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Sansão: Uma Vida Comprometida Pelas Más Escolhas

A verdadeira conversão dá segurança ao homem, mas não lhe permite cessar de


vigiar”. (C. H. Spurgeon)
Texto: Juízes 16.1-22
A Bíblia nos adverte que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas”. A
história de Sansão é uma prova de que nossas emoções podem comprometer a nossa
caminhada com Deus, levando-nos ao sofrimento. Sabemos que o nosso sucesso, ou o
nosso fracasso, está diretamente ligado à qualidade das nossas escolhas. Daí a
importância de vigiarmos constantemente (Mateus 26.41). Nosso alvo deve ser poder
dizer como Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.
Em nosso sermão de hoje vamos analisar alguns fatos sobre a vida de Sansão. Um
homem que apesar de todos os seus equívocos foi muito importante para a história de
Israel. Seu nome está registrado na galeria dos heróis da fé (Hebreus 11.32).
A história de Sansão serve de alerta, nos proporciona as seguintes lições:
1. Devemos tomar cuidado com o nosso envolvimento no mundo
Sansão se envolveu com os filisteus; apaixonou-se e casou-se com uma filisteia,
ignorando o alerta dos seus pais (14.3). Envolveu-se com uma prostituta quando foi a
Gaza (16.1) e por fim rendeu-se aos encantos de Dalila, uma mulher que sabia usar seus
encantos para conseguir seus intentos (16.16). A queda de Sansão está diretamente
ligada a sua disposição em viver longe do seu povo. Ela aconteceu aos poucos.
Paulo fez o seguinte alerta para os cristãos: “Não se amoldem ao padrão deste
mundo”. Temos visto a cada dia que passa um envolvimento maior da igreja com as
coisas e pessoas deste mundo. Ao invés de transformar (Mateus 5.13) infelizmente
estamos vendo uma geração de cristãos optando pelos mesmos gostos, as mesmas
músicas, o mesmo estilo de festa, as mesmas roupas, os mesmos ambientes, o mesmo
linguajar e o pior, projetos de vida muito semelhantes. Tiago nos alertou: “Portanto
qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Ao invés de
fugir estamos nos aproximando e nos acostumando com o glamour (encanto) deste
mundo. Ao jovem Timóteo Paulo aconselhou: “Foge também das paixões da mocidade,
e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro invocam o Senhor”.
uma pesquisa nos EUA onde constatou que apenas 43% dos adultos que se declaram
cristãos são plenamente comprometidos com a fé cristã. Pelo que percebemos no dia a
dia, podemos afirmar que no Brasil não é diferente. Lembremo-nos das palavras do
Salmista: “Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a
conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!”
Enquanto igreja militante, teremos que viver, trabalhar, negociar e estudar neste mundo.
Mas não podemos esquecer que “fomos chamados para fora”. Somos a igreja de Cristo,
um povo que vive na terra com um estilo de vida de acordo com aqueles que um dia
viverão no céu. “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo”.
2. Não podemos colocar as emoções à frente da razão
Sansão deu vazão à emoção. Estava nos braços de uma bela mulher, que o levou à
queda. Ele havia se acomodado ao ambiente, achava-se forte o bastante para qualquer
situação. Ele teve três oportunidades de avaliar os fatos e reagir, mas optou por ignorar
o perigo e em seguida caiu. Sansão tornou-se uma presa fácil para Dalila e para os
filisteus.
A Bíblia nos alerta: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-
te do mal”. Mesmo assim muitos estão optando por seguir dando vazão apenas às
emoções. Vivemos numa época em que todos querem sentir, se arrepiar, etc. Poucos
falam sobre pensar. Daí o grito do cantor João Alexandre ao escrever a canção intitulada
“É proibido pensar”. Nossa vida precisa estar aliada à razão. Precisamos pensar antes de
agir. Precisamos estabelecer princípios que priorizem nossa integridade diante de Deus.
Precisamos cultuar de forma racional.
Precisamos ouvir a voz do Espírito Santo, o nosso ajudador. Precisamos priorizar
andar segundo a Palavra de Deus (Salmo 119.11). Precisamos renovar o nosso
entendimento diariamente. Agindo assim, experimentaremos a “boa, agradável e
perfeita vontade de Deus”.
3. Nem sempre será possível ser como antes
Essa é uma triste conclusão que a história de Sansão revela. A sua falta de vigilância
custou muito caro. Mesmo Deus ouvindo a sua oração naquele templo, Sansão não teve
como recuperar os seus dias de glória.
Um dos melhores antídotos contra o pecado é pensarmos nas consequências
dele. No preço caríssimo a ser pago diante de Deus e dos homens. A maioria das quedas
não acontece do dia para a noite. Há tempo para pensar, avaliar, resistir e se necessário
fugir (Tiago 1.14,15). Quantas vidas e famílias seriam preservadas se aqueles que
caíram tivessem aplicado essas e outras regras de segurança. Precisamos estabelecer
limites, avaliar as consequências dos nossos atos antes de agir.
Sabemos que quando confessamos ao Senhor os nossos pecados (1Jo 1.9), eles são
perdoados. Mas também sabemos que muitas vezes haverá um triste salário a ser pago
em consequência deles. Na presença de Deus podemos resistir às tentações.
Então: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia”.
4. Mesmo estando “no fundo do poço” clame ao senhor
Os erros de Sansão o levaram a uma condição a que ele jamais havia imaginado
chegar. Mas em meio às pesadas consequências ele fez um pedido a Deus e foi
atendido.
Sempre é tempo de clamar. Foi o Senhor quem disse: “se o meu povo, que se chama
pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar aminha face e se afastar dos seus maus
caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2
Crônicas 7.14).
Nenhuma condição deve nos afastar de Deus. Clamemos ao Senhor, não importa a
circunstância. A. W. Pink afirmou: “O propósito da oração não é fornecer a Deus o
conhecimento das coisas de que precisamos, mas confessar-lhe nosso sentimento de
necessidade”.
Conclusão: A história de Sansão é um exemplo que serve de alerta quanto ao nosso
envolvimento com o mundo. Um homem consagrado antes mesmo do nascimento, uma
vida que tinha tudo para dar certo, mas que após viver momentos de extremo sofrimento
teve um triste fim. Alguém poderia dizer: “Ah, se Sansão tivesse vigiado um pouco
mais!”.
A história na vida real não se baseia em suposições. Ela é escrita com as decisões que
tomamos no dia a dia. Por isso, “a melhor maneira de não falhar nunca é temer
sempre”. É permanecer com a armadura de Deus para que possamos resistir no dia mau
(Efésios 6.10-18). Portanto, antes que seja tarde demais, clame ao Senhor.

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