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COLÉGIO ALFREDO DANTAS

ALUNO(A): Nº:

ANO/SÉRIE: 8° ANO TURMA: 

COMPONENTE
PROFESSOR(A): JESSICA MARTINS
CURRICULAR: PRODUÇÃO TEXTUAL

DATA: 12/06/2020 VALOR: 10 NOTA:

Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 01

Dois velhinhos

Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.

            Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá
fora.

            Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as
moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:

            – Um cachorro ergue a perninha no poste.

            Mais tarde:

            – Uma menina de vestido branco pulando corda.

            Ou ainda:

            – Agora é um enterro de luxo.

            Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para
alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.

            Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.

            Cochilou um instante – era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os
muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

TREVISAN, Dalton. Mistérios de Curitiba. Editora Record. Rio de Janeiro: 1979. p. 110.
O conto se caracteriza por apresentar um enredo curto, embora muitas vezes mantenha, na íntegra,
a estrutura da narrativa: apresentação, complicação, clímax e desfecho. Nesse conto, o clímax
ocorre quando o personagem

mais velho perguntou o que acontecia do lado de fora. (linha 4)


mais novo contou que um cachorro erguia a perna no poste. (linha 5)
mais novo relatou que estava passando um enterro de luxo. (linha 9)
mais velho veio a falecer, para a alegria do companheiro. (linha 10-11)

Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 02

A ausência de letras em algumas palavras desse miniconto, além de funcionar como pista importante
para a sua compreensão, configura-se como um recurso expressivo empregado para

banalizar um problema social.


censurar a postura do garoto.
delimitar a coerência do texto.
estimular a reflexão do leitor.

Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 03

O Desaparecido

            Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas de antigamente que sentiam frio
na alma quando a tarde estava fria, e então eu sinto uma saudade muito grande, uma saudade de
noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom
que parece que estou te embalando dentro de mim.

            Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar
ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia
sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino,
com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me no
espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos
parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido, estou
parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de um
desaparecido que a família procura em vão.
            Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página
interior de jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca,
mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidade estará de pé um
homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.

BRAGA, Rubem. A Traição das Elegantes. Editora Sabiá. Rio de Janeiro: 1969. p. 112.

a) O gênero “crônica” explora as diversas potencialidades das palavras; por isso, geralmente, o
cronista faz uso do sentido figurado. Retire da crônica anterior uma passagem em que esse recurso
esteja presente.

b) Explique qual é a intencionalidade do escritor ao empregar, na crônica, o sentido conotativo.

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Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 04

A disciplina do amor

            Foi na França, durante a segunda grande guerra. Um jovem tinha um cachorro que todos os
dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis
da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o
com seu passinho saltitante de volta a casa.

            A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele
correspondia, chegava a correr todo animado atrás dos mais íntimos para logo voltar atento ao seu
posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

            Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro
deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único
ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado.
Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava a sua vida normal de cachorro até chegar o dia
seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao seu posto de
espera.

            O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a
esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele
disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias.

            Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem
soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros
familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro, já velhíssimo, (era jovem quando o jovem
partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro
está esperando?... Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho sempre voltado para “aquela”
direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. p. 99-100.

a) O conto é um gênero textual representante da tipologia narrativa. Sendo assim, identifique no texto
os seguintes elementos: tempo, espaço, personagens, enredo e narrador.

b) Retire do texto uma passagem que confirme a ideia presente no título “A disciplina do amor”.

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Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 05

Após a leitura da tirinha, observe atentamente a fala da bruxa, no 1º quadrinho.

“Espelho, espelho meu, você me acha a mais linda de todas?”


 Agora, assinale a alternativa CORRETA.

A oração tem um predicado verbal.


Os pronomes você e me desempenham a função sintática de objeto direto.
O verbo achar nesse trecho desempenha a função sintática de verbo transitivo direto.
O termo a mais linda de todas atribui uma característica ao sujeito da oração.

Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 06

Leia os textos a seguir.

Texto 1

O Brasil em Março

26 – Dia da Inclusão Digital

Mouses em Punho

Rodrigo comanda3 mil soldados do bem mundo afora

            Desde 2001, comemora-se no último sábado de março o Dia da Inclusão Digital. Centenas de
computadores instalados em lugares públicos apresentam um mundo desconhecido para muita
gente. O idealizador do evento, Rodrigo Baggio, criou o Comitê para a Democratização da
Informática (CDI). Em 1995, Rodrigo lançou a semente. Com ajuda de voluntários, implantou a
Escola de Informática e Cidadania na favela Santa Marta, Rio. Antes de um ano, o CDI já incluía dez
escolas.

            “Começamos ensinando o básico”, diz Rodrigo. “E logo os alunos passam a contribuir para
suas comunidades. Fazem bancos de dados, acompanhamento de programas de saúde,
correspondência. Os que mais se destacam fazem treinamentos avançados para se tornar
professores ou empreendedores sociais”.

            Rodrigo tem muito a comemorar. O CDI atravessou fronteiras e ganhou prêmios. Alcança hoje
946 escolas em dez países e conta com mais de 3 mil educadores e voluntários. “Mas ainda há muito
a fazer”, diz. “. Ao ver sua principal invenção, o avião, sendo usada para matar, Santos Dumont caiu
em profunda  depressão. A informática também virou arma de guerra. Mas existem diversas pessoas
mundo afora que vêm utilizando as tecnologias para fins nobres. Por isso, o Dia da Inclusão Digital:
uma data para a celebração da esperança que temos na construção de um mundo melhor”.

(Brasil - Almanaque de Cultura Popular / março 2005)

Texto 2

Informática

VOCÊ SABIA...

... que diversos jogos eletrônicos foram considerados preconceituosos e disseminadores de práticas
contra os direitos humanos e, principalmente, contra as mulheres? A conclusão é do relatório Com a
Violência Nãose Brinca, da Anistia Internacional. O estudo está disponível em espanhol:
www.es.amnesty.org.

(Brasil - Almanaque de Cultura Popular / março 2005)

Ao comparar os textos 1 e 2 pode-se AFIRMAR que:

há interesse, dos dois textos, em disseminar a ideia do uso indiscriminado da informática.


o texto 2 tem sua informação baseada em pesquisa internacional, enquanto o outro só
apresenta “achismos”.
ambos os textos mencionam algum problema ligado ao mau uso da informática nos dias de
hoje.
o texto 1 deixa clara a importância da informática hoje e o texto 2 reafirma essa ideia.

Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 07
Leia os textos a seguir.

Texto 1

                                                                                                                          (Só dói quando eu


respiro – 1976)

Texto 2

METABÓLICO

            A televisão era um dos poucos instrumentos que ainda serviam igualmente a todos os
brasileiros. Entretanto, com os novos sistemas a cabo e por satélite, ela começa a se separar.
Surgem os parabólicos, que podem pagar para ter acesso a canais especiais de todo o mundo, e os
metabólicos, que continuarão presos às televisões tradicionais. Os primeiros vão ter televisões
culturais, educativas, informativas. Os demais, uma televisão com programas de baixa qualidade que
farão suas culturas dóceis a fim de que continuem servindo ao sistema de apartação como uma
casta inferior.

Apartação: separação entre grupos sociais (um pobre, outro rico)

Casta: grupo social.

(BUARQUE, Cristovam. Admirável mundo atual. São Paulo, Geração Editorial, 2001)

Leia, com atenção, as opiniões sobre TV apresentadas a seguir:

“Acho importante programas educativos, que estimulam o interesse pela cultura e por informação.”

(Úrsula Elke Reichenbach, estudante, 17 anos. Jornal O Estado de São Paulo, Caderno2 –
Televisão, 5/8/2004.)

“É difícil a gente achar na televisão alguma coisa educativa e, quando acha, o jeito que é
apresentado é muito chato para assistir.”

(Marco Antônio Saguetto, 14 anos, estudante)


A partir da leitura das opiniões acima e dos textos 1 e 2, desenvolva um pequeno parágrafo
apresentando fatos que possam comprovar o lado bom e o lado ruim da televisão na vida das
pessoas.

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Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 08

TEXTO 1

Fábula é uma narrativa, portanto apresenta enredo, personagens, ponto- de-vista, tempo e espaço.

Ela apresenta algumas características especiais: seus personagens pertencem sempre ao mundo
animal, mas têm características humanas; e há um final moralizante, ou seja, a moral da história.

A fábula A cigarra e a formiga foi escrita por La Fontaine, escritor francês que viveu no século XVII.
Através de suas histórias, satirizou, ou seja, criticou a sociedade de seu tempo.

A cigarra e a formiga

                                                                                    La Fontaine  

Tendo a cigarra em cantigas

Folgado todo o verão,

Achou-se em penúria extrema

Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha

Que trincasse, a tagarela

Foi valer-se da formiga,

Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,

Pois tinha riqueza e brio,

Algum grão com que manter-se

Té voltar o aceso estio.

A formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso junta.

“No verão em que lidavas?”

À pedinte, ela pergunta.

‘           Responde a outra: “Eu cantava

Noite e dia, a toda a hora.

Oh! Bravo! — torna a formiga —

Cantavas? Pois dança agora!”

TEXTO 2

Contrafábula da cigarra e da formiga

Antônio A. Baptista

Adptação: Pedro Bandeira


     A formiga passava a vida naquela formigação, aumentando o rendimento da sua “capita” e
dizendo que estava contribuindo para o crescimento do produto nacional bruto. Na trabalhadeira do
investimento, sempre consultando as cotações da bolsa, vendendo na alta e comprando na baixa,
sempre atenta aos rateios e às subscrições. Fechava contratos em Londres já com um pé no Boeing
para Frankfurt ou Genebra, para verificar os dividendos de suas contas numeradas.

     Mas vivia também roendo-se por dentro ao ver a cigarra, com quem estudara no ginásio, metida
em shows e boates, sempre acompanhada de clientes libidinosos do Mercado Comum.

     E vivia a formiga a dizer por dentro:

     — Ah, ah! No inverno, você há de aparecer por aqui, a mendigar o que não poupou no verão! E
vai cair dura com a resposta que tenho preparada para você!

     Ruminando sua terrível vingança, voltava a formiga a tesourar e entesourar investimentos e


lucros, incutindo nos filhos hábitos de poupança, consultando advogados e tomando vasodilatadores.

     Um dia, quando voltava de um almoço no La Tambouille com os japoneses da informática,


encontrou a cigarra no shopping Iguatemi, cantarolando como de costume.

     “Lá vem ela dar a sua facada” – pensou a formiga. “Ah, ah, chegou a minha vez!”

     Mas a cigarra aproximou-se só querendo saber como estava ela e como estavam todos no
formigueiro.

     A formiga, remordida, preparando o terreno para sua vingança, comentou:

     — A senhora andou cantando na tevê todo este verão, não foi, dona Cigarra?

     — É claro! – disse a cigarra. — Tenho um programa semanal.

     — Agora no inverno é que vai ser mau ...— continuou a formiga, com toda a maldade na voz. — A
senhora não depositou nada no banco, não é?

     — Não faz mal. Os meus discos não saem das paradas. E acabei de fechar um contrato com o
Olympia de Paris por duzentos mil dólares

     — O quê?! — exclamou a formiga. — A senhora vai ganhar duzentos mil dólares no inverno?

     — Não. Isso é só em Paris. Depois, tenho a excursão a Nova York, depois Londres, depois
Amsterdam...

     Aí a formiga pensou no seu trabalho, nas suas azias, na sua vida terrivelmente cansativa e nas
suas ameaças de enfarte, enquanto aquela inútil da cigarra ganhava tanto, cantando e se divertindo!
E perguntou:

     — Quando a senhora embarca para Paris?

     — Na semana que vem

     — E pode me fazer um favor? Quando chegar a Paris, procure por um tal La Fontaine e diga-lhe
que eu quero que ele vá para o raio que o parta!
Todas as alternativas em relação aos textos 1 e 2 estão corretas, EXCETO:

A formiga do texto 2 conhece a Fábula de La Fontaine


A idéia central do texto 2 está ligada à questão estritamente financeira
A idéia central do texto 1 está ligada à questão da concepção do trabalho honesto
O título do texto 2 se justifica, pois o texto é uma continuação do texto 1

Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 09

 TEXTO

(Artefato 10. Amostra Brastemp para São Paulo.)

Releia:

“Precisa-se de cozinheira com pouca experiência.”

O slogan do anúncio publicitário lembra as chamadas dos anúncios classificados. Redija um pequeno
parágrafo justificando essa comparação e explique qual o efeito de sentido que o slogan, como
classificados, dá ao texto publicitário. Use argumentos convincentes.

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Valor da questão: Nota:

QUESTÃO 10

TEXTO 1

TEXTO 2

    Leia o seguinte anúncio colocado no Jornal do Campo, que circula nas imediações da Fazenda
Morro Alto, no estado de Tocantins.

PROCURA-SE

um cavalo de estimação

grande, marrom, crinas brancas e longas,

porte altivo, atende pelo nome de Valente.

Boa remuneração. Dono doente e desesperado.

Tratar com Dráulio - Fazenda Morro Alto.

O texto 1 e o texto 2 têm, a princípio, o mesmo objetivo: procurar um desaparecido. Qual dos dois
textos, na sua opinião, seria mais eficaz. Justifique sua escolha em um pequeno parágrafo usando
elementos do texto.

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