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RAPEL

O GUIA COMPLETO

PARA VOCÊ SE AVENTURAR

COM SEGURANÇA
SOBRE O GUIA

Se você estiver visualizando esse guia em smartphones, recomenda-se o uso


da orientação horizontal do aparelho.  É expressamente proibido e totalmente
repudiável, a venda, aluguel ou qualquer uso comercial desse conteúdo. 

Sobre o José Victor Teixeira

Sou apaixonado por esportes de aventura, principalmente no que diz respeito às


atividades verticais como Rapel, Canyoning, Cascading e também Cicloturismo. 
Vivi experiências incríveis, conheci lugares e pessoas maravilhosas, passei por
muitas situações que me fizeram crescer tanto dentro da prática dessas
atividades, como também como pessoa. 
Além disso tudo, o turismo de aventura foi minha fonte de renda por muitos
anos, viver fazendo as coisas que gostamos não tem preço. 
Então, me sinto na obrigação de passar todos os conhecimentos que adquiri ao
longo de mais de 15 anos de experiência no mundo outdoor para as pessoas que
desejam viver de aventuras.

“Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo
que somos.”

                   Sartre         
                                                          

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA


RAPEL - O GUIA COMPLETO
PARA VOCÊ SE AVENTURAR
COM SEGURANÇA

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA


SUMÁRIO

Introdução -------------------------------------------------------------------------- 5
Módulo 1 - Segurança E Responsabilidade ---------------------------------------- 6
Módulo 2 - Equipamentos De Proteção Individual ------------------------------ 20
Módulo 3 - Equipamentos De Proteção Coletivos ------------------------------- 30
Módulo 4 - Manutenção ---------------------------------------------------------- 40
Módulo 5 - Nós -------------------------------------------------------------------- 43
Módulo 6 - Ancoragens ------------------------------------------------------------54
Módulo 7 - Técnicas Essenciais E Indispensáveis -------------------------------- 64
Módulo 8 - Comunicação -------------------------------------------------------- 84

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA


INTRODUÇÃO

Eu sou o José Victor Teixeira e fico muito feliz que você esteja aqui.

Minha grande paixão sempre foi as atividades verticais, sempre gostei de ficar
pendurado em algum lugar. A primeira vez que fiz rapel na vida tinha apenas 8
anos de idade e lembro o quanto gostei. Tenho mais de 15 anos de experiência
no mundo Outdoor e por muitas vezes vejo pessoas cometendo erros sérios
quando vão realizar rapel. Os vídeos no YouTube, fotos no Facebook e
Instagram denunciam as duvidosas técnicas e equipamentos utilizados. Se você
está aqui, parabéns! Você ama sua vida e quer fazer tudo com segurança!
Desenvolvi esse guia da forma mais clara possível para que todos possam
entender, onde ensinarei as mais modernas técnicas relacionadas a atividade

Grande abraço!

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA


MÓDULO 1
SEGURANÇA E
RESPONSABILIDADE

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 1


AULA 1
ALERTA

Qualquer atividade em meio a natureza tem seus riscos inerentes, como


escorregamentos, escoriações, arranhões, pequenas queimaduras, torções,
ralados, cortes, quedas de pedras e galhos, intempéries climáticas. Alguns desses
inclusive podendo ocasionar trauma sério e morte.

Tenha consciência antes de começar a praticar. Esse guia te ensinará a realizar


rapéis apenas em locais sem água, não recomendo faze-lo em cachoeiras e locais
com água, pois muitos lugares existem poços profundos e movimentação de
águas brancas, que sem o conhecimento adequado pode ser fatal.

Você aprenderá as melhores técnicas da atualidade e aprenderá analisar se o


local onde deseja realizar o rapel é seguro ou não.

Esse guia foi elaborado seguindo a NORMA ABNT NBR 15400 - Competências
Do Condutor de Cachoeirismo E Canionismo.

Esse conteúdo não substitui de forma alguma cursos específicos para a atividade
MÓDULO 1
e tem apenas caráter informativo, usando as mais consagradas práticas de
segurança.

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AULA 2
AVALIAÇÕES DE RISCO

Quando pretende-se fazer rapel em algum local novo precisamos tomar certos
cuidados para evitar acidentes.

Em muitos paredões de rocha existem colmeias de abelhas, marimbondos e


vespas, jamais tente remove-los, não tire do lugar por razão alguma, se no meio
da descida você se deparar com qualquer um desses insetos, desça o mais rápido
possível.

Se você é o primeiro a descer, sempre use o Rapel Auto Assegurado (iremos


aprender essa técnica mais adiante). Sempre utilize o Rapel Debreável (também
aprenderemos essa técnica mais adiante). Um bom conselho é sempre ser o mais
silencioso possível, seja atento, olhe onde toca, onde pisa, preste atenção em
galhos de árvores que possam ter colmeias. Mesmo assim acidentes podem
ocorrer e nesse caso vá para um hospital o mais rápido possível, procure saber se
você é alérgico a picada de abelhas.

Avalie a qualidade das rochas do local onde pretende-se praticar atividades,


MÓDULO 1
existem lugares com muitas rochas soltas, então uma limpeza pelo primeiro a
descer é essencial, derrube as rochas que você acredita estarem soltas e nesse
processo tome muito cuidado com as abelhas, marimbondos e vespas. Não se
esqueça de avaliar se existem pontos de atrito entre a corda e a rocha, para
gerenciar o atrito utilize proteções de corda e o gerenciamento de atrito (iremos
aprender essa técnica também). Nunca chegue perto de qualquer lugar que
ofereça o risco, mesmo que mínimo, sem estar utilizando todos os equipamento
de segurança.

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AULA 3
TÉCNICAS DE MÍNIMO IMPACTO

Qualquer atividade na natureza acaba gerando um impacto ambiental. É preciso


minimizar esses impactos para que outras gerações possam usufruir destes locais
e atividades.

É importante saber que muitos atrativos naturais estão dentro de propriedades


particulares e é necessário obter autorização para praticar qualquer tipo de
atividade dentro delas. Houveram muitos casos de proprietários proibirem a
entrada nas suas terras por causa de grupos terem passado por lá sem a devida
autorização. Isso é um problema sério, pois os visitantes autorizados não
puderam mais acessar os atrativos naturais

Como podemos minimizar os impactos ambientais?

1. Planejamento é fundamental

Entre em contato com a administração do parque para saber todos os requisitos


e regulamentos para realizar a trilha.
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Informe-se sobre as condições climáticas do local.

Procure viajar em pequenos grupos.

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Escolha as atividades de acordo com seu condicionamento físico e seu nível de
experiência. Tenha claro que os ambientes naturais oferecem condições não
controladas e são dinâmicos podendo oferecer dificuldades e riscos pouco
comuns para pessoas pouco preparadas.

Caso você não tenha experiência, não se arrisque. Entre em contato com
empresas de ecoturismo da região e monitores ambientais.

2. Você é responsável por sua segurança

O resgate em ambientes naturais é complexo e frequentemente os serviços


médicos estão distantes, mantenha as informações médicas de cada integrante
do grupo sempre à disposição.

Em caso de necessidade entre em contato com um funcionário do parque,


informe-se se há sinal de celular na trilha, grave o número telefônico que os
funcionários do parque fornecerem.
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Aprenda as técnicas básicas de segurança, como primeiros socorros e orientação.

Acidentes e agressões à natureza são causados por improvisações, negligência e


uso inadequado de equipamentos. Tenha equipamento apropriado para cada
situação e saiba utiliza-lo corretamente.

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Leve os itens essenciais: lanterna, agasalho, capa de chuva, chapéu, um estojo de
primeiros socorros, alimento, água, repelente e filtro solar.

3. Cuide dos locais por onde passa

Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas. Não utilize atalhos, pois estes


favorecem a erosão e a destruição da vegetação.

Ao percorrer uma trilha certifique-se que esses locais permaneceram como se


ninguém houvesse passado por ali.

4. Traga seu lixo de volta

Se você pode levar uma embalagem cheia pode traze-la vazia na volta.

Não enterre o lixo. Animais podem cavar e espalha-lo.

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Utilize as instalações sanitárias existentes. Caso a área não disponha, cave um
pequeno buraco com quinze centímetros de profundidade longe de qualquer
fonte de água, ou áreas de circulação.

Traga restos de alimentos, papeis e outros materiais higiênicos de volta.

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Não use sabão de nenhum tipo nos rios e fontes de água.

5. Deixe tudo em seu lugar

Resista à tentação de levar “lembranças” para casa.

Deixe pedras, artefatos, flores, frutos, conchas etc. onde você os encontrou.

Tire apenas fotografias.

Deixe suas pegadas e leve apenas suas memórias.

6. Não faça fogueiras

Fogueiras matam o solo e a vegetação. Representam um grande risco de


incêndios florestais.

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7. Respeite os animais e as plantas

Observe os animais à distância e não tente espanta-los ou pega-los. A


proximidade pode ser interpretada como uma ameaça, provocando grande
estresse.

Não alimente animais selvagens.

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Não retire flores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem agredir a
natureza e dando a mesma oportunidade a outros visitantes.

8. Seja cortês com outros visitantes e com a população local

Caminhe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação de harmonia


com a natureza.

Trate os moradores da área com cortesia e respeito. Seja educado e comporte-se


com cuidado para não ofende-los. 

Aproveite para aprender algo sobre os hábitos e a cultura locais.

Prefira contratar os serviços locais de hospedagem, monitoria, transporte e


outros serviços. Desse modo, você estará colaborando para que os recursos
financeiros permaneçam na comunidade.

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Deixe os animais de estimação em casa.

Prefira roupas e equipamentos de cores suaves ou neutras

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AULA 4
O QUE FAZER E NÃO FAZER EM CASOS DE EMERGÊNCIA

Sempre faça tudo certo para não dar nada errado. Mas se algum acidente
ocorrer, siga as instruções abaixo.

Os riscos que podem ser perigosos para você, para a vítima ou para as pessoas
que estão em volta.

Antes de aproximar-se da vítima, examine a área para ver se há perigos


imediatos, sempre perguntando a si mesmo se a situação é segura.

Precaução com doenças transmissíveis. 

Ao atender uma vítima de emergência, é importante entender que haverá


sempre um risco potencial de você contrair uma doença por contágio com
fluidos ou substâncias corporais da vítima. O risco de contrair uma doença
infecciosa, enquanto são prestados os primeiros socorros, é muito evidente,
porém, pode ser menor se você souber como se proteger. Você deverá saber
como se proteger do contágio com doenças infecciosas, que podem ser
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transmitidas pelo ar (tuberculose, meningite), ou pelo sangue (hepatite B,
hepatite C, AIDS).

As precauções universais protegem contra contaminação de vírus e bactérias.

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Para se proteger de microrganismos patogênicos, use equipamentos de proteção
individual, tais como luvas, máscaras ou protetores faciais, protetores oculares,
protetores auriculares, sempre que necessário.

Avalie bem o que aconteceu

Se a vítima está acometida de um ferimento ou uma doença, se é grave ou não.


Quantas vítimas estão envolvidas? Pode haver mais de uma vítima, portanto,
olhe ao seu redor e pergunte se há outras pessoas que possam estar envolvidas.

Lembre-se de que a prevenção é o melhor tratamento.

É imprescindível pensar no planejamento do atendimento inicial à vítima na


cena do acidente. Nas situações de emergência, procure sempre manter a calma
e agir imediatamente.

Esclareça para si a situação


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Como aconteceu? Há criança envolvida? Há quantas vítimas? O perigo continua?


Há mais alguém que possa ajudar? O que aconteceu? Como chamar o
atendimento especializado?

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Pense na segurança

Não corra perigo de morte na tentativa de ajudar o próximo. Não se arrisque a


ser ferido ou ficar inutilizado. Afaste qualquer coisa que ameace a sua vida.
Alguns procedimentos não devem ser utilizados ou realizados por segurança
própria (como respiração boca a boca, contato direto com secreções
sanguinolentas e/ou fluidos).

Peça ajuda

Entre em contato com o atendimento especializado o mais precoce possível.


Chame o quanto antes o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Caso não haja em sua cidade, tente contactar o atendimento especializado de
referência. Ao ligar para qualquer serviço de emergência, dê as seguintes
informações: Seu número telefônico. Local do acidente e ponto de referência
mais próximo. Tipo de acidente. Possíveis causas do acidente. Número, sexo e
idade das vítimas. Condições aparentes da vítima, oferece riscos à vida? Pode
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agravar o quadro clínico?

Procure acalmar a vítima

Você precisará passar confiança e tranquilidade à vítima. O importante é manter


a calma, tanto sua como a da vítima, para que esta permita que você possa
realizar o atendimento pertinente.

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Afrouxe as roupas da vítima e retire seus acessórios

Isso deve ser feito para facilitar a respiração e a circulação da vítima.

Avalie a presença de condições críticas que ameacem a vida da vítima por


meio de uma avaliação inicial rápida da vítima, verifique:

Se a vítima respira (coloque a vítima em posição de segurança, afrouxe suas


roupas, cintos e gravatas, retire objetos, como cordões e pulseiras, posicione a
cabeça da vítima e realize a técnica do ver, ouvir e sentir).

Se há alguma obstrução na boca e no nariz (caso a vítima não esteja respirando).


Se necessário, inicie o processo de ventilação artificial.

Se a vítima tem pulso (verifique a pulsação no pescoço – carótida).

Caso a vítima não tenha pulso, inicie o processo de reanimação cardiopulmonar


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cerebral.

Se há ferimentos graves com hemorragia significativa. Exponha os ferimentos,


para que se possa estancar o sangramento e providenciar medidas que previnam
o estado de choque.

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Se há suspeita de fraturas na coluna vertebral. Nunca mova a vítima por nenhum
motivo, exceto em casos de extrema gravidade e risco iminente de morte.

Cubra a vítima para que não entre em quadro de hipotermia e evolua para o
choque.

Mantenha a vítima monitorada.

Se possível, mantenha a vítima deitada na posição de conforto, lateralizada.

Tentar movimentá-la poderá agravar seu quadro clínico ou fazê-la desmaiar.

O que não fazer? 

Nunca movimente a vítima, a não ser que seja indispensável para salvá-la,
evitando o agravamento do quadro clínico dela, ou sob risco iminente de morte.

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Não movimente bruscamente a cabeça ou o pescoço da vítima.

Não dê nada para a vítima ingerir, beber ou comer, pois isso pode ocasionar
obstrução das vias aéreas.

Caso a vítima esteja inconsciente, não a deixe sozinha, não a abandone. Omissão
de socorro é crime!

ATENÇÃO
Para realizar alguns desses procedimentos é necessário conhecimento prévio
Faça um curso de primeiros socorros

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AULA 5
COMO SE PREPARAR PARA UMA AVENTURA

Antes de sair para qualquer aventura, é importantíssimo tomar algumas


precauções.

Sempre avise amigos ou família sobre o lugar que irá e a atividade que irá
praticar. 

Avise os bombeiros da cidade onde irá, eles irão te ajudar em caso de


emergências.

Faça um check-up de tudo o que irá precisar.

Esteja em dia com a sua saúde.

Nunca esqueça o Kit de Primeiros Socorros.

Leve água o suficiente e alimentação.

MÓDULO 1
Se você irá explorar algum lugar novo, com muito mato alto, use sempre calça e
se possível botas de pelo menos meio cano.

Ative o sistema de localização do seu celular.

Existem rastreadores GPS especificamente para uso em atividades desse tipo, se


puder adquira um. Procure por SPOTGen 3 ou similares.

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MÓDULO 2
EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAIS

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AULA 6
CAPACETE

Tem a função de proteger a cabeça em caso de batidas ou quedas de objetos em


atividades verticais.

Existem diversos modelos no mercado e lembre-se, precisam ser fabricados para


a prática de atividades verticais. O capacete para esse tipo de atividade conta com
um espaçamento entre a cabeça e o casco, isso serve principalmente para
absorver o impacto de eventuais objetos que possam cair de cima. Existem
modelos em espuma injetada, sem esse sistema de amortecimento e conferem a
mesma segurança. Precisam ter sistema de triangulação da alça e de ajuste no
tamanho de cabeça. Um sistema para se prender lanterna frontal se faz
necessário. A ventilação também é algo a se considerar. A função do capacete é
de proteger o impacto de objetos em queda e o impacto contra qualquer outro
objeto.

O capacete não consegue eliminar os riscos de acidente. Um impacto na cabeça,


da queda ou choque de um objeto de 1 kg ou menos pode ser fatal, mesmo com
o capacete.
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AULA 7
CADEIRINHA

As cadeirinhas, também conhecidas como Harness são equipamento de


segurança de uso mais que obrigatório em atividades verticais.

Existem diferenças entre as cadeirinhas, os modelos podem ser para


Espeleologia (exploração de cavernas), Escalada e Canyoning. Sendo que
qualquer um desses 3 podem ser utilizados para o Rapel.

Seu uso é obrigatório em situações que envolvam técnicas verticais ou qualquer


risco a integridade física, mesmo que o perigo seja mínimo, utilize, se era
mínimo, ficará praticamente zero.

O vestimento da cadeirinha deve ser confortável, existem modelos acolchoados


que proporcionam mais conforto, porém em ambientes molhados pesam um
pouco mais. As cadeirinhas são constituídas por fivelas que fecham na cintura,
em sua grande maioria também contam com sistema de fechamento para as
pernas. Prefira cadeirinhas que tenham ajuste na cintura e nas pernas, pois
podem atender anatomias de diferentes usuários, já as cadeirinhas que possuem
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apenas fechamento na cintura, não proporcionam essa versatilidade.

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AULA 8
AUTO SEGURO DUPLO

Dispositivo de segurança conectado ao ponto de fixação da cadeirinha e


conectável a um ponto de segurança.

Deve ser confeccionado com cordas dinâmicas, com duas pontas e mosquetões
nas extremidades. As pontas devem ter comprimentos diferentes e em cada uma
deve ter um mosquetão preferencialmente HMS, presos ao cabo por um nó
pescador duplo.

Serve para realizar transições com segurança entre corrimãos e rapéis. Iremos
aprender sobre esse assunto no módulo 7.

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AULA 9
MOSQUETÕES

São equipamentos essenciais na pratica de atividades verticais. Os mosquetões


podem ser confeccionados em aço, aço inox ou alumínio, podem ter trava ou
não.

Mosquetões com trava

As travas podem ser de 3 tipos:

Rosca: Ao girar a rosca da trava, esta sobressai o nariz do mosquetão e o trava

Baioneta: Diferentemente da trava automática, a trava baioneta é manual, é


necessário acionar o mecanismo de trava manualmente, dando a opção de
trabalhar aberto (sem trava) ou travado.

Automática: Assim que se fecha o gatilho, o mosquetão trava automaticamente.


Alguns modelos ainda possuem um estágio extra de trava, do tipo baioneta.

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As formas dos mosquetões podem ser de 3 tipos também:

D simétrico ou assimétrico: com trava de segurança. Muito usado em auto-


seguros. Porém jamais deve ser utilizado com roldanas, sua forma faz com que a
polia não fique posicionada corretamente sobre a corda, podendo ocasionar
sérios acidentes, até como rompimento da corda.

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HMS: sua formaz facilita muito a meia volta do fiel blocada com o nó de mula,
umas das técnicas que mais será usada na atividade. Também é ótimo para ser o
ponto central das ancoragens. O mais usado para conectar a cadeirinha ao freio
8, no Brasil é chamado de mosquestão pera, por seu formato similar a fruta.

Oval: um tipo muito usado. Pode ser utilizado em diferentes funções como
ancoragens equalizadas, organização de equipamentos, carregar materiais. O
mais recomendado para se usar com polias.

Mosquetões sem trava

São muito utilizados em pontas de auto seguro, para carregar equipamentos,


prender o estribo ao ascensor e costuras de escalada. Conhecido também como
gatilho rápido. Nunca use um mosquestão sem trava para conectar o freio 8 a
cadeirinha.

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AULA 10
DESCENSORES

Podemos empregar variados tipos de descensores para praticar o Rapel. Os mais


comuns são o freio 8 e o ATC. Apesar de existirem algumas variações de modelo
para modelo, o princípio do seu funcionamento é o atrito.

Freio 8: é o mais comum e o com melhor custo benefício. Foi usado durante
anos em atividades verticais e ainda hoje é muito utilizado em determinadas
situações. Para uso em rapéis de no máximo 80 metros. Os modelos podem ser
de aço ou alumínio. Além de ser usado propriamente como freio, ele tem outras
utilidades, como ascensor e uso em ancoragens. Tem a desvantagem de
esquentar muito e torcer a corda.

ATC: possuem orifícios pequenos, onde deve-se passar a corda dobrada e


conectar ao mosquetão da cadeirinha, lembre-se que todo mosquestão principal
obrigatoriamente deve possuir trava. O atrito é linear e não torce tanto a corda,
porém a descida não é tão suave como em outros aparelhos. Muito utilizado para
assegurar na escalada.

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AULA 11
ASCENSORES

São equipamentos feitos para subida em corda, possuem um sistema que quando
conectados a corda, se movem apenas para um lado e travam ao serem forçados
em sentido contrário, cessando o movimento, portanto são equipamentos
blocantes. Para ascensão obrigatoriamente devem serem usados em conjunto
com um segundo ascensor, seja mecânico ou cordeletes.

Shunt: além do uso na ascensão, se usado abaixo do freio é um sistema de auto


seguro muito eficaz, possibilitando paradas no meio do rapel, por exemplo, para
tirar fotos. Também usado para tencionar a corda em um rapel guiado,
ancoragens e outras funções.

Para realizar ascensões aprenderemos a técnica do freio 8 à italiana no módulo 7.

MÓDULO 1

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AULA 12
CORDELETES

Corda com diâmetro entre 6mm e 8mm, obrigatoriamente precisam ter o


diâmetro menor que da corda do rapel, pois serão utilizados como blocantes.
Nunca use cordeletes com menos 6mm para se pendurar.

O uso de cordeletes abaixo de 6mm de diâmetro só é aceitável para carregar


equipamentos.

Aprenderemos os nós blocantes mais usados no módulo 5.

MÓDULO 1

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AULA 13
APITO, CANIVETE E LUVAS

Apito: equipamento indispensável para segurança, permite a comunicação


mesmo sem contato visual, veja mais no módulo 8. Prefira os mais altos e
agudos.

Canivete: de preferência com acionamento automático, útil para cortar galhos


no freio ou uma corda enroscada.

Luvas: são de uso obrigatório em rapéis secos, muitos acidentes já ocorreram


pelo não uso de luvas. Um bom modelo e de baixo custo, porém um tanto
descartáveis, são aquelas luvas de lã com bolinhas nas palmas, usadas para
trabalhos em geral. Certifique-se de que a luva não tire a mobilidade das mãos.

MÓDULO 1

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MÓDULO 3
EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO COLETIVOS

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AULA 14
CORDAS

Existem cordas dinâmicas, que são destinadas a escalada. Possuem um


alongamento entre 6% e 10%, também são usadas para fazer os auto seguros
duplos, como já vimos anteriormente. Sua construção lhes confere uma ótima
capacidade de absorção de impactos. Tanto a capa, quanto a alma são fabricadas
de poliamida. Podem ser usadas como gêmeas, simples e duplas.

Já as cordas semi estáticas, tem alongamento entre 2% e 5%. Para atividades como
Rapel e Canyoning são as ideais. Podem ter a alma em poliamida e capa em
poliéster ou serem inteiramente poliamida.

A grande vantagem do tipo com alma em poliamida e capa em poliéster é o seu


manuseio, os nós ficam mais fáceis de serem feitos, também se acomoda melhor
dentro da mochilha, porém não são tão resistentes a abrasão. Já o tipo toda em
poliamida, confere uma ótima resistência a abrasão, mas deixa a desejar no
quesito manuseabilidade.

As cordas atuais são fabricas utilizando o sistema Kernmantle, que consiste de


MÓDULO 1
uma capa com um grupo de feixes por dentro

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AULA 15
PROTETORES DE CORDAS

São produzidos em material resistente e flexível, necessário para não danificar a


corda em rochas e quinas afiadas.

Os modelos que possuem um gancho facilitam na hora de fixar à corda. Porém


onde existe muito pontos de atrito durante a descida, não é possível proteger
todos eles, para lidar com esse problema veja a aula Gerenciamento de atrito.

MÓDULO 1

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AULA 16
MOCHILAS DE CORDAS

No rapel seu uso não é obrigatório, mas facilita e muito o trabalho com a corda.
Existem modelos específicos para Canyoning que são feitas de material
resistente, uma espécie de lona, essas mochilas tem telas ou furos nas laterias e
no fundo para possibilitar o escoamento de água em cachoeiras, porém podem
ser perfeitamente usadas apenas para Rapel, realçando, vale muito a pena
adquirir uma.

Se você não pretende fazer Rapel em cachoeiras, uma mochila normal para
cordas pode te atender.

MÓDULO 1

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Como guardar a corda na mochila

MÓDULO 1

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AULA 17
SACOS DE CORDAS

São sacos pequenos para até 60 metros de corda, usados para montagem de
corrimãos e lançamento de corda, evitando enroscos em galhos ou rochas.

Conhecidos também como Kit Boule. Em ambientes com água,


obrigatoriamente devem flutuar. Para guardar a corda usa-se o mesmo
procedimento das mochilas.

MÓDULO 1

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AULA 18
SACOS E MOCHILAS DE CORDAS

Sacos e mochilhas estanques servem para guardar roupas, alimentação e


qualquer tipo de equipamento que não possa ser molhado. São fabricados com
diferentes materiais, sendo o mais comum PVC.

A boca do saco ou mochila é dobrado pelo menos 3 vezes e então clipado com
uma fivela, assim impossibilitando a entrada de água. Porém existe uma resalva,
não podem ser utilizados sozinho.

Para garantir que nada molhe é preciso colocar um saco estanque dentro de
outro ou da mochila estanque. Nunca confie apenas em 1.

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AULA 19
FITAS

São itens fundamentais para segurança em atividades em altura.

Existem fitas costuradas e abertas, que são vendidas por metro e podem ser
planas ou tubulares. As fitas costuradas tem vantagem em quase todos os
aspectos, não perde a resistência, já que não tem nenhum nó, também são mais
leves e compactas, porém não podem ser abertas para passar por uma árvore por
exemplo.

Muito usadas para montagem de ancoragens.

Lembre-se qualquer nó que fizer na fita, seja ela costurada ou aberta, a


resistência da mesma cairá em 50%.

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AULA 20
KIT DE PRIMEIROS SOCORROS

Item mais que obrigatório, o Kit de Primeiros Socorros não pode faltar em
qualquer tipo de aventura. Proteja seu kit para que não molhe! Veja abaixo itens
essenciais.

Materiais para curativos

Gaze esterilizada (melhor que algodão para limpar e fazer curativos, pois não
solta fiapos)
Luvas descartáveis
Tesoura
Pinça
Esparadrapo, atadura ou bandagem de algodão, gaze, band-aid
Álcool (gel em sachê ou lenços umedecidos) 
Pomada de arnica (é anti-inflamatória, analgésica, cicatrizante)

Opcional: para proteger bolhas, existe um fita protetora para os pés , resistente e
que não escorrega.
MÓDULO 1

Medicamentos

Analgésico
Antibiótico
Antitérmico
Anti-histamínico
Anti-inflamatório de uso oral

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 3


Colírio neutro
Medicamento para enjôo
Pomada contra queimaduras e picadas de insetos
Agulhas esterilizadas (para furar bolhas ou retirar espinhos, por exemplo)
Repelente de insetos
Manta isotérmica
Estojo (para guardar todos os itens)

ATENÇÃO
Medicamentos só podem ser ministrados
sob orientação médica

MÓDULO 1

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MÓDULO 4
MANUTENÇÃO

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AULA 21
MANUTENÇÃO

A manutenção é imprescindível para a segurança. Devemos fazer uma checagem


de todo equipamento sempre após a atividade.

Cordas: devem ser apalpadas por inteiro, em busca de nódulos e buracos na


alma, mesmo que a capa não esteja danificada, pode ocorrer o
comprometimento da alma. Havendo danos tanto na capa quanto na alma, a
corda deve ser cortada imediatamente. É importante ficar atento ao prazo de
validade das mesmas, pois mesmo quando guardadas perdem a garantia de
fábrica, em geral tem sua validade por 4 anos, alguns fabricantes colocam essas
informações na fitinhas por dentro da corda. Isso também se aplica aos
cordeletes.

Sempre lave sua corda após o uso. A melhor maneira é deixar de molho na água
por meia hora dentro de algum recipiente, importante que a água não tenha
cloro, sabão ou quaisquer outros aditivos. Existem detergentes apropriados para
limpeza da corda, porém são caros. Após deixar de molho, jogue água corrente
por toda extensão e deixe secar na sombra. É importante dizer, que cada vez
MÓDULO 1
menos ela ficará com aspecto de nova, porém sua funcionalidade será a mesma.

Outros materiais têxteis: cadeirinhas e fitas devem ser aposentadas


imediatamente quando sofrem danos visíveis, devido a abrasão, quando
começam a desbotar, quando começa a levantar muito “pelinhos”, quando as
linhas começam a se soltar da costura ou se ficar com aspecto inchado. Não se
esqueça de verificar as fivelas também. Também é recomendável a lavagem apos
o uso. Guarde os equipamentos em local seco, arejado e longe de raios solares.
Para lavar pode-se usar o mesmo método das cordas.

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Equipamentos metálicos: esse tipo de equipamentos inclui mosquestões,
ascensores, descensores e quaisquer outros equipamentos metálicos. Mosquetões
que sofrem atrito constante com a corda devem ser substituídos assim que
começarem a criar sulcos em sua estrutura. Evite a queda desses equipamentos,
pois pode criar microfissuras invisíveis a olho nu em suas estruturas,
comprometendo a sua resistência. Lubrifique os mosquetões com regularidade,
tome cuidado para não deixar excesso de lubrificante, pois este em contato com
a corda pode contamina-la

ATENÇÃO
Utilize apenas equipamentos certificados
UIAA, CE, EN ou/e CA
MÓDULO 1

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MÓDULO 5
NÓS

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AULA 22
CARACTERÍSTICAS DOS NÓS

Os nós precisam ter um aspecto para fácil visualização e inspeção, serem


estáveis, fáceis de se fazerem e preservarem o máximo possível a resistência da
corda. Outra característica importante é que possam ser desfeitos após sofrerem
tensão.

Todo nó faz com que a corda, cordelete ou fita perca uma porcentagem da sua
resistência, veremos nas aulas seguinte, a porcentagem de perda de resistência de
cada nó.

Deve-se observar atentamente o comprimento mínimo de sobra da corda,


cordelete ou fita.

Tenha como base

Corda ou cordelete: 10x o diâmetro


Fita: 4x a largura

MÓDULO 1
Exemplo:

Corda de 10mm, a sobra deve ser de 10cm

Cordeletes: 10x o diâmetro 

Fita: de 3cm de largura, a sobre deve ter 12cm

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AULA 23
NÓ OITO SIMPLES

Esse nó servirá de base para construção de outros tipos de nós oito.

MÓDULO 1

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AULA 24
NÓ OITO DUPLO GUIADO

Tem a sua utilização na confecção de auto seguro duplo e encordoamento direto


na cadeirinha.

Perda de resistência da corda: 23%

MÓDULO 1

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AULA 25
NÓ OITO DUPLO FEITO PELA ALÇA

Tem a sua utilização principalmente em ancoragens e montagens de corrimãos.

Perda de resistência da corda: 23%

MÓDULO 1

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AULA 26
NÓ OITO DE JUNÇÃO

É usado para unir duas cordas ou fechar um anel de cordelete, é necessário que
os mesmo sejam da mesma espessura. Também conhecido como oito costurado.

Perda de resistência da corda: 23%

MÓDULO 1

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AULA 27
NÓ PESCADOR DUPLO

Deve ser usado para juntar duas pontas de cordas ou cordeletes que tenham o
mesmo diâmetro. Quando submetidos a força, são bem dificeis de desatar,
muitas vezes sendo necessário o corte da corda.

Perda de resistência da corda: 20%

MÓDULO 1

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AULA 28
MEIA VOLTA DO FIEL BLOCADO COM NÓ DE MULA

Utiliza-se para dar segurança, funciona como um freio, até mesmo


possibilitando o rapel apenas utilizando o mosquetão, método conhecido com
Rapel de Fortuna. Precisa ser usado em um mosquetão HMS. Conhecido
também como nó dinâmico ou UIAA.

A meia volta do fiel por si só não trava, é preciso um nó para bloca-lo. Para isso
utiliza-se o nó de mula e mais um tipo de contra blocagem, podendo ser estilo
italiana ou francesa.

Usado em ancoragens, pois possibilita ser solto e funcionar como um descensor.


A qualquer problema no meio do rapel, por exemplo a pessoa desmaiar, ficar
com medo, cabelo enroscado, esse conjunto possibilita descer a pessoa sem
precisar ir até ela.

Também utilizado para fazer o gerenciamento de atrito

Perda de resistência da corda: 0%, todo o ponto de tensão ficará sobre uma volta
MÓDULO 1
e não um nós, isso faz com que não se perca a resistência da corda. No módulo 7
aprenderemos a fazer uma ancoragem utilizando a meia volta do fiel blocado
com o nó de mula.

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MÓDULO 1

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AULA 29
NÓ MACHARD UNIDIRECIONAL

Trava apenas em um sentido. Pode ser utilizado em cordeletes para tensionar


rapéis guiados e ascensão em conjunto com outro blocante.

Esse nó começa a deslizar quando aplicadas cargas entre 5KN e 10KN, essa
variação depende do número de voltas dadas.

MÓDULO 1

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AULA 30
NÓ MACHARD BIDIRECIONAL

Utilizado para realizar o Rapel Auto Assegurado, tem uma ótima distribuição de
carga e pode ser usado em ambientes com água. Trava em ambos o sentidos.

Esse nó começa a deslizar quando aplicadas cargas entre 5KN e 10KN, essa
variação depende do número de voltas dadas.

MÓDULO 1

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MÓDULO 6
ANCORAGENS

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AULA 31
TIPOS DE ANCORAGEM

Podemos classificar em naturais ou artificiais os pontos de ancoragem.

Naturais: troncos de árvores, blocos de pedra, raízes forte e outros.

Artificiais: parabolts com chapeletas ou pinos “P”, são tipos de ancoragens


artificiais fixas. Já os entaladores de fenda, como os com mola, que se abrem na
fenda são ancoragens artificiais móveis ativas. Os pítons, são dispositivos que não
tem mola, apenas são entalados, a estes damos o nome de ancoragem artificial
móvel passiva.

Para realizar a instalação de ancoragens artificiais é necessário conhecimento,


técnicas e equipamento apropriado, não se arrisque, sua vida e de outras pessoas
estão em jogo.

A decisão sobre qual ancoragem usar deve obedecer os seguintes pontos:

O ponto de ancoragem deve ser na mesma direção da descida, de maneira que


MÓDULO 1
impossibilite pêndulos e evite fator de queda 1 ou mais. Iremos aprender sobre
assunto adiante.

A ancoragem também tem que ser avaliada para que não cause qualquer tipo de
impacto ambiental.

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Siga esses passos para avaliar a qualidade de um ponto de ancoragem natural

Solidez
Estado de conservação
Capacidade de carga
Pontos de atrito
Concentração de tensões ou alavanca ao redor da árvore

Caso o ponto de ancoragem seja a prova de bomba, podemos usar apenas um


ponto.

MÓDULO 1

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AULA 32
ÂNGULOS DE FORÇA

Sempre existirá uma força sobre a ancoragem. É necessário a observação dos


ângulos do sistema e respeitar suas capacidade de carga.

Observe a seguir

Exemplo

MÓDULO 1
Um peso de 80kg em uma ancoragem com angulação de 45° distribuirá 57% do
peso para cada ponto da ancoragem, ou seja, 45kg para cada ponto.

Um peso de 80kg em uma ancoragem com angulação de 175° distribuirá 1200%


do peso para cada ponto da ancoragem, ou seja, 960kg para cada ponto.

Por isso ancoragens de tirolesas precisam ser extremamente seguras.

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 6


Então, quanto maior angulação da ancoragem, maior será a força exercida sobre
cada um dos pontos.

Para conexão aos pontos de ancoragem, devem ser utilizados mosquetões com
trava. No ponto central é recomendado o uso de um mosquetão HMS com trava.

Antes de aplicar carga no sistema, verifique:

Se as travas dos mosquetões não estão tendo contato com a rocha

Se os mosquetões estão travados

Se os mosquetões não estão tendo alavanca e/ou torção junto a pedra ou


qualquer objeto

Se o mosquetão está trabalhando apenas em duas direções

MÓDULO 1
Angulação no sistema de ancoragem

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AULA 33
FATOR DE QUEDA

Veja a imagem

O fator de queda é medido dividindo-se a altura da queda pelo sistema que


assegurou a mesma. Há procedimentos adequados para minimar o fator de
MÓDULO 1
queda e as suas consequências.

É preciso tomar muito cuidado para não ocorrer um fator 2, uma pessoa de
100kg, que cai 2 metros com apenas 1 metros de auto seguro exercerá uma força
de 2000kg nas ancoragens.

Os pontos de ancoragem devem sempre estar na altura dos ombros ou pelo


menos da cintura. O uso de auto seguro duplo com cordas dinâmicas é
fundamental para minimizar os riscos, aprendemos sobre esse assunto
anteriormente.

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AULA 34
ANCORAGEM EQUALIZADA

Ancoragens equalizadas utilizam pelo menos dois pontos e possibilitam que o


peso no ponto central seja distribuído entre os pontos da ancoragem, mesmo
quando exista mudança na direção da carga.

Recomenda-se a utilização deste sistema quando não existe nenhuma suspeita


sobre a integridade de qualquer um dos pontos.

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 6


AULA 35
ANCORAGEM SEMI EQUALIZADA

Ancoragens semi equalizadas utilizam pelo menos dois pontos e possibilitam


que o peso no ponto central seja distribuído entre os pontos da ancoragem,
apenas quando não exista mudança na direção do peso. É necessário realizar o
ajuste correto para determinar a direção da carga.

Recomenda-se a utilização deste sistema, quando exista suspeita sobre a


integridade de quaquer um dos pontos ou quando os pontos de ancoragem são
distantes um dos outros.

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 6


AULA 36
ANCORAGEM EM LINHA

Esse tipo de sistema é usado se os pontos de ancoragem estão alinhados em


relação ao peso. Geralmente a carga está em apenas um dos pontos, sendo o
outro um backup.

Usa-se a ancoragem em linha quando não houver nenhum ponto a prova de


bomba ou não ser possível montar um sistema de dois pontos.

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 6


AULA 37
ANCORAGEM SEM TENSÃO NO NÓ

Quando existe um ponto à prova de bomba, podemos montar a ancoragem sem


tensão no nó, que nos dá a vantagem de não diminuir em nada a resistência da
corda.

É necessário que o ponto seja cilíndrico, árvores, postes e outros, não deve-se
usar esse tipo de ancoragem em qualquer lugar que tenha quinas vivas.

Muito recomendado para a montagem de tirolesas.

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 6


MÓDULO 7
TÉCNICAS ESSENCIAIS E
INDISPENSÁVEIS

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AULA 38
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO RAPEL

Após a instalação do freio 8, inicie a descida, colocando-se de costas para a borda


onde irá descer. Ajuste a corda no freio 8, para que não fique nenhuma folga
entre você e a ancoragem. Então desclipe o auto seguro e inicie a descida.

Mantenha as pernas ligeiramente dobradas e um tanto afastadas, isso lhe dará


maior estabilidade. A sola dos pés devem sempre estarem inteiras em contato
com a rocha, para ganhar mais aderência. A posição do tronco deve ser ereta ou
um pouco inclinada para trás.

Deixe a corda correr pela sua mão e seus dedos de forma a obter uma descida
suave e controlada. Sempre siga a linha de descida por onde a corda está indo,
não faça movimentos laterais, isso pode ocasionar pêndulos e perigos, como até
o rompimento da corda.

Quando se deparar com rapéis negativos, não o faça como muita gente faz, não
fique de ponta cabeça, o equipamento não foi projetado para isso e já houveram
casos de ejeção. O mais adequado é que encolha as pernas e estique logo abaixo,
MÓDULO 1
sempre sentado na cadeirinha, até ficar livre da pedra. Pode-se usar a mão que
não está controlando a corda pelo freio, para se afastar da parede.

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Não desça dando trancos, para minimizar os atritos e não forçar sem necessidade
o sistema de ancoragem

Nunca solte a mão que está abaixo do freio

Sempre olhe para baixo e preveja o próximo movimento que terá que fazer

Vá com calma

Cuidados com as pedras soltas, seus companheiros podem estar embaixo

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 39
PASSADAS DO FREIO 8

A versatilidade que o freio 8 nos dá, é algo ótimo, podemos utiliza-lo em corda
simples, dupla e até como um eficiente ascensor.

Um erro muito comum, é passar a corda pelo freio de forma que a corda fique
de frente com a rocha, não de você. Não se esqueça a corda no freio 8 sempre
tem que estar virada para você, pois assim se evita que a corda se arraste na
parede e vire um nó boca de lobo, que o fará ter que fazer uma manobra
complicada.

Também é preciso prestar atenção a forma como prender o mosquetão na


cadeirinha, este deve estar com a trava de frente para você e com a abertura do
gatilho para cima.

Realizar este procedimento evitará que você perca o seu freio 8 caso ele caia
acidentalmente.

Quando utilizar essa passada?


MÓDULO 1

A utilização das diferentes passadas no freio 8 devem levar em conta os seguintes


fatores: peso do praticante, diâmetro da corda, peso de equipamentos, tamanho
do freio 8, freios menores são mais lentos e vice versa.

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Exemplo 1: Praticante de 80kg com mochila de 20kg, descida em corda simples
entre 9mm e 10mm, é altamente recomendável a passada Vertaco

Exemplo 2: Praticante de 80kg, sem carga, descida em corda simples de entre


9mm e 11mm, passada Clássica

Passada Clássica

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Passada Vertaco

Essa passada é recomenda para quando iremos descer com bastante carga e/ou
pessoas mais pesadas. acima de 80 kg.

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Passada Esportiva

A passada esportiva somente é recomendada em rapéis guiados e montagem de


corrimãos de segurança. Não utilize para rapéis normais, já houveram muitos
acidentes com essa passada.

ATENÇÃO
Não use essa passada em rapéis normais,
apenas em auto molinetes e rapéis guiados

MÓDULO 1

ATENÇÃO
a corda no freio não pode ficar do lado de trás do oito,
sempre tem que estar virada para você!

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 40
BLOQUEIO DO FREIO 8

É muito importante saber bloquear o freio 8, pois muitas vezes precisaremos


parar no meio do rapel para arrumar equipamentos, desenrolar corda ou apenas
fazer uma foto.

Modo Clássico

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Esse método é mais fácil para se realizar em paredes negativas, consiste na
execução de um nó de mula na barra do freio 8, onde clipa-se um dos auto
seguros na alça do nó. Também é mais fácil para realizar o desbloqueio.

Chave de bloqueio

Para realizar a chave de bloqueio, devemos cruzar a corda pela parte de cima do
freio 8 e passa-la entre a parte superior do aparelho e a corda tensionada. Com a
mão segurando a primeira passada no freio 8, passaremos uma alça por dentro
do mosquetão da central e passar novamente a cruzar novamente a corda pela
parte de cima do aparelho entre o mesmo e a corda. Esse procedimento pode ser
um pouco complicado de se realizar em rapéis negativos.

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 41
CORRIMÃOS DE SEGURANÇA E AUTO MOLINETE

Muitas vezes precisaremos montar corrimãos de segurança para transitar por


lugares que ofereçam risco de queda. 

PARA MONTAR O AUTO MOLINETE

Materiais

Saco ou mochila de corda


Freio 8
Mosquetão com trava
Ancoragens

Como montar

Passe a corda pela ancoragem e prenda a ponta com


um nó oito na cadeirinha utilizando um mosquetão
com trava
MÓDULO 1

Instale a corda no freio 8 utilizando a passada


esportiva

Prenda o saco de corda na cadeirinha. Se estiver


usando uma mochila de corda, ela pode ir nas costas
MATERIAIS

Monte o Rapel Auto Assegurado - Aula 43

Comece a descida em direção ao ponto de ancoragem


do rapel

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PARA MONTAR O CORRIMÃO

Materiais

Corda já utilizada no auto molinete


Mosquetão já utilizado no auto molinete

Como montar

Ao chegar na ancoragem do rapel, clipe seu auto


seguro nela

Solte a ponta da corda com o nó oito e mosquetão que


está presa na sua cadeirinha e clipe na ancoragem

Solte a corda do freio oito e prenda no mosquetão que


está na ancoragem
MÓDULO 1

MATERIAIS

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 42
RAPEL DEBREÁVEL

Uma manobra importantíssima no rapel. Chamamos de rapel debreável quando


utilizamos na ancoragem um sistema de freio com algum tipo de blocagem,
permitindo assim, caso necessário, que se solte esse sistema para dar mais corda,
descendo o participante.

Além disso, há casos que a corda não chegou até o final, para essa situação
também usamos essa técnica.

Se uma pessoa prender o cabelo no freio, não há a necessidade de uma


intervenção direta, podemos acabar de desce-la, apenas soltando a blocagem e
utilizando o freio na ancoragem.

Por fim para realizar o gerenciamento de atrito, a cada um que for descer, antes
solta-se o sistema para dar um pouco de corda e assim mudar todos os pontos de
atrito. Antes da descida, bloqueia-se novamente o sistema. É de extrema
importância fazer o gerenciamento de atrito, já houveram acidentes fatais que
poderiam terem sido evitados apenas utilizando essa técnica.
MÓDULO 1

Para fazer o rapel debreável é necessário ter o dobro de corda da altura do rapel,
mais 10% pelo menos.

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Como montar Materiais

Mosquetão HMS
Cordas
Ancoragens

Como montar
MÓDULO 1

Ao chegar na ancoragem do rapel, clipe seu auto


seguro nela

Clipe um mosquetão HMS na ancoragem e faça a meia


volta do fiel

Lance corda suficiente para o rapel

Faça o bloqueio com o nó de mula e contrablocagem

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 43
RAPEL AUTO ASSEGURADO

O primeiro a descer deve obrigatoriamente usar um sistema de auto seguro, pois


muita eventualidades podem ocorrer no meio da descida, pedras cairem,
abelhas, soltar a mão da corda ou outros motivos.

Além disso podemos usar essa técnica com intuito de parar no meio da descida,
seja para fazer uma limpeza na via, instalar proteções de corda, tirar fotos,
desembolar cordas ou acompanhar uma pessoa durante a descida.

Materiais

Cordelete entre 6mm e 8mm


Mosquetão

Como montar

Ao chegar na ancoragem do rapel, clipe seu auto


seguro nela
MÓDULO 1

Dobre seu auto seguro maior ou use o menor, teste


antes para saber qual opção melhor para você, clipe
na cadeirinha e clipe o mosquetão com o freio 8 nele

Instale a corda no freio 8, pode ser em simples ou


dupla

Faça o nó machard bidirecional e clipe na central da


cadeirinha

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 44
SEGURANÇA POR CIMA E POR BAIXO

Em muitas situações é importante utilizar segurança extra. Quando se trata de


pessoas inexperientes é comum soltar a mão da corda, para evitar qualquer
acidente podemos utilizar 3 maneiras de segurança, por baixo, por cima e auto
assegurado, já aprendemos como realizar um rapel auto assegurado. Quando
combinados dois tipos de segurança, da-se o nome de sistema redundante.

A segurança por baixo é realizada da seguinte forma, o primeiro a descer, irá


realizar um rapel auto assegurado. Na sequência. o mesmo, fica fazendo a
segurança dos outros por baixo, apenas puxando a corda já se trava o freio 8,
também é possível controlar a velocidade de descida da pessoa. É de extrema
importância o contato visual a cada momento, caso o participante solte a corda,
quem está fazendo a segurança deve puxa-la imediatamente, caso não o faça,
acidentes fatais podem acontecer. Por isso evite quaisquer tipos de distrações ao
fazer a segurança de alguém.

A segurança por cima necessita de uma corda extra do tamanho do rapel mais
10% pelo menos. Utilizamos o nó meia volta do fiel ou o freio 8. Deve-se tomar
MÓDULO 1
cuidado ao baixar seu companheiro, dê corda conforme ele desce, não o trave a
toa, isso pode fazer com que ele perca o equilíbrio. Também é necessário manter
contato visual durante toda a descida.

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


SEGURANÇA POR BAIXO

Materiais

Corda

Como fazer

Fique próximo a parede, onde tenha


estabilidade e possa apoiar os pés
e com local estável que podemos apoiar o pé
para ficar em uma posição segura

Deixe um pouco de folga na corda, mas não


muito

Segure a corda com firmeza com os braços


MÓDULO 1
para cima

Sempre mantenha 100% de atenção no


companheiro que está descendo, caso ele
solte a mão a vida dele estará dependendo
unicamente de você

Evite qualquer tipo de distração

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


SEGURANÇA POR CIMA

Materiais

Corda extra com 10% de sobra do rapel


Mosquetão HMS
Freio 8 + Mosquetão com trava

Como montar

Clipe o freio 8 com mosquetão na ancoragem ou o


mosquetão HMS. Se possível utilize uma que não seja
a principal

Faça um nó 8 na ponta da corda

Passe a ponta da corda pelo freio 8 ou coloque-a no


MÓDULO 1
mosquetão HMS com o meia volta do fiel.

Prenda a corda com o nó 8 com um mosquetão na


cadeirinha da pessoa que vai descer

Conforme a pessoa desce, libere corda e tome


cuidado para não travar muito, pois isso pode
atrapalha-la. Só trave o sistema em caso de
necessidade

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 45
TÉCNICAS DE SUBIDA PELA CORDA

Pode ser que seja preciso realizar uma ascensão pela corda, seja por esquecer
algo em cima ou apenas para treinar.

Oito italiano + Cordelete nó machard

MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


Materiais

Corda
Freio 8
Anel de cordelete ou Shunt
Estribo e mosquetão com ou sem trava

Como fazer

Passe a corda pelo freio 8 à italiana

Instale o Shunt ou o nó blocante acima do freio 8 e clipe o auto seguro maior


nele

Clipe o estribo com o mosquetão no mosquetão do Shunt ou do nó blocante

Agora ajuste o freio 8 à italiana o mais acima que puder, puxando a corda de
MÓDULO 1
baixo para cima e tomando cuidado para o sistema não se desfazer

Coloque o peso todo no sistema e posicione o Shunt ou nó blocante o mais para


cima possível

Pise no estribo e vá puxando a corda no freio 8 à italiana para cima

Repita o processo até atingir o objetivo

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


AULA 46
GERENCIAMENTO DE ATRITO

Mesmo quando colocamos proteção de corda logo após a ancoragem, podem


existir diversos outros ponto de atrito durante a descida e por isso a técnica de
gerenciamento de atrito se torna indispensável para a segurança da atividade.
Anos atrás houve um acidente em Santa Catarina, devido ao rompimento da
corda que poderia ter sido evitado apenas utilizando esse simples procedimento.

Tal procedimento é bem simples, pois já aprendemos a realizar o Rapel


Debreável, devemos faze-lo da seguinte forma.

Ao montar o Rapel Debreável, após o primeiro a descer, iremos soltar a contra


blocagem e nó de mula e dar um pouco mais de corda no rapel, 15cm são o
suficiente, depois disso, deve-se bloquear novamente o sistema para que assim o
segundo participante possa descer. Com isso mudamos todos os pontos de atrito
da corda na rocha e conseguimos protege-la de um eventual rompimento.

Então, a cada novo participante que irá descer, deveremos realizar esse
procedimento.
MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 7


MÓDULO 8
COMUNICAÇÃO

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 8


AULA 47
MEIOS E SINAIS DE COMUNICAÇÃO

A comunicação é imprescindível para a segurança durante a atividade. É


necessário que todos saibam os meios e sinais de comunicação, evitando assim
que acidentes aconteçam. Por muitas vezes já vi as pessoas se comunicando
através de gritos e berros, o que abre as portas para interpretações erradas e
quiça acidentes.

Vamos aprender as nos comunicarmos de forma simples e eficiente nos


ambientes verticais?

Apito

1 silvo - parar qualquer manobra


2 silvos - prosseguir manobra
3 silvos - dar corda, debrear
4 silvos - recolher corda
MÓDULO 1

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 8


Comunicação visual

Parar qualquer
Prosseguir manobra
manobra

MÓDULO 1
Dar corda, debrear
Recolher corda

RAPEL - O GUIA COMPLETO PARA VOCÊ SE AVENTURAR COM SEGURANÇA MÓDULO 8

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