Você está na página 1de 4

MARIA CAROLINA MARQUES DE SOUSA ARAUJO

ANAMNESE EM G.O

ANAMNESE GERAL
1. Identificação:
■ Idade – importante devido aos riscos associados à idade. Maior risco em mulheres acima dos 40 anos e abaixo dos 16 anos.
■ DN:
■ Cor
■ Religião
■ Filiação; Mãe: Pai:
■ Profissão
■ Estado civil
■ Procedência
■ Naturalidade
■ Residência
■ Hábitos – tabagismo, alimentação, higiene
■ Gravidez: Número de gestações, incluindo a atual (inclui abortamentos, gravidez ectópica e natimortos).
■ Paridade: Número de gestações que terminaram em idade gestacional acima de 20 semanas.
■ Abortamentos: Número de gestações que terminaram em idade gestacional abaixo de 20 semanas (inclui gravidez ectópica,
abortamento induzido e abortamento espontâneo).

QP: Queixa e duração


(“Palavras do paciente”)
O que trouxe a paciente ao hospital ou ao consultório? É uma consulta agendada, ou um sintoma inesperado, como dor abdominal ou sangramento vaginal na
gravidez? A duração e o caráter da queixa, os sintomas associados e os fatores de exacerbação e alívio devem ser registrados. A queixa principal produz um
diagnóstico diferencial, e as possíveis etiologias devem ser exploradas por meio de nova investigação. Por exemplo, se a queixa principal é um sangramento
pós-menopausa, a preocupação é com câncer de endométrio. Assim, algumas das perguntas devem estar relacionadas aos fatores de risco de câncer de
endométrio, como hipertensão, diabetes, anovulação, menarca precoce, menopausa tardia, obesidade, infertilidade, nuliparidade e assim por diante.

HDA: Usar termos técnicos e não colocar diagnóstico, detalhar a história em ordem cronológica /Características da dor (Início, Local aonde começou, fatores de
alívio, fatores de piora, irradiação, intensidade, Periodicidade, Manifestações associadas

2. Antecedentes familiares
■ Estados mórbidos nos ascendentes – diabetes, hipertensão, síndromes genéticas
■ Informações sobre parceiro

3. Antecedentes pessoais
(Doenças existentes e o tempo)
■ Doenças infecto contagiosas – rubéola, varicela

História cirúrgica prévia


■ Intervenções cirúrgicas – cirurgias abdominais e uterinas principalmente. Geralmente cirurgias uterinas tem
contraindicação de parto normal.
■ O ano e o tipo de cirurgia devem ser registrados, e quaisquer complicações, documentadas. O tipo de incisão
(laparoscopia e laparotomia) deve ser anotado.
■ Alergias: Reações a medicações devem ser registradas

História patológica pregressa (HPP):


A duração, a gravidade e as terapias devem ser incluídas. Qualquer internação deve ser descrita, com o motivo, a intervenção e a
localização do hospital.

HISTÓRIA GINECOLÓGICA:
4. Antecedentes menstruais
■ História menstrual: Idade da Menarca
■ Ciclos menstruais – importante para determinar a data provável do parto [Intervalo entre o primeiro dia de
uma menstruação e o primeiro dia da próxima menstruação (o normal é de 28 ± 7 dias, ou entre 21 e 35
dias).]
■ Quantidade da menstruação: O fluxo menstrual deve durar menos de 7 dias (ou ter < 80 mL de volume total).
Se o fluxo menstrual for excessivo, então é chamado de menorragia.
■ Doenças sexualmente transmissíveis: História positiva ou negativa de
■ herpes-vírus simples, sífilis, gonorreia, Chlamydia, vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês human
immunodeficiency virus), doença inflamatória pélvica ou papilomavírus humano (HPV, do inglês human
papillomavirus).
■ O número de parceiros sexuais, se houve troca recente de parceiros e o uso de método contraceptivo de
barreira.
■ História de contracepção: Duração, tipo e último uso de contraceptivos, e
qualquer efeito colateral
​ ●  Menarca - idade da 1a menstruação. 

​ ●  DUM - data da última menstruação (anote o 1° dia do último fluxo menstrual, incluindo omês e o ano). 

​ ●  Tipo menstrual - duração do fluxo menstrual/duração do ciclo menstrual/cólica (leve, moderada, intensa)/TPM
(sintomas). Exemplo: T.M.- 5/28/cólica moderada/sem TPM. 

​ ●  Corrimento: cor, odor, prurido, ardência, quantidade, tratamentos anteriores 

​ ●  Antecedentes mamários: nódulos, dor, secreção, inflamação, traumatismos. 
Tratamentos clínicos ou cirúrgicos.
Última mamografia (acima de 40 anos), resultado. 

​ ●  Métodos anticoncepcionais: atual e antigos; efeitos colaterais. Tempo de uso. 

​ ●  Último preventivo: mês e ano em que fez o último exame preventivo. Resultado: normal/alterado/ignorado. 

​ ●  Cauterização do colo uterino: quantas vezes? quando foi a última? 

​ ●  Menopausa: idade da última menstruação (natural, cirúrgica, por radioterapia); 
sintomas climatéricos atuais; uso de
TH (terapia hormonal) atual ou pregressa. 


HISTÓRIA SEXUAL: 


●  Atividade sexual: sim, não, atual ou pregressa. Tempo de abstinência sexual, se for o 
caso. 

●  Orientação sexual: heterossexual - homossexual - bissexual. 

●  Sexarca ou coitarca- idade da primeira relação sexual. 

●  Parceiros: n° total de parceiros (desde a primeira relação sexual). Fixos: n° de parceiros fixos (aqueles com quem manteve
relacionamento duradouro). Eventuais: no de parceiros com quem teve relacionamento passageiro. Atual: sim ou não. Tempo de
relacionamento com o parceiro atual. Sexo desprotegido: n° de parceiros com quem teve relação sexual sem uso de preservativo
(mesmo que tenha sido apenas um contato). 

●  Frequência sexual: no médio de relações sexuais por semana ou por mês, se for baixa. 

●  Dispareunia: sim ou não (dor na relação sexual) 

●  Sinusiorragia: sim ou não (sangramento durante ou após a relação sexual) 

●  Libido: normal, aumentada, diminuída ou ausente (desejo, vontade ou disponibilidade para o sexo). 

●  Orgasmo: se a paciente atinge o orgasmo e com que frequência (sempre, maioria das vezes, raras vezes, nunca). 

●  DST’S: história pregressa ou atual de doenças sexualmente transmissíveis e tratamentos.. 



HISTÓRIA OBSTÉTRICA: idade, gravidez, paridade G/P/A - gesta (n° total de gestações)/ para (n° de partos, vaginais ou
cesáreos, ocorridos a partir do 5° mês de gestação ou 22 semanas)/aborto (n° de abortos ocorridos). Exemplo: G4 P3 A1, DUM, idade
gestacional estimada (IG) e queixa principal.
Por exemplo: Uma mulher de 32 anos, G3P1011, cuja DUM foi em 2 de abril e que tem uma gravidez com IG de 32 4/7 semanas,
queixa-se de cólicas abdominais baixas.

A data e a idade gestacional de cada gestação ao término, e o desfecho; se houve abortamento induzido, a idade gestacional e o
método. Se houve parto, se o parto foi vaginal ou por cesariana; se aplicável, extração por pinça anatômica ou a vácuo, ou tipo de
cesariana (transversa baixa ou incisão longitudinal). Todas as complicações da gravidez devem ser enumeradas.

Obs: Aborto é a gestação terminada até o 4° mês ou até 22 semanas, inclusive. Acima disso é considerado parto, mesmo que tenha havido
óbito fetal.
Na dúvida, perguntar se foi necessário fazer atestado de óbito e sepultamento do feto. Caso afirmativo, significa que o feto tinha
23 semanas ou mais e/ou mais de 500g, o que configura que foi óbito fetal com parto prematuro. Nos casos considerados abortos,
não há atestado de óbito nem sepultamento. O feto é descartado na instituição hospitalar.
​ ●  Abortos: espontâneos, provocados 

​ ●  Tipos de parto: vaginais, cesarianas, a fórceps. 

​ ●  1° parto= (idade que teve o primeiro parto) último parto= (idade que teve o último parto) ,intervalo interpartal
​ ●  Intercorrências na gravidez: problemas de saúde ocorridos durante as gestações. Relatar uma a uma, em ordem
cronológica. ●  Intercorrências no parto: problemas ocorridos durante os partos. Motivo da indicação de cesariana, se for o caso.

​ ●  Intercorrências no puerpério (período após o parto, que pode ser imediato, tardio ou remoto): problemas ocorridos
imediatamente após o parto até o 10o dia (imediato), do 
10o ao 45o dia (tardio), ou do 45o dia em diante (remoto). 

​ ●  Peso do maior RN: peso ao nascer do recém-nascido mais pesado. Peso do menor 
RN: peso ao nascer do recém-nascido
mais leve. 

​ ●  Partos à termo: n° de partos ocorridos entre 37 e 42 semanas de gestação. Partos prematuros: n° de partos ocorridos entre
22 e 37 semanas de gestação. Partos pós- termo: partos ocorridos após 42 semanas. 

​ ●  Filhos vivos: n° atual de filhos vivos. Óbitos fetais: n° de fetos falecidos intra-útero com mais de 22 semanas de gestação.
Óbitos neonatais: n° de filhos falecidos após o 
parto, até 28 dias de vida.
​ ●  Amamentação: quantos filhos, tempo, complicações. 

​ ●Prenhez atual: dores, sintomas, cólicas.
​ ●Sinais subjetivos: náuseas, hipersensibilidade mamaria, perversões do apetite, polaciúria, sialorréia.
​ ●Sinais objetivos: movimentos ativos do feto 16A semanas (multigestas), 18A semana (primigestas)

A idade gestacional estimada (IG) é calculada a partir da DUM ou por ultrassonografia. Uma regra simples para o cálculo da data provável do parto (DPP) é
subtrair 3 meses da DUM e adicionar 7 dias ao primeiro dia da DUM (p. ex., um DUM em 1o de novembro teria uma DPP em 8 de agosto). Devido ao retardo
na ovulação em alguns ciclos, esse cálculo nem sempre é acurado.

EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO


● GERAL: Inspeção geral, altura, peso, IMC, temperatura, pulso, mucosa, pressão arterial sistêmica, edema,
varizes/circulação colateral, ausculta pulmonar e cardíaca.

Aparelho Respiratório

● inspeção: tórax simétrico sem alterações como abaulamentos, sem lesões de pele, sem cicatriz,
eupinéica.
● Palpação: expansibilidade pulmonar presente e simétrica, frêmito toraco vocal presente, normal e
simétrico.
● Percussão: som claro pulmonar presente sem macicez
● Ausculta: murmúrio vesicular fisiológico sem ruídos adventícios

Aparelho cardiovascular

● Inspeção: tórax sem alterações como abaulamento


● Palpação: ictus cordis presente e palpável, presença de pulsos palpáveis em pulso radial bilateral.
● Ausculta: ritmo cardíaco normal com presença de 2 bulhas cardíacas em 2 tempos sem sopros e
ou estalidos.

Cabeça
› Sinal de Halban: presença de lanugem devido ao aumento da nutrição dos folículos pilosos
› Cloasma: devido a hiperestimulação do lobo anterior da hipófise.
🞻 Pescoço
› Aumento da circunferência da tireoide. Mais evidente a partir do 5O mês
🞻 Glândula mamária
› Sinal de haller: rede venosa superficial. Circulação colateral
› Sinal de Hunter: aréola secundaria hiperpigmentada com limites imprecisos (gravídica)
› Aumento de volume mamário e das glândulas mamarias
› Hiperpigmentação da aréola primaria
› Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas hipertrofiadas
🞻 Abdome
› Formato: globuloso ou ovoide
› Cicatriz umbilical: torna-se plana ou protusa
› Linha nigra: pigmentação da linha alba
🞻 Membros inferiores
› Varizes
› Edema
🞻 Órgãos genitais externos
› Hiperpigmentação gravídica da vulva, pequenos lábios, períneo e raiz das coxas
› Sinal de Kluge: aspecto violáceo do introito vaginal
› Sinal de Jacquemier: coloração arroxeada da mucosa vaginal
● PALPAÇÃO:
🞻 Abdominal
› Medida da altura uterina: da sínfise púbica até o fundo do útero
› Circunferência abdominal: ao redor da cicatriz umbilical
› Consistência uterina: com a mão espalmada no fundo do útero, sentir a consistência elástica-pastosa-cística. Esse
exame permite a avaliar das contrações uterinas de Braxton Hicks

🞻 Do conteúdo uterino
› Manobra de leopold-zweifel: realizada a partir do 3O trimestre.
1. Apreender o fundo uterino com a porção cubital das mãos fazendo leve pressão para observar se há rechaço
2. Manobra de budin: descer as mãos pelo abdômen em busca do dorso fetal. Uma mão é mantida fixa
enquanto a outra busca o dorso, que se apresenta como uma superfície resistente e contínua
3. Manobra de Leopoldo: mobilização do polo cefálico.
4. Avalia o grau de insinuação do pólo fetal

● AUSCULTA DOS BCF


› Pinar: a partir da 20A semana
› Sonar doppler: após a 10A semana
› Ultrassonografia
› Normal: 120-160 bpm
● EXAME ESPECULAR E TOQUE
› Avaliar dilatações, apagamento do colo, confirmação da apresentação fetal
› Visibilização da parede vaginal e colo uterino
› Observar colpites, pólipos, coleta de material para citologia
Toque vaginal
• Estágio impositivo na semiologia obstétrica
• Unidigital ou bidigital
• Apreciar particularidades do colo e corpo uterino (consistência)
• Avaliações da dilatação, apagamento do colo, confirmação da apresentação fetal.

❏ Exame especular
• Visibilização das paredes vaginal e do colo uterino: Colpites, pólipos, coleta de material
para citologia

❏ Pelvimetria Externa
• Apresenta apenas importância Histórica
❏ Pelvimetria Interna
• Este é um exame obrigatório na assistência ao parto, embora dependa da experiência
individual e possam ocorrer erros de avaliação. Busca avaliar clinicamente os Diâmetros
internos da bacia por meio do toque vaginal e assim prever as dificuldades do mecanismo
de parto.
• Planos de Lee: é uma forma para definir a altura da apresentação. Atualmente, é o plano
mais empregado no acompanhamento do trabalho de parto.
• Planos de Hodge: São planos paralelos que já não possuem grande aceitação.

Você também pode gostar