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Resumo
De acordo com o MINED (2003, p.37) a maior parte dos alunos quando ingressa na
escola trazem a bagagem da competência comunicativa básica nas suas línguas
maternas/locais que denominam-se L1. De acordo com a fonte acima citado, a utilização
das línguas moçambicanas na escola tem, por objectivo, desenvolver as competências
que os alunos já possuem para a iniciação à leitura e escrita, desenvolver outras
habilidades e assegurar a valorização dos conhecimentos e da cultura que estas línguas
veiculam.
Na mesma ordem de ideia o MINED (2003, p. 126/7) afirma que a introdução das
línguas moçambicanas no ensino básico assenta em razões de natureza linguístico-
pedagógica, cultura e identitária e de direitos humanos. Do ponto de vista estratégico,
observando-se o factor diversidade linguística, a educação bilingue em Moçambique
reside nas três modalidades, nomeadamente: línguas locais como meio de ensino e
aprendizagem; como disciplina opcional em programas monolingues em que o
Português é o meio de ensino; e como língua de recurso.
Podemos afirmar que a educação bilingue corresponde àquela em que duas línguas são
usadas como meio de instrução, ou ainda, é uma instrução que ocorre na escola em pelo
menos duas línguas. São muitos os autores que definem a educação bilingue, mas o que
as definições comungam é o facto de ambas afirmarem que a educação bilingue implica,
inevitavelmente, o contacto linguístico. Quer dizer, o aluno é exposto a uma
oportunidade do processo simultâneo ou alterando de ensino-aprendizagem em duas
línguas no sistema educacional, etc., L1 e L2, sejam línguas minoritárias, sejam
maioritárias, em função da situação sociolinguística da sua comunidade linguística.
Neste modelo, as línguas minoritárias são usadas nos primeiros níveis, desde a escola
até à casa, onde os professores ensinam os alunos nas duas línguas, principalmente na
língua nativa, primeiro, e depois progressivamente em Inglês, à medida que a
proficiência linguística dos alunos vai aumentando nesta língua. O objectivo deste
modelo é deixar para trás as capacidades adquiridas na L1 e desenvolver apenas a sua
proficiência linguística e académica na L2.
Prestando bem a atenção para o modelo vigente em Moçambique, podemos notar que,
por um lado, fica-se claro que se trata de um bilinguismo subtractivo, que,
essencialmente, não promove a L1 do aluno, visto que a partir da 8.ª classe a língua
materna deixa de co-ocorrer com a L2 seja como meio de instrução, seja como
disciplina, seja ainda como língua de recurso, passando-se, neste caso, ao ensino
exclusivamente feito na língua portuguesa em todos níveis subsequentes. Por outro lado,
este modelo pode não ser tão subtractivo como se imagina. Pelo contrário, ele visa
desenvolver o bilinguismo aditivo, pois é misto (transição e manutenção). A promoção
do bilinguismo torna-se fundamental à promoção de benefícios e/ou valores cognitivos,
sociais e psicológicos do aluno. Naturalmente, os programas que se enquadram nesta
categoria são considerados ‘fracos’ e têm recebido o maior número de críticas na
literatura da área.
Em geral a planificação, no seu todo, determina, em grande parte, o que deve ser
ensinado e de que modo deve ser feito, dependendo sobretudo da situação de cada
professor (experiência, anos de trabalho, formação académica, idade, sexo, etc.) a sua
orientação. Muitos autores são unânimes em afirmar que a principal função da
planificação é a de transformar e modificar o currículo para o adequar às características
particulares de cada situação de ensino. Contudo, esta planificação é feita de modo
diferente em diversos níveis de ensino e aprendizagem.
De acordo com Piletti (2007: 190), avaliação é um processo contínuo de pesquisa que
visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista
mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objectivos, a fim de que haja
condições de decidir sobre alternativas do planeamento do trabalho do professor e da
escola como um todo.
O professor tem de conhecer as técnicas mais comuns, além de possuir uma noção
bastante clara da variedade de técnicas que se podem adoptar. O professor deve saber
escolher as técnicas adequadas às capacidades dos alunos, aos objectivos educacionais.
Esta escolha está ligada a diversos aspectos pedagógicos, a saber:
De acordo com Schmitz (1993), cada conteúdo requer uma técnica específica, além de
poder eventualmente ser tratado por técnicas comuns a outros conteúdos. Por isso,
torna-se difícil ao professor escolher aquela técnica que melhor se preste para cada
actividade. Evidentemente, a escolha dos métodos e técnicas de ensino supõe a
definição da situação de aprendizagem. A metodologia, portanto, depende de muitas
circunstâncias que precisam de ser tomadas em consideração, para que exista a
verdadeira aprendizagem, isto é, educação e não um mero treinamento ou aquisição de
alguns conhecimentos desconexos de algumas coisas.
De acordo com o mesmo autor quanto mais a aprendizagem se realizar numa situação
ampla e aberta, com múltiplos relacionamentos e inter-relacionamentos e diversificados
métodos e técnicas, melhor ela contribuirá para criar uma pessoa instruída, culta,
preparada para enfrentar as diversas situações de vida e actividade.
De acordo com Martins et al. (1992: 10), a leitura, como modalidade simples, é o
processo de compreensão de um escrito, de uma forma interiorizada. Passa pelo
processo dos sinais gráficos, pela visão e pela sua correspondência com o significado
verbal, a nível do sistema nervoso central. Durante o processo de ensino e
aprendizagem, é importante que o professor reserve alguns minutos para que alunos
leiam qualquer tipo de literatura (livro, jornal, banda desenhada, revista, etc., e, para tal,
o professor deve:
De acordo com o autor acima citado, a escrita é uma actividade de transposição para o
código escrito de uma mensagem verbal organizada interiorizadamente. O acto de
escrita exige: formulação mental da mensagem a transmitir; a sua codificação
linguística; a passagem da mensagem linguística para a modalidade escrita; a sua
execução motora no acto de desenhar as letras correspondentes à mensagem gráfica. A
escrita caracteriza-se por determinadas regras formais (separação de palavras,
pontuação, linhas, orientação de esquerda para a direita e de cima para baixo). A escrita
apresenta códigos para assinalar certas formas de discurso oral, adoptando determinada
pontuação para a reprodução exacta do discurso ou outro tipo de pontuação e de
estruturas gramaticais para introduzir o discurso de forma indirecta.