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OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)

Estabelecimento, Anatomia e Equipamento.

PREVENÇÃO – PARTE DA ANATOMIA


Mesmo com os métodos de prevenções que serão citados aqui, materiais odontológicos ainda podem
cair na região da orofaringe e serem aspirados ou deglutidos. Em consultórios odontológicos, a posição de
semissupina do paciente favorece a ação da gravidade e isso provoca o aumento de OVACE durante os
procedimentos.

Sobre a anatomia e fisiologia do trato respiratório, nós temos:


- Faringe: É um órgão infundibular, muscula e mucoso. Tem como função conduzir o ar para a
laringe, participando da porção condutora do sistema respiratório, e levar o alimento ao esôfago com o
auxílio da epiglote, início do sistema digestório. Pode ser dividida em nasofaringe, orofaringe e
laringofaringe, essas duas últimas fazem parte da porção digestória.
Orofaringe: entre o palato mole a porção superior da glote. É a porção intermediária da
faringe, onde ocorre a passagem de alimentos. Se conecta com a laringofaringe.
Laringofaringe: é a porção inferior da laringe, que está entre a porção superior da epiglote e a
cartilagem cricóide. Tem função de conduzir o ar até os outros órgãos do sistema respiratório, bem como
conduzir os alimentos ao esôfago.
- Laringe: Formada por nove cartilagens unidas por membranas e ligamento. Também se une à
laringofaringe, pelo ádito da laringe, ligando-a à traqueia. Sua principal função é proteger as vias
respiratórias, principalmente durante a deglutição, servindo de esfíncter das vias aéreas inferiores a fim de
mantê-las pérvias.
Mais de 90% dos objetos estranhos que são deglutidos passam pelo esôfago e vão para o estômago e
intestinos através de todo o trato gastrintestinal sem complicações.

ESTABELECIMENTO DAS VIAS ÁEREAS, COMO PROCEDER?

Na imagem abaixo, segue um mapa mental dos principais procedimentos para estabelecimento das
vias aéreas.
Fonte: mindmeister.com (Criado pelos alunos Matheus Felipe e Lucas Felipe).

Em casos de OVACE, primeiramente deve-se analisar a situação do paciente, o socorrista ou


indivíduo deve avaliar o grau de obstrução identificando se é uma parcial ou total. As obstruções parciais
são aquelas que o paciente consegue responder aos comandos do socorrista ou indivíduo que está tentando
ajudar, enquanto na total não há capacidade de respostas do paciente (podendo estar consciente ou
inconsciente).
Sobre os procedimentos e técnicas realizadas para estabelecer as vias aéreas, a traqueostomia e
cricotireoidostomia necessitam de intervenção cirúrgica e conhecimento técnico considerável de anatomia
para que não ocorra grandes problemas e o paciente consiga se restabelecer.
Ademais, a fim de evitar um procedimento cirúrgico, pode-se recorrer a manobra de Heimlich
(técnica de compressão abdominal). Mesmo não sendo um procedimento de caráter cirúrgico, os riscos ainda
são possíveis e é a técnica mais recomendada.
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial ou total, assim o manejo varia de acordo com o grau da
obstrução e da efetividade dos reflexos de tosse do paciente.
Nos casos leves, a vítima apresenta uma obstrução parcial da via aérea, responde aos comandos do
socorrista, tosse, chora e está com a respiração preservada, além de não apresentar cianose aparente. Se a
vítima demonstra troca gasosa inadequada ou se anteriormente a troca era eficaz porém se deteriorou, deve
ser manejada como se tivesse uma obstrução completa.
Já nos quadros mais graves, a vítima, consciente ou inconsciente, apresenta uma obstrução total da
via aérea, não conseguindo falar, chorar ou tossir, além de apresentar ruídos na respiração.
Sempre que possível, devem ser feitos procedimentos não invasivos manuais. Os procedimentos
cirúrgicos, usados como último recurso, devem ainda estar dentro do grau de conhecimento do cirurgião-
dentista.

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