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O GUIA COMPLETO
COM SEGURANÇA
SOBRE O GUIA
“Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo
que somos.”
Sartre
Introdução -------------------------------------------------------------------------- 5
Módulo 1 - Segurança E Responsabilidade ---------------------------------------- 6
Módulo 2 - Equipamentos De Proteção Individual ------------------------------ 20
Módulo 3 - Equipamentos De Proteção Coletivos ------------------------------- 30
Módulo 4 - Manutenção ---------------------------------------------------------- 40
Módulo 5 - Nós -------------------------------------------------------------------- 43
Módulo 6 - Ancoragens ------------------------------------------------------------54
Módulo 7 - Técnicas Essenciais E Indispensáveis -------------------------------- 64
Módulo 8 - Comunicação -------------------------------------------------------- 84
Eu sou o José Victor Teixeira e fico muito feliz que você esteja aqui.
Minha grande paixão sempre foi as atividades verticais, sempre gostei de ficar
pendurado em algum lugar. A primeira vez que fiz rapel na vida tinha apenas 8
anos de idade e lembro o quanto gostei. Tenho mais de 15 anos de experiência
no mundo Outdoor e por muitas vezes vejo pessoas cometendo erros sérios
quando vão realizar rapel. Os vídeos no YouTube, fotos no Facebook e
Instagram denunciam as duvidosas técnicas e equipamentos utilizados. Se você
está aqui, parabéns! Você ama sua vida e quer fazer tudo com segurança!
Desenvolvi esse guia da forma mais clara possível para que todos possam
entender, onde ensinarei as mais modernas técnicas relacionadas a atividade
Grande abraço!
Esse guia foi elaborado seguindo a NORMA ABNT NBR 15400 - Competências
Do Condutor de Cachoeirismo E Canionismo.
Esse conteúdo não substitui de forma alguma cursos específicos para a atividade
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e tem apenas caráter informativo, usando as mais consagradas práticas de
segurança.
Quando pretende-se fazer rapel em algum local novo precisamos tomar certos
cuidados para evitar acidentes.
1. Planejamento é fundamental
Caso você não tenha experiência, não se arrisque. Entre em contato com
empresas de ecoturismo da região e monitores ambientais.
Se você pode levar uma embalagem cheia pode traze-la vazia na volta.
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Utilize as instalações sanitárias existentes. Caso a área não disponha, cave um
pequeno buraco com quinze centímetros de profundidade longe de qualquer
fonte de água, ou áreas de circulação.
Deixe pedras, artefatos, flores, frutos, conchas etc. onde você os encontrou.
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7. Respeite os animais e as plantas
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Deixe os animais de estimação em casa.
Sempre faça tudo certo para não dar nada errado. Mas se algum acidente
ocorrer, siga as instruções abaixo.
Os riscos que podem ser perigosos para você, para a vítima ou para as pessoas
que estão em volta.
Peça ajuda
Cubra a vítima para que não entre em quadro de hipotermia e evolua para o
choque.
Nunca movimente a vítima, a não ser que seja indispensável para salvá-la,
evitando o agravamento do quadro clínico dela, ou sob risco iminente de morte.
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Não movimente bruscamente a cabeça ou o pescoço da vítima.
Não dê nada para a vítima ingerir, beber ou comer, pois isso pode ocasionar
obstrução das vias aéreas.
Caso a vítima esteja inconsciente, não a deixe sozinha, não a abandone. Omissão
de socorro é crime!
ATENÇÃO
Para realizar alguns desses procedimentos é necessário conhecimento prévio
Faça um curso de primeiros socorros
Sempre avise amigos ou família sobre o lugar que irá e a atividade que irá
praticar.
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Se você irá explorar algum lugar novo, com muito mato alto, use sempre calça e
se possível botas de pelo menos meio cano.
Deve ser confeccionado com cordas dinâmicas, com duas pontas e mosquetões
nas extremidades. As pontas devem ter comprimentos diferentes e em cada uma
deve ter um mosquetão preferencialmente HMS, presos ao cabo por um nó
pescador duplo.
Serve para realizar transições com segurança entre corrimãos e rapéis. Iremos
aprender sobre esse assunto no módulo 7.
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As formas dos mosquetões podem ser de 3 tipos também:
Oval: um tipo muito usado. Pode ser utilizado em diferentes funções como
ancoragens equalizadas, organização de equipamentos, carregar materiais. O
mais recomendado para se usar com polias.
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Freio 8: é o mais comum e o com melhor custo benefício. Foi usado durante
anos em atividades verticais e ainda hoje é muito utilizado em determinadas
situações. Para uso em rapéis de no máximo 80 metros. Os modelos podem ser
de aço ou alumínio. Além de ser usado propriamente como freio, ele tem outras
utilidades, como ascensor e uso em ancoragens. Tem a desvantagem de
esquentar muito e torcer a corda.
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São equipamentos feitos para subida em corda, possuem um sistema que quando
conectados a corda, se movem apenas para um lado e travam ao serem forçados
em sentido contrário, cessando o movimento, portanto são equipamentos
blocantes. Para ascensão obrigatoriamente devem serem usados em conjunto
com um segundo ascensor, seja mecânico ou cordeletes.
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Já as cordas semi estáticas, tem alongamento entre 2% e 5%. Para atividades como
Rapel e Canyoning são as ideais. Podem ter a alma em poliamida e capa em
poliéster ou serem inteiramente poliamida.
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No rapel seu uso não é obrigatório, mas facilita e muito o trabalho com a corda.
Existem modelos específicos para Canyoning que são feitas de material
resistente, uma espécie de lona, essas mochilas tem telas ou furos nas laterias e
no fundo para possibilitar o escoamento de água em cachoeiras, porém podem
ser perfeitamente usadas apenas para Rapel, realçando, vale muito a pena
adquirir uma.
Se você não pretende fazer Rapel em cachoeiras, uma mochila normal para
cordas pode te atender.
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São sacos pequenos para até 60 metros de corda, usados para montagem de
corrimãos e lançamento de corda, evitando enroscos em galhos ou rochas.
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A boca do saco ou mochila é dobrado pelo menos 3 vezes e então clipado com
uma fivela, assim impossibilitando a entrada de água. Porém existe uma resalva,
não podem ser utilizados sozinho.
Para garantir que nada molhe é preciso colocar um saco estanque dentro de
outro ou da mochila estanque. Nunca confie apenas em 1.
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Existem fitas costuradas e abertas, que são vendidas por metro e podem ser
planas ou tubulares. As fitas costuradas tem vantagem em quase todos os
aspectos, não perde a resistência, já que não tem nenhum nó, também são mais
leves e compactas, porém não podem ser abertas para passar por uma árvore por
exemplo.
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Item mais que obrigatório, o Kit de Primeiros Socorros não pode faltar em
qualquer tipo de aventura. Proteja seu kit para que não molhe! Veja abaixo itens
essenciais.
Gaze esterilizada (melhor que algodão para limpar e fazer curativos, pois não
solta fiapos)
Luvas descartáveis
Tesoura
Pinça
Esparadrapo, atadura ou bandagem de algodão, gaze, band-aid
Álcool (gel em sachê ou lenços umedecidos)
Pomada de arnica (é anti-inflamatória, analgésica, cicatrizante)
Opcional: para proteger bolhas, existe um fita protetora para os pés , resistente e
que não escorrega.
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Medicamentos
Analgésico
Antibiótico
Antitérmico
Anti-histamínico
Anti-inflamatório de uso oral
ATENÇÃO
Medicamentos só podem ser ministrados
sob orientação médica
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Sempre lave sua corda após o uso. A melhor maneira é deixar de molho na água
por meia hora dentro de algum recipiente, importante que a água não tenha
cloro, sabão ou quaisquer outros aditivos. Existem detergentes apropriados para
limpeza da corda, porém são caros. Após deixar de molho, jogue água corrente
por toda extensão e deixe secar na sombra. É importante dizer, que cada vez
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menos ela ficará com aspecto de nova, porém sua funcionalidade será a mesma.
ATENÇÃO
Utilize apenas equipamentos certificados
UIAA, CE, EN ou/e CA
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Todo nó faz com que a corda, cordelete ou fita perca uma porcentagem da sua
resistência, veremos nas aulas seguinte, a porcentagem de perda de resistência de
cada nó.
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Exemplo:
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É usado para unir duas cordas ou fechar um anel de cordelete, é necessário que
os mesmo sejam da mesma espessura. Também conhecido como oito costurado.
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Deve ser usado para juntar duas pontas de cordas ou cordeletes que tenham o
mesmo diâmetro. Quando submetidos a força, são bem dificeis de desatar,
muitas vezes sendo necessário o corte da corda.
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A meia volta do fiel por si só não trava, é preciso um nó para bloca-lo. Para isso
utiliza-se o nó de mula e mais um tipo de contra blocagem, podendo ser estilo
italiana ou francesa.
Perda de resistência da corda: 0%, todo o ponto de tensão ficará sobre uma volta
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e não um nós, isso faz com que não se perca a resistência da corda. No módulo 7
aprenderemos a fazer uma ancoragem utilizando a meia volta do fiel blocado
com o nó de mula.
Esse nó começa a deslizar quando aplicadas cargas entre 5KN e 10KN, essa
variação depende do número de voltas dadas.
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Utilizado para realizar o Rapel Auto Assegurado, tem uma ótima distribuição de
carga e pode ser usado em ambientes com água. Trava em ambos o sentidos.
Esse nó começa a deslizar quando aplicadas cargas entre 5KN e 10KN, essa
variação depende do número de voltas dadas.
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A ancoragem também tem que ser avaliada para que não cause qualquer tipo de
impacto ambiental.
Solidez
Estado de conservação
Capacidade de carga
Pontos de atrito
Concentração de tensões ou alavanca ao redor da árvore
MÓDULO 1
Observe a seguir
Exemplo
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Um peso de 80kg em uma ancoragem com angulação de 45° distribuirá 57% do
peso para cada ponto da ancoragem, ou seja, 45kg para cada ponto.
Para conexão aos pontos de ancoragem, devem ser utilizados mosquetões com
trava. No ponto central é recomendado o uso de um mosquetão HMS com trava.
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Angulação no sistema de ancoragem
Veja a imagem
É preciso tomar muito cuidado para não ocorrer um fator 2, uma pessoa de
100kg, que cai 2 metros com apenas 1 metros de auto seguro exercerá uma força
de 2000kg nas ancoragens.
MÓDULO 1
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É necessário que o ponto seja cilíndrico, árvores, postes e outros, não deve-se
usar esse tipo de ancoragem em qualquer lugar que tenha quinas vivas.
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Deixe a corda correr pela sua mão e seus dedos de forma a obter uma descida
suave e controlada. Sempre siga a linha de descida por onde a corda está indo,
não faça movimentos laterais, isso pode ocasionar pêndulos e perigos, como até
o rompimento da corda.
Quando se deparar com rapéis negativos, não o faça como muita gente faz, não
fique de ponta cabeça, o equipamento não foi projetado para isso e já houveram
casos de ejeção. O mais adequado é que encolha as pernas e estique logo abaixo,
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sempre sentado na cadeirinha, até ficar livre da pedra. Pode-se usar a mão que
não está controlando a corda pelo freio, para se afastar da parede.
Sempre olhe para baixo e preveja o próximo movimento que terá que fazer
Vá com calma
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A versatilidade que o freio 8 nos dá, é algo ótimo, podemos utiliza-lo em corda
simples, dupla e até como um eficiente ascensor.
Um erro muito comum, é passar a corda pelo freio de forma que a corda fique
de frente com a rocha, não de você. Não se esqueça a corda no freio 8 sempre
tem que estar virada para você, pois assim se evita que a corda se arraste na
parede e vire um nó boca de lobo, que o fará ter que fazer uma manobra
complicada.
Realizar este procedimento evitará que você perca o seu freio 8 caso ele caia
acidentalmente.
Passada Clássica
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Essa passada é recomenda para quando iremos descer com bastante carga e/ou
pessoas mais pesadas. acima de 80 kg.
MÓDULO 1
ATENÇÃO
Não use essa passada em rapéis normais,
apenas em auto molinetes e rapéis guiados
MÓDULO 1
ATENÇÃO
a corda no freio não pode ficar do lado de trás do oito,
sempre tem que estar virada para você!
Modo Clássico
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Chave de bloqueio
Para realizar a chave de bloqueio, devemos cruzar a corda pela parte de cima do
freio 8 e passa-la entre a parte superior do aparelho e a corda tensionada. Com a
mão segurando a primeira passada no freio 8, passaremos uma alça por dentro
do mosquetão da central e passar novamente a cruzar novamente a corda pela
parte de cima do aparelho entre o mesmo e a corda. Esse procedimento pode ser
um pouco complicado de se realizar em rapéis negativos.
MÓDULO 1
Materiais
Como montar
Materiais
Como montar
MATERIAIS
Além disso, há casos que a corda não chegou até o final, para essa situação
também usamos essa técnica.
Por fim para realizar o gerenciamento de atrito, a cada um que for descer, antes
solta-se o sistema para dar um pouco de corda e assim mudar todos os pontos de
atrito. Antes da descida, bloqueia-se novamente o sistema. É de extrema
importância fazer o gerenciamento de atrito, já houveram acidentes fatais que
poderiam terem sido evitados apenas utilizando essa técnica.
MÓDULO 1
Para fazer o rapel debreável é necessário ter o dobro de corda da altura do rapel,
mais 10% pelo menos.
Mosquetão HMS
Cordas
Ancoragens
Como montar
MÓDULO 1
Além disso podemos usar essa técnica com intuito de parar no meio da descida,
seja para fazer uma limpeza na via, instalar proteções de corda, tirar fotos,
desembolar cordas ou acompanhar uma pessoa durante a descida.
Materiais
Como montar
A segurança por cima necessita de uma corda extra do tamanho do rapel mais
10% pelo menos. Utilizamos o nó meia volta do fiel ou o freio 8. Deve-se tomar
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cuidado ao baixar seu companheiro, dê corda conforme ele desce, não o trave a
toa, isso pode fazer com que ele perca o equilíbrio. Também é necessário manter
contato visual durante toda a descida.
Materiais
Corda
Como fazer
Materiais
Como montar
Pode ser que seja preciso realizar uma ascensão pela corda, seja por esquecer
algo em cima ou apenas para treinar.
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Corda
Freio 8
Anel de cordelete ou Shunt
Estribo e mosquetão com ou sem trava
Como fazer
Agora ajuste o freio 8 à italiana o mais acima que puder, puxando a corda de
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baixo para cima e tomando cuidado para o sistema não se desfazer
Então, a cada novo participante que irá descer, deveremos realizar esse
procedimento.
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Apito
Parar qualquer
Prosseguir manobra
manobra
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Dar corda, debrear
Recolher corda