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ESCOLA TÉCNICA SEQUENCIAL

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

Carlos Augusto Ribeiro Neves

TEMA:
NR-35 Resgate Vertical

São Paulo
2015
Carlos Augusto Ribeiro Neves

TEMA:
NR-35 Resgate Vertical

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como


exigência parcial para a obtenção do certificado de:
Técnico em Segurança do Trabalho na Escola Técnica
Sequencial.

Orientador: Profº Sandra Ribeiro


Coorientador: Profº Felipe Felerico

São Paulo
2015
Carlos Augusto Ribeiro Neves

TEMA:
NR-35 Resgate Vertical

Aprovado em: 10/02/2015

Banca Examinadora:

___________________________________
Professor Sandra Ribeiro presidente da banca
Instituição

__________________________________
Professor Felipe Felerico Coorientador
Instituição

____________________________________
Convidado especialista
Instituição
Dedico este trabalho a todos estudantes, pesquisadores e professores, que doam seu melhor e
ajudam a torna melhor, uma sociedade carente de cultura e informação dividindo e
multiplicando o conhecimento.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de em primeiro lugar aproveitar a oportunidade para agradece meu irmão, Carlos
Magno que foi uma inspiração e um exemplo a ser seguido, minha esposa Talita de Oliveira
que sempre esteve ao meu lado, me incentivando e motivando à superação e não poderia
esquecer da minha mãe Dona Alda Maria que me mostrou a importância do trabalho além de
minha avó Carolina Gomes que me ensinou o valor da família.
Mas não poderia deixar de agradecer, aqueles que foram uma peça fundamental no meu
crescimento profissional e pessoal nestes meses de curso: Thiago Bonfim, Hamilton
Monteiro, Alan Isaac, Romário Amorim e Lucas Santos amigos que tive a oportunidade de
conhecer nesta experiência de aprendizado, assim como a Diretora Sra. Silvania que sempre
se mostrou solidaria a nossas expectativas e necessidades.

É necessário sempre acreditar que o sonho é possível. Que o céu é o limite e você, truta, é imbatível.
Que o tempo ruim vai passar, é só uma fase. E o sofrimento alimenta mais a sua coragem. Que a sua
família precisa de você Lado a lado se ganhar pra te apoiar se perder.
Falo do amor entre homem, filho e mulher. A única verdade universal que mantém a fé.
(Racionais, a vida e desafio)
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar as técnicas e equipamentos utilizados em um


resgate simples a um trabalhador, em situação de “Suspensão Inerte” afim de transmitir
informações vitais, ao bom planejamento do trabalho em altura, a execução da Análise de Risco
(AR) e Permissão de Trabalho (PT), alertando sobre os riscos à saúde dos trabalhadores e a
importância de manter uma equipe de salvamento com recursos necessários.

Palavras Chaves: Suspensão Inerte, Resgate, NR-35.


LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 Ponto de compressão sob o sistema venoso (ESPELEO-AVENTURA, 2014)......15

Figura 2 Progressão do trauma do suspensão inerte (AUGUSTO, 2015).............................16

Figura 3 Quadro de fotos dos treinamentos realizados (AUGUSTO, 2015)..........................18

Figura 4 Foto de simulado (AUGUSTO, 2015)....................................................................19

Figura 5 Pictograma zona de queda livra (CB-32,2010).......................................................22

Figura 6 Pictograma leia o manual (AUGUSTO, 2015)........................................................23

Figura 7 Etiqueta com dados do fabricante do cinto paraquedista (AUGUSTO, 2015).........23

Figura 8 Etiquetas dos pontos de ancoragem do cinto paraquedista (AUGUTSO, 2015)......23

Figura 9 Quadro com pontos de ancoragem do cinto paraquedista (CB-32, 2010)................23

Figura 10 Pontos de conforto do cinto paraquedista (AUGUSTO, 2015)..............................24

Figura 11 Informações técnicas do cinto de segurança paraquedista (MANUAL DE

USO SINGINGROCK,2011)....................................................................................................25

Figura 12 Fator de queda (MANUAL DE USO CASA DAS CORDAS,2014).....................25

Figura 13 Exemplos de cinto paraquedista (casa das cordas, 2014).......................................26

Figura 14 Exemplo de corda NR-18 (AUGUSTO, 2015)........................................................27

Figura 15 Exemplo de inspeção de cordas (GOOGLE, 2012)................................................28

Figura 16 Exemplo de inspeção de cordas (AUGUSTO, 2015)..............................................28

Figura 17 Exemplo de proteções para cordas (ULTRA SAFE, 2014)...................................29

Figura 18 Cordelete (AUGUSTO, 2015)................................................................................29

Figura 19 Ascensão por bloqueadores (NBR 15595, 2008)....................................................31

Figura 20 Ascensores (AUGUSTO, 2015)..............................................................................31

Figura 21 Exemplo de resgate vertical (EBAH, 2010)............................................................32


Figura 22 Exemplo de Trava quedas (AUGUSTO, 2015).......................................................33

Figura 23 Teste de resistência (NBR 14626, 2010).................................................................33

Figura 24 Trava quedas guiado em linha rígida (AUGUSTO, 2015).......................................34

Figura 25 Teste de resistência (NBR 14627, 2010)................................................................34

Figura 26 Tipos de capacetes de segurança (CONTROLEACIMA, 2012).............................35

Figura 27 Capacete para trabalho em altura (ULTRA SAFE, 2012)......................................36

Figura 28 Suspensão interna do capacete (AUGUSTO, 2015)...............................................36

Figura 29 Freio oito (AUGUSTO, 2015)................................................................................37

Figura 30 Descensor ID (AUGUSTO 2015)...........................................................................37

Figura 31 Forma de uso do ID (MANUAL DE USO PETZL, 2010).......................................38

Figura 32 Descensor Stop (MANUAL DE USO PETZI, 2010).............................................38

Figura 33 Exemplo de uso do Stop (MANUAL DE USO PETZIL).......................................39

Figura 34 Montagem do Stop em corda tensionada (GUIA TASK, 2012)..............................39

Figura 35 Descensor com dupla trava (AUGUSTO, 2015)....................................................40

Figura 36 Luvas de raspa (AUGUSTO, 2015).......................................................................40

Figura 37 Luvas para rapel (AUGUSTO, 2015).....................................................................41

Figura 38 Cabos de ancoragem (AUGUSTO, 2015)...............................................................41

Figura 39 Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014).......42

Figura 40 Indicações de uso fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014).............43

Figura 41 Indicações de uso fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)............43

Figura 42 Classe dos conectores (CB-32, 2010).....................................................................44

Figura 43 Classe dos conectores (CB-32, 2010)....................................................................44

Figura 44 Classe dos conectores (CB-32, 2010)....................................................................44

Figura 45 Classe dos conectores (CB-32, 2010)....................................................................45


Figura 46 Valores de carga e tempo de testes de resistência (CB-32, 2010)...........................45

Figura 47 Valores de carga e tempo durante testes de resistência (CB-32, 2010).................45

Figura 48 Marcações do conector (CB-32, 2010)...................................................................46

Figura 49 Ação para abertura (CB-32, 2010).........................................................................46

Figura 50 Progressão com talabarte (NBR 15595, 2008).......................................................47

Figura 51 Exemplo de trabalho com talabarte (MANUAL TRABALHO,2012)....................47

Figura 52 Modelo de talabarte simples (CB-32,2010)............................................................48

Figura 53 Modelo de talabarte duplo (CB-32,2010)...............................................................48

Figura 54 Modelo de talabarte regulável (CB-32,2010).........................................................48

Figura 55 Destorcedor de cordas (AUGUSTO, 2015)............................................................49

Figura 56 Exemplos de absorvedor de energia (CB-32,2010)................................................50

Figura 57 Pictograma zona de queda livre (CB-32, 2010)......................................................50

Figura 58 Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)...................................................................51

Figura 59 Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)..................................................................51

Figura 60 Placas de ancoragem (AUGUSTO, 2015)...............................................................52

Figura 61 Modelo de costura (AUGUSTO, 2015)..................................................................52

Figura 62 Modelo de pedaleira (AUGUSTO, 2015)..............................................................53

Figura 63 Nó oito (AUGUSTO, 2015)....................................................................................56

Figura 64 Nó oito dupla alça (AUGUSTO, 2015)..................................................................57

Figura 65 Nó lais de guia (AUGUSTO, 2015)........................................................................57

Figura 66 Nó pescador (AUGUSTO, 2015)...........................................................................58

Figura 67 Nó de fita (AUGUSTO, 2015)................................................................................58

Figura 68 Exemplos de nós blocantes (AUGUSTO, 2015)....................................................59

Figura 69 Ponto de ancoragem predial (ARANHAPREDIAL, 2014)....................................60


Figura 70 Chapeleta e chumbador parabolt (AUGUSTO, 2015)............................................60

Figura 71 Ancoragem em série (AUGUSTO, 2015)...............................................................61

Figura 72 Ancoragem Semi-equalizada (AUGUSTO, 2015)................................................61

Figura 73 Ancoragem equalizada (TECNICASVERTICAIS, 2011).....................................61

Figura 74 Ancoragem equalizada (AUGUSTO, 2015)..........................................................62

Figura 75 Aumento de carga em função do ângulo das ancoragens (NBR 15595, 2008)....62

Figura 76 Sistema de redução mecânica 3:1 e 4:1 (NBR 15595, 2008).................................63

Figura 77 Exemplo de linha de vida com descensor (AUGUSTO, 2015)..............................65

Figura 78 Exemplo de resgate com sistema de redução mecânica (AUGUSTO, 2015).........65

Figura 79 Conexão do trava quedas na corda (AUGUSTO, 2015)..........................................66

Figura 80 Conexão dos ascensores a corda de progressão (AUGUSTO, 2015).......................67

Figura 81 Conexão da pedaleira ao ascensor de mão e pedaleira para ascensão

(AUGUSTO,2015)....................................................................................................................67

Figura 82 Exemplo de progressão por cordas (AUGUSTO, 2015)........................................68

Figura 83 Funcionamento do ID no sentido contrário (CONTROLEACIMA, 2012).............68

Figura 84 Bloqueio em descensor (ALPENPASS, 2015)........................................................69

Figura 85 Exemplo de contra peso (AUGUSTO, 2015).........................................................69

Figura 86 Exemplo de resgate simples (AUGUSTO, 2015)..................................................70


LISTA DE SIGLAS

Abendi Associação Brasileira de Ensaios Não destrutivos


CA Certificado de Aprovação
CE Comunidade Europeia
EPI Equipamento de Proteção Individual
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IRATA Industrial Rope Access Trade Association
NFPA National Fire Protection Association
NBR Norma Brasileira
NR Norma Técnica
Sinduscon-sp Sindicato da indústria da construção civil – São Paulo
RCP Reanimação Cardio Pulmonar
ZQL Zona de queda livre
UIAA União Internacional das Associações de Alpinismo
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................14
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................15
2.1 Suspensão Inerte...............................................................................................................15
3. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................18
4. RESULTADOS E DISCURSSÕES...................................................................................20
4.1 Equipamentos....................................................................................................................20
4.1.1 Cinto de segurança tipo paraquedista NBR 15836, 2010...........................................21
4.1.2 Cordas e cordeletes para operações de resgate...........................................................26
4.1.3 Ascensores.......................................................................................................................30
4.1.4 Trava quedas guiado em linha flexível.........................................................................32
4.1.5 Trava quedas guiado em linha rígida...........................................................................34
4.1.6 Capacete de segurança para resgate............................................................................35
4.1.7 Descensores.....................................................................................................................37
4.1.8 Luvas...............................................................................................................................40
4.1.9 Cabos de Ancoragem.....................................................................................................41
4.1.10 Anel de Fita...................................................................................................................42
4.1.11 Conectores.....................................................................................................................44
4.1.12 Talabarte.......................................................................................................................47
4.1.13 Destorcedor de cordas.................................................................................................49
4.1.14 Absorvedores de energia.............................................................................................50
4.1.15 Polias.............................................................................................................................51
4.1.16 Placas de Ancoragem...................................................................................................52
4.1.17 Costuras........................................................................................................................52
4.1.18 Pedaleiras......................................................................................................................53
4.2 Qualificações e treinamentos............................................................................................54
4.2.1 NR-35 Trabalho em altura............................................................................................54
4.2.2 Acesso por cordas...........................................................................................................54
4.2.3 Resgate vertical..............................................................................................................55
4.3 Nós......................................................................................................................................56
4.4 Ancoragens........................................................................................................................59
4.5 Sistema de redução mecânica ..........................................................................................63
4.6 Resgate a vítimas em suspensão inerte............................................................................64
4.6.1 Configuração do cinto paraquedista e equipes de resgate.........................................64
4.6.2 Resgate a distância.........................................................................................................64
4.6.3 Manobras de resgate em acesso por cordas.................................................................66
4.6.3.1 Técnica de ascensão....................................................................................................66
4.6.3.2 Técnica de descensão..................................................................................................69
4.6.3.3 Técnica de contra peso................................................................................................69
4.6.3.4 Operações de resgate em acesso por cordas.............................................................70
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................74
Escola Técnica Sequencial
TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 14

INTRODUÇÃO
Hoje vivemos no brasil um senário de grande crescimento no setor da construção civil,
setor responsável pelo segundo maior número de acidentes fatais com 177 óbitos, entre 54 664
acidentes em 2011 segundo o último levantamento do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social).
Segundo Haruo Ishikawa, vice-presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de São Paulo), a maior causa de morte entre Profissionais da
engenharia civil são as quedas de níveis, aliada a profissionais sem o devido treinamento e EPI
(Equipamento de Proteção Individual).
A legislação no Brasil, obriga as empresas a manter equipe de salvamento com recursos
necessários para resposta em caso de emergência, no entanto a mesma legislação permite que
esta equipe seja externa, o que para muitas empresas significa, Corpo de Bombeiros do Estado,
um erro que resulta na exposição de seus trabalhadores ao risco de morte, uma vez que em
cidades cada vez mais populosas o tempo que o resgate externo levaria para transpor o transito
e todas dificuldades do deslocamento, é maior que o tempo limite para o resgate de uma vítima
de Suspensão Inerte em segurança.
Apesar da omissão da legislação brasileira sobre o assunto, existem empresas
especializadas no resgate vertical, que baseiam sua doutrina em legislação internacional
principalmente do fórum Europeu responsável pela criação das principais normas ligadas ao
trabalho em altura, que inclusive serviram como parâmetro de estudo para a criação da maioria
das normas brasileiras, que em alguns casos são copias ou traduções das mesmas.
Infelizmente apenas empresas de grande porte, principalmente na área de exploração de
petróleo “offshore”, intendem a importância deste nível de profissionalização de seus
trabalhadores.
Tendo em vista a problemática supra citada, pretendo demonstrar com este a
importância das empresas manterem profissionais treinados e equipados para atuar rapidamente
na preservação da vida dos trabalhadores envolvidos com atividades em altura, em casos de
acidente.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Suspensão Inerte


Síndrome do Arnês, Trauma de Suspensão Inerte ou Shock Ortostático são nomes de
um risco que todo trabalhador em uso de cinto de segurança do tipo paraquedista, está exposto
em caso de queda e pode levar a óbito em curto espaço de tempo.
Este quadro ocorre quando o trabalhador após a ocorrência do acidente permanece em
suspensão, ligado ao sistema limitador de quedas conectado ao cinto de segurança tipo
paraquedista e em condição de inercia, que pode ser decorrente de mal súbito, trauma durante
a queda, ou por fadiga muscular. Nesta situação, os músculos inferiores param de atuar no
auxílio a circulação venosa, que por sua vez acaba represada nas pernas e braços, devido a
compressão exercida pelas fitas do cinto de segurança contra as pernas do trabalhador e a
redução do retorno venoso.

Figura 1: Ponto de compressão exercida sob o sistema venoso (ESPELEO-AVENTURA, 2014)

Desde a década de 80, com a morte de pesquisadores aparentemente sadios e sem


ferimentos visíveis utilizando cintos de suspensão ventral em explorações de cavernas, foram
realizados diversos estudos sobre o tema, mas sempre ligados a espeleologia ou escaladas sem
grandes esforços quanto a realidade no senário do trabalho em altura.
Os principais estudos observados foram realizados por:
 Laboratório de Pesquisas Espaciais Harry G. Armstrong (NASA-USA)
 2º Congresso Internacional de Médicos de Resgate de Montanha
 Pesquisador B. A. Nelson (1979)
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Em todos, temos o tempo limite de 30 minutos para voluntários sadios em uso de cinto
superior, em termos de conforto quando comparados aos utilizados na indústria sejam
resgatados inconscientes, quadro que rapidamente evoluiria para o óbito do voluntario em
função da redução na circulação sanguínea no cérebro e coração, porém as consequências
dependem de diversos fatores e variam para cada indivíduo de forma que, logo após 2 a 4
minutos de suspensão sintomas como náuseas, tonturas, sudorese, sensação de falso desmaio e
dormências podem ser observados, e a partir de 4 a 6 minutos representam grande risco de vida
com sintomas como dormência, dor intensa, sensação de asfixia, contrações incontroláveis,
hipotensão e taquicardia.

Figura 2: Progressão do trauma do suspensão inerte (AUGUSTO, 2015)

Em uma situação de Suspensão Inerte, o próprio resgate representa um risco a vida da vítima,
uma vez que a corrente venosa represada nos membros inferiores contém as toxinas produzidas
pelo corpo, e se liberada de formas abrupta pode causa uma sobre carga no ventrículo direito
do trabalhador, devido ao afluxo em massa do sangue represado ou complicações renais devido
as toxinas acumuladas no sangue.
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Existem diversos relatos na literatura sobre a morte de resgate, que pode ocorrer após poucos
minutos do acidentes ou até dias após o resgate, e por este motivo o resgate deve ser executado
da forma mais rápida possível, e coordenado de forma a garantir os cuidados médicos
adequados em solo. Colocando o trabalhador em posição fetal por cerca de 20 a 40 minutos,
assegurando o retorno gradativo da circulação e evitando sempre a posição horizontal, exceto
em caso de parada cardiopulmonar, para a realização da Reanimação Cardiopulmonar (RCP)
ou a desobstrução de vias aéreas, para então proceder com o translado ao centro médico dotado
de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), de forma mais segura para a realização de exames
específicos.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a execução deste, inicialmente busquei embasamento unicamente teórico em


normas nacionais como as Normas Técnicas (NR’s), e Normas Brasileiras (NBR’s), porém ao
buscar experiências mas objetivas e realistas quanto ao senário de trabalho, participei de um
treinamento em trabalho em altura (NR-35), ocasião que me permitiu apaixonar-se a uma nova
oportunidade de atuação como Técnico em Segurança do Trabalho (TST), mas também de
perceber a fragilidade do conjunto de normas que garantem a segurança nos trabalhos em altura.
Motivo este que me levou a participar de novos treinamentos ligados ao trabalho e resgate em
altura como Alpinismo Industrial, Resgate Técnico Vertical Avançado, Operações de Acesso e
Resgate em Cordas e Movimentação de Macas, além de buscar conhecimento em Normas
Internacionais, como a Certificação Europeia (CE) e National Fire Protection Association
(NFPA).

Figura 3: Quadro de fotos dos treinamentos realizados, (Augusto, 2014)


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Portador de novos conhecimentos e duvidas, mesmo com certa dificuldade devido aos
custos envolvidos, optei por realizar a compra de material certificado e proceder com
simulações em situações reais, afim de confrontar a experiência adquirida com técnicas de
diferentes escolas, reunindo apenas informações diretas, claras de fácil aplicação e melhor
resultado, que possam realmente ser uteis a todos os cenários do trabalho em altura.

Figura 4: Foto de simulado (AUGUSTO, 2015)


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4 Resultados e discussões
4.1 Equipamentos

NR-35.1.3-Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos


Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais
aplicáveis.

NR-35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos EPI, acessórios e
sistemas de ancoragem, destinados à proteção de quedas de altura, recusando-se os que
apresentarem defeitos ou deformações.
NR-35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos, deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os
EPI, acessórios e sistemas de ancoragem.

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:


a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) Exigir seu uso;
c) Fornecer ao trabalhador, somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde no trabalho;
d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico.
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
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Os cuidados com equipamentos e acessórios empregados no trabalhos em altura, é de suma


importância, tendo em vista que todos exigem cuidados específicos e podem apresentar falhas
em decorrência de choque por queda e/ou impacto, conservação inadequada, exposição a
agentes químicos e/ou abrasivos, uso incorreto, armazenamento em local improprio entre
outros. E por estes motivos além de torna habito a inspeção diária aos equipamentos, a análise
de risco deve em decorrência dos riscos encontrados estabelecer uma sistemática, para
inspeções periódicas mais detalhadas de todos equipamentos.
Todos equipamentos descritos no próximo tópico são Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) já que em diversas situações são totalmente responsáveis pela vida dos trabalhadores, no
entanto, no Brasil ainda não existe normativa especifica para a construção e métodos de ensaio
da maioria deles e os EPI abrangidos por esta omissão, são tratados como acessórios de cinto
de segurança e neste caso certificado por norma estrangeira sobre tudo Europeias, as principais
são:
 EN Norma Europeia semelhantes as NBR e geralmente dão origem as mesmas;
 CE Certificação de conformidade as normas Europeias obrigatória a produtos
comercializados no espaço econômico Europeu;
 UIAA União Internacional das Associações de Alpinismo fundada na França em 1932
hoje presente em 76 países, com sede em Berna é reconhecida pelo Comitê Olímpico
Internacional como entidade máxima a nível global quanto ao alpinismo.

Os requisitos são bem parecidos quando não os mesmos, e por este motivo a confusão no
momento da aquisição do equipamento para as equipes de resgate.

4.1.1 Cinto de segurança tipo paraquedista NBR 15836/2010


Durante as atividades com risco de quedas igual ou superior a 2 metros de altura, é obrigatório
o uso do cinto de segurança do tipo paraquedista, em conformidade as exigência da NBR
15836/2010 conectado ao sistema de retenção de quedas.
Para atividades com risco de quedas a uma altura inferior a 2 metros, devem ser utilizados
outros recursos para garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos, como por exemplo um
guarda corpo.
A altura de 2 metros foi adotada por estar presente em muitas normais internacionais,
facilitando sua aplicação, além da impossibilidade de utilização da maioria dos sistemas de
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retenção de queda a uma altura inferior a 2 metros, reforçando a necessidade de adequar o


equipamento utilizado a realidade no ambiente de trabalho durante a análise de risco
considerando uma zona de queda livre.

Figura 5: Pictograma zona de queda livra (CB-32,2010)

•ZQL (zona livre de queda) – espaço mínimo abaixo do trabalhador para evitar impacto com estrutura ou solo –
cumprimento do talabarte + abertura do Absorvedor + altura do trabalhador desde o ponto de conexão ao pé + 1
metro de altura de segurança.

O cinto de segurança do tipo paraquedista, segundo a NBR 15836/2010 deve possuir argolas
e mosquetões de aço forjado, ilhoses de material não ferroso, e fivelas de aço ou material de
durabilidade e resistência equivalente quanto aos testes de resistência, resistir a um esforço de
15 kN em sua posição normal de uso, e 10 kN na posição de cabeça para baixo durante 3
minutos sem apresentar ruptura, além de resistir a um fator de queda 2 com queda de 4 metros
e carga de 100 kg, sem permitir a queda do boneco de testes.
Devendo ainda conter etiquetas legíveis com informações do fabricante, certificado de
aprovação (CA), data de fabricação e LOTE que garantam sua rastreabilidade, visualização dos
pontos de conexão, além do pictograma indicando a leitura do manual de instruções, que por
sua vez deve conter:
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- Instruções de uso;
- Usos específicos;
- Compatibilidade de equipamentos;
- Espaço Livre de queda;
- Materiais de fabricação e suas limitações;
- Considerações sobre resgate e treinamento de pessoas; Figura 6:Pictograma Leia o
Manual, (MANUAL DE USO,
- Duração e armazenamento; 2014)

- Significado das marcações;


- Estar escrito em português.

Figura 7: Etiqueta com dados do fabricante (AUGUSTO, 2015)

Figura 8: Etiquetas dos pontos de conexão (AUGUSTO, 2015)

Figura 9: Quadro com ponto de conexão do cinto paraquedista (CB-32,2010)


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Exigências estas que não garantem conforto, nem segurança em caso de suspensão inerte ou
suspensão por longos períodos de tempo, desta forma durante os trabalhos de pesquisa, procurei
utilizar os mais variados modelos afim de identificar as características mais importantes em um
cinto de segurança tipo paraquedista, para emprego em situações de resgate chegando a 1
modelo, que em minha opinião permite a identificação de detalhes pequenos, porém muito
importantes que são:

Cinto de segurança Singing Rock Expert II


NFPA classe 3 com resistência para 2 pessoas (2,67kN = 272 Kgf)

1. Espaldar acolchoado
Aumenta significativamente o
conforto durante longos períodos
de suspensão.
2. Suporte para a fixação do
Bloqueador ventral
Maior facilidade para ascender
por corda
3. Protetor lombar
Tão importante quanto a espaldar
para o conforto durante longos
períodos de suspensão
4. Regulador nas fitas da parte
posterior das coxas
Pouco observado entre
fabricantes, e de extrema
importância em relação ao
conforto quando em suspensão
5. Apoio acolchoado para as
coxas
Importante colaborador quanto
ao conforto

Figura 10: Pontos de conforto do cinto paraquedista (AUGUSTO, 2015)


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Figura 11: Informações técnicas do cinto paraquedista (Manual de uso Singing Rock, 2013)

Deve ter suas costuras, fivelas e fitas inspecionadas antes e após cada uso sendo descartados
mediante qualquer alteração e/ou após sofre efeito de queda com fator de queda maior que 1,
deve ainda ser considerado de uso pessoal e intransferível.

Figura 12: Fator de quedas (MANUAL DE USO CASA DAS CORDAS,2014)


Fator de quedas = Altura da Queda dividida pelo comprimento do sistema limitador
Fator de quedas = hQ/CT
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Quanto à manutenção, limpar com água e sabão neutro, e secar a sombra em local ventilado e
armazenar em local protegido do sol e intempéries, não utilizar nem um tipo de produto químico
para higienização.
Vale a pena lembra que, tratamos de cinto de segurança tipo paraquedista para emprego em
situação de resgate, um equipamento distinto dos projetados única, e exclusivamente para a
retenção de quedas.
Nesta categoria podemos encontrar diferente modelos, alguns significativamente
desconfortáveis, que por este motivo agravam as complicações do trabalhador em situação de
Suspensão Inerte.

Figura 13: Exemplos de cinto paraquedista (CASA DAS CORDAS,2014)

4.1.2- Cordas e cordeletes para operações de resgate


Podemos encontrar na Nr-18 a descrição de cordas a serem utilizadas, para a sustentação de
cadeira suspensa ou como cabo guia para fixação do trava-quedas do cinto de segurança do tipo
paraquedista, devendo conter:
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Figura 14: Exemplo de corda NR-18 (AUGUSTO,2015)

Cordas que não alcançam a qualidade exigida por exemplo, pela norma americana N.F.P.A
1983 que exige para as cordas de resgate (uso geral) uma resistência mínima a ruptura de
aproximadamente 40 kilonewtons (kN) (4.000 kg), levando em consideração um fator de
segurança de 15:1, com valor de carga de resgate de aproximadamente 270 kg, correspondente
a dois homens pesados mais equipamentos.
Esta capacidade, já pode ser encontrada em cordas nacionais e importadas fabricadas em
conformidade a NBR 15986 e EN 1891, com resistência de até 42 kN em cordas de 12
milímetros (mm).
A vida útil de uma corda, está estreitamente ligada ao uso e conservação da mesma, podendo
chegar a 10 anos quando armazenada em conformidade as especificações do fabricante, porém
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quando em uso, essa sua vida útil é determina em função do uso e conservação nunca devendo
ultrapassar 5 anos, devendo sempre ser inspecionada de forma tátil visual, metro a metro em
buscar de danos por abrasão ou produtos químicos, ponto de desgaste, degradação ou
deformação, descartando mediante qualquer alteração em suas condições originais.

Figura 15: Exemplo de inspeção de cordas (GOOGLE, 2012)

Figura 16: Exemplo de inspeção de cordas (AUGUSTO, 2015)

Descarta quando:
 Sofre fator de queda
 Apresentar alma aparente
 A capa apresenta grande desgaste
 Entrar em contato com produto químico
 Pontos de depressão e/ou rigidez
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Quando em uso, é muito importante manter ficha com histórico de uso e inspeções realizadas,
assim como seus respectivos responsáveis permitindo a fácil visualização do histórico de uso.
Além de manter sempre protegida, tanto de cantos vivos que podem romper a corda, quanto
de sujidades como areia e terra, que podem penetrar a trama da corda e provocar desgastes das
fibras internas, possibilitando o acontecimento de um acidente.

Figura 17: Exemplo de proteções para cordas (ULTRASAFE, 2014)

Deve ser transportada em mochila adequada e guardada em local seco, fresco e ventilado,
protegida do sol, produtos químicas, umidade e intempéries.
Algumas cordas precisam sem lavadas antes do primeiro uso, processo que pode ser repetido
para retirar sujidades, deixando a corda de molho em água durante 12 horas e secando a sombra
por aproximadamente 72 horas. Caso necessário utilizar sabão ou detergente neutro.
As cordas de resgate além de serem guardadas e transportadas em mochila adequadas devem
ter em suas extremidades 2 nós de segurança um na ponta e um a 2 metros deste afim de servir
como limitador caso seja empregado por equivoco em lance com altura maior que seu
comprimento

Figura 18: Cordelete (AUGUSTO, 2015)


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Ainda com os mesmos cuidados, especificações e materiais de construção muito semelhantes


estão os cordeletes ou cordin, que são cordas com 2/3 a 1/3 do diâmetro da corda guia,
geralmente 4 a 8 milímetros. Tem sua qualidade acreditada em conformidade a normas
internacionais como CE e UIAA.
Na aquisição deste, é muito importante observar a carga de ruptura do mesmo já que mesmo
entre os cordeletes com certificação a carga de ruptura pode varias de 2,8 kN a 15 kN.
Os cordeletes são amplamente utilizados em escaladas, e por equipes militares de resgate por
terem diversas aplicações desde atuar como blocante ou redundância em sistemas de ancoragem
até convecção de cadeirinha de suspensão para evacuação de vítima, porém, apesar de toda sua
versatilidade não é recomendado para o emprego em situações de resgate, pois seu uso depende
da habilidade do resgatista, já que este não tem travas de segurança nem manual de instruções
de modo que caso a equipe não esteja muito bem treinada e habituada ao uso do mesmo um
erro na confecção de nó blocante por exemplo, representaria uma possível fatalidade e todas
suas aplicações tem um equipamento mecânico certificado e projetado a limitar erros
disponível, e por este em minha opinião deve sim compor o material do resgatista e ser
constantemente empregado durante treinamento, mas com o intuito de proporcionar uma
segunda linha de ação ou seja medidas a serem utilizadas como última opção durante uma
eventual falha ou colapso de determinado equipamento agindo como um back up de segurança.

4.1.3 Ascensores
Ascensores ou bloqueadores são equipamentos mecânicos, utilizados conectados ao cinto de
segurança paraquedista para ascender por cordas, e no Brasil não são tratados como EPI devido
à ausência até a data de confecção deste, de normativa brasileira que determine parâmetros para
sua fabricação e métodos para testes do mesmo, de forma que apesar de serem em determinados
momentos o único elo de ligação entre o trabalhador com a corda de ascensão, e responsável
pela vida do trabalhador, são descritos como acessórios para cinto de segurança e tem sua
qualidade atestado pela norma europeia EN 567.
Em todas as normas e manuais de trabalho e/ou resgate em altura, são considerados meio ponto
de ancoragem, o que significa que não podem ser utilizados isoladamente, ou seja, o trabalhador
precisar estar conectado a 2 ascensores, ou a um ascensor e um descensor, sendo que para
trabalhos em suspensão será exigido ainda o uso de trava-quedas.
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Figura 19: Ascensão por bloqueadores (NBR 15595, 2008)

Podem ser:

Ascenso de mão Ascensor de pé Ascensor ventral

Figura 20: Ascensores (AUGUSTO ,2015)

Os ascensores de pé são pouco utilizados, e em geral servem como auxilio, já os ascensores de


mão e ventral, além de atuarem durante ascensão também podem ser empregados em diversas
manobras como estabelecimento de pontos de ancoragem, sistemas fracionamento, sistemas de
redução de força entre outros
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Figura 21: Exemplo de resgate vertical (EBAH ,2010)

4.1.4 Trava queda guiado em linha flexível


O trava-queda guiado, é um equipamento metálico, destinado e conectado a uma linha flexível
que pode ser cabo de aço ou corda de poliamida, poliéster ou material equivalente deter a queda
do trabalhador, e deve ser marcado de forma indelével com o nome do fabricante nacional ou
importador, e número do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e fabricado
em conformidade a NBR 14626 norma baseada na EN 353-2:1992.
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Figura 22: Exemplos de Trava quedas (AUGUSTO, 2015)

Em concordância a NBR 14626 deve resistir a uma carga de ruptura de 15 kN para cabos de
aço e 20 kN, para cordas além de agir com força de frenagem menor que 6 kN e deslocamento
de no máximo 3 metros.

Figura 23: Teste de resistência (NBR 14626, 2010)

A instrução de uso do trava-queda guiado em linha flexível segundo a NBR 14626 deve conter:
a) nome do fabricante e o número do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do
Trabalho;
b) tipo e comprimento máximo do talabarte ou corda que pode ser usado;
c) orientação sobre inspeção antes do uso, inspeção períodica, manutenção, limpeza,
armazenagem e fatores de descarte;
d) advertência sobre os produtos químicos que possam danificar o equipamento.

Durante ações de resgate, pode ser empregado de diversas maneiras em sistemas de redução
de força e contra peso.
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4.1.5 Trava queda guiado em linha rígida


Equipamento metálico destinado a impedir a queda do trabalhador, quando conectado a um
cabo de aço ou perfil rígido preso a uma estrutura, e com sua movimentação lateral reduzida,
solução capaz de gerar economia de tempo e dinheiro em casos pontuais, como por exemplo,
substituir o duplo talabarte para progressão em escada vertical de longa extensão e/ou
movimentação em telhados.
Devendo resistir a uma carga de ruptura de 15 kN e durante o teste dinâmico não ultrapassar
a força frenagem de 6 kN, e distancia de deslocamento de 1 metro.

Figura 24: Trava queda guiado em linha rígida (AUGUSTO, 2015)

Figura 25: Teste de resistência (NBR 14627/2010)

O manual com instruções de uso do trava-queda guiado em linha rígida, segundo a NBR 14627
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deve conter:
a) nome do fabricante nacional ou importador e número do Certificado de Aprovação (CA) do
Ministério do Trabalho;
b) tipo e comprimento máximo do talabarte que pode ser usado;
c) orientação sobre inspeção antes do uso, inspeção periódica, manutenção, limpeza,
armazenagem e fatores de descarte;
d) advertência sobre os produtos químicos que possam danificar o equipamento.

4.1.6 Capacete de segurança para resgate


Durante um resgate vertical assim como em trabalho realizado com acesso por cordas, o
trabalhador necessita de seu campo de visão desobstruída, além de segurança e mobilidade para
movimentação da cabeça, e por este motivo e necessário o uso do capacete de segurança para
uso na indústria classe III em conformidade a NBR 8221 com julgar de três pontos de conexão.

Figura 26: Tipos de capacetes de segurança (CONTROLEACIMA, 2012)


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Todo capacete deve ser identificado com o nome do fabricante, ou importador, no caso de
capacete importado o número do CA, o mês e ano de fabricação. Estas informações devem estar
na parte interna do casco, gravadas de modo indelével e de fácil leitura, mesmo com a suspensão
de apoio montada.

Figura 27: Capacete para trabalho em altura (ULTRA SAFE, 2012)

FIGURA 28: Suspensão interna do capacete (AUGUSTO, 2015)


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4.1.7 Descensores
Equipamento metálico utilizado para controlar a descida por cordas, mais uma dos EPI que no
Brasil ainda é considerados acessório para cinto de segurança, e por este motivo não possui CA
e tem sua qualidade atestado nos parâmetros da EN 341 e EN 12841, existem diversos modelos
com diferentes características, irei tratar de 4 modelos que permitirão um entendimento geral
sobre seu funcionamento:

Figura 29: Freio oito (AUGUSTO, 2015)

O freio oito é amplamente utilizado em esportes de aventura, assim como por forças militares
em situações de emergência e salvamento, no entanto não deve ser utilizado na indústria por
representar grande risco, uma vez que em caso de pânico ou mal súbito ao larga a corda o
trabalhador não conta com sistema de trava de emergência, entrando em queda livre e com
difícil recuperação de corda.

Figura 30: Descensor ID (AUGUSTO, 2015)


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O ID e um ótimo exemplo de descensor, com dupla trava de segurança que garante a parada
caso solte o aparelho ou caso empregue força excessiva sobre a alavanca de acionamento,
dispositivo capaz ainda de controlar a velocidade de descida mantendo 2m/s, é também um
descensor que permite ao trabalhador, com auxílio de um bloqueador de mão parar a descida e
começa uma subida pela mesma corda, sem a necessidade de troca de equipamento.

Figura 31: Forma de uso do ID (MANUAL DE USO PETZL, 2010)

Podendo ser empregado em uma série de manobras, durante o resgate principalmente em


movimentações de maca, e em sistemas de redução de força ou como uma polia blocante.

Figura 32: Descensor Stop (MANUAL DE USO PETZL, 2010)


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Stop é um sistema de freio por polias, que apesar de possuir uma trava ante pânico que impede
a queda caso solte a corda, diferente do ID não possui mecanismo de parada caso seja
empregada força excessiva sobre a alavanca de acionamento, nem controlador de velocidade
de descida, porém pode ser empregado em uma variação ainda maior de manobras, que o ID
uma vez que seu sistema de polias permite uso em corda tencionada, além de poder ser utilizado
em movimentações de maca, sistemas de redução de forma e tirolesas característica importante
para uma equipe de resgate, já que nem sempre podemos contar com uma segunda corda para
acessar a vítima.

Figura 33: Exemplos de uso do Stop (MANUAL DE USO PETZL)

Figura 34: Montagem do stop em corda tensionada (GUIA TASK, 2012)


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Figura 35: Descensores com dupla trava (AUGUSTO, 2015)

R-BLOCK, INDY, AUTO-BLOQUE são variações devido a marca do fabricação, mas a


principal característica encontrada nestes modelos e o mecanismo de segurança na parte
superior, que age caso o trabalhador solte a corda, ou em caso de força excessiva tornando este
um excelente custo benefício para equipes de trabalho suspenso, no entanto esta característica
o torna um aparelho única e exclusivamente para descida, não sendo o mais indicado para
equipe de resgate.

4.1.8 Luvas
Luvas de vaqueta descritas na NR-6, um importante EPI destinado a proteger as mãos contra
queimaduras em decorrência ao atrito com a corda, e deve ser marcado de forma indelével com
o nome do fabricante nacional ou importador, e número do CA.

Figura 36: Luvas de raspa (AUGUSTO, 2015)


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No entanto, os modelos mais confortáveis e mais indicadas para emprego durante uma situação
de resgate, devido a necessidade de manipular diversos equipamentos, são os modelos de couro
e nylon com reforço em kevlar nas palmas, específicas para rapel, possuem maior sensibilidade
fator que contribui para segurança na execução de manobras em suspensão durante o resgate,
estes modelos são importados em conformidade a normas internacionais como as NFPA e EN
420 e 388

Figura 37: Luvas para rapel (AUGUSTO, 2015)

4.1.9 Cabos de Ancoragem


Com uma resistência mínima de 22 kN durante o resgate, funciona como elo de ligação entre
o cinturão paraquedista, e pontos de ancoragem ou com a vítima, os modelos assimétricos são
mais utilizados como talabarte curto e longo, fabricado com cordas de poliamida e costura em
padrão eletrônico.

Figura 38: Cabos de ancoragem (AUGUSTO, 2015)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 42

Mas um importante EPI tratado como acessório para cinto paraquedista, que possui sua
qualidade atestado em conformidade a norma EN 354.
Alguns profissionais o substituem por fitas tubulares, porém durante as simulações encontrei
maior dificuldades em efetuar as manobras nesta configuração, tendo em vista que as fitas
podem causar confusão já que são mais flexíveis e poluem o campo de visão, em algumas
manobras durante o resgate

4.1.10 Anel de Fita

Um anel formado por uma fita tubular composta por poliéster de alta tenacidade e com as
extremidades unidas por uma costura com padrão eletrônico. Material versátil utilizado
principalmente para estabelecer pontos de ancoragem.
Este material em especifico exigi grande atenção, com sua utilização mesmo com aparência
simples, se utilizado de forma incorreta sofre redução significativa em sua resistência.
Exemplo fita com resistência de 23 kN.

Figura 39: Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)
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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 43

Figura 40: Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)

Figura 41: Indicações de uso da fita tubular (MANUAL CASA DAS CORDAS, 2014)
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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 44

Para aumentar a vida útil desse produto, é necessário manter alguns cuidados durante a sua
utilização protegendo de matérias abrasivos ou cortantes.
Quando em uso sua vida útil não deve ultrapassar 3 anos para utilização ocasional, 1 ano para
uso normal e 6 meses para uso intensivo, e deve ser dispensada mediante aparição de alterações
em sua condição original, ou após sofre fator de quedas igual ou maior a 1.

4.1.11 Conectores
Conectores de trabalho descritos na NBR 15837 como dispositivos de ligação entre o sistema
anti-quedas e o ponto de ancoragem, é divididos nas seguintes categorias:

Figura 42: Classe dos conectores (CB-32,2010)

Figura 43: Classe dos conectores (CB-32,2010)

Figura 44: Classe dos conectores (CB-32,2010)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 45

Figura 45: Classe dos conectores (CB-32,2010)

E seguem os seguintes parâmetros para a realização de teste de resistência estática.

Figura 46: Valores de carga e tempo de testes de resistência (CB-32,2010)

Figura 47: Valores de carga e tempo durante testes de resistência (CB-32,2010)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 46

Possuem em seu corpo além da marcação com dados do fabricante e normativa brasileira, a
carga de ruptura nas diferentes situações testadas.

Figura 48: Marcações do conector (CB-32,2010)

Outro requisito para certificação neste caso, é o mínimo de 2 ações para sua abertura, podem
ser manual ou automático.

Figura 49: Ação para abertura (CB-32,2010)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 47

Podem ser fabricados em aço ou alumínio, sendo que em situações de resgate e preferível a
utilização de conectores de aço, uma vez que independente da carga de ruptura ser a mesma ou
em alguns casos menor que os de alumínio, oferecem uma maior resistência em caso de torsão,
além de demonstrarem sinais mas aparentes de desgaste e deformação em caso de danos.
Todo equipamento metálico para trabalho em altura, deve ser protegido de impactos já que os
mesmos podem causa micro fissuras, que quando submetidos a carga possibilitam o colapso de
sua estrutura.

4.1.12 Talabartes
Importante EPI Utilizado principalmente por montadores de andaimes, e ou estruturas
metálicas capaz proporcionar segurança e agilidade em trabalhos em altura

Figura 50: Progressão com talabarte (NBR 15595, 2008)

Figura 51: Exemplo de trabalho com talabartes (MANUAL TRABALHO, 2013)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 48

Porém representam perca de tempo ou verdadeiras barreiras para segurança no trabalho,


quando empregado de forma mal planejada como por exemplo, quando disponibilizado para
trabalhadores efetuarem acesso por escada verticais de grande extensão onde uma linha de vida
fixa com trava quedas guiado ofereceria maior conforto, segurança e mobilidade.
Podem ser:

Figura 52: Modelo de talabarte simples (CB-32, 2010)

Figura 53: Modelo de talabarte duplo (CB-32, 2010)

Figura 54: Modelo de talabarte regulável (CB-32, 2010)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 49

Segunda a norma não podem exceder 2 metros de cumprimento e quando maior que 0,9 metros,
obrigatoriamente deve ser utilizado em conjunto com absorvedor de energia.
Durantes os ensaios estáticos e submetido a uma força de 22 kN, para componentes testeis e
15 kN para componentes metálicos por um período de 3 minutos sem apresentar separação,
rasgamento ou ruptura. E deve conter marcação com NBR 15834, código de modelo e tipo, data
e lote, logo do fabricante, pictograma zona de queda livre e manual em português com
orientações de uso.
Dificilmente utilizado em operações de resgate, com maior observância de uso entre as
vítimas.

4.1.13 Destorcedor de cordas


Composto por duas argolas opostas fixas sob um eixo capaz de girar 360º, evitando a torsão
de cordas em sistemas de polias, redução mecânica ou movimentação de macas entre outras.
Infelizmente, ainda não possui normativa brasileira, e por este motivo é fabricado em
conformidade a norma EN 354, e possuem uma resistência mínima de 22 kN.

Figura 55: Destorcedor de cordas (AUGUSTO, 2015)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 50

4.1.14 Absorvedores de energia

Descrito na NBR 14620 como componente ou elemento de um sistema anti-queda, desenhado


para dissipar a energia cinética, desenvolvida durante uma queda de uma determinada altura.
Podem ser parte integrada ao talabarte, e com sua remoção somente com auxílio de ferramenta
especifica ou equipamento a parte.

Figura 56: Exemplos de absorvedor de energia (CB-32, 2010)

Durante os testeis estáticos suporta uma carga de 2 kN, onde deve permanecer recolhido e
uma carga de 15 kN, quando em sua extensão completa durante um período de 3 minutos não
apresentando ruptura.
Traz por exigência normativa pictogramas zona de queda livre, e leia o manual além do manual
em português.

Figura 57: Pictograma zona de queda livre (CB-32, 2010)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 51

4.1.15 Polias
Podem ser fabricados em aço ou alumínio em diferentes diâmetros, e composições podendo
ser utilizadas em inúmeras aplicações, como sistemas de redução de força e tirolesa, fabricadas
com rolamentos ou buchas de bronze, sendo as de rolamentos as mais indicadas para emprego
durante situações de resgate.

Figura 58: Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)

Figura 59: Modelos de polias (AUGUSTO, 2015)


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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 52

4.1.16 Placas de Ancoragem


Construída geralmente em alumínio de alta qualidade, destinadas a dispor múltiplos pontos de
ancoragem em sistemas de macas, tirolesa, tripés de resgate e postos de trabalho dividindo os
esforços.

Figura 60: Placas de ancoragem (AUGUSTO, 2015)

Geralmente certificado pela NFPA

4.1.17 Costuras
Anel de fita com um conector de resgate (trava sem trava) em cada extremidade, muito útil
durante o resgate para estabelecer um elo de ligação entre o resgatista e a vítima, possuem uma
carga de ruptura mínima de 22 kN, com certificação EN e pode ser substituído por uma corrente
formada por três conectores (mosquetões).

Figura 61: Modelo de costura (AUGUSTO, 2015)


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4.1.18 Pedaleiras
Confeccionada em fita de poliamida de alta resistência e cordelete, com proteção interna
para apoio dos pés e fivela simples para regulagem do comprimento.

Figura 62: Modelo de pedaleira (AUGUSTO, 2015)

Este apesar de um acessório simples e com sua substituição por um cordelete possível sem
prejuízos, bastante útil e capaz de gerar economia de tempo com fácil manuseio, principalmente
utilizado para ascensão com bloqueador de mão também útil durante o resgate para utilização
em sistemas de contra peso.
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4.2 Qualificações e treinamentos


4.2.1 NR-35 Trabalho em altura
O treinamento de NR-35 qualifica o trabalhador a executar atividades em altura com risco de
queda igual ou maior a dois metros como andaimes, faixadas, plataformas e telhados sempre
sobre uma superfície fixa e conectado ao sistema de retenção de quedas, ou seja, o trabalhador
não executa atividades em suspensão.
Segundo a legislação brasileira, o treinamento deve ser de NO MÍNIMO 8 horas. Importante
prestar a atenção nas palavras NO MÍNIMO, tendo em vista que existem muitos riscos e
diferentes senários no trabalha em altura, e se mostra cada vez mais necessário o investimento
da empresa em adequar o treinamento a sua realidade no ambiente de trabalho, uma vez que
oito horas são insuficiente para capacitar os trabalhadores com qualidade suficiente a modificar
o número de mortes por quedas de diferentes níveis no ambiente de trabalho.
Segundo a NR-35 deve ser ministrado por profissional, com comprovada proficiência no
assunto sob responsabilidade de profissional qualificado em segurança no trabalho, e possui
validade de dois anos segundo a NR-35
São tópicos do treinamento:
 Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
 Análise de Risco e condições impeditivas;
 Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle;
 Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
 Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,
conservação e
 Limitação de uso;
 Acidentes típicos em trabalhos em altura;
 Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de
primeiros socorros.

4.2.2 Acesso por cordas


Desde o dia 28 de outubro de 2014, passou a ser obrigatória a certificação de profissionais que
realizam atividades em suspensão, como por exemplo acesso por cordas para a verificação da
parte inferior de pontes e viadutos, ou a limpeza de prédios com difícil acesso por rapel.
Esta cerificação está dividida em 3 níveis que são:
Escola Técnica Sequencial
TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 55

 Nível 1
O profissional certificado como nível um, deve estar apto a realizar trabalhos limitados
sob supervisão, e possuir treinamento básico em primeiros socorros. Realizando uma
quantidade limitada de tarefas utilizando acesso por cordas, exigido por seu
empregador.
 Nível 2
Além das habilidades requeridas para o nível 1, deve ser capaz de realizar a montagem
de sistemas de acesso, executar resgate sob supervisão e possuir treinamento de
primeiros socorros. Deve ainda possuir conhecimento de legislação, requisitos de
segurança e procedimentos relativos ao acesso por cordas.
 Nível 3
Capaz de assumir total responsabilidade por projetos de acesso por cordas,
demonstrando todos conhecimentos exigidos nos níveis 1 e 2 além do domínio de
técnicas de resgate, e treinamento de primeiros socorros avançados nível 2.

Este treinamento está embasado pela NBR 15595 Acesso por Cordas-Procedimento para
Aplicação do Método e realizada pela ABENDI (Associação Brasileira de Ensaios Não
Destrutivos), com sua obrigatoriedade recente, de modo que existem muitas empresas que
reconhecem o sistema IRATA (Industrial Rope Access Trade Association), certificação criada
no Reino Unido em 1988, e aceita amplamente por todo mundo e no brasil, que no momento
ainda não regularizou sua situação junto a burocracia brasileira.

4.2.3 Resgate vertical


Existem empresas especializadas em trabalhos e resgate em altura, que desenvolvem cursos
destinados ao resgate em altura, com um foco diferente daqueles destinados ao trabalho em
altura, um exemplo é a TASK, empresa que criou um sistema treinamento com base em normas
nacionais e internacionais, além da experiência adquirida e recebe grande aceitação por parte
das empresas.
Neste cursos dividido em 4 níveis, o trabalhador e capacitado a agir nos mais distinto senários,
incluindo técnicas de resgate com diferentes equipamento em manobras de contra peso, tirolesa,
rapel guiado entre outras, um treinamento com grande conteúdo teórico, porém com grande
Escola Técnica Sequencial
TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 56

foco sobre o treinamento prático, que permite ao participante uma nova visão sobre segurança
no trabalho, tendo ideia da grande dificuldade encontrada durante ações de resgate, permite
ainda perceber, a omissão das leis trabalhista para com as atividades em altura, quando em
contato com normativas internacionais.
E por este motivo em minha opinião é o mais indicado as equipes de resgate, tendo em vista
que algumas técnicas não seriam observadas em outra certificação, no entanto este não deve ser
o único para este profissional já que diferentes técnicas e escolas de pensamento que tenha
contato aliada a experiência durante trabalhos e treinamentos, serão grande colaboradores
durante um emergência uma vez que esta não pode ser prevista.

4.3 Nós
Conjunto de voltas e ângulos formados em uma corda com o intuito de unir ponto, formas
alças ou emendas, e importante que os tipos de nós a serem utilizados conste no plano de
emergência da empresa, assim como na permissão de trabalho, e sejam selecionados levando
em consideração a perda de resistência que causa na corda.
Existem inúmeras variações de nós, porém para o resgate apenas 4 ou 5 são suficientes desde
que o trabalhador conheça sua aplicação e correta execução.
Durante o resgate os mais utilizados são:

Figura 63: Nó oito (AUGUSTO, 2015)


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Oito, responsável por perca de resistência da corda em torno 20%, de fácil execução pode ser
utilizado para forma ponto de ancoragem, unir cordas e formar alças muito utilizado na maioria
das ações de resgate.

Figura 64: Nó oito dupla alça (AUGUSTO, 2015)

Uma variação do nó oito, com 2 duas alças que permite criar uma ancoragem equalizada, ou
um ponto de segurança BACK UP.

Figura 65: Nó lais de guia (AUGUSTO, 2015)


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Nó lais de águia formador de alças, é responsável por uma perda de resistência de 25 a 30 %


sobre a carga de ruptura da corda.

Figura 66: Nó pescador (AUGUSTO, 2015)

No pescador de fácil aplicação, é responsável por um perca de 35 a 40% sobre a resistência da


corda utilizado para união de cordas.

Figura 67: Nó de fita (UNICERJ, 2012)

Utilizado para unir fitas tubulares representa uma perca de 35 a 45% sob a resistência das
mesmas.
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Figura 68: Exemplos de nós blocantes (AUGUSTO, 2015)

Prussik e machard, são dois exemplos de nós blocante que apesar de muito eficientes
dependem da habilidade do resgatista e por não possui travas de segurança, caso seja empregado
de forma incorreta pode representa grande risco, tendo em vista que para todos seus usos
existem equipamento certificado, deve ser mantido com técnica para caso de colapso de
equipamento ou emergência não prevista.
4.4 Ancoragens
Os pontos de ancoragem devem ser determinados pela Análise de Risco devendo:
 Ser selecionado por profissional legalmente habilitado.
 Ter resistência para suportar a carga máxima aplicada (no mínimo 15 kN).
 Ser inspecionada antes de sua utilização.
É importante lembrar que a Análise de Risco deve considerar também as situações de
emergência, da mesma forma que o trabalho em altura, o resgate em altura deve ser planejado
de forma a possibilitar o resgate a distância e se possível a partir do solo, gerando um fator de
segurança maior e em casos onde não for possível disponibilizar pontos para fixação de cordas,
para o acesso e resgate da vítima.
Os pontos de ancoragem podem ser fixo, e parte do projeto da edificação previstos na NR-18
para edificações com mais de 12 metros de altura neste caso devem:
 Estar dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação;
 Suportar uma carga pontal de 1,500 Kgf (mil e quinhentos quilogramas-força);
 Constar do projeto estrutural da edificação;
 Ser construído de material resistente às intempéries, como aço inoxidável ou material
de características equivalente.
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Estas devem apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis a razão social
e CNPJ do fabricante, indicação de carga de 1,500 Kgf, material do qual e constituído e número
de série/fabricação.

Figura 69: Ponto de ancoragem predial (ARANHAPREDIAL, 2014)

Podem ser uma ancoragem móvel criada por exemplo, a partir de uma viga estrutural com
fitas tubulares, equipamentos mecânicos projetados para fixação temporária em beirais e vigas
ou chapeletas chumbadas a estrutura com resina e parabolts.

Figura 70: Chapeleta e chumbador parabolt (AUGUSTO, 2015)

Já o sistema de ancoragem, é formado quando exigido, e por este motivo deve estar claro no
Plano de Atendimento a Emergência da empresa assim como Análise de Risco e Permissão de
Trabalho.
Podendo ser em série que permite um sistema de redundância agindo em caso colapso do
primeiro ponto.
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Figura 71: Ancoragem em série (AUGUSTO, 2015)


Semi-equalizada, que permite dividir os esforços em dois pontos de ancoragem.

Figura 72: Ancoragem Semi-equalizada (AUGUSTO, 2015)

E equalizadas e permitem além da divisão dos esforços em três pontos a movimentação da


ancoragem, sistema muito utilizado durante operações com tirolesa

Figura 73: Ancoragem equalizada (TECNICASVERTICAIS, 2011)


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Figura 74: Ancoragem equalizada (AUGUSTO, 2015)

Lembrando que no caso das ancoragens semi-equalizadas e equalizadas a cargo sob os pontos
de ancoragem aumentam em função do ângulo interno formado pela ancoragem

Figura 75: Aumento de carga em função do ângulo das ancoragens (NRB 15595, 2008)
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4.5 Sistema de redução mecânica


Sistema que com auxílio de polias, reduz o esforço necessária para movimentação vertical de
pessoas ou material com diversas configurações possíveis, sendo os mais indicado os sistema
3:1 que reduz 100Kg para 35 Kg e 4:1 com uma redução de 100 Kg para 27 Kg, uma vez que
uma redução menor representa risco para uma vítima em suspensão, tendo em vista a redução
significativa da sensibilidade do operador em função da grande redução do esforço necessário
para sua suspensão.

Figura 76: Sistemas de redução mecânica 3:1 e 4:1 (NBR 15595, 2008)

Outro ponto de importante observância no sistema de redução mecânica é o diâmetro da polia,


que deve ser três vezes maior que o diâmetro da corda, e em situações de resgate de boa
resistência é constituída de aço inoxidável, devido a maior resistência de carga, torsão e
incompatibilidade química.
A análise de risco pode determinar sua montagem antes do início dos trabalhos, que em caso
da ocorrência de acidente possibilita o resgate a distância com um trabalhador operando o
sistema de um ponto seguro, enviar a extremidade com conector a vítima e resgatá-la em
segurança, ou caso a vítima esteja inconsciente, rapidamente enviar um resgatista e ascender ou
descender ambos em segurança, colocando o menor números de pessoas possível em situação
de risco e sem a necessidade de progressão por cordas.
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4.6 Resgate a vítima em suspensão inerte

4.6.1 Configuração do cinto paraquedista e equipes de resgate


Para essa simulação foi escolhida uma configuração de equipamentos que atenderia todas as
necessidades em diferentes situações, que é além do cinto de segurança tipo paraquedista:
 Capacete de segurança tipo III com jugular de três pontos
 Luvas em couro com reforço na palma própria para rapel
 Descensores ID e stop afim de garantir a possibilidade de ação em diferentes nas
situações
 Ascensores Ventral e de punho
 Pedaleira com conector de engate rápido
 Cabos de ancoragem assimétrico com conectores (talabarte curto e longo)
 Cabo de ancoragem em I conectado ao ascensor de punho
 Conectores reserva (mosquetão)
 Costura
 Canivete para corte de material sintético
E recomentado na NR-35 que toda atividade em altura seja realizado por pelo menos 2 pessoas
porem para atividades de resgate devido a necessidade de comunicação com diferentes áreas,
além da coordenação de resgate e primeiros socorros, foi observado durante a execução deste a
necessidade de pelo menos três pessoas envolvidas no resgate, destas duas com cinto
paraquedista e todos equipamentos e todos com dispositivos que garantam uma fácil
comunicação.

4.6.2 Resgate a distancia


Quando a análise de risco identifica o risco de quedas, pode determinar medidas como a
instalação de descensor no final da linha de vida, de forma que em caso de acidente quando a
vítima está em suspensão, basta retirar o bloqueio do descensor e conforme libera a corda desce
a vítima até o nível inferior, onde o restante da equipe aguarda para realização dos primeiros
socorros.
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Figura 77: Exemplo de linha de vida com descensor (AUGUSTO, 2015)


Neste caso importante efetuar um nó de bloqueio que pode ser qualquer nó no final da corda
e a 2 metros do final, observando a distância até a equipe de resgate e o cumprimento da corda
necessário para transpor a mesma.
Ou determinando a montagem de sistemas de redução mecânica, destinados a ações de resgate
antes do inicia dos trabalhos de modo a proporcionar uma meio de resgate rápido, seguro e com
número menor de envolvidos.

Figura 78: Exemplo de resgate com sistema de redução mecânica (AUGUSTO, 2015)
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De forma que imediatamente após o acidente o resgatista pode enviar uma extremidade do
sistema com um conector, possibilitando o resgate a partir do solo e caso o trabalhador esteja
inconsciente é possível enviar um resgatista em segurança e descender ou ascender ambos a um
nível, onde o restante da equipe aguarda para realização dos primeiros socorros.
Quando optar por sistema de redução mecânica, importante considerar o cumprimento para o
funcionamento do sistema tendo em vista que um sistema 3:1 precisa de uma corda com
comprimento de até quatro vezes a altura onde será exigido.

4.6.3 Manobras de resgate em acesso por cordas


Neste iremos tratar de uma situação de resgate simples, onde o trabalhador estava executando
uma atividade em altura em uso de cinto de segurança tipo paraquedista, conectado ao sistema
retenção de quedas e por algum motivo após o acontecimento de acidente encontra-se suspenso
pelo sistema de retenção de quedas em condição inerte, e precisar ser resgatado da forma mais
segura e rápida possível considerando um ambiente com por exemplo como a faixada de um
prédio, onde o resgate pode ocorrer com uma descida direta ao solo após intervenção à vítima.

4.6.3.1 Técnicas de Ascensão


Técnica utilizada para progredir (subir) por cordas, utilizando uma corda para progressão, e
uma segunda corda para segurança, consiste em:
Aproximar-se da corda e conectar o trava-queda a corda de segurança.

Figura 79: Conexão do trava quedas na cordas (AUGUSTO, 2015)


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Conectar os ascensores ventral e de mão a corda de progressão

Figura 80: conexão dos ascensores a corda de progressão (AUGUSTO, 2015)

E ao manter o peso suspenso sob o ascensor ventral, conectar a pedaleira ao bloqueador de


mão e ao eleva-lo ao comprimento de um braço, utilizar a pedaleira para ficar em pé,
transferindo o peço do ascensor ventral para o de mão, o ascensor ventral progride pela corda
e ao volta o peso, ao ascensor ventral o resgatista está subindo ou ascendendo pela corda
realizando a manobra conhecida como pedalada.

Figura 81: Conexão da pedaleira ao ascensor de mão e pedalada para ascensão (AUGUATO, 2015)
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E ao repedir o processo e possível progredir por longos trajetos

Figura 82: Exemplo de progressão por cordas (AUGUSTO, 2015)

Durante a ascensão de trajetos curtos de 10 a 20 metros e possível utilizar o ID ou STOP no


lugar do ascensor ventral, dispensando a troca de equipamento para a descida em trajetos mas
longos e desaconselhável, já que esta manobra exige um esforço físico maior, e dever ser
utilizada apenas para pequenas recreções de posicionamento durante o resgate.
A técnica consiste em seguindo os passos supracitados com a substituição dos equipamentos,
após apoia o peso do corpo sobre a pedaleira com a mão, recolher a corda que sai do descensor
forçando-o a progredir no sentido contrário da mesma forma para ambos.

Figura 83: Funcionamento do ID no sentido contrário (CONTROLE ACIMA< 2012


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4.6.3.2 Técnica da descensão


Após aproximar-se da corda e conectar o trava-quedas na corda de segurança e o descensor na
corda de progressão efetuar o bloqueio do descensor, ainda em solo no caso do ID basta acionar
uma alavanca e no caso do STOP o bloqueio e feito com a chave de bloqueio que consiste forma
um laço entre o mosquetão de conexão e a corda de retorno.

Figura 84: Bloqueio em descensor (AlpenPass, 2015)


E então ficar suspenso sob a corda de progressão, desfazer o bloqueio e acionar a alavanca
do equipamento para iniciar a descida até a vítima mantendo uma velocidade controlada
4.6.3.3 Técnica de contra peso
Sempre que o trabalhador permanece suspensor pelo sistema de redução de quedas, é
necessário levantá-lo para efetuar o desbloqueio do trava-quedas ou outro EPI, a técnica
consiste em após progredir até a vítima e criar um segundo ponto de ancoragem, posicionar o
ascensor de mão acima da vítima e passar a pedaleira pelo conector do ascensor, e conectar ao
cinto da vítima criando um sistema de redução de modo que ao colocar o peso na pedaleira a
vítima seja puxada para cima.

Figura 85: Exemplo de contra peso (AUGUSTO, 2015)


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4.6.3.4 Operações de resgate em acesso por cordas


Durante o resgate, nem sempre podemos contar com um segunda corda para acesso de modo
que ao utilizar a mesma corda da vítima, é importante evitar trancos ao ascender ou descender
pela corda afim de evitar o agravamento do estado da vítima e esforços desnecessários sobre as
ancoragem.
Se durante o resgate não for possível liberar a vítima com a manobra de contrapeso, e possível
corda a parte têxtil do EPI, ou caso esteja em corda independente e ancorada para o resgate,
corta a corda da vítima após o estabelecimento dos pontos de ligação entre a vítima e o
resgatista, importante deixa a menor folga possível entre os pontos de ligação afim de evitar
trancos ao transferir o peço da vítima após o corte.
Durante o resgate a uma vítima em suspensão inerte o tempo e vital desta forma os
procedimento visão, ser os mais rápido de fácil execução e seguros possível.
Durante o resgate de um ponto abaixo da vítima o resgatista progride com técnicas de ascenção
até a vítima, e ao alcança-la de imediato ele conecta seu talabarte longo a vítima criando um
segundo ponto de ancoragem, e com o segundo ponto de ancoragem então monta seu
equipamento de descida bloqueado logo abaixo do de subida, na mesma corda e então ele pode
deslocar seu bloqueador de mão acima do EPI a que o trabalhador está conectado, podendo
realizar a manobra de contra peso, ao realizar a manobra de contra peso o resgatista fica com
seu peço sobre a pedaleira puxando a vítima para cima ocasião, que lhe permite em uma única
manobra além de desbloquear o EPI da vítima conectar uma costura ou corrente de mosquetões,
formando um segundo elo de ligação com a vítima e abandonar o ascensor ventral desta forma,
ao retirar seu peso da pedaleira o resgatista está suspensor por seu equipamento de descida e
com a vítima presa por dois pontos ao seu cinto de segurança, possibilitando a decida até a
equipe destinada aos primeiros socorros em segurança.

Figura 86: Resgate simples (AUGUSTO, 2015)


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Durante operações onde o resgatista parte de cima ele progride até a vítima utilizando as
técnicas de descensão, e ao chegar a vítima e bloquear o descensor o primeiro passo e
estabelecer um ponto de ligação com a vítima utilizando o talabarte longo, e então efetuar a
manobra de contrapeso com auxílio do bloqueador de mão em conjunto com a pedaleira,
aproveitando a elevação da vítima para criar o segundo elo de ligação utilizando a costura ou
corrente de mosquetões de modo que ao aliviar o peso sobre a pedaleira esteja suspenso por seu
equipamento de descida, e com a vítima pendurada por dois pontos a seu cinto de segurança
possibilitando a descida em segurança.
Em ambas situações o resgate deve ser planejado e coordenado de maneira a quando a vítima
chegar em solo a equipe destinada aos primeiros socorros, já estejam no local e a de remoção
pelo menos a caminho.
Assim que chegar ao solo a vítima de suspensão inerte não deve ser colocada na posição
horizontal, a não ser para realização de desobstrução de vias áreas ou (RCP) Reanimação Cardio
Pulmonar deve sim ser mantida sentada em posição fetal por cerca de 20 a 40 minutos, e
encaminhada a Hospital equipado com Unidades de Tratamento Intensivo UTI independente
da aparição de sintomas, para a realização de exames específicos, é de sua importância informa
o serviço de transporte e atendimento médico sobre a situação de suspensão, tendo em vista que
nem todos sintomas são aparentes.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a confecção deste cheguei à conclusão que o Brasil está muito atrasado quando a
segurança para trabalhos em altura e a corrupção, incompetência e descaso das autoridades
competentes deixa o trabalhador cada vez mais a sua própria sorte criando leis e normas como
a CB-32 que contou com 14 fabricantes, 5 importadores, 2 laboratórios, 2 entidades diversas
e 2 usuários, e apesar de representar um avanço no país, permitem falhas graves como a
possibilidade do fabricante determinar os equipamentos que podem ser conjugados ao seu, não
parece grave, é não seria se os fabricantes colocassem por exemplo “utilizar em conjunto a trava
quedas certificado pela NBR 14626 “ao invés de colocar “utilizar em conjunto a trava quedas
da marca X” uma vez que desde que fabricados segundo os mesmos critérios a marca não
influencia no seu desempenho, e para comprovação a caráter pessoal durante a execução deste
fiz questão de nunca utilizar equipamentos do mesmo fabricante constando que este não traz
nem um prejuízo, e sim uma economia significativa escolhendo o melhor custo benefício de
cada fabricante, chamou atenção também o fato de considerar importantes equipamento de
proteção individual, como acessórios para cinto de segurança tipo paraquedista devido ausência
de normativa nacional.
Outra conclusão que cheguei é de que o custo benefício neste caso estar expresso não
em valores monetários sim em valores éticos, morais e da própria imagem da empresa uma
vez, que a legislação com suas omissão favorece cada vez mais os fabricantes e comerciantes e
não criam mecanismos para fiscalização e responsabilização das empresas, de maneira a
influenciar na segurança no ambiente de trabalho sendo uma preocupação observada apenas em
grandes empresas influenciadas por uma tendência mundial em busca da segurança e qualidade
no ambiente de trabalho, deste modo o retorno custo benefício do investimento necessário a
implantação de uma equipe de atendimento a emergência se dá, primeiro na colaboração com
a redução do número de morte no ambiente de trabalho, e em segundo com a proteção da
imagem da empresa evitando publicidade negativa gerada com associação da empresa com
mortes em acidentes de trabalho, excelência que pode ser atestada por certificações nacionais e
internacionais que exigem alto nível de comprometimento com a saúde e segurança dos
trabalhadores, além de contribuir com a sensação de segurança no ambiente de trabalho com a
disseminação de informações no ambiente de trabalho com a atuação de profissionais mas bem
instruídos.
Importante fato observado é que a Suspensão Inerte pode ter efeitos distintos, em função
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TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 73

do condicionamento físico e aspectos fisiológicos de cada indivíduo, de modo que em


determinadas pessoas pode levar a óbito em pouco minutos, reforçando a necessidade de manter
equipes treinada, equipadas e aptas a atuar em situação de emergência, tendo em vista que em
minha opinião a possibilidade criada pela NR-35 de contar com o corpo de bombeiros na
atuação do resgate em altura é quase criminosa, já que em uma situação de suspensão inerte a
demora no acionamento, deslocamento, reconhecimento da crise e dimensionamento de
equipamento pode representar a morte assistida de um trabalhador no ambiente de trabalho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NR- 35 COMENTADA SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 2013

MANUAL ACADEMICO ESCOLA TÉCNICA SEQUENCIAL: orientação para trabalhos


acadêmicos/projetos de pesquisa e TCC

MANUAL DE AUXILÍO NA INTERPRETAÇÃO NO ANEXO “ACESSOR POR CORDAS”


DA NR-35 TRABALHO EM ALTURA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8221: Capacete de segurança


para uso industrial, elaboração. Rio de Janeiro 2000

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14626: Equipamento de


proteção individual -Trava-queda guiado em linha flexível. Especificação e método de ensaio,
elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14627: Equipamento de


proteção individual - Trava-queda guiado em linha rígida. Especificação e método de ensaio,
elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15595: Acesso por cordas -


Procedimento para aplicação do método, elaboração. Rio de Janeiro 2008

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15475: Acesso por cordas -


Qualificação e certificação de pessoa, elaboração. Rio de Janeiro 2007

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15986: Cordas de alma e


capa de baixo coeficiente de alongamento para acesso por cordas, elaboração. Rio de Janeiro
2011

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15834: Talabarte de


segurança, elaboração. Rio de Janeiro 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15836: Cinturão


paraquedista, elaboração. Rio de Janeiro 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15837: Conectores,


elaboração. Rio de Janeiro 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR/CB 32: Comitê brasileiro de


equipamento de proteção individual

MANUAL DE RESGATE TÉCNICO VERTICAL AVANÇADO INTERNACIONAL


COLLEGE: 7ª edição 2014
Escola Técnica Sequencial
TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 75

MANUAL TASK COLLEGE ACESSO E RESGATE EM CORDAS - Ricardo Perez 2011

PORTARIA 3.214 DE 8 DE JUNHO DE 1978 DO MINISTERIO DO TRABALHO


NR - 6 equipamentos de proteção individual EPI
NR - 18 condições e meio ambiente de trabalho da construção
NR - 34 condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval
NR - 35 trabalho em altura

Sites consultados durante 2014

Controleacima.blogspot.com

tecnicasverticais.blogspot.com/

www.aranhaspredial.com.br

www.ultrasafe.com.br

http://alpimonte.net/m/alpen-pass/

www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais

espeleoaventura.blogspot.com

noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/12/06/construcao-e-
o-segundo-setor-com-o-maior-numero-de-mortes-em-acidentes-do-
trabalho.htm

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140811_mortes_esta
dios_copa_mv

http://portal.mte.gov.br/data/files

www.ebah.com.br

www.mpas.gov.br MINISTERIO DA PREVIDENCIA SOCIAL


controleacima.blogspot.com

portal.mte.gov.br

www.singingrock.com

www.petzl.com/manuaisdeuso

http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/Exigencias/ue/marcacao.asp
Escola Técnica Sequencial
TCC Carlos Augusto Ribeiro Neves NR-35 Resgate em Altura 76

ec.europa.eu

Unicerj.org.br

http://cesaraks.blogspot.com.br/2015/01/tabela-de-resistencia-dos-
nos.html

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