Você está na página 1de 7

Prudentes e simples

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede
prudentes como as serpentes e simples como as pombas.” (Mateus 10:16)

Essa exortação foi dita pelo próprio Senhor Jesus aos seus discípulos.
E, se somos discípulos dele, isso nos inclui. Há várias verdades
contidas nesse texto tão pequeno, e que precisamos entender. A
primeira coisa que observamos é a metáfora que o Senhor Jesus
utiliza ao iniciar a frase: “ovelhas no meio de lobos”. Por mais que
essa expressão tenha suas próprias lições a nos ensinar, eu queria
pensar com você sobre o restante do verso, que nos exorta a sermos
“prudentes como as serpentes e simples como as pombas”.

Ora, para entendermos plenamente o que o Senhor Jesus tinha em


vista, precisamos ver que exemplos a Bíblia nos dá de prudência e
simplicidade, e também o que ela diz acerca de serpentes e pombas.
Assim, acharemos no livro de Provérbios alguns versos interessantes
sobre a prudência e a simplicidade:

“O simples dá crédito a tudo; mas o prudente atenta para os seus passos.”


(Provérbios 14:15)

“O prudente vê o perigo e esconde-se; mas os simples passam adiante e


sofrem a pena.” (Provérbios 22:3)

Assim, fica razoavelmente aparente que prudência e simplicidade são


conceitos antagônicos. Em ambos os versos, o simples é comparado
com o prudente como sendo conceitos quase que diametralmente
opostos. Se é assim, como podemos ser prudentes e simples ao
mesmo tempo, a fim de obedecermos ao que o Senhor nos ensinou?

Para entendermos, primeiro precisamos entender o que significa


sermos “prudentes como as serpentes”. Que tipo de prudência é
essa? E por que a figura da serpente? Se queremos de fato
compreender isso, precisamos olhar para o primeiro exemplo de
serpente encontrado na Bíblia:

“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o


Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse:
Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gênesis 3:1)
Examinando esse texto com cuidado, perceberemos que a principal
característica da serpente foi sua capacidade única de reconhecer o
mal, ou aquilo que poderia levar a ele. A serpente fez exatamente as
perguntas necessárias para afastar a visão da mulher do mandamento
de Deus, e para fazer com que esta se voltasse para o seu próprio
desejo. A serpente foi astuta quanto a identificar o mal. Guardemos
isso por um instante, porque agora precisamos saber o que significa
sermos “simples como as pombas”, e para isso precisamos encontrar
a primeira menção de uma pomba na Bíblia:

“Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de


sobre a face da terra; mas a pomba não achou onde pousar a planta do
pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas ainda estavam sobre a face
de toda a terra; e Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na
arca. Esperou ainda outros sete dias, e tornou a soltar a pomba fora da
arca. À tardinha a pomba voltou para ele, e eis no seu bico uma folha
verde de oliveira; assim soube Noé que as águas tinham minguado de
sobre a terra. Então esperou ainda outros sete dias, e soltou a pomba; e
esta não tornou mais a ele.” (Gênesis 8:8-12)

A pomba, nesse texto, teve um comportamento simples; ela só pousou


quando achou terra seca. Seu comportamento era tão simples e direto
que Noé identificou imediatamente que o fato da pomba não haver
retornado significava que tinha encontrado pousada. Assim, a
simplicidade da pomba, no contexto bíblico, está em fazer sua morada
em terra firme.

Assim entendemos como podemos ser prudentes e simples ao mesmo


tempo — basta ser prudente ou simples para coisas diferentes. Assim,
devemos ser prudentes quanto ao mal, ao identificar o mal, para
fazermos o bem; e simples quanto ao bem, para identificar o bem na
“terra firme” da palavra de Deus, de modo que esta nos guarde do
mal.

“O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.”


(Romanos 12:9)
“Pois a vossa obediência é conhecida de todos. Comprazo-me, portanto,
em vós; e quero que sejais sábios para o bem, mas simples para o mal.”
(Romanos 16:19)

Mostraremos nossa prudência ao identificarmos o mal e fugirmos dele;


mostraremos nossa simplicidade ao exercer o bem em amor e
humildade, fundamentados na Rocha que é Cristo, e nas palavras que
ele nos deixou. Seremos prudentes se atentarmos ao exemplo da
serpente no Éden, no reconhecimento de nossas fraquezas, cuidando
para que não sejamos enganados; seremos simples se obedecermos
à palavra de Deus que temos com coração inteiro e sincero, submisso
e disposto, mesmo em face de perdas pessoais. Devemos ser
prudentes no evitar o mal (para buscar o bem), mas simples no opor-
se ao mal (para encontrar o bem); prudentes no zelo da palavra de
Deus, simples no entender e no obedecer à mesma; prudentes quanto
a tudo que não vem do nosso Senhor, simples quanto a tudo que vem
dEle. Assim, sendo prudentes e simples, seguiremos o exemplo do
nosso Senhor Jesus, e obedeceremos à sua palavra; e acharemos
nele o refúgio contra o mal, e a expressão maior do bem maior, que é
o nosso Deus.

“Irmãos, não sejais meninos no entendimento; na malícia, contudo, sede


criancinhas, mas adultos no entendimento.” (I Coríntios 14:20)

Há famílias que nos dão a impressão de total incapacidade de


entender os verdadeiros valores, sejam morais ou espirituais.

Em famílias assim os assuntos são, via de regra, a vida alheia.


Cultivam rancores como se fossem tesouros. Passam anos e anos
remoendo fatos passados como se estiveseem acontecendo hoje.

O pior, é que desse modo, não aprendem nada que os possa fazer crescer.

Envelhecem, ainda fazendo os mesmos discursos de sua juventude.


E, como não poderia deixar de acontecer, passamn para as novas
gerações, todos os seus anti-valores.
Criam filhos ressentidos, rancorosos, ciumentos, invejosos,
maledicentes. Ou seja: perpetuam nos filhos o que os pais tinham de
piuor.

Quando Jesus recomenda para não atirar pérolas aos porcos, eu


penso que é desse tipo de pessoas a que Ele falava. Pessoas que
fazemm absoluta questão de continuar sendo o que são e que jamais
conseguem ver uma luz sobre seus próprios defeitos de caráter. Elas
voltam os holofotes sempre para as pessoas cujos valores são
diferentes dos delas. Não suportariam ver-se como relamente são.

O cristão verdadeiramente convertido aceita ser


transformado.O que não acontece com o tipo de
pessoas em questão. Para elas o Evangelho só tem
valor se for para garantir emprego, dinheiro saúde,
relacionamentos amorosos ( ainda que sejam
pecaminosos)

Transformação interior? Nem pensar!


Cristo no comando? de jeito nenhum!!
Os verdadeiros cristãos incomodam muito a esse tipo de
gente e então eles se voltam contra eles para os dilacerar
com todo tipo de calúnias e maldades.

Obedeçamos então ao nosso Mestre:


"Não deem pérolas a porcos! Eles pisarão as pérolas. Não
deem coisas santas a pessoas depravadas. Elas se voltarão
para atacar vocês" Mateus 7:6

"Sejam simples como as pombas e prudentes como as


serpentes" Mateus 10:16

Prudentes como as serpentes...

Carlos Fett
"Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos. Portanto, sede
prudentes como as serpentes e símplices como as pombas" (Jesus,
no Evangelho de Mateus, capítulo 10, versículo 16).

Esta passagem da vida de Jesus ocorreu quando ele explicava aos


seus doze discípulos suas missões. Escolhidos pela Espiritualidade
superior para o acompanharem em seu trabalho, os apóstolos
deveriam buscar ter uma vida moral sadia em meio a um povo
contrário à Lei de Deus, dando exemplo por onde estivessem. Bom
senso e humildade deveriam ser sentimentos primeiros em seus atos.
Discute-se na sociedade atual os porquês do alto índice de violência
entre os jovens. Os motivos poderiam ser desde a liberdade
exagerada que é dada às crianças, onde pseudopedagogos incitam a
discordância de vontades entre filhos e pais, até a ansiedade gerada
pelo materialismo desvairado que tomou conta dos seres.
O que acontece sim é um estímulo aos instintos vingativos e violentos
do ser humano. Não só dos jovens, mas de todo aquele que se diz
"homem suficiente para não levar desaforo para casa".
Como se vivêssemos para ter apenas nossos desejos satisfeitos,
transformamo-nos em verdadeiras feras quando somos contrariados.
Isto é, devemos apenas ser servidos, não servir, nem que para isso
tenhamos que nos impor, verbal ou fisicamente.
Diariamente somos bombardeados por filmes, novelas, jornais e
programas sensacionalistas que têm nas disputas o principal sustento
para suas audiências.
Instigados pelos nossos instintos, chegamos a nos deliciar com cenas
de pancadaria, discussões irracionais e desafetos prolongados, como
se a desgraça alheia fizesse parte de um mundo em que não
vivemos.
Aí é que mora o perigo!
Sem que percebamos, estamos como que contaminados pela
atmosfera violenta que vai ao nosso redor. E ajudamos a alimentá-la,
fazendo da sociedade um ambiente propício à instalação do
desiquilíbrio moral.
E o que isso tudo tem a ver com a passagem de Jesus no início do
texto? Tem tudo a ver.
O Mestre foi a excelência em exemplo. Conhecia como ninguém a
natureza humana. Sabia das limitações dos homens, tanto dos do seu
tempo, como dos contemporâneos. Seus discípulos, por estarem
abraçando uma vida diferente da que viviam - tanto os que eram
simples pescadores, como Pedro, até homens estudados, como
Matheus -, poderiam trair seus novos ideais, deixando-se contaminar
pelos interesses pessoais.
Jesus, então, alertava-os, dizendo que deveriam ter a prudência da
serpente. Ou seja, procurarem ser discretos em seus atos, comedidos
em suas palavras e sábios em suas ações. Não se deixarem levar
pelas emoções, mas julgar a tudo, retendo para si o que de bom
encontrassem.
Porém, ressalta o Mestre, nem só de prudência vive o homem. É
necessária a humildade do sensato. Tem na pomba a simbologia,
dizendo que o verdadeiro prudente é simples nas coisas que faz, não
se vangloriando de seu saber e respeitando os menos afortunados,
moral e intelectualmente.
Vivemos exatamente ao contrário do que ensinou o Cristo. Temos
como guia a violência e o orgulho. Estamos sempre em sentido de
ataque, desenvolvendo em nosso íntimo a desconfiança e o
preconceito.
Ficamos satisfeitos quando respondemos uma agressão de qualquer
nível, demonstrando nosso poder de reação. Se pudermos prejudicar
quem nos prejudicou, melhor ainda. Tramas são armadas com o
objetivo de ferir. Passamos a ser os autores de ciladas ardilosas, onde
os participantes sofrem os resultados de um egoísmo anticristão.
Legislando em causa própria, escondemo-nos através de desculpas
esfarrapadas, que não encontram base no bom senso do Evangelho.
Evocamos, sim, costumes de três mil anos atrás, onde o olho por olho,
dente por dente era a Lei.
Desprezando as orientações cristãs nós só poderemos colher a
tristeza que vai à nossa volta. A explicação para a violência dos jovens
vem da falta de educação espiritual dos pais, que têm como símbolo a
seguir, não Jesus, um ser que para muitos parece perdido lá em cima,
no espaço. Os ídolos vêm da TV, travestidos de heróis do povo, que
podem se chamar Ratinho, Márcia, Valter (ligue Djá!) Mercado... Os
textos a serem conhecidos não são os da religião, mas os da novela
das oito, onde quem pode mais, chora menos.
Mas é a realidade, poderíamos dizer. Sim, é a realidade da ignorância
espiritual do povo, trazendo dor e desilusão para quem vive nela.
Prudentes como a serpente, mansos como as pombas. Meditemos
nas palavras de Jesus. Saibamos viver no mundo, mas não como o
mundo. Isso não significa sermos alheios ao que nos cerca, ou ainda
sofrermos mansamente maus tratos.
O cristão deve conhecer seus direitos de cidadão, e defender-se do
mal, não deixando que ele prospere. Jesus nunca condenou a defesa,
mas sim a vingança. Isso é prudência, isso é mansuetude.
Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo 17, item 10, um
bom Espírito deu a seguinte mensagem mediúnica: "Não imaginem
que, para viver em permanente comunicação com a Espiritualidade
amiga, e sob as vistas de Jesus, seja preciso submeter-se ao
sofrimento. Não e não, ainda uma vez! Sede felizes, segundo as
necessidades humanas, contanto que nessa felicidade não entre
jamais nem ato, nem pensamento ofensivo, ou que faça voltar o rosto
dos que vos amam e dirigem. Deus ama e abençoa os que amam
santamente".

Você também pode gostar