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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Historia das Sociedades Moderna e as Sociedades Actuais

Estudante: Lúcia Adelino

Código:708212296

Curso: Administração Pública

Cadeira: História da Sociedade

Ano 1º

Turma: K

Nampula, Novembro de 2021


1. Folha de Feedback

Classificação
Categoria Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtota
máxima tutor l
 Capa 0.5
Aspectos  Índice 0.5
Estrutura organizacionais  Introdução 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliográficas 0.5
Conteúdo Introdução  Contextualização (Indicação 1.0
clara do problema)
 Descrição dos objectivos 1.0
 Metodologias adequadas ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do 2.0
discurso académico
(expressão escrita cuidada
Análise e coerência/coesão textual
discussão  Revisão Bibliográfica 2.0
nacional e internacionais
relevantes na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0


Formatação  Paginação, tipo e tamanho de 1.0
Aspectos letra, paragrafa, espaçamento
Gerais entre linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das 4.0
Referencias edição em citações/ referências
citações e bibliográficas
Bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 5
2. Historia das Sociedades Moderna e as Sociedades Actuais ...................................... 6
2.1. A civilização Asteca .............................................................................................. 6
2.2. A Civilização Maia ................................................................................................ 7
2.3. A dinâmica Cultural Contemporânea e a revalorização da Vida......................... 10
2.4. As Regras do Método Sociológico Émile Durkheim .......................................... 14
2.5. Civilização Grega ................................................................................................ 20
2.6. Comunidade Recolectores e Agro-pastoris ......................................................... 21
2.7. Dos Caçadores Recolectores aos Grandes Pastores ............................................ 22
2.8. O processo de socialização .................................................................................. 23
2.9. O sistema de castas indianas ................................................................................ 27
3. Conclusão ................................................................................................................ 29
4. Referencias Bibliográficas ...................................................................................... 30

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1. Introdução

O presente trabalho de caracter avaliativo inerente a cadeira de Historia das Sociedades,


onde abordara se o percurso do desenvolvimento da sociedade durante varias épocas no
tempo, desde as Sociedades modernas, ate as actuais. Durante muito tempo com as
mudanças climáticas, as sociedades vem sofrendo mudanças, psicologias, assim como
físicas, como as primeiras comunidade que era caçadores recolectores, e não possuíam
uma residência fixa, praticavam o nomadismo, ate que descobriram a agricultura. Essas
todas mudanças vêm também ocorrendo até aos nossos dias actuais. Falando das
metodologias usadas para a realização do trabalho foi a de revisão Bibliográfica, e
durante a realização do trabalho foram encontradas algumas dificuldades não muito
importantes, que é o escasso de informações pois sendo temas mais falados actualmente
escassez de informações é sólida.

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2. Historia das Sociedades Moderna e as Sociedades Actuais
2.1.A civilização Asteca

Os astecas foram a principal civilização mesoamericana e uma das principais


civilizações pré-colombianas. Construíram sua capital em meados do século XIV e
tinham uma cultura rica, que herdou elementos de diversos povos da Mesoamérica
(região da América Central que corresponde a países como México, Guatemala, El
Salvador etc.), tais como toltecas e maias. Sua sociedade era hierarquizada, cada qual
possuindo seu papel específico.

Após travar guerra contra os tepanecas, os astecas ganharam força, conquistando


cidades vizinhas e cobrando-lhes impostos. Sobreviviam da agricultura, mas também
realizavam comércio com outros povos e outras cidades. Sua religião era politeísta e
tinha no sacrifício humano um ritual extremamente importante. Os astecas foram
conquistados em 1521, após os espanhóis – aliados com outros povos indígenas – terem
conquistado a cidade de Tenochtitlán.

Localização

A civilização asteca desenvolveu-se em uma região chamada de Mesoamérica, portanto,


além de pré-colombianos, são chamados de povos mesoamericanos. Os astecas
instalaram-se precisamente na região central do México conhecida como Vale do
México.

A capital dos astecas, chamada de Tenochtitlán, foi construída em uma ilha que ficava
no lago Texcoco, antigo lago que existia no Vale do México. O lago não existe mais,
pois foi aterrado pelos espanhóis ao longo da colonização espanhola.

Origens

Os astecas faziam parte dos povos mexicas, que se estabeleceram na região do Vale do
México por volta do século XIII. As lendas afirmam que os astecas (mexicas) migraram
de uma região lendária chamada Aztlán (supostamente no norte ou noroeste do México)
até a região central do México conduzidos por Huitzilopochtli, deus asteca conhecido
por possuir uma serpente de fogo.

Um marco importante da história sobre as origens dos astecas é a fundação de sua


capital, a cidade de Tenochtitlán, em 1325. Os astecas estabeleceram-se na região de

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Tenochtitlán a partir da construção de um templo feito de bambu. A escolha do local
para o estabelecimento dos mexicas ocorreu a partir de uma determinação de sacerdotes,
que avistaram um presságio (sinal enviado pelos deuses): uma águia pousada em um
cacto devorando uma serpente.

Religião

Os astecas possuíam uma região politeísta, portanto acreditavam em mais de um deus.


A religião asteca, mas não só ela, absorveu elementos de outras culturas
mesoamericanas. Um exemplo da influência de outras culturas na religião asteca era o
deus Quetzacoatl, conhecido pelos maias como Kukulkán.

Os astecas acreditavam que Tezcatlipoca era o deus mais poderoso. Outros deuses
importantes dos astecas eram Tlaloc, deus que representava a água e a fertilidade;
Quetzacoatl, versão asteca de uma divindade maia e considerado o deus do aprendizado;
Huitzilopochtli, deus da guerra e o responsável por guiar os astecas até Tenochtitlán.

Na religião asteca, o sacrifício humano era algo extremamente importante, pois era uma
ferramenta que eles acreditavam ser necessária para manter os deuses satisfeitos e o sol
brilhando. Os sacrifícios astecas aconteciam a partir da retirada do coração humano. A
origem dessa prática pode estar relacionada com os toltecas, uma vez que existem
evidências desse povo que retractam a prática.

A justificativa para a realização dos sacrifícios pelos astecas é encontrada nos mitos de
fundação desse povo. Segundo esses mitos, o deus asteca Quetzacoatl ofereceu o
próprio coração em um acto de auto-sacrifício. Sendo assim, a realização de sacrifícios
humanos era um acto de dívida aos deuses e uma forma de manter o sol (Tonatiuh) em
funcionamento.

2.2.A Civilização Maia

Os maias formavam uma civilização que foi desenvolvida na região conhecida


como Mesoamérica e que ficava localizada na América Central, em sua maior parte, e
América do Norte, apenas em parte do território em que hoje está localizado o México.

A civilização maia teve seus principais centros localizados na Guatemala e no México,


mas vestígios dessa civilização também foram encontrados em El Salvador, Belize,

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Honduras etc. São conhecidos por serem uma civilização pré-colombiana e também
uma civilização mesoamericana.

Religião

A primeira informação de relevância sobre a religião maia é que eles acreditavam em


mais de um deus, portanto, eram politeístas. Eles, assim como outros povos
mesoamericanos, consideravam que os seus deuses habitavam em um local chamado
Tamoanchan, um paraíso mitológico.

Esse povo acreditava que os acontecimentos do mundo natural eram regidos por forças
espirituais e pelo poder dos ancestrais. Além disso, pensava-se que os locais da natureza
eram locais sagrados. As cavernas, por exemplo, eram enxergadas como portas para o
mundo sobrenatural e eram lugares nos quais uma série de rituais eram realizados.

Dentro da religião maia, julgava-se que os sacrifícios humanos eram importantes para
garantir que os deuses estivessem satisfeitos e garantissem o funcionamento do
universo. Esse povo costumava sacrificar prisioneiros de guerra e pessoas que
entregavam-se voluntariamente ao sacrifício.

O arqueólogo Nicholas J. Saunders afirma que os governantes dessa sociedade


organizavam milícias com o propósito único de aprisionar grandes guerreiros de cidades
vizinhas para sacrificá-los.

Os sacrifícios aconteciam em rituais bastante violentos e as formas mais comuns de


sacrifícios eram a decapitação e a retirada do coração enquanto a pessoa estivesse viva.
As cerimónias religiosas dos maias também eram marcadas pelo consumo de
substâncias alucinogénias.

Uma das bebidas alucinogénias era o balche, composta por bebida alcoólica feita de
mel, casca de árvore e cogumelos alucinogénios. Os rituais de transe, por sua vez, eram
restritos à elite da sociedade.

Alguns dos deuses maias que podem ser citados são Itzamná, o deus criador do
Universo; Ix Chel, a senhora do arco-íris; Kinich Ahau deus Sol, entre outros. Muitos
outros deuses Hunab Ku e Chac eram entendidos como outras manifestações de Itzamná

Sociedade e cultura

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Os maias possuíam uma sociedade hierarquizada, isto é, dividida em grupos sociais
muito bem definidos, cada qual com funções distintas. O grupo mais numeroso da
sociedade era dos camponeses, os responsáveis pela agricultura e pelo abastecimento de
sua cidade. A elite era a responsável pela administração das cidades-estado e pelas
funções religiosas. A autoridade máxima e topo da pirâmide social maia era o rei de
cada cidade, chamado de ajaw.

Os maias enxergavam o mundo como um local que funcionava de maneira cíclica, isto
é, em ciclos de fases que iriam repetir para sempre. Dentro dessa visão, possuíam um
sistema duplo de calendário em que um era composto por 365 dias (chamado Haab) e
outro era composto por 260 (era chamado de Tzolkin).

Acreditavam que a Terra era plana e que ela possuía quatro direcções sagradas, cada
qual possuindo uma cor respectiva. Utilizavam de desenhos de animais para
representarem suas ideias filosóficas e outras áreas do conhecimento, como a
Astronomia.

Política

Os maias nunca formaram um império propriamente dito, como os incas e astecas,


porque sua organização política era baseada na ideia de cidades-estado. Ou seja, cada
cidade era uma entidade administrativa independente, com autoridades próprias e
fronteiras que eram estabelecidas pelos limites da própria cidade. No caso da civilização
maia, a sua zona de ocupação é considerada como as regiões que estavam sob a
influência maia.

As cidades-estado maias praticavam o comércio entre si, mas os historiadores e


arqueólogos também provaram que elas travavam guerras entre si. Essas guerras
aconteciam, porque determinadas cidades sempre tentavam impor seu domínio sobre as
cidades vizinhas. Ao longo da história maia, algumas cidades conseguiram impor um
certo domínio regional. Entre as cidades de destaque podemos mencionar Palenque,
Tikal e Calakmul. A cidade de Chichen Itzá é apontada por alguns historiadores como
uma cidade de cultura mista de toltecas e maias.

Como já exposto, o rei chamado pelos maias de ajaw, era a autoridade máxima da
cidade e era tido pelos súditos como uma manifestação dos deuses. O poder real era
transmitido de maneira patrilinear, isto é, seguia a linhagem do pai. Apesar dessa

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linhagem patrilinear, o trono poderia ser ocupado por uma mulher nas seguintes
situações: quando o rei nomeado não tivesse a idade suficiente ou se estivesse lutando
na guerra.

Os sacrifícios humanos tinham uma importante função na política maia. As citadas


milícias formadas pelo rei para aprisionar guerreiros de cidades vizinhas para sacrificá-
los visavam, principalmente, a guerreiros de alto nível e a governantes. Isso porque
capturar guerreiros conhecidos de outras cidades traziam grande prestígio para o rei
responsável pela captura.

Decadência dos maias

A civilização maia viveu seu auge durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. Após
esse período, os historiadores apontam que foi iniciada a decadência que levou ao
desaparecimento deles. Esse período de declínio é conhecido como Período Pós-
Clássico. Os motivos dessa decadência são estudados ainda pelos historiadores, que
apontam atualmente como principais causas: a falta de alimentos resultante da
superpopulação e do esgotamento da terra, desastres naturais, doenças, além das
guerras.

Durante o enfraquecimento da civilização maia, alguns locais perderam, de maneira


drástica, um grande número de habitantes. Essas pessoas mudaram-se para outros locais
da Mesoamérica em busca de melhores condições para viver. Com isso, grande parte
das cidades maias foram abandonadas e, quando os europeus chegaram à Mesoamérica,
encontraram essas cidades total ou parcialmente vazias.

2.3.A dinâmica Cultural Contemporânea e a revalorização da Vida

De acordo com Silva, E.F.da. (2013,), a sociedade contemporânea apresenta-se sob a


égide de mudanças paradigmáticas. Os dispositivos que fundamentam essa afirmativa
são muitos. Utilizamos o conceito de “dispositivo” conforme análise do filósofo italiano
Giorgio Agamben, ou seja, “qualquer coisa que tenha de algum modo a capacidade de
capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar e assegurar os gestos, as
condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes” (Agamben, 1990, p.40).

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Nesse sentido, o contacto dos seres viventes, bem como a proliferação de dispositivos,
viabiliza inúmeros processos de subjectivação. Tais processos evidenciam novas formas
de sociabilidade, práticas de actuação política, fluxos culturais e identitários.

Dentre as novas formas de sociabilidade, podemos destacar as relações que ocorrem no


universo geracional, ou seja, cada vez mais podemos constatar na dinâmica da
sociedade ocidental a presença de pessoas cuja faixa etária aumenta, bem como a
relação destas com o universo contemporâneo.

Idosos que até então eram tratados dentro de um modelo antigo e ambivalente de
aposentado, como sinónimo de “desocupado”, passam agora a produzir actividades que
operam na lógica não só da inserção no sistema de trabalho industrial capitalista, mas na
esfera da criatividade, através de instituições que viabilizam a revalorização do
envelhecimento e a redefinição de políticas que estimulam a qualidade de vida. A
caneta, a escritura, a literatura, a filosofia, a agricultura, a navegação, os computadores,
os telefones celulares e a própria linguagem, são, para o autor, ferramentas que
contribuem para a percepção da realidade ao longo das eras e, consequentemente,
inserem novos aportes analíticos a respeito da relação espaço temporal no contexto da
mundialização.

Autores como David Harvey (1992), Manuel Castells (2005) e Zygmunt Bauman
(2007), sugerem-nos uma contribuição significativa sobre a temática da temporalidade.
David Harvey, em A condição Pós-Moderna, relata que, através da dinâmica do
trabalho no sistema industrial capitalista, podemos entender o processo de aceleração da
vida, ou seja, é no próprio processo produtivo que os indivíduos são submetidos às
mudanças comportamentais.

Tal aceleração, profundamente acentuada pela tecnologia, propõe um aumento na


aquisição de bens, legitimando, assim, a lógica do sistema e, em decorrência desses
aspectos, diferentes práticas culturais solidificam-se e, consequentemente, evidencia-se
a recorrência da sociedade rotulada como de consumo.

A obra de Manuel Castells intitulada Sociedade em rede relata como as tecnologias


servem de base para fundamentar os fluxos que acentuam a dinâmica do trabalho e
também dos espaços. A cidade, conforme relata o autor, deve ser entendida como um
organismo vivo que se expande e cria novos ambientes de actuação. O virtual e o real

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são essa ambiência que viabilizam a interacção e abrem caminho para diferentes
práticas e relações sociais e de consumo.

No contexto actual de globalização, em que as fronteiras apresentam-se cada vez menos


nítidas, no que diz respeito à demarcação de limites físicos e territoriais estanques,
podemos estabelecer que a dinâmica da cultura ganha outros conceitos e redefinições
que vão além das tradições, bem como dos pertencimentos.

Na obra Vida para consumo, Zygmunt Bauman analisa os aspectos que fundamentam a
relação espaço temporal através da dinâmica do consumo, ou seja, como a vida dos
indivíduos passa a ser regida, segundo o autor, não mais pela dinâmica da produção e,
sim, pelo fluxo de mercadorias que passam a consumir.

Devemos levar em consideração aqui a durabilidade de determinados produtos e a


fluidez da comunicação através da tecnologia. O advento da internet, redes sociais,
blogs e outras formas de interactividade e comunicabilidade, contribuem, vaticina o
autor, com certas práticas consumistas. Na modernidade líquida ou na era do agorismo,
os comportamentos são cada vez mais diversos e a tecnologia fundamenta a dualidade
do imediatismo, gerando o obsoleto mais facilmente.

A sociedade de consumidores representa o tipo de sociedade que promove, encoraja ou


reforça a escolha de um estilo de vida e uma estratégia existencial consumista, e rejeita
todas as opções culturais alternativas (Bauman, 2007, p.71).

Nessa colocação, o autor afirma que, em uma vida moldada pelo constante movimento,
as pessoas se transformam em mercadorias, construindo uma imagem de si mesmas e
promovendo-a, por exemplo, em redes sociais.

Essa condição favorece a identificação com o colectivo e gera individualidades,


plasticidades, uma sociedade automatizada através da distinção. O autor afirma também
que, em uma sociedade de consumidores, a escolha nem sempre é fruto da pessoa,
criticando assim a ideia de liberdade.

A liberdade seria um compromisso da vocação que cada indivíduo tem, concernente à


dependência às compras induzidas pela média e tecnologias que a cria, atingindo
qualquer classe social sem distinção.

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Disfarçadas como ideário de progresso, legitimam estratégias económicas e revoluções
tecnológicas na sociedade ocidental, preconizando um cenário de crises com frágeis
perspectivas, para contribuir com tomadas de decisões a respeito da vida no/do planeta.
As crises, segundo Edgar Morin, seriam: económicas, ecológicas, demográficas,
urbanas, rurais, políticas, religiosas e das sociedades tradicionais.

Do ponto de vista desenvolvimentista, existe uma crença exacerbada de que, para


amealhar uma suposta qualidade de vida, é necessário atingir um grau de riqueza e bem-
estar através de produtos, viabilizando a melhoria na vida das pessoas. Torna-se
necessário admitir a hipótese de que a qualidade de vida não necessita da quantidade de
bens adquiridos através de uma desregulamentação do consumo.

Para as classes médias dos países emergentes, porém, ele trouxe também as intoxicações
consumistas próprias a seus homólogos ocidentais, o crescimento do componente
imaginário dos desejos, bem como a insaciabilidade das necessidades incessantemente
novas. Trouxe os lados sombrios do individualismo, como o egocentrismo, a
autojustificação (que suscita a incompreensão do outro), a sede de lucro (Morin, 2013,
p.28).

Nessa linha de raciocínio, as solidariedades tradicionais dissolvem-se e o


individualismo passa a imperar, contribuindo para uma ideia de progresso que envolve
apenas a distinção entre grupos.

O ponto de vista económico deve ser encarado, segundo o autor, não apenas como o
único, pois as necessidades de se pensar um modelo multidimensional para
determinados problemas, faz-se necessário se quisermos assumir um comprometimento
ético.

Morin e Naïr (1997), no livro Uma política de Civilização, alertam para a inanidade de
três dogmas da vulgata económica: a ideia de crescimento económico, de bem-estar e
prosperidade, e a ideia de desenvolvimento ilimitado.

Estas três ideias estão envolvidas racionalmente em uma metodologia que investe na
assertiva de que o pensamento neoliberal é unidimensional, ou seja, envolve uma única
fórmula para se pensar os problemas do planeta e do mundo. A primeira, diz respeito à
inovação tecnológica e à racionalidade do mercado; alternativas que creditam ao termo

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“quantificável” a melhor alternativa de se pensar um modelo de vida nas sociedades
ocidentais.

Os autores são defensores da ideia de que o mundo moderno, globalizado e tecnológico,


provoca impactos nas sociedades, nas relações humanas e, até mesmo, na relação do
homem com a biosfera, representando desafios, oportunidades e ameaças. O sistema
global da actualidade não possui um centro organizador. O mundo que está sendo
constituído actualmente é incerto, caótico e frágil.

A mundialização faz um papel de unificação mundializante e, por conta disso, faz surgir
efeitos chamados “balcanizadores”, parte de um sistema em que as nações mais novas e
menos fortes se fecham culturalmente para que tal área de seu país não seja usurpada ao
mesmo tempo que se abre economicamente.

As destruições culturais e civilizacionais trazidas por desenvolvimentos


científicos/técnicos/capitalistas/industriais acendem mais uma vez as chamas da antiga
barbárie (fanatismos, nacionalismos e etnocentrismos). Para além desses efeitos, o
chamado desenvolvimento, motor principal da mundialização, também pode ser
traduzido como produtor de novos perigos mundiais.

A partir dessa análise, os autores apresentam um diagnóstico do que a nossa civilização


ocidental produziu, concluindo que, apesar de termos criado muitas condições positivas,
acabamos também provocando inúmeras negativas tais como, a título de exemplo: o
aquecimento climático, a degradação da biosfera, problemas nas metrópoles, ou
exploração desmedida e intensiva de recursos minerais.

2.4.As Regras do Método Sociológico Émile Durkheim

De acordo com Spencer, o problema metodológico não ocupa nenhum lugar; pois a
Introdução à ciência social, cujo título poderia dar essa ilusão, destina-se a demonstrar
as dificuldades e a possibilidade da sociologia, não a expor os procedimentos que ela
deve utilizar.

Para Stuart Mill, é verdade, ocupou-se longamente da questão; mas ele não fez senão
passar sob o crivo de sua dialéctica o que Comte havia dito, sem acrescentar nada de
verdadeiramente pessoal. Um capítulo do Curso de filosofia positiva, eis praticamente o
único estudo original e importante que possuímos sobre o assunto.

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O que é Facto Social?

Pode se dizer que: É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, susceptível de
exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é
geral na extensão de uma Sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência
própria, independente de suas manifestações individuais.

Regras Relativas a Observação dos Fatos Sociais

A primeira regra e a mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas.

A psicologia, ao contrário, não apenas tem dificuldade de elaborá-los, como também de


percebê-los. Em consequência, é lícito imaginar que, no dia em que esse princípio do
método sociológico for unanimemente reconhecido e praticado, veremos a sociologia
progredir com uma rapidez que a lentidão actual de seu desenvolvimento não faria
supor, e inclusive reconquistar a dianteira que a psicologia deve unicamente à sua
anterioridade histórica.

Mas a experiência de nossos predecessores nos mostrou que, para assegurar a realização
prática da verdade que acaba de ser estabelecida, não basta oferecer uma demonstração
teórica nem mesmo compenetrar-se dela.

O espírito tende tão naturalmente a desconhecê-la que recairemos inevitavelmente nos


antigos erros, se não nos submetermos a uma disciplina rigorosa, cujas regras principais,
corolários da precedente, irei formular.

 O primeiro desses corolários é que: É preciso descartar sistematicamente todas


as prenoções. Uma demonstração especial dessa regra não é necessária; ela
resulta de tudo o que dissemos anteriormente. Aliás, ela é a base de todo método
científico. A dúvida metódica de Descartes, no fundo, não é senão uma
aplicação disso.
Se, no momento em que vai fundar a ciência, Descartes impõe-se como lei pôr em
dúvida todas as ideias que recebeu anteriormente, é que ele quer empregar apenas
conceitos cientificamente elaborados, isto é, construídos de acordo com o método que
ele institui; todos os que ele obtém de uma outra origem devem ser, portanto, rejeitados,
ao menos provisoriamente.

 Mas a regra precedente é inteiramente negativa. Ela ensina o sociólogo a escapar


ao domínio das noções vulgares, para dirigir sua atenção aos fatos; mas não diz
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como deve se apoderar desses últimos para empreender um estudo objectivo
deles.
Toda investigação científica tem por objecto um grupo determinado de fenómenos que
correspondem a uma mesma definição.

O primeiro procedimento do sociólogo deve ser, portanto, definir as coisas de que ele
trata, a fim de que se saiba e de que ele saiba bem o que está em questão. Essa é a
primeira e a mais indispensável condição de toda prova e de toda verificação; uma
teoria, com efeito, só pode ser controlada se se sabe reconhecer os fatos que ela deve
explicar.

Além do mais, visto ser por essa definição que é constituído o objecto mesmo da
ciência, este será uma coisa ou não, conforme a maneira pela qual essa definição for
feita.

Para que ela seja objectiva, é preciso evidentemente que exprima os fenómenos, não em
função de uma ideia do espírito, mas de propriedades que lhe são inerentes. É preciso
que ela os caracterize por um elemento integrante da natureza deles, não pela
conformidade deles a uma noção mais ou menos ideal.

Ora, no momento em que a pesquisa vai apenas começar, quando os fatos não estão
ainda submetidos a nenhuma elaboração, os únicos desses caracteres que podem ser
atingidos são os que se mostram suficientemente exteriores para serem imediatamente
visíveis. Os que estão situados mais profundamente são, por certo, mais essenciais; seu
valor explicativo é maior, mas nessa fase da ciência eles são desconhecidos e só podem
ser antecipados se substituirmos a realidade por alguma concepção do espírito.

 Mas a sensação é facilmente subjectiva. Assim é de regra, nas ciências naturais,


afastar os dados sensíveis que correm o risco de ser demasiado pessoais ao
observador, para reter exclusivamente os que apresentam um suficiente grau de
objectividade.
Eis o que leva o físico a substituir as vagas impressões que a temperatura ou a
electricidade produzem pela representação visual das oscilações do termómetro ou do
electrómetro.

O sociólogo deve tomar as mesmas precauções. Os caracteres exteriores em função dos


quais ele define o objecto de suas pesquisas devem ser tão objectivos quanto possível.

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Pode-se estabelecer como princípio que os fatos sociais são tanto mais susceptíveis de
ser objectivamente representados quanto mais completamente separados dos fatos
individuais que os manifestam.

De fato, uma sensação é tanto mais objectiva quanto maior a fixidez do objecto ao qual
ela se relaciona; pois a condição de toda objectividade é a existência de um ponto de
referência, constante e idêntico, ao qual a representação pode ser relacionada e que
permite eliminar tudo o que ela tem de variável, portanto. Se os únicos pontos de
referência dados forem eles próprios variáveis, se forem perpetuamente diversos em
relação a si mesmos, faltará uma medida comum e não teremos meio algum de
distinguirem nossas impressões o que depende de fora e o que lhes vem de nós.

Regras Relativas a Distinção entre Normal e Patológico

A observação, conduzida de acordo com as regras que precedem, confunde duas ordens
de fatos, muito semelhantes sob certos aspectos: os que são o que devem ser e os que
deveriam ser de outro modo, os fenómenos normais e os fenómenos patológicos. Vimos
inclusive que era necessário abrangê-los igualmente na definição pela qual deve se
iniciar toda pesquisa.

Mas, se eles, em certa medida, são da mesma natureza, não deixam de constituir duas
variedades diferentes, que é importante distinguir.

A questão é da maior importância; pois da solução que se der a ela depende a ideia que
se faz do papel que compete à ciência, sobretudo à ciência do homem. De acordo com
uma teoria cujos partidários se recrutam nas escolas mais diversas, a ciência nada nos
ensinaria sobre aquilo que devemos querer. Ela só conhece, dizem, fatos que têm o
mesmo valor e o mesmo interesse; ela os observa, os explica, mas não os julga; para ela,
os fatos nada teria de censurável. O bem e o mal não existem para ela. A ciência pode
perfeitamente nos dizer de que maneiras as causas produzem seus efeitos, não que
finalidades devem ser buscadas. Para saber, não o que é, mas o que é desejável, deve-se
recorrer às sugestões do inconsciente, não importa o nome que se dê a ele:

 Sentimento;
 Impulso vital, etc.
A ciência, diz um escritor já citado, pode muito bem iluminar o mundo, mas ela deixa a
noite nos corações; compete ao coração mesmo fazer sua própria luz. A ciência se vê

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assim destituída, ou quase, de toda eficácia prática, não tendo portanto grande razão de
ser; pois, de que serve trabalhar para conhecer o real, se o conhecimento que dele
adquirimos não nos pode servir na vida? Acaso dirão que ela, ao nos revelar as causas
dos fenómenos, nos fornece os meios de produzi-los a nosso gosto e, portanto, de
realizar os fins que nossa vontade persegue por razões supra científicas.

Mas todo meio é ele próprio um fim, por um lado; pois, para empregá-lo, é preciso
querê-lo tanto como o fim cuja realização ele prepara. Há sempre vários caminhos que
levam a um objectivo dado; é preciso, portanto, escolher entre eles.

Ora, se a ciência não pode nos ajudar na escolha do objectivo melhor, como é que ela
poderia nos ensinar qual o melhor caminho para chegar a ele. Por que ela nos
recomendaria o mais rápido de preferência ao mais económico, o mais seguro em vez
do mais simples, ou vice-versa? Se não é capaz de nos guiar na determinação dos fins
superiores, ela não é menos impotente quando se trata desses fins secundários e
subordinados que chamamos meios.

O dever do homem de Estado não é mais impelir violentamente as sociedades para um


ideal que lhe parece sedutor, mas seu papel é o do médico:

Ele previne a eclosão das doenças mediante uma boa higiene e, quando estas se
manifestam, procura curá-las.

Regras Relativas a Constituição dos Tipos Sociais

Visto que um fato social só pode ser qualificado de normal ou de anormal em relação a
uma espécie social determinada, o que precede implica que um ramo da sociologia é
dedicado à constituição dessas espécies e à sua classificação.

Essa noção de espécie social tem, aliás, a grande vantagem de nos fornecer um meio-
termo entre as duas concepções contrárias da vida colectiva que por muito tempo
dividiram os espíritos: refiro-me ao nominalismo dos historiadores) e ao realismo
extremo dos filósofos.

Para o historiador, as sociedades constituem individualidades heterogéneas,


incomparáveis entre si. Cada povo tem sua fisionomia, sua constituição específica, seu
direito, sua moral, organização económica que convêm só a ele, e toda generalização é
praticamente impossível. Para o filósofo, ao contrário, todos esses agrupamentos

18
particulares, que chamamos tribos, cidades, nações, não são mais que combinações
contingentes e provisórias sem realidade própria.

Apenas a humanidade é real e é dos atributos gerais da natureza humana que decorre
toda a evolução social. Para os primeiros, portanto, a história não é senão uma
sequência de acontecimentos que se encadeiam sem se reproduzir; para os segundos,
esses mesmos acontecimentos só têm valor e interesse como ilustração das leis gerais
que estão inscritas na constituição do homem e que dominam todo o desenvolvimento
histórico. Para aqueles, o que é bom para uma sociedade não poderia aplicar-se às
outras.

As condições do estado de saúde variam de um povo a outro e não podem ser


determinadas teoricamente; é uma questão de prática, de experiência, de tentativas. Para
os outros, essas condições podem ser calculadas de uma vez por todas e para o género
humano inteiro.

Parecia, portanto, que a realidade social ou seria o objecto de uma filosofia abstracta e
vaga, ou de monografias puramente descritivas.

Em resumo, à maior parte das tentativas que foram feitas para explicar racionalmente os
fatos sociais, pôde se objectar ou que elas faziam desaparecer toda ideia de disciplina
social, ou que só conseguiam manter essa ideia com o auxílio de subterfúgios
mentirosos.

Regras Relativas a Administração da Prova

Temos apenas um meio de demonstrar que um fenómeno é causa de outro: comparar os


casos em que eles estão simultaneamente presentes ou ausentes e examinar se as
variações que apresentam nessas diferentes combinações de circunstâncias testemunham
que um depende do outro. Quando eles podem ser artificialmente produzidos pelo
observador, o método é a experimentarão propriamente dita.

Quando, ao contrário, a produção dos fatos não está à nossa disposição e só podemos
aproximá-los tais como se produziram espontaneamente, o método empregado é o da
experimentação indirecta ou método comparativo.

Vimos que a explicarão sociológica consiste exclusivamente em estabelecer relações de


causalidade, quer se trate de ligar um fenómeno à sua causa, quer, ao contrário, uma
causa a seus efeitos úteis. Uma vez que, por outro lado, os fenómenos sociais escapam
19
evidentemente à acção do operador, o método comparativo é o único que convém à
sociologia.

É verdade que Comte não o considerou suficiente; julgou necessário completá-lo por
aquilo que ele chama o método histórico; mas isso se deve à sua concepção particular
das leis sociológicas. Segundo Comte, estas devem principalmente exprimir, não
relações definidas de causalidade, mas o sentido em que se dirige a evolução humana;
assim elas não podem ser descobertas com o auxílio da comparação, pois, para poder
comparar as diferentes formas que um fenómeno social assume em diferentes povos, é
preciso tê-lo separado das séries temporais a que pertence.

Ora, se se começa por fragmentar deste modo o desenvolvimento humano, surge a


impossibilidade de reencontrar sua sequência. Para chegar a ela, não é por análises, mas
por ligas sínteses que convém proceder. O que é preciso é aproximar uns dos outros e
reunir numa mesma intuição, de certo modo, os estados sucessivos da humanidade de
maneira a perceber "o crescimento contínuo de cada disposição física, intelectual, moral
e política”. Tal é a razão de ser desse método que Comte chama histórico e que, por
conseguinte, é desprovido de qualquer objecto, tão logo se rejeitou a concepção
fundamental da sociologia comtiana.

2.5.Civilização Grega

Entre as civilizações europeias nascidas na Antiguidade, a civilização grega foi aquela


que legou ao mundo ocidental elemento essenciais para a sua constituição. Foi na
Grécia Antiga que apareceram, por exemplo, a concepção democrática de governo, na
cidade de Atenas, e o processo de racionalização (da busca pelo “logos”, pela razão) da
realidade com o método filosófico, em cidades como Mileto e Samos. A medicina
ocidental também tem suas bases nos métodos dos gregos Hipócrates e Galeno.

O primeiro passo para compreender a civilização grega é saber como eles próprios se
compreendiam. Para tanto, faz-se necessário saber que os gregos não viviam em um
país, em um Estado-Nação, tal como hoje, mas em cidades-estados independentes. O
conjunto dessas cidades-estado formava a Hélade, e os gregos eram conhecidos como
helenos. As cidades-estado eram conhecidas como poleis, plural de “pólis”, palavra da
qual deriva o termo “política”.

20
O período de formação da pólis grega é conhecido como Período Arcaico e compreende
uma extensão de dois séculos, indo de 800 a 500 a.C. Antes desse período, houve outros
dois, que serviram de base para o florescimento das principais cidades gregas: Período
pré-homérico, de 2.000 a 1.100 a.C., e o Período homérico, de 1.100 a 800 a.C. No
primeiro, prevaleceram na região banhada pelo Mar Egeu as civilizações micénica e
minoica (essa última desenvolveu-se na ilha de Creta). Já no Período homérico, houve a
formação dos genos, isto é, dos clãs familiares que seriam a base para o surgimento das
poleis.

As principais cidades formadas na Hélade foram Atenas, Esparta e Tebas. Os povos que
formaram essas cidades vieram de migrações do Norte da Europa e eram chamados de
povos indo-europeus. Os principais povos indo-europeus eram: aqueus, dórios, jónios e
eólios. Cada cidade possuía características próprias, desde a forma de governo até o
padrão militar. O que as unificava eram os aspectos culturais, como a língua, cujo
alfabeto foi desenvolvido no Período Arcaico.

A partir de 500 a.C., teve início o Período Clássico, caracterizado por ser a fase do
desenvolvimento do sistema filosófico de Sócrates, Platão e Aristóteles; do teatro, com
grandes dramaturgos, como Eurípedes, Sófocles e Aristófanes; das chamadas Guerras
Médicas, ou Guerras Greco-Persas, travadas contra os persas; e da rivalidade entre
Atenas e Esparta com a formação das Ligas do Peloponeso e de Delos, cujo desfecho foi
a Guerra do Peloponeso.

Esse último evento, terminado em 338 a.C., ocasionou a hegemonia da Macedónia


sobre as cidades gregas, hegemonia essa que se transformou em um império comandado
por Alexandre, o Grande. O império de Alexandre ocupou uma vasta extensão, indo do
sul da Europa à Índia, e levando consigo as bases da cultura grega. A expansão da
cultura grega pelo mundo ficou conhecida como helenismo. O Período Helenístico foi o
último período da Grécia Antiga e ocorreu de 338 a 146 a.C., época em que a
civilização romana começou a se tornar hegemónica.

2.6.Comunidade Recolectores e Agro-pastoris

Estes povos viviam totalmente dependentes da Natureza. Para se alimentarem, caçavam


animais selvagens, pescavam ou colhiam o que a Natureza, espontaneamente produzia:
frutos, sementes, raízes, folhas, eram caçadores e recolectores.

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Como não sabiam cultivar os campos, estes homens primitivos eram obrigados a
deslocar-se à procura de alimentos eram povos nómadas. Abrigavam-se em grutas e
cavernas, ou em tendas ou dormiam ao ar livre. Vestiam-se com folhas de árvores e
peles de animais que cosiam com agulhas de osso.

Com a ajuda da mão e da sua inteligência, os primeiros homens foram inventando e


fabricando instrumentos de pedra, madeira e osso: bifaces, raspadores, setas, agulhas,
lanças. O homem primitivo também inventou o fogo que lhe permitiu cozinhar os
alimentos, iluminar e aquecer os abrigos, afugentar os animais ferozes.

Também os homens primitivos gravavam e pintavam figuras nas paredes das grutas ou
ao ar livre. Normalmente, representavam cenas de caça, a estas pinturas e gravuras dá-se
o nome de arte rupestre.

2.7.Dos Caçadores Recolectores aos Grandes Pastores

Há cerca de 10.000 anos houve profundas mudanças climáticas: os solos tornaram-se


mais férteis e surgiram novos tipos de plantas. Foi nesta época que se descobriu a
agricultura e se aprendeu a domesticar animais (pastorícia).

Descoberta a agricultura e a pastorícia, estas comunidades tornaram-se sedentárias, isto


é, fixaram-se na terra para a cultivar e pastorear, tornam-se produtores – agricultores e
pastores, viviam em comunidades agro-pastoris.

Ao mesmo tempo surgiram novos instrumentos:

 Foice
 Machado
 Mó Manual
 Cerâmica
 Tecelagem

A Religião

Estas comunidades já tinham preocupações religiosas:

 Adoravam as forças da natureza: sol, lua, chuva;


 Prestavam culto à natureza:
 Prestavam culto aos mortos.

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Aparecem as primeiras aldeias com habitações de madeira, barro e pedra, muitas vezes
situadas em locais altos para melhor defesa dos seus habitantes – os castros ou citânias.

O estanho, o cobre e o ferro eram minerais em que o subsolo da Península Ibérica era
rico Com estes metais fabricavam objectos, principalmente espadas, foices, taças e
machados – inventou-se a Metalurgia.

2.8.O processo de socialização

Em todos os momentos da nossa vida, diante da nossa formação filogenética e


ontogenética, somos influenciados pelos meios sociais. Então, não podemos dizer que o
homem é um ser isolado. Somos seres individualizados e, ao mesmo tempo, colectivos,
somos influenciados pela sociedade a partir das relações culturais.

O indivíduo: ser social

Cada indivíduo, ao nascer, segundo Strey (2002, p.59), “encontra-se num sistema social
criado através de gerações já existentes e que é assimilado por meio de inter-relações
sociais”. O homem, desde seus primórdios, é considerado um ser de relações sociais,
que incorpora normas, valores vigentes na família, em seus pares, na sociedade. Assim,
a formação da personalidade do ser humano é decorrente.

Segundo Savoia (1989, p. 54), “de um processo de socialização, no qual intervêm


factores inatos e adquiridos”. Entende-se, por factores inatos, aquilo que herdamos
geneticamente dos nossos familiares, e os factores adquiridos provém da natureza social
e cultural.

O homem é um animal que depende de interacção para receber afecto, cuidados e até
mesmo para se manter vivo. Somos animais sociais, pois o fato de ouvir, tocar, sentir,
ver o outro fazem parte da nossa natureza social. O ser humano precisa se relacionar
com os outros por diversos motivos: por necessidade de se comunicar, de aprender, de
ensinar, de dizer que ama o seu próximo, de exigir melhores condições de vida, bem
como de melhorar o seu ambiente externo, de expressar seus desejos e vontades.

O indivíduo tem, para si, claras as características que o diferencia dos demais, como
seus factores biológicos, seu corpo físico, seus traços, sua psique que envolve emoções,
sentimentos, volições, temperamento. Todavia, o indivíduo, como objecto de estudo da
psicologia social e da sociologia, é considerado.

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Segundo Ramos (2003, p. 238),indivíduo dentro dos seus padrões sociais, vive em
sociedade, como membro do grupo, como “pessoa”, como “socius”. A própria
consciência da sua individualidade, ele a adquire como membro do grupo social, visto
que é determinada pelas relações entre o “eu” e os “outros”, entre o grupo interno e o
grupo externo.

Cultura

O indivíduo, enquanto ser particular e social, desenvolve-se em um contexto


multicultural, em que temos regras, padrões, crenças, valores, identidades muito
diferenciadas. Assim, a cultura torna-se um processo de “intercâmbio” entre indivíduos,
grupos e sociedades.

Strey (2002) aponta que o indivíduo tanto cria como mantém a sua cultura presente na
sociedade. Cada sociedade humana tem a sua própria Cultura, característica expressa e
identificada pelo comportamento do indivíduo.

Segundo Strey (2002, p. 58), “o homem é também um animal, mas um animal que
difere dos outros por ser cultural”. Para ele, a cultura refere-se ao conjunto de hábitos,
regras sociais, intuições, tipos de relacionamento interpessoal de um determinado grupo,
aprendidos no contexto das actividades grupais.

Assim, Savoia (1989, p. 55) garante que “o processo de socialização consiste em uma
aprendizagem social, através da qual aprendemos comportamentos sociais considerados
adequados ou não e que motivam os membros da própria sociedade a nos elogiar ou a
nos punir”. Daí a necessidade de estudarmos os agentes socializados do processo de
socialização.

Agentes socializadores do processo de socialização

De acordo com Savoia (1989), três grupos: a família, a escola (agentes básicos) e os
meios de comunicação em massa.

O primeiro contacto que o ser humano tem, ao nascer, é a família: primeiramente, com a
mãe, por meio dos cuidados físicos e afectivos, e, paralelamente, com o pai e os irmãos,
que transmitem atitudes, crenças e valores que influenciarão no seu desenvolvimento
psicossocial.

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Num segundo momento, tem a interferência da escola. Geralmente, nessa fase, o
indivíduo já traz consigo referências de comportamentos, de orientação pessoal básica,
devido ao contacto inicial com a família.

Já os meios de comunicação em massa são considerados como agente socializador,


diante das inovações tecnológicas na actualidade histórica, porém nem sempre eles têm
consciência do seu papel no processo de socialização e na formação da personalidade do
indivíduo.

Na família e na escola, existe uma relação didáctica e, com a TV, a relação é diferente,
visto que a comunicação é directa e impessoal (SAVOIA, 1989).

Para Savoia, (1989), O processo de socialização ocorre durante toda a vida do


indivíduo, por isso, esse processo é dividido em etapas:

 Socialização primária: ocorre na infância com os agentes socializadores


citados anteriormente, que exercem uma influência significativa na formação da
personalidade social;
 Socialização secundária: ocorre na idade adulta. Geralmente, nessa etapa, o
indivíduo já se encontra com sua personalidade relativamente formada, que
caracteriza certa estabilidade de comportamento. Isso faz com que a acção dos
agentes seja mais superficial, mas abalos estruturais podem ocorrer, gerando
crises pessoais mais ou menos intensas. Nesse momento, surgem outros grupos
que se tornam agentes socializadores, como grupo do trabalho;

 Socialização terciária: ocorre na velhice. Pela própria fase de vida, o indivíduo


pode sofrer crises pessoais, haja vista que o mundo social do idoso muitas vezes
se torna restrito (deixa de pertencer a alguns grupos sociais) e monótono. Nessa
fase, o indivíduo pode sofrer uma ressocialização, em decorrência das alterações
que ocorrem, em relação a critérios e valores. E, concomitantemente, o
indivíduo, nesta fase, começa um novo processo de aprendizagem social para as
possíveis adaptações a nova fase da vida, o que implica em uma ressocialização.
Todo esse processo de socialização que os seres humanos vivenciam está ligado. A
cultura do indivíduo, como também a uma estruturação de comportamentos, à medida
que aprendemos e os internalizamos.

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Papéis sociais

De acordo com Savoia, (1989), Ao nascer, já temos alguns papéis prescritos como
idade, sexo ou posição familiar. A medida que adquirimos novas experiências,
ampliando nossas relações, vai nos transformando, adquirindo outros papéis que são
definidos pela sociedade e cultura.

Em cada grupo no qual relacionamos, deparamo-nos com normas que conduzem as


relações entre as pessoas, algumas são mais sutis, outras mais rígidas. São essas normas
que caracterizam essencialmente os papéis sociais e que produzem as relações sociais
(LANE, 2006).

Identidade social e consciência de si mesmo

Para Sawaia (2006, p. 121) tem “valor fundamental da modernidade e é tema recorrente
nas análises dos problemas sociais”.

Quando pensamos em conceito de identidade, logo pensamos em imagens,


representações, conceito de si mesmo, como se o indivíduo se reconhecesse
identificando traços, imagens, sentimentos, como parte dele mesmo. Mas esse conceito
é produzido a partir das relações que mantemos com os outros (LANE, 2006).

A partir do momento em que reconheço o outro, reconheço a mim mesmo como um ser
único particular. Essa diferenciação geralmente ocorre com a mãe, que é o primeiro
“outro” com quem temos contacto. Nesse momento, por meio das relações, começamos
a construir nossa identidade. E, à medida que adquirimos novas experiências ampliando
nossas relações sociais, vamos nos transformando, adquirindo novos papéis.

Então a identidade é algo mutável em permanente transformação. É um processo que se


dá desde o nascimento do ser humano até sua morte. Por isso, podemos dizer que a
nossa identidade está em constante mudança.

Lane (2006,p. 22) enfatiza que “apenas quando formos capazes de […] encontrar razões
históricas da nossa sociedade e do nosso grupo social que explicam por que agimos hoje
da forma como o fazemos é que estaremos desenvolvendo a consciência de nós
mesmos”. Isso nos faz entender que a consciência de si pode alterar a identidade social,
na medida em que interrogamos os papéis que desempenhamos e suas funções
históricas.

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E Myers (2000) reafirma isso, quando diz que o autoconceito que o indivíduo adquire
de si mesmo decorre das experiências sociais vivenciadas, que influem no papel que ele
desempenha nos julgamentos sobre si e sobre outras pessoas e as diversidades culturais.

Nesse sentido, percebemos que a construção da nossa identidade se da por meio das
relações sociais, dos papéis que desenvolvemos.

2.9.O sistema de castas indianas

Casta é uma forma de organização social encontrada em diferentes tempos e lugares.


Mas, é na Índia que se possui a expressão mais acabada desse sistema.

Há mais de três mil anos, a sociedade indiana começou a se organizar por esse sistema
de castas e subcastas, e para este fim se basearam na religião, etnia, cor, hereditariedade
e ocupação.

Hoje na Índia, vive-se um sistema de classe devido à exclusão do sistema de castas em


1950, mas apesar disso as castas ainda permanecem mescladas a este novo sistema.

Para se conhecer um pouco mais sobre esse sistema, na Índia existem quatro grandes
castas:

Brâmanes: Casta formada por sacerdotes, religiosos, magos e filósofos. Eles se


encontravam no alto da pirâmide social.

Xátrias: Segunda casta de maior prestígio, formada por guerreiros, pessoa com
atribuições judiciárias, policiais e militares.

Vaixás: Castas dos comerciantes e camponeses.

Sudras: Formada por servos que faziam os trabalhos manuais.

Por fim existiam os Párias, são aqueles que não pertenciam à nenhuma casta, ou seja, os
excluídos. Neste sistema existe também uma peculiaridade, pois as pessoas quando
nasciam em uma casta não poderiam mais sair delas, ou seja, não existia nenhuma
mobilidade social.

Repulsão, hierarquia e especialização hereditária, são palavras que definem bem esse
sistema de castas. No entanto, com a modernidade e a influência de comportamentos
ocidentais, em alguns casos tem se permitido que indivíduos de diferentes castas se
relacionem.

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Na Índia, apesar de abolido, este sistema ainda não desapareceu por completo do
cotidiano das pessoas. Um exemplo disso é o sistema de cotas para a inclusão para as
castas inferiores nas universidades públicas.

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3. Conclusão

Depôs feito o trabalho conclui-se que O homem é um animal que depende de interacção
para receber afecto, cuidados e até mesmo para se manter vivo. Somos animais sociais,
pois o fato de ouvir, tocar, sentir, ver o outro fazem parte da nossa natureza social. O ser
humano precisa se relacionar com os outros por diversos motivos: por necessidade de se
comunicar, de aprender, de ensinar, de dizer que ama o seu próximo, de exigir melhores
condições de vida, bem como de melhorar o seu ambiente externo, de expressar seus
desejos e vontades.

O indivíduo tem, para si, claras as características que o diferencia dos demais, como
seus factores biológicos, seu corpo físico, seus traços, sua psique que envolve emoções,
sentimentos, volições, temperamento. Todavia, o indivíduo, como objecto de estudo da
psicologia social e da sociologia, é considerado.

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4. Referencias Bibliográficas

AQUINO, R.S.L. et, al. (1982). Historia das Sociedades: Das Sociedades Modernas as
Sociedades actuais. Rio de Janeiro: Livro Técnico.

LANE, Sílvia T. M. (2006). O que é psicologia social. 22. ed. São Paulo: Brasiliense.

MYERS, David G. (2000). Psicologia Social. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC.

SAVOIA, Mariângela G. (1989). Psicologia social. São Paulo: McGraw-Hill.

SAWAIA, Bader (2006). As artimanhas da Exclusão: análise psicossocial e ética da


desigualdade social. 6. ed. Petrópolis.

STREY, Marlene Neves (2002). Psicologia Social Contemporânea. 7. ed. Rio de

Janeiro: Vozes.

SAUNDERS, Nicholas J. (205). Américas Antigas: as grandes civilizações. São Paulo:


Madras, p. 99.

https://www.researchgate.net/publication/250990675_A_civilizacao_maia_contextualiz
acao_historiografica_e_arqueologica/ Acesso 28 de Outubro de 2021.

https://www.historiadomundo.com.br/maia/ Acesso 28 de Outubro de 2021.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/civilizacao-grega.htm/ Acesso 28 de
Outubro de 2021.

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