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Curso: Engenharia Agronômica

Disciplina: Uso, manejo e conservação do solo


Professor: Sidinei Leandro Klöckner Stürmer
Atividade de Ensino Remota

Aluno: Bruna de Assis Pereira

1. Estimar as perdas de solo que poderão ocorrer com a seguinte situação:


“Seja uma gleba de Cambissolo, na região de Lages, tendo 15% de declividade e, o terreno, com
cerca de 60m de comprimento de rampa. Deverá ser cultivado com soja sobre aveia. O preparo
do solo será direto e a soja plantada morro abaixo, sendo que os restos culturais da aveia
permanecem em boa quantidade sobre o solo. A fertilidade do solo é boa e, a produção
esperada, alta.
a) As perdas estimadas estão acima ou abaixo da tolerância de perdas para este tipo
de solo?

Calculo para determinar as perdas de solo:


𝐴 = 𝑅. 𝐾. 𝐿. 𝑆. 𝐶. 𝑃
Onde:
R= 5789,5 MJ mm há

K= 0,0115 ton/MJ mm

LS= 3,42

C=0,1

P= 1,0

Segundo dados de referencia usou-se a média de 0,91mm/ano. Para conversão utilizou-se a seguinte
formula

Onde:

Ds= 1,38 (densidade do solo para Lages em sistema de plantio direto em Cambissolo)

Referência: BERTOL, Ildegardis et al. PROPRIEDADES FÍSICAS DE UM CAMBISSOLO HÚMICO AFETADAS


PELO TIPO DE MANEJO DO SOLO. Scientia Agricola, Lages - Sc, v. 58, n. 3, p. 555-560, jul. 2001. Mensal.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sa/v58n3/a18v58n3. Acesso em: 15 abr. 2020.
Considerando os dados mencionados acima o valor médio de perdas de solo está acima do limite de
tolerância. A tolerância seria de 12,58 ton/ha e o valor estimado nessa situação é de 2,77ton/ha.

b) Quais práticas poderiam ser adotadas para minimizar essas perdas? Qual seria a
perda estimada pela USLE com as práticas recomendadas?

Observando os dados sabemos que os valores para estimar as perdas de solo por erosão são
influenciados pelo clima, solo, práticas de conservação, vegetação e topografia. Nesse sentido os valores
de declividade e comprimento da rampa podem prejudicar ou auxiliar nos impactos da erosão de solo,
uma vez que, quanto menor a declividade menor será a perda de solo, isso se reflete também no valor de
comprimento da rampa que, quanto menor for, menor será a perda de solo. De modo geral, o valor de LS
ficaria até 1,8 que com todas as informações da questão anterior chegaríamos ao valor de tolerância e a
mesma não seria ultrapassada. O aumento da erosão com o aumento da declividade do terreno se deve
ao aumento da capacidade erosiva da enxurrada nos declives mais acentuados, decorrente do aumento
de sua velocidade, especialmente quando o solo é intensamente mobilizado e apresenta baixa cobertura
superficial, ficando sujeito à formação de sulcos, selos e, ou, crostas, os quais dificultam a infiltração de
água no solo e favorecem o escoamento superficial (COGO, n.p, et al, 2003).

Outro fator que pode ser adotado e considero até mais eficiente é o plantio em contorno que
reduziria a metade do valor estimado de perdas solo por erosão. Segundo a Embrapa (2016) a semeadura
"morro acima, morro abaixo" tem sido uma das principais causas da formação de enxurrada, da ocorrência
de erosão e da redução da fertilidade dos solos manejados sob plantio direto.

“A semeadura em contorno consiste em realizar a semeadura


transversalmente ao declive do terreno. As linhas de semeadura e as fileiras de
plantas assim posicionadas criam barreiras ao livre escoamento da enxurrada,
podendo aumentar em mais de cinco vezes a infiltração de água no solo.
Comparada à semeadura "morro acima, morro abaixo" a semeadura em
contorno pode reduzir em mais de 50% as perdas de água e de solo por erosão.
"Associado ao sistema plantio direto, a semeadura em contorno pode reduzir os
efeitos da enxurrada e controlar a erosão", afirma o pesquisador José Eloir
Denardin.” (Joseani M. Antunes, Embrapa Trigo, 2016)

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