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TEMA
01. Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil
02. A importância da prevenção ao suicídio no Brasil
03. A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro
04. Como combater os crimes de pedofilia no Brasil?
05. A importância da leitura na infância
06. Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros
07. Os desafios do ensino a distância no Brasil
08. A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros
09. Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil
10. O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro
11. A importância das campanhas de vacinação no Brasil
12. O problema da alienação parental no Brasil

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13. O poder de transformação social do esporte no Brasil
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14. Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros
15. HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade
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16. Os desafios do acesso igualitário ao saneamento básico


17. Desafios da adoção no Brasil
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18. Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil


19. O papel da família na educação de crianças e de adolescentes no Brasil
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20. A importância do trabalho voluntário em momentos de crise


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21. O problema da ansiedade entre os jovens


22. Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros
23. O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo
24. Os desafios da gestão do lixo no Brasil
25. Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer
26. O problema da cultura de transgressão às leis no Brasil
27. O problema do esgotamento profissional em questão no Brasil
28. As dificuldades da inclusão do idoso no mercado de trabalho em questão no Brasil
29. Os desafios para os profissionais das futuras gerações em questão no Brasil
30. Caminhos para garantir a alfabetização na primeira infância
31. O problema da cultura do cancelamento e da hostilidade nas redes sociais
32. O desafio da inclusão às pessoas com deficiência no Brasil contemporâneo
33. Por que o preconceito linguístico é um paradoxo no Brasil?
34. O problema do "bullying" nas escolas brasileiras
35. Os desafios do deslocamento nas cidades em questão no Brasil
36. A importância do combate aos maus-tratos aos animais
37. O problema do desperdício de comida entre os brasileiros
38. Crianças em situação de rua como combater esse problema no Brasil
39. Efeitos sociais da gravidez na adolescência em questão no Brasil
40. O brasileiro valoriza a construção da saúde coletiva
41. O desaparecimento de crianças no Brasil
42. O problema da superexposição nas redes sociais
43. O problema da violência contra os idosos
44. Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária
45. O problema da violência urbana em questão no Brasil.
46. O papel da tecnologia na formação educacional do brasileiro
47. A importância da prática de atividades físicas para a saúde dos brasileiros
48. O que o Brasil precisa aprender para lidar com o novo Coronavírus
49. O problema da automedicação entre os brasileiros

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50. A importância da cultura do autocuidado entre os brasileiros
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51. A autotutela na segurança e o porte de armas em questão no mundo contemporâneo
52. A construção da responsabilidade socioambiental no brasileiro em discussão na sociedade
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53. A crise do sistema carcerário em questão no Brasil contemporâneo


54. A distribuição agrária em questão no Brasil do século XXI
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55. A importância da implementação do civismo e da ética na sociedade


56. A importância da valorização do patriotismo pelos jovens brasileiros
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57. A importância do respeito à diversidade de gênero no Brasil


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58. A representatividade da mulher no esporte em discussão no Brasil


59. As causas e as consequências da poluição no Brasil
60. Cibercondria o problema do vício em tecnologia em questão no Brasil
61. Como alcançar o desenvolvimento de que o Brasil precisa
62. Desemprego um problema histórico com reflexos na contemporaneidade
63. O desafio da aceitação à diversidade familiar no Brasil
64. O papel social do ensino médio no Brasil contemporâneo
65. O problema da exclusão digital da terceira idade em discussão na sociedade brasileira
66. O problema da violência urbana no Brasil
67. Os desafios da ciência brasileira no século XXI
68. Os desafios do envelhecimento populacional para a sociedade brasileira
69. Os desafios para a inclusão digital do idoso em questão no Brasil
70. Os limites do uso da tecnologia pelas crianças
71. Violência nos estádios brasileiros como superar essa triste realidade
72. Doação de órgãos a importância dessa prática solidária
73. Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil
Tema - Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil

Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia


Constituinte, estabeleceram dois direitos: a saúde e a proteção à infância.
Ocorre que a epidemia de obesidade infantil impede que meninos e meninas
usufruam de ambos os direitos constitucionais. Nesse sentido, o combate à
doença no Brasil passa pela reeducação alimentar e pela desconstrução do
culto midiático aos alimentos ultraprocessados.

Sob uma primeira análise, os hábitos alimentares das crianças


inviabilizam a luta contra a obesidade. Nesse viés, a indústria alimentícia baseia
seus produtos a partir da gordura hidrogenada — capaz de aumentar o sabor,
a durabilidade e reduzir o custo da produção. Todavia, a saúde infantil fica
prejudicada ao consumir alimentos industrializados, já que ocorre aumento do
colesterol ruim, conhecido como LDL. Dessa forma, não é razoável que
meninos e meninas brasileiros estejam vulneráveis à insegurança alimentar.

De outra parte, a influência midiática dá lugar à tendência de

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sobrepeso entre as crianças. Sobre isso, o filósofo alemão Theodor Adorno
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desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual a publicidade
utiliza a persuasão constante, a fim de moldar um comportamento de compra.
O problema é que as crianças estão muito mais suscetíveis às cores, às músicas
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e às demais estratégias denunciadas por Adorno e não possuem
discernimento das consequências de uma alimentação irresponsável, baseada
em “fast-foods”. Assim, enquanto o culto à comida superprocessada se
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mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais graves doenças
do século: a obesidade infantil.
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Para combater o problema, portanto, as escolas — no exercício do seu


papel social — devem contribuir com a reeducação alimentar das crianças, por
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meio de projetos pedagógicos como oficinas e aulas lúdicas, capazes de


mostrar as consequências negativas dos “fast-foods”. Essa iniciativa poderia se
chamar “Crescendo com saúde” e teria a finalidade de construir hábitos
alimentares sadios, de sorte que, em breve, o Brasil experimente uma
sociedade justa, solidária e livre da obesidade infantil.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A importância da prevenção ao suicídio no Brasil

Em 1994, Mike Emme — rapaz norte-americano de apenas 17 anos —


tirou a própria vida e motivou o início de uma das campanhas mais relevantes
para a sociedade: o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Todavia, o combate
ao problema não se mostra efetivo no Brasil, o que faz surgir, a cada dia, outros
“mikes”, seja pela inabilidade social em discutir acerca do suicídio, seja pela
pouca importância dada aos transtornos mentais daqueles que buscam a morte
voluntária.

De início, Johann Goethe — fundador do Ultrarromantismo europeu —


relacionou a ideação suicida aos sentimentos do eu-lírico, em sua obra
“Sofrimentos do Jovem Werther”. Para o escritor, tirar a própria vida seria o
símbolo da fuga existencial: conceito reproduzido por outros autores. Ocorre
que a romantização do suicídio proposta por Goethe se converteu em
indiferença no imaginário da sociedade brasileira, de modo que a morte
voluntária não recebe a devida importância, o que se mostra grave problema
social. Nesse viés, não é razoável que os brasileiros menosprezem a ideação

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suicida e sejam omissos aos comportamentos que a revelem.
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Sob outra análise, a omissão às doenças psiquiátricas dá lugar à busca
pela morte voluntária. Sobre isso, no século XVIII, o suicídio passou a ser tratado
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como uma atitude derivada de distúrbios mentais, a exemplo da depressão.
Nesse sentido, o médico francês Philippe Pinel foi pioneiro em propor o
tratamento medicalizado daqueles que tentam subtrair a própria vida.
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Entretanto, substancial parcela dos brasileiros é indiferente aos avanços da


psiquiatria, promovidos no século XVIII. Essa atitude omissa representa
obstáculo para que a campanha do Setembro Amarelo cumpra seus objetivos,
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e, enquanto o silêncio da sociedade se mantiver, o mundo será obrigado a


conviver com o mal do século: o suicídio.
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O problema que ceifou a vida de Mike Emme precisa, pois, receber a


devida importância no Brasil. Para que isso ocorra, as escolas — no exercício do
seu papel social — devem desconstruir a visão reducionista do suicídio e dar
mais visibilidade aos distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Essa iniciativa
aconteceria por meio de um projeto pedagógico, que poderia se chamar “Cada
vida conta”, no qual os indivíduos seriam estimulados a compartilhar suas
angústias, a fim de receber o devido tratamento e, dessa forma, fortalecer a
saúde mental e retomar, portanto, a vontade pela vida.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro

Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia


Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito
ao equilíbrio ambiental e a sustentabilidade como valores supremos de uma
sociedade fraterna. Entretanto, a pouca importância dada à necessidade de
redução do consumo de plástico torna a aplicação desses direitos constitucionais
uma utopia, seja pela manutenção da cultura de excessos, seja pela omissão do
Estado.

Sob uma primeira análise, o consumismo inviabiliza a utilização consciente


de plástico. A esse respeito, no século XIX, surgiu o conceito de Sociedade de
Consumo, que critica o fato de praticamente todas as relações sociais serem
baseadas em compra. Nesse sentido, o comportamento de parcela da população
brasileira se relaciona à realidade consumista denunciada há mais de 100 anos,
de sorte que homens e mulheres estão submissos ao gasto inconsciente, que
demanda embalagens e insumos produzidos com material plástico. Logo, é
incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, ainda se perpetue a falta de

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conscientização socioambiental.
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De outra parte, em 1992, a Organização das Nações Unidas promoveu um
evento conhecido como “Cúpula da Terra” e elaborou a Política da
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Sustentabilidade — reduzir, reutilizar, reciclar — com objetivo de desestimular o
comportamento poluente. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser um país
desenvolvido, as iniciativas do Estado têm sido incapazes de estimular a prática
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sustentável, e, com isso, substancial parcela da população ainda é indiferente à


redução proposta pela ONU. Além disso, essa indiferença demonstra pouca —
ou nenhuma — responsabilidade com o meio ambiente. No entanto, se as
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autoridades se mantiverem inertes, o uso excessivo desse material não


biodegradável continuará sendo a regra.
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Impende, pois, que a redução do consumo de plástico seja tratada com


importância no Brasil. Dessa maneira, o Ministério do Meio Ambiente, cuja função
é adotar o uso sustentável dos recursos naturais, deve combater, de forma eficaz,
a cultura de excessos presente na contemporaneidade, por intermédio de
palestras comunitárias, realizadas uma vez por semana, que poderiam chamar
“Na medida certa”. Essa iniciativa teria a finalidade de ensinar a necessidade de
redução dos compostos não biodegradáveis, além de mitigar a omissão do
Estado. Assim, o real objetivo da “Cúpula da Terra” será, de fato, colocado em
prática no século XXI.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Como combater os crimes de pedofilia no Brasil?

O romance "Lolita" — obra russa produzida em 1955 — narra a terrível


relação sexualizada entre uma criança e um homem, que coloca na menina o
apelido que dá nome ao livro. Todavia, narrativas repugnantes como a de
"Lolita" são comuns fora da ficção e representam na prática um dos mais graves
problemas da sociedade: a pedofilia. Assim, para mitigar essa mazela, há de se
combater o silêncio da família e do Estado.

Sob uma primeira análise, não há como mitigar a exploração sexual


infantil velada se os responsáveis se mantiverem omissos. Nesse viés, desde a
Era Vargas, as crianças são consideradas hipossuficientes — grupos vulneráveis
dependentes de cuidados integrais — e tiveram a proteção consolidada no
artigo 6° da atual Constituição. Ocorre que substancial parcela das famílias
brasileiras é incapaz de oferecer o cuidado historicamente consolidado por
Vargas e pela Carta Magna vigente. Inclusive, os agressores costumam ser

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justamente aqueles que deveriam cuidar da integridade da criança. Com efeito,
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os abusos a meninos e a meninas se mostram atitudes cruéis e, se não forem
combatidos a tempo, terão consequências irreparáveis à formação infantil.
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De outra parte, a OMS classificou a pedofilia como um transtorno
mental, a fim de evidenciar que a exploração sexual às crianças não deve ser
vista apenas como um crime, mas também como um desvio psiquiátrico do
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agressor. Todavia, a ineficiência do combate à pedofilia pelo Estado brasileiro


é incompatível com a relevância proposta pela Organização Mundial da Saúde,
de modo que campanhas nas mídias sociais — a exemplo do Maio Laranja — são
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insuficientes para garantir a proteção da infância e da dignidade humana.


Desse modo, é incoerente que, mesmo sendo Estado Democrático de Direito,
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o Brasil ainda permita que as crianças protagonizem lolitas em suas próprias


realidades.

A pedofilia, portanto, precisa ser repudiada pelas famílias e pelo


Poder Público. Nesse sentido, o Ministério Público, com o auxílio das
autoridades escolares, deve ensinar a população a combater esse crime, por
meio de projetos pedagógicos, como oficinas e palestras, capazes de orientar
pais e responsáveis a identificar os casos de pedofilia dentro dos seus próprios
lares. Essa iniciativa teria a finalidade de problematizar a omissão familiar e
reafirmar a presença do Estado na repressão a esse crime, de sorte que meninos
e meninas vivam, de fato, em uma sociedade livre, justa e responsável.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A importância da leitura na infância

A literacia familiar — ato de ler para os filhos — tem origem na Europa


renascentista, a partir da invenção da imprensa, por Gutenberg. Essa prática
melhora a qualidade da alfabetização e permite o contato prematuro entre
obras as literárias e as crianças. Todavia, aquilo que é realidade entre os
europeus, no Brasil, mostra-se uma utopia, já que a extrema desigualdade social
e a alienação parental impedem que leitura receba a devida importância,
sobretudo na infância.

De início, não há como promover o contato com os livros em uma


sociedade marcada pela fome. A esse respeito, no século XVI, durante o
período da Colônia de Exploração, apenas a aristocracia — organização
composta pelos nobres — tinha acesso à leitura e à alfabetização de qualidade.
Ocorre que, no Brasil contemporâneo, a população pobre ainda é excluída da
possibilidade de ler, o que reproduz a marginalização iniciada no século XVI.
Assim, a escassez de recursos e a extrema desigualdade social tornam a literacia
familiar uma realidade distante.

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Sob outra análise, o escritor realista Eça de Queirós, em sua obra “O
Primo Basílio”, critica a instituição familiar moderna e revela as suas crises e a
perda da sua função social. Com efeito, os lares brasileiros exemplificam a
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falência denunciada por Eça, de modo que é inviável ser leitor em um ambiente
marcado pela agressão à mulher, pela falta de afeto e pela ausência parental.
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Desse modo, enquanto os lares brasileiros forem desestruturados, as crianças


serão incapazes de perceber a importância de uma das práticas mais relevantes
para a humanidade: a leitura.
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Para solucionar o problema, portanto, as prefeituras, em parceria com as


escolas de nível fundamental, devem buscar romper a marginalização histórica
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acerca da leitura, por meio da realização de projetos pedagógicos, como


“workshops” e gincanas criativas que receberiam o nome de “Aprendi no livro”.
Essa iniciativa dos municípios teria a finalidade de mostrar aos pais e às mães a
importância de manter um ambiente saudável, que possibilite o contato com os
contos fantásticos e com as histórias. Assim, a literacia familiar deixará de ser
uma realidade restrita à Europa, e meninos e meninas poderão conhecer, enfim,
o poder de transformação da leitura.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros

Em 1955, a indústria tabagista lançava a sua principal campanha com o


objetivo de incentivar o consumo de cigarro: o “cowboy” da Marlboro. Com efeito,
o hábito de fumar fomentado desde o século passado representa grave problema
de saúde pública. Desse modo, é urgente não só que os fumantes brasileiros
compreendam as consequências negativas do fumo, mas também que o interesse
das grandes empresas do setor dê lugar ao bem-estar da coletividade.

De início, é incoerente que, mesmo com todas as consequências nocivas,


ainda haja cultura de fumantes no Brasil. Nesse viés, a combustão do tabaco gera
aproximadamente 2000 compostos químicos, como hidrocarbonetos, substâncias
poluentes e cancerígenas. Ocorre que a população fumante desconhece — ou
ignora — os efeitos dessas substâncias tóxicas para o organismo humano. Dessa
forma, não é razoável que o prazer momentâneo de um cigarro dê lugar ao câncer
de pulmão, ao enfisema pulmonar e a diversas doenças letais.

Sob outra análise, a Lei Antifumo, publicada em 2011, prevê estratégias

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para desestimular o consumo de cigarros e garante a integridade, inclusive, dos
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fumantes passivos. Nesse viés, a influência da indústria tabagista brasileira ainda é
um obstáculo para que a legislação brasileira alcance plenamente seus objetivos. A
esse respeito, os cigarros sem fumaça e a facilitação do contrabando dos maços são
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estratégias cruéis que desqualificam as campanhas antitabagismo no Brasil. Assim,
enquanto os interesses das grandes empresas tabagistas se mantiverem vivos, ainda
haverá “cowboys” da Marlboro na sociedade brasileira.
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O consumo de cigarros precisa, portanto, ser combatido no Brasil. Para


isso, o Ministério da Saúde deve apresentar à sociedade os malefícios do fumo, por
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meio de infográficos e de documentários, como depoimentos de indivíduos que


desenvolveram doenças pulmonares, a fim de eliminar a prática do tabagismo.
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Inclusive, o próprio MS precisa fiscalizar as empresas que comercializam maços de


forma irregular, por intermédio do envio de fiscais aos centros de distribuição
desses produtos, de sorte que a nação brasileira construa, de fato, uma sociedade
saudável e livre dos malefícios do tabaco.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Os desafios do ensino a distância no Brasil

Em 1975, era fundada a pioneira em educação remota no Brasil: a


TVE. Seguindo o caminho aberto pelo jornalista Roquette-Pinto, a emissora
deu início à história da EAD no país e levou conhecimento aos quatro
cantos da nação verde-amarela. Todavia, a implementação sistemática do
ensino a distância, iniciada por Roquette-Pinto, apresenta desafios que
passam não só pela dificuldade da cultura de autoaprendizagem, mas
também pela falta de recursos básicos da população.
A princípio, o sistema educacional vigente no Brasil é inspirado no
modelo iluminista e impõe a submissão intelectual do estudante à figura
do professor, que seria o detentor do conhecimento. Nesse sentido, o
aluno, desde o iluminismo, acostumou-se a ser passivo no processo de
aquisição do conhecimento, realidade que inviabiliza a autoaprendizagem
característica do ensino a distância. Assim, enquanto houver mentalidade
passiva por parte dos estudantes, a educação remota não alcançará seus
objetivos.

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De outra parte, outro grave obstáculo que impede a implementação
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do EAD é a carência de recursos básicos da população. Acerca disso, a
proposta de sistematização do ensino a distância esbarra na falta de
urbanização e na miséria extrema de alguns locais negligenciados, como o
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município de Melgaço, no Pará — menor IDH do Brasil. Nesse viés, não há


como aprender, presencial ou remotamente, convivendo com a fome e
com ausência de serviços básicos, assim como ocorre na cidade paraense.
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Assim, antes de usufruir dos benefícios das videoaulas e dos conteúdos on-
line, o saneamento e a alimentação precisam ser oferecidos a todos.
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Urge, portanto, que o Ministério da Educação modifique a


mentalidade dos estudantes, por meio de projetos de iniciação científica,
que estimulem os alunos a desenvolver a autoaprendizagem, a fim de
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desconstruir a passividade histórica do ensino. Por sua vez, o Ministério


Público Federal precisa fiscalizar a oferta de serviços básicos, como
saneamento e alimentação, por intermédio de visitas a locais carentes. A
iniciativa do MPF teria a finalidade de garantir que o ensino a distância
encontre condições favoráveis para sua implementação, de modo que o
papel social da TVE seja realidade em todos os locais do país.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros

Em 1770, nascia um dos músicos mais reconhecidos da história:


Ludwig van Beethoven — alemão que, desde a infância, mostrava grande
interesse pelo piano, que lhe ajudara a vencer os obstáculos que se
impunham. De forma análoga, o contato com a música é capaz de ampliar os
horizontes dos estudantes brasileiros, tal como houve com o artista, o que
pode contribuir, inclusive, com a formação educacional dos estudantes.
Todavia, a carência de incentivo do Estado e da família inviabiliza o
surgimento de novos beethovens entre os alunos.

Sob uma primeira análise, a música potencializa a atividade cognitiva


cerebral. À vista disso, o fenômeno das sinapses neurais consiste na ligação
entre os neurônios — células responsáveis pelo funcionamento do cérebro.
Esse processo ocorre na infância, de sorte que práticas artísticas, como cantar
ou tocar um instrumento, são capazes de estimular essas conexões
neuronais. Todavia, o Estado, materializado na figura das escolas, mostra-se
incapaz de perceber o potencial de transformação que a música pode

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oferecer aos estudantes, que perdem a oportunidade de desenvolver ainda
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mais sinapses neurais. Assim, a formação educacional poderia ser mais
interessante e mais produtiva, caso os instrumentos e as melodias fizessem
parte da rotina escolar.
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De outro modo, os pais de Beethoven estimulavam a música desde a


infância: realidade que não se reproduz no cotidiano contemporâneo. Nesse
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viés, a educação será de fato libertadora quando a família assumir o seu


papel na formação dos filhos, ideia que foi defendida por Paulo Freire na
obra “Pedagogia do Oprimido”. Ocorre que os responsáveis não
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compreendem — ou sequer conhecem — a relevância da música sobre a


educação de meninos e de meninas, e muitas famílias consideram essa
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manifestação artística como antagonista da aprendizagem escolar. Assim, é


incoerente que os pais desejem a melhor formação aos filhos, mas não
estimulem o contato com a arte sonora desde a infância.

Há de se valorizar, portanto, a música no processo educacional desde


os primeiros anos da vida. Nesse sentido, as escolas, com apoio dos pais e
das mães dos estudantes, devem realizar projetos pedagógicos, como
oficinas musicais que estimulem a atividade cerebral dos alunos e ajudem-
nos a melhorar a concentração e a memória. Essa iniciativa poderia se chamar
“Aumentando a nota” e teria a finalidade de mostrar às famílias a importância
da arte sonora no ensino, para que, assim como propôs Paulo Freire, a
educação passe a ser, de fato, transformadora.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil

A série "The Good Doctor" narra os conflitos e os preconceitos vividos pelo


Dr. Shaun Murphy no contexto de um grande hospital norte-americano. Com efeito,
as dificuldades sofridas pelo protagonista são a realidade de muitos autistas fora da
ficção, o que representa grave obstáculo à verdadeira inclusão social desse grupo e
exige medidas para desconstruir as posturas discriminatórias e para promover a
verdadeira inclusão.

A princípio, é urgente que o indivíduo contemporâneo repudie a intolerância


àqueles que apresentam Transtornos do Espectro Autista. Sob essa análise, o
sociólogo Gilberto Freyre defende, na obra “Casa-grande e Senzala”, que, durante a
formação colonial, as diferenças eram vistas com repulsa. Assim, aqueles que
divergiam do padrão eram — e ainda são — marginalizados. Ora, sempre que alguém
relaciona a palavra autista a uma piada ou a um preconceito, fica nítido que a
intolerância e a discriminação denunciadas por Freyre ainda permanecem como cruel
realidade. Portanto, não é razoável que a sociedade do século XXI manifeste posturas
arcaicas em relação à população com TEA.

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De outra parte, Aristóteles desenvolveu o conceito de isonomia, segundo o
qual as pessoas deveriam se ajustar às condições das outras. Entretanto, apesar de o
brasileiro ser mundialmente conhecido por ser um povo receptivo, substancial
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parcela ainda nutre uma grave mazela social: a dificuldade de praticar a isonomia
aristotélica. Nesse sentido, é justamente por essa característica social negativa que a
população autista ainda está distante de experimentar a isonomia proposta pelo
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filósofo grego. Desse modo, enquanto o autismo for visto como doença — e não
como uma característica — a verdadeira inclusão ainda permanecerá distante.
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Medidas devem, pois, ser tomadas para que os indivíduos com autismo sejam
tratados com dignidade. Para isso, as escolas precisam, com urgência, desconstruir o
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histórico preconceito enraizado desde o Brasil Colônia, por meio de eventos


pedagógicos, como aulas e palestras, realizados com a participação de pessoas com
TEA. Essa iniciativa teria a finalidade de promover a efetiva inclusão, de forma
isonômica, de modo que os conflitos experimentados por Shaun Murphy sejam, em
breve, apenas ficção.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro

Desde a Antiguidade Clássica, a Índia ficou conhecida por produzir a


cana, matéria prima de onde era extraído um dos mais cobiçados produtos do
mundo na época: o açúcar. Entretanto, o consumo excessivo desse ingrediente
representa grave problema de saúde pública e, ao contrário do que ocorria na
Antiguidade, não deve ser supervalorizado pela população. Antes, há de se
repensar os hábitos alimentares, bem como a cultura de utilização desse
ingrediente comum nas refeições.

De início, quando o organismo humano consome grande quantidade de


açúcar, o fígado transforma o excedente em gordura, e o pâncreas libera maior
quantidade de insulina. Ocorre que esses processos metabólicos se mostram
nocivos a longo prazo: a gordura produzida forma tecido adiposo, cujo excesso
causa o problema da obesidade. Inclusive, a imprudência no consumo
desmesurado dessa substância pode promover resistência à insulina e
desenvolver diabetes — doença que pode ser irreversível e levar à morte.
Assim, a presença da sacarose no cotidiano brasileiro oferece mais riscos do
que benefícios.

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Sob outra análise, a cultura de consumo de açúcar prejudica a saúde da
população. Nesse viés, desde o século XVII, a economia do Brasil baseou-se na
produção agroindustrial da cana, e, naquele momento, houve forte incentivo do
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“ouro branco” — como ficou conhecido após o processo de refino — adquirido


por todas as classes sociais. Todavia, esse costume enraizado desde o Período
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Colonial traz consequências negativas, e o consumo desmesurado é


considerado problema de saúde pública pela OMS. Assim, não é razoável que,
nas mesas brasileiras, ainda seja comum este perigoso ingrediente: o açúcar.
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Para que a sociedade modifique seus hábitos cotidianos, portanto, as


escolas devem combater o consumo de doces desde os primeiros anos da
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infância, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas capazes de mostrar


os impactos do açúcar ao organismo, a exemplo da obesidade e da diabetes.
Essa iniciativa das autoridades escolares, em conjunto com o Ministério da
Educação, teria a finalidade de desconstruir o culto ao açúcar iniciado na
Antiguidade Clássica e perpetuado no Brasil Colônia, de sorte que, em breve,
os indivíduos possam usufruir de uma alimentação menos calórica e,
consequentemente, mais saudável.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A importância das campanhas de vacinação no Brasil

Em 1952, o médico virologista Jonas Salk desenvolveu a vacina contra a


poliomielite e contribuiu para a erradicação da doença em 1980. Entretanto, a
negligência às campanhas de vacinação fragiliza a conquista de Salk e prejudica
toda a sociedade. Com efeito, a efetiva cobertura vacinal pressupõe que se
combata não só a rejeição às campanhas, mas também a falsa impressão de que
as doenças deixaram de existir.
À vista disso, a resistência popular às vacinas inviabiliza o controle de
enfermidades. A esse respeito, o sanitarista Oswaldo Cruz implantou em 1904
políticas de imunização, que foram repudiadas pela população da época, o que
motivou a Revolta da Vacina. Ocorre que a rejeição enfrentada pelo médico ainda
é a realidade e evidencia grave retrocesso capaz de prejudicar a saúde pública
brasileira de forma irreparável. Nesse sentido, não é razoável que, mesmo sendo
nação pós-moderna, ainda se mantenha o repúdio à vacinação comum há mais de
100 anos.
De outra parte, a baixa adesão às campanhas se deve à ilusão de que as

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doenças deixaram de existir. Nesse viés, o médico Maurice Hilleman desenvolveu
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a vacina tríplice viral em 1963, fundamental para que o sarampo fosse eliminado
do Brasil em 2016. Todavia, a doença combatida por Hilleman voltou a ser um
problema para os brasileiros, já que substancial parcela da população nutre a
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atitude imprudente e inconsequente de rejeitar a prevenção. Assim, enquanto a


falsa impressão de inexistência dos vírus se mantiver, a sociedade contemporânea
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será obrigada a conviver com um dos mais graves obstáculos para a saúde pública:
a reemergência de doenças.
As campanhas de vacinação, portanto, precisam receber a devida
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importância. Para isso, o Ministério da Educação deve desconstruir as notícias


falsas, como as que invalidam a eficácia das vacinas, por meio de aulas de biologia
22 Ig

realizadas com frequência, para que a rejeição às campanhas deixe de ser


realidade no país. Por sua vez, os indivíduos — no exercício do seu senso crítico —
podem evidenciar que os vírus e demais agentes etiológicos não deixaram de
existir. Essa iniciativa social seria feita por intermédio de discussões na internet, a
fim de que o combate iniciado por Jonas Salk, enfim, deixe de ser apenas teoria.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema da alienação parental nos lares brasileiros

Na década de 80, Richard Gardner — psiquiatra norte-americano —


conceituou como Síndrome da Alienação Parental o distúrbio infantil provocado
pela persuasão negativa de algum genitor exercida sobre a criança contra outro
parente. Com efeito, esse problema descrito por Gardner representa grave
mazela social, na medida em que afeta o desenvolvimento de substancial parcela
da população infanto-juvenil. Dessa forma, como solução do entrave, há de se
desconstruir o individualismo, a fim de mitigar os prejuízos psicológicos.

Sob uma primeira análise, o egoísmo dos pais prejudica o relacionamento


saudável dos filhos. Nesse viés, a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão — baseada nos ideais iluministas — entende que a família deve
assegurar o bem-estar de meninos e de meninas: critério fundamental para a
garantia de condições dignas de humanidade. Ocorre que, em muitos lares
brasileiros, as famílias são incapazes de compreender o papel que exercem na
promoção da dignidade humana desses pequenos indivíduos e são indiferentes.
Esse fenômeno cruel vai de encontro à legislação internacional iluminista, haja

2 s
vista a irresponsabilidade de se utilizar da criança como forma de punir o cônjuge
86 iro
ou parente. Dessa forma, é incoerente que os genitores, embora responsáveis
pelo bem-estar dos filhos, sejam justamente aqueles que lhe prejudicam.
53 lle

De outra parte, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a


prejuízos psicológicos. A esse respeito, o médico Peter Sifneos nomeou como
07 Fa

“Alexitimia” o conceito clínico conhecido popularmente como “cegueira


emocional”, segundo o qual o relacionamento tóxico com os genitores pode
provocar na criança a perda da capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido,
09 or

muitas famílias são imprudentes com o comportamento antes os filhos e, assim,


são responsáveis por ocasionar consequências irreparáveis como a síndrome
definida por Sifneos. Desse modo, enquanto a dominação negativa sobre os
22 Ig

jovens se mantiver, a sociedade terá de conviver com um dos piores obstáculos


para o desenvolvimento: a perpetuação da alienação parental.

Impende, pois, que a síndrome abordada por Richard Gardner deixe de


ser realidade no Brasil. Para isso, as escolas devem contribuir para combater o
individualismo presente entre as famílias, por meio de um projeto pedagógico
composto por palestras e oficinas que chamem os pais à ação. Essa iniciativa se
chamaria “Lar saudável de verdade” e teria a finalidade de orientar os
responsáveis a garantir a saúde afetiva das crianças e, com sorte, construir uma
sociedade justa, solidária e livre da alienação.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O poder de transformação social do esporte no Brasil

No século VIII antes de Cristo, a Antiguidade grega criou o conceito de


Paz Olímpica, cuja função era apaziguar a guerra, proteger a população e garantir
a civilidade durante os jogos. Com efeito, o esporte mudou a história da Grécia
e ainda, na contemporaneidade, é capaz de transformar a trajetória dos
brasileiros, seja por dar visibilidade social a grupos marginalizados, seja por
promover a igualdade.

De início, a filósofa Simone de Beauvoir desenvolveu o conceito de


Invisibilidade Social, segundo o qual alguns grupos são intencionalmente
excluídos e ficam vulneráveis à criminalidade. Nesse sentido, o esporte
representa uma estratégia para reverter a indiferença denunciada por Beauvoir,
de sorte que oferece novas perspectivas de vida e valores para homens e
mulheres marginalizados. Dessa forma, em uma nação marcada pela
desigualdade e pela escassez de recursos, o desporto é mais do que uma
atividade: é uma esperança.

2 s
Sob outra análise, Nelson Mandela — ex-presidente da África do Sul —
86 iro
decidiu sediar, em 1995, a Copa do Mundo de Rúgbi e promoveu a união social
dentro dos estádios, onde brancos e negros ficaram de um mesmo lado com
objetivos iguais. Nesse viés, ainda que depois de décadas, substancial parcela
53 lle
dos cidadãos é incapaz de reproduzir o ideal proposto por Nelson Mandela e
subverte a ideologia do esporte: em vez de usar os jogos para desconstruir o
racismo, fomentam a injúria racial e o preconceito. Desse modo, se a falta de
07 Fa

empatia se mantiver, as arenas serão ambientes hostis e sem uma das mais
importantes funções do desporto: a transformação social.
09 or

Impende, pois, que o esporte tenha, de fato, poder de mudança no Brasil.


Dessa maneira, o Ministério da Educação, no exercício do seu papel social, deve
22 Ig

zelar pela prática inclusiva e igualitária de atividades esportivas, por intermédio


da implementação de um projeto extracurricular nas escolas, realizado uma vez
por semana, que poderia chamar “Virando o jogo”. Essa iniciativa teria a
finalidade de combater a cultura de hostilidade e de ensinar que o preconceito
não deve estar presente na sociedade. Assim, o ideal de inclusão proposto por
Nelson Mandela deixará, enfim, de ser uma utopia no Brasil.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros
Em 1792, o médico francês Philippe Pinel desenvolveu estudos acerca do
Transtorno Depressivo e contribuiu para que essa doença fosse tratada com
prioridade. Todavia, a negligência em torno da depressão mostra que a sociedade
brasileira ainda está distante de experimentar a conquista iniciada por Pinel. Com
efeito, desconstruir a visão reducionista sobre o transtorno e a valorizar a saúde mental
são caminhos possíveis para combater o problema.

Sob uma primeira análise, as características da depressão foram relacionadas a


sentimentos durante o século XIX, sobretudo pelos escritores da Geração
Ultrarromântica, cujo expoente era Álvares de Azevedo. Esse autor romântico construía
seus textos vinculando a ideação suicida ao amor, o que contribuiu para que a tristeza
depressiva fosse romantizada. Ocorre que o imaginário contemporâneo brasileiro
ainda nutre a visão equivocada e reducionista de que esse transtorno mental grave é
uma sensação passageira, tal como descreviam os poetas românticos, o que inviabiliza
o reconhecimento da doença pelo paciente. Assim, não é razoável que a depressão
seja negligenciada pela sociedade contemporânea.

De outra parte, é urgente que o brasileiro valorize a sua saúde mental, cuja

2 s
deficiência dá ensejo à depressão. Nesse viés, na obra “O Mal-estar da Civilização”,
86 iro
Sigmund Freud desenvolveu o conceito de Cultura de Sucesso, segundo o qual o
indivíduo moderno deve ter êxito em todas as tarefas que se propõe a fazer, e essa
imposição seria capaz de subjugá-lo ao mal-estar da modernidade. Essa busca
53 lle

frustrada pelo sucesso constante, tal como Freud descreveu, se mostra frequente no
Brasil, e a sua principal consequência é a depressão. Nesse sentido, é necessário que
07 Fa

a Cultura de Sucesso — denunciada pelo Pai da Psicanálise — dê lugar ao bem-estar


da mente, sob pena de uma das mais graves doenças mentais segundo a OMS: a
depressão.
09 or

Para combater o transtorno, portanto, o Ministério da Saúde, em parceria com


as escolas, deve desconstruir a visão romantizada que associa depressão a um
22 Ig

sentimento, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e palestras que mostrem
as consequências hormonais da doença psiquiátrica. Essa iniciativa teria finalidade de
trazer à tona a importância do autocuidado e do bem-estar da mente pela sociedade
brasileira, de sorte que o mal-estar descrito por Freud, em breve, dê lugar à saúde
mental valorizada por Philippe Pinel.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade

Em 1969, o mundo conheceu o evento que entraria para a história


como símbolo de liberdade social: o Festival de Woodstock, que reuniu mais
de 400 mil hippies em busca da sexualidade livre. Todavia, a liberalidade
sexual pregada naquela época deu lugar ao HIV — vírus que ainda se mostra
um desafio para sociedade e para a saúde pública. Com efeito, para
combatê-lo, há de se desconstruir o preconceito e a desinformação.

De início, os estereótipos acerca da AIDS dificultam o efetivo controle


da doença. A esse respeito, a minissérie brasileira “Hebe” retrata o período
dos anos 80, em que a sociedade associava a síndrome aos gays e às
prostitutas. Ocorre que essa associação denunciada na produção ficcional
ainda permeia o imaginário coletivo e representa grave problema, de modo
que os pacientes soropositivos são marginalizados. Assim, não é razoável
que as pessoas com HIV sejam obrigadas a conviver não só com o vírus, mas
também com o preconceito.

2 s
Sob outra análise, o Brasil adotou, em 1996, a distribuição gratuita
86 iro
medicamento antirretrovirais — remédios que, embora não eliminem o vírus,
impedem a transmissão para outros indivíduos. Todavia, o tratamento
iniciado em 96 é incapaz de atingir a eficácia social, já que, segundo o
53 lle
Ministério da Saúde, em 2019, aproximadamente 70 por cento dos
contaminados desconhecem que o seu status sorológico e,
consequentemente, não buscam tratamento e propagam o vírus. Dessa
07 Fa

forma, enquanto a desinformação se mantiver, os brasileiros serão obrigados


a conviver com um dos mais graves problemas de saúde pública: a AIDS.
09 or

O combate ao HIV, portanto, precisa deixar de ser um desafio. Nesse


viés, as escolas — entidades responsáveis pela atualização da mentalidade
22 Ig

social — devem contribuir para que os indivíduos não façam juízo de valor
negativo das pessoas com AIDS, por meio de “workshops” e palestras
liderados por indivíduos com o vírus. Essa iniciativa teria a finalidade de
combater a desinformação e motivar que homens e mulheres usem
preservativos, façam o teste e identifiquem a doença. Desse modo, a
epidemia de HIV dará lugar à responsabilidade, e o Brasil será conhecido
como nação justa, solidária e, de fato, livre do preconceito.
TEMA – Os desafios do acesso igualitário ao saneamento básico

“Parasita” — produção ficcional sul-coreana — retrata os desafios


enfrentados pela família Kim, que, excluída de qualquer política de tratamento
básico, vive em situação deplorável. Entretanto, esse drama não se resume à
ficção, na medida em que a falta de acesso igualitário ao saneamento ainda é
realidade entre os brasileiros, o que representa cruel mazela social. Com efeito,
a solução do problema passa pela valorização da dignidade humana e da
resolução da ineficiência história.

Sob uma primeira análise, a crise sanitária inviabiliza o efetivo tratamento


digno de humanidade. A esse respeito, a OMS estabeleceu em 2019, por meio
da Agenda 2030, que tratar o esgoto é condição fundamental para a dignidade.
Ocorre que 50% dos brasileiros, em contexto de desigualdade social, não
dispõem de acesso ao saneamento mínimo necessário garantido pela OMS — de
acordo com dados do Ministério da Saúde. Essa carência fere a integridade
desses indivíduos, que são expostos diariamente ao risco de contaminação de
graves doenças. Dessa maneira, não é razoável que a escassez de recursos

2 s
sanitários permaneça em um país que almeja o desenvolvimento nacional.
86 iro
De outra parte, o médico Oswaldo Cruz — responsável pelas políticas
sanitárias — implementou medidas como a coleta de lixo e o tratamento de
53 lle
esgoto: caminhos imprescindíveis para o equilíbrio ambiental. Todavia, a
revolução iniciada no século passado é incapaz de favorecer toda a população
na contemporaneidade, haja vista a omissão e a ineficiência de um Poder Público
07 Fa

que assegura, na teoria, a igualdade no acesso aos procedimentos essenciais, e,


no entanto, os projetos não são postos em prática. Além disso, essa atitude do
Estado evidencia cruel retrocesso para uma sociedade que antes fora
09 or

beneficiada pela conquista de Oswaldo Cruz. Dessa forma, enquanto a


negligência do Governo se mantiver, substancial parcela dos cidadãos brasileiros
22 Ig

terá de conviver com um dos piores obstáculos sociais: a ausência de direitos


básicos.

Impende, pois, que a igualdade do saneamento deixe de ser um desafio


no Brasil. Para isso, o Ministério das Cidades deve, com urgência, promover a
dignidade humana dos indivíduos, por intermédio de políticas sanitárias eficazes,
como a limpeza urbana e o tratamento de resíduos sólidos, de esgoto e de água,
com foco nas regiões mais carentes, capazes de equalizar o acesso ao essencial.
Essa iniciativa poderia se chamar “Saneamento Presente” e teria a finalidade de
romper com a inércia das autoridades e com as dificuldades históricas, e assim,
os cidadãos poderão deixar de viver, tal como no filme sul-coreano, como
parasitas.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Os desafios da adoção no Brasil

A produção ficcional “Anne com “e” narra o drama de uma menina


que perdeu os pais e desde estão anseia por uma família que a acolha. Com
efeito, histórias como a de Anne não se resumem à ficção: todos os dias
milhares de crianças e de adolescentes vivem a cruel realidade de não ter um
lar. Nesse sentido, para que a adoção deixe de ser um desafio no Brasil, há de
ser combater a burocracia nos processos, bem como a idealização enraizada
entre os adotantes.

A princípio, o Código Civil de 1916 estabeleceu critérios rígidos, a


exemplo do mínimo de 50 anos de idade para adotar, e, em 1957, outra lei
passou a obrigar a mediação pelo Poder Judiciário, tornando obrigatória a
contratação de advogados. Ocorre que a rigidez inadequada do
procedimento de adoção, prevista em 1916 e 1957, ainda se perpetua no
Brasil e se mostra entrave para que crianças e adolescentes passem a ter uma
família. Assim, não é razoável que se mantenha a burocracia, mesmo após a
revogação do Código Civil de 1916.

2 s
86 iro
De outra parte, além do excesso de procedimentos, outro conflito
inviabiliza a efetivação do processo adotivo: a idealização. A esse respeito,
substancial parcela das famílias busca adotar crianças de até quatro anos de
53 lle

idade, branca e sem irmãos, o que manifesta na prática o cruel padrão cultural
enraizado. Nesse sentido, Gilberto Freyre já dissertava, na obra “Casa-grande
07 Fa

e Senzala”, que o brasileiro nutre alguns estereótipos, quase sempre


inalcançáveis. O problema é quando a padronização denunciada por Freyre
impede que crianças e adolescentes sejam acolhidos. Assim, enquanto a visão
idealizada da adoção for a regra, a concretização dos processos será a
09 or

exceção.
22 Ig

Portanto, para que os órfãos deixem a situação de acolhimento e


passem a ter uma família, o Conselho Nacional de Justiça deve desburocratizar
e agilizar o andamento dos processos, por meio da total informatização dos
procedimentos, como a possiblidade de o adotante iniciar a adoção on-line.
Essa iniciativa do CNJ teria a finalidade inclusive de aumentar a visibilidade
dos órfãos, que entregariam fotos e cartas aos adotantes, os quais poderiam
iniciar o processo como padrinhos. Assim, a idealização enraizada daria lugar
à solidariedade e ao direito à família, de sorte que histórias como a de Anne
sejam, em breve, apenas ficção.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil

A produção ficcional “Grey´s Anatomy” narra, em um dos episódios, a


história de pacientes que dependem de transfusão sanguínea, mas não podem
recebê-la em função da escassez dos estoques do hospital. Entretanto, os
obstáculos da doação de sangue fazem com que os brasileiros protagonizem, fora
da ficção, o drama narrado na série, o que se mostra grave problema. Com efeito,
há de se desconstruir a indiferença dos indivíduos, bem como a ineficiência do
Estado.

Sob uma primeira análise, é preciso combater o individualismo, cujo


excesso prejudica as ações solidárias. A esse respeito, Adam Smith — considerado
pai do liberalismo — entendia que apenas a busca pelos interesses pessoais
levaria a sociedade ao progresso, de sorte que a benevolência humana
representaria fraqueza. Ocorre que, no Brasil, o egocentrismo idealizado por
Smith ainda se perpetua na contemporaneidade, na medida em que substancial
parcela da população é indiferente à necessidade de adesão aos projetos de
doação de sangue. Além disso, esse grave problema afeta diretamente os

2 s
pacientes que esperam a transfusão sanguínea para preservação da vida. Logo, é
86 iro
incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, a cultura individualista
continue sendo a regra, visto que a solidariedade será exceção.
53 lle

De outra parte, em 1948, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu que


as autoridades são — ou deveriam ser — responsáveis pela manutenção do bem-
07 Fa

estar público. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser Estado desenvolvido, as
ações governamentais de estímulo ao ato de doar sangue são incapazes de
sensibilizar os cidadãos, o que vai de encontro ao que foi proposto pela OMS.
Ademais, essa falta de assistência estatal provoca a escassez dos bancos de
09 or

sangue, e, muitas vezes, tem por consequência um prejuízo irreparável: a morte.


Assim, a omissão do Estado dá lugar às campanhas de doações frágeis, e,
22 Ig

enquanto o descaso das autoridades se mantiver, o país será obrigado a conviver


com um número de doadores bem menor do que a real demanda exige.

Há de se mitigar, portanto, os obstáculos para a doação de sangue. Nesse


sentido, o Ministério da Saúde, cuja função é garantir direitos aos cidadãos, deve
desconstruir, com urgência, o individualismo acerca dessa atitude solidária, por
meio de políticas públicas que estimulem os indivíduos a doar, como a criação de
um cadastro para a coleta sanguínea gratuita em domicílio, bem como postos
itinerantes. Essa iniciativa teria a finalidade de aumentar a oferta de sangue nos
hospitais, de aprimorar a eficiência do Estado e de contribuir para que o drama
narrado em “Grey´s Anatomy” seja, em breve, apenas ficção.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O papel da família na educação de crianças e de adolescentes em questão no Brasil
VERSÃO A VERSÃO B

Em 1988, representantes do povo — Em “Matilda” — produção ficcional norte-


reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram americana —, a protagonista é uma criança que cresceu
um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito à em um ambiente desestruturado e em meio a pais
educação como valor supremo de uma sociedade indiferentes ao seu desenvolvimento. Com efeito, fora
fraterna. Entretanto, a falta de comprometimento da da ficção, esse problema ainda é realidade, haja vista
família revela que nem todas as crianças e os que substancial parcela das famílias brasileiras não
adolescentes brasileiros experimentam esse direito na cumpre o seu papel na educação dos filhos. Nesse
prática. Com efeito, a falta do papel familiar coloca em sentido, hão de ser analisados os prejuízos não só para
risco não só a formação escolar dos jovens, mas a construção educativa, mas também para o convívio
também o seu convívio social. social dos jovens.

Sob uma primeira análise, a omissão dos pais Sob uma primeira análise, a omissão familiar
afeta a situação educativa do público infanto-juvenil. prejudica a formação educacional das crianças e dos
A esse respeito, no século XX, Paulo Freire defendeu, adolescentes. A esse respeito, Paulo Freire —
em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, que a família renomado educador brasileiro —, em sua obra
mostra-se opressora ao depositar aa “Pedagogia do Oprimido”, abordou que a família
responsabilidade da educação dos filhos sobre as mostra-se opressora ao depositar a responsabilidade da
escolas e os profissionais de ensino. Ocorre que, educação dos filhos sobre as instituições escolares.
mesmo depois de décadas, a ideia defendida pelo Ocorre que essa indiferença dos pais ao processo
pedagogo ainda é a realidade, na medida em que há educativo dos jovens, como retratado por Freire,

2 s
crianças e adolescentes como se estivessem órfãos evidencia cruel mazela para esses indivíduos no Brasil.
em suas próprias casas, o que representa um grave
86 iro
problema social e é capaz de causar o esgotamento
Tal descaso afeta a relação família-escola, em que se
mostra necessário que os responsáveis participem
físico e psicológico dos professores, cada vez mais efetivamente na construção e no desenvolvimento
sobrecarregados pela carência de compromisso dos educacional dos filhos. Desse modo, é incoerente que
53 lle
pais. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação os pais sejam omissos em um país que requer ajuda da
pós-moderna, a educação até agora não consiga ser família na educação.
libertadora, tal como Freire resguarda.
07 Fa

De outra parte, o sociólogo polonês Zygmunt


De outra parte, a ausência da educação na Bauman desenvolveu o conceito de Instituições Zumbis,
família dá lugar à má formação social dos jovens. Nesse segundo o qual a família perdeu sua função social, mas
sentido, Zygmunt Bauman desenvolveu, em seu livro manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse
“Modernidade Líquida”, o conceito de Instituições
09 or

viés, os lares brasileiros se enquadram na teoria


Zumbis, segundo o qual visa descrever, denunciada por Bauman, na medida em que perderam
metaforicamente, a falência das grandes instituições a capacidade de educar e de agregar valores sociais aos
22 Ig

da modernidade, já que mantiveram a sua forma, mas seus filhos. Além disso, essa falha pode gerar graves
perderam a sua essência — a exemplo das consequências para a formação social das crianças e
organizações familiares. Nesse contexto, embora o dos adolescentes, como o aumento da criminalidade,
Brasil busque ser Estado desenvolvido, substancial da gravidez na adolescência e do consumo de álcool.
parcela dos responsáveis é incapaz de educar a Dessa maneira, enquanto a ausência familiar se
juventude, o que corrobora com a concepção de mantiver, os jovens serão obrigados a conviver com um
Bauman e constitui cruel desdobramento na sociedade dos piores obstáculos para a modernidade: a má
civil, visto que a inexistência da prática de disciplina é formação social.
fatos preponderantes na formação moral e da ética. No
entanto, enquanto o descuido com os valores for a Impende, pois, que as famílias cumpram o seu
regra, o país será obrigado a conviver com uma triste papel na educação de crianças e de adolescentes. Para
realidade: indivíduos antiéticos e imorais. isso, as instituições de ensino, em parceria com as
famílias, devem proporcionar o efetivo vínculo família-
Impende, pois, que o acesso pleno à escola, por meio de projetos nas próprias escolas
educação seja, de fato, assegurado. Dessa maneira, o capazes de impulsionar a participação ativa da família
Ministério da Educação, no exercícios do seu papel no processo educativo. Essa iniciativa terá a finalidade
civil, deve modificar a mentalidade dos familiares de desconstruir a omissão dos pais e reduzir os
acerca da formação educacional, por meio de projetos prejuízos causados na formação educacional e social
de políticas públicas nas grandes mídias, capazes de dos jovens. Assim, as dificuldades enfrentadas por
delimitar aos responsáveis qual é a sua própria função Matilda, mesmo fora da ficção, deixarão de ser
dentro dos desenvolvimentos dos jovens, a fim de realidade.
minimizar a sobrecarga dos professores, bem como
estimular o ensino de princípios morais para o convívio
social harmônicos. Assim, serão garantidos os direitos
de um Estado Democrático, e o Brasil será justo, livre e
solidário.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A importância do trabalho voluntário em momentos de crise

A Organização das Nações Unidas estabeleceu a Agenda Global do


Desenvolvimento: 17 objetivos para estimular ações humanitárias globais até
2030. Entretanto, a indiferença ao trabalho voluntário representa um obstáculo
à meta proposta pela ONU, o que pode potencializar a desigualdade
principalmente em momentos de crise. Com efeito, individualismo e omissão
do Estado são problemas relacionados à falta de incentivo a ações
benevolentes.

Em primeiro plano, a falta de empatia — comum nas sociedades


modernas — representa obstáculo ao voluntariado. A esse respeito, no século
XVIII, Adam Smith entendia que a benevolência impediria o progresso, e as
nações apenas se desenvolveriam a partir da busca das suas ambições
individuais. Todavia, mesmo depois de séculos, a ideologia meritocrática do
pai do liberalismo permanece no imaginário dos indivíduos, que rejeitam
ações humanitárias e o voluntariado justamente por causa da visão
individualista. Assim, enquanto for imposta a meritocracia, a benevolência será

2 s
a exceção, sobretudo em contextos de crise.
86 iro
Sob outra análise, há de se incentivar o trabalho voluntário,
fundamental em sociedades onde as ambições capitalistas são a regra. Nesse
53 lle
viés, a partir de 1970, as nações passaram a adotar o neoliberalismo, segundo
o qual o Estado deve se omitir intencionalmente para que as empresas
privadas vendam serviços básicos, como saúde e educação. Ocorre que a
07 Fa

população carente é incapaz de pagar por benefícios, tal como impõe a lógica
neoliberal, o que mostra a relevância das ações humanitárias e da
benevolência para sanar a ausência estatal e garantir que a população pobre
09 or

tenha acesso a serviços que deveriam ser seus direitos. Dessa forma, a
ausência do voluntariado colabora para aprofundar a miséria e a desigualdade
22 Ig

social.

É urgente, portanto, que as ações humanitárias deixem de ser a


exceção e passem a ser a regra nas sociedades. Para isso, os próprios
indivíduos devem se envolver em atividades filantrópicas, por meio da
distribuição de alimentos e de serviços comunitários de saúde. Essa iniciativa
social teria a finalidade de desconstruir o individualismo e de problematizar a
omissão do Estado na oferta de serviços públicos, que se tornaram fontes de
lucro. Assim, a partir da ação cidadão, os objetivos traçados pela ONU
deixarão de ser, em breve, uma realidade distante.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema da ansiedade entre os jovens brasileiros

Na década de 1950, Manuel Bandeira — expoente autor


modernista — produziu o poema “Momento num Café” e declarou que “a
vida é uma agitação feroz e sem finalidade”. Com efeito, a declaração de
Bandeira assume contornos específicos, já que essa velocidade
denunciada pelo poeta acarreta um dos mais graves problemas
contemporâneos: a ansiedade. Nesse viés, há de se descontruir o acúmulo
de tarefas, bem como o uso excessivo do celular.
De início, no século XX, a Terceira Revolução Industrial permitiu que
os jovens acumulassem atividades e otimizassem o tempo para os estudos
e para o trabalho. Ocorre que, no Brasil, o ideal imposto pela Revolução
Informacional promoveu — e ainda promove — o esgotamento físico e
psicológico, o que inviabiliza uma saúde mental adequada. Além disso,
essa rotina intensa na juventude faz com que parte dos cidadãos tenha a
necessidade de se medicar com remédios ansiolíticos, sob pena de sofrer
com efeitos colaterais. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-

2 s
moderna, a sociedade viva uma cultura de excessos, o que torna os jovens
86 iro
cada vez mais ansiosos.
Sob outra análise, a Nomofobia — distúrbio de comportamento —
consiste na angústia pela falta de contato com dispositivos digitais, o que
53 lle

evidencia o vício pela informação constante e provoca ainda mais a


ansiedade. Com efeito, substancial parcela dos jovens brasileiros é afetada
07 Fa

por esse problema clínico, de modo que a persistência da nomofobia


pode acarretar o Transtorno da Ansiedade Generalizada. Dessa forma, o
TAG representa não só uma grave crise individual, mas também um
09 or

desafio para a saúde pública. Assim, enquanto o uso imprudente dos


aparelhos eletrônicos se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com
22 Ig

uma das mais sérias síndromes do século XXI: a ansiedade.


É urgente, portanto, que a juventude experimente a saúde mental.
Para isso, as escolas devem colaborar para desconstruir o excesso de
tarefas diárias, bem como o uso desmesurado dos celulares, por meio de
um projeto pedagógico que poderia se chamar “Juventude sem
ansiolíticos” e que orientaria rapazes e moças a planejar melhor o dia e a
reduzir o tempo de tela nos “smartphones”. Essa iniciativa teria a finalidade
de valorizar a saúde mental, combater a nomofobia e construir uma
sociedade, de fato, livre da ansiedade.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros

Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia


Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar os direitos
autorais como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a pirataria
vai de encontro à determinação constitucional e representa uma estratégia ilegal
entre os brasileiros. Com efeito, as alternativas para combater o problema
passam pela valorização do senso de coletividade e pela garantia do acesso à
renda.

Sob uma primeira análise, persiste entre os cidadãos o desejo constante


de se beneficiar a qualquer custo. A esse respeito, Sérgio Buarque de Holanda
desenvolveu, em sua obra “Raízes do Brasil”, o conceito de Cordialidade, que
consiste na cultura enraizada de buscar situações que favoreçam os interesses
individuais, independentemente das consequências. Nesse viés, a pirataria é uma
das faces do jeitinho brasileiro, denunciado pelo sociólogo, na medida em que
muitos indivíduos se acostumaram a consumir produtos do comércio ilegal.
Logo, é incoerente que a infração às leis faça parte do comportamento cultural

2 s
do brasileiro. 86 iro
Nesse sentido, desde o Período Colonial, parte considerável da
população é excluída do acesso a condições financeiras dignas, o que obrigou
53 lle
— e ainda obriga — o indivíduo pobre a encontrar formas alternativas de acessar
cultura e entretenimento. Nesse sentido, os crimes de pirataria, embora sejam
injustificáveis sob o ponto de vista legal, representam opções para que homens
07 Fa

e mulheres carentes consigam assistir a um filme ou ouvir uma produção musical.


Inclusive, os altos impostos que incidem sobre bens e serviços colaboram para
que a arte e o lazer sejam consumidos apenas pela minoria, assim como ocorria
09 or

no Brasil Colônia. Assim, enquanto a concentração de renda for a regra, o


brasileiro será obrigado a conviver com este grave problema: a pirataria.
22 Ig

Há de se pensar, portanto, em alternativas para mitigar o consumo de


produtos e de serviços não originais. Dessa maneira, o Ministério da Mulher,
Família e Direitos Humanos, cuja função é realizar a defesa das minorias e
formular políticas de inclusão, deve estimular o senso de coletividade dos
indivíduos, com o apoio de assistentes sociais, por intermédio de debates
realizados nas comunidades, a fim de desconstruir a cultura de Cordialidade. Essa
iniciativa poderia se chamar “Ética é legal” e teria a finalidade de discutir a
desigualdade social, de sorte que a sociedade não contribua com as ações
antiéticas. Assim, o problema denunciado por Sérgio Buarque de Holanda
deixará de ser um costume no Brasil.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo

No século XV, Johannes Gutenberg deu início à imprensa e democratizou o acesso


à informação por meio de seu invento. Entretanto, na contemporaneidade, a invenção de
Gutenberg cedeu lugar à de Zuckerberg: o “Facebook”, que, junto às outras mídias sociais,
propaga notícias parciais. Com efeito, o advento das informações falsas se mostra grave
problema à sociedade democrática seja pela sua influência imperceptível, seja pelos
prejuízos ao interesse público.

A princípio, informações inverídicas funcionam como discurso de controle


simbólico. A esse respeito, o sociólogo francês Michel Foucault defendia que as estruturas
linguísticas são capazes de impor verdades aos interlocutores. Assim, as fontes que
veiculam informações infundadas reafirmam pontos de vista e motivam as ações dos
indivíduos, mesmo sem provas concretas. Nesse contexto, as notícias falsas que circulam
na mídia e internet brasileiras exercem poder sobre os indivíduos, justamente porque toda
linguagem é dotada de ideologia, segundo Foucault. Ocorre que significativa parcela da
sociedade brasileira ainda não compreende o poder de controle do discurso.

2 s
De outra parte, a disseminação de notícias falsas pode prejudicar os interesses
86 iro
nacionais. Nesse sentido, em 1995, chegaram a Nelson Mandela boatos segundo os quais
haveria atentados durante a Copa de Rúgbi. Essas informações não se concretizaram, e a
África do Sul sediou os jogos, cuja função foi unir brancos e negros após a vigência do
53 lle

Apartheid. Porém, em oposição ao exemplo de Mandela, muitos cidadãos brasileiros


permanecem superestimando conteúdos políticos e sociais infundados, de modo que,
07 Fa

enquanto a cultura de indiferença à veracidade de informações se mantiver, o Brasil será


obrigado a conviver diariamente com um dos mais graves problemas para a pós-
modernidade: as notícias falsas.
09 or

Impende, pois, que a cultura da desinformação seja combatida na


contemporaneidade brasileira. Sob esse aspecto, as escolas e a Agência Lupa – pioneira em
22 Ig

“fact-checking” no Brasil – devem ensinar os cidadãos a questionar a veracidade de todos


os conteúdos veiculados, por meio de oficinas práticas de aferição de verossimilhança, a
exemplo do tipo de fonte e linguagem utilizada no conteúdo a ser checado. Essa iniciativa
poderia se chamar “Fato ou Fake” e teria a finalidade de estimular o senso crítico dos
indivíduos. Com isso, seriam preservados os interesses nacionais, e o Brasil deixará de ter,
na prática, a verdade fragilizada.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Os desafios da gestão do lixo no Brasil

Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia


Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar um meio
ambiente ecologicamente equilibrado como valor supremo de uma sociedade
fraterna. Entretanto, a gestão ineficiente do lixo revela que nem todos
experimentam esse direito constitucional na prática. Com efeito, como solução
do entrave, há de analisar a importância da administração dos resíduos, bem
como a necessidade de desconstruir a omissão do Governo.

Sob uma primeira análise, a decomposição dos rejeitos ocorre por um


fenômeno químico chamado anaerobiose, que gera gases extremamente
poluentes como o CO2 e uma substância altamente tóxica: o chorume. Nesse
sentido, esse processo traz efeitos negativos para a sociedade brasileira, na
medida em que esses gases afetam a qualidade de vida dos indivíduos e podem
provocar doenças, desde a asma até mais graves como o câncer de pulmão. Além
disso, o chorume acarreta a contaminação da água, do solo e dos lençóis
freáticos, e evidencia que não só a coletividade é prejudicada, como também

2 s
todo o ecossistema entra em desequilíbrio, o qual vai de encontro à garantia da
86 iro
Constituição. Desse modo, não é razoável que, embora o país almeje tornar-se
nação desenvolvida, ainda persista a má gestão do lixo.
53 lle

De outra parte, há de se combater a omissão dos governantes: um dos


principais desafios para a administração apropriada dos detritos. A esse respeito,
07 Fa

o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estabeleceu, em


2012, o índice de resíduos produzidos no mundo e verificou que na sociedade
brasileira, mais de 90% dessa produção provém da mineração e da agropecuária.
Todavia, o Poder Público se mostra indiferente ao dado exposto pela ONU, de
09 or

modo que se mantém silente diante de atividades e de grandes empresas


produtoras de resíduos sólidos em maior quantidade em razão de interesse
22 Ig

econômico. Dessa forma, é incoerente que as autoridades insistam em


responsabilizar a população enquanto os setores mais poluentes continuam sem
fiscalização.

Impende, pois, que a gestão do lixo deixe de ser um desafio no Brasil. Para
isso, o Ministério do Meio Ambiente precisa, com urgência, fomentar novas
medidas eficazes, por meio de legislação que garanta a punição e a ação dos
responsáveis pelos resíduos gerados e descartados em locais irregulares. Essa
iniciativa poderia se chamar “Sociedade consciente” e seria capaz de combater
os danos causados pela decomposição dos detritos ao ecossistema e à saúde da
população, cuja finalidade seria desconstruir a inércia do Governo motivada pelo
interesse econômico. Assim, os cidadãos brasileiros poderão viver em uma
sociedade livre, justa e solidária.
Tema – Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer

No ano 2000, a atriz Carolina Dieckmann protagonizou uma das cenas mais
icônicas da teledramaturgia nacional: o momento em que a personagem Camila
perde seus cabelos para o câncer. Nesse viés, substancial parcela dos brasileiros
se sensibiliza com a ficção, mas é incapaz de reconhecer o drama de indivíduos
reais que lutam diariamente contra a doença. Com efeito, a solução do problema
pressupõe que se combata a ineficiência do Estado, bem como a rejeição da
sociedade.

Em primeiro plano, as falhas do SUS tornam a situação das pessoas com


câncer ainda mais complicada. A esse respeito, ainda que o Artigo 6° da
Constituição Federal assegure o direito à saúde, a oncologia de qualidade se
restringe a quem pode pagar por ela. Tal omissão se manifesta na falta de acesso
a médicos e a procedimentos importantes para o tratamento de carcinomas
— quimioterapia, radioterapia, hemodiálise. Desse modo, não é razoável que a
saúde prevista da Carta Magna deixe de ser um direito de todos e se torne um
privilégio de poucos. Assim, enquanto a ineficácia do Sistema Único de Saúde se

2 s
mantiver, o combate ao câncer continuará sendo uma luta cruel.
86 iro
Outro desafio na luta contra o câncer tem origens culturais: o preconceito.
Sobre isso, na Idade Média, os indivíduos associavam os tumores a questões
53 lle

espirituais, e a sociedade da época evitava, inclusive, pronunciar palavras do


campo semântico da doença. Essa repulsa social à discussão, embora simbolize
07 Fa

uma mentalidade medieval, ainda persiste entre o povo brasileiro, o que evidencia
o imaginário retrógrado e preconceituoso em relação ao câncer. Assim, enquanto
a repulsa ao diálogo se mantiver, não haverá como estabelecer a cultura de
09 or

autocuidado e de combate ao problema de forma precoce.

Para que o drama protagonizado por Carolina Dieckmann, portanto, seja


22 Ig

discutido no Brasil, as escolas devem ensinar os alunos e os familiares a buscar a


medicina preventiva, por meio um projeto pedagógico, com oficinas e minicursos
que sejam capaz de ensinar a população a identificar os cânceres de forma
precoce. Essa iniciativa poderia se chamar “Autocuidado presente” e teria a
finalidade de ampliar a discussão sobre o assunto, de modo que o indivíduo seja
estimulado a cuidar de si mesmo e a exigir ações efetivas do Estado, como
aumento da oferta de médicos oncologistas na rede SUS. Assim, o preconceito
medieval dará lugar, de fato, à valorização da vida.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema da cultura de transgressão às leis no Brasil

Em 1748, o filósofo Montesquieu desenvolveu a obra “O Espírito das


Leis”, segundo a qual as sociedades devem obedecer às normas instituídas,
sob pena de haver desequilíbrio social. Entretanto, parcela dos indivíduos
contemporâneos é incapaz de aplicar a ideia de Montesquieu, na medida em
que a cultura de transgressão às leis se mostra um problema cada vez mais
comum, seja pelo costume histórico de transgressão, seja pela indiferença ao
Estado de Direito.

Diante desse cenário, a desobediência às normas fragiliza a


democracia. Sobre isso, Hans Kelsen — filósofo do século XX — desenvolveu
a ideia de que há hierarquia entre as leis, e a vontade do povo deve ser
submissa às normas de um Estado Democrático de Direito. Ocorre que a
sociedade contemporânea subverte a proposta de Kelsen: os cidadãos
colocam suas vontades acima das normas legais instituídas pelo Estado, o que
fortalece a cultura de transgressão e motiva a existência de um falso Estado de
Direito. Nesse viés, não é razoável que a hierarquia estabelecida Hans Kelsen

2 s
seja tratada com indiferença em uma nação que almeja tornar-se
86 iro
desenvolvida.

Nesse sentido, a “Cordialidade” — fenômeno popularmente conhecido


53 lle
como “jeitinho brasileiro” — é um conceito criado por Sérgio Buarque de
Holanda e caracteriza o cidadão que busca burlar as normas para benefício
próprio. Nesse viés, substancial parcela dos indivíduos pratica a
07 Fa

“Cordialidade” definida pelo sociólogo, que nada tem a ver com educação, e,
pelo contrário, diz respeito a atitudes antiéticas. Com efeito, essa característica
nociva do brasileiro representa um grave comportamento histórico, e,
09 or

enquanto se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais


sérios problemas para a cidadania: o desrespeito às leis.
22 Ig

A ideologia de Montesquieu, portanto, precisa ser colocada em prática


no Brasil. Nesse sentido, as autoridades municipais devem ensinar o respeito
ao Estado de Direito e à cidadania, por meio de uma campanha com palestras
e oficinas comunitárias de valorização às normas. Essa iniciativa ocorreria em
locais públicos, poderia se chamar “Respeito é legal” e teria a finalidade de
desconstruir o histórico comportamento do “jeitinho brasileiro”, de sorte a
estimular que o Brasil experimente, de fato, o espírito das leis.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema do esgotamento profissional em questão no Brasil

Em 1974, o psicanalista Herbert Freudenberger desenvolveu o


conceito de Burnout, que ficou conhecido como Síndrome do Esgotamento
Profissional, cuja principal característica é o estresse e o desânimo crônicos.
Todavia, o problema descrito pelo médico não recebe a devida importância na
contemporaneidade e exige cuidadosa análise acerca do excesso de tarefas e da
instabilidade do mercado de trabalho.

Nesse sentido, a Terceira Revolução Industrial, marcada pelo uso de


tecnologias da robótica e da informática, possibilitou que os indivíduos
acumulassem tarefas e otimizassem ao máximo o tempo de produção no trabalho.
Ocorre que o excesso de atribuições diárias, imposto pela Revolução Informacional,
pode ser nocivo, prejudicar o trabalhador e contribuir para o esgotamento do
indivíduo, já que o lazer e o bem-estar são negligenciados por muitos
empregadores e empregados. Assim, enquanto a saúde mental não for valorizada,
o trabalhador contemporâneo será obrigado a conviver com um dos principais
problemas ocupacionais: o esgotamento profissional.

2 s
86 iro
Ademais, as crises econômicas favorecem a prevalência da Síndrome
de Burnout. A esse respeito, a Grande Depressão — maior crise da história — trouxe
instabilidade ao mercado de trabalho a partir de 1929 e deixou claro que o medo
53 lle
do desemprego pode ser a causa para problemas psiquiátricos. Nesse sentido, o
esgotamento profissional é um desses cruéis desdobramentos da recessão
econômica, tal como ocorreu na Crise de 29, na medida em que o indivíduo vivencia
07 Fa

constante instabilidade e competitividade no mercado laboral, o que se mostra


grave obstáculo à saúde mental do trabalhador.
09 or

Para que a síndrome de Burnout, portanto, seja combatida, o Ministério


Público do Trabalho deve combater, com urgência, os serviços com jornada
22 Ig

exaustiva, como os que ultrapassam as 8 horas permitidas pela lei, por meio de
visitas regulares a empresas cujos profissionais manifestem esgotamento. Essa
iniciativa do MPT teria a finalidade de promover a valorização da saúde física e
mental dos indivíduos, que passariam a lidar melhor com as crises, bem como com
a situação de instabilidade e de competitividade do mercado laboral. Dessa forma,
o fenômeno descrito por Freudenberger deixará de ser um problema no Brasil.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – As dificuldades da inclusão do idoso no mercado de trabalho em questão no Brasil

No longa-metragem “Um Senhor Estagiário”, o personagem Ben é um idoso


aposentado que se torna estagiário sênior de um site de modas, por meio de um
programa comunitário, a fim de se sentir novamente parte da sociedade. Entretanto, a
narrativa otimista da ficção representa uma utopia no Brasil – país marcado pela
exclusão da população senil. Nesse sentido, hão de ser combatidas a indiferença social
e a precária inserção tecnológica dos idosos.

Nesse sentido, Simone de Beauvoir — filósofa do século XX —, em sua obra “A


Velhice”, desenvolveu o conceito de Invisibilidade Social, segundo o qual existe um
processo de apagamento da figura do idoso. Ocorre que a cruel ideia denunciada pela
autora ainda é reforçada na sociedade brasileira, tendo em vista que os idosos são
marginalizados e não são admitidos nas empresas por serem tidos como incapazes de
desenvolver tarefas. Tal fato é observado igualmente na ficção, ao passo que Ben é
tratado inicialmente com indiferença por sua chefe. Desse modo, é incoerente que essa
exclusão seja regra em uma sociedade em constante processo de envelhecimento.

Ademais, não só a indiferença social, mas a escassa inserção tecnológica


também afasta o idoso da oportunidade de emprego. Nesse viés, a partir do século XX,

2 s
a Terceira Revolução Tecnológica — período de crescimento da informática — exigiu
86 iro
constante aperfeiçoamento frente à tecnologia. Todavia, substancial parcela da terceira
idade no Brasil não acompanhou a evolução científica advinda da Revolução Técnico-
Informacional, o que reflete diretamente o nocivo ideal de indivíduo obsoleto para o
53 lle
ambiente laboral e fragiliza a inclusão dos idosos. Com efeito, enquanto a falta de
incentivo e de apoio ao aprimoramento tecnológico dessa parte da população se
mantiver, a sociedade brasileira continuará a conviver com uma das mais incoerentes
07 Fa

mazelas para os indivíduos: a precária inserção laboral.

As empresas devem, portanto, promover a reintegração desses indivíduos no


mercado laboral, por meio de oportunidades de emprego associadas a cursos que
09 or

capacitem a terceira idade a exercer as funções dos trabalhos aos quais for destinada.
Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a invisibilidade dos idosos. O Ministério
22 Ig

da Ciência e da Tecnologia, por sua vez, pode fomentar projetos sociais, por meio de
atividades comunitárias, como aulas e oficinas capazes de ensinar o uso de aparelhos
eletrônicos, para o aprimoramento tecnológico e, assim, valorizar a inclusão no trabalho
da população senil — antes marginalizada.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Os desafios para os profissionais das futuras gerações em questão no Brasil
A produção cinematográfica “Inteligência A Revolução 4.0 — conceito alemão
Artificial”, de Steven Spielberg, narra uma criado no século XXI — consiste no conjunto de
realidade distópica em que humanos convivem tecnologias inovadoras que transformarão o
com robôs e com tecnologias nunca vistas pela cotidiano, os relacionamentos e, sobretudo, o
sociedade. Fora da ficção, o futuro anunciado por trabalho. Entretanto, substancial parcela dos
Spielberg se aproxima da sociedade brasileiros se mostra despreparada para os
contemporânea e será capaz de reconfigurar uma desafios com os quais as próximas gerações
das áreas mais importantes para a sociedade: o serão obrigadas a conviver. Assim, as
trabalho. Com efeito, as habilidades fundamentais habilidades necessárias para o trabalhador do
para o profissional das futuras gerações passam futuro passam pela capacidade de aprender,
pelo desenvolvimento da inteligência emocional e bem como pelo desenvolvimento da
pela constante capacidade de aprender. inteligência emocional.

Diante desse cenário industrializado, aprender a aprender: essa será uma das mais
importantes características do trabalhador do futuro. Ocorre que o atual sistema de ensino é baseado
no modelo ultrapassado do Iluminismo, que insiste em tratar os alunos como dependentes e em
considerar o professor como único detentor do conhecimento. Esse formato educacional — fundado
no século XVIII — ainda está vigente e é incapaz de estimular os estudantes a criar o conhecimento de
forma ativa e constante, o que inviabiliza o desenvolvimento da atualização fundamental para as
futuras profissões.

2 s
86 iro
Ademais, as máquinas serão capazes, a
curto prazo, de desenvolver tarefas operacionais
Nesse sentido, na Revolução 4.0, as
máquinas serão capazes, a curto prazo, de
com maestria, tal como se vê na ficção de desenvolver tarefas operacionais com maestria.
Spielberg. Portanto, as habilidades exigidas aos Portanto, as habilidades exigidas aos indivíduos
53 lle

indivíduos não serão técnicas, mas sim não serão técnicas, mas sim comportamentais,
comportamentais, o que obriga o trabalhador a o que obriga o trabalhador a aprimorar sua
aprimorar sua inteligência emocional. Esse termo inteligência emocional. Esse termo foi descrito
07 Fa

foi descrito pelo psicólogo norte-americano pelo psicólogo norte-americano Daniel


Daniel Goleman e consiste na capacidade de Goleman e consiste na capacidade de
relacionar-se com o outro de forma saudável, relacionar-se com o outro de forma saudável,
09 or

delegar tarefas e evitar o esgotamento delegar tarefas e evitar o esgotamento


profissional. Todavia, a proposta de Goleman profissional. Todavia, a proposta de Goleman
ainda não é a realidade no mercado de trabalho ainda não é a realidade no mercado de trabalho
22 Ig

atual, marcado pela ansiedade, pelo estresse e atual, marcado pela ansiedade, pelo estresse e
pela competitividade hostil. pela competitividade hostil.

Os profissionais precisam, portanto, estar preparados para os desafios das próximas


gerações. Nesse viés, as escolas — no exercício do seu papel social — devem estimular o
autoaprendizado dos alunos, por meio de eventos pedagógicos, como oficinas e minicursos, que
direcionem tarefas a serem realizadas sem auxílio do professor. Essa iniciativa poderia se chamar
“Inovação presente” e teria a finalidade de motivar os alunos a aprender de forma autônoma e a
desenvolver inteligência emocional, escassa na contemporaneidade, mas fundamental ao
mercado de trabalho, que será, em breve, reconfigurado.

Professor Vinícius Oliveira


Tema – Caminhos para garantir a alfabetização na primeira infância

A obra literária “Revolução dos Bichos”, de George Orwell, ilustra uma


sociedade separada em classes: aqueles que sabiam ler controlavam os
analfabetos. A crítica do autor evidencia as consequências nocivas da falta de
letramento, que, fora da ficção, é a realidade de muitos brasileiros. Com efeito,
um caminho possível para garantir a alfabetização na primeira infância
pressupõe redução da desigualdade social histórica, bem como da defasagem
educacional.

Diante desse cenário, a concentração de renda dificulta que meninos e


meninas tenham acesso ao sistema educacional nos primeiros anos da vida.
Nesse viés, durante o período da Colônia de Exploração, apenas a aristocracia
— organização composta pelos nobres — tinha acesso à leitura e à
alfabetização. Ocorre que, no Brasil contemporâneo, isso ainda persiste, visto
que as crianças em situação de extrema pobreza não têm o privilégio de dar
prioridade aos estudos, em virtude da escassez de comida e de recursos para a
sua permanência na escola. Assim, essa desigualdade evidencia um retrocesso

2 s
e retoma a cruel realidade da colônia, e, enquanto tal problema se mantiver, o
86 iro
letramento não será garantido aos brasileiros na primeira infância.

Nesse sentido, Paulo Freire desenvolveu a obra “Pedagogia do


53 lle
Oprimido” e defendeu que a educação seria libertadora, bem como capaz de
oferecer novas perspectivas aos indivíduos marginalizados. Todavia, a
alfabetização tardia — aquela que ocorre após os 6 anos — pode prejudicar o
07 Fa

ideal proposto pelo pedagogo, já que o analfabetismo evidencia a defasagem


educacional, inviabiliza a entrada no ensino superior e no mercado de trabalho.
Inclusive, aqueles que são incapazes de escrever o próprio nome também serão
09 or

privados de reivindicar melhorias de vida e estarão submissos à opressão


denunciada por Freire, de modo que, embora o Brasil almeje tornar-se
22 Ig

desenvolvido, é incoerente manter seu povo analfabeto.

Há de se buscar, portanto, alternativas para garantir o letramento na


primeira infância. Para isso, as escolas, em parceria com as prefeituras, devem
cooperar para solucionar a escassez de recursos — principalmente de alimento
das crianças —, por meio de projetos sociais que garantam refeições básicas e
que sejam capazes de criar um ambiente favorável para a alfabetização até os 6
anos de idade. Essa iniciativa poderia se chamar “Alfabetização no tempo certo”
e teria a finalidade de promover o acesso ao ensino de qualidade, de modo que
meninos e meninas possam, em breve, experimentar a educação libertadora
proposta por Paulo Freire.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema da cultura do cancelamento e da hostilidade nas redes sociais

Em 2006, o mundo presenciava o surgimento do “Twitter”, um


microblog on-line, cujo objetivo era disseminar a maior quantidade de
informações de forma rápida a fim de potencializar a interação social.
Entretanto, a mídia social norte-americana possibilitou a ocorrência de um dos
mais sérios fenômenos da contemporaneidade: a cultura do cancelamento, que
representa grave problema, seja por fragilizar a dignidade humana das vítimas,
seja por evidenciar a maldade humana.

Diante desse cenário, a “hashtag” “MeToo” foi criada para denunciar


crimes de assédio e de exploração sexual, mas foi subvertida, já que os usuários
da rede passaram a criticar outros usuários cujas opiniões divergiam das suas.
Com efeito, a cultura do cancelamento é, hoje, um novo nome para um velho
problema: o discurso de ódio, que condena aqueles com posicionamentos
diferentes e fragiliza o direito à liberdade de expressão. Inclusive, os agentes do
discurso ofensivo se apoiam na aparente impunidade das redes sociais para
tecer os mais cruéis comentários, o que prejudica a dignidade humana e vai de

2 s
encontro ao Estado Democrático de Direito.
86 iro
Inclusive, George Orwell desenvolveu a obra “1984” e ilustrou uma
sociedade hostil que, a cada dia, dedicava dois minutos diante da teletela para
53 lle
xingar e agredir verbalmente os inimigos do Partido — movimento chamado de
“Dois minutos de ódio”. Fora da ficção, os usuários da rede reproduzem esse
mesmo comportamento do livro “1984” e se colocam diariamente diante das
07 Fa

telas dos “smartphones” para hostilizar outros indivíduos. Ocorre que, em vez
de criticar por apenas dois minutos, como narrou Orwell, as agressões ocorrem
por horas, por dias ou, até mesmo, por semanas. Assim, a cultura do
09 or

cancelamento evidencia uma das mais graves mazelas sociais: a maldade


humana.
22 Ig

As redes sociais precisam, portanto, valorizar a interação humana e não


o oposto. Nesse sentido, as escolas, cuja função é promover a cidadania, deve
contribuir para desestimular a agressão na internet, por meio de um projeto
pedagógico composto por palestras e oficinas, que receberiam o nome de
“Cancelamento mata”. Essa iniciativa teria a finalidade de mostrar os prejuízos à
dignidade humana e combater a maldade entre indivíduos de todas as faixas
etárias, de sorte que seja possível viver, em breve, em uma sociedade solidária,
justa e livre de qualquer cultura de hostilidade.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - O desafio da inclusão às pessoas com deficiência no Brasil contemporâneo.

Em 1988, representes do povo ― unidos em Assembleia Constituinte ―


instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito à dignidade
humana como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a constante
exclusão social das pessoas com deficiência revela que nem todos experimentam
esse direito na prática. Com efeito, há de se desconstruir a cultura do preconceito,
bem como a omissão do Estado à efetiva inclusão dos indivíduos com limitações.

Diante desse cenário, até meados do século XX, era comum que a família
internasse definitivamente as crianças deficientes em clínicas de isolamento, e,
inclusive, havia comerciais na televisão que fomentavam a internação vitalícia,
considerada benéfica ao “demente” ― expressão frequente naquele momento.
Ocorre que esse tratamento discriminatório permanece enraizado na sociedade e
se manifesta por meio de atitudes e de linguagem preconceituosas e, até mesmo,

2 s
pela indiferença às pessoas com deficiência, que, segundo o IBGE, representam
25% da população brasileira. Todavia, é paradoxal que a sociedade civil seja
86 iro
incapaz de conviver com diferenças tão comuns, mesmo na pós-modernidade.

Ademais, o Estado busca oferecer a integração, mas é incipiente no


53 lle

trabalho de inclusão aos deficientes. Nesse contexto, o Estatuto da Pessoa com


Deficiência deixa implícito que o simples fato de agregar uma criança com
07 Fa

Síndrome de Down ao contexto escolar não assegura o pleno desenvolvimento


cognitivo, de modo que, além do acesso físico ― a integração ―, é necessária a
acessibilidade atitudinal ― a inclusão. No entanto, enquanto o preconceito aos
09 or

deficientes se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves
problemas para essa parcela da população: a dignidade fragilizada.
22 Ig

Urge, portanto, que o direito à igualdade seja, de fato, assegurado na


prática, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse sentido,
o Ministério Público Federal deve denunciar ao Poder Judiciário os casos de
exclusão àqueles que possuem limitações físicas ou cognitivas, por meio de ações
judiciais contra ilegalidade e desrespeito ao Estatuto da Pessoa com Deficiência,
visando a desestimular a manutenção do preconceito a essa minoria social. A
iniciativa do MPF teria a finalidade de garantir o Estado Democrático de Direito e
de assegurar que o direito à inclusão deixe de ser, em breve, uma utopia no Brasil.

Professor Vinícius Oliveira


JORNADA TOP30 | Curso de Análise de Redações Modelo 2020

TEMA 1/30 Os desafios do deslocamento nas cidades em questão no Brasil.

Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia


Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o
transporte como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, os
obstáculos da mobilidade urbana revelam que nem todos os brasileiros
experimentam esse direito na prática. Com efeito, há de se repensar não só
as atuais estratégias de deslocamento urbano, mas também o culto ao
carro.

Em primeiro plano, o modelo de mobilidade baseado no carro se


mostra incapaz de suprir a demanda. Nesse sentido, em 1956, o ex-
presidente Juscelino Kubitschek preferiu investir no rodoviarismo e
motivou a população adquirir veículos, sem os quais seria impossível o
deslocamento nas cidades. Ocorre que o modelo econômico excludente
proposto por JK promoveu — e ainda promove — a desigualdade social,

2 s
na medida em que se mostra ineficiente e restrita à minoria detentora do
86 iro
poder econômico. Com efeito, é incoerente que, mesmo no Estado
Democrático de Direito, o poder público persista em não oferecer
53 lle
mobilidade inclusiva.

De outra parte, a supervalorização do carro se mostra um desafio à


07 Fa

gestão da mobilidade no meio urbano. A esse respeito, o filósofo Theodor


Adorno desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual a
mídia veicula conteúdos de forma constante e persuasiva, a fim de orientar
09 or

o comportamento de compra da sociedade. Nesse viés, a preferência da


população por carros é motivada pelo constante discurso midiático
denunciado por Adorno e reafirma a ideologia imprópria e egoísta, que
22 Ig

eleva os veículos automotores a objetos de prestígio. Assim, enquanto o


culto ao carro for a regra, os cidadãos serão obrigados a conviver com um
dos maiores desafios do meio urbano: o trânsito caótico.

Portanto, o deslocamento nas cidades brasileiras apresenta


obstáculos que impedem a sua eficiência. Para solucioná-los, os
governadores dos estados, em parceria com as prefeituras, devem investir
em ferrovias, por meio da construção e da ampliação dos transportes de
massa, como trens e metrôs. A iniciativa estatal poderia se chamar
“Mobilidade presente” e teria a finalidade de melhorar o deslocamento
público, de modo a não só torná-lo democrático aos mais pobres, mas
também desestimular a supervalorização do carro. Assim, a partir da criação
de uma estratégia de transporte urbano inclusivo, o Brasil será, de fato, uma
sociedade livre, justa e solidária.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema do "bullying" nas escolas brasileiras

Em 2011, o Brasil ficou marcado pelo triste episódio do Massacre de


Realengo, protagonizado por um ex-aluno da escola Tasso da Silveira que havia
sido vítima de intimidação sistemática. Todavia, ainda são comuns os casos de
“bullying” nas instituições de ensino, o que pode motivar histórias cruéis como a
dez anos atrás. Com efeito, para desestimular o problema, há de se combater a
cultura de hostilidade, bem como a omissão do Estado.

De início, a violência nas escolas evidencia a maldade humana. A esse


respeito, Hannah Arendt desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade
do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do cotidiano moderno e
tornam as relações sociais cada vez mais caóticas. Nesse viés, a prática do
“bullying” representa a maldade denunciada pela filósofa alemã e é capaz de
prejudicar não só a vítima, mas toda a comunidade escolar. Dessa forma,
enquanto, nas escolas, a Banalidade do Mal for a regra, a cultura de paz será
exceção.

2 s
Sob outra análise, John Locke — filósofo conhecido como Pai do
86 iro
Liberalismo — construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao
Estado, que, em contrapartida, deve garantir segurança aos cidadãos. Ocorre
que a ideia de Locke está distante de ser a realidade nas escolas brasileiras, já
53 lle
que muitas se omitem acerca dos casos de intimidação sistemática. Dessa forma,
o silêncio de diretores e de professores permite a ocorrência de histórias como
o Massacre de Realengo, e, se a inércia das autoridades escolares se mantiver, os
07 Fa

estudantes serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas para
alunos e alunas brasileiros: o “bullying”.
09 or

Para que as instituições de ensino sejam, de fato, um local seguro,


diretores e professores devem combater a cultura de hostilidade enraizada, por
22 Ig

meio de eventos pedagógicos, como aulas e oficinas capazes de promover a


interação entre os alunos. Essa iniciativa poderia se chamar “Escola Presente”
teria a finalidade de mostrar que as autoridades escolares não se omitem ante a
prática do “bullying”, de sorte que os estudantes possam usufruir, em breve, de
uma comunidade justa, solidária e livre de qualquer violência.

Professor Vinícius Oliveira


JORNADA TOP30 | Curso de Análise de Redações Modelo 2020

TEMA 2/30 – Por que o preconceito linguístico é um paradoxo no Brasil?

Em 1955, João Cabral de Melo Neto escreveu a obra “Morte e vida severina” e
objetivou promover a valorização dos falares regionais e da pluralidade da língua.
Entretanto, substancial parcela dos brasileiros se mostra incapaz de aceitar a diversidade
linguística retratada pelo autor modernista, e, justamente por isso o preconceito
linguístico se mostra um paradoxo no Brasil. Nesse sentido, para que essa contradição
seja desfeita, há de se valorizar a linguagem dos grupos excluídos, bem como combater
a imposição da norma gramatical.

Sob uma primeira análise, em 1948, a ONU estabeleceu que um dos principais
direitos de um indivíduo é a sua cultura linguística — conhecida como Patrimônio
Imaterial — e seria fundamental à dignidade humana. Ocorre que os frequentes discursos
de ódio acerca das variantes linguísticas consideradas de baixo prestígio representam
grave problema e vão de encontro àquilo que as Nações Unidas declararam como
indispensável: a liberdade da língua. Nesse viés, é incoerente que o Brasil seja conhecido
como nação multicultural, mas ainda mantenha o preconceito linguístico como prática
comum e capaz de fragilizar o Patrimônio Imaterial garantido em 1948.

2 s
86 iro
De outra parte, enquanto se mantiver a prescrição do conceito de certo e de
errado, haverá preconceito linguístico. A esse respeito, Marcos Bagno — um dos mais
importantes linguistas brasileiros — entende que a língua possui a função social da
53 lle
comunicabilidade e deve colaborar para a inclusão dos grupos marginalizados. Todavia,
a visão de que existe uma única variante correta impede que a ideologia de Bagno seja a
realidade na nação, que consegue ser, ao mesmo tempo, multicultural e preconceituosa.
07 Fa

Assim, é paradoxal que a linguagem deixe de ter objetivo de comunicação e para se


tornar instrumento de opressão.

O preconceito linguístico é, portanto, uma contradição que deve ser, urgentemente,


09 or

combatida. Assim, as escolas precisam desestimular a visão normativa do certo e do


errado, por meio de projetos pedagógicos, como aulas e palestras, capazes de mostrar
22 Ig

que as variantes da língua são importantes patrimônios imateriais e não podem ser objeto
de riso ou de brincadeiras ofensivas. Essa iniciativa poderia se chamar “Cada língua conta”
e teria a finalidade de desconstruir o paradoxo de uma nação que é multicultural, mas
que insiste em manter o assédio linguístico como prática comum.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - A importância do combate aos maus-tratos aos animais

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais – promulgada em


1978 pela ONU — assegura às espécies domésticas e silvestres o tratamento com
dignidade e respeito. Entretanto, os frequentes casos de exploração impedem
que lhes sejam assegurados esses direitos na prática. Com efeito, não é razoável
que, mesmo a sociedade civil brasileira persista em negar direitos civis aos
animais.

Diante desse cenário, os maus tratos vão de encontro à legislação


nacional e internacional. A esse respeito, em 1961, o então presidente Jânio
Quadros promulgou a lei que proíbe expressamente o desenvolvimento de
competições baseadas na mutilação e na morte de galos, cachorros, pássaros —
conhecidas como rinhas. Entretanto, mesmo após a vigência da lei de Jânio,
ainda existem no país locais que utilizam animais para a diversão humana e os

2 s
submetem a condições degradantes, o que deve ser desconstruído sob pena de
prejuízos para a sociedade e a biodiversidade.
86 iro
Ademais, o desrespeito aos animais pode colocar em risco o
equilíbrio ambiental. Nesse contexto, a Arara Azul — conhecida espécie em
53 lle

extinção — alimenta-se das sementes da árvore Manduvi e faz seus ninhos na


cavidade do tronco dessa planta, cuja existência é importante à biodiversidade
07 Fa

do Pantanal. Ocorre que a retirada da Arara Azul do habitat natural coloca em


risco a perpetuação da própria ave, bem como interfere na dispersão das
sementes da Manduvi, o que é capaz de modificar negativamente a dinâmica das
09 or

espécies. Todavia, enquanto a exploração a animais se mantiver, o Brasil estará


impossibilitado de experimentar um dos direitos mais importantes assegurados
22 Ig

pelo artigo 225 da Carta Magna: o equilíbrio ambiental.

Portanto, para que o respeito aos animais seja, de fato, assegurado na


prática, a ONG WWF-Brasil, por meio de campanhas na mídia televisiva e na
internet, deve veicular breves documentários capazes de mostrar aos indivíduos
os prejuízos advindos da exploração às espécies silvestres, bem como repudiar
os maus tratos aos animais domésticos, com a finalidade de orientar a sociedade
civil a colocar em prática os direitos propostos pela ONU. Essa iniciativa da WWF-
Brasil é importante, porque problematizaria a função de entretenimento dos
animais, aumentaria sua valorização e colaboraria para que o respeito às espécies
deixasse de ser, no Brasil, um direito fragilizado.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema do desperdício de comida entre os brasileiros

Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia Constituinte


estabeleceram a alimentação como um fundamento básico e indispensável à
dignidade humana. Todavia, a persistência da fome no Brasil — motivada pelo
desperdício de comida — evidencia que a sociedade torna o direito
constitucional em uma utopia. Com efeito, há de se combater o consumo
irresponsável pelos indivíduos, bem como a omissão do Estado.

A respeito desse problema, a formação colonial exploratória e desigual


do Brasil contribuiu para que o excesso de alimento à mesa estivesse relacionado
ao sucesso, o que motiva o brasileiro a produzir mais comida do que é capaz de
consumir. Ocorre que a cultura imprópria do desperdício representa grave
mazela construída desde o século XVI, que poderia ser revertida em alimentação
para os 5,2 milhões de indivíduos que passam fome, segundo o IBGE (2018).
Nesse viés, é incoerente que o descarte de comida seja a regra em uma nação
majoritariamente pobre.

2 s
Ademais, o Estado se mostra omisso ao desperdício. A esse respeito,
86 iro
segundo o filósofo John Locke, os indivíduos confiam suas necessidades no
Estado, que, em contrapartida, deve — ou deveria — garantir direitos básicos à
população, tal como a alimentação. Todavia, o Poder Público brasileiro, que
53 lle

poderia reaproveitar a comida desperdiçada de bares e restaurantes, permanece


inerte e incapaz de cumprir a ideologia de Locke e oferecer o mínimo para
07 Fa

indivíduos marginalizados: as refeições básicas, indispensáveis para a


subsistência digna.

Para que o desperdício de comida deixe de ser realidade, os cidadãos, no


09 or

exercício do seu senso crítico, devem evitar o desperdício, por meio da cocção
planejada dos seus próprios alimentos, a fim de desestimular a cultura de fartura
22 Ig

e o descarte de comida. O Poder Executivo, por sua vez, precisa garantir as


refeições básicas daqueles que passam fome, regulamentando a distribuição das
comidas que sobram de bares e de restaurantes, o que atualmente é proibido.
Essa iniciativa desconstruiria a omissão do Estado e contribuiria para que o direito
à alimentação deixasse de ser, no Brasil, um privilégio.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Crianças em situação de rua: como combater esse problema no Brasil?

O poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira, narra uma cena ao mesmo tempo


cruel e comum: pessoas que vivem nas ruas e reviram o lixo para sobreviver.
Entretanto, episódios como esse se tornam ainda mais dramáticos quando são
crianças as protagonistas dessa situação de rua, o que torna urgente que se garanta
a dignidade humana e que se combata o individualismo.

Diante desse cenário, a ONU promulgou em 1948 a Declaração Universal dos


Direitos Humanos, segundo a qual todos os indivíduos fazem jus a condições de
humanidade. Todavia, a falta de moradia, de vestuário e de higiene, bem como a
carência de serviços básicos subtrai da infância a dignidade garantida pelas Nações
Unidas. Nesse viés, meninos e meninas que vivem em logradouros públicos são
marginalizados, o que colabora para a sua progressiva vulnerabilidade, ao contrário
do que prevê a legislação internacional. Dessa forma, é incoerente que, mesmo no
século XXI, as crianças sejam obrigadas a fazer das ruas o seu lar.

Ademais, a omissão da sociedade dá lugar a narrativas análogas ao poema

2 s
modernista. Nesse viés, Simone de Beauvoir — expoente filósofa francesa —
86 iro
desenvolveu o conceito conhecido como invisibilidade social, que consiste na
estratégia racional de ignorar grupos em vulnerabilidade. Ocorre que o egoísmo
denunciado por Beauvoir aprofunda desigualdades sociais e é ainda mais cruel para
53 lle
este grupo: as crianças em situação de rua, que, embora sejam obrigadas a trabalhar,
são incapazes de prover o próprio sustento. Assim, invisibilidade é sinônimo de
agressão e violenta diariamente meninos e meninas que foram impedidos de ter um
07 Fa

lar.

A moradia deve ser, portanto, uma garantia da infância, tal como defendem as
09 or

Nações Unidas. Nesse sentido, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos


deve combater a vulnerabilidade infantil, por meio da confecção de um cadastro de
22 Ig

crianças em situação de rua e da oferta de casas-lares disponíveis para receber


meninos e meninas, com abrangência nacional e divulgação pela grande mídia. Essa
iniciativa teria a finalidade de garantir dignidade humana às crianças e dar
publicidade à carência sofrida por elas, de sorte que os indivíduos sejam
sensibilizados, deixem de ser omissos e, enfim, contribuam para que as crianças
deixem de protagonizar “O Bicho”, de Manuel Bandeira.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Efeitos sociais da gravidez na adolescência em questão no Brasil

A Organização das Nações Unidas estabeleceu a data 26 de setembro


para ser o Dia Mundial de Combate à Gravidez na Adolescência e lançou
campanhas a serem aplicadas pelos países membros. Todavia, o Brasil não
possui estratégias para desestimular a gestação precoce, que representa
grave problema. Assim, os efeitos sociais dessa realidade têm como
consequência a evasão escolar e deixam claro o despreparo da sociedade
verde-amarela.
À vista desse problema, o abandono à escola para cuidar da gestação
precoce é um dos principais efeitos sociais sofridos pelas meninas. Nesse
sentido, Paulo Freire — expoente cientista da educação — desenvolveu a obra
“Pedagogia do Oprimido”, segundo a qual a escola é capaz de mudar a
realidade das pessoas e ampliar seus horizontes. Ora, as adolescentes que
engravidam e largam as salas de aulas estão impedidas de experimentar a

2 s
liberdade descrita por Freire e estarão fadadas a serem oprimidas pela
86 iro
sociedade com baixos salários e com a dependência do marido, tal como é
denunciado no livro “Pedagogia do Oprimido”.
53 lle
Inclusive, os altos índices de gravidez na adolescência equiparam o
Brasil a nações onde a exploração sexual é a regra. A esse respeito, a OMS fez
um levantamento dos níveis de gestação precoce e chegou à conclusão de
07 Fa

que o Afeganistão — local em que o casamento e o abuso infantil acontecem


livremente — possui 90 meninas grávidas a cada 1000. O Brasil, por sua vez,
09 or

aproxima-se do país islâmico segundo a Organização Mundial da Saúde, com


72 meninas gestantes, o que significa que a nação brasileira ainda vive em
22 Ig

grave retrocesso e está distante de ser considerada uma sociedade evoluída.


Há de se minimizar, portanto, os casos de gravidez precoce no Brasil.
Nesse viés, as escolas devem orientar meninos e meninas de 10 a 19 anos
acerca do momento adequado para o início da vida sexual, com foco no uso
de preservativos. Essa iniciativa poderia se chamar “Momento certo” e
aconteceria por meio de projetos pedagógicos, como aulas e palestras, a fim
de evitar os efeitos sociais negativos, como a evasão escolar. A partir dessas
ações, o Brasil deixará de estar próximo de nações com alto índice de gestação
precoce, e haverá redução dos níveis de gravidez em momento errado.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA - O cidadão brasileiro valoriza a manutenção da saúde coletiva?

Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia


Constituinte estabeleceram o bem-estar e a vida saudável fundamentos
básicos e indispensáveis à dignidade humana. Todavia, substancial
parcela dos brasileiros se mostra incapaz de valorizar a saúde coletiva,
que seria fundamental para a manutenção do direito constitucional.
Com efeito, a solução do problema pressupõe que se respeitem as
campanhas de prevenção de doenças e que se fomente a cultura de
autocuidado.
Nesse sentido, a falta de adesão aos métodos de prevenção de
doenças inviabiliza a busca pela qualidade de vida. Nesse viés, a Revolta
da Vacina no começo do século XX representou a resistência da
sociedade da época às campanhas. Anos depois, nós reproduzimos o
mesmo comportamento retrógrado e colocamos a nossa própria
integridade em risco. Assim, é incoerente que, mesmo após décadas de
evolução científica, ainda sejam comuns o comportamento

2 s
antivacinação. 86 iro
Ademais, a falta de cultura de autocuidado dificulta a
manutenção da saúde coletiva. Sobre isso, o conceito de "self-care",
53 lle

vinculado inicialmente aos cuidados femininos, diz respeito à nossa


capacidade de perceber a necessidade de cuidados médicos
07 Fa

constantes. Ocorre que a nossa sociedade não tem, em regra, acesso a


médicos, a enfermeiros e a hospitais. Desse modo, não há como exigir
do brasileiro o costume da valorização da saúde coletiva se o contato
09 or

com os profissionais qualificados está restrito a quem pode pagar por


eles. Desse modo, enquanto a elitização se mantiver, os cidadãos serão
obrigados a conviver com este grave problema: a falta de cuidados com
22 Ig

a saúde.
Para que o direito ao bem-estar e à saúde seja, portanto,
realidade no país, o Ministério da Saúde deve, com eficácia, difundir
informações e sensibilizar a população, por meio de uma campanha na
mídia que alerte sobre os riscos da postura antivacinação e da falta de
autocuidado. Essa iniciativa poderia se chamar “Cuidar é o melhor
remédio”, seria composta de ações comunitárias, como eventos lúdicos
nas praças e locais públicos, e teria dupla finalidade: alertaria a
sociedade sobre a importância das vacinas e levaria o brasileiro a
valorizar, de fato, a saúde coletiva.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O drama do desaparecimento de crianças no Brasil

A produção infantil “Procurando Nemo”, embora seja uma animação


lúdica, ilustra um sério problema presente entre os indivíduos fora da ficção:
o desaparecimento de pessoas. Com efeito, a situação se torna ainda mais
cruel quando as crianças protagonizam a triste história de Nemo. Nesse viés,
para que os sumiços não sejam uma regra, há de se desconstruir a omissão
estatal, bem como a indiferença da sociedade.
Nesse sentido, o enfrentamento do problema pelas autoridades
carece de agilidade. A esse respeito, os EUA instituíram uma ferramenta
chamada de Alerta Amber, capaz de disparar mensagens simultâneas em
todos os veículos midiáticos e de radiodifusão, o que potencializa as chances
de encontrar crianças sequestradas. Entretanto, o Brasil não possui
estratégias de combate imediato, ao contrário do que ocorre nos Estados
Unidos. Inclusive, até 2019, não havia sequer um cadastro que unificasse os
casos de desaparecimento infantil, o que evidencia o despreparo da polícia.

2 s
Assim, enquanto a omissão do Estado for a regra, pais e mães continuarão
86 iro
órfãos dos próprios filhos.
Ademais, há quem se emocione com o sumiço de Nemo, mas seja
53 lle
indiferente aos casos reais de crianças desaparecidas. Nesse sentido, o
UNICEF — órgão da ONU especializado em infância — defende que os
07 Fa

principais motivos para o rapto são o tráfico internacional de órgãos, a


exploração sexual e os trabalhos forçados. Ocorre que esse problema
denunciado pelas Nações Unidas não tem sido capaz de sensibilizar a
09 or

população brasileira, de sorte que ainda persiste a falta de empatia com


aqueles que tiveram seus filhos sequestrados. Nessa perspectiva, não há
22 Ig

como construir uma sociedade livre, justa e solidária sem o enfrentamento


coletivo ao desaparecimento de crianças.
O Brasil precisa, portanto, solucionar a cruel realidade de meninos e
meninas que são diariamente subtraídos de suas famílias. Para isso, a Polícia
Federal deve destinar tratamento mais célere aos casos, por meio de
estratégias eficazes de enfrentamento, como a criação de delegacias
especializadas e de um alarme que denuncie, em tempo real, o
desaparecimento de crianças. Essa iniciativa teria a finalidade de agilizar a
busca dentro das primeiras horas, bem como dar visibilidade nacional aos
casos, de sorte que a indiferença da sociedade seja convertida em auxílio
comunitário. Assim, a partir da mobilização social, meninos e meninas
deixarão, em breve, de ser protagonistas da angústia de Nemo.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA – O problema da superexposição nas redes sociais

Fundado em 2010, o Instagram tornou-se uma das maiores mídias de


compartilhamento de fotos e de vídeos do mundo. Embora tenha sido
criado para o entretenimento, a rede social de Zuckerberg potencializou um
grave problema comum no Brasil: a superexposição, motivada pela busca
excessiva por prestígio na internet e que torna possíveis os crimes
cibernéticos.
Diante desse cenário, a constante busca por prestígio nas mídias
sociais favorece a superexposição. A esse respeito, o filósofo francês Guy
Debord, em sua obra "Sociedade do Espetáculo", defende que as relações
sociais são medidas por imagens que podem oferecer falsa perfeição.
Nesse sentido, as fotos postadas nas redes sociais, em regra de forma
excessiva, confirmam o fenômeno denunciado por Debord e colaboram
para construir a necessidade de status. Ocorre que a superexposição pode

2 s
causar baixa autoestima e depressão naqueles que não alcançam a
86 iro
perfeição imposta no ciberespaço.
Nesse sentido, a exposição excessiva favorece a ocorrência de
53 lle
crimes. A esse respeito, o ex-presidente Getúlio Vargas saiu da vida para a
história com a criação do Código Penal brasileiro, que décadas depois
passou a tratar dos cibercrimes. Entretanto, embora haja punição para
07 Fa

aqueles que cometem delitos na web, o Código Penal ainda é incapaz de


coibir a ação de criminosos que se aproveitam das localizações e das fotos
postadas em tempo real nas redes. Inclusive, os delitos podem extrapolar o
09 or

universo digital e se manifestar de forma presencial, tal como os sequestros,


que poderiam ser evitados a partir do uso responsável das mídias.
22 Ig

Os excessos nas redes sociais devem, portanto, ser desconstruído


entre os brasileiros. Para isso, os indivíduos devem evitar a ultraexposição,
evitando nutrir a cultura de prestígio imposta nas mídias, e, principalmente,
não veiculando fotos íntimas e localizações, a fim de evitar problemas
comuns na contemporaneidade, como a baixa autoestima e os crimes
cibernéticos. Assim, a nação verde-amarela deixará de ser, enfim, uma
sociedade de espetáculo.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O problema da violência contra os idosos no Brasil

Em 1909, Filippo Tommaso Marinetti — fundador da vanguarda


futurista –— divulgou o “Manifesto Futurista”: documento cujo conteúdo
estabelecia a destruição da memória passada e defendia não haver qualquer
beleza na velhice. Com efeito, a ideologia de Marinetti manifesta-se no
imaginário daqueles que praticam com violência contra os idosos, o que
representa grave problema social. Assim, para que a agressão dê lugar ao
respeito, há de se descontruir a indiferença da sociedade e a omissão do
Estado.

Diante desse cenário, a violência simbólica, embora não seja evidente,


afeta a dignidade humana da população senil. A esse respeito, na obra “A
Velhice”, Simone de Beauvoir — expoente escritora do século XX —
desenvolveu o conceito de invisibilidade social, que consiste na indiferença
crônica sofrida pelos idosos. Nesse viés, a Terceira Idade é agredida de forma
cruel quando não é percebida ou quando as suas necessidades não são
tratadas com atenção, o que manifesta na prática a invisibilidade denunciada

2 s
por Beauvoir. Desse modo, não é razoável que homens e mulheres ignorem a
86 iro
existência daqueles cuja idade depende de atenção.

Nesse sentido, o silêncio do Estado permite a manutenção de posturas


53 lle
cruéis contra a população sênior. Sobre isso, em 2003, foi sancionado o
Estatuto do Idoso, que prevê tratamento digno e isonômico, como a garantia
da integridade física e a proteção à discriminação. Todavia, poucas aplicações
07 Fa

práticas têm sido estendidas de fato aos lares dos brasileiros mais velhos, na
medida em que as cidades carecem de delegacias especializadas para acolher
denúncias de maus-tratos e de desrespeito, o que torna o Estatuto uma utopia.
09 or

Nesse sentido, enquanto a omissão estatal se mantiver, a população senil será


obrigada a conviver com uma das mais graves mazelas sociais: a violência.
22 Ig

É incoerente, portanto, que o Estado Democrático de Direito ceda lugar


à cruel ideologia de Marinetti. Para mitigar esse problema, o Poder Legislativo
deve combater a invisibilidade social acerca do tratamento à Terceira Idade e
garantir que essa parcela marginalizada receba as garantias previstas em seu
Estatuto. Isso ocorreria por meio da criação um projeto que se chamaria “Idoso
Visível” e que destinaria cuidados específicos, como atendimento psicológico
e delegacias especializadas no combate à violência contra os mais velhos. Essa
iniciativa teria a finalidade de garantir que o Brasil passe a ser, enfim, uma
sociedade justa, solidária e livre de toda forma de agressão aos idosos.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA: Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária

Em 1954, o médico Joseph Edward Murray realizou o primeiro


transplante de órgão vital, que lhe garantiu o Prêmio Nobel de Medicina.
Entretanto, a substancial parcela dos brasileiros se mostra indiferente à
conquista de Murray, de modo que não há cultura de doadores no Brasil.
Assim, para modificar esse problema, a desinformação da sociedade e a
omissão do Estado devem ser desconstruídos.
Diante desse cenário, a falta de conhecimento inviabiliza as
doações viscerais. Nesse sentido, a morte encefálica – quadro clínico
definitivo – consiste na perda total e irreparável das funções cerebrais, que
deve ser aferida por dois médicos capacitados. Não obstante, muitas famílias,
no momento da dor em função da perda de um parente, são incapazes de

2 s
compreender a morte encefálica e nutrem a falsa expectativa de que o
86 iro
paciente voltará à vida, o que representa grave obstáculo à doação dos seus
órgãos. Todavia, não é razoável que a falta de informação a respeito da
falência cerebral dê lugar a filas de transplante cada vez maiores.
53 lle

De outra parte, em 1968 foi promulgada a primeira lei que


estabeleceu a doação consentida, segundo a qual a decisão final estaria sob
07 Fa

a responsabilidade exclusiva da família. Ocorre que são insuficientes e


ineficazes as ações do Estado em incentivar o consentimento familiar,
09 or

previsto desde 1968 e sem o qual haverá cada vez mais prejuízos àqueles
que dependem de órgãos e, consequentemente, a saúde pública será
22 Ig

fragilizada. Dessa maneira, enquanto não houver efetivas campanhas,


aqueles que dependem da doação serão obrigados a conviver com esta
triste realidade: a constante espera por um transplante.
Para incentivar, portanto, a prática solidária das doações, o
Ministério da Saúde, no exercício do seu papel social, deve ensinar a
população o que é a morte encefálica, por meia veiculação de conteúdos nas
mídias sociais e televisivas, como fotos e vídeos capazes de mostrar que a
perda das funções cerebrais é irreparável. Inclusive, essa orientação teria a
finalidade de motivar as famílias brasileiras a consentir na doação de órgãos
e de tecidos, de modo que, no Brasil, Edward Murray tenha a sua conquista
valorizada.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA - O problema da violência urbana no Brasil

A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada


em 1948 pela ONU — assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-
estar social. Entretanto, os frequentes casos de violência urbana no Brasil
impedem que os brasileiros experimentem esse direito internacional na
prática. Com efeito, não é razoável que a falta de segurança pública e a
violência ainda sejam tão comuns no país que pretende alcançar a posição
de Estado desenvolvido.
Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas, em
2015, comparou o número de mortes violentas intencionais do Brasil com a
Síria e chegou à conclusão de que as aproximadas 250 mil mortes em 5 anos
de guerra no Oriente Médio foram superadas pelas 280 mil mortes de
brasileiros, no mesmo período de 5 anos. Nesse sentido, o Brasil, mesmo em
tempos de paz, é mais violento do que uma nação em intenso conflito
armado, o que deixa implícito que o Estado Democrático experimenta uma

2 s
guerra não oficial, cujos números são tão — ou mais — cruéis do que os da
86 iro
Síria.
Ademais, em 1966, o então presidente Castelo Branco instituiu
os autos de resistência, que são documentos capazes de justificar as mortes
53 lle

cometidas pelos policiais militares. A motivação desses autos era justificar


execuções extra-judiciais a indivíduos que se opunham à ditadura e evitar a
07 Fa

punição às autoridades. Ocorre que a impunidade iniciada em 66 ainda


produz efeitos e reflete nos excessos cometidos pela PM brasileira. Porém,
enquanto a polícia permanecer amparada pelos autos de resistência, a
09 or

sociedade será obrigada a viver diariamente com um dos mais graves


problemas do Estado Democrático de Direito: a sensação de insegurança.
22 Ig

Urge, portanto, que o direito à paz e ao bem-estar social sejam,


de fato, assegurados na prática, como prevê a Declaracação Universal dos
Direitos Humanos. Nesse sentido, o Ministério Público Federal deve propor
o fim dos autos de resistência e fiscalizar a atividade policial, por meio de
ações judiciais contra ilegalidade e abuso de poder da PM. Essa iniciativa
teria a finalidade de reduzir a sensação de insegurança nas cidades e
minimizar os número de mortes violentas intencionais. Inclusive, a fiscalizaçao
do MPF é importante porque esse órgão tem a função constitucional de
garantir o Estado Democrático de Direito e evitar que se perpetue, no Brasil,
a guerra não oficial.

Professor Vinícius Oliveira


Tema – O papel da tecnologia na formação educacional do brasileiro

A Quarta Revolução Industrial — também conhecida como Indústria 4.0 —


caracteriza-se pelo advento da inteligência artificial e da imersão digital, que
simplificou a disseminação do conhecimento ao redor do mundo. Todavia, o
fenômeno iniciado no século XXI não alcança todos os brasileiros, sobretudo em
áreas em que a escassez de recursos é a regra. Com efeito, a desigualdade social e
a falta de autonomia do estudante impedem que a tecnologia transforme o sistema
educacional.

Diante desse cenário, a proposta de sistematização do ensino a distância


esbarra na falta de urbanização e na miséria extrema, iniciada no Período Colonial e
vigente na contemporaneidade, a exemplo do município de Melgaço, no Pará –
menor IDH do Brasil. Nesse viés, não há como aprender, presencial ou
remotamente, convivendo com a fome e com a ausência de recursos básicos, assim

2 s
como ocorre na cidade paraense. Desse modo, é inviável usufruir dos benefícios da
86 iro
internet e das videoaulas enquanto o saneamento e a alimentação continuarem
sendo privilégios – e não direitos.
53 lle

Ademais, para que a tecnologia transforme a educação, a passividade dos


alunos deve dar lugar à autonomia. Nesse sentido, o modelo educacional vigente
07 Fa

no país é inspirado no formato da Revolução Francesa, de 1789, segundo a qual


deveria haver a dependência do estudante ao professor, que, segundo o ideal
francês, estaria em grau de superioridade intelectual. Ocorre que a Revolução 4.0
se mostra incompatível com o modelo ultrapassado do Iluminismo, e a passividade
09 or

do estudante impede que seja aproveitado o potencial da tecnologia, e, enquanto


a subserviência do aluno ao docente se mantiver como regra, o aprendizado
22 Ig

tecnológico será a exceção.

Para que a tecnologia, portanto, cumpra o seu papel na formação


educacional, as escolas devem contribuir para a redução da desigualdade social,
por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e minicursos, que ofereçam as 3
refeições diárias aos alunos e que crie um ambiente favorável para o estudo
autônomo. Essa iniciativa poderia se chamar “Escola digital” e teria a finalidade de
possibilitar que meninos e meninas tenham acesso à tecnologia no ambiente
escolar, de sorte que a transformação prevista na Revolução 4.0 deixe de ser, em
breve, uma utopia no Brasil.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A importância da prática de atividades físicas para a saúde dos brasileiros

Na Grécia Antiga, Hipócrates — conhecido como pai da medicina —


entendia que a anatomia humana exige o constante movimento do corpo, e a
inatividade iria de encontro à natureza do ser humano. Entretanto, substancial
parcela dos indivíduos faz da inércia um costume, de modo que o
sedentarismo se tornou um grave problema e exige que se desconstrua o
excesso de atribuições diárias e as consequências nocivas à saúde.

Diante desse cenário anunciado por Hipócrates, o acúmulo de tarefas


no cotidiano motiva a falta de atividades físicas. Nesse viés, no final do século
XX, a Terceira Revolução Industrial possibilitou o acúmulo de atividades e
tornou confortável a vida das pessoas. Todavia, o excesso de conforto
possibilitado pela Revolução Tecnológica pode ser prejudicial e tornar
sedentários os indivíduos que se apoiam na tecnologia e são indiferentes a
caminhadas e outras atividades físicas fundamentais. Nesse sentido, enquanto
o conforto excessivo for a regra, a atividade física será a exceção.

2 s
Nesse sentido, o sedentarismo possibilita o desenvolvimento de
diversas doenças. A esse respeito, a Organização Mundial da Saúde
86 iro
relacionou a vida sedentária como causa para obesidade, capaz de acarretar
falhas na produção de insulina — diabetes — e alta pressão arterial –
53 lle
hipertensão. Ocorre que substancial parcela da população se mostra
indiferente às informações veiculadas pela OMS, não pratica atividades físicas
e é inconsequente em relação à própria saúde, o que pode ter consequências
07 Fa

nocivas irreversíveis. Assim, se o sedentarismo se mantiver, a sociedade será


obrigada a conviver com um dos mais graves problemas para os cidadãos: as
competições de saúde.
09 or

Para combater o problema do sedentarismo, portanto, os próprios


indivíduos devem organizar suas atribuições diárias, por meio de
22 Ig

planejamentos capazes de identificar prioridades, a fim de minimizar o


excesso de tarefas e possibilitar a prática de atividades. O Poder Executivo,
por sua vez, precisa estimular as atividades físicas e exercícios regulares, por
intermédio de projetos comunitários, como academias populares, para
prevenir o desenvolvimento de doenças, a exemplo da diabetes e da
hipertensão. Assim, a proposta de Hipócrates será valorizada, e o
sedentarismo deixará de ser um problema moderno.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – O que o Brasil precisa aprender para lidar com o novo Coronavírus?

Em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde com objetivo de garantir


que todos os brasileiros tivessem acesso a médicos e a hospitais. Todavia, a
pandemia da COVID-19 mostra que o SUS, embora seja o maior do mundo,
ainda apresenta fragilidades. Com efeito, o novo Coronavírus mostra que não
só o Estado precisa melhorar suas políticas públicas, assim como os indivíduos
devem ser mais responsáveis acerca da prevenção a doenças.

Nesse sentido, o pai do liberalismo político, John Locke, desenvolveu


o conceito conhecido como Contrato Social, segundo o qual os cidadãos
devem confiar nas autoridades públicas, que, em contrapartida, devem
garantir direitos naturais, dos quais a vida é o principal. Ora, durante a
pandemia da COVID-19, o Poder Público brasileiro, ao contrário do ideal de
Locke, tem sido incapaz de garantir a manutenção da vida de substancial
parcela da população. Inclusive, a enfermidade revelou ineficiências do SUS
que estavam ocultas e que devem, urgentemente, ser solucionadas.

2 s
Inclusive, o povo brasileiro precisa utilizar a experiência caótica com o
86 iro
novo coronavírus para desenvolver uma prática que é – ou deveria ser – básica:
o autocuidado. Nesse viés, esse conceito, inicialmente relacionado à saúde
feminina, refere-se a atitudes individuais que podem garantir a manutenção
53 lle
da saúde e, até mesmo, da própria vida. Entretanto, durante o período de
quarentena da COVID-19, houve indivíduos que frequentavam bares e praias
normalmente, o que facilitou a proliferação da doença respiratória. Assim,
07 Fa

enquanto a nação verde-amarela não perceber a relevância do autocuidado,


estará vulnerável a infecções tão ou mais graves do que a causada pelo
coronavírus.
09 or

Urge, portanto, que a sociedade brasileira, de fato, aprenda com a


22 Ig

pandemia. Nesse sentido, o Poder Legislativo precisa solucionar a crise do


SUS, por meio de investimentos em hospitais, como a ampliação de
emergência e a criação de novos leitos, a fim de garantir que o combate às
doenças seja eficaz. Os cidadãos, por sua vez, devem praticar o autocuidado,
por intermédio de ações simples, como o respeito à quarentena, bem como a
constante higiene das mãos. Essa iniciativa básica poderá evitar o colapso de
saúde pública e contribuir para que, em breve, a pandemia da COVID-19,
permaneça apenas na história.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - O problema da automedicação entre os brasileiros
A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema
jurídico brasileiro — assegura a todos a saúde e o bem-estar. Entretanto, o aumento
dos casos de consumo de remédios sem a orientação médica demonstra que os
indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. Com efeito, há de se
desconstruir a ineficiência do SUS, bem como orientar a população sobre os riscos da
resistência bacteriana.

Diante desse cenário, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma, em “Modernidade


Líquida”, que algumas instituições — dentre elas o Estado — perderam sua função
social, mas conservaram sua forma a qualquer custo e se configuram “instituições
zumbis”. Essa metáfora foi proposta por Bauman e serve para mostrar que algumas
instituições públicas — a exemplo do SUS — são incapazes de desempenhar seu papel
social e acabam por delegar à população a solução de problemas. Assim, a fragilidade
do Sistema Único de Saúde é uma das causas para a cultura de automedicação, que se

2 s
mostra grave problema na contemporaneidade.
86 iro
Ademais, a administração irrestrita de medicação pode favorecer o
surgimento das chamadas superbactérias. Nesse contexto, a presença de antibióticos
53 lle

em dose inadequada e sem orientação médica permite a replicação dos genes na


estrutura dos vírus, e, de acordo com as orientações neodarwinistas, são capazes de
07 Fa

selecionar a bactéria mais resistente e dificultar o tratamento da doença. Tal processo


ocorreu com a bactéria KPC, que passou pela seleção natural e hoje se mostra um dos
mais graves patógenos presentes no ambiente hospitalar. No entanto, enquanto a
09 or

automedicação se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves
problemas para a saúde dos indivíduos: as superbactérias.
22 Ig

Urge, portanto, que o direito à saúde e ao bem-estar seja, de fato, assegurado


na prática, como prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, a Agência
Nacional de Saúde Suplementar, por meio das mídias, como os canais abertos de
televisão, deve veicular conteúdos capazes de valorizar a data comemorativa do uso
racional de medicamentos — cinco de maio — e mostrar as consequências nocivas da
automedicação, como a seleção natural de superbactérias, visando a motivar a
sociedade civil a repudiar a administração autônoma de remédios. Essa iniciativa da
ANS é importante porque problematizaria a ineficiência do SUS e colaboraria para que
houvesse, no Brasil, o incentivo à medicação saudável.

Professor Vinícius Oliveira


Tema - A importância da cultura do autocuidado entre os brasileiros

O National Health Service — sistema de saúde do Reino Unido —


desenvolveu o conceito de “self-care”, que, em tradução livre, seria "cuidar se si
mesmo". Apesar de inicialmente estar relacionado à saúde feminina, sobretudo
nos testes de câncer de mama, o autocuidado deve — ou deveria — ser uma prática
comum a todos. Com efeito, ao contrário da proposta do NHS, os indivíduos são
indiferentes à própria saúde, seja pela alimentação inadequada, seja pelo uso
imprudente de medicamentos.

Diante desse cenário, produtos ultra processados, derivados de óleos


vegetais e gorduras hidrogenadas são sinônimos para alimentos com poucos
nutrientes e capazes de aumentar a produção do colesterol ruim, tecnicamente
chamado de LDL. Ocorre que o sabor atraente e o baixo custo fazem com que
esses insumos sejam a regra entre a população global, o que impede a cultura

2 s
de autocuidado, já que o colesterol ruim (LDL) pode acarretar prejuízos
irreparáveis, como a diabetes.
86 iro
Ademais, o autocuidado não pode ser confundido com
automedicação. A esse respeito, a partir do ano 2000, os EUA identificaram
53 lle

bactérias que haviam sofrido mutações genéticas em decorrência do uso


indiscriminado de remédios. Essa prática imprudente de administrar substâncias
07 Fa

por conta própria, que motivou o surgimento das superbactérias, é justamente o


oposto do que se espera do conceito de “self-care” e coloca em risco não só o
indivíduo, mas também a saúde pública. Assim, apesar de o acesso a médicos ser
09 or

um obstáculo, a prática da automedicação oferece mais riscos do que benefícios.

Para que haja cultura de autocuidado, portanto, o Ministério da Saúde


22 Ig

deve desestimular o consumo excessivo de comidas ultraprocessadas, por meio


da divulgação midiática das suas consequências nocivas à saúde, como o
aumento do colesterol, a fim de que a população modifique seus hábitos
alimentares. Por sua vez, os próprios indivíduos precisam repudiar a
automedicação, por intermédio da busca por profissionais especializados, em vez
de realizar pesquisas na internet. Essa iniciativa individual teria a finalidade de
evitar que haja resistência bacteriana, de modo que o conceito de “self-care” seja
realidade entre os cidadãos.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - A autotutela na segurança e o porte de armas em questão no mundo
contemporâneo

No século XVII a.C., o Código de Hamurabi determinava que a população fizesse a


justiça por si mesma, o que ficou conhecido como lei de talião. Todavia, após a criação do
Estado Democrático de Direito, a ideologia “olho por olho, dente por dente”, criada antes
de Cristo, tornou-se imprópria. Nesse sentido, não é razoável promover autotutela na
segurança, sob pena de fragilizar o equilíbrio social e potencializar a maldade.
Diante desse cenário, o conceito de Contrato Social — criado pelo filósofo John
Locke — propõe que o Estado deveria substituir a vontade da população, de modo a
garantir direitos a todos. Nesse viés, caso os cidadãos assumam o porte de armas e façam
a própria segurança, haverá desequilíbrio do Contrato Social, o que representa prejuízo
irreversível e fragiliza a ordem social — escassa na contemporaneidade. Dessa forma, a
ordem pública deve ficar a cargo de agentes preparados para a tarefa, o que, entretanto,

2 s
tem sido exceção.
86 iro
Ademais, o porte de armas evidenciaria a maldade humana. A esse respeito, a
filósofa Hannah Arendt disserta que as atitudes cruéis fazem parte do cotidiano moderno
de homens e de mulheres, o que define o conceito conhecido com Banalidade do Mal.
53 lle

Ocorre que a liberação social de armas de fogo poderia potencializar a hostilidade, tornar
a crueldade denunciada por Arendt cada vez mais presente e fragilizar de forma
07 Fa

irreparável a harmonia coletiva que ainda resta. Desse modo, é incoerente que a nação
busque ser pacífica, mas insista em distribuir armas indiscriminadamente.
Para que a lei de talião, portanto, permaneça no passado, os indivíduos devem
09 or

repudiar a flexibilização do porte de armas, por meio de discussões nas mídias sociais que
mostrem as possíveis consequências da autotutela, como a quebra do Contrato Social, de
22 Ig

Locke, e o aumento da Banalidade do Mal, de Arendt. Essa iniciativa teria a finalidade de


pressionar as autoridades a garantirem a segurança e, assim, reafirmar o verdadeiro
Estado de Direito.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA – A construção da responsabilidade socioambiental no
brasileiro em discussão na sociedade

Em 1992, a ONU promoveu a Conferência da Terra e lançou metas a


serem aplicadas pelos países, a fim de preservar o meio ambiente. Entretanto,
a iniciativa das Nações Unidas não foi efetiva, já que, em regra, a sociedade
ainda carece de responsabilidade ambiental. Com efeito, para desenvolvê-la,
há de se combater não só o interesse privado das autoridades, bem como a
omissão dos indivíduos.

Nesse sentido, o conceito conhecido como "Cordialidade" foi criado em


1936 por Sérgio Buarque de Holanda e diz respeito à inabilidade de valorizar o
interesse coletivo. Ocorre que não há como desenvolver a responsabilidade
socioambiental com atitudes cordiais por parte do poder público, que se omite

2 s
ante os impactos ambientais promovido por grandes empresas — agronegócio,
86 iro
construtoras, mineradoras. Nesse sentido, enquanto a coletividade não for
privilegiada pelo Estado, serão comuns episódios graves, tais como os de
Mariana e de Brumadinho.
53 lle

Ademais, a indiferença dos indivíduos acerca da sustentabilidade


mostra-se obstáculo para a preservação ambiental. A esse respeito, o filósofo
07 Fa

contratualista Jean-Jacques Rousseau defendia a tese segundo a qual os


cidadãos seriam os responsáveis por todos os rumos da sociedade
democrática. Todavia, os indivíduos contemporâneos são incapazes de colocar
09 or

em prática a responsabilidade descrita por Rousseau, abandonando à própria


sorte ecossistemas e biomas. Assim, não é razoável que a inércia social dê lugar
22 Ig

a um dos mais graves problemas para as presentes —e futuras —gerações: o


desequilíbrio ambiental.

A Conferência da Terra, portanto, precisa ser, de fato, efetivada pela


sociedade. Nesse sentido, na condição de fiscal da lei, o Ministério Público
deve, por meio da Ação Civil Pública, processar as autoridades que permitem
que grandes empresas explorem o meio ambiente com pouca — ou nenhuma —
responsabilidade. A iniciativa do MP teria a finalidade de problematizar, com
veemência, as questões ambientais, e, assim, mobilizar todos os indivíduos,
desconstruindo-lhes a inércia e colocando a responsabilidade socioambiental
em prática.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - A crise do sistema carcerário em questão no Brasil
contemporâneo

Graciliano Ramos, em sua obra A Declaração Universal dos Direitos


póstuma “Memórias de um cárcere”, Humanos — promulgada em 1948 pela
descreve a situação insalubre a que foi ONU — assegura a todos os indivíduos o
submetido em 1936 quando foi preso direito à dignidade humana. Entretanto, a
por Vargas no porão de um navio. crise do sistema carcerário impede que os
Entretanto, os conflitos presos experimentem esse direito
experimentados pelo escritor internacional na prática. Com efeito, não é
modernista não se restringem à ficção, razoável que a péssima condição dos
mas se aplicam à contemporaneidade presídios seja comum no país que
brasileira e refletem a ineficiência do pretende alcançar a restauração dos
atual sistema prisional, cuja crise se detentos, bem como a posição de Estado
mostra grave problema social e deve desenvolvido.
ser modificada.

2 s
86 iro
Diante desse cenário, o sistema carcerário ineficiente é um obstáculo à
ressocialização. A esse respeito o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra
“Modernidade Líquida”, desenvolveu o conceito de “Instituição Zumbi”, segundo qual o
53 lle

Estado mantém — a todo custo — a sua forma, porém perdeu sua função social,
estabelecida pela lei. Nesse contexto, a atual estrutura penitenciária configura-se como
07 Fa

“Instituição Zumbi”, na medida em que deveria ressocializar o preso, mas se mostra


incapaz de fazê-lo. Todavia, é contraditório que o poder público seja indiferente à função
social do sistema carcerário.
09 or

Ademais, os problemas das prisões fomentam a cultura de violência. Nesse sentido,


a Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2013, teceu críticas contundentes à
22 Ig

gravidade estrutural dos cárceres brasileiros, em virtude da superlotação das celas, da


mutilação dos presos, e das condições insalubres do ambiente prisional — condições
enquadradas no conceito jurídico de Estado de Coisas Inconstitucional. Ocorre que as
circunstâncias caóticas apontadas pela Corte Interamericana contribuem para
manutenção da cultura de violência dentro e fora dos presídios. Contudo, enquanto o
caos do sistema carcerário brasileiro se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com
um dos mais graves problemas para a sociedade civil: a violência.

Impende, portanto, que o direito à dignidade humana seja, de fato, assegurada na


prática, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sob essa ótica, o
Ministério Público Federal, por meio de ações judiciais avaliadas com prioridade pelo
Poder Judiciário, deve assegurar as condições de salubridade e segurança, além de
incentivar o estudo e o trabalho do preso. A iniciativa do MPF teria finalidade de
promover a ressocialização de presidiários e mitigar a cultura de violência. Com isso, a
situação do sistema carcerário seria modificada e colaboraria para que os detentos
deixassem de ter, no Brasil, sua dignidade fragilizada.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – A distribuição agrária em questão no Brasil do século XXI

A República Federativa do Brasil constitui-se Estado Democrático de


Direito e tem como objetivo fundamental a redução da pobreza extrema e das
desigualdades sociais. Entretanto, a desigualdade na distribuição agrária no
Brasil do século XXI põe em risco a aplicabilidade plena desse princípio.
Todavia, é paradoxal que o poder público permaneça indiferente à
fragilização dos direitos da sociedade civil.

Diante desse cenário, a concentração fundiária é um problema


histórico que continua produzindo efeitos na contemporaneidade. A esse
respeito, o período da República Oligárquica foi marcado pela concentração
do poder na figura dos grandes proprietários de terra, que exploravam os
trabalhadores por intermédio da propriedade — prática conhecida como
coronelismo. Inclusive, embora date de séculos anteriores, esse período da
história provoca reflexos negativos na contemporaneidade, visto que as

2 s
relações sociais no campo ainda permanecem sob controle dos “coronéis”
86 iro
contemporâneos. No entanto, não é razoável que o Estado seja incapaz de
mitigar essa desigualdade histórica que afeta toda a população brasileira.
53 lle

Nesse sentido, significativa parcela do Poder Legislativo é composta


por agroempresários, o que impossibilita a eficácia na distribuição igualitária
07 Fa

de terras. Nesse contexto, a discussão em torno da reforma agrária passou a


integrar a esfera legislativa com o Estatuto da Terra, de 1964 — ainda em vigor.
Contudo, a reforma agrária é negligenciada pelo Congresso, que persiste em
09 or

adiar a aprovação do projeto de lei. Porém, é contraditório que, mesmo na


vigência do Estado Democrático de Direito, o coronelismo persista em
22 Ig

subjugar a vontade daquele que detém o poder: o povo brasileiro.

Urge, portanto, que a desigualdade na distribuição agrária deixe de


ser a realidade na República Federativa do Brasil. Nesse sentido, a sociedade
civil organizada, por meio de denúncias nas mídias sociais, deve listar os
nomes dos parlamentares cuja postura seja contrária — ou omissa — à
redistribuição igualitária de terras, visando a expor a conduta dos deputados
e senadores que vão de encontro aos interesses coletivos. Com isso, haveria
demonstração de engajamento social a favor da reforma e repercutiria
positivamente, porque mostraria ao Congresso que não são mais aceitos, no
Brasil, os coronéis contemporâneos.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - A importância da implementação do civismo e da ética na
sociedade

Na produção ficcional “A Dona do Pedaço”, a personagem Josiane,


que insiste em ser chamada de “Jô”, é o retrato de um indivíduo esvaziado de
quaisquer valores morais e que busca sempre o benefício próprio. Nesse viés, fora
das telas, o comportamento anticívico e antiético de Jô manifesta-se no cotidiano
de substancial parcela da sociedade e exige que se desconstruam a crise de
civismo e a relativização dos valores.

Diante desse cenário, quando Aristóteles classificou o ser humano


como um “Animal Político”, o filósofo teve a intenção de mostrar que homens e
mulheres costumam se relacionar de forma harmônica, a fim de manter sua
sobrevivência. Ocorre que o conceito grego não se apresenta como realidade na

2 s
sociedade contemporânea, em virtude das diversas crises de civismo, como a
86 iro
intolerância racial, os discursos de ódio e a ganância humana. Assim, o indivíduo
deixou de ser um “Animal Político” para buscar seus próprios interesses e
vontades, o que prejudica todo o tecido social.
53 lle

Nesse sentido, a figura da personagem Josiane evidencia uma forte e


comum característica do brasileiro: a falta de ética. A esse respeito, Thomas
07 Fa

Hobbes, conhecido filósofo inglês, produziu a obra “O Leviatã”, onde descreve o


ser humano como dotado de vontades e de ambições, capazes de justificar
atitudes incorretas, desde que elas sejam benéficas a quem as pratica. Ora, é
09 or

justamente por essa relativização denunciada por Hobbes que o brasileiro convive
com a pirataria normalmente, mas critica com veemência a corrupção do
22 Ig

Congresso: atitudes igualmente criminosas.

Urge, portanto, que os próprios indivíduos, no exercício do seu senso


crítico, coloquem fim à crise de civismo e à relativização da ética, por meio da
busca por atitudes corretas diárias, como o repúdio à intolerância racial e à
pirataria. Nesse sentido, a rejeição ao que é errado teria a finalidade de reconstruir
o tecido social fragilizado pela ganância humana, como denunciou Hobbes n”O
Leviatã”, de modo que homens e mulheres deixem de protagonizar diariamente
as atitudes levianas de Josiane.

Professor Vinícius Oliveira

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PARA SE INSCREVER!
TEMA - A importância da valorização do patriotismo pelos
jovens brasileiros

Em 1983, milhares de jovens brasileiros saíram às ruas para colocar


em prática um dos eventos de maior valor patriótico do país: o movimento
Diretas Já. Todavia, substancial parcela da juventude contemporânea
mostra-se incapaz de amar sua pátria e de reivindicar melhorias para a
própria nação, tal como houve na década de 80. Nesse viés, há de se
desconstruir a alienação dos jovens e a visão equivocada de patriotismo.

Diante desse cenário, a juventude brasileira, em regra, preocupa-


se pouco — ou nada — com os rumos do país, o que é potencializado pelo
constante consumo de conteúdos esvaziados de senso crítico: manobra
conhecida como Indústria Cultural. Esse conceito foi criado por Theodor
Adorno e denuncia o fato de a mídia veicular conteúdos banais, como

2 s
programas de auditório, que desestimulam as críticas sociais. Nesse
86 iro
sentido, muitos jovens contemporâneos consomem esses conteúdos
vazios e são incapazes de estimular posturas patrióticas, o que
representa grave obstáculo ao desenvolvimento nacional e consolida a
53 lle

Indústria Cultural no Brasil.


07 Fa

Ademais, durante Copa de 1970, Emílio Garrastazu Médici


utilizou o futebol para legitimar a sua imagem e o seu governo, de modo
a vincular o espírito patriótico à figura do presidente. Com efeito, civismo
e patriotismo estão relacionados ao interesse público e não a uma
09 or

autoridade, como Médici tentou impor, e a manutenção dessa distorção


se mostra um problema irreversível à sociedade, de modo que,
22 Ig

enquanto a visão distorcida de amor à pátria se mantiver, a juventude


continuará com visão equivocada de patriotismo.

O espírito patriótico demonstrado no movimento Diretas Já


precisa, portanto, ser reascendido entre a juventude. Nesse sentido, os
próprios jovens devem problematizar, com veemência, a alienação
social, por meio de atividades pedagógicas, como aulas e discussões
organizadas. Essa iniciativa teria a finalidade de mobilizar os próprios
jovens e desconstruir visões equivocadas de patriotismo. Assim, a partir
do desenvolvimento do senso crítico, os jovens brasileiros
experimentarão, em breve, o verdadeiro civismo.

Professor Vinicius Oliveira


TEMA - A importância do respeito à diversidade de gênero no Brasil
Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade humana a todos. Entretanto, os
frequentes casos de homofobia mostram que a sociedade brasileira está distante de
experimentar os ideais iluministas na prática. Com efeito, o combate a essa forma de
preconceito pressupõe que se desconstrua a omissão do Estado e o sexismo cultural.

Diante desse cenário, a homofobia fragiliza o direito à dignidade humana daqueles


que fogem à dicotomia de gênero – homem ou mulher. Nesse contexto, há ineficiência
do Código Penal brasileiro na classificação do crime de homofobia, que, inclusive, até
2012, era categorizado como simples agressão. Aliás, quando são vítimas de violência,
travestis, transgêneros, “drag queens” sentem-se oprimidas pelos próprios agentes
policiais, o que impede o prosseguimento das denúncias. Com efeito, a criação do
Disque 100 (Disque Direitos Humanos) não tem sido suficiente para assegurar às
minorias de gênero a verdadeira garantia ao direito à dignidade humana, previsto no

2 s
artigo 5º da Carta Magna. 86 iro
Nesse sentido, em 1916, foi promulgado o primeiro Código Civil brasileiro, que
colocava a figura masculina em posição de superioridade. Esse machismo
53 lle

institucionalizado ainda persiste como uma das principais causas para a intolerância de
gênero no Brasil e motiva atos de homofobia, praticados sobretudo por homens,
07 Fa

segundo pesquisa do IBGE em 2015. Inclusive, a violência de gênero é mais praticada


por homens justamente porque há legitimação cultural – e estatal – para a
superioridade masculina e para o heterocentrismo. Entretanto, enquanto o sexismo se
09 or

mantiver, a sociedade brasileira será obrigada a conviver diariamente com um dos


piores problemas para a contemporaneidade: a homofobia.
22 Ig

Urge, portanto, que a construção de uma sociedade livre, justa e solidária seja, de
fato, assegurada na prática, como prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse sentido,
o Ministério Público Federal, por meio de ações judiciais avaliadas pelo Poder
Judiciário com prioridade, deve denunciar os casos de agressões motivadas por
questões de gênero, visando a desestimular futuros casos de preconceito, advindos
inclusive dos próprios agentes de segurança. A iniciativa do MPF é importante porque
essa entidade tem a função constitucional de garantir o Estado Democrático de Direito
e evitar que se perpetue, no Brasil, a diversidade fragilizada.

Professor Vinicius Oliveira


TEMA – A representatividade da mulher no esporte em
discussão no Brasil
Em 1948, a velocista Melânia Luz consagrou-se como a primeira
mulher negra a integrar a delegação dos Jogos Olímpicos e tornou-se
símbolo do empoderamento feminino no mundo. Todavia, a presença da
mulher no esporte ainda se mostra frágil no Brasil, de modo que o feito da
atleta representa a exceção — e não a regra. Com efeito, a solução do
problema passa pela desconstrução não só do machismo histórico, bem
como da hegemonia do gênero masculino.

Diante desse cenário, Gilberto Freire, em sua obra “Casa-grande e


senzala”, descreve os costumes sociais centrados na figura do homem
branco, que seria o dominador não só da sua propriedade, mas também de
todas as áreas da sociedade. Nesse sentido, a prevalência do masculino,
denunciada por Freire, cooperou — e ainda coopera — para o apagamento
da mulher e para o desprestígio das suas atividades, a exemplo do esporte.

2 s
Inclusive, o machismo histórico é o motivo para que as atletas estejam em
86 iro
posição desfavorável em relação aos homens. Desse modo, não é razoável
que a nação ainda mantenha o pensamento retrógrado denunciado pelo
sociólogo.
53 lle

Ademais, não há como valorizar o esporte feminino em uma


07 Fa

sociedade que, por séculos, negou direitos civis às mulheres. Nesse viés, o
Código Civil de 1916 proibia que as brasileiras tivessem direito de votar e de
exercer a posse sobre a propriedade: garantias fundamentais à cidadania.
Anos depois, embora o Código do início do século XX tenha sido revogado,
09 or

ainda persiste a desvalorização das atletas, e, enquanto o imaginário social


não for atualizado, histórias como a de Melânia Luz continuarão sendo pouco
22 Ig

— ou nada — comuns.

Há de se valorizar, portanto, a representatividade da mulher no


esporte. Para isso, as escolas devem contribuir para a desconstrução do
machismo histórico, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e
eventos desportivos capazes de estimular a igualdade entre moças e rapazes.
Essa iniciativa se inspiraria na história de Melânia Luz e poderia se chamar “À
luz da igualdade”, cuja finalidade seria construir o empoderamento feminino
no esporte, de modo que o Brasil seja conhecido como nação livre, justa e,
de fato, igualitária.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - As causas e as consequências da poluição no Brasil

No ano de 1992, acontecia no Rio de Janeiro a Cúpula da Terra —


popularmente conhecida como Eco-92 —, em que foram desenvolvidos os 3 RS
da Sustentabilidade: reduzir, reutilizar, reciclar. Todavia, substancial parcela dos
brasileiros se mostra incapaz de entender a relevância dos 3 RS, o que
representa grave problema contemporâneo. Nesse sentido, há de se
desconstruir a histórica cultura de indiferença ambiental, bem como as
consequências nocivas à saúde.

Diante desse cenário, a obra “Casa-grande e Senzala”, de Gilberto


Freyre, defende que a formação do brasileiro baseou-se na colônia de
exploração dos recursos naturais e na irresponsabilidade com a terra e com os
demais indivíduos. Essa prática de exploração excessiva, denunciada por
Freyre, ainda se manifesta nas atitudes imprudentes dos brasileiros que poluem

2 s
o meio ambiente todos os dias, por meio do descarte irresponsável de materiais
86 iro
não biodegradáveis, como o plástico comum. Dessa forma, não é razoável que
o Brasil almeje tornar-se nação desenvolvida, mas mantenha atitudes típicas da
colônia.
53 lle

Ademais, a Organização Meteorológica Mundial — responsável por


monitorar as condições climáticas do planeta — afirmou em 2018 que a
07 Fa

constante emissão de gases poluentes fez a atmosfera terrestre perder a


capacidade de autodepuração, que consiste no retorno às suas condições
normais de temperatura e de pressão. Ocorre que os brasileiros permanecem
09 or

indiferentes às consequências negativas apontadas pela OMM e não se


mobilizam para reduzir a queima de gasolina, cujos gases poluem a natureza de
22 Ig

forma irreparável. Assim, enquanto a indiferença à poluição for a regra, os


brasileiros serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas
ambientais: as alterações climáticas.

Para combater a poluição, portanto, as prefeituras, com auxílio do


Ministério do Meio Ambiente, devem buscar desconstruir a histórica cultura de
indiferença ambiental, por meio eventos populares, como palestras abertas à
comunidade, a fim de mobilizar a população para reduzir o consumo de
materiais poluentes, a exemplo de papel e plástico. Desse modo, as
consequências negativas à saúde serão mitigadas, e as iniciativas propostas na
Eco-92 deixarão de ser, no Brasil, apenas teoria.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Cibercondria: o problema do vício em tecnologia em questão no Brasil

O empresário e fundador da Apple, Steve Jobs, defendia que todos os


indivíduos ao redor do mundo deveriam dominar os recursos tecnológicos.
Entretanto, na contemporaneidade a lógica de Jobs se inverteu: a tecnologia é
que domina o indivíduo, o que se mostra grave problema social. Com efeito, a
construção de uma sociedade que valoriza a saúde e o bem-estar pressupõe ação
conjunta entre indivíduos e poder público para o combate à cibercondria.

Diante desse cenário, o vício em tecnologia afeta as relações interpessoais.


A esse respeito, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirmava que as amizades
na modernidade eram sólidas e, na pós-modernidade, passaram a ser líquidas —
palavra que dá nome à sua obra “Modernidade líquida”. Nesse sentido, a
cibercondria potencializa a fragilidade das relações entre as pessoas, na medida

2 s
em que os viciados em tecnologia tendem a experimentar apenas contatos
86 iro
superficiais, cujo fenômeno foi denominado como conexão, por Bauman.
Todavia, é contraditório que os avanços tecnológicos, criados para unir os
indivíduos, tendam a fragilizar suas relações.
53 lle

Ainda nesse sentido, Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS)


07 Fa

desenvolveu o fenômeno da “no-mobile phobia”, cuja tradução seria nomofobia,


que consiste na crise psicológica advinda da falta de acesso a dispositivos
eletrônicos. Assim, a partir da pesquisa promovida pelo NHS, há indivíduos que
09 or

ficam sem contato com seus dispositivos e apresentam crise de abstinência, tal
como os viciados em entorpecentes químicos, de modo que os tecnovícios estão
22 Ig

em paralelismo com a dependência de drogas ilícitas e trazem consequências


negativas aos brasileiros de todas as idades. Contudo, enquanto o uso excessivo
de tecnologia se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais
graves problemas para a contemporaneidade: a cibercondria.

Impende, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para


mitigas os problemas advindos do uso inadequado da tecnologia. Cabe ao
Ministério da Educação, por meio de campanhas nas escolas da rede pública e
privada, orientar que os alunos deixem de usar dispositivos eletrônicos em, pelo
menos, um dia no mês, a fim de promover a reflexão acerca da solidificação das
relações sociais. Com isso, haveria discussão em torno dos vícios em
“smartphones”, “tablets” e outros dispositivos e, possivelmente, a desconstrução
do problema. Assim, passará a haver, no Brasil, o uso da tecnologia saudável.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA – Como alcançar o desenvolvimento de que o Brasil
precisa?

Em 1988, Ulysses Guimarães estabeleceu, no artigo 3º da Carta Magna,


que a República deveria ser capaz de garantir o desenvolvimento nacional.
Entretanto, décadas se passaram, e os indivíduos estão distante de ver a
promessa do artigo 3º fora da teoria, o que prejudica toda a sociedade. Para
alcançar o desenvolvimento proposto por Guimarães, há de se desconstruir a
cultura de intolerância e a histórica desigualdade social.
Diante desse cenário, o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, na obra
Casa-grande e Senzala, desenvolveu a tese segundo a qual a identidade do
brasileiro foi construída a partir do senhor de engenho — branco, patriarca e

2 s
católico. Ocorre que aqueles que fogem às características padronizadas no
86 iro
Brasil colônia são vítimas de preconceito enraizado desde o século XVI, o que
representa grave problema e perpetua a realidade intolerante da casa-grande.
Nesse sentido, não é razoável que, mesmo objetivando ser nação desenvolvida,
53 lle
a sociedade brasileira ainda mantenha a cultura de intolerância própria ao Brasil
colonial.
07 Fa

Ademais, a desigualdade social inviabiliza os objetivos traçados para o


sucesso da nação. A esse respeito, em 1850, Dom Pedro II impediu que as
camadas sociais mais pobres tivessem acesso às terras devolutas — propriedade
09 or

do Estado. Essa iniciativa excludente do imperador promoveu — e ainda


promove — as disparidades econômicas e a pobreza extrema, com as quais o
22 Ig

progresso nacional torna-se inviável. Ora, enquanto a desigualdade incentivada


em 1850 se mantiver, o Brasil não experimentará um dos benefícios
fundamentais para a sociedade: o progresso nacional.
Para alcançar, portanto, o desenvolvimento de que o Brasil precisa, os
cidadãos devem repudiar a cultura de intolerância — iniciada no período
colonial — e os padrões que motivam o preconceito, por meio de debates nas
mídias sociais, a fim de contribuir para o progresso nacional. As escolas, por sua
vez, poderiam realizar atividades pedagógicas, por intermédio das aulas de
história e de atualidades, com capacidade de mostrar as origens da
desigualdade social. Essa iniciativa teria a finalidade de evidenciar os
obstáculos que impedem o avanço do Brasil, de modo que a Carta Magna deixe
de ser apenas teoria.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA - Desemprego: um problema histórico com reflexos na
contemporaneidade

Em 1936, o filme “Tempos Modernos” denunciou, por meio de Charlie


Chaplin, as crises vividas pela população operária que perdeu seus postos de
trabalho. Nesse viés, quase cem anos depois, o problema denunciado por
Chaplin se manifesta nos milhões de indivíduos que convivem com o
desemprego e exige cuidadosa análise acerca das mazelas sociais decorrentes
da falta de trabalho e das causas do problema.

Diante desse cenário, o excesso de pessoas em busca de uma vaga


de emprego inviabiliza o desenvolvimento social. A esse respeito, o conceito
sociólogo Exército Industrial de Reserva — criado no século XIX — diz respeito à
grande oferta de indivíduos buscando trabalho, o que os torna suscetíveis a
subempregos. Ora, o desemprego motiva a perpetuação desse fenômeno do

2 s
século XIX e subjuga homens e mulheres a condições degradantes, fragilidade
86 iro
de direitos trabalhistas, salários indignos. Desse modo, se o Exército Industrial
de Reserva for a regra, as desigualdades sociais serão cada vez mais
reafirmadas.
53 lle

Ademais, dentre as causas do problema, está a inovação tecnológica,


07 Fa

que motiva o desaparecimento de determinados empregos. Nesse sentido, a


Terceira Revolução Industrial promoveu automação de processos antes feitos
por trabalhadores e passou a exigir constante aperfeiçoamento individual.
09 or

Ocorre que substancial parcela da população em idade ativa se mostra


despreparada e incapaz de acompanhar o aprimoramento imposto pela
22 Ig

Terceira Revolução, cujos efeitos cruéis tornam o trabalhador obsoleto. Assim,


enquanto a falta de aperfeiçoamento se mantiver, a sociedade conviverá com
esta triste realidade: o desemprego.

Para efetivar, portanto, o acesso a empregos dignos, o Poder


Executivo deve estimular empregadores, como empresários e
microempreendedores, a contratar pessoas em idade ativa, por meio de
isenções fiscais, a fim de reduzir o Exército de Reserva e as mazelas sociais
advindas dele. As escolas, por sua vez, podem desenvolver a capacitação da
comunidade, por intermédio de aulas com orientações de diversas áreas,
capazes de mostrar a necessidade de capacitação profissional, colaborando
para que os problemas denunciados por Chaplin sejam, em breve, apenas
ficção.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - O desafio da aceitação à diversidade familiar no Brasil

No século XIX, Eça de Queiroz escreveu “Primo Basílio”, que narra a história
de Jorge e Luisa, personagens de uma família tradicional portuguesa, onde a
mulher era subserviente; e o homem, provedor. Entretanto, esse retrato burguês
se impõe à sociedade brasileira, e a sua imposição se mostra grave problema social
na contemporaneidade. Com efeito, a construção de uma sociedade que valoriza
a diversidade familiar pressupõe ação conjunta entre população e poder público.

Diante desse cenário, a prescrição de um modelo único de família vai de


encontro à evolução da sociedade. A esse respeito, no início do século XIX, a
legislação brasileira considerava que somente o casamento poderia estabelecer
uma família. Na sequência, o poder público passou a aceitar que mães
registrassem sozinhas os filhos, apesar de a sociedade da época manter o

2 s
preconceito às mães solteiras, considerando-as prostituas. Hoje, a lei já aceita as
86 iro
famílias homossexuais, porém há grande crítica popular à união de casais
homoafetivos. Todavia, é contraditório que, mesmo na pós-modernidade, ainda
haja preconceito aos lares que fogem ao padrão tradicional.
53 lle

Nesse sentido, a influência religiosa é obstáculo à aceitação à diversidade


07 Fa

familiar. Nesse contexto, no Concílio de Trento, a igreja católica emitiu vários


decretos dogmáticos que orientaram o pensamento da população durante toda a
Idade Média e reafirmaram a figura do patriarca e da mulher subserviente. Porém,
09 or

é contraditório que a sociedade brasileira imponha o estereótipo do patriarca


medieval e, ao mesmo tempo, busque ser considerada Estado desenvolvido.
22 Ig

Dessa forma, enquanto a influência religiosa se mantiver, o Brasil será obrigado a


conviver diariamente com um dos mais graves problemas à contemporaneidade:
o preconceito às novas famílias.

Impende, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem


para que o respeito à diversidade familiar deixe de ser um desafio. Cabe aos
indivíduos realizar debates, por meio das redes sociais, com vistas a incentivar
práticas de respeito e de valorização às novas famílias. Ao Ministério Público, por
sua vez, promover a defesa da ordem jurídica e a garantia dos direitos individuais
contra a influência religiosa, por intermédio de ações judiciais pertinentes em caso
de desrespeito aos lares que fogem ao padrão imposto. Com isso, a garantia
constitucional à igualdade deixará de ser, no Brasil, um direito negligenciado.

Professor Vinicius Oliveira


TEMA - O papel social do ensino médio no Brasil contemporâneo

Em 1996, foi fundada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que


reestruturava o Ensino Médio brasileiro, a fim de ser eficaz para os alunos. Entretanto, as
constantes falhas dos últimos anos da educação básica evidenciam que a reforma de 1996
não se mostra eficaz, o que exige a desconstrução da sua desatualização e do seu
academicismo.

Diante desse cenário, o sistema educacional do Brasil é inspirado no formato


europeu de 1789, baseado no Iluminismo, cuja ideologia impunha aos alunos igualdade a
todo custo, que, inclusive, era um dos princípios da Revolução Francesa. Ocorre que a
heterogeneidade da população brasileira contemporânea torna impróprio o modelo do
século XVIII, na medida em que não valoriza a diversidade cognitiva e socioeconômica dos
estudantes do Ensino Médio, o que os prejudica e os distancia da educação ideal. Assim, o
papel social dos últimos anos da educação básica não se efetivará enquanto a escola

2 s
mantiver a ideologia do século XVIII, e o tratamento isonômico — valorização das
diferenças — for negligenciado.
86 iro
Ainda nesse sentido, o distanciamento entre teoria e prática é obstáculo para a
formação dos educandos do Ensino Médio. A esse respeito, em sua obra “Pedagogia do
53 lle

Oprimido”, Paulo Freire defende que a escola deve ter íntima relação com a realidade dos
alunos e não ficar restrita ao universo teórico – problema conhecido como academicismo.
07 Fa

Todavia, o Ensino Médio contemporâneo vai de encontro à ideologia de Freire, haja vista a
deficiência dos métodos desenvolvidos nas escolas, capazes de criar abismos entre a sala
de aula e a sociedade. Nesse sentido, o distanciamento denunciado pelo pedagogo acarreta
09 or

um dos mais graves problemas do Ensino Médio brasileiro: a fragilidade do seu papel social.

Impende, portanto, que a educação cumpra, de fato, o seu papel nos últimos anos
22 Ig

do ensino básico. Para isso, o Ministério da Educação deve, com urgência, desconstruir o
modelo ultrapassado de aulas, por meio da flexibilização do currículo, como propõe a Base
Nacional Comum Curricular, para que a diversidade cognitiva dos alunos seja valorizada.
Por sua vez, os próprios estudantes, com auxílio dos professores, podem realizar pesquisas
e seminários relacionando a teoria aprendida em aula com o seu próprio contexto, como
ocorre em nações desenvolvidas, a fim de combater o problema do academicismo. Dessa
forma, a reforma de 1996 se tornará eficaz para os alunos do Ensino Médio.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - O problema da exclusão digital da terceira idade em
discussão na sociedade brasileira

Steve Jobs — empresário e fundador da Apple — defendia que todos


os indivíduos ao redor do mundo deveriam dominar um dos mais recursos
mais importantes para a vida em comunidade: a tecnologia. Todavia, a ideia
de Jobs não é a realidade de substancial parcela dos idosos, que são
frequentemente marginalizados da Era Digital. Assim, para superar os
desafios da inclusão tecnológica, há de se analisar a indiferença com que são
tratados, bem como a falta de relacionamento afetivo.

Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua


obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade

2 s
social do idoso. Esse conceito se relaciona com o fato cruel de a terceira idade
86 iro
ser considerada irrelevante para a sociedade e incapaz de praticar os atos da
vida comum. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa a invisibilidade
denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da população
53 lle
senil e representa obstáculo para a valorização dessa importante parcela da
sociedade. Ora, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, a inclusão digital
será a exceção.
07 Fa

Ademais, o uso da tecnologia não se resume a entretenimento: é uma


forma de relacionamento humano, a que substancial parcela dos idosos não
09 or

tem acesso. A esse respeito, a Terceira Revolução Industrial reconfigurou as


relações humanas, de modo que o contato com o outro passou a ser
22 Ig

intermediado pela tecnologia. Nesse sentido, as inovações trazidas pela


Revolução Tecnológica colaboram para excluir da vida em sociedade aqueles
que não conseguiram se adequar à Era Digital: os idosos. Ocorre que a
exclusão digital também acarreta a falta de relacionamento afetivo —
fundamental para qualidade de vida em qualquer idade.

Urge, portanto, que a inclusão digital do idoso deixe de ser um desafio.


Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve combater a exclusão e tornar
visível a necessidade tecnológica da população senil, por meio de da criação
de centros comunitários capazes de ensinar a terceira idade manusear
aparelhos eletrônicos, como “tablets” e “smartphones”. Essa iniciativa teria a
finalidade de possibilitar que os idosos estabeleçam relacionamentos afetivos
com a comunidade que os cerca, de modo que a marginalização vivenciada
pelo personagem Carl seja, em breve, apenas ficção.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - O problema da violência urbana no Brasil

A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada


em 1948 pela ONU — assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-
estar social. Entretanto, os frequentes casos de violência urbana no Brasil
impedem que os brasileiros experimentem esse direito internacional na
prática. Com efeito, não é razoável que a falta de segurança pública e a
violência ainda sejam tão comuns no país que pretende alcançar a posição
de Estado desenvolvido.
Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas, em
2015, comparou o número de mortes violentas intencionais do Brasil com a
Síria e chegou à conclusão de que as aproximadas 250 mil mortes em 5 anos
de guerra no Oriente Médio foram superadas pelas 280 mil mortes de
brasileiros, no mesmo período de 5 anos. Nesse sentido, o Brasil, mesmo em
tempos de paz, é mais violento do que uma nação em intenso conflito
armado, o que deixa implícito que o Estado Democrático experimenta uma

2 s
guerra não oficial, cujos números são tão — ou mais — cruéis do que os da
86 iro
Síria.
Ademais, em 1966, o então presidente Castelo Branco instituiu
os autos de resistência, que são documentos capazes de justificar as mortes
53 lle

cometidas pelos policiais militares. A motivação desses autos era justificar


execuções extra-judiciais a indivíduos que se opunham à ditadura e evitar a
07 Fa

punição às autoridades. Ocorre que a impunidade iniciada em 66 ainda


produz efeitos e reflete nos excessos cometidos pela PM brasileira. Porém,
enquanto a polícia permanecer amparada pelos autos de resistência, a
09 or

sociedade será obrigada a viver diariamente com um dos mais graves


problemas do Estado Democrático de Direito: a sensação de insegurança.
22 Ig

Urge, portanto, que o direito à paz e ao bem-estar social sejam,


de fato, assegurados na prática, como prevê a Declaracação Universal dos
Direitos Humanos. Nesse sentido, o Ministério Público Federal deve propor
o fim dos autos de resistência e fiscalizar a atividade policial, por meio de
ações judiciais contra ilegalidade e abuso de poder da PM. Essa iniciativa
teria a finalidade de reduzir a sensação de insegurança nas cidades e
minimizar os número de mortes violentas intencionais. Inclusive, a fiscalizaçao
do MPF é importante porque esse órgão tem a função constitucional de
garantir o Estado Democrático de Direito e evitar que se perpetue, no Brasil,
a guerra não oficial.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Os desafios da ciência brasileira no século XXI

Em maio de 1900, o Brasil presenciava a fundação do Instituto


Oswaldo Cruz, cujo objetivo era desenvolver estudos científicos de
combate à Peste Bubônica. A criação da Fiocruz foi relevante naquele
momento e evidencia a importância da ciência brasileira, que, todavia,
tem recebido pouca importância na contemporaneidade. Com efeito, há
de se combater a inércia das autoridades, bem como estimular o
pesquisador no país.
Diante desse cenário, os laboratórios de biomedicina são
responsáveis por atenuar os vírus a fim de desenvolver vacinas. Esse
processo consiste em introduzir no organismo partículas virais com baixo
potencial patogênico, de modo que o sistema imunológico produza
células de memória — linfócitos T — que potencializam a resposta do

2 s
antígeno. No entanto, o funcionamento deficitário dos laboratórios, em
86 iro
virtude do investimento reduzido, não permite a pesquisa necessária
para o desenvolvimento satisfatório de vacinas, o que se mostra grave
problema para o país.
53 lle

Ademais, há pouco – ou nenhum – suporte para manter os


pesquisadores no Brasil. Nesse contexto, cientistas formados em
07 Fa

instituições brasileiras decidem emigrar para países desenvolvidos, a fim


de buscar melhores condições para pesquisas importantes, a exemplo da
genotipagem. Esse processo conhecido como êxodo científico
09 or

representa grave prejuízo ao Brasil e, enquanto o baixo fomento aos


cientistas se mantiver, o país será obrigado a conviver com um dos mais
22 Ig

graves problemas para a ciência: o retrocesso.


Para que pesquisadores e laboratórios sejam, portanto,
valorizados no Brasil, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior, deve investir pesquisa e fornecer equipamentos aos
laboratórios periodicamente, por meio da concessão de benefícios,
como bolsas, auxílios e proventos, visando a garantir a remuneração dos
pesquisadores, a fim de evitar o êxodo científico. A iniciativa da CAPES é
importante para desenvolver o progresso científico e evitar que se
perpetue, no Brasil, a ciência negligenciada.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Os desafios do envelhecimento populacional para a sociedade
brasileira
A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada em
1948 pela ONU — assegura o direito à saúde, à renda e ao tratamento
respeitoso às pessoas idosas. Entretanto, os problemas em torno do
envelhecimento da população colocam em risco esses direitos internacionais.
Com efeito, a construção de uma sociedade que valoriza o idoso pressupõe
ação efetiva do Estado, bem como o combate ao preconceito da sociedade.

Diante desse cenário, os problemas no sistema político de saúde são


obstáculo para a qualidade do envelhecimento. A esse respeito, o artigo 196 da
Constituição Federal assegura a todos o direito à saúde, mas não estabelece
quaisquer políticas de cuidados específicos para idosos. Ademais, de acordo
com dados do Ministério da Saúde de 2016, das 156 faculdades de medicina

2 s
do país, apenas 1 tem curso de geriatria. Ocorre que a expectativa de vida da
população senil será de 81, em 2020 segundo o IBGE, e o país ainda não dispõe
86 iro
de um sistema de saúde preparado para a demanda. Portanto, não é razoável
que o Estado não tome iniciativas para lidar com o envelhecimento.
53 lle

Nesse sentido, o escritor alemão Franz Kafka, em sua obra “A


metamorfose”, faz alusão à sociedade contemporânea na relação homem-
07 Fa

trabalho: o protagonista Gregor Samsa, quando impossibilitado de trabalhar e


gerar lucro à família, se metamorfoseia em um “inseto monstruoso” —
expressão que inicia o primeiro capítulo. Analogicamente, a metáfora de Kafka
09 or

se aplica à velhice na contemporaneidade: quando envelhece, o cidadão perde


sua função social e se transforma em um indivíduo sem utilidade ao capitalismo,
22 Ig

assim como aconteceu com o Gregor. No entanto, enquanto a preconceito ao


idoso se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com um dos
mais graves problemas para essa parcela da população: o desrespeito.

Impende, portanto, que sociedade e instituições públicas cooperem


para superar os desafios do envelhecimento. Cabe aos indivíduos realizar
debates, por meio das redes sociais, com vistas a incentivar práticas de respeito
e de valorização aos idosos. Ao Ministério Público, por sua vez, promover a
defesa da ordem jurídica e a garantia dos direitos da população senil, por
intermédio de ações judiciais pertinentes em caso de falta de serviços básicos
garantidos constitucionalmente. Assim, o país caminhará para a construção de
uma sociedade livre, justa e solidária.

Professor Vinicius Oliveira


TEMA - Os desafios para a inclusão digital do idoso em
questão no Brasil

No filme “Up, altas aventuras”, o protagonista Carl é um idoso que vive


sozinho e isolado, rodeado por pessoas que almejam enviá-lo a um asilo.
Embora seja uma obra ficcional, o longa-metragem retrata características que
se assemelham à atual conjuntura, pois, assim como na obra, a figura do
idoso se encontra marginalizada, já que não conseguem acompanhar um dos
mais importantes recursos da contemporaneidade: a tecnologia. Assim, os
desafios a serem superados passam não só pela indiferença social, mas
também pela falta de possiblidade de relacionar com os outros indivíduos
por meio da tecnologia.

Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua

2 s
obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade
social do idoso. Esse conceito se relaciona com o fato cruel de a terceira
86 iro
idade ser considerada irrelevante para a sociedade e incapaz de praticar os
atos da vida comum. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa a
53 lle
invisibilidade denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da
população senil e representa obstáculo para a valorização dessa importante
parcela da sociedade. Ora, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, a
07 Fa

inclusão digital será a exceção.

Ademais, o uso da tecnologia não se resume a entretenimento: é uma


09 or

forma de relacionamento humano, a que substancial parcela dos idosos não


tem acesso. A esse respeito, Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web
22 Ig

(WWW), entendia que a Era Digital reconfiguraria as relações humanas, de


modo que o contato com o outro seria intermediado pela tecnologia. Nesse
sentido, a afirmação de Lee se concretizou e colaborou para excluir da vida
em sociedade aqueles que não conseguiram se adequar à Era Tecnológica:
os idosos. Ocorre que a exclusão digital também acarreta a falta de
relacionamento humano — fundamental para qualidade de vida em qualquer
idade.

Urge, portanto, que a inclusão digital do idoso deixe de ser um


desafio. Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve combater a exclusão
e tornar visível a necessidade tecnológica da população senil, por meio de
da criação de centros comunitários capazes de ensinar a terceira idade
manusear aparelhos eletrônicos, como “tablets” e “smartphones”. Essa
iniciativa teria a finalidade de possibilitar que os idosos estabeleçam
relacionamentos afetivos com a comunidade que os cerca, de modo que a
marginalização vivenciada pelo personagem Carl seja, em breve, apenas
ficção.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Os limites do uso da tecnologia pelas crianças

Steve Jobs e Bill Gates, além de ter em comum a sua contribuição para a Era
Digital, proibiram seus filhos de consumir tecnologia na infância, justamente porque
reconheciam o potencial nocivo dessa prática para as crianças. Entretanto, esse
cuidado não é a realidade da maioria dos lares brasileiros, que são permissivos em
relação ao contato dos pequenos com os recursos tecnológicos. Com efeito, há de
se diminuir o tempo de exposição das crianças aos dispositivos, bem como garantir
a efetiva proteção à infância.

Diante desse cenário, o consumo excessivo de tecnologia dá lugar ao


surgimento de uma geração doente. A esse respeito, a Organização Mundial da
Saúde estabeleceu diretrizes sobre o tempo ideal para o uso de recursos digitais
pelas crianças de um a cinco anos de idade que não pode passar de 60 minutos.
Ocorre que a sociedade se mostra indiferente à recomendação da OMS, e a

2 s
irresponsabilidade social é capaz de provocar consequências nocivas à saúde
86 iro
infantil — fotofobia, sedentarismo e crise de ansiedade. Nesse viés, não é razoável
que os indivíduos, desde os primeiros anos da infância, já estejam fadados a
desenvolver problemas psiquiátricos, às vezes irreparáveis.
53 lle

Nesse sentido, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão — criada


em 1789 — classificou, pela primeira vez, as crianças como sujeitos de direitos e
07 Fa

garantiu a elas a proteção necessária a sua dignidade. Entretanto, a imersão


imprudente na Era Digital pode colocar em risco a qualidade de vida assegurada
desde o século XVIII, uma vez que ocorrem diversos conflitos, como exposição
09 or

excessiva, baixa autoestima e depressão. Assim, enquanto o uso excessivo da


tecnologia se mantiver, as crianças estarão fadadas a conviver com um dos piores
22 Ig

problemas para a infância: as crises psicossociais.

O uso da tecnologia pelas crianças deve, portanto, ser limitado. Nesse viés,
a família deve restringir o tempo de tela das crianças, por meio do incentivo a
atividades lúdicas, como prática de esportes e brincadeiras offline, a fim de garantir
a efetiva proteção à infância, de sorte a construir um ambiente saudável para o
desenvolvimento de meninos e de meninas. Assim, o cuidado demonstrado por
Steve Jobs e Bill Gates passará a ser a realidade contemporânea, garantindo, pois,
a saúde digital.

Professor Vinícius Oliveira


TEMA - Violência nos estádios brasileiros: como superar essa triste
realidade?

Nos Jogos Olímpicos de 2004, um irlandês interrompeu a prova do


maratonista Vanderley Cordeiro, que, por sua vez, permaneceu na
competição e demonstrou substancial espírito esportivo. 3Entretanto, a
4
postura amistosa do atleta não é a realidade na maioria dos estádios
brasileiros, o que exige desconstrução da maldade humana e da
competitividade hostil.
Nesse sentido, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu, em sua obra
“Eichmann em Jerusalém”, o conceito da Banalidade do Mal, segundo o qual
as atitudes cruéis se tornaram parte do convívio social e se banalizaram na
sociedade. Ocorre que, no Brasil, a agressividade denunciada por Arendt

2 s
ainda se perpetua no imaginário contemporâneo e fomenta os casos de
86 iro
violência esportiva em suas faces mais desumanas, o que fragiliza o bem-
estar dos indivíduos e representa grave mazela social. Logo, não é razoável
53 lle
que, mesmo sendo nação pós-moderna, os conflitos humanos descritos pela
filósofa sejam tratados com indiferença.
07 Fa

Ademais, é preciso que o contexto esportivo deixe de ser sinônimo


de competitividade hostil. Nesse sentido, Nelson Mandela — ex-presidente
da África do Sul — decidiu sediar, em 1995, a Copa do Mundo de Rúgbi e
09 or

promoveu a união social dentro dos estádios, onde brancos e negros ficaram
de um mesmo lado com objetivo iguais. Entretanto, embora o Brasil busque
22 Ig

ser Estado desenvolvido, ainda é incapaz de reproduzir os ideais propostos


por Mandela, haja vista as histórias degradantes nas competições e a
extrema insegurança, o que torna inviável o desenvolvimento nacional.
Assim, enquanto as atitudes imorais forem a regra, as arenas brasileiras
conviverão com este obstáculo: a violência.
Para superar, portanto, os conflitos nos estádios, os indivíduos
devem repudiar a maldade banalizada, presente nas arenas esportivas,
como as injúrias raciais e os insultos verbais, por meio de debates nos
núcleos sociais, a fim de construir relações de empatia e de respeito. Por sua
vez, o Ministério da Justiça precisa promover políticas públicas nas
competições, por intermédio da distribuição de agentes de segurança, para
que desconstruir a competitividade hostil e, assim, demonstrar, tal como
Vanderley Cordeiro, o espírito esportivo.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA: Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária

Em 1954, o médico Joseph Edward Murray realizou o primeiro


transplante de órgão vital, que lhe garantiu o Prêmio Nobel de Medicina.
Entretanto, a substancial parcela dos brasileiros se mostra indiferente à
conquista de Murray, de modo que não há cultura de doadores no Brasil.
Assim, para modificar esse problema, a desinformação da sociedade e a
omissão do Estado devem ser desconstruídos.
Diante desse cenário, a falta de conhecimento inviabiliza as
doações viscerais. Nesse sentido, a morte encefálica – quadro clínico
definitivo – consiste na perda total e irreparável das funções cerebrais, que
deve ser aferida por dois médicos capacitados. Não obstante, muitas famílias,
no momento da dor em função da perda de um parente, são incapazes de

2 s
compreender a morte encefálica e nutrem a falsa expectativa de que o
86 iro
paciente voltará à vida, o que representa grave obstáculo à doação dos seus
órgãos. Todavia, não é razoável que a falta de informação a respeito da
falência cerebral dê lugar a filas de transplante cada vez maiores.
53 lle

Ademais, em 1968 foi promulgada a primeira lei que estabeleceu


a doação consentida, segundo a qual a decisão final estaria sob a
07 Fa

responsabilidade exclusiva da família. Ocorre que são insuficientes e


ineficazes as ações do Estado em incentivar o consentimento familiar,
09 or

previsto desde 1968 e sem o qual haverá cada vez mais prejuízos àqueles
que dependem de órgãos e, consequentemente, a saúde pública será
22 Ig

fragilizada. Dessa maneira, enquanto não houver efetivas campanhas,


aqueles que dependem da doação serão obrigados a conviver com esta
triste realidade: a constante espera por um transplante.
Para incentivar, portanto, a prática solidária das doações, o
Ministério da Saúde, no exercício do seu papel social, deve ensinar a
população o que é a morte encefálica, por meia veiculação de conteúdos nas
mídias sociais e televisivas, como fotos e vídeos capazes de mostrar que a
perda das funções cerebrais é irreparável. Inclusive, essa orientação teria a
finalidade de motivar as famílias brasileiras a consentir na doação de órgãos
e de tecidos, de modo que, no Brasil, Edward Murray tenha a sua conquista
valorizada.
Professor Vinícius Oliveira
TEMA - Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil

Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia


Constituinte, estabeleceram dois direitos: a saúde e a proteção à infância.
Ocorre que a epidemia de obesidade infantil impede que meninos e meninas
usufruam de ambos os direitos constitucionais. Nesse sentido, o combate à
doença no Brasil passa pela reeducação alimentar e pela desconstrução do
culto midiático aos alimentos ultraprocessados.

Diante desse cenário, os hábitos alimentares das crianças inviabilizam a


luta contra a obesidade. Nesse viés, a indústria alimentícia baseia seus
produtos a partir da gordura hidrogenada — capaz de aumentar o sabor, a
durabilidade e reduzir o custo da produção. Todavia, a saúde infantil fica
prejudicada ao consumir alimentos industrializados, já que ocorre aumento do
colesterol ruim, conhecido como LDL. Dessa forma, não é razoável que
meninos e meninas brasileiros estejam vulneráveis à insegurança alimentar.

Nesse sentido, o filósofo alemão Theodor Adorno desenvolveu o conceito

2 s
de Indústria Cultural, segundo o qual a publicidade utiliza a persuasão
86 iro
constante, a fim de moldar um comportamento de compra. O problema é que
as crianças estão muito mais suscetíveis às cores, às músicas e às demais
estratégias denunciadas por Adorno e não possuem discernimento das
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consequências de uma alimentação irresponsável, baseada em “fast-foods”.


Assim, enquanto o culto à comida superprocessada se mantiver, o Brasil será
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obrigado a conviver com uma das mais graves doenças do século: a


obesidade infantil.

Para combater o problema, portanto, as escolas — no exercício do seu


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papel social — devem contribuir com a reeducação alimentar das crianças, por
meio de projetos pedagógicos como oficinas e aulas lúdicas, capazes de
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mostrar as consequências negativas dos “fast-foods”. Essa iniciativa poderia se


chamar “Crescendo com saúde” e teria a finalidade de construir hábitos
alimentares sadios, de sorte que, em breve, o Brasil experimente uma
sociedade justa, solidária e livre da obesidade infantil.

Professor Vinícius Oliveira

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