Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CARTOGRAFIA
Prof. Marcos A Timbó Elmiro
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
SUMÁRIO Pag.
1 – Apresentação 3
13 - Referências bibliográficas 59
2
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
1 - APRESENTAÇÃO
Nos dias atuais existe um consenso de que a informação é um dos recursos mais
estratégicos e mais valiosos para a condução de qualquer tipo negócio ou projeto, seja de
natureza pública ou privada, seja de abrangência global, nacional, regional, local e até mesmo
pessoal. Nenhum País, Estado ou Município atingirá seu pleno desenvolvimento se não dispuser
de informações atualizadas, precisas e sinópticas sobre a natureza a quantidade e a distribuição
geográfica dos seus recursos naturais e riquezas produzidas pela sua população. O
Geoprocessamento surgiu, cresceu e se expande com base na filosofia de que a informação
organizada, correta e disponível de forma ágil é indispensável para planejar e tomar decisões
importantes de forma correta. O provérbio popular de que “informação é poder” nunca foi tão
verdadeiro e atual, ganhando vigor renovado em relação à informação geográfica com o advento
da tecnologia de Geoprocessamento.
Em uma visão abrangente, Geoprocessamento é o conjunto de técnicas que lidam com
aquisição, tratamento, interpretação e análise de dados georeferenciados, ou seja, é o
processamento da informação que tem relacionamento com o espaço geográfico. O
Geoprocessamento caracteriza-se por aplicações transdisciplinares em diversas áreas do
conhecimento, apoiadas pela utilização de novas tecnologias como satélites de observação da
Terra, sensores remotos aerotransportados, técnicas de mensuração e coleta de dados por meio
do sistema GPS/GNSS, estações topográficas eletrônicas e medidores a laser. O processamento e
a análise dos dados são feitas em ambientes integrados de software, hardware e procedimentos
chamados sistemas de informações geográficas (SIG).
O ambiente de Geoprocessamento/SIG disponibiliza valiosas ferramentas para aplicações
em diferentes áreas do conhecimento que lidam com recursos geograficamente distribuídos.
Qualquer atividade em que a posição geográfica tenha alguma importância é tipicamente uma
aplicação de Geoprocessamento e pode contar com suas ferramentas. Áreas tão diversificadas
como a Engenharia, Geografia, Geologia, Pedologia, Agricultura, Arquitetura, Navegação,
Turismo, Meteorologia, Transportes, Urbanismo, além de muitas outras, podem tirar grande
proveito das técnicas e ferramentas de Geoprocessamento.
A Cartografia tem um papel de relevância fundamental dentro do Geoprocessamento
constituindo um dos seus pilares mais importantes, porquanto o mapa tem sido o principal meio
de apresentação dos resultados, é a forma de visualização mais natural e de interpretação mais
intuitiva para a informação espacial. Varias operações espaciais que são base para diversas
funções de analises em Geoprocessamento (interseção, união, fusão, etc.) são executadas por
meio de álgebra de mapas. Além disso, tradicionalmente já existe uma enorme quantidade de
informações sob a forma de mapas e cartas, tanto no formato digital como em papel na forma
analógica que alimentam as análises em Geoprocessamento.
Muitos profissionais que ingressam nessa área emergente e efervescente de
Geoprocessamento, visando tirar proveito das suas ferramentas e técnicas para aumentar
produtividade e agilizar suas atividades, têm sido “atrapalhados” pela falta de entendimento de
conceitos fundamentais relacionados à Cartografia e Mapeamento. Estas breves notas de aulas
que foram planejadas para dar suporte à disciplina Fundamentos de Cartografia têm como
objetivo principal minimizar essas dificuldades, procurando fornecer uma visão geral do assunto
com enfoque voltado ao ambiente de Geoprocessamento.
3
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Cartografia é a Ciência e Arte que se propõe a representar por meio de mapas, cartas e
plantas, além de outras formas como a computação gráfica, os diversos ramos do conhecimento
do homem sobre a superfície e o ambiente terrestre. Ciência quando se utiliza do apoio científico
da Astronomia, da Matemática, da Física, da Geodesia, da Estatística e de outras Ciências para
alcançar exatidão satisfatória. Arte, quando recorre às leis estéticas da simplicidade e da clareza,
buscando atingir o ideal artístico da beleza
Pela definição, percebe-se que um documento cartográfico, seja ele em papel ou na forma
digital tem um compromisso com a exatidão. Esta exatidão deve ser compatível com a escala de
representação ou resolução. Quando extraímos uma informação do documento cartográfico,
temos a possibilidade de quantificar o erro em termos da posição geográfica, comprimento ou
área. Da mesma forma, a definição indica que as informações apresentadas na carta devem ser
claras, logicamente organizadas, de fácil leitura e de interpretação imediata.
A Cartografia é considerada uma das mais antigas ciências de que se tem conhecimento.
Sua origem remonta aos primórdios da civilização, quando o homem primitivo já sentia
necessidade de registrar o espaço em sua volta a fim de marcar os lugares importantes para a sua
sobrevivência. Ao registrar nas paredes das cavernas os locais onde havia abundância de água e
de alimentos, locais perigosos, redutos de tribos hostis, etc. utilizando-se de instrumentos
rudimentares, o homem da antiguidade já estaria desenvolvendo um trabalho de cartografia na
sua forma mais rudimentar.
Desde então a Cartografia evoluiu de forma gradual em seus métodos e instrumentos. Nas
últimas décadas essa evolução foi notavelmente rápida, de forma que nos dias atuais a
cartografia se utiliza de ferramentas de alta tecnologia como medidores a laser, sensores
remotos, satélites artificiais, softwares e hardwares para produzir documentos cartográficos com
as mais diferentes finalidades e para as mais diversas áreas de aplicações. Atualmente, a
cartografia é uma ferramenta de suporte para aplicações em praticamente todas as áreas que
lidam com recursos geograficamente distribuídos tais como Engenharia, Geografia, Geologia,
Pedologia, Agricultura, Arquitetura, Navegação, Transportes, Turismo, Meteorologia,
Urbanismo, etc. com uma lista crescente a cada dia.
Para bem cumprir seus objetivos a Cartografia se apoia em várias ciências, tecnologias e
áreas do conhecimento, algumas já são bem consolidadas e outras em constante processo de
evolução e efervescência tecnológica. Apresentamos um breve resumo das áreas mais
importantes para nosso estudo de cartografia.
ASTRONOMIA
A Astronomia é a mais antiga ciência de suporte à Cartografia. Foi utilizada desde
tempos imemoriais para determinar a posição geográfica (latitude, longitude e azimutes) de
lugares e direções na superfície terrestre. Os astrônomos e os observatórios astronômicos, desde
remotas datas, determinam e divulgam as coordenadas das principais estrelas e astros em relação
à Esfera Celeste. Um observador na superfície da Terra, ao observar uma estrela ou astro de
coordenadas celestes já conhecidas e utilizando os conceitos de trigonometria esférica, pode
determinar as coordenadas geográficas e azimutes da posição terrestre. Os antigos cartógrafos e
4
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
navegadores só dispunham deste único recurso para se localizar, navegar e construir mapas
(Figura 1).
Em 27 de abril de 1500, mal haviam sido enrolados os panos das caravelas ancoradas na
Terra de Vera Cruz, João Emenelaus, um físico da esquadra de Cabral, desceu a terra e por meio
do astrolábio mediu a altura do Sol ao meio dia e determinou a latitude de 17 graus para o local
de desembarque (Cêurio de Oliveira, 1993). Nos dias atuais as medições astronômicas
convencionais para determinação de posição geográfica foram praticamente substituídas por
metodologias mais modernas como o posicionamento por satélites e outras que serão abordadas
mais adiante.
Figura 1 – Astronomia usada como recurso único pelos cartógrafos e navegadores antigos.
TOPOGRAFIA e AGRIMENSURA
5
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
GEODÉSIA
A Geodésia é a ciência que trata do estudo da forma e dimensões da Terra, sendo
responsável pelo estabelecimento do apoio geodésico básico para posicionamento, ou seja, uma
malha de pontos geodésicos com latitude, longitude e altitude de alta precisão (Figura 3). Essa
malha é necessária para dar suporte aos trabalhos que requeiram novas posições, com novas
coordenadas, tais como mapeamentos cartográficos, trabalhos de engenharia, estudos de
geodinâmica e atividades de navegação. A Geodésia utiliza instrumentos e métodos de alta
precisão. As posições geodésicas são calculadas utilizando fórmulas matemáticas rigorosas e
completas da trigonometria esférica sobre um modelo da Terra mais próximo possível do real. A
Terra é considerada como um elipsóide de revolução para cálculo das latitudes e longitudes e
como um modelo gravitacional complexo para cálculo das altitudes.
6
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 4 – Ilustração sem escala do segmento espacial do Sistema GPS e instrumentos receptores
terrestres.
FOTOGRAMETRIA
A Fotogrametria é a técnica utilizada para obtenção de medidas tridimensionais terrestres
e mapeamentos planialtimétricos precisos utilizando-se coberturas fotográficas, obtidas por meio
de câmaras métricas com recobrimento estereoscópico longitudinal e lateral (Figura 5). É uma
7
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
8
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
VARREDURA LASER
O método LIDAR (Light Detection and Ranging) tal como a fotogrametria é uma técnica
para levantamento e mapeamento de recursos da Terra que permite a obtenção de posições
tridimensionais precisas em curto espaço de tempo. Um sistema de LIDAR utiliza uma
combinação de três diferentes tecnologias avançadas: 1) um Sistema de navegação inercial de
alta precisão (Inertial Navigation System - INS) para fornecer atitude e orientação do sensor; 2)
um varredor de distâncias a laser; e 3) um Sistema de Posicionamento Global por satélite (GPS)
operando no modo cinemático diferencial por fase para fornecer a posição do sensor. Com a
integração dos três subsistemas em um único instrumento montado no avião ou em um pequeno
helicóptero, é possível adquirir rapidamente nuvens de pontos tridimensionais do terreno abaixo
da trajetória de vôo. A Figura 6 ilustra os principais aspectos da base conceitual do sistema
LIDAR.
Figura 6 – Visão geral do levantamento a laser. O sensor avança na direção de vôo enquanto o
dispositivo de varredura desloca o feixe de laser lateralmente com passo constante
cobrindo o terreno nas duas dimensões com pontos de amostras espaçados. As
posições geográficas dos pontos são obtidas com base na posição GPS do Centro
Elétrico do emissor de laser, na distância, no azimute e na inclinação do feixe de
laser até o terreno.
9
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
SENSORIAMENTO REMOTO
O Sensoriamento Remoto é a ciência e técnica que utiliza modernos sensores,
equipamentos e programas de processamento e transmissão de dados, aeronaves e/ou
espaçonaves para fins de estudo do ambiente terrestre por meio do registro e da análise das
interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias componentes do planeta em suas
mais diversas manifestações. O Sensoriamento Remoto veio complementar o método da
fotogrametria, principalmente para atualização de mapeamentos e nas aplicações para obtenção
de informações temáticas. A Figura 7 ilustra uma visão geral do Sensoriamento Remoto.
10
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
INTERFEROMETRIA DE RADAR
A interferometria RADAR é uma técnica que usa pares de imagens de radar para produzir
modelos digitais precisos da elevação do terreno (MDE). Na técnica InSAR um par de imagens é
adquirido de duas posições da antena, separadas espacialmente por uma distância, conhecida
como linha de base. Como são adquiridas de posições diferentes, as imagens não se sobrepõem
perfeitamente. Assim, é necessário que sejam co-registradas com exatidão antes que qualquer
outra etapa adicional de processamento possa ser executada. As duas antenas podem ser
montadas na mesma plataforma, o que é chamado de modalidade de passagem única ou a mesma
área pode ser sobrevoada em horários diferentes pela mesma antena, o que se chama modalidade
de passagem repetida. A Figura 8 ilustra de forma esquemática o princípio de operação do
método InSAR, em passagem única usado na missão SRTM da NASA.
Figura 8 – Visão geral, sem escala, do método InSAR usado na missão SRTM que fez o
mapeamento topográfico global em 2001.
COMPUTAÇÃO E GEOPROCESSAMENTO
O advento e desenvolvimento da computação nas últimas décadas contribuíram para um
grande salto tecnológico da Cartografia. Dentre as maiores contribuições da computação
destacam-se os seguintes avanços: 1) desenvolvimento das ferramentas de computação gráfica;
2) algoritmos e softwares para processamento digital de imagens; 3) sistemas de gerenciamento
de bancos de dados; 4) mesas digitalizadoras; 5)scanners de grande formato; 6) plotters e
impressoras de alta resolução; 7) softwares e plataformas para Sistemas de Informações
Geográficas - SIG.
Para representar a superfície da Terra, que tem a forma de um esferóide, por meio de
mapas, que são representações sobre planos, é necessário, antes de tudo, discutir três aspectos
fundamentais envolvidos no processo:
1. Entender sua forma real e definir um modelo matemático de representação simplificada e
apropriado para viabilizar os cálculos, transformações e representações das medidas reais;
2. Estabelecer um sistema de conversão (projeção) das medidas reais obtidas ou calculadas na
superfície esférica do modelo do planeta para o plano cartográfico do mapa; e
3. Adotar uma escala de representação para os elementos e feições da Terra, no caso de usar
documentos impressos, tendo em vista que não é possível a representação em verdadeira
11
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
GEÓIDE
É a forma verdadeira da Terra quando são subtraídas as montanhas, as depressões e
outras saliências e reentrâncias geográficas da superfície. Estes elementos são muito pequenos
(máximo 8,9 km no pico do Everest) em relação ao diâmetro da Terra (12.740,0 km). A
superfície do geóide não tem definição geométrica ou matemática, é um modelo gravitacional
cuja superfície é definida pelo potencial da gravidade equivalente ao do nível medo do mar. A
superfície do geóide é aproximadamente esférica com suaves ondulações e achatada nos pólos.
Seu diâmetro equatorial é aproximadamente 43 km maior que o diâmetro polar. O Geóide pode
ser definido como sendo a superfície do nível médio das águas tranqüilas dos mares prolongada
12
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
por baixo dos continentes e é utilizado, em cartografia, como o modelo de referência padrão para
as medidas de altitudes.
ESFERA
É a forma da Terra, com definição matemática, que representa uma simplificação do
Geóide, considerando que o achatamento polar da Terra é muito pequeno (43 km em relação a
12.740 km de diâmetro). É uma forma geométrica simplificada eventualmente utilizada em
cartografia apenas em cálculos auxiliares e trabalhos aproximados. A equação do círculo
máximo que define uma seção meridiana ou o Equador na esfera é dada por: X2 + Z2 = R2, onde
X e Z são as coordenadas do círculo e R é o raio.
ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO
O Elipsóide de Revolução (Figura 10) é definido como sendo o sólido geométrico gerado
por uma elipse que gira em torno do seu eixo menor (eixo polar). Consiste na forma com
definição matemática que mais se aproxima do geóide (prolongamento do nível do mar pelos
continentes), portanto é a forma/modelo que permite a maior precisão de representação da Terra.
Os mapas e cartas topográficas, o sistema GPS e a maioria dos sistemas e processos envolvidos
em cartografia e navegação, utilizam o modelo elipsóidico terrestre. Esta é a forma padrão
considerada pela Geodesia para os trabalhos de precisão rigorosa.
A elipse é uma curva definida pelo lugar geométrico dos pontos do plano onde a soma
dos raios vetores, que partem dos focos, é uma constante de valor igual ao dobro do semi-eixo
maior da elipse, ou seja, r1 + r2 = 2a. A equação da elipse é dada por: X2/a2 + Y2/b2 =1, onde
Raios vetores r1 , r 2
Semi-eixo maior a
Semi-eixo menor b
Coordenadas X, Y
Achatamento f = (a-b)/a
Excentricidade ε = [(a2 - b2 )/ a2 ] 1/2
PLANO
É o modelo/forma da Terra mais simplificada de todas, prestando-se unicamente para
representação local, em extensões limitadas de acordo com a aplicação, geralmente até um raio
máximo de aproximadamente de 50 km. Nessa extensão a diferença entre o arco e a corda é
menor que 40 cm. Neste caso, todas as medidas feitas sobre o terreno natural são simplesmente
projetadas em um plano horizontal tangente à superfície terrestre local (conhecido como Plano
Topográfico) usando fórmulas da trigonometria plana. Muitos trabalhos de topografia e
13
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
14
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Atualmente há uma tendência mundial para adoção de datums globais geocênticos que
são determinados com base em medições de satélites artificiais e observações de radioastronomia
de alta precisão, onde a origem dos eixos de coordenadas tridimensionais é o centro de massa da
Terra e o elipsóide adotado se ajusta à figura da Terra de forma global para todos os continentes.
É importante lembrar que um mesmo ponto do terreno terá valores de coordenadas diferentes
quando referidas a diferentes datuns.
Existe atualmente uma grande quantidade de datuns horizontais usados em diferentes
partes do mundo. No Brasil lidamos, basicamente, com apenas quatro datuns, a saber: 1) Sistema
de Referência Geodésico para as Américas (SIRGAS 2000) que é o datum global geocêntrico
oficial adotado por lei a partir da R.PR-IBGE-1/2005 de 25/02/2005; 2) South American Datum
(SAD-69), que é o datum local topocêntrico oficial anterior ao SIRGAS e que deverá ser por este
completamente substituído no prazo de 10 anos a partir da R.PR-IBGE-1/2005; 3) Córrego
Alegre, que é o datum local topocêntrico anterior ao SAD-69, ao qual existem ainda vários
trabalhos antigos referenciados; e 3) World Geodetic System (WGS-84), que é o datum global
geocêntrico utilizado pelo Sistema GPS (muito similar ao SIRGAS 2000), cuja a tendência é ser
adotado como padrão mundial.
O WGS-84 é um datum global e geocêntrico, onde o elipsoide adotado (GRS80) ajusta-se
o mais possível ao geóide em todo o globo e a origem dos seus eixos coordenados é fixada no
geocentro (centro de massa da Terra). No datum global, como o elipsóide é fixado à Terra no
geocentro, não há Ponto Geodésico Origem na superfície da Terra nem Azimute inicial. A
Tabela 1 ilustra vários elipsóides estabelecidos para a Terra desde que Newton contestou sua
simples esfericidade e postulou sua forma elipsóidica.
15
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
16
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
17
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
As altitudes são referidas ao nível médio das águas tranqüilas dos mares, ou seja, à
superfície do geóide. Porém, tal como ocorre com o datum horizontal, cada país mede e adota o
seu próprio nível do mar. O nível do mar sofre influência de vários fatores tais como ventos,
atração do Sol e da Lua, densidade das massas continentais e dos fundos dos oceanos, correntes
marítimas, etc. Para obter um valor estável e preciso é necessário tomar medidas da variação das
marés durante um período de aproximadamente 19 anos, quando todos os fatores mais influentes
passam a se repetir (Figura 12). Assim, o Datum Vertical é um sistema padrão ao qual devem ser
referenciadas as altitudes de um país ou região. Na prática é dado pela média das observações de
18
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
um Marégrafo (Figura 12) que tem o registro das variações de marés por um longo período (pelo
menos 19 anos, quando se repete o ciclo da Lua). É de fundamental importância que os dados
altimétricos de um mesmo projeto estejam referenciados a um único datum Vertical para evitar
incompatibilidades. Cabe ressaltar que, salvo em uma aproximação grosseira, não tem sentido
falar em altitude sem especificar o datum vertical de referência.
Figura 12 – Ilustração do Datum Vertical, onde é necessário medir a variação das marés durante
um longo período para obter um valor de referência estável.
Altitude Elipsoidal (H): distância sobre a normal ao elipsóide que se estende da superfície do
elipsóide até o ponto considerado.
Altitude Ortométrica (h): distância vertical que se estende do nível médio do mar
(Geóide ≡ Datum Vertical) até o ponto considerado. Difere de H pela Ondulação Geoidal.
19
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
20
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Para nossa maior familiarização com as grandezas terrestres, são apresentadas algumas
medidas utilizando o modelo esférico terrestre (modelo simplificado) neste caso a esfera adotada
tem raio igual ao semi-eixo maior do modelo SAD69.
Comprimento de um grau de Latitude (Meridiano)
1° = 2 x 3,141592(π) x 6378160m / 360 = 111320 metros
1’ minuto = 111320m/60 = 1855 metros
21
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
AZIMUTE
É a forma mais usada para indicar uma direção geográfica. O azimute é o ângulo formado
entre e a direção Norte (meridiano ou azimute zero) e uma direção terrestre considerada. É
sempre contado no sentido horário e assume valores desde 0° até 360°. O azimute entre dois
pontos no modelo da esfera terrestre (modelo simplificado) é dado por
cosAz = (senb - sena.cosd )/(cosa.send)
RUMO
É uma forma alternativa, menos usada que o azimute, para indicar uma direção
geográfica. Consiste no menor ângulo que uma direção terrestre faz com a linha Norte-Sul
(meridiano). O rumo pode ser contado do Norte ou do Sul (sempre a partir do que estiver
angularmente mais próximo). Nunca passa de 90° e vem obrigatoriamente acompanhado da
identificação do quadrante (NE, NW, SE, SW) onde se encontra. Exemplos. 80°NE, 40°SE, 30°
SW, 10°NW.
A conversão entre Azimutes(Az) e Rumos(R) ou vice versa pode ser feita pelas relações a seguir
Primeiro quadrante (NE) R = Az
Segundo Quadrante (SE) R = 180 - Az
Terceiro quadrante (SO) R = Az - 180
22
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 15 – Ilustração dos conceitos de Nortes de referência (NM, NQ, NV), azimutes e rumos.
23
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
metros, e não em graus, como no caso das coordenadas esféricas. A coordenada X é denominada
Este (E) e a coordenada Y denominada Norte (N). Este sistema simplifica bastante os cálculos
de comprimentos, direções, declividades, áreas, volumes, etc. usando-se operações de
trigonometria e geometria planas. Cabe, porém, observar que as coordenadas planas estão
estritamente associadas ao sistema de projeção específico do mapa que modifica, em graus
variáveis, as feições reais da Terra. Cada coordenada plana corresponde a uma coordenada
geográfica que foi transformada pelas equações e leis matemáticas do sistema de projeção. Não
tem nenhum sentido falar em coordenada plana cartesiana sem especificar o sistema de projeção
que lhe deu origem.
24
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Conformes – são aquelas que não apresentam deformações angulares – muito utilizadas
em navegação e mapeamento de detalhes.
Afiláticas – são aquelas que apresentam todas as deformações anteriores, mas apresentam
alguma outra propriedade de interesse específico.
2) Quanto a natureza da superfície de projeção:
Planas ou Azimutais – quando a superfície de projeção é um plano.
Cilíndricas – quando a superfície de projeção é um cilindro desenvolvível em um plano.
Cônicas – quando a superfície de projeção é um cone desenvolvível em um plano.
Figura 16 – Ilustração dos conceitos da projeção cartográfica das posições geográficas dos
objetos e feições da Terra esférica ou elipsoidica no mapa (plano de projeção).
25
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
2) É uma projeção conforme, ou seja, mantém sem deformações os ângulos e a forma das
pequenas áreas, porém deforma distâncias lineares e valor das áreas.
4) Os mapas na projeção UTM não possuem uma escala única e constante em relação à
realidade terrestre. As regiões entre os meridianos de secância sofrem reduções de escala
(K<1), enquanto as regiões fora dos meridianos de secância apresentam escalas ampliadas
(K>1). Isso permite que as distorções de escala sejam distribuídas ao longo do fuso de 6° de
amplitude.
26
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
7) O Equador (eixo X origem) é representado por uma linha reta horizontal, o Meridiano
Central (eixo Y origem) representado por uma linha reta vertical, os paralelos são
transformados para curvas de concavidades voltadas para os pólos e os meridianos para
curvas de concavidades voltadas para o MC.
27
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
11) O sistema costuma ser, também, dividido em faixas de 8° de latitudes designadas pelas letras
do alfabeto (exceto as letras I e O). A contagem das faixas começa em 80° Sul com a letra C
(80°S a 72°S) e cresce para Norte até a letra X. Assim coordenadas na faixa de 16°Sul a
24°Sul dentro da zona de MC=45° são precedidas por 23K (por exemplo. UTM 23K 608600;
7802650 – SAD69 são as coordenadas do PCA-UFMG). A primeira faixa acima do Equador,
0°N a 8°N, corresponde à letra N. Este sistema é muito usado pelos equipamentos GPS de
navegação.
12) A projeção UTM quando comparada a outras projeções apresenta deformações pequenas em
todos os aspectos.
28
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 19 – No alto, o sistema de coordenadas planas de um Fuso UTM qualquer, o qual é igual
para todos os demais 60 fusos. Em baixo, os oito Fusos UTM que cobrem o Brasil.
29
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
30
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 20 – Ilustração do Plano topográfico local onde são projetadas ortogonalmente todas as
feições geográficas para fins de representação em planta. Fonte: Erba et al. (2003)
31
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
32
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
33
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
TRANSFORMAÇÃO DE PROJEÇÕES
Existe um número muito grande de sistemas de projeções com diferentes propriedades e
características para atender a diferentes propósitos. A maioria dos Softwares de
34
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Geoprocessamento traz funções e facilidades para conversão entre as projeções mais conhecidas
e utilizadas no mundo. Para consolidar os conceitos veja demonstração usando os programas.
Essa rede é constituída por pontos com latitude e longitude de alta precisão e que formam
o referencial planimétrico (Figura 23). Até 25/02/2005 o datum Datum Horizontal era o South
American Datum de 1969 (SAD69). Este datum utiliza o Elipsóide Internacional de 1967,
definido pela Associação Geodésica Internacional ocorrida em Lucerne, no ano de 1967, cujos
parâmetros são: a = 6.378.160,00m e f = 1/298,25. O datum SAD69 foi escolhido para permitir a
melhor aproximação entre o geóide e o elipsóide para a América do Sul é um datum topocêntrico
que tem como Ponto Geodésico de Origem o vértice geodésico CHUÁ da cadeia de triangulação
do paralelo 20° Sul, cujas coordenadas são: Lat = 19°45’41,6527”S, Lon = 48°06’04,0639”W e
Ondulação Geoidal N=0,0 m. A partir de 25/02/2005, com base na R.PR-IBGE-1/2005, passou a
vigorar o SIRGAS 2000 como datum de referência. Os pontos da rede planimétrica são
monumentados no terreno em locais elevados e de boa visibilidade, possuem a inscrição
“Protegido por Lei”, a identificação do ponto e nome do órgão que implantou. Grande parte dos
pontos foi implantada pelo método geodésico de Triangulação, por isso recebem também o nome
de Vértices de Triangulação. Os pontos têm Latitude e Longitude de precisão e possuem também
altitude, porém determinada por nivelamento trigonométrico (de menor precisão). Essa rede é
conhecida como Rede Clássica. Com o advento das medições geodésicas com GPS que fornece
precisão 10 vezes melhor que os métodos clássicos os pontos estão sendo reocupados para
determinação de novas coordenadas mais precisas. Atualmente a estrutura geodésica de melhor
35
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Essa rede é constituída de pontos com altitudes ortométricas (relativas ao geóide) de alta
precisão, determinadas pelo método de nivelamento geométrico (geralmente não possuem
latitude e longitude) e que formam o referencial altimétrico para trabalhos de natureza
cartográfica e geodésica, tendo como Datum Vertical o nível médio do mar (geoide) definido
pelo Marégrafo da Baia de Imbituba em Santa Catarina. Os pontos estão localizados ao longo
das estradas principais, estações ferroviárias, igrejas antigas, sedes de prefeituras, etc. Locais de
fácil acesso e difícil destruição.
A maior parte da malha física de pontos do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) foi
implantada ao longo de vários anos usando-se os métodos geodésicos clássicos de triangulação,
poligonação e trilateração, ao longo de paralelos e meridianos espaçados de 2° em 2°. A partir da
implantação do Sistema GPS estes métodos clássicos foram substituídos pelo método de
posicionamento GPS diferencial ou relativo que fornece precisão muito melhor e a custos mais
baixos. A partir de 1991 vários Estados brasileiros e algumas concessionárias de serviços
públicos começaram a implantar redes GPS independentes que formam o que se chama de Rede
Nacional GPS. Atualmente o IBGE que é o órgão gestor do Sistema Geodésico Brasileiro está
disponibilizando a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) que é uma rede ativa
formada por várias estações GPS espalhadas pelo Brasil (Figura 24) e com o número de estações
sendo expandidas a cada ano. As estações coletam dados continuamente, 24 horas por dia em
duas freqüências (L1 e L2). As estações estão instaladas em pontos geodésicos de altíssima
precisão (integrantes da implantação e materialização do SIRGAS 2000) e dispensam o usuário
da onerosa ocupação de pontos geodésicos da malha física convencional do SGB. Bastará ao
usuário dispor de apenas um receptor GPS apropriado para coletar seus próprios dados. O
usuário usará os dados coletados pelo IBGE na estação RBMC mais próxima para fazer o pós-
36
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
37
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
38
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Os termos carta e mapa têm tudo em comum e freqüentemente são usados como
sinônimos. No Brasil, porem, há uma ligeira tendência em utilizar a terminologia cartográfica de
acordo com a classificação abaixo.
Cartas Topográficas - São cartas que contêm informações básicas do terreno em planimetria e
altimetria, servindo de suporte para elaboração de outras cartas e mapas mais específicos. São
também chamados Mapas Topográficos. O método mais comum de elaboração de mapas ou
cartas topográficas é por meio do levantamento aerofotogramétrico.
Cartas Temáticas - Cartas que abordam temas específicos e inventários de recursos da Terra,
geralmente elaboradas sobre um fundo de informação geográfica obtidas a partir da compilação
de informações básicas extraídas das cartas topográficas e complementadas com as informações
temáticas de interesse específico. São também chamados Mapas Temáticos.
39
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
É a etapa que consiste em definir com antecedência vários elementos importantes para a
execução do vôo, tais como a aeronave, a distância focal da câmara aérea, a altura de vôo, a
superposição longitudinal e lateral das fotos, o número de fotos por faixa, o número de faixas do
vôo, o total de fotos, a quantidade de filmes. Após a elaboração do plano de vôo com todo seu
detalhamento segue-se a sua execução de acordo com o planejado.
Trabalhos de laboratório
Essa etapa consiste na revelação dos filmes, produção das fotos em papel e diapositivos
(transparências) para serem utilizadas nas fases de restituição e reambulação. Recentemente já
estão disponíveis câmaras digitais que dispensam completamente essa etapa.
Aerotriangulação fotogramétrica
O trabalho de campo da fase anterior representa um dos custos mais elevados do projeto de
mapeamento fotogramétrico. Assim, a finalidade desta fase é aumentar o conjunto de pontos de
controle da fase anterior, sem a necessidade de trabalho de campo, visando economia de custos.
O trabalho consiste em uma metodologia para determinar as coordenadas UTM de um grande
conjunto de pontos cujas coordenadas são medidas apenas nas fotografias utilizando aparelhos
fotogramétricos de escritório. Os pontos são submetidos a ajustamentos por métodos estatísticos.
40
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Restituição fotogramétrica
Essa etapa consiste na construção do mapa a partir dos diapositivos fotográficos ou imagens
rasterizadas montados em pares estereoscópicos, ajustados e georeferenciados
tridimensiomalmente por meio dos pontos de controle, formando os modelos estereoscópicos. Os
modelos estereoscópicos são uma réplica do terreno em escala reduzida de onde podem ser
extraídas quaisquer medidas. Ou seja, essa etapa consiste na transformação da projeção cônica
das fotografias aéreas em projeção ortogonal executada em aparelhos otico-mecânicos de
precisão chamados restituidores fotogramétricos ou em restituidores digitais baseados em
computadores que dispensam os dispositivos otico-mecânicos, melhoram a precisão e a
aumentam produtividade. Atualmente o processo é feito em estações fotogramétricas digitais de
alta qualidade e produtividade, onde os produtos principais são as ortofotos digitais, os arquivos
vetoriais de restituição e Modelos Digitais de Terrenos.
São trabalhos destinados consertar erros e fazer acertos gerais para produzir quatro pranchas
finais de filmes fotográficos (fotolitos) correspondentes às cores de impressão ciano, magenta,
amarelo e preto para produzir cartas impressas coloridas. Modernamente esta etapa tem sido
completamente elaborada por meio de computadores utilizando softwares de editoração
eletrônica de forma muito mais simplificada, aprimorada e eficiente. Como atualmente o
interesse maior é pelos produtos digitais para processamento em sistemas SIG, esta etapa caiu
em desuso
Uma carta topográfica, seja ela impressa ou no formato digital, representa uma porção em
escala reduzida e já interpretada do terreno de onde podem ser facilmente extraídas importantes
e valiosas informações para aplicações em Geoprocessamento e SIG.
INFORMAÇÕES MARGINAIS
Nas cartas impressas, as informações contidas nas margens trazem dados importantes que
dizem respeito ao uso da própria carta. As principais informações marginais são: Identificação da
carta, índice de nomenclatura padrão, escala numérica e escala gráfica, eqüidistância das curvas
de níveis, datum horizontal e datum vertical, índice de folhas adjacentes, meridiano central do
41
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
1. Minúcia de detalhes desejada. uma casa, por exemplo, pode ser desenhada apenas como um
símbolo (carta de escala pequena) ou com jardins e outros detalhes (planta de escala grande).
2. Espaço disponível ou conveniente no papel. Formatos A0, A1, A2, A3, A4 etc.
3. Limitação gráfica de 0.2 mm (chamado erro gráfico), considerado como o limite da acuidade
visual humana. Assim, nenhum elemento poderá ser representado em escala com menos de
0.2 mm.
42
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Curvas Mestras - são as curvas de níveis mais grossas e numeradas com o valor da altitude que
ocorrem a cada cinco curvas. A quinta curva é sempre uma curva mestra nas cartas e mapas
topográficos. Geralmente somente as mestras são numeradas para evitar congestionamento de
números.
Figura 27 – Ilustração dos conceitos de pontos cotados, curvas de níveis e eqüidistância vertical
das curvas de níveis.
1) Quanto maior a inclinação do terreno mais próximas umas das outras se apresentam as
curvas de níveis e quanto menor a inclinação do terreno mais afastadas ficam essas
curvas.
2) O espaçamento entre as curvas de níveis é constante nas encostas de inclinação uniforme.
3) As curvas de níveis são perpendiculares à linha de maior declividade do terreno. A linha
de maior declive é o caminho do escoamento das águas.
43
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
4) As curvas de níveis nunca se cruzam nem se juntam com suas vizinhas, exceto em
superfícies verticais que são muito raras na natureza.
5) As curvas de níveis sempre se fecham, dentro ou fora das bordas da carta ou da planta.
6) As curvas de níveis formam um bico acentuado “V” apontando para a descida da encosta
nas cristas e linhas de cumeadas (divisores de água), formam um bico característico “V”
apontando para a subida da encosta nos vales, córregos e ravinas (recolhedores de águas)
e formam um M nas confluências de dois rios e córregos.
A Figura 28 ilustra várias dessas características.
Figura 28 – Ilustração das Curvas de Níveis em planta e perfil, curvas mestras, divisores de
águas, recolhedores de águas e eqüidistância vertical.
O conhecimentos dessas características básicas das curvas de níveis é muito importante, não só
para o processo de construí-las nos mapas, mas também, para interpretar e identificar feições
geográficas e morfológicas do terreno, tais como as formas do relevo, delimitação de bacias
hidrográficas, determinação do escoamento superficial, etc.
44
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
45
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
de declinação traz também a variação anual da declinação magnética, será possível calcular o seu
valor atualizado para qualquer época.
O ângulo entre o Norte Geográfico e o Norte da Quadrícula chama-se convergência meridiana
(C)
Na carta topográfica o azimute de uma direção é diretamente determinado em relação ao Norte
da Quadrícula, pois é o único Norte que está fisicamente representado pelas linhas verticais da
grade UTM. De posse dos valores fornecidos no diagrama de convergência meridiana e
declinação magnética chega-se facilmente aos outros azimutes (Geográfico e Magnético).
O azimute da Quadrícula pode ser medido diretamente com um transferidor ou pode ser
calculado pela fórmula:: Az = ArcTg [(E2-E1)/( N2-N1)] observando qual o quadrante NE; NW;
SE; SW onde se encontra.
Por exemplo. Medindo com transferidor o Azimute da Igreja Matriz para Fazenda Zebu achou-se
240°30’. O diagrama de declinação e convergência existente na margem inferior da carta fornece
-25’ para a Convergência Meridiana. Assim o Azimute Geográfico será 240°30’ - 25’ =
240°05’. O mesmo diagrama mostra, para o ano de 1980, um ângulo de declinação magnética de
18°25’W e uma variação anual de 6’W. Assim, para o ano 2006 a declinação será 18°25’ +
26x6’ (2°36’) = 22° 01’W. O Azimute Magnético da Igreja Matriz para Fazenda Zebu será então
240°05’ + 22°01’ = 262°06’. Esta seria a direção apontada pela bússola da Igreja Matriz para a
Fazenda Zebú.
Aplicando essa fórmula para os pontos do exemplo anterior temos:
Az = ArcTg [(740350-720240)/(7844520-7833250)] = ArcTg [20.110/11.270] = 60°44’. Como
se trata do quadrante NE o azimute é o próprio ângulo obtido. Este é o Azimute de Quadrícula.
Considerando os dados de convergência meridiana e declinação magnética anteriores teremos.
Azimute Geográfico = 60°44’ - 25’ = 60°19’; Azimute Magnético = 60°19’ + 22°01’= 82°20’
Identificando vales, córregos, ravinas e recolhedores de águas; Identificando divisores de águas;
Identificando as linhas de máximo declive das encostas; Delimitando bacias hidrográficas
A identificação destes elementos depende de uma minuciosa análise do comportamento das
curvas de níveis, do quadro de símbolos e convenções cartográficas e do inter-relacionamento
das feições geográficas presentes no mapa.
Obtendo Declividades
A declividade D é função da eqüidistância (Dv) das curvas de níveis (que pode ser lida ou
deduzida) e do afastamento entre elas (Dp) (que pode ser medido no mapa). Existem três formas
básicas de expressar a declividade.
Tangente da Declividade: Tg(D) = Dv/Dp = Desnível/DistânciaPlana
Ângulo de Declividade: D=ArcTg[Desnível/DistânciaPlana]
Declividade Percentual: D%=[Desnível/DistânciaPlana]x100
Exemplo: na carta de escala 1:25.000 (Dv=Eq=10m) se duas curvas consecutivas estão afastadas
de 2mm (Dh=2x25000 mm=50 m) então:
Tg(D) = Dv/Dp = Desnível/DistânciaPlana =10/50=0.2
D=ArcTg[Desnível/DistânciaPlana] = ArcTg[10/50] = 11.3 graus
D%=[Desnível/DistânciaPlana]x100 = [10/50]x100 =20%
Traçando Caminhos de Declividade Constante
46
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
A=1/2.[(Y1X2 + Y2X3 + Y3X4 +...+ YnX1) - (X1Y2 + X2Y3 + X3Y4 +...+ XnY1)]
Exercício: Calcule a área de um desmatamento cujas coordenadas planas dos vértices medidas
com GPS são:
V1: E= 600175, N=7690850; V2: E= 603000, N=7691000; V3: E= 603425,
N=7687700; V4: E= 600750, N=7687100; V5: E= 600000, N=7688875;
Área = 10.777.187,50 m2 ou 1.077,71875 hectares
Obtendo Volumes em Cartas e Plantas Topográficas
Cálculo de volumes de terra tem vasta aplicação em projetos de engenharia civil, barragens,
mineração, etc. Para determinação dos volumes de material escavado é necessário dispor das
alturas (desníveis) entre o terreno natural e o terreno escavado ao longo de várias linhas
uniformemente espaçadas chamadas seções (perfis transversais). O terreno é considerado
composto por vários prismóides horizontais. O volume de cada prismóide é calculado pela área
média das duas seções verticais extremas, multiplicado pela distância plana que separa as duas
seções, conforme a fórmula.
L
V= ( A1 + A2 ) L - distância entre as duas seções extremas
2
A1, A2 - áreas das duas seções extremas
47
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 29 – Canto Superior Direito de uma carta topográfica do SCN (IBGE) de escala 1:25.000.
48
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 30 – Canto Superior Esquerdo de carta topográfica do SCN (IBGE) de escala 1:25.000.
Figura 31 – Canto Inferior Direito de uma carta topográfica do SCN (IBGE) de escala 1:25.000.
49
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Figura 32 – Canto Inferior Esquerdo de carta topográfica do SCN (IBGE) de escala 1:25.000.
CLASSE A B C
PEC
PEC Planimétrico 0,5 mm 0,8 mm 1 mm
Erro padrão 0,3 mm 0,5 mm 0,6 mm
PEC Altimétrico ½ eqüidistância 3/5 eqüidistância 3/4 eqüidistância
Erro padrão 1/3 eqüidistância 2/5 eqüidistância ½ eqüidistância
50
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
altmétrico que é de meia eqüidistância das curvas de níveis. Em uma carta de escala 1:100.000
(Eq = 50 m) daria uma incerteza de 25 m na altitude extraída do mapa.
GEOREFERENCIAMENTO DE MAPAS RASTERIZADOS
Os dados cartográficos são colocados nos mapas pelas suas coordenadas de posição. Os mapas
rasterizados por meio de escâner de varredura, a partir de documentos analógicos, necessitam de
uma calibração entre o sistema de coordenadas do mapa e o sistema da imagem rasterizada (ou
da mesa digitalizadora). O usuário clica com o mouse em pontos do mapa rasterizado e fornecer
as coordenadas geográficas ou coordenadas planas da projeção cartográfica. O programa de
cartografia digital/SIG calcula os parâmetros de uma transformação que guarda a relação entre as
coordenadas da imagem e as coordenadas do mapa original. Existem os seguintes tipos usuais de
transformações para calibração e os programas implementam pelo menos um deles: Ortogonal (3
parâmetros), Similaridade (4 parâmetros), Afim Ortogonal (5 parâmetros), Afinidade Completa
(6 parâmetros) e Transformações Polinomiais (mais de 6 parâmetros). É importante destacar que
diferentes efeitos geométricos são modelados por cada tipo de transformação. Por exemplo, se o
documento rasterizado só tem os efeitos do escâner (duas translações, uma rotação e uma escala)
uma transformação de similaridade é suficiente, mas se forem considerados os efeitos de
deformação de diferentes projeções cartográficas é necessário uma transformação com mais
graus de liberdade. As principais características de cada tipo de calibração são:
A Transformação Ortogonal ou de corpo rígido corrige uma rotação e duas translações, cada
uma correspondente a um dos eixos do sistema de coordenadas planas (3 parâmetros). A
determinação dos 3 parâmetros requer um número mínimo de 2 pontos de controle.
A Transformação de Similaridade ou isogonal corrige um fator de escala global, uma rotação e
duas translações (4 parâmetros). A determinação de seus 4 parâmetros também requer um
número mínimo de 2 pontos de controle.
A Transformação Afim Ortogonal executa dois fatores de escala, cada um ao longo da direção de
um dos eixos de um sistema de coordenadas planas, uma rotação e duas translações (5
parâmetros). É usada quando há deformações de escala ao longo de direções perpendiculares. A
determinação de seus 5 parâmetros requer um número mínimo de 3 pontos de controle.
A Transformação de Afinidade executa dois fatores de escala, uma rotação, duas translações e
uma rotação residual, que é responsável pela quebra da ortogonalidade (6 parâmetros). A
transformação de afinidade é na verdade um polinômio do 1º. grau. A determinação de seus 6
parâmetros também requer um número mínimo de 3 pontos de controle.
A Transformação Polinomial de grau mais alto que 1º.grau (mais parâmetros) introduz quebras
de paralelismo mais severas. Ela pode ser útil para o registro de dados cartográficos, entretanto
os polinômios de graus superiores devem ser usados com cuidado, pois só fazem sentido se
houver efeitos geométricos muito complexos a serem modelados.
Obs. O programa TrackMaker usa uma transformação de similaridade incompleta para
calibração de mapas rasterizados pois não considera o parâmetro de rotação. Já o Mapinfo usa
uma transformação de afinidade completa. Outros programas apresentam varias dessas opções.
Veja exemplos usando esses programas. Os programas costumam fornecer a precisão da
calibração, geralmente por meio da estatística do Erro Médio Quadrático (EMQ). O EMQ é um
indicativo se a calibração foi aceitável ou deve ser refeita.
51
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
52
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
restringe apenas à representação do relevo, mas estende-se a quaisquer variáveis espaciais que
tenham distribuição contínua na superfície terrestre.
Figura 33 – MDT em grade regular à esquerda. MDT em grade TIN no centro e MDT em gradae
TIN com sobreposição do relevo sombreado à direita.
53
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Modelo Digital de Terreno - MDT (ou DTM – Digital Terrain Model): é o termo utilizado
quando a superfície modelada refere-se ao terreno natural, nu e desprovido dos demais elementos
de cobertura do solo como árvores, edificações, objetos artificiais, etc. Às vezes é também
referido como modelo numérico de terreno (MNT).
Modelo Digital de Superfície - MDS (ou DSM – Digital Surface Model): é o termo utilizado
quando a superfície modelada refere-se ao terreno incorporando todos os objetos que compõem a
cobertura do solo como a vegetação, edificações e outros elementos de cobertura do terreno. Às
vezes é também referido como modelo numérico de superfície (MNS).
Modelo Digital de Alturas - MDA (ou DHM – Digital Height Model): é o termo utilizado
quando se faz a diferença entre um MDS e um MDT. Pode ser, por exemplo, um MDA de
árvores representando a altura da mata quando se tratam de aplicações de florestas, um MDA de
cortes e aterros em aplicações de Engenharia Civil e atividades de mineração.
54
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
Curvas de Níveis - Curvas de Níveis podem ser facilmente obtidas nos modelos de grade regular,
reclassificando células nas classes apropriadas de altitudes e atribuindo cores ou tons de cinzas
as diferentes classes. Algoritmos de concatenação, afinamento e suavização podem ser utilizados
para melhorar os resultados. Nos modelos TIN as curvas de níveis são facilmente obtidas pela
interseção de planos horizontais com a malha triangular e posteriormente submetidas a
algoritmos de suavização para quebrar o aspecto anguloso das curvas produzidas.
Mapas de Visibilidade - Estes produtos são muito importantes para operações militares e
planejamento de redes de comunicação. Podem ser obtidos a partir de grades regulares ou redes
de TIN pela varredura de raios que começam no ponto de observação e são dirigidos a todos os
pontos do modelo. Todos os pontos não escondidos por outras células do modelo são codificados
como visíveis no mapa. Elementos da paisagem podem ser acrescentados ao modelo para levar
em consideração seus efeitos na intervisibilidade da paisagem.
Mapas de Relevo Sombreado - Os mapas de relevo sombreado podem realçar muito o realismo
dos resultados finais onde os aspectos tridimensionais podem ser precisamente retratados. O
princípio básico do mapeamento automático de relevo sombreado é baseado em um modelo onde
o terreno é feito de um material ideal, iluminado a partir de certa posição, usualmente 45 graus
acima do horizonte na direção Nordeste. O resultado se assemelha a uma foto aérea, embora seja
conceitualmente diferente em vários aspectos.
Geração de Ortofotos Digitais com Auxílio de MDT – A fotografia aérea vertical é uma projeção
de perspectiva central onde os objetos da Terra são ampliados ou reduzidos conforme estejam
mais ou menos elevados em altitude, assim a escala da fotografia diferentemente de um mapa é
variável em cada ponto. Se quisermos um produto híbrido que preserve a imagem fotográfica e
ao mesmo tempo tenha uma escala única como um mapa é necessário gerar uma ortofoto. A
geração tradicional de ortofotografias ou de ortofotocartas é um processo óptico mecânico em
55
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
que são juntados em uma única foto pequenos fragmentos de aerofotos convencionais, com o
objetivo de formar uma imagem única, em projeção vertical isenta das variações de escala
causadas pela variação do relevo do terreno (LILLESAND e KIEFER, 1999). As técnicas de
ortofotografia digital aperfeiçoaram e simplificaram este processo. Em vez do processo
analógico de seleção de fragmentos da fotografia, é formado um modelo matemático para cada
foto, considerando os parâmetros da câmara aérea, do vôo e as informações do relevo do terreno
por meio de um MDT. Este modelo matemático composto é utilizado por um algoritmo que é
aplicado sobre cada pixel da imagem original da fotografia aérea formando uma imagem digital
ortorretificada. As imagens ortorretificadas são então combinadas, formando ortofotos digitais,
similares às ortofotos tradicionais. O resultado final do processo é uma imagem digital que pode
ser utilizada diretamente por um SIG de base raster, ou utilizada como informação de fundo de
SIG vetoriais. Os principais parâmetros a determinar na formação de ortofotos digitais são a
resolução desejada para a imagem final e o grau de refinamento do modelo digital do terreno que
se pretende utilizar na ortorretificação da imagem. Imagens de maior resolução e MDT mais
refinados produzem ortoimagens mais precisas.
A Figura 34 ilustra uma aplicação MDT usando o software SPRING onde foram gerados vários
produtos derivados de análises de MDT.
Figura 34 – Aplicação de MDT usando o SPRING. Grade regular com sobreposição das curvas
de níveis acima à esquerda. Imagem de relevo sombreado gerada do MDT acima à
direita. Blocos-diagrama com sobreposição de temas de classificação abaixo.
A forma tradicional de mapear extensas áreas para criação de bases cartográficas tem
sido o método aerofotogramétrico que consiste de várias etapas. O processo aerofotogramétrico é
geralmente utilizado para mapear áreas pela primeira vez ou após um longo período sem
atualização. No Capitulo 2 foram apresentados vários métodos complementares cada vez mais
usados. Para atualização e manutenção de bases de dados e cartas já existentes destacamos a
56
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
seguir três abordagens simples e disponíveis que podem ser utilizadas separadamente ou em
conjunto: as Estações Totais; o Sistema GPS; e as Imagens de Satélites de Observação da Terra.
ESTAÇÕES TOTAIS
As estações totais constituem a versão moderna dos instrumentos de levantamentos
topográficos tradicionais (teodolitos, miras, trenas, correntes, etc.). Estes equipamentos
incorporam em um só aparelho diversas facilidades como medidores de ângulos horizontais e
verticais, medidores eletrônicos de distâncias, microprocessador, memória para armazenamento
de dados e programas, programas para cálculo de coordenadas; cálculo de distâncias planas;
diferenças de níveis; avaliação de áreas; cálculo indireto de distâncias, coletores de dados;
facilidades de transferência de dados para computadores e para a estação (o que dispensa
completamente o uso de caderneta de anotações), facilidade de comunicação/integração com
softwares de SIG, além de outras facilidades que as tornam bastante versáteis e produtivas para
uso em Geoprocessamento.
SISTEMA GPS
O Sistema de Posicionamento Global - GPS é um sistema baseado em satélites que foi
projetado de forma que em qualquer lugar do mundo e a qualquer instante existam pelo menos
quatro satélites GPS acima do horizonte do observador. Esta situação garante a condição
geométrica mínima necessária para determinação de posição em tempo real. Assim, qualquer
usuário equipado com um receptor/processador de sinais GPS poderá determinar sua posição
imediatamente. O advento do sistema GPS veio causar uma grande revolução na navegação e na
aquisição de dados geográficos. Utilizando receptores GPS apropriados e métodos adequados de
operação, é possível coletar dados geográficos em tempo real ou por meio de pós-processamento
com precisão variável desde 20 metros até alguns centímetros. O Sistema GPS veio a substituir
com grandes vantagens os métodos astronômicos tradicionais e a geodésia convencional. A
utilização de equipamentos autônomos no modo de posicionamento isolado fornece posições
com precisão da ordem de 10 a 20 metros com custo baixíssimo, o que atende as necessidades de
muitas aplicações de geoprocessamento. Para aplicações que requerem maior precisão é
necessário utilizar métodos diferenciais que melhoram significativamente os resultados e
garantem precisão submétrica e em alguns casos milimétricas. Como as feições coletadas pelo
GPS são registradas por meio de coordenadas geodésicas elas poderão ser facilmente
incorporadas às bases de dados e mapas. Os modernos sistemas receptores de dados GPS
possuem inúmeras facilidades integradas de hardware e software para facilitar a integração com
geoprocessamento tais como registro de feições pontos, linhas e polígonos, permitindo
associação de atributos a essas feições, criação de dicionários de dados, transferência de dados,
conversão de formatos e sistemas de coordenadas, etc.
IMAGENS E DADOS DE SATÉLITES DE OBSERVAÇÃO DA TERRA
A partir do lançamento do programa LANDSAT em 1972 e do sucesso da sua operação
ao longo dos anos, muitos sistemas de satélites de observação da Terra têm sido lançados com
sucesso e atualmente existem vários deles fazendo imagens e coletando dados da Terra com
diferentes características para atender a diferentes aplicações. Os satélites de observação da
Terra são capazes de fazer imagens de qualquer lugar da Terra com uma capacidade de revisitar
o mesmo local em pouco tempo. Várias empresas de sensoriamento remoto comercializam as
imagens já nos formato digitais padrões de mercado. Os Softwares de Cartografia digital e
Geoprocessamento podem ler as imagens, registra-las com os elementos dos mapas digitais ou
com coordenadas de pontos do terreno e, assim, as bases de dados e cartas podem ser
atualizadas nos seus aspectos de modificações mais dinâmicos. Hoje, existe disponibilidade de
satélites que coletan dados em diferentes faixas do espectro eletromagnético, com diferentes
57
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
58
Prof. Marcos A. Timbó Fundamentos de Cartografia
59