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ESTATÍSTICA APLICADA

FRANCISCO, Marinete Cordeiro


netecordeiropk@hotmail.com
NUNES, Marcus Antonius da Costa
Professor Doutor Orientador

ADAPTAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação

São Mateus (ES)


2019

Resumo

A creche moderna é caracterizada pela orientação ao processo e à qualidade


do acolhimento às crianças. As ordens de educação, atenção e cuidados
devem ser garantidas para cada criança. Os aprendizados educacionais das
crianças decidem, de acordo com resultados de estudos sobre o cérebro nos
primeiros sete anos de vida. Aqui, a creche vem à tona em preparação para o
aprendizado escolar. Antes de tudo, o presente artigo trata da explicação
conceitual de conceitos relevantes no contexto da esfera elementar, sendo
discutidos os históricos de aprendizagem da creche infantil em nosso meio,
dedicando à missão educacional do jardim de infância no contexto das atuais
descobertas da pedagogia escolar e apresentando a questão do significado e
do efeito de relações de dedicação mais seguros para crianças cuidadas
externamente e apresentados os resultados do conteúdo. Dentro da
perspectiva pós-moderna de ver as crianças como indivíduos participando
ativamente de seu desenvolvimento torna-se clara no exame de posições no
modelo de transição.

Palavras-chave: Creche; Acolhimento; Aprendizado; Crianças; Infantil.

INTRODUÇÃO

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Entre o nascimento e até os 8 anos de idade, muitas transições
significativas acontecem na educação das crianças. Quando os pais estão
cientes dessas mudanças, os filhos podem adaptar-se mais facilmente a novas
situações. O primeiro dia na escola é um marco significativo na vida de todas
as crianças, eis que é uma situação de grandes e diversas mudanças, onde as
crianças precisam se mudar para um novo ambiente como também se adaptar
a um ambiente completamente desconhecido para si. Esse período de
transformação identicamente é conhecido como transição, o qual envolve a
fase de conhecer novos colegas e também assumir novas responsabilidades
em suas vidas, assim como ouvir os professores que passam a ser seus
companheiros do dia a dia.

Além da escola, existem muitos períodos de transição também


significativos para as crianças ao longo da vida, e esta conversão acontece o
tempo todo, porém o impacto que causam na vida de uma criança varia,
porque algumas atividades podem durar apenas alguns dias, enquanto outras
podem durar meses. Para as crianças, é importante que os pais estejam
cientes das situações de mudança sempre que elas ocorrerem. É possível que
os pais estejam se sentindo mais descontraídos com relação a um período de
transição na vida de seus filhos e não percebam que um plano detalhado faria
com que seus filhos se sentissem mais confortáveis, sendo essencial
compreender o impacto da nova situação na vida de uma criança para
gerenciar o período de transição com sucesso.

Dado o período de adaptação inicial, vimos que esse é um dos


momentos daqueles em que a criança necessita inserir-se diante do novo de
modo em dar início à constituição de uma nova parcela de si. A posição do
adulto, num momento desses, é muito significativa perante a criança, posto que
suas ações, reações e atitudes em muito intercedem no jeito como esta
absorve e assimila o ambiente em que vive, bem como as suas situações
vivenciadas. Em se tratando a respeito do ciclo de adaptação e a relação dos
variados sujeitos implicados, Rapoport e Piccinini ressalvam que:

Porém a adaptação muitas vezes é difícil não só para a criança, mas


também para a família e a educadora, pois implica em reorganizações
e transformações para todos. A forma como este processo é vivenciado

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pelas pessoas envolvidas influencia e é influenciada pelas reações da
criança (Davies e Brember, 1991.)

Embora cada situação seja única, os pais podem ser proativos ao utilizar
estratégias que pensem em sentimentos e/ou comportamentos que seus filhos
possam desenvolver devido às mudanças, dado que os indivíduos respondem
de maneira diferente à mudança: há aqueles que não gostam de saber
detalhes de algo não familiar, enquanto outras precisam planejar bem as
etapas avançadas. Em sentido geral, as crianças gostam de saber o que está
acontecendo com antecedência para se sentirem confortáveis. Seguir essa
abordagem pode ser um desafio quando os pais preferem a abordagem
oposta. No entanto, é sempre uma boa ideia permitir que as crianças façam
parte de um plano desenvolvido com antecedência para navegar juntos pelo
processo de mudança. A Educação Infantil se insere nesse contexto em
relação às crianças, auxiliando os pais em acolher e apoiar seu
desenvolvimento. Não à toa, a educação infantil é a primeira etapa da
educação básica, sendo a única que está vinculada a uma idade própria:
atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na pré-
escola. Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade (LDB, art.29).

Em suas primeiras experiências fora de casa, nas creches, as crianças


geralmente experimentam sua transição educacional quando iniciam um
programa de cuidados iniciais, como frequentar uma creche. Geralmente, é a
primeira vez que as crianças passam um tempo longe de casa, enquanto estão
ao redor de outras crianças frequentemente. As crianças com mais idade
perceberão as mudanças feitas em sua rotina diária com mais consciência do
que as crianças mais novas. Entretanto, é importante considerar a necessidade
de cada criança individualmente para tornar sua transição o mais ameno
possível. Para crianças de mais idade, pode ser uma boa ideia fazer algumas
visitas com os pais mesmo antes do período de adaptação.

Cabe salientar que qualquer tipo de procedimento retratado é


devidamente expresso e planejado em consenso com a família de forma
antecipada, no que diz respeito ao processo da pré-adaptação. Este recurso é
3
envolto pelo diálogo e a devida observação quanto às respostas das crianças,
quanto também dos pais/família das crianças, de modo em melhor orientá-los.
Ao retratar o empenho prestado em uma distinta instituição de educação
infantil, Manzano e Pinto enumeram que:

[...] o tempo de cada criança e de cada família procura ser respeitado.


Não há regras ou normas fixas sobre o tempo que cada pai deve ficar
na creche acompanhando seu filho. A educadora avalia junto com o pai
este tempo, a partir de uma observação cuidadosa da criança. Ou seja,
a própria criança também pode dizer a sua maneira, sobre o tempo
necessário para que se sinta tranqüila e confortável sem a presença
dos pais. O educador tem o papel de apontar questões e sugerir
determinadas ações a partir de sua formação e experiência. (2006, p.9)

Outra grande transição que ocorre é o primeiro dia da pré-escola, uma


vez que, embora as crianças aprendam principalmente habilidades através de
tarefas baseadas em brincadeiras, nossa cultura associa o jardim de infância à
escala diante de um primeiro degrau na escada da educação. Em outras
palavras, o jardim de infância é tido como a primeira mudança para a fase
escolar, onde cria a base para mais desenvolvimento nas escolas em si. Nessa
fase, mudam as rotinas da hora de dormir com antecedência e as visitas ao
jardim de infância em um dia aberto para conhecer melhor o ambiente e os
colegas ajuda em muito as crianças a ficarem mais confiantes para começar
este novo capítulo de suas vidas.

Após ser constituída a legislação pertinente em prol da assistência e


acolhimento da infância, o que passou a ocorrer diante das mudanças na
Educação Infantil, de acordo com Ahmad (2009), é sintetizado pela seguinte
forma:

[...] a Educação Infantil em creches e pré-escolas passou a ser legal, e


um dever do estado e direito da criança (artigo 208, inciso IV). Com a
promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei
número 9394/96, a Educação infantil passa a ser, legalmente,
concebida e reconhecida como etapa inicial da educação básica.
Devido a este quesito, das creches foi retirado seu caráter de
assistencialismo em contraponto ao caráter educacional das pré-
escolas, transformando-as em escolas infantis, ou instituições de
atendimento à criança de zero a seis anos; a diferença fundamental de
outrora está na subdivisão por faixas etárias: a creche é para crianças
entre zero e três anos, enquanto a pré-escola atende às crianças entre
quatro e seis anos de idade. Subtende-se a partir daí, que tanto creche
quanto pré-escola, devem cuidar e educar as crianças, dispensando a

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este atendimento institucional características específicas quanto às
necessidades de cada grupo etário; [...]. (AHMAD, 2009, p.3).

O primeiro dia de aula marca o começo da transição à adaptação bem-


sucedida à educação infantil, com base em brincadeiras disponibilizadas pelo
sistema educacional tradicional. Aqui, nessa fase, as crianças ainda
participarão de atividades lúdicas enquanto estudam na escola, sendo que elas
mudarão lentamente para as abordagens mais teóricas, a fim de adquirirem
conhecimentos em matemática, leitura e escrita. Geralmente, o ingresso em
uma escola de maior porte é um desenvolvimento empolgante para as
crianças, mas também absolutamente normal que elas se sintam um pouco
apreensivas com o que ainda é desconhecido. Eles ainda não foram à escola
como um estudante de pleno direito antes e as fases de adaptação e
transformação anteriores ocorreram meses ou anos atrás, sendo uma boa idéia
aos pais criar um entusiasmo positivo ao falar sobre a escola na hora do jantar
ou ao fazer compras para a escola.

A ADAPTAÇÃO E A SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Ao lidar com as mudanças contínuas, a coisa boa dessas mudanças é


justamente que ela está acontecendo constantemente, e aí se inclui as
adaptações à socialização ao longo da infância. Isso significa que, apesar
quando há lágrimas pela manhã ou aderência no início da aula, os pais
geralmente podem esperar que seus filhos fiquem mais à vontade com os
amigos ou se divirtam ao desenhar e interagir nas salas de aula alguns
instantes depois. É importante ter em mente que a transição não é apenas um
desafio para as crianças, mas também para os pais ao se adaptar a estas
mudanças. Estar calmo, descobrir se as crianças precisam de ajuda para
resolver um problema ou torcer ao lado delas, oferecendo incentivo, não
apenas fortalecerá o vínculo entre pais e filhos, mas também criar-se-á uma
base para um sucesso futuro quando se trata de períodos de transição.

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Este capítulo na vida das crianças diz respeito ao desenvolvimento e ao
período inicial da socialização na vida de crianças, com foco nas mudanças e
consequências no contato e aprendizagem em seus papéis sociais, os
contextos sociais em que a socialização ocorre, a socialização ao longo da vida
e como as mudanças sócias históricas influenciam no processo de
socialização. Os métodos relevantes incluem experimentos, brincadeiras,
leitura etc., sendo importante ressaltar que os contextos sociais perante essa
fase incluem as famílias; redes sociais e colegas.

A esses processos de adaptação e socialização, cabe ressaltar que


cada criança por si caminha de uma maneira diversa e também em um tempo
distinto, sendo que nem todas elas se adéquem de modo fácil às novas
circunstâncias. Nesse sentido, e de acordo com Bassedas, tal evento decorre
de variados aspectos, como, por exemplo, “a idade e suas experiências de
segurança em contextos anteriores.” (BASSEDAS, 1999, p. 166). Para isso, é
necessário compreender que os professores tenham habilidade nessa nova
etapa, de modo em se evitar períodos longos e árduos de choro, os quais
podem repercutir em um comportamento psicológico comprometedor no futuro
das crianças.

A socialização diz respeito ao processo de conhecer a cultura de outra


pessoa e aprender a conviver com ela. Quando falamos de cultura, diz respeito
à totalidade de normas morais, valores, linguagem, atitudes e outros aspectos
que compõem uma sociedade, posto que todos nós, como sociedade, temos
papéis a cumprir em nosso meio social. Podemos aferir que a socialização nos
ajuda a abrigar conhecimentos e habilidades para satisfazer esses papéis
sociais. A socialização é uma parte importante do processo de formação da
personalidade em particular de cada indivíduo, e estrutura da personalidade
humana, mas também a socialização é o que faz com que nossa personalidade
seja moldada em direções específicas através do processo de aceitação ou
rejeição de crenças, atitudes e normas sociais.

Devido à sua dinâmica, a socialização tende a ter modelagens


diferentes, embora vivamos na mesma sociedade. Aprendizagem social,
cognição e desenvolvimento da personalidade define a socialização das

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crianças em termos de experiências específicas de aprendizagem social, como
modelagem, ensino e reforço, e as cognições, emoções e comportamento que
emergem dessas experiências formativas. Nesse sentido, e de acordo com
Coutinho, ainda na Idade Média as crianças aprendiam as atividades do
cotidiano com os adultos: não havia uma instituição (como a escola, por
exemplo), para onde todas as crianças deveriam ir para aprender.
(COUTINHO, 2007, p. 16). Ainda naquela época remota, as crianças
aprendiam a realização das tarefas através dos adultos e, ainda mais, esse tipo
de comportamento incluía por reforçar sobremaneira a falta de diferença no
relacionamento entre crianças e adultos.

As reações interpessoais no que diz respeito ao comportamento das


crianças passaram a ser explicadas historicamente usando construções de
personalidade, como por exemplo identificação, condicionamento ou redução
de impulsos, mas também são explicadas na modernidade em termos
cognitivos, como crenças pessoais e processos de modular e monitorar
sentimentos. As experiências de aprendizagem social são responsáveis pelo
desenvolvimento das crianças de competência autorreguladora como forma
para se adaptarem às mudanças de ambiente, o que aí inclui-se aquelas
relacionadas à idade ou ao nível de desenvolvimento físico. A autorregulação é
essencial para o desenvolvimento das crianças, dado que a socialização
envolve desistir de atividades imediatamente agradáveis ou métodos familiares
de enfrentamento para alcançar outros benefícios.

Em vista disso, podemos avaliar que a relação entre a família e escola é


de suma relevância nos métodos relativos à adaptação escolar. Ainda
conforme assevera Angotti, quer seja a família ou a escola, ambas são de real
importância, ainda que diante de atribuições diferentes entre si, o que mesmo
assim se complementam, uma vez que “a relação entre elas, indispensável,
complexa e desafiadora.” (ANGOTTI, 2010, p. 139). A coparticipação entre a
família e as instituições escolares são de essencial importância em vista da
solução de possíveis dificuldades no decorrer do período de adaptação escolar
das crianças, em razão de que, ainda segundo Angotti (2010), tal cumplicidade
em muito colabora para o devido êxito nas atividades pedagógicas. Sendo

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assim, os conflitos que possam surgir poderão ser satisfatoriamente
solucionados, seja incentivando uma socialização adequada ou mesmo
revertida no início da formação desses indivíduos como cidadãos prontos em
encararem as adversidades futuras.

A ADAPTAÇÃO DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL É UM


PROCESSO DOLOROSO?

Quando os cuidados voltados às crianças são realizados pela primeira


vez fora de casa, elas passam a ser confrontadas com a separação de seus
pais, lidando com seu novo ambiente, através de rotinas e pessoas
desconhecidas e geralmente com menos recursos em vista de interações
individuais com adultos. A adaptação fora dos cuidados que não sejam
parentais pode ser um momento difícil e estressante para as crianças, assim
como é particularmente real que a qualidade emocional das crianças depende
em grande parte da disponibilidade e proximidade de seus cuidadores
primários quer seja nas creches ou em seu próprio lar.

Em sua maioria dos casos, a ingressão da criança na Educação Infantil


é originada, conforme aponta Ladwig, Goi e Souza (2013), devido à
inevitabilidade da entrada da mãe no mercado de trabalho, o que estabelece,
por conseguinte, que ocorra o desmembramento provocado entre as mães e
seus filhos. De modo que os cuidados exclusivamente empenhados aos filhos,
automaticamente são responsabilizados a terceiros, criando dessa forma a
cuidados de outros para que a criança passe pelo processo adaptacional a
partir do momento em que passa a ser introduzida nas instituições de
Educação Infantil, período onde se deparará com outras pessoas
desconhecidas de seu meio com as quais conviverá a partir de então.

Crianças muito pequenas associam a separação de seus principais


cuidadores e o fato de estar com pessoas desconhecidas em ambientes
diferentes do original/habitual com sentimentos de insegurança, perda e até
ameaça. Se eles têm um relacionamento seguro com os cuidadores principais,

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tendem a chorar e se apegar aos pais que está deixando e, quando estes
retornam, procuram espontaneamente a proximidade e o contato. Na presença
do cuidador primário as crianças naturalmente preferem interagir com as mães,
sendo que, em novos ambientes, procuram não se separar dos pais. A
princípio, a ausência dos pais está sempre associada ao sofrimento, e dão o
choro.

Perante o processo de adaptação, é visível que a resposta dos


pequenos com relação ao desmembramento de seus pais pode ocorrer de
diversificados modos, como forma de exprimir seus sentimentos, tais como
choro, ou mesmo calar-se e ficar introspectivas, adoecer, a recusa em
participar de brincadeiras, ou deixar de dormir.

Nesse sentido, e conforme o RCNEI (1998):

Algumas crianças podem apresentar comportamentos diferentes


daqueles que normalmente revelam sem seu ambiente familiar, como
alterações no apetite; retorno às fases anteriores do desenvolvimento
(voltar a urinar ou evacuar na roupa, por exemplo). Podem, também,
adoecer; isolar-se dos demais e criar dependências de um brinquedo,
da chupeta ou de um paninho. (RCNEI, 1998, p.80).

Para participar do estímulo e facilitar as interações e atividades na


creche, as crianças pequenas precisam primeiro superar os sentimentos
iniciais de insegurança e chegar a um acordo com a separação e a ausência de
seus pais ( Datler, Datler & Hover-Reisner, 2010 Roux, 2004 ). Entrar em um
novo plano de assistência pode ser perturbador para as crianças, mesmo que
não seja a primeira vez que elas são confrontadas com a separação e a
ausência de seus pais. Verificou-se que, em crianças em tenra idade, menos
estabilidade nos arranjos de cuidados, mudança de professor primário ou
atendimento a vários arranjos de cuidados estão relacionados a
comportamentos menos compatíveis e níveis mais baixos de brincadeiras
competentes com colegas e recursos (Howes e Hamilton, 1993; Howes e
Stewart, 1987; Morrissey, 2009; Rede de Pesquisa sobre Cuidados Infantis da
NICHD, 1998 ).

Através de uma análise feita por uma pesquisa realizada com 14 pais e
mães dos alunos da escola a qual leciono, consegui, conforme o material

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angariado, deparar com evidências de situações que envolvem o processo de
adaptação das crianças. No decorrer da realização dos questionários,
defrontei-me com respostas referentes à dedicação dos professores, o que se
sobressai perante as afirmações. Ao serem questionados, foi difundido que os
educadores em muito auxiliam no processo de adaptação da criança. A partir
de questionários a respeito das atividades dos professores no processo de
adaptação das crianças, cinco famílias responderam que “Dão colo quando as
crianças começam a chorar, divertem e comunicam-se, buscando para distraí-
las”; sete famílias disseram que “O carinho e a atenção dispensado faz com
que acalmem e sintam-se mais confiantes”; duas das famílias averiguadas
constataram que “Os profissionais dedicam-se bastante em acalmar as
crianças quando choram”. Conforme os questionários, percebi que as famílias
possuem e têm uma observação similar em relação ás atividades dos
professores no decorrer do período de adaptação.

O gráfico abaixo retrata as confirmações das famílias e/ou responsáveis


aprovando as atuações dos educadores na escola.

Gráfico - Os educadores auxiliam no processo de adaptação da criança? (14 respostas)

Sim - 100% (14)


Não

Anulado
Abstenção

Fonte: a autora

CONCLUSÃO

Quando as crianças passam a ficar pela primeira vez sob os cuidados


fora de seu eixo familiar, elas são confrontadas com a separação de seus pais,
deparando-se com um novo ambiente com rotinas diferentes e pessoas
desconhecidas, geralmente com menos probabilidades de interação do que
possuem em seus lares. A adaptação à combinação de cuidados não parentais

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pode ser um momento difícil e estressante para as crianças, vez que nas
crianças os cuidados emocionais dependem em grande parte da
disponibilidade e proximidade dos cuidados que possuem em casa.

Crianças ainda muito pequenas associam a separação de seus


principais cuidadores e o fato de estarem com pessoas que ainda não
conhecem e em ambientes diferentes dos seus com sentimentos de
insegurança, perda e até intimidação. Se eles possuem um relacionamento
afetuoso com seus principais cuidadores, tendem a chorar e apegar-se aos
pais que não estão com eles no momento e a partir do instante em que os pais
retornam, procuram espontaneamente a proximidade e o contato com eles.

Com isso, para que interajam e acostumem-se com o estímulo e o


convívio com as atividades na creche, as crianças precisam, antes, superar os
sentimentos iniciais de insegurança e, assim, aceitar/adaptar-se melhor à
separação e a ausência de seus pais. Integrar-se em um novo ambiente de
cuidado e assistência pode ser perturbador para elas, as crianças, ainda que
não seja a primeira vez que elas passem a ser confrontadas com a separação
e a ausência de seus pais.

Dito isso, sabemos que o trabalho não só dos educadores, mas também
dos pais, é fundamental para garantir o mais breve possível que o ambiente
envolto à Educação Infantil deixe de ser estranho para a criança. De modo em
conseguir isso, a criança tem que sorrir, acariciar, abraçar, beijar, brincar,
sendo que pais e educadores devem optar por uma aptidão passiva em relação
ao choro da criança, considerando que é o processo natural normal e, não
tardará, terá se adaptado aos novos costumes.

Toda e qualquer atitude das crianças devem ser respeitadas e acatadas


como normais, mas deve-se sempre tentar fazer com que a criança seja
envolvida em seu novo ambiente. Por isso, é muito importante que os pais,
junto aos professores, não reforcem a postura da criança, aceitando suas
atitudes de resistência, pois isso só serviria para intensificar o protesto na
próxima ocasião em que a separação for necessária. Sendo que cada criança é
diferente uma da outra e, assim, cada uma delas ensejará modificações

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diferentes, os educadores devem reunir o máximo de informações possível
sobre a criança e seus costumes e aprender sobre as adaptações típicas que
podem ser feitas.

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REFERÊNCIAS

AHMAD. Laila Azize Souto, Um breve Histórico da Infância e da Instituição


de Educação Infantil P@rtes (São Paulo). V.00 p.eletrônica. Junho de 2009.

BASSEDAS, Eulália. Aprender e ensinar na educação infantil / Eulália


Bassedas, Teresa Huguet & Isabel Solé; trad. Cristina Maria de Oliveira – Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil
(RCNEI). Brasília: MEC/SEF, 1998. V.: 1.

COUTINHO, Karyne Dias. / Pesquisa: o aluno da educação infantil e dos


anos iniciais. / Karyne Dias Coutinho. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007.

LADWING, Vânia Kunzler; GOI, Rosalina Elizete Pires, SOUZA, Jânia Loines
Gonçalves de. Adaptação e acolhimento na Educação Infantil, 2013.
Disponível em: < http://unicruz.edu.br/mercosul/pagina/anais/2013/EDUCACAO
%20E%20DESENVOLVIMENTO%20HUMANO/ARTIGOS/ADAPTACAO%20E
%20ACOLHIMENTO%20NA%20EDUCACAO%20INFANTIL.PDF >. Acesso
em data de: 04 de set. 2019.

RAPPAPORT, Andrea e PICCININI, Cesar Augusto. O ingresso e adaptação


de bebês e crianças pequenas à creche: alguns aspectos críticos.
Psicologia: reflexão e crítica, 2001, 14(1), p. 81-95.

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