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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS, HUMANAS E SOCIAIS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

Seminário de Práticas Educativas

Prof. ª Dra. Geslane


Figueiredo da Silva Santana

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Um diálogo
HISTORICAMENTE

Historicamente, o sistema de exame que


temos hoje se originou no século XVI:

Jesuítas: Ratio Studiorum (1599);

Comenius: Didática Magna (1632).


JESUITAS - RATIO STUDIORUM
 Baseava-se na:
 Unidade de matéria;
 Unidade de método;
 Unidade de professor.
 Determinava:
 Disciplina rígida;
 Cultivo da atenção;
 Perseverança nos estudos
 Hierarquização do corpo discente.
Comenius pai da Didática Moderna.
Influenciado - Reforma Protestante

“Arte de ensinar tudo a todos".

Juan Amós Komenský (1592 – 1670)


Chaves – O ultimo exame
• Pontual; • Não Pontual;
• Classificatório; • Dinâmica (Não
• Seletivo. classifica);
• Includente.

Exame Avaliação
PONTUAL
“O aluno acaba de fazer a prova e entrega ao professor. Quando está saindo, se recorda
que errou uma questão e pede ao professor para corrigir. A resposta é NÃO!”. Ou seja, foi
importante apenas o momento em que ele estava fazendo a prova.

Enade
Enem

Apenas o momento do exame é


importante.
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CLASSIFICATÓRIO
O importante é o valor numérico
que indica se o aluno passou ou
reprovou.

“ Um aluno tira 2. O professor o anima para


estudar e fazer outra prova para recuperar a nota.
Então ele tira 10. Então o professor faz a média e
lhe dá nota 6! Porque não 10? Porque ele apenas o
classifica, não levando em conta o que o aluno
aprendeu, ficando ainda preso na primeira
avaliação onde o aluno tirou 2!”.
SELETIVO
 Exclui os alunos das escolas, através
das reprovações.
AVALIAÇÃO
Caráter diagnóstico:

Um médico primeiro avalia o seu paciente.


Após a avaliação, ele dá um diagnóstico
(resultado dessa avaliação) para então oferecer
opções para a cura do seu problema de saúde.

Em contraposição ao EXAME, são as características


da avaliação:

 Não Pontual;

 Dinâmica (Não classifica);

 Includente.
NÃO PONTUAL
 Importa todo o processo de
aprendizagem.

O que o aluno não sabe, é o ponto


de partida para ações as
pedagógicas.
DINÂMICA
 Não classifica, mas diagnostica o
que está ocorrendo para que haja
possibilidade de melhoria.

Para Cipriano, há vários nomes para


avaliação:
Diagnóstica, formativa, dialética,
dialógica, mediadora, etc.).
Mas são redundantes uma vez que,
obrigatoriamente, a avaliação tem
que ser tudo isso...
INCLUDENTE/INCLUSIVA
 Traz o aluno para o aprendizado.

Avaliação da Aprendizagem Escolar: Um ato amoroso


(Cap. IX):
Não confundir “um ato de amor” com pieguice ou
paixão e sim no sentido de:

- Inclusão (acolhimento);
- Respeito aos limites;
- Suporte para o desenvolvimento do aluno –
autonomia.
❑ FINALIDADE DA AVALIAÇÃO

❑ ELABORAÇÃO DE TAREFAS
AVALIATIVAS

❑ POR QUE AVALIAR?

ADICIONAR UM RODAPÉ 17
FINALIDADE DA AVALIAÇÃO

❖Verificar se houve a aprendizagem


significativa de conteúdos relevantes
propostos pelo professor.

❖Avaliar o que foi discutido e trabalhado


durante o desenvolvimento dos
conteúdos por meio das habilidades e
competências selecionadas.
ELABORAÇÃO DE TAREFAS AVALIATIVAS
➢ Uso de palavras sem sentido preciso no
contexto:
Evitar expressões como: comente, dê sua
opinião, o que você sabe sobre…discorra,
conceitue você, como você justifica…

Ex: Comente a frase de Sócrates: conhece-te a ti


mesmo.
• “Acho uma frase muito profunda, tão
profunda que nem consigo captar seu real
significado. Mas acho que Sócrates estava
certo quando disse a frase, pois sendo um
sábio não teria dito besteira”

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ELABORAÇÃO DE TAREFAS AVALIATIVAS
• Falta de parâmetros para a correção • Exploração exagerada da
• Ex: Como é a organização das abelhas memorização
numa colméia? R: É jóia! Relacione os nomes das aranhas venenosas:
(Ciências – 6ª Série)
1- Aranha marrom ( ) Latrodectes
2- Armadeira ( ) Lycosa
3- Tarântula ( ) Loxóceles
4- Viúva Negra ( ) Ortognata
5- Caranguejeira ( ) Phoneutria

Questões deste tipo apelam para a memorização


pouco significativa, sem uma análise ou explicação.
POR QUE AVALIAR?
Por que avaliar?
•Acompanhar mudanças que os sistemas sofrem (e por outras razões);
•A sociedade, escola, pais, alunos e professores se interessem pela avaliação da aprendizagem;
• Tarefa didática necessária e permanente;
• Acompanhar passo a passo o processo ensino aprendizagem;
• Comparar os resultados obtidos com os objetivos propostos;
• Constatar progressos, dificuldades e reorientações do trabalho.
❑ DIAGNÓSTICA

❑ FORMATIVA

❑ SOMATIVA
Diagnóstica
 Determinar  Ponto de partida para
 Capacidades organização e seqüenciação do
 Aptidões ensino.
 Conhecimentos prévios  Aplicada no início de uma
unidade, bimestre ou ano letivo
 Potencial de aprendizagem
 Finalidade prognóstica.
 Desejos, etc.
 Causas subjacentes a
dificuldades de
aprendizagem
Diagnóstica

Avalia

Diagnóstico

Estratégia
de interação
Fornecer ‘feedbacks’ para o professor e aluno;
Avaliação
Formativa Localizar falhas e dificuldades;

Aplicada durante a instrução;

Comportamentos cognitivos X aprendizagem do conteúdo;

Padrão individual de desempenho;

Caracterização dinâmica da situação educativa

Professor pesquisador e ‘tomador’ de decisões

Dessa maneira, assegura-se a ‘recuperação’ do aluno durante o processo


• Objetivo mais genérico que a formativa;
• Determina resultados alcançados ao final de uma unidade ou de um curso;
• Atribuição de conceitos, notas, etc.
• Suas principais características são:
• Nem tanto sua periodicidade, mas sim estar no final de uma etapa sua
maior abrangência
• A maneira de entendê-la e colocá-la em prática depende do PPP e do marco
teórico do professor

Avalição Somativa
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❑ Avaliação Dissertativa
❑ Resolução de Problemas
❑ Seminário
❑ Trabalho em Grupo
Instrumentos de avaliação
As escolhas dependem dos objetivos a serem medidos e das
condições em que são usados, se o desempenho não for
satisfatório, crie motivações, exercícios e atividades que
permitam o alcance dos objetivos

O professor pode ser “construtivista” e usar provas


bem como ser ‘tradicional’ e usar auto-avaliação!
Avaliação Dissertativa

Definição: Série de perguntas que exijam capacidade de estabelecer relações, resumir,


analisar e julgar;

Função: Verificar a capacidade de analisar o problema central, abstrair fatos, formular


ideias e redigi-las;

Vantagens: Aluno tem liberdade para expor os pensamentos, mostrando habilidades de


organização, interpretação e expressão;

Análise: Defina o valor de cada pergunta e atribua pesos a clareza das ideias, para a
capacidade de argumentação, conclusão e a apresentação da prova.
Resolução de Problemas

Definição: Questões baseadas em situações reais ou idealizadas que exijam aplicação


formal do conteúdo;

Função: Verificar a capacidade de aplicação de conceitos e leis científicas, seleção das


variáveis relevantes, abstrair fatos, interpretar e elaborar gráficos, discutir
relações de proporcionalidade;

Vantagens: Facilita a atribuição de notas, elaboração relativamente fácil para o professor.


Possibilita ao aluno a formalização dos conhecimentos;

Análise: Defina o valor de cada problema e atribua valores à conquista de cada


objetivo individualmente.
Seminário

Definição: Exposição oral para um público leigo, utilizando a fala e materiais de apoio
adequados ao assunto;

Função:
Possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de forma eficaz

Vantagens: Contribui para a aprendizagem do ouvinte e do expositor, exige pesquisa,


planejamento e organização das informações;
Desenvolve a oralidade em público;
Análise: Atribua pesos à abertura, ao desenvolvimento do tema, aos materiais
utilizados e à conclusão;Estimule a classe a fazer perguntas e emitir opiniões,
respeite as características individuais
Trabalho em Grupo

Definição: Atividades de natureza diversa (escrita, oral, gráfica, corporal etc) realizadas
coletivamente;

Função:
Desenvolver o espírito colaborativo e a socialização;

Vantagens: Possibilita o trabalho organizado em classes numerosas e a abrangência de


diversos conteúdos em caso de escassez de tempo;

Análise: Em caso de haver problemas de socialização, organize jogos e atividades em


que a colaboração seja o elemento principal.
Outros

• Debates
• Monografias
• Protótipos
• Maquetes
• Diários
• Blogs
• Teatro ...
• Jogos
• Observação do professor
• Pequenos projetos de pesquisa
Etapas da Avaliação

A situação que permite determinar se os


1º Formular os objetivos do objetivos foram atingidos
ensino e especificar: Um nível mínimo de desempenho

As expectativas devem ser coerentes com o


2º Estabelecer os critérios desenvolvimento dos alunos

de avaliação Estabelecer ‘graus’ de desempenho (notas,


conceitos, etc)

A atitude tomada pelo professor depende da


3º Aferir os resultados de função atribuída à avaliação em sua prática
pedagógica e do PPP;
cada aluno e interpretá-
Avaliação normativa e criteriosa;
los:
Compartilhar os resultados com alunos, escola
e família; 36
Considerações
Avaliação: recurso de aprimoramento de indivíduos em diversos aspectos e da prática
pedagógica, deixa de ser uma imposição e passa a ser um ato compartilhado.

Por que avaliar?


• Estimular uma reflexão crítica, planejamento e correção de rumos
Para quem avaliar?
• Para o próprio indivíduo (do ponto de vista pessoal, moral e intelectual) e para a sociedade;
O que avaliar?
• Competências, habilidades e conteúdos
Quem avalia?
• Todos
Como avaliar?
• Múltiplos instrumentos
Bibliografia

•MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino as abordagens do processo. Rio de Janeiro


E.P.U. 1992 1 recurso online (Temas básicos de educação e ensino). (Biblioteca Online
UFMT).
•LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudo e
proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Biblioteca UFMT).
•Vídeo Youtube:
•http://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc
•Avaliação da aprendizagem - Cipriano Luckesi

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