos nos relacionar.

No futuro, controlaremos máquinas e resolveremos problemas de


saúde pelo comando da mente.

Revista Galileu: O que é uma interface cérebro-máquina?


Miguel Nicolelis: Basicamente, é o envio de informações por pensamento.
Transferimos o sinal elétrico do cérebro, codificado de forma digital, sem
fio, a equipamentos adaptados para receber esse comando. Com essa
união da mente a sistemas virtuais, poderemos ter grandes avanços na
medicina já nos próximos anos. A curto prazo, a paralisia é nosso foco.
Trabalhamos para fazer quadriplégicos andarem usando uma espécie de
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esqueleto externo controlado pela mente. A longo prazo, tentaremos


encontrar formas de reduzir o processo neurodegenerativo ou as lesões
neuronais. Mais adiante, o objetivo será chegar à melhora de funções
cognitivas.

Revista Galileu: A interação direta com as máquinas mudará o modo


como nos comunicamos?
Miguel Nicolelis: Por completo. Internet, redes sociais e voz são interfaces
lentas. Digitação, e até mesmo a linguagem, são imprecisas. Se você
pudesse interagir com milhões de pessoas por pensamento ao mesmo
tempo, aumentaria a velocidade de comunicação e essas interações
seriam muito mais vívidas e reais. Não haveria interface entre você e a
máquina, seria uma interação quase que como uma fusão, um
inconsciente coletivo, uma rede social feita apenas por pensamentos. A

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linguagem passa a se transformar num meio secundário de comunicação.
Isso só ocorrerá daqui a centenas e centenas de anos.

Revista Galileu: Que mudanças ocorreriam em uma sociedade que se


comunica assim?
Miguel Nicolelis: Essa tecnologia pode realmente libertar a percepção dos
limites. Com o cérebro, conseguiremos controlar os mais diferentes
artefatos mecânicos, robóticos, virtuais, computacionais. Além disso,
poderemos também criar novos sentidos.

PAVARIN, Guilherme. A força do pensamento: entrevista com Miguel Nicolelis. Revista


Galileu, n. 236, São Paulo: Globo. mar. 2011, p. 11-13. Adaptado.

52- Segundo o neurologista entrevistado, a sociedade do futuro


transformará a linguagem em meio secundário de comunicação porque
(A) artefatos robóticos serão responsáveis por emitir mensagens
automaticamente.
(B) equipamentos modernos serão responsáveis pela digitação das
mensagens.
(C) sistemas virtuais permitirão que o cérebro envie informações por
pensamento.
(D) máquinas eficientes terão a capacidade de registrar por escrito as
mensagens.
(E) linguagens de caráter visual serão criadas para substituir a linguagem
verbal.

O comentário da C está correto. O trecho que corrobora isso é este:


“Revista Galileu: A interação direta com as máquinas mudará o modo
como nos comunicamos? Miguel Nicolelis: Por completo. Internet, redes
sociais e voz são interfaces lentas. Digitação, e até mesmo a linguagem,
são imprecisas. Se você pudesse interagir com milhões de pessoas por
pensamento ao mesmo tempo, aumentaria a velocidade de comunicação
e essas interações seriam muito mais vívidas e reais. Não haveria
interface entre você e a máquina, seria uma interação quase que como
uma fusão, um inconsciente coletivo, uma rede social feita apenas por
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pensamentos. A linguagem passa a se transformar num meio secundário


de comunicação. Isso só ocorrerá daqui a centenas e centenas de anos.”

GABARITO: C.

CESGRANRIO – BNDES – ENGENHEIRO – 2011

Texto I

Vista cansada

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Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua
volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez?
Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela
última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como
acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.
Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a
gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela primeira vez
o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual
da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto
ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo,
o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado
ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de
falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a
mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve
que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o
rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito
suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos
para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o
que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido
que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro
da indiferença.

RESENDE, Otto Lara. Disponível em: http://www.releituras.com/olresende_vista.asp


Acesso em: 21 dez. 2010. (Adaptado)
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53- No primeiro parágrafo do Texto I, a conjectura feita pelo narrador


“Pela última ou pela primeira vez?” (l. 2), no contexto em que se insere,
encerra um juízo de valor que, semanticamente, se configura como um(a)
(A) desabafo
(B) revolta
(C) aprovação
(D) consternação
(E) contestação

Contestar significa debater, polemizar, colocar em dúvida ou em questão.


No contexto apresentado, há uma mera dúvida, pois o autor afirma algo e
depois, como se estivesse pensando alto, se questiona: “Pela última ou
pela primeira vez?”. A partir disso, passa a ampliar esta ideia de olhar as

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coisas como se fosse a última vez, reprovando a atitude de Hemingway,
negando a validade ideológica do escritor estrangeiro. Inclusive,
contestação significa também isto: ação ou resultado de contestar, de
negar a validade ou veracidade de algo.

GABARITO: E.

54- Em relação aos dois últimos períodos do Texto I, afirma-se que a


(A) rotina é consequência do sentimento de indiferença familiar.
(B) indiferença é a causa da não percepção verificada entre os membros
da família.
(C) ausência de percepção gera a rotina de vida.
(D) rotina leva à não percepção que, por sua vez, traz como consequência
a indiferença.
(E) ausência de percepção é uma consequência da indiferença familiar.

Reveja os dois últimos períodos: “Nossos olhos se gastam no dia a dia,


opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.”

A expressão “dia a dia” está para a “rotina”, assim como “se gastam” está
para a “não percepção”, assim como “É por aí que” está para “por sua
vez, traz como consequência”, assim como “monstro da indiferença” está
para “indiferença”.

Percebeu que o comentário da letra D é mera paráfrase (reescrita com


outras palavras preservando o sentido original)? Moleza!

GABARITO: D.

Texto II

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma


pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
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As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas


expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos
estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos
porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por
precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem
metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns,
alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra
pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe
também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não

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quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua
vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente,
a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para
que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava
procurando, mas quem estava procurando por você!

Mário Quintana. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjkwODky/Acesso em:


09 dez. 2010.

55- Segundo o Texto II, a relação afetiva deve caracterizar-se,


fundamentalmente, pela(o)
(A) busca
(B) carência
(C) compartilhamento
(D) indiferença
(E) insistência

Antes de mais nada, sen-sa-cio-nal este texto!!! Desculpe, mas precisava


aplaudir este cara, chamado Mário Quintana! Genial!!! Voltando...

A ideia de compartilhamento é encontrada neste trecho do texto: “As


pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades,
mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e
vida.” Não encontrei as demais ideias no texto. Simples assim.

GABARITO: C.

56- Segundo as ideias do Texto II, projetar no outro nossas ansiedades


torna-nos
(A) condescendentes para com os outros
(B) vulneráveis a possíveis insucessos
(C) seguros quanto à consecução do objetivo
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(D) indiferentes a quaisquer consequências


(E) mais resistentes aos obstáculos

O primeiro período do texto diz que ‘quando depositamos muita confiança


ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande’. Isso
coaduna com o comentário de que ‘projetar no outro nossas ansiedades
torna-nos vulneráveis a possíveis insucessos’.

GABARITO: B.

57- Segundo as ideias do Texto II, a felicidade de duas pessoas marca-se


pela(o)
(A) dedicação incondicional de uma delas à outra

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(B) desnecessidade existente em ambas
(C) capacidade de uma controlar a relação
(D) submissão de uma à outra
(E) empenho mútuo de uma subjugar a outra

O trecho “Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a
outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.” está
em conformidade com o comentário presente em B. Por isso, eis o
gabarito!

GABARITO: B.

58- Em “O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim


para que elas venham até você.”, o narrador faz uma analogia entre cada
pessoa considerada individualmente e seu âmago (seu íntimo).
Os elementos do trecho acima que, semanticamente, evidenciam essa
analogia são
(A) “segredo” e “borboletas”
(B) “segredo” e “jardim”
(C) “borboletas” e “jardim
(D) “borboletas” e “você”
(E) “você” e “ jardim”

Logicamente só poderiam ser “você” (indivíduo) e “jardim” (o íntimo).


Logo depois no texto vemos que o autor diz que nos cuidando passamos a
ser atraentes, conquistando o que queríamos, por tabela. “Eu podia falar
bonitinho que nem o Mário Quintana” J

GABARITO: E.

CESGRANRIO – TRANSPETRO - BIBLITECÁRIO JÚNIOR –


JUNHO/2012
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Science fiction

O marciano encontrou-me na rua


e teve medo de minha impossibilidade humana.
Como pode existir, pensou consigo, um ser
que no existir põe tamanha anulação de existência?

Afastou-se o marciano, e persegui-o.


Precisava dele como de um testemunho.
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas.

E fiquei só em mim, de mim ausente.

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ANDRADE, Carlos Drummond de. Science fiction. Poesia
e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988, p. 330-331.

59- De acordo com a primeira estrofe do poema, o medo do marciano


origina-se no fato de que

(A) a aparência do homem em conflito consigo mesmo o apavora.


(B) as contradições existenciais do homem não lhe fazem sentido.
(C) o homem tinha atitudes de ameaça ao marciano.
(D) o homem e o marciano não teriam chance de travar qualquer tipo de
interação.
(E) o encontro na rua foi casual, tendo o marciano se assustado com a
aparência física do homem.

Os quatro primeiros versos deste poema de Drummond são recheados de


elementos contraditórios: “impossibilidade humana” e “existir” x
“anulação da existência” nos mostram que, segundo o marciano, não
deveria existir um ser que provocasse tanta “não-existência” (pense nas
florestas verdinhas, nos micos-leões dourados (douradinhos?), nas baleias
gordinhas e nos ursinhos branquinhos e polares!!!) J. Para não dizer que
as afirmativas das alternativas “A”, “C”, “D” e “E” passam muito longe do
discurso do homem que encontrou o marciano, ficamos com a “B”.

GABARITO: B.

60- Já no título do texto (ficção científica, em português), anuncia-se a


possibilidade de utilizar termos correlatos a “espaço sideral”. É o que
ocorre logo na 1a linha, com o uso da palavra marciano. Outra palavra,
empregada no texto, que apresenta relação com esse mesmo campo de
significação, é

(A) impossibilidade (linha 2)


(B) anulação (linha 4)
(C) testemunho (linha 6)
(D) colóquio (linha 7) 03265357481

(E) constelado (linha 8)

Ok, vamos lá: “impossibilidade” é um substantivo abstrato que trabalha


com o campo semântico do que é impossível, que não pode ser
verdadeiro ou real ou daquilo que não pode acontecer; “anulação” é
outro substantivo, ato ou efeito de anular, tornar nulo ou sem valor;
“testemunho” é uma declaração de uma testemunha em juízo, podendo
também significar prova ou demonstração de caráter: (Ter devolvido
intacta a carteira cheia de dinheiro a seu dono depois de encontrá-la foi
grande testemunho de honestidade); “colóquio” (que até parece uma
palavra de outro mundo J), nada mais é que uma conversa entre duas ou
mais pessoas (agora você já pode convidar aquela pessoa que você está
pensando de uma maneira chic: “que tal um colóquio em particular,

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gatinho(a)?”:p); muito bem, então. Vamos combinar que nenhum desses
vocábulos acima está próximo de ser “espacial”? Agora que tal
“constelado” ser o adjetivo empregado para qualificar o céu como
estrelado? Ou ser o que se diz de algo que tem forma de estrela ou
asteroide?

GABARITO: E.

CESGRANRIO – CHESF COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO


FRANCISCO – ENGENHEIRO CARTOGRÁFICO OU AGRIMENSOR –
JUNHO/2012

O sumiço do pen drive

1 Houve época em que a força bruta era poder. Houve uma época em
que a riqueza era poder. Hoje, informação é poder. Quanto mais somos
informados [...], mais poderosos somos, ao menos teoricamente. Daí esta
avalanche, este tsunami de informações. A cotação do dólar, a taxa de
inflação, o número de casos de determinada doença, candidatos dos
vários partidos, a escalação de times de futebol – nomes e números em
profusão, que nos chegam por jornais, revistas, livros, filmes, noticiários
de rádio, internet, e que tratamos de armazenar em nossa mente.
9 Aí surge o problema: para armazenar a informação, a natureza nos
deu um cérebro, que é a sede da memória. E nessa memória queremos
enfiar o máximo possível de informações. Diferente da memória do
computador, porém, a nossa é governada por fatores que nada têm a ver
com a informática. O estado de nossas células cerebrais, as nossas
emoções; tudo isso pode representar uma limitação para nossa
capacidade de lembrar. [...]
16 Felizmente a tecnologia tem vindo em nosso auxílio. Primeiro foi o
computador propriamente dito, com sua memória cada vez maior; depois,
vieram os dispositivos de armazenamento, os CDs, os pen drives. Coisa
incrível, o pen drive: um pequeno objeto no qual cabe uma existência, ou
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pelo menos uma importante parte dela. Para quem, como eu, viaja
bastante e tem de trabalhar em aviões ou em hotéis, é um recurso
precioso. [...]
23 [...] ao chegar ao aeroporto, meti a mão no bolso para dali retirar o
pen drive. Mas não encontrei pen drive algum. Encontrei um buraco,
verdade que pequeno, mas de tamanho suficiente para dar passagem (ou
para dar a liberdade?) ao pen drive, que tinha caído por ali.
27 Um transtorno, portanto. Perguntei no aeroporto, entrei em contato
com o táxi que me trouxera, liguei para casa: nada. O pen drive tinha
mesmo sumido. O buraco da camisa era, portanto, um buraco negro,
aqueles orifícios do universo em que toda a energia é sugada e some.
[...] De repente eu me dava conta de como nossa existência é frágil, de
como somos governados pelo acaso e pelo imprevisto. Nenhuma queixa
contra o pen drive, que veio para ficar; aliás, meu palpite é que, no dia do

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Juízo Final, cada um de nós vai inserir o pen drive de sua vida no Grande
Computador Celestial. Virtudes e pecados serão instantaneamente
cotejados, e o destino final, Céu ou Inferno, decidido de imediato.
Pergunta: o que acontecerá com aqueles que, por causa de um buraco na
camisa, perderam o pen drive?

SCLIAR, Moacyr. O sumiço do pen drive. Zero Hora,


Rio Grande do Sul 11 maio 2010. Adaptado.

61- Pela leitura do texto, percebe-se que o autor se refere ao pen drive
destacando, principalmente, dois atributos do objeto, quais sejam:

(A) excessivo e arriscado


(B) admirável e necessário
(C) inseguro e complicado
(D) limitado e importante
(E) assustador e potente

Optamos pela alternativa “B”. Quando o autor afirma “Coisa incrível, o


pen drive” (l. 18-19), demonstra claramente sua admiração. No período
final do mesmo parágrafo (l. 20-22) fica evidente o quanto o objeto lhe é
necessário: “Para quem, como eu, viaja bastante e tem de trabalhar em
aviões ou em hotéis, é um recurso precioso.”

GABARITO B.

62- O autor da crônica apresenta seu ponto de vista a partir de situações


partilhadas com os leitores. A marca linguística que revela essas situações
comuns ao narrador e aos leitores é o emprego de

(A) primeira pessoa do plural


(B) tempo passado dos verbos
(C) informalidade no uso do vocabulário
(D) adjetivação de natureza descritiva
(E) pontuação livre nos parágrafos 03265357481

Você concorda que o que é meu, é meu, o que é seu, é seu e o que o
nosso, é nosso? Pois é. Eu também. Quando a primeira pessoa do plural
é utilizada, tem justamente a função de indicar não só a pessoa que fala
ou escreve, mas também outras pessoas empregadas como sujeito ou
complemento verbal. Perceba como isto é evidente nesses trechos:
“Quanto mais somos informados” (l. 2-3), ” e que tratamos de
armazenar em nossa mente.” (l.8), “a natureza nos deu um cérebro” (l.
9-10), “no dia do Juízo Final, cada um de nós vai inserir o pen drive de
sua vida no Grande Computador Celestial.” (l. 33-35), e por aí vai.

GABARITO: A.

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63- As palavras podem assumir sentidos figurados, ou seja, significados
diferentes das acepções e usos previstos pelos dicionários, embora
facilmente compreensíveis no contexto específico em que se encontram. A
passagem do texto em que uma palavra em sentido figurado está
presente é:

(A) “Daí esta avalanche, este tsunami de informações.” (linhas 3-4)


(B) “O estado de nossas células cerebrais, as nossas emoções; tudo isso
pode representar uma limitação para nossa capacidade de lembrar.”
(linhas 13-15)
(C) “Para quem, como eu, viaja bastante e tem de trabalhar em aviões ou
em hotéis, é um recurso precioso.” (linhas 20-22)
(D) “Mas não encontrei pen drive algum.” (linha 24)
(E) “Perguntei no aeroporto, entrei em contato com o táxi que me
trouxera, liguei para casa: nada.” (linhas 27-28)

Alternativa “A” é a resposta desta questão-molezinha J; “tsunami” é uma


palavra de origem japonesa que, denotativamente, nomeia uma onda
gigantesca ou uma série de ondas muito volumosas que atingem uma
região costeira e que possuem um grande poder de destruição. É legal
notar que antes do autor utilizar essa metáfora, ele também fala de
poder: “Hoje, informação é poder. Quanto mais somos informados [...],
mais poderosos somos” (l. 2-3). Aqui vale uma dica: nos textos
jornalísticos os cronistas, colunistas e repórteres têm utilizado o itálico
para atribuir uma significação distinta à palavra, isto é, criar um efeito de
sentido conotativo ou ainda, marcar um estrangeirismo (como o exemplo
da alternativa “D”).

GABARITO: A.

64- “Quanto mais somos informados [...], mais poderosos somos, ao


menos teoricamente.” (linhas 2-3)
Em relação à proporcionalidade expressa pelas duas orações, a expressão
destacada cumpre o papel de 03265357481

(A) reforçar o sentido da primeira.


(B) enfatizar a coesão entre as orações.
(C) relativizar a proporção entre ambas.
(D) indefinir o sentido do período.
(E) expor a contradição entre as duas.

Dentre as alternativas apresentadas, pelo contexto, só é cabível o que


está disposto em “C”. Observe que “relativizar” significa demonstrar que
algo não é absoluto, que depende de outra coisa ou das circunstâncias em
que está inserido. Vale perceber que o autor faz um contraponto do
“poder” com a “fragilidade da existência” (l.31), justamente por conta de
uma circunstância: havia perdido o pen drive.

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GABARITO: C.

CESGRANRIO – PROMINP – NÍVEL SUPERIOR – ÁREA DE


QUALIDADE - 2012

FAÇA UMA COISA DE CADA VEZ

1 Você começa a escrever um e-mail de trabalho, e é interrompido


pelo toque do celular. Atende à ligação e, quando desliga, vê avisos de
mensagens na telinha. Abre uma delas e, antes mesmo de responder,
algum colega chama você para terminar aquela conversa que começaram
de manhã... E assim você vai, pulando de uma tarefa para outra. Ao final
do dia, o desconforto de ter começado muitas coisas, concluído algumas e
produzido bem menos do que gostaria. Vem a angústia de que sobrou
muita coisa para o dia seguinte — e pouco tempo para aproveitar a vida.
9 Esse comportamento, comum no multitasking*, estilo dos que
desempenham várias tarefas ao mesmo tempo, começa aos poucos a
ceder espaço a um estilo oposto: o monotasking**. Ou seja: concentrar
em uma coisa de cada vez com a intenção de fazer tudo bem feito, de
preferência passando algum tempo longe das distrações da internet. “É
uma contratendência, uma antítese ao excesso de informação e estímulos
que vivemos”, diz Linda Stone. Para essa ex-executiva da Apple e
Microsoft e uma das maiores estudiosas de atenção humana hoje,
estamos deixando a era de Atenção Parcial Contínua, em que prestamos
um pouco de atenção a várias coisas o tempo inteiro, para entrarmos na
era do unifoco, em que de fato nos concentraremos no que estamos
fazendo no momento. “Tudo o que é escasso se torna valioso. A nova
escassez é ter tempo para pensar e se concentrar”, afirma Henry Manson,
chefe de pesquisa da agência de tendências de consumo Trendwatching,
uma das maiores do mundo. “Vivemos uma aceleração do tempo: tudo
tem que ser rápido, imediato. Mas não se pode ter inovação sem períodos
de reflexão e preguiça”, diz a filósofa Olgária Matos, professora da USP.
26 O analista de sistemas Fabiano Morais, 40 anos, de Brasília, é um
representante dessa tendência. Fabiano é obrigado a passar horas e horas
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à frente do computador por conta de seu trabalho — ele desenvolve


sistemas para a web. E entende bem o significado da palavra dispersão.
[...] Como empreendia seus próprios projetos e trabalhava de casa, o
empresário não sabia mais o que era horário de expediente, final de
semana ou feriados. Mas reagiu a essa falta de limites e criou espaço para
folgas e diversão. “Quis comandar o ritmo da minha vida”, diz. Um
exemplo: Fabiano passou a fechar o e-mail e sites tentadores enquanto
executa uma tarefa. Virou adepto da ioga e de meditação para aumentar
seu foco no presente. [...]
37 Computadores, smartphones, tablets e aplicativos trouxeram a ideia
de que a tecnologia poderia facilitar nossa vida e nos tornar mais
eficientes. Assim, as empresas adotaram o pensamento de que, quanto
mais coisas um profissional fizesse ao mesmo tempo, melhores seriam

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seus resultados. [...] “Isso vem de companhias que tentam obter o
máximo de produtividade das pessoas nas horas de trabalho. Se você
conseguisse fazer 2, 3 coisas ao mesmo tempo, isso não significaria um
melhor uso de seu tempo?”, diz o escritor americano Leo Babauta, autor
de um livro sobre o assunto. “E isso é um mito”.
46 A ciência já provou o que Babauta diz: nosso cérebro não é
multitask. Quando tentamos fazer várias coisas ao mesmo tempo, só nos
tornamos mais lentos e aumentamos a chance de erros.

SANTOS, P.; ARRAIS,D.; KOKAY,E. Galileu, n. 243,


outubro 2011, p.42-51. Adaptado.
*multitasking - multitarefas
**monotasking - tarefa única

65- Pela leitura do texto, infere-se que

(A) a lentidão na conclusão de tarefas é uma das características do


cérebro humano.
(B) a preguiça é tão importante quanto a reflexão, para que os indivíduos
pensem em novidades.
(C) as pessoas que fazem mais de uma tarefa ao mesmo tempo são mais
produtivas.
(D) o bom profissional é aquele capaz de fazer apenas uma tarefa de
maneira satisfatória.
(E) os trabalhadores que usam os produtos tecnológicos atuais são mais
eficientes.

A conclusão a que se pode chegar pela leitura do texto está bem


explicitada neste trecho: “Mas não se pode ter inovação sem períodos de
reflexão e preguiça”, diz a filósofa Olgária Matos, professora da USP.”
(l.24-25). Perceba também que na proposição da filósofa, os dois itens,
reflexão e preguiça, têm a mesma importância, o que ratifica o emprego
do comparativo de igualdade utilizado na resposta.

GABARITO: B. 03265357481

66- Que palavra do texto pressupõe a mesma noção embutida em


antítese (linha 14)?

(A) contratendência
(B) ex-executiva
(C) unifoco
(D) aceleração
(E) expediente

Além da semelhança evidente entre o que constitui o contrário de alguma


coisa (antítese) e o aquilo que está em oposição ou ação contrária
(significado do prefixo latino “contra”), o texto coloca os termos antítese e

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contratendência como sinônimos: “É uma contratendência, uma antítese
ao excesso de informação e estímulos que vivemos”, diz Linda
Stone.”(l.13-15). Como diria a galera do funk, essa foi facin, não acha? J

GABARITO: A.

67- A expressão nova escassez demonstra, no texto, que

(A) já havia falta de concentração do homem há muito tempo.


(B) sempre há, na vida humana, escassez de algo.
(C) hoje, a falta se configura como a ausência de tempo para a reflexão.
(D) hoje, a atenção é fragmentada, devido ao excesso de informações.
(E) em determinadas circunstâncias, o excesso é valioso.

Verifique que a resposta da questão 48 dialoga diretamente com a


presente. Vale relembrar que é megaimportante que você volte ao texto
quantas vezes for preciso. Veja que “A nova escassez é ter tempo para
pensar e se concentrar” e, ao prosseguir a leitura, a conclusão do
parágrafo vai dizer que quem efetivamente tem tempo é aquele tira
momentos para refletir e “preguiçar”.

GABARITO: C.

68- Os extratos 1 e 2 do texto apresentam características que permitem


estabelecer diferenças entre a tipologia textual.

1) “Você começa a escrever um e-mail de trabalho, e é interrompido pelo


toque do celular. Atende à ligação e, quando desliga, vê avisos de
mensagens na telinha. Abre uma delas e, antes mesmo de responder,
algum colega chama você para terminar aquela conversa que começaram
de manhã...” (linhas 1-5)

2) “Como empreendia seus próprios projetos e trabalhava de casa, o


empresário não sabia mais o que era horário de expediente, final de
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semana ou feriados. Mas reagiu a essa falta de limites e criou espaço para
folgas e diversão.” (linhas 30-33)

Considerando tais características, constata-se que o extrato

(A) 1 é argumentação, e o 2, narração.


(B) 1 é narração, e o 2, argumentação.
(C) 1 é narração, e o 2, descrição.
(D) 1 é descrição, e o 2, argumentação.
(E) 1 é descrição, e o 2, narração.

Lembra que eu disse que descrição é o tipo de texto em que se faz um


retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento,
um sentimento, uma sensação, um objeto, um movimento, etc.

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(normalmente com verbos no presente)? Então você também se lembra
que narração é o tipo de texto em que se conta um fato, fictício ou não,
que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos
personagens (normalmente com verbos no passado)? Ótimo! Então você
já sabe a resposta e pode dar um joinha para este material!!!! J

GABARITO: E.

CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE SEGURANÇA JR. – 2014

Não é meu

(...)
Quando Trotsky caiu em desgraça na União Soviética, sua imagem foi
literalmente apagada de fotografias dos líderes da revolução, dando início
a uma transformação também revolucionária do conceito de fotografia:
além de tirar o retrato de alguém, tornou-se possível tirar alguém do
retrato.
A técnica usada para eliminar o Trotsky das fotos foi quase tão
grosseira — comparada com o que se faz hoje — quanto a técnica usada
para eliminar o Trotsky em pessoa (um picaretaço, a mando do Stalin).
Hoje não só se apagam como se acrescentam pessoas ou se alteram
suas feições, sua idade e sua quantidade de cabelo e de roupa, em
qualquer imagem gravada.
A frase “prova fotográfica” foi desmoralizada para sempre, agora que
você pode provar qualquer coisa fotograficamente.
Existe até uma técnica para retocar a imagem em movimento, e
atrizes preocupadas com suas rugas ou manchas não precisam mais
carregar na maquiagem convencional — sua maquiagem é feita
eletronicamente, no ar.
Nossas atrizes rejuvenescem a olhos vistos a cada nova novela (...).
O fotoxópi é um revisor da Natureza. Lembro quando não existia fotoxópi
e recorriam à pistola, um borrifador à pressão de tinta, para retocar as
03265357481

imagens.
Se a prova fotográfica não vale mais nada nestes novos tempos
inconfiáveis, a assinatura muito menos.
Textos assinados pela Martha Medeiros, pelo Jabor, por mim e por
outros, e até pelo Jorge Luís Borges, que nenhum de nós escreveu — a
não ser que o Borges esteja mandando matérias da sua biblioteca sideral
sem que a gente saiba —, rolam na internet, e não se pode fazer nada a
respeito a não ser negar a autoria — ou aceitar os elogios, se for o caso.
Agora mesmo está circulando um texto atacando o “Big Brother
Brasil”, com a minha assinatura, que não é meu. Isso tem se repetido
tanto que já começo a me olhar no espelho todas as manhãs com alguma
desconfiança. Esse cara sou eu mesmo? E se eu estiver fazendo a barba e
escovando os dentes de um impostor, de um eu apócrifo? E — meu Deus
— se esta crônica não for minha e sim dele?!

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VERISSIMO, L. F. Não é meu. Disponível em: <http://o g l o b o . g l o b


o . c o m / p a i s / n o b l a t / p o s t s / 2 0 11 / 0 1 / 3 0 /nao-meu-
359850.asp>. Acesso em: 1 set. 2012. Adaptado.

69- A reflexão acerca da alteração de imagens cumpre, no texto, a


seguinte função:

(A) reitera os riscos da alta circulação de informações, o que exemplifica


uma argumentação.
(B) relativiza a confiança dos leitores em textos da internet, o que
configura uma contra-argumentação.
(C) estabelece uma comparação com as assinaturas falsas em textos, o
que constitui tema da crônica.
(D) liga alguns assuntos afastados no tempo e no espaço, o que nega a
subjetividade do escritor.
(E) enfatiza a necessidade de fidelidade a fontes e fatos, o que demonstra
preocupação com a objetividade.

O texto do Veríssimo começa abordando maneiras de alterar a imagem de


pessoas, tornando-as falsas. Isso serve de pano de fundo para o que o
autor quer realmente mostrar: a arte da falsificação é tão grande que
afeta os textos dos grandes autores, como ele próprio. Logo, pode-se
afirmar que a reflexão acerca da alteração de imagens cumpre, no texto,
a função de estabelecer uma comparação com as assinaturas falsas em
textos, o que constitui tema da crônica.

GABARITO: C.

70- A ideia central da passagem “A frase ‘prova fotográfica’ foi


desmoralizada para sempre” é confirmada, no texto, por:

(A) “tornou-se possível tirar alguém do retrato”


(B) “um picaretaço, a mando do Stalin”
(C) “não se pode fazer nada a respeito”
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(D) “Isso tem se repetido tanto”


(E) “Esse cara sou eu mesmo?”

Antigamente se provava a existência de alguém por meio da prova


fotográfica, mas, como se pode alterar tudo hoje em dia, a melhor
alternativa que abrange essa ideia é a da letra A: “tornou-se possível tirar
alguém do retrato”.

Eu ficaria entre a letra A e E, mas a letra A é mais incisiva, conforme a


ideia central da passagem contida no enunciado da questão.

GABARITO: A.

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CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JR. – 2014

Árvores de araque

— Você está vendo alguma coisa esquisita nessa paisagem? —


perguntou o meu amigo Fred Meyer. Olhei em torno. Estávamos no
jardim da residência da Embaixada do Brasil no Marrocos, onde ele vive
— é o nosso embaixador no país —, cercados de tamareiras, palmeiras e
outras árvores de diferentes tipos. Um casal de pavões se pavoneava pelo
gramado, uma dezena de galinhas d’angola ciscava no chão, passarinhos
iam e vinham. No terraço da casa ao lado, onde funciona a Embaixada da
Rússia, havia um mar de parabólicas, que devem captar até os suspiros
das autoridades locais. Lá longe, na distância, mais tamareiras e
palmeiras espetadas contra um céu azul de doer. Tudo me parecia
normal.
— Olha aquela palmeira alta lá na frente. Olhei. Era alta mesmo, a
maior de todas. Tinha um ninho de cegonhas no alto.
— Não é palmeira. É uma torre de celular disfarçada.
Fiquei besta. Depois de conhecer sua real identidade, não havia
mais como confundi-la com as demais; mas enquanto eu não soube o que
era, não me chamara a atenção. Passei os vinte dias seguintes me
divertindo em buscar antenas disfarçadas na paisagem. Fiz dezenas de
fotos delas, e postei no Facebook, onde causaram sensação. A maioria
dos meus amigos nunca tinha visto isso; outros já conheciam de longa
data, e mencionaram até espécimes plantados no Brasil. Alguns, como
Luísa Cortesão, velha amiga portuguesa que acompanho desde os tempos
do Fotolog, têm posição radicalmente formada a seu respeito: odeiam.
Parece que Portugal está cheio de falsas coníferas. [...]
A moda das antenas disfarçadas em palmeiras começou em 1996,
quando a primeira da espécie foi plantada em Cape Town, na África do
Sul; mas a invenção é, como não podia deixar de ser, Made in USA. Lá,
uma empresa sediada em Tucson, Arizona, chamada Larson Camouflage,
projetou e desenvolveu a primeiríssima antena metida a árvore do mun-
03265357481

do, um pinheiro que foi ao ar em 1992. A Larson já tinha experiência, se


não no conceito, pelo menos no ramo: começou criando paisagens
artificiais e camuflagens para áreas e equipamentos de serviço.
Hoje existem inúmeras empresas especializadas em disfarçar
antenas de telecomunicações pelo mundo afora, e uma quantidade de
disfarces diferentes. É um negócio próspero num mundo que quer, ao
mesmo tempo, boa conexão e paisagem bonita, duas propostas mais ou
menos incompatíveis. Os custos são elevados: um disfarce de palmeira
para torre de telecomunicações pode sair por até US$ 150 mil, mas há
fantasias para todos os bolsos, de silos e caixas d’água à la Velho Oeste a
campanários, mastros, cruzes, cactos, esculturas.
A Verizon se deu ao trabalho de construir uma casa cenográfica
inteira numa zona residencial histórica em Arlington, Virgínia, para não
ferir a paisagem com caixas de switches e cabos. A antena ficou plantada

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no quintal, pintada de verde na base e de azul no alto; mas no terreno
em frente há um jardim sempre conservado no maior capricho e, volta e
meia, entregadores desavisados deixam jornais e revistas na porta. A
brincadeira custou cerca de US$ 1,5 milhão. A vizinhança, de início
revoltada com a ideia de ter uma antena enfeiando a área, já se
acostumou com a falsa residência, e até elogia a operadora pela boa
manutenção do jardim.

RONAI, C. O Globo, Economia, p. 33, 22 mar. 2014. Adaptado.


Vocabulário: de araque - expressão idiomática que significa “falso”.

71- As “árvores de araque” são construídas e se constituem num sucesso,


pois

(A) ficam completamente invisíveis na paisagem.


(B) tornaram-se moda, a partir de 1996, na África do Sul.
(C) foram criadas nos Estados Unidos e funcionam bem.
(D) podem fazer parte de uma casa cenográfica com efeito bom.
(E) permitem aliar, ao mesmo tempo, boa conexão e paisagem bonita.

Nenhuma afirmação dentre as opções encontra respaldo no texto, exceto


a da letra E, que certamente é a única alternativa possível; veja por quê:
“É um negócio próspero num mundo que quer, ao mesmo tempo, boa
conexão e paisagem bonita, duas propostas mais ou menos
incompatíveis”.

GABARITO: E.

CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO CONSELHO FEDERAL DE


NUTRICIONISTA (CFN) – 2011

TEXTO:
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Quando confrontados pelos aspectos mais obscuros ou espinhosos da


existência, os antigos gregos costumavam consultar os deuses (naquela
época, não havia psicanalistas). Para isso, existiam os oráculos – locais
sagrados onde os seres imortais se manifestavam, devidamente
encarnados em suas sacerdotisas. Certa vez, talvez por brincadeira, um
ateniense perguntou ao conceituado oráculo de Delfos se haveria na
Grécia alguém mais sábio que o esquisitão Sócrates. A resposta foi
sumária: “Não”.

O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos de Sócrates, causando-lhe


uma profunda sensação de estranheza. Afinal de contas, ele jamais havia
se considerado um grande sábio. Pelo contrário: considerava-se tão
ignorante quanto o resto da humanidade. Após muito meditar sobre as
palavras do oráculo, Sócrates chegou à conclusão de que mudaria sua

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vida (e a história do pensamento). Se ele era o homem mais sábio da
Grécia, então o verdadeiro sábio é aquele que tem consciência da própria
ignorância. Para colocar à prova sua descoberta, ele foi ter com um dos
figurões intelectuais da época. Após algumas horas de conversa, percebeu
que a autoproclamada sabedoria do sujeito era uma casca vazia. E
concluiu: “Mais sábio que esse homem eu sou. É provável que nenhum de
nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe,
enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um
tantinho mais sábio que ele exatamente por não supor saber o que não
sei”. A partir daí, Sócrates começou uma cruzada pessoal contra a falsa
sabedoria humana – e não havia melhor palco para essa empreitada que
a vaidosíssima Atenas. Em suas próprias palavras, ele se tornou um
“vagabundo loquaz” – uma usina ambulante de insolência iluminadora,
movida pelo célebre bordão que Sócrates legou à posteridade: “Só sei
que nada sei”.

Para sua tarefa audaz, Sócrates empregou o método aprendido com os


professores sofistas. Mas havia grandes diferenças entre a dialética de
Sócrates e a de seus antigos mestres. Em primeiro lugar, Sócrates não
cobrava dinheiro por suas “lições” – aceitava conversar com qualquer
pessoa, desde escravos até políticos poderosos, sem ganhar um tostão.
Além disso, os diálogos de Sócrates não serviam para defender essa ou
aquela posição ideológica, mas para questionar a tudo e a todos sem
distinção. Ele geralmente começava seus debates com perguntas diretas
sobre temas elementares: “O que é o Amor?” “O que é a Virtude?” “O que
é a Mentira?” Em seguida, destrinchava as respostas que lhe eram dadas,
questionando o significado de cada palavra. E continuava fazendo
perguntas em cima de perguntas, até levar os exaustos interlocutores a
conclusões opostas às que haviam dado inicialmente – e tudo isso num
tom perfeitamente amigável. Assim, o pensador demonstrava uma
verdade que até hoje continua universal: na maior parte do tempo, a
grande maioria das pessoas (especialmente as que se consideram mais
sabichonas) não sabe do que está falando.
(José Francisco Botelho. Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010 / com
adaptações)
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72- Analise as afirmativas a seguir:


I. As conclusões que impulsionaram a cruzada pessoal de Sócrates contra
a falsa sabedoria humana foram motivadas por um elogio divino.
II. Ao saber que o conceituado oráculo de Delfos o havia considerado o
maior sábio da Grécia, Sócrates prontamente chegou à conclusão de que
transformaria sua vida.
III. Os antigos mestres de Sócrates cobravam por suas “lições”.
IV. Sócrates concluiu que era mais sábio do que um dos figurões
intelectuais da época, pois, após conversar com ele, percebeu que este
era incapaz de reconhecer a própria ignorância.

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Explícita ou implicitamente estão presentes no texto somente as ideias
registradas nas afirmativas:

A) I, II, IV
B) I, III, IV
C) II, III, IV
D) II, IV
E) I, II, III, IV

As afirmativas I, III e IV podem ser verificadas no texto. Veja que o


enunciado pede que você vá ao texto e confirme essas passagens. No
entanto, a afirmativa II é equivocada, uma vez que considera que
Sócrates tenha PRONTAMENTE chegado à conclusão de que mudaria sua
vida após ouvir o conceituado oráculo. Contudo não foi sem embaraço,
sem hesitação que chegou a tal conclusão. Ao ouvir o elogio, Sócrates
teve uma sensação de estranheza, pois não se considerava sábio, mas
sim ignorante. Sua conclusão foi fruto de reflexão e investigação.

GABARITO: B.

CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL


DE ÁGUA E ESGOTO DE PORTO ALEGRE (DMAE) – 2011

O que é ser verde?

Nossa civilização atingiu o apogeu. As descobertas científicas e novas


tecnologias nos permitem ter e fazer coisas impensáveis há três ou quatro
gerações. Nas últimas três décadas, a Ciência avançou mais que em toda
a História anterior. Além dos novos produtos, também temos a chance de
retardar o envelhecimento e ganhar mais qualidade de vida. No entanto,
tudo isso tem um custo que se reflete no meio ambiente.

Ao mesmo tempo em que conseguimos superar a maioria das dificuldades


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que ameaçava nossos ancestrais, promovemos com esse esforço uma das
maiores crises ambientais do planeta. Nosso estilo de vida fez a Terra
adoecer e evidenciou os problemas de relacionamento que sempre
marcaram a espécie humana.

Simples ações individuais, como dirigir um carro, somadas a outros


pequenos atos pessoais, acabam se tornando uma grande “bola de neve”,
incontrolável e extremamente poluída. Afinal, são seis bilhões de pessoas
no planeta. Se cada um de nós jogar um único saquinho plástico em rios,
mares, campos ou florestas, estaremos causando um problema terrível ao
ecossistema. O que dizer, então, do lixo produzido todos os dias? Do
nosso consumo inconsequente de eletricidade ou das emissões dos
veículos? É preciso, mais do que nunca, ser verde.

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Mas o que é, exatamente, tal conceito? À medida que a consciência das
pessoas se amplia com relação aos problemas ambientais provocados
pela sociedade, muitas empresas lançam o slogan: “Somos verdes”. No
entanto, é mais fácil dizer que se é verde do que realmente sê-lo.

Alguns se agarram na tese de que é preciso desenvolver tecnologias


limpas, mas se esquecem de que o drama da desigualdade humana é um
dos precursores dos problemas ecológicos atuais.

Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos atos
individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar que
apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se
comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente
e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de
abrir mão de nosso estilo de vida.

O conceito está diretamente ligado à reciclagem e ao não-desperdício. Ser


verde é adotar as tecnologias disponíveis para economizar água e
eletricidade – uso de lâmpadas frias ou de painéis solares – ou que
reduzam as emissões de CO2 dos veículos – tecnologia flex ou o uso de
kits de gás natural veicular (GNV).

Ser verde é consumir com consciência. Aqui, vale uma ressalva: isso não
significa consumir menos, mas refletir sobre a real necessidade de se
adquirir um bem e, depois, só comprá-lo de empresas que atuam com
responsabilidade social e ecológica, mesmo que tais produtos sejam um
pouco mais caros.

Ser verde vai além do consumo. O adepto também deve levar o debate
sobre a questão ambiental a todos os círculos dos quais participa. Além
disso, é fundamental que escolha seus representantes no Congresso com
base no compromisso deles com a preservação da natureza, ou seja,
exercendo sua cidadania ambiental.

(Cláudio Blanc – Revista Aquecimento Global – Coleção Especial – Editora On Line, Ano
03265357481

1. nº.2)

73- Segundo o texto “ser verde” constitui uma ação que parte do
A) trato para o concreto.
B) manual para o tecnológico.
C) particular para o coletivo.
D) conceitual para o teórico.
E) coletivo para o particular.

Ser verde, segundo o texto, é uma ação que parte do particular para o
coletivo. Se cada um (particular) jogar um lixo sequer no meio ambiente,
o coletivo será prejudicado. Isso está explícito no texto desde o segundo
parágrafo onde se afirma que o estilo pessoal interfere na relação entre

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os seres humanos. A partir daí, o texto mostra, com frequência, que as
pequenas ações individuais tornam-se “bolas de neve”, ou seja, passam a
ser enormes as consequências, já que “somos seis bilhões de pessoas no
planeta.” Veja, caro aluno, que as respostas estão no texto. E, nessa
questão, os tópicos frasais nos levaram ao gabarito.

GABARITO: C.

74- Segundo o texto


A) a humanidade atingiu o ponto máximo de desenvolvimento que não
permite mais nenhuma evolução sem que o meio ambiente não seja
afetado.
B) a preocupação em ser politicamente correto em relação à natureza é
assunto prioritário das autoridades e depois do cidadão comum.
C) o conceito de ser verde está nas ações conscientes de cada cidadão em
seu dia a dia sem esperar que o outro se comprometa em agir da mesma
forma.
D) o conceito de ser verde vai além das ações individuais, mas somente a
ação governamental pode resultar em mudanças eficazes no meio
ambiente.
E) a atitude individual é o primeiro passo para que a espécie humana
possa voltar a ter uma vida harmoniosa na Terra, mas requer
responsabilidade social.

O enunciado deixa claro que você tem de recorrer ao texto para


responder. E, neste, está explícito que ser verde de fato é mais difícil do
que se dizer verde. Para ser verde, o cidadão tem de ter a consciência de
que suas ações individuais afetam o coletivo (Já vimos isso!!!!).O
parágrafo “Ser verde é mais que isso. É ter consciência de que nossos
atos individuais causam um impacto negativo na natureza. É não esperar
que apenas o outro – empresas e governo – apresentem soluções ou se
comprometam. É assumir pessoalmente o cuidado com o meio ambiente
e adotar medidas que revertam o atual quadro sem a necessidade de
abrir mão de nosso estilo de vida.” comprova o que falamos aqui e
03265357481

confirma o gabarito: letra C. Viu? não fizemos mágica, tiramos do texto


!!!!!

GABARITO: C.

CONSULPLAN – ADMINISTRADOR DO MUNICÍPIO DE


LONDRINA/PR – 2011

Os cabeças-sujas e seu mundinho

A pessoa que joga lixo na rua, na calçada ou na praia se revela portadora


de uma disfunção mental e social que a inabilita para o sucesso no atual
estágio da civilização.

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Que tipo de gente joga lixo na rua, pela janela do carro ou deixa a praia
emporcalhada quando sai? Uma das respostas corretas é: um tipo que
está se tornando mais raro. Sim. A atual geração de adultos foi criança
em um tempo em que jogar papel de bala ou a caixa vazia de biscoitos
pela janela do carro quase nunca provocava uma bronca paterna. Foi
adolescente quando amassar o maço vazio de cigarros e chutá-lo para
longe não despertava na audiência nenhuma reação especial, além de um
“vai ser perna de pau assim na China”. Chegou à idade adulta dando
como certo que aquelas pessoas de macacão com a sigla do Serviço de
Limpeza Urbana estampada nas costas precisam trabalhar e, por isso,
vamos contribuir sujando as ruas. Bem, isso mudou. O zeitgeist, o
espírito do nosso tempo, pode não impedir, mas, pelo menos, não impele
mais ninguém com algum grau de conexão com o atual estágio
civilizatório da humanidade a se livrar de detritos em lugares públicos
sem que isso tenha um peso, uma consequência. É feio. É um ato que
contraria a ideia tão prevalente da sustentabilidade do planeta e da
preciosidade que são os mananciais de água limpa, as porções de terra
não contaminadas e as golfadas de ar puro.

E, no entanto, as pessoas ainda sujam, e muito as cidades impunemente.

Só no mês de janeiro, 3000 toneladas de lixo foram recolhidas das praias


cariocas – guimbas de cigarro, palitos de picolé, cocô de cachorro e restos
de alimento. Empilhadas, essas evidências de vida pouco inteligente
lotariam cinco piscinas olímpicas. Resume o historiador Marco Antônio
Villa: “Ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos, o brasileiro só
vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre nenhum senso
de dever sobre os espaços que compartilha com os outros – um claro
sinal de atraso”.

O flagrante descaso com o bem público tem suas raízes fincadas na


história, desde os tempos do Brasil colônia. No período escravocrata, a
aristocracia saía a passear sempre com as mãos livres, escoltada por
03265357481

serviçais que não só carregavam seus pertences como limpavam a sujeira


que ia atirando às calçadas. Não raro, o rei Dom João VI fazia suas
necessidades no meio da rua, hábito também cultivado pelo filho, Pedro I,
e ainda hoje presente. Foi com a instauração da República que o Estado
assumiu, de forma sistemática, o protagonismo no recolhimento do lixo,
mas isso não significou, nem de longe, nenhuma mudança de
mentalidade por parte dos brasileiros. Cuidar da sujeira continuou a ser
algo visto como aquilo que cabe a terceiros – jamais a si mesmo.

Existe uma relação direta entre o nível de educação de um povo e a


maneira como ele lida com o seu lixo. Não por acaso, o brasileiro está em
situação pior que o cidadão do Primeiro Mundo quando se mede a
montanha de lixo nas ruas deixada por cada um deles.

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Desde a Antiguidade, as grandes cidades do mundo, que já foram
insalubres um dia, só conseguiram deixar essa condição à custa de um
intenso processo de urbanização, aliado à mobilização dos cidadãos e a
severas punições em forma de multa. “A concepção do bem público como
algo valoroso nunca é espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho
por parte do Estado e das famílias”, diz o filósofo Roberto Romano.
(Veja 09/03/2011, pág. 72 / com adaptações)

75- Com relação às ideias expressas no texto, assinale a afirmativa


correta:
A) De acordo com o texto, as pessoas têm cuidado com o lixo produzido.
B) As pessoas cuidam das praias, evitam deixá-las sujas.
C) O brasileiro não se preocupa com o espaço público, o que é sinal de
atraso.
D) Nos tempos do Brasil colônia, as pessoas eram mais comprometidas
com a limpeza pública.
E) Faz parte da educação dos brasileiros o cuidado com a seleção do lixo.

Segundo o texto, o brasileiro não se preocupa com o espaço público. Essa


falta de preocupação revela um atraso dessa sociedade. Isso está
explícito no terceiro parágrafo quando o autor cita a fala do historiador
Marco Antônio Villa: “Ao contrário de cidadãos dos países desenvolvidos,
o brasileiro só vê como responsabilidade sua a própria casa e não nutre
nenhum senso de dever sobre os espaços que compartilha com os outros
– um claro sinal de atraso”. Caro aluno, a resposta estava no texto, como
o enunciado sugeriu! Moleza.

GABARITO: C.

76- De acordo com o texto, é correto afirmar que:


A) Infere-se do texto que desde Dom João VI, o Estado assumiu a
responsabilidade com a limpeza pública.
B) Considerar o bem público como algo de valor não é espontâneo,
depende do empenho do estado e das famílias.
C) O brasileiro está na mesma situação que os países desenvolvidos
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quanto ao lixo deixado nas ruas.


D) Cuidar do lixo, para o brasileiro, é responsabilidade de cada indivíduo.
E) Depreende-se do texto que só a atual geração de adultos foi educada
para não sujar os espaços públicos.

A questão completa a ideia da questão anterior. Para que o brasileiro


passe a se preocupar com o espaço e bem públicos, o estado e a família
precisam se empenhar, não será uma atitude voluntária de um cidadão
que não foi ensinado a isso. Pode-se confirmar o que foi falado no último
parágrafo, no momento em que o autor cita a fala do filósofo Roberto
Romano: “A concepção do bem público como algo valoroso nunca é
espontânea, mas, sim, fruto de um forte empenho por parte do Estado e

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das famílias”. Essa CONSUPLAN é uma mãe (permita-me a
conotação?)!!!!! Volte ao texto, aluno, as respostas estão lá. Sempre!

GABARITO: B.

CONSULPLAN – ADVOGADO DO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO


DO DESCOBERTO/GO – 2011

Arca de histórias

Como os livros mudaram a vida de uma comunidade ribeirinha do interior


do Pará. (Paula Nadal, de Acará, PA)

Na Comunidade Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, a 25 quilômetros de


Belém, a energia elétrica só foi instalada em outubro de 2006,
transformando a vida das 42 famílias que moram lá. Dez meses depois,
uma nova revolução marcou a história do vilarejo: a chegada de 280
livros enviados pelo Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O acervo inclui literatura
infantil, juvenil e clássica, além de obras técnicas e didáticas. Antes disso,
encontrar um material de leitura era coisa rara, assim como ler histórias.
Hoje isso mudou.

Quem cuida desse acervo é uma voluntária, dona Carmen Nogueira de


Sousa, ex-professora da única escola local e escolhida pela comunidade
para gerenciar os empréstimos e conservar as obras. Na verdade, os
livros ficam guardados na sala da casa dela, dividindo espaço com uma
televisão e algumas cadeiras. As portas estão sempre abertas e a busca
por leituras é constante.

Na tarde em que lá estive, enquanto passava ao vivo na TV um jogo da


Copa do Mundo de Futebol, algumas crianças entraram e nem deram bola
para a partida. Elas queriam é saber se O Amigo da Bruxinha, de Eva
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Furnari, ou alguma história de Ziraldo estavam disponíveis. Dona Carmen


conta que esses títulos são os campeões de procura, já que as crianças
são as principais leitoras. Até mesmo as ainda não alfabetizadas pegam
livros. “Elas chegam a competir para saber quem lê mais e até trocam
indicações literárias”, conta Carmen, que foi responsável por alfabetizar
no passado muitos dos leitores de todas as idades que hoje procuram a
sua casa.
(Nova Escola. Novembro 2010 – nº. 237 / fragmento)

77- Em todo processo de comunicação, a linguagem é expressa de acordo


com a função que se deseja enfatizar. A respeito do texto “Arca de
histórias”, é correto afirmar que, predominantemente:

A) A intenção é transmitir informações sobre o assunto tratado.

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B) O objetivo é persuadir, convencer o leitor sobre o ponto de vista do
autor, claramente explicitado no texto.
C) O texto visa a uma interação verbal entre autor e leitor, através de
uma abordagem bastante coloquial.
D) A intenção é enfatizar a seleção e a disposição de palavras no texto.
E) O texto comunica sentimentos e emoções centrados na expressão do
“eu”.

Uma das dicas de leitura do texto foi avaliar seu tipo,perceber seus
objetivos. O texto em questão é informativo, assim, sua principal
intenção é informar ao leitor as mudanças ocorridas na comunidade
Quilombola Jacaré-Quara, em Acará, com a chegada do programa de
Bibliotecas Rurais Arca das Letras. Isso já fica claro na abertura do texto:
“Como os livros mudaram a vida de uma comunidade ribeirinha do
interior do Pará”.

GABARITO: A.

TEXTO

É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há


aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que
nunca mais são esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como
se fossem d’agora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e
quase sem som – que mal se deram, a memória os atira nos abismos do
esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. Surgem
às vezes, na lembrança, como se fossem uma incongruência. Só
aparentemente sem razão, porque não há associação de ideias que seja
ilógica. O que assim parece, em verdade, liga-se e harmoniza-se no
subconsciente pelas raízes subterrâneas – raízes lógicas! – de que
emergem os pequenos caules isolados – aparentemente ilógicos! só
aparentemente! – às vezes chegados à memória vindos do esquecimento,
que é outra função ativa dessa mesma memória. (Pedro Nava, Baú de
Ossos) 03265357481

78- Depreende-se da argumentação do texto a respeito dos fatos da


infância que:
A) É importante que haja uma memória cronológica dos mesmos.
B) Não é possível estabelecer uma ordem cronológica porque em sua
maioria são lembranças ruins.
C) Os fatos da infância são, em sua maioria, esquecidos.
D) Há lembranças apenas dos fatos mais recentes, menos traumáticos.
E) A memória não estabelece uma sequência dos fatos na ordem em que
aconteceram, ela segue uma ordem que está ligada à afetividade diante
deles.

O texto começa com a afirmação de que “É impossível colocar em série


exata os fatos da infância“, depois se entende, pelo texto, que essa

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memória está ligada à afetividade diante desses fatos. Assim, a letra E é
a correta. Uma parte dessa questão, matamos pelo que está explícito no
texto; outra depreendemos de tudo quanto é abordado para confirmar a
ideia inicial.

GABARITO: E.

CONSULPLAN- ADMINISTRADOR DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO


DE PORTO VELHO/RO- 2012

Pai patrão

Quando a democracia surgiu na Grécia, por volta de 500 a.C., os


atenienses fizeram questão de traçar uma linha nítida entre as esferas
públicas e privadas. O poder do estado terminava onde começava a
privacidade do lar. No âmbito doméstico, reinava a vontade do patriarca
que tinha o poder de determinar os direitos e deveres de seus filhos,
mulher e escravos. Para os gregos não havia atividade mais apaixonante
e gloriosa do que participar da condução da polis. A política era a maneira
civilizada de decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da
persuasão. O cidadão revelava sua grandeza de espírito e sua importância
para a comunidade no debate de ideias, na defesa de proposições e nas
vitórias no âmbito público. Um homem que levasse uma vida
exclusivamente privada não passava de um insignificante animal
doméstico, incapaz de participar da elaboração das decisões políticas que
afetavam os destinos da nação.

Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com


a interferência do Estado na privacidade do cidadão. A sociedade moderna
sequestrou a intimidade do indivíduo. É inimaginável uma atividade
pública ou privada que não seja regulamentada por lei, por estatuto ou
por norma. Se o governo não cria regras, a universidade as inventa ou o
grêmio esportivo as impõe. A maioria das organizações privadas atua
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como uma grande estatal, que determina como seus membros devem
agir, pensar e se comportar. O estado moderno erradicou a fronteira
entre o público e o privado. Os assuntos públicos são tratados como
questões privadas, e a privacidade passou a ser encarada como algo de
interesse público.
(D’ávila, Luiz Felipe. In: República)

79- Todas as afirmativas estão corretas sobre os objetivos do primeiro


parágrafo do texto, EXCETO:
A) Recuperar informações sobre a natureza histórica do assunto tratado.
B) Informar o leitor sobre os aspectos relevantes para o desenvolvimento
textual.
C) Apresentar conjunto de dados indispensáveis para o acompanhamento
da discussão.

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D) Elaborar um raciocínio analítico pertinente.
E) Relacionar fatos relacionados à compreensão do assunto.

O raciocínio analítico é a capacidade de raciocinar rapidamente através da


percepção. Tal raciocínio é muito utilizado pelas empresas no processo de
seleção. O pensamento analítico tem o objetivo de explicar as coisas
através da decomposição em partes mais simples, que são mais
facilmente explicadas ou solucionadas, e uma vez entendidas tornam
possível o entendimento do todo. O comportamento do todo é assim
explicado pelo comportamento das partes. No primeiro parágrafo, isso
não ocorre; há, na verdade, uma recuperação de fatos históricos que
informam o leitor sobre os aspectos relevantes para o desenvolvimento
textual. Tais fatos tornaram-se indispensáveis para o desenrolar da
discussão. Sendo assim, todas as sentenças estão corretas,exceto a D,
como propõe o enunciado.

GABARITO: D.

80- Analise as afirmativas.


I. A interferência do estado na vida do cidadão nos remonta a tempos
antigos.
II. Em relação ao controle sobre a vida do cidadão, o papel do estado
permanece inalterado.
III. A autonomia do cidadão em relação ao Estado é uma característica da
sociedade grega.
IV. Na sociedade moderna a fronteira entre o público e o privado não é
respeitada.
Em relação ao texto, as afirmativas pertinentes são

A) I, II
B) I, III
C) I, II, III
D) I, IV
E) III, IV 03265357481

As afirmativas I e II não são pertinentes, ou seja, não estão corretas. Na


I, afirma-se que a interferência do Estado nos leva a tempos antigos. No
entanto,o autor afirma que hoje o Estado interfere muito mais na vida do
cidadão, antes, o cidadão é que comandava o Estado. Vamos ver isso no
texto? “O poder do estado terminava onde começava a privacidade do
lar”; “Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria
horrorizado com a interferência do Estado na privacidade do cidadão.”;
“Para os gregos não havia atividade mais apaixonante e gloriosa do que
participar da condução da polis. A política era a maneira civilizada de
decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da persuasão.” Tais
passagens do texto também revelam que a afirmativa II está incorreta,
uma vez que hoje o Estado tem mais poder na vida das pessoas, o que
deixaria Aristóteles horrorizado !!!!! Na afirmativa III, revela-se o porquê

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de Aristóteles ficar boquiaberto com nossa falta de autonomia, uma vez
que a sociedade grega era muito mais autônoma do que as sociedades
atuais. A IV também é verdadeira e pode ser comprovada pelo seguinte
trecho: “O estado moderno erradicou a fronteira entre o público e o
privado. Os assuntos públicos são tratados como questões privadas, e a
privacidade passou a ser encarada como algo de interesse público.”
Reitero: não há mágica, tudo está no texto !!!!! Qual é seu trabalho no
dia da prova? Voltar a ele para buscar as respostas.

GABARITO: E.

81- De acordo com o texto, assinale a alternativa que constitui


característica da sociedade moderna.
A) A erradicação do poder do Estado
B) A extinção dos limites entre o público e o privado.
C) O interesse do cidadão nos assuntos políticos.
D) A iniciativa privada é isenta em relação às regras.
E) A sociedade é patriarcal.

Vamos começar pelas opções que não podem ser marcadas! Na letra A,
fala-se de erradicar o poder do Estado,ou seja, arrancar esse poder pela
raiz. Lógico que não é próprio da sociedade moderna em que o Estado
tem um poder na vida das pessoas bem maior que na antiguidade: ““Se
Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com a
interferência do Estado na privacidade do cidadão.” Na letra C, fala-se do
interesse do cidadão nos assuntos políticos. Isso está no texto, mas
referente ao cidadão do passado; não ao de hoje: “Para os gregos não
havia atividade mais apaixonante e gloriosa do que participar da
condução da polis. A política era a maneira civilizada de decidir os
destinos da nação por meio do diálogo e da persuasão.” O trecho “É
inimaginável uma atividade pública ou privada que não seja
regulamentada por lei, por estatuto ou por norma. Se o governo não cria
regras, a universidade as inventa ou o grêmio esportivo as impõe. A
maioria das organizações privadas atua como uma grande estatal, que
03265357481

determina como seus membros devem agir, pensar e se comportar.”


desmente a alternativa D, a qual prega que a iniciativa privada se isenta
de imposição de leis, isto é,não emprega leis. Na alternativa E,fala-se de
sociedade patriarcal. No texto,o autor define a sociedade antiga como
patriarcal,e não a sociedade moderna: “No âmbito doméstico, reinava a
vontade do patriarca que tinha o poder de determinar os direitos e
deveres de seus filhos, mulher e escravos.” A única alternativa
correta,portanto,é a letra B que se refere à ” extinção dos limites entre o
público e o privado.” , o que pode ser comprovado pela passagem: “O
estado moderno erradicou a fronteira entre o público e o privado. Os
assuntos públicos são tratados como questões privadas, e a privacidade
passou a ser encarada como algo de interesse público.” Caro aluno, mais
uma vez, a CONSULPLAN impõe ao candidato uma busca no texto, não

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alude a viagens na interpretação, mas exige o que está EXPLÍCITO no
texto. Ufa!

GABARITO: B.

CONSULPLAN- MÉDICO CIRURGIÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE


NOVA IGUAÇU - 2012

O mundo não é um bufê de festinha infantil

Nesta altura do campeonato já dá para dizer que todos concordam com a


importância de deixar um planeta melhor para os nossos filhos. E que,
exatamente por isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos
nossos tempos. O fato de termos atingido esse consenso, porém, não é
motivo para a humanidade bater no peito e acreditar que deu um passo à
frente. Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos
lotada às vésperas do Dia das Crianças ou a uma festinha de aniversário
em bufê infantil, desses que têm floresta com tirolesa, campo de futebol e
montanha-russa interna, e você descobrirá que os pais estão dispostos a
dar muito mais para suas crias atualmente.

O problema de deixar um mundo melhor para os seus filhos é que, como


tantos milionários descobrem ao entregar o patrimônio de presente aos
herdeiros, isso não garante que também eles serão capazes de repassar a
fortuna para a geração seguinte. E, do jeito que andam as coisas, com
esta geração de crianças que se entopem de brigadeiro nas festinhas,
sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera até o momento do
Parabéns a Você, é difícil de acreditar que o plano dê certo. Quanto mais
vou a aniversários, menos confiante eu fico na possibilidade de meus
netos receberem dos pais deles um planeta razoável.

O que me leva a acreditar que está na hora de inverter um pouco o


consenso – a conclusão não é minha, aliás, já ouvi um monte de gente
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boa defendendo a mesma coisa. Papel e caneta na mão porque aqui vai a
nova receita: a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar por filhos
melhores. O que de certa forma até facilita as coisas: não se trata de
entregar tudo de bom no mundo para eles, mas apenas de fazer com que
eles entreguem ao mundo o melhor em tudo.

Isso não significa formar uma geração de monges altruístas. Pelo


contrário, eles têm incontáveis opções de caminhos para produzir coisas
boas. Mas precisam saber que algumas regras são imutáveis. As
principais: honestidade não tem meio-termo; somos livres para fazer
escolhas, mas não para decidir o preço a pagar por elas; você é o
principal responsável por suas conquistas e fracassos; os brigadeiros não
são infinitos e você está enganado se acha que tem mais direito a eles do
que seu coleguinha. Saber que o esforço é o único requisito mínimo

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ajuda. Agora junte tudo e você verá que alguém por aí claramente se
enganou ao formular a famosa ideia do mundo melhor para as
criancinhas. Deixar tudo pronto para elas desfrutarem é a maneira mais
segura de garantir o fracasso da missão. O verdadeiro objetivo, portanto,
não é entregar a chave de um mundo lindão de presente, mas a
responsabilidade de cuidar dele como herança.

Um grande abraço.

(Sérgio Gwercman, Diretor de Redação. Superinteressante.


Dezembro de 2011)

82- A expressão “nesta altura do campeonato” denota uma ideia de

A) lugar.
B) modo.
C) tempo.
D) oposição.
E) conclusão.

Em “Nesta altura do campeonato já dá para dizer que todos concordam


com a importância de deixar um planeta melhor para os nossos filhos.”, a
expressão “Nesta altura do campeonato” substitui, de maneira mais
informal, os famosos “Hoje em dia” ou “ Atualmente”, típicos de início de
redação de alunos (sem críticas nem ironias, apenas comentário!). Assim,
a expressão denota ideia de TEMPO, como exposto na letra C.

GABARITO: C.

83- Tendo em vista a importância e função dos elementos de coesão


textual, o termo destacado em “E que, exatamente por isso, a
sustentabilidade é uma questão importante dos nossos tempos.” refere-se

A) ao futuro das novas gerações. 03265357481

B) aos atos inconsequentes contra o meio ambiente.


C) à importância da sustentabilidade em nossos tempos.
D) à opinião em comum que todos possuem a respeito dos filhos.
E) ao fato de que é importante deixar um planeta melhor para as
próximas gerações.

Isso é um pronome demonstrativo que recupera a citação anterior,


portanto, é um elemento que apresenta um valor anafórico. Basta que
você, com muita disposição, volte ao texto e perceba que se refere “ao
fato de que é importante deixar um planeta melhor para as próximas
gerações”, presente na alternativa E. Já está escaldado a essa hora, né?!

GABARITO: E.

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84- Dentre os trechos destacados a seguir, está expressa ideia de
oposição em
A) “... atingido esse consenso, porém, não é motivo para a
humanidade...”
B) “Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos
lotada...”
C) “... isso não garante que também eles serão capazes de repassar a
fortuna...”
D) “... sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera...”
E) “Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico...”

PORÉM, na letra A, é uma conjunção adversativa; denota, assim,uma


ideia de oposição ao que foi afirmado anteriormente. Mais uma questão
para você notar o quanto é importante estudar os elementos de coesão
para “matar as questões” da CONSULPLAN. Nível Tele Tubbie!

GABARITO: A.

85- Por seus aspectos estruturais, o texto pode ser classificado como

A) narrativo.
B) injuntivo.
C) expositivo.
D) dissertativo.
E) informativo.

Em nosso material, estudamos tipologia textual. Verificamos o seguinte


comentário sobre texto dissertativo: “argumentativo — muito frequente
nas provas da CONSULPLAN — é um estilo de texto com posicionamentos
pessoais e exposição de ideias, apresentada de forma lógica, com
razoável grau de objetividade e total coerência a fim de defender um
ponto de vista e convencer o interlocutor.” No texto em questão, o autor
defende a ideia de que os pais se preocupam com o mundo que deixarão
para seus filhos, mas se esquecem de se preocupar com os filhos que
deixarão para o mundo: “a missão que cabe a você, todos os dias, é lutar
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por filhos melhores.” Para confirmar suas ideias, posiciona-se de forma


pessoal e relata algo, fruto de sua observação: “E, do jeito que andam as
coisas, com esta geração de crianças que se entopem de brigadeiro nas
festinhas, sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera até o
momento do Parabéns a Você, é difícil de acreditar que o plano dê certo.
Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico na possibilidade
de meus netos receberem dos pais deles um planeta razoável.” Dessa
forma, o escritor cria uma tese sobre tal assunto e defende seu ponto de
vista, logo, elabora um texto dissertativo. E, se o candidato for bem
espertinho, perceberá isso na questão posterior!!!! Cole da própria prova,
querido aluno atento!!!!

GABARITO: D.

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86- A partir de alguns argumentos o autor sustenta sua tese no texto


expressando seu ponto de vista. A tese defendida no texto pelo autor está
expressa em
A) As conquistas e fracassos da vida infantil.
B) A disposição dos pais em suprir toda a demanda dos filhos.
C) A sustentabilidade exercida apenas pelas próximas gerações.
D) Deixar um planeta melhor: a solução para a preservação do meio
ambiente.
E) A construção de valores morais e éticos: um caminho para o exercício
da sustentabilidade.

Quando o autor expõe que ““a missão que cabe a você, todos os dias, é
lutar por filhos melhores.”, alude aos valores morais e éticos que se
perdem nos dias de hoje. Ele fornece alguns exemplos desses valores
quando aborda algumas “ regras imutáveis”. Antes de sua ironia maior,
coloca algumas dessas regras: “As principais: honestidade não tem meio-
termo; somos livres para fazer escolhas, mas não para decidir o preço a
pagar pó relas; você é o principal responsável por suas conquistas e
fracassos...”. No começo do texto,ao se referir à sustentabilidade,
pensamos que ele falará de meio ambiente; depois entendemos que um
dos caminhos para o exercício da sustentabilidade é a construção de
valores que estruturem a sociedade e levem esta à evolução.

GABARITO: E.

87- A principal ideia defendida no texto pode ser ilustrada com o seguinte
provérbio popular

A) “Filho de peixe, peixinho é.”


B) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.”
C) “Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és”.
D) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”
E) “É melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe.”
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Acabamos de ver que a principal ideia defendida no texto é “A construção


de valores morais e éticos”. Para falar disso, o autor relata a educação
que os pais modernos dão a seus filhos e vaticina que os progenitores
pensam no mundo que deixarão aos filhos, mas não pensam nos filhos
que deixarão ao mundo. Assim, faz uma crítica aos valores que o homem
tem passado a seus filhos, à educação que tem transmitido. No último
parágrafo, o autor “ensina” aos pais que os filhos devem aprender a
conquistar e ser responsáveis por seus atos, logo os pais devem ensinar a
pescar, em vez de atender a todos os caprichos deles. “É melhor ensinar
a pescar do que entregar o peixe” é o provérbio que ilustra bem a ideia
defendida no texto!

GABARITO: E.

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TEXTO

Você não quer contar esta história para seus filhos, quer?

88- Relativo à imagem, o questionamento da propaganda faz referência


à(ao)
A) poluição do meio ambiente.
B) personagem “Chapeuzinho Vermelho”.
C) slogan do Greenpeace que é registrado no canto direito.
D) paisagem repleta de tocos de árvores que foram derrubadas.
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E) despreocupação da personagem diante do cenário à sua frente.

O enunciado ajuda, e muito! Diz-se relativo à imagem. Nela vemos tocos


de árvores que foram derrubadas. Esse cenário é consequência da ação
do homem, que deixará um legado destruído a seus herdeiros. O texto
interroga ao agente da destruição se é essa a história que pretende narrar
a seus pequenos. Simples assim!

GABARITO: D.

CONSULPLAN – AVAPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 2013

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Campeonato do desperdício

No campeonato do desperdício, somos campeões em várias


modalidades. Algumas de que nos orgulhamos e outras de que nem
tanto. Meu amigo Adamastor, antropólogo das horas vagas, não me deu
as causas primeiras de nossa primazia, mas forneceu-me uma lista em
que somos imbatíveis. Claro, das modalidades que “nem tanto”.
Vocês já ouviram falar em lixo rico? Somos os campeões. Nosso lixo
faria a fartura de um Haiti. Com o que jogamos fora e que poderia ser
aproveitado, poder-se-ia alimentar muito mais do que a população do
Haiti. Há pesquisas do assunto e cálculos exatos que “nem tanto”. Somos
um país pobre com mania de rico. E nosso lixo é mais rico do que o lixo
dos países ricos. Meu falecido pai costumava dizer: rico raspa o queijo
com as costas da faca; remediado corta uma casca bem fininha; pobre,
contudo, arranca uma lasca imensa do queijo. Meu pai dizia, e tenho a
impressão de que meu pai era um homem preconceituoso, mas em
termos de manuseio dos alimentos nacionais, arrancamos uma lasca
imensa do queijo, ah, sim, arrancamos.
Outra modalidade em que somos campeões absolutos, o desperdício
do transporte. Ninguém no mundo consegue, tanto quanto nós, jogar
grãos nas estradas. Não viajo pouco e me considero testemunha ocular. A
Anhanguera, por exemplo, tem verdadeiras plantações de soja em suas
margens. Quando pego uma traseira de caminhão e aquela chuva de
grãos me assusta, penso rápido e fico calmo: faz parte da competição e
temos de ser campeões.
Na construção civil o desperdício chega a ser escandaloso. Um dia o
Adamastor, antropólogo das horas vagas, me veio com uma folha de
jornal onde se liam estatísticas indecentes. Com o que se joga fora de
material (do mais bruto ao mais sofisticado), o Brasil poderia construir
todos os estádios que a FIFA exige e ainda poderia exportar cidades para
o mundo.
Antigamente, este que vos atormenta, levava um litro lavado para
trocar por outro cheio de leite. Você, caro leitor, talvez nem tenha notícia
disso. Mas era assim. Agora, compra-se o leite e sua embalagem
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internamente aluminizada para jogá-la no lixo. Quanto de nosso petróleo


vai para o lixo em forma de sacos plásticos? Vocês já ouviram falar que o
petróleo é um recurso inesgotável? Claro que não! Mas sente algum
remorso ao jogar os sacos trazidos do supermercado no lixo? Claro que
não. Nossa cultura de mosaico tirou-nos a capacidade de ligar os
fenômenos entre si.
E o que desperdiçamos de talentos, de esforço educacional? São
advogados atendendo em balcão de Banco, engenheiros vendendo
cachorro-quente nas avenidas de São Paulo, são gênios que se
desperdiçam diariamente como se fossem recursos, eles também,
inesgotáveis. No dia em que a gente precisar, vai lá e pega. No dia em
que a gente precisar, pode não existir mais. Não importa, vivemos no

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melhor dos mundos, segundo a opinião do Adamastor, o gigante,
plagiando um tal de Dr. Pangloss, que ironizava um tal de Leibniz.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/cultura/campeonato-do-


desperdicio/#todos-comentarios. Acesso em: 18/05/2013.)

89- Assinale a alternativa que apresenta uma CONTRADIÇÃO utilizada


pelo autor para fundamentar sua tese.
A) O desperdício de recursos no Brasil e a pobreza no Haiti.
B) O desperdício na construção civil e o desperdício de talentos.
C) As plantações de soja e o desperdício no transporte de grãos.
D) A carência socioeconômica do Brasil e o desperdício de recursos.
E) O leite em garrafa reutilizável e o leite em embalagem descartável.

Quando o autor diz “Somos um país pobre com mania de rico”, isso
significa que há carência socioeconômica do Brasil, mas isso não é
impedimento para desperdiçarmos recursos. Portanto, a letra D é a tal
CONTRADIÇÃO utilizada pelo autor para fundamentar sua tese.

As demais opções não apresentam ideia de contradição entre si.

GABARITO: D.

90- Analisando a oração “No campeonato do desperdício, somos


campeões em várias modalidades.” (1º§), infere-se que as passagens a
seguir foram utilizadas pelo autor para comprovar essa afirmativa,
EXCETO:
A) “Com o que jogamos fora e que poderia ser aproveitado, poder-se-ia
alimentar muito mais do que a população do Haiti.” (2º§)
B) “Com o que se joga fora de material (...), o Brasil poderia construir
todos os estádios que a FIFA exige e ainda poderia exportar cidades para
o mundo.” (4º§)
C) “Não importa, vivemos no melhor dos mundos, segundo a opinião do
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Adamastor, o gigante, plagiando um tal de Dr. Pangloss, que ironizava


um tal de Leibniz.” (6º§)
D) “Quando pego uma traseira de caminhão e aquela chuva de grãos me
assusta, penso rápido e fico calmo: faz parte da competição e temos de
ser campeões.” (3º§)
E) “São advogados atendendo em balcão de Banco, engenheiros
vendendo cachorro-quente nas avenidas de São Paulo, são gênios que se
desperdiçam diariamente...” (6º§)

Observe que todas as opções apresentam trechos do texto que falam


sobre desperdício (alimentos, construção civil, mão de obra qualificada,
etc.), exceto a letra C, que nada fala sobre sermos o campeão de
desperdício.

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GABARITO: C.

91- O autor lançou mão, ao longo do texto, de alguns questionamentos.


Trata-se de um recurso argumentativo conhecido como pergunta retórica,
utilizado para
A) retificar a tese defendida.
B) promover reflexões no leitor.
C) aferir os conhecimentos do leitor.
D) refutar os argumentos apresentados.
E) possibilitar uma contra argumentação.

Pergunta retórica é aquela que traz embutida a resposta e que gera


reflexão no leitor, sem que ele tenha de dar uma resposta direta à
pergunta feita. Portanto, as perguntas retóricas servem para “promover
reflexões no leitor”.

Exemplos de perguntas retóricas:

- Quanto de nosso petróleo vai para o lixo em forma de sacos plásticos?


- Vocês já ouviram falar que o petróleo é um recurso inesgotável?
- Mas sente algum remorso ao jogar os sacos trazidos do supermercado
no lixo?
- E o que desperdiçamos de talentos, de esforço educacional?

GABARITO: B.

ESAF – STN – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008

92- Assinale a opção incorreta quanto aos sentidos veiculados no trecho


abaixo.

Ser cidadão é entrar em um nó de relações. É simples: ao pedir


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nota fiscal, evita-se a sonegação e aumenta-se a arrecadação pública


que, em tese, permite ao governo investir em rodovias, hospitais,
escolas, segurança etc. Quando se recusa a propina ao guarda, moraliza-
se o aparato policial.
Cidadania supõe consciência de responsabilidade cívica. Nada mais
anticidadania do que essa lógica de que não vale a pena chover no
molhado. Vale. Experimente recorrer à defesa do consumidor, escrever
para jornais e autoridades. Querem os políticos corruptos que passemos a
eles cheque em branco para continuar a tratar a coisa pública como
negócio privado. E fazemos isso ao torcer o nariz para a política, com
aquela cara de nojo.

(Frei Betto, “Educar para a cidadania”, Caros Amigos, maio 2008)

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a) O autor emprega a expressão metafórica “chover no molhado” no


sentido de “duplicar o esforço” para se conseguir algo.
b) Seguindo as idéias do autor, constitui atitude cidadã reivindicar dos
políticos em quem votamos o cumprimento de suas promessas de
campanha.
c) A expressão “entrar em um nó de relações”, no contexto em que
aparece, refere-se ao desencadeamento das diversas ações que provoca
um simples pedido de nota fiscal.
d) Segundo as idéias do texto, passar um “cheque em branco” aos
políticos corruptos é não agir com responsabilidade cívica.
e) Na lógica do autor, não saber o nome do político em quem se votou
nas últimas eleições é uma atitude anticidadã.

COMENTÁRIO:

Para resolver uma questão de interpretação, é preciso ler o texto com


calma, apreendendo o seu tema, isto é: “sobre o que o texto está
falando?”, “qual é a opinião e os argumentos usados pelo autor sobre o
assunto?”, etc. Sublinhe os pontos principais do texto ou faça
microrresumos dele, se necessário.

Tente perceber as opções que extrapolam o conteúdo do texto, que


generalizem com base em dados parciais ou reduzidos, estendendo a
validade de uma afirmação ou conclusão além dos limites em que ela é
comprovável. Tente perceber as opções que não encontram respaldo
algum no texto, seja por extrapolação, seja por redução do conteúdo do
texto.

Essas dicas são valiosas. Passe a usá-las em questões de interpretação.

a) Após o trecho “Nada mais anticidadania do que essa lógica de que não
vale a pena chover no molhado. Vale.”, o próprio autor ilustra o que é
“chover no molhado”, quando diz: “Experimente recorrer à defesa do
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consumidor, escrever para jornais e autoridades.” Isso significa que, no


contexto, “chover no molhado” significa insistir num assunto óbvio, fazer
o que deve ser feito, ou seja, exercer a cidadania com atitude de
cobrança. Portanto, não se trata de “duplicar o esforço”, mas
simplesmente agir em prol dos direitos de um cidadão.

b) Se formos seguir as ideias do autor, realmente ‘constitui atitude cidadã


reivindicar dos políticos em quem votamos o cumprimento de suas
promessas de campanha’. Este trecho comprova isso: “Experimente
recorrer à defesa do consumidor, escrever para jornais e autoridades.”

c) Todo o primeiro parágrafo abona a afirmação desta alternativa. Mais do


que isso, o próprio autor do texto explica o que ele quer dizer com “nó de
relações”: “É simples: ao pedir nota fiscal (causa 1), evita-se a sonegação

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(consequência 1) e aumenta-se a arrecadação pública (consequência
1/causa 2) que, em tese, permite ao governo investir em rodovias,
hospitais, escolas, segurança etc. (consequência 2) Quando se recusa a
propina ao guarda (causa 3), moraliza-se o aparato policial (consequência
3).” Percebeu a relação de causa e consequência, o nó de relações?

d) Ao passar um “cheque em branco”, o cidadão dá todo o aval para os


políticos corruptos continuarem agindo como bem entendem, a saber:
“continuarem a tratar a coisa pública como negócio privado.” O próprio
autor diz que é isso que “querem os políticos corruptos”. Logo, segundo o
autor, ignorar o dever cívico de cobrança por direitos, simplesmente
‘torcendo o nariz para a política, com aquela cara de nojo’, não é agir com
cidadania.

e) Esta opção começa assim “Na lógica do autor...”, e não “O autor


disse...”. Isso quer dizer que devemos entender o pensamento dele. É
possível? Sim, pois toda sua lógica argumentativa está no texto. Ele diz:
“Cidadania supõe consciência de responsabilidade cívica”. Portanto,
partindo do ponto de vista do autor, podemos inferir (concluir/deduzir)
que ‘o simples fato de não saber o nome do político em quem se votou
nas últimas eleições é uma atitude anticidadã’. Afinal, quem pratica a
cidadania sabe em quem votou. Isso é o mínimo que se pode esperar de
um cidadão responsável. E você pensando que era um caso de
extrapolação... cuidado! Em caso de dúvida, procure sempre a melhor
resposta.

Como você pôde perceber, a velha ortografia ainda era usada em 2008
pela ESAF; só a partir de 2010 a nova ortografia passou a ser
considerada. Por isso mantive a ortografia dessa prova em seu formato
original.

GABARITO: A.

93- Em artigo publicado no Correio Braziliense (20/9/2008), Emir Sader


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refuta a pregação de campanha de um candidato a vereador no Rio de


Janeiro, o qual defende que “o IPTU arrecadado em seu bairro tem que
ser aplicado no seu bairro”. Reconhecendo que o sistema tributário
brasileiro comete injustiças ao isentar dos ricos e cobrar da imensa massa
da população que vive do trabalho, Emir Sader afirma ser “fundamental
combater o egoísmo tributário – este sim, populista, demagógico – de
tantas campanhas eleitorais.”

Aponte a asserção que não serve de argumento favorável nem de


sustentação à crítica e às ponderações de Emir Sader.

a) O tema tributário – quem paga, quem recebe, de quem o Estado


arrecada, a quem deve beneficiar – tem profundo viés de classe: nem

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sempre os recursos são direcionados para as políticas públicas que
beneficiam os mais necessitados.
b) Pouco importam ao candidato populista e demagógico as necessidades
do conjunto da cidade, mesmo sabendo que a cidade tem subúrbios,
favelas e bairros da periferia, onde vive majoritariamente a população
hipossuficiente.
c) A questão tributária se presta à exploração demagógica do egoísmo.
Sai na frente o candidato que prega menos impostos, não importando se
podem faltar professores nas escolas públicas ou médicos nos hospitais
públicos.
d) Pregar que cada bairro utilize os recursos no próprio bairro significa
que os ricos financiarão os ricos; e os pobres, que constituem a grande
maioria da população, terão de se arranjar com o pouco que seus bairros
arrecadarem.
e) Devido ao montante de suas dívidas para com o Estado, devem
merecer o benefício da isenção e de outras formas de não pagamento de
impostos os bancos, as grandes empresas e os ricos.

COMENTÁRIO:

Todas as opções servem de argumento favorável e de sustentação à


crítica e às ponderações de Emir Sader.

a) O argumento desta opção serve de sustentação à crítica e às


ponderações de Emir Sader, pois o crítico reconhece que ‘o sistema
tributário brasileiro comete injustiças ao isentar dos ricos e cobrar da
imensa massa da população que vive do trabalho’.

b) A afirmação desta opção serve de argumento favorável e de


sustentação à crítica e às ponderações de Emir Sader, pois o crítico refuta
o argumento falacioso de que “o IPTU arrecadado em seu bairro tem que
ser aplicado no seu bairro”, afirmando ser “fundamental combater o
egoísmo tributário – este sim, populista, demagógico – de tantas
campanhas eleitorais.” 03265357481

c) A afirmação desta opção também serve de argumento favorável e de


sustentação à crítica e às ponderações de Emir Sader, pois o crítico refuta
o argumento falacioso de que “o IPTU arrecadado em seu bairro tem que
ser aplicado no seu bairro”, afirmando ser “fundamental combater o
egoísmo tributário – este sim, populista, demagógico – de tantas
campanhas eleitorais.”

d) A afirmação desta opção, novamente, serve de argumento favorável e


de sustentação à crítica e às ponderações de Emir Sader, pois o crítico
refuta o argumento falacioso de que “o IPTU arrecadado em seu bairro
tem que ser aplicado no seu bairro”, afirmando ser “fundamental
combater o egoísmo tributário – este sim, populista, demagógico – de
tantas campanhas eleitorais.”

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e) A afirmação desta opção é absurda, pois Emir Sader reconhece as


injustiças tributárias. Seria incoerente dizer isso e em seguida dizer que
quem tem dívidas deve merecer o benefício da isenção de impostos. A
lógica do discurso do crítico não defende a isenção de impostos em
benefício de grandes empresas e ricos. Ele defende, sim, a cobrança de
impostos a todos, não de forma local... mas nacional.

Como você pôde perceber, a velha ortografia ainda era usada em 2008
pela ESAF; só a partir de 2010 a nova ortografia passou a ser
considerada. Por isso mantive a ortografia dessa prova em seu formato
original.

GABARITO: E.

ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012

A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países
desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo
números divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário, o governo brasileiro
precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste
ano e 18% no próximo. A maior parte do problema decorre do pesado
endividamento acumulado ao longo de muitos anos. Neste ano, as
necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da
média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. O campeão da
saúde fiscal é o Chile, com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos
a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru indicam um superávit
fiscal de 1,1% e dívida a pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também
aparece em posição confortável, com uma necessidade de cobertura de
3,9%. Esses três países têm obtido uma invejável combinação de
estabilidade fiscal, inflação controlada e crescimento firme nos negócios.
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(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril de 2012)

94- Infere-se das relações entre as ideias do texto que

a) países emergentes apresentam, geralmente, uma relação de baixo PIB


e alto superávit fiscal.
b) inflação controlada provoca crescimento firme nos negócios, o que
resulta em estabilidade fiscal.
c) países sul-americanos apresentam pouco mais que a metade da média
ponderada de outros países.
d) o Brasil tem demonstrado vigor para superar, dentro de dois anos, os
três países sul-americanos com melhor saúde fiscal.

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e) a situação fiscal de um país não é, necessariamente, proporcional ao
seu desenvolvimento.

COMENTÁRIO:

“Inferir” significa deduzir, concluir, com base nas informações de um


texto. Portanto, vamos às opções:

a) Nada se fala sobre “alto superávit fiscal” dos países emergentes. Houve
uma extrapolação do texto. A única parte que fala sobre superávit é esta:
“As previsões para o Peru indicam um superávit fiscal de 1,1%”. Não creio
que 1,1% seja “alto”.

b) Os países mencionados no texto estão em situação confortável devido


a “combinação de 1) estabilidade fiscal, 2) inflação controlada e 3)
crescimento firme nos negócios”, logo não podemos dizer que a “inflação
controlada provoca crescimento firme nos negócios, o que resulta em
estabilidade fiscal”.

c) Note que o trecho “as necessidades de cobertura correspondem a


pouco menos que o dobro da média ponderada dos 23 países – 9,5% do
PIB” diz respeito ao Brasil, mencionado nos períodos anteriores. Por isso,
é um país sul-americano em pior situação que os demais. Além disso, o
texto diz que “países sul-americanos estão entre aqueles em melhor
situação, nesse conjunto”. Logo, não faz sentido dizer que “países sul-
americanos apresentam pouco mais que a metade da média ponderada
de outros países”.

d) Ocorre extrapolação na afirmação desta alternativa, pois não se pode


inferir, em nenhuma parte do texto, que “o Brasil tem demonstrado vigor
para superar, dentro de dois anos, os três países sul-americanos com
melhor saúde fiscal”. Muito pelo contrário, a situação fiscal do Brasil é
uma das piores dos países sul-americanos. Note que este trecho nada diz
sobre superação: “Para cobrir suas necessidades de financiamento, dívida
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vencida e déficit orçamentário, o governo brasileiro precisará do


equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 18% no
próximo”. Se a diferença por ano for de 0,5%, vai demorar muito tempo
até o Brasil se igualar aos demais países sul-americanos em boas
condições citados no texto.

e) Há um trecho fatídico que corrobora esta opção como correta: “A


situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países
desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo
números divulgados pelo FMI”. Por isso, podemos dizer que “a situação
fiscal de um país não é, necessariamente, proporcional ao seu
desenvolvimento”.

GABARITO: E.

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CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto


Frenkel: A queda do crescimento da economia teve a ver com três
acontecimentos. A situação nos EUA está mais positiva, há otimismo no
mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico pós-crise,
mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois
trimestres consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição
convencional, caracteriza recessão. E a China está claramente em
desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito negativo sobre o
crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator
foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a
acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização
financeira, ou seja, desde o fim dos anos 1960; e isso tem um efeito
muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.

(Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para
ganhar. Carta Capital, 18 de abril de 2012, p.78)

95- Analise as seguintes possibilidades para apresentar, de maneira


resumida, a argumentação da resposta do entrevistado:

A queda no crescimento da economia no Brasil

I. tem motivos causados pela desvalorização do real: otimismo no


mercado americano (depois da crise); nova definição de recessão na zona
do euro e a China com desaceleração do mercado.
II. pode ser relacionada a quatro fatores: otimismo no mercado
americano, recessão na zona do euro, desaceleração na China e
valorização cambial do real.
III. deve-se a acontecimentos internacionais, como a alta das ações
americanas, a desindustrialização da China, a queda na zona do euro,
com valorização cambial.

Preservando a coerência e a correção gramatical,


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a) apenas I e III estão corretas.


b) apenas III está correta.
c) apenas I e II estão corretas.
d) apenas II está correta.
e) apenas II e III estão corretas.

COMENTÁRIO:

Normalmente, resolvemos esse tipo de questão observando apenas o


aspecto da correção gramatical, ou seja, devemos perceber se a
pontuação ou a concordância estão corretas, se a regência e crase estão
corretas, se a ortografia e a acentuação estão corretas, etc.

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Observe que, em I, há erro de pontuação, pois termos enumerados
devem ser separados por vírgula.

ERRADO: A queda no crescimento da economia no Brasil tem motivos


causados pela desvalorização do real: otimismo no mercado americano
(depois da crise); nova definição de recessão na zona do euro e a China
com desaceleração do mercado.

CERTO: A queda no crescimento da economia no Brasil tem motivos


causados pela desvalorização do real, otimismo no mercado americano
(depois da crise), nova definição de recessão na zona do euro e a China
com desaceleração do mercado.

No entanto, para resolver essa questão, como um todo, é preciso ir além


da correção gramatical, é preciso entender o texto. A partir do momento
que isso acontece, o trecho III também é invalidado, sobrando apenas o
trecho II, como correto.

Observe que o autor cita que ‘a queda do crescimento da economia no


Brasil teve a ver com três motivos mais um’:

1) Otimismo no mercado americano: “A situação nos EUA está mais


positiva, há otimismo no mercado norte-americano”.

2) Recessão na zona do euro: “Na zona do euro, serão dois trimestres


consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional,
caracteriza recessão”.

3) Desaceleração da China: “E a China está claramente em


desaceleração”.

4) Valorização cambial do real: “Outro fator foi a valorização cambial. No


fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior valorização
cambial desde o início...”. 03265357481

GABARITO: D.

96- De acordo com a argumentação do texto abaixo, assinale o fator que


não contribui diretamente para a expressiva queda dos juros:

Mudanças mais amplas nas leis materiais e processuais são


imprescindíveis. Deve-se mitigar os exageros de leitura do direito de
ampla defesa, permitindo a rápida apropriação de garantias, assegurado
ao devedor o direito de posterior discussão. Litígios de devedores de má-
fé, esmagadora maioria, praticamente desapareceriam. Com maior
previsibilidade na execução dos contratos, a queda dos juros seria
expressiva.

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(Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de
abril de 2012)

a) A diminuição dos exageros de leitura do direito de ampla defesa.


b) Os litígios da maioria de devedores de má-fé.
c) O direito de posterior discussão pelo devedor.
d) A rápida apropriação de garantias.
e) A maior previsibilidade na execução de contratos.

COMENTÁRIO:

Simples. Como os litígios da maioria de devedores de má-fé contribuem


para o aumento da taxa de juros, consequentemente, não contribuem
para a expressiva queda dos juros.

GABARITO: B.

ESAF – MI-CENAD – ANALISTA DE SIST. DE INF. E REDES – 2012

Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas
próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana
do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos
técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis
independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos
legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o
malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos
eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria
consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições
propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou
institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao
que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno
ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade.
Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a
projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos
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destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense, 8 de


dezembro, 2011)

97- Infere-se da argumentação do texto que

a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser


mais capacitados para realizar os projetos encaminhados ao Executivo.
b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo
variáveis que devem constar dos planos e projetos de cada período
legislativo.

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c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento
urbano e regional, antecipando-se a um possível desarranjo econômico.
d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos
anos terá o desarranjo econômico como uma de suas piores
consequências.
e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades
contrastam com a baixa demanda dos cidadãos não urbanos.

COMENTÁRIO:

Lembre-se: “inferir” é deduzir, tirar conclusões de.

Sempre busque pistas dentro do próprio texto.

Note que todas as opções extrapolam o que está escrito no texto ou não
encontram respaldo nele. A única que apresenta relação coerente com as
ideias do texto é a opção que afirma: “institutos de políticas públicas
teriam como tarefa o planejamento urbano e regional, antecipando-se a
um possível desarranjo econômico”. Isso pode ser confirmado por esta
passagem do texto: “Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano,
mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas
preventivas ao desarranjo econômico, que teria consequências nefastas.
Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar think tanks
ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas.
Essas instituições podem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte.
Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamento urbano e
regional visando o bem-estar da sociedade.”

GABARITO: C.

A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais


profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e
formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus
cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade
igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de
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educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato)


para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção
de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não
seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera
distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que
uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter
condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas
suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com
questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem-
estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes
creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos,
piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, seguro-
desemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses,

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muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma
sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o
mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade
transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres
pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são
fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um
acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse
resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em
outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais,
sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O
ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a
todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a
processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico: um olhar sobre o


norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica
http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011)

98- Assinale a interpretação da oração “Talvez não seja assim.” ( .8 e 9)


que respeita as relações semânticas entre as ideias do texto e mantém a
coerência entre os argumentos.

a) A relação entre formatos sociais e os excelentes índices de educação é


questionável.
b) A vida em um país nórdico nem sempre faz refletir sobre a relação
entre igualdade e liberdade.
c) Não é comum que serviços públicos voltados para melhorar a vida do
cidadão caracterizem países nórdicos.
d) Nem sempre uma sociedade igualitária tem como consequência a
formação de seres humanos plenos e sociedades transformadoras.
e) O hábito da desigualdade pode impedir uma reflexão mais profunda
sobre os valores de uma sociedade igualitária.

COMENTÁRIO:
03265357481

Tanto na ESAF quanto nas demais bancas, precisamos procurar pistas no


texto que corroboram o gabarito, por isso a afirmação “Nem sempre uma
sociedade igualitária tem como consequência a formação de seres
humanos plenos e sociedades transformadoras” está correta, uma vez
que esta passagem no texto a ratifica: “a Finlândia tornou-se uma
sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o
mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade
transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres
pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são
fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um
acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse
resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário.”

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GABARITO: D.

ESAF – SRFB – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2012

Enxergando suas obras da década de 1890 à luz de seus conceitos-chave


- como o de "idealismo prático" e o de "República" -, conclui-se que
Nabuco permaneceu monarquista por julgar que o advento do regime
republicano, naquele momento, ................................. o advento de
uma sociedade autenticamente republicana, liberal e democrática entre
nós. Por outro lado, considerações de ordem estritamente prática
levavam-no a ver, na Monarquia preexistente, um instrumento que
permitiria promover mais efetivamente o civismo, o liberalismo e a
democracia, capaz de preparar a sociedade brasileira para uma República
que fosse além do mero rótulo, ou seja, sem desnível entre forma e
conteúdo; entre o país legal e o país real.

(Christian Edward Cyril Lynch, “O Império é que era a República: a monarquia


republicana de Joaquim Nabuco”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n.85, 2012,
com adaptação)

99- Assinale a opção que completa a lacuna sem provocar incoerência de


ideias ou ruptura na direção argumentativa do texto.

a) poderia acelerar as transformações sociopolíticas necessárias para


b) viria a prejudicar e não a favorecer
c) encontraria valores sedimentados de civismo e liberalismo para
d) legitimaria a implantação de regimes totalitários, forçando
e) em vez de retardar o processo democrático, viria a acelerar

COMENTÁRIO:

Todas as opções são excluídas, exceto a B, se entendemos que Nabuco


tinha como conceito-chave o idealismo prático, isto é, embora fosse um
republicano, optou pela monarquia, pois considerava que o regime
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republicano seria prejudicial à formação de uma sociedade republicana


(naquele momento!). A continuação do texto nos mostra que o interesse
de Nabuco era preparar a sociedade para ser uma autêntica República,
por isso é apenas coerente dizer que “Nabuco permaneceu monarquista
por julgar que o advento do regime republicano, naquele momento, viria
a prejudicar e não a favorecer o advento de uma sociedade
autenticamente republicana, liberal e democrática entre nós”.

GABARITO: B.

Suponha que a Receita Federal o convoque para explicar como pode ter
comprado uma casa de R$ 100 mil, em dinheiro, se ganhou apenas R$ 50
mil no ano todo. Você chega lá e diz: minha obrigação é fazer a

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declaração. Se bate ou não bate, se tem regularidade ou não, é outro
problema. Mas faltam 50 mil para fechar as contas – argumenta o fiscal.
E você: E daí? Não tem nada demais. Isso é mero problema aritmético. O
que importa é que cumpri meu dever de cidadão ao apresentar a
declaração. Não vai colar, não é mesmo? Mas na Justiça Eleitoral cola. Se
o cidadão, em sua campanha eleitoral, arrecadou R$ 50 mil e gastou R$
100 mil, mas declarou tudo na prestação de contas – está limpo. Mesmo
que as contas tenham sido rejeitadas pela Justiça, ele pode se candidatar
na eleição seguinte. Essa foi a decisão tomada pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) no fim de junho.

(Carlos Alberto Sardenberg, “Roubou, mas declarou? Está limpo”. O Estado de São
Paulo, 02/07/2012. (com adaptações)
http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/07/roubou-mas-declarou-estalimpo-carlos.html)

100- No início do texto, o autor exorta o leitor a participar de uma


situação hipotética, na qual o leitor desempenha o papel de um
contribuinte de imposto sendo arguido por funcionário da Receita Federal.
Assinale a proposição que interpreta de modo errôneo o emprego de tal
recurso, em continuação à frase:

Tal recurso

a) obrigou o autor a empregar os verbos do primeiro parágrafo no modo


subjuntivo, para manter a coesão temporal com “Suponha” (l.1).
b) permitiu o confronto com situação semelhante possível de ocorrer em
outro campo da atuação humana.
c) constitui recurso de introdução textual que evita a entrada brusca no
assunto principal do texto.
d) possui potencial retórico de levar o leitor a concordar com a
argumentação do autor.
e) contribuiu para o autor expor com mais didatismo sua discordância em
relação a uma decisão da justiça eleitoral.

COMENTÁRIO: 03265357481

A letra A já começa estranha, pois se fala de primeiro parágrafo, quando


não há mais de um. Mas vamos lá... Observe que nem todos os verbos do
primeiro período estão no modo subjuntivo, e, por isso, a letra A é o
gabarito: “Suponha (presente do subjuntivo) que a Receita Federal o
convoque (presente do subjuntivo) para explicar (infinitivo) como pode
ter comprado (locução verbal com verbo auxiliar no presente do
indicativo) uma casa de R$ 100 mil, em dinheiro, se ganhou (pretérito
perfeito do indicativo) apenas R$ 50 mil no ano todo.”

As demais opções são autoexplicativas.

GABARITO: A.

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Uma coisa que me incomoda na discussão política brasileira,


especialmente a mais popular: até parece, quando se fala de mazelas e
malfeitos, que nada temos a ver com os políticos que nós mesmos
elegemos. Parece que eles desembarcaram de Marte.
Ora, o fato é que daqui a poucos meses completaremos 30 anos de
eleições seguidas e livres. Em 1982, os brasileiros puderam eleger
governadores de oposição, isto é: puderam votar. O país tinha sido
privado do voto livre desde 1965, quando ocorreram, embora tuteladas,
as últimas eleições para governador de Estado. Na década de 70, as
principais prefeituras, centenas na verdade, se tornaram cargos de
nomeação da ditadura. Quase nada restou para o voto.
Mas, agora, são já três décadas de escolha livre, cada vez mais
limpa, dos governantes. Ninguém decide impostos ou penas de prisão se
não tiver sido eleito por nós. A democracia de 1985, aliás, foi além da
instituída em 1946, porque permitiu o voto do analfabeto, liberou os
partidos comunistas e, com o voto eletrônico e a propaganda na TV, fez
despencar a fraude e a influência do coronelismo. Então, por que
teimamos em renegar nossa responsabilidade na escolha de maus
políticos?

(Renato Janine Ribeiro, “Os políticos vem de Marte?” Valor Econômico, 02/07/2012)

101- Assinale a opção que completa corretamente as incógnitas da frase:

O que incomoda o autor é X; ele gostaria que Y.

a) X: as pessoas discutirem política de modo superficial


Y: elas percebessem que as eleições livres no Brasil acontecem há três
décadas
b) X: a falta de liberdade no momento do voto
Y: os eleitores cobrassem mais responsabilidade dos políticos que
ajudaram a eleger
c) X: os governantes não cumprirem as promessas de campanha
Y: os políticos cumprissem o que prometeram na campanha
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d) X: a falta de consciência dos eleitores de que são responsáveis por ter


elegido este ou aquele governante
Y: as pessoas assumissem sua responsabilidade pela escolha de maus
políticos
e) X: os eleitores tratarem os políticos como se estes tivessem vindo de
Marte
Y: os eleitores fossem mais cobrados pelos políticos eleitos

COMENTÁRIO:

No primeiro parágrafo (e no último período do texto), o autor deixa claro


que seu incômodo está relacionado às responsabilidades e ao
comportamento do eleitorado diante de seu voto em maus políticos.

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Sendo assim, eliminamos todas as opções, exceto a D. Daí que o que
incomoda o autor é a falta de consciência dos eleitores de que são
responsáveis por ter elegido este ou aquele governante, por isso ele
gostaria que as pessoas assumissem sua responsabilidade pela escolha de
maus políticos.

GABARITO: D.

102- Assinale o parágrafo cujo título não corresponde à ideia central nele
contida.

a) A sonegação ocorre mais no comércio de etanol do que no de


gasolina e diesel
O não pagamento de impostos tem afetado mais o comércio do
etanol do que de gasolina e diesel, que têm a totalidade dos impostos
recolhidos no produtor de forma antecipada, o que evita a sonegação. No
caso do etanol, o pagamento dos impostos é feito pelos produtores e
pelas distribuidoras. Naturalmente, muitas distribuidoras trabalham de
forma ética. Mas outras recorrem a meios ilícitos para obter vantagens
competitivas não pagando tributos.
b) Sonegadores empregam criatividade para gerar novas
formas de pagar os impostos
São criativas as formas de fugir ao pagamento de impostos de
quaisquer produtos. Há poucos meses, reportagem de TV revelou uma
fraude denominada bomba baixa, pela qual a quantidade de litros
colocada no tanque dos veículos era menor do que o que estava marcado.
Por controle remoto, a vazão era alterada - e o controle era desativado
quando havia fiscalização.
c) Consumidor percebeu a burla, mas não a relacionou a
possível adulteração do combustível
A reportagem causou impacto, pois o consumidor viu como pode ser
lesado por comerciantes inescrupulosos. Mas pouca gente percebeu que a
burla ao consumidor tem outro lado: o da falta de qualidade do produto.
A reportagem mostrou que é fácil comprar combustível sem nota e que,
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com essas remessas clandestinas, donos de postos adulteram o


combustível. Ou seja, o preço baixo pode indicar ao consumidor que ele
corre o risco de ter outros prejuízos.
d) Como funciona a modalidade mais severa de sonegação: a
“barriga de aluguel”
A forma mais grave é a modalidade conhecida como "barriga de
aluguel". A distribuidora vende o etanol hidratado para o posto de
combustível com nota fiscal, mas não paga os impostos. Quando a
fiscalização tenta localizar a distribuidora, essa empresa já não existe,
pois era usada apenas como fachada e operada por empresas "laranjas",
que não têm ativos para pagar os tributos.
e) Emprego de tecnologia e atitude consciente do consumidor
em relação a possíveis fraudes contribuem para combater o
comércio ilegal de combustíveis

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A tecnologia ajuda a coibir fraudes, e as autoridades estão
recorrendo ao que é possível para flagrar novos e sofisticados golpes. Mas
o que faz a diferença é a atitude do consumidor. Se ele desconfiar de
ofertas muito tentadoras e recusar-se a consumir produtos baratos
demais, vai desestimular os sonegadores. Se denunciar às autoridades
para que a fiscalização investigue se há algo errado, mais eficiente ainda.
Agindo em conjunto, autoridades e cidadãos podem ajudar no combate ao
comércio ilegal de combustíveis.

(Roberto Abdenur, O caminho do etanol. O Globo, 21/06/2012, com Adaptações


http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/06/o-caminho-do-etanol-robertoabdenur.html)

COMENTÁRIO:

Questões enormes tendem a ser fáceis. Esta é mais uma delas. Observe
que o título da opção B diz “Sonegadores empregam criatividade para
gerar novas formas de pagar os impostos”, mas, logo em seguida, o início
do parágrafo informa: “São criativas as formas de fugir ao pagamento de
impostos de quaisquer produtos.” Percebe a absurda e nítida incoerência
entre o título e o início do parágrafo?

As demais opções mantêm coerência entre o título e o parágrafo:

a) A sonegação ocorre mais no comércio de etanol do que no de


gasolina e diesel
O não pagamento de impostos tem afetado mais o comércio do
etanol do que de gasolina e diesel, que têm a totalidade dos impostos
recolhidos no produtor de forma antecipada, o que evita a sonegação. No
caso do etanol, o pagamento dos impostos é feito pelos produtores e
pelas distribuidoras. Naturalmente, muitas distribuidoras trabalham de
forma ética. Mas outras recorrem a meios ilícitos para obter vantagens
competitivas não pagando tributos.
c) Consumidor percebeu a burla, mas não a relacionou a
possível adulteração do combustível
A reportagem causou impacto, pois o consumidor viu como pode ser
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lesado por comerciantes inescrupulosos. Mas pouca gente percebeu que a


burla ao consumidor tem outro lado: o da falta de qualidade do produto.
A reportagem mostrou que é fácil comprar combustível sem nota e que,
com essas remessas clandestinas, donos de postos adulteram o
combustível. Ou seja, o preço baixo pode indicar ao consumidor que ele
corre o risco de ter outros prejuízos.
d) Como funciona a modalidade mais severa de sonegação: a
“barriga de aluguel”
A forma mais grave é a modalidade conhecida como "barriga de
aluguel". A distribuidora vende o etanol hidratado para o posto de
combustível com nota fiscal, mas não paga os impostos. Quando a
fiscalização tenta localizar a distribuidora, essa empresa já não existe,

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pois era usada apenas como fachada e operada por empresas "laranjas",
que não têm ativos para pagar os tributos.
e) Emprego de tecnologia e atitude consciente do consumidor
em relação a possíveis fraudes contribuem para combater o
comércio ilegal de combustíveis
A tecnologia ajuda a coibir fraudes, e as autoridades estão
recorrendo ao que é possível para flagrar novos e sofisticados golpes. Mas
o que faz a diferença é a atitude do consumidor. Se ele desconfiar de
ofertas muito tentadoras e recusar-se a consumir produtos baratos
demais, vai desestimular os sonegadores. Se denunciar às autoridades
para que a fiscalização investigue se há algo errado, mais eficiente ainda.
Agindo em conjunto, autoridades e cidadãos podem ajudar no combate ao
comércio ilegal de combustíveis.

GABARITO: B.

O governo tem incluído, nos diversos pacotes de estímulo ao consumo, o


abatimento de impostos, de fato um dos mais pesados componentes do
chamado custo Brasil. É o reconhecimento implícito de que a carga
tributária, em tendência de alta desde o início do Plano Real, em 1994,
funciona hoje como importante obstáculo à retomada de fôlego da
economia – praticamente estagnada no primeiro trimestre. Em todo setor
que se analise há sempre o mesmo problema de excesso de impostos.

(Hora de ampla desoneração tributária. Editorial, O Globo, 05/06/2012.


http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/06/hora-de-ampla-desoneracao-tributaria.html)

103- Assinale o resumo que retoma com fidelidade todas as principais


ideias do texto.

a) O governo tem incluído a desoneração tributária nos pacotes de


estímulo ao consumo, deixando implícito que a alta dos tributos remonta
ao início do Plano Real.
b) Por reconhecer que a carga tributária brasileira é uma das mais
pesadas do mundo, o governo está buscando reduzir os impostos
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daqueles setores que apresentam problema de excesso.


c) Diante do excesso de impostos em todos os setores da economia, o
governo reconhece que a carga tributária brasileira constitui verdadeiro
entrave à retomada do crescimento, em tendência de alta desde 1994.
d) Ao analisar o montante de impostos no Brasil, o governo reconhece
haver excesso em todos os setores, inclusive nos diversos pacotes de
estímulo ao consumo, do que decorre a estagnação da economia que se
prolonga desde o início do ano.
e) O abatimento de impostos tem estado presente nos vários pacotes de
estímulo ao consumo, o que demonstra o reconhecimento do governo
sobre ser a alta carga tributária um entrave para a recuperação do
crescimento econômico.

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COMENTÁRIO:

a) Há uma extrapolação, uma incoerência entre a ideia “a alta dos


tributos remonta ao início do Plano Real” e o que verdadeiramente diz o
texto, a saber: “... a carga tributária, em tendência de alta...”.

b) De novo, há uma extrapolação do que diz o texto, pois não se encontra


nele, explicitamente, a ideia contida no trecho “Por reconhecer que a
carga tributária brasileira é uma das mais pesadas do mundo”.

c) Novamente o erro está em dizer que “o governo reconhece”. O


reconhecimento é implícito, segundo o texto.

d) Mesmo problema da opção anterior. Além disso, “desde o início do


ano” se refere a que ano?

e) O abatimento de impostos tem estado presente nos vários pacotes de


estímulo ao consumo (= O governo tem incluído, nos diversos pacotes de
estímulo ao consumo, o abatimento de impostos), o que demonstra o
reconhecimento (= reconhecimento implícito) do governo sobre ser a alta
carga tributária um entrave para a recuperação do crescimento
econômico (= a carga tributária, em tendência de alta desde o início do
Plano Real, em 1994, funciona hoje como importante obstáculo à
retomada de fôlego da economia).

Observe que devemos apegar-nos ao texto! Cuidado para não extrapolar!

GABARITO: E.

ESAF – SRFB – ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA – 2012

No período de 1727 a 1760, auge da produção aurífera, a Coroa


havia cunhado, em média, 01(um) conto e 1555 mil réis em moedas de
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ouro por ano, uma fortuna. Daí por diante, porém, a quantidade de
dinheiro que circulava na economia sofreu um impacto tremendo. No
decênio 1761-1770, a cunhagem anual de moedas de ouro caiu 18%. A
queda continuaria no período 1771 a 1790. Ou seja, na penúltima década
do século XVIII, a injeção de moedas de ouro que a economia portuguesa
recebia anualmente era um quinto do que fora três décadas antes. O
dinheiro estava desaparecendo.
Num primeiro momento, a reação de funcionários graduados da
Coroa foi atribuir a queda nas remessas de ouro para Lisboa a um
suposto aumento da sonegação no Brasil.
(...)
Fiando-se que a causa central do problema era a sonegação, a
Coroa acochou (ainda mais) a colônia. Logo no primeiro ano em que os
mineradores não conseguiram cumprir integralmente a cota do quinto,

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Lisboa aplicou um instrumento de cobrança fiscal que se tornaria
sinônimo de tirania: a derrama. O objetivo da derrama era obrigar os
colonos a completarem a parcela do quinto não recolhido. Os meios
utilizados iam da pressão à violência física. (...) Havia formas de coleta
ainda mais abusivas. Sem nenhum aviso prévio, guardas armados
costumavam invadir residências para efetuar o confisco, operações que
acabavam em violência e prisões.
A inquietude, é claro, tomou conta das sociedades que viviam em
áreas de mineração, mas a Coroa não se importava com isso. A única
meta era irrigar as finanças reais. (...)
A intenção era recolher 634 quilos de ouro referentes ao pagamento
a menor, ocorrido no período 1769-1771. Mesmo com toda a violência, o
resultado da derrama foi pífio: 147 quilos, o que não chegava a um
quarto do volume pretendido.

(Adaptado de: Figueiredo Lucas, Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810).
São Paulo: Record, 2011. Capítulo 15, p.284 e capítulo16, p. 292)

104- Infere-se das ideias do texto lido que:

a) Todas as regiões brasileiras sofreram pressões do fisco português.


b) Portugal devia à Inglaterra e a colônia precisava produzir essa riqueza.
c) A derrama foi um instrumento de pouca valia para as finanças
portuguesas.
d) Os métodos de arrecadação dos impostos na colônia serviram de
modelo para outras nações.
e) O pagamento do quinto foi elevado a partir de 1769.

COMENTÁRIO:

a) Há uma extrapolação (e generalização) do texto, pois não se diz nada


a respeito de “Todas as regiões brasileiras terem sofrido pressões do
fisco português”.

b) Nova extrapolação: nada se diz sobre Portugal dever à Inglaterra.


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c) De fato a derrama foi um instrumento de pouca valia para as finanças


portuguesas, pois, apesar de toda a violência, o resultado dela foi pífio
(medíocre, ruim): 147 quilos, o que não chegava a um quarto do volume
pretendido. O último parágrafo dá a resposta para chegarmos ao
gabarito.

d) Nova extrapolação: nada se diz sobre os métodos de arrecadação dos


impostos na colônia terem servido de modelo para outras nações.

e) Nova extrapolação: nada se diz sobre o pagamento do quinto ter sido


elevado a partir de 1769.

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É isso! Texto fácil, questão fácil! Essa serviu para elevar sua autoestima,
concorda?

GABARITO: C.

O governo dá sinais de que parece superar a longa fase de negação


do problema e está mais perto de formatar uma agenda para enfrentar a
deterioração das contas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
Não estão em pauta medidas juridicamente controversas nem de
impacto sobre o orçamento no curto prazo, mas decisões a serem
tomadas logo para atenuar, no futuro, a expansão da despesa com a
Previdência. Hoje, ela já é da ordem de 10% do PIB (incluindo o setor
público), comparável à de países mais ricos e com maior número de
idosos.
No caso dos atuais segurados, o fundamental para equilibrar as
contas é desencorajar as aposentadorias precoces admitidas pela
legislação. A alternativa à mão é a fórmula batizada de 85/95, em que os
números se referem à soma da idade com o tempo de contribuição a ser
exigida, respectivamente, de mulheres e homens. A regra, fácil de
entender, substituiria o fator previdenciário.
Além disso, caberia impor aos futuros participantes do mercado de
trabalho, por exemplo, uma idade mínima para a aposentadoria, como
nos regimes previdenciários da maioria dos países. Trabalha-se com 60
anos para mulheres e 65 para homens, números que serão objeto de
negociação no Congresso. Atualmente, há quem se aposente antes dos
50, com base no tempo de contribuição (30 e 35 anos, respectivamente,
para obter o benefício integral). O outro item da agenda, disciplinar as
pensões por morte, reúne melhores condições para engendrar uma ação
mais imediata, talvez, dadas a dimensão e a obviedade das anomalias por
corrigir. Viúvos e órfãos custaram R$ 100 bilhões ao erário no ano
passado (cerca de 20% do gasto previdenciário total), dos quais R$ 60
bilhões na carteira do INSS e o restante no regime dos servidores
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públicos.
Trata-se de um desembolso dos mais liberais no mundo, resultado
de uma legislação extravagante. Não leva em conta, por exemplo, o
período de contribuição pelo segurado, a idade do beneficiário ou sua
capacidade de sustentar-se.

(Editorial, Folha de S. Paulo, 2/8/2012)

105- Com base nas ideias do texto, assinale a opção correta.

a) No caso de viúvos e órfãos, a Previdência Social, para conceder o


benefício, considera a idade do beneficiário e sua capacidade de
sustentar-se.

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b) O sistema da Previdência Social se beneficia quando ocorrem
aposentadorias precoces, para pessoas com menos de cinquenta anos.
c) Quem se aposenta, hoje, antes da idade de cinquenta anos está se
beneficiando da regra que leva em conta apenas o tempo de contribuição.
d) A despesa com a Previdência Social, proporcionalmente ao PIB, no
Brasil, é muito menor se comparada às despesas dos países
desenvolvidos.
e) A idade ideal para as aposentadorias, de forma a equilibrar as contas
do INSS, é de 85 anos para as mulheres e 95 anos para os homens.

COMENTÁRIO:

a) O último período do texto desmente esta afirmativa.

b) Além de ser incoerente a afirmativa de que a Previdência “se


beneficia”, ao terceiro período do penúltimo parágrafo do texto
contrapõe-se esta afirmativa.

c) Trata-se de uma paráfrase do que está escrito no terceiro período do


penúltimo parágrafo: “Atualmente, há quem se aposente antes dos 50,
com base no tempo de contribuição (30 e 35 anos, respectivamente, para
obter o benefício integral).” Perfeita a afirmativa, portanto!

d) No segundo parágrafo, mais especificamente no segundo período, há


uma incoerência com que se diz nesta afirmativa.

e) Nada no texto corrobora esta afirmativa. Até pelo nosso conhecimento


de mundo esta afirmativa seria absurda! Releia este trecho: “A alternativa
à mão é a fórmula batizada de 85/95, em que os números se referem à
soma da idade com o tempo de contribuição a ser exigida,
respectivamente, de mulheres e homens.” Fica claro que é feita uma
regra/fórmula (85/95), para chegar à idade certa, baseada
na soma da idade com o tempo de contribuição de mulheres e homens,
respectivamente. 03265357481

GABARITO: C.

ESAF – SMF/RJ – AGENTE DA FAZENDA – 2010

106- Em relação às ideias do texto, assinale a inferência correta.

A informação do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário


sobre a arrecadação de impostos no país, através do instrumento
denominado Impostômetro, é mais um elemento de transparência da
democracia brasileira. É bom para o país que instituições independentes
façam este tipo de acompanhamento do poder público. Mas seria
importante, também, que os próprios governos mantivessem constante

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atualização pública do que arrecadam e gastam, para que os cidadãos se
sintam efetivamente representados pelos governantes que elegem. O
sistema de impostos é a maneira histórica com que o poder público, no
país e no mundo, arrecada recursos para sustentar-se, para promover os
serviços essenciais e para investir em obras de sua responsabilidade.
Neste sentido, o sistema é imprescindível, integrando de maneira
fundamental a estruturação do Estado e da sociedade.
Assim, numa sociedade organizada, pagar imposto faz parte dessa
espécie de contrato social que garante ao país o funcionamento
adequado, a promoção da saúde, da segurança e da educação e a
manutenção das instituições e dos poderes. O controle social dos gastos
públicos e a fiscalização dos cidadãos em relação ao uso adequado dos
recursos são questões básicas para a qualidade do crescimento do país.

(Zero Hora, RS, Editorial, 28/7/2010)

a) O Instituto Brasileiro de Planejamento é uma instituição oficial pública.


b) O acompanhamento do poder público por instituições independentes
prejudica o desenvolvimento do País, porque elas têm seus próprios
interesses.
c) A qualidade do crescimento do país está relacionada com o controle
social dos gastos públicos realizado pelos cidadãos.
d) Se os governos mantivessem informações disponíveis sobre seus
gastos e sua arrecadação, a administração ficaria prejudicada.
e) O sistema de impostos é dispensável para a estruturação do Estado e
da sociedade.

COMENTÁRIO:

a) Como o próprio texto diz, na quarta linha, trata-se de uma ‘instituição


independente’. Portanto, o Instituto Brasileiro de Planejamento NÃO é
uma instituição oficial pública.

b) Como o próprio texto diz, nas quarta e quinta linhas, “É bom para o
país que instituições independentes façam este tipo de acompanhamento
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do poder público.” Logo, a afirmação desta alternativa não procede.

c) As três últimas linhas corroboram a afirmação desta alternativa. Veja:


“O controle social dos gastos públicos e a fiscalização dos cidadãos em
relação ao uso adequado dos recursos são questões básicas para a
qualidade do crescimento do país.”

d) Este trecho desmente a afirmação desta alternativa: “Mas seria


importante, também, que os próprios governos mantivessem constante
atualização pública do que arrecadam e gastam, para que os cidadãos se
sintam efetivamente representados pelos governantes que elegem”.

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e) Este trecho desmente a afirmação desta alternativa: “Neste sentido, o
sistema é imprescindível, integrando de maneira fundamental a
estruturação do Estado e da sociedade.”

GABARITO: C.

De teor histórico-filosófico, os livros de M. Foucault investigam, em


determinadas sociedades e em determinados períodos, quais os modos
efetivos e historicamente variáveis de produção de verdade. Uma
consideração que se estende para a sociedade moderna, a partir das suas
instituições, diz respeito ao que podemos identificar como o traço
fundamental, comum a todas elas e que, certamente, é aplicável a toda
sociedade. Trata-se do princípio da visibilidade. A um tempo global e
individualizante, a visibilidade constitui uma espécie de princípio de
conjunto. À primeira vista sinal de transparência e de revelação da
verdade, pode-se contudo questionar se o gesto de mostrar-se, de
deixar-se ver, significaria uma postura despojada de desvelamento da
verdade de cada um ou se o desnudamento de si mesmo não seria uma
injunção, se a exposição de si não encobriria uma certa imposição
decorrente das regras que regem nosso modo de produção da verdade.
Acrescentemos que a investigação que quer melhor compreender nossa
época não pretende apenas situá-la pela sua diferença com o que a
precede, mas também, e sobretudo, instigar mudanças que, a partir e do
interior do nosso presente, possam inaugurar perspectivas outras na
direção do que está por vir.

(Salma T. Muchail, A produção da verdade. Filosofia especial, n. 08, p. 7, com


adaptações)

107- De acordo com a argumentação do texto, o “princípio da


visibilidade” ( .7)

a) encobre diferenças entre passado e futuro.


b) reforça a produção de uma falsa verdade.
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c) significa uma atitude individual e ousada.


d) está presente em todas sociedades.
e) questiona a verdade das instituições sociais.

COMENTÁRIO:

Antes de mais nada, perceba que o trecho “Trata-se do princípio da


visibilidade” se refere a algo anterior, portanto qualquer conteúdo das
alternativas que estejam após pode ser descartado como incorreto.

a) Este trecho desmente a afirmação da alternativa: “Acrescentemos que


a investigação que quer melhor compreender nossa época não pretende
apenas situá-la pela sua diferença com o que a precede, mas também, e

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sobretudo, instigar mudanças que, a partir e do interior do nosso
presente, possam inaugurar perspectivas outras na direção do que está
por vir.”

b) Pense: se o princípio é da visibilidade (ou transparência), é


megaincoerente dizer que reforça a produção de uma falsa verdade.

c) Se “é aplicável a toda sociedade” (linha 6), não pode significar uma


atitude individual. O texto ainda diz: “A um tempo global e
individualizante, a visibilidade constitui uma espécie de princípio de
conjunto.”

d) O trecho que corrobora a alternativa D é “... podemos identificar como


o traço fundamental, comum a todas elas e que, certamente, é aplicável a
toda sociedade. Trata-se do princípio da visibilidade.”

e) Não só das instituições sociais, mas também dos indivíduos, por isso
esta afirmação está incompleta, portanto inadequada.

GABARITO: D.

ESAF – CVM – AGENTE EXECUTIVO – 2010

108- Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

Um passo fundamental para que não nos enganemos quanto à


natureza do capitalismo contemporâneo e o significado das políticas
empreendidas pelos países centrais para enfrentar a recente crise
econômica é problematizarmos, com cuidado, o termo neoliberalismo:
“começar pelas palavras talvez não seja coisa vã”, escreve Alfredo Bosi
em Dialética da Colonização.
A partir da década de 1980, buscando exprimir a natureza do
capitalismo contemporâneo, muitos, principalmente os críticos, utilizaram
esta palavra que, por fim, se generalizou. Mas o que, de fato, significa? O
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prefixo neo quer dizer novo; portanto, novo liberalismo. Ora, durante o
século XIX deu-se a construção de um liberalismo que viria encontrar a
sua crise definitiva na I Guerra Mundial em 1914 e na crise de 1929. Mas
desde o período entre guerras e, sobretudo, depois, com o término da II
Guerra Mundial, em 1945, tomou corpo um novo modelo, principalmente
na Europa, que de certa forma se contrapunha ao velho liberalismo: era o
mundo da social-democracia, da presença do Estado na vida econômica,
das ações políticas inspiradas na reflexão teórica do economista britânico
John Keynes, um crítico do liberalismo econômico clássico que viveu na
primeira metade do século XX. Quando esse modelo também entrou em
crise, no princípio da década de 1970, surgiu a perspectiva de
reconstrução da ordem liberal. Por isso, novo liberalismo, neoliberalismo.

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(Grupo de São Paulo, disponível em
http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5158/9/, acesso em 28/10/2010)

a) De acordo com as ideias do primeiro parágrafo do texto, devemos


desvalorizar o termo “neoliberalismo”, porque é uma noção inválida.
b) O liberalismo que se formou no século XIX coincide com o mundo da
social-democracia.
c) John Keynes, que viveu na primeira metade do século XX, criticava e
se opunha à presença do Estado na vida econômica nas nações.
d) O termo neoliberalismo surgiu e passou a ser difundido na década de
80, logo após o modelo keynesiano entrar em crise.
e) O neoliberalismo propõe a volta à social-democracia e a presença mais
intensa do Estado na economia.

COMENTÁRIO:

a) O próprio texto diz que é necessário problematizar o termo


“neoliberalismo” e que analisar essa palavra não é algo inútil, logo não faz
sentido algum a afirmação de que “devemos desvalorizar o termo
“neoliberalismo”, porque é uma noção inválida”.

b) O mundo da social-democracia se opunha ao velho liberalismo do


século XIX. O próprio texto aponta para isso: “Mas desde o período entre
guerras e, sobretudo, depois, com o término da II Guerra Mundial, em
1945, tomou corpo um novo modelo, principalmente na Europa, que de
certa forma se contrapunha ao velho liberalismo: era o mundo da social-
democracia...”

c) Absurda a afirmação da banca!!! Se John Keynes foi um dos teóricos


que defendeu a intervenção do Estado na economia das nações, como
podemos afirmar que ele “criticava e se opunha à presença do Estado na
vida econômica nas nações”?!?!

d) Todo o segundo parágrafo corrobora a afirmação da banca de que “o


termo neoliberalismo surgiu e passou a ser difundido na década de 80,
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logo após o modelo keynesiano entrar em crise”.

e) O neoliberalismo é o extremo oposto do que afirma a banca, pois


propõe a reconstrução das ideias liberais, que se opõem à interferência do
Estado na economia.

GABARITO: D.

109- Assinale a opção em que o trecho do texto apresenta a sua ideia


principal.

O potencial das energias propriamente “limpas” e renováveis é


enorme, comparativamente ao que já existe: ventos, marés, correntes

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marítimas e fluviais, energia solar. Elas deverão constituir um nó
importante na matriz energética mundial. Entretanto, admite-se que
ainda assim continuarão sendo apenas complementares e não suficientes
para substituir o petróleo.
Um dos problemas dessas energias limpas é que o seu potencial não
é regularmente distribuído no mundo entre as nações consumidoras. O
Saara, Mogavi e o Nordeste brasileiro são exemplos de ricos potenciais de
energia solar, mas em que isso beneficia os grandes consumidores do
norte da Europa? O Nordeste brasileiro, assim como a região de Bengala e
outras regiões tropicais, tem enorme potencial eólico. Mas não são só
eles: a Dinamarca produz 75% da energia que consome pelos ventos.
Poucos países podem rivalizar com o Brasil quanto à energia hidrelétrica.
Nenhuma dessas fontes energéticas limpas e renováveis poderá, por si,
constituir-se no sucessor do petróleo em nível mundial.

(Pergentino Mendes de Almeida disponível em


http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4881/9/, acesso em 29/10/2010)

a) “Um dos problemas dessas energias limpas é que o seu potencial não é
regularmente distribuído no mundo entre as nações consumidoras.” ( .7 e
8)
b) “O Nordeste brasileiro, assim como a região de Bengala e outras
regiões tropicais, tem enorme potencial eólico. Mas não são só eles: a
Dinamarca produz 75% da energia que consome pelos ventos.” ( .11 a
13)
c) “O Saara, Mogavi e o Nordeste brasileiro são exemplos de ricos
potenciais de energia solar, mas em que isso beneficia os grandes
consumidores do norte da Europa?” ( .9 a 11)
d) “O potencial das energias propriamente “limpas” e renováveis é
enorme, comparativamente ao que já existe: ventos, marés, correntes
marítimas e fluviais, energia solar.” ( .1 a 3)
e) “Nenhuma dessas fontes energéticas limpas e renováveis poderá, por
si, constituir-se no sucessor do petróleo em nível mundial.” ( .15 e 16)

COMENTÁRIO: 03265357481

A tese de um texto é o ponto de vista ou o ponto de partida do autor


sobre determinado assunto. Normalmente ela se localiza no primeiro
parágrafo de um texto e é retomada no fim dele. A tese é o coração de
um texto, pois a partir dela todos os comentários do autor girarão em
torno dela.

Não é diferente nesta questão. Observe que o primeiro parágrafo é


parafraseado no último período:

“O potencial das energias propriamente “limpas” e renováveis é enorme...


admite-se que ainda assim continuarão sendo apenas complementares e
não suficientes para substituir o petróleo.” (1º parágrafo)

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“Nenhuma dessas fontes energéticas limpas e renováveis poderá, por si,


constituir-se no sucessor do petróleo em nível mundial.” (fim do último
parárafo)

Claro, não é?

GABARITO: E.

ESAF – MPOG – ANALISTA PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – 2010

A experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a


partir de alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de
civilização. Tal conceito, a exemplo dos que constituem a base da
estrutura da experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por
meio de seu contraponto, qual seja, o conceito de barbárie.
Assim como a ideia de civilização implica a ideia de barbárie, a
experiência da modernidade (que não deve ser pensada como algo que já
aconteceu, mas como algo que deve estar sempre acontecendo, um
porvir) implica a experiência da violência que a tornou possível – a
violência fundadora da modernidade. O processo civilizatório se constitui
a partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie. Tal
processo se dá de forma contínua, num movimento insistente que está
sendo sempre recomeçado. Pensando em termos de experiência
moderna, todas as grandes conquistas ou invasões das terras alheias
tiveram como justificativa a ocupação dos espaços da barbárie.

(Adaptado de Ruberval Ferreira, Guerra na língua: mídia, poder e terrorismo. 2007, p.


79-80)

110- A partir das ideias do texto, julgue como verdadeiras (V) ou falsas
(F) as inferências abaixo, em seguida, assinale a opção correta.

( ) A conquista dos espaços ocupados pela barbárie constitui uma das


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manifestações da violência que está na origem da modernidade.


( ) A experiência ocidental estrutura-se por meio de conceitos em
contraponto, ilustrados no contraponto entre civilização e barbárie.
( ) O processo civilizatório constitui um movimento de constante
recomeço porque espaços de violência devem ser ocupados.
( ) A ausência da oposição no conceito de modernidade tornaria
injustificável a ocupação de espaços de violência pelo processo
civilizatório.

A sequência correta é

a) V, V, V, F
b) V, V, F, V

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c) V, V, F, F
d) F, V, F, V
e) F, F, V, V

COMENTÁRIO:

O que a ESAF chama de inferência, não é nada mais, nada menos que
“procure no texto a resposta... e você vai encontrar”.

As duas primeiras frases estão corretas e encontram respaldo no texto.

A primeira é corroborada mais especificamente neste trecho (início do


segundo parágrafo): “Assim como a ideia de civilização implica a ideia de
barbárie, a experiência da modernidade (que não deve ser pensada como
algo que já aconteceu, mas como algo que deve estar sempre
acontecendo, um porvir) implica a experiência da violência que a tornou
possível – a violência fundadora da modernidade.”

A segunda já encontra respaldo neste trecho (primeiro parágrafo): “A


experiência da modernidade é algo que só pode ser pensado a partir de
alguns conceitos fundamentais. Um deles é o conceito de civilização. Tal
conceito, a exemplo dos que constituem a base da estrutura da
experiência ocidental, é algo tornado possível apenas por meio de seu
contraponto, qual seja, o conceito de barbárie.”

As duas últimas frases não estão corretas e não encontram respaldo no


texto.

Sobre a terceira frase: apesar de o texto afirmar que o processo


civilizatório constitui um movimento de constante recomeço (Tal processo
se dá de forma contínua, num movimento insistente que está sendo
sempre recomeçado), o erro está na explicação disso (porque espaços de
violência devem ser ocupados). Volte ao texto. Você vai perceber que a
ocupação dos espaços da barbárie é a justificativa das “grandes
conquistas ou invasões das terras alheias” (fim do texto), não é a
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justificativa do constante recomeço do processo civilizatório. Espero que


você não tenha marcada a opção A.

Sobre a quarta frase: absurda a afirmação de que há “ausência da


oposição no conceito de modernidade”, afinal, o tempo todo, o texto
argumenta que o conceito de modernidade é atribuído ao contraponto
civilização/barbárie. Além disso, a quarta frase é desmentida
integralmente pelo próprio texto, o qual afirma que a violência é
fundadora da modernidade e que o processo civilizatório se constitui a
partir da conquista de territórios e posições ocupados pela barbárie (veja
o primeiro e o segundo período do segundo parágrafo).

GABARITO: C.

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O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma


gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de
tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática
de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência,
das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a
humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução
Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda
per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a
Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha
deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de
crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda
per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per
capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças
ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial
agrícola da América.

(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento. VEJA, 26 de


agosto, 2009, p.74)

111- A partir da argumentação do texto, infere-se que

a) a Grande Divergência falhou em suas previsões, porque se baseou


apenas na evolução histórica da renda per capita.
b) as previsões de Malthus sobre o processo do desenvolvimento foram
confirmadas apenas nos países que não exploravam a agricultura.
c) a educação, associada ao desempenho dos governos, mostrou a
falsidade das previsões de Thomas Malthus.
d) a contribuição da ciência para os avanços da tecnologia pode reverter
previsões quanto ao processo de desenvolvimento.
e) a Revolução Industrial, ao mostrar o potencial ilimitado de
desenvolvimento da humanidade, tornou-se prioridade de governo.

COMENTÁRIO:
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a) Não foi a Grande Divergência que falhou. Mas sim o demógrafo


Thomas Malthus, que dizia que o potencial de crescimento era limitado
pela oferta de alimentos.

b) O último período do texto desmente a afirmação desta alternativa.

c) Novamente a afirmação da banca não procede, pois o que de fato


desarmou a Armadilha Malthusiana foi a Revolução Industrial.

d) Perfeita a afirmação da banca. O próprio texto diz: ”O desenvolvimento


é um processo complexo... Depende da produtividade, que se nutre da
ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia”. Um exemplo
disso é que “A renda per capita da Inglaterra começou a crescer

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descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na
agricultura e da exploração do potencial agrícola da América.”

e) Viagem total de orégano... a afirmação não encontra respaldo algum


no texto, pois nada se fala sobre um suposto potencial ilimitado do
desenvolvimento da humanidade tampouco de referência à prioridade de
governo.

GABARITO: D.

ESAF – MTE – AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO – 2010

A década de 1980 foi o marco do surgimento de um novo ator social


nos países ricos: o novo-pobre (nouveau-pauvre). Corolário do
desmoronamento do sistema de proteção social, em um quadro agravado
pela revolução tecnológica, que automatizou o sistema produtivo sem
gerar novos postos de trabalho, esse novo personagem vai materializar
uma inesperada e imprevisível reprodução, no mundo desenvolvido, do
problema da desigualdade social, tão comum no terceiro mundo.
O novo-pobre é, cada vez mais, a expressão do fenômeno da
exclusão social. Não é mais um indivíduo que está à margem, mas, sim,
fora do sistema econômico e social prevalente. Não tem acesso ao
mercado de trabalho (nem mesmo informal), não tem perspectiva de
engajamento (independentemente de seu grau de qualificação
profissional) e, cada vez mais, vai ficando de fora dos mecanismos de
proteção social do moribundo welfare state.
No caso da periferia, o fenômeno global da emergência do novo-
pobre, deserdado do neoliberalismo, soma-se ao histórico problema da
pobreza. Os velhos-pobres, em países como o Brasil, são atores presentes
na formação da sociedade nacional desde seus primórdios. O que se
apresenta como fato novo é a constatação de que estes últimos caíram
dos patamares da pobreza para os da miséria. E isso é tão evidente como
tão mais urbana foi-se tornando a sociedade.
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(Marcel Bursztyn. “Da pobreza à miséria, da miséria à exclusão: o caso das populações
de rua”. In: No meio da rua: nômades, excluídos e viradores. Org.: Marcel Bursztyn. Rio
de Janeiro: Garamond, 2000, p.34-35, adaptado).

112- Assinale a opção que apresenta ideia que se confirma no texto.

a) A categoria social novo-pobre aplica-se à realidade observada apenas


nos países pobres.
b) O processo de urbanização verificado no mundo na década de 1980 foi
o fator principal do surgimento de um novo ator social, fadado à exclusão
social.
c) Os efeitos do neoliberalismo no sistema produtivo são observados, a
partir de 1980, tanto em países ricos quanto no terceiro mundo.

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d) A partir da década de 1980, verifica-se a substituição do processo
histórico de marginalização social pelo de exclusão, fenômeno que atinge
exclusivamente as populações da periferia dos países do terceiro mundo.
e) Dado estar o neoliberalismo atrelado à exclusão social, não surpreende
que seus efeitos se tenham manifestado nos países ricos, nos quais, à
semelhança do que ocorreu no terceiro mundo a partir de 1980, a
desigualdade social instaurou-se.

COMENTÁRIO:

Note que o enunciado da questão pede que a alternativa correta seja


confirmada no texto. Então, deixemos que o texto apoie a assertiva
adequada, que segue: “Os efeitos do neoliberalismo no sistema produtivo
são observados, a partir de 1980, tanto em países ricos quanto no
terceiro mundo”. Todo o primeiro parágrafo corrobora esta afirmação ao
dizer que uma nova classe de pobres é resultado do progresso tecnológico
e industrial, nos países ricos e pobres; em especial os trechos iniciais e
finais nos informam isso, respectivamente: “A década de 1980 foi o
marco do surgimento de um novo ator social nos países ricos: o novo-
pobre (nouveau-pauvre).” e “Corolário (resultado) do desmoronamento
do sistema de proteção social, em um quadro agravado pela revolução
tecnológica... esse novo personagem vai materializar uma inesperada e
imprevisível reprodução, no mundo desenvolvido, do problema da
desigualdade social, tão comum no terceiro mundo”.

Por isso, a ideia que se confirma no texto é esta: “Os efeitos do


neoliberalismo no sistema produtivo são observados, a partir de 1980,
tanto em países ricos quanto no terceiro mundo”.

Esta foi tranquilíssima!

GABARITO: C.

Com devoção e entusiasmo, o sul do mundo copia e multiplica os


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piores costumes do norte. E do norte não recebe as virtudes, mas o pior:


torna suas a religião norte-americana do automóvel e do desprezo pelo
transporte público bem como toda a mitologia da liberdade de mercado e
da sociedade de consumo. E o sul também recebe, de braços abertos, as
fábricas mais porcas, as mais inimigas da natureza, em troca de salários
que dão saudade da escravidão.
No entanto, cada habitante do norte consome, em média, dez vezes
mais petróleo, gás e carvão; e, no sul, apenas uma de cada cem pessoas
tem carro próprio. Gula e jejum do cardápio ambiental: 75% da
contaminação do mundo provém de 25% da população. E, nessa minoria,
claro, não figuram o bilhão e duzentos milhões que vivem sem água
potável nem o bilhão e cem milhões que, a cada noite, vão dormir de
barriga vazia. Não é “a humanidade” a responsável pela devoração dos
recursos naturais nem pelo apodrecimento do ar, da terra e da água. O

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poder encolhe os ombros: quando este planeta deixar de ser rentável,
mudo-me para outro.

(Eduardo Galeano. O teatro do bem e do mal. Trad. Sérgio Faraco. Porto Alegre: L&PM,
2006, p.123.)

113- De acordo com o autor do texto, não é um fenômeno positivo que

a) apenas uma em cada cem pessoas dos países do hemisfério norte


possua automóvel.
b) 75% da população mundial utilize água potável e se alimente de forma
saudável.
c) os países do norte do mundo atribuam a culpa por todas as mazelas da
sociedade global aos países do hemisfério sul.
d) o desenvolvimento dos países ricos seja pautado, principalmente, na
instalação de indústrias nos países do hemisfério sul.
e) ações predatórias do modelo de desenvolvimento de países ricos sejam
bem recebidas nos países do hemisfério sul.

COMENTÁRIO:

De novo, observe o enunciado com calma. A banca quer que você perceba
o que não é um fenômeno positivo, ou seja, o que é um fenômeno
prejudicial, negativo.

Toda e qualquer ação predatória típica do modelo de desenvolvimento de


países ricos certamente seria algo prejudicial aos países do hemisfério sul,
isto é, tais ações não são bem recebidas uma vez que tudo o que advém
do norte é negativo (“Com devoção e entusiasmo, o sul do mundo copia e
multiplica os piores costumes do norte. E do norte não recebe as
virtudes, mas o pior...”).

Sendo assim, não é positivo que o sul receba o modelo consumista,


arbitrário, manipulador, impositivo, predatório do norte.
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Quero saber onde está a dificuldade na prova da ESAF. Alguém pode


dizer? J

GABARITO: E.

114- Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

Na história do capitalismo, as crenças a respeito da relação entre


Estado e mercado seguem uma dinâmica pendular, chegando a atingir os
extremos do espectro ideológico. Períodos de maior confiança no livre
mercado e na desregulamentação podem permitir intenso crescimento
econômico, mas em geral se associam a deslocamentos abruptos e
nocivos no tecido social. A reação comum nos momentos subsequentes,

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em especial após uma crise, é uma meia-volta em favor de maior
intervenção do Estado.
Depois de 20 anos de marcante crescimento global, quando reinou
o ultraliberalismo no Ocidente e irromperam a revolução da tecnologia da
informação, a globalização acelerada e o protagonismo da China, nova
reviravolta pendular foi deflagrada pela crise financeira de 2008, que fez
ressurgir em muitos meios a crença no “Estado grande”.
Os adeptos desse slogan em geral colocam Estado e mercado como
opostos. É um erro. Trata-se mais de uma simbiose do que de uma luta,
pois, longe de existir em si mesmo, o mercado está inserido nas
estruturas da sociedade e, por conseguinte, na política. Mas o fato é que,
se antes o risco do ultramercadismo prevalecia, agora é a ameaça do
ultraestatismo que cabe combater.
(Folha de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)

a) Predomina na história do capitalismo a ideologia da


desregulamentação.
b) A confiança no livre mercado produz crescimento econômico sem
crises.
c) O ultraliberalismo provocou e intensificou o protagonismo da China.
d) A crise financeira de 2008 estimulou a crença no intervencionismo do
Estado.
e) O mercado funciona de forma independente em relação ao Estado.

COMENTÁRIO:

A resposta da questão está no seguinte trecho: “Depois de 20 anos de


marcante crescimento global... nova reviravolta pendular foi deflagrada
pela crise financeira de 2008, que fez ressurgir em muitos meios a crença
no ‘Estado grande’”. Claríssima corroboração do texto! A expressão
“crença no ‘Estado Grande’” refere-se à crença no intervencionismo do
Estado. Ok? Maravilha!

GABARITO: D.
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ESAF – MTUR – ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO - 2014

115- Assinale a opção que não tem respaldo na argumentação do texto.

A economia mundial deve continuar em recuperação no próximo ano, com


os Estados Unidos, a maior potência, crescendo perto de 3% e
funcionando outra vez como um dos principais motores do crescimento
das outras nações. A economia número dois, a China, continuará
avançando bem mais velozmente que a média mundial, com taxa próxima
de 7,5%. Mas a retomada americana e a reação positiva japonesa
tornarão mais eficiente a difusão da prosperidade no mundo, segundo as
projeções das mais importantes entidades multilaterais, incluídos o Fundo

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Monetário Internacional (FMI) e a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).

(Adaptado de O Estado de S. Paulo, 14/12/2013)

a) A recuperação econômica dos Estados Unidos interfere positivamente


na economia mundial.
b) Conforme as informações do texto, os Estados Unidos tinham deixado
de ser temporariamente o motor do crescimento mundial.
c) A economia japonesa em crescimento influi na prosperidade mundial.
d) O FMI prevê que a economia mundial ainda continuará estagnada por
muito tempo em decorrência da crise de 2008.
e) A economia da China crescerá mais que o dobro do que o crescimento
da economia dos Estados Unidos em 2014.

COMENTÁRIO:

Em nenhum lugar do texto se pode sequer inferir o conteúdo da letra D,


muito pelo contrário... observe a primeira parte do texto: “A economia
mundial deve continuar em recuperação no próximo ano...”.

As demais opções encontram respaldo no texto. Segundo texto da própria


banca sobre tentativa de recurso contra esta questão, veja o que ela diz:

A expressão “outra vez” deixa pressuposta a ideia de que os Estados


Unidos deixaram temporariamente de ser o motor do crescimento das
outras nações. A ideia implícita é que voltaram a ser motor do
crescimento das outras nações, logo infere-se que tinham deixado de ser.
Essa ideia é enfatizada na expressão “a retomada americana”.
“Retomada” significa, segundo o Dicionário Aulete Digital: dar seguimento
ao que se interrompeu.

GABARITO: D.
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ESAF – MF – ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO - 2014

Devido à grande dificuldade na formatação das questões


desta prova, tive de fazer um “print” de cada questão, ok? Mesmo
assim deu um trabalho do baralho! Por favor, não me odeie! J

116-

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COMENTÁRIO:

Da 7ª à 12ª linha, encontramos a resposta correta, que “bate” com a


afirmação da letra E.

As demais opções não encontram respaldo completo no texto.

GABARITO: E.
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117-

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COMENTÁRIO:

Entre as linhas 4 e 8, percebe-se claramente uma enumeração de ideias,


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que estão obviamente em sequência. Portanto, a única alternativa que


responde ao enunciado é a letra E.

GABARITO: E.

ESAF – RFB – AUDITOR FISCAL - 2014

Devido à grande dificuldade na formatação das questões


desta prova, tive de fazer um “print” de cada questão, ok? Mesmo
assim deu um trabalho do baralho! Por favor, não me odeie! J

118-

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COMENTÁRIO:

I. Na verdade, o que o texto diz é que as ouvidorias são a consequência e


não a causa. Logo, “não foram as ouvidorias que tornaram possível a
inserção do princípio, etc. e tal”, e sim o oposto! O que a banca fez foi
inverter a relação de causa e consequência.

II. e III. Ambas as afirmações da banca são encontradas facilmente nas


linhas 7 a 22.

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GABARITO: E.

ESAF – STN – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - 2013

Texto

Após um ano de grandes desafios na economia e, em consequência,


também para os investidores, as avaliações para 2013 indicam um pouco
mais de otimismo. Mas, diante de tantas modalidades e opções de
investimentos disponíveis no mercado financeiro, a escolha será definida
em parte pelo grau de endividamento, o objetivo a ser atingido com o
planejamento financeiro e o foco na possibilidade de obter a melhor
rentabilidade para o montante aplicado.
No mercado de ações, que sofreu com os altos e baixos dos movimentos
econômicos tanto no Brasil como no exterior, a aposta dos especialistas
permanece nos papéis de empresas com atuação voltada ao consumo
interno, que são, em tese, menos suscetíveis às turbulências
internacionais.
Outra opção que vem ganhando terreno no mercado financeiro, os títulos
do Tesouro Direto seguem sendo apontados como uma boa opção,
principalmente os títulos que são indexados à inflação. Os especialistas
ainda apontam outras alternativas mais interessantes, como debêntures
sem imposto de renda, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
com incentivos tributários, fundos de investimento imobiliários e
Certificados de Recebíveis Imobiliários.

(Adaptado de Onde você investirá suas economias em 2013? http://


economia.ig.com.br/mercados/2013-01-07/onde-voce-investira-
suaseconomias-em-2013.html,acesso em 26/1/2013)

119- Da relação entre as ideias do texto, infere-se o termo

a) pelo investimento depois de “escolha”.


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b) pelas avaliações depois de “atingido”.


c) em ações depois de “aplicado”.
d) do mercado depois de “turbulências”.
e) de avaliação depois de “alternativas”.

COMENTÁRIO:

“Mas, diante de tantas modalidades e opções de investimentos disponíveis


no mercado financeiro, a escolha (pelo investimento) será definida em
parte pelo grau de endividamento...” Note que o trecho sublinhado e o
trecho em itálico corroboram a inferência em parênteses.

As demais opções sugerem inferências impossíveis consoante o contexto.

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GABARITO: A.

Texto

Em dezembro de 2012, o governo federal lançou mais uma rodada de


medidas para acelerar a economia. A ideia é trazer de volta
investimentos, que andaram desaparecidos nos últimos meses e que são
vitais para o crescimento. O objetivo é pressionar os investidores para
uma alta de 8% no ano de 2013 e, assim, sustentar a perspectiva de que
o produto interno bruto avance 4% a partir de 2013. Há cinco trimestres
consecutivos, a taxa que mede o investimento em capital produtivo só
cai, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para
M. R., professor de economia, o diagnóstico do governo é correto, mas o
remédio é fraco. “A redução da taxa de juros sozinha não pode ser
entendida como fator decisivo para o investimento”, diz ele. “Essa decisão
tem mais a ver com as expectativas do setor privado em relação à
demanda”. Em outras palavras, os empresários não se sentem confiantes
no retorno que terão num horizonte de crise econômica prolongada,
apesar do acesso facilitado ao crédito.

(Adaptado de IstoÉ, 12/12/2012)

120- Subentende-se das ideias expressas no texto que

a) a “rodada de medidas” inclui a redução da taxa de juros.


b) não faz parte da responsabilidade dos investidores do setor privado
“acelerar a economia”.
c) as maiores críticas às medidas do governo vêm do setor privado e do
“Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”.
d) não se pode atribuir à ideia de que o “remédio é fraco” a queda dos
investimentos em “capital produtivo”.
e) a “crise econômica prolongada” não resistirá ao avanço do produto
interno bruto para “4% a partir de 2013”.
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COMENTÁRIO:

(A) Sim, a rodada de medidas inclui a redução da taxa de juros. Veja:


“Em dezembro de 2012, o governo federal lançou mais uma rodada de
medidas para acelerar a economia. (...) Para M. R., professor de
economia, o diagnóstico do governo é correto...: “A redução da taxa de
juros sozinha não pode ser entendida como fator decisivo para o
investimento”, diz ele.

(B) O 3º período do texto desmente a afirmação da banca.

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(C) Nada no texto diz que o IBGE criticou o governo nem as suas
medidas. Apenas divulgou um fato econômico.

(D) Certamente as ideias estão associadas! Afinal, quando se diz que “a


taxa que mede o investimento em capital produtivo só cai”, isso aponta
para o fato de que o “remédio é fraco”.

(E) Não se pode afirmar que a “crise econômica prolongada” não resistirá
ao avanço do produto interno bruto para “4% a partir de 2013”, pois,
como diz o último período, “os empresários não se sentem confiantes no
retorno que terão num horizonte de crise econômica prolongada, apesar
do acesso facilitado ao crédito”.

GABARITO: A.

FCC – TRE-SP – ANALISTA - 2004

Fundos para a Ciência

É correta a disposição do novo ministro da Ciência e Tecnologia,


Eduardo Campos, de abandonar os planos de seu antecessor para
descentralizar os recursos investidos na área. Não se trata de ser contra a
descentralização como conceito. A ideia de diminuir a excessiva
concentração de laboratórios e institutos de pesquisa nos Estados mais
ricos do país é uma meta a ser perseguida.

A questão é um pouco mais complexa. O ponto de partida deve ser


a constatação de que fazer ciência de qualidade é um processo caro e de
que os recursos disponíveis não são infinitos – muito pelo contrário, são
escassos. Distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode equivaler a
desperdiçar toda a verba. A alternativa que se impõe é fazer dotações que
possibilitem pesquisas consistentes e destiná-las a grupos capazes de
colher bons resultados. A pulverização das verbas pode atender a
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interesses populistas de políticos, mas está longe de representar uma


forma minimamente racional de investir em ciência e tecnologia.

Mesmo sem fragmentar demais as verbas, é possível buscar a tão


almejada descentralização. Um exemplo é o planejado Instituto de
Neurociências de Natal, que aos poucos começa a sair do papel. Trata-se
de projeto de pesquisadores brasileiros – que desenvolvem ciência de
ponta nos EUA – de criar no Rio Grande do Norte um centro de excelência
internacional em pesquisas neurológicas. O instituto, embora ainda não
tenha oficialmente nascido, já conta com terreno, alguma verba federal e,
principalmente, a massa crítica proporcionada por cientistas de primeira
linha, o que faz diferença.

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Se todo investimento em ciência é uma aposta, cabe ao poder
público colocar suas fichas em projetos com maior possibilidade de
oferecer retorno. Se há uma combinação nefasta, é a do populismo com a
ciência.

(Folha de S. Paulo, editorial, 13/03/04)

121- A opinião defendida nesse editorial


(A) diz respeito à necessidade de uma maior integração entre institutos
de pesquisa privados e públicos para melhor desenvolvimento de
tecnologia de ponta.
(B) é a de que é preciso lutar por uma suplementação de recursos
orçamentários, com vistas a um maior desenvolvimento da tecnologia
nacional.
(C) é a de que está havendo excessiva descentralização, por parte do
novo ministro do setor, de recursos destinados ao desenvolvimento da
ciência e da tecnologia.
(D) diz respeito à necessidade de bem administrar as parcas verbas para
a ciência e a tecnologia, destinando-as à pesquisa competente, que
ofereça retorno.
(E) é a de que, sem a necessária descentralização dos recursos para a
área de ciência e de tecnologia, os políticos continuarão a tomar
iniciativas de caráter populista.

GABARITO: D.

Normalmente este tipo de questão (em que se exige de você, candidato,


a percepção da opinião defendida (tese) pelo autor do texto) é fácil,
pois a resposta normalmente se encontra ou na introdução ou na
conclusão. Afinal, raciocina comigo, quando alguém pede sua opinião, o
que você faz primeiro? Defende sua tese ou a apresenta? Normalmente
você apresenta de cara sua opinião e depooooois você argumenta dizendo
por que você pensa desta ou daquela maneira, certo? Pois bem... foi isso
que o editorial fez. Veja a conclusão de novo: “Se todo investimento em
ciência é uma aposta, cabe ao poder público colocar suas fichas em
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projetos com maior possibilidade de oferecer retorno.”. Agora compare


com a afirmação da letra D: “diz respeito à necessidade de bem
administrar as parcas verbas para a ciência e a tecnologia, destinando-as
à pesquisa competente, que ofereça retorno.”. E aí, está claro que a
afirmação da letra D é nada mais, nada menos do que uma maneira de
dizer com outras palavras o que já estava escrito na conclusão. Percebe a
semelhança? Ah, essa foi relax.

122- Atente para as seguintes afirmações:

I. A opinião de que distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode


equivaler a desperdiçar toda a verba é uma crítica à política a ser adotada
pelo novo ministro da Ciência e da Tecnologia.

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II. Numa primeira leitura, a frase para descentralizar os recursos
investidos na área pode indicar a meta do novo ministro da Ciência e da
Tecnologia, e não a do anterior, como é o caso.
III. O exemplo do nascente Instituto de Neurociências de Natal é tomado
como argumento em favor da necessidade de uma bem planejada e
criteriosa descentralização.

Considerando-se o que diz o texto, está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C))II e III, somente.
(D) I e III, somente.
(E) III, somente.

GABARITO: C.

Sobre II, leia este trecho retirado do texto: “É correta a disposição do


novo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, de abandonar os
planos de seu antecessor para descentralizar os recursos investidos na
área.” A afirmação de II está correta, pois a leitura do texto nos permite
entender que a proposta de descentralizar os recursos investidos na área
pertence ao novo ministro e não ao seu antecessor. Isso se confirma com
o período que vem a seguir: “A ideia de diminuir a excessiva
concentração de laboratórios e institutos de pesquisa nos Estados mais
ricos do país é uma meta a ser perseguida.” Tal intenção expressa neste
período pertence ao novo ministro, Eduardo Campos, e não ao anterior,
logo o trecho ‘para descentralizar os recursos investidos na área’ é uma
meta tão somente do novo ministro’. E, sobre III, levando em conta a
temática da descentralização, veja o penúltimo parágrafo. Uma mera
leitura nos faz concluir que o caso do Instituto de Neurociências de Natal
é usado como fato-exemplo (estratégia argumentativa) para corroborar a
ideia de descentralização bem-sucedida.

E se você está se perguntando o que é uma estratégia argumentativa,


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fique tranquilo, pois não há mistério algum. Estratégias argumentativas


são recursos usados por qualquer autor de um texto como ferramenta de
argumentação, de persuasão, de convencimento do leitor. Ou seja,
quando alguém pede sua opinião sobre a Seleção Brasileira de Futebol e
você diz que ela não tem a mínima de chance de ganhar a Copa de 2014
— mesmo que seu desejo seja o contrário —, a pessoa pergunta: Por que
você pensa assim? É nesse momento que você lança mão de estratégias
argumentativas para sustentar a sua tese, ou seja, seu ponto de vista.
Daí, você diz: “A seleção não vai ganhar a Copa porque o time está mal
estruturado desde a campanha inicial do técnico Mano Menezes. E não
sou só eu que penso assim. Li outro dia na revista Veja em um artigo do
consagrado colunista esportivo Juca Kfouri que, segundo ele, a seleção é
tão desacreditada quanto à de 1994 e tão despreparada quanto à de

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1990. A seleção infelizmente não consegue a taça. Pelo menos ficarão as
construções pós-Copa de recordação (rs).”

Percebeu que usei argumentações para defender minha tese? Entenda


melhor:

1) Tese: A seleção não vai ganhar a Copa.

2) Primeiro argumento (causa/explicação): porque o time está mal


estruturado desde a campanha inicial do técnico Mano Menezes.

3) Segundo argumento (apelo ao compartilhamento de opinião): E não


sou só eu que penso assim.

4) Terceiro argumento (fonte consagrada na mídia): Li outro dia na


revista Veja.

5) Quarto argumento (testemunho/argumento de autoridade): em um


artigo do consagrado colunista esportivo Juca Kfouri que, segundo ele, a
seleção é tão desacreditada quanto à de 1994 e tão despreparada quanto
à de 1990.

Existem muitas estratégias argumentativas, como (além dessas) dados


estatísticos, contraposição de ideias, enumeração, exemplificação,
comparação, ilustração, reiteração, etc. Todas estas características
pertencem ao famoso tipo de texto chamado... dissertação! Você acabou
de ter uma microaula de tipologia textual. Fique esperto, pois a FCC adora
este modo de organização discursiva, a saber: texto dissertativo! Por isso
quando cai questão de tipologia, é 99% em cima de dissertação.

123- O elemento sublinhado na frase


(A) É correta a disposição (...) de abandonar os planos de seu antecessor
para descentralizar os recursos investidos na área expressa uma
causalidade. 03265357481

(B) Distribuir pouco dinheiro a muitos centros pode equivaler a


desperdiçar toda a verba constitui um paradoxo.
(C) A pulverização das verbas pode atender a interesses populistas de
políticos tem o sentido de compromissos populares.
(D) (...) cabe ao poder público colocar suas fichas em projetos com maior
possibilidade de oferecer retorno tem o sentido de ir de encontro a.
(E) Não se trata de ser contra a descentralização como conceito tem o
sentido de em tese.

GABARITO: E.

Em A, a ideia é de finalidade e não de causa. Em B, não há um paradoxo,


pois não há sequer uma ideia de oposição, ou seja, ‘muitos centros’ não
se opõe a ‘pouco dinheiro’. Em C, a expressão sublinhada tem valor

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pejorativo, já a expressão em negrito não. Em D, a expressão sublinhada
está ligada a uma ideia positiva e a expressão em negrito não (se fosse
‘ao encontro de’, aí sim estaria correta a substituição). Portanto, o
gabarito é a letra E, afinal, ‘em tese’ e ‘como conceito’ são expressões
sinônimas. Outra expressão sinônima de ‘em tese’ seria ‘em princípio’.
Cuidado para não confundir com ‘a princípio’, que significa ‘inicialmente’.
Foi?

FCC - TRE-SP – ANALISTA – 2006

Exclusão social

A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada


vez mais longa e mais cômoda. Essas vantagens se expandiram para um
número crescente de seres humanos. Graças à combinação dessas duas
tendências, os homens imaginaram que seria possível construir uma
utopia em que todos teriam acesso a tudo: todos, pelas mudanças
sociais; a tudo, por causa dos avanços técnicos. No século XX, numa
demonstração de arrogância, muitos chegaram a marcar o ano 2000
como a data da inauguração dessa utopia.
Neste início de século, vemos que a técnica superou as
expectativas. Os seres humanos dispõem de uma variedade de bens e
serviços inimagináveis até há bem pouco tempo, que aumentaram
substancialmente a esperança de vida, ampliaram o tempo livre a ser
usufruído e ainda oferecem a possibilidade de realizar sonhos de
consumo. Mas a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no
acordo, e uma parcela considerável da humanidade ficou excluída dos
benefícios. Ainda mais grave: o avanço técnico correu a uma velocidade
tão grande que passou a aumentar a desigualdade e a ameaçar a
estabilidade ecológica do planeta. A exclusão deixou de ser vista como
uma etapa a ser superada: é um estado ao qual bilhões de seres
humanos – os excluídos da modernidade – estão condenados.
Na modernidade técnica, o processo social, tanto entre os
capitalistas mais liberais quanto entre os socialistas mais ortodoxos, é
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analisado do ponto de vista econômico, ignorando-se ou relegando-se a


um segundo plano os aspectos sociais e os éticos. Já no século XIX, na
luta pela abolição da escravidão, Joaquim Nabuco procurava encarar o
processo social sob três óticas: a moral, a social e a econômica. Mais de
um século passado, é urgente retomar essa visão triangular, se se deseja
superar a barbárie da exclusão.

(Cristovam Buarque. Admirável mundo atual. S. Paulo: Geração


Editorial, 2001, pp. 188 e 328)

124- Neste início de século, vemos que a técnica superou as expectativas.


A afirmação acima, que abre o segundo parágrafo do texto,

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(A) desmente a afirmação anterior de que estariam ocorrendo avanços
técnicos significativos ao longo do século XX.
(B) expande a afirmação anterior de que muitas vantagens tecnológicas
estariam atingindo um número crescente de seres humanos.
(C) confirma a afirmação anterior de que os homens estão sendo capazes
de construir uma utopia acessível a todos.
(D) desmente a afirmação anterior de que a humanidade vem dominando
mais e mais as forças da natureza.
(E) expande a afirmação anterior de que as mudanças sociais estariam
beneficiando um número crescente de seres humanos.

GABARITO: B.

Bem, já que a questão nos remete ao texto, voltemos a ele:

“A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada vez


mais longa e mais cômoda. Essas vantagens se expandiram para um
número crescente de seres humanos. Graças à combinação dessas duas
tendências, os homens imaginaram que seria possível construir uma
utopia em que todos teriam acesso a tudo: todos, pelas mudanças
sociais; a tudo, por causa dos avanços técnicos. No século XX, numa
demonstração de arrogância, muitos chegaram a marcar o ano 2000
como a data da inauguração dessa utopia.

Neste início de século, vemos que a técnica superou as expectativas.”

Revisto o parágrafo 1 e o início do 2, fica claro que o início do 2º


parágrafo (... a técnica superou as expectativas) amplia a ideia
desenvolvida no primeiro parágrafo, a saber: os seres humanos,
submetendo a natureza a seus intentos, criam que todos,
democraticamente, estariam afeitos às tecnologias e a seu consequente
gozo, no início deste século. Assim, o 1º parágrafo cria uma expectativa
de modernidade e acessibilidade que é ampliada (ou expandida) logo no
início do parágrafo 2, mostrando que algumas expectativas se
concretizaram... pelo menos ‘a técnica’. Portanto, o início do 2º parágrafo
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‘expande a afirmação anterior de que muitas vantagens tecnológicas


estariam atingindo um número crescente de seres humanos’.

125- No primeiro parágrafo, a utopia de que trata o autor teria como


característica essencial
(A) o acesso de muitos homens aos benefícios práticos da tecnologia.
(B) uma melhor expectativa de vida, independente do estágio da ciência.
(C) o desfrute plenamente socializado das conquistas tecnológicas.
(D) a proposição de uma nova era tecnológica a partir do ano de 2000.
(E) a confiança presunçosa no domínio absoluto do homem sobre a
natureza.

GABARITO: C.

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Como já havia abordado na questão anterior, o sonho do homem era que


tudo estivesse à disposição de todos da melhor maneira possível, ou seja,
a tecnologia e seu usufruto a bel-prazer do homem. Em outras palavras,
‘o desfrute plenamente socializado das conquistas tecnológicas’. Esta
percepção é ratificada pelas afirmações do 1º parágrafo. Mera leitura.

126- Considere as seguintes afirmações:


I. Na expressão todos teriam acesso a tudo, o autor dá ênfase ao que há
de absoluto nas pretensões dos criadores da referida utopia.
II. Com a frase a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no
acordo, o autor denuncia o processo de exclusão.
III. Com a frase a exclusão deixou de ser vista como uma etapa a ser
superada, o autor deixa claro que houve, enfim, uma ampla inclusão
social.
Considerando-se o contexto, está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

GABARITO: D.

Em I, devido ao uso dos pronomes indefinidos todos (100% das pessoas)


e tudo (100% das coisas), há uma ideia de abrangência plena, portanto,
cabe a afirmação de absoluto acerca das ‘pretensões dos criadores da
referida utopia’.

Em II, a frase em questão significa que houve uma falha em uma das
partes da utopia de “tudo para todos”; a parte que ficou de fora da utopia
não foi a tecnologia (tudo), mas sim muitas pessoas que não podiam
(nem podem) ter acesso a tudo o que se imaginou que tivessem.
Portanto, houve um processo de exclusão das pessoas (todos) no que
tange à aquisição dos bens tecnológicos.
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127- Ao se referir ao escritor Joaquim Nabuco, no terceiro parágrafo, o


autor do texto deseja demonstrar que
(A))é antiga a luta para que a inclusão social dos oprimidos se dê do
modo mais abrangente possível.
(B) vem de longe a idéia de que o progresso tecnológico encaminha a
solução das questões sociais.
(C) aquele escritor, já no século XIX, propunha-se a enfrentar a barbárie
do desequilíbrio ecológico do planeta.
(D) são antigas as lutas pela abolição do trabalho forçado, caracterizadas
pela plena confiança nas vantagens da tecnologia.
(E) vem de longe a idéia de que a exclusão social só ocorre quando o
avanço tecnológico é pouco relevante.

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GABARITO: A.

Relendo o parágrafo 3: “Na modernidade técnica, o processo social, tanto


entre os capitalistas mais liberais quanto entre os socialistas mais
ortodoxos, é analisado do ponto de vista econômico, ignorando-se ou
relegando-se a um segundo plano os aspectos sociais e os éticos. Já no
século XIX, na luta pela abolição da escravidão, Joaquim Nabuco
procurava encarar o processo social sob três óticas: a moral, a social e a
econômica. Mais de um século passado, é urgente retomar essa visão
triangular, se se deseja superar a barbárie da exclusão.”

Note que o parágrafo estabelece uma comparação entre a visão moderna


(séculos XX e XXI) e a visão antiga (século XIX). O processo social,
segundo Joaquim Nabuco deve passar por três crivos para que haja
justiça e igualdade para todos. Após dois séculos, vemos que a visão
moderna ainda exclui essa tríade proposta por Nabuco, segregando os
desprovidos de uma renda forte a fim de aproveitar as benesses da
modernidade. Portanto é ‘antiga a luta para que a inclusão social dos
oprimidos se dê do modo mais abrangente possível’ para que possam
usufruir a tão avançada tecnologia e seus produtos.

128- A expressão relegando-se a um segundo plano, utilizada no terceiro


parágrafo, preencherá adequadamente a lacuna da frase:
(A) Passei a me dedicar ainda mais a ela e, ...... meus sonhos mais altos,
desisti definitivamente de ir trabalhar no exterior.
(B) O diretor da empresa surpreendeu seu assessor ......, fingindo passar-
se por ele, o atrevido.
(C) Ele percebeu que as metas traçadas eram ambiciosas demais, e
imaginou outras, ...... aquelas que de fato não poderia cumprir.
(D) ...... , muitas mulheres, como as da antiga Atenas, vivem por seus
maridos e filhos.
(E) Há muita gente que, ...... seu pudor, não hesita em proclamar bem
alto suas supostas virtudes. 03265357481

GABARITO: D.

A expressão é carregada de uma ideia de subserviência, inferioridade,


submissão e afins, portanto a melhor lacuna a ser preenchida é a da letra
D. Veja: “Relegando-se a um segundo plano, muitas mulheres, como as
da antiga Atenas, vivem por seus maridos e filhos.”

FCC – TRE-SP – TÉCNICO – 2006

Texto I

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É melhor ser alegre que ser triste, já dizia Vinícius de Moraes. Sem
dúvida. O poeta ia mais longe, entoando em rima e em prosa que tristeza
não tem fim. Já a felicidade, sim. Até hoje, muita gente chora ao ouvir
esses versos porque eles tocam num ponto nevrálgico da vida humana:
os sentimentos. E quando tais sentimentos provocam algum tipo de dor,
fica difícil esquecer - e ainda mais suportar. A tristeza, uma das piores
sensações da nossa existência, funciona mais ou menos assim: parece
bonita apenas nas músicas. Na vida real, ninguém gosta dela, ninguém a
quer ver.
Tristeza é um sentimento que responde a estímulos internos,
como recordações, memórias, vivências; ou externos, como a perda de
um emprego ou de um amor. Não se trata de uma emoção, que é uma
resposta imediata a um estímulo. No caso de tristeza, nosso organismo
elabora e amadurece a emoção, antes de manifestá-la. É uma resposta
natural a situações de perdas ou frustrações, em que são liberados
hormônios cerebrais responsáveis por angústia, melancolia ou coração
apertado.
“A tristeza é uma resposta que faz parte de nossa forma de ser e
de estar no mundo. Passamos o dia flutuando entre pólos de alegria e
infelicidade”, afirma o médico psiquiatra Ricardo Moreno. Se passamos o
dia entre esses pólos de flutuação, é bom não levar tão a sério os
comerciais de margarina em que a família é linda, perfeita, alegre e até
os cachorros parecem sorrir o tempo inteiro. Vivemos numa época em
que a felicidade constante é praticamente um dever de todos. É fato: ser
feliz o tempo todo está virando uma obrigação a ponto de causar
angústia.
Especialistas, no entanto, afirmam que estar infeliz é mais do que
natural, é necessário à condição humana. A tristeza é um dos raros
momentos que nos permite reflexão, uma volta para nós mesmos, uma
possibilidade de nos conhecermos melhor. De saber o que queremos, do
que gostamos. E somente com essa clareza de dados é que podemos
buscar atividades que nos dão prazer, isto é, que nos fazem felizes. Assim
como a dor e o medo, a tristeza nos ajuda a sobreviver. Sim, porque se
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não sentíssemos medo, poderíamos nos atirar de um penhasco. E se não


tivéssemos dor, como o organismo poderia nos avisar de que algo não vai
bem?

(Adaptado de Mariana Sgarioni, Emoção & Inteligência,


Superinteressante, p. 18-20)

129- Identifica-se a ideia principal do texto em:


a) poetas convivem com sentimentos negativos, como a tristeza, porque
são incapazes de perceber os momentos felizes que ocorrem
normalmente no cotidiano das pessoas.
b) Felicidade corresponde a uma forma ideal de vida, por isso peças de
publicidade enfatizam os momentos mais agradáveis da vida familiar.

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c) Tristeza é um sentimento natural de reação a situações de frustração,
sendo, portanto, inerente à condição humana.
d) Tristeza e felicidade, sentimentos permanentes da vida, são os temas
preferidos de poetas e músicos, por isso utilizados atualmente por
publicitários.
e) O ideal que todos devem buscar, em seu dia-a-dia, deve ser o de se
sentirem constantemente alegres e felizes.

GABARITO: C.

O fim do 1º parágrafo e todo o restante do texto explica o que vem a ser


a tristeza. Veja estes trechos ratificadores: “Tristeza é um sentimento que
responde a estímulos internos, como recordações, memórias, vivências;
ou externos, como a perda de um emprego ou de um amor. Não se trata
de uma emoção, que é uma resposta imediata a um estímulo. No caso da
tristeza, nosso organismo elabora e amadurece a
emoção, antes de manifestá-la. É uma resposta natural a situações de
perda ou de frustrações, em que são liberados hormônios cerebrais
responsáveis por angústia, melancolia ou coração apertado." e
“Especialistas, no entanto, afirmam que estar infeliz é mais do que
natural, é necessário à condição humana. A tristeza é um dos raros
momentos que nos permite reflexão, uma volta para nós mesmos, uma
possibilidade de nos conhecermos melhor. De saber o que queremos, do
que gostamos." Portanto, fica claro que ‘a tristeza é um sentimento
natural de reação a situações de frustração, sendo, portanto, inerente à
condição humana’.

130- A afirmativa correta de acordo com o texto é:


a) Vinicius de Moraes tinha toda a razão quando escreveu que tristeza
não tem fim, mas a felicidade, sim.
b) Sentimentos de felicidade e de tristeza, embora sejam opostos entre
si, provocam, ambos, sensação de dor nas pessoas.
c) A televisão, ao mostrar situações familiares de felicidade completa,
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apóia-se em descobertas recentes sobre os sentimentos humanos.


d) O choro causado pelos versos de uma música bem triste ensina as
pessoas a suportarem melhor as grandes frustrações da vida real.
e) A tristeza constitui um sentimento que propicia ao ser humano maior
consciência de si próprio e de seus anseios.

GABARITO: E.

Este trecho do texto corrobora a afirmação da alternativa E: “A tristeza é


um dos raros momentos que nos permite reflexão, uma volta para nós
mesmos, uma possibilidade de nos conhecermos melhor. De saber o que
queremos, do que gostamos.” Portanto, ‘ela constitui um sentimento que

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propicia ao ser humano maior consciência de si próprio e de seus
anseios.’

Texto II

Apesar da queda relativa, a Região Sudeste ainda responde por


mais da metade do PIB nacional. O Estado de São Paulo apresentou a
maior queda relativa nos últimos anos, mas responde por cerca de um
terço da riqueza produzida no País. Historicamente baseado na agricultura
e na indústria, o Sudeste está rapidamente descortinando sua vocação
para os serviços.

O chamado setor terciário – que engloba o comércio, a área


financeira e todos os tipos de serviços – já é majoritário nos quatro
Estados da Região. Segundo o professor de economia da Universidade de
São Paulo, Carlos Azzoni, a região está se sofisticando e se especializando
na prestação de serviços. O Sudeste está se transformando numa
referência na América Latina nas áreas de saúde, educação, tecnologia e
informática. O setor financeiro mais sofisticado deve permanecer
concentrado na região por longos anos.

Para o mercado de trabalho, a mudança da vocação regional


significa a perda de vagas fixas e a abertura de muitas oportunidades de
trabalho menos rígidas. A agricultura deverá manter sua força na Região,
mas precisa investir em culturas extensivas para garantir a
competitividade. A tendência será concentrar a produção em culturas com
maior produtividade que se encaixam nesse perfil, como a cana-de-
açúcar, a laranja e as flores.

Embora as facilidades logísticas desobriguem as empresas de


produzir junto ao mercado, a força de consumo do Sudeste ainda cria
muitas oportunidades. Alguns centros no interior de São Paulo e Minas
Gerais têm força equivalente à de capitais de Estados menores. Essas
cidades médias possuem, além do mercado, mão-de-obra qualificada e
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custos reduzidos em relação aos grandes centros. Por isso, a


interiorização do desenvolvimento é uma tendência irreversível, segundo
os especialistas. Outra aposta recorrente está na área de logística e
distribuição, da qual as empresas dependem cada vez mais, por ser um
setor que se desenvolve necessariamente junto aos grandes mercados.
(Adaptado de Karla Terra, Novo mapa do Brasil, O Estado de S. Paulo, H2, 11 de dezembro de
2005)

131- O texto está corretamente resumido da seguinte maneira:


(A) A ausência de consumidores obriga o setor industrial a uma
transformação no mercado de trabalho, para torná-lo mais flexível.
(B) As distâncias entre centros produtores e respectivos consumidores
justificam a queda relativa do PIB na Região Sudeste.

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(C) Estados de extensão geográfica menor, em relação aos da Região
Sudeste, ampliam oportunidades de trabalho, com a interiorização dos
serviços.
(D) A queda relativa do PIB na Região Sudeste desperta interesse mais
voltado para a agricultura, com a produção de alguns itens diferenciados.
(E) De base historicamente agroindustrial, o Sudeste avança pelo setor
terciário, que já se tornou o mais significativo em toda a Região.

GABARITO: E.

A leitura desse texto provoca em quem lê a nítida percepção de que trata


da questão da economia da região Sudeste. Inicialmente, o autor nos diz
que o Sudeste tem o maior PIB do país. Depois, aborda o perfil econômico
da região, observado da perspectiva de um passado próximo, que se
caracterizava por ter sua força calcada na agricultura e na indústria.
Chega-se à conclusão que a região tem a maior parte de sua riqueza
deslocando-se para o setor de serviços. Os dois primeiros parágrafos
servem de base para que percebamos, primeiro, a base historicamente
agroindustrial do Sudeste, que hoje, segundo, avança pelo setor terciário,
tornando-se o mais significativo em toda a Região.

132- É correto afirmar, considerando o contexto, que a Região Sudeste


(A) perdeu consideravelmente sua importância na área agroindustrial,
com a interiorização do desenvolvimento econômico.
(B) deve ampliar sua força de consumo no mercado interno, para escoar a
produção agrícola específica e recuperar a queda do PIB.
(C) representa papel de destaque na economia brasileira, com novas
oportunidades de trabalho, especialmente na área de serviços.
(D) sofreu queda no PIB em consequência do afastamento de muitas
empresas, que passaram a operar à distância do mercado consumidor.
(E) concentra sua economia em cidades menores, por seus custos
reduzidos, o que leva à perda relativa de sua importância na economia
nacional.
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GABARITO: C.

A resposta está diluída em todo o texto, mas condensada no último


parágrafo. Depreendemos pela leitura do texto que o ‘Sudeste representa
papel de destaque na economia brasileira, com novas oportunidades de
trabalho, especialmente na área de serviços’. Depreendemos isso porque
lemos que a região Sudeste, apesar de ter sofrido queda relativa no PIB
nacional, ainda é a região mais rica do país, com grande evolução no
setor terciário e com grande vocação para surgimento de novos postos de
trabalho. Tudo isso faz do Sudeste a região que mais eleva o PIB
brasileiro.

Texto III

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Durante os períodos eleitorais, muito se fala do voto como
expressão do exercício de cidadania. No entanto, o conceito de cidadania
não se esgota no direito de eleger e de ser eleito para compor os órgãos
estatais incumbidos de elaborar executar ou fazer cumprir as leis. Ao
contrário, o conceito de cidadania, como um dos fundamentos da
República, é mais que o mero exercício do direito do voto.
A cidadania compreende, além disso, o direito de apresentar
projetos de lei diretamente às casas legislativas, de peticionar ou de
representar aos poderes públicos. Em verdade, a cidadania exige, no
Estado Democrático de Direito, que os cidadãos participem nos negócios
públicos – elegendo ou sendo eleitos como representantes do povo –,
principalmente inter vindo no processo de elaboração e na fiscalização das
leis, não apenas em defesa de interesses próprios, mas dos de toda a
sociedade.
Vê-se, pois, como é conveniente que os cidadãos tenham pelo
menos boas noções de processo legislativo, para saber como e quando
devem nele intervir, em defesa do interesse comum. A educação, por
exemplo, é assunto de interesse público, porque sempre foi não apenas a
ferramenta essencial da construção da cultura e da civilização, mas o
instrumento supremo da sobrevivência humana e de sua evolução. Foi ela
que permitiu aos homens, cada vez mais, uma elaborada adaptação ao
meio ambiente, ao longo de incontáveis eras. Foi e continua sendo o
grande diferencial na história evolutiva da humanidade.
Por sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas
e do País, a educação é apresentada como prioridade nos diferentes
programas de candidatos a cargos executivos e legislativos.

(Adaptado de Cláudio Fonseca, Jornal dos Professores, p. 7, julho de


2006)

133- A ideia central do texto consiste na discussão de

(A) normas legais, especialmente em relação ao exercício do direito do


voto, que compete aos cidadãos 03265357481

(B) determinados princípios democráticos a que todos devem submeter-


se, especialmente nos períodos eleitorais.
(C) como os candidatos a cargos executivos e legislativos devem participar
efetivamente da ordem democrática.
(D) um conceito mais amplo de cidadania e das condições para exercê-la
de uma forma eficaz e participativa.
(E) uma educação pública de qualidade, como programa básico de
diferentes candidatos a cargos eletivos

GABARITO: D.

Existem alguns segmentos do texto que tratam da ideia central dele, a


saber: a cidadania é um conceito mais amplo ligado a muitos campos da

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vida de modo que as pessoas devem procurar entender o que está
envolvida em ser de fato um Cidadão. Observa-se isso nos dois primeiros
parágrafos e, de maneira diluída, nos parágrafos subsequentes.

134- Considere as afirmativas abaixo:

I. O conceito de cidadania engloba participação ativa nos negócios


públicos e ultrapassa o simples ato de votar nos dias de eleição.
II. A escolha dos candidatos a cargos públicos, especialmente os que
envolvem função legislativa, deve valorizar aqueles que se preocupam
prioritariamente com a educação pública.
III. A evolução da humanidade só foi coroada de êxito a partir da definição
e da aceitação de um conceito comum de educação.

Considerando-se o contexto, está correto o que se afirma SOMENTE em

(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) II e III

GABARITO: A.

A afirmação I é confirmada pelo segundo período do primeiro parágrafo. A


afirmação II peca por usar palavras de sentido restrito (especialmente e
prioritariamente). Por fim, a afirmação III apresenta um equívoco por
dizer que um conceito comum, definido e aceito por todos, de educação
permitiu a evolução da humanidade, quando, na verdade, o texto diz tão
somente que o conceito de educação foi primordial para a evolução da
humanidade. Cuidado ao ler um texto (e, concurseiro que é concurseiro,
escaldado, verá que não tem alternativa I e III, logo...). Malícia também
ajuda.
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FCC – TRE-TO - ANALISTA – 2011

Texto I

De volta à Antártida

A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como


parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença
na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da
revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de
prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a
reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar

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estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por
satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à
Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência
comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia
herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas
pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento
afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a
“paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se
posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um
desmembramento territorial do continente.

(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)

135- Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para


retomar outras já utilizadas sem repeti-las literalmente, como ocorre em:

I. o continente gelado = a Antártida


II. Moscou = a Rússia
III. a revista Science = o blog Science Insider
IV. a potência comunista = a União Soviética

Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em


(A) I e III, apenas.
(B) I e IV, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

GABARITO: D.

Sobre I: "A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar
como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua
presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science
Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma
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agenda de prioridades para o continente gelado até 2020.". Bem, a


leitura e consequente intelecção (compreensão) de um texto passa por
alguns critérios; dentre esses, há o conhecimento de coesão. E o que
vem a ser coesão? É um conceito que trata da ligação entre as partes do
texto. Por exemplo, isto que você está lendo agora é um texto, certo?
Pois bem, observe que eu usei a palavra conceito para retomar a
palavra coesão, isso que fiz foi a coesão que houve no meu texto, ou
seja, conectei uma parte do texto com outra através da substituição de
uma palavra por outra (conceito no lugar de coesão). Da mesma forma, o
texto da prova apresenta a expressão 'continente gelado' retomando a
palavra 'Antártida', evitando a repetição, dando progressão ao texto e
tornando o texto bem coeso. Foi?

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O mesmo processo coesivo ocorre em II e IV. Veja o contexto,
respectivamente: "A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso
da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar
depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras
nações..." e "A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida
aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência
comunista construiu sete estações de pesquisa no continente."

Texto II

Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade


antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe
ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho,
escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. Sinto
que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara
ruim nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da
origem humilde. Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas
mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p.
29)

136- Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto.


I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade onde todos se
cumprimentam e ninguém nos conheça, o narrador incorre numa evidente
e insolúvel contradição.
II. A afirmação de que a outra mulher teve uma educação rigorosa é
reafirmação, por contraste, de que aquela a quem o narrador se dirige
não a teve, o que já estava implícito no propósito de lhe ensinar a falar
direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho etc.
III. Ao dizer que sua interlocutora parece uma moça digna apesar da
origem humilde, o narrador sugere, por meio da concessiva, que a
dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde.
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Está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

GABARITO: B.

Questão fácil. A afirmação II está correta e é autoexplicativa. Há uma


comparação/contraste entre a educação da segunda mulher e da primeira
mulher do locutor do texto. Enquanto a primeira teve uma educação

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rigorosa, a outra não teve, por isso ele iria ensiná-la. Chovi no molhado,
pois isso já está bem claro na afirmação II, não?

A afirmação III também está correta, porque a ideia de concessão é


justamente trabalhar ideias em oposição. Ao dizer que ela era humilde,
mas parecia ser digna, o narrador sugere, como diz a afirmação III, que a
dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde.

137- ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo
para o sentido original, por:
(A) pessoalmente.
(B) de modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre outras coisas.
(E) cuidadosamente.

GABARITO: E.

A expressão idiomática "escolher a dedo" significa, segundo o dicionário


Michaelis, escolher cautelosamente, com cuidado. Veja outras expressões
idiomáticas com a palavra dedo: Cheio de dedos, gíria: diz-se do
indivíduo convencido de seus méritos quando em geral não os tem, ou
que se presume intocável. Estar a dois dedos: estar muito perto. Meter os
dedos pelos olhos: obrigar alguém a ver e a julgar de certa maneira. Pôr
o dedo na ferida: mostrar; tocar o ponto fraco. Ter dedo para alguma
coisa: ter habilidade ou jeito.

Texto III

Cartão de Natal

Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens 03265357481

reinaugurar a sua vida


e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem

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o sim comer o não.

João Cabral de Melo Neto

138- No poema, João Cabral


(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal
as pessoas se tornem generosas e façam o sim comer o não.
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois nestes dias a
aventura parece em ponto de vôo, mas depois a rotina segue como
sempre.
(C) critica a atração núbil para o dente daqueles que transformam o Natal
em uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em
que os homens se transformam para melhor e fazem o ferro comer a
ferrugem.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma
transformação, e que, ao contrário de outros natais, seja possível
começar novo caderno.

GABARITO: E.

Poemas são sempre um problema, pois a subjetividade na leitura nos leva


para algumas interpretações múltiplas. A linguagem figurada (conotativa)
é própria do poema, que abusa da criatividade e do simbolismo para
transmitir uma ideia de maneira artística, não objetiva. No entanto, é
prova de concurso, temos de fazer a questão e... acertar. Portanto,
vamos entendê-lo.

Visto que o título do poema é Cartão de Natal, podemos deduzir que os


elementos do texto nos remeterão à esperança, amor, vida, bons votos,
promessas, recordação, renovação, etc. Pois bem... analisemos a primeira
parte do poema, segundo minha leitura possível:

Pois que reinaugurando essa criança 03265357481

pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;

A imagem da criança nos alude a Jesus Cristo e a seu nascimento, afinal,


Natal significa nascimento. Quando os homens rememoram esta época,
Cristo é rememorado, de modo que os homens, influenciados por esse
espírito natalino, sentem o desejo de "virar a página e começar a escrever
uma outra história" para o ano seguinte, uma nova vida (novo caderno),
fresca, revigorada como o pão quentinho da manhã. O desejo de
transformação, renovação é peculiar à época.

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pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:

A impressão é que, no Natal, tudo se renova, o homem está excitado por


uma nova aventura, e novos nascimentos de pessoas ((sementes) literais
e simbólicos) ocorrem.

que desta vez não perca esse caderno


sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.

Tais frases apresentam verbos com tom imperativo, indicando também


desejo, vontade de fazer a vida melhor, em busca de transformação do
negativo para o positivo (o ferro comer a ferrugem/o sim comer o não).

Levando tudo isso em conta, podemos dizer que, 'no poema, João
Cabral manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma
transformação, e que, ao contrário de outros natais, seja
possível começar novo caderno'.

139- É correto perceber no poema uma equivalência entre


(A) ferrugem e aventura.
(B) dente e entusiasmo.
(C) caderno e vida.
(D) sementes e pão do dia.
(E) ferro e atração núbil.

GABARITO: C.
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'Caderno' (termo de sentido conotativo) e 'vida' (seu equivalente


denotativo) podem ser associados, pois a transformação de que o texto
fala é condicionada à vida do homem.

140- que desta vez não perca esse caderno


Com a frase acima o poeta
(A) alude a uma impossibilidade.
(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.
(D) revela sua hesitação.
(E) manifesta desconfiança.

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GABARITO: B.

O verbo tem tom imperativo, misturando sugestão e desejo. Típico de


frase optativa. Lembra-se disso? Frase optativa? Se não...: é uma frase
que exprime desejo, vontade, cujos verbos se encontram normalmente no
imperativo ou nesse tom: Deus te acompanhe!, Seja bem-vindo!, etc.
Estas três últimas questões relativas a poema são raras na FCC.

FCC – TRE-TO – TÉCNICO - 2011

Texto I

O documentário E Agora? pretende revelar detalhes do tráfico de


aves silvestres no Brasil. Segundo o produtor Fábio Cavalheiro, o longa-
metragem apresentará cenas de flagrantes de tráfico, as rotas do
comércio ilegal e entrevistas com autoridades e representantes de ONGs.

A Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o projeto e, agora,


busca-se patrocínio. A ONG SOS Fauna, especializada em resgates, foi
uma das orientadoras para a produção do filme.

O longa também se propõe a discutir outro problema: o fato de que,


mesmo quando salvas das mãos dos traficantes, muitas aves não são
reintroduzidas na natureza.

Além da versão final editada para o cinema, as entrevistas e


materiais pesquisados estarão disponíveis para pesquisadores que
queiram se aprofundar no tema. A intenção é a de que o filme contribua
para a educação – e, por isso, será oferecido para estabelecimentos de
ensino.

Entre as espécies mais visadas pelos traficantes estão papagaios, a


araponga, o pixoxó, o canário-da-terra, o tico-tico, a saíra-preta, o galo-
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de-campina, sabiás e bigodinho


.
(O Estado de S. Paulo, A30 Vida, Planeta, 21 de novembro de 2010)

141- O assunto do texto está corretamente resumido em:


(A) Um longa-metragem, em forma de documentário, abordará o tráfico
de aves silvestres no Brasil, e terá objetivos educativos.
(B) A Ancine deverá escolher e patrocinar a realização de alguns projetos
de filmes educativos, destinados às escolas brasileiras.
(C) ONGs voltadas para a proteção de aves silvestres buscam a realização
de novos projetos, como a de filmes educativos.
(D) Várias espécies de aves silvestres encontram-se em extinção, apesar
dos constantes cuidados de ONGs destinadas à sua proteção.

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(E) Apesar das intenções didáticas, filme sobre tráfico de aves silvestres
não atinge sua finalidade educativa.

GABARITO: A.

Observe que já na primeira linha do parágrafo inicial: "O documentário E


Agora? pretende revelar detalhes do tráfico de aves silvestres no Brasil"
o resumo da letra A encontra respaldo. Isso fica ainda mais claro quando
notamos a complementação no fim do texto: "A intenção é a de que o
filme contribua para a educação – e, por isso, será oferecido para
estabelecimentos de ensino".

142- O texto informa claramente que


(A) o produtor do documentário sobre aves silvestres baseou-se em
entrevistas com pesquisadores para desenvolver o roteiro do filme.
(B) as discussões referentes aos diversos problemas que colocam em
perigo as aves silvestres já estão em andamento na Ancine.
(C) algumas Organizações Não Governamentais estão se propondo a
proteger aves silvestres capturadas e a preparar seu retorno à natureza.
(D) o objetivo principal do documentário será oferecer subsídios a
pesquisadores interessados em estudos sobre aves silvestres brasileiras.
(E) o projeto do documentário sobre o tráfico de aves silvestres já foi
aprovado, mas ainda não há patrocinador para sua produção.

GABARITO: E.

A primeira linha do segundo parágrafo atesta o conteúdo da letra E: "A


Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o projeto e, agora, busca-
se patrocínio". Beleza?

Texto II

A bailarina
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A profissão de bufarinheiro está regulamentada; contudo, ninguém


mais a exerce, por falta de bufarinhas*. Passaram a vender sorvetes e
sucos de fruta, e são conhecidos como ambulantes.

Conheci o último bufarinheiro de verdade, e comprei dele um


espelhinho que tinha no lado oposto a figura de uma bailarina nua. Que
mulher! Sorria para mim como prometendo coisas, mas eu era pequeno,
e não sabia que coisas fossem. Perturbava-me.

Um dia quebrei o espelho, mas a bailarina ficou intata. Só que não


sorria mais para mim. Era um cromo como outro qualquer. Procurei o
bufarinheiro, que não estava mais na cidade, e provavelmente teria

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mudado de profissão. Até hoje não sei qual era o mágico: se o
bufarinheiro, se o espelho.

* bufarinhas − mercadorias de pouco valor; coisas insignificantes.

(Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis, in Prosa Seleta. Rio


de Janeiro: Nova Aguilar, 2003, p.89)

143- O texto se desenvolve como


(A) depoimento de uma criança sobre o espelhinho que tinha no lado
oposto a figura de uma bailarina nua, registrado em sua memória.
(B) discussão em torno da importância de certas profissões, ainda que se
destinem ao comércio de bufarinhas.
(C) crítica a um tipo de vendedores que não se preocupa com valores
morais, como no caso da figura da bailarina nua vendida a uma criança.
(D) relato de caráter pessoal, em que o autor relembra uma situação
vivida quando era pequeno e reflete sobre ela.
(E) ensaio de caráter filosófico, em que o autor questiona o dilema diante
de certos fatos da vida, apontado na dúvida final: Até hoje não sei qual
era o mágico.

GABARITO: D.

É um relato, pois o autor conta uma história (narração (verbos no


passado)), e é de caráter pessoal, pois os verbos, na sua maioria, se
encontram na primeira pessoa do singular. Esta marca de pessoalidade se
reflete nos dois últimos parágrafos do texto, o que confirma a afirmação
da letra D.

144- É INCORRETO afirmar que:


(A) A exclamação Que Mulher! cria uma incoerência no contexto, por
referir-se a uma figura feminina que era, na verdade, um cromo como
outro qualquer.
(B) Percebe-se, na fala do contista, certa nostalgia em relação aos
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bufarinheiros, que vendiam sonhos, embutidos nas pequenas coisas.


(C) Bufarinheiro é uma palavra atualmente em desuso no idioma, porém
é possível entender seu sentido no decorrer do texto.
(D) Uma possível conclusão do texto é a de que a verdadeira mágica
estava no encanto da criança, quebrado com o espelho partido.
(E) No 1o parágrafo o autor constata mudança de hábitos na substituição
das bufarinhas por sorvetes e sucos de fruta.

GABARITO: A.

A afirmação da letra A é absurda, pois o autor do texto só diz que a figura


era um cormo como outro qualquer após o incidente com o espelho, e não

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no momento em que ele se entusiasma com a primeira impressão da
figura feminina bela atrás do espelho.

Texto III

Na Academia Brasileira de Letras, há um salão bonito, mas um


pouco sinistro. É o Salão dos Poetas Românticos, com bustos dos nossos
principais românticos na poesia: Castro Alves, Gonçalves Dias, Casimiro
de Abreu, Fagundes Varela e Álvares de Azevedo.

Os modernistas de 22, e antes deles os parnasianos, decidiram


avacalhar com essa turma de jovens, que trouxe o Brasil para dentro de
nossa literatura. Foram os românticos, na rosa e no verso, que colocaram
em nossas letras as palmeiras, os índios, as praias selvagens, o sabiá, as
borboletas de asas azuis, a juriti − o cheiro e o gosto de nossa gente. Não
fosse o romantismo, ficaríamos atrelados ao classicismo das arcádias, à
pomposidade do verso burilado. Sem falar nos poemas-piadas, a partir de
1922, todos como vanguarda da vanguarda.

Foram jovens. Casimiro morreu com 21 anos, Álvares de Azevedo


com 22, Castro Alves com 24, Fagundes Varela com 34. O mais velho de
todos, Gonçalves Dias, mal chegara aos 40 anos. O Salão dos Poetas
Românticos é também sinistro pois é de lá que sai o enterro dos imortais,
que morrem como todo mundo.

(Adaptado de Carlos Heitor Cony "Salão dos românticos". FSP,


16/12/2010)

145- No 2º parágrafo, identifica-se


(A) aceitação, com ressalvas, do fato de a escola romântica
ser considerada superior à parnasiana por esta última não ter sido
produzida por jovens talentos.
(B) elogio à produção literária dos autores parnasianos, cujas obras
clássicas teriam inspirado o modernismo de 22.
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(C) comparação do movimento de 22 com o romantismo, e conclusão de


que o primeiro, mais ousado, é superior ao segundo.
(D) reflexão a respeito do valor dos poetas românticos brasileiros, que
teriam sido injustamente criticados por parnasianos e modernistas.
(E) constatação dos inúmeros defeitos da produção literária modernista,
com base na falta de seriedade de seus autores.

GABARITO: D.

O valor dos poetas românticos é realçado pelo autor nesta parte do


segundo parágrafo em detrimento das críticas parnasianas e modernistas:
"Foram os românticos, na prosa e no verso, que colocaram em nossas
letras as palmeiras, os índios, as praias selvagens, o sabiá, as borboletas

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de asas azuis, a juriti − o cheiro e o gosto de nossa gente. Não fosse o
romantismo, ficaríamos atrelados ao classicismo das arcádias...". Era
olhar e ver. :-)

146- ... pois é de lá que sai o enterro dos imortais, que morrem como
todo mundo. (final do texto)
A frase acima
(A) aponta a desvalorização dos escritores que já foram considerados os
melhores do país.
(B) produz efeito humorístico advindo do paradoxo causado por um jogo
de palavras com os conceitos de mortalidade e imortalidade.
(C) conclui que apenas os autores românticos merecem ser chamados de
imortais.
(D) repudia com sarcasmo o privilégio oferecido aos autores da Academia,
pois são mortais como os demais escritores.
(E) estabelece oposição à ideia de que o Salão dos Poetas Românticos
teria algo de fúnebre.

GABARITO: B.

A letra B é autoexplicativa. Mesmo assim darei minha colaboração: o


paradoxo é a união de duas ideias contrárias, ou seja, imortais morrendo
é uma ideia paradoxal uma vez que o conceito de imortalidade é
exatamente o avesso de mortalidade, mas o autor une, de maneira
cômica/irônica, a ideia de imortalidade com mortalidade, gerando
paradoxo. Imortais não morrem, ora bolas, mas no texto o autor diz que
morrem como todo mundo, revelando implicitamente que na verdade o
título de imortalidade é meramente simbólico. Isso que eu fiz foi explicar
o jogo de palavras usado pelo autor, o que equivale a explicar uma
piada... não tem graça nenhuma... Bem, o que importa é que você tenha
entendido a questão.

147- − o cheiro e o gosto de nossa gente. (2o parágrafo)


O segmento acima configura-se como 03265357481

(A) ressalva ao que foi afirmado antes.


(B) síntese valorativa da enumeração que o antecede.
(C) causa dos fatos que foram apresentados.
(D) opinião que sintetiza a ideia principal do parágrafo.
(E) explicação que complementa o termo imediatamente anterior.

GABARITO: B.

Tal expressão (- o cheiro e o gosto de nossa gente) resume ou sintetiza


toda a enumeração anterior (... que colocaram em nossas letras as
palmeiras, os índios, as praias selvagens, o sabiá, as borboletas de asas
azuis, a juriti...). É valorativa porque, do ponto de vista do autor, essas
características enfatizam/valorizam/realçam o povo brasileiro e sua terra.

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FCC – TRE-AP – ANALISTA – 2011

As indústrias culturais, e mais especificamente a do cinema, criaram


uma nova figura, “mágica”, absolutamente moderna: a estrela. Depressa
ela desempenhou um papel importante no sucesso de massa que o
cinema alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito tempo
restrito apenas à tela grande, estendeu-se progressivamente, com o
desenvolvimento das indústrias culturais, a outros domínios, ligados
primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show business. Mas
alguns sinais já demonstravam que o sistema estava prestes a se
espalhar e a invadir todos os domínios: imagens como as de Gandhi ou
Che Guevara, indo de fotos a pôsteres, no mundo inteiro, anunciavam a
planetarização de um sistema que o capitalismo de hiperconsumo hoje vê
triunfar.
O que caracteriza o star-system em uma era hipermoderna é, de
fato, sua expansão para todos os domínios. Em todo o domínio da cultura,
na política, na religião, na ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na
filosofia, até na cozinha, tem-se uma economia do estrelato, um mercado
do nome e do renome. A própria literatura consagra escritores no
mercado internacional, os quais negociam seus direitos por intermédio de
agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias do espetáculo.
Todas as áreas da cultura valem-se de paradas de sucesso (hit-parades),
dos mais vendidos (best-sellers), de prêmios e listas dos mais populares,
assim como de recordes de venda, de frequência e de audiência destes
últimos.
A extensão do star-system não se dá sem uma forma de
banalização ou mesmo de degradação − da figura pura da estrela,
trazendo consigo uma imagem de eternidade, chega-se à vedete do
momento, à figura fugidia da celebridade do dia; do ícone único e
insubstituível, passa-se a uma comunidade internacional de pessoas
conhecidas, “celebrizadas”, das quais revistas especializadas divulgam as
fotos, contam os segredos, perseguem a intimidade. Da glória, própria
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dos homens ilustres da Antiguidade e que era como o horizonte


resplandecente da grande cultura clássica, passou-se às estrelas − forma
ainda heroicizada pela sublimação de que eram portadoras − , depois,
com a rapidez de duas ou três décadas de hipermodernidade, às pessoas
célebres, às personalidades conhecidas, às “pessoas”. Deslocamento
progressivo que não é mais que o sinal de um novo triunfo da forma
moda, conseguindo tornar efêmeras e consumíveis as próprias estrelas da
notoriedade.

(Adap. de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. Uma cultura de celebridades: a


universalização do estrelato. In A cultura – mundo: resposta a uma sociedade
desorientada. Trad: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p.81
a 83)

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148- No texto, os autores
(A) tecem elogios às indústrias culturais, assinalando como positivo o
desempenho delas na constituição de sociedades modernas.
(B) advogam o reconhecimento do papel exclusivo do cinema na criação e
disseminação da figura da estrela.
(C) atribuem às estrelas do cinema a massificação dessa arte, em um
sistema que permanece unicamente por força da atuação das atrizes de
alta categoria.
(D) condenam a expansão do sistema que equivocadamente se constituiu
no passado em torno da figura da estrela, porque ele tornou obrigatória a
figura intermediária do agente.
(E) apontam a hipermodernidade como era que adota, de modo
generalizante, práticas que na modernidade mais se associavam às
indústrias do espetáculo.

GABARITO: E.

Este trecho do texto resolve a questão: "o que caracteriza o star-system


em uma era hipermoderna é, de fato, suaexpansão para todos os
domínios. Em todo o domínio da cultura, na política, na religião, na
ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na filosofia, até na cozinha,
tem-se uma economia do estrelato, um mercado do nome e do
renome. A própria literatura consagra escritores no mercado
internacional, os quais negociam seus direitos por intermédio de agentes,
segundo o sistema que prevalece nas indústrias do espetáculo."

149- Os autores referem-se a Gandhi ou Che Guevara com o objetivo de


(A) insinuar que, na modernidade, a imagem independe do valor que
efetivamente um homem representa.
(B) recriminar, em aparte irrelevante para a argumentação principal, a
falta de critério na exposição da figura de um líder, que acarreta o uso
corriqueiro de sua imagem − numa foto ou pôster.
(C) comprovar que o sistema associado à figura da estrela estava ligado
aos setores do espetáculo, da televisão, do show business.
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(D) conferir dignidade à indústria cultural, demonstrando que essa


indústria tem também a função de dar visibilidade à imagem de grandes
líderes.
(E) demonstrar, por meio de particularização, que antes da era
hipermoderna já havia sinais de que o starsystem invadiria todos os
domínios.

GABARITO: E.

A afirmação da letra E encontra respaldo no seguinte trecho do texto, que


resolve a questão: "imagens como as de Gandhi ou Che
Guevara (particularização), indo de fotos a pôsteres, no mundo
inteiro, anunciavam a planetarização de um sistema que o capitalismo

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de hiperconsumo hoje vê triunfar (antes da era hipermoderna já havia
sinais de que o starsystem invadiria todos os domínios)."

FCC – TRE-AP – TÉCNICO – 2011

Texto I

A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade,


igualdade e fraternidade, deu passo temerário ao proibir o uso, em
espaços públicos, de véus que cubram totalmente o rosto. Trata-se de
uma manifestação de intolerância difícil de reconciliar com os valores que
a nação francesa veio a representar no mundo.
Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias
tradicionais em alguns grupos muçulmanos, como o niqab (que deixa só
os olhos à mostra) e a burca (que os mantém cobertos por uma tela). A
legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana e já motivou a
aplicação de uma multa de cerca de R$ 340.
A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação da
pessoa, sob o pretexto de que essa dissimulação pode favorecer
comportamentos suscetíveis de perturbar a ordem pública. Vale para
ruas, parques, escolas, repartições, bibliotecas, hospitais, delegacias e
ginásios de esporte. Domicílios, veículos particulares e locais de culto
ficam excetuados.
Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer acessório
− como máscaras ou capacetes − que oculte o rosto. A intenção de
discriminar muçulmanas transparece quando se considera a exceção feita
na lei: máscaras usadas no contexto de festas, manifestações artísticas
ou procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter tradicional".
Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval, no Halloween
ou em procissões. Muçulmanas, no dia a dia, não − ainda que a peça seja
de uso tradicional. O argumento da obrigatoriedade de identificação é
ponderável. A própria legislação admite que a identidade seja confirmada
em recinto policial. A imposição de multa, porém, parece abusiva.
A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros símbolos
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religiosos − deveriam ser considerados parte integrante do direito à


expressão da personalidade, o que inclui a fé. Decerto que em muitos
casos o uso do véu é imposto pela família e pode ser um símbolo de
sujeição da mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria para
que a lei resulte em violação de seus direitos.
A medida extrema só encontra explicação no sentimento xenófobo
que se dissemina pela França. Vem a calhar para o presidente Nicolas
Sarkozy, que parece disposto a tudo para melhorar seus índices de
popularidade.

(Folha de S.Paulo. Opinião. 13 de abril de 2011)

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150- O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no texto é:
(A) Privilégios dos cristãos.
(B) Intolerância à francesa.
(C) Datas religiosas e pagãs.
(D) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy.
(E) Lugares públicos e privados.

GABARITO: B.

O tema central é a questão da intolerância, na/pela França, aos


estrangeiros (mais especificamente às mulheres muçulmanas que cobrem
o rosto). Veja este trecho ratificador: "A intenção de discriminar
muçulmanas transparece quando se considera a exceção feita na lei:
máscaras usadas no contexto de festas, manifestações artísticas ou
procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter tradicional". Além
disso, os três últimos parágrafos colocam em xeque a postura do governo
francês, revelando uma incoerência na atitude/postura
proibitiva. Portanto, o título, com trocadilho, sintetiza bem o assunto
tratado no texto.

151- O autor do editorial, ao


(A) referir-se a berço (linha 1), reconhece a França como origem de
valores fundamentais, mas, ao mencionar modernos (linha 1), critica o
anacronismo da tríade (linha 1).
(B) falar em intolerância (linhas 4 e 5), toma como ponto de referência a
cultura europeia contemporânea, que ele considera nada dever à tradição
francesa.
(C) caracterizar passo (linha 2), manifesta uma avaliação pessoal sobre a
lei francesa, passando a fundamentar sua apreciação ao longo do texto.
(D) mencionar niqab e burca (linha 9), defende que, na realidade, essas
indumentárias são símbolos dos crimes praticados por certos grupos
muçulmanos.
(E) citar a legislação adotada em 2010 (linhas 10 e 11), inicia a
argumentação que desabonará totalmente a lei que trata do uso de véus,
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visto que essa lei não preceitua nada que mereça séria consideração.

GABARITO: C.

No texto, quando um autor quer expressar sua opinião/julgamento


(apreciação), ele o faz através de, normalmente, adjetivos modalizadores,
que são palavras de sentido opinativo (passo temerário (=imprudente,
arriscado, precipitado)). percebe que tal adjetivo exprime um ponto de
vista? Uma coisa é dizer: Este carro é azul. Outra é dizer: Este carro é
bom. O adjetivo bom tem valor subjetivo, opinativo, enquanto azul é
meramente descritivo.

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152. No aproveitamento que o autor fez da ideia, o grau de generalidade
citado (linha 20) remete mais especificamente à não
(A) citação do número da lei (linha 13).
(B) identificação da pessoa (linha 14).
(C) caracterização da forma como a lei interdita (linha 13).
(D) definição do pretexto (linha 14).
(E) especificação de vestimentas (linha 13).

GABARITO: E.

O terceiro e o quarto parágrafo dizem que "A lei interdita o uso de


vestimentas (valor genérico) que impeçam a identificação das pessoas..."
e "Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer
acessório − como máscaras ou capacetes − que oculte o rosto." Portanto,
a generalidade diz respeito à não especificação de vestimentas.

153- A expressão do texto que está corretamente entendida é:


(A) (linhas 4 e 5) manifestação de intolerância difícil de reconciliar /
forma de repressão que se manifesta pela dificuldade de conciliação com
as pessoas.
(B) (linhas 5 e 6) valores que a nação francesa veio a representar no
mundo / qualidades francesas que poderiam se tornar símbolos mundiais.
(C) (linhas 7 e 8) a proibição criminaliza o porte de indumentárias
tradicionais / a interdição acaba produzindo o crime de porte ilegal de
indumentárias tradicionais.
(D) (linhas 14 e 15) sob o pretexto de que essa dissimulação / com a
alegação de que essa ocultação.
(E) (linhas 15 e 16) pode favorecer comportamentos suscetíveis de
perturbar a ordem pública / favoreceria comportamentos passíveis de
atentar contra regimes democráticos.

GABARITO: D.

As expressões "sob o pretexto de que essa dissimulação" e "com a


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alegação de que essa ocultação" são sinônimas, ou seja, apresentam o


mesmo sentido; o que não ocorre com as outras alternativas.

154- O segmento que expressa ponto de vista normativo por parte do


editorialista é:
(A) A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade,
igualdade e fraternidade, deu passo temerário...
(B) Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias
tradicionais em alguns grupos muçulmanos...
(C) A legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana...
(D) A imposição de multa, porém, parece abusiva.

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(E) A roupa e o uso de adereços − como crucifixos ou outros símbolos
religiosos − deveriam ser considerados parte integrante do direito à
expressão da personalidade...

GABARITO: E.

O ponto de vista normativo do editorialista está na letra E porque só nela


existe o uso de um verbo modalizador, ou seja, um verbo que exprime
ponto de vista do autor do texto. O verbo DEVER é normalmente um
verbo modalizador, pois apresenta noção de obrigatoriedade por parte de
quem o usa. Exemplo: Você deve estudar. Percebe a noção de imposição,
obrigatoriedade, como se fosse realmente uma ‘norma’ a ser seguida? Daí
a ideia de ‘normatividade’ a que o enunciado faz referência.

FCC – TRE-RN – ANALISTA – 2011

Nas ilhas Mascarenhas − Maurício, Reunião e Rodriguez −,


localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de
pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade
humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções
também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de
uma família singular de pombos que não voavam − o solitário da ilha
Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha
Reunião, desaparecido por volta de 1746; e o célebre dodô da ilha
Maurício, encontrado pela última vez no início da década de 1680 e quase
certamente extinto antes de 1690.
Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem
cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas, em cujo
topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande
de ponta bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica,
inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de voo). Os
dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no
chão. 03265357481

Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo


gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura
para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua
extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação
humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para as
ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao
que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô,
alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão − e muitos
naturalistas atribuem um número maior de mortes à chegada desses
animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados os
primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô
vivo na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou
vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não
encontrou nenhum.

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(Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê”, A


montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São Paulo, Cia. das
Letras, 2003, pp. 286-8)

155- “Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções


também ocorreu nessa localidade...” (1o parágrafo)

A frase acima transcrita deve ser entendida como indicação de que a


extinção das espécies de pombos que não voavam das ilhas Mascarenhas

(A) seria um modelo a ser utilizado pelos homens no futuro, quando


decididos a erradicar espécies inúteis ou prejudiciais.
(B) é uma das primeiras extinções de animais vinculadas à ação direta ou
indireta dos homens de que se tem notícia.
(C) teria ocorrido muito tempo antes do verdadeiro início da extinção de
espécies por conta de ações humanas diretas ou indiretas.
(D) é um episódio tão antigo na história das relações entre homens e
animais que pode ser considerado singular e ultrapassado.
(E) deu origem a um padrão para as futuras extinções de animais, que
estariam sempre ligadas à colonização humana de novas terras.

GABARITO: B.

Faça uma ligação entre as palavras do fragmento e a afirmação sobre ele


na letra B. Veja:

Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções (uma das


primeiras extinções de animais)...

vinculadas à ação direta ou indireta dos homens de que se tem notícia


(esta parte se encontra no primeiro período do texto)...

Você está percebendo que as questões de interpretação da FCC são


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resolvidas em cima do texto. Por isso, não deixe de sublinhar e resumir as


ideias principais de cada parágrafo; ok?

156- As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis... (2o


parágrafo)
Ao que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô,
alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão... (último
parágrafo)

A expressão grifada nas frases acima transcritas deixa transparecer, em


relação às afirmações feitas,
(A) a sua comprovação científica irrefutável.
(B) a certeza absoluta que o autor quer partilhar com o leitor.
(C) o receio do autor ao formular um paradoxo.

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(D) a sua pequena probabilidade.
(E) o seu caráter de hipótese bastante provável.

GABARITO: E.

A expressão ao que tudo indica dá ideia de hipótese, suposição, que se


opõe à ideia de comprovação, certeza.

157- O segmento cujo sentido está corretamente expresso em outras


palavras é:
(A) se multiplicaram de maneira prodigiosa = cresceram ilusoriamente.
(B) as duas espécies se regalaram = os dois gêneros se empanturraram.
(C) uma família singular = um conjunto variegado.
(D) que selou o destino = que indigitou a fatalidade.
(E) empenhou-se na procura = dedicou-se com afinco à busca.

GABARITO: E.

Mera questão de sinonímia, ou seja, uso de palavras/expressões/frases


diferentes com sentidos semelhantes. “Empenhar-se” e “dedicar-se com
afinco” têm o mesmo sentido, portanto são expressões sinônimas; “na
procura” e “à busca” também apresentam o mesmo sentido, logo a
resposta só pode ser a letra E.

Agora as incorretas. Sobre a letra A: prodigiosa = extraordinária,


fenomenal, real, e não ilusória. Sobre a B: regalar = sentir grande prazer;
empanturrar = encher-se. Sobre a C: singular = única, uniforme;
variegado = diferente, variado. Sobre a D: indigitar = mostrar, designar.

Texto II

AS LAVADEIRAS DE MOÇORÓ, cada uma tem sua pedra no rio; cada


pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta,
como vão passando as águas no tempo. As pedras têm um polimento que
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revela a ação de muitos dias e muitas lavadeiras. Servem de espelho a


suas donas. E suas formas diferentes também correspondem de certo
modo à figura física de quem as usa. Umas são arredondadas e cheias,
aquelas magras e angulosas, e todas têm ar próprio, que não se presta a
confusão.

A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se


unifica ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se
que a pedra a acompanha em surdina. Outras vezes, parece que o canto
murmurante vem da pedra, e a lavadeira lhe dá volume e
desenvolvimento.

Na pobreza natural das lavadeiras, as pedras são uma fortuna, jóias


que elas não precisam levar para casa. Ninguém as rouba, nem elas, de

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tão fiéis, se deixariam seduzir por estranhos.

(Carlos Drummond de Andrade)

158- Considere as observações seguintes sobre a associação de palavras


no texto e o sentido decorrente dessa associação:

I. No segmento passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão


passando as águas no tempo há uma comparação, que associa a
transmissão de costumes ao fluxo das águas do rio.
II. As referências às pedras, especialmente no 2º parágrafo, atribuem a
elas qualidades humanas.
III. Na frase Servem de espelho a suas donas é possível entender o
sentido literal, como referência ao reflexo da água sobre as pedras, e o
sentido contextual, como identidade e cumplicidade entre a mulher e a
pedra.

Está correto o que se afirma em:


(A) II, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

GABARITO: E.

Sobre I, a ideia de comparação entre passagem de costumes/hábitos com


as pessoas e o fluxo das águas do rio é clara; o que nos ajuda a
corroborar isso é o conectivo ‘como’ na expressão: como vão passando as
águas no tempo.

Sobre II, as pedras são personificadas (lembra-se desta figura de


linguagem, em que seres não humanos passam a apresentar
características humanas?). Basta ler o segundo parágrafo: “A lavadeira e
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a pedra formam um ente especial, que se divide e se unifica ao sabor do


trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se que a pedra a
acompanha em surdina. Outras vezes, parece que o canto murmurante
vem da pedra, e a lavadeira lhe dá volume e desenvolvimento.” Foi?

Sobre III, a afirmação é autoexplicativa: “Na frase Servem de espelho a


suas donas é possível entender o sentido literal, como referência ao
reflexo da água sobre as pedras (servem de espelho), e o sentido
contextual, como identidade e cumplicidade entre a mulher e a pedra
(suas donas).”

FCC – ESCRITURÁRIO (BB) – 2011

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"O futebol arte acabou." Esta frase ecoa nos ares brasileiros sempre
que perdemos. Para mim, essa frase tem cheiro de blasfêmia, que bem
poderia ter se originado dos rincões onde jogar futebol, muito mais que
um esforço perdido, é puro desencanto. Nunca emitida por um dos
nossos.

Arte para o futebol jamais é adjetivo; é a sua essência. A beleza


intrínseca do movimento e da harmonia é meio ideal de cultura para a
alegria e a criatividade. E quem, neste mundo, apresenta com tanta
clareza tais qualidades? Um povo historicamente esmagado pela
colonização (que insiste em se fazer viva), explorado e excluído em sua
imensa maioria e que permanece com os queixos elevados e com a
esperança intocável, é de se admirar. E só conseguiu atingir essa
capacidade de sobrevivência por suas incomparáveis características.
Quando qualquer de nós se aproxima de alguma forma de expressão
artística é que podemos perceber a sensibilidade que exala de cada poro.

Como podemos explicar que cá por estas bandas surgissem tantas


genialidades sem que, em sua maioria, tenham tido quaisquer facilidades
para seus ofícios? Em tantas áreas poderíamos desfilar um sem número
de figuras excepcionais que se destacaram por suas criações e
capacidades. No esporte não é diferente.

Do bando de desnutridos que somos nasceram Ademar Ferreira da


Silva e João do Pulo. Mesmo com a falta de piscinas, tivemos Manoel dos
Santos, Ricardo Prado, Gustavo Borges e esse excepcional César Cielo.
Raquetes, tão raras por aqui, nos deram Maria Ester Bueno, Thomaz Koch
e um tal de Guga. Assim, poderíamos ficar horas a desfilar as
incoerências da realidade que vivemos. E nada mais real do que o nosso
futebol. Nossa plena expressão social e nosso maior agregador cultural
foram postos em um lugar bem especial por todos os apreciadores desse
esporte, exatamente por nossas especialidades: espontaneidade, dom,
criatividade, alegria e habilidade. Isto é que determina o que é arte! E
arte de qualidade ímpar. Não é à toa que nossos maiores jogadores
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desfilam seus dotes, espalhados por todo o planeta.

(Adaptado de: Sócrates. Carta Capital, Pênalti, 6 de abril de 2011, p. 68)

159- Considerando-se o teor do texto, é correto afirmar que se trata de

(A) narrativa sobre o sucesso do esporte brasileiro em todo o mundo,


com destaque para o futebol, bem mais popular.
(B) exposição de um ponto de vista pessoal a respeito das qualidades dos
brasileiros na área dos esportes, particularmente no futebol.
(C) discussão aprofundada sobre os problemas socioeconômicos que
levam atletas brasileiros de destaque a sair do país.
(D) proposta de maior apoio aos esportistas brasileiros, para que possam
dedicar-se aos treinos e melhorar seu desempenho.

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(E) depoimento de um ex-jogador em que se nota a decepção com os
recentes resultados negativos do futebol brasileiro.

GABARITO: B.

O texto é dissertativo argumentativo, em que se expõe um assunto


apresentando um ponto de vista defendido com argumentos. O autor faz
justamente isto. Veja que a marca principal da dissertação é o verbo no
presente do indicativo, pois apresenta tom de certeza no que se diz.
Vemos também que o texto defende a tese de que os brasileiros fazem
muito sucesso, se destacam de fato nos esportes de um modo geral,
principalmente no futebol.

FCC – TRE-RN – TÉCNICO – 2011

Rio Grande do Norte: a esquina do continente

Os portugueses tentaram iniciar a colonização em 1535, mas os


índios potiguares resistiram e os franceses invadiram. A ocupação
portuguesa só se efetivou no final do século, com a fundação do Forte dos
Reis Magos e da Vila de Natal. O clima pouco favorável ao cultivo da cana
levou a atividade econômica para a pecuária. O Estado tornou-se centro
de criação de gado para abastecer os Estados vizinhos e começou a
ganhar importância a extração do sal – hoje, o Rio Grande do Norte
responde por 95% de todo o sal extraído no país. O petróleo é outra fonte
de recursos: é o maior produtor nacional de petróleo em terra e o
segundo no mar. Os 410 quilômetros de praias garantem um lugar
especial para o turismo na economia estadual.

O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas − com belas


praias, falésias, dunas e o maior cajueiro do mundo –, do qual faz parte a
capital, Natal. O Polo Costa Branca, no oeste do Estado, é caracterizado
pelo contraste: de um lado, a caatinga; do outro, o mar, com dunas,
falésias e quilômetros de praias praticamente desertas. A região é grande
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produtora de sal, petróleo e frutas; abriga sítios arqueológicos e até um


vulcão extinto, o Pico do Cabugi, em Angicos. Mossoró é a segunda cidade
mais importante. Além da rica história, é conhecida por suas águas
termais, pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas salinas.

Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo do Seridó,


dominado pela caatinga e com sítios arqueológicos importantes, serras
majestosas e cavernas misteriosas. Em Caicó há vários açudes e
formações rochosas naturais que desafiam a imaginação do homem. O
turismo de aventura encontra seu espaço no Polo Serrano, cujo clima
ameno e geografia formada por montanhas e grutas atraem os adeptos
do ecoturismo.

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Outro polo atraente é Agreste/Trairi, com sua sucessão de serras,
rochas e lajedos nos 13 municípios que compõem a região. Em Santa
Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do sertão
potiguar – em breve, o local vai abrigar um complexo voltado
principalmente para o turismo religioso. A vaquejada e o Arraiá do
Lampião são as grandes atrações de Tangará, que oferece ainda um
belíssimo panorama no Açude do Trairi.

(Nordeste. 30/10/2010, Encarte no jornal O Estado de S. Paulo).

160- O texto se estrutura notadamente


(A) sob forma narrativa, de início, e descritiva, a seguir, visando a
despertar interesse turístico para as atrações que o Estado oferece.
(B) de forma instrucional, como orientação a eventuais viajantes que se
disponham a conhecer a região, apresentando-lhes uma ordem
preferencial de visitação.
(C) com o objetivo de esclarecer alguns aspectos cronológicos do
processo histórico de formação do Estado e de suas bases econômicas,
desde a época da colonização.
(D) como uma crônica baseada em aspectos históricos, em que se
apresentam tópicos que salientam as formações geográficas do Estado.
(E) de maneira dissertativa, em que se discutem as várias divisões
regionais do Estado com a finalidade de comprovar qual delas se
apresenta como a mais bela.

GABARITO: A.

O início do texto tem estrutura narrativa porque o autor o começa


contando uma história. Características importantes da narração: voz de
um narrador, tempo/espaço, personagens, enredo e verbo no passado,
normalmente. Veja os elementos da narração: “Os portugueses tentaram
iniciar a colonização em 1535, mas os índios potiguares resistiram e os
franceses invadiram. A ocupação portuguesa só se efetivou no final do
século, com a fundação do Forte dos Reis Magos e da Vila de Natal. O
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clima pouco favorável ao cultivo da cana levou a atividade econômica


para a pecuária. O Estado tornou-se centro de criação de gado para
abastecer os Estados vizinhos e começou a ganhar importância a extração
do sal – hoje, o Rio Grande do Norte responde por 95% de todo o sal
extraído no país.”

Já a descrição é caracterizada por apresentar verbos no presente do


indicativo, imagens detalhistas sobre um objeto, um lugar, uma pessoa,
etc. Isso ocorre em todos os parágrafos subsequentes ao primeiro. É só
ler. Para os preguiçosos (rs), veja o segundo parágrafo: “O litoral oriental
compõe o Polo Costa das Dunas − com belas praias, falésias, dunas e o
maior cajueiro do mundo –, do qual faz parte a capital, Natal. O Polo
Costa Branca, no oeste do Estado, é caracterizado pelo contraste: de um
lado, a caatinga; do outro, o mar, com dunas, falésias e quilômetros de

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praias praticamente desertas. A região é grande produtora de sal,
petróleo e frutas; abriga sítios arqueológicos e até um vulcão extinto, o
Pico do Cabugi, em Angicos. Mossoró é a segunda cidade mais
importante. Além da rica história, é conhecida por suas águas termais,
pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas salinas”. E aí, ficou
claro agora?

FCC – TRE-RS - DEFENDOR PÚBLICO - 2011

161- A transformação da frase "Eu nunca parei de pensar sobre isso",


disse Goodwin, para discurso indireto é:
(A) Goodwin disse que nunca parara de pensar sobre aquilo.
(B) Goodwin diz que nunca tivera parado de pensar sobre aquilo.
(C) Goodwin disse: “Eu nunca parei de pensar sobre isso”.
(D) Goodwin diz: “Eu nunca parei de pensar sobre isso”.
(E) Goodwin disse o que pensava sobre aquilo.

GABARITO: A.

Sobre tipos de discurso, veja os detalhes que respondem a esta questão


(rara na FCC) agora:

Na narração, o narrador expõe a fala da personagem de duas maneiras:


dando voz à própria personagem ou reproduzindo com sua voz a fala da
personagem. Na dissertação também encontramos estes discursos
quando o locutor do texto, normalmente, parafraseia a citação de alguém.

No Discurso Direto (DD) há a presença de alguns elementos básicos


(normalmente todos aparecem): verbo elocutivo (antecipando a fala da
personagem), dois-pontos, aspas outravessão marcando a própria fala.

No Discurso Indireto (DI) o narrador usa uma estrutura de oração


subordinada substantiva, iniciada pela conjunção 'que'.
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Ex.: O professor pediu aos alunos: "Fiquem quietos". (DD)


O professor pediu-lhes que ficassem quietos. (DI)

Existem regras para a passagem do discurso direto para o


indireto (os vocábulos do discurso direto têm de ficar depois do 'que'):

DIRETO - Enunciado em primeira pessoa: Disse o detento: "Eu não


confio mais na Justiça"

INDIRETO - Enunciado em terceira pessoa: O detento disse [que ele não


confiava mais na Justiça]

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DIRETO - Verbo no presente do indicativo: "Eu não confio mais na
Justiça"

INDIRETO - Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: Ele disse [que


não confiava mais na Justiça]

DIRETO - Verbo no pretérito perfeito: "Eu não roubei nada"

INDIRETO - Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo


ou no pretérito mais-que-perfeito: Ele disse [que não tinha/havia
roubado (ou roubara) nada]

DIRETO - Verbo no futuro do presente: "Faremos justiça de qualquer


maneira"

INDIRETO - Verbo no futuro do pretérito: Declararam [que fariam justiça


de qualquer maneira]

DIRETO - Verbo no imperativo, presente ou futuro do subjuntivo:


"Saia da delegacia", ordenou o delegado ao promotor

INDIRETO - Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O delegado


ordenou ao promotor [que saísse da delegacia]

DIRETO - Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos de 1ª


pessoa; por exemplo, este, esta, isto, esse, essa, isso: "A esta hora não
responderei nada", disse ele.

INDIRETO - Pronomes de 3ª pessoa; por exemplo, aquele, aquela,


aquilo: Ele disse [que àquela hora não responderia nada à imprensa]

DIRETO - Advérbio aqui e cá: "Daqui eu não saio tão cedo", disse ele

INDIRETO - Advérbio ali e lá: Ele disse [que dali não sairia tão cedo]
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FCC – TRF – ANALISTA – 2010

162- Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe o advogado de defesa que adiasse a


sessão, informando ao magistrado que sua principal testemunha estava
adoentada e, por essa razão, impossibilitada de comparecer.

Indique a afirmação INCORRETA sobre o texto acima.


(A) A presença de personagens e o encadeamento temporal são traços
que autorizam qualificar esse texto como narrativo.
(B) Em discurso direto, a fala correta do advogado seria: Solicito-lhe,
Meritíssimo, que adie a sessão, uma vez que minha principal testemunha
encontra-se adoentada, o que a impede de comparecer.

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(C) Há um encadeamento causal nesta sucessão de eventos: estava
adoentada, impossibilitada de comparecer e pediu-lhe o advogado de
defesa que adiasse a sessão.
(D) Caso o advogado fosse um entusiasta dos latinismos, ele poderia,
adequadamente, usar a expressão tábula rasa, para indicar seu respeito
ao magistrado, e ipso facto, no sentido de por essa razão.
(E) A forma verbal estava, explícita em estava adoentada, está elíptica na
construção seguinte, impossibilitada de comparecer.

GABARITO: D.

Dentro deste contexto, a expressão ‘tábula rasa’ não indica respeito, mas
sim o oposto. Segundo o dicionário Aulete tal expressão é explicada
assim: no empirismo mais radical, é o estado de absoluto vazio mental
anterior a toda experiência. Portanto tem caráter negativo, quiçá
pejorativo. Já ‘ipso facto’ é uma frase latina, que significa que um certo
efeito é uma consequência direta da ação em causa, em vez de ser
provocada por uma ação subsequente, como o veredicto de um tribunal.
Na lei, esta frase é frequentemente empregada para transmitir a ideia de
que algo que tem sido feito ao contrário do direito é automaticamente
anulado. Enfim, esta expressão e ‘por essa razão’ são sinônimas.

FCC – AL-SP – AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO – 2010

163- O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava (...): “Restaure-


se a moralidade, ou então nos locupletemos todos!”.

Transpondo-se adequadamente o trecho acima para o discurso indireto,


ele ficará: O velho e divertido Barão de Itararé já reivindicava que

(A) ou bem se restaurasse a moralidade, senão nos locupletaríamos


todos.
(B) fosse restaurada a moralidade, ou então que nos locupletássemos
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todos.
(C) seja restaurada a moralidade, ou todos nos locupletávamos.
(D) seria restaurada a moralidade, caso contrário nos locupletássemos.
(E) a moralidade seja restaurada, quando não venhamos a nos locupletar.

GABARITO: B.

Questão interessante, pois mistura transposição de discursos com voz


verbal.

Como já recapitulamos a questão de transposição de tipos de discurso


(direto para o indireto e vice-versa), fica fácil. Bem, o verbo no
imperativo (discurso direto) fica no pretérito imperfeito do subjuntivo
(discurso indireto): “Restaure-se” (voz passiva sintética) = “fosse

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restaurada” (voz passiva analítica); “nos locupletemos” =
“locupletássemos”.

FCC – OFICIAL DE CHANCELARIA – 2009

Texto I

O texto abaixo foi extraído de correspondência do renomado escritor


norte-americano Norman Mailer endereçada ao crítico literário Peter
Balbert.

1º de fevereiro de 1998

Caro Peter,

Entre as coisas que temos em comum está a depressão cultural.


Reflito sobre a minha vida, especialmente depois de ter completado
cinquenta anos de literatura, e sinto que todas as coisas pelas quais
trabalhei e lutei estão em decadência. O que antes eu via como o inimigo
e, com grande otimismo, como o inimigo que haveria de ser derrotado,
acabou na verdade por nos vencer. [...]
A questão diante de nós dois é: onde está a culpa? Estava em nós?
Por nunca termos feito o suficiente, por mais que achássemos que sim?
Ou estará na abstração que chamamos de “natureza humana”? Teremos
ajustado as nossas crenças a um conceito de homens e mulheres que não
se adequava aos fatos rasteiros?
Às vezes me pergunto se isso não será puro elitismo de minha
parte, e se a verdadeira premissa da democracia, a de que os sem-banho
tenham acesso a sabonete barato, desodorante e roupas de plástico,
como um dos degraus da escalada a um nível mais alto, não seria o que
está acontecendo. Ou se, como temo, estaremos caindo numa sociedade
do homem e da mulher medíocres onipresentes, governados por altas
mediocridades. [...] 03265357481

Tudo de bom,
Norman Mailer.

(Adaptado de Cartas Políticas, O mundo nas cordas, revista Piauí, 27, p.32)

164- O excerto demonstra que o autor


(A) considera-se culpado das mazelas sociais, seja por não ter agido nos
momentos graves, seja por operar com crenças contraditórias e
demasiadamente abstratas.
(B) compartilha com o interlocutor a sensação de estar declinando
culturalmente, apesar dos diversos anos dedicados à atividade intelectual
nobre.

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(C) acredita ter contribuído, em outras épocas, para o real
aprimoramento de homens e mulheres, posteriormente submetidos à
universal mediocridade.
(D) hesita em relação à possibilidade de preceitos democráticos estarem
sendo postos em prática na época em que escreve a carta.
(E) concorda com a premissa de que os desfavorecidos devam receber o
necessário para a manutenção da dignidade: sabonete barato,
desodorante e roupas de plástico.

GABARITO: D.

Todo o último parágrafo é cerceado por uma hesitação do autor, pois ele
não tem certeza, está inseguro quanto à sua opinião a respeito da
maneira como a democracia vem sendo exercida. Há dois momentos que
espelham bem essa hesitação:

“[1º momento]: Às vezes me pergunto se isso não será puro elitismo de


minha parte, e se a verdadeira premissa da democracia, a de que os
sem-banho tenham acesso a sabonete barato, desodorante e roupas de
plástico, como um dos degraus da escalada a um nível mais alto, não
seria o que está acontecendo. [2º momento]: Ou se, como temo,
estaremos caindo numa sociedade do homem e da mulher
medíocres onipresentes, governados por altas mediocridades.”

Perceba que há duas orações condicionais. Ambas (sublinhadas) indicam


hipótese, hesitação, dúvida quanto à manifestação da democracia.
Portanto, devido à maneira como a democracia é exercida, podemos dizer
que o autor não está mais certo se 1) o que ele esperava da democracia
já não seria uma expectativa utópica ou 2) se a maneira como ela é
exercida não seria o esperado.

Texto II

Humes observou certa vez que a civilização humana como um todo


subsiste porque “uma geração não abandona de vez o palco e outra
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triunfa, como acontece com as larvas e as borboletas”. Em algumas


guinadas da história, porém, em alguns picos críticos, pode caber a uma
geração um destino parecido com o das larvas e borboletas. Pois o
declínio do velho e o nascimento do novo não são necessariamente
ininterruptos; entre as gerações, entre os que, por uma razão ou outra,
ainda pertencem ao velho e os que pressentem a catástrofe nos próprios
ossos ou já cresceram com ela [...] está rompida a continuidade e surge
um “espaço vazio”, espécie de terra de ninguém histórica, que só pode
ser descrita em termos de “não mais e ainda não”. Na Europa, essa
absoluta quebra de continuidade ocorreu durante e após a Primeira
Guerra Mundial. É essa ruptura que dá um fundo de verdade a todo o
falatório dos intelectuais, geralmente na boca dos “reacionários”, sobre o
declínio necessário da civilização ocidental ou a famosa geração perdida,

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tornando-se, portanto, muito mais atraente do que a banalidade do
pensamento “liberal”, que nos apresenta a alternativa de avançar ou
recuar, a qual parece tão desprovida de sentido justamente porque ainda
pressupõe uma linha de continuidade sem interrupções.

(ARENDT, Hannah. “Não mais e ainda não”. In Compreender: formação, exílio e


totalitarismo. Ensaios (1930-1954). São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte:
Ed. UFMG, 2008, p. 187)

165- Na organização do texto, a autora


(A) toma como tema certo pensamento de Humes, que detalha para
convencer o leitor sobre esta compreensão que ela tem do que seja a
civilização: “A natureza não dá saltos”.
(B) vale-se de Humes como argumento de autoridade, considerando
irretorquível o pensamento citado.
(C) tira proveito da constatação de Humes, de caráter universal, para
ratificá-la no plano mais particular que ela aborda no seu discurso.
(D) cita Humes porque a comparação que ele faz entre os homens e os
animais se aplica, ipsis litteris, à concepção que ela tem acerca do que
ocorre com gerações em momentos críticos.
(E) refere comentário do filósofo Humes e o desconstrói, pois o desfaz
para reconstruí-lo em outras bases.

GABARITO: E.

Veja como é importante perceber a relação entre os conectivos com as


ideias de partes que compõem o texto. Os dois primeiros períodos do
texto nos dão o gabarito, pois o primeiro ‘refere comentário do filósofo
Humes’, e o segundo o desconstrói, diluindo-o a fim de servir de base
para a argumentação da autora. Veja:

“Humes observou certa vez que a civilização humana como um todo


subsiste porque “uma geração não abandona de vez o palco e outra
triunfa, como acontece com as larvas e as borboletas”. Em algumas
guinadas da história, porém, em alguns picos críticos, pode caber a uma
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geração um destino parecido com o das larvas e borboletas.”

A argumentação dela tem outras bases que vão além do pensamento do


filósofo, pois ela diz que podem coexistir duas gerações (as das larvas e
das borboletas ao mesmo tempo). Isso fica claro no seguinte trecho:
“Pois o declínio do velho e o nascimento do novo não são
necessariamente ininterruptos; entre as gerações, entre os que, por
uma razão ou outra, ainda pertencem ao velho e os que pressentem
a catástrofe nos próprios ossos ou já cresceram com ela [...] está
rompida a continuidade e surge um “espaço vazio”,...”

Texto III

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Caracterização de Walter Benjamin

O nome do filósofo, que acabou com sua própria vida durante a


fuga ante os esbirros de Hitler, foi ganhando uma aura nos mais de vinte
anos que desde então transcorreram, e isso apesar do caráter esotérico
dos seus primeiros trabalhos e fragmentário dos últimos. A fascinação de
sua pessoa e oeuvre só deixou a alternativa da magnética atração ou da
rejeição horrorizada. Sob o olhar de suas palavras – onde quer que ele
caísse −, tudo se metamorfoseava, como se tivesse se tornado radioativo.
A capacidade de incessantemente projetar novos aspectos − não tanto
mediante à ruptura crítica de convenções quanto pela maneira, dada pela
organização intrínseca, de se comportar em relação ao objeto, como se as
convenções não tivessem poder sobre ele − dificilmente conseguirá
também ser captada pelo conceito de originalidade. Nenhuma das
intuições desse pensador inesgotável apresentava-se como mera intuição.
O sujeito, a quem pessoalmente cabiam todas as experiências fundantes
que a filosofia oficial contemporânea apenas discute de modo formal,
parecia ao mesmo tempo não ter nenhuma participação nelas, mesmo
porque a sua maneira, sobretudo a arte da formulação instantânea −
definitiva −, também se despojou do que, no sentido tradicional − é
espontâneo e esfuziante. Ele não dava a impressão de ser alguém que
criava a verdade ou a adquiria ao pensar, mas de que a citava pelo
pensamento como um refinado instrumento de conhecimento, no qual
imprimia a sua marca.
(ADORNO, Theodor. Caracterização de Walter Benjamin. Prismas: crítica
cultural e sociedade. São Paulo: Ática, 2001, p. 223-224)

Obs.: oeuvre: obra.

166- É correto afirmar que o autor do excerto


(A) julga o refinado pensamento do filósofo não como original ou
espontâneo, mas como verdadeiro.
(B) oferece precisa caracterização do filósofo e de sua obra, valendo-se
de conceitos que lhes são aplicáveis com justeza.
(C) expõe os artifícios formais de que se valeu o filósofo para,
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apropriando-se dos achados da tradição, requisitar autenticidade para seu


trabalho.
(D) aponta inconsistência nas formulações do filósofo, que, pouco
amadurecidas mas perenes, se despegaram do necessário aporte
empírico da filosofia.
(E) atribui força transformadora ao modo como o filósofo concebia e
expressava seus pensamentos.

GABARITO: E.

A ideia de força transformadora das palavras e pensamento de Walter


Benjamin é explicitamente encontrada no texto. O autor (Adorno) deixa
escapar diversas expressões elogiosas à pessoa-tema do texto: “Sob o

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olhar de suas palavras – onde quer que ele caísse −, tudo se
metamorfoseava, como se tivesse se tornado radioativo.”, e “Nenhuma
das intuições desse pensador inesgotável apresentava-se como mera
intuição”, e “a citava pelo pensamento como um refinado instrumento de
conhecimento, no qual imprimia a sua marca.”

Por isso o autor, em flagrante admiração, diz: “A fascinação de sua


pessoa e oeuvre só deixou a alternativa da magnética atração ou da
rejeição horrorizada.”

167- O excerto autoriza a seguinte afirmação:


(A) as constantes inovações do filósofo acompanharam-se de desveladas
críticas às convenções vigentes.
(B) o filósofo e sua obra adquiriram, com o tempo, unânime aprovação,
atribuível à comoção gerada por seu suicídio.
(C) a natureza dos trabalhos iniciais e finais do filósofo não obscurece sua
personalidade e sua obra, impactantes sob qualquer julgamento.
(D) a infinidade de novos aspectos inseridos nas análises do filósofo
tornou-as tão herméticas que não podem ser captadas por espíritos
menos originais.
(E) as inéditas ideias do filósofo devem ser creditadas aos seus métodos,
fundamentados em experiências da filosofia oficial.

GABARITO: C.

Em consonância com a afirmação da letra C, encontramos a resposta no


primeiro período do texto. Veja: “O nome do filósofo... foi ganhando
uma aura nos mais de vinte anos que desde então
transcorreram,... apesar do caráter esotérico dos seus primeiros
trabalhos e fragmentário dos últimos... A fascinação de sua
pessoa e oeuvre só deixou a alternativa da magnética atração ou
da rejeição horrorizada.”

Em outras palavras, segundo o autor do texto, mesmo que os trabalhos


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iniciais e finais de Benjamin não tenham tido grande projeção, seu nome
e obra são impactantes, mesmo depois de sua morte.

FCC – TRE/SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

Bom para o sorveteiro

Por alguma razão inconsciente, eu fugia da notícia. Mas a notícia me


perseguia. Até no avião, o único jornal abria na minha cara o drama da
baleia encalhada na praia de Saquarema. Afinal, depois de quase três dias
se debatendo na areia da praia e na tela da televisão, o filhote de jubarte
conseguiu ser devolvido ao mar. Até a União Soviética acabou, como foi
dito por locutores especializados em necrológio eufórico. Mas o drama da

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baleia não acabava. Centenas de curiosos foram lá apreciar aquela
montanha de força a se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um
belo espetáculo.
À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao raiar do dia,
sem recursos, com simples cordas e as próprias mãos, todos se
empenhavam no lúcido objetivo comum. Comum, vírgula. O sorveteiro
vendeu centenas de picolés. Por ele a baleia ficava encalhada por mais
duas ou três semanas. Uma santa senhora teve a feliz ideia de levar
pastéis e empadinhas para vender com ágio. Um malvado sugeriu que se
desse por perdida a batalha e se começasse logo a repartir os bifes.
Em 1966, uma baleia adulta foi parar ali mesmo e em quinze
minutos estava toda retalhada. Muitos se lembravam da alegria voraz
com que foram disputadas as toneladas da vítima. Essa de agora teve
mais sorte. Foi salva graças à religião ecológica que anda na moda e que
por um momento estabeleceu uma trégua entre todos nós, animais de
sangue quente ou de sangue frio.
Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás. Logo uma
estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar provas da eficácia da
empresa privada. De qualquer forma, eu já podia recolher a minha
aflição. Metáfora fácil, lá se foi, espero que salva, a baleia de Saquarema.
O maior animal do mundo, assim frágil, à mercê de curiosos. À noite,
sonhei com o Brasil encalhado na areia diabólica da inflação. A bordo,
uma tripulação de camelôs anunciava umas bugigangas. Tudo fala. Tudo
é símbolo.
(Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo)

168- O cronista ressalta aspectos contrastantes do caso de Saquarema,


tal como se observa na relação entre estas duas expressões:
(A) drama da baleia encalhada e três dias se debatendo na areia.
(B) em quinze minutos estava toda retalhada e foram disputadas
as toneladas da vítima.
(C) se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência e levar pastéis e
empadinhas para vender com ágio.
(D) o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar e lá se foi,
espero que salva, a baleia de Saquarema.
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(E) Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás e Logo uma
estatal, ó céus.

GABARITO: C.

Há, entre as duas expressões, abordagens/assuntos totalmente avessos.


Na primeira se fala da baleia, na segunda se fala de comércio. Em todas
as demais duplas, a abordagem trata do mesmo assunto.

169- Atente para as seguintes afirmações sobre o texto:


I. A analogia entre a baleia e a União Soviética insinua, entre outros
termos de aproximação, o encalhe dos gigantes.

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II. As reações dos envolvidos no episódio da baleia encalhada revelam
que, acima das diferentes providências, atinham-se todos a um mesmo
propósito.
III. A expressão Tudo é símbolo prende-se ao fato de que o autor
aproveitou o episódio da baleia encalhada para também figurar o encalhe
de um país imobilizado pela alta inflação.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) III, apenas.

GABARITO: B.

A afirmação em I procede, pois tanto a baleia como a União Soviética,


guardadas as devidas proporções, eram seres gigantes, encalharam
(tanto literalmente (a baleia ficou retida) quanto metaforicamente (a
União Soviética não progrediu como Estado). A afirmação em III também
procede, pois a União Soviética, assim como o Brasil (no último
parágrafo), é vista como um símbolo do não progresso, tal qual a baleia
que ficou presa, imóvel, “sem progresso”.

FCC – TCE/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA – 2012

Valores ocidentais

Quando o discurso político alcança seu nível mais raso, os "valores


ocidentais" aparecem. Normalmente, eles são utilizados para expor
"aquilo pelo qual lutamos", aquilo que pretensamente faria a diferença e a
superioridade moral de nossa forma de vida − esta que encontraria sua
melhor realização no interior das sociedades democráticas liberais.
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Nesse sentido, mesmo quando criticamos nossas sociedades


ocidentais, não seríamos capazes de sair do horizonte normativo que
define o conjunto de seus valores.
Pois se, por exemplo, criticamos a falta de liberdade e a injustiça
social, seria sempre em nome de valores que ainda não se realizaram,
mas a respeito dos quais nós, ocidentais, saberíamos, de antemão, seu
sentido.
Para aqueles que impostam a voz na hora de falar em nome dos
valores ocidentais, não há conflitos a respeito do que liberdade, justiça e
autonomia significam.
Não passa pela cabeça deles que talvez estejamos diante de
palavras que não têm conteúdo normativo específico, mas são algo como
significantes vazios, disputados por interpretações divergentes próprias a
uma sociedade marcada por antagonismos fundamentais.

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Por isso, se há algo que determina o que há de mais importante na
tradição ocidental é exatamente a ideia de que não temos clareza a
respeito do que nossos valores significam. Pois o que nos leva a criticar
aspectos fundamentais de nossa sociedade não é um déficit a propósito
da realização de valores, mas um sentimento que Freud bem definiu
como mal-estar, ou seja, um sofrimento indefinido que nos lembra a
fragilidade de toda normatividade social extremamente prescritiva.
Isso talvez nos explique por que os gregos, estes que teriam
inventado a democracia ocidental com seus valores, na verdade, legaram-
nos apenas um valor fundamental: a suspeita de si.
Uma suspeita que se manifesta por meio da exigência de saber
acolher o que nos é estranho, o que não porta mais nossa imagem, o que
não tem mais a figura de nossa humanidade.
Quem leu as tragédias de Sófocles sabe como sua questão
fundamental é o que ocorre quando a polis não sabe mais acolher o que
ainda não tem lugar no interior de nossas formas de vida.
Por outro lado, quando Ulisses, o herói de Homero, perdia-se em
sua errância sem fim, suas palavras para os habitantes de outras terras
eram sempre a exigência de abrigar o estrangeiro.
Por isso, o melhor que temos a fazer diante dos que sempre pregam
os valores ocidentais é lembrá-los das palavras de Nietzche: "Muitas
vezes, é necessário saber se perder para poder encontrar-se".
(Vladimir Safatle. Folha de S.Paulo, opinião, terça-feira, 13 de dez. de 2011. p. 2)

170- O autor
(A) considera que a expressão "valores ocidentais", nas sociedades
democráticas liberais, padece da indefinição inerente a uma forma de vida
essencialmente caracterizada por forte oposição de ideias.
(B) junta-se aos que criticam a sociedade ocidental especialmente quanto
à falta de liberdade e à injustiça social, atribuindo essas imperfeições ao
próprio universo grego, falho de conceitos que garantissem a equidade de
direitos.
(C) expõe que discursos políticos de pouca profundidade − os que
normalmente exibem de maneira ostentatória os ideais de quem os
profere, em voz impostada − tratam falaciosamente de conflitos.
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(D) assinala que os valores ocidentais, fundadores das autênticas


sociedades democráticas, são desrespeitados por políticos que
desconhecem artistas e pensadores indispensáveis dessa mesma tradição.
(E) denuncia a incapacidade que a sociedade contemporânea revela de se
fixar num horizonte normativo, pelo fato de estar baseada em equívocos
conceituais que, desde os gregos, provocam mal-estar social.

GABARITO: A.

Os cinco primeiros parágrafos do texto desenvolvem a ideia de que,


apesar de vivermos em uma “suposta” liberdade democrática, há
inúmeros momentos em que nos sentimos “reféns” de valores prescritivos
que cerceiam nossa liberdade. Isso gera uma confusão mental quanto aos

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nossos valores. O texto fala de uma relação de amor e ódio que nós,
ocidentais, temos com nossa cultura. Ao mesmo tempo em que a
criticamos, não a descartamos, pois somos dependentes dela. Tal ideia é
resumida e corroborada no sexto parágrafo, a saber: “Por isso, se há algo
que determina o que há de mais importante na tradição ocidental é
exatamente a ideia de que não temos clareza a respeito do que nossos
valores significam”

171- Entende-se corretamente do texto:


(A) As teorias de Freud explicam que a insatisfação com o mundo em que
vive é própria do ser humano, em nada dependendo do modo como se
organizam as sociedades.
(B) O homem ocidental não encontra outro ponto de referência para
avaliar sua forma de vida que não seja o delineado pelos valores, ainda
que considerados no plano da idealidade, das democracias liberais.
(C) Suspeitar de si, ou seja, fazer mau juízo de si no que se refere à
natureza dos instintos humanos, é a única herança que o povo heleno
ofertou à modernidade.
(D) Os políticos manifestam alienação ao não compreenderem que o
homem moderno não almeja a superioridade moral, exatamente por ser
consciente de que não há forma de vida realmente democrática.
(E) A sociedade contemporânea desconhece o que sejam valores, em
virtude de vivenciar com exclusividade a falta, isto é, a ausência do que
lhe é necessário e desejável para a realização de um modo de vida que
seria superior.

GABARITO: B.

A afirmação da letra B encontra respaldo neste momento do texto (1º e


2º parágrafos): “... aquilo que pretensamente faria a diferença e a
superioridade moral de nossa forma de vida − esta que encontraria sua
melhor realização no interior das sociedades democráticas liberais ...
mesmo quando criticamos nossas sociedades ocidentais, não seríamos
capazes de sair do horizonte normativo que define o conjunto de seus
valores”. Isso significa que ‘o homem ocidental não encontra outro ponto
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de referência para avaliar sua forma de vida que não seja o delineado
pelos valores, ainda que considerados no plano da idealidade, das
democracias liberais’.

FCC – ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL I


(GESTÃO TRIBUTÁRIA) – 2012

"Ocorreu em nossos países uma nova forma de colonialismo, com a


imposição de uma cultura alheia à própria da região. Cumpre avaliar
criticamente os elementos culturais alheios que se pretendam impor do
exterior. O desenvolvimento corresponde a uma matriz endógena, gerada
em nossas próprias sociedades, e que portanto não é possível importar.

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Precisamos levar sempre em conta os traços culturais que nos
caracterizam, que hão de alimentar a busca de soluções endógenas, que
nem sempre têm por que coincidir com as do mundo altamente
industrializado." 1
O que há de extraordinário nessa citação? Nada, exceto a data. Ela
não foi redigida no princípio do século XIX e sim no dia 29 de maio de
1993, exatamente um mês antes da redação deste artigo. Trata-se de um
documento aprovado por vários intelectuais ibero-americanos, na
Guatemala, como parte da preparação da III Conferência de Cúpula da
região, a realizar-se em Salvador, na Bahia.
Conhecemos bem essa linguagem no Brasil. É o discurso do
nacionalismo cultural, que começou a ser balbuciado com os primeiros
escritores nativistas, e desde a independência não cessou, passando por
vários avatares, com tons e modulações diversas. Ao que parece, nada
envelheceu nessas palavras. Quase todos os brasileiros se orgulhariam de
repeti-las, como se elas fossem novas e matinais, como se fôssemos
contemporâneos do grito do Ipiranga. Nesses 171 anos, o Brasil passou
do Primeiro para o Segundo Reinado, da Monarquia para a República
Velha, desta para o Estado Novo, deste para a democracia, desta para a
ditadura militar, e desta para uma nova fase de democratização.
Passamos do regime servil para o trabalho livre − ou quase. De país
essencialmente agrário transitamos para a condição de país industrial, e
sob alguns aspectos nos aproximamos da pós-modernidade. Só uma coisa
não mudou: o nacionalismo cultural. Continuamos repetindo, ritualmente,
que a cultura brasileira (ou latino-americana) deve desfazer-se dos
modelos importados e voltar-se para sua própria tradição cultural.

1Relato general de la "Cumbre Del pensamiento", Antígua-Guatemala, pp. 88 e ss.


(Adaptado de Sergio Paulo Rouanet. "Elogio do incesto". In: Mal-estar na modernidade:
ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 346-347)

172- Compreende-se corretamente que Sergio Paulo Rouanet


(A) faz uma citação e a desqualifica, pelo fato de expressar ideias
consideradas ultrapassadas, embora reconheça seu mérito de datar o
início de uma específica visão de colonialismo.
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(B) se respalda em renomados intelectuais ibero-americanos para


defender o posicionamento adotado no documento preparatório à III
Conferência de Cúpula.
(C) inicia seu artigo com citação que apresenta fatos e descrição de
processos, citação em que não se reconhece qualquer marca de atitude
prescritiva sobre esses ou aqueles.
(D) desenvolve raciocínio que legitima a seguinte compreensão: o título
do artigo caracteriza o que está denominado no texto como discurso do
nacionalismo cultural.
(E) retifica equívoco sobre época de registro oficial de importante
documento, pois considera que balizar corretamente é atitude essencial a
intelectuais analistas da cultura.

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GABARITO: D.

O título do artigo é “Elogio do Incesto”. Incesto é a relação sexual entre


pais e filhos, irmãos entre si (em ambos os casos, mesmo entre
adotivos), que é proibida pelos costumes, pela Igreja e leis sociais; de
uma maneira mais abrangente é aquilo que não tem pureza, que é torpe,
impuro. De acordo com a leitura do texto, percebemos que o discurso do
nacionalismo cultural apregoa justamente o descarte da influência
estrangeira, de modo que se deve observar e desenvolver sua própria
cultura, pura e imaculada.

173- Afirma-se com correção:


(A) O que há de extraordinário nessa citação? é uma pergunta
retórica, pois o autor, ao formulá-la, não tem como objetivo receber uma
resposta, mas apenas valer-se do questionamento como recurso
argumentativo.
(B) A referência à data em que foi escrito o artigo permite ao autor
evidenciar a atualidade de suas ideias, devido à aproximação temporal
entre seu texto e o documento aprovado por vários intelectuais ibero-
americanos.
(C) O segmento não foi redigida no princípio do século XIX e sim no dia
29 de maio de 1993 mostra que o autor considera o Brasil um país
sempre em atraso no que se refere à exposição de conceitos.
(D) Ao referir-se à III Conferência de Cúpula da região, o autor sinaliza
que a assembleia não contempla territórios que não sejam
guatemaltecos.
(E) A referência às diversas formas de governo no Brasil demonstra o
profundo conhecimento do autor acerca da realidade brasileira, o que
torna consistente seu juízo positivo a respeito do que considera "nosso
ritual".

GABARITO: A.

A definição de pergunta retórica está perfeita na letra A. E, de fato, trata-


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se de uma pergunta retórica, pois, em vez de afirmar algo, o autor opta


por fazer uma pergunta cuja resposta já está embutida, a saber: “O que
há de extraordinário nessa citação?” = “Não há nada de extraordinário
nessa citação”. A partir desta afirmação velada, ele desenvolve seu texto.
As perguntas retóricas são importantes estratégias de argumentação.

FCC – TRT/AM (11A R) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

Texto

Fotografias

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Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado.
A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando
o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é
transmudado imediatamente em passado no momento do clique.
Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um
momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser
verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar.
Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e
magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que
descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo
fotográfico.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das
Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa
dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é
como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que
trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o
passar do tempo, até para o mesmo observador.
Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso
ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é
capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os
leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens
fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da
fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja
insensível à magia de uma foto.
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010)

174- O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de


uma foto é:
(A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo.
(B) a fotografia congela o tempo.
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante
aprisionado.
(D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo.
(E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.
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GABARITO: C.

Note que todas as alternativas apresentam segmentos do texto, mas é


solicitado aquele que aluda à PERCEPÇÃO de uma foto, ou seja, à
apreensão pelos sentidos,pela sensação que a mesma desperta. Veja que
a maioria das opções se referem ao poder de “ máquina do tempo” da
fotografia, mas não remetem às sensações fora do real que a mesma
sugere.

175- No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de


percepção de uma fotografia remete
(A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto.

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(B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores.
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes.
(E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.

GABARITO: B

Veja que a questão impõe ao candidato a visualização do último


parágrafo, portanto,é fundamental que você o leia de novo ao fazer a
questão. Nele, há comparações entre os olhares de diferentes leitores ; o
texto afirma que “ variam os níveis de percepção de uma foto” de acordo
com a pessoa que a lê. Leigos leem as imagens de forma diferente dos
profissionais de uma determinada área. Assim, conforme está na letra B,
a qualificação do olhar é diferenciada por seus observadores. Veja que,
com atenção ao parágrafo citado, você mata o gabarito !!!!

176- Atente para as seguintes afirmações:


I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o
autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não
pertence a tempo algum.
II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol
tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no
sentido próprio e particular de uma foto.
III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê
não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela
fixados.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em


(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I.
(D) II.
(E) III.
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GABARITO: E

Vamos começar observando os erros das assertivas. Na I, ao dizer que “


congela” o tempo,o autor nos remete ao passado,confirma o poder que a
câmera fotográfica possui de “ máquina do tempo”, portanto, está errado
afirmar que “ congelar o tempo” significa não pertencer a algum tempo.
Se marcássemos a II,desmentiríamos a questão anterior, que prega que
o olhar do leitor interfere na percepção da foto,na leitura desta. Ao citar o
ditado do albergue, o autor afirma” cada um só encontra nele o que
trouxe consigo”. Lembra o que estudamos sobre interpretar um texto? O
conhecimento que o leitor traz é fundamental para essa ação! E a
assertiva III, a única correta, ratifica essa ideia, uma vez que o fotógrafo
profissional traz consigo informações que um leigo não possui, verá muito
além deste. Compreendeu? Beleza!

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177- No contexto do primeiro parágrafo, o segmento Todavia, existe algo


que descongela essa imagem pode ser substituído, sem prejuízo para a
correção e a coerência do texto, por:
(A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa imagem.
(B) Ainda assim, há mais que uma imagem descongelada.
(C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
(D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descongelar.
(E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongelará.

GABARITO: D

Para garantir a coesão do texto, a conjunção adversativa todavia foi


empregada. Ela estabelece uma relação semântica de oposição ao que foi
afirmado anteriormente. Essa mesma relação é garantida pela também
adversativa não obstante,encontrada na alternativa D. Essa foi moleza,
somente avaliamos os conectivos !!!!!!

178- Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, a fotografia nos
faz desfrutar e viver experiências de natureza igualmente temporal.
(B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine os tempos a
que suscitarão essa imagem aparentemente congelada...
(C) Conquanto seja o registro de um determinado espaço, uma foto leva-
nos a viver profundas experiências de caráter temporal.
(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de
uma fotografia podem se inocular em planos temporais.
(E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente para abrir
mão de implicâncias semânticas no plano temporal.

GABARITO: C

Vamos começar lembrando o meu método de boa leitura, que revelei a


você no nosso material:” Não deixe de sublinhar o tópico frasal (a frase
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mais importante) de cada parágrafo.”. Aposto que você destacou o poder


da câmara fotográfica como “ máquina do tempo”, aliás, se não destacou,
já “ ouviu” várias vezes neste gabarito comentado. Comecemos,
então,por essa ideia,já que a fotografia é capaz de nos remeter a uma
viagem no tempo, de nos levar ao passado apesar de seu espaço
limitado. A concessiva Conquanto é empregada para garantir a coesão
dessa afirmativa e , ainda, estabelecer a clareza dessas ideias.

Texto II

Discriminar ou discriminar?

Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um


vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e

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mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete
discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a)
perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo
injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de
alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.
Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe
um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem
reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo
do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda
acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo
preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância.
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a
desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir)
é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito).
Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se
apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas
afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações
históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas
afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das
cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma
discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de
quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo
verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade.
(Aníbal Lucchesi, inédito)

179- A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates


confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar
(A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras
controvérsias entre os usuários.
(B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal,
que não é reconhecido por todos.
(C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma
atribuir a esse vocábulo.
(D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de
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determinar a origem de um vocábulo.


(E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a
convicções incompatíveis.

GABARITO: E

Os dicionários incendeiam o debate, uma vez que o vocábulo discriminar


desdobra-se em acepções contraditórias,ou seja, em duas possibilidades
de leitura, uma, como diz no texto,positiva “o termo transpira o sentido
positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente” e
outra negativa “Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o
preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-
lo objeto de nossa intolerância.”. As duas correspondem a convicções
incompatíveis, dependente da convicção de quem a avalia. Percebeu que

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a resposta inteira foi retirada do texto? É nele que buscamos, não
fazemos mágica para compreendê-lo.Ufa!

180- Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a


desigualdade.
Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:
(A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo
critério de igualdade.
(B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério
para casos muito diferentes.
(C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a
desigualdade definitiva torna-se aceitável.
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais
como se fossem desiguais.
(E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados
são sempre os mesmos.

GABARITO: B

O enunciado afirma que a desigualdade é perpetuada se tratamos


igualmente os desiguais. Como assim? Por exemplo, se tratamos com o
mesmo critério casos completamente diferentes, seremos desiguais com
alguns indivíduos.Na letra B, afirma-se que a igualdade pode ser
alcançada. Qual é a condição para isso? Abolir a fixação de um critério
somente para casos diferentes, ou seja, deixar de tratar igualmente os
desiguais, conforme afirma o enunciado. Mais uma vez, somente tirado do
texto, ou melhor,do próprio enunciado desta vez !!!!! Que beleza.

181- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:
(A) iluminar teses controvertidas (1o parágrafo) - amainar posições
dubitativas.
(B) um preciso discernimento (2o parágrafo) - uma arraigada dissuasão.
(C) disseminar o juízo preconcebido (2o parágrafo) – dissuadir o
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julgamento predestinado.
(D) a forma mais censurável (3o parágrafo) - o modo mais repreensível.
(E) As acepções são inconciliáveis (3o parágrafo) – as versões são
inatacáveis.

GABARITO: D

Essa merece que comecemos pelas alternativas que não estão coerentes!
Na letra A, “iluminar as teses controvertidas” significa clarear esses
assuntos controversos e polêmicos, e não abrandá-los, diminuí-los, como
sugere o verbo amainar. Na letra B, os verbos discernir e dissuadir são
empregados como sinônimos,mas isso não é possível. Discernir é
perceber ou distinguir com clareza. Já Dissuadir é fazer alguém desistir de
algo. Na letra C, “ Disseminar o juízo preconcebido” é propagar,espalhar

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os preconceitos. Mas, como vimos na letra B, Dissuadir tais preconceitos é
fazer com que o outro não os tenha mais, bem diferente de espalhá-los.
Na letra E, as concepções inconciliáveis são os sentidos incompatíveis.
Isso não é a mesma coisa que “ versões inatacáveis”, ou seja, ideias
incontestáveis, irrepreensíveis. O gabarito, portanto,é a letra D, já que
censurar uma forma é contestá-la,repreendê-la.

182- É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da


seguinte frase:
(A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de
promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário.
(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se
promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.
(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar
casos diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça.
(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas
que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas.
(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam
necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva.

GABARITO: B

A afirmativa da letra B é iniciada por uma conjunção concessiva “Embora


haja quem aposte no critério único de julgamento”. No entanto, essa
oposição não é estabelecida; a ideia é cortada por uma finalidade ” para
se promover a igualdade” e por uma causa desse único julgamento” visto
que desconsideram o risco do contrário.” Onde está a ideia oposta a se
apostar no critério de julgamento único para os desiguais? Percebemos
que o excesso de conectivos garantiu a coesão,mas não estabeleceu a
coerência; conforme estudamos, nem sempre um texto coeso é coerente.

FCC- TRT/PE (6a R) - ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012


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Economia religiosa

Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB,


quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar
nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à
professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno
ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública,
do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião,
mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo.
Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do
Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso.
Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública

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ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus
programas de catequese, escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para
conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em
rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por
exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que
escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra
econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades
de que o setor privado já dá conta.
Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça
muito sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam
os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a
religião, é difícil aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente
estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia
representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a
lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de
esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)

183- No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor


mantém-se
(A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a
obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação desse
ensino.
(B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para
que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.
(C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino
religioso na escola pública estão razões de ordem jurídica e econômica.
(D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o
direito que têm as pessoas de decidir sobre essa matéria.
(E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse
ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades.
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GABARITO: C

No tocante ao ensino de religião pelas escolas públicas, o autor se


mantém pragmático (como é dito na letra C), visto que valoriza os
aspectos práticos e objetivos ao empregar argumentos de ordem jurídica
e econômica, e não de ordem pessoal,subjetiva.

184- Atente para estas afirmações:


I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor
enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se do exemplo da
própria CNBB.
II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas
poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de redes de
comunicação voltadas para esse fim.

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III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem
legitimidade nem prioridade para a implementação do ensino religioso na
escola pública.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em


(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) III, apenas.

GABARITO: E

Vamos começar entendendo por que estão erradas as afirmações I


e II. Na I, diz-se que o autor, ao se declarar um cidadão ao mesmo
tempo ateu e liberal, enaltece-se. Isso não corresponde à
verdade, essas considerações são um posicionamento do autor
perante o assunto em debate e não uma promoção de suas
qualidades pessoais. A questão ainda afirma que o autor se vale,
para isso, de exemplo da própria CNBB. Esta é citada por ser
entusiasta do ensino religioso na rede pública, diferente do que
pensa o autor. Na assertiva II, fala-se de falta de oportunidade
para se acessarem mensagens religiosas. No entanto, desde o
terceiro parágrafo, o autor externa que, para ele, há muita
oportunidade para esse acesso: “A minha impressão é a de que
não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas
mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas
ruas.” A única afirmação correta é a III ( letra E), uma vez que
expõe que o autor se mostra contrário ao ensino de religião nas
escolas públicas. Nos últimos parágrafos, ele argumenta essa
visão com algumas causas para isso, tais como: “Creio que aqui
vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta”, “Outro ponto
importante é o dos custos.” 03265357481

185- Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que


(A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o
Estado não teria como contratar.
(B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha
do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa.
(C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já
fazem os templos, a exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo.
(D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada
como a que exigem as ciências exatas.
(E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam
favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso.

GABARITO: D.

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A questão fala de INFERIR. Você se lembra desse termo? O que querem


de você? Desejam que você deduza por meio de raciocínio, chegue a uma
conclusão depois deter ligo algo no texto. Bom, veja o que o autor diz
em: “Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com
professores de religião,quando faltam os de matemática, português etc.
Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na
esquina.”. Com essa afirmação,deduzimos que as matérias tradicionais,
ensinadas na escola, assumem , para o escritor,maior importância que a
religião, pois esta “não requer instrução tão especializada como a que
exigem as ciências exatas.”, conforme dito na letra D.

FCC – TRT/PR – ANALISTA – 2012

TEXTO I

A discussão sobre “centro” e “periferia” no pensamento brasileiro


vincula-se a elaborações que se dão num âmbito mais amplo, latino-
americano. O primeiro locus importante onde se procura interpretar a
relação entre esses dois polos é a Comissão Econômica para a América
Latina (CEPAL), criada pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em
1947.
É possível encontrar antecedentes a esse tipo de análise na teoria
do imperialismo. No entanto, a elaboração anterior à CEPAL preocupava-
se principalmente com os países capitalistas avançados, interessando-se
pelos países “atrasados” na medida em que desenvolvimentos ocorridos
neles repercutissem para além deles.
Também certos latino-americanos, como o brasileiro Caio Prado Jr.,
o trindadense Eric Williams e o argentino Sérgio Bagu, haviam chamado a
atenção para a vinculação, desde a colônia, da sua região com o
capitalismo mundial. Não chegaram, contudo, a desenvolver tal percepção
de maneira mais sistemática.
Já no segundo pós-guerra, ganha impulso uma linha de reflexão
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que sublinha a diferença entre centro e periferia, ao mesmo tempo que


enfatiza a ligação entre os dois polos. Na verdade, a maior parte das
teorias sociais, econômicas e políticas, apesar de terem sido elaboradas
de forma ligada às condições particulares dos países desenvolvidos do
Atlântico Norte, as tomava como tendo validade universal. Assim, o
marxismo, a teoria da modernização e a economia neoclássica tendiam a
considerar que os mesmos caminhos seguidos pelas sociedades em que
foram formulados teriam que ser trilhados pelo resto do mundo,
“atrasado”.
(RICUPERO, Bernardo. “O lugar do centro e da periferia”.
In: Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança.
André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). São
Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 94)

186- No texto, o autor

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(A) propõe a reformulação de dois conceitos importantes no pensamento
brasileiro − o “centro” e a “periferia” −, tecendo reflexão que admite
recuperar as apresentadas nas últimas décadas por teorias sociais,
econômicas e políticas.
(B) reconhece o pioneirismo da teoria do imperialismo no que se refere à
análise do diálogo entre “centro” e “periferia”, identificando nela a
desejável equanimidade no valor atribuído a cada um dos polos.
(C) correlaciona a temática do “centro” à da “periferia”, e, construindo
relação homóloga, obriga-se a estabelecer também correlação entre o
pensamento brasileiro e o latino-americano.
(D) está interessado em caracterizar o pensamento brasileiro no que se
refere ao exame das relações entre “centro” e “periferia”, o que não o
dispensou de citar linhas interpretativas do tema que se aproximam desse
pensamento e as restrições que faz a elas.
(E) historia cronologicamente o caminho percorrido pelo pensamento
latino-americano desde o início das discussões sobre “centro” e “periferia”
até o momento em que se fixa na determinação das diferenças entre os
dois conceitos.

GABARITO: C.

No início do texto, fica claro que o autor vai explorar a temática das
discussões sobre “centro” e “periferia” no pensamento brasileiro.
Entretanto, ele mesmo afirma que essas discussões se dão em um âmbito
mais amplo, no contexto latino-americano. Assim, o texto passa a
mostrar a relação entre os pensamentos que se correlacionam. O autor
faz isso de forma explícita no terceiro parágrafo: “Também certos latino-
americanos, como o brasileiro Caio Prado Jr., o trindadense Eric Williams
e o argentino Sérgio Bagu, haviam chamado a atenção para a vinculação,
desde a colônia, da sua região com o capitalismo mundial.”. A utilização
desses exemplos corrobora o pensamento de que regiões da América
Latina já estavam vinculadas ao capitalismo mundial desde o período
colonial.
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TEXTO II

Há 40 anos, a mais célebre crítica de cinema dos Estados Unidos,


Pauline Kael (1919-2001), publicava seu artigo mais famoso. Era um
detalhado estudo sobre “Cidadão Kane” (1941), espertamente intitulado
“Raising Kane” (trocadilho com a expressão “to raise Cain”, que significa
algo como “gerar reações inflamadas”).
No texto – que integra a coletânea “Criando Kane e Outros
Ensaios”, publicada no Brasil em 2000 −, Pauline defendia que o roteirista
Herman J. Mankiewicz era a força criativa por trás do filme, mais
importante até que o diretor, Orson Welles (1915-85). Ela queria fazer
justiça a Mankiewicz, que caíra em esquecimento, enquanto Welles
entrara para a história com a reputação de gênio maldito, frequentemente
reivindicando para si as principais qualidades de “Kane” e a coautoria do

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roteiro – embora Pauline jurasse que Welles não escrevera nem sequer
uma linha do script.
Independentemente do quanto de justiça e veracidade “Raising
Kane” trazia (o artigo foi bastante contestado na época), surgem agora
evidências de que a própria Pauline atuou de modo tão pouco ético como
ela acusava Welles de ter agido. A crítica teria baseado o seu artigo nos
estudos realizados por outra pessoa – Howard Suber, pesquisador da
UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles), que colaborou com
Pauline, mas que, por fim, não foi sequer mencionado no texto final.
(Bruno Ghetti. “Méritos de Pauline: o retrato de uma
crítica”. Folha de S. Paulo, ilustríssima, cinema,
domingo, 11 de dez. de 2011. p. 6)

187- No excerto, o autor, crítico de cinema,


(A) faz referência a dados biográficos e a específico artigo de Pauline
Kael, também crítica de cinema, com o objetivo de produzir um tributo à
trajetória da americana.
(B) esquadrinha a composição de coletânea sobre específica criação de
Orson Welles, em que se inclui célebre artigo de crítica de cinema
americana.
(C) faz reparo, em função de direito suposto, a atitude de Pauline Kael,
considerando-a comportamento antiético e apenável.
(D) resguarda-se de julgar o mérito do artigo de Pauline Kael sobre
“Cidadão Kane”, não sem, entretanto, atribuir à crítica a malícia de
provocar com ele afervorados movimentos de opinião.
(E) dá ciência do comportamento de Pauline Kael, há décadas, quando
escreveu sobre Orson Welles, e legitima tanto a defesa que ela fazia do
roteirista Herman J. Mankiewicz, quanto a reputação de gênio maldito de
que o diretor gozava.

GABARITO: C.

O autor inicia o texto apresentando para os leitores informações a


respeito de um célebre artigo de Pauline Kael sobre o filme “cidadão
Kane”. No entanto, no último parágrafo, fica evidente que o autor, na
03265357481

verdade, apresenta para o leitor todo o contexto histórico da crítica de


cinema e de seu artigo para colocar em pauta sua conduta pouco ética
para com o pesquisador Howard Suber, segundo novas evidências.

FCC – TRE/PR – TÉCNICO – 2012

TEXTO I

O tempo não perdoa o que se faz sem ele, costumava dizer Ulysses
Guimarães, citando Joaquim Nabuco. Desse modo ensinava a importância
na política do apropriado discernimento do momento oportuno. Não é fácil
a identificação desse momento, pois, entre outras coisas, requer conjugar

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o tempo individual de um ator político com o tempo coletivo de um
sistema político e de uma sociedade. Além disso, o tempo flui e é instável
no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na
meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças
climáticas provocadas pela ação humana.
A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o
estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade
que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados, cabendo
lembrar que a função da orientação é inerente à busca do saber a
respeito do tempo. Assim, uma coisa é conhecer o tempo do relógio, que
molda o mensurável de uma jornada de trabalho. Outra coisa é lidar com
a não mensurável duração do tempo vivido, que perdura na consciência, e
não se confunde, por sua vez, com o tempo do Direito, que é o tempo
normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da
vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça.
A busca do saber sobre o tempo tem, como mencionei, uma função
de orientação. Neste século XXI, é preciso parar para pensar a vertiginosa
instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização, que a
revolução digital vem intensificando.
A tradicional sabedoria dos provérbios portugueses diferencia o
tempo do falcão e o tempo da coruja. O tempo do falcão é o da rapidez e
da violência. É este o tempo que nos cerca. O tempo da coruja é o da
sabedoria − a sabedoria que nos falta para lidar com a estrutura de
possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.
(Celso Lafer. Trecho, com adaptações, de artigo publicado em
O Estado de S. Paulo, 20 de novembro de 2011. A2, Espaço
Aberto)

188- O tempo não perdoa o que se faz sem ele ...

A afirmativa que inicia o texto encaminha para


(A) uma contradição à tese corrente de que o tempo flui e é instável no
seu movimento, e não só na política.
(B) crítica relativa aos problemas surgidos com o drama cotidiano da
lentidão da justiça. 03265357481

(C) o reconhecimento de que é preciso parar para pensar a vertiginosa


instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização.
(D) a ideia de que os políticos não têm o apropriado discernimento do
momento oportuno.
(E) a constatação de que é difícil perceber a duração do tempo vivido, que
perdura na consciência.

GABARITO: C.

Note que o pronome “ele” retoma o vocábulo “tempo”. Assim, a


afirmativa revela, em outras palavras, que o que fazemos “sem tempo”,
ou seja, às pressas, sem pensar, não tem retorno. Somos encaminhados,
então, a concluir que devemos pensar nessa agilidade do tempo e em

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como sincronizar nossas atitudes, que são pessoais, com o tempo
coletivo, que corre a nossa revelia.

189- Com a expressão o desafio de múltiplos significados (2º parágrafo),


o autor
(A) caracteriza a oposição frequente que se faz entre o tempo de cada
indivíduo e aquele que diz respeito a toda a sociedade.
(B) duvida de uma possível concordância entre representantes de
diferentes áreas do conhecimento a respeito do tempo.
(C) questiona os meios até agora utilizados para calcular o transcorrer do
tempo, que é sempre mutável.
(D) esclarece seu emprego ao se referir à necessária sabedoria para
equacionar, no momento mais adequado, os problemas que surgem.
(E) refere-se às diversas possibilidades de percepção da passagem do
tempo e de seu sentido.

GABARITO: E.

O texto aborda a questão do tempo como um conceito relativo, isto é,


cada um sente, percebe o tempo de maneira diferente. Note ainda que,
no texto, a expressão “desafios de múltiplos significados” está relacionada
à reflexão sobre entendimento do tempo por parte de pensadores,
cientistas, poetas etc. Isso significa que essa reflexão vai recair nas várias
possibilidades de interpretação e percepção do tempo. Por isso é um
desafio.

190- A afirmativa, no 1º parágrafo, de que o tempo flui e é instável no


seu movimento
(A) vem a ser comprovada, em seguida, pelo exemplo tomado ao tempo
na meteorologia.
(B) constitui oposição à ideia de que não é fácil a identificação do
momento oportuno.
(C) realça a percepção das consequências advindas das mudanças
climáticas provocadas pela ação humana. 03265357481

(D) baseia-se na vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas


sobre o estatuto do tempo.
(E) exalta a sabedoria contida nos provérbios, como, por exemplo, a
diferenciação entre o tempo do falcão e o tempo da coruja.

GABARITO: A.

Esta questão trabalha, de certa forma, estratégias de argumentação. Ao


afirmar que “o tempo flui e é instável no seu movimento”, o autor faz
uma asserção e busca comprová-la por meio de exemplos. Para esse
caso, utiliza o tempo da meteorologia: “É o caso do tempo na
meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças
climáticas provocadas pela ação humana.”. A expressão “É o caso do”,
iniciando o período, reforça o caráter de representar um exemplo trazido

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ao texto para comprovar um argumento.

TEXTO II

Um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência sugere


uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador sobre a
tradição da escrita em papel. Por meio da observação do cérebro de
crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara que a escrita de
próprio punho provoca, na região dedicada ao processamento das
informações armazenadas na memória, uma atividade significativamente
mais intensa do que a da digitação, o que tem conexão direta com a
elaboração e a expressão de ideias. Está provado também que o ato de
escrever desencadeia ligações entre os neurônios naquela parte do
cérebro que faz o reconhecimento visual das palavras, contribuindo assim
para a fluidez da leitura. Com a digitação, essa área fica inativa.
Na Antiguidade, os egípcios tinham nas letras um objeto sagrado,
inventado pelos deuses. Sinônimo de status, a caligrafia irretocável foi
por séculos na China um pré-requisito para ingressar na prestigiada
carreira pública. No Brasil, a caligrafia constava entre as habilidades
avaliadas nos exames de admissão do antigo ginásio até a década de 70,
e era ensinada com esmero na sala de aula.
O hábito da escrita vem caindo em desuso à medida que o
computador se dissemina. Até aqui a palavra foi eternizada em papel (ou
pedra, pergaminho, papiro), que se encarregou de registrar a história da
humanidade. O computador traz nova dimensão à aquisição de
conhecimentos e à interação entre as gerações que chegam aos bancos
escolares. Para elas, escrever à mão corre o risco de se tornar apenas
mais um registro do passado guardado em arquivo digital.
(Luís Guilherme Barrucho. Veja, 27 de julho de 2011. p. 94, com
adaptações)
191- O autor
(A) defende a substituição da escrita manual, em vista da ampla
disseminação do computador e da facilidade decorrente da digitação de
textos.
(B) critica a atual tendência a abandonar a escrita manual, ainda que
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reconheça a maior legibilidade dos textos digitados.


(C) expõe uma situação atual, com exemplos e dados de pesquisas,
referente ao uso do computador e às consequências para o
funcionamento do cérebro.
(D) relata, com exemplos, como a escrita se tornou o instrumento
fundamental, durante séculos, para o desenvolvimento humano.
(E) recria, com base na história, fatos marcantes que demonstram a
superioridade da escrita manual sobre a digitação feita no computador.

GABARITO: C.

Meu nobre, nesta questão, é fundamental percebermos o objetivo do


texto para eliminarmos algumas opções. É de extrema importância que

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você perceba que o texto, em momento algum, apresenta uma postura
argumentativa, de forma parcial, seja a favor da escrita manual ou do
computador. Ele apenas expõe dados de pesquisa sobre as diferenças
entre escrita manual e digitada, a qual afirma que utilizar em excesso a
última tem consequências para o funcionamento do cérebro. Show!

192- O teor do 2º parágrafo constitui


(A) justificativa, com base em argumentos, da perda do valor tradicional
da escrita manual.
(B) proposta, a partir da importância da caligrafia, de sua manutenção,
apesar da concorrência do computador.
(C) verificação prática da superioridade atual da digitação sobre a escrita
manual.
(D) demonstração, com informações históricas, da importância social
atribuída à caligrafia.
(E) histórico das condições determinantes da opção pela escrita manual
em antigas civilizações.

GABARITO: D.

Essa é tranquilíssima! O segundo parágrafo é voltado exclusivamente


para mostrar a importância social que uma boa caligrafia já teve. Para
isso, o autor se vale de exemplos buscados na história de diversos países:
Egito, China e Brasil.

193- Identifica-se no texto correlação imediata entre


(A) abandono da escrita manual e disseminação do uso do computador.
(B) preferência atual pelo uso do computador e pesquisas científicas.
(C) as pesquisas na área da neurociência e a importância da caligrafia.
(D) o ensino da escrita manual nas escolas e o aumento da digitação no
computador.
(E) opção pela escrita em papel e registros da história da humanidade.

GABARITO: A. 03265357481

Essa também é de dar risadas de alegria! A correlação, nesse caso, nada


mais é que o tema abordado: a diminuição da escrita manual e o
aumento do uso do computador. Todos os demais elementos – dados da
pesquisa científica, registros históricos da humanidade etc. –, são
colocados para dar a dimensão necessária à mudança que está sendo
ocasionada pelo abandono gradual da escrita manual.

TEXTO III

No início, o uso em larga escala do petróleo teve um impacto


ambiental positivo. Quando o querosene se mostrou mais eficiente e
barato para a iluminação, a matança de baleias, que forneciam o óleo dos
lampiões e lamparinas, caiu drasticamente. Desde então, descobriram-se

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mil e uma utilidades para o petróleo. Um site dos EUA chegou a listar
quase dois mil produtos de uso cotidiano que não poderiam ser feitos ou
teriam custos proibitivos sem o petróleo. Entre eles a aspirina, o capacete
de motociclista e o paraquedas.
Portanto, a era do petróleo está ainda muito longe de ser
completamente substituída por aquilo que se convencionou chamar de Era
do Verde. Em vez de acabar, a cada dia se descobrem novos usos para as
fibras sintéticas oriundas do petróleo, novos usos para seus múltiplos
elementos químicos, que têm as moléculas quebradas pelo calor para dar
origem a outro elemento, a outro produto. A maioria desses usos é nobre,
já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa
saúde.
O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo
básico um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no
tempo. Além disso, é altamente poluente.
(Manuel Lume. CartaCapital, 27 de abril de 2011. p.52-55, com
adaptações)
194- O autor
(A) defende um maior controle no uso do petróleo, embora ele tenha
propiciado um grande avanço tecnológico com a obtenção de produtos
diversos, utilizados na rotina diária.
(B) indica os diversos benefícios trazidos à saúde humana pelo petróleo,
especialmente devido às pesquisas destinadas à produção de
medicamentos novos e mais eficazes.
(C) analisa, com base em exemplos e observações, a importância do
petróleo no mundo moderno, conquanto se trate de um produto não
renovável e bastante poluidor.
(D) assinala a tendência atual de substituição do petróleo por produtos
ecológicos, por serem estes não poluentes e, ainda, respeitarem o meio
ambiente.
(E) discute a necessidade de substituição do petróleo por fontes
alternativas, voltadas para a preservação do ambiente e, ao mesmo
tempo, para a saúde humana.

GABARITO: C. 03265357481

O texto em análise também não defende parcialmente uma ideia, não a


argumenta. Sua função é realizar uma análise sobre o petróleo sem,
necessariamente, defender ou criticar seu uso. Isso fica evidente pelo fato
de ele apresentar as facilidades e os pontos positivos para o mundo
moderno, gerados pelo petróleo, ao mesmo tempo em que aponta seu
caráter não renovável e muito poluidor. Podemos concluir, então, que o
referido texto é puramente expositivo.

195- A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso


conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.

O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo básico

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um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no tempo.

A 2ª frase apresenta, com relação à 1ª, noção de


(A) consequência.
(B) finalidade.
(C) ressalva.
(D) proporcionalidade.
(E) temporalidade.

GABARITO: C.

A primeira frase faz uma afirmação sobre o uso do petróleo,


apresentando-o como positivo, na maioria dos casos. Na segunda,
entretanto, até mesmo para apresentar uma visão restritiva e ingênua
acerca desse insumo, o texto apresenta suas características negativas,
uma observação para mostrar ao leitor que o uso do petróleo também
revela pontos adversos a serem levados em consideração.

FCC – SABESP – ADVOGADO – 2014

TEXTO

Maias usavam sistema de água eficiente e sustentável

Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia da


América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água.
Esse sistema hidráulico, aperfeiçoado por mais de mil anos, foi
pesquisado por uma equipe norte-americana.

As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas gerações. O


caso do sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é um
exemplo disso. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na
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Guatemala.

Durante o estudo, coordenado por Vernon Scarborough, da Universidade


de Cincinnati, em Ohio, e publicado na revista científica PNAS, foram
descobertas a maior represa antiga da área maia, a construção de uma
barragem ensecadeira para fazer a dragagem do maior reservatório de
água em Tikal, a presença de uma antiga nascente ligada ao início da
colonização da região, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por
areia para limpar a água dos reservatórios.

No sistema havia também uma estação que desviava a água para


diversos reservatórios. Assim, os maias supriam a necessidade de água
da população, estimada em 80 mil em Tikal, próximo ao ano 700, além

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das estimativas de mais cinco milhões de pessoas que viviam na região
das planícies maias ao sul.

No final do século IX a área foi abandonada e os motivos que levaram ao


seu colapso ainda são questionados e debatidos pelos pesquisadores. Para
Scarborough é muito difícil dizer o que de fato aconteceu. “Minha visão
pessoal é que o colapso envolveu diferentes fatores que convergiram de
tal modo nessa sociedade altamente bem-sucedida que agiram como uma
‘perfeita tempestade’. Nenhum fator isolado nessa coleção poderia tê-los
derrubado tão severamente”, disse o pesquisador à Folha de S. Paulo.

Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa


sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios que
eram preenchidos pela chuva. É provável que a população tenha crescido
muito além da capacidade do ambiente, levando em consideração as
limitações tecnológicas da civilização. “É importante lembrar que os maias
não estão mortos. A população agrícola que permitiu à civilização
florescer ainda é muito viva na América Central”, lembra o pesquisador.

(Adaptado de Revista Dae, 21 de Junho de 2013,


www.revistadae.com.br/novosite/noticias_interna.php?id=8413)

196- De acordo com o texto,

(A) o sistema de coleta e armazenamento de água dos maias − composto


por barragem ensecadeira, grande reservatório de água, nascente e
processo de filtragem da água por areia − recentemente descoberto por
pesquisadores dos Estados Unidos, data de 600 a.C., é o mais antigo do
continente americano.
(B) o grande nível de desenvolvimento atingido pela civilização maia,
segundo o pesquisador norte-americano Vernon Scarborough, impede que
se atribua a uma única causa o seu desaparecimento, que deve ter sido o
resultado da concorrência de um conjunto de diferentes acontecimentos
infaustos. 03265357481

(C) o pesquisador norte-americano Vernon Scarborough, da universidade


de Cincinnati, em Ohio, acredita que o principal motivo que levou ao
desaparecimento da civilização maia foi uma avassaladora tempestade
que se abateu sobre a região no século IX d.C.
(D) as controvérsias entre os especialistas se estendem à questão da
eficiência do sistema de abastecimento de água dos maias, havendo
quem acredite, como o pesquisador norte-americano Vernon
Scarborough, que suas limitações podem ter sido uma das causas da
ruína dessa civilização.
(E) o principal interesse dos pesquisadores norte-americanos ao estudar o
sistema de coleta e armazenamento de água dos maias é o aprendizado
que dele poderia advir e a possibilidade desse conhecimento vir a ser
aplicado na construção de sistemas semelhantes nos Estados Unidos.

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COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra B.
Veja: “Minha visão pessoal é que o colapso envolveu diferentes fatores
que convergiram de tal modo nessa sociedade altamente bem-sucedida
que agiram como uma ‘perfeita tempestade’. Nenhum fator isolado nessa
coleção poderia tê-los derrubado tão severamente”, disse o pesquisador à
Folha de S. Paulo.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O erro desta opção está em afirmar: “data de 600 a.C., é o mais
antigo do continente americano”. O texto fala de “em torno de 600 a.C.” e
nada fala sobre ser “o mais antigo do continente americano”.
(C) O erro desta opção está em afirmar: “o principal motivo que levou ao
desaparecimento da civilização maia foi uma avassaladora tempestade”.
No penúltimo parágrafo, o pesquisador fala em tempestade em sentido
figurado. Além disso, ele diz que “o colapso envolveu diferentes fatores”.
(D) Em nenhum momento o texto fala de “controvérsias entre
especialistas”, tampouco de “limitações” quanto ao sistema dos maias.
(E) O texto nada fala sobre qual era o “principal interesse dos
pesquisadores” tampouco nada fala sobre o sistema maia “vir a ser
aplicado na construção de sistemas semelhantes nos Estados Unidos”.

GABARITO: B.

197- Considerado o contexto, o segmento cujo sentido está


adequadamente expresso em outras palavras é:

(A) permitiu à civilização florescer (último parágrafo) = possibilitou a


refutação da barbárie
(B) para fazer a dragagem do maior reservatório (3º parágrafo) = para
empreender a drenagem da eclusa mais funda
(C) os motivos que levaram ao seu colapso (5º parágrafo) = as razões
que conduziram à sua derrocada
(D) os pesquisadores fizeram uma escavação arqueológica (2º parágrafo)
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= os diletantes realizaram um experimento geomorfológico


(E) método sustentável de gerenciamento da água (1º parágrafo) =
procedimento ambiental de dissipação hídrica

COMENTÁRIO: Este tipo de questão tem a ver com sinônimos (expressões


diferentes com sentidos semelhantes). Você nunca vai saber o significado
de todas as palavras da língua portuguesa, nem eu. Para acertar uma
questão de sinônimos, é preciso ter um vocabulário vasto. Por isso, faça
esse tipo de questão tentando eliminar as opções mais fáceis (para você,
é claro). Bom seria se você tivesse um dicionário do lado no dia da prova.

Pois bem... o gabarito é a letra C porque as palavras usadas têm sentidos


semelhantes: os motivos (=as razões) que levaram (que conduziram) ao
seu colapso (à sua derrocada).

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Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) As palavras “civilização” e “florescer” não são retomadas com sentidos


semelhantes pelas palavras “refutação” e “barbárie”, ou seja, tais
palavras têm sentidos totalmente diversos, logo não há sinonímia entre
tais expressões desta alternativa.
(B) A palavra “eclusa”, que eu mesmo não conhecia até hoje, significa:
“dique destinado a comunicar dois cursos de água com desnível entre
seus leitos, possibilitando a subida ou a descida de embarcações de um
nível de água para outro”. Não tem a ver, portanto, com “reservatório”.
Além disso, “dragagem” e “drenagem” não são palavras sinônimas.
(D) As palavras “pesquisadores” e “diletantes” não são sinônimas,
portanto não são intercambiáveis. O mesmo se dá entre “escavação” e
“experimento”.
(E) As palavras “sustentável” e “ambiental” não são sinônimas, portanto
não são intercambiáveis. O mesmo se dá entre “gerenciamento” e
“dissipação”.

GABARITO: C.

198- A palavra empregada no texto em sentido próprio e depois em


sentido figurado está grifada nestes dois segmentos:

(A) os pesquisadores fizeram uma escavação arqueológica nas ruínas da


antiga cidade de Tikal ... / a mudança climática contribuiu para a ruína
desta sociedade...
(B) a civilização maia da América Central tinha um método sustentável de
gerenciamento da água. / As antigas civilizações têm muito a ensinar
para as novas gerações.
(C) e os motivos que levaram ao seu colapso ainda são questionados e
debatidos pelos pesquisadores. / Minha visão pessoal é que o colapso
envolveu diferentes fatores...
(D) para fazer a dragagem do maior reservatório de água em Tikal ... /
uma estação que desviava a água para diversos reservatórios.
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(E) a presença de uma antiga nascente ligada ao início da colonização da


região ... / estimativas de mais cinco milhões de pessoas que viviam na
região das planícies maias ao sul.

COMENTÁRIO: Esta questão trata do sentido denotativo (real, literal) e


conotativo (simbólico, figurado) das palavras. Falando logo da letra A,
saiba que a palavra “ruína” está literalmente ligada a algo material, físico,
e não a um conjunto de pessoas (sociedade), por isso, no primeiro caso,
significa “destroços” (sentido denotativo); no segundo caso, “ruína” tem
sentido figurado, pois significa “decadência, perda material ou moral”
(sentido conotativo). As demais palavras das outras opções têm sentido
denotativo.

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GABARITO: A.

TEXTO

O conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu ao longo do tempo e


incorporou, para além do capital natural, também aspectos de
desenvolvimento humano. Desta forma é possível distinguir três
dimensões do Desenvolvimento Sustentável (AYUSO e FULLANA, 2002):

- Sustentabilidade ambiental: deve garantir que o desenvolvimento seja


compatível com a manutenção dos processos ecológicos essenciais, da
diversidade biológica e dos recursos naturais;

- Sustentabilidade econômica: deve garantir que o desenvolvimento seja


economicamente eficiente, beneficie todos os agentes de uma região
afetada e os recursos sejam geridos de maneira que se conservem para
as gerações futuras;

- Sustentabilidade social e cultural: deve garantir que o desenvolvimento


sustentável aumente o controle dos indivíduos sobre suas vidas, seja
compatível com a cultura e os valores das pessoas, e mantenha e reforce
a identidade das comunidades.

Atualmente, também se associa o Desenvolvimento Sustentável ou


Sustentabilidade à responsabilidade social. Responsabilidade social é a
forma ética e responsável pela qual a Empresa desenvolve todas as suas
ações, políticas, práticas e atitudes, tanto com a comunidade quanto com
o seu corpo funcional. Enfim, com o ambiente interno e externo à
Organização e com todos os agentes interessados no processo.

Assim, as definições de Educação Ambiental são abrangentes e refletem a


história do pensamento e visões sobre educação, meio ambiente e
desenvolvimento sustentável.

É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura


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empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Ambiental,


esteja alinhada a esses conceitos.

(Adaptado de: Guia de Educação Ambiental. Programa de Educação


Ambiental - PEA Sabesp, p. 23-4. http://site.sabesp.com.br/site/interna/
Default.aspx?secaoId=176)

199- Conclui-se corretamente do texto que

(A) a sustentabilidade econômica prioriza o tempo presente, isto é, a


utilização dos recursos naturais esgotáveis em benefício do aumento da
prosperidade humana em detrimento da preservação desses mesmos
recursos, que acabam por não gerar riqueza e bem-estar para as pessoas.

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(B) manter intocada a cultura e o modo de vida de uma dada
comunidade, de modo a evitar as influências advindas do contato com
outras culturas, especialmente daquelas dos grandes centros, que já
perderam a sua identidade, deve ser uma das metas da sustentabilidade
social e cultural.
(C) há uma hierarquia entre os aspectos hoje relacionados ao
desenvolvimento sustentável: em primeiro lugar, deve vir a natureza e o
meio ambiente; em segundo, os fatores econômicos; e, por fim, as
questões ligadas à sociedade e à cultura.
(D) a responsabilidade da Empresa é limitada às pessoas - seu corpo de
funcionários e sua clientela -, não lhe cabendo envolver-se nas questões
propriamente ligadas à conservação do meio ambiente e da natureza.
(E) o conceito de desenvolvimento sustentável não é estável ao longo do
tempo: relacionado inicialmente ao meio ambiente, passou a abranger
também aspectos econômicos, sociais e culturais, vinculando-se mais
recentemente à responsabilidade social das empresas.

COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra E.


Veja: “O conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu ao longo do
tempo e incorporou, para além do capital natural, também aspectos de
desenvolvimento humano: ... Sustentabilidade ambiental...
Sustentabilidade econômica... Sustentabilidade social e cultural...
Atualmente, também se associa o Desenvolvimento Sustentável ou
Sustentabilidade à responsabilidade social. Responsabilidade social é a
forma ética e responsável pela qual a Empresa desenvolve todas as suas
ações, políticas, práticas e atitudes, tanto com a comunidade quanto com
o seu corpo funcional.”

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Esta afirmação extrapola o que diz o texto, a saber: “os recursos
sejam geridos de maneira que se conservem para as gerações futuras”.
(B) Esta afirmação extrapola o que diz o texto, pois nele não se encontra
a afirmação de que “se deve evitar as influências advindas do contato
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com outras culturas, especialmente daquelas dos grandes centros”.


(C) O texto nada fala sobre hierarquia. Os três tipos de sustentabilidade
estão no mesmo patamar, e não um abaixo do outro.
(D) O texto diz justamente o oposto, pois cabe às empresas envolver-se
nas questões ligadas à conservação do meio ambiente e da natureza.

GABARITO: E.

200- Sustentabilidade econômica: deve garantir que o desenvolvimento


seja economicamente eficiente, beneficie todos os agentes de uma região
afetada e os recursos sejam geridos de maneira que se conservem para
as gerações futuras...

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Os elementos grifados no trecho acima têm, respectivamente, o sentido
de:

(A) assegurar - administrados


(B) implicar - cuidados
(C) abonar - aplicados
(D) propiciar - produzidos
(E) almejar - gerenciados

COMENTÁRIO: O único sinônimo de “garantir” (afirmar/fazer (algo) com


toda certeza) é “assegurar”, logo as demais opções já são descartadas.
Comprove os sentidos delas em qualquer dicionário. O vocábulo “geridos”
tem a ver com gerência, administração, por isso os sinônimos dele são os
vocábulos “administrados” (letra A) ou “gerenciados” (letra E).

GABARITO: A.

FCC – METRÔ/SP – ADVOGADO JÚNIOR – 2014

TEXTO

Delicadezas colhidas com mão leve

Era sábado e estávamos os dois na redação vazia da revista.


Esparramado na cadeira, Guilherme roía o que lhe restava das unhas,
levantava-se, andava de um lado para outro, folheava um jornal velho,
suspirava. Aí me veio com esta:

− Meu texto é melhor que eu.

A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu amigo e poderia render uma
discussão sobre quem era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do
Guilherme Cunha Pinto. Os que foram apenas leitores desse jornalista tão
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especial, morto já faz tempo, não teriam problema em escolher as


matérias que ele assinava, que me enchiam de uma inveja benigna.

Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele ia buscar e punha em
palavras as coisas mais incorpóreas e delicadas. Não era com ele,
definitivamente, a simplificação grosseira que o jornalismo tantas vezes
se concede, com a desculpa dos espaços e horários curtos, e que acaba
fazendo do mundo algo chapado, previsível, sem graça. Guilherme não
aceitava ser um mero recolhedor de aspas, nas entrevistas, nem sair à
rua para ajustar os fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente
rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre as quais ia escrever,
sem ideias prontas nem pé atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e
permitia que elas o surpreendessem. Olhava-as com amorosa curiosidade
− donde os detalhes que faziam o singular encanto de suas matérias. O

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personagem mais batido se desdobrava em ângulos inéditos quando o
repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da alma de seus
entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de arara do jornalismo
inquisitorial. Deu forma a textos memoráveis e produziu um título desde
então citado e recitado nas redações paulistanas: “Picasso morreu, se é
que Picasso morre”.

(Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto


Alegre: Arquipélago, 2001. p.45 e 46)

201- A qualidade que o autor do texto ressalta em seu amigo e colega de


redação Guilherme Cunha Pinto diz respeito

(A) à modéstia de um jornalista que sabia admitir o limite de suas


virtudes profissionais, que nada tinham a ver com sua real personalidade.
(B) ao modo como esse jornalista conduzia suas matérias, nas quais se
reconheciam detalhes dos fatos analisados ou das pessoas entrevistadas.
(C) ao estilo da linguagem desse jornalista, na qual despontavam os
recursos de uma clássica elegância retórica, que passara a ser evitada
nas redações.
(D) às oscilações de humor do companheiro, marcadas ora pela extrema
modéstia, ora pela euforia de quem reconhecia traços de genialidade em
si mesmo.
(E) aos cuidados que o companheiro demonstrava na condução de suas
reportagens, marcadas pelo tom impessoal e por uma rigorosa
objetividade.

COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra B.


Veja: “Guilherme não aceitava ser um mero recolhedor de aspas, nas
entrevistas, nem sair à rua para ajustar os fatos a uma pauta. Tinha a
capacidade infelizmente rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas
sobre as quais ia escrever, sem ideias prontas nem pé atrás. Pois gostava
de coisas e de pessoas, e permitia que elas o surpreendessem. Olhava-as
com amorosa curiosidade − donde os detalhes que faziam o singular
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encanto de suas matérias. O personagem mais batido se desdobrava em


ângulos inéditos quando o repórter era ele. Com suavidade descia ao
fundo da alma de seus entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de
arara do jornalismo inquisitorial”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O texto nada fala sobre “modéstia” ou “limite de virtudes


profissionais”.
(C) O texto nada fala sobre “clássica elegância retórica”.
(D) O texto nada fala sobre “reconhecer traços de genialidade em si
mesmo”.
(E) O texto diz o extremo oposto do que se afirma nesta opção, a saber:
“tom impessoal” e “rigorosa objetividade”.

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GABARITO: B.

202- Atente para as seguintes afirmações:

I. A frase Meu texto é melhor que eu é precedida por visíveis sinais de


inquietação de Guilherme Cunha Pinto, que sugerem os momentos de
uma tensa autoanálise desse jornalista.
II. O autor do texto reconhece como uma das virtudes principais do
colega a capacidade de dar forma verbal àquilo que parece
definitivamente resistir à corporeidade da expressão.
III. A relevância do jornalista Guilherme Cunha Pinto destaca-se,
sobretudo, na oposição a um jornalismo praticado com mão pesada e
visão preconcebida das coisas.

Em relação ao texto está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) II, apenas.

COMENTÁRIO: I. Tal afirmação é corroborada pelos dois primeiros


parágrafos. II. Tal afirmação é corroborada por este trecho: “Inveja, por
exemplo, da mão leve com que ele ia buscar e punha em palavras as
coisas mais incorpóreas e delicadas”. III. Tal afirmação é corroborada por
estes trechos: “Não era com ele, definitivamente, a simplificação
grosseira que o jornalismo tantas vezes se concede, com a desculpa dos
espaços e horários curtos, e que acaba fazendo do mundo algo chapado,
previsível, sem graça” e “Tinha a capacidade infelizmente rara de se
deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre as quais ia escrever, sem ideias
prontas nem pé atrás. (...) Com suavidade descia ao fundo da alma de
seus entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de arara do
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jornalismo inquisitorial”.

GABARITO: A.

203- O autor do texto, ao se valer do segmento

(A) uma discussão sobre quem era melhor (3º parágrafo), está se
referindo à competição que havia entre ele e seu amigo Guilherme.
(B) Os que foram apenas leitores (3º parágrafo), está identificando
aqueles que liam apressada e desatentamente as matérias do colega.
(C) mero recolhedor de aspas (4º parágrafo), está acusando o vício
comum, entre jornalistas, de apresentarem como suas as declarações
alheias.

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(D) Olhava-as com amorosa curiosidade (4º parágrafo), está se referindo
à astuciosa tática utilizada pelo colega para obter confissões de seus
entrevistados.
(E) “Picasso morreu, se é que Picasso morre” (4º parágrafo), está
ilustrando a originalidade da perspectiva afetiva adotada pelo colega
jornalista em seu trabalho.

COMENTÁRIO: O texto inteiro, praticamente, é um elogio, uma


homenagem do autor do texto para com o colega Guilherme Cunha Pinto,
considerado como um grande escritor, sensível aos fatos e às pessoas. Ao
fim do texto, o autor faz questão de mostrar quão talentoso era seu
colega jornalista ao dizer: “Deu forma a textos memoráveis e produziu
um título desde então citado e recitado nas redações paulistanas: ‘Picasso
morreu, se é que Picasso morre’”. Portanto, a afirmação da letra E está de
acordo com o que se lê no texto. Por isso, o gabarito é a letra E.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O segmento se refere apenas ao colega Guilherme Cunha Pinto e seu


texto.
(B) Só se pode depreender do segmento que quem lia os textos do
Guilherme Cunha Pinto eram apenas leitores, e não amigos pessoais dele.
(C) Tal afirmação não procede, pois as aspas indicam que os jornalistas
comuns, diferentemente do Guilherme Cunha Pinto, se apropriavam dos
discursos alheios para construírem os seus textos.
(D) Pelo tom do autor do texto, não há astúcia na maneira como
Guilherme Cunha Pinto lidava com seus entrevistados, ou seja, a amorosa
curiosidade era cândida mesmo.

GABARITO: E.

204- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:
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(A) me veio com esta (1º parágrafo) = atalhou-me para discordar.


(B) me enchiam de uma inveja benigna (3º parágrafo) = via-me tomado
por um franco ressentimento.
(C) algo chapado, previsível (4º parágrafo) = uma coisa insólita,
prematura.
(D) ajustar os fatos a uma pauta (4º parágrafo) = enquadrar as
ocorrências num roteiro prévio.
(E) jornalismo inquisitorial (4º parágrafo) = reportagem especulativa.

COMENTÁRIO: Vamos direto à resposta? Beleza. É a letra D. Note que as


palavras usadas têm sentidos semelhantes: ajustar (enquadrar) os fatos
(as ocorrências) a uma pauta (num roteiro prévio).

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

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(A) As expressões nada têm a ver uma com a outra. A palavra “atalhar”,
que talvez tenha gerado mais dificuldade, significa “fazer calar, impedir”.
(B) A palavra “ressentimento” não significa o mesmo que “inveja”. Note
também que a inveja era benigna (era uma admiração do colega de
trabalho), não um “franco ressentimento”.
(C) A palavra “insólita” significa “incomum, não habitual”. Logo, é bem
diferente da expressão “chapado, previsível”, que está mais ligada à ideia
de clichê, de texto “batido”.
(E) A expressão “jornalismo inquisitorial” é sinônima de “jornalismo
investigativo”. Nada tem a ver com a ideia de especulação contida na
segunda expressão (reportagem especulativa).

GABARITO: D.

TEXTO

Viagens

Viagens de avião e de metrô podem guardar certa semelhança. Entre


nuvens carregadas, ou tendo o azul como horizonte infinito, o passageiro
não sente que está em percurso; no interior dos túneis, diante das
velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro tampouco sabe da
viagem. Em ambos os casos, vai de um ponto a outro como se alguém o
levantasse de um lugar para pô-lo em outro, mais adiante.

Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem interior. As nuvens, o


azul ou o concreto escuro hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas
imagens e nossos pensamentos, que também sabem mover-se com
rapidez. Confesso que gosto desses momentos que, sendo velozes, são,
paradoxalmente, de letargia: os olhos abertos veem para dentro, nosso
cinema interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou de
expectativas abertas. Em tais viagens, estamos surpreendentemente sós
– uma experiência rara em nossos dias, concordam?
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Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer engenhoca eletrônica,


por favor: que enfrente o vital desafio de um colóquio consigo mesmo, de
uma viagem em que somos ao mesmo tempo passageiros e condutores,
roteiristas do nosso trajeto, produtores do nosso sentido. Não é pouco:
nesses minutos de íntima peregrinação, o único compromisso é o de não
resistir à súbita liberdade que nossa imaginação ganhou. Chegando à
nossa estação ou ao nosso aeroporto, retomaremos a rotina e nos
curvaremos à fatalidade de que as obrigações mundanas rejam o nosso
destino. Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos
marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos importante é
chegar.

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(Ulisses Rebonato, inédito)

205- A semelhança central entre uma viagem de avião e uma viagem de


metrô, explorada pelo autor ao longo do texto, é estabelecida pelo fato de
que ambas

(A) ensejam, dada a sedução das paisagens, a distração de que todos


precisamos para aliviar nossas inquietações mundanas.
(B) proporcionam, diante da monotonia do que corre lá fora, uma
incursão do passageiro pelo espaço aberto e fecundo de sua interioridade.
(C) provocam, no embalo do ritmo uniforme, uma sensação de letargia
que nos libera do peso dos pensamentos e da imaginação.
(D) acrescentam, ao passageiro já pressionado pelos compromissos, a
ansiedade de rumar para um lugar sem divisar o trajeto.
(E) estimulam, dentro de cada um de nós, a criatividade de que
precisamos para resolver nossos problemas mais objetivos e imediatos.

COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra B.


Veja: “Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem interior. As
nuvens, o azul ou o concreto escuro hipnotizam-nos, deixam-nos a sós
com nossas imagens e nossos pensamentos, que também sabem mover-
se com rapidez. Confesso que gosto desses momentos que, sendo
velozes, são, paradoxalmente, de letargia: os olhos abertos veem para
dentro...”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O texto nada fala sobre “sedução das paisagens” ou sobre “a


distração de que todos precisamos”. O texto fala sobre “uma viagem
interior” que as viagens de trem e avião proporcionam.
(C) O texto nada fala sobre “sensação de letargia que nos libera do peso
dos pensamentos e da imaginação”. O texto fala que tal sensação nos
conduz à imersão nos pensamentos e na imaginação, algo positivo, e não
um “peso”.
(D) Nada se fala no texto sobre “pressionado pelos compromissos” ou
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“ansiedade de rumar”.
(E) O texto nada fala sobre “resolver nossos problemas mais objetivos e
imediatos”.

GABARITO: B.

206- Considerando-se o sentido do contexto, guardam entre si uma


relação de oposição os segmentos:

(A) nuvens carregadas e paredes de concreto.


(B) hipnotizam-nos e deixam-nos a sós com nossas imagens.
(C) estamos surpreendentemente sós e uma experiência rara em nossos
dias.

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(D) ninguém se socorra do celular e qualquer engenhoca eletrônica.
(E) íntima peregrinação e obrigações mundanas.

COMENTÁRIO: Todas as expressões guardam entre si uma relação de


semelhança, exceto íntima peregrinação e obrigações mundanas, pois a
primeira refere-se ao mundo interior do viajante, já a segunda refere-se
ao mundo exterior do viajante.

GABARITO: E.

207- Atente para as seguintes afirmações:

I. Na expressão tampouco sabe da viagem, justifica-se o emprego do


termo sublinhado porque já se afirmara antes que o passageiro não sente
que está em percurso (1º parágrafo).
II. No 2º parágrafo, o emprego de paradoxalmente justifica-se pelo fato
de que uma sensação de letargia ocorre concomitantemente à velocidade
da viagem.
III. Expressões como concordam? (2º parágrafo) e por favor (3º
parágrafo) são indicativas da impossibilidade de conexão entre a autoria e
a recepção do texto.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) II, apenas.

COMENTÁRIO: I. A expressão “tampouco” indica ao mesmo tempo


negação e adição, equivalente a “também não”. Juntando as partes do
texto, observe que a afirmação da banca procede: “o passageiro não
sente que está em percurso tampouco sabe da viagem”. II. A afirmação
da banca está perfeita, pois o conceito de paradoxo está ligado à união de
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ideias contrárias ocorrendo simultaneamente: letargia x velocidade. III.


Tais expressões são indicativas da POSSIBILIDADE de conexão entre
autor e leitor, pois elas se referem a um interlocutor.

GABARITO: B.

208- A frase Navegar é preciso (3º parágrafo) encontra na frase que se


lhe segue, há viagens em que o menos importante é chegar,

(A) uma contestação, na qual se rechaça a ideia de que seja preciso


navegar.
(B) uma extensão de seu sentido, pois em ambos os casos o que menos
importa é o movimento.

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(C) um desvio indevido de seu sentido, pois o texto releva a importância
de se chegar a algum lugar.
(D) uma analogia correta, pois em ambos os casos importa a faculdade
mesma do viajar.
(E) uma analogia imperfeita, já que não se traduz nesta última a
ansiedade dos antigos marinheiros.

COMENTÁRIO: Tanto em “Navegar é preciso” quanto em “há viagens em


que o menos importante é chegar”, as ideias são contíguas, e não
excludentes, a saber: o necessário, o mais relevante de uma viagem é a
jornada em si, são os pensamentos, as interiorizações que são feitas no
trajeto, por isso a afirmação da letra D é a única coerente e possível. As
demais não encontram respaldo no texto, tampouco entre os segmentos
do enunciado.

GABARITO: D.

FCC – TRT 19ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro


começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão,
deixando para trás a fronteira com a China.

O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da


Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o
transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até
cair em desuso, seis séculos atrás.

Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e
enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
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A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos
trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando
Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros
de terracota − era a capital da China.

As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China,


viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais
chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central
até o mar Cáspio e além.

Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas,


à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político

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da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou
na direção da costa.

Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos


trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década.
Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do
país.

O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos


de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e
cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota
da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é
mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é
considerável.

Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora


algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno
boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga
das temperaturas que podem atingir 40ºC negativos.

(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

209- Depreende-se corretamente do texto:

(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de


camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da
região.
(B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado,
a atividade comercial da China migrasse na direção da costa.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no
inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas
baixas temperaturas.
(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram
a exportar quantidades significativas de especiarias.
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(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o


seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China.

COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra B.


Veja: “Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média.
Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro
político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país
migrou na direção da costa”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O texto nada fala que o motivo de a lendária Rota da Seda ter sido
abandonada se deve à dificuldade de as caravanas de camelos e cavalos
terem dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. Ela foi

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“abandonada” à medida que a navegação marítima se expandiu e que o
centro político da China se deslocou para Pequim.
(C) A afirmação da banca está errada. Veja: “algumas empresas planejam
usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam
complexas providências para proteger a carga das temperaturas que
podem atingir 40ºC negativos”.
(D) O texto nega a afirmação da banca ao dizer que “Hoje, a rota está
sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops
e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem
expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma”.
(E) A afirmação da banca não procede, pois o texto diz: “à medida que a
navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se
deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção
da costa”.

GABARITO: B.

210- Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre

(A) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e a atual


transferência da produção industrial para o interior do país.
(B) a redução de tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a
aceleração da venda de produtos de informática.
(C) o uso de caminhões para o transporte de carga e a atual mudança da
geografia econômica da China.
(D) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota da Seda e o
aumento nos custos do transporte marítimo.
(E) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade Média e a
diminuição na demanda do Ocidente por especiarias e seda.

COMENTÁRIO: Observe que há uma relação de causa e consequência na


letra A. O próprio texto, na verdade, corrobora isso. Veja: “Hoje, a
geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas
cidades do leste da China dispararam na última década. (CAUSA) Por isso
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as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país


(CONSEQUÊNCIA)”. Note que eu sublinhei o conectivo “Por isso”, uma vez
que tal expressão tem valor conclusivo/consecutivo, ou seja, introduz
uma consequência. Nas demais opções, obviamente, há primeiro uma
ideia de consequência e depois uma ideia causal.

Questões desse tipo são comuns na FCC, portanto sugiro que estude os
conectivos (conjunções, locuções conjuntivas, preposições e locuções
prepositivas) de valor causal, conclusivo e consecutivo. Se você já tem
minha gramática, estude isso nos capítulos 14, 15 e 37.

GABARITO: A.

TEXTO

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De que forma o conhecimento da cultura renascentista pode auxiliar no


entendimento do presente?

A história da cultura renascentista ilustra com clareza o processo de


construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea.
Nela se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do
individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de
comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo. Ela
consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda a
cultura moderna, versada no rigor das matemáticas que passarão a reger
os sistemas de controle do tempo e do espaço. Será essa mesma razão
abstrata que estará presente na própria constituição da chamada
identidade nacional. Ela é a nova versão do poder dominante e será
consubstanciada no Estado Moderno, entidade controladora e
disciplinadora por excelência, que impõe à sociedade um padrão único,
monolítico e intransigente. Isso, contraditoriamente, fará brotar um
anseio de liberdade e autonomia do espírito, certamente o mais belo
legado do Renascimento à atualidade.

Como explicar a pujança do Renascimento, surgido em continuidade à


miséria, à opressão e ao obscurantismo do período medieval?

O Renascimento assinala o florescimento de um longo processo de


produção, circulação e acumulação de recursos econômicos,
desencadeado desde a Baixa Idade Média. São os excedentes dessa
atividade crescente em progressão maciça que serão utilizados para
financiar, manter e estimular uma ativação econômica. Surge assim a
sociedade dos mercadores, organizada por princípios como a liberdade de
iniciativas, a cobiça e a potencialidade do homem, compreendido como
senhor da natureza, destinado a dominá-la e a submetê-la à sua vontade.
O Renascimento, portanto, é a emanação da riqueza e seus maiores
compromissos serão para com ela.
03265357481

(Adaptado de: SEVCENKO, Nicolau. O renascimento. São Paulo: Atual;


Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1982. p. 2 e 3)

211- Depreende-se corretamente do texto:

(A) a escassez de recursos dos comerciantes medievais é consequência


imediata do obscurantismo típico do período renascentista.
(B) a oposição entre o predomínio do obscurantismo e a supremacia da
razão abstrata só se resolveu com a fundação do Estado Moderno.
(C) o comportamento insólito e ousado do homem renascentista foi
determinante para que ele pudesse controlar os rumos tomados pela
sociedade.

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(D) as origens do comportamento individualista, do racionalismo e da
ambição ilimitada, perceptíveis na sociedade contemporânea, remontam
ao Renascimento.
(E) o domínio do homem sobre a natureza foi determinante para a
aceleração do fluxo de capital que culminou no Renascimento.

COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra D.


Veja: “A história da cultura renascentista ilustra com clareza o processo
de construção cultural do homem moderno e da sociedade
contemporânea. Nela se manifestam, já muito dinâmicos e
predominantes, os germes do individualismo, do racionalismo e da
ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e
representativos do nosso tempo”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O texto nega a afirmação da banca. Veja: “O Renascimento assinala o


florescimento de um longo processo de produção, circulação e
acumulação de recursos econômicos, desencadeado desde a Baixa Idade
Média. (...)Surge assim a sociedade dos mercadores...”.
(B) Não está claro no texto que existe uma oposição entre o predomínio
do obscurantismo e a supremacia da razão abstrata tampouco que isso só
se resolveu com a fundação do Estado Moderno. A banca novamente
extrapola o que se encontra no texto.
(C) O texto nada fala sobre “controlar os rumos tomados pela sociedade”.
A banca novamente extrapola o que se encontra no texto.
(E) O texto não diz que o Renascimento é uma consequência do “domínio
do homem sobre a natureza”. Por isso, a afirmação da banca não procede
quando usa o verbo “culminar”.

GABARITO: D.

212- Assinala-se no texto


03265357481

(A) a primazia do poder controlador do Estado Moderno sobre o


pensamento abstrato na Baixa Idade Média, contra a qual o homem
renascentista se mobilizou.
(B) a oposição entre o caráter disciplinador do Estado Moderno e o anseio
de liberdade e autonomia do espírito.
(C) a legitimação do individualismo, elemento fundador da cultura
moderna, cuja consequência foi a constituição de uma identidade
nacional.
(D) um juízo de valor em relação à ambição ilimitada do homem
renascentista, a qual dificultou o avanço das ciências exatas.
(E) o egocentrismo e a cobiça do homem renascentista, cujos resíduos
negativos podem ser percebidos nos dias atuais.

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COMENTÁRIO: O próprio texto corrobora a afirmação contida na letra B.
Veja: “Ela é a nova versão do poder dominante e será consubstanciada no
Estado Moderno, entidade controladora e disciplinadora por excelência,
que impõe à sociedade um padrão único, monolítico e intransigente. Isso,
contraditoriamente, fará brotar um anseio de liberdade e autonomia do
espírito, certamente o mais belo legado do Renascimento à atualidade”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Na verdade, o texto diz o contrário do que a banca afirma, ou seja, o


texto nada diz sobre o homem renascentista ter se mobilizado contra o
pensamento abstrato na Baixa Idade Média.
(C) Segundo o texto, o elemento fundador da cultura moderna foi a razão
abstrata. Veja: “... vitória da razão abstrata, que é a instância suprema
de toda a cultura moderna, versada no rigor das matemáticas que
passarão a reger os sistemas de controle do tempo e do espaço. Será
essa mesma razão abstrata que estará presente na própria constituição
da chamada identidade nacional. Ela é a nova versão do poder dominante
e será consubstanciada no Estado Moderno”.
(D) O texto nada fala sobre dificuldades quanto ao avanço das ciências
exatas.
(E) A expressão “resíduos negativos” não pode ser levada em conta no
texto, pois nele se encontra isto, que rebate a afirmação da banca: “Isso,
contraditoriamente, fará brotar um anseio de liberdade e autonomia do
espírito, certamente o mais belo legado do Renascimento à atualidade”.

GABARITO: B.

TEXTO

Falo somente do que falo:


do seco e de suas paisagens,
Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre: 03265357481

que reduz tudo ao espinhaço,


cresta o simplesmente folhagem,
folha prolixa, folharada,
onde possa esconder-se a fraude.

Falo somente por quem falo:


por quem existe nesses climas
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:
e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua

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Falo somente para quem falo:
quem padece sono de morto
e precisa um despertador
acre, como o sol sobre o olho:
que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso,
e bate nas pálpebras como
se bate numa porta a socos.

(Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores


poemas de João Cabral de Melo Neto. SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.),
São Paulo: Global, 2013, formato ebook)

213- Considere as afirmações abaixo.

I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o


poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor
indiferente.
II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a
um contexto de privação.
III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se
esconde nas folhas prolixas da paisagem.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.
(B) II e III.
(C) II.
(D) III.
(E) I e II.

COMENTÁRIO: O gabarito da questão é a letra E, pois apenas a afirmação


III está incorreta de acordo com as informações do texto. A afirmação I
destaca o fato de o poeta chamar a atenção dos leitores, principalmente
03265357481

dos menos atentos, para a miséria vivenciada por muitos, como se


observa na terceira estrofe do poema:

Falo somente para quem falo:


quem padece sono de morto
e precisa um despertador
acre, como o sol sobre o olho:

A imagem do despertador seria a ferramenta usada para “acordar” o leitor


que “padece sono de morto” para a miséria daquela região.

A afirmação II aborda o objetivo do eu do poema em mostrar o quanto


algumas pessoas se tornam limitadas diante de um contexto sofrível,
repleto de privações, assim visto nestes versos:

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Falo somente do que falo:


do seco e de suas paisagens,
Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
que reduz tudo ao espinhaço,

Note que o sol é um determinador da seca, limitando a região à presença


apenas de espécies de plantas capazes de suportar o “mais quente
vinagre”; sol “que reduz tudo ao espinhaço”.

Falo somente por quem falo:


por quem existe nesses climas
condicionados pelo sol,

Mais uma vez o eu lírico deixa claro o quanto o sol é responsável por
determinar quem sobrevive ou não àquela região tão castigada pela seca.

e onde estão os solos inertes


de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua

Por fim, outra manifestação de como a região limita os sobreviventes a


ter poucas expectativas, não apenas em relação à comida, mas também
em relação a sonhos, uma vez que vivem em “condições caatinga, em
que só cabe cultivar o que é sinônimo de míngua”.
Já a afirmação III está incorreta, haja vista que a miséria provocada pela
seca não se esconde nas “folhas prolixas da paisagem”. Na verdade, o
que se esconde é a “fraude” existente naquela região.

que reduz tudo ao espinhaço,


cresta o simplesmente folhagem,
folha prolixa, folharada, 03265357481

onde possa esconder-se a fraude.

GABARITO: E.

214- Afirma-se corretamente:

(A) No poema, considera-se o sol a causa da escassez da folhagem.


(B) O elemento grifado em como se bate numa porta a socos indica uma
causa.
(C) Alguns dos adjetivos que caracterizam o sol no poema são inerte,
estridente, imperioso.
(D) Critica-se no poema a inércia daqueles que não se esforçam para
cultivar o solo.

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(E) O segmento nesses climas condicionados pelo sol pode ser reescrito
do seguinte modo: "nesses climas em que o sol os condiciona".

COMENTÁRIO: O trecho da primeira estrofe que corrobora a afirmação da


letra A é este:

debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
que reduz tudo ao espinhaço,
cresta (queimar, ressecar) o simplesmente folhagem

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(B) O trecho bate nas pálpebras como / se bate numa porta a socos
apresenta uma comparação clara, logo o “como” introduz uma oração
subordinada adverbial comparativa, e não causal. “Bizu”: o “como” causal
equivale a “visto que” e o “como” comparativo equivale a “assim como”.
No contexto só cabe a substituição por “assim como”.
(C) O adjetivo “inertes” refere-se a “solos”. Veja a 2ª estrofe.
(D) A inércia está ligada aos solos, castigados pelo sol.
(E) A reescritura “nesses climas em que o sol os condiciona” está
gramaticalmente equivocada, pois o pronome relativo “que” já retoma
“climas”, de modo que é redundante o uso do pronome oblíquo “os” para
retomar o mesmo termo já retomado pelo pronome relativo “que”.

GABARITO: A.

FCC – TRT 19ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA)


– 2014

TEXTO

Ainda aluna de medicina, Nise da Silveira se horrorizou ao ver o professor


abrir com um bisturi o corpo de uma jia e deixar à mostra, pulsando, seu
03265357481

pequenino coração.

Esse fato define a mulher que iria revolucionar o tratamento da


esquizofrenia e pôr em questão alguns dogmas estéticos em vigor mesmo
entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte.

A mesma sensibilidade à flor da pele que a fez deixar, horrorizada, a aula


de anatomia, levou-a a se opor ao tratamento da esquizofrenia em voga
na época em que se formou: o choque elétrico, o choque insulínico, o
choque de colabiosol e, pior do que tudo, a lobotomia, que consistia em
secionar uma parte do cérebro do paciente. Tomou-se de revolta contra
tais procedimentos, negando-se a aplicá-los nos doentes a ela confiados.
Foi então que o diretor do hospital, seu amigo, disse-lhe que não poderia

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mantê-la no emprego, a não ser em outra atividade que não envolvesse o
tratamento médico. − Mas qual?, perguntou ela. − Na terapia
ocupacional, respondeu-lhe o diretor.

A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para


lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a
proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes
trabalhavam em ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo
modelagem com argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram
alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram
a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do
Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio.

É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus


companheiros psiquiatras. Enquanto, para estes, a loucura era um
processo progressivo de degenerescência cerebral, que só se poderia
retardar com a intervenção direta no cérebro, ela via de outro modo,
confiando que o trabalho criativo e a expressão artística contribuiriam
para dar ordem e equilíbrio ao mundo subjetivo e afetivo tumultuado pela
doença.

Por isso mesmo acredito que o elemento fundamental das realizações e


das concepções de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo outro. Foi por
não suportar o sofrimento imposto aos pacientes pelos choques que ela
buscou e inventou outro caminho, no qual, em vez de ser vítima da
truculência médica, o doente se tornou sujeito criador, personalidade livre
capaz de criar um universo mágico em que os problemas insolúveis
arrefeciam.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. A Cura pelo Afeto. Resmungos, São


Paulo: Imprensa Oficial, 2007)

215- De acordo com o texto, Nise da Silveira


03265357481

(A) propôs a prática artística como coadjuvante no tratamento de doenças


mentais, ao lado dos procedimentos em voga à sua época.
(B) introduziu mudanças na psiquiatria, deixando de ver a loucura como
um processo de degeneração mental, além de pôr em xeque ditames da
arte de seu tempo.
(C) passou a trabalhar tendo como parâmetro os afetos dos pacientes, a
despeito da prática artística envolvida no tratamento da esquizofrenia.
(D) praticou o que havia de mais atual em termos de tratamento
psiquiátrico, o que pressupunha o contato com artistas consagrados de
então.
(E) encontrou, já nas primeiras aulas de psiquatria, o fundamento de sua
visão sobre terapia ocupacional, qual seja, a aceitação racional da doença
por parte do paciente.

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COMENTÁRIO: Os trechos do texto que corroboram a afirmação da letra B
são estes:

1) A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados


para lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise
aceitou a proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes
trabalhavam em ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo
modelagem com argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram
alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram
a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do
Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio.

2) É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus


companheiros psiquiatras. Enquanto, para estes, a loucura era um
processo progressivo de degenerescência cerebral, que só se poderia
retardar com a intervenção direta no cérebro, ela via de outro modo,
confiando que o trabalho criativo e a expressão artística contribuiriam
para dar ordem e equilíbrio ao mundo subjetivo e afetivo tumultuado pela
doença.

3) Esse fato define a mulher que iria revolucionar o tratamento da


esquizofrenia e pôr em questão alguns dogmas estéticos em vigor mesmo
entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O erro da afirmação desta alternativa está em dizer que Nise da


Silveira “propôs a prática artística como coadjuvante no tratamento de
doenças mentais”. O último parágrafo do texto ratifica o objetivo dela, a
saber: a prática artística devia ser usada no tratamento de doenças
mentais como algo primordial, e não coadjuvante. Tanto isso é verdade
que ela se opunha aos tratamentos vigentes.
(C) O segmento “a despeito da prática artística” torna errada a afirmação
desta opção, pois “a despeito de” equivale a “apesar de”, indicando que
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há uma ideia de oposição entre passar a trabalhar tendo como parâmetro


os afetos dos pacientes e a prática artística envolvida no tratamento da
esquizofrenia. Na verdade, Nise da Silveira tinha afeição pelos pacientes e
incentivava a prática artística deles. Não há ideia de oposição alguma.
(D) O que havia de atual não era a prática artística, criada por ela, e sim
os mesmos tratamentos psiquiátricos cruéis. Além disso, artistas
consagrados de então não adotavam as práticas de Nise.
(E) O texto contradiz a afirmação de que ela “encontrou, já nas primeiras
aulas de psiquatria, o fundamento de sua visão sobre terapia
ocupacional”. Veja os 3º e 4º parágrafos.

GABARITO: B.

216- O autor do texto considera que

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(A) os avanços obtidos por Nise da Silveira, por dizerem respeito ao


tratamento de esquizofrenia, devem ser vistos com cautela em termos
artísticos.
(B) a dimensão afetiva fez com que os pacientes passassem a se adequar
aos tratamentos psiquiátricos em voga, o que foi uma grande conquista
em termos de terapia ocupacional.
(C) o afeto pelo outro foi o diferencial oferecido por Nise da Silveira, que
fez com que seus pacientes se tornassem verdadeiros agentes em seus
próprios tratamentos.
(D) a subjetividade tumultuada dos doentes adquiria ordem e equilíbrio
quando eram submetidos a tratamentos clínicos, muito embora isso
arrefecesse sua capacidade artística.
(E) a arte contribui para a criação de um universo imaginário que distrai
os pacientes do cerne de sua condição, servindo de cura para suas
enfermidades.

COMENTÁRIO: O último parágrafo do texto corrobora a afirmação da letra


C. Veja: “Por isso mesmo acredito que o elemento fundamental das
realizações e das concepções de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo
outro. Foi por não suportar o sofrimento imposto aos pacientes pelos
choques que ela buscou e inventou outro caminho, no qual, em vez de ser
vítima da truculência médica, o doente se tornou sujeito criador,
personalidade livre capaz de criar um universo mágico em que os
problemas insolúveis arrefeciam”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Em nenhum momento do texto, o autor considera que os avanços


obtidos por Nise da Silveira, por dizerem respeito ao tratamento de
esquizofrenia, devem ser vistos com cautela em termos artísticos. Um
argumento contrário a isso pode ser percebido neste trecho: “A terapia
ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para lavar os
banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a proposta
03265357481

e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes trabalhavam em


ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo modelagem com
argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram alguns dos artistas
mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram a constituir o hoje
famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico
Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio”.
(B) Os tratamentos psiquiátricos em voga (terapia de choques, lobotomia)
nada tinham a ver com o método de terapia da Nise da Silveira, de modo
que a afirmação da banca não procede.
(D) A subjetividade tumultuada dos doentes adquiria ordem e equilíbrio
quando eram submetidos NÃO a tratamentos clínicos, e sim aos
tratamentos de prática artística da Nise da Silveira.
(E) O texto nada fala sobre “cura para enfermidades dos pacientes”.

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GABARITO: C.

217- O segmento que explicita a causa de um acontecimento anterior é:

(A) ... que ela buscou e inventou outro caminho... (6º parágrafo)
(B) É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus
companheiros psiquiatras. (5º parágrafo)
(C) ... que o elemento fundamental das realizações e das concepções de
Nise da Silveira era o afeto... (6º parágrafo)
(D) Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte
brasileira... (4º parágrafo)
(E) ... fazendo modelagem com argila e encadernando livros. (4º
parágrafo)

COMENTÁRIO: Vejamos um por um:

(A) Foi por não suportar o sofrimento imposto aos pacientes pelos
choques (CAUSA) que ela buscou e inventou outro caminho
(CONSEQUÊNCIA).
(B) Para perceber que tal opção é o gabarito, é preciso reler o contexto e
se dar conta de que a maneira como ela agia na terapia ocupacional era
motivada por outra razão, por outra CAUSA. Note:

A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para


lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a
proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes
trabalhavam em ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo
modelagem com argila e encadernando livros. (...) PORQUE sua visão da
doença mental diferia da aceita por seus companheiros psiquiatras.

(C) Observe o contexto: “Por isso mesmo (ou seja, por causa do que foi
dito anteriormente) acredito que o elemento fundamental das realizações
e das concepções de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo outro
(consequência)”. Logo o trecho sublinhado não é a causa de algo anterior,
03265357481

e sim a consequência.
(D) O trecho “Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da
arte brasileira” é a consequência de Nise ter aceitado a proposta e, em
pouco tempo, em lugar de faxina, colocarem os pacientes para trabalhar
em ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo modelagem com
argila e encadernando livros.
(E) Tal segmento (fazendo modelagem com argila e encadernando livros)
diz respeito à consequência de Nise ter colocado os pacientes em uma
proposta de terapia ocupacional diferenciada.

GABARITO: B.

TEXTO

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No texto abaixo, Graciliano Ramos narra
seu encontro com Nise da Silveira.

Chamaram-me da porta: uma das mulheres recolhidas à sala 4 desejava


falar comigo. Estranhei. Quem seria? E onde ficava a sala 4? Um sujeito
conduziu-me ao fim da plataforma, subiu o corrimão e daí, com agilidade
forte, galgou uma janela. Esteve alguns minutos conversando,
gesticulando, pulou no chão e convidou-me a substituí-lo. Que? Trepar-
me àquelas alturas, com tamancos?

Examinei a distância, receoso, descalcei-me, resolvi tentar a difícil


acrobacia. A desconhecida amiga exigia de mim um sacrifício; a perna,
estragada na operação, movia-se lenta e perra; se me desequilibrasse,
iria esborrachar-me no pavimento inferior. Não houve desastre. Numa
passada larga, atingi o vão da janela; agarrei-me aos varões de ferro,
olhei o exterior, zonzo, sem perceber direito por que me achava ali. Uma
voz chegou-me, fraca, mas no primeiro instante não atinei com a pessoa
que falava. Enxerguei o pátio, o vestíbulo, a escada já vista no dia
anterior. No patamar, abaixo de meu observatório, uma cortina de lona
ocultava a Praça Vermelha. Junto, à direita, além de uma grade larga,
distingui afinal uma senhora pálida e magra, de olhos fixos, arregalados.
O rosto moço revelava fadiga, aos cabelos negros misturavam-se alguns
fios grisalhos. Referiu-se a Maceió, apresentou-se:

− Nise da Silveira.

Noutro lugar o encontro me daria prazer. O que senti foi surpresa,


lamentei ver minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do
hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz
me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a
esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se de tomar espaço. Nunca me
havia aparecido criatura mais simpática. O marido, também médico, era
meu velho conhecido Mário Magalhães. Pedi notícias dele: estava em
liberdade. E calei-me, num vivo constrangimento.
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De pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio;


certamente causava impressão muito infeliz. Nise, acanhada, tinha um
sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a
perturbação, magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio,
provavelmente se arrependeu de me haver convidado para deixar-me
assim confuso.

(RAMOS, Graciliano, Memórias do Cárcere, vol. 1. São Paulo, Record,


1996, p. 340 e 341)

218- De acordo com o texto,

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(A) Nise da Silveira apresenta-se a Graciliano Ramos, que se sente
constrangido por não saber quem ela é, enquanto ela demonstra já
conhecê-lo.
(B) Graciliano Ramos arrepende-se de conhecer pessoalmente Nise da
Silveira, muito embora ela tenha demonstrado simpatia por sua situação.
(C) Nise da Silveira passa a guardar silêncio ao perceber que o escritor,
descalço e de pijama, encontrava-se bastante infeliz.
(D) defronte a sua nova amiga, o escritor sente-se pouco à vontade, uma
vez que não possuíam afinidades profissionais, tampouco suspeitavam a
razão de estarem no mesmo lugar.
(E) o encontro entre Graciliano Ramos e Nise da Silveira ocorreu de
maneira inusitada para o escritor, que se mostrou constrangido em
virtude da situação em que se encontravam.

COMENTÁRIO: A afirmação da letra E é corroborada pelo texto. Até o


encontro deles, Graciliano tem de passar por lugares e fazer uma
acrobacia não prevista até o encontro de fato. Todo o trecho seguinte
apresenta traços que comprovam o encontro inusitado e o
constrangimento da situação: “Noutro lugar o encontro me daria prazer.
O que senti foi surpresa, lamentei ver minha conterrânea fora do mundo,
longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. O marido,
também médico, era meu velho conhecido Mário Magalhães. Pedi notícias
dele: estava em liberdade. E calei-me, num vivo constrangimento. De
pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio;
certamente causava impressão muito infeliz. Nise, acanhada, tinha um
sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a
perturbação, magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio,
provavelmente se arrependeu de me haver convidado para deixar-me
assim confuso”.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Em nenhum momento do texto, percebe-se que Nise “demonstra já


conhecê-lo”, logo a afirmação da banca não procede.
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(B) Absolutamente nada no texto comprova a afirmação de que


“Graciliano Ramos arrepende-se de conhecer pessoalmente Nise da
Silveira”.
(C) O fragmento retirado do livro de Graciliano Ramos não revela por que
Nise guarda silêncio, logo não se pode afirmar que a razão de Nise da
Silveira passar a guardar silêncio seja pelo suposto fato de o escrito
encontrar-se muito infeliz. Na verdade, o texto também não confirma que
o autor do texto está de fato muito infeliz. A banca afirma algo que não se
pode comprovar no texto.
(D) A afirmação de que “o escritor sente-se pouco à vontade, uma vez
que não possuíam afinidades profissionais, tampouco suspeitavam a razão
de estarem no mesmo lugar” não procede, pois nada no texto sugere
isso. O texto diz que ele se sente pouco à vontade diante dela porque sua
situação de encarcerado era constrangedora diante de uma nova amiga.

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GABARITO: E.

TEXTO

Errância

Só porque
erro
encontro
o que não se
procura

só porque
erro
invento
o labirinto

a busca
a coisa
a causa da
procura

só porque
erro
acerto: me
construo

Margem de
erro: margem
de liberdade.

(FONTELA, Orides, Poesia Reunida, São Paulo, CosacNaify, 2006, p. 202)


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219- De acordo com o poema,

(A) construir-se significa aprender com os erros, evitando-os de maneira


a não comprometer sua liberdade.
(B) o erro, como eliminação de uma possibilidade falha, constitui um
mecanismo de aferição na busca pelas coisas certas.
(C) o erro, ao desviar-se de uma finalidade predeterminada, abre a
possibilidade do caminho inusitado, identificado aqui com a liberdade.
(D) acertar envolve dificuldades equiparáveis às de um labirinto, cuja
única saída é aqui identificada com a liberdade.
(E) erro e acerto são noções imprecisas, comparáveis a um labirinto
conceitual, e sua compreensão depende da finalidade de cada busca.

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COMENTÁRIO: A alternativa correta é a letra C, uma vez que o eu-lírico
apresenta, ao longo do poema, as consequências do erro, principalmente
se levarmos em consideração a primeira estrofe (Só porque / erro /
encontro / o que não se / procura), quando se observa que algo é
encontrado, mesmo que não seja o que se esperava encontrar; a segunda
estrofe (só porque / erro / invento / o labirinto), em que o eu do poema
chama a atenção para a criação de novos caminhos; a última estrofe
(Margem de / erro: margem / de liberdade.), momento em que o eu
poético classifica o “erro” como sinal de liberdade.

Vejamos por que as demais opções estão incorretas:

(A) A primeira parte desta alternativa está de acordo com o texto, em que
se afirma que “construir-se significa aprender com os erros”, algo
observado na quarta estrofe do poema: só porque / erro / acerto: me /
construo. No entanto, a segunda parte, “evitando os erros de maneira a
não comprometer sua liberdade.”, não condiz com a conclusão do texto,
já que cometer erros é o que nos torna livres, assim como se nota na
última passagem: “Margem de / erro: margem / de liberdade.”.

(B) Esta alternativa está incorreta, pois o “erro” não deve ser encarado,
segundo o texto, “como eliminação de uma possibilidade falha”, mas sim
como parte do processo de aprendizagem, de crescimento, de busca pelo
“acerto”, assim visto nesta passagem: “só porque / erro / acerto: me /
construo”.

(D) O que torna esta alternativa errada é o fato de ter assemelhado o


“erro” às “dificuldades de um labirinto”, além de afirmar que a única saída
seria a “liberdade”, quando no texto é afirmado que o labirinto é, na
verdade, a criação de um caminho alternativo, como se nota nos versos:
só porque / erro / invento / o labirinto / a busca / a coisa / a causa da /
procura

(E) A última alternativa está incorreta, pois o “acerto” é visto no texto


como consequência do “erro”, além deste possibilitar a criação de um
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labirinto, representado no poema como “a busca / a coisa / a causa da /


procura”, independente qual seja, ao contrário do que se afirma nesta
opção.

GABARITO: C.

FCC – TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano, Carlos


Manuel de Céspedes, e duzentos homens mal armados tomaram a cidade

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de Santiago e proclamaram a independência do país em relação à
metrópole espanhola. Mas a Espanha reagiu. Quatro anos depois,
Céspedes foi deposto por um tribunal cubano e, em março de 1874, foi
capturado e fuzilado por soldados espanhóis.

Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição ao


comércio, o governo americano apoiara abertamente os revolucionários e
Nova York, Nova Orleans e Key West tinham aberto seus portos a
milhares de cubanos em fuga. Em poucos anos Key West transformou-se
de uma pequena vila de pescadores numa importante comunidade
produtora de charutos. Despontava a nova capital mundial do Havana.

Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos levaram com eles


a instituição do “lector”. Uma ilustração da revista Practical Magazine
mostra um desses leitores sentado de pernas cruzadas, óculos e chapéu
de abas largas, um livro nas mãos, enquanto uma fileira de trabalhadores
enrolam charutos com o que parece ser uma atenção enlevada.

O material dessas leituras em voz alta, decidido de antemão pelos


operários (que pagavam o “lector” do próprio salário), ia de histórias e
tratados políticos a romances e coleções de poesia. Tinham seus
prediletos: O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por exemplo,
tornou-se uma escolha tão popular que um grupo de trabalhadores
escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870, pedindo-lhe que
cedesse o nome de seu herói para um charuto; Dumas consentiu.

Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as leituras decorriam em


silêncio concentrado e não eram permitidos comentários ou questões
antes do final da sessão.

(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad. Pedro


Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134-136)

220- Afirma-se corretamente: 03265357481

(A) No 4º parágrafo, o autor emite um juízo de valor a respeito do hábito


levado pelos trabalhadores cubanos aos Estados Unidos.
(B) O texto se inicia com a apresentação do contexto histórico que
culminou na implantação de um costume levado pelos cubanos para
fábricas de charuto americanas.
(C) O texto se desenvolve a partir de reminiscências do próprio autor a
respeito de uma situação vivenciada por ele em determinado contexto
histórico.
(D) No primeiro parágrafo, o autor introduz o assunto principal sobre o
qual irá tratar no texto, qual seja, a imigração de operários cubanos para
os Estados Unidos.

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(E) O interesse da imprensa americana, estabelecido no 3º parágrafo, foi
determinante para a disseminação, no país, de costumes introduzidos por
operários cubanos em Key West.

COMENTÁRIO: Apenas a leitura linear do texto comprova a afirmação da


letra B. Observe: o texto se inicia com a apresentação do contexto
histórico (leia os 1º e 2º parágrafos) que culminou na implantação de um
costume levado pelos cubanos para fábricas de charuto americanas (leia
do 3º ao 5º parágrafo).

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Juízo de valor é o mesmo que opinião. No 4º parágrafo, o autor não


emite opinião alguma.
(C) Nada no texto fala que o que o autor apresenta em seu texto faz
parte de suas lembranças, experiências ou memórias.
(D) O primeiro parágrafo é só um pano de fundo histórico, para depois o
autor falar do que realmente quer, a saber: a implantação de um costume
de leitura levado pelos cubanos para fábricas de charuto americanas.
(E) O texto nada fala sobre “disseminação, no país, de costumes
introduzidos por operários cubanos em Key West”.

GABARITO: B.

221- Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre

(A) a abertura dos portos americanos a fugitivos cubanos e a produção de


charutos estabelecida em solo americano.
(B) o apoio dos Estados Unidos aos revolucionários e a proclamação da
independência cubana por Céspedes.
(C) as medidas de restrição ao comércio adotadas pelo governo espanhol
e a tomada do poder por um líder revolucionário.
(D) a imigração de cubanos para os Estados Unidos à procura de trabalho
e o amplo apoio dado pelo país aos revolucionários.
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(E) a transformação da pequena vila de Key West em uma importante


comunidade produtora de charutos e a abertura dos portos americanos a
fugitivos cubanos.

COMENTÁRIO: Na linha do tempo, a causa precede a consequência, logo,


pela leitura do texto, fica claro que 1º) há uma abertura dos portos
americanos a fugitivos cubanos (CAUSA) e 2º) começa a produção de
charutos estabelecida em solo americano (CONSEQUÊNCIA). Portanto, a
afirmação da letra A procede.

Obviamente as demais opções apresentam o avesso.

GABARITO: A.

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222- Depreende-se do texto que

(A) a atividade de ler em voz alta, conduzida pelo “lector”, permitia que
os operários produzissem mais, pois trabalhavam com maior
concentração.
(B) o hábito de ler em voz alta, levado originalmente de Cuba para os
Estados Unidos, relaciona-se ao valor atribuído à leitura, que é
determinado culturalmente.
(C) os operários cubanos homenagearam Alexandre Dumas ao atribuírem
a um charuto o nome de um dos personagens do escritor.
(D) ao contratar um leitor, os operários cubanos podiam superar, em
parte, a condição de analfabetismo a que estavam submetidos.
(E) os charuteiros cubanos, organizados coletivamente, compartilhavam a
ideia de que a fruição de um texto deveria ser comunitária, não
individual.

COMENTÁRIO: A afirmação da letra C é comprovada pelo próprio texto no


penúltimo parágrafo: “O material dessas leituras em voz alta, decidido de
antemão pelos operários (que pagavam o “lector” do próprio salário), ia
de histórias e tratados políticos a romances e coleções de poesia. Tinham
seus prediletos: O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por
exemplo, tornou-se uma escolha tão popular que um grupo de
trabalhadores escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870,
pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói para um charuto; Dumas
consentiu”.

(A) Absolutamente nenhuma parte do texto apoia a afirmação desta


alternativa.
(B) A afirmação desta alternativa é bem astuta, mas cuidado! Ela dá a
entender que não havia hábito de leitura em voz alta antes da chegada
dos cubanos, quando, na verdade, o texto diz que tal costume ocorria nas
fábricas, e não na cultura norte-americana como um todo.
(D) O texto nada fala de “analfabetismo de operários”.
(E) Antes de mais nada, achei confusa a afirmação da banca. A “fruição
de um texto” significa o “prazer derivado da leitura do texto”. Nada no
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texto diz que tal gozo deveria ser comunitário, e não individual. Afinal,
individualmente todos sentiam prazer da leitura do texto.

GABARITO: C.

223- Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática necessária e
comum no mundo laico da Idade Média. Até a invenção da imprensa, a
alfabetização era rara e os livros, propriedade dos ricos, privilégio de um
pequeno punhado de leitores.

Embora alguns desses senhores afortunados ocasionalmente


emprestassem seus livros, eles o faziam para um número limitado de
pessoas da própria classe ou família.

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(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.)

Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto,


substituindo-se Embora (2º parágrafo) por

(A) Contudo.
(B) Desde que.
(C) Porquanto.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto.

COMENTÁRIO: “Embora” é uma conjunção concessiva, portanto só pode


ser substituída por outra de igual valor semântico, a saber: “Conquanto”.
As demais opções apresentam conjunções com valores semânticos
diversos: (A) adversidade, (B) condição, (C) causa/explicação, (D)
condição.

Vale dizer que “desde que” e “uma vez que” tem peculiaridades. Se tais
conectivos forem seguidos de verbos no modo indicativo, indicarão tempo
e causa, respectivamente. Se forem seguidos de verbos no modo
subjuntivo, indicarão condição. Exemplos:

1) Desde que ele voltou, tenho paz.


2) Desde que ele voltasse, eu teria paz.
3) Uma vez que ele voltou, tenho paz.
4) Uma vez que ele voltasse, eu teria paz.

GABARITO: E.

TEXTO

Foi por me sentir genuinamente desidentificado com qualquer espécie de


regionalismo que escrevi coisas como: "Não sou brasileiro, não sou
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estrangeiro / Não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum"/ "Riquezas


são diferenças".

Ao mesmo tempo, creio só terem sido possíveis tais formulações pessoais


pelo fato de eu haver nascido e vivido em São Paulo. Por essa ser uma
cidade que permite, ou mesmo propicia, esse desapego para com raízes
geográficas, raciais, culturais. Por eu ver São Paulo como um gigante
liquidificador onde as informações diversas se misturam, gerando novas
interpretações, exceções.

Por sua multiplicidade de referências étnicas, linguísticas, culturais,


religiosas, arquitetônicas, culinárias...

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São Paulo não tem símbolos que dêem conta de sua diversidade. Nada
aqui é típico daqui. Não temos um corcovado, uma arara, um cartão
postal. São Paulo são muitas cidades em uma.

Sempre me pareceram sem sentido as guerras, os fundamentalismos, a


intolerância ante a diversidade.

Assim, fui me sentindo cada vez mais um cidadão do planeta. Acabei


atribuindo parte desse sentimento à formação miscigenada do Brasil.

Acontece que a miscigenação brasileira parece ter se multiplicado em São


Paulo, num ambiente urbano que foi crescendo para todos os lados, sem
limites.

Até a instabilidade climática daqui parece haver contribuído para essa


formação aberta ao acaso, à imprevisibilidade das misturas.

Ao mesmo tempo, temos preservados inúmeros nomes indígenas


designando lugares, como Ibirapuera, Anhangabaú, Butantã etc.
Primitivismo em contexto cosmopolita, como soube vislumbrar Oswald de
Andrade.

Não é à toa que partiram daqui várias manifestações culturais.

São Paulo fragmentária, com sua paisagem recortada entre praças e


prédios; com o ruído dos carros entrando pelas janelas dos apartamentos
como se fosse o ruído longínquo do mar; com seus crepúsculos
intensificados pela poluição; seus problemas de trânsito, miséria e
violência convivendo com suas múltiplas ofertas de lazer e cultura; com
seu crescimento indiscriminado, sem nenhum planejamento urbano; com
suas belas alamedas arborizadas e avenidas de feiura infinita.

(Adaptado de: ANTUNES, Arnaldo. Alma paulista. Disponível em


http://www.arnaldoantunes.com.br). 03265357481

224- No texto, o autor

(A) descreve São Paulo como uma cidade marcada por contrastes de
diversas ordens.
(B) assinala a relevância da análise de Oswald de Andrade a respeito do
provincianismo da antiga São Paulo.
(C) critica o fato de nomes indígenas, ininteligíveis, designarem, ainda
hoje, lugares comuns da cidade de São Paulo.
(D) sugere que o trânsito, com seus ruídos longínquos, é o principal
problema da cidade de São Paulo.
(E) utiliza-se da ironia ao elogiar a instabilidade climática e a paisagem
recortada da cidade de São Paulo.

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COMENTÁRIO: O texto aborda a marcante pluralidade que ordena a
formação cultural da cidade de São Paulo. Em sua argumentação, em
alguns instantes, o autor lança mão de atributos teoricamente negativos
para, em seguida, caracterizá-los como responsáveis pela riqueza cultural
da cidade. Desta forma, os contrastes acabam por enriquecê-la.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(B) Oswald de Andrade não comenta a respeito do caráter provinciano da


cidade, antes exalta a configuração plural da cidade.
(C) O autor, antes de tudo, mostra-se um entusiasta da pluralidade de
São Paulo. Portanto, ele não faz crítica a essa mistura.
(D) O autor comenta que esses pontos, teoricamente negativos (como os
ruídos que invadem as casas), acabam por trazer mais encanto à cidade.
(E) Mediante a análise geral da argumentação do autor, percebemos que
não há postura irônica nesses elogios. De fato, esse é o posicionamento
do autor.

GABARITO: A.

225- O autor

(A) opõe a oferta de atividades de lazer disponíveis em São Paulo ao seu


desapego pessoal por raízes geográficas, raciais e culturais.
(B) atribui a tolerância à miscigenação brasileira à diversidade que se
exprime com grande força em São Paulo.
(C) encontra razões plausíveis para a violência da cidade de São Paulo e o
crescimento sem limites de sua área urbana.
(D) considera a falta de planejamento urbano da cidade de São Paulo a
causa da feiura infinita de suas avenidas.
(E) estabelece uma associação entre a diversidade típica de São Paulo e a
falta de um símbolo que sirva de cartão postal para a cidade.

COMENTÁRIO: O autor trabalha a concepção de a cidade de São Paulo


03265357481

não ser uma cidade de caracteres típicos. Defende que nada que forma e
caracteriza a cidade vem dela própria. É a pluralidade que constrói a
riqueza dessa cidade. Segundo ele, São Paulo não tem um “cartão postal
que a represente”, uma vez que são, na verdade, muitas e diversificadas
“cidades” dentro de uma.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Não existe essa correlação no texto. Ao tratar da grande


disponibilidade de ofertas de lazer, ele visa contrastá-la com a enorme
violência e miséria.
(B) São Paulo é produto maior de um país intrinsecamente miscigenado
no âmbito cultural. Seria, na verdade, um produto, e não um agente
causador.

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(C) O autor não tem como objetivo levantar comprovações ou hipóteses a
esse respeito.
(D) Pelo contrário, acredita que esses elementos enriquecem a cidade
culturalmente, até os locais eivados de feiúra cooperam para a
peculiaridade de sua formação.

GABARITO: E.

FCC – TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ARQUIVOLOGIA) – 2014

TEXTO

A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana mais


bem repartida: nenhum privilegiado reivindica ignorância em relação a ela
ou se vangloria de conhecê-la melhor que qualquer outro. Violência
nascida no próprio âmago do indivíduo, ela dilacera sua presença e o
esgota, dissolve-o no abismo que nele se abriu, esmaga-o no sentimento
de um imediato sem nenhuma perspectiva. Rompe-se a evidência da
relação do indivíduo consigo e com o mundo.

A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo


enquanto goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do
enraizamento físico de sua existência, desde que nenhum obstáculo se
interponha entre seus projetos e o mundo. De fato, na vida cotidiana o
corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas ritualidades
sociais e pela repetição incansável de situações próximas umas das
outras. Aliás, esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René
Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. Georges
Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência em que o
sujeito é de seu corpo”.

(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, São Paulo, Editora
Fap-Unifesp, 2013, p. 25-6) 03265357481

226- Conforme o texto, a

(A) saúde, ao contrário da dor, torna o homem apto à percepção corporal,


uma vez que não impõe barreiras inflexíveis.
(B) dor, ao contrário da saúde, possibilita ao homem a tomada de
consciência sobre seu próprio corpo.
(C) dor, como sintoma da doença, estabelece uma relação de pertença
entre corpo e sujeito.
(D) saúde, como estado de plenitude, torna perceptível a cisão entre
corpo e sujeito.
(E) dor, diferentemente da saúde, leva ao ocultamento do sujeito frente a
seu corpo.

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COMENTÁRIO: O autor ao aprofundar-se na reflexão acerca do homem e
da percepção que tem de si, constata que, quando o homem goza de
saúde, seu corpo torna-se invisível, imperceptível a ele próprio. A dor o
faz com que ele tome consciência a respeito de seu próprio corpo, de suas
limitações e fragilidades.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Segundo o autor, a saúde torna o corpo imperceptível ao homem.


(C) A dor quebra a unidade vivida pelo homem, desajustando-a.
(D) Pelo contrário, a saúde adormece a percepção do homem quanto ao
seu corpo. Unificando-os de certa forma. A doença é aquela que
desconstrói essa unidade formada.
(E) A dor evidencia o corpo para o sujeito.

GABARITO: B.

227- ... esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo...


... definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. (final do texto)

Os segmentos acima expressam, respectivamente,

(A) consequência e finalidade.


(B) condição e necessidade.
(C) consequência e condição.
(D) causa e finalidade.
(E) causa e decorrência.

COMENTÁRIO: A questão tem como proposta avaliar a percepção do leitor


a respeito das relações semânticas apresentadas entre diferentes partes
do texto,. O primeiro fragmento destacado forma-se em uma relação
causal, ocasionando, desta forma, o segundo fragmento, que surge em
decorrência desse.
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Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) As relações existentes nos fragmentos são, respectivamente, “causa”


e “decorrência”.
(B) As relações existentes nos fragmentos são, respectivamente, “causa”
e “decorrência”.
(C) As relações existentes nos fragmentos são, respectivamente, “causa”
e “decorrência”.
(D) As relações existentes nos fragmentos são, respectivamente, “causa”
e “decorrência”.

GABARITO: E.

TEXTO

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Menino do mato

Eu queria usar palavras de ave para escrever.


Onde a gente morava era um lugar imensamente e sem
[ nomeação.
Ali a gente brincava de brincar com palavras
tipo assim: Hoje eu vi uma formiga ajoelhada na pedra!
A Mãe que ouvira a brincadeira falou:
Já vem você com suas visões!
Porque formigas nem têm joelhos ajoelháveis
e nem há pedras de sacristias por aqui.
Isso é traquinagem da sua imaginação.
O menino tinha no olhar um silêncio de chão
e na sua voz uma candura de Fontes.
O Pai achava que a gente queria desver o mundo
para encontrar nas palavras novas coisas de ver
assim: eu via a manhã pousada sobre as margens do
rio do mesmo modo que uma garça aberta na solidão
de uma pedra.
Eram novidades que os meninos criavam com as suas
palavras.
Assim Bernardo emendou nova criação: Eu hoje vi um
sapo com olhar de árvore.
Então era preciso desver o mundo para sair daquele
lugar imensamente e sem lado.
A gente queria encontrar imagens de aves abençoadas
pela inocência.
O que a gente aprendia naquele lugar era só ignorâncias
para a gente bem entender a voz das águas e
dos caracóis.
A gente gostava das palavras quando elas perturbavam
o sentido normal das ideias.
Porque a gente também sabia que só os absurdos
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enriquecem a poesia.

(BARROS, Manoel de, Menino do Mato, em Poesia Completa, São Paulo,


Leya, 2013, p. 417-8.)

228- De acordo com o poema,

(A) os sentidos atribuídos às palavras pelo menino adequavam-se, na


verdade, às ideias normais, que, por seu turno, iam constituindo sua
compreensão de mundo.
(B) os absurdos, muito embora concernentes à poesia, eram
compreendidos pela mãe como fruto da ignorância do menino.
(C) as visões a que a mãe se refere são, para o menino, alterações no
sentido usual das ideias, com que reinventava o mundo que o cercava.

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(D) as novidades que o mundo apresentava ao menino precisavam de
palavras novas para serem descritas, pois a linguagem se mostrava pobre
para a imensidão de seu mundo.
(E) as imagens vistas pelo menino eram reflexo de sua imaginação, livre
da linguagem de que fazia uso para descrevê-las.

COMENTÁRIO: O menino, por meio de palavras que subvertiam a


representação do mundo, criava um universo poético e imaginativo
próprio. Para a criança, não interessava a representação mimética,
meramente reprodutiva, da realidade pelas palavras, mas a criação de um
mundo novo – fantasioso e inverossímil – por meio da linguagem.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O sentido buscado pelo menino deveria subverter a representação


“normal” do mundo, e não reafirmá-la.
(B) A mãe não entende esse universo infantil imaginativo como
propriamente ignorante. O adjetivo demonstra-se inapropriado em sua
correlação com a percepção materna.
(D) As palavras não buscavam representar “coisas novas”, mas, por meio
das palavras, essas coisas se criariam. A palavra, assim, é criadora de
novos referentes, e não o contrário.
(E) A imaginação e a linguagem andavam em igual patamar. A linguagem
deveria, por si, ser criadora de novas possibilidades, novos mundos.

GABARITO: C.

FCC – TRT 2ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA)


– 2014

TEXTO

Diante do futuro
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Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos


verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em
uma de suas obras estas palavras:

“Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei mais uma hora, se a


minha mão poderá terminar esta linha que começo? A vida está por todos
os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo, trabalho,
empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus pensamentos,
eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a contar. A
minha atividade excede em cada minuto o instante presente, estende-se
ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse consumo
seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o futuro as
resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime de

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todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha
liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O
meu pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o
mundo, dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o
meu poder não é equivalente a nenhuma quantidade determinada;
quanto mais trabalho, mais espero.”

* Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês.

(PRADO, Antonio Arnoni (org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária.


São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164)

229- Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para defender a tese de que

(A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente


ligadas às experiências do presente.
(B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que
todas as nossas ações são duradouras.
(C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor
intrínseco de que se revestem.
(D) as ações do presente ganham sentido quando projetadas e
executadas com vistas ao futuro.
(E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo
presente logram antevê-lo e iluminá-lo.

COMENTÁRIO: Lima Barreto, ao elaborar sua reflexão acerca da


importância do futuro, cita o filósofo Guyau, que, densamente, aborda a
necessidade de crença, embora que seja incerto, no futuro. Essa
prospecção justificaria a realização de cada atitude. Destarte,
empreender, por exemplo, só tem sentido se for feito com vistas e crença
nesse tempo que virá.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:


03265357481

(A) Por mais que não estejam visceralmente ligadas, as projeções do


futuro são condição básica para que se faça algo. A construção do item
mostra-se equivocada, pois as projeções não surgem de experiências,
mas de antevisões e expectativas.
(B) A visão textual aponta que, mesmo que haja incerteza inerente
quanto a existência do futuro, nossas ações se fundamentam em sua
crença.
(C) Não. Ganham sentido somente se correlacionadas a sua concretização
em um futuro incerto.
(E) Nunca temos domínio acerca do futuro. O autor receia, dentre outros
exemplos, sequer terminar de escrever a linha que escreve.

GABARITO: D.

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230- O fato de nossa vida estar cercada pelo Desconhecido não deve
implicar uma restrição aos empreendimentos humanos, já que, para
Guyau,

(A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como


parâmetro dos nossos empreendimentos.
(B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma
visão otimista do futuro.
(C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o
presente com o máximo de intensidade.
(D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem
atentar para as circunstâncias presentes.
(E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão
desfrutadas no futuro.

COMENTÁRIO: O futuro sempre surge como uma expectativa, como


incerto. Contudo, a incerteza de sua existência é posta de lado quando se
vive, quando agimos ou empreendemos. Conta-se com o futuro para que
exista a justificativa de agir, assim dispomo-nos do futuro, como senhores
do tempo.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(B) Na visão do autor, dá-se o contrário da afirmativa, uma vez que a


presunção da existência do futuro é condição primordial para que esse ato
posto em prática.
(C) Essa discussão não é textual, nem mesmo de maneira secundária.
(D) O fundamento da moral especulativa se constrói na confiança em um
futuro incerto, que justifica sua ação no tempo presente, qualquer que
seja essa.
(E) Essa discussão não é textual, nem mesmo de maneira secundária.
Além de, no universo da lógica, afastar-se do critério de “verdade”.

GABARITO: A. 03265357481

231- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:

(A) Todavia executo (2º parágrafo) = por conseguinte ajo.


(B) uma perda estéril (2º parágrafo) = um ônus impróprio.
(C) imponho-me privações (2º parágrafo) = faculto-me restrições.
(D) o futuro as resgatará (2º parágrafo) = o amanhã as imputará.
(E) incerteza que me comprime (2º parágrafo) = dúvida que me
constringe.

COMENTÁRIO: Vejamos uma por uma:

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(A) “Todavia” é uma conjunção adversativa, indica oposição. Já “por
conseguinte” indica conclusão. Logo, tais expressões não são
intercambiáveis.
(B) “Ônus” é um peso, e não uma “perda”. “Estéril” é sinônimo de
“incapaz, desprovido, carente”, e não de “impróprio”. Logo, tais
expressões não são intercambiáveis.
(C) “Impor” está ligado à ideia de ordem, obrigação. Já “facultar” está
ligado à ideia de opção, possibilidade. Logo, tais expressões não são
intercambiáveis.
(D) “Resgatar” e “imputar” são palavras com sentidos diferentes,
distantes semanticamente, logo não são intercambiáveis.
(E) Enfim, podemos dizer que tais expressões são intercambiáveis, pois
apresentam semelhanças semânticas: incerteza (dúvida) que me
comprime (constringe). “Constringir” (apertar, contrair, afligir) não é o
mesmo que “constranger” (reprimir, coagir, embaraçar).

GABARITO: E.

TEXTO

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando
alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse:
“chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece
necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro
ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto.

Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e


argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto
disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre
desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de
argumentar. Afinal, gosto não se discute.03265357481

Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a


palavra, a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num
mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há
lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma
preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo
do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e
proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas
ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas
contradições.

(Emiliano Barreira, inédito)

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232- Definida como instância definitiva da mais rasa subjetividade, a
questão de gosto opõe-se, terminantemente,

(A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão.


(B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela.
(C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica.
(D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de
discussão.
(E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa
discussão.

COMENTÁRIO: A alternativa correta é a letra C, pois o autor deixa claro,


já no segundo parágrafo do texto, que a expressão “questão de gosto”
consegue, por si só, dar uma discussão por encerrada, como se observa
nesta passagem: “Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto”
dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da
reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa
subjetividade.”. Sendo assim, pode-se afirmar que tal expressão,
conforme Emiliano Barreira, apresenta oposição “à dinâmica de
argumentos criteriosos na condução de uma polêmica”.

As demais alternativas estão incorretas, devido às seguintes justificativas:

(A) De acordo com o texto, não é a “naturalidade da primeira impressão”


que se opõe à expressão “gosto não se discute”. Em nenhum momento, o
autor faz essa associação.

(B) Nesta opção, há, na verdade, uma relação de semelhança ao que se


afirma a respeito da expressão “questão de gosto”: “primado do capricho
pessoal, ao qual tantas vezes se apela”. Esta afirmação e a expressão
representariam a “rasa subjetividade” a que o autor do texto se refere.

As opções (D) e (E) seguem o mesmo raciocínio da alternativa (B):


“subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de discussão” e
“princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa discussão”
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são ideias que se assemelham à “subjetividade rasa” de que fala Emiliano


Barreira, em cujo texto é concluído, sobre a expressão “questão de
gosto”, que: “O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto,
apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho.”.

GABARITO: C.

233- Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra


bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas
de valor equivalente.

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II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual
alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a
acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.

Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.
(B) I e II.
(C) II.
(D) II e III.
(E) III.

COMENTÁRIO: Das três afirmativas, apenas a número III está correta,


visto que a expressão “servidão do capricho”, utilizada pelo autor no
terceiro parágrafo, busca mostrar o quanto a frase “questão de gosto”
deixa desarmado aquele com o qual se discute sobre um determinado
assunto. Percebendo o quanto esta frase explicita a subjetividade, o
capricho de quem a utiliza, o interlocutor fica sem argumentos para
confrontá-la.

Vejamos por que as demais estão incorretas:

I. Ao contrário do que se observa nesta afirmação, o autor, ao mencionar


Beethoven e fanfarra de colégio, tem por objetivo mostrar que estilos
musicais tão diferentes não representariam, caso o segundo estilo fosse
escolhido, uma polêmica, pois a expressão “questão de gosto” daria o
assunto por encerrado.

II. A palavra “despoticamente” é empregada pelo autor, na verdade, para


se referir ao modo como agem aqueles que utilizam a expressão “questão
de gosto” para comprovarem suas escolhas, como é visto na passagem:
“Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e
argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
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despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto


disso, e pronto, estamos conversados.”.

GABARITO: E.

234- Ao longo do texto o autor se vale de expressões de sentido


antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e uma
mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega

(A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica.


(B) engolir em seco e impedido de argumentar.
(C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico.
(D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza.
(E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais.

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COMENTÁRIO: As únicas expressões em oposição, até mesmo por causa


das palavras selecionadas para a construção delas, são estas: desafio de
ponderar (abrir oportunidade para reflexão e/ou exposição de
pensamentos) e estanca o discurso crítico (impedir que se faça
reflexão ou que se exponham pensamentos).

GABARITO: C.

TEXTO

Sobre a publicação de livros

Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e


restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo
Voltaire, em 1777:

“Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve


recorrer aos tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver
sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus
compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então,
mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for
provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se
for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.”

(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo:


Martins Fontes, 2001. p. 56)

235- A posição de Voltaire está corretamente resumida na seguinte frase:

(A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na


instância do Estado deve ser administrada.
(B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem
permanecer à margem das sanções dos tribunais.
(C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação
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do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo.


(D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela
divulgação de suas ideias.
(E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso
constituir manifesta exigência do público.

COMENTÁRIO: Voltaire diz que só


se deve recorrer aos tribunais e
soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido nesses
livros, portanto não se deve incriminar um autor pela divulgação de suas
ideias a não ser que comprometa o Estado. Por isso, a afirmação da letra
D procede.

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Vejamos por que as demais afirmações são inadequadas:

(A) O trecho a seguir nega esta afirmação da banca: “Quem quiser falar
com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que
os imprima, então, mas que responda por sua obra”.
(B) Voltaire nada fala que os autores de livros são soberanos nem que
estão á margem das sanções dos tribunais. Logo, a afirmação da banca
não procede.
(C) Não é o leitor quem tem o juízo definitivo, pois, em casos em que o
Estado estiver comprometido em algum livro, o autor pode ser
incriminado.
(E) Na verdade, o Estado só deve ser invocado para julgar um livro
quando o Estado estiver sendo comprometido nesses livros.

GABARITO: D.

FCC – TRT 2ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

Desde “A democracia na América” (1835), de Alexis de Tocqueville,


tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América ibérica,
constituindo este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social
no continente. Nessa obra, a América do Sul é descrita como lugar em
que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do
Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo "era grave,
sério, solene; dissera-se que fora criada para se tornar província da
inteligência, enquanto a outra era a morada dos sentidos".

O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um processo


em que o atraso ibérico, sob o impacto das diferentes influências
exercidas pelo seu vizinho anglo-americano, modernizar-se-ia, rompendo
com os fundamentos da sua própria história.
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A reflexão social latino-americana no século XIX, já testemunha dos


sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos, tomou-os como um
paradigma em sua luta orientada contra o que seria o seu atraso
constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigentes em
seus espaços nacionais. Entre tantos outros, os argentinos Sarmiento e
Alberdi desenvolveram uma publicística centrada na comparação entre as
duas Américas e o que nos cumpriria fazer para, livrando-nos dos nossos
males históricos, lograrmos sucesso no ingresso ao mundo moderno. [...]

No caso do Brasil, a comparação com os Estados Unidos também esteve


presente ao longo de nossa história, influenciando diretamente os
embates sobre o processo da modernização brasileira. Nossa herança
ibérica, marcada por um Estado forte e pela valorização do público, seria

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compatível com os valores do mundo moderno então emergente? Ou, de
forma alternativa, ela teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja
superação em direção à modernidade exigiria uma ruptura com esse
passado? Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos
iberismo e americanismo tenham sido formulados a posteriori, não
estando presentes no vocabulário dos autores consagrados como
fundadores da tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave
interpretativa para o estudo do processo de nossa formação histórica.

(VIANNA, Luis Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e americanismo.


In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda brasileira:
temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras,
2011, p. 248-249)

236- Respeitando a constituição do texto, deve-se

(A) tomar a citada obra de Alexis de Tocqueville como fundadora de um


modo de pensar que elimina a distância entre razão e emoção.
(B) reconhecer aquilo que é inerente a cada ser humano como expressão
da força determinante da natureza, em qualquer de suas várias formas,
sobre os que dela provêm num específico espaço geográfico.
(C) conceber a comparação entre Estados Unidos e América ibérica como
o fundamento do imaginário dos povos naturais do continente.
(D) compreender que o homem deve tirar proveito de sua competência
para agir sobre a natureza, moldando-a de modo a tornar menos
vulneráveis os que nela habitam.
(E) entender que o pensamento social latino-americano do século XIX
tomou os Estados Unidos como ponto de referência para o esforço de
realização de objetivos da América ibérica.

COMENTÁRIO: A alternativa correta é a letra E, uma vez que aponta o


fato da América ibérica, no século XIX, ter visto os Estados Unidos como
referência para a realização dos seus objetivos, principalmente no que diz
respeito ao pensamento social latino-americano, como se observa nesta
passagem do texto: “A reflexão social latino-americana no século XIX, já
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testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos,


tomou-os como um paradigma em sua luta orientada contra o que seria o
seu atraso constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo
vigentes em seus espaços nacionais.”.

As demais alternativas estão incorretas pelos seguintes motivos:

(A) A obra de Alexis de Tocqueville é mencionada no texto, na verdade,


com o objetivo de prova que a comparação dos Estados com a América
ibérica é recorrente há muito tempo, uma vez que a referida obra é do
ano de 1835, como se nota no início do primeiro parágrafo: “Desde “A
democracia na América” (1835), de Alexis de Tocqueville, tornou-se
corrente comparar os Estados Unidos com a América ibérica, constituindo

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este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social no
continente.”.

(B) Ainda no primeiro parágrafo, observa-se que o autor menciona a


relação do homem com as Américas do Sul e do Norte, a partir da
natureza, observada na obra de Alexis de Tocqueville. Isso pode ser
comprovado no segundo período do primeiro parágrafo: “Nessa obra, a
América do Sul é descrita como lugar em que a pujança da natureza
debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a natureza se
revestiria de outro aspecto, onde tudo "era grave, sério, solene; dissera-
se que fora criada para se tornar província da inteligência, enquanto a
outra era a morada dos sentidos".”.

(C) Ao contrário do que é exposto nesta alternativa, é a recorrente


comparação entre os Estados Unidos e a América do Sul que tem como
consequência formar a imaginação social no continente americano, assim
destacado no texto: “tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com
a América ibérica, constituindo este exercício uma fonte de inspiração da
imaginação social no continente.”.

(D) Esta opção está incorreta, pois o homem, na verdade, seria fruto das
influências da natureza, a depender de qual América ele fizesse parte,
descrito nesta parte do texto: “a América do Sul é descrita como lugar em
que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do
Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo "era grave,
sério, solene;”.

GABARITO: E.

237- Considere o texto e as assertivas que seguem.

I. O cotejo entre o emprego de certas formas verbais, por exemplo, (linha


7) debilitaria e (linha 8) era evidencia a distinção entre o ponto de vista,
respectivamente, de quem comenta uma hipótese lançada por outrem e o
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ponto de vista de quem propõe essa mesma hipótese.


II. Considerada a lógica e o contexto, merece reparo o que se tem no
segmento O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um
processo em que o atraso ibérico [...] modernizar-se-ia: em lugar do que
está destacado, seria adequado haver, por exemplo, "a America ibérica,
atrasada,".
III. No parágrafo 4, a presença de duas indagações no excerto deve-se ao
fato de cada uma delas enfatizar uma específica polêmica a respeito de
nossa história, correspondendo, então, uma em relação à outra, a um
caminho alternativo na definição da prioridade a ser enfrentada no
processo de modernização do Brasil.

Está correto o que se afirma em

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(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) III, apenas.
(E) I, apenas.

COMENTÁRIO: A opção correta á a letra C, pois a única afirmativa que


está em desacordo com as ideias do texto é a III. Na primeira, o uso dos
tempos verbais, futuro do pretérito, como em debilitaria, e pretérito
imperfeito, como em era, comprova no texto diferentes pontos de vista: a
perspectiva dos autores do texto em análise e a perspectiva do autor
mencionado no início do texto, Alexis de Tocqueville, respectivamente.

Na segunda afirmativa, a substituição a que se refere o texto tornaria a


passagem mais clara, sem que houvesse a possibilidade de outra
interpretação. Ao afirmar que “o atraso ibérico [...] modernizar-se-ia”, o
autor estaria dizendo que o atraso da América ibérica sofreria uma
modernização, quando, na verdade, a América ibérica, estando atrasada,
passaria por um período de modernizações.

Já a terceira afirmativa está incorreta, visto que o caminho alternativo a


que o texto se refere diz respeito à outra possibilidade quanto à herança
ibérica deixada no Brasil, como se observa no questionamento “teria nos
legado uma carga tão excessiva, cuja superação em direção à
modernidade exigiria uma ruptura com esse passado?”.

GABARITO: C.

238- Observada a organização do texto, e especialmente a última frase,


cria-se uma expectativa de que as linhas seguintes ao fragmento trarão

(A) a categoria "iberismo" como fundamento do primeiro bloco de estudos


sobre a formação histórica do Brasil, dando lugar, a seguir, à categoria
"americanismo". 03265357481

(B) os conceitos de "iberismo" e de "americanismo" sempre em oposição,


visto que são resultado de momentos históricos antagônicos e bastante
afastados no tempo.
(C) crítica a autores equivocadamente consagrados como fundadores da
tradição de interpretar o Brasil, equívoco gerado pelo desconhecimento de
que eles muito tardiamente se valeram da chave necessária à análise da
cultura.
(D) considerações sobre o processo de formação do Brasil, iluminadas por
matrizes de pensamento que, a partir de certo momento, foram
conceituadas como "americanismo" e "iberismo".
(E) retificações dos textos inaugurais da tradição de interpretar o Brasil,
determinadas pelo fato de que os autores não contavam, em seu
vocabulário, com as palavras "americanismo" e "iberismo".

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COMENTÁRIO: Só pela última frase do texto já é possível perceber que a
única afirmação correta é a letra D, uma vez que a última frase do texto
abre a expectativa para “considerações sobre o processo de formação do
Brasil, iluminadas por matrizes de pensamento que, a partir de certo
momento, foram conceituadas como "americanismo" e "iberismo". Veja:

Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e


americanismo tenham sido formulados a posteriori, não estando
presentes no vocabulário dos autores consagrados como fundadores da
tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa
para o estudo do processo de nossa formação histórica.

Veja que os sublinhados dizem respeito ao mesmo assunto, que vai ser
muito possivelmente desenvolvido em torno dos conceitos de iberismo e
americanismo.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Tal hierarquia proposta pela banca não procede, pois nada no texto
justifica que tais categorias precisam ser estanques, divididas em
sequência.
(B) Mais uma extrapolação, pois tais categorias não estão em oposição.
Segundo o texto, tais categorias são contíguas.
(C) O autor do texto não sugere em tempo algum que os autores
consagrados não são consagrados ou são equivocadamente consagrados,
eles são consagrados do ponto de vista do autor do texto e ponto final. A
banca extrapolou.
(E) O objetivo não é retificar os textos inaugurais da tradição de
interpretar o Brasil, mas sim complementá-los com as categorias iberismo
e americanismo.

GABARITO: D.

03265357481

TEXTO

A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade política é bem


capaz de ocultar o essencial nessa matéria, ou seja, a liberdade existe
como um valor ético em si mesmo, independentemente dos benefícios
concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]

A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa das maiores


conquistas do ser humano. E, efetivamente, que valor teriam a
descoberta da verdade, a criação da beleza, a invenção das utilidades ou
a realização da justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
escolher livremente o contrário de tudo isso?

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Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade
torna os povos fortes, na guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória
que os atenienses, sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
calcídeos e os beócios, ele comenta: "Aliás, verifica-se, sempre e em todo
lugar, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem preciosa:
submetidos aos tiranos, os atenienses não tinham mais valor na guerra
que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade foi
manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar
seu valor, pois labutavam para um senhor; ao passo que, uma vez livres,
cada um no seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras, para
o triunfo do empreendimento coletivo".

O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias e de multiplicação


surpreendente de forças humanas voltou a repetir-se vinte e quatro
séculos depois, com a Revolução Francesa. Pela primeira vez na história
moderna, as forças armadas de um país não eram compostas de
mercenários, nem combatiam por um príncipe, sob o comando de nobres,
mas eram formadas de homens livres e iguais, comandados por generais
plebeus, sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.

(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito,


moral e religião no mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras,
2006, p. 546-547)

239- O texto abona o seguinte comentário: o autor, na defesa de seu


ponto de vista,

(A) opta por fazer um relato de como a liberdade se manifestou em


diferentes momentos históricos, o que lhe permitiu concluir, ao final do
texto, que a liberdade é um valor ético em si mesmo.
(B) vale-se de um testemunho de prestígio, sem, entretanto, tomá-lo
como suficiente, dado que acrescenta comentário que o ratifica.
(C) cita Cleômenes e episódio histórico que deu a esse ateniense
experiência para reconhecer não só o valor da liberdade, mas, em
próprias palavras do conquistador, que a igualdade entre os cidadãos é
03265357481

uma vantagem.
(D) faz uso de uma indagação que é meramente retórica, pois a resposta
a ela está implícita na própria pergunta: o valor de descobertas,
invenções e demais realizações está em impor a todos os homens o
mesmo direito de usufruir delas.
(E) contrapõe distintos momentos históricos para evidenciar que a
discussão sobre a importância da liberdade política contém contradições.

COMENTÁRIO: O autor, na configuração de sua linha argumentativa, traz


o discurso do historiador Heródoto para sustentar seu posicionamento.
Após a exposição dessa citação, Konder retoma a voz do texto, trazendo-
nos o exemplo da correlação entre liberdade e revolução francesa tece
comentários a respeito do comportamento popular nesse processo

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revolucionário, vinculando o comportamento dos cidadãos atenienses ao
comportamento dos homens livres na França.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Embora o autor demonstre o caminho traçado pela liberdade em


diferentes períodos da história, não há a conclusão referida no item ao fim
do texto.
(C) O autor Cida Heródoto, não Cleômenes.
(D) O autor acredita que a possibilidade de recusa a um desses elementos
apontados corrobora a riqueza do ideal de liberdade. Qual o valor teria
determinado elemento se não houvesse a possibilidade de seu contrário?
(E) Não é essa a finalidade da contraposição, e tampouco o resultado
obtido a partir dessa estratégia.

GABARITO: B.

240- Foi omitida a frase final do primeiro parágrafo do texto. Considerada


a direção argumentativa adotada, essa frase deve ser a seguinte:

(A) A liberdade política do cidadão pressupõe uma estrita igualdade


socioeconômica de vida.
(B) A liberdade é um atributo essencial do ser humano, distinguindo-o,
por isso, de todos os demais seres vivos.
(C) A liberdade humana, numa comunidade política, é sempre definida em
relação aos vínculos artificiais que são as leis civis.
(D) Há uma disposição coletiva para viver em liberdade, a qual faz parte
da mentalidade dos povos.
(E) A liberdade humana, tomada no sentido de um agir sem
impedimentos externos, é perfeitamente compatível com o "temor" e a
"necessidade".

COMENTÁRIO: O autor encaminha sua argumentação em direção à


essencialidade da liberdade para o ser humano, que é de enorme valor.
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Deste modo, a liberdade o particulariza, pois lhe dá a possibilidade de


escolha, em contraposição à vida instintiva de outros seres vivos.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Além de não ser elemento textual, esse item nega o que fora
apresentado no caso grego e francês.
(C) O autor não direciona o texto nesse sentido, além de não ser um fato
lógico, uma vez que o direito de escolha antecede uma normatização
legal.
(D) A liberdade, como bem exemplificado no texto, é uma conquista
travada arduamente.

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(E) Não é compatível, uma vez que, havendo temor, ou mesmo
necessidade, a escolha livre, a escolha moral torna-se cerceada, uma
obviedade.

GABARITO: B.

241- Expressão que, no contexto, assinala que a hipótese levantada pelo


autor é considerada indesejável por ele é:

(A) é bem capaz de.


(B) em si mesmo.
(C) ou seja.
(D) efetivamente.
(E) Pela primeira vez.

COMENTÁRIO: A única expressão, mesmo sem olhar o contexto ou o


próprio texto, a qual nos permite deduzir uma ideia de hipótese embutida,
é a da letra A: “é bem capaz de”. Pense numa conversa qualquer entre
você e algum amigo ou parente:

- Fulano, você vai à festa?


- É bem capaz de eu ir.

Pergunte-se: “Ele realmente vai?”.

GABARITO: A.

FCC – TRT 16ª – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2014

TEXTO

Distorção negligenciada
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Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre desigualdades, as


doenças negligenciadas demonstram com perfeição a necessidade de
haver mecanismos capazes de corrigir distorções globais.

Em entrevista a esta Folha, Eric Stobbaerts, diretor − executivo da


Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla
em inglês), lembrou que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis
pessoas do planeta; não obstante, entre 2000 e 2011, apenas 4% dos
850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam dessas
moléstias.

As listas de moléstias variam de acordo com a agência que tenta


capitanear sua causa. Têm em comum o fato de serem endêmicas em

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regiões pobres da África, da Ásia e das Américas. Nem sempre fatais, são
bastante debilitantes.

Estão nesse grupo, por ordem de prevalência, helmintíase,


esquistossomose, filariose, tracoma, oncocercose, leishmaniose, doença
de Chagas e hanseníase. As três últimas e a esquistossomose são as mais
relevantes para o Brasil.

A maioria desses distúrbios pode ser prevenida e conta com tratamentos


efetivos pelo menos para a fase aguda, mas, por razões econômicas e
políticas, eles nem sempre chegam a quem precisa.

Há, além disso, uma dificuldade relativa à ciência. Algumas das terapias
disponíveis já têm quatro ou cinco décadas de existência. Investimentos
em pesquisa poderiam levar a estratégias de prevenção e cura mais
efetivas. Como essas doenças não são rentáveis, porém, os grandes
laboratórios raras vezes se interessam por esse nicho.

Organizações como a DNDi e outras procuram preencher as lacunas. A


situação tem melhorado, mas os avanços são insuficientes.

Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se


entregasse de corpo e alma à resolução do problema. Seu compromisso
primordial é com seus acionistas − e essa é a regra do jogo. Isso não
significa, contudo, que não possam fazer parte do esforço.

O desejo de manter boas relações públicas combinado com uma política


de estímulos governamentais pode produzir grandes resultados. Também
seria desejável envolver com maior intensidade universidades e
laboratórios públicos (onde os há, como é o caso do Brasil).

Mais de 1 bilhão de humanos ainda sofrem, em pleno século 21, com


doenças cujo controle é não só possível, mas também relativamente
barato − eis um fato que depõe contra o atual estágio de nossa
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organização global.

(Folha de S. Paulo. Opinião. p. A3, 14/03/2014)

242- No processo argumentativo adotado no edital,

(A) o segmento Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre


desigualdades exprime ideia em relação tal de antinomia com o restante
da frase, que desqualifica a alegação de que as doenças negligenciadas
falam a favor da correção de distorções globais.
(B) a caracterização destacada em demonstram com perfeição evidencia
que, numa escala de valores, as doenças negligenciadas ocupam alto
nível no que se refere à exposição da necessidade de haver mecanismos
capazes de corrigir distorções globais.

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(C) a oferta da informação (DNDi, na sigla em inglês) deve ser atribuída à
necessidade do jornalista de angariar credibilidade para a organização,
confiabilidade de que depende, sobretudo, o grau de convencimento do
leitor deste texto.
(D) o fato de que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis pessoas
do planeta é apontado como causa próxima de que, entre 2000 e 2011,
apenas 4% dos 850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam
dessas moléstias.
(E) o título − Distorção negligenciada −, tirando proveito da expressão
doenças negligenciadas, tem a função restrita de qualificar o que se tem
na frase inicial do texto: o fato de essas doenças serem poucas vezes
mencionadas nos debates sobre desigualdades.

COMENTÁRIO: O texto visa analisar como a indústria farmacêutica é


concebida com intuito de obtenção sistemática de lucro. Desta maneira,
não havendo a possibilidade de haver remuneração satisfatória para o
produto comercializado, sua produção é posta de lado. Assim, setores
negligenciados tornam-se secundários no planejamento organizacional
dessas grandes corporações, e a geografia mundial, obviamente, acaba
por se correlacionar com essa dinâmica.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Não há “antinomia”, uma vez que o trato em relação às “doenças


negligenciadas” é claro exemplo da real distorção global.
(C) Esse item não é textual. A sigla DNDi não corresponde ao sentido a
que, no item, se refere.
(D) O número é assustador, e não pequeno como o item transparece. A
causa é a atribuição de menor importância para uma determinada faixa
geopolítica.
(E) O adjetivo vai mais além do que o item propõe: é uma escolha
estilística, que vincula o conceito de distorção à doença, fazendo uma
crítica de cunho político sobre o assunto.
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GABARITO: B.

243- É fiel ao que se tem no 3º parágrafo a seguinte afirmação:

(A) As moléstias negligenciadas são listadas de modos distintos, visto que


as agências regulam, a seu modo, cada uma dessas doenças.
(B) Na dependência da agência que ganha a concorrência, uma ou outra
doença é retirada da lista oficial de moléstias negligenciadas e passa a ser
tratada.
(C) Um fator aproxima as doenças negligenciadas: ocorrem
habitualmente e com incidência significativa em populações pobres da
África, da Ásia e das Américas.

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(D) Doenças negligenciadas são aquelas moléstias infecciosas comuns e
rápidas que se manifestam em surto periódico em populações pobres de
regiões como a África, Ásia e Américas.
(E) Em todos os continentes é comum ocorrerem doenças de caráter
transitório, que atacam simultaneamente grande número de indivíduos.

COMENTÁRIO: O texto trabalha o fato de essas doenças serem


negligenciadas por motivos sócio-políticos. Assim, em geral, as
localidades mais pobres são aquelas que mais sofrem com esse
abandono.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Embora sejam, de fato, listadas de modo variado a depender da


agência que elabora essa listagem, não é textual o fato de que as
agências regulam cada uma dessas doenças, pelo contrário aparentam
ineficácia nesse fazer.
(B) Essas informações não podem ser encontradas nesse parágrafo.
(D) Doenças negligenciadas são aquelas que são abandonadas por
empresas e autoridades competentes, por razões de diversas ordens.
(E) Embora o item tenha consideração, o parágrafo não trabalha acerca
dessa assertiva.

GABARITO: C.

244- O texto abona o seguinte comentário:

(A) (linha 7) Na frase Nem sempre fatais, são bastante debilitantes, em


que se apresenta o perfil das doenças negligenciadas, indicam-se dois
relevantes traços possíveis de sua constituição.
(B) (linha 10) A frase A maioria desses distúrbios [...] conta com
tratamentos efetivos é passível de ser transposta para a voz passiva.
(C) (linha 9) Infere-se corretamente que o desafio do Brasil é enfrentar
tanto a prevenção, quanto a cura de quatro das doenças negligenciadas,
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visto que não há ocorrências das demais em solo brasileiro.


(D) (linha 10) O comentário pelo menos para a fase aguda constitui uma
restrição, assim como é restritiva a expressão A maioria desses
distúrbios, mas, no contexto, esses limites estão associados a avanços,
ainda que nem sempre garantidos.
(E) (linha 10) A correlação entre pode ser prevenida e conta com
tratamentos efetivos evidencia, por meio das formas verbais, a
incoerência, respectivamente, entre as possibilidades técnicas e as ações
levadas a efeito.

COMENTÁRIO: Uma das principais relações a serem compreendidas no


texto é a de que existe, de fato, a possibilidade de combate a essas
doenças, pelo menos em grande parte delas, mesmo que em estágios
avançados. Contudo, fruto do não investimento político, esse combate

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não é feito. O texto visa transparecer o poder econômico e político na
configuração do combate as doenças no mundo.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Na verdade, não são dois traços possíveis. Uma vez que, se são
debilitantes, não são, em conseqüência, fatais.
(B) Sendo o verbo “contar” transitivo indireto (VTI), em regra sua
reescrita na voz passiva torna-se agramatical, equivocada, impossível.
(C) É, de fato, um desafio para o Brasil o combate dessas doenças.
Contudo, o texto não aponta a inexistência das quatro doenças principais,
mas aponta para o fato de essas quatro serem as principais “mais
relevantes”.
(E) Esse item mostra o quão coerente vem a ser a possibilidade de
tomadas de atitudes a esse respeito, demonstrando que o não fazer é,
basicamente, fruto de decisão sócio-política.

GABARITO: D.

TEXTO

Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de


comunicação, e as assertivas que o seguem.

Responsabilidade social

• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de


políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de
valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das
comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade
social fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um
ecossistema, onde sua participação é muito maior do que gerar
empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio
ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-
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relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento


econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de vista mercadológico, a
responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes
segmentos ligados à empresa: consumidores, empregados, fornecedores,
redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista
ético, a organização que exerce sua responsabilidade social procura
respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida,
modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura,
conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência
nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover
o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se
tb. responsabilidade social corporativa ou RSC. V. ecossistema
social, ética corporativa, empresa cidadã e marketing social.

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(BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada.


Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10a reimpressão, p. 639-40)

245- O verbete transcrito, considerado até a qualidade de vida, organiza-


se na sequência dos itens apresentados abaixo:

(A) conceito; detalhamento do conceito (fundamento; objetivos


fundamental e específicos da adoção citada).
(B) conceito amplo; conceito restrito; objetivos da política; detalhamento
de distintos pontos de vista sobre o conceito.
(C) sinonímia da expressão; fundamento remoto da prática institucional;
objetivos imediatos da prática, em distintos setores (mercadológico e
ético).
(D) descrição minuciosa dos componentes da prática organizacional
socialmente responsável; objetivos básico, mercadológico, ético.
(E) explicitação do conceito sob o ponto de vista do marketing e das
relações públicas; fundamento dessas áreas; objetivos da política
empresarial nessas distintas áreas; ganhos sociais propiciados pela
prática eficiente.

COMENTÁRIO: Segundo o enunciado, veja o trecho de novo:

CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL:

Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e


práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e
exemplos que influenciam os diversos segmentos das comunidades
impactadas por essas ações.

DETALHAMENTO DO CONCEITO:

O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de


uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é
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muito maior do que gerar empregos, impostos e lucros.

OBJETIVO FUNDAMENTAL:

Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente


responsável e ética, inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com
o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura


harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa:
consumidores, empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição,
acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético, a organização que

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exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da
comunidade, melhorar a qualidade de vida...

Seguindo essa linha de raciocínio coerente, só podemos afirmar que o


gabarito é a letra A.

GABARITO: A.

246- Infere-se corretamente do verbete:

(A) Políticas e práticas socialmente responsáveis são de competência


constitutiva de empresas e de qualquer instituição.
(B) Valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos que
constituem uma comunidade neutralizam os impactos deletérios de
empresas instaladas no entorno dessa comunidade.
(C) É dever de empresas, por determinação legal, a organização de um
sistema que, incluindo os seres vivos e o ambiente, garanta inter-
relacionamento harmônico entre todos os envolvidos.
(D) É pressuposto que uma empresa participe da geração de empregos,
impostos e lucros.
(E) É inerente à atividade empresarial atuar no meio ambiente de forma
absolutamente responsável e ética.

COMENTÁRIO: Ao dizer que “o conceito de responsabilidade social


fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um
ecossistema, onde sua participação é muito maior do que gerar
empregos, impostos e lucros”, pressupõe-se que as empresas participam
(ou deveriam participar) também da geração de empregos, impostos e
lucros. Portanto, a única afirmação coerente com o texto é a da letra D.

GABARITO: D.

FCC – TRT 16ª – ANALISTA JUDICIÁRIO (ENGENHARIA) – 2014


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TEXTO

Da utilidade dos prefácios

Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em
100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo
de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o
prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o
leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se
trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca
os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou

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ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-
prazeres.

Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e


prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda − o que
não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e
pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio − fosse
pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse
pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as
expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que
indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é
desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o
prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo
texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma
observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal
são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser
bem mais curto.

Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos


maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos
de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça
como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora
era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava
mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada
talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os
poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova
da imaginação de um grande gênio poético.

(Aderbal Siqueira Justo, inédito)

247- O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação


de

(A) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro
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resultam, como consequência natural, as expostas no segundo.


(B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a
compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.
(C) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no
segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes
estilos.
(D) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é
confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo.
(E) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que
ambos sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios.

COMENTÁRIO: Na visão do autor, ao contrário do que se expõe no


primeiro parágrafo, pode haver riqueza no prefácio, a despeito de todas

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as teóricas verdades apresentadas no primeiro parágrafo. Assim, ele se
contrapõe a visão esboçada no primeiro parágrafo do texto.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Não existe a relação causal em relação aos parágrafos em análise.


Pelo contrário, a visão defendida pelo segundo nega aquilo que deveria
ser conseqüência produzida pelo primeiro.
(B) Não se complementam, uma vez que o segundo parágrafo se
direciona em uma linha de pensamento oposta.
(C) O tema de ambos os parágrafos é o mesmo, embora caminhem em
perspectivas opostas.
(E) Seguem linhas opostas, contrapondo-se.

GABARITO: D.

248- Considere as afirmações abaixo.

I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres


traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são
textos inúteis.
II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese
defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a
parte melhor de um livro.
III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para
demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia
prefácios igualmente criativos.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II. 03265357481

(E) II e III.

COMENTÁRIO: (I) Errada. Essa relação não se dá de maneira imediata,


pois é apenas um dos possíveis desdobramentos da causa apresentada,
dentre tantas outras possíveis. (II) Certa. Observe o desfecho do primeiro
parágrafo e o início do segundo. Está claro que o autor entende que pode
ocorrer um prefácio representar a parte melhor de um livro. Veja: “(...)
Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. (...)
Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e
prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda − o que
não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e
pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio”. (III)
Errada. O terceiro parágrafo não trata do gênio inventivo e criatividade da
jovem escritora, atribuindo esse gênio ao prefaciador.

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GABARITO: B.

249- Ao lado de razões mais pessoais, marcadas por alguma


subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de certos
prefácios, o fato de que

(A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta concisão


de que seriam capazes.
(B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos
essenciais à compreensão do texto principal.
(C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento
do texto principal do livro.
(D) as apresentações da poesia de Cecília Meireles faziam ver tanto a
beleza dos poemas como a da escritora.
(E) os prefaciadores são escolhidos a partir de um critério inteiramente
idôneo, o que impede favoritismos.

COMENTÁRIO: O autor, diferente do que expõe no primeiro parágrafo, vê,


no prefácio, pontos positivos. Por vezes, é o prefácio a parte mais bem
escrita do texto. O autor, inclusive, mostra-nos que, em alguns casos,
bibliografias são superiores ao próprio texto do livro.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) A fala de Machado de Assis salienta que, sendo o livro e o prefácio


ruins, o primeiro seria superior pela concisão.
(B) Essa característica é apontada como uma característica negativa do
prefácio.
(D) Esse dado não é abordado no texto, além de não ser uma prova
objetiva em defesa dos prefácios.
(E) Durante o texto, o autor demonstra como a escolha do prefácio visa o
engrandecimento do livro para o público alvo. Sempre são escolhidos
aqueles que darão ao livro tom elogioso. 03265357481

GABARITO: C.

250- Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de


um segmento em:

(A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor


argumentativo
(B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva
(C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração
(D) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = não se pode
esboçar a hipótese
(E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às
teses propaladas

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COMENTÁRIO: Vejamos uma por uma:

(A) “Garantir” é o mesmo que “assegurar, prometer”. Nada tem a ver


com o sentido de “assumir”. Portanto, tais palavras não são substituíveis
entre si, uma vez que têm sentidos dessemelhantes. Além disso,
“elogioso” está ligado à ideia de elogio, e não de argumentação.
(B) “Generalização” está ligada a uma ideia vaga, de ampliação. Nada
tem a ver com “interação”, que tem a ver com a ideia de contato entre
pessoas, ligação. Quanto aos adjetivos “devastadora” e “improdutiva”,
certamente os sentidos são diferentes.
(C) O contexto pode ajudar a entender melhor por que esta opção é o
gabarito da banca. O vocábulo “glosar” significa “resumir, repetir com
algumas modificações, parafrasear”. Isso tem um pouco a ver com
“variar” (alterar, mudar). Já “observação” é facilmente substituída por
“consideração”. Veja o contexto e comprove: Mas como argumento final
vou glosar (variar) uma observação (consideração) de Machado de Assis:
quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá
sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.
(D) “Controlar” e “esboçar” não são palavras sinônimas, portanto as
expressões não são intercambiáveis.
(E) A palavra “subserviência” tem a ver com “submissão”, e não com
consistência. Além disso, “propalar” significa disseminar, espalhar,
noticiar, e não “defender”. Logo, as expressões não são intercambiáveis.

GABARITO: C.

FCC – ALEPE – ANALISTA LEGISLATIVO – 2014

TEXTO

No século VI a.C., os primeiros filósofos gregos preocuparam-se em


conhecer os elementos constitutivos das coisas. Eles investigaram a
Natureza, à busca de um princípio estável, comum a todos os seres, que
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explicasse a sua origem e as suas transformações. Físicos, como foram


chamados por Aristóteles, esses primeiros filósofos, de Tales a
Anaxímenes, fundaram uma tradição de estudo da Natureza, seguida e
aprofundada, entre outros, por Heráclito, Pitágoras, Demócrito.

Na segunda metade do século V a.C., os Sofistas, professores da


juventude ateniense numa época de crise, inspirados mais pelo interesse
prático do que por uma intenção teórica pura, debateram, entre outras
ideias, o Bem, a Virtude, o Belo, a Lei e a Justiça, formulando, a respeito
de seu conteúdo, teses ousadas e contraditórias. Não obstante a falta de
rigor e o propósito de confundir os adversários, com a habilidade de
raciocínio que os notabilizou, os Sofistas tiveram o indiscutível mérito de

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introduzir, no estudo da sociedade e da cultura, o ponto de vista
reflexivo-crítico que caracteriza a filosofia.

Mas seria preciso esperar por Sócrates (470-399 a.C.), misto de


pedagogo e de filósofo, que procurou definir os valores morais, as
profissões, o governo e o comportamento social, para que esse ponto de
vista se insinuasse também na apreciação das artes. Sócrates, que
discorria sobre todos os assuntos humanos, entrou, certa vez, no ateliê
do pintor Parrásio, e a este perguntou o que a Pintura poderia
representar.

Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates, fez, no seu diálogo A


república, um confronto, que se tornou decisivo pelas implicações
filosóficas que encerra, entre Arte e Realidade. Levando em conta o
caráter representativo da Pintura e da Escultura, o filósofo concluía, nesse
diálogo, não só que essas artes estão muito abaixo da verdadeira Beleza
que a inteligência humana se destina a conhecer, como também que, em
comparação com os objetivos da ciência, é supérflua a atividade daqueles
que pintam e esculpem, pois o que produzem é inconsistente e ilusório.
Por outro lado, Platão observa que a Poesia e a Música exercem influência
muito grande sobre os nossos estados de ânimo, e que afetam, positiva
ou negativamente, o comportamento moral dos homens.

(Adaptado de: NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. 4. ed.,


São Paulo: Ática, 1999, p. 7 e 8)

251- No texto, o autor

(A) comenta o percurso da filosofia com o intuito de comprovar que o


pensamento filosófico se eleva sobre todas as outras formas de
conhecimento, principalmente a relacionada ao universo das artes.
(B) objetiva, entre outros aspectos, demonstrar que a denominação que
Aristóteles deu aos primeiros filósofos constitui equívoco que a própria
história se encarregou de corrigir. 03265357481

(C) debate distintas perspectivas da reflexão filosófica, ao longo dos


séculos, para evidenciar o papel decisivo que Platão desempenha na
pesquisa da inteligência humana.
(D) cita pensadores para evidenciar caminho constitutivo do pensamento
filosófico, considerando distintos aspectos sobre os quais recaíram as
inquietações desses intelectuais nesse percurso.
(E) firma, respeitando a cronologia, a relevância de cada um dos
pensadores que compõem a história da Filosofia até seu apogeu, quando
esta reconhece o significativo papel das artes plásticas na área filosófica.

COMENTÁRIO: Ao longo do texto, o autor apresenta de maneira


cronológica os caminhos trilhados pelo pensamento filosófico ao longo dos
séculos na Grécia. Vale ressaltar que o intuito do autor não é o
estabelecimento de maior ou menor grau de importância de um período

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em relação a outro, embora a argumentação possa deixar transparecer
isso em alguns momentos. É objeto do texto demonstrar que, de modo
particular, cada período buscou compreender suas inquietações frente ao
mundo.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O autor não visa traçar hierarquização a respeito dos pensamentos


filosóficos expostos, antes dedica seu texto a remontar seu caminho
histórico, sobretudo na Grécia.
(B) Não é objetivo textual estabelecer essa correção, e sim demonstrar o
caminho natural na metodologia filosófica na Grécia.
(C) A visão apresentada da perspectiva platônica não é trabalhada como
uma espécie de produto final das outras interpretações filosóficas, mas
apenas um olhar específico em um determinado tempo.
(E) Embora o item se apresente inicialmente correto, ele afasta-se da
intencionalidade do texto na medida em que aponta a interpretação
platônica – erradamente em sua análise – como sendo o apogeu da
análise filosófica.

GABARITO: D.

252- Sobre os Sofistas, tal como caracterizados no texto, é correto


afirmar:

(A) foram suficientemente habilidosos para, numa época crítica da


civilização grega, dar consistência e coerência às suas teses sobre a
concepção do Bem, da Virtude, do Belo, da Lei e da Justiça.
(B) motivados pela necessidade de orientar a juventude ateniense da
segunda metade do século V a.C., dedicaram-se a atividades estritamente
especulativas, sólida base para posteriores ações pedagógicas.
(C) desempenharam papel pioneiro ao desenvolver técnicas, teses e
conceitos novos, alicerçados na indiscutível capacidade mental que
demonstravam ao encadear logicamente a argumentação com que
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defendiam seus princípios.


(D) tiveram desqualificados seus méritos, principalmente o de fundar uma
perspectiva filosófica no estudo da sociedade e da cultura, pela falta de
rigor em suas práticas e pela evidente intenção de turvar o raciocínio dos
seus parceiros de diálogo com teses falaciosas.
(E) a atitude que assumiram diante do que elegeram para estudo na
Atenas da segunda metade do século V a.C. representou a inserção de
uma perspectiva de abordagem do objeto que é marca distintiva da
filosofia.

COMENTÁRIO: Os sofistas, embora tenham, em muitos momentos,


afastando-se do rigor investigativo, buscado interesses individuais, foram
peça-chave para a instauração da metodologia investigativa da Filosofia,
que seria amadurecida com as gerações subseqüentes.

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Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) Embora tenham dado inicio a uma metodologia importante, os


sofistas pecavam na falta de rigor de suas análises.
(B) A dedicação sofista se dava em diversas ordens além da exposta no
item
(C) No texto, é apontado o caráter muitas vezes equivocado da análise
filosófica dos sofistas, reflexão marcada, muita das vezes, pela profunda
falta de rigor.
(D) Embora tenha havido, em muitos momentos, falta de rigor das
análises e intencionalidades filosóficas, a metodologia estabelecida pelos
sofistas foi importantíssima para o desenvolvimento da Filosofia.

GABARITO: E.

253- Considerado o parágrafo 3, em seu contexto, é correto afirmar:

(A) O emprego da forma verbal destacada em (linha 22) Mas seria preciso
esperar por Sócrates indica que qualquer outro pedagogo ou filósofo
poderia ser responsável pelo fato citado e que a presença de Sócrates
como seu agente deve ser considerada um acontecimento fortuito.
(B) Infere-se que a pergunta citada (linha 29) é considerada por Nunes
uma indagação filosófica acerca da essência da Pintura, indagação que
transportava para o domínio das artes a atitude interrogativa que já tinha
sido assumida pelos filósofos gregos em relação às coisas e aos valores
sociais.
(C) A sequência (linhas 24 e 25) os valores morais, as profissões, o
governo e o comportamento social constitui uma escala que vai do
aspecto mais valorizado pelo autor ao que pode merecer menor destaque.
(D) O emprego de (linha 26) também supõe que o ponto de vista referido
tivesse já se insinuado em outras áreas, que não são, entretanto,
mencionadas; isso exige do leitor que levante hipóteses sobre quais
poderiam ser. 03265357481

(E) Transpondo o segmento (linhas 28 e 29) e a este perguntou o que a


Pintura poderia representar, formulado em diálogo indireto, para o
diálogo direto, a forma que respeita as orientações da gramática
normativa é: "e a este pergunta: − O que a Pintura talvez chegue a
representar?".

COMENTÁRIO: Em seus diálogos, Platão desenvolve seu raciocínio por


meio de perguntas e respostas. Ao tratar do tema das artes, ele dá
continuidade ao método investigativo elaborado historicamente pela
Filosofia, direcionando sua análise, por meio dessa metodologia, ao
universo artístico. De certa maneira, a sua concepção nos surpreende,
pois aponta que a arte e a pintura não são, de fato, representadores do
ideal de beleza, sendo aquém desse pressuposto.

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Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) A utilização do futuro do pretérito não produz esse efeito de sentido


no texto. Textualmente, Sócrates é apontado como um filósofo
absolutamente peculiar.
(C) Todos esses elementos citados não são dispostos em escala
hierárquica na visão socrática.
(D) Não é intuito textual que o leitor estabeleça essa inferência.
(E) Quando se passa do discurso indireto para o direto, o verbo no futuro
do pretérito fica no futuro do presente: e a este perguntou: o que a
Pintura poderá representar?

GABARITO: B.

TEXTO

Blogs e Colunistas

Sérgio Rodrigues

Sobre palavras

Nossa língua escrita e falada numa abordagem irreverente

02/02/2012

Consultório

‘No aguardo’, isso está certo?

“Parece que virou praga: de dez e-mails de trabalho que me chegam, sete
ou oito terminam dizendo ‘no aguardo de um retorno’! Ou outra frase
parecida com esta, mas sempre incluindo a palavra ‘aguardo’. Isso está
certo? Que diabo de palavra é esse ‘aguardo’ que não é verbo? Gostaria
03265357481

de conhecer suas considerações a respeito.”


(Virgílio Mendes Neto)

Virgílio tem razão: uma praga de “no aguardo” anda infestando nossa
língua. Convém tomar cuidado, nem que seja por educação: antes de
entrarmos nos aspectos propriamente linguísticos da questão, vale refletir
por um minuto sobre o que há de rude numa fórmula de comunicação que
poderia ser traduzida mais ou menos assim: “Estou aqui esperando, vê se
responde logo!”

(Onde terá ido parar um clichê consagrado da polidez como “Agradeço


antecipadamente sua resposta”? Resposta possível: foi aposentado
compulsoriamente ao lado de outros bordados verbais do tempo das
cartas manuscritas, porque o meio digital privilegia as mensagens diretas

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e não tem tempo a perder com hipocrisias. O que equivale a dizer que,
sendo o meio a mensagem, como ensinou o teórico da comunicação
Marshall McLuhan, a internet é casca-grossa por natureza. Será mesmo?)

Quanto à questão da existência, bem, o substantivo “aguardo” existe


acima de qualquer dúvida. O dicionário da Academia das Ciências de
Lisboa não o reconhece, mas isso se explica: estamos diante de um
regionalismo brasileiro, um termo que tem vigência restrita ao território
nacional. Desde que foi dicionarizado pela primeira vez, por Cândido de
Figueiredo, em 1899, não faltam lexicógrafos para lhe conferir “foros de
cidade”, como diria Machado de Assis. Trata-se de um vocábulo formado
por derivação regressiva a partir do verbo aguardar. Tal processo, que já
era comum no latim, é o mesmo por meio do qual, por exemplo, do verbo
fabricar se extraiu o substantivo fábrica.

254- Considerados os textos do autor da coluna e do consulente, é


correto dizer:

(A) A resposta inicia-se com informações não solicitadas pelo consulente,


mas importantes para esclarecer aspectos das perguntas que fez.
(B) O consulente preocupa-se com a correção, enquanto o autor da
coluna demonstra isenção em relação a qualquer uso da língua, desde
que as formas em questão existam.
(C) O autor da coluna menospreza o dicionário da Academia de Ciências
de Lisboa por causa do evidente preconceito desta obra em relação à
linguagem falada no Brasil.
(D) O consulente revela disposição para mudar seu julgamento sobre
“aguardo”, caso se comprove que a palavra existe.
(E) O autor da coluna e o consulente produzem textos em que cada um se
dirige diretamente ao interlocutor, usando a 2 pessoa do singular.

COMENTÁRIO: O texto apresenta uma resposta elaborada a respeito do


uso do substantivo “aguardo”, deixando claro, desde o início, que seu uso
é equivocado do ponto de vista normativo. Contudo, não se limita em
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apresentar tão somente essa resposta, ele busca analisar diversas


circunstâncias por trás do uso desse substantivo, analisando-o linguístico,
histórico e geograficamente.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(B) Essa afirmativa não é textual. O autor analisa o caso em questão, não
estendendo sua perspectiva aos tantos outros casos de desvios da língua.
(C) Não existe menosprezo em sua citação, pelo contrário, o entende
como referência. Além do mais, não existe afirmação a respeito de
postura preconceituosa do dicionário a respeito da modalidade linguística
brasileira, aponta tão somente que o substantivo aguarda não está
conceituado nesse material.

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(D) Essa afirmativa não é comprovada no texto. Podemos perceber a
perspectiva defensiva do consulente por meio de expressões como “que
diabos”.
(E) O consulente se dirige ao autor da coluna, não ao leitor.

GABARITO: A.

255- O autor

(A) afirma fazer uso de expressões como “Agradeço antecipadamente sua


resposta” porque elas ao menos permitem denotar polidez.
(B) ironiza o privilégio concedido às pretensas mensagens diretas do meio
digital, já que com elas se perde em estilo (bordados verbais) e em
cortesia.
(C) afirma, com bom humor, mas com base em trabalhos qualificados,
que, desde sua dicionarização, “aguardo” é palavra característica de um
vocabulário rural.
(D) vale-se de informações sociolinguísticas, de história da língua e de
morfologia para comprovar a existência de “aguardo”.
(E) recorre ao latim para propor que “aguardo” pode ter aparecido na
língua bastante antes de 1899, data de sua dicionarização

COMENTÁRIO: Para responder à indagação do consulente, o autor busca


na história da língua explicação razoável, analisando-a de modo
comparativo o léxico português com o brasileiro ao longo do tempo, em
consonância com a análise de cunho morfológico.

Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O autor não afirma essa frase mencionada analisando o seu próprio
uso, mas sim de um fenômeno linguístico geral.
(B) O autor não ironiza a esse respeito, mas trabalha essa transformação
linguística ocorrida com o tempo.
(C) O conceito “rural” não se conforma à análise do texto. A banca
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extrapolou.
(E) A palavra não tem origem diretamente no latim, mas o processo que
a formou – a derivação regressiva – era encontrado no latim.

GABARITO: D.

256- Considere as seguintes afirmações.

I. Em Nossa língua escrita e falada numa abordagem irreverente,


há uma ambiguidade que é produtiva para o texto: em qualquer uma das
interpretações, a frase caracteriza bem a coluna.
II. O uso de Consultório para nomear a coluna é incorreto, já que esse
substantivo é usado para nomear certo espaço reservado aos profissionais
da saúde.

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III. O autor destaca a palavra existência para enfatizar que vai tratar da
questão em perspectiva específica: a da presença ou ausência do
substantivo em dicionários.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, apenas.

COMENTÁRIO: Apenas os itens I e II estão de acordo com as ideias


esboçadas no texto.

Vejamos o porquê:

I) A primeira interpretação diz respeito à língua escrita e falada em um


ambiente irreverente no momento de sua produção linguística. A segunda
refere-se à língua escrita e falada analisadas por outrem a posteriori (de
uma maneira irreverente).
II) A afirmativa está correta. O termo tem, no uso textual, uma utilização
humorística, subvertendo a o caráter referencial da ideia de “consultório”.
III) A afirmativa não está correta, uma vez que o autor leva em conta
perspectivas mais amplas de ocorrência da palavra, incluindo seu uso
antes do processo de dicionarização.

GABARITO: B.

FCC – SEFAZ/RJ – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL (3ª


CATEGORIA) – 2014

TEXTO
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[Ponderando o julgamento]

As leis não podem deixar de ressentir-se da fraqueza dos homens. Elas


são variáveis como eles.

Algumas, nas grandes nações, foram ditadas pelos poderosos com o fim
de esmagar os fracos. Eram tão equívocas que mil intérpretes se
apressaram a comentá-las; e, como a maioria só fez sua glosa como
quem executa um ofício para ganhar algum dinheiro, acabou o
comentário sendo mais obscuro que o texto. A lei transformou-se numa
faca de dois gumes que degola tanto o inocente quanto o culpado. Assim,
o que devia ser a salvaguarda das nações transformou-se tão amiúde em

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seu flagelo que alguns chegaram a perguntar se a melhor das legislações
não consistiria em não se ter nenhuma.

Examinemos a questão. Se vos moverem um processo de que dependa


vossa vida, e se de um lado estiverem as compilações de juristas sabidos
e prepotentes, e de outro vos apresentarem vinte juízes pouco eruditos
mas que, sendo anciãos isentos das paixões que corrompem o coração,
estejam acima das necessidades que o aviltam, dizei-me: por quem
escolheríeis ser julgados, por aquela turba de palradores orgulhosos, tão
interesseiros quanto ininteligíveis, ou pelos vinte ignorantes respeitáveis?

(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo:


Martins Fontes, 2011. p. 7-8)

257- O texto permite inferir adequadamente que, para Voltaire, as leis

(A) elaboradas por anciãos ignorantes demandam o corretivo da


sabedoria dos especialistas, quando de sua aplicação num julgamento.
(B) devem ser permanentemente revistas, para que de forma alguma
venham a refletir debilidades ou imperfeições que são próprias dos
homens.
(C) elaboradas por déspotas poderosos trazem consigo a qualidade do
que é inflexível, não permitindo aberturas interpretativas.
(D) refletem a falibilidade humana, podendo ser aplicadas com mais
justiça pelos sensatos e experientes do que por arrogantes eruditos.
(E) costumam ser tão obscuras quanto os comentários explicativos,
advindo daí a necessidade de serem elaboradas por doutos especialistas.

COMENTÁRIO: É uma máxima dizer que o ser humano é falho, logo as


leias elaboradas pelo homem não pode ser perfeita. Consequentemente,
deduzimos que as leis refletem a falibilidade humana: “A lei transformou-
se numa faca de dois gumes que degola tanto o inocente quanto o
culpado”. No último parágrafo, pelo tom que Voltaire utiliza ao se dirigir
aos eruditos arrogantes, podemos deduzir que a pergunta que constitui o
último parágrafo é retórica, ou seja, não depende de uma resposta, pois a
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resposta já está embutida na pergunta, a saber: é melhor ser julgado por


anciãos experientes (não juristas) do que por juristas sabidos e
prepotentes. De modo que a afirmação da letra D está correta, uma vez
que além de as leis serem falíveis, elas podem ser aplicadas com mais
justiça pelos sensatos e experientes do que por arrogantes eruditos.

Vejamos por que as demais opções não procedem:

(A) A afirmação está incorreta, pois o texto não diz que as leis são
elaboradas por anciãos arrogantes, tampouco que demandam o corretivo
da sabedoria dos especialistas.
(B) Em nenhum momento do texto se diz que, para Voltaire, as leis
devem ser permanentemente revistas.

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(C) Este trecho desmente a afirmação da banca: Algumas, nas grandes
nações, foram ditadas pelos poderosos com o fim de esmagar os fracos.
Eram tão equívocas que mil intérpretes se apressaram a comentá-las; e,
como a maioria só fez sua glosa como quem executa um ofício para
ganhar algum dinheiro, acabou o comentário sendo mais obscuro que o
texto.
(E) Voltaire não diz no texto que há a necessidade de as leis serem
elaboradas por doutos especialistas, logo a banca extrapolou!

GABARITO: D.

258- Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, o segmento elas são variáveis expressa uma


causa da qual a expressão fraqueza dos homens constitui o efeito.
II. No segundo parágrafo, considera-se que a multiplicidade de
interpretações da lei, acionadas por glosadores interesseiros, acaba por
comprometer a implementação da justiça.
III. No terceiro parágrafo, a interrogação final de Voltaire pode ser
considerada retórica pois implica uma resposta já encaminhada pela
pergunta.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

(A) II e III.
(B) I e II.
(C) III.
(D) II.
(E) I.

COMENTÁRIO: I. Incorreta. Realmente há uma relação de causa e efeito,


mas o efeito não é só fraqueza dos homens e sim toda a ideia antes do
conectivo “porque” (coloquei esse conectivo só para explicitar a relação
de sentido que já existe entre as orações: “As leis não podem deixar de
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ressentir-se da fraqueza dos homens, porque elas são variáveis como


eles”. II. Correta. O próprio texto corrobora a afirmação da banca neste
segmento: “Eram tão equívocas que mil intérpretes se apressaram a
comentá-las; e, como a maioria só fez sua glosa como quem executa um
ofício para ganhar algum dinheiro, acabou o comentário sendo mais
obscuro que o texto. A lei transformou-se numa faca de dois gumes que
degola tanto o inocente quanto o culpado. Assim, o que devia ser a
salvaguarda das nações transformou-se tão amiúde em seu flagelo que
alguns chegaram a perguntar se a melhor das legislações não consistiria
em não se ter nenhuma”. III. Correta. No último parágrafo, pelo tom que
Voltaire utiliza ao se dirigir aos eruditos arrogantes, podemos deduzir que
a pergunta que constitui o último parágrafo é retórica, ou seja, não
depende de uma resposta, pois a resposta já está embutida na pergunta,

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a saber: é melhor ser julgado por anciãos experientes (não juristas) do
que por juristas sabidos e prepotentes.

GABARITO: A.

259- Considerando-se o sentido contextualizado, traduz-se


adequadamente um segmento em:

(A) turba de palradores orgulhosos (3º parágrafo) = malta de loquazes


desfibrados
(B) ressentir-se da fraqueza dos homens (1º parágrafo) = impressionar-
se com a insipidez humana
(C) transformou-se numa faca de dois gumes (2º parágrafo) = tornou-se
um instrumento ambivalente
(D) transformou-se tão amiúde em seu flagelo (2º parágrafo) =
converteu-se em miudezas punitivas
(E) compilações de juristas sabidos (3º parágrafo) = seleções de
jurisconsultos leigos

COMENTÁRIO: Vejamos uma por uma:

(A) São substituíveis entre si as palavras “turba” e “malta” e as palavras


“palradores” (faladores) e “loquazes”. No entanto, “desfibrados” (fracos)
não tem o mesmo sentido de “orgulhosos”.
(B) “Ressentir-se”, no contexto do texto, tem o sentido de “sentir muito”.
Não é a mesma coisa que “impressionar-se”. Além disso, “fraqueza” e
“insipidez” (sem sabor) não são palavras sinônimas.
(C) As expressões são sinônimas; veja: transformou-se (tornou-se) numa
faca de dois gumes (um instrumento ambivalente).
(D) A palavra “amiúde” (é um advérbio que significa “frequentemente”)
nada tem a ver com “miudeza” (pequenez, coisas pequenas,
mesquinharia).
(E) “Leigo” não é o mesmo que “sabido”, consequentemente não são
sinônimos, e sim antônimos. 03265357481

GABARITO: C.

TEXTO

[Dois fragmentos sobre História]

A História não é uma ciência. É uma ficção. Vou mais longe: assim como
ocorre na ficção, há na História uma tentativa de reconstruir a realidade
por meio de um processo de seleção de materiais. Os historiadores
apresentam uma realidade cronológica, linear, lógica. Mas a verdade é
que se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de vista. A
História é escrita sob um prisma masculino. A História é escrita na
perspectiva dos vencedores. Se fosse feita pelas mulheres ou pelos

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vencidos, seria outra. Enfim, há uma História dos que têm voz e uma
outra, não contada, dos que não a têm. (...)

Que diabo é a verdade histórica? Só algo que foi desenhado, e depois


esse desenho estabelecido foi cercado de escuro para que a única imagem
que pudesse ser vista fosse a que se quer mostrar como verdade. Nossa
tarefa é tirar todo o escuro, saber o que é que ficou sem ser mostrado.

(Adaptado de: SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo:


Companhia das Letras, 2010. p. 254)

260- O autor propõe que a História deva se constituir a partir de um


empenho coletivo em:

(A) Se fosse feita pelas mulheres (...) seria outra.


(B) A História é escrita sob um prisma masculino.
(C) (...) se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de vista.
(D) (...) há uma História dos que não têm voz.
(E) Nossa tarefa é tirar todo o escuro.

COMENTÁRIO: Quando se pensa em “empenho coletivo”, obviamente se


pensa em mais de uma pessoa agindo, logo a única possibilidade é a da
letra E: Nossa (coletivo) tarefa (empenho) é tirar todo o escuro.

GABARITO: E.

261- Com base no que afirma o texto, deve-se depreender que a História,
vista como um discurso produzido por determinados sujeitos,

(A) é uma narrativa que explicita com clareza os mecanismos de poder


aos quais a maioria da população está sendo submetida.
(B) somente traduz o ponto de vista de quem é capaz de reconhecer,
porque os sofreu, os processos políticos e sociais mais adversos.
(C) traduz tão somente o ponto de vista interessado e tendencioso de
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quem a narra, o que a dota de um caráter eminentemente parcial.


(D) somente será legítima na medida em que representar a média das
opiniões e valores dos indivíduos poderosos que a desenham.
(E) é uma narrativa destituída de qualquer valor documental, pois a rigor
não representa a perspectiva de nenhum dos setores sociais.

COMENTÁRIO: Segundo o autor do texto, a História traduz tão somente o


ponto de vista interessado e tendencioso de quem a narra, o que a dota
de um caráter eminentemente parcial. Isso fica claro neste trecho: Mas a
verdade é que se trata de uma montagem, fundada sobre um ponto de
vista. A História é escrita sob um prisma masculino. A História é escrita
na perspectiva dos vencedores. Se fosse feita pelas mulheres ou pelos
vencidos, seria outra. Enfim, há uma História dos que têm voz e uma
outra, não contada, dos que não a têm.

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Vejamos por que as demais opções são inadequadas:

(A) O autor do texto diz justamente o contrário, ou seja, é uma narrativa


que NÃO explicita com clareza os mecanismos de poder aos quais a
maioria da população está sendo submetida.
(B) O autor do texto diz justamente o contrário, ou seja, NÃO traduz o
ponto de vista de quem é capaz de reconhecer, porque os sofreu, os
processos políticos e sociais mais adversos.
(D) O autor do texto diz justamente o contrário, ou seja, NÃO será
legítima na medida em que representar a média das opiniões e valores
dos indivíduos poderosos que a desenham.
(E) O texto diz claramente que Mas a verdade é que se trata de uma
montagem, fundada sobre um ponto de vista. A História é escrita sob um
prisma masculino. A História é escrita na perspectiva dos vencedores,
logo a afirmação da banca não procede.

GABARITO: C.

FGV – PC/RJ – PILOTO POLICIAL – 2011

262- Observe a ilustração a seguir.

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Ela foi publicada em uma revista sobre o uso obrigatório de cintos de


segurança, em 1994.

Segundo essa ilustração:

(A) os vários tipos de cintos de segurança não apresentam diferenças de


resultados, pois o gráfico fala somente de “chances” e não de fatos reais.

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(B) 33% das pessoas que usam o cinto de segurança do tipo
subabdominal morrem em acidentes de trânsito.
(C) o cinto de segurança menos eficiente é o cinto de três pontos,
considerando-se a dificuldade de sair do carro em caso de acidente grave.
(D) as chances de sobrevivência em acidentes de trânsito aumentam
progressivamente a partir do número de partes do corpo presas pelos
cintos.
(E) o cinto diagonal é menos eficiente que o cinto subabdominal e mais
eficiente que o cinto de três pontos.

COMENTÁRIO:

(A) Apresentam diferenças de resultados, sim! Basta ver a


porcentagem/margem de segurança entre os tipos de cinto.

(B) “33%” é a chance de aumento de sobrevivência.


(C) O cinto de três pontos é o mais seguro, segundo a porcentagem.

(D) A afirmação está perfeita, pois o cinto de três pontos é o mais seguro,
segundo a porcentagem.

(E) O cinto diagonal é mais eficiente que o cinto subabdominal e menos


eficiente que o cinto de três pontos, segundo a porcentagem.

Questão Nível Teletubbies!

GABARITO: D.

263- Observe a imagem a seguir.

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O Ministério da Saúde lançará, em breve, um plano de combate a doenças


crônicas: diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Uma pesquisa encomendada pelo governo revelou dados alarmantes


sobre a incidência cada vez maior de casos de diabetes. Os dados

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apontam que 48% dos adultos estão acima do peso e mais de 30% das
crianças de 5 a 9 anos também. Os casos devem aumentar nos próximos
anos, começando cada vez mais cedo, e as mulheres precisam ficar
atentas. Hoje, o número de mulheres com diabetes é 30% superior ao
número de homens...

A campanha acima utiliza uma foto. Assinale a afirmativa que deixa de


ser adequada em relação à utilização dessa foto na campanha.

(A) A foto está desfocalizada para representar pessoas em geral e não


algumas específicas.
(B) Na foto as pessoas estão de costas para indicar que poucas delas dão
atenção ao mal que é a diabetes.
(C) O número de pessoas na foto é bastante grande porque também é
bastante grande o número de pessoas que sofrem de algumas doenças
crônicas.
(D) Na foto há homens e mulheres porque a campanha alude a diferenças
de doentes entre os sexos.
(E) Todas as pessoas da foto caminham na mesma direção para indicar o
interesse de todos na cura.

COMENTÁRIO:

Note que o enunciado diz: “Assinale a afirmativa que deixa de ser


adequada em relação à utilização dessa foto na campanha”.

Todas as afirmações das alternativas são pertinentes, exceto a última:

“Todas as pessoas da foto caminham na mesma direção para indicar o


interesse de todos na cura.”

Na verdade, esta afirmação se contrapõe à afirmação da alternativa B. Se


as pessoas estivessem caminhando na mesma direção à cura, isso
poderia significar que todas estão com diabetes, o que seria absurdo.
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Além disso, se estão de costas para a campanha, isso sugere que não
estão interessadas. Assim, a alternativa E está comprometida.

GABARITO: E.

264- Comparando-se imagem e texto da questão 2, verifica-se que:

(A) a foto que serve de fundo ao anúncio apresenta um tom depressivo


por sua focalização defeituosa.
(B) a manchete do anúncio veicula uma informação diferente, por ser
incompleta, da que é veiculada no texto.
(C) o texto, sem o apoio gráfico da foto, perderia o sentido.
(D) o corpo do texto é, na verdade, menos informativo que a imagem +
manchete da parte superior.

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(E) a imagem tem valor propagandístico sem o apoio do texto.

COMENTÁRIO:

(A) Tom depressivo? Não se pode inferir isso, até porque a campanha tem
um tom positivo. A foto desfocada serve para indicar que a massa
anônima pode sofrer com esse mal.

(B) A única afirmação pertinente é esta (principalmente por causa da


informação sublinhada) “a manchete do anúncio veicula uma informação
diferente, por ser incompleta, da que é veiculada no texto”.

Manchete: O Ministério da Saúde lançará, em breve, um plano de


combate a doenças crônicas: diabetes, hipertensão e doenças
cardiovasculares.

Texto: Uma pesquisa encomendada pelo governo revelou dados


alarmantes sobre a incidência cada vez maior de casos de diabetes. Os
dados apontam que 48% dos adultos estão acima do peso e mais de 30%
das crianças de 5 a 9 anos também. Os casos devem aumentar nos
próximos anos, começando cada vez mais cedo, e as mulheres precisam
ficar atentas. Hoje, o número de mulheres com diabetes é 30% superior
ao número de homens...

A manchete fala sobre “doenças crônicas: diabetes, hipertensão e


doenças cardiovasculares”. O texto fala só sobre “diabetes”, logo a
afirmação da alternativa B é a única que procede.

(C) O texto não perderia o sentido, pois tem autonomia semântica,


veiculando uma informação clara sem que necessite de texto de apoio.

(D) Tanto a foto quanto a manchete são informativos, assim como o texto
maior, que, inclusive, é mais detalhado, pois indica números a respeito da
diabetes. 03265357481

(E) Dependendo do que se entende de propaganda, esta questão poderia


ser polêmica, mas não se trata de propaganda, pois a intenção não é
vender um produto. Polêmicas...

Sempre fique com a melhor resposta, aquela que é irrefutável.

GABARITO: B.

Leia o texto a seguir, retirado do jornal O Globo de 27/07/2011.

Virgem (23/8 a 22/9)

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Elemento: terra. Modalidade: mutável. Signo complementar:
Peixes. Regente: Mercúrio. Por vezes, as bases que sustentam nossa
capacidade criadora passam por grandes transformações. É tempo de
acolher as mudanças que estão ocorrendo, encontrando uma nova forma
de alimentar sua criatividade.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso,


sua função social específica, seu objetivo comunicativo e seu formato
mais comum relacionam-se aos conhecimentos construídos
socioculturalmente.

265- A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que


sua função é:

(A) vender.
(B) aconselhar.
(C) ensinar.
(D) informar.
(E) discutir.

COMENTÁRIO:

Tipologia textual: relaciona-se à estrutura do texto, como ele é produzido.

Existem cinco tipos de texto:

1) Narrativo: conta-se uma história com personagens por meio de um


narrador.

2) Descritivo: faz-se um retrato por escrito de pessoas, coisas,


sentimentos.

3) Dissertativo: expositivo (explica-se um assunto sem apresentação de


opinião) ou argumentativo (opina-se sobre um assunto).
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4) Dialogal: trata-se de um diálogo.

5) Injuntivo (instrucional): apresenta ordens, sugestões, conselhos,


maneiras de como proceder.

Gêneros textuais: diz respeito a um tipo de texto que apresenta


normalmente um objetivo social, como cartas, e-mails, bilhetes,
propagandas, redações, manual de instruções, anúncios, biografias,
editoriais, horóscopos, etc.

Como o texto da questão é um horóscopo, e o objetivo desse gênero


textual é aconselhar, não poderíamos ficar com outra opção, senão a B.

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GABARITO: B.

Leia o texto a seguir:

Um parasita do afeto humano

Quando o meio ambiente se modifica, os seres vivos incapazes de


se adaptar a ele se extinguem. Por esse motivo, as estratégias utilizadas
pelos animais para sobreviver em nossos ambientes são muito estudadas
pelos biólogos. Meu exemplo favorito é uma espécie que desenvolveu a
capacidade de explorar a aptidão humana para dar e receber afeto.
Utilizando sua capacidade de parasitar nossa mente, esse animal
conseguiu garantir a sobrevivência de sua espécie. Como todo parasita,
foi obrigado a abrir mão de sua liberdade, mas valeu a pena: da maneira
como o homem vem alterando o planeta, é quase certo que essa espécie
será a última do seu grupo a se extinguir, pois associou definitivamente
seu destino ao do homem. Trata-se do cão.

(Fernando Reinach, A longa marcha dos grilos canibais, Cia das Letras, SP, 2010)

266- Considerando as ideias desenvolvidas pelo autor, conclui-se que o


texto tem a finalidade de:

(A) descrever e fornecer orientações sobre como tratar os cães.


(B) narrar a vida de quem possui animais de estimação.
(C) aconselhar os donos de cães a evitar proximidade exagerada com os
cães.
(D) expor de forma geral as estratégias de sobrevivência animal.
(E) destacar uma especificidade nas estratégias de sobrevivência animal.

COMENTÁRIO:

Como se trata de um texto dissertativo-expositivo, as únicas opções


possíveis são D e E. No entanto, pela leitura do texto, percebemos que
não se expõe “de forma geral” as estratégias de sobrevivência animal,
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mas sim destaca claramente uma “especificidade” nas estratégias de


sobrevivência animal.

GABARITO: E.

Preconceito linguístico

MITO 1 – “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade


surpreendente”

Esse é o maior e o mais sério dos mitos que compõem a mitologia


do preconceito linguístico no Brasil. Ele está tão arraigado em nossa

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cultura que até mesmo intelectuais de renome, pessoas de visão crítica e
geralmente boas observadoras dos fenômenos sociais brasileiros, se
deixam enganar por ele. É o caso, por exemplo, de Darcy Ribeiro, que em
seu último grande estudo sobre o povo brasileiro escreveu:
“É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão
diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogêneos
linguística e culturalmente e também um dos mais integrados socialmente
da Terra. Falam uma mesma língua, sem dialetos”.

(grifo meu, Marcos Bagno, Folha de São Paulo, 5/2/95)

267- No texto, menciona-se que a ideia de a língua portuguesa falada no


Brasil ter uma unidade é um mito. A argumentação construída:

(A) apresenta fatos que estabelecem entre si relações de


causa/consequência.
(B) mostra dados que corroboram a ideia apresentada.
(C) fundamenta-se na opinião de autoridade do autor do texto.
(D) destaca, sublinhando, argumentos favoráveis à ideia defendida.
(E) demonstra, ironicamente, a verdade da tese apresentada.

COMENTÁRIO:

A argumentação do texto é baseada tão somente na opinião do autor do


texto, que, inclusive, usa um testemunho de autoridade (a fala de Darcy
Ribeiro) para corroborar sua tese, a saber: “a língua portuguesa falada no
Brasil NÃO apresenta uma unidade”.

Sendo assim, a única afirmação correta é a da alternativa C.

A D só estaria certa se o sublinhado fosse do autor (Marcos Bagno), mas


observe que o grifo é de quem transcreveu a matéria (grifo meu, Marcos
Bagno, Folha de São Paulo, 5/2/95). Cuidado com essas pegadinhas...

GABARITO: C.
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268- Num pequeno estudo sobre a linguagem dos call centers, Roberto
Cohen nos relata o seguinte caso:

Uma usuária ligou-me com problemas de navegação, então fiz ela


configurar novamente sua máquina e tudo o mais. Para verificar se estava
tudo correto, perguntei a ela:
— O que a senhora está vendo na janela?
— Ah... está passando um ônibus e um senhor, por quê?
Deixei assim e depois de terminar de configurar todas as coisas, eu disse:
— A senhora terá que fechar todas as janelas e reiniciar seu
equipamento.
— Puxa, mas não basta só fechar a janela do meu quarto?

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Nesse caso, o que causa o problema de atendimento é:

(A) a falta de atenção do atendente.


(B) o pouco tempo de que dispõe o atendente para o atendimento do
cliente.
(C) o emprego do termo janela como linguagem figurada.
(D) a distância entre os interlocutores.
(E) a inexperiência da usuária no terreno da informática.

COMENTÁRIO:

Antes de mais nada, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... Coitada da


senhora... analfabeta virtual!!! Parece eu... bem, deixa quieto...

Essa questão era muito fácil... como a usuária não tinha conhecimento de
informática (não entendendo o que é “janela”, isto é: área retangular da
tela de uma unidade de exibição visual destinada a facilitar o acesso a um
programa ou função particular), isso prejudicou a comunicação entre a
atendente e ela, causando o problema de atendimento. Portanto, só a
afirmação da E traz essa ideia.

GABARITO: E.

A BBC divulgou cinco medidas que você deve tomar para que não tenha
problemas com o uso do facebook: 1-não aceitar amizade de pessoas
desaconselháveis; 2-não reclamar de seus superiores ou de pessoas de
quem depende; 3-não colocar fotos problemáticas na rede; 4-divulgar
atividades em dias em que deveria estar em casa; 5-não revelar
segredos.

A notícia abaixo veicula um problema:

Em julho de 2011, autoridades da Alemanha começaram a discutir a


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proibição de eventos marcados pelo site. A decisão está baseada em


diversos casos de superlotação ou recepção de pessoas não convidadas a
eventos particulares. No evento do 16º aniversário de uma garota em
Hamburgo, que foi acidentalmente configurado como público, 1500
"convidados" compareceram à festa, e após relatos de distúrbios na
sobrelotação, mais de uma centena de policiais tiveram de ser destacados
para controlar a multidão. Um policial ficou ferido e onze participantes
foram detidos por agressão, danos materiais e resistência às autoridades.
Em outro evento com superlotação inesperada, 41 jovens foram detidos e
pelo menos 16 ficaram feridos.

269- No caso citado o problema surgiu:

(A) de falha humana e não do site.

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(B) da reação à repressão exagerada das autoridades.
(C) da comunicação ampla do facebook.
(D) do acesso do público em geral aos eventos do site.
(E) da falta de educação de grande parte da população.

COMENTÁRIO:

A única opção que encontra respaldo no texto é a A: no caso citado o


problema surgiu de falha humana e não do site.

Veja o trecho do texto que corrobora isso: No evento do 16º aniversário


de uma garota em Hamburgo, que foi acidentalmente configurado como
público, 1500 "convidados" compareceram à festa...

GABARITO: A.

270- “O cartunista Bob Thaves resumiu, com a costumeira síntese do


ofício, uma questão essencial. Frank & Ernest – seus conhecidos
personagens – travam o seguinte diálogo numa farmácia: ‘É um remédio
milagroso: os frascos são fáceis de abrir’.

Ignoro se ele já fez alguma tira sobre as bulas, mas poderia ser
semelhante ao da embalagem o critério de escolha do medicamento: o
paciente pode entender o que diz a bula.”

(Deonísio da Silva, A língua nossa de cada dia, Novo Século Editora, 2007. p. 52)

O problema de linguagem aludido é que os textos das bulas:

(A) usam um tipo de linguagem que não atrai a leitura dos compradores
dos remédios.
(B) são de difícil compreensão por preferirem o vocabulário erudito ao
informal, aconselhável na situação comunicativa.
(C) utilizam o jargão da medicina, de difícil compreensão para os leigos.
(D) são considerados inúteis pela maioria dos compradores de remédios,
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já que as receitas médicas os substituem.


(E) informam o óbvio, daí que sejam desprezados.

COMENTÁRIO:

Como você já pôde observar, a essa altura do campeonato, a maioria das


questões são de interpretação (facilmente resolvidas pela mera leitura
atenta do texto). Vamos a mais uma.

O problema de linguagem aludido é que os textos das bulas:

(A) usam um tipo de linguagem que não atrai a leitura dos compradores
dos remédios.

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Remédios não são comprados por leitura de bulas atraentemente


redigidas, logo esta afirmação é absurda.

(B) são de difícil compreensão por preferirem o vocabulário erudito ao


informal, aconselhável na situação comunicativa.

As bulas não usam vocabulário erudito, e sim vocabulário técnico, próprio


do jargão da medicina.

(C) utilizam o jargão da medicina, de difícil compreensão para os leigos.

Bingo!

(D) são considerados inúteis pela maioria dos compradores de remédios,


já que as receitas médicas os substituem.

As receitas não substituem as bulas. Afirmação absurda.

(E) informam o óbvio, daí que sejam desprezados.

Não informam o óbvio, tampouco o texto de apoio sugere isso. Afirmação


absurda.

GABARITO: C.

271- Uma receita de bolinhos de banana, retirada da Internet, diz o


seguinte: “Amasse a banana, misture a farinha, açúcar, ovo e o fermento.
Se a massa ficar dura, coloque um pouco de leite. Frite às colheradas em
óleo quente e jogue açúcar com canela por cima.”

Esse tipo de texto denomina-se instrucional ou procedural.

A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.


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I. Apresentação de uma série de ações em sequência de realização.


II. Enumeração de ingredientes a serem acrescentados em ordem
cronológica.
III. Emprego de imperativos com sentido de ordem a ser cumprida.

Assinale:

(A) se apenas a afirmativa I for adequada ao texto.


(B) se apenas as afirmativas I e II forem adequadas ao texto.
(C) se apenas as afirmativas I e III forem adequadas ao texto.
(D) se apenas as afirmativas II e III forem adequadas ao texto.
(E) se todas as afirmativas forem adequadas ao texto.

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COMENTÁRIO:

I. Correta afirmação, pois há uma série de ações em sequência de


realização: Amasse a banana, misture a farinha, açúcar, ovo e o
fermento. Se a massa ficar dura, coloque um pouco de leite. Frite às
colheradas em óleo quente e jogue açúcar com canela por cima.

II. De fato há uma ordem cronológica. O conteúdo de cada período deve


ser seguido passo a passo: 1º) Amasse a banana, misture a farinha,
açúcar, ovo e o fermento; 2º) Se a massa ficar dura, coloque um pouco
de leite; 3º) Frite às colheradas em óleo quente e jogue açúcar com
canela por cima.

III. Veja os verbos no imperativo: Amasse a banana, misture a farinha,


açúcar, ovo e o fermento. Se a massa ficar dura, coloque um pouco de
leite. Frite às colheradas em óleo quente e jogue açúcar com canela por
cima.

Todas as afirmações (I, II, e III) apontam características de um texto


injuntivo, instrucional ou procedural.

GABARITO: E.

P.S.: O gabarito preliminar foi a opção A, o que é um absurdo. Não


consegui encontrar o gabarito oficial no site da FGV.

272- Analise a charge publicada em julho de 2011 por Mariosan-GO.

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Para compreensão de seu amplo significado, analise as informações a
seguir.

I. A cantora inglesa Amy Winehouse, cuja morte foi atribuída ao consumo


de drogas, interpretava uma canção que possuía a frase “no, no, no”
como uma espécie de refrão.
II. A crise de corrupção no Ministério dos Transportes que levou à
demissão de um grande número de altos executivos do Ministério.
III. O grande número de passeatas de protesto contra a corrupção,
comandada por donas de casa.
IV. A liberação de movimentos como a Passeata da Maconha com a
justificativa da liberdade de expressão.

Assinale:

(A) se apenas I e II são suficientes para a compreensão da charge.


(B) se apenas I e III são suficientes para a compreensão da charge.
(C) se apenas I e IV são suficientes para a compreensão da charge.
(D) se apenas II e III são suficientes para a compreensão da charge.
(E) se apenas II e IV são suficientes para a compreensão da charge.

COMENTÁRIO:

O gabarito preliminar foi a opção A, o que é um absurdo. Não consegui


encontrar o gabarito oficial no site da FGV. Portanto, eu mesmo anulei a
questão por não encontrar opção de resposta correta. Para mim, a única
afirmação correta é a I: “A cantora inglesa Amy Winehouse, cuja morte
foi atribuída ao consumo de drogas, interpretava uma canção que possuía
a frase “no, no, no” como uma espécie de refrão”.

As demais afirmações não procedem, pois a charge não apresenta


elementos que apoiem tais assertivas.

GABARITO: ANULADA. 03265357481

273- Observe o texto a seguir, que serve de apresentação de uma figura


pública a ser entrevistada por Veja:

“Aos 51 anos, o médico paulista Geraldo Medeiros é um dos


endocrinologistas brasileiros de maior e mais duradouro sucesso. Numa
especialidade em que o prestígio dos profissionais oscila conforme a
moda, há três décadas ele mantém sua fama em ascendência. Em seu
consultório de 242m², na elegante região dos Jardins, uma das mais
exclusivas de São Paulo, Medeiros guarda as fichas de 32.600 clientes
que já atendeu.”

Assinale a alternativa que indica a observação correta sobre o gênero


textual desse fragmento.

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(A) Texto informativo de estrutura dissertativa, pois discute valores


sociais de determinado personagem.
(B) Texto publicitário de estrutura narrativa, pois apresenta dados em
sequência cronológica.
(C) Texto jornalístico de estrutura descritiva, pois informa uma série de
ações que montam a imagem do entrevistado.
(D) Texto informativo de estrutura descritiva, pois identifica, localiza e
qualifica a pessoa a ser entrevistada.
(E) Texto jornalístico de estrutura dissertativa, pois apresenta e discute
valores do entrevistado.

COMENTÁRIO:

Cara, na boa, o próprio enunciado da questão te dá a resposta: “serve de


apresentação de uma figura pública”. Jesus! Se o gênero textual serve de
apresentação de alguém, isso só poder ser descrição, logo o texto é do
tipo descritivo, logo o gabarito é a D.

As demais opções são absurdas porque o gênero textual tem objetivo


meramente informativo ao descrever uma pessoa.

Peço desculpas... mas, cá entre nós, fica até difícil comentar uma questão
com um nível tão Teletubbies, pois o próprio enunciado denuncia o
gabarito e a própria opção é autoexplicativa!

GABARITO: D.

274- “Fevereiro de 1876. O falido rei d. Luís I vasculha os cofres


portugueses à procura de joias e outras peças de valor que possam ser
vendidas para pagar dívidas. Na busca, ele encontra uma pepita de ouro
de pouco mais de 20 quilos, do tamanho de um melão. Esquecida por
décadas nos Tesouros Reais, a pedra retirada de solo brasileiro é o último
remanescente de uma época de riqueza incalculável para o velho império
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lusitano.”

No fragmento acima, retirado do livro Boa ventura – a corrida de ouro no


Brasil (1697-1810), de Lucas Figueiredo, há uma parte inicial do modo de
organização narrativa. Sobre esse segmento narrativo pode-se dizer que:

(A) há um erro na escolha dos tempos verbais, pois, após localizar o fato
narrado em 1876, o narrador emprega o presente do indicativo em
vasculha, encontra.
(B) o narrador adota o ponto de vista de um personagem participante da
ação a fim de dar mais dinamismo e interesse aos fatos narrados.
(C) a indicação de localização espacial e temporal dos fatos narrados
procura dar mais verossimilhança ao que é relatado.

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(D) a informação do tamanho imenso da pepita de ouro encontrada tem a
função de inserir a narrativa no terreno do realismo fantástico.
(E) as ações praticadas pelo personagem d. Luís não têm sua finalidade
explicitada pelo narrador, mas ela pode ser inferida pelo contexto.

COMENTÁRIO:

Vejamos uma por uma:

(A) É possível fazer referência ao passado com formas verbais de


presente do indicativo (Flamengo vence o Vasco por 2 a 0), portanto a
afirmação não procede.

(B) O narrador NÃO adota o ponto de vista de um personagem, pois ele


narra tudo na 3ª pessoa, distanciado dos fatos. Trata-se de um narrador
observador.

(C) A afirmação procede; prova disso são os sublinhados: “Fevereiro de


1876. O falido rei d. Luís I vasculha os cofres portugueses à procura de
joias e outras peças de valor que possam ser vendidas para pagar
dívidas. Na busca, ele encontra uma pepita de ouro de pouco mais de 20
quilos, do tamanho de um melão. Esquecida por décadas nos Tesouros
Reais, a pedra retirada de solo brasileiro é o último remanescente de uma
época de riqueza incalculável para o velho império lusitano.”

(D) A afirmação não procede, pois a pedra era realmente grande. Não há
universo mágico na narrativa, trata-se de um episódio e objeto reais.

(E) A afirmação não procede, pois a finalidade é clara: O falido rei d. Luís
I vasculha os cofres portugueses à procura de joias e outras peças de
valor que possam ser vendidas para pagar dívidas.

GABARITO: C.

275- No caderno de O Globo dedicado à informação e venda de veículos,


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há uma descrição de um automóvel UNO, em 13-07-2011, que diz:

O UNO duas portas é indicado para pessoas solteiras ou casais sem filhos:
o acesso ao banco traseiro é limitado e exige paciência. O acabamento é
honesto, mas há poucos equipamentos de série.

Considerando-se o contexto em que o texto foi produzido, pode-se


afirmar que o texto:

(A) apresenta uma descrição incentivadora da compra do veículo


comentado.
(B) realiza uma seleção exclusivamente negativa dos aspectos do carro.

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(C) ressalta os aspectos do veículo que são do interesse do seu
fabricante.
(D) mostra isenção ao indicar aspectos negativos e positivos do UNO.
(E) indica o veículo como ideal para determinado tipo de público.

COMENTÁRIO:

Vejamos uma por uma:

(A) Não há incentivo para a compra do veículo, pois a descrição é muito


fiel à realidade (até demais, pois a pessoa que descreveu poderia ter dado
uma “colher de chá” e não dizer: o acesso ao banco traseiro é limitado e
exige paciência).

(B) “Exclusivamente negativa”?!?! Aí também é exagero... Há aspectos


positivos/neutros: O UNO duas portas é indicado para pessoas solteiras
ou casais sem filhos... O acabamento é honesto...

(C) Se se fala de aspectos negativos, isso não interessa ao fabricante,


pois a intenção dele é vender o carro. Portanto, quanto mais se fala bem,
mais existe a possibilidade de venda do carro. Logo, tal afirmação não
procede.

(D) Apesar de o gabarito ser este, eu tenho lá minhas ressalvas, pois não
vejo isenção só pelo fato de ressaltar aspectos positivos (na verdade,
neutros, do meu ponto de vista) e negativos (na minha opinião, tem
maior peso descritivo). Enfim... polêmica...

(E) O problema desta opção é a palavra “ideal”. Não se pode afirmar que
determinado tipo de público verá esse carro como ideal.

A opção “menos pior” é a D... fazer o quê...?!

GABARITO: D. 03265357481

FGV – PC/MA – PERITO CRIMINAL – 2012

276- Observe a charge a seguir.

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Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada.

(A) A fala do personagem é uma modificação intencional de uma fala de


Cristo.
(B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a pessoas
distintas.
(C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no poder.
(D) A posição dos braços do personagem na charge repete a de Cristo na
cruz.
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de forma
equilibrada.

COMENTÁRIO:

A única afirmativa inadequada tem a ver com coesão, pois ambos os


pronomes “eles” têm o mesmo referente: o pronome oblíquo átono “os”.
Portanto, “os”, “eles” e “eles” se referem à mesma pessoa, ao mesmo
ser.
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As demais opções interpretam corretamente a imagem e o texto.

GABARITO: B.

277- O cartaz abaixo faz parte de uma campanha sobre a violência contra
os animais.

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Sobre os elementos constituintes do cartaz, assinale a afirmativa


inadequada.

(A) O cartaz apresenta um protesto amplo contra o sofrimento do animal


racional (o homem) e do animal irracional (o boi).
(B) A imagem do cartaz se apropria de uma placa de proibição
empregada no trânsito.
(C) As palavras do cartaz utilizam um processo de repetição próprio da
poesia.
(D) O significado das palavras do cartaz traz em si um protesto veemente
contra a violência presente nos rodeios.
(E) A imagem do cartaz pode ser vista como o desenho da própria arena
onde se apresenta o rodeio.

Só porque esta questão fala de animais, a banca pensa que a gente é


burro?!?!
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Em nenhum universo, é possível interpretar da imagem que o homem


está sofrendo alguma coisa! A crítica é contra o rodeio (ODEIO
RODEIO!!!), o evento em si. Portanto, a afirmação da letra A nos faz
rir... de tão impossível que ela é!

As demais opções interpretam corretamente a imagem e o texto.

GABARITO: A.

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278- A partir da observação do gráfico, assinale a afirmativa correta.

(A) Há um progressivo aumento de homicídios causados por armas de


fogo.
(B) Vê-se uma progressiva redução do número de homicídios no período
observado.
(C) Somam-se na coluna de “homicídio total” as outras duas colunas
representadas.
(D) Morrem sempre mais elementos da população jovem no quadro geral
de homicídios.
(E) Ocorrem mais homicídios por armas de fogo do que por qualquer
outra causa.

Vejamos uma por uma:

(A) O aumento não é progressivo, pois, de 2002 para 2003, houve uma
diminuição, como mostra o gráfico por meio da barra preta.
(B) Não há progressiva redução de homicídios, pois, de 2003 para 2004,
manteve-se o número total.
(C) Achei confusa esta afirmação. Dá a entender que as outras duas
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colunas somadas resultam na coluna do número total de mortes, mas


matematicamente isso é impossível, pois daria mais.
(D) Como as colunas relacionadas aos jovens é menor que as demais, a
afirmação não procede.
(E) De fato, há mais homicídios por arama de fogo, pois,
proporcionalmente, a coluna em cinza é maior em relação às demais,
principalmente em relação à coluna preta.

GABARITO: E.

Texto

Políticas Públicas de Segurança no Brasil

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Parece que uma das razões do fracasso e da inexistência de


políticas nessa área reside num plano puramente cognitivo. A proposição
de políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste num movimento
pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão individual. A
ideia da reforma decorre da crença de que o crime resulta de fatores
socioeconômicos que bloqueiam o acesso a meios legítimos de se ganhar
a vida. Esta deterioração das condições de vida traduz-se no acesso
restrito de alguns setores da população a oportunidades no mercado de
trabalho e de bens e serviços, assim como na má socialização a que são
submetidos nos âmbitos familiar, escolar e na convivência com subgrupos
desviantes. Consequentemente, propostas de controle da criminalidade
passam inevitavelmente tanto por reformas sociais de profundidade como
por reformas individuais voltadas a reeducar e ressocializar criminosos
para o convívio em sociedade. A par das políticas convencionais de
geração de empregos e combate à fome e à miséria, ações de cunho
assistencialista visariam minimizar os efeitos mais imediatos da carência,
além de incutir em jovens candidatos potenciais ao crime novos valores
através da educação, da prática de esportes, do ensino profissionalizante
e do aprendizado de artes e na convivência pacífica e harmoniosa com
seus semelhantes. Quando isto já não é mais possível, que se reformem
então aqueles indivíduos que caíram no mundo do crime através do
trabalho e da reeducação nas prisões.
(Cláudio C. Beato Filho)

279- “A proposição de políticas públicas de segurança, no Brasil, consiste


num movimento pendular, oscilando entre a reforma social e a dissuasão
individual.”

Assinale a alternativa que mostra uma medida localizada no terreno da


dissuasão individual.

(A) Ações de cunho assistencialista.


(B) Ensino profissionalizante e aprendizado de artes.
(C) Processo reeducativo nas prisões.
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(D) Geração de empregos.


(E) Combate à fome e à miséria.

Para realizar o correto entendimento dessa questão, é preciso reconhecer


o conceito de dissuasão: desviar alguém de uma resolução. Assim, no
texto, o autor diz que quando não se foi capaz de gerar no indivíduo as
condições propícias para que não caísse no crime, se faz mister que haja
a reforma dos indivíduos pela reeducação e pelo trabalho.

GABARITO: C.

280- O texto “Políticas Públicas de Segurança no Brasil” pode ser


caracterizado como

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(A) expositivo, já que seu objetivo é informar o leitor sobre aspectos


novos das políticas públicas de segurança.
(B) argumentativo, porque seu interesse está em defender certas ideias
sobre as políticas públicas de segurança.
(C) descritivo, pois nada mais faz do que caracterizar por meio de muitos
adjetivos vários aspectos da política de segurança atual.
(D) narrativo, visto que expõe em sequência cronológica as várias fases
por que passaram as políticas públicas de segurança.
(E) conversacional, já que o autor do texto simula a estruturação de um
diálogo entre leitor e algumas autoridades no assunto.

Questão de tipologia textual.

O texto possui um caráter argumentativo explícito, uma vez que


desenvolve a tese de que o fracasso das políticas públicas reside em
questões cognitivas. A partir daí, uma série de argumentos são arrolados
a fim de comprovar o posicionamento ideológico do autor. Na construção
de argumentos por percepção, os conceitos são desenvolvidos de forma
silogística, como se observa a partir do uso de conectivos, como
o consequentemente.

GABARITO: B.

Texto

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul vai disponibilizar 1.200


homens e mulheres para garantir a segurança no processo do Exame
Nacional do Ensino Médio 2012, que será aplicado no sábado (3) e no
domingo (4). Os policiais estarão em todos os locais de provas. Também
haverá escoltas para transporte de cadernos e cartões-respostas.
A operação começa amanhã (1º), devido à interiorização das
provas. Os cadernos saem da distribuição no 18º Blog transportados pela
Empresa de Correios e Telégrafos para os 40 municípios do interior que
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irão realizar o exame. Todo o trajeto será feito com escolta policial. Os
PMs ainda farão a guarda dos locais de armazenamento. A PM irá
acompanhar o transporte dos cadernos do centro de distribuição para os
locais de exame, ficará de prontidão e depois escoltará o retorno dos
cartões-respostas.

281- A segurança no processo do exame aludido – Enem – visa sobretudo


a

(A) impedir o vazamento de questões antes do momento do exame.


(B) facilitar a distribuição das provas por todos os municípios distantes.
(C) auxiliar, no caso de acidentes de trânsito, os veículos transportadores
das provas.
(D) apoiar a Empresa de Correios e Telégrafos na distribuição das provas.

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(E) conduzir os veículos transportadores de provas para os locais de
armazenamento.

Para que essa questão ser compreendida corretamente, nem tanto o


conhecimento de mundo deveria ser utilizado aqui (embora ela já aluda à
resposta correta). Contudo, para que não marquemos uma resposta
baseada em informações extratextuais (e desse modo corramos o risco de
praticar uma impropriedade), tentemos tirar uma pequena “prova real”. A
palavra segurança está no mesmo campo associativo da palavra PM.
Assim, a única resposta possível é a letra A.

GABARITO: A.

Considerações finais

Percebeu-se que o campo de estudo da polícia é bastante vasto. A polícia


está diretamente ligada à vida das pessoas e, por essa razão, o maior
sentido dela é exatamente garantir que as pessoas vivam em comum,
felizes, em paz, com qualidade de vida. Assim, percebe-se o debate
acirrado, quer pelos letrados, quer pelos cientistas, quer, sobretudo, pelas
pessoas comuns, da necessidade de segurança de forma mais
democrática, na nova dimensão da teoria francesa.

282- Esse é o início da parte final de um trabalho da autoria de um


comandante de uma academia de polícia. Por esse segmento, percebe-se
que a “teoria francesa” aludida no texto deve defender

(A) um debate mais aprofundado sobre as necessidades de segurança.


(B) uma ligação mais intensa com a vida particular dos cidadãos.
(C) a necessidade de segurança mais democrática.
(D) uma nova dimensão intelectual dos policiais.
(E) mais qualidade de vida para a população em geral.

Já na questão 13, a nova dimensão da teoria francesa não se concentra


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no debate (que existe a despeito da origem da questão, mas se relaciona


à possibilidade de haver pluralidade de opiniões), mas sim no aspecto
democrático da segurança. Para mim, é letra C. No entanto... tentando
defender a banca... De acordo com o texto, a nova dimensão da teoria
francesa preconiza o debate sobre a necessidade de segurança mais
democrática. Uma vez que a retomada se dá ao núcleo do sintagma
frasal, devemos concentrar o foco da questão no debate.

Estas questões mal formuladas me deixam triste...

GABARITO: A.

283- “Assim, percebe-se o debate acirrado, quer pelos letrados, quer


pelos cientistas, quer, sobretudo, pelas pessoas comuns,...”; tomado

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literalmente, o segmento de texto destacado pode significar algo
incoerente e inadequado, ou seja, que

(A) só letrados e cientistas travam debates acirrados.


(B) os cientistas não são letrados.
(C) pessoas comuns pertencem ao grupo dos cientistas.
(D) todas as pessoas da sociedade discutem o problema da segurança.
(E) todos os cidadãos desejam participar dos debates sobre segurança.

Literalmente, parece que se comparam os “letrados” com os “cientistas”,


induzindo-nos erradamente a pensar que os cientistas estão num nível
abaixo dos letrados, ou seja, os cientistas são iletrados.

Questão maluca da FGV. Por que essas bancas fazem isso com a gente?!

GABARITO: B.

FGV – FBN – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 2013

Biblioteca da infância

1º§ Eu era pequena, me lembro, no Bigorrilho. Na mesma rua que


hoje virou um grande corredor de corrida de carros cada vez mais vorazes
de velocidade, a vida passava em outro ritmo. Nessa rua brincávamos
com os vizinhos, corríamos e apertávamos campainhas. Primeiro veio a
grande notícia, uma praça, onde era a caixa d’água do Bigorrilho, hoje
pomposamente chamado de Reservatório Batel. E a grande novidade se
alastrou pela rua… onde ficávamos sabendo de todas as notícias do
bairro. Inaugurou uma biblioteca!!!
2º§ Eu, já leitora voraz, assim como os carros nas ruas por
velocidade, fiquei encantada! Éramos pobres, não viajávamos nas férias
e, livros, eu só ganhava no Natal. Aquela pequena casinha que parecia
antiga, amarelinha, ampliou meu mundo para além das ruas do
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Bigorrilho.
3º§ Hora do Conto, aulas de flauta, de cerâmica, o curso de História
da arte espanhola, El Greco… Ainda lembro exatamente do quebra-cabeça
com uma pintura de Arcimboldo. Foram tantas as referências, não só
literárias, que me acompanharam a vida toda!
4º§ Eu lia dois livros por dia, não podia perder tempo, eram
muitos… Emprestava um de manhã, lia durante o almoço, em casa. À
tarde devolvia e logo pegava outro para a noite… A minha velocidade era
outra. Eu passava minhas férias inteiras lá!
5º§ Cresci, frequentei outras Bibliotecas, a Pública do Paraná,
principalmente, mas a Franco Giglio me acompanhou a vida toda. Ao
visitar o Louvre, quando vi pela primeira vez uma tela de El Greco, aquele
momento emocionante me remeteu diretamente à Roseli e suas aulas de
arte.

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6º§ Quando tive meus filhos e tentei descobrir qual herança eu
deixaria para eles, pensei: minha infância dentro daquela maravilhosa
biblioteca. E criei a Bisbilhoteca, que é a minha leitura da Franco Giglio,
minha homenagem à biblioteca que me trouxe tanta alegria. E não longe
da original, no Bigorrilho, mesmo bairro onde nasci e cresci.
7º§ E, para além da nostalgia de uma infância em meio aos livros e
à cultura dentro da Franco Giglio, aquela biblioteca, assim como imagino
que outras pela cidade, marcaram infâncias, proporcionaram outras
leituras do mundo a muitos adultos que hoje produzem e transmitem essa
paixão pelos livros a muitas outras crianças!
8º§ Passo quase todos os dias em frente à Franco Giglio e observo
o abandono. No início achei que era por causa das obras da rua, mas logo
se vê que aquela casinha de sonhos, tombada, está jogada à própria
sorte. Não temos mais Suzanas e Roselis, apaixonadas por livros, crianças
e cultura…
9º§ Temos pessoas que cumprem seu horário de trabalho. É certo
que o mundo mudou e as crianças não andam mais sozinhas pelas ruas,
que as pesquisas são feitas em casa, na internet. Mas a vocação de
encontro e de lazer desses espaços públicos jamais deve ser perdida. As
bibliotecas, Casas de Leitura como são chamadas hoje, devem ser abertas
todos os dias, inclusive finais-de-semana, com uma programação
atraente, trazendo crianças e suas famílias para desfrutarem do que
jamais poderiam ter em casa: a convivência com o mundo da cultura e a
convivência com outras pessoas.

(Cláudia Serathiuk)

284- O narrador do texto pode ser globalmente caracterizado como


alguém que

(A) contempla o passado com saudade de um mundo perdido.


(B) observa a degradação da cultura no mundo moderno.
(C) lamenta a perda de interesse de crianças e professores pela leitura.
(D) critica a internet por ela ter produzido um estilo de vida egoísta.
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COMENTÁRIO:

Todas as opções são possíveis, digamos assim... No entanto, o enunciado


diz: “O narrador do texto pode ser globalmente caracterizado como
alguém que”. Em outras palavras, qual é o sentimento e/ou a reação que
cerceia o texto, do início ao fim? Observe que o narrador (ou narradora),
o tempo todo, faz referência à sua infância (o próprio título indica isso) e
sua paixão pelos livros e pela cultura em geral. Ao fim do texto faz uma
reflexão crítica sobre as mudanças no mundo e nas pessoas, que não
mais são como as pessoas e o mundo de sua infância. Por isso, podemos
dizer que, globalmente, a melhor resposta é esta: “O narrador do texto
pode ser globalmente caracterizado como alguém que contempla o
passado com saudade de um mundo perdido”.

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GABARITO: A.

285- O texto pode ser dividido em etapas, que agrupam parágrafos. A


caracterização incorreta de um segmento do texto é:

(A) Parágrafos 1 a 4 – recordações da vida infantil.


(B) Parágrafos 5 e 6 – passagem para a idade adulta.
(C) Parágrafo 7 – reflexão sobre valores culturais.
(D) Parágrafos 8 e 9 – volta ao passado infantil.

COMENTÁRIO:

(A) Parágrafos 1 a 4 – recordações da vida infantil.


(B) Parágrafos 5 e 6 – passagem para a idade adulta.
(C) Parágrafo 7 – reflexão sobre valores culturais.
(D) Parágrafos 8 e 9 – volta ao passado infantil.

1º§ Eu era pequena, me lembro, no Bigorrilho. Na mesma rua que


hoje virou um grande corredor de corrida de carros cada vez mais vorazes
de velocidade, a vida passava em outro ritmo. Nessa rua brincávamos
com os vizinhos, corríamos e apertávamos campainhas. Primeiro
veio a grande notícia, uma praça, onde era a caixa d’água do Bigorrilho,
hoje pomposamente chamado de Reservatório Batel. E a grande
novidade se alastrou pela rua… onde ficávamos sabendo de todas
as notícias do bairro. Inaugurou uma biblioteca!!!
2º§ Eu, já leitora voraz, assim como os carros nas ruas por
velocidade, fiquei encantada! Éramos pobres, não viajávamos nas
férias e, livros, eu só ganhava no Natal. Aquela pequena casinha
que parecia antiga, amarelinha, ampliou meu mundo para além
das ruas do Bigorrilho.
3º§ Hora do Conto, aulas de flauta, de cerâmica, o curso de História
da arte espanhola, El Greco… Ainda lembro exatamente do quebra-
cabeça com uma pintura de Arcimboldo. Foram tantas as
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referências, não só literárias, que me acompanharam a vida toda!


4º§ Eu lia dois livros por dia, não podia perder tempo, eram
muitos… Emprestava um de manhã, lia durante o almoço, em
casa. À tarde devolvia e logo pegava outro para a noite… A minha
velocidade era outra. Eu passava minhas férias inteiras lá!
5º§ Cresci, frequentei outras Bibliotecas, a Pública do Paraná,
principalmente, mas a Franco Giglio me acompanhou a vida toda. Ao
visitar o Louvre, quando vi pela primeira vez uma tela de El Greco, aquele
momento emocionante me remeteu diretamente à Roseli e suas aulas de
arte.
6º§ Quando tive meus filhos e tentei descobrir qual herança eu
deixaria para eles, pensei: minha infância dentro daquela maravilhosa
biblioteca. E criei a Bisbilhoteca, que é a minha leitura da Franco Giglio,

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minha homenagem à biblioteca que me trouxe tanta alegria. E não longe
da original, no Bigorrilho, mesmo bairro onde nasci e cresci.
7º§ E, para além da nostalgia de uma infância em meio aos
livros e à cultura dentro da Franco Giglio, aquela biblioteca, assim
como imagino que outras pela cidade, marcaram infâncias,
proporcionaram outras leituras do mundo a muitos adultos que
hoje produzem e transmitem essa paixão pelos livros a muitas
outras crianças!
8º§ Passo quase todos os dias em frente à Franco Giglio e observo
o abandono. No início achei que era por causa das obras da rua, mas logo
se vê que aquela casinha de sonhos, tombada, está jogada à própria
sorte. Não temos mais Suzanas e Roselis, apaixonadas por livros, crianças
e cultura…
9º§ Temos pessoas que cumprem seu horário de trabalho. É certo
que o mundo mudou e as crianças não andam mais sozinhas pelas ruas,
que as pesquisas são feitas em casa, na internet. Mas a vocação de
encontro e de lazer desses espaços públicos jamais deve ser perdida. As
bibliotecas, Casas de Leitura como são chamadas hoje, devem ser abertas
todos os dias, inclusive finais-de-semana, com uma programação
atraente, trazendo crianças e suas famílias para desfrutarem do que
jamais poderiam ter em casa: a convivência com o mundo da cultura e a
convivência com outras pessoas.

Os dois últimos parágrafos não remetem a uma “volta ao passado


infantil”. Fala-se de como está a biblioteca de sua infância hoje e de como
o mundo e as pessoas de hoje são diferentes.

GABARITO: D.

286- A narradora critica, em várias passagens do texto, aspectos da vida


moderna. Assinale a alternativa que mostra o segmento em que essa
crítica ocorre.

(A) “Na mesma rua que hoje virou um grande corredor de corrida de
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carros cada vez mais vorazes de velocidade, a vida passava em outro


ritmo.”
(B) “Nesta rua brincávamos com os vizinhos, corríamos e apertávamos
campainhas.”
(C) “Primeiro veio a grande notícia, uma praça, onde era a caixa d’água
do Bigorrilho, hoje pomposamente chamado de Reservatório Batel.”
(D) “E, para além da nostalgia de uma infância em meio aos livros e à
cultura dentro da Franco Giglio, aquela biblioteca, assim como imagino
que outras pela cidade, marcaram infâncias...”

COMENTÁRIO:

Na letra A, a crítica é muito clara, pois a narradora faz um contraponto


entre a vida tranquila de sua infância (“a vida passava em outro ritmo) e

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a vida corrida do mundo moderno (representada pelos carros vorazes de
velocidade).

GABARITO: A.

287- Uma biblioteca, como a citada no texto, tem funções variadas.


Assinale a alternativa que indica a função mais importante para a autora
do texto.

(A) Preservar a cultura produzida por uma comunidade.


(B) Permitir a leitura de livros de difícil acesso.
(C) Possibilitar a convivência humana e cultural.
(D) Promover o conhecimento de arte clássica.

COMENTÁRIO:

Ela mesma dá a resposta, no último parágrafo: “As bibliotecas, Casas de


Leitura como são chamadas hoje, devem ser abertas todos os dias,
inclusive finais-de-semana, com uma programação atraente, trazendo
crianças e suas famílias para desfrutarem do que jamais poderiam ter em
casa: a convivência com o mundo da cultura e a convivência com
outras pessoas”.

GABARITO: C.

288- Ao dar o nome de “Bisbilhoteca” à sua biblioteca, a autora quer


destacar

(A) a infantilidade dos usuários.


(B) a curiosidade pelo saber.
(C) a utilidade da leitura.
(D) a necessidade do conhecimento.

COMENTÁRIO: 03265357481

Observe que a palavra “bisbilhoteca” é um neologismo formado por duas


palavras: bisbilhotar + biblioteca. Como elas têm uma sonoridade
parecida, a autora criou essa palavra nova para dar conta do sentimento
que ela tinha pelos livros, isto é: a curiosidade (bisbilhotar) pelo saber
(livros > biblioteca).

GABARITO: B.

289- “Temos pessoas que cumprem seu horário de trabalho”. Essa frase
inicial do último parágrafo do texto mostra

(A) uma crítica aos funcionários públicos que só chegam atrasados.


(B) um elogio aos bibliotecários que se dedicam à difusão da cultura.

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(C) uma ironia referente aos funcionários que não mostram amor pelo
trabalho.
(D) uma advertência às autoridades par a que aumentem a fiscalização
sobre os funcionários.

COMENTÁRIO:

O contexto indica que antigamente as pessoas que trabalhavam na


biblioteca “respiravam” cultura e amavam o que faziam. Hoje, com a
biblioteca abandonada praticamente, a autora ironiza/critica a falta de
zelo dos funcionários atuais.

GABARITO: C.

FGV – MPE/MS – ANALISTA (ADM) – 2013

Consumo impróprio?

1º§ Não existe, provavelmente porque seria inútil, um


levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de
drogas no Brasil.
2º§ A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso
em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a
internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for
apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo
excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a
sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece
ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
3º§ Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a
quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma:
apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto
escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada
mais simples. 03265357481

4º§ Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa


recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos
com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de
cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na
arraia-miúda.
5º§ O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos
viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro,
um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação
obrigatória para desintoxicação.
6º§ Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser
a distinção entre o vício e o crime – e certamente o grande risco é tratar
o viciado como traficante – o que pode acabar por levá lo mesmo para o

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tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de
transformar usuários em bandidos.
7º§ E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por
uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do
plantio de maconha para uso próprio.
8º§ Se vingar, vai criar um trabalhão para a polícia: como garantir
que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo
impróprio?

(Luiz Garcia, O Globo, 28/12/2012)

290- Muitas afirmações do texto se localizam no terreno do provável.

Assinale a que foge a esse padrão.

(A) “Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento


sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no
Brasil”.
(B) “Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a
distinção entre o vício e o crime”.
(C) “O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre
viciados e traficantes”.
(D) “Pesquisa recente mostrou que num período de um ano e meio, 66%
dos presos com drogas eram réus primários...”.
(E) “O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados,
poderá ganhar impulso...”.

COMENTÁRIO:

Observe as passagens que indicam probabilidade:

(A) “Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento


sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no
Brasil”.
(B) “Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a
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distinção entre o vício e o crime”.


(C) “O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre
viciados e traficantes”.
(E) “O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados,
poderá ganhar impulso...”.

GABARITO: D.

291- O segundo parágrafo do texto fala da proposta legal mais recente


sobre as drogas. Sobre essa proposta, segundo o conteúdo desse
parágrafo, assinale a afirmativa inadequada.

(A) A proposta não desfruta de um apoio generalizado.

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(B) O rigor excessivo se refere à internação compulsória.
(C) A dificuldade de distinguir viciados e traficantes deve prejudicar a
aplicação da lei.
(D) A sociedade deseja, aparentemente, que os viciados sejam internados
para tratamento.
(E) Os opositores da lei são mais numerosos que seus defensores.

COMENTÁRIO:

Vejamos os trechos do 2º§ que corroboram as afirmações:

(A) A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso em
fevereiro, tem defensores e críticos.
(B) Se transformada em lei, criará a internação compulsória em
comunidades terapêuticas para quem for apanhado com drogas. Alguns
adversários acham que é castigo excessivo.
(C) O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre
viciados e traficantes.
(D) os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade
deseja, mas não há provas disso.
(E) Em nenhum momento o parágrafo determina a quantidade de pessoas
que defendem ou se opõem à lei, por isso a afirmação de que “os
opositores da lei são mais numerosos que seus defensores” não procede.

GABARITO: E.

292- “Os números da repressão são pouco animadores”. Essa frase inicial
do quarto parágrafo nos faz inferir da leitura que esses números seriam
animadores caso

(A) o número de presos fosse bem menor.


(B) a repressão pegasse também pessoas de camadas sociais mais altas.
(C) os presos não fossem réus primários, mas procurados pela justiça.
(D) a arraia miúda estivesse livre do vício das drogas.
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(E) os presos portassem outras drogas além de maconha.

COMENTÁRIO:

4º§ Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa


recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos
com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de
cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na
arraia-miúda.

(A) Se são pouco animadores, não faz sentido dizer que esses números
seriam animadores caso o número de presos fosse bem menor.

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(B) Observe, no fim do parágrafo, que “a repressão está concentrada na
arraia-miúda”. Portanto, podemos dizer que faz sentido dizer que esses
números seriam animadores caso a repressão pegasse também pessoas
de camadas sociais mais altas.
(C) O contexto está relacionado a presos com drogas, e não a procurados
pela justiça.
(D) Se a arraia miúda estivesse livre do vício das drogas, os números
seriam ainda menores, pois haveria pouca repressão.
(E) A questão central do parágrafo diz respeito ao número de pessoas que
sofrem (ou não) repressão, nada se fala, nem se pode inferir da leitura
que esses números seriam animadores caso os presos portassem outras
drogas além de maconha.

GABARITO: B.

293- “Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa


recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos
com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de
cem gramas de maconha”.

O fato de os presos portarem menos de 100 gramas de maconha indica


que

(A) eram somente viciados e não traficantes.


(B) eram traficantes que atendiam as camadas pobres.
(C) eram traficantes de pouca importância.
(D) eram traficantes que se disfarçavam de viciados.
(E) eram viciados que também traficavam.

COMENTÁRIO:

Como a quantidade é pouca, inferimos que não eram traficantes, que


certamente carregariam mais, para mais faturar. Portanto, concluímos
que só pode referir-se a usuários, que, normalmente, carregam pouca
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droga.

GABARITO: A.

A repressão não seria uma forma mais simples de diminuir o


problema das drogas?

É necessário tratar a questão de forma equilibrada, ou seja,


reduzindo tanto a oferta por parte do traficante (mediante a repressão)
quanto a procura por parte do usuário (mediante a prevenção). Uma
repressão efetiva deve atingir a economia do crime organizado
transnacional, ou seja, aquelas especiais associações delinquentes que
não obedecem a limitações de fronteiras.

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Quanto à prevenção, ela é fundamental, pois envolve qualquer
atividade voltada para a diminuição da procura da droga. Da mesma
maneira, é muito importante que haja uma diminuição dos prejuízos
relacionados ao uso de drogas.

294- Sobre a pergunta inicial do texto – “A repressão não seria uma


forma mais simples de diminuir o problema das drogas?”, é correto
afirmar que

(A) é respondida afirmativamente e sem ressalvas pelo entrevistado.


(B) não é respondida na progressão do texto, mostrando a estratégia de
“fuga do assunto”.
(C) é negada pelo entrevistado, que acredita mais na prevenção.
(D) é parcialmente aceita pelo entrevistado, mas em conjunto com outras
medidas.
(E) é criticada pelo entrevistado como medida anacrônica.

COMENTÁRIO:

(A) O entrevistado não concorda integralmente com a afirmação contida


na pergunta.
(B) O entrevistado não foge do assunto, mas dá uma resposta à pergunta
formulada.
(C) O entrevistado não nega a repressão, a ponto de anulá-la.
(D) Perfeita a afirmação autoexplicativa. Isso fica claro logo no primeiro
período: É necessário tratar a questão de forma equilibrada, ou seja,
reduzindo tanto a oferta por parte do traficante (mediante a repressão)
quanto a procura por parte do usuário (mediante a prevenção).
(E) O entrevistado não critica a medida de repressão, tampouco diz que
ela é obsoleta ou ultrapassada.

GABARITO: D.

295- “A repressão não seria uma forma mais simples de diminuir o


03265357481

problema das drogas?”

Nessa pergunta inicial há uma série de inferências possíveis, entre as


quais não se encontra:

(A) as drogas são um problema na sociedade atual.


(B) a repressão é somente uma das formas de atuar contra as drogas.
(C) há dúvidas quanto à melhor maneira de atuar no combate às drogas.
(D) acabar definitivamente com o problema das drogas parece tarefa
impossível.
(E) as autoridades policiais deveriam ter a responsabilidade maior no
combate às drogas.

COMENTÁRIO:

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Inferir é deduzir. Podemos deduzir por meio de informações


subentendidas na própria frase.

(A) Uma vez que está embutida na pergunta uma discussão acerca do
“problema das drogas”, concluímos que as drogas são um problema na
sociedade atual.
(B) Se a repressão seria uma forma mais simples de diminuir o problema
das drogas, é sinal de que a repressão é somente uma das formas de
atuar contra as drogas.
(C) A dúvida quanto à melhor maneira de atuar no combate às drogas é
gerada pela forma verbal de futuro do pretérito (seria), que indica
suposição.
(D) A pergunta fala sobre “diminuição” do problema, portanto o próprio
entrevistador pressupõe que não haja “eliminação” do problema.
(E) A frase nada fala sobre autoridades policiais, tampouco sugere que
elas deveriam ter a responsabilidade maior no combate às drogas.

GABARITO: E.

Não seria mais fácil simplesmente impedir que os jovens tenham


acesso às drogas?

Se um jovem quiser experimentar drogas, vai sempre encontrar


alguém que possa fornecê-las. Ainda que pudéssemos contar com todos
os esforços policiais disponíveis, seria muito difícil o controle tanto da
produção clandestina quanto da entrada de drogas ilegais em um país.
Medidas para reduzir a oferta podem ser postas em prática, mas nunca
teremos uma sociedade sem drogas.
De uma maneira geral, a experimentação de substâncias ilegais
costuma ocorrer na metade ou no final da adolescência. Entre os jovens
que experimentam drogas ilegais, a maioria entra em contato com o
produto por meio de amigos. A maconha é a droga ilegal utilizada com
mais frequência. Por outro lado, os jovens sempre podem dar um jeito
para obter drogas legais como álcool e solventes (cola, éter, benzina).
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Embora existam leis proibindo a venda dessas substâncias a menores de


idade, deve haver respeito às normas, como exercício de cidadania.

296- No último parágrafo do texto III, há um conjunto de informações


sobre drogas relacionadas a jovens. Lendo essas informações, os pais dos
jovens devem, obrigatoriamente

(A) selecionar os amigos que acompanham seus filhos.


(B) relaxar a vigilância após a idade de 21 anos.
(C) exigir a presença da polícia em todos os bares.
(D) confirmar a presença de normas escritas em todos os postos de
venda de bebidas.

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(E) reduzir a idade considerada de maioridade para que aumente a
responsabilidade dos jovens.

COMENTÁRIO:

De uma maneira geral, a experimentação de substâncias ilegais costuma


ocorrer na metade ou no final da adolescência. Entre os jovens que
experimentam drogas ilegais, a maioria entra em contato com o produto
por meio de amigos. A maconha é a droga ilegal utilizada com mais
frequência. Por outro lado, os jovens sempre podem dar um jeito para
obter drogas legais como álcool e solventes (cola, éter, benzina). Embora
existam leis proibindo a venda dessas substâncias a menores de idade,
deve haver respeito às normas, como exercício de cidadania.

A partir do trecho sublinhado, podemos afirmar que os pais dos jovens


devem, obrigatoriamente, selecionar os amigos que acompanham seus
filhos.

GABARITO: A.

297- Assinale a alternativa que apresenta a ideia que contraria o que foi
exposto nos textos II e III.

(A) Mesmo com a repressão, as drogas nunca acabarão no meio social.


(B) A repressão e a prevenção devem estar presentes entre as medidas
de combate às drogas.
(C) Os pais podem colaborar ativamente para que os jovens não se
submetam ao vício das drogas.
(D) A maconha é a etapa inicial no caminho do vício das drogas.
(E) As drogas legais não viciam os jovens, daí sua menor periculosidade.

COMENTÁRIO:

Todas as afirmações das alternativas são facilmente corroboradas pelos


conteúdos de ambos os textos, exceto a última, que diz “As drogas legais
03265357481

não viciam os jovens, daí sua menor periculosidade”. Tal afirmação


contraria absurdamente o texto III. Veja um fragmento do texto III sobre
drogas legais: Por outro lado, os jovens sempre podem dar um jeito para
obter drogas legais como álcool e solventes (cola, éter, benzina).

GABARITO: E.

FGV – MPE/MS – TÉCNICO (ADM) – 2013

A Nova Praga

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Não é preciso ter assistido nem à primeira aula de Latim – no
tempo em que existia em nossas escolas essa disciplina, cuja ausência foi
um desastre para o aprendizado da Língua Portuguesa – para saber que o
étimo de nosso substantivo areia é o latim "arena". E, se qualquer pessoa
sabe disso até por um instinto primário, é curioso, para usar um termo
educado, como nossos locutores e comentaristas de futebol, debruçados
sobre um gramado verde-verdinho, chamam-no de "arena", numa
impropriedade gritante.
Nero dava boas gargalhadas, num comportamento que já trazia
latente a sua loucura final, quando via os cristãos lutando contra os leões
na arena. Nesse caso, se havia rictus de loucura na face do imperador,
pelo menos o termo era totalmente apropriado: o chão da luta dramática
entre homem e fera era de areia. Está aí para prová-lo até hoje o Coliseu.
(....) Mas – ora bolas! –, se o chão é de relva verdejante, é
rigorosamente impróprio chamar de “arena” nossos campos de futebol,
como fazem hoje. O diabo é que erros infelizmente costumam se espalhar
como uma peste, e nem será exagero dizer que, neste caso, o equívoco
vem sendo tão contagioso como a peste negra que, em números
redondos, matou 50 milhões de pessoas na Europa e na Índia no século
XIV. E os nossos pobres ouvidos têm sido obrigados a aturar os nossos
profissionais que transmitem espetáculos esportivos se referirem à arena
daqui, à arena de lá, à arena não sei de onde. Assim, já são dezenas de
arenas por esse Brasilzão. O velho linguista e filólogo mineiro Aires da
Mata Machado Filho (1909-1985), a cujo livro mais conhecido peço
emprestado o título deste pequeno artigo, deve estar se revirando no
túmulo diante da violência de tal impropriedade. O bom Alves era cego,
ou quase isso, mas via como ninguém os crimes cometidos contra o
idioma.

(Marcos de Castro. www.observatoriodaimprensa.com.br)

298- No final do primeiro parágrafo, o autor do texto fala de "uma


impropriedade" gritante dos locutores que é a de chamar "arena" a um
campo de futebol. Tal emprego é uma impropriedade porque
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(A) o campo de futebol é coberto de grama e não de areia.


(B) o campo de futebol não é local de lutas de gladiadores.
(C) a designação de "arena" é antiga e não se aplica aos estádios de hoje.
(D) as cores da grama e da areia são bastante diferentes.
(E) nos dias de hoje não há mais o ensino de Latim nas escolas.

COMENTÁRIO:

Como o autor do texto diz que “arena” é um vocábulo latino do qual


derivou nossa palavra “areia”, é uma impropriedade chamar um campo
gramado de arena, pois o gramado é de grama, e não de areia.

As demais opções não encontram respaldo no texto, exceto a letra A.

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GABARITO: A.

299- No primeiro parágrafo, o autor do texto diz que é "curioso" o


emprego do vocábulo "arena" feito por alguns locutores esportivos e
declara que emprega esse termo por educação. Caso não quisesse ser
educado, o termo empregado poderia ser:

(A) inadequado
(B) ultrapassado
(C) ignorante
(D) cômico
(E) interessante

COMENTÁRIO:

O termo ideal seria “ignorante”, caso ele não quisesse ser educado com
os que chamam os gramados de arenas. Afinal, ignorante é aquele que
não tem conhecimento sobre algo.

GABARITO: C.

300- O segundo parágrafo do texto fala do imperador romano Nero, que


acabou louco e incendiando Roma. Sua presença no texto, porém, tem a
finalidade textual de

(A) criticar a loucura dos comentaristas e locutores esportivos.


(B) opor o uso de um vocábulo a um uso inadequado.
(C) mostrar que a origem do termo “arena” é muito antiga.
(D) demonstrar que, em Roma, havia cuidado com o emprego das
palavras.
(E) indicar que no Latim o vocábulo “arena” só significava “areia”.

COMENTÁRIO: 03265357481

O próprio contexto (Nesse caso, se havia rictus de loucura na face do


imperador, pelo menos o termo era totalmente apropriado: o chão da luta
dramática entre homem e fera era de areia) indica que o autor usou Nero
apenas para fazer um contraponto entre sua loucura e o fato de o
vocábulo “arena” ser usado adequadamente nos tempos dele, mas
inadequadamente hoje em dia.

GABARITO: B.

301- “Nero dava boas gargalhadas, num comportamento que já trazia


latente a sua loucura final, quando via os cristãos lutando contra os leões
na arena”.

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O segmento sublinhado nos diz que Nero

(A) ria diante da morte, o que mostrava a presença da loucura futura.


(B) procedia de forma insana ao condenar os cristãos à morte.
(C) mostrava por rir alto em público que já não estava em seu juízo
perfeito.
(D) prometia, por sua louca atitude, livrar Roma dos cristãos.
(E) se comportava de modo que todos o consideravam louco.

COMENTÁRIO:

Rir diante da morte é um comportamento de pessoas insanas (loucas). No


fragmento destacado, há um indício de que ele estava ficando louco no
fim da vida. Portanto, a única afirmação que está de acordo com essa
interpretação é a da letra A: Nero ria diante da morte, o que mostrava a
presença da loucura futura.

As demais afirmações não têm fundamento. No entanto, não consigo ver


erro na afirmação da letra C. Questão polêmica...

GABARITO: A.

302- “...mas via como ninguém os crimes cometidos contra o idioma”. No


caso de nosso texto, o “crime” cometido contra o idioma é o de

(A) criar-se uma palavra nova com o mesmo significado de outra já


existente.
(B) adotar-se uma palavra estrangeira em lugar de uma portuguesa.
(C) preferir-se uma forma gráfica estranha à língua portuguesa.
(D) usar-se um vocábulo cujo significado fica incoerente num novo
contexto.
(E) empregar-se um vocábulo de forma gramaticalmente incorreta.

COMENTÁRIO: 03265357481

Pela leitura do texto, fica claro que o “crime” cometido contra o idioma é
o de usar-se um vocábulo (arena, relativo à areia) cujo significado fica
incoerente num novo contexto (campos gramados). Ou seja, o uso de
uma palavra num contexto impróprio gera impropriedade vocabular, isso
constitui um crime do ponto de vista do filólogo Aires da Mata.

GABARITO: D.

303- O texto lido pode ser adequadamente classificado como

(A) descritivo, já que mostra algumas características de um vocábulo.


(B) narrativo, pois indica o significado de uma palavra através dos
tempos.

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(C) informativo, visto que traz novidades sobre a língua portuguesa.
(D) publicitário, porque divulga um novo livro republicado.
(E) argumentativo, pois defende uma ideia com argumentos.

COMENTÁRIO:

O texto é dissertativo-argumentativo, pois apresenta introdução,


desenvolvimento e conclusão, expondo um assunto de modo subjetivo.
Observe que o texto argumentativo sempre apresenta uma tese
defendida por argumentos. No caso, o autor defende o bom uso das
palavras da língua. Para isso apresenta o uso errado da palavra “arena”
por parte de locutores esportivos e justifica, com explicações
etimológicas, o porquê da impropriedade vocabular ao longo do texto.

GABARITO: E.

304- O título dado ao artigo é “A nova praga”. Assinale a alternativa que


indica a razão do título.

(A) O nome de um antigo livro de Língua Portuguesa que defendia a


língua portuguesa de algumas “pragas”, como a citada no texto.
(B) O significado da palavra “praga” como um mal a ser combatido por
locutores e comentaristas esportivos.
(C) O aparecimento de um novo vocábulo mal empregado pela mídia, que
se espalha como uma praga entre os usuários da língua.
(D) O emprego inadequado de uma palavra que, em sua origem latina, já
trazia marcas de inadequação, conservada em língua portuguesa.
(E) O nome de um livro de um amigo do autor do texto, que já tratava do
mau emprego do vocábulo “arena”.

COMENTÁRIO:

O próprio texto dá claramente a resposta ao pedido do enunciado. Veja:


03265357481

O velho linguista e filólogo mineiro Aires da Mata Machado Filho (1909-


1985), a cujo livro mais conhecido peço emprestado o título deste
pequeno artigo, deve estar se revirando no túmulo diante da violência de
tal impropriedade.

GABARITO: A.

FGV - FUNARTE - ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO – 2014

Brasileiro, Homem do Amanhã

(Paulo Mendes Campos)

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Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar
que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até
demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar
um jeito; a capacidade de adiar.
A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida,
no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora,
sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para
isso.
Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo
(nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não
é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental.
Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é
um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e
surpreendente raça brasileira.
Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são:
nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível,
também adiada).
Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório,
do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa
frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado:
proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as
palavras: logo à tarde, só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do
Carnaval; no ano que vem.
Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se
confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o
encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a
conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma
agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o
conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a
festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o
amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós.
Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou
trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil.
Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do
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Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não


permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares de
Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente
brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Como se vê, nem os românticos
aceitavam morrer hoje, postulando a Deus prazos mais confortáveis.
Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo
modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no
Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com um furor
disciplinado, o espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o
pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida.
O brasileiro adia, logo existe.
A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante
delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. A verdade é que já está nos
manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído

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numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume
algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra. Entre
poucos endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações
culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico:

Palavras
Hier: ontem
Aujourd’hui: hoje
Demain: amanhã
A única palavra importante é “amanhã”.
Ora, este francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio
para a semana que vem.

305- Sobre a organização desse texto, pode-se afirmar que sua estrutura:

(A) se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas,


embora somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente
séria;
(B) destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno,
valorizando mesmo os aspectos negativos nelas contidos;
(C) cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é
indicada como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida;
(D) alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas,
por ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários;
(E) concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente,
atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida.

COMENTÁRIO:

Vejamos uma por uma:

(A) O erro desta alternativa está em dizer que a abordagem é “séria”,


quando na verdade é nítido que o autor o tempo todo usa um tom irônico
para falar da peculiaridade brasileira de adiar.
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(B) O erro desta alternativa está em dizer que se destacam duas


peculiaridades brasileiras, dentre outras, quando na verdade o texto só
aponta duas e o destaque é dado a apenas uma delas.

(C) O erro desta alternativa está em dizer que a nossa marca exclusiva é
o atraso, quando na verdade o texto diz que há duas marcas: o jeitinho e
o adiamento.

(D) O erro desta alternativa está em dizer que uma das marcas brasileiras
faz parte de nossos movimentos literários, quando na verdade o texto só
ilustra que uma das marcas já foi mencionada por escritores brasileiros, o
que não exclui obrigatoriamente a segunda marca não destacada no
texto, a saber: o jeitinho brasileiro.

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(E) Tal afirmação é a mais coerente com o texto, pois, apesar de o autor
evocar duas características bem brasileiras (o jeitinho e o adiamento), o
texto focaliza a atenção do leitor na peculiaridade do adiamento; nisso, a
ideia do jeitinho brasileiro é diluída ao longo do texto, afinal, o adiamento
é uma forma de jeitinho brasileiro.

GABARITO: E.

306- O cronista nos diz, ao início do texto, que “o Brasil é o único país
brasileiro de todo o mundo”; com essa frase, o cronista quer dizer que
nosso país:

(A) mostra características peculiares e únicas;


(B) demonstra mais originalidade que os demais países;
(C) transforma defeitos em qualidades;
(D) possui mais bom humor que os países tradicionais;
(E) contém uma energia nova bastante original.

COMENTÁRIO:

Ao dizer que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo, isso


significa que, de todos os países do mundo, o nosso é o único que tem
duas peculiaridades: o “jeitinho” e o ato de adiar as coisas... Portanto, a
alternativa A está correta!

GABARITO: A.

307- A frase de Oscar Wilde e Mark Twain – nunca se fazer amanhã


aquilo que se pode fazer depois de amanhã – constrói seu humorismo:

(A) no exagero da situação;


(B) no jogo de palavras;
(C) na quebra de uma expectativa; 03265357481

(D) na incoerência das expressões;


(E) na originalidade da construção.

COMENTÁRIO:

Realmente há uma quebra de expectativa na frase de Oscar Wilde e Mark


Twain, pois, quando se diz nunca se fazer amanhã, o que se espera na
continuação da frase é aquilo que se pode fazer hoje. Ou seja, nunca se
fazer amanhã aquilo que se pode fazer hoje. NO ENTANTO, os autores
quebram essa expectativa na frase, pois, em vez de falarem nunca se
fazer amanhã aquilo que se pode fazer hoje, falaram nunca se fazer
amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã.

GABARITO: C.

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308- O texto da crônica mostra, em sua estruturação, um contínuo tom


irônico. O segmento abaixo que foge a essa regra é:

(A) “Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que
o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais”;
(B) “Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um
jeito; a capacidade de adiar”;
(C) “A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida,
no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora,
sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para
isso”;
(D) “Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade:
é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e
surpreendente raça brasileira”;
(E) “Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório,
do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa
frente um foco luminoso intenso”.

COMENTÁRIO:

Vejamos uma por uma (sublinhei os trechos irônicos, que, por sinal, são
bem subjetivos, o que torna a questão polêmica). A única opção que não
apresenta tom jocoso explícito é a letra E, por isso é o gabarito.

(A) “Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que
o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais”;
(B) “Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um
jeito; a capacidade de adiar”;
(C) “A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida,
no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora,
sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para
isso”;
(D) “Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade:
é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e
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surpreendente raça brasileira”;


(E) “Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório,
do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa
frente um foco luminoso intenso”.

GABARITO: E.

309- Entre as definições do gênero crônica abaixo transcritas, aquela que


se refere mais adequadamente ao texto desta prova é:

(A) compilação de fatos históricos;


(B) prosa ficcional apoiada em fatos recentes;
(C) representação genealógica de uma família tida por nobre;

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(D) coluna de periódicos, dedicada a comentários, opiniões;
(E) texto literário breve, de trama pouco definida.

COMENTÁRIO:

O texto Brasileiro, Homem do Amanhã é uma crônica porque se trata de


uma breve narrativa sobre temas cotidianos, com o objetivo de comentar,
criticar e expor opiniões sobre determinado assunto. Por isso podemos
dizer que esse texto de Paulo Mendes Campos é uma coluna de jornal, ou
seja, um gênero textual destinado a comentar temas prosaicos. Portanto,
a única opção correta é a letra D.

GABARITO: D.

310- “O resto eu adio para a semana que vem”. Essa frase final do texto:

(A) confirma uma das marcas de brasilidade;


(B) promete a continuidade do assunto para a próxima crônica;
(C) evita comentários sobre temas inoportunos;
(D) demonstra que outros temas possuem menos importância;
(E) comprova que as crônicas não podem ser demasiadamente extensas.

COMENTÁRIO:

Ao dizer que adiaria o resto para a semana que vem, sendo o autor
brasileiro, ele só conclui/confirma o que falou no texto inteiro, ou seja,
deixa clara uma das marcas de brasilidade: a capacidade de adiar!

GABARITO: A.

311- "Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o


dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto
de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico,
a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven,
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o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a


China, tudo".

A característica de tudo adiar alcança todos os setores da vida. A


alternativa em que o exemplo dado NÃO corresponde à área indicada é:

(A) compromissos sociais: o encontro / a conversa séria;


(B) deveres cidadãos: o pagamento do imposto de renda / a visita de
pêsames;
(C) lazer: as férias / o concerto de Beethoven;
(D) necessidades políticas: a reforma agrária / as relações com a China;
(E) proteção pessoal: o seguro de vida / o exame médico.

COMENTÁRIO:

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Vejamos uma por uma:

(A) São “compromissos sociais” o encontro e a conversa séria.

(B) “A visita de pêsames” não faz parte dos deveres de um cidadão,


apenas é “o pagamento do imposto de renda”.

(C) Fazem parte da ideia de “lazer” as férias e o concerto de Beethoven.

(D) São “necessidades políticas” a reforma agrária e as relações com a


China.

(E) Fazem parte da ideia de “proteção pessoal” o seguro de vida e o


exame médico.

GABARITO: B.

312- “Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje, postulando


a Deus prazos mais confortáveis”.

Infere-se desse segmento do texto que os românticos:

(A) apresentavam tendências religiosas;


(B) desejavam adiar também a morte;
(C) tinham a morte como tema frequente;
(D) mostravam horror à morte;
(E) adiavam a morte e o amor.

COMENTÁRIO:

Para mim, mais uma questão mal formulada da FGV! Apesar de o gabarito
ser C, nada me tira da cabeça que deveria ser B, pois até aceitavam
morrer hoje, mas procuravam postular a Deus prazos mais confortáveis.
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GABARITO: C.

313- “...na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir
que morra sem que volte para lá, isto é, para cá”.

Nesse segmento, a expressão “isto é” tem a função de:

(A) acrescentar uma informação que confirma algo dito anteriormente;


(B) apresentar uma informação que contrasta com outra anterior;
(C) corrigir uma informação já passada;
(D) explicar uma informação anteriormente dada;
(E) expressar uma oposição parcial a uma informação dada antes.

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COMENTÁRIO:

Por definição, a expressão “isto é” tem sempre o objetivo de explicar algo


mencionado anteriormente.

Não sei se você se lembra do verso original, mas o autor do poema


estava exilado quando diz: “não permita Deus que eu morra sem que
volte para lá”. Como o autor da crônica estava falando do Brasil e no
Brasil, o trecho “para lá, isto é, para cá” da frase “não permitir que morra
sem que volte para lá, isto é, para cá” tem o objetivo de explicar que o
“lá” é o “cá”, ou seja, o Brasil, a terra natal do poeta Gonçalves Dias. Por
isso, a única opção correta é a D.

GABARITO: D.

314- “Brasileiro até demais”. Com essa frase, colocada logo ao início do
texto, o cronista quer dizer que:

(A) os brasileiros amam exageradamente seu país;


(B) as marcas de brasilidade são bastante acentuadas;
(C) os problemas brasileiros se universalizam;
(D) o patriotismo é uma marca dos brasileiros;
(E) os brasileiros ultrapassam seus direitos legais.

COMENTÁRIO:

O contexto no qual a frase “Brasileiro até demais” está colocada indica


que o brasileiro tem as marcas de brasilidade (a capacidade de dar um
“jeitinho” e de adiar as coisas) bastante acentuadas, por isso ele é
brasileiro até demais. A única opção correta, portanto, é a letra B.

GABARITO: B.

O JEITINHO BRASILEIRO
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(Roberto da Matta)

O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção?


Se a regra transgredida não causa prejuízo, temos o “jeitinho”
positivo e, direi eu, ético. Por exemplo: estou tranquilo na fila, chega uma
senhora que parece preocupada, precisando pagar sua conta que vence
aquele dia e pede para passar na frente. Não há o que reclamar dessa
forma de “jeitinho”, que permaneceria universal porque poderia ocorrer
na maioria dos países conhecidos, exceto talvez na Alemanha ou na
Suíça, onde um trem sai às 14:57! E sai mesmo: eu fiz o teste.
A questão sociológica que o “jeitinho” apresenta, porém, é outra.
Ela mostra uma relação ruim com a lei geral, com a norma desenhada
para todos os cidadãos, com o pressuposto que essa regra universal

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produz legalidade e cidadania! Eu pago meus impostos integralmente e
por isso posso exigir dos funcionários públicos do meu país. Tenho o
direito — como cidadão — de tomar conta da Biblioteca Nacional, que
também é minha. Agora, se eu dou um jeito nos meus impostos porque o
delegado da receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista
grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção.

315- Diante da pergunta que lhe foi feita, o sociólogo Roberto da Matta
partiu da seguinte estratégia:

(A) esclarecer previamente os sentidos do vocábulo “jeitinho”;


(B) retirar os preconceitos contra essa marca de brasilidade;
(C) responder à pergunta com outro questionamento;
(D) atribuir à pergunta uma forma intencionalmente maldosa;
(E) questionar o que se denomina “corrupção”.

COMENTÁRIO:

O sociólogo respondeu à pergunta sobre o “jeitinho”, esclarecendo tal


característica típica do brasileiro de duas formas: existe o “jeitinho”
positivo (ético) e o “jeitinho” negativo (antiético). A única opção que
corrobora isso é a letra A.

GABARITO: A.

316- Ao citar o horário do trem na Alemanha e na Suíça, o autor do texto


quer dizer que, nesses países:

(A) as regras mudam as situações;


(B) as regras são discutidas pelos cidadãos;
(C) regras são regras e vice-versa;
(D) as regras são adaptadas às situações;
(E) as regras não são aceitas universalmente.
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COMENTÁRIO:

O objetivo do autor é mostrar que não há “jeitinho”, ou seja, que as


regras são regras e devem ser (e são) seguidas! Por isso, a única opção
correta é a C.

GABARITO: C.

317- O texto fala de “uma relação ruim com a lei geral” porque essa lei:

(A) é criada sem o consenso dos cidadãos;


(B) é produzida de forma a atender a interesses de classe;
(C) não possui legalidade ou cidadania;
(D) não traz implícitos os meios de fiscalização;

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(E) é desconhecida pela grande maioria dos brasileiros.

COMENTÁRIO:

A relação ruim com a lei geral é a relação do brasileiro com a lei que rege
todos os cidadãos, por causa do seu “jeitinho” peculiar. Logo, essa lei não
possui legalidade ou cidadania, porque a maioria dos brasileiros a
despreza. Por isso, a única opção mais adequada é a C.

GABARITO: C.

318- “Eu pago meus impostos integralmente e por isso posso exigir dos
funcionários públicos do meu país”. Em outras palavras, pode-se dizer
que:

(A) direitos geram deveres;


(B) leis, quando justas, devem ser obedecidas;
(C) deveres criam direitos que ultrapassam a lei;
(D) cumprimento das leis cria direitos;
(E) leis estabelecem deveres, mas não direitos.

COMENTÁRIO:

“Eu pago meus impostos integralmente (cumprimento das leis) e por isso
posso exigir dos funcionários públicos do meu país (cria direitos)”.

A única opção que estabelece essa relação de causa (cumprimento das


leis) e efeito (direitos).

A única opção correta, portanto, é a D.

GABARITO: D.

FGV - COMPESA - ADMINISTRADOR – 2014


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Eu e ele

No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há


uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso
convívio não tem sido muito confortável. Ele produz um texto limpo, e é
só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e
depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em tabletes
até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas
com esferográfica, não havia processo de escrever que não deixasse
vestígio nos dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua
cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens
ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser

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trabalhadores braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós-
industriais. Com os dedos limpos.
Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que
ganhamos em asseio perdemos em autoridade. A um computador não se
olha de cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na
cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria,
mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe certas regras. Se
erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua
correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está
subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe. Que
ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo
programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de
escrever podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a
minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas não
tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos
por falta de coisa melhor, no momento.
Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento
é puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria
ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce. Agora
mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou:
“Tem certeza?”

(Luís Fernando Veríssimo)

319- “No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há
uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça.”

Está implícito nessa frase do texto que

(A) o envelhecimento de computadores é muito rápido.


(B) o preço dos computadores há alguns anos era bem mais baixo.
(C) a posse de um computador por pouco tempo nos dá ideia de nossa
velhice.
(D) os computadores tornam-se lentos com o passar do tempo.
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(E) o tempo de vida útil de um computador é mais longo a cada dia.

COMENTÁRIO:

Se o autor diz que o computador dele já deve ser uma carroça,


metaforicamente falando, uma vez que já é um computador velho e
desatualizado, consequentemente, só podemos afirmar que a letra A é a
resposta correta, pois está implícito nessa frase do texto que o
envelhecimento de computadores é muito rápido.

GABARITO: A.

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320- O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações
humanas.

Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa.

(A) “Ele nos olha na cara. Tela no olho.”


(B) “Já o computador impõe certas regras.”
(C) “Se erramos, ele nos avisa.”
(D) “Não diz ‘Burro!’.”
(E) “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está
subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe.”

COMENTÁRIO:

Para mim, esta questão foi mal formulada, por mais que o gabarito oficial
seja a letra D. Todas as frases das opções indicam a personificação do
computador. Provavelmente quem fez a questão pensou: se o
computador não diz “Burro!”, isso significa que ele não pode falar algo,
emitindo uma opinião sobre o usuário do computador, não tendo, assim,
característica humana. Acho isso uma forçação de barra, pois, para mim,
“não dizer algo” indica que se “pode dizer algo”, o que tornaria o
computador um ser personificado. Enfim... a questão é no mínimo
polêmica.

GABARITO: D.

321- O computador do cronista “já pode ser definido como uma carroça”
em função das seguintes características:

(A) sujeira / antiguidade.


(B) antiguidade / lentidão.
(C) lentidão / anacronismo.
(D) anacronismo / abnegação.
(E) abnegação / sujeira. 03265357481

COMENTÁRIO:

A ideia de “carroça” remete a lentidão e algo ultrapassado (anacronismo),


logo o computador do autor tem essas características. Sendo assim, a
única opção correta é a C.

GABARITO: C.

322- Ao dizer que “ficamos pós-industriais”, o cronista nos caracteriza por


meio da seguinte marca:

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(A) um rápido crescimento do setor de industrial, em oposição ao de
serviços.
(B) um aumento da tecnologia de informação.
(C) uma forte tendência para a luta trabalhista.
(D) a produção e demanda por serviços e a evolução do acesso à
informação.
(E) o avanço na área dos direitos trabalhistas.

COMENTÁRIO:

O contexto de onde o segmento “ficamos pós-industriais” foi retirado


indica que tal expressão (“pós-industriais”) nos caracteriza como não
mais aqueles trabalhadores de antigamente, que sujavam as mãos, que
tinham de produzir em larga escala, cheio de dificuldades trabalhistas,
enfim... ao dizer que ficamos pós-industriais, o autor nos caracteriza
como pessoas tecnológicas. A opção que mais se aproxima dessa reflexão
é a B.

GABARITO: B.

323- Segundo o texto, o computador

(A) não tem a mesma autoridade da máquina de escrever.


(B) tem a sinceridade de quem olha a tela no olho.
(C) é aparentemente mais inteligente do que qualquer um de nós.
(D) suporta os seres humanos por considerá-los melhores.
(E) debocha dos usuários por vê-los como máquinas ultrapassadas.

COMENTÁRIO:

(A) Tem mais autoridade que a máquina de escrever.

(B) Sendo o computador personificado, ele olha para o ser humano com a
sinceridade de quem olha a tela no olho. 03265357481

(C) Não é aparentemente, ele é REALMENTE mais inteligente.

(D) Na verdade, ele é melhor que os seres humanos.

(E) O texto nada fala sobre o computador debochar do ser humano


porque os vê como máquinas ultrapassadas.

GABARITO: B.

324- A pergunta final do computador tem a finalidade de

(A) desconfiar das intenções do cronista.

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(B) alertar o cronista para o atraso do envio.
(C) ironizar o valor da crônica a ser enviada.
(D) criticar a linguagem empregada na crônica.
(E) debochar da inteligência dos humanos.

COMENTÁRIO:

Como o autor conduz a crônica por meio da ironia, do humor, a única


opção adequada é a letra C, pois a pergunta do computador (“Tem
certeza?”) tem o objetivo de ironizar o valor da crônica a ser enviada,
uma vez que, ao longo do texto, o autor discorre sobre o computador e
ele, como se fossem ambos pessoas. É como se o computador
perguntasse literalmente se o autor tem o desejo de realmente enviar a
crônica.

GABARITO: C.

FGV - ALBA - AUDITOR – 2014

Sai a energia limpa, entra o pré--sal

Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já


inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro.
Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos
cidadãos comuns de nosso país.
Por um lado, o Brasil possui uma das matrizes elétricas
consideradas uma das mais limpas do mundo. Entre 80% e 90% da nossa
geração elétrica vêm de fontes renováveis. Segundo o Relatório de
Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – da Agência Nacional de
Águas – o país tem cerca de mil empreendimentos hidrelétricos, sendo
que mais de 400 deles são pequenas centrais hidrelétricas.
Por outro lado, se olharmos nossa matriz energética como um todo,
veremos que estamos muito longe de sermos exemplo na área de
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energias limpas.
Mais de 52% da energia que move o Brasil vêm do petróleo e seus
derivados, empurrando a energia hidrelétrica para um modesto terceiro
lugar, com apenas 13% do total, ficando também atrás da energia gerada
através da cana (álcool + biomassa, com 19,3%).
Se você vivia no país antes de 2007, deve ter lido ou ouvido falar
que o Estado brasileiro estava investindo pesadamente em
biocombustíveis e em fontes energéticas renováveis e limpas. Pelo
discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa do
terceiro milênio e um país exportador dessas tecnologias.
Mas em 2007, Deus – talvez por ser brasileiro – resolveu dar uma
mãozinha e nos deu de presente o pré-sal, rapidamente vendido (sem
trocadilhos) como a redenção de todos os nossos problemas. O que se viu

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a partir daí foi uma verdadeira batalha política entre os estados “com pré-
sal” e os estados “sem pré-sal” pelos royalties do tesouro recém-
descoberto.
A face menos perceptível desse fenômeno foi que, como mágica,
sumiram os projetos de desenvolvimento tecnológico e de inovação para
aprimoramento e popularização de fontes energéticas limpas.
(....) É muito triste constatar que vivemos em um país de discursos,
sem nenhum planejamento estratégico para a área de energia e, pior,
que o Brasil fez uma clara opção pelo caminho da poluição e da
ineficiência energética.
Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado
brasileiro tem feito sua parte para espantá-lo definitivamente. Mas, como
não há planejamento, faz isso como pode, rezando todos os dias – e com
muita fé – para que São Pedro mande o único antídoto que pode, de fato,
impedir que esse espectro da falta de planejamento provoque um colapso
energético no país: a chuva.

(José Roberto Borghetti e Antonio Ostrensky, O Globo, 27/03/2014)

325- “Vivemos um tempo em que o fantasma do apagão assombra o já


inseguro, pouco competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro.
Pouco a pouco esse fantasma começa também a assustar os incautos
cidadãos comuns de nosso país”.

Compreendemos, por esse segmento do texto, que

(A) a crise de energia pode prejudicar a nossa indústria e, em função


dela, a nossa vida cotidiana.
(B) o fantasma do apagão vai fazer com que o nosso parque industrial
fique inseguro e bamboleante.
(C) o fantasma da crise de energia amedronta o nosso setor industrial,
por ele já estar em momento delicado.
(D) a falta de energia vai provocar a nossa falta de competitividade no
setor industrial. 03265357481

(E) os nossos cidadãos comuns, já amedrontados por apagões anteriores,


passaram a ficar ainda mais temerosos.

COMENTÁRIO:

(A) O erro está em dizer que, em função do hipotético prejuízo da


indústria pelo hipotético fantasma do apagão, a crise de energia pode
prejudicar a nossa vida cotidiana. Tal relação de causa e consequência
inexiste, pois, independentemente de a indústria sair prejudicada pelo
fantasma do apagão, as pessoas também sairiam.

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(B) O trecho indica que o setor industrial já é inseguro e bamboleante, de
modo que não será o fantasma do apagão que fará com que o nosso
parque industrial fique inseguro e bamboleante.

(C) Compare o trecho original e o texto desta opção:

(1)o fantasma do apagão (2)assombra (3)o já inseguro, pouco


competitivo e bamboleante setor industrial brasileiro.

(1)o fantasma da crise de energia (2)amedronta (3)o nosso setor


industrial, por ele já estar em momento delicado.

(D) A afirmação desta alternativa não encontra retorno no trecho do


enunciado.

(E) A afirmação desta alternativa não encontra retorno no trecho do


enunciado.

GABARITO: C.

326- “Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado


brasileiro tem feito sua parte para espantá-lo definitivamente”.

Nesse segmento do último parágrafo do texto, o trecho sublinhado indica

(A) um real reconhecimento do esforço do Governo.


(B) uma concessão do autor a alguns acertos do Governo.
(C) um abrandamento de algumas críticas anteriores.
(D) uma ironia diante da realidade apresentada a seguir.
(E) uma crítica aos que vivem reprovando o Governo.

COMENTÁRIO:

Observe o tom altamente debochado, altamente irônico do autor, no


último parágrafo:
03265357481

Quanto ao fantasma do apagão, justiça seja feita, o Estado


brasileiro tem feito sua parte para espantá-lo definitivamente. Mas
(observe a partir de agora o deboche), como não há planejamento, faz
isso como pode, rezando todos os dias – e com muita fé – para que São
Pedro mande o único antídoto que pode, de fato, impedir que esse
espectro da falta de planejamento provoque um colapso energético no
país: a chuva.

A única opção que pode ser o gabarito é a D, portanto.

GABARITO: D.

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327- “Pelo discurso oficial, o Brasil se tornaria a potência energética limpa


do terceiro milênio”; “É muito triste constatar que vivemos em um país de
discursos”.

Nesses dois segmentos do texto, está presente a palavra “discurso”.

Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa correta.

(A) As duas ocorrências se referem à mesma realidade, ou seja,


realizações solenes de discursos proferidos por autoridades oficiais.
(B) A primeira ocorrência se refere a uma abstração, enquanto a segunda
se refere a palavras em solenidades, normalmente vazias.
(C) A segunda ocorrência está localizada em uma frase que representa a
consequência da primeira frase.
(D) A primeira ocorrência se refere a uma meta, que se tornou realidade,
pretendida pelo governo.
(E) As duas ocorrências mostram intensa carga crítica e irônica, já que se
referem a realidades nunca consideradas seriamente.

COMENTÁRIO:

Todas as opções apresentam afirmações incoerentes, e não corroboradas


pelas ideias contidas na palavra “discurso” e “discursos”, que,
respectivamente, significam: 1) texto falado ou escrito que apresenta
determinada pretensão e 2) palavras ao vento, retórica vazia, promessas
infundadas e mentirosas.

Por isso, a letra B é a opção que mais se aproxima dessa interpretação.

GABARITO: B.

328- Pela estrutura da frase que compõe o título dado ao texto, vê-se que
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(A) o pré-sal funciona como um degrau adiante no progresso energético.


(B) as frases mostram realidades que se encontram em antítese.
(C) o pré-sal contribuirá, e muito, para o projeto de energia limpa.
(D) a energia limpa só será plenamente obtida com a chegada do pré-sal.
(E) o pré-sal aparece como a modernidade da energia limpa.

COMENTÁRIO:

As ideias de “sair” e “entrar”, “energia limpa” e “pré-sal” são bem


antônimas, ou seja, são ideias em oposição. O objetivo do texto é mostrar
que o governo ignorou a energia limpa depois que descobriu o pré-sal:
Sai a energia limpa, entra o pré-sal.

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GABARITO: B.

329- Segundo o texto, a consequência negativa mais importante do


surgimento do pré-sal foi

(A) a cobiça internacional.


(B) a discussão política interna.
(C) a substituição da matriz energética.
(D) a perda das usinas hidrelétricas.
(E) o descaso pelos biocombustíveis.

COMENTÁRIO:

Segundo o próprio título do texto, a consequência negativa mais


importante do surgimento do pré-sal foi a substituição da matriz
energética: Sai a energia limpa, entra o pré-sal. Gabarito: C.

Consequentemente as demais alternativas estão incorretas! J

GABARITO: C.

FGV – DPE/RJ – TÉCNICO ESPECIALIZADO (ADM) – 2014

XÓPIS

Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Seus


antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na Inglaterra,
e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o Walter
Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente. Mas
foram os americanos que aperfeiçoaram a ideia de cidades fechadas e
controladas, à prova de poluição, pedintes, automóveis, variações
climáticas e todos os outros inconvenientes da rua. Cidades só de
calçadas, onde nunca chove, neva ou venta, dedicadas exclusivamente às
03265357481

compras e ao lazer – enfim, pequenos (ou enormes) templos de consumo


e conforto. Os xópis são civilizações à parte, cuja existência e o sucesso
dependem, acima de tudo, de não serem invadidas pelos males da rua.
Dentro dos xópis você pode lamentar a padronização de lojas e
grifes, que são as mesmas em todos, e a sensação de estar num
ambiente artificial, longe do mundo real, mas não pode deixar de
reconhecer que, se a americanização do planeta teve seu lado bom, foi a
criação desses bazares modernos, estes centros de conveniência com que
o Primeiro Mundo – ou pelo menos uma ilusão de Primeiro Mundo – se
espraia pelo mundo todo. Os xópis não são exclusivos, qualquer um pode
entrar num xópi nem que seja só para fugir do calor ou flanar entre as
suas vitrines, mas a apreensão causada por essas manifestações de
massa nas suas calçadas protegidas, os rolezinhos, soa como privilégio

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ameaçado. De um jeito ou de outro, a invasão planejada de xópis tem
algo de dessacralização. É a rua se infiltrando no falso Primeiro Mundo. A
perigosa rua, que vai acabar estragando a ilusão.
As invasões podem ser passageiras ou podem descambar para
violência e saques. Você pode considerar que elas são contra tudo que os
templos de consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra
civilização à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No
caso seria o choque de duas potências parecidas, na medida em que as
duas pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a
ver com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas
torcer. Eu ficaria com a mentira dos xópis.

(Veríssimo, O Globo, 26-01-2014.)

330- Não foram os americanos que inventaram o shopping center. Essa


frase inicial do texto

(A) mostra uma preocupação com a origem do termo shopping center.


(B) recebe um desmentido na progressão textual.
(C) tem explicação nas frases seguintes.
(D) anuncia o tema central do texto.
(E) antecipa algo cuja discussão será feita no último parágrafo.

COMENTÁRIO:

(A) Em nenhum momento o texto demonstra preocupação com a origem


da expressão.

(B) O texto não desmente a afirmação que inicia o texto, pois tal frase
não tem o objetivo de iniciar um texto provando que foram outros países
e culturas que deram início aos shoppings. O objetivo do texto, após essa
frase, é informar que os americanos, segundo o texto esclarece,
aperfeiçoaram a ideia já existente de lojas reunidas num mesmo lugar em
diferentes países e culturas. 03265357481

(C) A explicação da B confirma a afirmação dessa alternativa.

(D) O tema central do texto não é mostrar que os americanos não


inventaram o shopping center, e sim explicar sua origem, sua função
social e sua ameaça moderna, o rolezinho.

(E) A frase inicial do texto não antecipa a ideia citada no último


parágrafo, a saber: o rolezinho. Na verdade, nem dá para sequer
vislumbrar isso.

GABARITO: C.

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331- “Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, na
Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava, encantado, o
Walter Benjamin. Ou, se você quiser ir mais longe, os bazares do
Oriente”.

Esse segmento do primeiro parágrafo mostra que o autor do texto

(A) pretende dar uma informação precisa aos leitores.


(B) tenta mostrar, em sequência cronológica, os antecedentes do
shopping.
(C) valoriza os shoppings, ao relacioná-los a intelectuais de peso.
(D) situa a criação do shopping na Europa e na Ásia, simultaneamente.
(E) procura falar, de forma pouco científica, sobre a origem do shopping.

COMENTÁRIO:

O autor do texto tenta apenas mostrar que não foram os americanos que
inventaram a ideia do que hoje chamamos de shopping, e ele faz isso de
uma maneira bem descontraída, sem compromisso com a verdade
pautada em documentações ou algo do tipo. Logo, a afirmação que mais
se aproxima dessa reflexão com base no texto é a da letra E.

GABARITO: E.

332- Ao dizer que os shoppings são cidades “só de calçadas”, o autor do


texto quer expressar a ideia de que nos shoppings

(A) só há tráfego de veículos leves.


(B) os espaços entre as lojas são bastante amplos.
(C) o público pode andar em todos os espaços.
(D) os caminhos são sempre muito bem cuidados.
(E) todos os cidadãos podem entrar.

COMENTÁRIO: 03265357481

As calçadas nas ruas são o lugar onde as pessoas podem andar


livremente. Por isso, ao dizer que os shoppings são cidades “só de
calçadas”, o autor do texto quer expressar a ideia de que nos shoppings o
público pode andar em todos os espaços.

Simples assim!

GABARITO: C.

333- Segundo o autor do texto, os “rolezinhos” são movimentos que

(A) impedem que o Primeiro Mundo chegue até nós.


(B) demonstram o elitismo desses templos do consumo.

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(C) indicam que os privilégios não são mais aceitos.
(D) perturbam nossa ilusão de falso Primeiro Mundo.
(E) mostram a força dos movimentos sociais pela internet.

COMENTÁRIO:

Note que o autor vem construindo seu texto indicando que os shoppings
são uma parte do Primeiro Mundo, que neles (podemos inferir) temos
segurança e paz, no entanto os rolezinhos ameaçam justamente essa
ilusão. Portanto, a única alternativa que corrobora essa reflexão é a D, ou
seja, os “rolezinhos” são movimentos que perturbam nossa ilusão de falso
Primeiro Mundo.

GABARITO: D.

334- “O difícil seria escolher para qual das duas torcer”; com essa frase, o
autor do texto mostra que

(A) há valores importantes nas duas “potências”.


(B) não reconhece valor em nenhuma das forças.
(C) não gostaria de tomar partido.
(D) admite que as duas facções são igualmente fortes.
(E) constata que são forças radicalmente opostas.

COMENTÁRIO:

Reveja o contexto:

Você pode considerar que elas são contra tudo que os templos de
consumo representam ou pode vê-las como o ataque de outra civilização
à parte, a da irmandade da internet, à civilização dos xópis. No caso seria
o choque de duas potências parecidas, na medida em que as duas
pertencem a um primeiro mundo de mentira que não tem muito a ver
com a nossa realidade. O difícil seria escolher para qual das duas torcer.
03265357481

Eu ficaria com a mentira dos xópis.

Note que o autor do texto despreza ou não vê relevância em nenhuma


das duas potências (a civilização dos xópis e a irmandade da internet).
Por isso se pode afirmar que, ao dizer que o difícil seria escolher para qual
das duas torcer, ele reconhece que não existe valor em nenhuma das
“potências”.

GABARITO: B.

335- O texto de Veríssimo pode ser definido mais adequadamente como

(A) uma análise sociológica de um movimento contemporâneo.


(B) uma apreciação filosófica sobre aspectos da vida moderna.

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(C) um comentário bem humorado sobre um fato social.
(D) uma crítica ao elitismo e consumismo de nossa sociedade.
(E) um alerta contra o agravamento de tensões sociais.

COMENTÁRIO:

Como se trata de uma crônica, ou seja, um texto cercado de comentários


sobre fatos cotidianos, ainda mais se tratando do escrito Veríssimo (creio
que todos conhecem suas obras, ou já leram alguma coisa dele, ou já
ouviram falar que ele é um escritor de textos engraçados), podemos
afirmar que o texto de Veríssimo pode ser definido mais adequadamente
como um comentário bem humorado sobre um fato social.

GABARITO: C.

336- Observe a charge a seguir.

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Segundo a charge, o espaço do shopping deveria ser reservado:

(A) aos cidadãos de bem.


(B) a pessoas mais velhas.
(C) à elite econômica.
(D) a pessoas de boa aparência.
(E) a pessoas brancas.

COMENTÁRIO:

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Segundo a charge, o espaço do shopping deveria ser reservado a pessoas
identificáveis e com condições de compra (ou pertencentes à classe social
com poder de compra). Em vista disso, a melhor resposta é a da letra C.

GABARITO: C.

337- O texto de Veríssimo fala dos “inconvenientes das ruas”, que


prejudicariam o shopping. No caso da charge, esse inconveniente seria
hipoteticamente

(A) a grande presença de pessoas que nada compram.


(B) a possibilidade de atitudes que perturbassem a tranquilidade.
(C) a grande afluência de jovens.
(D) o risco de saques às lojas.
(E) a poluição sonora e visual.

COMENTÁRIO:

No caso da charge, como o policial pergunta sobre o extrato bancário (o


poder/condição de compra dos frequentadores de shopping), o
inconvenientes das ruas seria hipoteticamente “a grande presença de
pessoas que nada compram”. A letra A, portanto, é a melhor alternativa.

GABARITO: A.

FUNIVERSA – TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO (EMBRATUR) – 2011

Texto I

Fazendo uma análise da linguagem empregada pelas mensagens


publicitárias relativas ao turismo, percebe-se que elas, para vender seus
diversos produtos de consumo, têm utilizado palavras, conceitos e
referências provenientes do universo religioso. É o sagrado no turismo
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que aciona um tesouro de imagens primordiais: a felicidade, a perfeição,


o paraíso.
A palavra paraíso é de origem persa – pairidaeza, que quer dizer
“jardim murado”; e sua representação, seu símbolo, é um jardim, o lugar
onde se deu a criação, o país originário de Adão e Eva, enfim o centro do
cosmos, que remete a um estado de perfeição.
Para a tradição religiosa judaico-cristã, no paraíso o homem
revitaliza-se. Lá se dá a comunicação direta com o divino. Lá é o lugar do
não trabalho. Não há doenças, velhice, morte; lá se é imortal e
eternamente jovem. É um lugar de muitas águas, diversas árvores, solo
fértil, e a temperatura amena é permanente. Que outra imagem poderia
traduzir uma natureza tão exuberante, intocada, atraente e caprichosa?
Depois vieram o pecado, a culpa, a expulsão, e Deus determinou
que querubins interditassem ao homem a entrada, mantendo o paraíso

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inacessível a ele. Basicamente, são esses os clichês que acompanham a
imagem do paraíso construída no Ocidente.
Mas o Ocidente sempre sonhou em retornar ao paraíso, para aliviar
a nostalgia melancólica de tudo aquilo que um dia fez parte do passado
glorioso do homem e que foi perdido. E foram muitos os homens que se
lançaram em sua busca durante os séculos, seduzidos pelo poderoso
desejo de reencontrar esse lugar amado, seja com as grandes
navegações, seja com as especulações literárias.
O reencontro do paraíso perdido pode dar-se, ainda, nas viagens
turísticas. Muitos brasileiros realizam a viagem de seus sonhos: fica cada
vez mais barato ir para longe de casa. Eles são embalados por propostas
e apelos tentadores para as “fugas” do cotidiano, com mil planos de
viagens e formas de pagamento diversas e para quaisquer orçamentos
financeiros. A demanda turística intensifica-se, e os brasileiros veem que
o paraíso está ao seu alcance em até cinco vezes, sem juros.

Sabah Aoun. À procura do paraíso no universo do turismo. Rio de Janeiro:


Papirus, 2001 (com adaptações).

338- Assinale a alternativa que interpreta corretamente ideias do texto I.


(A) Questões religiosas perpassam o universo do turismo, imprimindo
nele sacralidade, apesar da baixa credibilidade por parte do público-alvo
das mensagens publicitárias.
(B) O texto demonstra preconceituosa percepção das mensagens
publicitárias relativas ao turismo, o que pode ser comprovado pelas
reflexões acríticas apresentadas.
(C) De acordo com o texto, cada ser humano que, neste momento, pisa o
solo terrestre conheceu o paraíso, foi expulso de lá e diz desejar retornar
ao jardim murado.
(D) Os querubins mencionados no texto são mitos integrantes dos clichês
que acompanham a imagem do paraíso construída no Oriente.
(E) Infere-se que a imagem do paraíso consolidou-se no imaginário
religioso da civilização judaico-cristã.
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Levando em conta que o 2º, o 3º e o 4º parágrafo abordam a origem da


ideia do paraíso dentro da cultura judaico-cristã, podemos afirmar que se
conclui (infere-se) no início do 5º parágrafo a ideia de que há um desejo
inerente do homem de retornar ao paraíso (Mas o Ocidente sempre
sonhou em retornar ao paraíso, para aliviar a nostalgia melancólica de
tudo aquilo que um dia fez parte do passado glorioso do homem e que foi
perdido). O último parágrafo confirma que a imagem do paraíso
consolidou-se no imaginário religioso da civilização judaico-cristã quando
diz: “O reencontro do paraíso perdido pode dar-se, ainda, nas viagens
turísticas.” Percebeu que o próprio texto embasou meu comentário? É
assim que se faz questão de interpretação: buscando a resposta no texto.
Ok?

GABARITO: E.

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Embratur lança guias turísticos de cidades


brasileiras para iPhone e iPod touch

Escrito por iLex, às 17:00 - 2 de junho de 2010

Olhem só que novidade legal: a Embratur lançou na App Store, sem


muito alarde, uma série de guias turísticos de cidades brasileiras,
compatível com iPhone e iPod touch. É o Brasil Mobile, que tem como
objetivo ajudar turistas nacionais e estrangeiros a descobrirem a enorme
variedade de destinos do nosso país.
O aplicativo possui 10 versões, cada uma cobrindo uma cidade
diferente. Inicialmente há versões para Belo Horizonte, Brasília,
Florianópolis, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo. E tudo em três idiomas: português, inglês e
espanhol.
Além de fotos, há a lista dos principais pontos turísticos da cidade,
divididos em categorias, como Patrimônio, Atividades Culturais, ao Ar
Livre, entre outros. Realmente, excelente.
O aplicativo também traz incorporado um mapa com os pontos pré-
cadastrados. Isso é ótimo, visto que no aplicativo Mapas do sistema nem
sempre é prático individualizar os lugares turísticos.
Há também uma página de Informações Úteis, com o básico
necessário para visitar a cidade (como código de área, telefones
importantes e endereços). Uma mão na roda para todo viajante.
Comentários:
André disse [2 de junho de 2010 às 17:10]: Muito 10!!
Marcello Pimenta disse [2 de junho de 2010 às 17:12]:
Sensacional mesmo!!! Muito bom saber… seria excelente se outros países
fizessem o mesmo, eu estou indo para Buenos Aires em dezembro e
estou tendo que catar tudo na internet… um guia tal como esse seria de
EXTREMA valia… sorte para quem vai vir visitar o Brasil… parabéns à
Embratur…
Dinnosan disse [2 de junho de 2010 às 17:15]: Muito bom, é o Brazil
03265357481

com Z se mostrando para o mundo, que venham os turistas com seus


$$$. Valew pela dica iLex.
Edu disse [3 de junho de 2010 às 01:26]: Não, é o Brasil com “s”
mesmo. O tempo do Brasil com Z já foi, e espero que nunca mais volte.
Vincius disse [2 de junho de 2010 às 17:34]: É sério que isso está
somente em inglês?
iLex disse [2 de junho de 2010 às 18:37]: É sério que você não leu o
post?
André disse [2 de junho de 2010 às 17:47]: Boa iniciativa. Agora é
aperfeiçoar
Bruno Melo disse [2 de junho de 2010 às 17:48]: Caracaaaa iniciativa
na moral, bacanudo!!!!!!!!

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Jaderson disse [12 de junho de 2010 às 09:23]: Oi pessoal! Sou
responsável por esse projeto na EMBRATUR e fico feliz que estão
gostando.
Grande abraço.

Internet: <http://blogdoiphone.com> (com adaptações). Acesso em


4/1/2011.

339- O texto II foi retirado de blog da Internet e está intencionalmente


reproduzido sem alterações gramaticais.
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o texto.
(A) Os comentários feitos pelos participantes do blog inscrevem-se em
sequência temporal.
(B) A escolha da variante mais informal da linguagem revela baixo grau
de escolaridade dos comentaristas.
(C) Os participantes do blog demonstram falta de civilidade no trato uns
com os outros.
(D) A linguagem dos comentários é a coloquial, com intervenções por
vezes brincalhonas e uso de gírias.
(E) Os nomes de todos os comentaristas certamente são verdadeiros, já
que o blog de que participam é oficial de empresa de renome
internacional.

Na linguagem da internet, o registro informal/coloquial prevalece, pois o


contexto não exige um domínio nem o uso culto/formal da língua. Basta
ler o bate-papo dos internautas para perceber as marcas de
coloquialismo. Veja de novo (recomendo reler as páginas 22 a 24):
André disse [2 de junho de 2010 às 17:10]: Muito 10!!
Marcello Pimenta disse [2 de junho de 2010 às 17:12]:
Sensacional mesmo!!! Muito bom saber… seria excelente se outros países
fizessem o mesmo, eu estou indo para Buenos Aires em dezembro e
estou tendo que catar tudo na internet… um guia tal como esse seria de
EXTREMA valia… sorte para quem vai vir visitar o Brasil… parabéns à
Embratur…
Dinnosan disse [2 de junho de 2010 às 17:15]: Muito bom, é o Brazil
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com Z se mostrando para o mundo, que venham os turistas com seus


$$$. Valew pela dica iLex.
Edu disse [3 de junho de 2010 às 01:26]: Não, é o Brasil com “s”
mesmo. O tempo do Brasil com Z já foi, e espero que nunca mais volte.

GABARITO: D.

Texto

Os diferenciais de mortalidade entre os distintos estratos sociais,


que eram altos durante as décadas de 70 e 80 do século XX, quando se
consideram renda, educação ou saneamento básico, mantêm-se ainda
elevados na fase mais recente. É o que deixam transparecer as

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informações da tabela a seguir, quando se calcula a mortalidade por anos
de estudo da mãe.
Embora haja clareza de que tem havido redução do número de
mulheres sem instrução no país, tanto em termos absolutos quanto em
relativos, é bom mencionar que, do total de mulheres de 15 a 49 anos
analfabetas ainda existentes no país, que eram 3,5 milhões em 1996,
63% eram nordestinas e representavam cerca de 20% do contingente das
mulheres em idade fértil da região. Ou seja, são exatamente essas
mulheres, juntamente com parcelas de outros segmentos de mulheres um
pouco mais instruídas, que estão à margem não só dos benefícios
econômicos, mas também da maioria dos serviços básicos de saúde.

Taxa de mortalidade infantil média, segundo anos de estudo da


mãe Brasil - 1986/1995
Anos de estudo da mãe / Taxa de mortalidade infantil (%)
Menos de 1 93,0
de 1 a 3 70,0
4 42,0
de 5 a 8 38,0
de 9 a 11 28,0
12 ou mais 9,0

IBGE – Departamento da População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE,


1999 (com adaptações).

340- Com relação às informações do texto II, assinale a alternativa


correta.
(A) Os dados estatísticos expostos no texto comprovam que a
escolaridade da mãe tem importância inexpressiva na taxa de mortalidade
infantil, se comparada à carência de saneamento básico da família.
(B) Os índices atuais de renda, educação, saneamento básico e
mortalidade infantil nos diversos estratos sociais são pouco preocupantes
na perspectiva do poder público brasileiro.
(C) A taxa de mortalidade infantil dos filhos das mães de menor instrução
é superior a dez vezes o valor da taxa de mortalidade dos filhos das mães
03265357481

de maior instrução.
(D) Mesmo na situação em que as mães têm um nível educacional mínimo
(quatro anos), o índice de mortalidade infantil do grupo é mais de cinco
vezes superior ao de crianças de mães com mais de doze anos de
instrução.
(E) O índice de analfabetismo da população feminina brasileira tem-se
mantido estável nos últimos trinta anos.

Observe a tabela de novo:

Taxa de mortalidade infantil média, segundo anos de estudo da


mãe Brasil - 1986/1995

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Anos de estudo da mãe / Taxa de mortalidade infantil (%)
Menos de 1 93,0
de 1 a 3 70,0
4 42,0
de 5 a 8 38,0
de 9 a 11 28,0
12 ou mais 9,0

Notou que a diferença de 93,0 para 9,0 é gritante!? Portanto, se a mãe


estudou menos de 1 ano, a taxa de mortalidade infantil é superior a dez
vezes o valor da taxa de mortalidade dos filhos das mães de maior
instrução.

GABARITO: C.

FUNIVERSA – GDF – ASSISTENTE SOCIAL – 2011

Texto I

Um estudo inglês da Universidade de Leicester, publicado na revista


Emergency Medical Journal de junho, avaliou todas as visitas e as
internações em prontos-socorros de duas cidades inglesas por um ano e
concluiu que pacientes que podiam ver seu médico de confiança deixavam
de aparecer nos postos de emergência e também tinham um índice de
internação hospitalar menor. Segundo o autor, essa era a única
característica do sistema médico que interferia na ida ou não ao pronto-
atendimento. Todas as outras variáveis que aumentavam o índice de
visitas hospitalares, como morar perto do hospital, idade avançada e sexo
feminino, fugiam da administração pública e não poderiam ser
modificadas. Em um país onde a medicina é socializada, escolher seu
médico pode parecer luxo, mas, na verdade, é fator de economia para o
sistema.
De outro lado, um estudo do British Journal of Medicine mostra
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que milhares de escoceses estão em perigo ao receber medicações e ao


submeter-se a cirurgias de alto risco, quando tratados por médicos
generalistas. Segundo o professor Bruce Guthrie, autor do estudo, 6,5%
das internações hospitalares são provocadas por efeitos colaterais de
tratamentos, e mais da metade delas poderiam ser evitadas. Isso ocorre
por falta de padronização em procedimentos e de conhecimento específico
do médico prescritor.
A revista International Journal of Clinical Practice deixa ainda
mais claro que o que vale é a organização da estrutura médica e não a
qualidade de um só profissional. Pesquisadores de sete países
identificaram que, de 11.910 pacientes consultados, 11% foram vítimas
de erro médico entre 2005 e 2007. Os países estudados foram: Reino

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Unido, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha e Holanda,
todos com boa estrutura de saúde.
Em locais onde o tratamento médico é pouco coordenado, o risco de
erro médico fica entre 110% e 200% maior. As barreiras econômicas que
obrigam o médico a escolher outra opção pelo custo do tratamento
aumentam o risco de erro entre 50% e 160%. E a interferência de
barreiras econômicas, mesmo nos países ricos, ocorre entre 17% na
Alemanha e até 30% na Holanda.

In: Carta Capital, 29/6/2011, p. 65 (com adaptações).

341- Com relação às ideias do primeiro parágrafo do texto, assinale a


alternativa correta.
(A) O estudo publicado na revista inglesa Emergency Medical Journal
analisou vários tipos de atendimentos realizados em hospitais de duas
cidades da Inglaterra.
(B) A pesquisa permitiu concluir que pacientes que dispunham de médicos
em suas relações familiares deixavam de comparecer a prontos-socorros
em casos de emergência.
(C) Atribui-se à baixa frequência aos postos de emergência o menor
índice de internação hospitalar por parte dos pacientes que visitam
médicos nos quais confiam.
(D) Para o autor do estudo, o fato de o paciente consultar um médico de
confiança é o único aspecto relacionado ao sistema médico que influencia
na ida ou não desse paciente ao pronto-atendimento.
(E) Dispor de um médico de confiança, embora represente um luxo,
resulta em economia para o sistema da administração pública.

A resposta está explícita nesta parte do primeiro parágrafo: “Um estudo


inglês da Universidade de Leicester (...) concluiu que pacientes que
podiam ver seu médico de confiança deixavam de aparecer nos postos de
emergência e também tinham um índice de internação hospitalar menor.
Segundo o autor, essa era a única característica do sistema médico que
interferia na ida ou não ao pronto-atendimento.” Ah... esta foi fácil, não?
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GABARITO: D.

342- Considerando o texto, assinale a alternativa correta.


(A) O estudo publicado pelo British Journal of Medicine opõe-se àquele
divulgado pela revista Emergency Medical Journal.
(B) O estudo veiculado pelo British Journal of Medicine demonstra que
os escoceses que consultam médicos generalistas somente correm riscos
quando recebem medicações ou quando se submetem a cirurgias de alto
risco.
(C) Padronizar os procedimentos a serem adotados e dotar os médicos de
mais conhecimento relacionado à atividade a ser desempenhada
possibilitaria, no mínimo, reduzir a quantidade de internações
hospitalares.

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(D) A revista International Journal of Clinical Practice confirma o
estudo publicado na revista Emergency Medical Journal, ao assinalar a
importância da confiabilidade.
(E) Fatores econômicos não representam ameaça ao sistema médico de
países que dispõem de boa estrutura de saúde.

Mais uma vez... a resposta é encontrada no próprio texto. Sabe o que eu


percebi comentando as questões? As afirmações nas alternativas são
meras paráfrases (frases sinônimas) do que está escrito no texto.
Portanto, no texto original, lemos que ‘segundo o professor Bruce
Guthrie, autor do estudo, 6,5% das internações hospitalares são
provocadas por efeitos colaterais de tratamentos, e mais da metade delas
poderiam ser evitadas e isso ocorre por falta de padronização em
procedimentos e de conhecimento específico do médico prescritor’.
Levando tal informação em conta, inferimos que ‘padronizar os
procedimentos a serem adotados e dotar os médicos de mais
conhecimento relacionado à atividade a ser desempenhada possibilitaria,
no mínimo, reduzir a quantidade de internações hospitalares’. Moleza!

GABARITO: C.

Quatro de cada dez brasileiros cujos exames para apontar a


presença do vírus da Aids no organismo deram positivo não sabem do
resultado. Segundo dados do Ministério da Saúde levantados em
colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro,
há pelo menos 150 mil pessoas nessa situação. Elas se submeteram ao
teste, mas nunca mais voltaram ao laboratório e, portanto, vivem em
dúvida sobre se realmente são portadoras do HIV. Os laboratórios podem
levar até um mês para fornecer o resultado definitivo. Para minimizar o
problema, a solução que pareceu mais eficiente aos técnicos foi
desenvolver um teste capaz de fornecer esse resultado em apenas vinte
minutos. Em caso positivo, o paciente pode ser encaminhado
imediatamente para o tratamento.
O novo método de diagnóstico definitivo instantâneo do HIV é uma
adaptação do Dual Path Platform (DPP), sistema à base de reagentes
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químicos criado por cientistas americanos em 2005, amplamente adotado


para rastrear doenças como leishmaniose e leptospirose. Sua aplicação
para a detecção do HIV, inédita no mundo, foi levada a cabo pelos
pesquisadores da Fiocruz. Em dois meses, o novo método estará
disponível em laboratórios particulares brasileiros e, até 2012, chegará ao
Sistema Único de Saúde (SUS). “Muita gente deixa de pegar o resultado
do exame por desinformação ou medo — barreiras que o novo teste
rompe ao dar resposta instantânea”, diz um dos coordenadores da
pesquisa.
Os trabalhos na Fiocruz consumiram dois anos em que foram
concebidos, e logo descartados, cinco protótipos. Amparados pelos
mesmos cientistas americanos que idealizaram o princípio do exame seis
anos atrás, os pesquisadores chegaram a um modelo que rastreia o vírus

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a partir de cinco das proteínas que o compõem (quatro delas referentes
ao HIV de tipo 1 e a outra, ao de tipo 2). Tal como o teste ainda em
vigor, este tem o propósito de confirmar o resultado de um primeiro
exame de triagem a que todos se submetem — com a vantagem de
conferir mais precisão ao diagnóstico. “Com ele, as chances de acerto
sobem de 95% para quase 100%”, afirma Javan Esfandiari, da Chembio,
empresa que trabalhou junto com a Fiocruz.
No novo teste, uma gota de sangue é misturada a um reagente, de
modo que apenas um único profissional pode aplicá-lo, mesmo longe do
ambiente hospitalar. Com a simplificação, vieram a racionalização e o
barateamento. Cada exame custará 25 reais, um sexto do valor do
procedimento atual. Segundo o Ministério da Saúde, há 630 mil
brasileiros infectados com o vírus da Aids. Saber o mais rapidamente
possível da presença do HIV no organismo salva a vida do infectado e
impede a propagação da doença.

In: Veja, 29/6/2011, p. 106 (com adaptações).

343- Quanto às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) As pessoas que se submetem ao teste do HIV têm por hábito não
retornar ao laboratório para retirar o resultado do exame devido
exclusivamente ao medo ou à desinformação.
(B) A morosidade dos laboratórios no fornecimento do resultado do teste
do HIV e a importância de tratamento imediato para o paciente
diagnosticado como portador do vírus são fatores que contribuíram para o
desenvolvimento de teste que emitisse o resultado em menor tempo.
(C) Os técnicos brasileiros responsáveis pela concepção e pelo
desenvolvimento do novo método de diagnóstico instantâneo do HIV têm
como mérito uma produção independente, desvinculada de qualquer
técnica já utilizada pelo homem.
(D) O novo método de diagnóstico instantâneo do HIV oferece, como
vantagem adicional, a possibilidade de ser empregado para a detecção da
leishmaniose e da leptospirose.
(E) Por ser mais preciso e por oferecer resultado em tempo recorde,
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características que encarecem o procedimento, o novo método de


diagnóstico do HIV somente será implantando na rede particular de
saúde.

Lembre-se: a resposta está no texto. É meio que Onde está Wally? Vamos
achá-lo? J Bem... logo no primeiro parágrafo descobrimos a resposta.
Veja: “Quatro de cada dez brasileiros cujos exames para apontar a
presença do vírus da Aids no organismo deram positivo não sabem do
resultado. Segundo dados do Ministério da Saúde levantados em
colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro,
há pelo menos 150 mil pessoas nessa situação. Elas se submeteram ao
teste, mas nunca mais voltaram ao laboratório e, portanto, vivem em
dúvida sobre se realmente são portadoras do HIV. Os laboratórios podem
levar até um mês para fornecer o resultado definitivo. Para minimizar o

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problema, a solução que pareceu mais eficiente aos técnicos foi
desenvolver um teste capaz de fornecer esse resultado em apenas vinte
minutos. Em caso positivo, o paciente pode ser encaminhado
imediatamente para o tratamento.” Em outras palavras, o que levou ao
desenvolvimento do teste foi a demora na exposição do resultado. Isso
provocou maior envolvimento por parte dos cientistas a fim de
desenvolverem um teste de resultado bem mais breve.

GABARITO: B.

344- Com relação às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) Os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) não
despenderam esforços nem grande quantidade de tempo para o
desenvolvimento do novo método de diagnóstico instantâneo do HIV,
devido ao aproveitamento dos estudos realizados por cientistas
americanos.
(B) O novo método de diagnóstico rastreia o vírus HIV utilizando as cinco
proteínas que o compõem – quatro proteínas referem-se ao HIV de tipo 1
e uma ao HIV de tipo 2.
(C) A detecção precoce da Aids, viabilizada pelo novo método de
diagnóstico do HIV, salva a vida do paciente, assegurando sua cura, e
impede que a doença propague-se no organismo do indivíduo infectado.
(D) A aplicação do novo teste de diagnóstico do HIV por mais de uma
pessoa inviabiliza o resultado do exame.
(E) Ao mesmo tempo em que há diferenças substanciais entre o teste
atualmente utilizado e o novo teste de diagnóstico instantâneo, ambos
têm em comum a característica de servirem para ratificar um exame
prévio.

Este trecho do penúltimo parágrafo sustenta a afirmação de que ‘ambos


os testes, apesar de diferentes, têm em comum a característica de
servirem para ratificar um exame prévio’. Veja: “Tal como o teste ainda
em vigor, este tem o propósito de confirmar o resultado de um primeiro
exame de triagem a que todos se submetem — com a vantagem de
conferir mais precisão ao diagnóstico.” E... a resposta é novamente
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encontrada no texto. Portanto, leia com atenção que não tem erro. Pelo
que você está vendo nas questões de interpretação da Funiversa, não há
mistério.

GABARITO: E.

FUNIVERSA - GDF – TÉCNICO EM SAÚDE – 2011

Texto I

Nos últimos dez anos, a medicina brasileira fez conquistas


fenomenais na área dos transplantes. Graças à equipes de profissionais

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de primeiríssima linha, 80% dos pacientes sobrevivem à troca de um
órgão — um cenário comparável ao dos centros internacionais de
excelência. Contribuiu para esse quadro de sucesso a elevação do número
de doadores no país. Entre 2009 e 2010, ele cresceu quase 14%. É um
bom aumento, mas não é o suficiente. Para contemplar os 50.000
homens, mulheres e crianças à espera de um transplante, seria
necessário setuplicar as doações. Pouco adianta, no entanto, estimular a
doação, como o governo faz anualmente, quando uma grande quantidade
de órgãos continua a ser desperdiçada. O coração é a principal vítima
desse processo. Hoje, de cada 100 que são doados, apenas dez acabam
aproveitados. O restante perde a serventia bem antes de chegar ao
destino.
Isso ocorre, em primeiro lugar, porque, de todos os órgãos, o
coração é o mais delicado — e o mais suscetível a danos durante a
manipulação. É natural, portanto, que haja uma perda maior de corações
que de rins, fígados ou pâncreas. Por causa dessas características do
órgão, a situação dos transplantes cardíacos é o melhor parâmetro para
avaliar a situação dos transplantes de forma geral. “Se o número de
cirurgias cardíacas vai bem, é porque o sistema de transplantes vai bem
como um todo. Se vai mal, é porque o sistema está com problemas”, diz
o coordenador da Organização de Procura de Órgãos, do Hospital das
Clínicas de São Paulo. Por esse critério, o sistema de transplantes no
Brasil está longe de poder ser considerado ideal.
A maioria dos corações oferecidos para doação se perde no início do
processo. O órgão é o primeiro a sofrer as consequências da morte
encefálica — condição clínica em que o cérebro deixa de registrar
qualquer atividade. Para que ele continue a bater e, assim, manter todos
os outros órgãos vivos, é fundamental que o corpo do doador seja
submetido à respiração artificial e receba uma dezena de medicamentos
em quantidades e combinações precisas e delicadas.

In: Veja, 22/6/2011, p.106-8 (com adaptações).

345- Com relação às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) A área dos transplantes, na medicina do Brasil, foi a que mais
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inovação sofreu nos últimos dez anos.


(B) A competência dos cirurgiões é a razão pela qual 80% dos pacientes
submetidos a transplantes de órgãos sobrevivem.
(C) O aumento do número de brasileiros dispostos a doar órgãos foi
significativo, a ponto de satisfazer às necessidades dos pacientes que
dependem de transplantes e de contribuir para o quadro de sucesso
daqueles que sobrevivem à troca de um órgão.
(D) Setuplicar as doações, atendendo às campanhas promovidas pelo
governo, é a única solução para contemplar todos aqueles que estão à
espera de um transplante.
(E) A principal vítima do desperdício é o coração, que, na maioria das
vezes, deixa de ser útil muito antes de chegar ao paciente.

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Parece que o padrão da Funiversa é “colocar” as respostas nos primeiros
parágrafos, não? Digo isso, pois o gabarito é confirmado explicitamente
neste trecho do primeiro parágrafo: “Pouco adianta, no entanto, estimular
a doação, como o governo faz anualmente, quando uma grande
quantidade de órgãos continua a ser desperdiçada. O coração é a
principal vítima desse processo. Hoje, de cada 100 que são doados,
apenas dez acabam aproveitados. O restante perde a serventia bem antes
de chegar ao destino.” Este trecho certamente está em consonância com
a afirmação de que “A maioria dos corações oferecidos para doação se
perde no início do processo. O órgão é o primeiro a sofrer as
consequências da morte encefálica...” (trecho retirado da conclusão) e
com a afirmação da letra E, em suma: “A principal vítima do desperdício é
o coração, que, na maioria das vezes, deixa de ser útil muito antes de
chegar ao paciente.”

GABARITO: E.

346- Com base nas ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) O coração, por ser o mais refinado de todos os órgãos vitais, é o mais
propenso a sofrer danos durante sua manipulação.
(B) As características orgânicas tornam natural que, em termos
quantitativos, haja mais perdas de corações que de rins, fígados ou
pâncreas.
(C) A análise do quadro brasileiro de transplantes cardíacos é
independente, não podendo servir de parâmetro para avaliar quaisquer
outros transplantes.
(D) O sistema de transplantes no Brasil, embora não possa ser
considerado ideal, está à frente do sistema existente em muitos outros
países.
(E) Submeter o doador à respiração artificial e aos vários medicamentos
evitará a morte encefálica e fará que o coração continue a bater,
mantendo os demais órgãos vivos.

Observe este trecho decisivo para marcarmos a letra B (segundo


parágrafo): “Isso ocorre, em primeiro lugar, porque, de todos os órgãos,
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o coração é o mais delicado — e o mais suscetível a danos durante a


manipulação. É natural, portanto, que haja uma perda maior de corações
que de rins, fígados ou pâncreas.”. Preciso dizer mais alguma coisa?
Resposta no texto!

GABARITO: B.

Texto II

Trinta anos após o surgimento da Aids, o mundo comemora um fato


inédito. O número de contaminações e de mortes pelo vírus HIV está em
queda constante, segundo dados recentes divulgados pela Unaids, o
programa conjunto das Nações Unidas (ONU) sobre HIV/Aids.

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Pelo menos 56 países — incluindo o Brasil — conseguiram
estabilizar ou reduzir o número de novas infecções em 25% na última
década. As mortes caíram 20% desde 2006. A disseminação dos
medicamentos antirretrovirais e dos programas de esclarecimento e
prevenção são os principais fatores apontados para a melhoria do quadro.
Essa notícia auspiciosa é um marco da luta contra uma epidemia
que acomete 34 milhões de pessoas e já matou quase 30 milhões em
todo o planeta, representando uma vitória para os cientistas, as
autoridades sanitárias, as ONGs e a indústria farmacêutica, que travam
essa longa batalha contra um inimigo complexo e mutante.
O cenário do combate à Aids começou a mudar em 1987, com a
aprovação do primeiro medicamento eficaz para o combate da doença: o
AZT (zidovudina). A partir daí, o axioma “Aids mata” foi substituído por
“Aids tem tratamento”.
Até então, nenhum tratamento tinha sido capaz de deter a
enfermidade. Os infectados morriam num ciclo sumário que durava
poucos meses após o diagnóstico.
O avanço mais significativo ocorreu em meados da década de 1990,
com o advento do coquetel de medicamentos antirretrovirais, que mudou
a história da Aids, transformando-a em doença crônica e tornando
ilimitada a expectativa de vida dos soropositivos.

In: Correio Braziliense, 15/6/2011, “Caderno Opinião”, p. 13 (com


adaptações).

347- Com relação às ideias do texto, assinale a alternativa correta.


(A) O fato inédito que o mundo comemora, trinta anos após o surgimento
da Aids, está relacionado aos medicamentos antirretrovirais que impedem
que o indivíduo seja contaminado pelo vírus HIV.
(B) Na última década, muitos países conseguiram estabilizar ou reduzir
em 25% o número de novas infecções e em 20% o número de mortes.
(C) O surgimento dos medicamentos antirretrovirais representa um marco
na luta contra a Aids, considerada uma epidemia que, em todo o mundo,
já matou 30 milhões de pessoas.
(D) Os programas de esclarecimento e de prevenção relativos à Aids e a
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propagação dos medicamentos antirretrovirais têm como consequência


direta a redução do número de contaminações pelo vírus HIV e do
número de mortes associadas a esse vírus.
(E) Há anos que o vírus HIV, considerado um inimigo complexo e
mutante, é duramente combatido exclusivamente por cientistas,
autoridades sanitárias, ONGs e indústria farmacêutica.

Novamente concluímos da leitura do segundo parágrafo (Pelo menos


56 países — incluindo o Brasil — conseguiram estabilizar ou reduzir o
número de novas infecções em 25% na última década. As mortes caíram
20% desde 2006. A disseminação dos medicamentos antirretrovirais e
dos programas de esclarecimento e prevenção são os principais fatores
apontados para a melhoria do quadro) que a afirmação da letra D

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procede, a saber: “Os programas de esclarecimento e de prevenção
relativos à Aids e a propagação dos medicamentos antirretrovirais têm
como consequência direta a redução do número de contaminações pelo
vírus HIV e do número de mortes associadas a esse vírus”. De novo,
percebeu que resolver questão de interpretação da Funiversa é saber tão
somente ler o texto? Tranquilex.

GABARITO: D.

FUNIVERSA – MTUR – ADMINISTRADOR – 2010

(6/10/2009) Um total de 29% dos brasileiros entre dez e dezessete


anos prefere falar com amigos, família ou colegas por meio do
computador que pessoalmente, indica pesquisa do Ibope divulgada nesta
terça-feira (6). Essa preferência cai para 16% dos consumidores. O
estudo mostra ainda que dois terços dos jovens naquela faixa etária
utilizam regularmente serviços de mensagens instantâneas, como MSN.
As redes sociais ganham importância: já são rotina para 45% dos
brasileiros entrevistados em geral, e para 72% dos jovens entre 18 e 24
anos.
Mídias
Como "itens mais importantes do dia a dia", 77% dos entrevistados
indicaram a TV e 70%, o celular. Vêm depois o computador com acesso à
Internet (58%) e o rádio (46%).
Do total da população, 30% dizem aceitar propaganda no celular,
que “se firma cada vez mais como uma multiplataforma de comunicação”,
afirma Juliana Sawaia, gerente de marketing do IBOPE Mídia.
Ao mesmo tempo
Como a sede de consumo dos meios é tão grande para os jovens
paulistanos — e região metropolitana de SP — de 18 a 24 anos, quase
metade deles acessam a Internet enquanto assistem à TV ou enquanto
ouvem rádio. No entanto, 82% desta população — considerando todas as
faixas etárias — afirma dedicar-se a apenas um meio de cada vez.
Download de filmes e séries é outro hábito importante para 45%
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dos jovens paulistanos, contra 22% do público de todas as faixas etárias


na região metropolitana de São Paulo.
Pressão de informação
Também na região metropolitana de SP, o Ibope indicou que 53%
das pessoas se sentem pressionadas com a quantidade de informação
disponível. Ainda assim, dois terços da população na região afirma que
consegue absorver toda a informação e a tecnologia disponíveis.
Com tudo isso, o tempo para lidar com os dados estará, segundo
praticamente metade dessa população pesquisada (46%), escasso em
2020. Na lista de limitações, constam ainda recursos naturais (81%),
saúde (65%) e trabalho (56%).
A pesquisa também conta que a identificação com a frase "Sinto
meus dias passarem muito mais rápido do que antigamente" é comum a

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90% das pessoas. Além disso, 86% dizem que gostariam de ter mais
tempo para si.

Internet: http://www1.folha.uol.com.br (com adaptações). Acesso em


23/11/2009.

348- Assinale a alternativa que interpreta corretamente informações do


texto I.
(A) Olhar nos olhos, tocar, sentir o perfume e o calor do outro são
necessidades básicas de todas as pessoas em suas relações familiares.
(B) Cinquenta e oito por cento das famílias brasileiras têm computador
em casa, com acesso diário à Internet.
(C) A TV é a campeã na preferência dos brasileiros, entre os
equipamentos de comunicação.
(D) O brasileiro está ficando cada vez mais ágil na habilidade de
concentrar sua atenção em mais de uma mídia eletrônica: mais de oitenta
por cento da população têm sede de consumo voraz, que os leva a
dedicar-se a mais de um meio de cada vez.
(E) Dois terços da população brasileira sentem-se satisfeitos com seu
grau de absorção de toda a informação e a tecnologia à disposição.

Resposta óbvia no segundo parágrafo: “Como "itens mais importantes do


dia a dia", 77% dos entrevistados indicaram a TV e 70%, o celular.“
Logo, ‘a TV é a campeã na preferência dos brasileiros, entre os
equipamentos de comunicação’.

GABARITO: C.

FUNIVERSA – MTUR – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2010

Certa vez, um homem, extremamente invejoso de seu vizinho,


recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de realizar um
desejo. “Você pode pedir o que quiser, desde que seu vizinho receba a
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mesma coisa, em dobro”, sentenciou. O invejoso respondeu, então, que


queria que ela lhe arrancasse um olho. Moral da história: o prazer de ver
o outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer vontade.
Assim como o ciúme é querer manter o que se tem e a cobiça é
desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não querer que o outro
tenha. O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente
à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la. Afinal, todo
mundo, em algum momento da vida, já sentiu vontade de ser como
alguém. Há até um lugar no cérebro reservado para a inveja. Pela
primeira vez, uma pesquisa científica mostra onde são processados na
mente humana ela e o shadenfreude — palavra alemã que dá nome ao
sentimento de prazer que o invejoso experimenta, ao presenciar o
infortúnio do invejado.

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O neurocientista japonês Hidehiko Takahashi identificou onde os
sentimentos são processados no cérebro. Ao sentir inveja, a região do
córtex singular do anterior é ativada. O interessante é notar que é nesse
mesmo local que a dor física se processa. “A inveja é uma emoção
dolorosa”, afirma Takahashi. O shadenfreude, por sua vez, se estabelece
no estriado ventral, exatamente onde se processa a sensação de prazer.
“O invejoso fica realizado com a desgraça do invejado”, diz o pesquisador.
“Trata-se de um sentimento caracterizado pela sensação de
inferioridade”, explica o neurocientista Takahashi. “Quando há essa
sensação, é porque houve comparação, e a pessoa perdeu”.
Além da insegurança, são características comuns aos invejosos a
baixa autoestima, o sentimento de incapacidade e a sensação de
injustiça. “Pessoas bem resolvidas e esclarecidas tendem a ter menos
inveja”, diz o psiquiatra José Thomé, da Associação Brasileira de
Psiquiatria.
Em casos patológicos, que, segundo especialistas, são mais comuns
do que se imagina, quem sofre do mal é capaz de caluniar, perseguir, e,
em casos mais extremos, desejar a morte do invejado. Há, também, os
que somatizam. Nessas situações, podem apresentar quadro depressivo,
autodestrutivo, agressividade e tendências suicidas. O psiquiatra Thomé
acredita que, salvo os casos patológicos, as pessoas têm livre-arbítrio
para viver ou eliminar a inveja. “É um sentimento muito primitivo, que
deve ser trabalhado”.
Quando a pessoa consegue fazer que o sentimento, em tese
negativo, impulsione ações positivas, ela o transforma no que os
especialistas chamam de inveja criativa. A psicóloga Sueli, da USP, assina
embaixo. “É importante eliminar os sentimentos de inferioridade, a baixa
autoestima e mostrar o outro lado”, explica. “Se a pessoa não é boa em
algo, certamente será em outra coisa”. Afinal de contas, a melhor
maneira de domar o sentimento da inveja é identificá-lo e aprender a
lidar com ele.

Claudia Jordão e Carina Rabelo. Inveja. In: Isto É, 3/6/2009 (com


adaptações). 03265357481

349- Com base nas ideias do texto I, assinale a alternativa correta.


(A) Hidehiko Takahashi afirma que “A inveja é uma emoção dolorosa”
porque a região do cérebro em que a dor física se processa é a mesma
que é ativada na experimentação da inveja.
(B) Pessoas com escolaridade superior tendem a ter menos inveja, uma
vez que o grau de cultura é fundamental para o desenvolvimento da
autoestima.
(C) O que faz que a cobiça, o ciúme e a inveja sejam sinônimos é o fato
de serem sentimentos primitivos, que inferiorizam o cérebro humano,
onde são engendrados.
(D) A inveja caracteriza-se como um sentimento negativo, que,
invariavelmente, leva ao sentimento de inferioridade, à agressividade e a
crises de autodestruição.

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(E) Os estudos da psique humana, apesar de todos os avanços técnicos e
tecnológicos, ainda não têm nenhuma resposta para o paciente que busca
dominar dentro de si a chaga moral da inveja.

Resposta encontrada no terceiro parágrafo: “O neurocientista japonês


Hidehiko Takahashi identificou onde os sentimentos são processados no
cérebro. Ao sentir inveja, a região do córtex singular do anterior é
ativada. O interessante é notar que é nesse mesmo local que a dor física
se processa. “A inveja é uma emoção dolorosa”, afirma Takahashi.”
Molezinha...

GABARITO: A.

350- A partir da leitura do texto I, assinale a alternativa correta.


(A) O invejoso experimenta profundo prazer ao reconhecer o próprio
infortúnio, pois, dessa forma, ele pune-se e liberta-se do mal.
(B) A psicologia apregoa a impossibilidade de a pessoa comum livrar-se
da inveja e faz recomendação de que se procure um especialista em
questões relacionadas ao cérebro humano.
(C) Emoção inerente à condição humana, a inveja, sentimento por vezes
inconfessável, é um dos sete pecados capitais; na verdade, o mais
execrável deles.
(D) Os especialistas ainda não conseguiram estabelecer graus de
gravidade no mal da inveja.
(E) Uma pessoa com graves problemas psíquicos, que apresenta quadro
depressivo, autodestrutivo, agressividade e tendências suicidas, é aquela
que, em determinadas situações, sente vontade de ser como outra.

Resposta no segundo parágrafo: “O mais renegado dos sete pecados


capitais é uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil que
seja confessá-la”. O conteúdo de tal afirmação está em conformidade com
o que diz a letra C, a saber: “Emoção inerente à condição humana, a
inveja, sentimento por vezes inconfessável, é um dos sete pecados
capitais; na verdade, o mais execrável deles.”
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GABARITO: C.

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Texto I

Depois que a luz acendeu com a invenção da lâmpada, foi uma


festa! Em cada canto do mundo, surgia uma invenção diferente. A
eletricidade havia modificado o modo de viver da humanidade. A primeira
coisa que começou a mudar foi a casa das pessoas. Começaram a
aparecer os eletrodomésticos. Ou você pensava que o aspirador de pó e a
torradeira sempre existiram nas prateleiras das lojas?

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A primeira máquina de lavar louças não era ligada na tomada. Ela
era movida a vapor, como as grandes máquinas das indústrias, em 1712.
(Essas máquinas, aliás, foram as responsáveis pela Revolução Industrial,
que você aprende bem nas aulas de História.)
Quem acabou com a tarefa de lavar pratos à mão foi uma
americana, que mostrou que lugar de mulher não é na cozinha, não! Foi
em 1889. E o marido não gostou muito da ideia. Por isso ela demorou a
aperfeiçoar a invenção, que depois foi comprada por uma empresa de
Chicago, nos Estados Unidos.
Já o aspirador de pó foi feito por um homem, o engenheiro inglês
Hubert Booth, em 1901. Ele queria um jeito prático para limpar vagões de
trens. E conseguiu. Na época, poucas casas tinham eletricidade. Além
disso, o aspirador era grande e difícil de carregar. Mas poucos anos
depois o modelo foi melhorado, até surgirem os que temos hoje em
nossas casas.
O ano de 1916 também foi de grande alívio para as donas de casa.
Apareceram o liquidificador, a batedeira e o espremedor de frutas.
Material básico para uma cozinha eficiente. A torradeira foi inventada em
1926. Até as panificadoras precisaram se adaptar à criação, e, dois anos
depois, lançaram o pão de forma, como os que você vê hoje nos
supermercados.
Isso pra não falar de coisas tão comuns como o barbeador e a
televisão, cujas verdadeiras transmissões foram realizadas em 1920,
graças ao inglês John Logie Baird. Mas de onde tirar tanta energia? Das
usinas hidrelétricas, mas também do vento e do sol, oras!

Internet:<http://www.canalkids.com.br/tecnologia/invencoes/tomadas.ht
m> (com adaptações). Acesso em 21/12/2009.

351- Com relação às ideias do texto I, assinale a alternativa correta.


(A) O homem, com a invenção da eletricidade, criou, de imediato,
máquinas sofisticadas industriais, para a montagem de carros, aviões,
navios.
(B) Todas as produções industriais foram inventadas dentro dos
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laboratórios das próprias organizações.


(C) O cientista procura inventar principalmente coisas que facilitam o
próprio trabalho.
(D) Até meados do século XX, todas as invenções se destinavam à
facilitação do trabalho humano, no lar e no mundo corporativo.
(E) Os eletrodomésticos surgiram logo que a energia elétrica foi
inventada.

Podemos confirmar que os eletrodomésticos surgiram logo que a energia


elétrica foi inventada neste trecho do primeiro parágrafo: “Depois que a
luz acendeu com a invenção da lâmpada, foi uma festa! Em cada canto do
mundo, surgia uma invenção diferente. A eletricidade havia modificado o
modo de viver da humanidade. A primeira coisa que começou a mudar foi
a casa das pessoas. Começaram a aparecer os eletrodomésticos.”

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GABARITO: E.

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Muito sucesso em sua caminhada!!! Obrigado por tudo!!! Espero


que essa quantidade de questões comentadas tenha servido como uma
“mão na roda”!!!!!!!!! SUCESSO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! J

Até à carreira pública! (Não se esqueça do seu professor aqui, hein!)

Pestana
fernandopest@yahoo.com.br (Comunique-se comigo sempre por este e-mail!)

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